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A FÁBULA DE ZIAD

Durante a Grécia Antiga, muitos buscavam o conhecimento filosófico, um deles, um jovem


chamado Ziad, que encantado com as ideias de Sócrates e Platão, começou seus estudos
filosóficos desde seus doze anos. Ao se aprofundar no conhecimento racional foi se encantando
cada vez mais pelos estudos, e assim foi passando a sua vida, ano após ano, vivenciando
questionamentos e possíveis respostas. Porém, durante uma de suas meditações diárias, lhe veio
uma questão fascinante: “O que é o amor?”.

Ziad se viu estonteado com aquela duvida, procurou em todos os livros que tinha, perguntou a
diversas pessoas, porém não chegava a um resultado coerente, dias e dias se passavam e ele não
saia do lugar. Após perder o seu sono por diversas noites decidiu consultar seu mestre.

Já dentro de sua casa, depois de ter lhe explicado toda a situação, enfim, indagou ao professor:
“O que é amor?”. O mesmo virou seu olhar ao chão, aparentando estar desconexo da realidade,
mas em alguns instantes saiu de sua aura pensativa e rompeu o silencio que aquela pergunta
havia gerado, pedindo para que o jovem o seguisse.

Até então o caminho aparentava ser em direção à biblioteca local, mas Ziad foi surpreendido
quando seu mestre entrou em um beco á direita. Ele nem sequer tinha noção da existência
daquela viela, por consequência, observava as coisas e pessoas que por ali circulavam e
esforçando-se para não perder seu mestre de vista. Em alguns segundos de caminhada chegaram
ao final do beco, havia uma escadaria com uma porta em seu final, ao abri-la entraram em um
quarto simples, com alguns assentos e uma janela imensa, que trazia uma vista quase perfeita da
Praça da cidade. O mestre pediu para que ele se sentasse, e após uma mínima observação do
local, pronunciou:

- Vê aquele casal a namorar naquele banco? Isso é considerado amor físico, que possui natureza
sexual e carnal.

Em seguida, apontou para um homem de idade orando enquanto segurava uma estatueta de
algum deus grego:

- Está vendo aquele senhor? Ele está representando o amor religioso, também chamado de
ágape, ou seja, o amor a uma determinada divindade, sendo esse incondicional e único.

Logo depois, virou a seu discípulo e disse:

- Olhe para você, usa grande parte de seu tempo para procurar respostas de maneira racional,
simplesmente porque tem amor ao conhecimento, e a isso demos o nome de filosofia. Porém,
essas são apenas algumas classificações do amor, que são extremamente menores do que seu
real significado. O amor é dificilmente entendido e é simples quando sentimos, entretanto, ele é
tão sutil, que muitas vezes não nos damos conta de que estamos amando, assim como o casal
que se abraçava, o senhor que estava orando, até um criminoso só faz o que faz pelo amor a si
mesmo, pois, se ele não ganhasse alguma recompensa em cometer um crime, ele não o faria. O
que quero dizer é que o amor é muito grandioso e abstrato para tentar entende-lo de maneira
logica. Então, ao invés de tentar decifra-lo, foque em experimenta-lo, ame a todo o momento,
afinal, amar é viver, não amar é inexistir...

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