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Em
angola quando foi fundada a sua cooperação social,
institucional, espiritual governamental e os benefícios
com outras igrejas
Introdução
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O movimento ecumênico tem como foco a unidade cristã, sendo um processo
de entendimento para reconhecer e respeitar as diversidades entre as igrejas,
focando no bem comum entre as religiões denominadas cristãs. O
ecumenismo procurar estabelecer relações de amizade e respeito entre
pessoas de igrejas diferentes.
O Significado do Ecumenismo
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Constantinopolitano* foi aceito por todos os cristãos como uma profissão de fé
unificadora².
Ecumenismo não é cada Igreja ser sombra de si mesma, mas conviver com
quem questione e caminhe junto em direção ao Reino de Deus.
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Os vinte e quatro discursos grandes ou menores estão espalhados pelo texto
(um quarto da obra escrita), e, dentre eles, destacam-se os sete discursos
querigmáticos e apologéticos de Paulo que querem responder aos problemas
vividos pelas comunidades cristãs. Lucas escreve aos cristãos do segundo
século, remetendo-os ao período entre os anos 30 e 60 d.C. Olha o passado
com os olhos de sua Igreja[4].
O autor dos Atos quer mostrar que as promessas feitas ao povo de Israel estão
abertas para o universo ecumênico das nações pagãs. O autor quer assegurar
aos cristãos novos sua identidade de fé e superar as tensões existentes quer
no judaísmo, quer no ambiente externo da pregação. Assim os destinatários
são os cristãos que vêm do mundo dos pagãos. Usa da língua e da cultura
mais para construir que para fixar-se obsessivamente à sua verdade.
Sabemos que “o autor dos Atos é Lucas, homem culto, familiarizado com textos
clássicos e helenísticos e com um bom conhecimento da Bíblia grega conforme
a tradução dos Setenta; talvez seja um cristão de Antioquia e médico”[5].
O livro se estrutura em cinco grandes sessões ou blocos que contam
fundamentalmente os atos de dois apóstolos, Pedro (até o capítulo 12) e Paulo
(do capítulo 13 ao 28).
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4. Grande viagem e fundação das Igrejas na Ásia e na Grécia, sendo o tema
ecumênico central a inserção do Evangelho de Cristo no mundo cultural grego
e o confronto com as autoridades e estruturas imperiais de Roma.
O “neoapóstolo ecumênico”, depois de ficar três dias sem ver, sem comer, sem
nada beber, está preparado para empreender o caminho novo. Escreve cartas
para animar e superar brigas e preconceitos. Fala do único corpo de Cristo em
suas epístolas e realiza viagens para costurar e compor um corpo firme e
unido. Paulo reconhece que todos têm a possibilidade de conhecer a vontade
de Deus e viver o Evangelho.
“Paulo tinha horror àquela uniformidade no agir, imposta em nome da fé. Não
gostava de gente que, por não entender nada do principal, se levantava em
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defensor de coisas secundárias, querendo definir por elas a ortodoxia de
alguém”[6].
Isso para Paulo não é uma concessão tática ou estratégia proselitista, mas seu
modo de viver a mensagem de Cristo. “Os judaizantes esperavam Igrejas
heterogêneas apenas em teoria”.
Paulo, entretanto, veste o cristianismo da roupa helênica para torná-lo
acessível à gente de seu tempo. Cura o licaônico aleijado de nascença (14,8-
20) e procura mostrar que é humano, e não o deus Hermes, que estaria a exigir
sacrifícios e ritos propiciatórios. Rasga sua veste, o que deve ter sido
incompreensível para o povo greco-pagão com quem se encontrava pela
primeira vez. Realiza o que hoje poderíamos chamar de pré-evangelização,
falando do Deus vivente e não ainda de Cristo. A multidão muda de lado e
apedreja Paulo que não morre, mas segue para Derbe junto com Barnabé.
2. Atos ecumênicos
Façamos um breve percurso pelos vinte e oito capítulos de Lucas recolhendo
os atos e práticas ecumênicas presentes no livro e vividos na Igreja primitiva.
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• O segundo ato ecumênico é vivido pela experiência de Pentecostes (2,1-13),
onde o vento impetuoso já mostra a audácia de Deus e o estrondo da fé. O
falar em línguas (compreensíveis) de gente analfabeta deixa perplexos os
judeus. Os povos enumerados parecem formar um leque de direções
mostrando mais para onde estava indo a mensagem de Jesus do que de onde
ela partia. O Espírito gerando comunidades e presença em povos de distintas
línguas e culturas. Este é o núcleo de um sadio ecumenismo. Respeito às
diversidades e universalidade coesa em torno de um mesmo e único Espírito, o
de Jesus. Esta experiência no Espírito Santo, no fogo e pela expressão múltipla
de dons e línguas, quer realçar o caráter profético deste novo povo. Mais que
milagre e espetáculo, o que se quer mostrar é que os pobres anunciam o Deus
que transforma os corações e as estruturas. Três vezes o autor pergunta sobre
o significado deste evento (2,7.8.12). Alguns dirão que se trata de bebedeira de
vinho doce. Lucas apresenta o discurso de Pedro (o primeiro de três
pronunciados) como o momento introdutório da resposta de fé e uma
explicação razoável para o evento pentecostal. E diz com força e coragem:
“Deus constituiu Senhor e Messias este Jesus que vós crucificastes” (2,36b).
Jesus é o Cristo. Esse é o centro da mensagem cristã proclamada com vigor,
liberdade e coragem (parrhêsia, em grego). Esse momento é conhecido como
a hora do querigma (2,22-26). A ruptura com o passado situa-se no rito do
batismo “em nome de Jesus”. O detalhe final mostrando que os primeiros 120
haviam se multiplicado em três mil mostra o empenho do autor em ampliar
sempre mais a mensagem para que o cristianismo nascente adquira o tamanho
do universo sem distinção de raça e cultura.
• O terceiro ato ecumênico é relatado nos três resumos (2,42-47; 4,32-35;
5,12-16) da vida em comunidade. Palavras fortes como fidelidade, partilha,
venda de bens, distribuição, ensinamento dos apóstolos, alegria mostram para
as Igrejas hoje divididas o escândalo que isso representa e o ideal de unidade
vivido e querido pelos cristãos ecumênicos. Esse estilo ou modo de vida gera
entusiasmo e é a verdadeira fonte de uma espiritualidade libertadora. Afinal é
“uma criação espontânea do Espírito Santo dentro da Igreja”[9].
• O quarto ato é a cura do paralítico no pátio dos pagãos (3,1-10). Cura feita
com a riqueza de Pedro que não era feita nem de ouro, nem de prata, mas da
palavra valiosa que é o nome de Jesus. Pedro faz o segundo discurso dirigido
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aos judeus. A tensão é grande entre o grupo novato dos cristãos e a instituição
judaica. Pedro irá nos oferecer a base para a moderna objeção de consciência
e a defesa da liberdade de consciência.
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• O sétimo e fundamental ato ecumênico situa-se no acolhimento e batismo do
oficial romano convertido — Cornélio e toda a sua família (10,1-11,18). Esse
acontecimento exemplar é precedido de dois eventos miraculosos em Lida e
Jope. Em Lida um paralítico conhecido como Eneias é curado (9,32-35) e
assim todos os habitantes da região de Saron se convertem. Em Jope, Pedro
ressuscita uma mulher conhecida como Tabita ou Dorcas (gazela) (9,36-43).
Esse ato ecumênico exerce papel central no livro dos Atos e está conectado ao
Concílio Ecumênico de Jerusalém. A conversão de Cornélio antecipa a
novidade do Concílio de Jerusalém
3. Ecumenismo em ato
Um segundo excurso, em nossa viagem pelo livro dos Atos, será o de verificar
como decisões ecumênicas foram colocadas em prática pelos cristãos e por
suas lideranças e comunidades nascentes.
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• As quatro viagens de Paulo (13,1-14,28; 15,39-18,22; 18,22-21,16 e 21,17-
28,16), nos lembram que a tarefa ecumênica se assemelha à corrida de um
atleta inteiramente dedicado à meta desejada. Quinze anos de corrida
missionária percorrendo cerca de 10 mil quilômetros mostram o ecumenismo
em ação. Os apóstolos, de forma particular Paulo, utilizam de todas as
estradas e caminhos possíveis para pregar sua mensagem. Vão sozinhos ou
acompanhados. Paulo naufraga, passa frio, é açoitado, preso, extraditado, mas
clama, proclama e reclama. Sempre como o servo de todos, encontra alguns
dispostos ao diálogo e outros completamente intolerantes. Vence a magia e a
religião de resultados (já naquela época havia religião da prosperidade!), mas é
perseguido duramente por isso. O anúncio ecumênico criava simpatizantes e
inimigos (13,48-50).
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• Os exorcistas judeus, filhos de Ceva, sumo sacerdote, e a queima de
cinquenta mil moedas de prata em escritos mágicos (19,11-20).
5. Sonhos ecumênicos
O ecumenismo presente no livro é marcado por inúmeros sonhos de unidade:
• Que gente de outro grupo religioso pode falar de modo inspirado assim como
os membros de nossa Igreja? (19,1-7).
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de Isaías 40,5: “Então se revelará a glória de Javé, e todo o mundo junto a
verá, pois assim falou a boca de Javé”.
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transformar em uma instituição de burocratas e funcionários eclesiásticos. Dizia
Dom Helder Câmara: “Ter ao próprio lado quem só sabe dizer amém, quem
concorda sempre, de antemão e incondicionalmente, não é ter um
companheiro, mas, sim, uma sombra de si mesmo”.
# Conclusão
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Podem, até, fazer ressuscitar a fé ecumênica muitas vezes amordaçada em
nossas Igrejas — por meio de documentos oficiais —, autoproclamando-se,
muitas vezes, donas da verdade e não servidoras humildes do Espírito de
Cristo Jesus. A palavra de Paulo ao povo de Trôade é confortadora: Não vos
perturbeis! Ele está vivo de novo.
Anunciar a mensagem em que se crê com paciência, mas sem aprisionar nem
o interlocutor nem o evangelista. Ecumenismo e Evangelho são tarefas de
homens e mulheres livres (26,27-29).
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