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O RfAVIVAMENTO

COMO RECEBER A PLENITUDE DO EsPíRITO SANTO

Tradução
Creriane Nunes Lima

Casa Publicadora Brasileira


Tatuí, SP
Título original em inglês:
REVIVE Us AGAIN

Copyright © da edição em inglês: Pacific Press, Nampa, EUA.


Direitos internacionais reservados.

Direitos de tradução e publicação em


língua portuguesa reseroados à
CASA PUBLICADORA BRASILEIRA
Rodovia SP 127 - km 106
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! ª edição
16' impressão
2023

CQOrdenação Editorial: Marcos De Benedicro


Editoração: Matheus Cardoso e Marcos De Benedícro
Programação Visual: Vera Diniz
Capa: Alexandre Rocha

IMPRESSO NO BRASIL / Printed in Brazil

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Finley, Mark A.
O reavivamento promecido : -como receber a
plenitude do Espírito Sanco I Mark A. Finley ;
cmdução Creriane Nunes Lima. - Tatuí, SP
Casa Publicadora füasileica, 20 l l.

Tírnlo original: Revive us. again.

1. Evangelismo 2. Igreja Adventista do Sétimo


Dia 3. Reavivamento (Religião) 4. Renovação da
lgreja 5. Trabalho evangelístico - Adventista do
Sérimo Dia 1. Título.

11-02559 CDD-286.732

índices para catálogo sistemático:

1. Igreja Adventista do Sétimo Dia :


Reavivamento : Cristianismo 286. 732

Os textos bíblicos citados neste livro são da versão Almeida Revista


e Atualizada, a não ser que haja outra indicação. A linguagem de
algumas citações de Ellen White foi corrigida.

Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial,


por qualquer meio, sem prévia a11torização escrita do autor e da Editora.

Tipologia: Fairfield LT Std, 11/14 - 12382/46678- ISBN 978-85-345-1383-8


SUMÁRIO

Apresentação........ ...... 7

I, Oração e Reavivamento........... . . ... 9

2. O Espírito Santo e o Reavivamento................. .. 24

3. Urgência de um Reavivamento .. 36

4. O Verdadeiro e o Falso Reavivamento... .. 49

5. O Reavivamento Aguardado...... . ........ 61

6. Evangelismo e Reavivamento..... ................ 74

7. Reavivamento e Conclusão da Obra . 85


APRESENTAÇÃO

A o começar sua viagem pelas páginas deste livro, posso afirmar que
você estará prestes a enfrentar um dos avanços espirituais mais
decisivos da sua vida. Tenho certeza de que o Espírito Santo o levará a
uma caminhada mais próxima de Jesus ao ler estes capítulos.
Minha intenção aqui não é apresentar informações sensacionais so­
bre o reavivamento e o Espírito Santo. Embora o livro apresente novas
informações vitais, meu verdadeiro objetivo é que, através da Palavra
de Deus e dos escritos de Ellen White, você seja levado a princípios
espirituais que mudarão sua vida.
Enquanto você medita em cada capítulo, tome tempo para levar em
consideração, com sinceridade, as implicações práticas da leitura. Se
fizer isso, sua mente estará aberta ao profundo toque do Espírito Santo
e você se encontrará em uma atmosfera de renovação espiritual.
Estes capítulos devem ser lidos com espírito de oração, não mera­
mente como uma leitura rápida para se chegar logo ao fim do livro.
Cada capítulo é encerrado com uma página de aplicação prática que
foi planejada especialmente para guiá-lo através de uma experiência
devocional de oração em busca do reavivamento espiritual. Você será
também motivado à prática do testemunho e a compartilhar suas ex­
periências de fé.
Duas frases poderosas de Ellen G. White têm me guiado no proces­
so de escrever este livro, e eu as tenho bem claras na mente:
"Um reavivamento da verdadeira piedade entre nós, eis a maior e a
mais urgente de todas as nossas necessidades." 1
"Não há nada que Satanás tema tanto como o fato de que o povo
de Deus limpe o caminho mediante a remoção de todo impedimen­
to, de modo que o Senhor possa derramar Seu Espírito sobre uma
e 0 REAVIVAMENTO PROMETIDO

ígreja debilitada e uma congregação impenitente. Se Satanás con­


seguisse o que ele quer, nunca maís haveria outro despertamento,
grande ou pequeno, até o fim do tempo." 2
Não há nada que a Igreja Adventista do Sétimo Dia precise mais que
um genuíno reavivamento espiritual. Não há nada que Satanás mais
tema que esse reavivamento prometido. Não há nada mais importante
para os administradores da igreja, pastores e membros que buscar jun­
tos esse reavivamento. Não há prioridade mais alta.
O que podería ser mais importante para o povo de Deus que o der­
ramamento do Espírito Santo no poder do Pentecostes para terminar
a obra divina na Terra? Esse assunto devería estar no topo das prio­
ridades, em cada reunião, em todos os níveis da estrutura da igreja.
Porém, o reavivamento sempre começa com um homem, uma mulher,
um garoto ou uma garota, de joelhos, buscando a Deus. Você pode ser
essa pessoa a ser usada por Deus para levar o reavivamento espiritual
para sua casa, igreja, escola ou comunidade.
A promessa de Deus é para você: "Se Meu povo, que se chama pelo
Meu nome, se humilhar, e orar, e Me buscar, e se converter dos seus
maus caminhos, então, Eu ouvirei dos Céus, perdoarei os seus peca­
dos e sararei a sua terra" (2 Crônicas 7: 14). A Palavra de Deus é clara.
Suas promessas são certas.
Ao longo da história, Deus tem enviado reavivamentos em resposta
às orações de Seu povo. Em nossos dias, virá o reavivamento esperado
por tanto tempo. O Espírito Santo será derramado, a obra de Deus na
Terra será concluída, Jesus retornará e iremos logo para o lar.
Ao você ler estas páginas, que sua oração seja: "Renova-nos, ó Pai!"

Mark Finley

1
Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 121.
2 Idem, Review and Hera/d, 22 de março de 1887.
CAPÍTULO 1

ORAÇÃO E REAVIVAMENTO

O s maiores reavivamentos da história têm sido resultado de oração


diligente e sincera. As centelhas do reavivamento são acesas no
altar da oração. Reavivamento e oração estão indissoluvelmente liga�
dos. Sem oração insistente e perseverante não há poder corresponden­
te. Ellen White não poderia ter sido mais clara ao relatar essa verdade
divina: //Só podemos esperar um reavivamento em resposta à oração." 1
A igreja do Novo Testamento estava imersa na oração. Os cris­
tãos atenderam à admoestação de Jesus para "esperar" a promessa
do Pai (Atos 1 :4). Acreditavam que, à medida que juntos buscas­
sem a Deus, receberiam "poder" ao descer sobre eles o Espírito
Santo (Atos 1 :8).
A narrativa de Atos é simples e se refere àqueles primeiros discípu­
los: 'Todos estes perseveravam unânimes em oração" (Atos 1: 14 ). Em
resposta a essas orações cheias de fé, o Espírito Santo foi derramado
poderosamente no Pentecostes, e três mil foram batizados em um dia.
E o relato continua: "E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na
comunhão, no partir do pão e nas orações" (Atos 2:42). Esses primei­
ros cristãos se uniram em oração para mudar o mundo, e suas orações
fizeram a diferença. "Tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam
reunidos" (Atos 4:31). "Com grande poder, os apóstolos davam teste­
munho da ressurreição do Senhor Jesus" (Atos 4:33). Os discípulos se
consagravam à oração continuamente (Atos 6:4).
Através da oração, Pedro foi levado para a casa de Cornélia, um
gentio, e novos caminhos foram abertos para a proclamação do evan­
gelho (Atos 10:1-33). Quando a igreja primitiva se uniu em oração,
Deus enviou um anjo do Céu para tirar Pedro da prisão. A oração era
o cerne do poder da igreja do Novo Testamento. Os cristãos primitivos
sabiam que o segredo do poder estava na comunhão com Deus.
10 0 REAVIVAMENTO PROMETIDO

A ORAÇÃO E O INÍCIO DO MOVIMENTO ADVENTISTA

A oração era também o coração do movimento adventista no seu


início. Os pioneiros do movimento adventista eram grandes homens e
mulheres de oração que, às vezes, gastavam boa porção da noite oran­
do. Descrevendo suas experiências nessas sessões de oração, Ellen
White escreve: "Em nossos encontros importantes, esses homens
[líderes adventistas pioneiros] se juntavam e buscavam a verdade
como tesouros escondidos. Eu me encontrava com eles e estudávamos
e orávamos diligentemente, pois sentíamos a necessidade de aprender
a verdade de Deus. Frequentemente permanecíamos juntos até tarde
da noite e, às vezes, a noite toda, orando por luz e estudando a Palavra.
Quando jejuávamos e orávamos, grande poder vinha sobre nós."2
Ellen White constantemente apelava aos primeiros adventistas para
que buscassem a Deus em oração: "As maiores vitórias obtidas em
favor da causa de Deus não são o resultado de elaborados argumentos,
amplos recursos, vasta influência, ou abundância de meios; elas são
alcançadas na câmara de audiência com Deus, quando, com sincera e
agonizante fé, as pessoas se apegam ao forte braço do poder." 3
Acreditando que a segunda vinda de Cristo era iminente, esses pri­
meiros adventistas humilhavam o coração, confessavam seus pecados
e intercediam por seus familiares, amigos e comunidade. Em março
de 1840, Guilherme Miller conduziu uma série de palestras na Igreja
Cristã de Casco em Portland, Maine. Centenas de pessoas se aglomera­
vam na igreja e algumas ficavam ali desde cedo pela manhã até tarde da
noite. O Espírito Santo moveu poderosamente aquela congregação. Em
seu livro Vida e Ensinos, Ellen White descreve o impacto desses encon­
tros: 'Terror e convicção espalharam-se por toda a cidade. Realizavam­
se reuniões de oração, e havia um despertamento geral entre as várias
denominações; pois quase todos sentiam a influência do ensino da pró­
xima vinda de Cristo."' Falando sobre esse reavivamento em Portland,
Maine, Francis Nicho] acrescenta: "Pequenos encontros de oração se
instalaram em quase toda parte da cidade.'' 5
Aqui está a certeza quanto ao genuíno reavivamento: a oração inicia
o reavivamento. A oração sustenta o reavivamento. A oração nutre o
reavivamento e o acompanha. O reavivalista Leonard Ravenhill apre­
senta o assunto desta forma: "Sem exceção, todos os verdadeiros reavi-
ORAÇÃO E REAVIVAMENTO 11
vamentos do passado começaram após anos de intercessão agonizante,
após lutas contra os poderes do inferno, com tribulação e intervenção
divina. O segredo do verdadeiro reavivamento em nossos dias ainda é
o mesmo. Mas onde estão os intercessores?"

REAVIVAMENTO NO PAÍS DE GALES

Um dos maiores reavivamentos da história foi o Reavivamento


Galês de 1904. Evan Roberts, de 26 anos, tinha orado por treze anos
para que sua vida fosse totalmente controlada pelo Espírito Santo. Ele
implorou a Deus por um coração não dividido, um coração totalmente
comprometido com o reino de Deus. Evan frequentemente orava noite
adentro intercedendo pelos adolescentes e jovens de sua igreja. Ele
orava especialmente e com regularidade para que Deus visitasse o País
de Gales com o poder do reavivamento. O Reavivamento Galês come­
çou em um encontro jovem na própria igreja de Evan Roberts, quando
ele compartilhou com seus irmãos sua própria experiência com Deus.
Evan instou com seus amigos para buscarem a plenitude do
Espírito de Deus na sua vida e o Espírito Santo tocou corações.
Dezesseis jovens se converteram. A centelha do reavivamento inicia­
da nessa igreja humilde de uma vila se transformaria nas chamas do
reavivamento através do país. Estima-se que, em nove meses, 100 mil
pessoas se converteram no pequeno País de Gales. A taxa de crimina­
lidade caiu. Bêbados e prostitutas foram transformados pela graça de
Deus. Bares relataram perdas. Lloyd George, então primeiro-ministro
da Inglaterra, escreveu que, em um sábado à noite, em meio ao reavi­
vamento, uma taberna vendeu apenas nove centavos de dólar de licor.
Assim, muitas tabernas foram transformadas em lugares de oração.
Durante o Reavivamento Galês, encontros políticos e partidas de futebol
foram cancelados ou mesmo postergados porque as igrejas estavam repletas
de pessoas orando. Com frequência, esses encontros de oração duravam
de seis a oito horas. Mineiros endurecidos, espiritualmente calejados pelo
carvão de Gales, se juntavam nesses cultos cheios de espiritualidade e retor­
navam às minas como homens transformados. A profanidade desapareceu
de seus lábios e nunca mais retornou. Relatou-se que os trapaceiros das
minas não conseguiam entender os comandos dos mineiros convertidos,
que haviam deixado de praguejar e pareciam falar a língua do Céu.
12 0 REAVIVAMENTO PROMETIDO

O reavivamento se enfraqueceu por volta de 1906, mas seu impacto


sobre milhares de vidas permaneceu. Quando foi perguntado a uma
senhora por que o Reavivamento Galês estava desaparecendo, ela
prontamente respondeu: "Ele nunca desaparecerá, pois ainda está
queimando dentro do meu coração." E ele queimou dentro do coração
piedoso dessa mulher por mais de setenta anos.
Uma nação inteira foi mudada por causa de um jovem, Evan
Roberts, e seu grupo de amigos que levou a sério o exemplo apaixona­
do de intercessão de nosso Senhor.

UMA NAÇÃO MUDADA PELA ORAÇÃO


Alfred Lord Tennyson estava correto quando disse: "Mais coisas
são alcançadas pela oração do que o mundo jamais sonhou." Um dos
momentos mais dramáticos na memória recente foi a queda do Muro
de Berlim. Poucos perceberam o movimento concentrado e poderoso
de oração que culminou com o surpreendente evento acontecido no
leste de Berlim em 9 de novembro de 1989. Em 1982, Christian Führer,
um jovem alemão, pastor em Leipzig, abria as portas de sua igreja cada
segunda-feira à tarde para oração e discussões sobre a liberdade. Essas
sessões de oração cresceram tanto que em uma segunda-feira à noite,
em outubro de 1989, 8 mil pessoas se aglomeraram na igreja e mais
de outras mil pessoas ficaram em pé do lado de fora da igreja Nikolai.
Um movimento nacional pela liberdade nasceu no berço da oração.
Dezenas de milhares de pessoas nos bairros, vilas e cidades do leste da
Alemanha se juntaram aos intercessores de Leipzig. Naquela segunda
à noite, no mês de outubro, cerca de um milhão de pessoas estavam
orando pela liberdade. Vinte anos após a queda do muro de Berlim,
comentando sobre a grande necessidade de intercessão diligente, o
pastor Christian Führer declarou: "Percebemos que, se parássemos de
orar, não haveria esperança para uma mudança na Alemanha."6
Um ex-oficial do governo comunista que havia trabalhado com a
Stasi, polícia secreta do leste da Alemanha, deu este incrível teste­
munho: "Estávamos prontos para qualquer coisa, menos para velas
e orações." O muro de Berlim não pôde se suster diante do som das
orações fervorosas do povo de Deus unido.
Ellen White afirma uma verdade semelhante sobre o poder da ora-
ORAÇÃO E REAVIVAMENTO 13
ção: "Ao som da fervorosa oração, todo o exército de Satanás treme." 7
A oração faz a diferença. A oração intercessora é poderosa. Assim como
o muro de Berlim caiu mediante as orações do povo de Deus, os muros
que nos separam de uma experiência íntima com Deus caem quando
oramos. Os muros que impedem o poderoso reavivamento que Deus
espera enviar para Sua igreja vêm ao chão ao som de uma intercessão
diligente. Os muros de orgulho, preconceito, ira, amargura, impureza,
acomodação, indiferença e materialismo, todos são derrubados pela
atuação do Espírito Santo, mediante a oração.
A oração é uma necessidade indispensável se esperamos um
reavivamento. A. T. Pierson faz esta observação perspicaz: "Desde
o Pentecostes não se viu um despertar espiritual em nenhum lugar
que não começasse com uma união de oração. Percebemos que
nenhum movimento espiritual continuou após o declínio de tais
encontros de oração."'
Na oração, humilhamos o coração diante de Deus reconhecendo
nossa total dependência dEle. Na oração, unimo-nos a Davi, imploran­
do: "Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro em mim
um espírito inabalável" (Salmo 51:1 O) Confessamos com Daniel: "E
não obedecemos à voz do Senhor, nosso Deus, para andarmos nas Suas
leis, que nos deu por intermédio de Seus servos, os profetas" (Daniel
9: 1O). E clamamos com Paulo: "Desventurado homem que sou! Quem
me livrará do corpo desta morte?" E com o apóstolo, em oração, nossa
fé se agarra às promessas de Deus e alegremente exclamamos: "Graças
a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor" (Romanos 7:24, 25).
A oração abre nossa vida ao poder purificador de Deus. Durante
a oração, o Espírito Santo examina nosso coração, vemos pecados
escondidos e defeitos em nosso caráter que nos impedem de ser as
testemunhas poderosas que Ele espera. A oração nos leva a uma
relação íntima com Jesus. Na oração abrimos nossa mente à guia do
Espírito Santo e buscamos Sua sabedoria, e não a nossa.

A ORAÇÃO E O GRANDE CONFLITO


No contexto do grande conflito entre o bem e o mal, a oração
permite que Deus trabalhe mais poderosamente do que se não hou­
véssemos orado. Esse conflito entre Cristo e Satanás é travado entre
14 0 REAVIVAMENTO PROMETIDO

as forças do inferno e as forças da justiça. A luta é real. Milhares e


milhares de anjos bons e maus estão envolvidos. O último livro da
Bíblia, o Apocalipse, descreve a batalha desta forma: "Miguel e os
seus anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão
e seus anjos" (Apocalipse 12:7). Um terço dos anjos do Céu se
rebelou contra Deus (Apocalipse 12:4). Essas forças do mal trazem
desapontamento, doenças, desastre e morte ao nosso mundo, e as
forças da justiça trazem alegria, paz, saúde e vida.
Cada um de nós também participa desse conflito em um planeta
em rebelião contra Deus. Quando nossos primeiros pais, Adão e Eva,
cederam à tentação do mal, eles perderam o domínio deste planeta,
que Deus lhes havia concedido. Satanás se tornou o "príncipe deste
mundo" (João 12:31) e a Bíblia também o chama de "o príncipe da
potestade do ar" (Efésios 2:2). Nesse grande conflito, "nossa luta não
é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades,
contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espi­
rituais do mal, nas regiões celestes" (Efésios 6: 12).
A oração é a arma para derrotar os poderes do inferno. "As armas
da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para
destruir fortalezas" (2 Coríntios 10:4). Através da oração, damos a
Deus permissão para atuar poderosamente em nosso favor. Nessa luta
universal, Deus voluntariamente Se limita, pois não viola nosso poder
de escolha. Ele nunca forçará ninguém a servi-Lo. Para salvar toda
a humanidade, Ele está fazendo tudo que pode, dentro dos limites
das leis do conflito entre o bem e o mal. Se eu orar ou não, Ele está
buscando os membros da minha família. Se eles orarem por mim ou
não, Deus está trabalhando em minha vida. Se eu orar ou não, há uma
medida de proteção que Deus dá a todos através de Seus anjos.
Mas, quando eu oro e busco a Deus, abro novos canais para Ele agir
e, no contexto do conflito entre o bem e o mal, fazer coisas que não
faria se eu não pedisse. Deus não apenas respeita o poder de escolha
das pessoas que não oram, mas respeita o meu poder de escolha quan­
do oro. "Faz parte do plano de Deus conceder-nos, em resposta à ora­
ção da fé, aquilo que Ele não outorgaria se não o pedíssemos assim."'
Quando oramos, Deus derrama Seu Espírito sobre nós. A oração
abre as portas para o Deus ilimitado ajudar as pessoas em necessidade.
ORAÇÃO E REAVIVAMENTO 15
Uma passagem maravilhosa na Bíblia, 1 João 5:14-17, descreve o que
acontece quando oramos. Muitas passagens da Bíblia nos encorajam
a orar, mas essa faz mais que nos convidar à oração, mais que nos
motivar a orar, mais que nos encorajar; ela realmente explica por que a
oração é tão efetiva. O apóstolo declara: "Esta é a confiança que temos
para com Ele." Nossa confiança não está nas nossas orações. Nossa
confiança não está na nossa fé, mas em Cristo Jesus. E o apóstolo
continua: "Se pedirmos alguma coisa segundo a Sua vontade, Ele nos
ouve. E, se sabemos que Ele nos ouve quanto ao que Lhe pedimos,
estamos certos de que obtemos os pedidos que Lhe temos feito."
Podemos ter confiança absoluta de que, se formos a Deus, Ele ouvirá
nossas petições.
O verso seguinte revela o que acontece quando intercedemos por
outra pessoa. "Se alguém vir a seu irmão cometer pecado não para
morte, pedirá, e Deus lhe dará vida." O pecado que leva à morte é
imperdoável. Esse é o ponto pelo qual as pessoas têm endurecido o
coração contra Deus. Mas alguém poderá pedir pelo pecador. Quem
é este que está pedindo? É o intercessor. Portanto, Deus derrama Sua
vida através de nós para tocar a vida de outros. Somos os canais pelos
quais Deus derrama Seu ilimitado poder. Deus honra nossa interces­
são sincera pelos outros. É a oração intercessória que faz a diferença.

A VIDA DE ORAÇÃO DE JESUS


Jesus é nosso grande modelo de intercessão. Ele Se retirava regu­
larmente para um lugar calmo para orar e pedir a Deus forças para
enfrentar os desafios do dia. Ele implorava força para vencer as ten­
tações de Satanás. O evangelho de Marcos registra da seguinte forma
uma das sessões matutinas de oração de Jesus: 'Tendo-Se levantado
alta madrugada, saiu, foi para um lugar deserto e ali orava" (Marcos
1 :35). Se Jesus, o divino Filho de Deus, entendia que a oração é uma
necessidade, não precisamos nós, muito mais, de oração em nossa
vida? Jesus reconhecia que a força espiritual interior vem mediante a
oração. O evangelho de Lucas registra os hábitos de oração de Jesus:
"Ele, porém, Se retirava para lugares solitários e orava" (Lucas 5:16).
A oração não era algo que Jesus fazia ocasionalmente, quando apa­
recia uma necessidade ou problema. A oração era parte vital da vida de
16 0 REAVIVAMENTO PROMETIDO

Jesus. Essa era a chave para Ele permanecer ligado ao Pai, a essência
de Sua espiritualidade vibrante. A vida de oração de Jesus era parte
fundamental de Sua vida. Diariamente, o Salvador renovava Seu relacio­
namento com Seu Pai através da oração, e Sua vida de oração Lhe dava
coragem e força para enfrentar a tentação. Ele voltava dessas sessões de
oração com vigor espiritual e profundamente comprometido em fazer a
vontade do Pai.
Descrevendo um desses momentos de oração, Lucas acrescenta: "E
aconteceu que, enquanto Ele orava, a aparência do Seu rosto se trans­
figurou e Suas vestes resplandeceram de brancura" (Lucas 9:29). Jesus
irradiava o poder que vinha desses momentos na presença de Deus em
oração. Se Jesus, o divino Filho de Deus, precisava de tempo na pre­
sença de Seu Pai para vencer as tentações de Satanás, certamente nós
precisamos muito mais de tempo na presença de Deus.
Jesus nunca estava tão ocupado que não pudesse orar. Sua agenda
nunca estava tão cheia que não pudesse passar tempo em comunhão
com Seu Pai. Ele nunca tinha tanto a fazer que buscasse apressada­
mente a presença de Deus. Jesus voltava desses momentos íntimos
espiritualmente reavivado e cheio de poder porque havia tomado tempo
em oração.
R. A. Torrey lamenta as muitas ocupações do cristianismo de hoje
que o tornam tão impotente. Ele afirma: "Estamos ocupados demais
para orar, e ocupados demais para ter poder. Temos muitas ativida­
des, mas pouco êxito; muitos serviços, mas poucas conversas; muitas
máquinas, mas pouco resultado."
Ellen White ressalta o mesmo ponto: "Mesmo nas horas de devo­
ção, muitos deixam de receber a bênção da comunhão real com Deus.
Estão com demasiada pressa. Com passos precipitados apertam-se
ao atravessar o grupo dos que têm a adorável presença de Cristo,
detendo-se possivelmente um momento no recinto sagrado, mas não
para esperar conselho. Não têm tempo de ficar com o Mestre divino.
E com seus fardos eles voltam a seus trabalhos."]()
Uma coisa é certa: não podemos encarar o diabo com nossas próprias
forças. A oração é a resposta. Através da oração, Deus nos enche de
Sua presença e poder. Através da oração, Ele toca o coração de Seus
amados. Blindados com a oração, podemos encarar o inimigo no tempo
ORAÇÃO E REAVIVAMENTO 17
do fim, mas, com uma vida de oração inconsistente, é impossível viver
piedosamente no tempo do fim. Quando nossa conexão com Deus é
quebrada, o poder que vem de Deus é cortado. Quando há pouca ora­
ção, há pouco poder. A oração é nosso humilde reconhecimento de que
não podemos viver a vida cristã sem o poder de Cristo; é a admissão de
nossa incapacidade de enfrentar sozinhos as tentações de Satanás. Mas,
por outro lado, através da oração somos mais que capazes de suportar as
tentações. O diabo não é páreo para alguém que ora e confia em Deus.
De joelhos, abrindo o coração a Deus, experimentaremos milagres.
Veremos a mão de Deus se movendo de forma miraculosa. Como Jesus
fazia, voltaremos desses períodos de oração revigorados e sentiremos
que Deus está trabalhando através de nossa oração para transformar a
vida de outros ao nosso redor.
Você quer experimentar um reavivamento espiritual em sua vida? Você
deseja ter uma experiência espiritual renovada? Está cansado de sua aco­
modação espiritual? Você espera um reavivamento espiritual em sua igreja?
Nosso Senhor prometeu responder aos desejos sinceros de Seus
filhos. Ele nos responderá se O buscarmos. Sua promessa é para nós.
Ele diz: "Se Meu povo, que se chama pelo Meu nome, se humilhar, e
orar, e Me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então, Eu
ouvirei dos Céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra" (2
Crônicas 7:14). Jesus ainda acrescenta esta promessa: "Ora, se vós, que
sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai
celestial dará o Espírito Santo àqueles que Lho pedirem" (Lucas 11: 13).

QUATRO PRINCÍPIOS QUE MUDARÃO SUA VIDA

Se você incorporar os quatro princípios básicos relacionados a


seguir como parte regular de sua vida devocional, Deus derramará
abundantemente Seu Espírito sobre você. Sua vida espiritual será rea­
vivada e Deus usará você como um catalisador para reavivar sua casa,
sua escola, seu local de trabalho, sua vizinhança e sua igreja.

l. Separe um tempo cada dia para estar a sós com Deus.


Separe um tempo de devoção como prioridade para que você passe
um momento tranquilo e ininterrupto com Deus. Muitas pessoas
consideram o modelo "ACAS" de grande ajuda para manter a mente
18 0 REAVIVAMENTO PROMETIDO

concentrada durante os momentos devocionais. Você também pode


utilizá-lo como ajuda para se manter focalizado nos períodos de oração.
A-Adoração
C - Confissão
A - Agradecimento
S - Súplica

Adoração
Comece seu momento de oração com um período de adoração e
louvor. Louve a Deus por quem Ele é e pelo que significa para você.
O salmista declara que Deus habita no meio dos louvores de Seu povo
(Salmo 22:3). Outro salmo afirma: "O que Me oferece sacrifício de
ações de graças, esse Me glorificará" (Salmo 50:23). O louvor tira nossa
atenção de nós mesmos em direção a Deus e quem Ele é. O louvor eleva
nossa mente à Sua grandeza e não à nossa pequenez, à Sua sabedoria e
não à nossa ignorância, ao Seu poder e não à nossa fraqueza.

Confissão
Nesse momento, peça a Deus que o ajude a humilhar seu coração
e revele qualquer coisa em sua vida que não esteja em harmonia
com Sua vontade. Abertamente, confesse atitudes, hábitos e práti­
cas contrários à Sua vontade. A confissão ilumina o caminho para
que o Espírito Santo possa trabalhar poderosamente em nossa vida.
Sabemos que os discípulos entraram nesse tipo de profundo exame de
coração imediatamente antes do Pentecostes: "Os discípulos sentiram
sua necessidade espiritual e suplicaram do Senhor a santa unção que
os devia capacitar para o trabalho de salvar vidas."'' O Espírito Santo
foi derramado sobre esses discípulos contristados que humilharam o
coração em arrependimento e confissão.

Agradecimento
Pense em coisas bastante específicas que Deus fez por você recente­
mente e agradeça-Lhe. Paulo nos instrui: "Enchei-vos do Espírito, falando
entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com
hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças por tudo a nosso Deus
e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo" (Efésios 5: 18-20). Liste
ORAÇÃO E REAVIVAMENTO 19
as coisas pelas quais você está agradecido. Não considere as bênçãos de
Deus um direito adquirido, mas agradeça-Lhe o que Ele tem feito por
você. Você pode não ser um cantor talentoso, mas deixe-O colocar uma
canção de gratidão em seu coração durante esse momento e transborde
em canções de gratidão por Aquele que é tão bom para você.

Súplica
Deus Se alegra quando vamos à Sua presença como crianças depen­
dentes de nosso Pai celestial com nossos pedidos. Jesus nos assegura:
"Pedi, e dar-se-vos-á" (Mateus 7:7). Tiago nos admoesta: "Peça-a [a
sabedoria]. porém, com fé, em nada duvidando" (Tiago 1 :6). Paulo
era confiante: "Deus, segundo a Sua riqueza em glória, há de suprir,
em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades" (Filipenses 4: 19).
Podemos nos ajoelhar diante do trono de Deus com a certeza abso­
luta de "recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em
ocasião oportuna" (Hebreus 4:16). Leve ao Senhor os desejos de seu
coração. Peça-Lhe que torne seu coração e o dEle em um só, para que
seus desejos sejam os dEle.
Quanto mais tempo passarmos com Deus, mais desejaremos per­
manecer em Sua presença. A vida cristã se resume em conhecer a
Deus. Quanto mais O conhecemos, mais O amamos. Esse modelo de
oração nos ajudará a conhecê-Lo ainda mais.
Eis o segundo princípio para revitalizar sua vida devocional:

2. Leia a Bíblia fervorosamente.


Leia a Palavra de Deus fervorosamente, permitindo que o Espírito
Santo impressione sua mente. Deixe que ela se torne o assunto de
suas orações. Se a oração é a respiração do reavivamento, o estudo
da Bíblia é seu coração. Oração e estudo da Bíblia são os gêmeos
siameses do reavivamento. Eles estão interconectados. Quanto mais
você orar, mais faminto estará da Palavra de Deus, e, quanto mais você
estudar a Palavra, mais desejará orar. Aqui estão algumas sugestões
práticas para você:
• Pegue um salmo e leia alguns versos. Pergunte o que Deus está
dizendo para você nesses versos. Fale com Ele em oração sobre o que
o Espírito Santo impressionar sua mente. Enquanto você ora e lê o
20 O REAVIVAMENTO PROMETIDO

salmo, ouça a voz de Deus falando ao seu coração assim como Ele
falou ao salmista.
• Você pode também concentrar sua vida devocional nas últimas
cenas da vida de Cristo. A Bíblia contém seis capítulos básicos sobre
a morte de Cristo: Salmo 22, Isaías 53, Mateus 27, Marcos 15, Lucas
23 e João 19. Pegue um capítulo por vez e leia uns poucos versos.
Visualize os sofrimentos de Cristo por você, deixe o Espírito Santo
impressionar sua mente com o grande sacrifício de Cristo. Você per­
ceberá o coração partido pelos seus pecados, pois eles levaram Jesus
à cruz. Você será confortado pelo Seu amor de forma incomum, será
atraído a Ele pela Sua graça e envolvido pelo Seu sacrifício.
Estude cuidadosamente as grandes passagens da Bíblia e isso fará
uma diferença significativa em sua vida devocional. Deixe Deus falar a
você através de Sua Palavra. Ore com o salmista: "Vivifica-me, segun­
do a Tua promessa" (Salmo 119:154).
Se seguirmos este conselho da mensageira de Deus para os últimos
dias, veremos resultados maravilhosos em nossa vida: "Tome a Bíblia
e, de joelhos, suplique a Deus iluminação para a mente. Se estudás­
semos a Bíblia cada dia diligentemente e com oração, veríamos diaria­
mente alguma bela verdade em nova luz, clara e penetrante.""
Vamos agora ao nosso terceiro princípio para uma vida de oração
reavivada:

3. Aprenda a orar em voz audível.


Oração secreta não significa necessariamente oração silenciosa.
Frequentemente, durante nossas atividades diárias, é apropriado
elevar a Deus petições silenciosas. Mas, durante nossos momentos
devocionais, a oração audível mantém a mente concentrada em Deus.
Jesus orava audivelmente.
Os discípulos ficaram tão impressionados quando ouviram o
Salvador orando audivelmente que Lhe pediram que os ensinasse a
orar como Ele fazia (Lucas 11: 1 ). No Getsêmani, Jesus Se comprome­
teu a fazer a vontade do Pai a qualquer custo. O evangelho de Mateus
relata que Jesus implorou três vezes dizendo: "Não seja como Eu
quero, e sim como Tu queres." Obviamente, Jesus estava orando em
voz alta (ver Mateus 26:36-44). O livro de Hebreus nos diz que Jesus
ORAÇÃO E REAVIVAMENTO 21
oferecia, "com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem O
podia livrar da morte" (Hebreus 5:7).
Mais uma vez Ellen White nos instrui a "aprender a orar em voz alta
onde apenas Deus pode ouvir". 13 Não precisamos temer que Satanás
ouça nossas orações, saiba sobre o que estamos orando e que ele esteja
preparando alguma estratégia para nos derrotar. "Ao som da fervorosa ora­
ção, todo exército de Satanás treme" 14 e Deus responde nossas petições
enviando legiões de anjos, causando a retirada das hostes de Satanás.
Siga o exemplo de Jesus orando em voz audível durante seus
momentos de devoção. Inicialmente, pode ser um pouco difícil, mas,
à medida que você continuar, o Espírito Santo o levará a uma rica
experiência com o Mestre.
Assim, chegamos ao nosso quarto princípio para uma vida de oração
predominante e reavivada:

4. Participe de um pequeno grupo de oração.


Organize um pequeno grupo de oração, de três a cinco pessoas,
e combinem de se encontrar pelo menos uma vez por semana para
orar. A igreja do Novo Testamento se uniu em oração pelo poder do
Espírito Santo (Atos 1: 14; 4:31 ). Jesus instruiu Seus discípulos a
orarem juntos: "Em verdade também vos digo que, se dois dentre vós,
sobre a Terra, concordarem a respeito de qualquer coisa que, porven­
tura, pedirem, ser-lhes-á concedida por Meu Pai, que está nos Céus.
Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em Meu nome, ali estou
no meio deles" (Mateus 18: 19, 20).
Comentando essa passagem, Ellen White acrescenta: "O poder
dado será proporcional à unidade dos membros e ao seu amor por
Deus e pelos outros." 11 Essa é uma afirmação incrível e cheia de enco­
rajamento para o povo de Deus hoje. Há um poder especial e incomum
quando oramos juntos. Quando reservamos espaço em nossa agenda
pessoal para nos unirmos em oração e derramamos nosso coração a
Deus, Ele responde muito além de nossas expectativas.
A história de um reavivamento é a rica história de um povo que ora,
a história de uma igreja que busca a Deus unida. A igreja é reavivada
quando os membros estabelecem inúmeros grupos de oração e derra­
mam seu coração diante de Deus.
22 0 REAVIVAMENTO PROMETIDO

Por que não começar um grupo de oração em sua casa? Por que não
convidar alguns amigos para se juntar a você na busca de uma expe­
riência espiritual mais profunda? Por que não interceder, com algumas
pessoas, pela sua família, amigos ou vizinhos que não conhecem a
Jesus e Sua mensagem para este tempo?
Um pai ou uma mãe de oração pode fazer uma diferença incrível na
vida de seus filhos. Um marido ou uma esposa de oração pode fazer
uma diferença incrível em seu casamento. Cristãos de oração podem
fazer grande diferença em sua igreja, grupos de oração podem fazer
a diferença na comunidade e estudantes de oração podem mudar a
atmosfera da sua escola. O legado de gigantes da oração como Moisés,
José e Daniel demonstra que pessoas que oram chegam a mudar o
curso da história.
Você quer plantar as sementes do reavivamento? Inunde sua vida de
oração. Cubra sua família com oração. Sature sua vizinhança com ora­
ção. Interceda por seu cônjuge, pelos seus colegas de trabalho, amigos
e vizinhos. Erga suas petições ao Deus que tudo ouve. Busque Aquele
cujo ouvido está sempre inclinado, ouvindo os pedidos de Seus filhos.
Abra o coração ao Salvador que está mais interessado em responder
suas orações do que você em orar.
Quando você fizer isso, descobrirá a chave essencial para o reavi­
vamento de sua própria vida e da igreja de Deus dos últimos tempos.

APLICAÇÃO PESSOAL
"Reavivamento significa renovação da vida espiritual, uma vivifi­
cação das faculdades do espírito e do coração, um ressurgimento da
morte espiritual.'"'
O reavivamento não acontece quando lemos sobre ele, mas quan­
do praticamos suas bases encontradas na Bíblia. A igreja do Novo
Testamento manteve a experiência vital com Jesus através da oração,
do estudo da Bíblia e do testemunho.
Essa é a primeira de uma série de aplicações práticas dos princípios
espirituais que discutiremos em cada capítulo. Quando você colocar
em prática esses princípios, descobrirá a chave para um reavivamento
espiritual pessoal. Sua experiência com Jesus será mais profunda e
mais íntima do que você jamais pensou ser possível.
ORAÇÃO E REAVIVAMENTO 23
Cada sessão de aplicações se focalizará especialmente no tema do
capítulo que você acabou de ler. Segue uma lista de exercícios devo·
cionais para a próxima semana. Você pode usá-la como um esboço
para sua vida de oração.
No capítulo 1, introduzimos um modelo especial de oração. Quando
você se ajoelhar diante de Deus:

l. Escolha três coisas específicas pelas quais adorá-Lo. Passe alguns


momentos simplesmente adorando a Deus.
2. Pense em algo específico em sua vida que não está em harmonia
com a vontade de Deus e confesse isso a Ele.
3. Escolha três coisas pelas quais agradecer-Lhe:
• relacionadas à sua vida pessoal,
• relacionadas à sua família,
• relacionadas à sua igreja.

Neste exato momento, apresente a Deus a maior necessidade de


sua vida e clame pela promessa de Filipenses 4: 19: "O meu Deus,
segundo a Sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada
uma de vossas necessidades.''

1
Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 121.
2 Idem, Manuscript Releases, v. 3, p. 413.
'Idem, Obreiros Evangélicos, p. 259.
4 Idem, Vida e Ensinos, p. 137
5
Francis D. Nichol, The Midnight Cry (Washington, DC: Review and Herald, 1944), p. 29.
"Christian Führer, "Prayer and the Berlin Wall", Cimarronsong, http:// cimarronsong.
wordpress.com, acesso em 12/02/2009.
7
Ellen G. White, Testem1mhos Para a Igreja, v. 1, p. 346.
8
A. T. Pierson, citado em Arthur Wallis, ln the Day ofThy Power (Christian Literature
Crusade: 1956) p. 112.
"Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 525.
111 Idem, Educação, p. 260.
11
Idem, Atos dos Apóstolos, p. 37.
12
Idem, Review and Hera/d, 4 de março de 1884.
13 Idem, Nossa Alta vócação, p. 130
14
Idem, Testemunhos Para a Igreja, v. 1, p. 346.
15
Idem, The Central Advance, 25 de fevereiro de 1903.
"' Idem, Review and Hera/d, 25 de fevereiro del 902.
CAPÍTULO 2

O ESPÍRITO SANTO
E O REAVIVAMENTO

E u tinha acabado de apresentar um seminário sobre reavivamento


em uma igreja local quando um senhor de idade avançada me abor­
dou. Evidentemente ele havia sido cristão por muitos anos e polidamen­
te quis saber se poderia me fazer uma pergunta. Quando respondi posi­
tivamente, ele logo começou a citar várias passagens da Palavra de Deus
e ficou bem claro que ele conhecia bem a Bíblia. Primeiramente, fiquei
imaginando aonde ele queria chegar com aqueles comentários, mas, en­
tão, ele foi direto ao assunto: "O Espírito Santo é uma influência divina,
uma força que emana de Deus, ou é a terceira pessoa da Divindade?"
Muitos cristãos estão confusos sobre esse assunto.
O Espírito Santo é um poder vindo de Deus como um tipo de in­
fluência impessoal, ou é uma pessoa divina ) Expliquei ao meu novo
amigo que essa é uma questão de grande importância.
S� o Espírito Santo é a terceira pessoa da Divindade, como o Pai e o
Filho, mas pensamos que Ele é uma influência impessoal, estamos rouban­
do a honra, o amor e o respeito devido a uma pessoa divina. Se o Espírito
Santo é uma simples influência ou poder, tentaremos agarrar esse poder e
usá-lo em nosso favor. Por outro lado, se reconhecemos o Espírito Santo
como uma pessoa, permitiremos Sua influência e nos renderemos à Sua
guia, abriremos o coração à Sua instrução, e faremos Sua vontade, e não a
nossa. Nosso único desejo será permitir que Ele nos use.
Um reavivamento espiritual genuíno é fruto da obra do Espírito San­
to. Não podemos reavivar a nós mesmos. Apenas o Espírito Santo pode
nos trazer o reavivamento. Escrevendo com autoridade profética, Ellen
White afirma: "Um reavivamento da verdadeira piedade entre nós, eis a
maior e a mais urgente de todas as nossas necessidades. Precisamos da
santa unção de Deus, o batismo do Espírito Santo; pois esse é o único
O ESPÍRITO SANTO E O REAVIVAMENTO 25
agente eficiente na promulgação da verdade sagrada. É o Espírito de
Deus que aviva as faculdades amortecidas da pessoa para apreciar as
coisas celestiais, e atrai o afeto para Deus e para a verdade."'
Se queremos experimentar um verdadeiro reavivamento, é absoluta­
mente vital entender quem é o Espírito Santo e como Ele trabalha. Um
conceito falso do Espírito Santo, como um mero poder ou força, pode
nos levar à exaltação própria. "Olhe o poder que eu tenho!" Em contras­
te, o conceito verdadeiro do Espírito Santo, como a terceira pessoa da
Divindade, faz com que nos entreguemos humildemente à Sua vontade.
Infelizmente, muitos cristãos ao redor do mundo não têm uma com­
preensão clara sobre o Espírito Santo ou sobre Seu trabalho em nossa
vida. O Dr. Bill Bright, fundador e ex-presidente da Cruzada Estudan­
til para Cristo, declara que sua organização pesquisou "milhares de
cristãos nas igrejas ao redor do mundo" e, tristemente, "95% dos en­
trevistados indicaram que quase nada sabem sobre quem é o Espírito
Santo ou por que Ele existe".
A. W. Tozer escreveu: "A ideia que o membro da igreja tem acerca
do Espírito Santo é tão vaga que quase chega a ser não existente." O
ensino de Jesus a respeito do Espírito Santo nos evangelhos é tão claro
quanto o cristal, mas, para o cristão comum, de acordo com Tozer, é
"vago" ou quase não existente.
Que tragédia! Entender os ensinos da Bíblia sobre o Espírito Santo
é absolutamente vital para o crescimento da vida cristã.
No livro The Secret: Haw to Live with Purpose and Pawer [O Segredo:
Como Viver com Propósito e Poder], o Dr. Bright compartilha profundas
convicções sobre a vida cristã nestas palavras: "Estou pessoalmente con­
vencido de que, se os cristãos de hoje entendessem melhor os ensinos
básicos da Bíblia sobre o Espírito Santo, e então O convidassem para der­
ramar Seu poder em sua vida cada dia, eles experimentariam uma alegria
sem precedentes e completa realização pessoal. Mais que isso, nosso tes­
temunho verbal e não verbarpara Jesus Cristo inundaria o mundo."'
Você quer experimentar uma intimidade sem precedentes com
Deus? Quer receber o poder sobrenatural de Cristo para viver uma
vida cristã vitoriosa? Quer ser uma testemunha poderosa de Cristo no
mundo? A chave para uma vida cristã realizada é compreender quem é
o Espírito Santo e recebê-Lo em sua vida.
26 0 REAVIVAMENTO PROMETIDO

QUEM É O ESPÍRITO SANTO?

É bem fácil pensarmos no Pai como uma pessoa e em Jesus como


uma pessoa. Nossa mente forma imagens mentais dEles. Mas o Espí­
rito Santo é considerado tão misterioso, tão invisível, tão secreto e tão
difuso que às vezes questionamos quem Ele é.
Aqui está o erro que cometemos, pois frequentemente relacionamos
personalidade divina com visibilidade. Se o Espírito Santo é universal
e está presente em todos os lugares, alguns concluem que Ele deve ser
uma força ou presença de Deus, e não um Ser divino. Há outros dois
graves problemas com esse tipo de pensamento.
Primeiramente, é uma pretensão humana explicar a realidade di­
vina. O ser humano tenta enquadrar a verdade divina dentro de sua
limitada maneira de pensar. Isso leva a fragmentar a verdade sublime
em pequenos pedaços para que possa ser digerida. Às vezes nos esque­
cemos de que Deus é Deus 1
Nunca entenderemos a complexidade de todos os Seus caminhos.
Como disse um teólogo eminente: "Tentar entender a Trindade é per­
der a cabeça. Negar a Trindade é perder a alma."
A boas notícia é que não temos que entender tudo sobre algo para apreciar
aquilo que podemos conhecer apenas parcialmente. Não entendo tudo sobre
eletricidade, mas não preciso me assentar no escuro até entendê-la.
De maneira semelhante, embora não possamos compreender com­
pletamente a natureza do Espírito Santo, podemos aceitar, pela fé, o
ensino bíblico sobre Ele e convidá-Lo a morar em nosso coração.
Em segundo lugar, a ideia é contrária às Sagradas Escrituras. A
Bíblia contém diversas passagens claras no Novo Testamento que des­
crevem o trio divino. Nenhuma dessas passagens apresenta uma das três
pessoas da Trindade como inferior ou de menos valor que outra. A últi­
ma ordem de nosso Senhor para Seus discípulos foi: "Ide, portanto, fazei
discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho,
e do Espírito Santo" (Mateus 28: 19). Quando os conversos do Novo Tes­
tamento se tornaram cristãos, eles entraram em uma comunhão divina,
uma unidade c�lestial com o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
Em Efésios 2: 18, o apóstolo Paulo descreve a unidade de propósito
da Divindade nestas palavras: "Porque, por Ele, ambos temos acesso
ao Pai em um Espírito." E o apóstolo descreve a unidade da Trindade
0 ESPÍRITO SANTO E O REAVIVAMENTO 27
em Hebreus 10:9-15 da seguinte maneira: o Pai com a vontade, o Filho
com as obras e o Espírito com o testemunho.
Mediante as Escrituras, o Pai, o Filho e o Espírito Santo cooperam
para cumprir os propósitos do Céu no plano da redenção. Eles estive­
ram presentes na criação, no batismo de Jesus, durante a vida de Jesus,
na cruz e na ressurreição de Cristo, e estão presentes durante Seu
ministério no santuário celestial.
O apósto1o Pau1o conclui sua segunda carta aos coríntios com estas pa­
lavras esclarecedoras: "A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus,
e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós" (2 Coríntios 13:13).
Essa passagem fala sobre três coisas: o amor de Deus, a graça de
Cristo e a comunhão do Espírito Santo.
No Antigo Testamento, Deus revelou Seu amor através das adver­
tências e instruções dos profetas do Antigo Testamento. No Novo Tes­
tamento, Deus revelou Seu amor através da vida e morte de Jesus.
Chamamos de graça essa revelação em ambos os Testamentos. Desde
a ressurreição de Jesus e a inauguração de Seu ministério no santuário
celestial, Deus revela Seu amor através da presença pessoal, ou comu­
nhão, do Espírito Santo em nossa vida.
É através do Espírito Santo que somos levados à comunhão com
o Pai e o Filho. É através dEle que entramos em íntima comunhão
com o divino. Antes de Cristo vir ao mundo em carne, o Pai era a
pessoa da Trindade que mais chamava a atenção, preenchendo o
horizonte. Quando Jesus veio, Ele preencheu o horizonte. O mundo
do Novo Testamento viu o amor de Deus através de Jesus. Aí está o
porquê de Jesus ter dito: "Quem Me vê a Mim vê o Pai" (João 14:9).
Uma vez que Jesus ascendeu ao Céu, entramos em uma nova dis­
pensação: a do Espírito Santo. Ele é tão real, tão divino e tão membro
da Divindade quanto o Pai e o Filho. O Espírito Santo não é uma
influência diluída e sombria que emana do Pai. Ele não é uma força
impessoal, algo a ser reconhecido vagamente, ou simplesmente um
princípio invisível de vida.

O ESPÍRITO SANTO É UMA PESSOA DIVINA


LeRoy E. Froom, em seu livro The Coming of the Comforter [A Vin­
da do Consolador]. afirma: "Jesus foi a personalidade mais marcante
28 0 REAVIVAMENTO PROMETIDO

e influente de todas que já existiram neste mundo, e o Espírito Santo


veio para tomar Seu lugar. Nada, a não ser uma pessoa, poderia tomar
o lugar daquela pessoa maravilhosa. Nenhuma simples influência seria
jamais suficiente.''3
Ellen White oferece um esclarecimento: "Há três pessoas vivas per­
tencentes ao trio celestial; em nome destes três grandes poderes - o
Pai, o Filho e o Espírito Santo - os que recebem a Cristo por fé viva
são batizados, e esses poderes cooperarão com os súditos obedientes
do Céu em seus esforços para viver a nova vida em Cristo."4
Como um trio que produz música celestial e cada um exercendo sua
função, o Pai, o Filho e o Espírito Santo harmoniosamente unem Suas
vozes em uma canção de salvação para nos redimir. O Espírito Santo é,
de fato, a terceira pessoa da Trindade. Leia estas palavras poderosas de
Ellen White: "O mal vinha sendo acumulado por séculos e só poderia
ser restringido e resistido pelo eficaz poder do Espírito Santo, a terceira
pessoa da Divindade, que viria com não modificada energia, mas na
plenitude do poder divino."'
O Espírito Santo veio repleto do poder divino sobre os primeiros dis­
cípulos no Pentecostes. É plano dos Céus que o Espírito Santo venha
pleno de poder divino sobre cada cristão.
Em João 14-16, Jesus descreve em detalhes o ministério do Espírito
Santo. Essas são, provavelmente, algumas das Suas palavras mais signi­
ficantes. Seus ensinos sobre o Espírito Santo transformam nossa vida.
É impossível superenfatizar a importância dessa verdade tremenda
relacionada ao Espírito Santo. Aqui estão as próprias palavras de Jesus:
"Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja
para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode
receber, porque não O vê, nem O conhece; vós O conheceis, porque
Ele habita convosco e estará em vós" (João 14:16, 17).
Nas eras passadas, o Espírito Santo esteve com os verdadeiros cren­
tes; mas, a partir do Pentecostes, o propósito de Deus era de que Ele
estivesse em nós. Essa é uma realidade divina. Essas não são apenas
algumas palavras piedosas. O mundo acredita no que vê. Vivemos nes­
te mundo em que ver é acreditar. Homens e mulheres do século 21
frequentemente excluem o sobrenatural. Se algo não pode ser tocado,
se não é material, se não pode ser quantificado, então não existe.
0 ESPÍRITO SANTO E O REAVIVAMENTO 29
Para uma pessoa secular, é ridículo pensar no Espírito Santo habi­
tando na vida do cristão. É um absurdo inacreditável. Mas essa é pre­
cisamente a ideia de Cristo. O que o mundo não entende e certamente
não pode compreender, os cristãos aceitam pela fé.
A primeira e segunda pessoas da Divindade, o Pai e o Filho, fazem
morada em nosso coração através do terceiro membro da Divindade, o
Espírito Santo.
Não mais somos órfãos. Não somos como uma criança abandonada
que foi deixada na esquina deste mundo por um Cristo que subiu a
algum tipo de mansão celestial e nos deixou sozinhos. De tempos em
tempos, lemos sobre um bebê abandonado, deixado à porta de um apar­
tamento, enrolado em um cobertor, e que foi descoberto pelos vizinhos.
Revelando Sua presença pessoal através do Espírito Santo, Jesus nos
reafirma: "Não vos deixarei órfãos, voltarei para vós outros" Qoão l 4: 18).
Nossa solidão acaba. Não temos um vazio corroendo por dentro, espe­
rando companhia e amor, pois Jesus nos preenche com Sua presença atra­
vés do Espírito Santo. Às vezes, sentimos falta de Sua presença pessoal,
mas através do Espírito Santo temos Jesus habitando em nossa mente.
Ao comentar João l 4:16-18, Ellen White fala sobre o Espírito Santo
descendo sobre os discípulos.

O Pentecostes trouxe sobre eles a presença do Consolador,


sobre quem Cristo havia dito: "Ele habitará em vocês". E mais
adiante Ele diz: "Convém-vos que Eu vá, porque, se Eu não for,
o Consolador não virá para vós outros; se, porém, Eu for, Eu vo­
Lo enviarei" (João 16:7). [ ... ] Desde então, mediante o Espírito,
Cristo iria habitar continuamente no coração de Seus filhos. A
união com Ele passaria a ser mais próxima do que quando Ele
esteve pessoalmente entre eles. 6

Pense nisso. É realmente inacreditável! Hoje, nossa umao com


Cristo, mediante o Espírito Santo, pode ser mais íntima do que se
tivéssemos sido um de Seus discípulos há dois mil anos. Podemos ter
um relacionamento mais íntimo com Jesus hoje, através do Espírito
Santo, do que Seus seguidores tiveram antes do Pentecostes 1
Ellen White acrescenta: "A obra do Espírito Santo é imensuravelmente
30 0 REAVIVAMENTO PROMETIDO

grande. É dessa fonte que poder e eficiência vêm ao obreiro de Deus;


e o Espírito Santo é o Consolador, como a presença pessoal de Cristo
para a alma. "7
O que é esse trabalho do Espírito Santo que é tão imensuravelmente
grande na vida dos seguidores de Cristo? O que esse dom precioso do
Céu deseja fazer pelos seguidores de Cristo? O que Jesus deseja fazer
através do dom do Espírito Santo em sua vida?

0 EsPfRITO SANTO É UM CONSOLADOR PESSOAL

Em João 14: 16, Jesus declara: "Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará
outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco. " Em João
16:7 o Mestre acrescenta: "Se Eu não for, o Consolador não virá para
vós outros; se, porém, Eu for, eu vo-Lo enviarei."
Em João, capítulos 14, 15 e 16, os pronomes Ele e dEle são aplica­
dos 24 vezes ao Espírito Santo. Ele é nosso Consolador pessoal.
O Novo Testamento foi escrito em grego e a palavra grega traduzida
como "Consolador" é parakletos. Essa é uma palavra maravilhosa que li­
teralmente significa "separado com o propósito de ajudar". Algumas tra­
duções usam a palavra advogado. Um advogado era um assistente legal no
sistema da corte romana, chamado para auxiliar em um tribunal de justiça.
De acordo com Leon Morris, no seu comentário sobre o evangelho
de João: "Qualquer amigo que tomasse a iniciativa de ajudar em um
momento de necessidade legal poderia ser chamado de um parácle­
to ou advogado."' O parakletos é aquele que se levanta conosco em
todos os momentos, confortando, instruindo, fortalecendo, guiando e
enchendo o futuro de esperança.
Você já esteve ao lado de alguém que, embora atingido por uma tra­
gédia e sofrimento, parecia irradiar uma paz sobrenatural em meio às
lágrimas? É bem provável que o Espírito Santo, o Amigo que conforta e
encoraja todos os que creem, habitasse em seu coração. O Espírito de
Deus não nos priva das dores humanas. O próprio Jesus experimentou
toda a gama de dor humana e trauma emocional. Ele Se sentiu isolado
e sozinho quando assumiu a culpa de nossos pecados na cruz.
Mas, no meio de nossa dor, temos Aquele que Se levanta ao nosso
lado - um Amigo que nos dá paz que ultrapassa toda compreensão
humana. O Espírito Santo é nosso Consolador pessoal. Ele pode nos
0 ESPÍRITO SANTO E O REAVIVAMENTO 31
dar força sobre-humana, coragem e paz quando tudo ao redor parece
estar se desintegrando.
Uma noite, logo após terminar uma palestra sobre profecias em Los
Angeles, fiquei sabendo que uma pessoa da nossa equipe de apoio ha­
via se sentido mal e desmaiado. Junto com outros, eu me apressei para
saber melhor sobre seu estado. Ficou logo claro que ele estava com
sintomas de ataque do coração. Chamamos imediatamente o socorro
e corremos com ele para o hospital. Embora as coisas parecessem cor­
rer bem nos primeiros dias, sua condição de repente piorou e, antes
que os médicos pudessem operá-lo, nosso amigo faleceu. O que me
maravilhou naquela época, e ainda me maravilha hoje, foi a paz que o
Espírito Santo deu à esposa dele em meio à dor e tragédia inesperada.
Naquele momento de tristeza e sofrimento, ela teve paz interior. O
Espírito Santo estava com ela, ajudando, confortando, encorajando e
guiando essa mulher como um amigo.
As traduções de João 14: 16 indicam Jesus enviando um "outro Con­
solador" ou "Confortador". Em latim, a palavra para consolo/conforto
vem de duas palavras, com e fortes, que significa "fortalecer".
O Espírito Santo habitando em nosso coração é como um amigo
íntimo em quem confiamos para nos dar força em face de qualquer
situação que o inimigo apresentar.

AJUDA PARA NOSSAS NECESSIDADES DIÁRIAS


Que fraquezas fazem parte de sua constituição genética? A que ten­
tações você tem cedido vez após vez? Que pecados parecem enganá-lo
continuamente? Será a ira, impureza ou amargura? Seria algum vício
físico fora de controle, ou quem sabe um espírito crítico? Deus está
completamente consciente dessa batalha espiritual que ocorre na men­
te de cada pessoa. Ele enviou o Espírito Santo como nosso Consolador
para vencer os poderes das trevas que nos escravizam. Ele enviou o
Espírito Santo para cortar as correntes que nos prendem e nos libertar.
Ele enviou o Espírito Santo para que pudéssemos encarar o inimigo
com força. O reavivamento ocorre quando abrimos o coração ao mi­
nistério poderoso do Espírito Santo em nossa vida. "Ninguém é tão vil,
ninguém tão decaído, que esteja além da operação desse poder [do Es­
pírito Santo]. Em todos quantos querem se submeter ao Espírito Santo
32 0 REAVIVAMENTO P R O M ET I DO

deve ser implantado um princípio novo de vida: a perdida imagem de


Deus deve ser restaurada na humanidade."'
Pelo poder do Espírito Santo, uma mudança completa pode ser ope­
rada em sua vida.

o ESPÍRITO SANTO É Nosso PROFESSOR PARTICULAR

Em João 14: 17, Jesus fala do Espírito Santo como o "Espírito da ver­
dade". Em João 16:13, Jesus declara: "Quando vier, porém, o Espírito da
verdade, Ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por Si mesmo,
mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir."
O Espírito Santo é nosso Professor pessoal para nos instruir nos
caminhos da eternidade enquanto lemos a Palavra de Deus. Não há
verdade que devamos conhecer sobre a qual o Espírito Santo esteja
despreparado para nos instruir.
A única forma de entendermos a Palavra de Deus é através do Espíri­
to Santo. Algumas pessoas estudam a Palavra de Deus para provar que os
outros estão errados. Outros estudam a Bíblia buscando a verdade me­
diante a sabedoria humana. Eles colocam todas as faculdades da mente
para trabalhar a fim de entender a Bíblia, mas continuam confusos.
O livro Caminho a Cristo descreve nossa necessidade de ter o Espí­
rito Santo nos ajudando a entender a Bíblia. "Só nos é possível chegar
a compreender a Palavra de Deus mediante a iluminação do Espírito
pelo qual ela foi dada."IU O mesmo Espírito Santo que inspirou os pro­
fetas a escrever a Bíblia nos ilumina ao lê-la hoje. Nosso divino Pro­
fessor revela as coisas profundas e ocultas da Palavra de Deus, assim
como as coisas profundas de nosso próprio coração.
No profundo da nossa alma escondem-se pecados secretos, atitudes
e pensamentos contrários aos princípios de Cristo. O Espírito Santo traz
esses segredos à luz para que possamos lidar com eles. O Espírito Santo
nos ensina constantemente, ao estudarmos a Palavra de Deus, a deixar
nossas dúvidas, medos, ansiedades e preocupações aos pés de Jesus.
O mesmo Espírito Santo que revelou a verdade aos profetas da Bí­
blia, quando eles a escreviam, revela a verdade a nós quando a estuda­
mos. O salmista orou: "Estou aflitíssimo; vivifica-me, Senhor, segundo
a Tua palavra" (Salmo 1 19: 1 07). Ele continua sua petição: "Defende a
minha causa e liberta-me; vivifica-me, segundo a Tua promessa" (Sal-
0 ESPÍRITO SANTO E O REAVIVAMENTO 33
mo 1 19: 154). A Palavra de Deus é o fundamento de todo reavivamen­
to. O Espírito Santo nos leva a aplicar a Palavra de Deus pessoalmente.
Tome como sua a seguinte oração: "Jesus, percebi que não posso
entender Tua Palavra sem Teu Espírito. Ao lê-la, peço que o Espírito
Santo me convença do pecado, instrua na justiça e impressione acerca
da urgência de viver na hora do juízo. Ó, Senhor, eu desejo e aceito
qualquer que seja a verdade que Tu tens para mim. Quaisquer mu­
danças que Tu queres efetuar em minha vida, eu as quero também. Ó,
Espírito divino e celestial, vem instruir--me."
O verdadeiro vigário de Cristo na Terra não se assenta no trono pa­
pal em Roma. O verdadeiro vigário de Cristo na Terra é o Espírito
Santo, enviado da sala do trono do Universo como nosso Professor e
Instrutor em toda a verdade.
Há ainda outro aspecto acerca do ministério do Espírito Santo que
não devemos negligenciar.

o ESPÍRITO SANTO É Nosso GUIA PESSOAL


Como guia pessoal, o Espírito Santo convencerá você de pecados
não confessados. Ele procurará preveni-lo de cair, convencendo-o do
que é errado antes de sua decisão. Ele pode trazer um mandamento
bíblico à sua mente, pode dar a você o senso de convicção acerca de
algo que você estiver prestes a fazer. O Espírito Santo o conduzirá à
vontade de Deus em todas as decisões da vida.
João 16: 13 descreve o Espírito Santo como aquele que nos guia. Em
Isaías 58: 1 1, Deus promete que Ele nos "guiará continuamente". Sal­
mo 32:8 acrescenta: "Instruir-te-ei e te ensinarei o caminho que deves
seguir; e, sob as Minhas vistas, te darei conselho."

I . Deus nos guia por meio das convicções profundas do Espírito


Santo.
2. Ele nos guia por meio das passagens inspiradas pelo Espírito em
Sua Palavra.
3. Ele também nos guia quando o Espírito Santo impressiona outros
a dividirem palavras de sabedoria e conselhos conosco.
4. Às vezes, Deus nos guia ao permitir que o Espírito Santo propor­
cione uma experiência tão providencial em nossa vida que um
34 0 REAVIVAMENTO PROMETIDO

caminho simples se abre diante de nós e percebemos o modo pelo


qual Deus está agindo.

É através do Espírito Santo que Deus nos guia.

0 HOMEM-POMBA
-Há muitos anos, havia um guia no deserto da Arábia que nunca se
perdia. Ele carregava em suas vestes um pombo-correio com uma cor­-
da longa e fina ligada à sua perna. Quando ficava em dúvida quanto ao
caminho a seguir, ele atirava o pombo ao ar e ele rapidamente tensio­
nava a corda, à medida que tentava voar na direção de casa. As pessoas
chamavam aquele guia de o "homem-pomba".
O Espírito Santo, a Pomba celestial, nos levará de volta para casa.
Abra seu coração a Ele. Compareça diante de Deus sinceramente com
esta oração: "Senhor, entrego minha vontade à Tua. Entrego a Ti mi­
nhas ambições egoístas. Senhor, tudo que quiseres que eu faça, eu
farei. De todos os hábitos que quiseres que eu desista, eu deixarei.
Senhor, Tu és meu Consolador, meu Mestre, meu Guia. Desejo que
habites em mim através do Teu Santo Espírito hoje e sempre."
O Espírito Santo trará reavivamento à sua vida. "O batismo
do Espírito Santo como no dia de Pentecostes o levará a um re­
avivamento da verdadeira religião e à operação de muitas obras
maravilhosas. " 1 1
Agora é o tempo de buscar o batismo do Espírito Santo e o reaviva­
mento genuíno. Você abrirá hoje seu coração à Pomba celestial?

Santo Espírito, luz divina,


brilha neste meu coração.
Afugenta as sombras da noite
e torna em dia minha escuridão.

APLICAÇÃO PESSOAL
Neste capítulo, discutimos o ministério do Espírito Santo na vida de
cada cristão. Uma das tarefas do Espírito Santo é colocar em cada cora­
ção o desejo de ver outras pessoas salvas no reino de Deus. Assim como
o Espírito Santo guiou Filipe para a Etiópia, Pedro até Cornélia e Paulo
0 ESP ÍRITO SANTO E O REAVIVAMENTO 35
à prisão de Filipos, assim Deus nos guia a homens e mulheres hoje para
compartilhar Seu amor.
Nesta semana, em seus momentos de devoção, ore diligentemente
por pessoas específicas. Moisés implorou pelo povo de Deus. Daniel in­
tercedeu por Israel. Jesus orou por Pedro nominalmente (Lucas 22:31,
32). Paulo orou pelos cristãos em Éfeso, Filipos e Colossos. Quanto mais
específicos somos em nossas orações, citando nossos familiares, amigos,
vizinhos e colegas de trabalho, mais poderosamente Deus trabalhará.
Com sua Bíblia aberta, reivindique as seguintes promessas:

Mateus 7:7- "Pedi, e dar- se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á."


1 João 5:14 - "Esta é a confiança que temos para com Ele: que, se
pedirmos alguma coisa segundo a Sua vontade, Ele nos ouve."
Hebreus 4:16 - "Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao
trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça
para socorro em ocasião oportuna."

Enquanto você reivindica essas promessas, escreva o nome de três


pessoas nas linhas abaixo e ore por elas diariamente.

1. ________________________
2. ________________________
3. ________________________

1
Ellen G.White, Cospe/ r¼rkers, edição de 1892, p. 370.
2
Bill Bright, The Secret: How to Live with Purpose and Power (Nashville:Thomas Nelson,
1995), p. 34.
3
LeRoy E. Froom, The Coming ofthe Comforter (Washington, DC: Review and Herald,
1944), p. 41. Publicado em português como A Vinda do Consolador (Tatuí: Casa
Publicadora Brasileira, 1995).
4
Ellen G. White, Evangelismo, p. 615.
5 Idem, Testemunhos Para Ministros, p. 392.
6
Idem, Caminho a Cristo,p. 74, 75.
7
Idem, Review and Herald, 29 de novembro de 1892.
8
Leon Morris, The Gospel According toJohn (Grand Rapids: Eerdmans, 1995), p. 665.
9
Ellen G. White, Parábolas deJesus, p. 96.
10
Idem, Caminho a Cristo, p. 109.
11 Idem, Mensagens Escolhidas, v. 2, p. 57.
CAPÍTULO 3

URGÊNCIA DE UM REAVIVAMENTO

e onta-se a história de uma mulher que ligou desesperada para seu


agente de seguros. A conversa foi assim:
Mulher: Sr. Johnson, preciso aumentar o plano de seguro da minha
casa imediatamente.
Agente de seguros: Senhora, gostaria muito de aumentar sua co­
bertura, mas você precisa vir ao meu escritório para preencher um
formulário e assinar os papéis.
Mulher: Mas eu preciso fazer isso agora, pelo telefone.
Agente de seguros: Isso não é possível. Você terá que vir ao escritó­
rio, ou eu terei que ir à sua casa mais tarde nesta semana.
Mulher: Senhor, o senhor não está entendendo. Quero aumentar
meu plano hoje!
Agente de seguros: Gostaria de poder ajudá-la, mas há alguns
documentos que você precisa assinar.
Mulher: Olha, minha casa está pegando fogo e eu tenho que au­
mentar minha cobertura agora!

Há algumas coisas na vida que você simplesmente não pode deixar


para amanhã. Elas devem ser feitas hoje ou as consequências serão
catastróficas. Há algumas coisas que podem ser adiadas até amanhã,
não faz diferença, mas outras coisas são preteridas somente a custo de
perdas eternas.
A preparação para a segunda vinda de Cristo é um dos assuntos
absolutamente vitais que não podem ser adiados. A segunda vinda de
Cristo pode até parecer demorada, mas nossa preparação para Sua vin­
da nunca deveria ser adiada.
Em Mateus 24, Jesus apresenta os sinais de Sua volta, e em Mateus
25 revela a preparação para Sua volta. Mateus capítulo 24 enfatiza o
URGÊ:NCIA DE UM REAVIVAMENTO 37
que acontecerá no mundo antes da volta de Jesus. Mateus capítulo 25
enfatiza o que vai acontecer na igreja antes da volta de Jesus.
Após discutir sobre falsos cristas e falsos profetas, guerras, pestes,
terremotos, desastres naturais de todos os tipos, o aumento do crime
e da violência e um grupo de outros sinais, o Salvador avisa: "Portanto,
vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor. Por isso, ficai
também vós apercebidos; porque, à hora em que não cuidais, o Filho
do Homem virá" (Mateus 24:42, 44).
Em Mateus 25, Jesus apresenta a primeira de três parábolas sobre
o que significa "vigiar" e "estar pronto" para Sua vinda. A parábola das
dez virgens fala com relevância especial para a igreja de hoje. O evan­
gelho de Mateus lista 21 parábolas de Jesus e 14 delas se referem ao
reino de Deus ou à igreja.
Nessas parábolas do reino de Deus, Jesus está especialmente pre­
ocupado com relação à condição espiritual de Seu povo. Elas não se
focalizam na situação do mundo, mas se voltam para a igreja.
Comentando sobre a importância da parábola das dez virgens, Ellen
White diz: "Muitas vezes minha atenção é chamada à parábola das dez
virgens, cinco das quais eram prudentes, e cinco, néscias. Essa pará­
bola tem sido e será cumprida ao pé da letra."'
Essa parábola é tão importante, tão significativa, tão vital para a igre­
ja hoje, que Deus a levou diversas vezes à mente de Sua mensageira.
A parábola começa com estas palavras: "Então, o reino dos Céus será
semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram a
encontrar-se corri o noivo" (Mateus 25: 1 ).
Enquanto cada parábola do reino de Deus se refere à igreja de forma
geral, a história das dez virgens fala especialmente à igreja que espera
a vinda do Senhor. Na Bíblia, a mulher representa a igreja, a noiva de
Cristo. Virgens representam pureza, igreja verdadeira, não contami­
nada com doutrinas corruptíveis, e o número dez é usado porque é o
menor número de judeus que poderia significar uma sinagoga. Essa
história está, obviamente, falando acerca da igreja verdadeira de Deus
no fim dos tempos. As lâmpadas representam a Palavra de Deus. O
salmista Davi escreve: "Lâmpada para os meus pés é a Tua palavra e
luz para os meus caminhos" (Salmo 119: 105).
Os membros dessa igreja com doutrina pura e que acreditam na
38 O REAVIVAMENTO PROMETIDO

Bíblia têm a luz da Palavra de Deus para iluminar o mundo com a ver­
dade enquanto esperam pelo retorno da chegada do noivo.
"Cinco dentre elas eram néscias, e cinco, prudentes" (Mateus 25:2).
Perceba que a história não contrasta virgens puras e impuras, as virgens
santas e pecadoras, ou as virgens boas e más. Nem contrasta as virgens
obedientes com as desobedientes, as virgens leais e rebeldes, ou as fiéis
e infiéis. Em vez disso, a Bíblia as chama de "prudentes" e "néscias".
Podemos logicamente perguntar: "O que fez um grupo ser prudente
e outro néscio? Será que um grupo era prudente porque acordou e ou­
tro néscio porque ficou dormindo?" É evidente que não! Mateus 25:5
declara: "Tardando o noivo, foram todas tomadas de sono e adorme­
ceram." Tanto as "prudentes" quanto as "néscias" pegaram no sono. A
verdade surpreendente dessa parábola não é que cinco das dez virgens
dormiram, mas que todas elas dormiram.
Vivendo no limiar da eternidade, à beira do reino de Deus, toda a
igreja é apresentada como sonolenta espiritualmente. A igreja se en­
contra dormente para as grandes oportunidades de preparar o mundo
para a volta do noivo. A cultura secular, materialista e sem Deus nos
circunda e nos leva a um entorpecimento espiritual.
O povo de Deus tem uma mensagem, uma missão. É um povo que
se ergueu para poderosamente difundir a luz da Sua Palavra ao mundo
em escuridão.
Isaías prediz o destino dessa igreja nestas palavras:

Dispõe-te, resplandece,
porque vem a tua luz,
e a glória do Senhor nasce sobre ti.
Porque eis que as trevas cobrem a Terra,
e a escuridão, os povos;
mas sobre ti aparece resplendente o Senhor,
e a Sua glória se vê sobre ti.
As nações se encaminham para a tua luz,
e os reis, para o resplendor que te nasceu.
Levanta em redor os olhos e vê;
todos estes se ajuntam e vêm ter contigo (Isaías 60: 1-4 ).
URGÊNCIA DE UM REAVIVAMENTO 39
Cheios do poder do Espírito Santo, cheios do óleo da Sua graça,
o povo de Deus iluminará o mundo com Sua glória. Os fiéis causa­
rão impacto no mundo com Sua verdade. O evangelho será pregado
aos confins do mundo, a missão cumprida, a tarefa completada, o
trabalho terminado, o caminho preparado para a vinda do noivo e
iluminado com a tocha da verdade. Esse é nosso destino! Esse é nos­
so chamado! Essa é a razão de nossa existência como povo de Deus.
Não há nenhuma outra razão para a existência da Igreja Adventista
do Sétimo Dia.
Mas as virgens néscias falharam em participar da conclusão da obra
de Deus na Terra. Elas perderam essa oportunidade magnífica e tam­
bém perderam a eternidade. Mas por quê? Elas são membros da igreja
verdadeira, estão todas esperando a vinda do noivo. Todas anteciparam
a vinda do Senhor, todas aceitaram e acreditaram nas verdades das
Escrituras, todas são doutrinariamente ortodoxas e vivem de maneira
moralmente correta. Todas gostam de participar da comunhão da igreja
e da companhia das virgens prudentes.
Estudemos �ais atentamente a vida das virgens néscias. Vejamos o
que a Bíblia diz sobre elas: "As néscias, ao tomarem as suas lâmpadas,
não levaram azeite consigo" (Mateus 25:3).
No mundo antigo, as lâmpadas podiam conter apenas um supri­
mento limitado de óleo, e pessoas prudentes sempre tinham um cantil
extra de óleo. Quando o óleo da lâmpada ia se acabando, elas podiam
repor o fornecimento. Perceba cuidadosamente que o problema não
está no fato de que as virgens não tivessem óleo; o problema foi que
elas não tinham o suficiente.

E, tardando o noivo, foram todas tomadas de sono e adorme­


ceram. Mas, à meia-noite, ouviu-se um grito: Eis o noivo! Saí ao
Seu encontro! Então, se levantaram todas aquelas virgens e pre­
pararam as suas lâmpadas. E as néscias disseram às prudentes:
Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas estão-se apa­
gando. Mas as prudentes responderam: Não, para que não nos
falte a nós e a vós outras! Ide, antes, aos que o vendem e comprai­
□. E, saindo elas para comprar, chegou o noivo, e as que estavam
apercebidas entraram com ele para as bodas; e fechou-se a porta.
40 O REAVIVAMENTO PROMETIDO

Mais tarde, chegaram as virgens néscias, clamando: Senhor, Se­


nhor, abre-nos a porta! Mas ele respondeu: Em verdade vos digo
que não vos conheço. Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a
hora (Mateus 25:5-13).

Uma leitura casual dessa parábola nos traz luz a este fato óbvio: as
virgens néscias perderam o óleo todo essencial. O óleo, obviamente,
representa o Espírito Santo. Existem muitos símbolos para o Espírito
Santo na Bíblia. Fogo, água e vento são apenas alguns. Mas por que
Jesus usou o simbolismo do óleo aqui? Há pelo menos três razões.
No Antigo Testamento, o óleo simboliza uma consagração total e
completa. Ele é separado para uso sagrado. O santuário e todos os seus
artigos, bem como o sacerdote, eram consagrados com óleo.
Óleo representa cura. O bom samaritano ungiu com óleo o viajante
ferido. Tiago 5 fala sobre ungir os doentes com óleo. Em certo sentido,
o óleo representa o poder de cura do Espírito Santo, que pode curar
nosso coração das cicatrizes do pecado.
Óleo também significa iluminação ou testemunho. As lâmpadas do
santuário eram iluminadas com óleo sagrado.
Deus deseja ter um povo cheio do Seu Espírito, totalmente con­
sagrado. Ele quer curá-lo da amargura, da inveja e ciúme. Ele deseja
libertá-lo do orgulho, arrogância, egocentrismo, fofoca, futilidade, im­
pureza. Deus deseja que Seu povo testemunhe da Sua graça e segure
bem alto a tocha do testemunho para cumprir Seu propósito de ilumi­
nar o caminho para a vinda do noivo.
As virgens néscias dependiam do óleo que haviam adquirido no pas­
sado. As virgens néscias cometeram um erro espiritualmente devastador
e fatal. Elas tinham algum óleo, mas não o suficiente. Infelizmente, elas
pensaram que o suprimento de óleo que tinham seria suficiente.
Então veio o grito: "Eis o noivo! Saí ao seu encontro!" E elas grita­
ram: "Nossas lâmpadas estão-se apagando" (Mateus 25:8). Seu supri­
mento de óleo não era o bastante para o atraso inesperado. É possível
alguém acreditar que uma experiência superficial com Deus será o
bastante para nos conduzir firmemente através da grande crise que
virá? Deus declara que podemos adquirir "uma experiência muito mais
elevada, profunda e vasta do que muitos já pensaram em obter". 2
URGÊNCIA DE UM REAVIVAMENTO 41
As virgens néscias faziam parte de uma classe superficial e presa ao
passado. Você está dependendo de uma experiência religiosa que teve
em algum momento no passado, mas que não experimenta mais? Está
dependendo de uma experiência com Deus que aconteceu no passado
e não acontece no presente? Seu coração ainda queima quando você
abre a Palavra de' Deus? Você ainda sente Sua presença quando se
ajoelha para orar? Você ainda ama aquelas longas caminhadas sozinho
e ainda derrama o coração perante Ele?
As virgens néscias confiavam em sua experiência passada como se já
tivessem tudo de que necessitavam para sua vida espiritual. O cúmulo
da loucura cristã é negligenciar o cuidado da vida espiritual e acredi­
tar que está tudo bem. As virgens néscias negligenciaram o alimento
da alma.
Ellen White assim apresenta o assunto:

Os que são representados pelas virgens loucas não são hi­


pócritas. Têm consideração pela verdade, advogaram-na, são
atraídos aos que creem na verdade, mas não se entregaram à
operação do Espírito Santo. Não caíram sobre a rocha, que é
Cristo Jesus, e não permitiram que sua velha natureza fosse
quebrantada. [ ... } O Espírito trabalha no coração do ser hu­
mano de acordo com seu desejo e consentimento, nele im­
plantando natureza nova; mas os representados pelas virgens
loucas contentam-se com uma obra superficial. Não conhe­
cem a Deus; não estudaram Seu caráter; não tiveram comu­
nhão com Ele; por isso, não sabem como confiar, como olhar
e viver. Seu serviço para Deus degenera em formalidade. 3

As virgens néscias estão satisfeitas com uma experiência mofada e


superficial que ficou no passado. Embora elas conheçam a verdade, esta
não tem transformado sua vida. Elas ainda reagem no nível da velha na­
tureza, e essa velha natureza domina seus pensamentos e ações. Conhe­
cem a teoria da verdade, mas não têm sido radicalmente transformadas
por ela. Têm um conhecimento casual das doutrinas da igreja, mas não
têm uma experiência de coração com Deus. Elas têm o exterior sem o
interior, têm a forma sem a substância, têm a teoria sem a prática.
42 0 REAVIVAMENTO PROMETIDO

Ezequiel descreve a experiência das virgens néscias: "Eles vêm a ti,


como o povo costuma vir, e se assentam diante de ti como Meu povo,
e ouvem as tuas palavras, mas não as põem por obra; pois, com a boca,
professam muito amor, mas o coração só ambiciona lucro" (Ezequiel
33:31 ). O apóstolo Paulo descreve que esta será a característica pró­
pria do despreparado que vive exatamente antes da segunda vinda de
Cristo. Ele diz: "Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos
difíceis, pois os homens serão egoístas, [ ...] mais amigos dos prazeres
que amigos de Deus, tendo forma de piedade, negando-lhe, entretan­
to, o poder" (2 Timóteo 3: 1-5).
Olhando para a aparência, tudo parece bem. As virgens têm lâm­
padas nas mãos; de que mais precisam? Elas pensavam que estavam
prontas para a volta do noivo. Mas há uma diferença entre ter a Palavra
nas mãos para defender a verdade e ter a Palavra no coração para vi­
ver a verdade. As virgens néscias estavam informadas, mas não trans­
formadas. Estavam instruídas na Palavra, mas não transformadas pela
Palavra. Elas estavam convencidas da verdade, mas não transformadas
pela verdade. Retidão doutrinária não salva. Aqui está a pergunta es­
sencial para nós mesmos: "A verdade na qual acreditamos e o Cristo
que proclamamos transformaram radicalmente nossa vida?"
A mensageira de Deus para os últimos dias explica o que as virgens
néscias perderam: "Na parábola das dez virgens, cinco são descritas
como prudentes, e cinco, como néscias. As néscias não levaram azeite
nas suas vasilhas e lâmpadas. Elas não obtiveram a graça de Cristo.
Eram como as virgens prudentes na teoria e aparência. Tinham as lâm­
padas, mas não tinham o azeite. Fizeram a profissão de fé, mas não
sabiam o que significava a conversão genuína."
Ellen White continua descrevendo a diferença entre mera crença e
fé bíblica:

A fé genuína opera por meio do amor e purifica a alma. Essa


é a fé que tem o poder de limpar a vida do pecado. Os demô­
nios acreditam que Cristo veio ao mundo como o Redentor do
ser humano, que Ele operou milagres poderosos, que Ele era
um com o Pai, que Ele sofreu morte vergonhosa para salvar o
homem caído. Os demônios acreditam que Ele ressuscitou da
URGÊNCIA DE UM REAVIVAMENTO 43
morte, que ascendeu ao Céu e Se assentou à direita do Pai. Os
demônios acreditam que Ele virá outra vez e que em breve, com
poder e grande glória, fará justiça àqueles que não conheceram
a Deus e não obedeceram ao evangelho. Eles acreditam em tudo
que está gravado no Antigo e Novo Testamentos. Mas essa fé
salvará os demônios das trevas? Eles não têm a fé que opera por
meio do amor e purifica a alma. Aquela fé, e somente aquela,
que purifica o templo da alma é a fé genuína. 4

As virgens néscias esperavam maquiar sua perda através de associa­


ção com as virgens prudentes. Esperavam tirar das outras o que elas
não tinham. "E as néscias disseram às prudentes: Dai-nos do vosso
azeite, porque as nossas lâmpadas estão-se apagando" (Mateus 25:8).
O óleo representa a graça santificadora do Espírito Santo que trans­
forma o caráter e nos capacita a ser luzes ao mundo para preparar o
caminho para a vinda do noivo.
Aqui estão as incríveis boas-novas: há suprimento abundante de
óleo do Céu para cada um de nós. Não há escassez de poder do Espí­
rito Santo para nos dar a vitória que desejamos em nossa vida pessoal e
para nos transformar nas poderosas testemunhas que desejamos ser no
mundo. Mas ninguém pode ser espiritual em nosso lugar. As orações
de ninguém podem substituir as nossas próprias. Ninguém pode estu­
dar a Palavra de Deus para receber Suas bênçãos por nós. Ninguém
pode ter um relacionamento íntimo com Deus por nós. A oração de
outra pessoa e seu estudo da Bíblia não transformarão nosso caráter.
Na ausência do noivo, temos a tendência de pegar no sono. É fácil se
tomar condescendente. Quanto maior for o atraso, maior será o perigo!
As palavras de Jesus em Mateus 25:5 - "E, tardando o noivo, foram
todas tomadas de sono e adormeceram" - ressaltam outra pergunta
fundamental que deve ser respondida.

POR QUE O ATRASO DA SEGUNDA VINDA DE CRISTO?

Somos um povo que não deveria estar aqui. Jesus desejava ter vindo
há muito tempo. Por que Ele ainda não veio? Estaria Ele à espera de
mais fome, terremotos e guerras? Certamente que não! Vamos exami­
nar três razões por que Cristo adiou Sua vinda.
44 0 REAVIVAMENTO PROMETIDO

Motivo 1: Cristo espera com amor, sofrendo pela agonia, dor, tris­
teza, pobreza, doença e morte de nosso mundo. Mas Ele espera que o
evangelho seja pregado com poder para que toda a humanidade tenha
uma oportunidade de ser salva.
Tanto Mateus quanto Pedro relatam essa verdade: "E será pregado
este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas
as nações. Então, virá o fim" (Mateus 24:14). "Não retarda o Senhor
a Sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, Ele
é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão
que todos cheguem ao arrependimento" (2 Pedro 3:9).
Ellen White aponta o papel da igreja: "Dando o evangelho ao mun­
do, está em nosso poder apressar a volta de nosso Senhor. Não nos
cabe apenas aguardar, mas apressar o dia de Deus. [ ... ] Houvesse a
igreja de Cristo feito a obra que lhe foi designada, como Ele ordenou,
o mundo inteiro haveria sido antes advertido, e o Senhor Jesus teria
vindo à Terra em poder e grande glória."' Deus "pôs ao nosso alcance,
mediante a cooperação com Ele, levar a termo esta cena de miséria". 6
Motivo 2: Cristo deseja que a igreja revele Seu caráter de extra­
ordinário amor ao mundo que espera e ao Universo que assiste. A
cruz é a resposta para o grande conflito. A morte de Jesus na cruz é a
resposta aos ataques de Satanás. Nosso Senhor agora anseia que uma
comunidade de graça - a igreja - revele que Seu caminho traz felici­
dade à vida.
Um dos princípios básicos do Novo Testamento relativos à segunda
vinda de Cristo é o princípio do amadurecimento para a colheita. Jesus
apresenta o princípio da colheita em Marcos 4:28 e 29: "A terra por
si mesma frutifica: primeiro a erva, depois, a espiga, e, por fim, o grão
cheio na espiga. E, quando o fruto já está maduro, logo se lhe mete a
foice, porque é chegada a ceifa." O princípio de amadurecimento para a
colheita sugere que Jesus virá quando as sementes da justiça estiverem
plenamente desenvolvidas na vida de Sua igreja e as sementes do males­
tiverem totalmente maduras na vida daqueles que rejeitaram Sua graça.
Ellen White afirma o princípio da colheita nesta declaração clássica:
"Cristo aguarda com fremente desejo a manifestação de Si mesmo em
Sua igreja. Quando o caráter de Cristo se reproduzir perfeitamente em
Seu povo, então Ele virá para reclamá-lo como Seu." 7
URG�NCIA DE UM REAVIVAMENTO 45
O mundo que espera e o Universo que assiste devem ver, de uma
vez por todas, que a obra da cruz está terminada na vida do povo de
Deus. Em outras palavras, Deus deseja desenvolver um grupo de pes­
soas, no fim dos tempos, que estejam apaixonadas para conhecê-Lo,
absolutamente convencidas de que Seu caminho é o melhor e total­
mente dispostas a compartilhar Seu amor com os outros. Esse povo
foi justificado pela graça, santificado pela graça e está pronto para ser
glorificado por causa da graça. Jesus é seu Salvador, seu Senhor ressur­
reto, seu Sumo Sacerdote que vive e seu Rei há muito esperado.
Motivo 3: Cristo aguarda a manifestação plena da maldade neste
munda. Cristo espera não apenas uma completa demonstração de Seu
amor através de Seu povo, mas também aguarda a maturação completa
das sementes da rebelião no coração daqueles que rejeitam Seu amor.
Ele deve deixar o mal e o pecado completarem seu curso, de modo que
o Universo inteiro veja o resultado final da rebelião de Satanás e esteja
seguro em Seu amor para sempre.
O livro do Apocalipse descreve duas colheitas. ( 1) A colheita de grão
dourado simboliza uma comunidade de cristãos que revela Sua graça
e amor através da obediência. (2) A colheita de uvas revela a completa
visualização da rebelião, maldade e pecado em nosso mundo. As duas
safras revelam que o caminho de Deus, o caminho do amor redentor,
traz vida e que o caminho egoísta de Satanás traz a morte. Acontecerá
como ocorreu nos dias de Noé (Mateus 24:37).
Ellen White explica como o mal também deve amadurecer: "Deus man­
tém uma conta com as nações. [... ] Quando vier o tempo em que a iniqui­
dade alcançar o limite indicado da misericórdia de Deus, Sua paciência
cessará. Quando as contas acumuladas nos livros de registro do Céu indi­
carem que a soma da transgressão está completa, virá a ira."8 "Há um limite
além do qual os juízos de Jeová não podem mais ser detidos.'�
A igreja pode apressar a vinda de Jesus, mas não pode adiá-la in-
. definidamente. Haverá uma convergência de pessoas convertidas e
transformadas que revelarão Sua glória, cheias do Seu Espírito, pro­
clamando a mensagem do Seu amor e verdade a um mundo de malda­
de sempre crescente. Em breve, Deus vai declarar ao Universo: "Está
consumado, está feito. Meu povo já revelou Meu caráter de amor ao
mundo poluído pelo pecado. Todas as pessoas honestas no planeta
46 0 REAVIVAMENTO PROMETIDO

Terra tiveram oportunidade para responder à Minha graça e aceitar


Minha verdade, e Satanás já demonstrou as profundezas do egoísmo."

Nosso MAIOR PERIGO! A DEMORA


O maior perigo que as virgens néscias enfrentaram foi o de adiar
uma decisão de grande consequência. A acomodação espiritual as ha­
via paralisado. O orgulho espiritual as havia paralisado. Elas estavam
cegas por causa do autoelogio. Estavam banhadas de autoconfiança e
satisfeitas com o que tinham.
As virgens néscias nunca imaginaram que não estariam prontas para
a vinda do noivo. Elas não conseguiram compreender sua própria falta.
Estavam aguardando a vinda do noivo, quando deveriam estar se pre­
parando para a vinda dele.
Conta-se a história de uma reunião de estratégias realizada por Sa­
tanás com seus anjos maus. Eles estavam discutindo como manter os
seres humanos fora do Céu.
Um anjo ergueu sua voz e disse: 'Vou dizer-lhes que Deus não existe."
Satanás respondeu: "Isso nunca vai funcionar. As evidências na na­
tureza, a Bíblia, as profecias e vidas transformadas são provas muito
grandes. Você deve pensar em outra coisa."
Um segundo anjo disse: "Vou dizer-lhes que não existe verdade."
Satanás respondeu: 'Você pode enganar algumas pessoas dessa forma,
mas as pessoas que pensam reconhecem que, assim como há verdade
científica, deve haver verdade religiosa ou moral. Pense em outra coisa."
Um terceiro anjo mau surgiu com uma ideia brilhante. "Vou dizer a
eles que não precisam se apressar. Eles têm todo o tempo do mundo
para se preparar para a vinda de seu Senhor."
Satanás concordou. "Diga-lhes que há muito tempo. Diga-lhes que
não há necessidade de urgência, que eles podem adiar a preparação pes­
soal, que podem esperar até uma hora mais conveniente para lidar com
suas atitudes interiores. Diga-lhes que não há necessidade de nenhum
tipo de pressa com relação a um relacionamento pessoal com Deus."
A história é fictícia, mas a lição é muito precisa.
Você já ouviu os sussurros do mal em seus ouvidos? Eu já. Deus está
chamando você para fazer algo que você está adiando? O óleo da sua
lâmpada está acabando? Você está dependendo de uma experiência
URGÊNCIA DE UM REAVIVAMENTO 47
com Deus que já ficou no passado? Atitudes de ciúme, orgulho ou hos­
tilidade em relação a outros estão à espreita no fundo de seu coração?
Você se irrita facilmente com os outros e guarda ressentimentos? Você
exagera suas realizações e exagera seus sucessos para se fazer superior
aos outros?
Nesta última geração, Deus está chamando pessoas que O conhe­
çam profundamente, que O amem acima de tudo e que compartilhem
esse amor de maneira entusiasmada. Você gostaria de se comprometer
a ser uma dessas pessoas? A única maneira de estar pronto para a se­
gunda vinda de Cristo é estar pronto hoje e pronto amanhã.
Diga agora mesmo: "Senhor, conhecer a Ti é a coisa mais importante
em minha vida. Se existe algo escondido em mim de que eu não esteja
plenamente consciente, por favor, revela-o a mim. Estou disposto a
entregar qualquer hábito ou atitude que não esteja em harmonia com
Tua vontade."
Se esse for o seu desejo, você quer abrir seu coração para Jesus ago­
ra? Se possível, caia de joelhos e peça que Ele perdoe sua mornidão.
Suplique por um reavivamento da verdadeira piedade em sua vida. Por
que não buscá-Lo agora?

APLICAÇÃO PESSOAL

Jesus disse: "Se dois dentre vós, sobre a Terra, concordarem a res­
peito de qualquer coisa que, porventura, pedirem, ser-lhes-á conce­
dida por Meu Pai, que está nos Céus" (Mateus 18:19). Ellen White
acrescenta: "Por que dois ou três não se reúnem e instam com Deus
pela salvação de determinada pessoa, e, em seguida, oram a respeito
de outra?" 10
Em carta ao irmão e irmã Farnsworth, escrita em 1903, a profetisa
de Deus salienta que pode haver maior poder nas orações unificadas do
povo de Deus que o poder da oração particular. 11 Nesta semana, peça
a duas pessoas que orem com você. Estabeleça um grupo de oração e
comece a se encontrar semanalmente com seus amigos de oração.
Convide seus amigos de oração para se juntarem a você em ora­
ções dialogais. Nessas orações, cada pessoa ora em frases curtas.
Após uma pessoa ter orado sobre um tópico, outra pessoa ora e
confirma a oração daquele que primeiro orou e acrescenta uma
48 0 REAVIVAMENTO PROMETIDO

palavra de louvor, agradecimento ou pedido. Em orações dialogais,


cada pessoa ora múltiplas vezes em voz alta e as orações de uma
pessoa encorajam e estimulam as outras. Deus promete responder
poderosamente do Céu quando O buscamos unidos. Ele envia os
anjos mais poderosos do Céu para responder nossas orações. Nas
linhas que se seguem, escreva os nomes de seus amigos de oração.
Ore por eles e com eles e marque o momento de seu encontro
para a oração semanal.
Meus companheiros de oração são:
!. _________________________
2. __________________________
3. _________________________

Nosso encontro de oração acontecerá no dia__________

1
Ellen G. White, Review and Hera/d, 19 de agosto de 1890.
2
Idem, Obreiros Evangélicos, edição de 1892, p. 27 4.
1 Idem, Parábolas de Jesus, p. 411.
4
Idem, Signs ef lhe Times, 17 de fevereiro de 1890.
5
Idem, O Desejado de Todas as Nações, p. 633, 634.
6
Idem, Educação, p. 264.
7
Idem, Parábolas de Jesus, p. 69.
8
Idem, Testemunhos para a Igreja, v. 5, p. 524.
9
Idem, Prefetas e Reis, p. 417.
rn Idem, Testemunhos para a Igreja, v. 7, p. 21.
11 Idem, Manuscripl Re/eases, v. 9, p. 303.
CAPÍTULO 4

0 VERDADEIRO E O FALSO
REAVIVAMENTO

A quela era uma terra violenta, em um tempo violento, e os homens


eram violentos. Era uma terra imoral, em um tempo imoral, e os
homens eram imorais. Era uma terra em busca de prazeres, em um
momento de busca de prazeres, e os homens buscavam o prazer. Vio­
lência, impureza e busca de prazer andavam lado a lado naquela terra.
Os ricos oprimiam os pobres e os pobres lutavam entre si por recur­
sos escassos. Nada parecia realmente satisfazer. O coração estava va­
zio. A alma estava estéril. Abandonando todas as restrições, eles viviam
apenas para o momento. Viviam por nenhum outro padrão, exceto os
seus próprios. Seu coração incansável e cheio de culpa os levava ainda
mais fundo em busca do prazer.
No fundo, no mais profundo do seu coração, onde realmente impor­
ta, eles estavam vazios. Estavam cansados e precisavam de paz. Eram
culpados e necessitavam de perdão. Seu coração estava espiritualmen­
te faminto, sua vontade fora enfraquecida e eles precisavam de forças.
Eles estavam confusos e necessitados de direção.
Então, ele apareceu. Um profeta extravagante, barbudo, de fala di­
reta e vestido de pelos de camelo, pregando em algum lugar remoto
do rio Jordão. Ele não fazia parte da instituição religiosa, não ensinava
em nenhuma das escolas rabínicas populares, não tinha títulos nem
diplomas e não esperava nenhuma posição de destaque. Certamente,
ele não era um líder religioso popular conhecido nacionalmente.
Mas uma coisa ele tinha: poder. Sempre que ele falava, vidas eram
transformadas. Pessoas vinham aos milhares para ouvir seu chamado
ao arrependimento, purificação e vida nova. Esse homem deixou de
lado toda pretensão e falsidade religiosa e falou diretamente ao coração
daquelas pessoas.
50 0 REAVIVAMENTO PROMETIDO

Chamavam-lhe João. João Batista. Sua mensagem penetrava pro­


fundamente e condenava a própria consciência daquelas pessoas. E
aquela mensagem transformou a vida delas. Compelidas pelo Espírito,
elas entravam no Jordão e eram batizadas.
João falou no 1' século, mas sua mensagem nos fala novamente no
século 21. Ele falou no início da era cristã, mas sua mensagem tam­
bém fala no fim dos tempos. Sua mensagem tinha o objetivo de pre­
parar homens e mulheres para o primeiro advento de nosso Senhor,
mas ela ainda leva homens e mulheres a se prepararem para o segundo
advento, a vinda de nosso Senhor.
As palavras proféticas de João Batista referentes a Jesus falam ao
nosso coração hoje. "Eu os batizo com água para arrependimento. Mas
depois de mim vem Alguém mais poderoso do que eu, tanto que não
sou digno nem de levar as Sua� sandálias. Ele os batizará com o Espíri­
to Santo e com fogo" (Mateus 3: 11, Nova Versão Internacional).
Atente cuidadosamente para essa passagem tão importante. João
não disse: "Ele os batizará com o Espírito Santo ou com fogo". Disse:
"Ele os batizará com Espírito Santo e com fogo."
Qual é o significado dessa frase? O estudioso da Bíblia LeRoy Froom
explica desta maneira: "É uma frase explicativa, completando a ideia. É
a maneira bíblica de repetição para enfatizar e aplicar um único pensa­
mento. Temos de ser batizados com fogo divino agora para que sejamos
salvos da destruição pelo fogo que tudo consumirá mais tarde."'
Em toda a Bíblia, o fogo é um símbolo da glória esplêndida de Deus,
de Sua presença e poder. O fogo é mencionado pela primeira vez na
Bíblia em Gênesis, quando é mencionado um anjo com uma espada
flamejante que guarda os portões do Éden (Gênesis 3:24).
É óbvio que esse ser glorioso com a espada de fogo representa a pre­
sença e o poder de Deus. Você se lembra da experiência de Moisés em
uma noite, no deserto de Midiã, enquanto apascentava as ovelhas? Ele
ficou surpreso quando se deparou com uma sarça ardente. Ela estava
em chamas, mas não se consumia.
Moisés registrou a história:

Apareceu-lhe o Anjo do Senhor numa chama de fogo, no meio de


uma sarça; Moisés olhou, e eis que a sarça ardia no fogo e a sarça
0 VERDADEIRO E O FALSO REAVIVAMENTO 51
não se consumia. Então, disse consigo mesmo: Irei para lá e verei
essa grande maravilha; por que a sarça não se queima? Vendo o Se­
nhor que ele se voltava para ver, Deus, do meio da sarça, o chamou
e disse: Moisés! Moisés! Ele respondeu: Eis-me aqui! (Êxodo 3:2-4).

A sarça ardente simbolizava a presença ardente de Deus. Quando os


israelitas construíram o santuário no Antigo Testamento, a glória de Deus
encheu o lugar santíssimo. Sua presença ardente habitava entre os que­
rubins dourados sobre a arca do concerto. Quando Moisés se encontrou
com Deus no monte Sinai, o livro de Êxodo registra o que segue: "O as­
pecto da glória do Senhor era como um fogo consumidor" (Êxodo 24: 17).
Israel era guiado por uma coluna de fogo - a presença de Deus -
de noite. Desde a espada de fogo, às portas do Éden, passando pelas
lâmpadas de Abraão até a sarça de fogo ardente de Moisés no monte
Horebe, o fogo representa a presença gloriosa de Deus. Desde o fogo
que envolveu o Sinai na promulgação da lei, passando pela glória fla­
mejante da Shekinah que encheu o lugar santíssimo no santuário de
Israel, até a coluna de fogo pela qual Israel era guiado de noite, o fogo
representa a presença de Deus.
Considere o fogo que caiu sobre o altar de Elias enquanto o homem
de Deus desafiava os profetas de Baal. Ou a brasa ardente do altar
divino que tocou os lábios de Isaías. Ou mesmo o fogo da visão de Eze­
quiel. O fogo está sempre associado à presença de Deus e Sua glória.
No Novo Testamento, o fogo representa a presença gloriosa de Deus
através do Espírito Santo. Fogo e Espírito estão também relacionados
com o dia do Pentecostes. O Espírito Santo, simbolizado por línguas de
fogo, encheu os discípulos. Qual é, então, o batismo de fogo sobre o qual
João fala? Batismo significa imersão. O batismo de fogo é a imersão na
presença de Deus, porque o fogo é um símbolo de Sua presença gloriosa.
Esse é um chamado ao cristianismo verdadeiro e autêntico. Não é um
apelo a uma experiência superficial. Não é um chamado para o exterior
sem o interior. É um chamado para permitir que o Espírito Santo quei­
me todo traço de mundanismo, rebelião e falta de comprometimento e
nos dê o brilho de uma genuína experiência com Deus.
Comentando o batismo com fogo, Ellen White faz esta poderosa
observação:
52 0 REAVIVAMENTO PROMETIDO

O Espírito de Deus consumirá o pecado em todos quantos se


submeterem a Seu poder. Se as pessoas, porém, se apegarem ao
pecado , ficarão com ele identificadas. Então, a glória de Deus,
que destrói o pecado, tem que destruí-las. [ ... ] Por ocasião do
segundo advento de Cristo, os ímpios hão de ser consumidos
"pelo assopro da Sua boca", e aniquilados "pelo resplendor da
Sua vinda". A luz da glória de Deus, que comunica vida aos jus­
tos, matará os ímpios. 2

A presença pessoal de Cristo através do Espírito Santo é purificadora.


O Espírito Santo busca o íntimo do nosso ser. Ele penetra em nossos pen­
samentos, purifica nosso coração e concede poder à nossa vida espiritual.
Mas temos que decidir se permitiremos que o fogo purificador, o batismo
do Espírito Santo, consuma a escória de nossa vida ou se O rejeitaremos
para ser consumidos com o insaciável fogo final (Mateus 3: 12).
O profeta Malaquias assim se expressa: "Ele é como o fogo do
ourives e como a potassa dos lavandeiras [ sabão para limpar o lado de
fora e fogo para limpar por dentro]. Assentar-Se-á como derretedor e
purificador de prata; purificará os filhos de Levi e os refinará como ouro
e como prata; eles trarão ao Senhor justas ofertas" (Malaquias 3:2, 3).
O Espírito Santo é como um fogo refinador. Nosso Deus deseja con­
sumir o pecado de nossa vida. Através do Seu Espírito, Ele revela nosso
orgulho, egoísmo, ambição, ganância, atitudes críticas, pensamentos im­
puros e a prisão de hábitos destrutivos. Se permitirmos, o Espírito Santo
mostrará aspectos de nossa natureza que antes não conseguíamos ver.
O profeta Malaquias declara que Deus Se assenta para purificar. Ele
não tem pressa. Ele não é impaciente. Ele sabe exatamente o quanto é
preciso aquecer para purificar nossa vida. Se estivermos dispostos, Ele
continuará até que o processo esteja completo.
Jesus é o "autor e consumador" da fé (Hebreus 12:2). O apóstolo
Paulo afirma estar "plenamente certo de que aquele que começou boa
obra" em nós "há de completá-la até o Dia de Cristo Jesus" (Filipenses
1 :6). Jesus promete trabalhar através do ministério do Espírito Santo
em nossa vida para completar o que Ele começou.
Você sabia que Jesus começou uma obra em sua vida? Está confi­
ante de que Ele começou algo em seu ser? Se você permitir, Ele vai
0 VERDADEIRO E O FALSO REAVIVAMENTO 53
terminar o que começou. Você pode não ser tudo o que deseja ser, mas
não é o que foi um dia. E o Espírito Santo está agora apelando para que
possa ir mais fundo ainda.
Você está buscando uma experiência mais profunda nas coisas de
Deus? Quer que o calor de Sua presença conserte sua vida? Deseja
viver uma vida transformada? Quer que Deus o use de forma poderosa
para abençoar outros?
Deus não pode fazer nada por meio de nós antes de fazer algo para
nós. Deus não pode fazer nada conosco antes de fazer algo por nós.
Deus nunca nos dará os dons do Espírito em sua máxima medida se
não recebermos Sua purificação e manifestarmos, primeiramente, os
frutos do Espírito.
Muitos cristãos gostam de falar sobre os dons do Espírito. Eles falam
sobre o dom de línguas, milagres, profecia. Querem o exterior quando
nunca experimentaram o interior. Mas Deus não vai "ligar a energia
dos Céus se a linha elétrica estiver danificada". Deixe-me ser muito
claro para que você compreenda. Se você espera por milagres de cura,
mas não está interessado em que Deus opere um milagre em sua vida
para libertá-lo de hábitos viciantes, você está orando pelo milagre er­
rado. Se você deseja falar em línguas, mas tem uma língua crítica, está
orando pelo milagre errado. Se você anela por profecia sobre o futuro,
mas está escravizado no presente, está orando pelo milagre errado.
O poder que Deus quer nos dar hoje é o poder de superar os pecados
que nos assediam. É o poder sobre os hábitos viciantes e pensamentos
impuros. É o poder de vencer o orgulho e o ego inflado. É o poder de
vencer as más palavras e atos impensados.
Deus quer nos encher com bondade, doçura, mansidão, domínio
próprio, amor, alegria, paz, fidelidade e bondade (Gálatas 5:22). Esse é
o resultado de um reavivamento genuíno. O resultado da plenitude do
Espírito é a manifestação dos frutos do Espírito em nossa vida.
A vida no Espírito é completa e repleta da presença de Deus. Percy
G. Parker retrata esse batismo de fogo em seu poema "Bum in Me"
[Queima em Mim]:

Queima em mim, fogo de Deus,


Queima até meu coração purificar;
54 0 REAVIVAMENTO PROMETIDO

Queima até que eu só ame a Deus,


Queima até minha fé se enraizar.

Queima em mim, fogo de Deus,


Queima fundo e continua a queimar:
Queima até que meu único desejo
Seja a vontade do Pai realizar.

Queima em mim, fogo de Deus,


Sim, queima e queima novamente;
Até que tudo que sou seja consumido
E a "chama de fogo" seja permanente. 3

Esse é o batismo genuíno do Espírito Santo. É a imersão na presen­


ça ardente de Deus, de modo que nosso coração se torna um com Ele.
É a plenitude de Seu amor em nós que nos leva a amar o que Ele ama.

As VELHAS CASAS DA DALMÁCIA


Anos atrás, na antiga Dalmácia, as casas eram feitas de pedra calcá­
ria betuminosa. Esse tipo particular de calcário é macio e fácil de ser
cortado e moldado. A casa toda era feita disso - paredes, telhado, piso
- por dentro e por fora. Mas, quando ela era concluída, ficava inabitá­
vel, pois nela havia o forte cheiro de betume.
A estrutura era terminada quando lhe ateavam fogo. A casa queimava
e queimava como carvão, o fogo consumia o betume a partir dos poros
da pedra saturada, até que todo combustível se transformava em gás e
fumaça, e o fogo tremulava e morria por falta de combustível.
Em seguida, a casa estava pronta para ser ocupada. Ela permanecia
após a ação do fogo e tinha a aparência de mármore branco, muito
limpo e habitável. E, se ela passasse por um incêndio mais tarde, não
se queimaria, pois não havia mais nada de combustível. Ela era consi­
derada à prova de fogo.
Nós também somos, por natureza, e mediante nossas escolhas erra­
das, combustíveis saturados com o pecado. O fogo do Espírito Santo
pode nos purificar agora do domínio do mal para que possamos ser
libertos da presença de pecado quando Jesus vier. Nosso Deus é um
0 VERDADEIRO E O FALSO REAVIVAMENTO 55
"fogo consumidor" para o pecado onde quer que ele se encontre (He­
breus 12:29). No fogo que se segue ao julgamento final, todos os ele­
mentos do pecado serão consumidos.
Cristo nos convida a ser batizados com o fogo de Sua presença agora
para consumir o pecado em nós, para que não sejamos consumidos com
o pecado mais tarde. Esse batismo de fogo é um trabalho profundo do
Espírito Santo em nossa vida e ocorre quando damos tempo a Deus. Leva
tempo para que Deus fale conosco sobre qualquer coisa em nossa vida
que não esteja em harmonia com Sua vontade. Leva tempo para que Ele
revele os traços de caráter, os hábitos e atitudes pecaminosos que nos im­
pedem de realmente conhecê-Lo. Uma experiência espiritual profunda
com Deus não pode ser apressada. É por isso que Ele exorta: "Aquietai­
vos e sabei que Eu sou Deus" (Salmo 46: 1 O).
O batismo do Espírito Santo vem quando estamos ajoelhados oran­
do como Davi: /(Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova den­
tro de mim um espírito inabalável. [ ... ] Nem me retires o Teu Santo
Espírito. Restitui-me a alegria da Tua salvação e sustenta-me com um
espírito voluntário" (Salmo 51: 10-12).
O Espírito Santo vem a nós quando estamos em meditação silen­
ciosa acerca de Sua Palavra, procurando viver como cristãos com vida
piedosa. Há muita diferença entre o fogo da presença de Deus que nos
purifica e transforma o caráter e o fogo estranho vindo dos gravetos dos
demônios. O espírito verdadeiro e genuíno do reavivamento aceso pelo
Espírito Santo se origina em Deus. Vem de cima. O falso reavivamento
se origina com o maligno e vem de baixo.
O verdadeiro batismo do Espírito Santo tem por base a Palavra de
Deus e leva à vitória sobre qualquer traço de caráter ou atitude que nos
separa de Jesus. A contrafação do batismo do Espírito é baseada em
emoções e está mais interessada em sinais, prodígios e milagres do que
em receber um novo coração. Ela exalta os dons do Espírito acima dos
frutos do Espírito. Está mais preocupada com o poder externo do que
com a conversão do coração.
A verdade purifica e santifica. O falso batismo do Espírito cria uma
excitação religiosa e uma sensação de euforia apenas para o momento.
No fim dos tempos, quando Deus derramar Seu Espírito, Satanás ten­
tará imitar a obra de Deus e enganar Seu povo.
S6 0 REAVIVAMENTO PROMETIDO

O livro de Levítico narra a história fascinante e trágica de Nadabe e Abiú,


filhos de Arão. "Nadabe e Abiú, filhos de Arão, tomaram cada um o seu
incensário, e puseram neles fogo, e sobre este, incenso, e trouxeram fogo
estranho perante a face do Senhor, o que lhes não ordenara" (Levítico I O: 1).
Isso certamente não era o fogo do Espírito Santo, mas fogo falso. Essas
foram as faíscas de sua própria lenha. Nadabe e Abiú substituíram uma ex­
periência religiosa genuína por uma falsa. Deus não aceitou essa contrafação
religiosa, e "saiu fogo de diante do Senhor e os consumiu" (Levítico 10:2).
Deus não aceita imitações. A contrafação pode enganar porque é
parecida com o original. Você nunca verá uma falsificação das notas de
três, onze ou dezessete. Por que não? Porque não existem as verdadei­
ras 1 Nenhum falsificador do mundo é tolo o suficiente para falsificar
algo que não existe. Quanto mais perto a contrafação estiver do origi­
nal, mais provável será o engano!
Nos últimos dias, a preocupação de Satanás não é com o mundo
dos incrédulos, porque ele já os tem em suas mãos. Sua preocupação é
com os cristãos. Ao trazer seus enganos para a igreja, ele enganará mi­
lhões. Mas nosso Senhor não nos deixou sem aviso prévio. Ele nos deu
luz clara para a estrada à frente: 'Temos, assim, tanto mais confirmada
a palavra profética, e fazeis bem em atendê-la, como a uma candeia
que brilha em lugar tenebroso, até que o dia clareie e a estrela da alva
nasça em vosso coração" (2 Pedro 1: 19).
O que o apóstolo Pedro quis dizer quando falou da palavra profé­
tica como sendo "mais confirmada"? A Palavra de Deus está "mais
confirmada" que o quê? A Palavra de Deus é "mais confirmada"
que nossas opiniões. A Palavra de Deus é "mais segura" que nossas
próprias ideias. A profecia expõe claramente os enganos de Satanás.
Não somos deixados a enfrentar as desilusões do mal sem aviso pré­
vio. Nosso amado Senhor revela claramente o que está por vir. Em Seu
sermão poderoso sobre os sinais dos últimos dias, Jesus declarou: "sur­
girão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios
para enganar, se possível, os próprios eleitos" (Mateus 24:24).
Observe que há falsos cristos e falsos profetas. O que eles fazem?
Realizam falsos sinais e maravilhas. Mas esses são milagres falsifi­
cados. Nossa geração é uma geração em que "ver" é, supostamente,
"acreditar". A experiência é o suposto teste da verdade. Satanás está
0 VERDADEIRO E O FALSO REAVIVAMENTO 57
condicionando a mente de milhões para receber uma experiência reli­
giosa falsificada e ser enganados por uma fo�ma emocional de religião.
Falsas curas, milagres e línguas serão parte de sua estratégia.
O livro do Apocalipse nos diz que Satanás "também opera grandes
sinais, de maneira que até fogo do céu faz descer à Terra, diante dos
homens. Seduz os que habitam sobre a Terra por causa dos sinais que
lhe foi dado executar diante da besta" (Apocalipse 13,13,14). Marque
este ponto com cuidado, os meios que Satanás usa para enganar mui­
tas pessoas na hora final da Terra são os milagres. Você notou a frase,
"até fogo do céu faz descer à Terra"? Fogo é um símbolo da glória de
Deus, de Sua presença e poder através do Espírito Santo.
Deus derrama Seu Espírito verdadeiro, o que leva homens e mulhe­
res a buscá-Lo em sincero arrependimento de seus pecados e a receber
uma nova revelação de Sua vontade para a vida. Usando uma falsa
excitação religiosa, Satanás derrama seu espírito de contrafação com
sinais, prodígios e milagres para enganar.
Essa falsa excitação religiosa crescerá até se transformar em um gran­
de movimento mundial. Em um tempo de crise internacional, ela varrerá
o mundo, "porque eles são espíritos de demônios, operadores de sinais,
e se dirigem aos reis do mundo inteiro com o fim de ajuntá-los para a
peleja do grande dia do Deus todo-poderoso" (Apocalipse 16: 14).
Através de maravilhas e sinais miraculosos, o diabo criará falsos ex­
citamentos religiosos. Ele cuidará em tomar cativa a mente de milhões
através desse falso reavivamento. No livro O Grande Conflito, Ellen
White descreve essa contrafação de reavivamento.

Antes de os juízos finais de Deus caírem sobre a Terra, haverá, en­


tre o povo do Senhor, tal avivamento da primitiva piedade como não
fora testemunhado desde os tempos apostólicos. O Espírito e o poder
de Deus serão derramados sobre Seus filhos. [ ... ] O inimigo deseja
estorvar essa obra; e, antes que chegue o tempo para tal movimento,
ele se esforçará para impedi-la, introduzindo uma contrafação. Nas
igrejas que puder colocar sob seu poder sedutor, fará parecer que
a bênção especial de Deus foi derramada; manifestará o que será
considerado grande interesse religioso. Multidões exultarão de que
Deus esteja operando maravilhosamente por elas, quando a obra é
58 O REAVIVAMENTO PROMETIDO

de outro espírito. Sob o disfarce religioso, Satanás procurará estender


sua influência sobre o mundo cristão. 4

Vamos analisar essa passagem cuidadosamente.

• Deus está planejando enviar um poderoso reavivamento à Sua igre­


ja no tempo do fim.
• O Espírito Santo será derramado poderosamente.
• O inimigo deseja atrapalhar o derramamento da última chuva e
introduzirá um reavivamento falsificado.
• Sob um disfarce religioso, Satanás enganará o mundo.

O último grande engano de Satanás não virá do humanismo secular,


mas será um engano religioso. O palco está sendo definido hoje. Crise
após crise tem afetado nosso mundo rapidamente; ataques terroristas,
desastres naturais, perturbações políticas e incertezas financeiras têm
preocupado pessoas comuns.
As pessoas estão procurando respostas. Será que o diabo lançará um
falso reavivamento religioso para enganar milhões de pessoas? Isso não
seria exatamente como se o diabo atacasse um ponto em que a maioria
das pessoas não estivesse esperando? Se o diabo pudesse provocar uma
falsa excitação religiosa como uma falsificação do genuíno reavivamento
do Espírito Santo, no poder da última chuva, ele cumpriria seu propósito.
Escrevendo com visão profética, Ellen White confirma essa técni­
ca: "Mediante a agência do espiritismo, serão operados prodígios, os
doentes serão curados e se efetuarão muitas e inegáveis maravilhas."5
Vamos parar por um momento e relembrar: Deus pode e vai operar
milagres nos últimos dias. Nem todos os milagres serão falsos. Nosso
Deus é todo-poderoso e Ele trabalhará miraculosamente nos últimos
dias. Mas, se Deus operar milagres genuínos e Satanás operar mila­
gres falsos, como saberemos a diferença entre ambos? Não seremos
capazes de diferenciá-los apenas olhando para os milagres. Os mila­
gres verdadeiros e falsos podem parecer iguais. Na verdade, à primeira
vista, eles podem ser muito, muito semelhantes.
Jesus nos dá a chave para discriminar entre a experiência religiosa
verdadeira e a falsa:
0 VERDADEIRO E O FALSO REAVIVAMENTO 59
Nem todo o que Me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino
dos Céus, mas aquele que faz a vontade de Meu Pai, que está
nos Céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-Me: Senhor, Se­
nhor' Porventura, não temos nós profetizado em Teu nome, e
em Teu nome não expelimos demônios, e em Teu nome não fi­
zemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca
vos conheci. Apartai-vos de Mim, os que praticais a iniquidade!
(Mateus 7:21-23).

Esse verso é bastante surpreendente. Eles fizeram todas as coisas:


profetizaram, expulsaram demônios e operaram maravilhas em nome
de Jesus. Não obstante, Jesus declara: "Nunca vos conheci." Ele nunca
os conheceu, mesmo quando estavam fazendo essas maravilhas em
Seu nome! Por que não? Para eles, sinais e maravilhas eram mais im­
portantes do que fazer a Sua vontade. Para eles, os milagres eram mais
importantes que um coração disposto a conhecer a verdade. A aparên­
cia exterior era mais importante do que a realidade interior, emociona­
lismo era mais importante do que a obediência.
É preciso ter cuidado com qualquer "reavivamento religioso" que
minimize os ensinamentos da Palavra de Deus, que minimize a ne­
cessidade de fazer Sua vontade e negue a importância da obediência.
Cuidado com qualquer "reavivamento religioso" que esteja mais inte­
ressado em sentir-se bem do que em ser bom.
Antes de o Espírito Santo descer sobre os discípulos no Pentecostes,
eles se reuniram no cenáculo e abriram o coração a Deus em oração
sincera. Eles se arrependeram de seus pecados, confessaram suas fal­
tas, entregaram a vida em obediência a Deus. Eles eram apaixonados
pela vida de Jesus e compartilhavam Seu amor com os outros.
O Espírito Santo está ansioso para fazer algo no íntimo de nosso ser.
Ele deseja nos mudar por dentro, encher nosso coração com a glória
de Sua presença. Os fogos estranhos de emocionalismo não vão fazer o
que o Espírito Santo faz. Eles são como uma correção temporária, mas
deixarão nossa alma estéril.
Você quer buscar o genuíno derramamento do Espírito de Deus em
sua vida agora? Por que não fazer a seguinte oração, pedindo ao Espí­
rito Santo para guiá-lo?
60 0 REAVIVAMENTO PROMETIDO

Sopra em mim, Sopro de Deus!


Enche-me com uma nova vida.
Que eu possa amar o que Tu amas
E fazer o que Tu farias.

APLICAÇÃO PESSOAL
A oração é a respiração do reavivamento, mas o estudo da Bíblia é
seu coração. Ao longo da história, todo grande reavivamento foi en­
raizado na Palavra de Deus. Reavivamento sem estudo da Bíblia é logo
reduzido a emocionalismo ou a alguma forma de fanatismo. A Palavra
de Deus fornece as bases necessárias para o reavivamento. Nesta se­
mana, comece a ler o evangelho de João e, ao ler cada capítulo, use o
"princípio VIM", descrito abaixo:

V - Visualize a história que você está lendo e imagine a cena. Tente


compreender cada detalhe da história.
I - Identifique-se com cada personagem da história. Faça perguntas
do tipo: "Como eu me sentiria se fosse tal personagem da história? Por
exemplo, como eu me sentiria se fosse a mulher com o fluxo de sangue,
o endemoninhado, o cego, Nicodemos, a mulher samaritana no poço,
etc.? Que pensamentos estariam passando pela minha mente?"
M - Medite sobre a história e faça estas perguntas: "Como essa
história se aplica à minha vida? O que Deus está me dizendo através
dessa história? Que lição Ele está me ensinando?" Aceite essas lições
pela fé e aplique-as à sua vida.

Nesta semana, leia as seguintes passagens da Bíblia e aplique-as à


sua vida usando o "princípio VIM":
•João 3:1-21 .João 4:1-26 .João 6:1-4

'LeRoy E. Froom, The Coming oJ the Comforter (Washington, DC: Review and Herald,
1944), p. 268. Publicado em português como A Vinda do Consolador (Tatuí: Casa
Publicadora Brasileira, 1 995).
2
Ellen G.White, O Desejado de Todas as Nações, p. 107, 108.
3
Citado em Froom, The Coming oJ the Comforter, p. 206.
4
Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 464.
s Ibid., p. 588.
CAPÍTULO 5

0 REAVIVAMENTO AGUARDADO

M inha esposa e eu vivemos na Inglaterra por alguns anos e sempre


passávamos as tardes de domingo em Londres visitando os luga­
res históricos. Londres é uma das cidades mais fascinantes do mundo,
com suas magníficas casas do Parlamento, a Abadia de Westminster, a
torre do relógio Big Ben e a ponte de Londres, mundialmente famosa.
Conta-se a história de um mendigo indigente que, havia muitos anos,
se sentava no fim da ponte de Londres, a London Bridge, tocando sons
horríveis em um velho violino. O pobre velho tentava inutilmente ganhar
alguns tostões dos transeuntes, mas ninguém parecia se importar com a
música daquele homem, se é que alguém poderia chamá-la de música.
O semblante deprimido do mendigo revelava a tristeza de seu coração.
Um estranho bem vestido passou, mas de repente parou, depois voltou
e ouviu a música do velho, cujos olhos cansados procuravam em seu rosto
um traço de caridade. Mas, em vez de oferecer o tão esperado dinheiro, o
desconhecido pediu o violino. Ele iria ajudá-lo com uma melodia.
Os dedos duros e dormentes delicadamente entregaram ao estranho
o velho instrumento, e as mãos hábeis cuidadosamente o afinaram e
começaram a tocar uma melodia magnífica. Logo, as pessoas começa­
ram a parar para ouvir. A multidão era pequena no início, mas depois
se tornou maior, porque a música era irresistível.
Pouco depois, uma grande multidão enchia a ponte de Londres e
parou o tráfego. Uma moeda de prata após outra foi depositada na
caixa aberta onde o velho homem guardava o violino. A melodia doce
e arrebatadora tinha substituído a música cansada. E uma palavra cor­
reu pelo meio da multidão: "É a mão do mestre! É Paganini tocando o
velho violino do mendigo!"
Deus deseja que cada um de nós seja como aquele velho vio­
lino nas mãos do mestre. Então, nossa vida será preenchida com
62 O REAVIVAMENTO PROMETIDO

a música celestial. Quando o Espírito Santo assumir o controle


total de nossa vida, Ele fará coisas incríveis por nós. Como um
instrumento nas mãos do Mestre, o Espírito Santo vai fazer mais
por nós do que podemos imaginar.

0 REAVIVAMENTO DOS ÚLTIMOS DIAS

A Bíblia prediz que haverá um poderoso reavivamento espiritual nos


últimos dias. O Espírito Santo será derramado com o poder do Pente­
costes. O evangelho será proclamado rapidamente por todo o mundo.
Observe estas duas promessas poderosas: "E será pregado este evan­
gelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações.
Então, virá o fim" (Mateus 24:14). "Porque o Senhor cumprirá a Sua
palavra sobre a Terra, cabalmente e em breve" (Romanos 9:28). O
evangelho será pregado em todo o mundo e Deus vai trabalhar rapida­
mente para terminar Sua obra.
O diabo conhece essas profecias; portanto, antes da vinda de Jesus
no fim dos tempos, Satanás trabalhará com todo o seu poder. Ele vai
apresentar seus maiores enganos e, com um falso reavivamento religio­
so por meio de sinais, prodígios e milagres, enganará milhões. Mas o
poder incomum de baixo chamará o grande poder de cima. Satanás vai
trabalhar, mas Deus vai trabalhar muito mais fortemente.
O último livro da Bíblia descreve a revelação final da glória de Deus
nestas palavras: "Depois destas coisas, vi descer do céu outro anjo, que
tinha grande autoridade, e a Terra se iluminou com a sua glória" (Apo­
calipse 18: 1 ). Nesse último grande reavivamento, o Espírito Santo será
derramado em pleno poder. O evangelho vai se espalhar rapidamente
pelo mundo e multidões responderão _à pregação da Palavra de Deus.
Milhares vão partilhar as palavras da vida com seus vizinhos e encon­
trarão corações sensíveis que estavam à espera de receber a verdade.
Chamamos esse poderoso reavivamento de derramamento da chu­
va serôdia. Os termos "chuva temporã" e "chuva serôdia" referem-se
ao ciclo da agricultura de Israel. A chuva temporã regava a semente
plantada e a ajudava a germinar. A chuva serôdia caía no fim do ciclo
agrícola para amadurecer o grão e levá-lo até a colheita. Sem a chuva
serôdia, não haveria colheita final. A chuva serôdia é um dos símbolos
bíblicos para o derramamento do Espírito Santo nos últimos dias. O
O REAVIVAMENTO AGUARDADO 63
Espírito Santo capacita o povo de Deus para concluir a tarefa de pregar
o evangelho a todo o mundo antes de Jesus voltar.
O apóstolo Tiago diz o seguinte: "Sede, pois, irmãos, pacientes, até a
vinda do Senhor. Eis que o lavrador aguarda com paciência o precioso
fruto da terra, até receber as primeiras e as últimas chuvas. Sede vós
também pacientes e fortalecei o vosso coração, pois a vinda do Senhor
está próxima" (Tiago 5:7, 8). Do Antigo Testamento, o profeta Joel adi­
ciona esta promessa: "Alegrai-vos, pois, filhos de Sião, regozijai-vos no
Senhor, vosso Deus, porque Ele vos dará em justa medida a chuva; fará
descer, como outrora, a chuva temporã e a serôdia" (Joel 2:23).
Historicamente, a primeira chuva ou chuva temporã caiu no Pente­
costes. Em um dia, três mil conversos foram batizados em um único
lugar. A Palavra de Deus diz que esse resultado é pequeno em compa­
ração com o que está por vir. Se eu visse três mil pessoas sendo batiza­
das em um dia, em um único lugar, na América do Norte, isso não seria
um derramamento "moderado" do Espírito. E você, o que acha? Mas a
questão é que a primeira chuva é moderada em comparação com o que
está chegando com a última chuva.
Podemos esperar que o Espírito Santo faça coisas absolutamente
inacreditáveis no fim do tempo. Sabemos que o derramamento do Es­
pírito de Deus para terminar a obra do evangelho na Terra será muito
mais poderoso do que qualquer coisa que a igreja de Deus tenha visto
anteriormente.
O Pentecostes será repetido em escala maior, muito maior. Ellen
White explica: "Essa obra será semelhante à do dia de Pentecostes.
Assim como a 'chuva temporã' foi dada, no derramamento do Espírito
Santo no início do evangelho, para efetuar a germinação da preciosa
semente, a 'chuva serôdia' será dada em seu final para o amadureci­
mento da seara." 1 A passagem que citamos continua com este trecho
poderoso:

A grande obra do evangelho não deverá ser encerrada com


menor manifestação do poder de Deus do que a que assina­
lou seu início. As profecias que se cumpriram no derrama­
mento da chuva temporã no início do evangelho devem no­
vamente cumprir-se na chuva serôdia, no seu encerramento.
64 0 REAVIVAMENTO PROMETIDO

[... ] Servos de Deus, com o rosto iluminado e a resplandecer


de santa consagração, se apressarão de um lugar para outro
para proclamar a mensagem do Céu. Por milhares de vozes
em toda a extensão da Terra, será dada a advertência. Serão
realizados prodígios, os doentes serão curados, e sinais e ma­
ravilhas seguirão aos crentes. 2

Que emoção estar vivendo num momento em que Deus deseja der­
ramar todo o poder do Céu na Sua obra de encerramento! Que privilé­
gio ser um canal para o derramamento do Espírito Santo!
Se vemos as falsas manifestações de Satanás em forma de falsos re­
avivamentos em torno de nós, não deveríamos desejar a manifestação
genuína do Espírito Santo através da chuva serôdia? Não deveríamos
buscar a Deus para nos enviar essa manifestação verdadeira? Uma coi­
sa é reconhecer a falsificação do reavivamento; outra é receber o ver­
dadeiro dom do Espírito.
É possível que nos tornemos tão focalizados na falsificação que dei­
xemos de reconhecer o que Deus deseja fazer através de Seu povo
hoje. É possível ficarmos com tanto medo do falso que deixemos de
buscar pelos chuveiros da chuva serôdia em nossa própria vida.
Você deseja a manifestação genuína do Espírito Santo em sua vida
e na vida da sua igreja? Somente quando o Espírito de Deus for derra­
mado, a mensagem do evangelho será pregada até os confins da Terra.
No Antigo Testamento, o profeta Zacarias proclama: "Não por força
nem por poder, mas pelo Meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos"
(Zacarias 4:6), a obra será terminada na Terra.
O que impede o reavivamento? Que barreiras impedem a última
chuva de cair? Quais são os pré-requisitos para receber o poder da
"chuva serôdia" do Espírito? Por que Deus ainda não derramou Seu
Espírito Santo em toda Sua plenitude? Pelo que o Céu está esperando?
Não há nada mais importante para nós, pessoalmente, ou para a
igreja, como um todo, do que buscar o derramamento do Espírito
Santo por meio de um reavivamento vindo do Céu. "Um reaviva­
mento da verdadeira piedade entre nós, eis a maior e a mais urgente
de todas as nossas necessidades. Buscá-lo deve ser nossa primeira
ocupação." 3 Atender às condições do Céu para o reavivamento e der-
0 REAVIVAMENTO AGUARDADO 65
ramamento do Espírito Santo na forma do poder da chuva serôdia é
nossa mais alta prioridade. O Céu tem muito mais a nos oferecer do
que podemos imaginar.
LeRoy Froom relata que "os banqueiros da Escócia devem ter 40
milhões de libras de depósitos não reclamados".' Dependendo da taxa
de câmbio flutuante, essa poderia ser uma enorme quantia de setenta
a oitenta milhões de dólares não reclamados em um pequeno país.
Parece difícil de acreditar, mas a riqueza de todo o Céu espera por
nossa demanda e recepção. Não precisamos esperar pelos outros para
reclamá-la. Oh, que tragédia a nossa pobreza! Estamos deixando de
pedir pelos recursos ilimitados que o Espírito Santo tem para nós?

PRÉ-RECIUISITOS PARA RECEBER A CHUVA SERÔDIA


Estudemos alguns pré-requisitos de Deus para recebermos o Espí­
rito Santo em Sua totalidade. Se quisermos receber a chuva serôdia,
aqui está o que a Palavra de Deus diz:

1. O primeiro pré-requisito para receber o Espírito Santo é pedir.


"Pedi ao Senhor chuva no tempo das chuvas serôdias" (Zacarias
10: 1). A mensageira de Deus para a igreja dos últimos dias acrescen­
ta: "Devemos orar tão fervorosamente pela descida do Espírito Santo
quanto os discípulos oraram no dia de Pentecostes."'
Lucas registra a sinceridade das orações dos discípulos no Pente­
costes. "Todos estes perseveravam unânimes em oração, com as mu­
lheres, com Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos dEle" (Atos 1:14).
Os discípulos perceberam que eles não teriam poder sem o Espírito.
Compreenderam que a tarefa era muito assustadora sem o derrama­
mento do poder do Céu. Sem a presença do Espírito em sua vida em
Sua plenitude de poder, eles não poderiam vencer as forças do inferno.
O Espírito Santo virá no poder da chuva serôdia apenas em resposta
à oração diligente e sincera. É-nos dado o conselho: "Meus irmãos e
irmãs, temos de buscar o Espírito Santo. Deus vai cumprir todas as
promessas que fez. Com a Bíblia na mão, digamos: Fiz como disseste.
Apresento a Tua promessa: 'Pedi e dar-se-vos-á; buscai e encontrareis;
batei e abrir-se-vos-á' (Mateus 7:7)". 6
Você tem buscado a Deus diariamente pelo batismo do Espírito Santo?
66 0 REAVIVAMENTO PROMETIDO

Tem você orado pelo derramamento do Espírito Santo em sua vida? Você
participa de um grupo de oração para clamar a Deus pela chuva serôdia?
Você tem dois ou três amigos de oração com quem tem o compromisso de
orar em busca do derramamento do Espírito Santo na igreja? Lembre-se
da promessa de Jesus: "Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas
aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles
que Lho pedirem?" (Lucas 11: 13).
Vamos ver o segundo pré-requisito para receber o Espírito em Sua
plenitude.

2. Ter um coração não dividido.


Você pode perguntar: "O que é um coração não dividido?" É um cora­
ção totalmente dedicado a Jesus, completamente leal a Ele. É um coração
que deseja fazer a vontade de Deus. A vida de Jesus é o modelo de vida
plena no Espírito. Lucas, capítulo 3, descreve a cena do Seu batismo. "E,
estando Ele a orar, o Céu se abriu e o Espírito Santo desceu sobre Ele em
forma corpórea como pomba" (Lucas 3:21, 22).
Em Lucas 4: I 8, o Salvador declara: "O Espírito do Senhor está so­
bre Mim." A afirmação fascinante do Pai no batismo de Jesus abre uma
visão nova para compreendermos a recepção do Espírito. No batismo,
o Pai falou do Céu, declarando: 'Tu és o Meu Filho amado, em Ti Me
comprazo" (Lucas 3:22).
O Espírito Santo é derramado do Céu sobre aqueles de quem o Pai
Se agrada. Jesus afirmou Sua lealdade não dividida em João 8:29 quan­
do declarou: "E Aquele que Me enviou está comigo, não Me deixou só,
porque Eu faço sempre o que Lhe agrada."
Jesus era totalmente empenhado em agradar o Pai. Nada na Sua
vida era mais importante que fazer a vontade do Pai. E o Pai honrou a
atitude de Seu Filho ao enviar-Lhe o Espírito sem medida. Deus está
desejoso de dar a você um coração não dividido. Peça-Lhe que ensine
você a viver em absoluta dependência dEle.
Quando Deus tiver um grupo de pessoas cujo principal objetivo for
agradá-Lo, Ele derramará Seu Espírito em abundância. Quando orarmos
pelo derramamento do Espírito Santo, nosso objetivo não será ter um po­
der sobrenatural. O Espírito Santo dá testemunho de Jesus. Ele glorifica
a Jesus em nossa vida Qoão 15:26; 16: 14). Jesus deseja que vamos a Ele
0 REAVIVAMENTO AGUARDADO 67
com um coração humilde, deixando de lado nossa própria vontade e di­
zendo: "Não seja como Eu quero, e sim como Tu queres" (Mateus 26:39).
Dia a dia Jesus permite que enfrentemos testes espirituais diferen­
tes. Cada teste é uma oportunidade para descobrirmos o que se passa
em nosso coração. Ele revela coisas que nunca saberíamos sobre nós
mesmos. Seu grande desejo é que esses testes nos levem a dobrar os
joelhos e orar: "Senhor, eu jamais conheceria o que estava dentro de
mim. Eu nunca saberia que isso faz parte de minha natureza. Por favor,
livra-me da escravidão deste hábito ou atitude específica. Voluntaria­
mente confesso essa minha fraqueza e a entrego a Ti."

CONECTANDO-SE COM A FONTE DE PODER


Deus nos convida a nos conectarmos com a Fonte de todo poder.
Quando abrirmos o coração a Ele, nossa mente estará em harmonia
com Sua mente, nossa vontade estará em harmonia com Sua vontade e
nosso coração será um com o Seu. Um coração não dividido e submis­
so, que busca agradá-Lo em todas as coisas, é um pré-requisito vital
para um reavivamento espiritual.
Você já ouviu a história da mulher que comprou uma geladeira nova,
e tudo que ela colocava ali dentro estragava? O leite azedava, a alface
murchava, as frutas e vegetais apodreciam e o sorvete derretia. Ela não
tinha ideia do que estava errado. Tudo parecia estar em perfeita ordem,
mas, para sua surpresa absoluta, ela descobriu que o plugue estava fora
da tomada. A geladeira não estava ligada. Não estava conectada à fonte
de energia. Igualmente, o poder espiritual vem apenas quando você
está conectado à fonte de poder ilimitado.
Ellen White descreve os resultados de um coração não dividido: "Não
há limite para a utilidade de quem, pondo de parte o próprio eu, dá lugar
à atuação do Espírito Santo no coração, e vive de maneira inteiramente
consagrada a Deus."' Deus tem planos ilimitados para nós. Não há limi­
tes para o que o Espírito pode fazer em nós e através de nós se tivermos
um coração não dividido e completamente consagrado a Deus.

3. Encher a mente com a Palavra de Deus.


O mesmo Espírito Santo que inspirou a Bíblia nos ilumina quando
a lemos. O mesmo Espírito Santo que encheu a vida dos escritores da
68 O REAVIVAMENTO PROMETIDO

Bíblia quando escreviam as palavras sagradas das Escrituras preenche


nossa vida quando lemos essas palavras. O salmista nos dá uma chave
vital para o reavivamento quando afirma: "A minha alma está apegada
ao pó; vivifica-me segundo a Tua palavra" (Salmo 119:25). "A minha
alma, de tristeza, verte lágrimas; fortalece-me segundo a Tua palavra"
(v. 28). "Desfalece-me a alma, aguardando a Tua salvação; porém es­
pero na Tua palavra" (v. 81 ). "Defende a minha causa e liberta-me;
vivifica-me, segundo a Tua promessa" (v. 154).
O salmista entendeu claramente que a base para o reavivamento é
a Palavra de Deus. O Espírito Santo nos transforma quando encontra­
mos Jesus nas palavras das Escrituras. Quando Jesus enfrentou a forte
tentação do inimigo no deserto, Ele declarou enfaticamente: "Não só
de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de
Deus" (Mateus 4:4). O Mestre acrescentou em João 6:63: "As palavras
que Eu vos tenho dito são espírito e são vida."
O Espírito Santo flui da Palavra de Deus para preencher nossa vida.
Estar pleno do Espírito é estar pleno da Palavra de Deus. A vida que é
plena do Espírito é guiada pela Palavra, instruída pela Palavra e forta­
lecida pela Palavra. Quando abrimos as páginas das Escrituras, somos
santificados e transformados pela Palavra. Quando absorvemos os en­
sinos da Bíblia, permitimos que o Espírito Santo encha nossa vida com
Sua presença e poder.

4. Colocar de lado toda dissensão e discórdia.


Enquanto os discípulos brigavam pelas posições mais elevadas,
o poder do Espírito Santo era limitado sobre eles. Enquanto eles
discutiam entre si e cultivavam ressentimento uns dos outros, o
poder do Espírito Santo era limitado. Somente quando removermos
as barreiras e conflitos, o Espírito poderá ser derramado sobre nós.
No Pentecostes, os discípulos "estavam todos reunidos no mesmo
lugar" (Atos 2: 1 ). A palavra grega, no Novo Testamento, traduzida
como "reunidos" significa "juntos". Os discípulos não estavam apenas
juntos fisicamente, mas, pela primeira vez, estavam verdadeiramen­
te unidos em harmonia. Eles ainda tinham personalidades diferentes,
mas estavam unidos em seu compromisso. Tinham apenas um desejo
de levar o evangelho ao mundo.
0 REAVIVAMENTO AGUARDADO 69
Ellen White nos dá um conselho prático: "Ponham de parte os cris­
tãos toda dissensão, e entreguem-se a Deus para a salvação dos perdi­
dos. Com fé peçam a bênção prometida, e ela virá. O derramamento
do Espírito nos dias dos apóstolos foi a 'chuva temporã', e glorioso foi o
resultado. A chuva serôdia, porém, será mais abundante."'
Há algo em sua vida que se interpõe entre você e outra pessoa?
Será que isso poderia ser uma barreira a impedir que Deus lhe dê a
plenitude de Seu poder? Você precisa perdoar alguém que o machu­
cou? Toda vez que nutrimos uma amargura, permitimos que aquela
pessoa nos machuque uma vez mais.
Perdão não significa justificar o que o outro fez. Significa libertá-lo
da condenação mesmo sem ele merecer, pois Cristo nos libertou da
condenação quando nós não merecíamos. Quando perdoamos de livre
vontade, abrimos o coração para o Espírito Santo fluir através de nós
para os outros.
Corrie Ten Boom sobreviveu a um dos campos de concentração de
Hitler. Sua irmã Betsy não teve a mesma sorte. Ela morreu pela bruta­
lidade e doença do campo. Depois que a guerra acabou, Corrie viajou
por toda sua amada Holanda e Alemanha, compartilhando a mensa­
gem de reconciliação e paz. Uma tarde, após uma apresentação em
uma igreja da Alemanha, ela o viu. A imagem daquele guarda alemão
baixo, troncudo, de face metálica, estava gravada em sua mente para
sempre. Seu tratamento desumano havia levado sua irmã Betsy à mor­
te. Mas agora aquele homem estava em pé diante de Corrie com sua
mão estendida, perguntando: "Você me perdoa?" Foi necessária toda
graça possível para pegar as mãos daquele homem nas suas, olhar em
seus olhos e dizer: "Sim, eu o perdoo!"
Corrie entendeu a verdade vital de que o Espírito Santo não pode pre­
encher o coração de uma pessoa que não perdoa. Espírito Santo e amar­
gura não caminham juntos; como água e óleo, eles não se misturam.

5. Trabalhar ativamente pelos outros.


Lembre-se: o derramamento do Espírito Santo deu aos discípulos poder
para testemunhar. Deus envia Seu poder para que possamos proclamar Sua
mensagem. Ele nos dá Seu Espírito para que possamos ser uma bênção aos
outros.
70 0 REAVIVAMENTO PROMETIDO

Muitas pessoas olham para o futuro à espera de um grande der­


ramamento do Espírito Santo, mas ele pode começar em nossa vida
agora mesmo. Agora é o tempo de buscar a Deus por um reavivamento
espiritual. Se esse reavivamento está para acontecer, deve começar em
nosso coração.
Agora é o tempo de compartilhar o amor e a graça de Jesus. Quanto
mais compartilharmos Seu amor, mais o Espírito Santo nos preencherá
com a graça para testemunharmos.
O derramamento do Espírito Santo está ligado ao compromisso de
trabalho pelos outros. Sendo que "melhor é dar que receber", somos os
mais abençoados quando compartilhamos o amor e a verdade de Jesus.
Ellen White afirma: "Se a frieza e a indiferença têm reduzido seu senso
espiritual, e se o seu interesse por aqueles que estão perecendo em
seus pecados está diminuindo, é hora de se converter. A melhor opção
é se envolver com esforços pessoais para salvar outros. Ao abençoá-los,
você será abençoado.'''
Por que Deus derramaria Seu Espírito Santo sobre nós para tes­
temunharmos a outros se não temos interesse em testemunhar? Por
que Deus nos daria mais poder para testemunhar de nossa fé se não
estamos interessados em compartilhá-la? O Espírito Santo testifica de
Jesus. Quando estamos interessados no que o Espírito Santo Se inte­
ressa, Seu poder será derramado sobre nós com toda a Sua plenitude.
Agora é o tempo de buscar, com o coração consagrado, o grande poder
de Deus.

0 DERRAMAMENTO DA CHUVA SERÔDIA


EXIGE ENTREGA TOTAL
Deus nos convida a fazer das Suas prioridades as nossas. Ele insta
conosco para que coloquemos Sua vontade acima da nossa. Ele apela
para que busquemos "primeiro o reino de Deus e a Sua justiça" em
todos os aspectos da nossa vida.
Por cinco anos, o Sr. Van de Venter lutou contra a decisão de fazer
do chamado de Cristo sua prioridade. Van de Venter foi gradualmente
se tornando um artista reconhecido, mas ele sentia o toque do Espírito
Santo em seu coração. Ele era impressionado a se tornar um evange­
lista, mas resistia. Aqui está como ele mesmo conta sua história: "Por
0 REAVIVAMENTO AGUARDADO 71
algum tempo eu relutei entre desenvolver meus talentos no campo da
arte e entregar-me em tempo integral ao trabalho de evangelista. Final­
mente, o momento de tomar a decisão chegou e eu abri mão de tudo.
Um novo dia despontava em minha vida."
O pastor Van de Venter deixou uma influência significativa na vida
de Billy Graham, pois ele sempre visitava o Instituto Bíblico da Fló­
rida, onde Billy Graham era aluno. O Dr. Graham escreveu certa vez:
"Um dos evangelistas que influenciaram o início de minhas pregações
foi também o músico que escreveu 'Tudo Entregarei': J. W. Van de
Venter. Ele era um visitante regular do Instituto Bíblico da Flórida no
fim da década de 30. Nós, estudantes, amávamos aquele cavalheiro
amorável e profundamente espiritual. " 10
''Tudo Entregarei" reflete a profundidade do compromisso espiritual
do pastor Van de Venter. Ao refletir sobre estas palavras, por que não
dedicar mais uma vez sua vida completamente a Cristo?

Tudo Entregarei

1. Tudo, 6 Cristo, a Ti entrego,


Tudo, sim, por Ti darei!
Resoluto, mas submisso,
Sempre a Ti eu seguirei!

CORO:
Tudo entregarei!
Tudo entregarei!
Sim, por Ti, jesus bendito,
Tudo deixarei!

2. Tudo, ó Cristo, a Ti entrego,


Corpo e alma eis aq!-1i!
Este mundo mau renego,
Quero dedicar-me a Ti!

3. Tudo, ó Cristo, a Ti entrego,


Que prazer, ó meu Senhor!
72 0 REAVIVAMENTO PROMETIDO

Paz perfeita, paz completa!


Glória, glória ao Salvador!

(Hinário Adventista, nº 295)

É o maior desejo de sua vida ser preenchido pelo poder e amor de


Deus? Você deseja Sua bênção agora mesmo? Ele está pronto para
derramar as bênçãos abundantes do Céu sobre você hoje. Você pode
orar: "Jesus, eu entrego tudo a Ti. Eu Te entrego tudo o que pedires
de mim e pela fé recebo tudo que prometeste. Senhor, Tu prome­
teste aceitação, perdão, redenção, libertação, adoção, esperança e
poder, e, pela fé, eu reclamo essas promessas agora e creio que as
bênçãos do Espírito Santo são minhas neste momento. Em nome de
Jesus, amém!"

APLICAÇÃO PESSOAL
No reavivamento, o Espírito Santo muda nossa maneira de pen­
sar. Ele coloca novos pensamentos em nossa vida. Há um novo
despertar espiritual em nosso coração, desejos espirituais enchem
nossa alma e temos fome das coisas de Deus. Como acontece
o reavivamento espiritual? Como somos mudados para ser como
Jesus? O apóstolo Paulo diz o seguinte: "E todos nós, com o rosto
desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor,
somos transformados, de glória em glória, na Sua própria imagem,
como pelo Senhor, o Espírito" (2 Coríntios 3:18). O apóstolo Tia­
go acrescenta que somos transformados pela "palavra implantada"
(Tiago I :2 I ). O apóstolo Pedro declara que somos participantes
da natureza divina através das "preciosas e mui grandes promes­
sas" (2 Pedro I :4).
À medida que entrarmos em contato com Jesus em Sua Palavra,
seremos transformados. À medida que meditarmos em Jesus por meio
de Sua Palavra, o fogo do reavivamento será aceso em nosso coração.
Nesta semana, decida fazer um jejum de sete dias. Jejum de televisão e
de todos os filmes em DVDs. Gaste trinta minutos, cada manhã, lendo
o evangelho de João e trinta minutos, cada tarde, lendo O Desejado de
Todas as Nações.
0 REAVIVAMENTO AGUARDADO 73
"Seria para nós grande bem passar diariamente uma hora a refletir
sobre a vida de Jesus. Devemos tomá-la ponto por ponto, e deixar que
a imaginação se apodere de cada cena, especialmente as finais." 11

MEU COMPROMISSO
Esta semana decido fazer um jejum dos entretenimentos da mídia
para me concentrar especialmente em minha vida espiritual.

1 Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 611.


2
Ibid., p. 611,612.
J Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 121.
4
LeRoy E. Froom, The Coming ef the Comfarter, p. 203.
sEllen G.White, Review and Hera/d, 25 de agosto de 1896.
6
Idem, Testemunhos Para a Igreja, v. 8, p. 23.
7
Ibid., p. 19.
"Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 8, p. 21.
9
Idem, Review and Herald, 10 de junho de 1880.
10
101 More Hymn Stories (Grand Rapids: Kregel. 1985), p. 136.
11 Ellen G. White, O DeseJado de Todas as Nações, p. 83.
CAPÍTULO 6

EVANGELISMO E REAVIVAMENTO

S eu medo havia ido embora. Foi sumindo como uma sombra que
vai se desvanecendo. Sua noite escura de tristeza acabara e a
manhã havia chegado. A fé enchia o coração e eles já não se enco­
lhiam com medo na sala de reuniões. Estavam cheios de fé. A espe­
rança transbordava em seu coração. Um vislumbre de seu Senhor
ressuscitado havia mudado toda a sua vida. Jesus lhes dera uma
nova razão para viver, o que veio a ser conhecido como a Grande
Comissão: "Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda cria­
tura" (Marcos 16: 15).
Agora eles estavam agarrados à grande promessa, pois, sem ela, não
poderiam cumprir a Grande Comissão. Imagine que você estivesse no
cenáculo com os discípulos, dois mil anos atrás. A integridade da Pa­
lavra de Deus e Sua reputação estavam em jogo. A honra do trono de
Deus dependia do cumprimento de Sua promessa.

A GRANDE PROMESSA
A despeito dos obstáculos esmagadores e quase intransponíveis, os
discípulos se agarravam àquela promessa preciosa: "E, comendo com
eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que
esperassem a promessa do Pai, a qual, disse Ele, de Mim ouvistes. Mas
recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis Minhas
testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e
até os confins da Terra" (Atos 1 :4, 8).
Os discípulos se agarravam às palavras de Jesus e confiavam na pro­
messa do Salvador. Estavam confiantes de que, cumpridas as condi­
ções, Ele cumpriria Sua Palavra. E eles esperaram, confessaram seus
pecados, oraram, creram e a resposta veio do Céu. O Espírito Santo foi
derramado em abundância no dia de Pentecostes (Atos 2: 1-4).
EVANGELISMO E REAVIVAMENTO 75
O derramamento do Espírito, no dia de Pentecostes, não foi sim­
plesmente porque os discípulos tinham cumprido as condições. Certa­
mente, o Espírito Santo não teria sido derramado se elas não tivessem
sido cumpridas, mas simplesmente satisfazer as condições em si para
receber o Espírito não era suficiente.
O Espírito Santo foi derramado no dia de Pentecostes, também,
como um sinal para a igreja primitiva de que o sacrifício de Jesus
tinha sido aceito pelo Pai, no santuário celestial. Lucas deixa isso
claro em Atos 2: "A este Jesus, Deus ressuscitou, do que todos nós
somos testemunhas. Exaltado, pois, à destra de Deus, tendo rece­
bido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vedes
e ouvis" (Atos 2:32, 33).
O poderoso derramamento do Espírito no Pentecostes foi o presen­
te dos Céus confirmando que o Pai aceitara o sacrifício magnífico de
Cristo na cruz do Calvário. Os três mil batizados naquele dia foram
um testemunho eloquente do poder do Cristo ressuscitado para mudar
vidas. A plenitude do Espírito testificou a plenitude do poder de Jesus.
O número de discípulos que se juntaram no cenáculo naquele dia
foi de 120, e o desafio de alcançar o mundo com o evangelho pa­
recia impossível. Nossas melhores estimativas de população para o
- Império Romano durante o 1• século são de cerca de 180 milhões
de pessoas. Embora certamente houvesse alguns cristãos a mais do
que aqueles reunidos no cenáculo, o percentual de cristãos para a
população mundial era infinitesimal. Por exemplo, se usarmos o nú­
mero 120, constataremos que havia um cristão para cada 1,4 milhão
de pessoas no mundo.
Em comparação, hoje temos cerca de um adventista para cada 400
pessoas no mundo. Em uma era de poder militar romano, de mate­
rialismo, da filosofia grega e da religião pagã, a tarefa dos discípulos
parecia muito mais assustadora que a nossa.
Esses primeiros cristãos não tinham meios de comunicação, rádio,
televisão e internet. Eles não tinham redes sociais, como Facebook
e Twitter, ou mensagens de texto. Não tinham televisão por satélite
nem por internet e não tinham seminários, editoras e uma rede mun­
dial de hospitais. Eles não tinham uma igreja organizada em todo o
mundo, mas uma coisa eles tinham: a plenitude do Espírito! Eles
76 0 REAVIVAMENTO PROMETIDO

tinham a promessa de Jesus de que, através do derramamento do


Espírito Santo, alcançariam o mundo inteiro com Sua mensagem de
amor e verdade.

CRESCIMENTO EXPLOSIVO EM ATOS

E os resultados foram surpreendentes! Faça uma jornada comigo


através do livro de Atos e inspire-se, à medida que, espantados, damos
uma olhada na atuação do Espírito Santo. O livro de Atos revela o que
Deus pode fazer em um curto espaço de tempo através de pessoas
consagradas, homens e mulheres que creem na Sua promessa e agem
de acordo com Sua Palavra.
Quando os discípulos acordaram, no dia de Pentecostes, eles não ti­
nham ideia de que seriam adicionados três mil novos membros à igreja
naquele mesmo dia. Atos 2:41 registra: "Então, os que lhe aceitaram a
palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase
três mil pessoas." E esse foi só o começo. Atos 4:4 acrescenta: "Muitos,
porém, dos que ouviram a palavra a aceitaram, subindo o número de
homens a quase cinco mil."
Como você pode notar, o texto diz que o número de homens era
de cinco mil. Se somarmos mulheres e crianças, os números aumen­
tam drasticamente. A maioria das estimativas mostra que, no tempo de
Atos 4, a igreja cristã somava de quinze a vinte mil pessoas. Em apenas
poucas semanas, o número de membros da igreja explodiu. O registro
deste fenômeno surpreendente continua em Atos 6: 7: "Crescia a Pala­
vra de Deus, e, em Jerusalém, se multiplicava o número dos discípulos;
também muitíssimos sacerdotes obedeciam à fé."
Quando os discípulos pregaram sob a influência do Espírito San­
to, o Cristo ressuscitado tocou o coração de muitos líderes religiosos
judeus. Muitos deles, juntamente com suas congregações, aceitaram
essa nova fé. O impacto da igreja do Novo Testamento continuou a
aumentar de forma notável.
Referindo-se ao longo alcance do cristianismo, um escritor romano
registrou assim o impacto: "Vocês estão em todo lugar. Vocês estão
em nosso exército, em nossa marinha, em nosso Senado e em nossos
mercados."
Plínio, o jovem governador da província romana da Bitínia, na costa
EVANGELISMO E REAVIVAMENTO 77
norte da Turquia moderna, escreveu ao imperador Trajano em cerca de
110 d.C. Sua declaração é significativa porque foi escrita cerca de oi­
tenta anos depois da crucifixão. Plínio descreveu os julgamentos oficiais
que ele estava conduzindo para encontrar e executar os cristãos. Ele
disse: "Muitos de todas as idades, de todas as classes sociais, mesmo de
ambos os sexos, são chamados para o julgamento e serão convocados.
Não somente cidades, mas vilas e até mesmo áreas rurais têm sido in­
vadidas pela infecção dessa superstição [o cristianismo] ."1
Essa citação de Plínio nos mostra que, em uma província remota e
em poucas gerações, o cristianismo tinha invadido cada nível da so­
ciedade. Noventa anos mais tarde, por volta de 200 d.C., Tertuliano,
um advogado romano que se tornou cristão, escreveu uma carta desa­
fiadora para os magistrados romanos defendendo o cristianismo. Ele
ostentava que "quase todos os cidadãos de todas as cidades [eram]
cristãos".' O livro de Atos é a história de um crescimento notável da
igreja cristã em um período de tempo muito curto.
Com a conversão do apóstolo Paulo, registrada em Atos 9, a igreja
cristã recebeu o evangelista mais poderoso daquele tempo. Por meio
do ministério do Espírito Santo, Paulo fundou igrejas pela Ásia Menor
e pelo mundo mediterrâneo. Atos I O relata como, através de uma visão
que Pedro recebeu enquanto orava, Deus quebrou suas barreiras de
preconceito entre judeus e gentios.
Pela conversão de Cornélia, a porta foi aberta para dezenas de mi­
lhares de gentios entrarem na igreja cristã.
O livro de Atos se move como uma sinfonia gloriosa rumo a um gran­
de crescendo. Com a conversão de Cornélia, o Espírito Santo levou
esses primeiros cristãos para além dos limites do judaísmo. Enquanto
dezenas de milhares de gentios se tornaram cristãos, igrejas foram es­
tabelecidas. O Espírito Santo levou cada membro a compartilhar sua
fé com outros e novas igrejas foram plantadas. Em vez de construir
grandes igrejas em poucos centros geográficos, os discípulos plantaram
igrejas em comunidades ao longo de todo o mundo mediterrâneo.
No tempo do Novo Testamento ocorreu um movimento de plantio
de igrejas. A Bíblia declara: "A igreja, na verdade, tinha paz por toda a
Judeia, Galileia e Samaria, edificando-se e caminhando no temor do
Senhor, e, no conforto do Espírito Santo, crescia em número" (Atos
78 0 REAVIVAMENTO PROMETIDO

9:31). Você notou o significado das expressões "edificando-se" e "cres­


cia em número"? O reavivamento genuíno edifica, ou constrói, a igreja
em Cristo e em Sua Palavra. Ele também leva à multiplicação de Sua
igreja e à efetivação do evangelismo.
Não existe reavivamento genuíno sem um alcance evangelístico
correspondente. Sem testemunho, o reavivamento resulta em justiça
própria ou em acomodação espiritual. O reavivamento no livro de Atos
resultou em uma paixão para compartilhar o amor de Jesus com os ou­
tros. Eis o porquê de Atos 12:24 dizer: "A Palavra do Senhor crescia e
se multiplicava." A Palavra de Deus implantada em nosso coração cria
o reavivamento, e essa Palavra transborda de nosso coração em forma
de testemunho.
A última sessão do livro de Atos focaliza-se, primeiramente, na ação
do Espírito Santo por meio de Paulo para estabelecer novas congrega­
ções como Filipos, Colossos e Éfeso. No tempo da conclusão do livro
de Atos, Paulo pôde testificar à igreja de Colossos que o evangelho
tinha sido pregado a toda criatura debaixo do céu (Colossenses 1:23).
O apóstolo difundiu a paixão pelo evangelismo por parte da igreja do
Novo Testamento nestas palavras, quando falava de seu Senhor res­
suscitado: "O qual nós anunciamos, advertindo a todo homem e ensi­
nando a todo homem em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos
todo homem perfeito em Cristo; para isso é que eu também me afadi­
go, esforçando-me o mais possível, segundo a Sua eficácia que opera
eficientemente em mim" (Colossenses 1:28, 29).
"Quando esses mensageiros da cruz saíram a proclamar o evangelho,
houve tal revelação da glória de Deus como nunca antes fora teste­
munhada pelos mortais. Mediante a cooperação do Espírito divino,
os apóstolos fizeram uma obra que abalou o mundo. O evangelho foi
levado a todas as nações numa única geração."3
Que mudança! Que transformação! Que milagre! Aqueles primeiros
discípulos que numeravam cerca de 120 pessoas no dia de Pentecos­
tes, de acordo com as melhores estimativas dos historiadores cristãos,
passaram de I milhão. A média de cristãos para a população mundial
tinha mudado dramaticamente em trinta anos.
Pela obra milagrosa do poder do Espírito Santo, a igreja do Novo Tes­
tamento absolutamente explodiu em crescimento. Seu sucesso não foi
EVANGELISMO E REAVIVAMENTO 79
nada menos que fenomenal. E isso só foi possível por causa do poderoso
derramamento do Espírito Santo. A necessidade era grande. O tempo
era certo. Eles cumpriram as condições e Deus cumpriu Sua promessa.
Perceba as similaridades impressionantes entre a igreja cristã do Novo
Testamento e o movimento do advento. Aqueles primeiros cristãos acre­
ditavam que Jesus iria estabelecer Seu reino no l • século. Eles compre­
enderam de maneira equivocada as profecias do Antigo Testamento.
Poucos dias antes da cruz, Tiago e João influenciaram sua mãe para
que pedisse a Jesus que lhes desse um lugar proeminente no novo rei­
no. Os discípulos falharam em compreender a magnitude da missão de
Cristo. Estavam totalmente despreparados para a cruz.
O desapontamento do Calvário em 31 d.C. os levou à humilhação, à
confissão, ao arrependimento e a um profundo exame de coração. Mas
a cruz os preparou para o Pentecostes, quando confiaram na promessa
do Seu Salvador ressuscitado. Eles olharam além de suas lágrimas e
desapontamentos para o santuário acima a fim de receber o derrama­
mento do Espírito Santo na forma de chuva temporã.

A CHUVA SERÔDIA E O MOVIMENTO ADVENTISTA


Avançando dois mil anos, estamos no tempo do fim. As profecias
de Daniel e Apocalipse se aproximam de um clímax glorioso. Mas os
seguidores de Cristo dos últimos dias não entenderam Daniel 8: 14:
"Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purifica­
do." Eles estavam convencidos de que a purificação do santuário era a
purificação da Terra pelo fogo e acreditaram que Jesus viria no fim dos
2.300 dias, em 1844.
Esses seguidores de Cristo confessaram seus pecados e alegre­
mente anteciparam Sua vinda. Dívidas foram pagas, batatas foram
deixadas no campo sem ser colhidas, erros foram corrigidos e famílias
se reuniam esperando a vinda de Jesus. A esperança de Sua volta ar­
dia em seu coração. Mas, como os primeiros discípulos, eles também
foram terrivelmente desapontados. Sua esperança foi frustrada. Seus
sonhos, esmagados. E, como aqueles discípulos do 1• século, eles
buscaram uma explicação de Deus acerca de seu desapontamento,
pois sabiam que Deus tinha uma resposta para seu dilema e poderia
resolver aquele mistério.
80 0 REAVIVAMENTO PROMETIDO

Ellen White escreveu:

Se queremos fazer progresso na vida espiritual, precisamos


orar muito. Quanto oramos no início da proclamação da men­
sagem da verdade! Com que frequência era ouvida a voz da in­
tercessão dentro de casa, no celeiro, no pomar ou no bosque!
Frequentemente empregávamos horas inteiras em orações fer­
vorosas, em grupos de dois ou três, reclamando a promessa. Ou­
via-se muitas vezes palavras de agradecimento e o som de cân­
ticos de louvor. O dia de Deus está agora mais próximo do que
no início de nossa crença, e deveríamos ser mais sinceros, mais
zelosos e fervorosos do que naqueles dias primitivos. Nossos pe­
rigos atuais são maiores do que então. As pessoas estão ainda
mais endurecidas. Precisamos estar agora imbuídos do Espírito
de Cristo, e não devemos descansar sem que O recebamos. 4

Como os seguidores do Mestre no l 2 século, os primeiros adventis­


tas esperaram no Senhor, e Deus respondeu suas orações. Ele abriu o
entendimento deles para a verdade sobre o juízo e sobre o santuário
celestial. O santuário a ser purificado não estava na Terra, mas no Céu.
No Antigo Testamento, o Dia da Expiação, ou a purificação do santuá­
rio terrestre, era um dia de julgamento.
Nestes últimos dias da história da Terra, nosso grande Sumo Sa­
cerdote nos convida a abrir o coração a Ele, devido à hora do juízo.
A mensagem do Apocalipse para os últimos dias deste mundo alerta:
'Temei a Deus e dai-Lhe glória, pois é chegada a hora do Seu juízo; e
adorai Aquele que fez o céu, e a Terra, e o mar, e as fontes das águas"
(Apocalipse 14:7). Assim como o santuário celestial, nosso coração
deve ser purificado de tudo que se interpõe entre Jesus e nós. Quan­
do buscarmos Jesus e recebermos a purificação do Espírito Santo, o
Espírito nos preencherá com o poder da chuva serôdia para terminar
Sua obra.

A REPETIÇÃO DO PENTECOSTES

O mesmo Espírito Santo que foi derramado sobre os cristãos do


Novo Testamento para iniciar a igreja será derramado mais abundante-
EVANGELISMO E REAVIVAMENTO 81
mente na chuva serôdia para terminar a pregação ao mundo. O Senhor
fez o impossível no 1' século e o fará novamente. Deus operou milagres
então e fará o mesmo agora.
Ellen White apresenta o assunto desta forma: "Tudo o que os após­
tolos fizeram, cada membro da igreja deve hoje fazer. E devemos traba­
lhar com tanto mais fervor, sendo acompanhados pelo Espírito Santo
em tanto maior medida, quanto o aumento da iniquidade requer mais
decidido chamado ao arrependimento."'
A época do Novo Testamento foi de grandes milagres. Doentes eram
curados, demônios eram expulsos, dezenas de milhares eram conver­
tidos. Será que isso irá acontecer novamente em nossos dias? Deus
prometeu que, no poderoso derramamento da chuva serôdia, teríamos
uma experiência similar à da igreja no livro de Atos? Aqui está uma
declaração notável do livro O Grande Conflito:

Essa obra será semelhante à do dia de Pentecostes. Assim


como a "chuva temporã" foi dada, no derramamento do Espírito
Santo no início do evangelho, para efetuar a germinação da pre­
ciosa semente, a "chuva serôdia" será dada em seu encerramento
para o amadurecimento da seara. [...] A grande obra do evangelho
não deverá ser concluída com menor manifestação do poder de
Deus do que a que assinalou seu início. 6

A maior manifestação do poder do Espírito Santo foi prometida para


nossos dias, e Deus está pronto para fazer coisas incríveis. Ele está Se
preparando para derramar o Espírito Santo sem medida. Perceba estas
claras promessas bíblicas sobre o derramamento da chuva serôdia:

Zacarias I O: 1 - "Pedi ao Senhor chuva no tempo das chuvas serô­


dias. Ao Senhor, que faz as nuvens de chuva, dá aos homens aguaceiro
e a cada um, erva no campo."
Oseias I O: 12 - "Semeai para vós outros em justiça, ceifai segundo
a misericórdia; arai o campo de pousio; porque é tempo de buscar ao
Senhor, até que Ele venha, e chova a justiça sobre vós."
Jeremias 5:24 - "Não dizem a eles mesmos: Temamos agora ao Se­
nhor, nosso Deus, que nos dá a seu tempo a chuva, a primeira e a última."
82 0 REAVIVAMENTO PROMETIDO

Na agricultura, existe o ciclo da colheita. No ciclo da natureza, há


tempo para semear e tempo para colher. Há tempo para plantar, tempo
para a semente germinar, tempo para a plantação crescer e tempo para
a chuva amadurecer a safra para a colheita. O plano de Deus para a
salvação também tem um cronograma. Jesus nasceu no momento certo,
foi batizado no tempo exato, morreu na hora certa, ressuscitou no dia
predito e ascendeu ao Céu no tempo certo. Jesus derramou o Espírito
Santo em forma de chuva temporã no momento de iniciar a igreja cristã.
Mas agora estamos vivendo no tempo da chuva serôdia; o relógio já
bateu a hora exata. O clímax da história chegou. Esta é a hora do der­
ramamento da chuva serôdia em sua plenitude para preparar a igreja
para a última proclamação do evangelho antes da vinda de Jesus. Esta­
mos vivendo no tempo da chuva serôdia.

A dispensação em que vivemos deve ser, para os que pedem,


a dispensação do Espírito Santo. Peçam-Lhe a bênção. É tempo
de sermos mais dedicados em nossa devoção. É-nos confiado o
trabalho árduo, mas feliz e glorioso, de revelar Cristo aos que se
acham em trevas. Somos chamados para proclamar as verdades
especiais para este tempo. Para tudo isso, é essencial o derrama­
mento do Espírito Santo. Devemos orar para esse fim. O Senhor
espera que Lho peçamos. Ainda não empreendemos essa tarefa
com todo o coração. 7

É-nos assegurado que toda ordem divina é, ao mesmo tempo, capa­


citadora. Para tudo que Deus nos pede que façamos, Ele nos dá poder
para fazer. A obra de Deus na Terra nunca poderá ser concluída sem
o poder da chuva serôdia. Todo o Céu está esperando que o povo de
Deus abra seu coração para o preenchimento do poder do Espírito
Santo, como no Pentecostes, para terminar a obra de Deus na Ter­
ra. Foi dada uma mensagem e uma missão especial para a igreja de
Deus no tempo do fim. Deus prometeu poder especial para proclamar
a mensagem e completar a missão.
Quando Napoleão liderou seu exército até o Egito em 1799, seus
soldados se aglomeraram no grande deserto de Gizé. Eles perma­
neceram aterrados e maravilhados diante da grande pirâmide de
EVANGELISMO E REAVIVAMENTO 83
Quéops. Enquanto permaneciam ali, silentes, diante daquele gran­
de monumento de pedra, Napoleão gritou: "Soldados! Quarenta
séculos os contemplam."
Eu gostaria de parafrasear a declaração de Napoleão: "Vivemos na
encruzilhada da eternidade. Todo o Céu nos contempla." A história
das eras está brilhando sobre esta geração final de adventistas. Deus
quer fazer na vida de cada um de nós "infinitamente mais do que tudo
quanto pedimos ou pensamos" (Efésios 3:20).

Cristo confiou à igreja um sagrado encargo. Cada membro


deve ser um conduto através do qual Deus possa comunicar
ao mundo os tesouros de Sua graça, as insondáveis riquezas de
Cristo. Não há nada que o Salvador deseje tanto como agentes
que representem ao mundo Seu Espírito e Seu caráter. Nada
existe que o mundo necessite mais do que a manifestação do
amor do Salvador através da humanidade. Todo o Céu está à
espera de homens e mulheres por cujo intermédio Deus possa
revelar o poder do cristianismo. 8

Deus deseja fazer coisas maravilhosas por seu intermédio. Você


pode ser uma testemunha de Seu amor nestes últimos dias. Pode ser
uma luz neste mundo em trevas, pode revelar Sua compaixão pelas
pessoas em sua esfera de influência. Deus abrirá portas incríveis de
oportunidade para você compartilhar Sua última mensagem com sua
família, amigos e vizinhos. Que privilégio! Não há maior privilégio e
nenhum prazer maior do que ser usado por Deus para influenciar a
vida de outros para o Seu reino.
Este é o nosso chamado. Este é o nosso destino. Esta é a nossa
oportunidade. A minha oração é que a chama do reavivamento queime
forte no seu coração para que você possa acender as chamas do reavi­
vamento na vida de outras pessoas. Quando toda a igreja for reavivada,
coisas espetaculares acontecerão.
Diga agora mesmo: "Jesus, eu quero reconsagrar minha vida a
Ti. Hoje, eu Te peço que me preenchas com o Espírito Santo para
que eu possa ser uma testemunha poderosa para Ti na conclusão
da obra."
84 0 R EAV I VA M E N TO P R O M ET I DO

A P L ICAÇÃO P E SSOAL
Quanto mais amamos a Jesus, mais desejamos repartir Seu amor com
outros . Todo verdadeiro reavivamento tem por base a oração, é centra­
lizado na Palavra de Deus e focaliza o compartilhamento do amor de
Jesus com outros. Um coração reavivado é um coração que testemunha.
Ellen White enfatiza essa verdade da seguinte forma: "Tão depressa uma
pessoa se chegue para Cristo, nasce-lhe no coração o desejo de revelar
aos outros que precioso amigo encontrou em Jesus; a salvadora e santifi­
cante verdade não lhe pode ficar encerrada no coração."9
Há ainda outro aspecto relevante acerca do reavivamento e do teste­
munho. Este não é apenas o resultado do reavivamento, mas também
leva ao reavivamento. Ele é um dos meios de Deus para reavivar um
coração espiritualmente morno. O livro Atos dos Apóstolos declara: "A
fortaleza para resistir ao mal é mais facilmente obtida pelo trabalho
intenso." 1 0 Ellen White acrescenta: "A fim de desenvolvermos caráter
semelhante ao de Cristo, é preciso que partilhemos de Sua obra." 1 1
Nesta semana , peça a Deus que impressione seu coração com
uma área de ministério específica em sua igreja local em que você
possa servir. O que Deus quer que você faça? Como E le quer que
você se envolva?
Caia sobre seus joelhos e diga: "Senhor, peço que me uses da forma
que Tu quiseres para abençoar outros e ganhar almas para Teu reino.
Mostra-me o que Tu queres que eu faça; seja o que for, pela Tua graça,
eu aceitarei . Estou aberto para Te servir e usar os dons que Tu me des­
te para abençoar os outros . Revela-me Tua vontade, e eu a seguirei."

1
Plínio, Epistulae 1 0.96.
2 Tertuliano, A logeticus 37.8.
po
J Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 593.

• Idem, Testemunhos Para a Igreja, v. 5, p. 1 6 1 , 1 62.


5
Idem, Review and Hera/d, 13 de janeiro de 1903.
6
Idem, O Grande Conflito, 61 1 .
7
Idem, Testemunhos Para Ministros, p. 5 1 1 , 5 1 2 .
8
Idem, Atos dos Apóstolos, p . 600.
� Idem, Caminho a Cristo, p. 78.
10
Idem, Atos dos Apóstolos, p. 105.
11
Idem, O Desejado de Todas as N"tões, p. 1 42.
CAPÍTULO 7

REAVIVAMENTO E CONCLUSÃO DA OBRA

O s números são surpreendentes. A tarefa parece esmagadora. Para


todos os raciocínios humanos, a missão à nossa frente é impos­
sível. A população mundial chegou a quase sete bilhões no início de
2011. Atualmente, há mais de um bilhão de pessoas na China e na Ín­
dia, e o continente africano acabou de alcançar a marca de um bilhão.
Dos quase sete bilhões de pessoas no planeta, apenas 30%, ou 2,2
bilhões, são cristãos. Há 1,5 bilhão de muçulmanos, 1, 1 bilhão de se­
cularizados, agnósticos e ateus, 900 milhões de hindus e 376 milhões
de budistas, além de centenas de outros grupos religiosos.
Embora a Igreja Adventista do Sétimo Dia seja uma das denomina­
ções cristãs que crescem mais rapidamente, batizando cerca de um
milhão de pessoas todo ano, e possua mais de 16 milhões de membros,
representamos aproximadamente apenas 1% dos cristãos e apenas uma
pequena fração de porcentagem da população mundial. Isso nos faz
pensar em algumas questões intrigantes:

• Como será terminada a obra de Deus na Terra?


• É possível para o evangelho, no contexto das três mensagens angéli­
cas, circular o globo em um período de tempo relativamente curto?
• O que nos dará o avanço pelo qual esperamos para a proclamação
do evangelho?
• Quando veremos o cumprimento das palavras de Jesus: "E será
pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemu­
nho a todas as nações. Então, virá o fim" (Mateus 24:14)?

A MISSÃO É DE DEUS
Aqui está a chave: a missão para alcançar os perdidos com o "evan­
gelho eterno" é de Deus, não é nossa. Ele nos convida a cooperar com
86 0 REAVIVAMENTO PROMETIDO

Ele na terminação de Sua obra. Deus nunca nos pede que façamos
algo para o qual Ele não nos capacite a fazer. Ao nos unirmos a Ele
em Sua missão de alcançar o mundo perdido, Ele promete derramar
poderosamente sobre nós Seu Espírito para nos capacitar a cumprir o
que parece impossível.

A PROMESSA DO ESPÍRITO

Antes de Sua ascensão ao Céu, Jesus fez esta promessa a Seus


discípulos: "Eu vos digo a verdade, convém-vos que Eu vá, porque,
se Eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém, Eu
for, Eu vo-lo enviarei" (João 16:7).
Essa deve ter sido uma frase incrível para os discípulos. Como pode­
ria ser uma vantagem que Jesus os deixasse? Mas Ele prometeu enviar,
em toda a Sua plenitude, com todo o poder do Céu, a terceira pessoa
da Divindade, o Espírito Santo 1
O Mestre prometeu: "Recebereis poder, ao descer sobre vós o Espí­-
rito Santo, e sereis Minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em
toda a Judeia e Samaria e até os confins da Terra" (Atos 1:8). A promes­
sa de Jesus acerca do derramamento do Espírito Santo foi cumprida no
Pentecostes. Somente em um lugar, três mil pessoas foram batizadas
em um único dia! A mão de Deus operou tão poderosamente que em
uma geração o evangelho alcançou os confins da Terra.
Há três aspectos da promessa de Jesus que eu gostaria de explorar
com você: a natureza abrangente da promessa, as condições abrangen­
tes da promessa e os resultados todo-poderosos da promessa.

A NATUREZA ABRANGENTE DA PROMESSA

A história do livro de Atos não é a história de poucos indivíduos iso­


lados recebendo o derramamento do Espírito Santo aqui e ali. É a his­
tória de uma igreja recebendo o derramamento poderoso do Espírito.
A igreja buscou a plenitude do Espírito Santo. A igreja orou. A igreja
abriu o coração para a bênção de Deus. Ela confessou, pediu perdão,
comprometeu•se com a missão, e Deus enviou a resposta do Céu.
Vamos rever aquela oração do cenáculo registrada em Atos I e 2.
"Todos estes perseveravam unânimes em oração, com as mulheres,
com Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos dEle. Naqueles dias, levan-
REAVIVAMENTO E CONCLUSÃO DA OBRA 87
tau-se Pedro no meio dos irmãos (ora, compunha-se a assembleia de
umas cento e vinte pessoas)" (Atos 1:14, 1 5).
Essa igreja inexperiente buscou sinceramente a Deus em oração. To­
dos oraram pelo prometido derramamento do Espírito Santo. Reconhe­
ceram sua insuficiência para alcançar o mundo com a história do Salva­
dor ressuscitado. À medida que eles oravam, confessando seus pecados,
buscando em Deus poder para proclamar Sua graça, as comportas do
Céu se abriram e a chuva do Espírito foi derramada sobre eles.
Atos descreve a cena desta forma: "Todos ficaram cheios do Espí­
rito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito
lhes concedia que falassem" (Atos 2:4; ênfase acrescentada). Perce­
ba cuidadosamente que o texto diz: "Todos ficaram cheios do Espírito
Santo." Quem eram os todos que ficaram cheios do Espírito? Não
simplesmente os discípulos, mas todos os que estavam no cenáculo
- os 120 cristãos. Quando Pedro cita o cumprimento da profecia de
Joel, ele declara:

E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor,


que derramarei do Meu Espírito sobre toda a carne;
vossos filhos e vossas filhas profetizarão,
vossos jovens terão visões,
e sonharão vossos velhos,
e até sobre os Meus servos e sobre as Minhas servas
derramarei do Meu Espírito naqueles dias, e profetizarão
(Atos 2: 17, 18; itálico acrescentado).

Deus não olha o gênero. O Espírito Santo será derramado sem me­
dida sobre "vossos filhos e filhas". Deus não olha a idade. O Espírito
será derramado sobre velhos e jovens. Deus não olha o status. O Espí­
rito será derramado até mesmo sobre servos e servas.
No livro Atos dos Apóstolos, Ellen White declara:

O tempo decorrido não operou mudança nenhuma na pro­


messa dada por Cristo ao partir, promessa esta de enviar o Es­
pírito Santo como Seu representante. Não é por qualquer res­
trição da parte de Deus que as riquezas de Sua graça não fluem
88 0 REAVIVAMENTO PROMETIDO

para a Terra em favor dos seres humanos. Se o cumprimento


da promessa não é visto como poderia ser, é porque a promessa
não é apreciada como deveria ser. Se todos estivessem dispostos,
todos seriam cheios do Espírito. Onde quer que a necessidade
do Espírito Santo seja um assunto de que pouco se pense, ali se
verá sequidão espiritual, escuridão espiritual e espirituais declí­
nio e morte. Quando quer que assuntos de menor importância
ocupem a atenção, o divino poder, necessário para o crescimen­
to e prosperidade da igreja, e que haveria de trazer após si todas
as demais bênçãos, está faltando, ainda que oferecido em infi­
nita plenitude. 1

Aqui está algo mais amplo e mais profundo que poderíamos pre­
viamente compreender. Ao longo de todo o Antigo Testamento,
Deus derramou o Espírito Santo sobre indivíduos; mas no Pente­
costes Ele derramou o Espírito Santo sobre Sua igreja.
Assim, a igreja de Atos foi cheia do Espírito e alcançou o mundo
todo com o evangelho. Deus deseja fazer isso de novo. Ele quer der­
ramar Seu Espírito sobre homens e mulheres, jovens e velhos, ricos e
pobres, pessoas estudadas ou não, letrados ou analfabetos.
A promessa do Espírito é para você e para mim. É para a sua igreja,
para a Associação, União, Divisão e Associação Geral. Essa promessa
é para todos. É para nós! Podemos rogar por ela hoje. Jesus espera nos
encher com o poder de Seu Espírito. Sua promessa é para este tempo,
para este lugar, aqui e agora.
Mas essa verdade levanta duas perguntas fundamentais. Primeiro,
como podemos receber esse preenchimento do Espírito Santo pesso­
almente? Segundo, como pode a igreja, corporativamente, receber o
poderoso derramamento do Espírito Santo?

CONDIÇÕES ABRANGENTES DA PROMESSA

Há uma coisa que é certa: o derramamento do Espírito Santo não


virá sem intercessão sincera e profunda. Lucas registrou que, na igreja
de Atos, "todos perseveravam unânimes em oração" (Atos 1: 14). Ellen
White acrescenta: "Devemos orar tão fervorosamente pela descida do
Espírito Santo quanto os discípulos oraram no dia de Pentecostes."'
REAVIVAMENTO E CONCLUSÃO DA OBRA 89
Zacarias, o profeta, ecoa esses sentimentos com a seguinte admoes­
tação: "Pedi ao Senhor chuva no tempo das chuvas serôdias" (Zacarias
10: 1). Jesus nos encoraja a buscar o Espírito: "Ora, se vós, que sois
maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai ce­
lestial dará o Espírito Santo àqueles que Lho pedirem?" (Lucas 1 1: 13).
"Meus irmãos e irmãs, temos de buscar o Espírito Santo. Deus vai
cumprir todas as promessas que fez."'
A razão pela qual Deus nos convida a orar sinceramente pelo Espírito
Santo não é porque Ele está despreparado para nos dar Seu Espírito, mas
porque nós estamos despreparados para recebê-Lo. Não é que Deus não
deseja nos dar o Espírito Santo; somos nós que não queremos recebê­
Lo tanto quanto Deus deseja concedê-Lo. Não é que Deus seja lento
para derramar o Espírito em Sua plenitude; nós é que somos lentos em
receber a plenitude do poder do Santo Espírito. Não é que Deus não re­
conheça nossa necessidade do Espírito Santo para terminar a obra; nós é
que não reconhecemos completamente nossa necessidade.
Seria possível que, às vezes, substituamos o poder do Espírito Santo
por planos humanos, métodos e organização, ainda que essas coisas
sejam importantes?
Ouça esta declaração poderosa da pena inspirada: "Não fiquem sa­
tisfeitos, pensando que no curso habitual da estação a chuva cairá.
Peçam-na! [... ] Se queremos receber os chuveiros da graça, devemos
buscar [do Senhor] os favores de todo o coração."'

CONDIÇÕES Bf.BLICAS PARA O REAVIVAMENTO


Uma das condições bíblicas para o reavivamento é a intercessão
sincera. Deus concede o Espírito Santo para aqueles que O buscam.
Outro elemento essencial para o reavivamento é a confissão de todo
pecado conhecido. Quando os discípulos se encontraram no cenáculo,
eles colocaram "de parte todas as divergências, todo desejo de supre­
macia e se uniram em íntima comunhão cristã. Aproximaram-se mais e
mais de Deus, e fazendo isso sentiram que era um privilégio o ser-lhes
dado associar-se tão intimamente com Cristo. A tristeza lhes inundava
o coração ao se lembrarem de quantas vezes O haviam mortificado por
terem sido tardios de compreensão, falhos em entender as lições que,
para seu bem, Ele estivera buscando ensinar-lhes". 5
90 0 REAVIVAMENTO PROMETIDO

Ellen White afirma que aqueles "dias de preparo foram de profundo


exame de coração".' Sua confissão se misturava às lágrimas. Os discí­
pulos reconheceram que seu orgulho e desejo de supremacia tinham
limitado o que Cristo desejava fazer por eles. Abriram o coração para
o poder purificador do Espírito Santo, pois desejavam sinceramente
experimentar Jesus em sua vida. Desejavam refletir Seu caráter amo­
rável aos outros. Cristo era tudo para eles. Agora entendiam mais ple­
namente o significado de Seu sacrifício na cruz. Compreenderam o
significado da salvação através de Sua graça. Repletos de Seu amor,
atraídos por Sua graça e munidos com o poder de Sua ressurreição, fo­
ram capazes de revolucionar o mundo pela atuação do Espírito Santo.
Deus deseja derramar Seu Espírito sobre Sua igreja de novo. Ele
quer conquistar nosso coração com Seu amor, transformar nossa vida
com Sua graça e nos encher com Seu poder.
Em 1888, dois jovens pregadores, A. T. Jones e E. J. Waggoner, apre­
sentaram uma série de mensagens em Minneapolis, Minnesota, na ses­
são da Associação Geral. Quando eles apresentaram os "incomparáveis
encantos de Cristo", os delegados ficaram divididos. Alguns sentiram
que aquelas foram as mensagens mais preciosas que já tinham ouvido.
Eles reconsagraram a vida a Cristo e entraram em uma experiência
mais profunda de relacionamento com Ele. Outros argumentaram que
os adventistas sempre tinham pregado Cristo e que os pastores Jones
e Waggoner estavam enfatizando a graça em detrimento da lei. Eles
se opuseram a essa "nova doutrina" e sentiram que ela poderia levar a
uma carência de ênfase na lei de Deus.
Ellen White ponderou sobre esse tópico. Em 1892, ela escreveu:
"O alto clamor do terceiro anjo já começou na revelação da justiça de
Cristo, o Redentor que perdoa os pecados. Esse é o princípio da luz do
anjo cuja glória há de encher a Terra."'
Nos quatro anos que se seguiram àquela sessão da Associação Geral
em Minneapolis, a mensagem da justificação pela fé no contexto das
três mensagens angélicas para preparar um povo para a volta de Jesus
foi tão convincente que Ellen White pôde dizer que o "alto clamor" já
havia começado. A Igreja Adventista foi despertada. A vida espiritual
do povo de Deus, que estava adormecido, foi revitalizada e houve um
reavivamento espiritual generalizado.
REAVIVAMENTO E CONCLUSÃO DA OBRA 91
O que foi tão convincente na mensagem de 1888? O que foi tão po­
deroso a ponto de mudar vidas? De forma simples, a mensagem foi esta:
Jesus Cristo deseja nos salvar mais que nós desejamos ser salvos. Jesus
veio para nos redimir tanto da culpa quanto do poder do pecado. A men­
sagem da graça salvadora é um apelo urgente à confissão, arrependi­
mento e dependência total de Cristo. É um chamado para sairmos da
autossuficiência, da dependência das obras e conquistas humanas.
"Que é justificação pela fé? É a atuação de Deus abatendo até ao pó a
glória do ser humano, e fazendo por ele aquilo que não está em sua capaci­
dade fazer por si mesmo. Quando o ser humano percebe seu completo des­
valimento, então está preparado para ser vestido com a justiça de Cristo."'
É justamente essa mensagem que conquistará nosso coração. Ela
nos levará ao arrependimento e abrirá nosso coração para receber o
poder de Cristo capaz de transformar vidas. Quando Deus tiver um
povo totalmente comprometido com Jesus, submisso à Sua vontade,
revelando Seu caráter amoroso ao mundo, Ele derramará Seu Espírito
no poder do Pentecostes para terminar Sua obra.
No Concílio Anual da Igreja Adventista do Sétimo Dia em 1973,
com delegados presentes de todo o mundo, o pastor Robert Pierson,
presidente da Associação Geral, apelou aos delegados daquela assem­
bleia, na sede mundial da Igreja Adventista em Washington, para que
buscassem uma experiência renovada com Cristo, um reavivamento
espiritual pessoal. A influência do Espírito Santo foi sentida de ma­
neira marcante. Os delegados buscaram a Deus ajoelhados. Eles, ho­
nestamente, confessaram seus pecados, estudaram a Palavra de Deus
juntos e o Concílio Anual de 1973 resultou em um dos chamados ao
reavivamento mais diretos já vistos pela igreja.
O documento diz:

A mensagem a Laodiceia envolve um relacionamento pessoal


com Jesus Cristo que produzirá um povo de qualidade, um povo
vencedor, um povo que, nas próprias palavras de Cristo, vencerá
"assim como também Eu venci" (Apocalipse 3:21). Essa men­
sagem produzirá um povo a quem Deus pode apresentar, sem
constrangimento, como uma exibição daqueles "que guardam
os mandamentos de Deus e a fé em Jesus" (Apocalipse 14:12),
92 0 REAVIVAMENTO PROMETIDO

um povo que tem aprendido por experiência que toda bondade


é resultado de ser sustentado pelo poder divino. A tais pessoas
pode ser confiado um poder especial porque eles o usarão assim
como Jesus usou Seu poder. De fato, em todos os aspectos da
vida, eles refletirão o caráter de Jesus.'

Os delegados do Concílio Anual de 1973 foram profundamente to­


cados por esse apelo. Ele se tomou a base de estudo dos encontros
de pastores e das igrejas locais. Isso refletiu a ênfase do Novo Testa­
mento na oração, estudo da Bíblia, confissão de todo pecado conheci­
do, arrependimento e testemunho. O reavivamento em cada época é
sempre resultado de um compromisso apaixonado por Jesus. Os prin­
cípios espirituais que levaram ao reavivamento no l 2 século lideram o
reavivamento em cada geração. Perguntaram a Evan Roberts, do Rea­
vivamento Galês: '1 Quais são os passos para um poderoso reavivamen­
to espiritual?" Ele respondeu: "É bastante simples." Então enumerou
quatro passos:

1. Busque a Deus e confesse todo pecado conhecido. Ore!


2. Livre-se de qualquer coisa duvidosa em sua vida. Comprometa-se!
3. Esteja pronto para obedecer ao Espírito Santo instantaneamente.
Ouça!
4. Confesse a Cristo publicamente. Testemunhe!

Busque a Deus em oração. Interceda sinceramente. Ore diariamen­


te pela suave unção do Espírito Santo. Consagre a Deus tudo que você
tem e é. Ouça a voz do Espírito Santo, e, quando Deus revelar Sua
verdade, esteja pronto para segui-la imediatamente. Compartilhe com
outros o que Deus tem feito em sua vida.

TESTEMUNHO E A CHUVA SERÔDIA

Não hesite em proclamar o amor e a graça de Deus àqueles que


Ele colocar em sua vida. Cristãos que testemunham são cristãos que
crescem. Quanto mais cheios do Espírito Santo estivermos, mais de­
sejaremos compartilhar o Cristo que tem mudado nossa própria vida.
Quanto mais ativamente envolvidos estivermos em compartilhar Jesus
REAVIVAMENTO E CONCLUSÃO DA OBRA 93
com os outros, mais o Espírito Santo nos preencherá para difundirmos
ainda mais o amor de Jesus.
Por que Deus derramaria Seu Espírito no poder da chuva serôdia,
para terminar Sua obra, se a maioria da igreja tem pouco ou nenhum
interesse em testemunhar? Se a chuva serôdia, a totalidade do poder
do Espírito Santo, está para encher de poder a igreja para alcançar o
mundo com a mensagem de Deus para o tempo do fim, por que Deus
nos daria essa chuva se ternos urna atitude de tanta acomodação e
rnornidão com relação a alcançar os perdidos? A plenitude do poder do
Espírito Santo será derramada em urna igreja que ora, que é totalmen­
te comprometida, unificada e que testemunha.
Ellen White resume isso de urna maneira linda nas seguintes
palavras: "Ponham de parte os cristãos toda dissensão, e entre­
guem-se a Deus para a salvação dos perdidos. Com fé, peçam a
bênção prometida, e ela virá."'º Egoísmo, orgulho, todos lutando
pela supremacia, competição entre os ministérios e entidades de­
norninacionais, tudo isso limita o que Deus pode fazer por nosso
intermédio.

• O poder de Deus será derramado quando permitirmos que Ele


reine supremo em nossa vida. Seu poder começará a atuar quando
estivermos dispostos a dar-Lhe glória por tudo que Ele realiza por
meio de nós.
• Seu poder será liberado quando amarmos os perdidos assim corno
Ele os ama.
• Seu poder atuará quando a vinda de Seu reino for mais importante
para nós que construir nosso próprio reino.
• Seu poder será concedido quando Sua honra for mais importante
que a nossa. Seu poder agirá quando as coisas mais importantes
para nós forem as coisas mais importantes para Ele.
• Seu poder será derramado sobre nós quando as coisas que estive­
rem na nossa mente forem as coisas que estão na mente dEle.

A boa-nova é que Ele terá urna geração final de homens e mu­


lheres comprometidos a quem usará para completar Sua missão
na Terra.
94 0 REAVIVAMENTO PROMETIDO

OS RESULTADOS PODEROSOS DA PROMESSA

A profecia bíblica revela que haverá um derramamento pode­


roso do Espírito Santo imediatamente antes da vinda de nosso
Senhor. De acordo com Apocalipse 18: 1, "a Terra se iluminou com
sua glória".
Deus triunfará sobre todos os poderes do mal. As forças do inferno
não impedirão o cumprimento de Seu plano. O evangelho alcançará os
confins da Terra. Centenas de milhares aceitarão Jesus e Sua verdade
nas horas finais da história da Terra.

O mal não terá a palavra final; Deus a terá.


A doença não terá a palavra final; Deus a terá.
A pobreza não terá a palavra final; Deus a terá.
O sofrimento não terá a palavra final; Deus a terá.
O ser humano não terá a palavra final; Deus a terá.

Os planos de Deus, o povo de Deus e a igreja de Deus serão triun­


fa ntes no fim.

Servos de Deus, com o rosto iluminado e a resplandecer


de santa consagração, se apressarão de um lugar para outro
para proclamar a mensagem do Céu. Por milhares de vozes
em toda a extensão da Terra, será dada a advertência. Serão
operados prodígios, os doentes serão curados, e sinais e mara­
vilhas seguirão aos crentes. [ ... ] A mensagem há de ser levada
não tanto por argumentos como pela convicção profunda do
Espírito de Deus. 11

A obra de Deus na Terra será terminada. A missão será cumprida.


A tarefa será completada. Jesus virá libertar Seu povo. Ele virá como
Libertador poderoso. Ele virá como Rei dos reis e Senhor dos senho­
res. Virá como Conquistador vitorioso. Ele virá para levar Seus filhos
para casa e cairemos aos Seus pés cantando: "Santo, Santo, Santo é o
Senhor Deus todo-poderoso!" A obra na Terra será terminada e louva­
remos o Salvador através das eras da eternidade.
REAVIVAMENTO E CONCLUSÃO DA OBRA 95
APLICAÇÃO PESSOAL
Nas cenas finais da história da Terra, Deus usará os líderes da igreja,
pastores e leigos em um movimento final para que Sua mensagem derra­
deira alcance o mundo. Uma igreja reavivada, unificada em amor, teste­
munhará a glória divina. Aqui está uma profecia acerca do que está por vir:

Em visões da noite, passaram diante de mim representações de


um grande movimento de reforma entre o povo de Deus. Muitos
estavam louvando a Deus. Os enfermos foram curados e outros mi­
lagres eram realizados. Viu-se um espírito de intercessão tal seme­
lhante ao que se manifestou antes do grande dia de Pentecostes.
Viam-se centenas e milhares visitando famílias e abrindo perante
eles a Palavra de Deus. Os corações eram convencidos pelo poder
do Espírito Santo, e manifestava-se um espírito de genuína conver­
são. Portas se abriam por toda parte para a proclamação da verdade.
O mundo parecia estar iluminado pela influência celestial. Gran­
des bênçãos eram recebidas pelo fiel e humilde povo de Deus. Ouvi
vozes de ações de graças e louvor, e parecia haver uma reforma
como a que testemunhamos em 1844.1 2

Será que a mensageira do Senhor viu você nessa visão? Você faz
parte desse reavivamento dos últimos dias? Você tem se importado
sinceramente com sua família, amigos e vizinhos? Aqui estão algumas
coisas práticas que você pode fazer para compartilhar a mensagem fi­
nal de Deus:
1. Peça a Deus que impressione sua mente acerca de alguém com
quem você possa compartilhar Seu amor.
2. Quando o Espírito Santo impressionar sua mente, compartilhe
uma revista especial ou um livro com essa pessoa.
3. No momento certo, convide essa pessoa para estudar a Bíblia
com você ou para se juntar a um pequeno grupo de estudo da Bíblia.

1
Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 50, ênfase acrescentada.
2
Idem, Revim, and Hera/d, 25 de agosto de 1896.
3
Idem, Testemunhos Para a Igreja, v. 8, p. 23.
96 0 REAVIVAMENTO PROMETIDO
4
Idem, Review and Hera/d, 2 de março de 1897.
5
Idem, Atos dos Apóstolos, p. 37.
6
Ibid.
7
Ellen G.White, Review and Hera/d, 22 de novembro de 1892.
8
Idem, A Fé Pela Qual Eu Vivo, p. 1 1 1 .
9
Apelo do Concilio Anual, 18 de outubro de 1973.
10 Ellen G.White, Testemunhos Para a Igreja, v. 8, p. 21.
11 Idem, O Grande Conflito, p. 612.
12
Idem, Testemunhos Para a Igreja, v. 9, p. 126.

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