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O Cordeiro de Deus

A cada ano, José e Maria viajavam a Jerusalém para as festividades da Páscoa.


Quando Jesus tinha doze anos de idade, eles o levaram consigo.
Era uma jornada agradável. As pessoas iam a pé ou em lombo de bois ou jumentos,
gastando alguns dias na viagem. A distância entre Nazaré e Jerusalém é cerca de 100
quilômetros. De todas as partes da terra e até mesmo de outros países, vinham pessoas
para a festa e os que moravam no mesmo lugar, seguiam em grandes grupos.
A festa era celebrada no fim de março ou no começo de abril. Era primavera na
Palestina e toda a terra ficava coberta de flores e alegre pelo canto dos pássaros.
A caminho, os pais contavam aos filhos as maravilhas que Deus havia operado em
favor de Israel no passado e, com freqüência, cantavam os lindos salmos de Davi.
Nos dias de Cristo, as pessoas haviam-se tornado frias e formais em sua dedicação a
Deus. Pensavam mais em sua satisfação própria do que na bondade de Deus para com
eles.
Todavia, não era assim com Jesus. Ele gostava de meditar a respeito de Deus.
Quando chegou ao templo, observou a atividade

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dos sacerdotes. Inclinou-se com os adoradores para orar e Sua voz uniu-se à deles em
cânticos de louvor.
A cada tarde e manhã, um cordeiro era oferecido sobre o altar. O ato representava o
sacrifício do Salvador. Enquanto os olhos do menino Jesus observavam a vítima inocente,
o Espírito Santo fazia-O compreender o significado daquela morte. Sabia que Ele próprio,
como o Cordeiro de Deus, devia morrer pelos pecados dos homens.
Com tais pensamentos em mente, Jesus preferia ficar a sós. Desse modo, não
permaneceu com Seus pais no templo, e quando regressaram, não estava com eles.
O Menino Brilhante
Em uma sala anexa ao templo havia uma escola dirigida pelos rabinos e foi para
aquele lugar que Jesus se dirigiu depois de algum tempo. Assentou-se com outras
crianças de sua idade ao pés dos grandes mestres e ouviu suas palavras.
Os judeus tinham muitas idéias erradas acerca do Messias. Jesus sabia disso, mas não
contradizia os homens cultos. Fazia perguntas a respeito do que os profetas haviam
escrito como alguém que desejava aprender.
O capítulo 53 de Isaías fala a respeito da morte do Salvador e Jesus leu esse texto e
perguntou aos rabis acerca do seu significado.
Os mestres não puderam responder. Começaram, então, a fazer perguntas a Jesus e
se surpreenderam com o conhecimento que tinha das Escrituras.
Viram que Sua compreensão da Bíblia era muito melhor do que a deles. Perceberam
que seus ensinos estavam errados, mas não estavam dispostos a crer em algo diferente.
Jesus portava-se com tanta modéstia e cortesia que não puderam contrariá-Lo.
Queriam mantê-Lo como aluno para ensiná-Lo a explicar a Bíblia como eles faziam.
Quando José e Maria deixaram Jerusalém para

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retornar ao lar, não perceberam a ausência de Jesus. Pensaram que ele estivesse na
companhia de algum de seus amigos.
Mas ao pararem para acampar à noite, sentiram falta da Sua cooperação. Procuraram
por Ele entre os grupos, mas em vão.
José e Maria sentiram um grande temor. Lembraram-se de que Herodes havia
tentado matar Jesus em Sua infância e temeram que algum mal Lhe tivesse acontecido.
Com o coração entristecido, voltaram a Jerusalém, mas não puderam achar o
menino, senão depois de três dias.
Grande foi a alegria ao reencontrá-Lo, embora Maria o repreendesse por tê-los
deixado. Ela disse:
"Filho, por que fizeste assim conosco? Teu pai e eu, aflitos, estamos à Tua procura.
"Ele lhes respondeu: Por que me procuráveis? Não sabíeis que me cumpria estar na
casa de Meu Pai?" Luc. 2:48 e 49.
Ao falar essas palavras, Jesus apontou para o céu. Em seu rosto havia uma luz que os
deixou admirados. Jesus sabia que era o Filho de Deus e Ele estivera fazendo o trabalho
para o qual Deus O enviara ao mundo.
Maria jamais se esqueceu dessas palavras. Nos anos seguintes, ela compreendeu
melhor seu maravilhoso significado.
A Melhor Companhia
José e Maria amavam a Jesus, embora o fato de tê-lo perdido demonstrasse certa
negligência da parte deles. Haviam-se esquecido da obra que Deus lhes havia confiado.
Bastou-lhes um dia de negligência para perderem Jesus.
Do mesmo modo hoje muitos perdem a companhia de Jesus. Quando não
apreciamos pensar nEle ou orar a Ele, quando nos ocupamos em conversas fúteis,
desagradáveis ou más, separamo-nos de Cristo. Sem Ele, sentimo-nos tristes e solitários.

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