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Título: Lidando com uma praga global.

Tema: Como vencer o Desânimo

Texto: 1 Rs. 19:1-18

Objetivo: Ajudar os membros da igreja à não ceder ao desânimo espiritual, mas encorajá-los a
manterem-se contra este sentimento

Introdução: a. Experiência nas visitas: Desde minha estadia na cidade de Uberlândia, tive o privilégio de
visitar inúmeros queridos, de orar com eles, e de ajudá-los em suas dificuldades. Dentre tantos
acontecimentos que vivi e presenciei, o que mais me chamou a atenção foi o grande número de irmãos
frequentes e afastados que estavam desanimados da sua fé. Isso não é algo que me deixa surpreso, pois
também sei o que é passar por um desânimo espiritual. Pelas dificuldades que enfrentei em exercer a
minha fé dentro do meu lar que, até aquele momento, não era adventista, passei por um período de
profundo desânimo, a ponto de não querer mais me envolver nas atividades da igreja. Não somente eu
ou você, mas grandes homens da fé conhecem essa situação e dentre eles, eu gostaria de estudar com
você sobre um evento que aconteceu na vida de Elias. Isso está relatado em 1 Reis 19. B. Descrições do
capítulo: O capítulo 19 de 1 Reis sucede uma grandiosa vitória sobre os sacerdotes de Baal no Monte
Carmelo. Ali, Deus revelou para todo o Israel que Ele é o Deus verdadeiro, fazendo cair fogo do céu de
maneira sobrenatural. Avançando à frente de Acabe, Elias se dirige até à entrada da cidade de Jezreel. (1
Rs. 18:46). Diante dessa magnífica vitória, provavelmente o que Elias esperava era que houvesse uma
grande comoção por parte de Israel, principalmente por parte da rainha Jezabel. Mas não foi isso que
aconteceu. Ao ser notificada por Acabe dos acontecimentos ocorridos no Carmelo, Jezabel “mandou
um mensageiro a Elias para dizer-lhe: Que os deuses me castiguem se amanhã a estas horas eu não tiver
feito com a sua vida o mesmo que você fez com a vida de cada um deles!” (1 Rs. 19:2). Essa atitude de
Jezabel provavelmente foi uma frustração para aquilo que Elias esperava, e ao ser tomado pelo medo (1
Rs. 19:3 [NAA, NVI]), o profeta “levantou-se e, para salvar a vida, se foi e chegou a Berseba, que
pertence a Judá. E ali deixou o seu servo.”. Elias sabia que em Judá ele não estaria seguro pelo fato do
rei Josafá ter-se aliado com Acabe, rei de Israel (1 Rs. 22:4). Por isso, ao deixar o servo, ele “foi para o
deserto, caminhando um dia inteiro. Por fim, sentou-se debaixo de um zimbro. Sentiu vontade de
morrer e orou: Basta Senhor! Tira a minha vida, porque não sou melhor do que os meus pais” (1 Rs.
19:4). Elias se enxergava como um fracassado, alguém que não era melhor que seus antepassados. No
entanto, em nenhum momento nós vemos Deus pedindo para que Elias fosse melhor que os seus pais.
O que Deus desejava era que este poderoso profeta fizesse aquilo que Deus pediu para que ele
realizasse. Da mesma forma, Deus não nos pede para que venhamos a ser melhores que os outros. Ele
pede apenas que nós façamos aquilo que Ele manda. Alguns chegam a desprezar o trabalho do irmão,
considerando pequeno ou até mesmo sem importância. Sobre este assunto, Deus nos advertiu por meio
de Ellen G. White: “Muitos, por não estarem ligados diretamente a alguma atividade religiosa, acham
que sua vida é inútil, que nada estão fazendo para o avançamento do reino de Deus. Se pudessem
fazer alguma grande coisa, quão alegremente a empreenderiam! Mas porque só podem servir em
pequenas coisas, julgam-se justificados em nada fazer. Erram nisto. Um homem pode estar no serviço
ativo de Deus enquanto empenhado nos deveres comuns de cada dia — enquanto derrubando árvores,
abrindo clareiras ou indo após o arado. A mãe que educa seus filhos para Cristo está trabalhando para
Deus, tão verdadeiramente como o pregador no púlpito.” PR 110.2. Não despreze o seu trabalho por
não achar que está dando resultado. Elias acreditou que tudo o que havia acontecido no Carmelo foi em
vão. No entanto, se eles estivesse firme em seu propósito, mesmo diante das ameaças de Jezabel, “teria
sido abrigado do perigo. O Senhor lhe teria dado outra assinalada vitória, enviando Seus juízos sobre
Jezabel; e a impressão feita sobre o rei e o povo teria dado lugar a uma grande reforma.” PR 78.4. A
reforma que Deus estava para realizar em Israel estava apenas começando, e provavelmente isso Elias
não entendeu. Mesmo apesar de suas falhas, Deus não abandonou o seu servo. Ele se preocupou com
seu estado emocional, psicológico e pelo menos podemos tirar três lições de como superar o desânimo.

I – Vença o desânimo o confrontando (v. 9–10, 13-14)

a. Questione o motivo do desânimo: Quando Deus foi conversar com Elias, pelo menos em duas
ocasiões ele o conduz à reflexão com a seguinte pergunta: “O que você está fazendo aqui,
Elias?” (1 Rs. 19:9, 13). Esta pergunta não tem um ar condenatório, mas o objetivo é levar o
profeta à reflexão. Deus queria que Elias refletisse na causa de seu desânimo, o identificasse
antes de tentar resolvê-lo. Implicitamente, a essa pergunta, Deus queria volver a mente de Elias
ao passado para ele lembrar de como Deus o havia conduzido em sua vida. “Eu te enviei ao
ribeiro de Querite, e mais tarde à viúva de Sarepta. Dei-te a comissão de retornar a Israel, e
estar diante dos sacerdotes idólatras no Carmelo; cingi-te de força para guiares o carro do rei à
entrada de Jezreel. Mas quem te enviou nesta fuga apressada para o deserto? Que missão tens
aqui?” PR 82.3. Gostaria de levá-lo a uma profunda reflexão ao te perguntar o seguinte: Que
missão tu tens longe da igreja? Que missão tu tens longe dos caminhos do Senhor? “O que te
fazes aí, Elias?”.
b. Reflita nas causas do desânimo: Investigue qual é a causa que tem te levado a este estado.
Talvez você possa dizer: Pastor, eu acho que estou com depressão. Bom, há diferença de
desânimo e depressão. Segundo a psicóloga cognitivo-comportamental, chamada Mayara
Ferreira, em uma entrevista no programa Entre Família, da Novo Tempo, afirmou que:
“desânimo é um sentimento de tristeza acompanhado de uma razão. Já a depressão é uma
patologia, uma doença”. Portanto investigue a causa que te tem levado a estar desanimado com
Deus, com a igreja, com a sua vida. Talvez seja algo que aconteceu no trabalho, ou mesmo a
acomodação que você teve durante a pandemia. Talvez o seu relacionamento com seu marido
com seus filhos, ou a mornidão que você tem visto e sentido na igreja. Questione: “o que tem
ocasionado o meu desânimo?” Uma das supostas causas que vemos no mundo de hoje e que é
resultado da pós-pandemia é a ociosidade. Ellen G. White escreveu: “Sensação de desânimo é
frequentemente resultado de indevida inatividade. A ociosidade dá tempo para cismar sobre
tristezas imaginárias. Muitos que não têm reais provações ou dificuldades atualmente, cuidam
em tomá-las emprestadas do futuro. Se essas pessoas procurassem aliviar as cargas de outros,
esquecer-se-iam das próprias. O trabalho enérgico, que chamasse à ação tanto as faculdades
mentais como as físicas, demonstrar-se-ia uma inestimável bênção à mente e ao corpo”. — The
Signs of the Times, 15 de maio de 1882 MCP2 603.4
a. Ilustração: O meu pai, quando entrava de férias era um dos períodos mais esperado por
ele no ano, pelo menos no início. Era o mês em que ele poderia fazer absolutamente
nada, para poder assim “descansar”. No entanto, quando o tempo ia passando, um forte
tédio acometia o meu pai, e consequentemente ele ia sentindo desanimado. Chegou até
em algumas férias, ele ter o desejo de voltar a trabalhar. Muitas vezes, eu me
questionava: Qual é o motivo para o meu pai ter desânimo quando ele está de férias?
Hoje eu entendo, que a causa que o levava ao desânimo nas férias era a ociosidade. Se
meu pai se ocupasse nesse período com atividades que ele gosta de fazer e que não
conseguiria realizar no seu período de trabalho, talvez o desânimo não o acometeria.
c. Aplicação: Antes de tomar uma ação, passe por um profundo passo de reflexão. Note se há algo
que te tem jogado para baixo, e então siga aja, começando talvez, pedindo ajuda de alguém de
confiança, temente a Deus.

II – Vença o desânimo aceitando ajuda (v. 5–8)

a. Recorra a bons amigos com bons conselhos: Ha uma certa frase que diz: “Vale mais a pena viver
de bons conselhos do que com todo o dinheiro do mundo”. De fato, não adianta tudo em mãos e
não sabermos como administrá-los. Diante da crise emocional que Elias estava passando, Deus
não o deixou desamparado. Um anjo foi enviando do Céu para auxiliá-lo. Nessa vida, ter boas
companhias com quem contar é algo fundamental para o desenvolvimento da fé. Salomão, após
ter aprendido com as desgraças que ele foi envolvido, afirmou: “porque se caírem, um levanta o
companheiro. Mas aí do que estiver só, pois caindo não haverá quem o levante.” (Ec. 4:10). Um
de tantos efeitos que o desânimo pode causar é o sentimento de solidão. Pensando que estava
abandonado, Elias pode perceber o cuidado e a preocupação de Deus em enviar um anjo para
auxiliá-lo em sua necessidade, mas parece que o desânimo o cegava, pois “olhou e viu, perto de
sua cabeça um pão assado sobre pedras em brasa e um jarro de água. Comeu, bebeu e tornou a
dormir” (1 Rs. 19:6). Mesmo tendo essa atitude, novamente Deus envia o anjo que dá a mesma
ordem e então ele atende e continua a viagem. (1 Rs. 19:7). Não deixe que o desânimo te cegue
para ver aquilo que Deus tem feito por você. Ellen G. White escreveu: “Cristo jamais abandona
aqueles por quem morreu. Nós podemos deixá-Lo, sendo esmagados pela tentação; mas
Cristo jamais pode deixar aqueles por quem pagou o resgate com Sua própria vida. Pudesse
nossa visão espiritual ser ativada, e veríamos almas curvadas sob a opressão e carregadas de
aflição, oprimidas como uma carreta sob pesada carga, e quase a perecer em
desencorajamento. [Talvez seja você] veríamos anjos voando velozes em auxílio desses
tentados, forçando a retroceder as legiões do mal que os sitiavam, e colocando seus pés sobre
firme plataforma. As batalhas entre os dois exércitos são tão reais como as travadas pelos
exércitos deste mundo, e do resultado do conflito espiritual dependem destinos eternos. PR
87.1. Por isso, é importante que você busque pessoas tementes a Deus para que possa ampliar
sua visão acima do problema e além disso lhe ajudar a recobrar as forças. Aliado a isso, nós
temos a companhia dos anjos que não nos abandonam.
b. Apegue-se nas promessas de Deus: os verbos levantar e alimentar podem ser entendidos mais
do que um levantar e alimentar do aspecto físico, mas também espiritual. Por isso, levante-se e
alimente das maravilhosas promessas que Deus tem revelado na Sagradas Escrituras. Recobre as
forças confiando nelas. Saiba que “o Senhor está perto dos que tem o coração quebrantado e
salva os de espírito abatido” (Sl. 34:18). Sobre este ponto, o rei Davi declarou: “Este é o meu
consolo no meu sofrimento: a tua promessa dá-me vida” (Sl. 119:50)
c. Aplicação: Ore a Deus pelas suas companhias, e sempre tenha comunhão com a sua palavra.
Tais passos lhe ajudarão a lidar com o desânimo que te assola ou pode te assolar.
a. Ilustração: Quando eu estava passando por uma grande crise espiritual, o conselho do
Pr. Silvano Barbosa me ajudou muito. Após um árduo trabalho de preparação para um
congresso teológico realizado no Unasp-EC, eu estava completamente exausto. De fato,
o resultado que obtive ali não era o que eu esperava. Estava imaginando uma
participação maior das pessoas, maio envolvimento, reavivamento, mas não foi isso à
primeira vista que aconteceu. Após esse congresso de 2 dias inteiros eu cedi
completamente ao desânimo, a ponto de pensar que não mais serviria para ser um
ministro de Deus em sua obra, e que não estava qualificado para dirigir a sua igreja. Por
não ser aquilo que eu imaginava, ceguei-me aos elogios que recebi daqueles que
participavam, e minha mente apenas focava nas críticas e naquilo que deu errado. Neste
estado depressivo, eu procurei a ajuda do Pr. Silvano Barbosa, que é o meu professor da
faculdade de teologia. Ao conversar com ele, ele me levou às promessas da Bíblia, que
por conta do desânimo eu havia esquecido. Ao meditar nelas, minha força foi recobrada
e este estado foi finalmente superado. Isso graças que aceitei a ajuda de alguém que era
temente a Deus.

III –Vença o desânimo trabalhando (v. 15-17)

a. Seja ativo sempre olhando para Deus: Após ter conduzido Elias a uma profunda reflexão, Deus o
então o conduz à ação. Deus demonstra para o profeta que o seu trabalho ainda não havia
terminado. Ó, quão grande e admirável é o amor e paciência de Deus para com nossa teimosia.
Em vez de ficar dialogando, Deus concede a Elias mais trabalho para ele realizar pela Sua causa.
Como falamos anteriormente, a ociosidade é a principal causa do desânimo. Ellen White
afirmou: “As sensações de desânimo são em geral o resultado de muito ócio. As mãos e a
mente devem ocupar-se com trabalho útil, que suavize os fardos dos outros; e os que assim
estão empenhados se beneficiarão a si mesmos também. A ociosidade dá tempo para se
ruminarem tristezas imaginárias; e frequentemente os que não possuem provas e sofrimentos
reais, tomam-nas emprestado do futuro.” MCP2 631.5. Por isso, tenha sempre atividades para
realizar, como entre elas, sendo participativo na igreja. Não olhe para as atividades da igreja
como um fardo, mas sim com alegria. Saiba que em cada atividade que realizamos para Deus
com amor, alegria e dedicação, Ele irá recompensar. Não despreze o trabalho que você realiza
na casa de Deus, muito menos não despreze o trabalho do seu irmão. Lembre-se do que
escreveu Ellen G. White: “Muitos, por não estarem ligados diretamente a alguma atividade
religiosa, acham que sua vida é inútil, que nada estão fazendo para o avançamento do reino
de Deus. Se pudessem fazer alguma grande coisa, quão alegremente a empreenderiam! Mas
porque só podem servir em pequenas coisas, julgam-se justificados em nada fazer. Erram nisto.
Um homem pode estar no serviço ativo de Deus enquanto empenhado nos deveres comuns de
cada dia — enquanto derrubando árvores, abrindo clareiras ou indo após o arado. A mãe que
educa seus filhos para Cristo está trabalhando para Deus, tão verdadeiramente como o
pregador no púlpito.” PR 110.2
b. Envolva-se no trabalho de ganhar almas para Deus: Separe um momento do seu dia para
meditar sobre a vida Jesus. Veja como ele ensinava e conduzia as pessoas para perto dele. Então
ore a Deus todos os dias para que ele coloque pessoas e você testemunhe do amor dele. Conte
aos seus colegas de trabalhos, amigos de infância, parentes e vizinhos como Deus trabalhou em
seu favor desde o dia que você se entregou a ele. Não guarde as bençãos que Deus tem te dado
para si, testemunhe a outros. Se envolva na obra de Deus, e a partir de hoje ore para que Ele
possa colocar alguém em sua vida para você dar estudos bíblicos. Saiba que “para o
desalentado há um seguro remédio — fé, oração e trabalho. Fé e atividade proverão segurança
e satisfação que hão de aumentar dia após dia. Estais tentados a dar guarida a sentimentos de
ansiedade ou acérrimo desânimo? Nos dias mais negros, quando as aparências parecem mais
agressivas, não temais. Tende fé em Deus. Ele conhece vossas necessidades; possui todo o
poder. Seu infinito amor e compaixão são incansáveis. ... E concederá a Seus fiéis servos a
medida de eficiência que suas necessidades requerem. …” VF 213.2
c. Aplicação: O trabalho na causa de Deus é essencial para que a espiritualidade não enfraquece e
seja tomada pelo desânimo. Por isso, se envolver e use os dons que Deus te deu para conquistar
almas para o reino de Jesus, e assim, o desânimo não mais te afetará.

Conclusão: Se hoje estou falando para alguém que nesse momento está sendo atacado pelo desânimo,
conjuro-te a pôr a sua fé em Deus. Investigue o que te tem levado ao desânimo, e então recorra à ajuda
de pessoas tementes a Deus, como também às promessas de Deus em sua palavra. Mais do que isso,
envolva-se, não se contente com a ociosidade. Sinta a alegria de levar pessoas a Jesus e trabalhe

Apelo: Quantos aqui neste dia, entenderam a mensagem que foi apresentada, eu gostaria de ver a sua
mão? Além disso, quantos aqui desejam cultivar a fé em Deus e colocar em prática os ensinamentos que
aprendemos. 1 Rs. 19? Que Deus te abençoe pela sua decisão.

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