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Petulância...

Por mais que cante o canto,

A sereia vira conto

Enganosos encantos

Que neste novo mundo encontro

Chama-me ao fundo do oceano,

No mar das urbanizações...

Não tenho querer em teus

pressupostos tesouros

Tuas sujas manipulações

Não me é importante as tuas revoluções

Pois ao enlevo poético

Livro-me de tuas omissões

Nem pelo brilho do ouro

Sacrificarei minhas decisões

Nem pela fama aos olhares do povo

Sujarei minhas presunções

Mesmo que me chames de novo e de novo

Mantê-las-ei minhas compulsões

Pois a fome do coração desse povo

Que a ti chegam a milhões

Não me fascina... acinzentada.

Onde estão tuas colorações?...

Frieza pavorosa

Excedente do bizarro

Disforme civilização

De valores desalinhados...

Sádica civilização
És lobo em pele de gato...

Maldita civilização!

Assassinas os poetas!

Os maestros desta orquestra!

por maldade ou falsa cognição?...

Teus artifícios não me iludem,

Não levarás estas almas puras!

Meu Deus do céu! Que o Senhor me perdoe!

Mas que com o fogo do inferno

Queime essas cidades escuras...

Sem mortes, nem dores, apenas...

Traga de volta a relva, que,

um dia, veio a cobrir o seio

deste chão de esplendores...

Entretanto,

Existe algo que, neste mundo,

lindezas guarda.

Uma pena que,

os outros olhos só cintilem à prata.

Para mim, é tudo...

Para vós, é nada...

Deus tenha piedade dos que

assim se retratam a tua

maior obra já criada...

NAQUILO vejo beleza

NAQUILO há esperança

No vento fraco que peleja

Nas folhas que caem em dança


Nos pássaros que cantam singeleza, aos

pequenos anseios de mudança

Nas ruas descalças a leve tristeza,

das nostalgias da infância

Nas rosas a delicadeza,

coloridas de elegância

Nos corações,

a pureza...

Nas paixões,

petulância...

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