Apostila Ecumenismo

SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA DO NOROESTE FLUMINENSE
FILIADO A ABIBET
Associação Batista Itaperunense de Educação Teológica
Associação Batista Extremo Norte Fluminense
Organizado em 29 de junho de 1985
CNPJ – 30.417.612/0001-45
Diretor: Pr. Rômulo Vinícius Dias
Ecumenologia
AULA 2: CONCEITO E HISTÓRIA
1. CONCEITO:
A palavra ecumenismo, tem sua origem derivada do grego eikós, ambiente ou

espaço, ou oikouméne, terra habitada.
Assim, na Bíblia podemos encontrar o termo ecumenismo com esses
significados, além de terra boa e habitantes da terra nos livros de Mateus (24:14),
Lucas (2:1, 4:5 e 21:26), Romanos (10:18), Hebreus (1:6), Atos (17:31, 19:27 e 24:5)
e Apocalipse.
Também podemos encontra-lo no sentido religioso, quando indica mundo
inteiro ou que o mundo foi criado por Deus e tudo o que ele pertence, que o mundo é
onde se pratica o pecado, que Deus julgará o mundo, que Deus envia profetas e
apóstolos para mostrar o caminho da salvação, que o mundo está salvo, que
encontramos em Salmos (48:2, 49:12), Isaías (10:14-23), Mateus (24:14), Lucas
(21:6), Hebreus (2:5), Apocalipse (3:10), Atos (17:31).
Além disso, os gregos ainda associam o termo ecumenismo como
organização política, como vemos nos livros de Salmos e Isaías.
Contudo, mesmo que a expressão em grego tenha as referencias acima,
citadas na Bíblia, o movimento ecumênico, criado pela igreja católica no II Concílio
do Vaticano, tem como objetivo a unidade de todos os grupos católicos ligados ao
papa, e posteriormente a todas as igrejas cristãs. Contudo, para o nosso estudo, tem
como significado, desde o Decreto Unitatis Redintegratio, aprovado pelo Concílio
Vaticano II, a promoção e restauração da unidade cristã.
O Decreto Unitatis Redintegratio defende que, como Cristo fundou uma só
igreja e, sendo inúmeras comunidades cristãs que professam a discípulos de Jesus,
Rua Thomaz Teixeira dos Santos, 148 – Bairro Cidade Nova – CEP. 28300.000 – ITAPERUNA - RJ.
Tel.: (22) 99798.7930 – E-mail: secretariastbnf@gmail.com
SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA DE ITAPERUNA
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essa divisão contradiz a vontade de Cristo. Esse movimento aspira uma igreja una,
visível, universal, enviada ao mundo inteiro, para a evangelização.
Nesse contexto, o ecumenismo é sinônimo de vaticanocentrismo, ou seja,
uma igreja focada nos seus próprios interesses internos (REIS, 1972).
Portanto, ecumenismo se resume na junção dos interesses da igreja para a
união sob a autoridade papal e se dirigia primeiramente a todos os católicos
separados da comunhão romana, e depois para todos os cristãos, que também
devem se colocar sob a autoridade da igreja católica.
Além disso, ainda tem por fim colocar o papa como figura central da Igreja.
IMPORTANTE: O Reino de Deus é um só, mas as igrejas são muitas. Assim, o

ecumenismo tem por objetivo unir as igrejas em um só corpo para simular o reino.
Portanto, quer tirar a autoridade da igreja local e ascender a uma Igreja Universal.
CRÍTICAS: I CORÍNTIOS 1:12

*Princípios contraditórios não se mesclam.
2. DIFERENTES FORMAS DE ECUMENISMO

a) Ecumenismo espiritual: o ecumenismo espiritual pressupõe que a
superação das diferenças humanamente insuperáveis é uma obra de Deus.
Requer uma atitude espiritual entre aqueles que creem em Jesus Cristo. O
Concílio Vaticano II afirma que "a oração é a alma do ecumenismo" (UR 8).
b) Ecumenismo institucional: é aquele que ocorre ao nível das instituições
promotoras do ecumenismo, como o Conselho Mundial de Igrejas e o
Pontifício Conselho para a Unidade dos Cristãos.
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c) Ecumenismo oficial: é aquele que envolve as autoridades eclesiásticas das

diversas igrejas.
d) Ecumenismo doutrinal: trata-se das iniciativas de diálogo sobre as diversas
questões doutrinais que estão na raiz das divergências. Busca-se atingir
pontos de convergência no que é o essencial do cristianismo através de
encontros, colóquios e diálogos entre as diversas igrejas.
e) Ecumenismo local: o ecumenismo local corresponde às iniciativas e ações
comuns que ocorrem na base das igrejas.
f) Ecumenismo secular: o ecumenismo secular é uma corrente do movimento
ecumênico representada por aqueles que, diante do impasse e da lentidão
das diversas instituições em realizar a unidade, creem que somente a
aplicação do método indutivo – que parte da história concreta em que se está
inserido e da encarnação como tema central - poderá levar adiante a tarefa
ecumênica. Segundo os secularistas, o pensamento e a ação ecumênicas
devem estar centradas no mundo secular, no serviço do ser humano. Assim,
o ecumenismo secular coloca-se na busca da justiça, da paz, da ecologia e
da luta contra a pobreza expressa nas diversas teologias da libertação.
3. HISTÓRIA DO ECUMENISMO
No ano de 1691, Jorge Guilherme Leibniz e Jacques-Bénigne Bossuet
começaram a se corresponder por meio de cartas com objetivo de indicar uma
Universalidade do Cristianismo. Essa é a primeira vez em que o termo ecumenismo
foi usado no sentido religioso.
Já no final do século XVIII, surgiram na Europa fenômenos políticos, sociais e
culturais como a Revolução Francesa, o racionalismo, a revolução industrial, o
capitalismo e o socialismo, o liberalismo, que exigiram um posicionamento das
Igrejas. Esse posicionamento foi diferenciado conforme cada igreja, entre o
fechamento e a condenação da realidade social, de um lado, e a integração e
diálogo com essa realidade, de outro.
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Tais movimentos refletiram também nas igrejas, que com objetivo de discutir
sobre a unidade, formaram algumas sociedades, associações e realizaram
assembleias e congressos, tais como:
• 1795 – Sociedade Missionária de Londres

• 1799 – Sociedade de Tratados Religiosos
• 1804 – Sociedade Bíblica Britânica
• 1816 – Sociedade Bíblica Americana
• 1825 – Sociedade Americana de Tratados
• 1846 – Aliança Evangélica
• 1844 – Associação Cristã de Moços
• 1855 – Associação Cristã Feminina
• 1905 – Conselho Nacional das Igrejas
• 1910 – Conferência Mundial das Igrejas – MARCO DO ECUMENISMO
• 1925 – Congresso de Estocolmo da Conferencia Mundial das Igrejas
• 1938 – Congresso de Oxford da Conferencia Mundial das Igrejas – tentou
criar o Conselho internacional das igrejas
• 1948 – Conselho Mundial das Igrejas (CMI) – o objetivo desse congresso era
a reconciliação cristã e o aceite dessa diversidade.
Tais iniciativas prepararam o terreno para as Igrejas realizarem debates sobre

a relação entre missão e unidade (Londres, 1888; Nova Iorque, 1890). Sentia-se a
necessidade da cooperação, do testemunho comum, da interação ecumênica
nos projetos missionários confessionais. Chegou-se, assim, ao grande evento
que marca, de fato, a origem do movimento ecumênico moderno, a
Conferência Missionária Internacional, realizada em Edimburgo, em 1910.
Participaram dessa Conferência 1.200 delegados de 159 sociedades
missionárias. O tema da Conferência foi “Problemas que surgem no confronto
entre missões cristãs e religiões não-cristãs”. Dessa Conferência surge, em
1921, o Conselho Missionário Internacional (Lake Mohonk, EUA), que se
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integrará ao Conselho Mundial de Igrejas na Assembleia Geral em Nova Delhi

(1961).
Surgiram ainda outros dois movimentos, criados após a aspiração ecumênica
de Estocolmo, que incentivavam o Ecumenismo cristão:
• 1- Vida e ação - busca unir as Igrejas em projetos de ação social. A
inspiração foi do arcebispo luterano da Suécia, Nathan Soderblom
(1866-1931), que buscava unir as hierarquias eclesiásticas dos países em
guerra. Em 1920, Soderblom convocou uma conferência mundial com o nome
de Vida e Ação, que se realizou em Estocolmo, em 1925, tratando de
questões sociais como a economia, a moral, as relações internacionais, a
educação cristã, os métodos de cooperação e federação. Não se tratou de
questões dogmáticas, por entender-se que “a doutrina divide, a ação une”.
Em 1937, foi realizada uma segunda conferência em Oxford, refletindo sobre
“Igreja, Nação, Estado”, condenando o fascismo e o Estado transformado em
ídolo.
• 2- Fé e Constituição - surgiu por iniciativa do bispo anglicano Charles H.
Brent (1862-1929), na Conferência realizada em Lausanne, em 1927,
debatendo questões doutrinais como a unidade, a evangelização, a natureza
da Igreja, a confissão da fé, o ministério, os sacramentos. Uma segunda
conferência realizada em Edimburgo, em 1937, refletiu sobre a graça de
Jesus Cristo, a Igreja de Cristo e a palavra de Deus, a comunhão dos santos,
a Igreja, o ministério e os sacramentos, a unidade da Igreja na vida e no culto.
Em relação à Igreja Católica, que até esse momento não participava e nem
promovia qualquer forma de Ecumenismo, seguindo os preceitos do Papa em Pio XI,
via o movimento liberal de ecumenismo das igrejas como condenável, portanto
alegava que a única igreja que salvava era a Católica.
Apenas no ano de 1960, como a mudança Papal, que a Igreja Católica
incorpora oficialmente no movimento Ecumênico e cria o Secretariado Romano para
a Unidade dos Cristão, que serviu de assessoria para ao papa durante o Concilio do
Vaticano II.
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Com o papa Paulo VI, foram criados ainda o Secretariado para os

não-cristãos, a Comissão para o diálogo com os Judeus e o Secretariado para os
não crentes, e em 1967 -1970 o Diretório Ecumênico.
*O Orientalium Digmas (1894) e o Pontíficio Instituto Oriental (1917) preparam o

terreno para o Concílio do Vaticano II (1962-1965) onde se desenvolveu o Decreto
*Orientalium Ecclesiarum composto pelo Unitatis Redintegratio e o O Ecumenismo.
4. Conselho Mundial das Igrejas

O Conselho Mundial de Igrejas é o fruto mais maduro da aspiração pela
superação da divisão dos cristãos. Ele é hoje composto por 349 Igrejas de todas as
tradições eclesiais, exceto a católica, e busca manter entre as igrejas-membros um
diálogo estável e projetos de cooperação que fortaleçam as relações
fraternais. A ideia de um conselho de Igrejas se manifestava com frequência desde
a Conferência de Edimburgo (1910).
Foi proposta pelo patriarcado de Constantinopla em 1920 como uma liga de
igrejas, e pelos bispos anglicanos na Conferência de Lambeth (1920), além da
tentativa dos movimentos Vida e Ação e Fé e Constituição, em Utrech (1937). Dessa
última tentativa, surgiu o “Comitê dos Quatorze”, que em 1938 reuniu-se novamente
em Utrech e criou um comitê provisório para pensar a criação de um Conselho de
Igrejas. Após duas reuniões desse comitê (Clarens, na Suíça, em 1938 e
Saint-Germain, na França, em 1939), os trabalhos foram dificultados por causa da
Guerra, até 1948, quando se realizou a assembleia de fundação do Conselho
Mundial de Igrejas, em Amsterdã, com a presença de 147 Igrejas.
DESTAQUE: O Conselho Mundial de Igrejas não é uma “super Igreja”, nem a Igreja
universal, nem a Una Sancta. Ele não toma decisões em nome das Igrejas e a sua
teologia não expressa uma concepção particular de igreja confessional, como
também as Igrejas não consideram relativas suas eclesiologias por causa de sua
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pertença ao Conselho (Wisser´t Hooft, p.278). Para ser membro do Conselho é

necessário aceitar a base doutrinal aprovada na Assembleia em Nova Delhi (1961):
(…) o Conselho Mundial de Igrejas é uma associação fraternal

de Igrejas que creem em Nosso Senhor Jesus Cristo como
Deus e Salvador segundo as Escrituras e se esforçam por
responder conjuntamente à sua vocação comum para a glória
do único Deus, Pai, Filho e Espírito Santo (Nouvelle-Delhi,
1961, Rapport de la Troisième Assemblée – Delaxaus et
Niestlé, Neuchâtel, 1962, 147-148).
Assembleias do Conselho mundial das Igrejas:

• 1) Amsterdã, 1948 – participam 147 Igrejas de 44 países. O tema geral foi “A
desordem do homem e o desígnio de Deus”;
• 2) Evanston, 1954 – participaram 162 Igrejas, tendo como tema geral “Cristo,
única esperança do mundo”;
• 3) New Delhi, 1961, com a presença de 198 Igrejas cristãs e o tema geral
“Cristo, luz do mundo”;
• 4) Upsala, 1968 – o tema foi “Eu torno novas todas as coisas”;
• 5) Nairóbi, 1975 – contou com 286 Igrejas-membros e refletiu sobre o tema
“Jesus Cristo liberta e une”;
• 6) Vancouver, 1983 – teve como tema geral “Jesus Cristo, vida do mundos”;
• 7) Camberra, 1991 – participaram 317 Igrejas e o tema geral foi “Vem,
Espírito Santo, renova toda a criação”;
• 8) Harare (Zimbabwe), 1998, com o tema “Buscar a Deus com a alegria da
esperança”;
• 9) Porto Alegre, 2006, com o tema “Deus, em tua graça transforma o mundo”;
• 10) Busan (Coreia do Sul), 2013, com o tema: “Senhor da vida, conduz-nos à
justiça e à paz”.
5. CONCÍLIO DO VATICANO II
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Evocado pela bula papal pelo papa João XXIII, o Concílio do Vaticano II foi
realizado em 4 sessões, iniciando no ano de 1962 e terminando em 1965.
Os assuntos tratados nesse Concílio foram fontes da fé, a liturgia ou ainda a
liberdade religiosa, relações com as outras religiões e ecumenismo.
O objetivo do Ecumenismo segundo esse Concílio é promover a restauração
da unidade entre todos os cristãos (e é também um dos principais propósitos do
sagrado Concílio Ecuménico Vaticano II).
As explicações para tais argumentos são: a) que Cristo Senhor fundou uma
só e única Igreja; b) são numerosas as Comunhões cristãs que se apresentam aos
homens como a verdadeira herança de Jesus Cristo; c) todos se professam
discípulos do Senhor, mas têm pareceres diversos e caminham por rumos
diferentes, como se o próprio Cristo estivesse dividido; d) esta divisão contradiz
abertamente a vontade de Cristo, e é escândalo para o mundo, como também
prejudica a santíssima causa da pregação do Evangelho a toda a criatura.
A) Princípios Católicos do Ecumenismo:

1- Unidade da Igreja
2- Ruptura da unidade da Igreja: laços de união entre todos os cristãos
3- Movimento ecuménico - entendem-se as atividades e iniciativas, que são
suscitadas e ordenadas, segundo as várias necessidades da Igreja e oportunidades
dos tempos, no sentido de favorecer a unidade dos cristãos. Tais são: primeiro,
todos os esforços para eliminar palavras, juízos e ações que, segundo a equidade e
a verdade, não correspondem à condição dos irmãos separados e, por isso, tornam
mais difíceis as relações com eles; depois, o «diálogo» estabelecido entre peritos
competentes, em reuniões de cristãos das diversas Igrejas em Comunidades,
organizadas em espírito religioso, em que cada qual explica mais profundamente a
doutrina da sua Comunhão e apresenta com clareza as suas características. Com
este diálogo, todos adquirem um conhecimento mais verdadeiro e um apreço mais
justo da doutrina e da vida de cada Comunhão.
B) Caminhos para a Prática do ecumenismo

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1- Trabalho de toda a Igreja

2- A renovação da Igreja: sua importância e necessidade
3- A conversão do coração
4- A oração pela unidade
5- O conhecimento dos irmãos separados
7- A formação ecuménica
8- A exposição clara e fiel da fé
9- A colaboração com os irmãos separados
C) As Igrejas E Comunidades Eclesiais Separadas Da Sé Apostólica

Romana
Capítulo III
Segundo a Igreja Católica, sua formação data de 30 anos depois de Cristo,
quando Cristo fundou a Igreja.
O Império Romano, hoje sede da Igreja Católica, durante três séculos
perseguiu-a. Apenas no Século IV, o Cristianismo Católico passa a ser tolerado por
Roma e, somente com Teodósio alcança o status de religião oficial do Estado
Romano.
Assim, a Igreja Católica Mediterrânea passa a ser organizada por 5 patriarcas,
os bispos de Jerusalém, Antioquia, Alexandria, Constantinopla e Roma. Em Roma,
quem geria a Igreja era o Papa.
Antes de acabar o Século IV foram convocados 2 Concílios, o de Niceia e o
de Constantinopla.
Conforme o Império Romano perdia força, a Igreja assumia responsabilidades
estatais.
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A Idade Média (692-1303), marca a extensão da Igreja Católica entre os

povos germânicos e eslavos.
A Igreja cresceu, e junto com ela as discórdias entre seus patriarcas que
tinham pensamentos distintos em relação a doutrina e ao rumo que a Igreja Católica
deveria seguir.
Assim, a crise da Igreja Católica, também denominada Cisma do Oriente
(1054), foi o tempo em que houve a divisão da Igreja Católica chefiada pelo Papa,
na cidade de Roma, e a Igreja Católica dirigida pelo patriarca, em Constantinopla.
Essa crise se deu por conta de divergências praticadas entre os dois grupos
cristãos.
Principalmente depois que o Egito foi anexado ao Império Muçulmano, o
patriarca de Alexandria, no Egito, perdeu sua importância.
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Com a queda do Império Romano do Ocidente, em 476, restou apenas o

Império Romano do Oriente, mais tarde chamado de Bizantino.
Divergências Religiosas que levaram à divisão:
1- Monofisismo: vinda da escola Teológica de Alexandria, o Monofisismo dizia que
Jesus Cristo tinha apenas a natureza divina, além de pregar contra o dogma católico
da santíssima trindade. Diferente da Igreja do Ocidente que dizia que a natureza era
humana e divina e que respeitava o dogma da santíssima trindade. Condenada pelo
Concílio de Calcedônia.
2- Iconoclastia: oposição a adoração a imagens, pregava, portanto, à destruição
dos ídolos religiosos. Pensamento contrário ao que o Papa ensinava em Roma.
Esse pensamento se fortaleceu poque o que os líderes da Igreja Católica que
trabalhavam no Egito queriam se apaziguar com os povos islâmicos, que
consideravam a prática da adoração à imagens ilegal.
As desigualdades religiosas não eram as únicas que haviam naquele
momento, pois as desigualdades políticas, sociais e culturais só aumentavam.
O Império Romano Oriental, já assimilava a cultura religiosa dos povos
asiáticos, que junto com outras doutrinas geravam muita instabilidade à Igreja
Romana.
Foi nesse momento que o Estado começa a intervir na área administrativa
da Igreja de Constantinopla, tornando a Igreja e o Estado unos.
Dessa forma, em 867 a Igreja de Constantinopla estava sob a liderança do
Império Bizantino e não mais de Roma.
Em 1054, portanto, quando Miguel Cerulário foi excomungado, Cerulário
resolve pela divisão oficial, tornando-se Igreja Apostólica e Igreja Ortodoxa.
Voltando ao Decreto Unitatis Redintegratio, podemos ainda observar que o
Protestantismo, datado de 1517, também é citado como uma separação da Igreja
Católica, e, portanto, deverá ser observado durante o processo de ecumenismo.
Momento em que Lutero, muda a história da religião Cristã através da
divulgação das 95 teses que dão início à Reforma Protestante.
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Nesse protesto, Lutero convoca os fiéis para um debate teológico acerca das
indulgencias, que tinham como finalidade a venda de acesso rápido ao céu da Igreja
para os fiéis.
*O que é tratado juntamente com as religiões Ocidentais.
c.1) Tradição Litúrgica e Espiritual dos Orientais

Cerimônias Litúrgicas: celebração eucarírtica, cultos litúrgicos com hinos à Maria.
*O Decreto relata que essas igrejas católicas, muito embora diferentes, ainda se
parecem mais com a Romana do que outras igrejas ocidentais.
Determinações para o Ecumenismo: que os padres se acheguem mais as
praticas orientais, como o monaquismo (que é abrir mão de objetos comuns em
prol da prática religiosa); “Conhecer, venerar, conservar e fomentar o
riquíssimo patrimônio litúrgico e espiritual dos Orientais é de máxima
importância para guardar fielmente a plenitude da tradição cristã e realizar a
reconciliação dos Cristãos Orientais e Ocidentais.”(Decreto, 1965)
c.2) Disciplina Própria dos Orientais

As Igrejas Católicas Orientais seguiam disciplinas próprias, sancionadas pelos
próprios padres ou sídonos.
Assim, segundo o Decreto, a Igreja Romana aceita que a Igreja Oriental –
lembrada da necessidade de unidade – tenha a faculdade de se governar sob
disciplinas próprias, desde que congruentes à índole dos fieis.
*Entende-se, segundo o Decreto, que a índole dos fieis se manifesta por meio
dos diferentes modos que veem e exprimem os mistérios divinos.
IMPORTANTE: O decreto Unitatis Redintegratio aceita que mesmo uma religião

tão distinta e com tantas doutrinas contrárias a prática católica faça parte da
plena unicidade da Igreja.
Declaram ainda que para a volta da unidade é importante não impor nenhum
outro encargo além do necessário.
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D) Igrejas e Comunidades Eclesiais Separadas no Ocidente

Aqui o decreto trabalha as Igrejas Protestantes, pentecostais,
neopentecostais, dentre outras.
Cita a diferença de doutrina, da forma com que Maria é tratada, o
tratamento entre a escritura e a igreja, o Batismo, a eucaristia.
Afirmam que a fé cristã dos Ocidentais se baseia na fé em Cristo Jesus, se
fortalecendo pelo Batismo, se manifesta pela oração e meditação bíblica,
louvor.
• O diálogo Ecumênico se forma, com a Igreja Ocidental, a partir de
Colossenses 3:17: Tudo quando fizerdes por palavra ou por obra, fazei
tudo em nome do Senhor Jesus Cristo, dando graças a Deus Pai por Ele.
• Aqui o decreto trabalha as Igrejas Protestantes, pentecostais,
neopentecostais, dentre outras.
• Cita a diferença de doutrina, da forma com que Maria é tratada, o
tratamento entre a escritura e a igreja, o Batismo, a eucaristia.
• Afirmam que a fé cristã dos Ocidentais se baseia na fé em Cristo Jesus, se
fortalecendo pelo Batismo, se manifesta pela oração e meditação bíblica,
louvor.
E) Panorama Ecumênico na América Latina
O ecumenismo se preocupa, em primeiro lugar, em criar

condições que ajudem as igrejas a se aproximarem umas das
outras, terminando assim com aquela situação escandalosa [as
divisões da Igreja]. O diálogo, a comunicação, são
imprescindíveis para se chegar à unidade do corpo de Cristo.
Como orou o Senhor Jesus: “Que todos sejam um, para que o
mundo creia” (Jo 17,21). (SANTA ANA, 1987, p. 8).
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No ano de 1997, a entidade que representa os bispos católicos-romanos

brasileiros, também publicou o seu conceito de ecumenismo:
“a aproximação, a cooperação, a busca fraterna da
superação das divisões entre as diferentes igrejas cristãs:
os católicos, os ortodoxos e os habitualmente chamados
protestantes, crentes, evangélicos (é bom ver como cada
um gosta de ser chamado, para não deixar o irmão
aborrecido à toa)” (CNBB, 1997, p. 16)
*Esta última frase, colocada como advertência entre parênteses, revela uma
preocupação ecumênica em um documento católico-romano em relação a todo um
conjunto de igrejas e denominações cristãs não católicas no Brasil.
e.1) Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM) é o organismo de

articulação da ação eclesial da Igreja católica na América Latina.
A primeira conferência geral do CELAM aconteceu no Rio de Janeiro (Brasil),
em 1955; a segunda, em Medellín (Colômbia), em 1968; a terceira, em Puebla de los
Ángeles (México), em 1979; a quarta, em Santo Domingo (República Dominicana),
em 1992; e a quinta, em Aparecida (Brasil), em 2007.
Nessas conferências, os bispos católicos aplicaram o espírito do Vaticano II e
“recomendaram que o ecumenismo fosse uma realidade na catequese, no convívio
das famílias, no diálogo desarmado, na colaboração com a promoção dos direitos
humanos. Eles recomendaram também que os agentes de pastoral e o clero tenham
formação ecumênica”
A Conferência de Medellín, em 1968, foi uma releitura do Concílio Vaticano II
para a América Latina. Marcada pela opção preferencial pelos pobres, teve como
pano de fundo a ideia de que situações de pobreza e de injustiça social são
contrárias aos desígnios de Deus. Assim, cabe ao cristão se preocupar não apenas
com a salvação da alma, mas também com a libertação dos pobres e oprimidos.
No documento da Conferência de Medellín, a questão do ecumenismo
aparece em três partes: em relação às escolas católicas (4, 19), nas
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recomendações para o trabalho com os jovens (5, 19) e na exposição sobre a

catequese (8,11).
A Conferência de Puebla, em 1979, confirmou as resoluções de Medellín, e,

em relação ao ecumenismo, o encontro de Puebla deu um destaque ainda maior do
que o de Medellín.
No documento final, o capítulo IV tem como título O diálogo para a
comunhão e participação, composto dos parágrafos 1096 a 1127. No início do
capítulo, parágrafo 1096, os bispos escrevem que é preciso “incrementar o diálogo
ecumênico entre as religiões e com os não-crentes, com vistas à comunhão,
buscando áreas de participação para o anúncio universal da salvação”.
Vale destacar, ainda, o parágrafo 1121: é preciso “promover, numa
perspectiva ecumênica, um testemunho comum mediante a oração, semana
pela unidade, ação bíblica conjunta, grupo de estudo e reflexão e, onde for
possível, comissões e conselhos interconfessionais em diversos níveis”.
A Conferência de Santo Domingo, em 1992, dedicou especificamente ao

ecumenismo os parágrafos 132 a 135 – seção intitulada Que reúna a todos os
irmãos em Cristo –, nos quais os bispos reconhecem a divisão dos cristãos
como um grande desafio, além de apontarem que o fundamentalismo proselitista
de grupos cristãos sectários dificulta o caminho sadio do ecumenismo. Dentre as
linhas pastorais propostas por Santo Domingo, estão as seguintes tarefas:
intensificar o diálogo teológico ecumênico; incentivar a semana de oração pela
unidade dos cristãos; promover formação ecumênica aos cristãos leigos e aos
que se preparam ao sacerdócio; manter e reforçar iniciativas de cooperação
conjunta no campo social e na promoção dos valores comuns, além de
valorizar a seção de ecumenismo do CELAM.
A V Conferência do Episcopado da América Latina e do Caribe, realizada

em Aparecida, Brasil, em maio de 2007, também abordou o tema do ecumenismo
– contando, inclusive, com a participação de oito observadores não católicos, que
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tiveram direito ao uso da palavra. O capítulo V do documento final, que trata da

comunhão dos discípulos missionários na Igreja, apresenta uma seção intitulada
Diálogo ecumênico para que o mundo creia e outra denominada Relação com
o judaísmo e diálogo inter-religioso. Nelas é possível, por exemplo, encontrar a
afirmação de que “a relação com os irmãos e irmãs batizados de outras igrejas
e comunidades eclesiais é um caminho irrenunciável para o discípulo
missionário” (227); além disso, lê-se a afirmação de que a Igreja católica deseja
que o diálogo e a cooperação ecumênica “se encaminhem para despertar
novas formas de discipulado e missão em comunhão”, cabendo “observar que,
onde se estabelece o diálogo, diminui o proselitismo, crescem o conhecimento
recíproco e o respeito, e se abrem possibilidades de testemunho comum”
(233). Em sintonia com o a dimensão ecumênica do Vaticano II, o texto final de
Aparecida lembra que “faz mais de quarenta anos que o Concílio Vaticano II
reconheceu a ação do Espírito Santo no movimento pela unidade dos cristãos.
Desde então, temos colhido muitos frutos” (231).
F) CAMPANHA DA FRATERNIDADE
Realizada no Brasil desde 1962, a Campanha da Fraternidade tem pautado a
forma como a Igreja Católica Apostólica Romana, no Brasil, organiza a
vivência do tempo quaresmal. Além de incentivar as obras de piedade, a oração
e a conversão pessoal, por meio de um tema e de um lema a CF propõe diálogos
com a realidade exterior à Igreja católica, refletindo questões que passam por
economia, política, ambiente e mundo do trabalho, dentre outras temáticas caras à
sociedade brasileira. As edições dos anos 2000, 2005, 2010, 2016 e 2021 tiveram
uma peculiaridade, pois foram organizadas de forma ecumênica pelo Conselho
Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC).
*CONIC – união da igreja Anglicana, Luterana, Presbiteriana e Católica, além de

uma organização que se diz Batista, mas que não faz parte da nossa Convenção.
Tema da Campanha da Fraternidade: Fraternidade e diálogo: compromisso de amor.
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CNPJ – 30.417.612/0001-45
Lema da Fraternidade: Cristo é a nossa paz: do que era dividido fez uma unidade
(Ef 2,14).
*Há católicos que que não estão dispostos a dialogar.
OBS.: É preciso lembrar que o contexto histórico nos remete à Reforma Protestante,
que para além de toda a importância para nós, marca a ruptura do catolicismo
romano. No século XVI, portanto, podemos citar 3 reformas protestantes: a luterana
(Martinho Lutero, 1517), a calvinista (João Calvino, 1536) e a anglicana (rei Henrique
VIII, 1534), cada qual com suas ênfases teológicas e políticas específicas.
Ao longo dos séculos, todavia, ainda houveram diversas outras reformas e contra
reformas, que sempre tiveram como característica o DIVISIONISMO.
Nesse interim, a Igreja Católica vem trabalhando no ecumenismo, afirmando para
tanto que o que se quer é a volta ao status quo, onde a igreja cristã se reúne em
uma única denominação, qual seja, a católica.
REFERENCIAS
Todos os concílios. Gazeta do Povo. 2005. Acessado em 16/08/2021

Decreto Unitatis Redintegratio. Vaticano, 1965.
BERNARDES, Adrião. Ecumenismo. 1965.
18
CNPJ – 30.417.612/0001-45
MURCH, James DeForrest. A Aventura Ecumênica, uma análise do Conselho

Munidial de Igrejas. Livraria Editora Evangélica. São Luiz, 1963.
REIS, Aníbal Pereira Reis. O Ecumenismo e os Batistas. Livraria Editora Evangélica.
São Luiz, 1972.
_____________ Ecumenismos: seus objetivos e seus métodos. Edições “Caminhos
de Damasco”. São Paulo, 1972.
THILS, G. Historia Doctrinal del Movimiento Ecumenico. Madri: Ediciones Rialp,
1965.
VIER, Frederico. Complêndio do Vaticano II: Constituições, decretos, declarações.
Editora VOZES limitada. Petrópolis, 1967.
WOLFF, Elias. Ecumenismo. Teologia Latinoamericanas. São Paulo.
___________ Caminhos do Ecumenismo no Brasil. São Paulo: Paulus, 2002.
19

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• 1795 – Sociedade Missionária de Londres

Tais iniciativas prepararam o terreno para as Igrejas realizarem debates sobre

integrará ao Conselho Mundial de Igrejas na Assembleia Geral em Nova Delhi

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*O Orientalium Digmas (1894) e o Pontíficio Instituto Oriental (1917) preparam o

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pertença ao Conselho (Wisser´t Hooft, p.278). Para ser membro do Conselho é

(…) o Conselho Mundial de Igrejas é uma associação fraternal

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No ano de 1997, a entidade que representa os bispos católicos-romanos

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A Conferência de Santo Domingo, em 1992, dedicou especificamente ao

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tiveram direito ao uso da palavra. O capítulo V do documento final, que trata da

*CONIC – união da igreja Anglicana, Luterana, Presbiteriana e Católica, além de

*Há católicos que que não estão dispostos a dialogar.

Todos os concílios. Gazeta do Povo. 2005. Acessado em 16/08/2021

MURCH, James DeForrest. A Aventura Ecumênica, uma análise do Conselho

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