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TerapiaCognitivoComportamental TCC
TerapiaCognitivoComportamental TCC
1
TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL EM ADULTOS
E IDOSOS
2
Módulo 1 – Introdução e conceitos
1
Cordioli, A. V. (2008) Psicoterapias: abordagens atuais. Porto Alegre: Artmed.
2
Wenzel, A. (2018). Inovações em terapia cognitivo-comportamental: intervenções estratégicas
para uma prática criativa. Porto Alegre: Artmed.
3
e protocolos específicos para diversos tipos e níveis de transtornos mentais além
de inovações constantes.
3
Ainda hoje é chamada dessa forma por alguns teóricos. Não há problema em chamar de
Terapia Cognitiva ou TCC.
4
Conceito psicanalítico, descrito na obra de A. T. Beck: Terapia Cognitiva da Depressão. 1982.
4
descrição se delineava o conceito do que mais tarde seria definido por Tríade
Cognitiva.
5
Beck, A.T. Terapia Cognitiva da Depressão. 1982.Zahar editores. São Paulo.
6
Cordioli, A. V. Psicoterapias: abordagens atuais. Artmed, 2008. Porto Alegre.
5
A formulação é como uma bússola que orienta o terapeuta a decidir
como:
Modelo Cognitivo
7
Wills, F. Terapia Cognitiva de Beck. Sinopsys Editora, 2021. Novo Hamburgo.
6
contas, poderia ter um pensamento automático, uma ideia (em palavras ou
imagens) que simplesmente apareceria em sua mente: “Eu não faço nada
direito”. Esse pensamento poderia, então, conduzir a uma reação específica:
você se sentiria triste (emoção) e se refugiaria em sua cama (comportamento).8
Modelo Cognitivo
SITUAÇÃO/ACONTECIMENTO
PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS
1. ...............
2. ......................
3. .....................
8
Beck, J. 2022 3ª edição. Terapia Cognitivo-Comportamental: teoria e prática. Porto Alegre,
Artmed.
7
9
Tríade Cognitiva
Com a certeza de que um paciente depressivo distorce sistematicamente
suas experiências de forma negativa, Beck descobriu que o paciente em
depressão apresentava uma visão global negativa de si mesmo, do mundo
externo e do futuro, evidenciada por inúmeras distorções cognitivas negativas,
também chamadas de erros ou viés de pensamento.
9
Analogia com a figura de um iceberg.
8
Beck definiu esta visão global como Tríade Cognitiva. A tríade consiste
em três padrões cognitivos principais e articulados que levam o paciente a
encarar a si mesmo, seu futuro e suas experiências (o outro e/ou o mundo) de
uma forma particular e distinta dos demais indivíduos que não tem depressão.
9
● O terceiro componente da tríade cognitiva consiste numa visão negativa do
futuro. À medida que a pessoa deprimida faz projeções a longo prazo,
antecipa que suas dificuldades ou sofrimentos presentes se prolongarão
indefinidamente. Prevê intermináveis frustrações e sofrimentos. Quando
considera a possibilidade de encarregar-se de uma tarefa específica no futuro
próximo, espera falhar.
5. Enfatiza o positivo.
9. É educativa.
10
11. As sessões de TCC são estruturadas.
e o comportamento.10
Conceitualização cognitiva
10
Beck, J. 2022 3ª edição. Terapia Cognitivo-Comportamental: teoria e prática. Porto Alegre,
Artmed.
11
Idem.
11
É importante que o terapeuta se coloque no lugar de seus pacientes,
desenvolva empatia pelo que estão experimentando, entenda como estão se
sentindo e perceba o mundo pelos olhos deles. As percepções, pensamentos,
emoções e o comportamento dos pacientes devem fazer sentido considerando
a interpretação das experiências passadas e atuais, seus pontos fortes e
vulnerabilidades, seus valores e atributos pessoais, sua biologia, sua genética e
hereditariedade.
12
Kuyken, W., Padesky, C. A., Dudley. R. (2010). Conceitualização de casos colaborativa: o
trabalho em equipe com pacientes em terapia cognitivo-comportamental. Porto Alegre : Artmed.
12
Pensamentos Automáticos
13
BECK, J. 2022 3ª edição. Terapia Cognitivo-Comportamental: teoria e prática. Porto Alegre,
Artmed
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As emoções que o paciente sente estão logicamente associadas ao
conteúdo dos seus pensamentos automáticos. Um exemplo da literatura, um
paciente em depressão:
● distorcem a realidade;
● estão associados a uma reação emocional e/ou fisiológica inútil;
● originam um comportamento inútil;
14
BECK, J. 2022 3ª edição. Terapia Cognitivo-Comportamental: teoria e prática. Porto Alegre,
Artmed.
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● interferem no sentimento de bem-estar do cliente e na habilidade
de dar os passos para atingir seus objetivos.
É vital estar alerta a pistas verbais e não verbais do paciente para que se
possa identificar as cognições mais importantes – pensamentos automáticos e
imagens relevantes que surgem na própria sessão de terapia. Estes
pensamentos podem interferir na relação terapêutica. Identificar tais
pensamentos durante a sessão dá ao paciente a oportunidade de testar e
responder aos seus pensamentos imediatamente, o que facilita o trabalho no
restante da sessão. Os pensamentos automáticos disfuncionais são quase
sempre negativos, exceto em casos em que o paciente:
● Seja maníaco ou hipomaníaco (“É uma ótima ideia ver como meu carro
pode andar rápido”);
● Tenha traços narcisistas (“Sou superior a todos”); e/ou
● Esteja se dando permissão para se engajar em comportamento mal-
adaptativo (“Tudo bem beber demais porque todos os meus amigos estão
fazendo a mesma coisa”).
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terapeuta irá identificar os pensamentos automáticos associados e então
fornecer psicoeducação (uma das técnicas da TCC que será apresentada no
decorrer da leitura).
16
Quando o terapeuta pergunta sobre os pensamentos automáticos, está
procurando as palavras ou imagens reais que passam pela mente do paciente.
Até que tenham aprendido a reconhecer esses pensamentos, alguns pacientes
relatam interpretações, as quais podem ou não ter sido seus pensamentos reais.
Se o terapeuta percebe que está ouvindo interpretações ao invés dos
pensamentos automáticos em si, continua recorrendo a descoberta guiada e o
questionamento socrático até que o paciente consiga descrever o pensamento
em si (técnicas utilizadas em TCC).
“Não sei se ir falar com o chefe não seria “Provavelmente vai ser uma perda de tempo
uma perda de tempo.” se eu for.”
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PERGUNTA AFIRMAÇÃO
“Será que vou conseguir lidar com isso?” “Não vou conseguir lidar com isso.”
“Vou aguentar se ela for embora?” “Não vou aguentar se ela for embora.”
“E se eu não conseguir fazer?” “Vou perder meu emprego se não conseguir
fazer.”
“Como vou resolver isso?” “Não vou conseguir resolver isso.”
“E se eu não conseguir mudar?” “Vou ser infeliz para sempre se não
conseguir mudar.”
“Por que isso aconteceu comigo?” “Isso não deveria ter acontecido comigo.”
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O terapeuta pode se perguntar: Por que os pacientes trazem problemas e
pensamentos automáticos que não são importantes? Na maior parte do tempo,
isso ocorre porque não estão suficientemente familiarizados com o tratamento.
Ou algumas vezes eles trazem problemas que ocorreram um pouco antes da
sessão de terapia.
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Crenças – definição e categorias
“Os temas nos pensamentos automáticos das pessoas sempre fazem sentido
depois que entendemos suas crenças”. Judith Beck
20
mesmo tempo ignorando dados contrários ou nem mesmo
processando os dados como relevantes para a crença.
Pessoas que têm uma história de ser menos sadias psicologicamente, ou que
vivem em ambientes físicos ou interpessoais mais perigosos, tendem a ter um
funcionamento mais deficiente; elas podem ter relacionamentos perturbados e
possuir crenças nucleares mais negativas. Essas crenças podem ou não ter sido
realistas e/ou úteis quando se desenvolveram inicialmente. Na presença de um
episódio agudo, no entanto, essas crenças tendem a ser extremas, irrealistas e
altamente mal-adaptativas.
21
1) Crença de desamparo – o indivíduo se sente incapaz de fazer as
coisas, se relacionar e se proteger. Com isso, pensa ser frágil,
vulnerável e inadequado com pensamentos do tipo:
● “Não consigo fazer as coisas.”
● “Sou incompetente, ineficaz, incapaz, desamparado, inútil e
carente, não consigo lidar com as coisas.”
● “Sou incapaz, sou fraco, vulnerável, não tenho saída, não
tenho controle da situação, e provavelmente vou me
machucar.”
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Crenças Nucleares
Crenças nucleares são nossas ideias mais centrais sobre nós mesmos,
sobre os outros e sobre o mundo. As crenças nucleares disfuncionais são rígidas
e absolutas, mantidas pelo processamento mal-adaptativo das informações.
Alguns autores se referem a essas crenças como esquemas. (Beck 1964, apud
Beck, J. 2013) diferencia as duas sugerindo que os esquemas são estruturas
cognitivas dentro da mente. O conteúdo dos esquemas pode ser cognitivo
(expresso em crenças), motivacional, comportamental, emocional ou fisiológico.
As pessoas começam a desenvolver crenças nucleares desde muito cedo,
influenciadas por sua predisposição genética, sua interação com outras pessoas
significativas e pelo significado que atribuem a suas experiências e
circunstâncias.
Quando os indivíduos não estão deprimidos, em geral eles têm uma visão
equilibrada do futuro, entendendo que terão muitas experiências positivas,
neutras e negativas. Entretanto, quando estão deprimidos, costumam ver seu
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futuro como sombrio, como incessantemente infeliz, com pouca ou nenhuma
satisfação ou prazer e como algo além do seu controle.
24
2.Técnica da Seta Descendente: A técnica da seta descendente ajuda a
identificar crenças nucleares negativas dos pacientes; ela envolve pedir que o
paciente suponha que seus pensamentos automáticos (aqueles com os temas
atuais) são verdadeiros e então questione sobre o significado dos seus
pensamentos automáticos.
Terapeuta: O que passou pela sua mente quando você percebeu que recebeu
uma cobrança porque havia se esquecido de pagar a conta?
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globais, rígidas e generalizadas. Pensamentos automáticos, as palavras ou
imagens reais que passam pela mente de uma pessoa, são específicos para a
situação e podem ser considerados como o nível mais superficial de cognição.
Essas crenças influenciam a sua visão de uma situação, a qual por sua
vez influencia como ele pensa, sente e age. A relação dessas crenças
intermediárias com as crenças nucleares e os pensamentos automáticos está
representada a seguir:
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funcionais e baseadas na realidade podem ser desenvolvidas e fortalecidas
durante o tratamento. A forma mais rápida de ajudar os pacientes a se sentirem
melhor e a agirem de maneira mais adaptativa é auxiliá-los a identificarem e
fortalecerem suas crenças adaptativas mais positivas e a modificarem suas
crenças imprecisas.
Distorções cognitivas
15
Beck, J. S. (2022). Terapia Cognitivo-Comportamental: teoria e prática. Porto Alegre, Artmed.
3.ed.
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Esses pensamentos automáticos podem ser classificados de acordo com
vieses ou distorções específicas. Os pensamentos automáticos podem ser
verdadeiros ou falsos; por exemplo, o pensamento automático “Ela não gosta de
mim” pode estar baseado na distorção cognitiva denominada leitura da mente (i.
e., não tenho evidências suficientes para confirmar essa crença), mas também
pode se revelar verdadeiro.
Adivinhação: Prever o futuro a partir de “Eu não conseguirei o emprego", "vou ser
evidências limitadas. reprovado no exame"
16
Leahy, R. L. (2018). Técnicas de terapia cognitiva : manual do terapeuta. Porto Alegre:
Artmed. 2.ed
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Beck, J.S. (2013). Terapia Cognitivo-Comportamental: teoria e prática. Porto Alegre, Artmed.
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Raciocínio emocional: Argumentar que pelo fato
de sentir que algo é mau, assim deve ser. Você
acha que algo deve ser verdade porque você “No trabalho, eu sei fazer bem muitas coisas, mas
“sentiu” intensamente (na verdade, acreditou), eu ainda me sinto um fracasso.”
ignorando ou desvalorizando as evidências em
contrário.
Visão em túnel: Você enxerga apenas os “O professor do meu filho não faz nada direito. Ele
aspectos negativos de uma situação. é crítico, insensível e ensina mal.”
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Em contexto clínico, faz-se necessário levar o indivíduo a perceber que ainda
que pareçam corretos, os pensamentos podem ser avaliados em si mesmos.
Probabilidades não são certezas. E determinadas impressões não validam os
pensamentos que levam aos sentimentos, e que os pensamentos podem ser ou
precisos ou distorcidos. Os pensamentos podem ser avaliados em relação aos
dados da experiência. Podem ser desenvolvidos experimentos ou tarefas as
quais o indivíduo pode comparar seus pensamentos à evidência. (DOBSON,
2011)
30
desafio. A raiva pode fornecer energia para fazer a coisa certa na forma certa a
serviço dos seus valores.
18
Beck, A. T. 1979. Terapia cognitiva da depressão. Editora zarar.
19
Idem.
31
Emoções positivas e negativas
As emoções negativas fazem parte de uma função tanto quanto uma dor
física, e frequentemente alerta para problemas potenciais aos quais é necessário
dar atenção. Isso não significa que a emoção negativa será eliminada, mas que
se pode reduzi-la quando excessiva. O terapeuta não desafia ou contesta as
emoções do paciente. Em vez disso, reconhece, empatiza e valida suas
emoções e então colaborativamente avalia as cognições que originaram o
sofrimento; ou intervem de outra maneira, com a solução de problemas, voltando
a atenção para outra coisa, aceitando a emoção negativa ou usando outras
técnicas de regulação emocional.
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Algumas vezes, além do terapeuta pedir ao paciente que identifique sua
emoção, será necessário quantificar o grau da emoção que está
experimentando. Avaliar a intensidade de uma determinada emoção sentida pelo
paciente antes e depois de uma intervenção terapêutica o ajuda a decidir se faz
uma análise mais aprofundada ou se usa intervenções adicionais, de modo que
se possa evitar passar prematuramente para outra cognição ou problema.
● Solução de problemas
● Avaliação e respostas aos pensamentos negativos
● Engajar-se em (e estando plenamente consciente das) atividades sociais,
prazerosas ou produtivas
● Exercitar-se
● Aceitar a emoção negativa sem críticas
● Usar mindfulness (para se desligar de pensamentos perturbadores)
● Fazer relaxamento, imaginação guiada ou exercícios respiratórios
● Engajar-se em atividades tranquilizadoras (caminhar na natureza, tomar
um banho, ouvir música suave)
● Focar nos próprios pontos fortes e qualidades positivas.
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uma oportunidade para avaliar empiricamente suas ideias sobre inadequação e
incompetência, por exemplo.
35
As tarefas para casa também precisam ser graduadas de acordo com o
nível de entendimento do paciente. De modo geral, não se solicitam tarefas de
casa nos estágios iniciais do tratamento, até que o paciente complete alguma
forma da tarefa durante uma sessão.
20
Wright, J.H. (2008) Aprendendo a terapia cognitivo-comportamental: um guia ilustrado. Porto Alegre :
Artmed.
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e para assegurar que os pacientes estejam fazendo progresso. Provavelmente
serão necessárias entre 1 e 2 horas (ou até mais) para conduzir a sessão de
avaliação.
Modelo de avaliação:
● Dados pessoais.
● Queixas principais e problemas atuais.
● História da doença atual e eventos desencadeantes.
● Estratégias de enfrentamento (adaptativas e
desadaptativas), atuais e passadas.
● História psiquiátrica, incluindo tipos de tratamento
psicossocial (e opinião sobre a validade desses
tratamentos), hospitalizações, medicação, tentativas de
suicídio e situação atual.
● História de abuso de substância e situação atual.
● História médica e situação atual.
● História psiquiátrica familiar e situação atual.
● História do desenvolvimento.
● História geral familiar e situação atual.
● História social e situação atual.
● História educacional e situação atual.
● História vocacional e situação atual.
● História religiosa/espiritual e situação atual.
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● Pontos fortes, valores e estratégias de enfrentamento
adaptativas.
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incluindo profissionais da saúde mental. A sessão de avaliação em si vai tomar
menos tempo se os clientes conseguirem preencher com antecedência
questionários e formulários de autorrelato.
● cumprimentar o cliente;
● definir a pauta e transmitir expectativas apropriadas para a sessão;
● conduzir a avaliação psicossocial;
● definir objetivos amplos;
● relatar seu diagnóstico provisório e seu plano de tratamento amplo e
familiarizar o cliente com a TCC;
● estabelecer colaborativamente um Plano de Ação;
● definir as expectativas para o tratamento; e resumir a sessão e obter
feedback.
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positivas que o terapeuta pode encorajá-los a fazer com mais frequência.
Enquanto os pacientes descrevem um dia típico, o terapeuta anota e investiga:
43
● Recomendar leituras: Livros, artigos, folhetos informativos para
educar os pacientes e envolvê-los em exercícios de aprendizagem
fora das sessões de terapia;
● Utilizar a TCC computadorizada: Protocolos de TCC virtual
devido ao maior acesso ao tratamento e ao melhor custo-
benefício;
● Realizar exercícios sistemáticos na sessão (ABC, Registro de
pensamentos, diagrama cognitivo e etc): escrever um exemplo
de exercício na própria sessão durante a explicação deste. Serve
como modelo-padrão de exercício. Os exercícios são utilizados
também na conceitualização e na reestruturação cognitiva de um
ou mais níveis de pensamento.
● Seta descendente: Após a identificação de pensamentos
automáticos, a técnica socrática denominada seta descendente
envolve o processo de desvendar camadas das cognições mais
profundas para chegar nas crenças intermediárias e nas crenças
nucleares.
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● Categorização das distorções cognitivas: identificar e nomear a
distorção pode produzir um impacto cognitivo e enfraquecer tais
distorções. O entendimento do conceito de cada distorção cognitiva
possibilitará que o paciente fique atento às mesmas em seu
cotidiano;
● Exame de evidências: Uma forma efetiva de modificação de
pensamentos automáticos em que se ensina ao paciente a pesar
as evidências disponíveis pró e contra o seu pensamento e a
buscar interpretações alternativas, adaptativas, racionais e mais
adequadas às evidências. Ex: RPD com 7 colunas;
● Imagens mentais: Recriar mentalmente eventos importantes para
entrar em contato com pensamentos emoções;
● Descatastrofização: Avaliar a possibilidade de um resultado
catastrófico ocorrer, desenvolver plano para reduzir a possibilidade
de que isso ocorra, criar estratégia para enfrentar a catástrofe.
● Reatribuição: Conduzir o paciente enxergar nas possibilidades
para o problema;
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O automonitoramento faz parte de um construto mais amplo e
multifacetado denominado metacognição, o qual compreende crenças,
processos e estratégias que identificam, monitoram ou controlam cognições.
Com isso, o Automonitoramento diz respeito ao processo de identificar/ observar
as próprias cognições e monitorá-las com um objetivo terapêutico específico.
● O RPD
● Identificação e rotulação das distorções cognitivas (um instrumento
que avalia a intensidade e a frequencia com que as DCs estiveram
presentes ao longo da semana);
● O RDIA - Registro Diário de Ingesta alimentar: Algumas
adaptações foram propostas para o trabalho com outros
transtornos específicos que envolvem o comportamento alimentar;
● O RDH - Registros Diários de Humor (pacientes bipolares, por
exemplo)
● Cartões de enfrentamento: uma das técnicas mais simples da TCC,
consiste em escrever em um cartão lembretes ou elementos
motivacionais que sirvam como um monitor externo para ajudar o
paciente a lembrar dos temas abordados em sessão.(fotos,
palavras ou ideias que simbolizem a ideia central de um
determinado tópico.
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utilizada em problemas que merecem a atenção clínica tais como:
comportamento procrastinador, tomada de decisões e escolhas de vida,
implementação de projetos pessoais e profissionais etc.
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É uma ferramenta bastante simples e útil para o trabalho com muitos dos
problemas enfrentados na prática clínica em terapia cognitiva quando a questão
é tomada de decisões. Entretanto, ela pode não funcionar tão bem para aqueles
problemas relacionados a intensa carga emocional, como relacionamentos
afetivos, por exemplo. Não adianta colocar uma lista imensa de argumentos
racionais de um lado da balança, se na outra ponta, o único argumento – “ Mas
eu gosto dele” – tem um peso maior que todos os demais juntos.
Por fim, ambas as estratégias estão atreladas a um conceito da terapia
denominado Empirismo Colaborativo, em que paciente e terapeuta trabalham
juntos, em uma relação terapêutica e colaborativa, para atingirem juntos as
metas determinadas no início do tratamento (Beck e Alford, 2000).
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especialmente indicada quando o terapeuta precisa intensificar a motivação para
mudar pressupostos e principais crenças disfuncionais.
O mecanismo de ação da EM necessita da habilidade do terapeuta tanto
no componente relacional quanto técnico. O componente técnico engloba
elementos essenciais, técnicas distintas e estratégias que permitem enfraquecer
a “Conversa sobre manter como está” e incentivar a “Conversa sobre Mudança”:
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d) entender e explorar as motivações do paciente: Ao explorar as razões para
o paciente mudar ou não mudar um comportamento, muitas vezes este
conclui que quer fazer diferente, mas que antes precisa fazer algumas outras
mudanças que estão relacionadas À mudança principal.
e) escutar com empatia: Ao expressar empatia, o terapeuta mostra ao
paciente que compreende sua perspectiva, que entende sua visão, o que
fortalece a relação terapêutica.
f) fortalecer o paciente, estimulando a esperança e aumentando a
autoeficácia: O terapeuta tem um papel importante ao ajudar o paciente a
identificar as ações que surgem ao longo do tratamento e que resultam
positivas. Com essa identificação, o paciente notará a capacidade para
mudar diferentes comportamentos.
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A EM faz uso de quatro estratégias específicas. A abordagem básica para a
interação na EM é expressa pelo acrônimo:
52
DARN-CAT:
53
Utilizar a EM durante a TCC poderá ajudar a reduzir a resistência e a
ambivalência sobre mudar o comportamento-alvo, além de aumentar a
motivação e o comprometimento do paciente para com o tratamento.
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qualidade de vida. Envolve ainda técnicas de resolução de problemas, manejo
do tempo, modificação de padrões de comportamento, controle da hostilidade,
treino de assertividade e de controle da ansiedade e reestruturação cognitiva.
Uma parte importante da TCS é a redução da excitabilidade emocional e física
por meio da prática de respiração profunda.
Para executar o RPM, o paciente pode optar pela posição em que se sentir
mais confortável. Em primeiro lugar, o paciente é instruído a identificar as áreas
que apresentam contração muscular, ou seja, áreas com maior número de
pontos de tensão distribuídos pelo corpo, tais como dores nos ombros, nas
costas, pescoço ou na cabeça, ou apenas uma área específica.
55
É recomendado que a primeira aplicação do RPM seja dirigida por um
terapeuta e que a prática posterior seja inicialmente também supervisionada. No
entanto, ao adquirir confiança na autoaplicação, o paciente estará apto para
realizar a prática sozinho entre as sessões, bem como a identificar os pontos de
tensão no dia a dia e, automaticamente, sentir alívio ao relaxar tais músculos.
Dessa forma, a prática regular auxilia o paciente a evitar o tensionamento
desnecessário de áreas do corpo no cotidiano.
Exercícios de respiração
56
ocorrência às consequências da ventilação excessiva. A interpretação
equivocada desses sintomas gera medo e ativa o sistema nervoso autônomo,
aumentando assim a frequência respiratória, o que causa maior redução de CO2
e intensifica os sintomas hipocápnicos. Isso cria um feedback positivo, o que
aumenta a reação de ansiedade e pode inclusive desencadear um ataque de
pânico.
Respiração diafragmática
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● Encontre um lugar confortável para sentar ou deitar. Observe sua respiração
por alguns segundos. Agora procure respirar um pouco mais lentamente,
enchendo e esvaziando um pouco mais os pulmões a cada vez, sem fazer
força nem soprar o ar para fora. Tente dilatar um pouco o seu abdômen e
cada vez que o ar entrar e relaxar o abdômen enquanto o ar sai dos pulmões.
Tente fazer isso durante alguns dias, dois minutos por dia.
● Quando perceber que está conseguindo levar o ar mais para a barriga e que
o seu peito se movimenta muito pouco ao respirar, passe para a etapa
seguinte: inspire contando até dois e solte o ar contando até quatro, devagar.
Se sentir falta de ar ou desconforto, solte o ar em três tempos ao invés de
quatro. Com o tempo, vai ficando mais fácil.
58
desafiadora, porém possível de ser modulada pelo paciente. Dessa forma, se o
terapeuta planeja uma exposição a uma situação que desencadeie muita
ansiedade sem o paciente tenha ainda as habilidades necessárias para modular
suas emoções, é possível que este utilize estratégias de redução da ansiedade
pela esquiva ou que experimente um nível de desconforto tal que reforce as
crenças acerca da dificuldade de lidar com o medo. Por esse motivo, na maior
parte dos casos é indicado o planejamento de uma hierarquia de exposições, em
que o paciente fará enfrentamentos graduais das situações, da mais fácil para a
mais difícil.
Para uma exposição bem feita, é necessário que seu planejamento seja
realizado de forma colaborativa. O procedimento básico inclui listar as situações
e estímulos temidos, hierarquizando-os em graus de dificuldade, iniciando os
enfrentamentos pelas situações menos temidas e passando às mais
ansiogênicas, à medida que a ansiedade nas etapas anteriores for diminuindo.
Por exemplo, uma hierarquia de exposição de um paciente com ansiedade
social:
Nível de ansiedade
Situações (0-10)
1. Dizer “bom dia” para o porteiro do prédio pela 4
manhã
2. Dizer “bom dia” para um colega da faculdade 5
3. Pedir emprestadas as anotações de aula para 7
um colega
59
evidências empíricas que desafiem suas crenças sobre o nível de ameaça
representado pela situação e suas habilidades de manejá-la.
60
A exposição imaginária ou a utilização de recursos de realidade virtual é
semelhante à exposição ao vivo, com a diferença de que o estímulo não está
presente de fato, mas é evocado mentalmente pelo paciente ou apresentado por
algum meio eletrônico. Esta pode ser um passo inicial nos enfrentamentos
quando as situações comportamentais gerarem uma ansiedade muito alta.
Inicialmente é realizada com o paciente uma hierarquia de situações a serem
enfrentadas imaginariamente, no consultório. Um detalhe importante aqui é
evitar a distração e favorecer a vivência da situação imaginária e o senso de
presença, lançando mão do máximo de elementos sensoriais possíveis. Dessa
forma, quanto mais concentrado e imerso na situação o paciente estiver, maior
será a similaridade com a situação geral e mais ansiedade o paciente
experimentará.
Exposição interoceptiva
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A exposição interoceptiva é uma técnica amplamente usada para o
Transtorno de Pânico, mas que atualmente desempenha um papel fundamental
no tratamento da ansiedade de forma geral. Esta é caracterizada pela indução
repetida às sensações físicas temidas e pelo enfraquecimento da resposta do
medo através da habituação. O paciente é instruído a realizar uma série de
exercícios que desencadeiem as alterações fisiológicas temidas. O objetivo
principal é promover a habituação às sensações físicas sem se engajar em
medidas para reduzi-las imediatamente. É importante investigar com o paciente
quais são os sintomas que se apresentam com maior frequência e que geram
maior ansiedade. Para uma boa exposição, a sensação experimentada deve se
assemelhar à temida e o paciente deve vivenciar e observar a ansiedade
relacionada ao sintoma aumentar e decrescer à medida que o tempo passa e a
homeostase se reestabelece.
62
A exposição interoceptiva no tratamento da ansiedade tem como principal
função o enfraquecimento do condicionamento interoceptivo, que faz com que,
na presença de uma alteração fisiológica qualquer, as áreas cerebrais
relacionadas ao medo desencadeiem uma reação de ansiedade, gerando mais
sintomas físicos e iniciando uma espiral de ansiedade. A recente inclusão dessa
técnica no tratamento de outros transtornos de ansiedade se deve ao fato de que
a presença de sensações físicas alimenta a reação de ansiedade, em função do
condicionamento interoceptivo mesmo em pacientes que não tenham medo dos
sintomas especificamente.
Dessensibilização sistemática
63
fundamentação teórica das intervenções clínicas. Entretanto, a
dessensibilização sistemática continua a ser utilizada como base para a principal
contribuição behaviorista para o tratamento da ansiedade: a exposição.
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2. Se você perceber que está evitando algo, passe a enfrentar;
3. Se, ao enfrentar, você sentir necessidade de fazer alguma coisa para
aliviar o desconforto, não faça.
4. Repita os passos anteriores o maior número de vezes e pelo maior
tempo possível.
65
Conforme a literatura referente ao conceito de Habilidades Sociais (HS),
não há uma conceituação única habitualmente aceita acerca do construto.
Contudo, a partir dos autores mais citados como Caballo e Del Prette & Del
Prette, o termo habilidades refere-se à justaposição entre a conduta interpessoal
e a capacidade de atuação aprendida.
66
Modelação
67
Um exemplo de uso de modelação consiste em reportar-se à exemplos
bem-sucedidos próximos ao paciente, dos quais ele seja capaz de
identificar os elementos reforçadores para manutenção do
comportamento.
Modelagem
68
comportamento, seguido da crítica ou comportamento a ser modificado e, por
fim, finaliza-se com novo ponto favorável.
Ex: Bernardo, você é ótimo amigo e alguém por quem tenho muita afeição, no
entanto, o fato de sempre se atrasar, quando passo na sua casa para te dar
carona para o trabalho, tem me aborrecido muito e receio que, caso este
comportamento se mantenha, não será possível que eu continue a lhe oferecer
carona, o que seria lamentável, pois gosto muito das conversas que temos a
caminho do trabalho, e sinto satisfação em retribuir a sua amizade ajudando-o
de alguma forma.
1. Fazer pedidos com frequência (não com o objetivo de obter algo, mas
sim para dar-se conta de que pedido não significa exigência,
reconhecendo-se o direito da pessoa em atendê-lo ou recusá-lo);
2. Esclarecer o pedido (caso a outra pessoa não tenha compreendido);
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3. Fazer um único pedido, caso seja negado (para que se compreenda
que novos pedidos possam consistir em violação dos direitos de
outrem);
4. Aprender a lidar com crenças irracionais sobre fazer pedidos (“se
tenho um pedido atendido, estarei em dívida com o outro!”)
Alguns exemplos de tarefas que podem ser úteis par auxiliar o paciente a
treinar a habilidade de fazer pedidos consistem na delegação de algumas tarefas
de casa, tais como: I) Pedir algo ao vizinho; II) Pedir informação sobre algum
endereço; III) Pedir ajudar para resolver algo no trabalho; IV) Pedir desconto em
alguma compra; V) Pedir para usar o telefone de alguém; VII) Pedir para trocar
alguma mercadoria, etc.
Fazer perguntas
70
demonstração de interesse por outras pessoas. A seguir, categorias e exemplos
de perguntas:
Fornecer respostas
Um exemplo de situação:
- Muitas pessoas têm dificuldade em matemática. Acaso você também tem?
- Sim, tenho alguma dificuldade. (resposta objetiva)
- Em geral pessoas que têm dificuldade em matemática não são muito espertas.
- Particularmente, penso que dificuldades nessa disciplina seja algo comum a
boa parte das pessoas e, além disso, alguém que tenha dificuldades com ela
71
pode sair-se bem em outras disciplinas. (resposta ao que foi colocado de forma
implícita)
- Não gosto desse professor novo! Acho detestável a forma com que ministra
suas aulas! O que você pensa dele?
- Honestamente, acho difícil responder a seu questionamento, ainda não tenho
uma opinião formada a esse respeito, justamente por ele ser novo no colégio.
(Manifestação da própria dificuldade em responder o que foi colocado).
Em geral, somos mais propícios a criticar, quando alguém nos faz algo
negativo, do que elogiar, quando, ao contrário, nos faz algo positivo. Há que ser
esclarecido de que, em geral, fazer elogios reforça o comportamento de quem
faz algo positivo (propiciando repetições) e, além disso, propicia que os outros
sintam-se respeitados e honrados, ao contrário de preteridos e ignorados,
favorecendo o relacionamento interpessoal (seja ele com familiares, amigos,
colegas de trabalho, etc).
72
IV) não é interessante devolver o elogio recebido com outro igual
dirigido à terceiros, pois pode soar superficial ou como resultado
de obrigação.
Feedback
73
IV) Orientação: o feedback deve ter estritamente como foco
comportamentos passíveis de modificação no momento;
V) Positividade: o feedback sobre comportamentos adequados do
paciente deve ser priorizado ao feedback sobre comportamentos
negativos;
VI) Fidedignidade: deve-se chegar se o paciente concorda com o
feedback fornecido.
Civilidade
74
Mindfulness
75
monitoramento aberto mais estável e com menor suscetibilidade às distrações
ao longo do tempo.
77
de controle da respiração. Tampouco é um exercício para pensar
sobre a respiração. É um exercício de estar consciente do processo
de respirar, assim como das sensações associadas, sem que estas
sejam categorizadas ou conceitualizadas. É um exercício de sentir-se
presente e ancorado no corpo através de cada inalação e exalação.
Portanto, manter uma atenção plena no momento presente envolve
manter a atenção a cada nova inalação e a cada nova exalação. Toda
vez que o praticante perceber que sua atenção se dissipou,
gentilmente deve redirecioná-la à consciência da respiração, tantas
vezes quanto for necessário. Essa prática pode ser feita na posição
sentada no chão, com as pernas cruzadas, ou sentada em uma
cadeira, sem que as costas toquem o encosto, com os pés apoiados
no chão e as mãos apoiadas nos joelhos. No chão ou na cadeira, os
ombros, braços e a face devem estar relaxados, os olhos levemente
cerrados, a coluna ereta, e a sensação interna deve ser de conforto e
tranquilidade.
4) Meditação da atenção focada: Técnicas de focalização em um objeto
mais específico podem ser adotadas, tal como o uso da contagem
sincronizada à respiração, sendo que diferentes modalidades de
contagem podem ser empregadas. Uma delas envolve contar ciclos
de 10 contagens, sendo cada número sincronizado com um
movimento respiratório. Assim, o praticante conta mentalmente o
número 1 enquanto inspira, e 2 enquanto expira e assim por diante até
atingir a contagem do número 10.
5) Meditação da atenção plena sem foco específico: Nesta meditação
busca-se estar atento e consciente à totalidade da experiência do
momento presente, seja qual for a experiência. Essa experiência pode
envolver a percepção de sensações, sons, pensamentos e/ou
sentimentos. Através desse processo, é comum que as pessoas
percebam, mais do que nunca, o grande número de pensamentos que
as acompanha incessantemente. A meditação da atenção plena
78
possibilita a percepção e conscientização da atividade mental normal,
a qual nem sempre é inteiramente percebida e conhecida quando nos
encontramos em estado de vigília e distração. Com essa meditação
busca-se a consciência do momento presente, incluindo os
pensamentos. A característica principal é que se deve observar os
pensamentos, deixando-os surgirem e desaparecerem naturalmente.
Em outras palavras, na meditação da atenção plena busca-se olhar
para os pensamentos, em vez de olhar a partir dos pensamentos. Esse
processo pode não ser fácil, uma vez que a atividade mental humana
é essencialmente semântica e associativa, sendo natural que os
pensamentos sigam um fluxo de encadeamentos e elaborações.
Portanto, algumas estratégias são sugeridas para que gradualmente o
praticante desenvolva a habilidade de apenas observar os
pensamentos, sem ser guiado por eles. Dentre elas pode-se citar
metáforas como a tela de cinema, céu e nuvens, e as folhas de um
riacho. Vale enfatizar que em qualquer tipo de meditação, a respiração
e o corpo sempre serão âncoras para a conexão com o momento
presente.
6) Meditação dos três minutos de meditação: Este exercício tem o
objetivo de auxiliar a pessoa a permanecer presente e ancorada ao
longo do dia, ou em qualquer momento ou situação que sinta que o
seu senso de equilíbrio e o seu controle estão prejudicados. É como
uma “mini meditação”, que funciona como uma ponte entre a prática
mais longa e as demandas do dia a dia. Recomenda-se que seja
realizada em horários regulares de cada dia, tornando-a parte da rotina
diária. Essa breve meditação caracteriza-se por três fases
subsequentes de um minuto cada: I) tornar-se consciente – deve-se
trazer à consciência as experiências internas, reconhecendo-as
através da pergunta “qual é a minha experiência neste momento?”, a
qual pode ser desmembrada nos questionamentos: “quais
pensamentos estão se passando na minha cabeça?”, “quais
79
sentimentos estão presentes neste momento?”, e “quais sensações
corporais estão presentes neste momento?”; II) focalizar a atenção –
deve-se direcionar a atenção a um foco mais fechado, em particular
as sensações físicas da respiração, percebendo-se e conectando-se
com os movimentos que acompanham a inalação e a exalação; e III)
expandir a atenção – deve-se expandir o campo da consciência da
respiração, percebendo o corpo como um todo, a postura e a
expressão facial, como se o corpo inteiro estivesse respirando. Caso
ocorra a percepção de algum desconforto ou tensão, deve-se levar o
foco da atenção à região e à intensidade da sensação, imaginando e
sentindo que a respiração ocorre ao redor da mesma. Dessa forma,
busca-se desenvolver a habilidade de explorar as sensações de
desconforto, sem gerar resistência às mesmas.
7) Meditação informal: Entende-se que a atenção plena ao momento
também deve ser cultivada e praticada em outros contextos e durante
atividades do dia a dia. Com isso, cada praticante pode pensar quais
as atividades que compõe a sua rotina e como poderia praticar a
atenção plena em cada uma delas. Alguns exemplos: momento de
escovar os dentes, o banho, o deslocamento de um local a outro, o
momento de cozinhar uma refeição, o momento de comer uma
refeição, entre outros.
80
disso, mindfulness o ajuda a observar e aceitar suas experiências internas sem
julgamento, sem avaliá-las ou tentar mudá-las.
Prevenção da Recaída
81
terapeuta pode investigar sua crença subjacente (“O que significa para você que
eu esteja tentando lhe dar o crédito?”).
2) Ensinar Habilidades:
Um bom item para o Plano de Ação é escrever uma sinopse dos pontos
importantes e habilidades que ele aprendeu no tratamento. As técnicas e
habilidades comuns que podem ser usadas durante o tratamento e depois da
terapia incluem as seguintes:
82
É necessário que o terapeuta ajude o paciente a entender como ele pode
usar essas habilidades em outras situações durante e após a terapia, sempre
que ele perceber que está tendo uma reação que parece desproporcional para
a situação. Por exemplo, ele pode reconhecer que está sentindo mais raiva,
ansiedade, tristeza ou constrangimento do que a situação requer. Ou talvez ele
veja um padrão de comportamento inútil que queira mudar.
83
sessões mensais antes do término do tratamento e várias sessões de reforço
bem espaçadas depois disso.
● Economizarei dinheiro.
● Poderei usar o tempo para outra coisa.
● Ficarei orgulhoso de mim ao resolver meus próprios problemas.
● Reforçarei a minha confiança.
● Não terei que ir até o consultório [do meu terapeuta].
84
Módulo 2 - TCC aplicada aos transtornos em adultos
85
Estratégias de tratamento
86
Modificação de atenção e de situação
Exercícios de respiração
Exposições
87
10). Essa informação é usada para as práticas de exposição. Durante a
preparação para a exposição, é importante desenvolver uma hierarquia de
situações que o paciente em geral teme ou evita. Os itens devem ser específicos,
concretos e levar em consideração os fatores que influenciam as preocupações
específicas do paciente.
88
separado de si mesmo, medo de perder o controle ou de enlouquecer, medo de
morrer, sensações de dormência ou formigamento e calafrios ou ondas de calor.
89
as quais, caso interpretadas de forma catastrófica, aumentam ainda mais a
apreensão e a intensidade das sensações corporais.
90
Psicoeducação
91
identificados. Despertar curiosidade sobre uma experiência pode ajudar a
diminuir o medo que se tem dela.
Exercícios de respiração
Reestruturação cognitiva
92
Durante a reestruturação cognitiva, os pensamentos mal-adaptativos do
paciente são tratados como hipóteses. Encoraja-se o paciente a se tornar um
observador objetivo e, assim como cientistas, explorar a natureza de sua
ansiedade com a meta de encontrar estratégias eficazes para lidar com ela.
Exposição
93
durante um minuto, três vezes seguidas todos os dias) pode levar à redução
significativa no medo do paciente de determinadas sensações.
94
A preocupação é um fenômeno interessante. Preocupar-se com um
evento futuro não é o mesmo que simplesmente antecipar um evento.
Preocupar-se é um processo cognitivo que envolve principalmente atividade
verbal e, em menor grau, imagens.
95
“preocupar-me com o emprego vai me ajudar a mantê-lo”). Essas crenças
abrangentes sobre a função da preocupação são chamadas de metacognições.
Estratégias de tratamento
96
Primeiramente, despertar a consciência da função da preocupação e,
então, discutir as crenças mal-adaptativas sobre preocupação podem
interromper o ciclo em seu estágio inicial.
Reestruturação cognitiva
97
1. O terapeuta e o paciente identificam uma questão com a qual o paciente
se preocupa frequentemente.
Meditação e relaxamento
98
Estratégias de meditação voltadas para imagens podem ser ainda mais
benéficas para se obter um distanciamento dos pensamentos, imagens ou
impulsos indesejáveis. Estratégias de meditação de enfoque em imagens podem
instruir o paciente a se distanciar dessas experiências.
Exposição e aceitação
99
que eventos negativos aconteçam conosco e com nosso grupo. A preocupação
excessiva, entretanto, é mal-adaptativa. Embora preocupar-se em si seja uma
atividade desagradável, ela é mantida por meio de raciocínio emocional.
100
escrever em público, iniciar ou manter conversas, frequentar festas, ir a
encontros amorosos, conhecer estranhos ou interagir com figuras de autoridade;
e medos relacionados a observação (p. ex., trabalhar na frente dos outros, andar
na rua). Quando os medos do indivíduo estão relacionados a maioria ou a todo
tipo de situação social, atribui-se o subtipo “ansiedade tipo generalizada”.
101
importante, motivam os indivíduos com TAS a estar hipervigilantes em busca de
indicações precoces de desaprovação (p. ex., franzir a testa, bocejar) e aspectos
de seu próprio comportamento e aparência que possam evocar avaliação
negativa (fazer um comentário bobo, não estar vestido adequadamente, tremer
visivelmente). A divisão dos recursos de atenção entre ameaças sociais
externas, a representação mental (distorcida) de si aos olhos dos outros e as
demandas da atual tarefa social podem resultar em déficits reais de desempenho
(os quais, por sua vez, podem gerar avaliação social negativa).
102
persistente e acarreta prejuízos significativos no funcionamento ocupacional e
social.
Estratégias de tratamento
Psicoeducação
103
extremamente útil estabelecer de modo claro as metas e expectativas concretas
de tratamento na forma de objetivos de aprendizagem.
Reestruturação cognitiva
104
pacientes a confiança e a motivação para experimentar esses comportamentos
na vida real.
Exposição
105
Em terceiro lugar, as exposições possibilitam que o paciente reavalie sua
autoapresentação social. Para essa finalidade, pode-se usar um feedback em
vídeo para reexaminar a previsão do paciente sobre seu desempenho.
Especificamente, essa técnica inclui uma preparação cognitiva antes de assistir
ao vídeo, durante a qual pede-se ao paciente que faça uma previsão detalhada
do que irá observar no vídeo. Ele, então, é instruído a formar uma imagem de si
mesmo fazendo a palestra. Para comparar a autoapresentação
imaginada/percebida com a autoapresentação real, é solicitado ao indivíduo que
assista ao vídeo do ponto de vista de um observador (i.e., como se ele estivesse
assistindo a uma pessoa desconhecida).
106
“devolver uma peça de roupa minutos depois de tê-la comprado”, o terapeuta
deve orientar o paciente a “comprar a peça de roupa, carregá-la enquanto se
dirige à saída, e, ao chegar à porta, virar-se, encontrar o mesmo vendedor, e
pedir a troca da roupa dizendo: ‘Quero trocar esta roupa que acabei de comprar
porque mudei de ideia’”. O objetivo dessa tarefa pode ser dizer essa frase em
particular.
107
Para que ocorra uma mudança efetiva, a atenção deverá ser usada para
um desempenho social bem-sucedido ao invés de gastá-la no monitoramento da
própria ansiedade. Uma estratégia eficaz é encorajar o paciente a voltar sua
atenção para aspectos relacionados a tarefas em vez de fatores relacionados ao
temor (p.ex., coração acelerado, pensamentos negativos voltados para si). Voltar
a atenção voluntariamente para estímulos diferentes quando se encontrar em
um estado de ansiedade.
108
exposto de forma repetida ou extrema a elementos aversivos de um evento
traumático (p. ex., um profissional de salvamento coletando partes de corpos das
vítimas, policiais repetidamente expostos a detalhes de abuso infantil).
109
● Evitação persistente e entorpecimento (critério C)
Refletem a tentativa de se distanciar física e psicologicamente do
trauma. Já foi sugerido que os sintomas de evitação são uma resposta à
revivescência dos sintomas. À medida que as recordações traumáticas
invadem a consciência, o mesmo acontece com as emoções negativas
dolorosas associadas ao trauma.
Sendo assim, o indivíduo se esforçar para evitar pensamentos e
sentimentos relacionados ao trauma, bem como situações e eventos que
o lembrem, ou pode acabar se esquecendo de aspectos importantes do
trauma. A evitação da recordação traumática leva a uma redução
temporária das emoções dolorosas, mas, paradoxalmente, aumenta o
comportamento evitativo.
Sobreviventes de trauma frequentemente relatam ter estilos de vida
muito restritos após a experiência traumática, devido à necessidade de
evitar coisas que lembrem a memória traumática e emoções associadas
a ela. Pelo menos três tipos de comportamento evitativo são necessários
antes de se poder fazer um diagnóstico. Da mesma forma, sintomas de
distanciamento ou entorpecimento (parte do critério D) são tentativas de
interromper os sentimentos aversivos associados a essas recordações
invasivas. Esse distanciamento pode então se generalizar a todas as
emoções, tanto positivas quanto negativas.
Os sobreviventes de trauma geralmente declaram que não sentem
mais as coisas com intensidade ou que se sentem entorpecidos na maior
parte do tempo. Esse tipo de distanciamento generalizado pode interferir
profundamente na capacidade de se relacionar com outras pessoas,
desfrutar da vida cotidiana, manter-se produtivo e fazer planos para o
futuro.
Também é importante observar que nem todos os sobreviventes de
traumas apresentam insensibilidade emocional. Pelo contrário, alguns
têm emoções negativas contínuas e intensas, como raiva ou vergonha.
110
● alterações negativas em cognições e no humor (critério D)
(p. ex., dificuldades de memória, sentir-se distanciado, crenças negativas
persistentes)
Os sobreviventes de traumas podem experimentar sintomas
cognitivos persistentes como a incapacidade de recordar algum aspecto
importante do evento traumático, geralmente devido a amnésia
dissociativa. Eles incluem crenças negativas sobre sobre si mesmos, os
outros ou a vida em geral (p. ex., “eu nunca vou conseguir ter um
relacionamento normal”, “nenhum lugar é 100% seguro”).
Podem ter percepções distorcidas, muitas vezes envolvendo
autorresponsabilização, sobre as razões do trauma ou suas
consequências.
● hiperexcitação (critério E)
111
Pelo menos dois dos comportamentos do critério E devem estar presentes
para um diagnóstico de TEPT. Os critérios de sintomas descritos devem ser
cumpridos simultaneamente por pelo menos um mês para receber um
diagnóstico de TEPT, e os sintomas devem ser percebidos como
desconfortáveis ou como algo que causa prejuízos ao funcionamento.
112
evitação de recordações relacionadas ao trauma e pode refletir vergonha,
constrangimento e autorrecriminação pelos incidentes.
113
Em geral, recomenda-se que o clínico sempre comece com perguntas
amplas sobre vivências e depois avance para questões de base
comportamental, mais específicas.
Técnicas de exposição
114
As descrições são repetidas várias vezes em cada sessão (por 60
minutos) e gravadas. Os pacientes têm tarefas de casa, como ouvir a gravação
e realizar tarefas in vivo. Nas sessões, toma-se cuidado para garantir que sua
ansiedade diminua antes do fim da sessão, com ajuda do terapeuta, se
necessário.
Reestruturação Cognitiva
115
A outra forma de terapia cognitiva é mais voltada ao trauma e
construtivista, concentrando-se nos significados específicos que o(s) evento(s)
têm para o paciente e como essas interpretações contradizem ou aparentemente
confirmam crenças anteriores sobre si e sobre outras pessoas. Essas premissas
distorcidas em relação ao evento (p. ex., “Eu deveria ter sido capaz de
interromper o evento, então é minha culpa que tenha acontecido”) podem
sustentar uma crença em um mundo justo ou em uma sensação de
controlabilidade, mas geralmente à custa de autoestima reduzida, vergonha ou
culpa.
116
causam acentuada ansiedade ou sofrimento. Entre as obsessões comuns estão:
pensar repetidas vezes sobre ter prejudicado os outros, sobre contaminações e
duvidar sobre ter fechado a porta de casa.
Muitos indivíduos com TOC têm medo de que alguma coisa terrível
aconteça se eles deixarem de realizar seus rituais. Esses pacientes, que têm,
por exemplo, rituais de lavagem, geralmente têm medo de que eles próprios e/ou
alguma outra pessoa fique doente ou deficiente, ou morra como consequência
de contaminação.
117
Pacientes com rituais de verificação temem que, em função de sua
negligência, aconteçam determinadas catástrofes, como sua casa se incendiar
ou que eles venham a matar alguém dirigindo. Alguns têm só uma vaga ideia de
quais podem ser essas consequências negativas (p. ex.: “Eu não sei exatamente
o que vai acontecer, mas sinto que, se não contar até sete, alguma coisa ruim
vai acontecer com a minha família”).
118
se os membros da família tendem a criticar o paciente quando surge a aflição
obsessiva, é importante dar conta dessas interações negativas no tratamento.
Muitas vezes, tratamos essa questão com uma combinação de discussão
empática sobre a frustração vivenciada pelo familiares e dramatização de
respostas mais eficazes.
Por sua vez, as compulsões variam desde lavagem excessiva das mãos,
limpeza, verificações (p. ex., fogão, luzes), contagens, ordenação e disposição,
colecionismo e etc. Esses comportamentos são expressos de forma ritualística,
como lavar as mãos seguindo uma ordem particular (p. ex., lavar a mão esquerda
antes da direita e começar por determinados dedos), e por medo de que ocorra
alguma consequência catastrófica (p. ex., “Se eu não alinhar meus sapatos
corretamente, meu pai vai morrer”) caso o ritual não seja realizado.
119
que ter “maus” pensamentos indica a verdadeira natureza e as reais intenções
da pessoa.
120
Estratégias de tratamento
Psicoeducação
121
(1) pensamentos, imagens e impulsos incomuns e estranhos são normais;
viver essas experiências não é um indicador da personalidade de uma pessoa
nem de suas ações futuras;
Reestruturação cognitiva
Mindfulness
122
reconhecendo pensamentos e sensações simplesmente como eles são e
libertando-se da necessidade de julgar de modo crítico e de mudar ou evitar suas
experiências interiores.
Exposição e aceitação
124
específicos devem incluir, ao longo de todo o processo, psicoeducação, apoio e
forte ênfase na construção e manutenção da aliança terapêutica e só devem
iniciar uma vez que o paciente esteja clinicamente estável e melhor das
dificuldades cognitivas causadas pela desnutrição.
126
idade adulta – ambos mais frequentes em mulheres. E no Transtorno
Compulsivo Alimentar (TCA), na meia-idade, com prevalências similares entre
homens e mulheres. No entanto, deve-se estar atento ao fato de que os TAs
podem iniciar em qualquer idade e em ambos os sexos.
127
A TCC para TAs vem sendo estudada desde a década de 1980, propondo
um trabalho com enfoque na psicoeducação, na adesão ao tratamento, em
técnicas para redução da ansiedade, no desenvolvimento de um padrão
alimentar adequado, no automonitoramento, na recuperação de peso quando
necessário e na correção de distorções cognitivas, especialmente distorções de
imagem corporal. É uma terapia considerada breve, colaborativa, geralmente
desenvolvida em 20 sessões, cujo papel do terapeuta é ativo e empático.
128
Terapia cognitivo-comportamental direcionada a TAs
A TCC foi adaptada para tratamento ambulatorial dos TAs, tendo por base
o modelo transdiagnóstico, focando o trabalho nas dificuldades nucleares –
relação com o corpo e com a comida e – na regulação do humor por meio dos
sintomas alimentares. Foi nomeada, em inglês, como Cognitive Behaviour
Therapy – Enhanced (CBT-E).
TCC-TA
129
uma postura motivacional, enfatizando-se que é fundamental que o paciente
tenha um papel ativo para a superação de seu problema. A seguir, é explicado
como é feito o automonitoramento, que consiste em um registro, em tempo real,
de todos os alimentos e líquidos ingeridos e o contexto em que ocorrem. São
entregues as orientações e relatórios para o automonitoramento a serem
preenchidos até a próxima sessão.
130
Psicoeducação
131
Fase 2: avaliação do andamento e planejamento do tratamento
133
principal fonte de informação a ser utilizada no contexto terapêutico para fins de
avaliação e elaboração da conceitualização cognitiva. A inclusão de
instrumentos que avaliem o funcionamento intelectual de idosos pode oferecer
informações relevantes para a conceitualização cognitiva do caso, por permitir
identificar forças e fraquezas cognitivas, bem como discriminar as funções
preservadas e as que já estão deficitárias.
134
O declínio cognitivo associado à idade, às influências genéticas, à baixa
escolaridade e aos hábitos inadequados de saúde pode se converter em
modificações importantes do status cognitivo na velhice, manifestando-se desde
o comprometimento cognitivo leve até graves quadros demenciais. Essas
condições constituem frequente demanda de atendimento clínico, avaliação
neuropsicológica, diagnóstico, reabilitação e treino cognitivo.
135
Competências de Terapeutas cognitivo-comportamentais de idosos
É preciso ter em mente que a velhice não é uma fase monolítica do curso
de vida. Ela é bastante heterogênea sendo que idosos possuem mais diferença
entre si do que semelhanças. Um idoso-jovem (entre 65 e 74 anos) pode ter um
perfil muito distinto de um idoso-idoso (entre 85 e 99 anos), sendo muito
semelhante a um adulto jovem.
136
diferença de idade com o paciente. É preciso que o terapeuta domine temas
comuns à velhice, como perdas, por exemplo.
21
CTS-R : Escala de Terapia Cognitiva Revisada que apresenta um conjunto de competências específicas
que o terapeuta TCC deve ter.
137
Estimulação Cognitiva para Idosos - treino cognitivo
138
de exercícios que reforçam as funções neuropsicológicas exigidas no dia a dia.
Os treinos cognitivos buscam instruir o paciente na sua capacidade de
memorização, categorização, associação de nomes e faces, entre outras
habilidades cognitivas. O uso de estimulação cognitiva envolveria tarefas menos
específicas, mas que igualmente potencializariam a atividade mental nesses
pacientes como palavras-cruzadas, videogames e exercícios visuais. Caso o
idoso ainda se encontre no mercado de trabalho é possível que seu tratamento
tenha como foco principal a manutenção da qualidade na sua atividade laboral.
Por fim, o treino cognitivo é indicado para pacientes idosos saudáveis, isto
é, sem lesão ou disfunção neurológica.
140
A TCC associada à farmacoterapia tem sido o tratamento de escolha para
idosos com transtornos de ansiedade. Algumas doenças clínicas tais como
problemas gastrointestinais, hipertireoididismo, diabete, doenças
cardiovasculares, problemas respiratórios, que são frequentes em idosos, são
associadas com transtornos e sintomas de ansiedade. E idosos podem, mais
comumente, atribuir sintomas físicos de ansiedade (tensão muscular,
hipervigilância, insônia) à doença clínica. Outra comorbidade frequente de
sintomas ou transtornos de ansiedade é com demência, isto é, sintomas
ansiosos podem ser tanto fator de risco como consequentes ao declínio
cognitivo.
141
Como pode ocorrer e normalmente espera-se uma lentidão no processo
de aprendizagem, as sessões com idosos são feitas com informações reduzidas.
A psicoterapia com o idoso ansioso tenderá para um maior número de sessões
com maior repetição dos conceitos trabalhados. Diante do prejuízo de memória,
sugere-se incluir entre as sessões ligações com lembranças das tarefas, assim
como o apoio de um familiar próximo para auxiliá-lo.
142
sentimentos de culpa e inutilidade; dificuldade de concentração e de tomada de
decisão; e ideação suicida.
143
feminino, ter idade avançada, ser viúvo ou solteiro, ter baixa escolaridade ou ser
analfabeto, ter condições financeiras e de moradia desfavoráveis, contar com
pouco suporte social e fazer uso de vários medicamentos.
144
O modelo cognitivo-comportamental utilizado na TCC com idosos
depressivos é adaptado e derivado do modelo cognitivo da depressão
desenvolvido por Aaron T. Beck. Este modelo descreve que as experiências
passadas de um indivíduo depressivo determinam o desenvolvimento de
crenças centrais negativas sobre si, os outros e o mundo. As crenças centrais
influenciam a formação de crenças condicionais e estratégias compensatórias
também desadaptadas, que por sua vez determinam a ocorrência de
pensamentos automáticos negativos frente a eventos estressantes, afetando
sentimentos, comportamentos e manifestações fisiológicas do indivíduo.
145
em pessoas com mais de 60 anos quanto às mudanças sensoriais e cognitivas
como:
146
O terapeuta poderá promover um tratamento eficiente quando estrutura o
desenvolvimento da terapia em fases(inicial, intermediária e final) e aplica
técnicas e instrumentos adequados tais como:
147
anos, ele é frequentemente associado a causas orgânicas e, em alguns
episódios de mania, a eventos estressores, principalmente se não houver uma
história familiar do problema.
148
vida. É importante considerar o TB como um diagnóstico diferencial no idoso
deprimido.
No que diz respeito aos fatores de risco, há uma forte relação entre o
curso da doença e a presença de eventos estressores. Os eventos de vida,
associados a conflitos familiares e/ou sociais, podem levar a novas recorrências,
principalmente quando não há uma boa adesão ao tratamento farmacológico. Os
bipolares idosos parecem apresentar, mais especificamente, maior relação entre
eventos de vida estressores e a precipitação de episódios de mania. Entre os
149
eventos mais encontrados estavam os problemas conjugais e os problemas com
suas condições de vida.
Psicoeducação
154
TCC em grupo para idosos
Embora tal fato possa levar à hesitação da busca por esse tipo de ajuda,
sabe-se que a maioria dos idosos que recebem ou buscam por serviços é
receptiva a terapias breves, focadas na resolução de problemas e que auxiliam
na adaptação às novas demandas geradas pelo envelhecimento.
155
● Valorize a psicoeducação do paciente sobre o envelhecimento e os
problemas decorrentes e sobre o problema em questão e as soluções
existentes.
● Identifique e trabalhe para promover a modificação de crenças associadas à
terapia que possam atrapalhar o processo.
● Informe e eduque o paciente sobre o funcionamento da psicoterapia
(importância das cognições e interações com emoções e comportamentos,
necessidade de tarefas de casa e estrutura das sessões).
● Defina e foque os objetivos claros e alcançáveis que nortearão o processo
terapêutico, bem como oriente a estrutura das sessões para esses objetivos.
● Preste atenção no ritmo das sessões e na introdução das informações
(muitas vezes, a transmissão da informação precisa ser de forma lenta e
repetida).
● Ensine e treine habilidades por períodos mais longos de tempo e, se
necessário, utilize recursos didáticos e de memória auxiliares.
● Identifique e valorize os recursos do paciente.
● Estimule a revisão da história de vida do paciente.
● Conduza o trabalho com uma equipe multidisciplinar (p. ex., médicos,
fisioterapeutas, nutricionistas, educadores físicos, entre outros) e com a
família sempre que necessário.
156
pessoas trabalham juntas e apresentam diferentes regras para viver. Também é
indicada nessa etapa da vida como função de socialização e treino de
habilidades sociais.
O idoso e os cuidadores
157
Considerando dados que indicam que 40% dos indivíduos com 65 anos,
ou mais, precisam de algum tipo de ajuda para realizar tarefas, como fazer
compras, cuidar de finanças, preparar refeições e limpar a casa, e que 10%
requerem auxílio para realizar tarefas mais básicas, como tomar banho, vestir-
se e alimentar-se, o papel de cuidadores se torna extremamente importante nas
discussões sobre o envelhecimento.
158
é possível realizar uma investigação mais objetiva dos aspectos interpessoais e
interacionais da família com idosos.
159
social, o que incrementa os riscos de patologias físicas e mentais, como
depressão, ansiedade e burnout.
160
c) Psicoterapêuticas: Utilizam técnicas da TCC, do modelo de habilidades para
o enfrentamento do estresse e de intervenções focadas no luto do familiar
diante das perdas proporcionadas pelo adoecimento do paciente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
162