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24/04/2023

TEO 05 - ECUMENISMO
Aula 03

MÓDULO: MISSIOLOGIA, ECUMENISMO e


CRISTIANISMO CONTEMPORÂNEO

Tema: Ecumenismo
“Diversidade e unidade”

Profa. Margarida Ribeiro

1) Apresentar a base constitutiva do Conselho


Mundial de Igrejas, CMI;
2) Identificar as principais tarefas e desafios que a
prática ecumênica requer das Igrejas Cristãs;
3) Demonstrar a diversidade nas ações e a busca pela
unidade.

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• O CMI é
O Conselho Mundial de Igrejas é uma
comunidade de igrejas que confessam a
Jesus Cristo como Deus e Salvador, segundo
o testemunho das Escrituras, e procuram
responder juntas à sua vocação comum,
para a glória do Deus único, Pai, filho e
Espírito Santo.

• O CMI não é super-igreja.


• Seu objetivo não é o de negociar a união
entre as Igrejas.
• O CMI não está baseado numa concepção
particular de igreja.
• Nem impõe uma doutrina eclesiológica...

Igrejas membros

Comitê
Central
Órgãos
Consul- Órgãos
tivos mistos
PRO-
GRA-
MAS

Comunhões
Cristãs
Mundiais

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Trazendo à memória...
A tridimensionalidade do Ecumenismo

Ecumenismo é o princípio da unidade cristã em torno


dos elementos comuns da fé em Jesus Cristo.
Implica atitudes de diálogo, respeito, convivência e
colaboração tanto na forma de oração e estudo quanto
de ações solidárias

Unidade em oração e no estudo da Bíblia

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos


(desde 1908)
Nos países do hemisfério Norte, realizada em janeiro
Nos países do hemisfério Sul (incluindo Brasil) realizada
na Semana de Pentecostes

Em tuas mãos. Ciclo Mundial de Oração.


Dia Mundial de Oração pela Paz (21 de setembro).

Unidade na promoção da vida


Ações solidárias (herança: Vida e Ação)

• Saúde e cura: ênfase HIV/AIDS


• Enfrentamento do racismo
e da xenofobia: ênfase Dalits
• Paz e segurança
• Cuidado com o meio ambiente
(especialmente mudanças
climáticas e água)

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Unidade no diálogo teológico


 Diálogos bi e
multilaterais (herança
de Fé e Ordem)

 Diálogos entre as
famílias confessionais
 Produção de estudos e
pronunciamentos
comuns

Diálogo teológico no movimento ecumênico

Origens:

Diálogos bilaterais (1717)


Movimento Fé e Ordem (1910)
Conferência Mundial sobre Fé e Ordem (1927)
- Identificar acordos e desacordos em questões
doutrinárias

Diálogo teológico no movimento


ecumênico

- Comissão Fé e Ordem
- Diálogos Bi e Multilaterais
- Diálogo Interreligioso
- Influências teológicas mútuas: movimento
ecumênico e tendências na reflexão teológica

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Comissão Fé e Ordem

A partir de 1952, como Comissão do


CMI, Fé e Ordem passa a ser uma
forma de diálogo teológico que
aborda as questões controvertidas a
partir de uma base bíblica e
cristológica comum
120 membros – fórum teológico mais
representativo do mundo

Comissão Fé e Ordem

Documento mais importante:

Batismo,
Eucaristia
e Ministério
(Lima, 1982)

Diálogos Bilaterais

Intensificados a partir da década de


1960: resultantes dos encontros de Fé e
Ordem e da entrada oficial da Igreja
Católica no Movimento Ecumênico
Diálogos eclesiásticos oficiais
Interesse nos assuntos doutrinais
(superar as divergências causadoras de
divisão)

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Diálogos Bilaterais

Anglicano-católico: desde 1967


(Destaque: Relatório 1982)
Anglicano-luterano: desde 1909
Anglicano-metodista: desde 1992
Anglicano-ortodoxo: desde 1920
Anglicano-ortodoxos orientais: desde 1908

Diálogos Bilaterais

Batista-luterano: desde 1986


Batista-reformado: 1973-1977
(1982 – consulta)
Discípulos-Católicos: desde 1962
Discípulos-Ortodoxos Russos: desde 1987
Discípulos-Reformados: desde 1984
Igreja Assíria do Leste-Católicos: desde 1995

Diálogos Bilaterais
Luterano-Católico: desde 1967
Destaque - Declaração Conjunta sobre a Doutrina da
Justificação (1999)
Luterano-Metodista: 1977-1984
Luterano-Ortodoxo: desde 1914
Luterano-Reformado: desde década de 1950
Metodista-Católico: desde 1967 (oito relatórios)
Metodista-Reformado: 1985 e 1987

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Diálogos Bilaterais

Ortodoxos-Católicos: desde 1976


Ortodoxos-Reformados: desde 1988
Ortodoxos orientais -católicos: desde 1967
Ortodoxos orientais -ortodoxos:
1964 a 1971,não oficial;
desde 1971 (Comissão Conjunta)
Ortodoxos orientais -reformados: desde 1992

Diálogos Bilaterais

Pentecostal-Católico: desde 1972


Pentecostal-Reformado: desde 1996
Reformado-Católico: desde 1968
Veterocatolico -ortodoxo: desde 1871
(seis fases)

• Reflexão e prática missionária;


• Diálogo teológico;
• Testemunho social num mundo em crise;
• Formação para a comunhão e o serviço;
• Constituição de uma rede ecumênica;
• Renovação da espiritualidade e do culto.

Imagem:
http://thumbs.dreamstime.com/th
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.jpg

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• A Igreja Católica não é membro do CMI.


• Até os anos 1960, manteve-se distante ...
• Hoje, porém, apesar das tensões, sustenta laços
estreitos não só com o CMI, mas também com
outros órgãos congêneres.

• Para entender as mudanças na Igreja Católica


com relação ao ecumenismo, é preciso
analisar os momentos cruciais: Papa João XXIII

• Pio XI (1922-1939)
• João XXIII (1958-1963)
• Bento XVI (2005...)
• Francisco (abril 2013-...)
Imagem: João XXIII
http://www.franciscanosmapi.org.br/cms/fotos/destaques/joao%2023.jpg

• Definiu oficialmente, a posição católica


frente aos esforços ecumênicos.
• A encíclica Mortalium Animos (1928),
proibiu os católicos de participarem em
movimentos qualificados de “pancristãos”.

Imagem: Pio XI
http://www.franciscanosmapi.org.br/index.php?page=ler&id=1052

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• ... A “Santa Mãe Igreja (...) quer chamar de volta a


seu seio os filhos transviados.”
• “Há apenas um modo pelo qual a unidade dos
cristãos pode ser promovida: trabalhar pelo retorno
à única igreja verdadeira de Cristo daqueles que
dela se separaram...”

• Apesar da proibição, católicos buscaram o


relacionamento com outros cristãos.
• As crises na sociedade europeia tornavam relativas
as diferenças teológicas.
• O encontro e diálogo crescem!

Imagem: 2ª Guerra Mundial


http://www.galeon.com/sgm/

• Promove o aggiornamento da Igreja Católica


(atualização...)

• Período de grandes mudanças na Igreja Católica.


• Realização do Concílio Vaticano II.
• A Igreja Católica se abre efetivamente para o
diálogo e a prática ecumênica.

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• A Igreja Católica admite a sua parcela de culpa nas


separações.
• Reconhece a existência de autênticos valores nas
demais comunidades e igrejas.
• Busca a conversação teológica e a cooperação cristã
em vários campos.

"UNITATIS REDINTEGRATIO“
1964-2014
50 anos

“ “... Por obra do Espírito Santo, surgiu, entre


nossos irmãos separados, um movimento sempre
mais amplo para restaurar a unidade de todos os
Cristãos” (UR 1).

“ “Este santo Sínodo exorta os fiéis católicos a que


(...) solicitamente participem no trabalho
ecumênico” (UR 4).


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• Criação da Secretaria (hoje, Conselho Pontifício) para a Unidade dos


Cristãos.
• Diálogos bilaterais e multilaterais com as todas as famílias
confessionais.
• Declaração conjunta sobre a Justificação por Graça e Fé (1999).

• João Paulo II (1978-2005) & Bento XVI


• Persiste a preocupação ecumênica. As iniciativas
anteriores são mantidas.
• Porém, observa-se que o assunto não goza de
unanimidade na cúria romana.

• Documentos falam em compromisso ecumênico, mas


impõem limites que parecem ignorar o caminho já
percorrido.
• Carta Encíclica Ut Unum Sint (1995). (p/ ser um)
• Declaração Dominus Iesus (2000).
• Encíclica Ecclesia de Eucharistia (2003).

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A Igreja Católica sustenta que a comunhão das


Igrejas particulares com a Igreja de Roma (...) é
um requisito essencial para a comunhão plena e
visível.
(Ut Unum Sint § 97).

Momento Atual
«Cristo, que não pode ser dividido, quer atrair a si, para os
sentimentos do seu coração, para o seu total e confiante abandono
nas mãos do Pai, para o seu radical esvaziamento por amor da
humanidade.
Só Ele pode ser o princípio, a causa, o motor da nossa unidade»
• «Sem esconder as dificuldades que hoje o diálogo ecumênico
atravessa, pedimos para poder ser todos revestidos dos
sentimentos de Cristo, para poder
caminhar para a unidade por ele querida.
Caminhar juntos é já fazer unidade».
Imagem: http://www.snpcultura.org/se_nao_rezarmos_uns_pelos_outros_a_unidade_nao_vira.html

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