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O bebê perdido

Essa história que pode ir de uma aventura de jovens a um romance inusitado.


começou no Pelourinho, quando um grupo de amigos após sair do curso de
teatro, decidiram ir para a Cruz caída e tomar o famoso cravinho, bebida típica
da região, ao som de pablo do arrocha que tocava em uma caixinha e
acompanhados de acarajé,abará e pipoca, levaram a farra até altas horas da
noite.

Com o passar das horas, e á medida em que foram mergulhando na


madrugada daquele sábado, as ruas de pedra foram ficando vazias, os
moradores dos casarões foram desligando as luzes, os bares fecharam as
portas, a sensação de insegurança crescia, a região conhecida por ser boêmia,
cheio de falatórios, turistas de todas as partes do mundo e regado de muito
barulho, naquela madrugada ficou vazia e o silêncio ali era ensurdecedor.

A bateria do rádio acabou, o último gole de vinho já havia descido goela


abaixo do mais desesperado. Porém, a energia do grupo de amigos estava a
todo vapor,os chamados “inimigos do fim’’. Então eles decidiram sair pra tomar
mais cravinho em outro lugar, um lugar onde houvesse um som de no mínimo
150 whatts e as gritarias não fosse motivo de olhares tortos, um lugar onde o
cheiro de cigarro não fosse mais forte que seus hálitos de puro cravinho e
pimenta.

Tropeçando pelas ruas, embriagados e indo em direção ao relógio de São


pedro, os jovens se depararam com uma mulher sentada no ponto de ônibus,
chorando e cabisbaixa, ela parecia estar embriagada, os jovens então, se
aproximaram e perguntaram o motivo do choro, e então, ela disse com ar
cômico na fala,“ perdi meu bebê”, assustado e ignorando o ar de comicidade
presente na fala da mulher, imediatamente um dos integrantes do grupo de
amigos perguntou onde ela havia perdido o bêbê, e ela disse:

- Eu não sei, acho que perdi na lapa” respondeu a mulher.


- Qual a aparência dele?” perguntou o mais alto do grupo.
- Ele é gordinho, um pouco baixinho e está enrolado em um plástico amarelo.

Em seguida todos se mobilizaram e seguiram até a Lapa em busca da criança,


chegando lá, olharam de um lado a outro, em cima e embaixo dos bancos,
atrás e na frente dos carros estacionados na rua, mas não encontraram nada.
de repente, a mulher gritou:

-Acheei!
Em seguida ela saiu de trás de um poste com um saco plástico amarelo, ao
retirar o que tinha dentro, viram que se tratava de uma garrafa de conhaque
Dreher, as pessoas do grupo ficaram irritadas, mas a mulher ofereceu doses de
conhaque para eles, e então toda a chateação foi embora e deu lugar
novamente para a farra, a alegria e a baderna.

Alguns dias depois, o jovem que foi o primeiro a se sensibilizar e mobilizar o


grupo para ir em busca do bêbê que na verdade era uma garrafa de bebida,
encontrou com a mulher na Praça da sé, levaram a amizade adiante por alguns
meses, depois engataram em um namoro e atualmente já são casados há 3
anos.

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