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Os Lusíadas
Os Lusíadas
Os Lusíadas é uma obra poética do escritor Luís Vaz de Camões, considerada uma epopeia
portuguesa por excelência. Provavelmente concluída em 1556 e foi publicada pela primeira
vez em 1572 no período literário do classicismo, três anos após o regresso do autor do
Oriente.
A obra é composta de dez cantos, 1102 estrofes que são oitavas decassílabas, sujeitas ao
esquema rítmico fixo AB AB AB CC – oitava rima camoniana. A Acão central é a descoberta
do caminho marítimo para a Índia por Vasco da Gama, à sua volta vão se descrevendo outros
episódios da história de Portugal, glorificando o povo português.
A estrutura externa refere-se à análise formal do poema: número de estrofes, número de
versos por estrofe, número de sílabas métricas, tipos de rimas, ritmo, figuras de estilo, etc.
Assim:
A estrutura interna relaciona-se com o conteúdo do texto. Esta obra mostra ser uma epopeia
clássica ao dividir-se em quatro partes:
Proposição - introdução, apresentação do assunto e dos heróis, e Camões propõem-se cantar
as navegações e conquistas, no Oriente nos reinados de D. Manuel e D. João
(estrofes 1,2, 3 do Canto I);
Invocação - o poeta invoca as ninfas do Tejo e pede-lhes a inspiração para escrever
1º- Estrofes 4 e 5 do Canto I – As Tágides
2º- Estrofes 1 e 2 do Canto III – Calíope
3º- Estrofes 78, 87 do Canto VII – Ninfas do Tejo e do Mondego
4º- Estrofes 8 e 9 do Canto X – Calíope;
Dedicatória - o poeta dedica a obra ao rei D. Sebastião
(estrofes 6 a 18 do Canto I);
Narração - a narrativa da viagem, “in medias res”, partindo do meio da acção voltando atrás
no tempo e explicar o que aconteceu, até ao momento na viagem de Vasco de Gama e na
história de Portugal, e depois prosseguir na linha temporal.
Por fim, há um epílogo a concluir a obra (estrofes 145 a 156 do Canto X).
Os planos temáticos da obra são:
Plano da Viagem (Plano Central) - onde se trata da viagem da descoberta do caminho
marítimo para a Índia de Vasco da Gama e dos seus marinheiros, que vai desde Lisboa a
Calecute e a viagem de regresso a Lisboa: Cantos: I, II, IV, V, VI, VII, VIII;
Planos da História de Portugal (Plano Encaixado) - são relatados episódios mais marcantes da
história de Portugal: Cantos: III, IV, VIII;
Plano do Poeta (Plano Ocasional) - Camões refere-se a si mesmo enquanto poeta admirador
do povo e dos heróis portugueses: Cantos: I, III, V, VI, VII, VIII, IX, X;
Plano Mitológico (Plano Paralelo) - são descritas as influências e as intervenções dos deuses
da mitologia greco-romana na acção dos heróis: Cantos: I, II, VI, IX, X;
Ao longo da narração deparam-se-nos vários tipos de episódios: bélicos, mitológicos,
históricos, simbólicos, líricos e naturalistas.
A Mitificação do Herói
Proposição (Sumário do poema; aspetos fundamentais)
O Processo de mitificação eleva o herói a um estatuto superior e imortal que suplanta o dos
heróis antigos (Ulisses, Eneida, Alexandre etc.)
Invocação (invocação de divindade para ajuda na criação de um estilo diferente, de
grandiosidade, para cantar os feitos dos heróis portugueses)
o audácia
o liderança
o determinação
o energia
o sabedoria
o defesa de um ideal da liberdade
No Plano da Viagem:
“As Cousas do Mar” – os portugueses deparam-se com vários fenómenos:
• O fogo Santelmo
• Tromba marítima
Mitificação do herói
Herói (do grego: “senhor”, “príncipe”)
Aquele que se eleva da média humana
Pela sua coragem, energia e sabedoria na:
• Defesa de ideal
• Combate contra os seres humanos e as formas da Natureza
• Fundação/libertação de um(a) cidade, pais ou território
Mito
1-Personagem, facto ou particularidade que não tendo sido real, simboliza, não obstante a
uma generalidade que devemos admitir.
2-Coisas ou pessoas que não existe, mas que se supõe real.
3-Coisas só possíveis por hipótese, quimera.
O mito procura explicar os principais acontecimentos da vida, os fenómenos naturais, as
origens do mundo e do homem por meio de deuses, semideuses e heróis. Pode-se dizer que
o mito é uma primeira tentativa de explicar a realidade.
Na maioria das vezes, o termo refere-se especialmente aos relatos das civilizações antigas
que, organizadas, constituem uma mitologia.
Sistematização da mitificação do herói: