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VIII B. A Igreja ortodoxa, hoje.

Jean MEYENDORFF.

P. 134 até 151.

.8. A Igreja da BULGARIE.

Os Búlgaros receberam o batismo no séc. IX, graças a actividade dos missionários bizantinos e com a
direição do célebre patriarca PHOTIUS. Eles acessaram bastante rapidamente à independência
eclesiástica ; anulada na ocasião da conquista bizantina do séc. X, essa última foi logo restabelecida
no séc. XIII com a instauração do patriarcado de TRNOVO. Retirada novamente na emergência do
governo turco e trocada pela supremacia do PHANAR, ela foi objeto de longa crise nos séc. XIX e XX.
Governados por bispos gregos que, particularmente nas cidades, tendiam em suprimir
completamente a litúrgia em eslavão e em « helenizar » a Igreja, os Búlgaros começaram em buscar
de novo a autonomia eclesiástica. Dos dois lados as paixões foram muito vivas...

Vários patriarcas ecumênicos , no decorrer do séc. XIX procuraram dar satisfação aos reivindicadores
búlgaros, mas fracassaram , por causa, particularmente da inextricável mistura das populações
búlgaras e gregas na península balkánica. Em CONSTANTINOPLA, até, essas duas populações viviam
lada a lado e os Búlgaros , levados pelo nacionalismo, reivindicavam a criaçâo de uma verdadeira
Igreja nacional, sem limites territoriais precisas, com juridição sobre todos os compatriotas, ou
senão, a igualdade entre Gregos e Búlgaros nas administrações do patriarcado ecumênico. Em 1860,
bispos búlgaros fizeram um cisma em CONSTANTINOPLA mesma. Finalmente, apesar dos esforços
de conciliação usados pelo patriarca GRÉGOIRE VI, os Búlgaros obtiveram do Sultão um « FIRMAN »
estabelecendo o exarcado búlgaro independente.

Um Concílio local, presidido pelo patriarca ANTHIME VI, realizou – se então em CONSTANTINOPLA
(1872), na presença dos patriarcas de ALEXANDRIE e de ANTIOCHE. Ele lançou « uma proibição
contra o exarcado búlgaro e condenou o « FILETISMO » ou rivalidades nacionais, querelas entre
povos... no interior da Igreja de Cristo... » .

De fato, os Búlgaros não eram os únicos em serem culpados disso ; os erros estavam certamente
divididos na história do cisma. Mas , formalmente, o direito canónico estava do lado do PHANAR. A
Igreja búlgara permaneceu debaixo da proibição patriarcal até 1945, data na qual o patriarca
reconheceu a nova autocefalia nos LIMITES TERRITÓRIAIS PRECISAS e depois que os Búlgaros
tenham oficalmente pedido o fim da proibição.

A Igreja da BÚLGARIA conta 6.000.000 de fiéis mais ou menos. Em 1940, havia 2.742 paróquias e
2831 sacerdotes. Atualmente o número de diocéses eleva – se a 11. O metropolita de SOFIA que, até
o dia 10 de maio 1953 tinha o título de « exarque da BÚLGARIE » toma hoje o título de « patriarca ».

Igreja de estado no antigo reino da BÚLGARIE, a ortodoxia teve que encarar uma mudança de
regime em 1944. O novo governo tomou, no domínio religioso, as mesmas medidas que na maioria
das democracias populares ; retirada da instrução religiosa nas escolas (Janeiro de 1947),
aprisonamento de alguns eclesiásticos, cujo o bispo CYRILLE de PLOVDIV ( atual patriarca), apoio
dado a uma « Associação de sacerdotes » que fazia parte do « Fronte patriótico » e, enfim,
separação da Igreja e do Estado.(Constituição de 1947).

O exarque STÉPHANE e os bispos, inspirando – se do exemplo da Igreja russa, protestaram de sua


lealdade em relação ao novo governo. Porém, para evitar toda confusão possível , o Santo Sínodo
proibiu aos sacerdotes participar do « FRONTE PATRIÓTICO » ; em junho de 1948, eles receberam
uma circular do ministro dos Cultos , ILIEV, declarando que « pois que todo búlgaro deve entrar no
« Fronte patriótico », todos os pastores e sacerdotes devem fazer parte dele também... » e sugeriu à
Igreja lutar contra a propaganda anti- comunista. (27).

(27).Texto de R. TOBIAS, « Communist – Christian Encounter in EASTERN EUROPE », Greenfield, Ind. 1956. P. 358.

O Santo Sínodo respondeu que ele considerava a circular como não – adequada. Em setembro do
mesmo ano, o exarca STEPHANE era obrigado em demissionar e o Santo Sínodo concedia a
autorisação exigida.

O periódo de 1948 até 1953 foi difícil para a Igreja búlgara. Em 1949, o governo publicou
unilateralmente uma « lei sobre as associações religiosas »(28), que estabelecia um severo controle
sobre todas as maneiras de funcionar do aparelho eclesiástico.

(28). Trad. Inglesa da lei em TOBIAS, op. cit., p. 371 – 386.

Esse controle está sendo exercitado particularmente sobre os Estatutos da Igreja (art.6), sobre os
serviçios religiosos no ar livre (art.7), o budget da Igreja (art. 13), as encíclicas e circulares (art. 15), a
instrução dos cleros (art. 14) e a sua nominação em diversos postos(art. 13), etc.

Em 1951, um novo estatuto interno da Igreja entrava em vigor. Desde essa data, a Igreja obteve
alguns benefícios por causa de sua atitude conciliadora ; a tiragem das publicações religiosas
aumentou, os impostos sobre os bens imóveis da Igreja diminuiram e, particularmente, o Santo
Sínodo recebeu a possibilidade , em 1955, de dissolver a « Associação dos sacerdotes », cujo o
governo usava então para pressionar a hierarquia.

Para a formação do clero, a Igreja da Búlgaria possui actualmente a ACADÉMIE SAINT – CLEMENT de
OHRIDA ( antiga faculdade de teólogia , separada da unviversidade de SOFIA). Ela publica 4
periódicos religiosos ao mínimo, cuja uma revista teólogica interessante (ANNUAIRE DE L ‘
ACADÉMIE), assim como também manuais para estudantes e até livros ilustrados para as crianças.
Ela segue sem falhar a política do patriarcado de MOSCOU em sua atitude em relação ao
« MOUVEMENT DES PARTISANS DE LA PAIX » e nas suas declaraçôes periódicas sobre as questões
internacionais na ordem do dia.

.9 . A Igreja de GRÈCE.

Em 1833, pouco tempo depois da independência helénica, uma assembleia de bispos gregos
proclama a autocefalia da Igreja grega nos limites do novo reino. Esse ato unilateral estava motivado
pelo fato que, aos olhos do governo grego, o patriarcado ecumênico de CONSTANTINOPLA dependia
por demais dos Turcos para poder realmente dirigir a Igreja sobre o território grego independente.
Depois de ter protestado em vão, o PHANAR reconheceu o fato realizado em 1850. Desde então, a
Igreja da Grécia é dirigida por um Santo Sínodo, estatuando sob a presidência do arcebispo de
ATHÈNES. O estatuto da Igreja, e particularmente as relações entre a Igreja e o Estado sofreram
várias modificações de 1850 até 1967 ; se, na orígem , o sistema adotado inspirava – se
direitamente do « Regulamento » de Pierre Le Grand, com uma dependência muito forte da Igreja
para com o Estado, depois disso, tencionou – se dar muito mais independência à hierarquia. Em
1959, portanto , uma crise interna do episcopado grego atraiu o aumento do controle do Estado. A
Grècia permanece então hoje o único pais onde a Igreja ortodoxa , ligada ao Estado, possui uma
posição nitidamente dominante.

Contando quase 7.500.000 de fiéis, a Igreja da Grècia constitui um conjunto de 81 diocéses, cujo 40
encontram – se nas « novas »  províncias do norte da Grècia (unidas ao Reino em 1913) e dependem
nominalmente do patriarcado ecumênico, sendo porém representadas no Sínodo de ATHÈNES.
Dentre os outros paises balkánicos, a Grècia possui então o maior número de diocéses e as diocéses
mais pequenas. Esse número foi até 120, outrora ; ele foi reduzido no séc. XIX. Uma nova redução foi
decidida recentemente. Essa multiplicidade das diocéses baseia- se na Igreja primitiva, quando toda
comunidade tinha , a princípio, um bispo por chefe. É verdade que então o bispo elegia – se pelos
fiéis e era inamovível, então estrangeiro a todo espírito de funcionalismo ou carreirismo. As recentes
reformas na Grècia tendem todas em combater esse espírito.

A vida atual da Igreja de Grècia sendo bastante conhecida, nós nos limitaremos aqui dizendo
algumas palavras sobre a situação geral da educação religiosa e actividades dos diversos
movimentos de missão interna.

A instrução teólogica superior, é dada nas duas faculdades de teólogia, ATHÈNES e THESSALONIQUE
que fazem parte da Universidade. A maioria dos licenciados destinam – se ao ensino religioso nas
escolas segundárias e permanecem leigos ; certo número entram no clero regular e encontram – se ,
por isso mesmo, candidatos às altas cargas eclesiásticas. Apenas um número menor se juntam ao
clero paroquial casado. Os sacerdotes de paróquias são formados no « Pequeno Seminário ». Em
geral , os teólogos leigos ocupam , na Grècia , um papel mais importante que dentro de outros paises
ortodoxos ; a maioria dos professores de teólogia e boa parte dos pregadores são leigos. Um dos
mais interessantes elementos da vida religiosa na Grècia moderna é o extraordinário
desenvolvimento de diversificadas organizações de missão interna. O mais importante desses
movimentos é a confraria « ZOÉ » ( em grego ; VIDA), fundada em 1911 pelo padre EUSÈBE
MATTHOPOULOS e que é um tipo de ordem monástica de tipo novo. A confraria apenas conta uma
centena de membros, cleros e leigos, mas todos, - com raras excepções,- têm um diploma superior
de teólogia. Praticando as 3 virtudes monásticas tradicionais, os membros vivem apenas um mês por
ano em comunidade na « Casa – Mãe ». O resto do tempo , eles se dispersam no pais e trabalham à
pregação , ao ensino ou à direcção de diversos organismos missionários ou educativos. Querendo
combater o espírito carreirista no clero, eles recusavam até junho de 1967 os tronos episcopais,
considerando – se como totalmente e unicamente devotados à pregação evangélica. Animadores de
liturgias mais vividas (leitura do cânone eucarístico em voz alta) e do sacramentalismo mais
conseqüente e mais realista ( comunhão freqüente), promotores de um conhecimento puxado das
Escrituras, eles encontram – se na origem de uma verdadeira renovação espiritual. As organizações
controladas por eles são numerosoas e variadas ; pode se citar hoje particularmente a « União
CRISTà» de homens de ciências ( associação de intelectuais cristãos) , a « União Cristã dos
Estudantes »( tipo de J. E. C. . 2.400 membros), a « Associação Feminina EUSEBIA », a União cristã
dos educadores, a União cristã dos Jovens Trabalhadores ( semelhante a J. O. C., 2.000 membros
regulares e 6.000 associados),etc.

A confraria apadrinha até uma Escola de engenharia. O melhor testemunho sobre a amplitude de sua
influência é dado pelo número extra- ordinário ( sendo tal a população atual da Grècia)de suas
publicações. O periódico ZOÉ – boletim hebdomadário de 8 páginas contendo artigos exclusivamente
religiosos – tem 170. 000 afiliados e possui , assim, a maior circulação de todos os periódicos
existindo actualmente em língua grega. A revista mensal AKTINES (orgão da União dos homens de
ciências)tira aos 15.000 exemplares. Uma dezena de outros periódicos - cujos ilustrados para
crianças – tem uma parução comparável. Uma atenção particular está oferecida à difusão das Santas
Escrituras no povo grego ; o Novo Testamento em edição de bolso, publicado por ZOÉ está chegando
a sua 32° edição com 650.000 exemplares.

O activismo de ZOÉ e o espírito que ele reresenta parece porém estar em crise, como aliás todos os
movimentos similares no Ocidente. Ele foi mesmo vítima de uma cissão ; em 1958 um grupo de
membros formou a organização paralela « SOTER ».

O activismo missionário de ZOÉ e de SOTER , de outras organizações , tais como as « Uniões


ortodoxas », perseguem o mesmo objectivo. A sua existência e actividade são devidas à iniciativas
privadas, mas elas prosseguem no quadro da organização eclesiástica ( paróquias e diocéses) e com a
benção da hierarquia. Essa última, porém, não vê sem certa suspição os Movimentos dos quais ela
não controla direitamente o funcionamento ; ela iria preferir manifestamente que eles integram – se
mais direitamente no aparelho eclesiástico oficial. Ela porém teve a sabedoria de não ousar
nenhuma medida administrativa, mas criou , em nome próprio , o « APOSTOLIKI DIAKONIA » ( Serviço
Apostólico) que desenvolve uma actividade muito semelhante à de ZOÉ ( Pregação, publicações,
trabalho de juventude). Os diversos organismos missionários gregos seguem então bem mais o
caminho da emulação que o da concorrência. Eles contribuem todos ao mesmo objectivo, o de
preservar a ortodoxia do povo grego. O sucesso deles nesse domínio é evidente, particularmente no
que concerne a educação dos jovens ; perto 500.000 crianças freqüentam as 7.800 escolas
catequéticas da Igreja cujas 2.000 sâo controladas por ZOÉ ou SOTER.

Há alguns anos que os movimentos gregos oferecem um interesse maior à responsabilidade universal
da Igreja ; estudantes de OUGANDA, ETIÓPIA e CORÉIA freqüentam as faculdades e seminários da
Grècia e os diversos movimentos gregos de juventude afiliaram – se ao SYNDESMOS (Associação
Mundial dos Movimentos Ortodoxos da Juventude).

Mgr JÉRÔME KOTSONIS , actual arcebispo de ATHÈNES, sempre foi próximo dos meios de « ZOÉ » e
é considerado como um dos principais inspiradores da renovaçâo missionária e religiosa na Grècia. A
sua formação e experiência prepararam ele bem melhor que os seus predecessores imediatos para
ocupar – se do trono primacial. Porém, as condições nas quais ele acedeu à primazia, a sua eleição
por um « SÍNODO DOS MELHORES » nomeado pelo governo dictatorial instalado em junho de 1967,
constituam uma hipóteca séria para o futuro. O futuro das vastas reformas, das quais ele acaba de
publicar um projeto e que colocaria as estruturas bastante vetustas da Igreja oficial em harmonia
com as exigências do testemunho cristão no mundo moderno, depende então por completo das
circunstâncias políticas na Grècia.

.10. A Igreja da GÉORGIE.


Uma das mais antigas cristandades do Oriente, a Igreja da GÉORGIE foi estabelecida no séc. V por
uma mulher – apóstola, Santa NINA, que converteu ao cristianismo o rei da GÉORGIE, MIRIAN.
Encontrando – se na longíqua órbita eclesiástica de ANTIOCHE, foi ali que os habitantes receberam
durante muito tempo os seus bispos ; mais tarde, eles entraram na dependência de
CONSTANTINOPLA. Na Idade – Média , a Igreja deles se torna autocéfala e foi governada por seu
próprio « CATHOLICOS »(29).

(29).Este título também era dado aos chefes de autonomias eclesiásticas encontrando – se fora das fronteiras orientais do
Império bizantino.

Em 1801, a GÉORGIA ortodoxa pediu o apoio dos Russos contra os Pérsios e foi anexada logo ao
Império de ALEXANDRE I°. A antiga autocefalia foi retirada e , a partir de 1817, a Igreja foi governada
por um exarco russo, membro por direito do Sínodo de SÃO PETERSBOURG. A quando da revolução
russa, a GÉORGIE recobre a sua autocefalia, a qual foi formalmente reconhecida pelo patriarcado de
Moscou apenas em 1943.

A Igreja conheceu um destino trágico no decorrer do período revolucionário ; o primeiro


« CATHOLICOS » a ser estabelecido no trono, KIRION, foi assassinado pelos comunistas ; o seu
sucessor, AMBROISE, foi julgado e condenado a 10 anos de detenção em 1923. A relativa liberdade
concedida à religião depois da guerra beneficiou também a Igreja da GÉORGIE, cuja situação actual
não parece porém ser fácil. Ela conta oficialmente 15 diocéses, contra 28 no séc. XVIII, nos quais 9
estão sem titular. Um calendário eclesiástico publica – se em TBILISSI. A GÉORGIE conta
actualemente 2. 500.000 de habitantes que, antés de 1917, eram em totalidade ortodoxos, mas as
estatísticas hoje fazem falta .

A Igreja está governada pelo «  Catholicos » EPHREM, eleito em 1959.

.11. A Igreja de Chypre.

Outra Igreja antiga, o arcebispado de CHYPRE foi declarado independente da Igreja de ANTIOCHE da
qual ele era aspirante, pelo Concílio ecumênico de ÉPHÈSE (431). Conquistada no séc. VII pelos
ÁRABES, re – conquistada pelos BIZANTINOS , conquistada de novo em 1191 por RICHARD COEUR de
LION, a Ilha permaneceu durante vários séculos sob o domínio latino, sob a soberania dos
LUSIGNAN (1191- 1380) , enquanto que os GENOVÉSES ocupavam FAMAGOUSTE (1373- 1489), e
logo passou sob a autoridade de VENISE (1489- 1571). Conquistada pelos TURCOS (1571), ela foi
ocupada enfim pelos INGLESES (1878). Todas essas peripécias não afeitaram a fé ortodoxa da
população que, durante os séculos de domínio ocidental foi porém submetida à força a um arcebispo
latino. Os Turcos cometeram ali vários massacres sobre o clero cristão ; a minoria turca da Ilha é um
vestígio da ocupação otomana.

Ocupando a Ilha, os Ingleses modificaram o estatuto político que existia sob os Turcos ; esses últimos,
como já foi visto aqui, reconheciam ao clero ortodoxo uma juridição ao mesmo tempo cívil e religiosa
sobre os fiéis. Foi assim que o arcebispo de CHYPRE perdeu , sob os Ingleses, a sua qaulidade de
« Etnarca »(chef nacional) da população ortodoxa de CHYPRE.

Os fiéis da Igreja de CHYPRE são actualmente mais ou menos 450.000 , com 700 sacerdotes.
Eles são governados por um SÍNODO compreendendo o arcebispo e 3 metropolitas ( PAPHOS,
KITION, KYRÉNIA), todos eleitos pelos fiéis conforme um sistéma eleitoral em vários degraus. O atual
arcebispo, Mgr MACÁRIO , eleito em 1950, recebeu notoriedade mundial por sua ativa participação
na luta dos CYPRIOTES para a autodeterminação . Como 1° presidente da nova república de CHYPRE,
ele apenas está re – assumindo o papel que o clero assumia durante séculos em CHYPRE .

.12. A Igreja do SINAÏ.

Por privilégio excepcional, o chefe do mosteiro de SANTA CATARINA, construido no séc. VI por
JUSTINIEN sobre o próprio local onde MOISÉS recebeu a Lei, tem dignidade de arcebispo e goza de
estatuto de autonomia. De fato, se ele foi eleito pelo capítulo dos monges, ele recebe a sagração
episcopal das mãos do patriarca de JERUSALÉM ; a sua independência continua então nominal. A sua
juridição estende – se apenas sobre os monges do covento (apenas 20 , hoje) e alguns Béduínos que
vivem ao redor. Sua Béatitude PORPHYRE III, actual arcebispo do SINAÏ, reside no mais das vezes no
métochion (filial) de seu covento, no CAIRE :

O mosteiro do SINAÏ possui uma rica bilbioteca de manuscritos gregos e uma coleção
particularmente interessante de ícones.

.13. A Igreja de ALBANIE.

Em 1944, a população albanesa contava 688.000 musulmanos , 210.000 ortodoxos e 104.184


católicos. Apenas foi depois de ter muito resistido às pressões políticas que exerciam – se sobre ele ,
que o patriarca ecumênico aceitou finalmente, em 1937, conceder a autocefalia a essa Igreja,
minoritária no pais e quase desprovida de escolas e tradições próprias.

Desfavorizada sob a ocupação italiana, a ortodoxia albanesa sofreu ainda medidas anti – religiosas ,
tomadas em 1945 – 1946 pelo governo democrata popular. Dois bispos foram presos no fim de 1948
e em agosto de 1949, o arcebispo de TIRANA, CHRISTOPHORE foi ele – mesmo destituido e internado
por « actividades nocivas para o povo albanes e a Igreja » . O seu sucessor , PAÏSSIOS, eleito em
condições contestáveis, foi reconhecido pelo patriarca de MOSCOU. Mas não pelo patriarca de
CONSTANTINOPLA.

A « Revolução cultural » recente conduziu à extinção total de toda prática aberta da religião na
ALBANIE. Essa extinção foi ao menso anunciada publicamente pelo governo KHOXA.

.14. A Igreja de POLOGNE .


As fronteiras polonesas , tais como foram definidas no fim da 2° guerra mundial , entendiam uma
população de mais de 4.000.000 de ortodoxos bielorússos e ukranianos assim como várias diocéses
que, até então, dependiam da Igreja russa. Em1924, essas diocéses foram erigidas em Igreja
autocéfala pelo patriarcado ecumênico. Em 1939, a Igreja ortodoxa de POLOGNE contava 5 diocéses,
1.624 paróquias e 2.968 sacerdotes com dois seminários (VILNA e KRZEMIENIEC, 500 alunos ao todo)
e uma Faculdade de Teólogia em Varsóvia.(150 estudantes)

Em 1939, a União soviética ocupa as regiões habitadas por uma massa importante de fiéis
ortodoxos ; Esse ganho territórial da U.R.S. S. ainda foi ampliado no fim do 2° conflito mundial. No
plano eclesiástico, todas essas regiões foram atadas de novo ao patriarcado de MOSCOU e, sobre
esses territórios da nova POLOGNE, apenas sobraram 350.000 ortodoxos mais ou menos. A situação
deles agravou – se pelo fato que o patriarca de MOSCOU não reconhecia a ata de 1924 que tinha
constituido a Igreja de POLOGNE na autocefalia. Em 1948, os 3 bispos poloneses , incluindo o
metropolita DENIS, teveram que fazer penitência diante do patriarca ALEXIS e receberam DELE uma
nova ata de autocefalia. O metropolita DENIS foi posto na aposentadoria. Em 1951 um novo chefe foi
dado à Igreja na pessoa de um bispo russo, Mgr MACAIRE, antigo arcebispo de LVOV(30). A
independência da Igreja de POLOGNE em relação ao patriarcado de Moscou é então relativa.

(30).Mgr MACAIRE(Oksiuk) éum dos raros sobreviventes da antiga escola teólogica russa. Antés de 1917, ele era professor
na Academia eclesiástica de KIEV epublica importantes trabalhos sobre São GRÉGOIRE de NYSSE.

Hoje a POLOGNE conta 5dicéses ortodoxas ; VARSOVIE, BIÉLOSTOK, LODZ, WROCLAW,


GDANSK(DANTZIG), (31).

(31).Temos de anotar aqui que 2 dessas diocéses encontram – se no antigo território alemão, o que implica , da parte da
Igreja ortodoxa, o reconhecimento das fronteiras ocidentais da POLOGNE.Como se sabe, o VATICANO recusou até agora de
nomear bispos católicos romanos , nessas regiões, na ausência de um tratado de paz entre aPOLOGNE e a ALEMANHA.

.15. A Igreja da TCHÉCOSLOVAQUIE.

Entre as duas guerras mundiais, a ortodoxia apresentava na TCHÉCOSLOVAQUIA um aspecto


bastante heterogêno.Ela estava constituida de grupos de diversas origens, contando 250.000 fiéis ao
todo. Em 1923, primeiramente, um grupo de ortodoxos tchecos recebeu o bispo SABBACE por chefe,
sagrado pelo patriarca ecumênico. Em 1925, um grupo maior de sacerdotes e fiéis da « Igreja
Nacional Tchecoslováqua » - destacada precedentemente de ROMA – se juntou à ortodoxia. O
patriarca sérvio consagrou – lhes um bispo, Mgr GORAZD, que possuia também sob a sua juridição
certo número de fiéis de rito latino. Em 1930, 200.000 ukranianos unidos da Rússia Pod – carpática
vieram unir – se , eles também à ortodoxia e o patriarca de BELGRADE criou para eles a diocése
deMUKACHEVO. Enfim, um grupo pequeno de paróquias russas permaneceram, durante todo esse
periódo, sob obediência a um bispo russo dependendo de PARIS.

Esses 4 grupos foram unificados sob a direição do patriarca de MOSCOU em 1947, a Igreja sérvia
tendo dado o seu acordo a esse agrupamento. Enfim em 1950, duas outras diocéses de rito bizantino
unidos a ROMA (PRESHOV e MIKKAÏLOV) voltaram a ortodoxia. (32).

(32). A união deles com ROMA datava de 1649 e tinha sido realizada sob pressâo do governo austriáco.

A Igrejaortodoxa da TCHECOSLOVAQUIE deve contar hoje em volta de 350.000 fiéis ao mínimo. Ele é
constituida de 4 diocéses (PRAGUE, OLOMOUC- BRNO, PRESHOV, MIKHAÏLOV) e recebeu de
MOSCOU em 1951 uma ata de autocefalia. O seu primeiro chefe , Mgr ELEUTHÈRE (demissionário em
1958), foi um bispo russo. O arcebispo atual, Mgr DOROTHÉE é de origem carpático – russa.A nova
autocefalia não foi reconhecida pelo patriarcado de CONSTANTINOPLA que recusou a demissão de
Mgr SABBACE e continuou , até asua recente morte, reconhecer este como arcebispo de PRAGUE .

Um seminário ortodoxo foi inaugurado em KARLOV – VARY em 1948 e outro funciona , ao que parece
, em PRESHOV. A Igreja publica uma revista teólogica possui uma tipografia eslavona que imprima
livros litúrgicos amplamente exportados na Rússia onde, como já o vimos, a Igreja não possui
nenhum meio de edição.
Depois das recentes mudanças políticas, um grande número de sacerdotes que , antés de 1950 ,
pertenciam a Igreja greco – católica, pediram a volta à obediência romana. Pode ser então que o
número artificialmente enchado dos ortodoxos na TCHÉCOSLOVAQUIA encontre – se logo reduzido a
proporções mais modestas.

.16. A Igreja da FINLANDE.

Quando , em 1918, a FINLANDE adquiriu a independência, uma das primeiras preocupações dos
ortodoxos desse pais – na maioria Carelínos convertidos do paganismo na Idade – Média pelos
monges do mosteiro de VALAMO, no Lago LADOGA – foi lavar a sua Igreja da crítica de ser uma
Igreja « russa », a verdadeira religião do pais sendo o luteranismo. Tendo como chefe o arcebispo
GERMAIN AAB, eles se colocaram em 1923 sob a juridição do patriarcado ecumênico. Muito tempo
reticente, MOSCOU acabou reconhecendo o fato realizado(1958).

Contando mais ou menos 70.000 fiéis, no seio de uma maioria luterana de 4.000.000 de habitantes,
a Igreja ortodoxa foi porém considerada como a 2° Igreja do Estado na FINLANDE. Ela foi duramente
provada pela anexão pela U. R. S. S. em 1939 , confirmada em 1945, da CARÉLIA finlandesa. Foi ali, de
fato, que se agrupavam a quase totalidade de seus membros. Obrigados à imigrar para o interior do
pais, eles encontram – se hoje dispersos no pais todo. Entendendo 2 diocéses – arcebispado de
KUOPIO e o episcopado de HELSINKI – a Igreja possui um seminário, hoje transferido de SORTAVALA
(CARÉLIA) para KUOPIO, e projeta a criação de uma faculdade de teólogia. Com a sua juventude bem
activa , ocupando – se de contactos inernacionais e ecumênicos, desejando apresentar – se como
umacomunidade ocidental e europeia, porém salvaguardando as tradições ortodoxas, a FINLANDE
talvez destina – se em ter um importante papel no testemunho ocidental da ortodoxia.

.17.A dispersão e as Missões.

A actividade dos missionários russos no séc. XIX e no início do séc. XX, ultrapassou as fronteiras
orientais do Império dos Romanov. As comunidades ortodoxas de CHINE, CORÉE, JAPON, ALASKA,
hoje são testemunhas disso.

A missão ortodoxa de China data do fim do séc. XVII ; foi então nessa época que um grupo de
COSAQUES , vindo da fortaleza russa de ALBAZIN foram empregados como guardas pessoais do
Imperador em PÉKIN. Os seus descendentes , completamente sinizados, mas conservando a fé cristã,
constituiram uma base ortodoxa. Em volta dessa base, uma importante missão foi criada em PEKIN
no séc. XIX e no séc. XX ela possuia numerosas dependências e umas 20 escolas. Porém, não parece
que o número de convertidos jamais tenha ultrpassado 10.000. Esse número cresceu com a
chegada , depois da Revolução russa, de um numeroso clero, refugiado da Sibéria. Depois da vitória
das forças de MAO – TSE -TOUNG, a Igreja ortodoxa , como as Igrejas ocidentais, teve que se
desembaraçar do pessoal não chinês :os Russos , representantes do patriarcado de MOSCOU, não
foram privilegiados em nada e deixaram o pais. Em 1950, um chinês, Mgr SIMÉON DOU, foi sagrado
bispo em MOSCOU bispo de TIEN – TSIN e logo tranferido em CHANGAï. Em 1957, um outro chinês,
Mgr BASILE YO-FOU-AN, foi sagrado bispo de PÉKIN. Trés outras diocéses permaneceram sem titular.
Dois mosteiros e uma escola catequética funcionavam em PÉKIN em 1958. Desde a ruptura entre
PÉKIN e MOSCOU, não temos nenhuma informação sobre as comunidades ortodoxas de CHINA que
devem ter tido, ao igual dos outros grupos religiosos, que sofrer os efeitos da « revolução cultural ».
No fim do séc. XIX, uma missão russa existia igualmente na CORÉIA. Os fiéissobreviveram às diversas
perturbações políticas. A missâo foi recentemente confiada pela diocése grega dos Estados –
Unidos.Ele funciona sob a direição de dois sacerdotes coréanos e possui uma escola e um hospital.

No JAPÃO, a missão foi ainda mais activa. O seu iniciador foi um dos mais notáveis missionários desse
tempo, o Padre KASSATKINE . Chegando em TOKIO, o seu primeiro cuidado foi a tradução do NOVO
TESTAMENTO e das festas principais em japonês. Sob o seu impulso, o número de ortodoxos cresceu
rapidamente. Em 1872, um bispo russo ordenou em HAKODATÉ os dois primeiros sacerdotes
ortodoxos japoneses. Em 1880, havia 6.099 ortodoxos no Japão ; em 1891, eles eram 20.048 com 22
sacerdotes, 219 igrejas e capelas. No mesmo ano, a majestosa catedral ortodoxa de TOKIO estava
pronta ; ela permanece até hoje, o maior e mais célebre edifício religioso da capital. Os japoneses
continuam chamando – a « NICOLAI - DO », (Maison de Nicolas). Sagrado bispo de TOKIO em 1880,
NICOLAS conseguiu captar a confiança do pais onde ele pregava o Evangelho ; ele soube
particularmente atravessar sem dano o crítico perióde entre 1904 e 1905. Permanecendo em seu
posto, apesar da guerra que estava opondo o seu pais ao JAPÃO. Ele celebrou um TE DEUM para a
vitória das forças japonesas. Ainda hoje, o carácter realmente indigéno da ortodoxia no JAPÃO é
reconhecido por todos e constitui a melhor esperança para o futuro.

A Igreja ortodoxa no JAPÃO conta 36.000 fiéis , mais ou menos. Com um bispo e 36 sacerdotes ,
todos japoneses. Um seminário foi reaberto recentemente em TOKIO e conta 20 estudantes, que, às
vezes, terminam os estudos no estrangeiro. Uma renovação inicia – se hoje para a ortodoxia
japonesa, depois de um periódo de enfraquecimento entre as duas guerras mundiais.

Em 1741, exploradores russos descobriram e ocuparam o ALASKA. Monges de VALAMO ( No lago


LADOGA) iniciaram uma obra missionária a partir de 1794 e abriram uma primeira escola para os
ESQUIMÓS. Um missionário excepcional – JEAN VENIAMINOV- trabalhou ali muitos anos (1824-1852)
como missionário , como autor da gramática da língua local, como tradutor do Evangelho e da
liturgia bizantina , e logo como bispo de uma diocése imensa que entendia o KAMTCHATKA, as ilhas
KOURILES , as ilhas ALÉOUTIENNES e o ALASCA . De 1841 até 1858, um seminário funcionava em
SITKA, no Alasca ; em 1858 , criou – se uma sede de bispo auxiliar. Em 1868 enfim, o Alasca foi
vendido pela RÚSSIA aos Estados – Unidos ; no plano eclesiástico, foi erigido em sede de bispo
missionário independente ; O das « Ilhas Aléoucianas e do Alasca ». Em 1872, a sede episcopal foi
transferida em São FRANCISCO e , em 1905, em N. Y. Uma sede de bispo auxiliar foi mantida no
Alasca.

Tal foi a origem da ortodoxia no continente americano. Hoje ela apresenta uma aspecto todo outro.
Nos últimos anos do séc. XIX, algumas dezenas de paróquias « uniatas », constituidas de emigrantes
da RÚSSIA subcarpática se juntaram à diocése ortodoxa. Migrantes gregos, sérvios, albaneses,
búlgaros organizaram comunidades sob a sua direição. Um bispo auxiliar para os Síros – Libaneses
foi erigido em BROOKLYN em 1904. Com a benção do Santo SÍNODO da RÚSSIA, o arcebispo
TYKHON – futuro patriarca – fazia publicar as traduções inglesas da liturgia. Uma Igreja ortodoxa
americana começava assim a organizar – se.

A revolução e as divisões internas da Igreja russa interomperam esse processo. Privado de direição
regular de 1917 até1923( nessa última data um novo bispo, o metropolita PLATON tinha sido
nomeado pelo patriarca TYKHON ) a diocése se desagregou , cada grupo nacional formando uma
diocése separada. A chegada de novas massas de migrantes tornava dificil a sua integração numa
Igreja única.

Foi assim que hoje, ao lado da diocése primitiva, existem nos U.S.A. uma grande arcebispado grego,
um outro árabe, bispos sérvios, romênos, búlgaros, albaneses, etc. O Synodo dos bispos russos que
tinham migrado, encabeçados pelo metropolita PHILARETE, também estabeleceu o seu centro nos
U.S.A. Um clero numeroso ukraniano autocefalista (33) criou ali algumas comunidades. Uma
cooperação cada vez mais estreita começa em estabelecer – se entre eles, mas apenas essa união
poderia garantir o progresso da ortodoxia sobre o continente americano. O número total dos
ortodoxos nos U. S.A. é de 3.000.000 mais ou menos. Grupamentos mais ou menos numerosos
encontram – se igualmente no Canada e na América Latina.

(33). Uma igreja ukraniana autocéfala foi erigida, sem formalidades canónicas, na RÚSSIA durante o periódo
revolucionário. Na orígem , ela estava privada de sucessão apostólica, nenhum bispo tendo aceito de se juntar a ela. A
sucessão aposólica foi restabelecida depois desse evento, mas em condições muito duvidosas. Essa formação encontra – se
então fora de toda comunhão com a Igreja ortodoxa.

Nos U.S. A. , todos os grupamentos nacionais adotam cada vez mais o inglês como língua litúrgica o
que facilita muito a aproximação. Quando a comunidade otodoxa consegue superar o isolamento
nacional, ela se torna facilmente missionária- O Seminário de São Vladimir, em N - Y, recebe
estudantes de todas as juridições ortodoxas e constitui o principal centro de unificação da ortodoxia
americana. Um seminário gregofunciona igualmente em BOSTON, assim como 4 outras escolas de
formação em teólogia. As publicações religiosas de língua inglesa são muito numerosas.

Até recente data, apenas 3 « religiões maiores »são recohecidas nos U.S. A. ( Protestantismo,
catolicismo romano, judaísmo) ; recente decisão da maioria dos estados acrescenta nessa lista a
Igreja ortodoxa , o que permite particularmente a essa última manter uma dezena de sacerdotes nas
forças armadas americanas.

Entre as duas guerras, a « DIASPORA » ortodoxa se tornou numerosa na EUROPA ocidental. Um


exarcado grego , cujo o chefe é o arcebispo titular de THIATYRE , foi estabelecido em LONDRES em
1920. A massa de refugiados russos , a partir dessa data, concentrou – se na França particularmente.
Em 1922, o patriarca TYKHON nomeou o metropolita EULOGE administrador das novas paróquias ; as
autoridades eclesiásticas de MOSCOU tendo exigido dele uma expressão escrita de lealdade para
com as autoridades soviéticas, Mgr EULOGE, em 1931, lançou um apelo ao patriarca ecumênico e se
tornou o seu exarca para as paróquias russas na EUROPA . Sua longa fidelidade a MOSCOU (1922-
1931) e seu apelo a CONSTNTINOPLA instalaram conflitos com os bispos emigrados , refugiados na
IUGOSLÁVIA, que criaram um SÍNODO independente cuja canonicidade não é reconhecida por
nenhuma das Igrejas ortodoxas ; o SÍNODO assentado nos Estados Unidos reune porém sob a sua
obediência certo número de paróquias de emigrados.

Paris tornou – se o centro intelectual da migração russa. NICOLAS BERDAIEFF, SERGE BOULGAKOFF e
vários outros ainda contribuem ali em fazer conhecer no mundo ocidental o pensamento, a
espiritualidade e as tradições do Oriente cristão. O Instituto de teólogia SAINT SERGE, sob a direição
do metropolita EULOGE e de um grupo de professores de talento, forma mais de 150 sacerdotes e
teve , durante decadas, um papel essencial nos diálogos ecumênicos. Graças à presença dos
migrantes russos e sem que o mínimo espírito de proselitismo tenha se manifestado de sua parte,
grupos de Ocidentais ortodoxos apareceram na França e Alemanha. Em 1933, as autoridades de
CONSTANTINOPLA tendo tardado em tomar decisões necessárias concernindo a recepção dentro da
Ortodoxia de um grupo de velhos calendaristas , sob a direição de Mgr WINNAERT, esse grupo foi
recebido pelo patriarcado de MOSCOU e preservou a sua liturgia de tipo ocidental. Hoje o problema
de « uma ortodoxia ocidental » se coloca de modo muito concreto (34), também por respeito ao
testemunho da Verdade que nutram numerosos ortodoxos e pela necessidade de conservar
à Igreja a massa de jovens que adotaram a cultura, a língua e os costumes dos paises onde
nasceram.

(34).Ver notadamente, LÉON ZANDER, « L’ Orthodoxie occidentale », trad. J. TOURAILLE, Paris, 1958 : O problema ö
freqüentemente discutido nos dois gruos ortodoxos de língua francesa ; CONTACTS et LE MESSAGER.

No plano espiritual e intelectual é questão também para os ortodoxos de estar « PRESENTES » nos
grandes movimentoss que, no seio do cristianismo ocidental, se reclamam das Escrituras e da
verdadeira tradição da Igreja ; o movimento para a unidade, a renovação patrística, a preocupação
com o testemunho social, o movimento litúrgico. Em todos esses domínios, o ortodoxe , não apenas
encontra – se muito próximo aos seus irmãos católicos ou protestantes, mas tem freqüentemente
consciência que ele tem muito para aprender com eles; o testemunho de uma « ortodoxia
ocidental » consistiria justamente em mostrar nos fatos que esses diversos aspectos notórios da
cristandade do Ocidente, receberiam , à luz da verdade ortodoxa, um novo vigor e constituariam
uma síntese mais integrada.

Para terminar esse longo parágrafo sobre a « DISPERSÃO  e as MISSÕES» mencionaremos um último
desenvolvimento susceptível de conseqüências importantes ; o aparecimento , relativamente
recente de uma Igreja ortodoxa na ÁFRICA que , diferentemente da ÁSIA, não tinha recebido
nenhuma missão ortodoxa. Em 1932, um grupo de cristões de OUGANDA deixou de lado a
obediência à Igreja anglicana e foi admitido na Ortodoxia pelo patriarcado de ALEXANDRIE. Esse
grupo está sob a direição de um sacerdote, originário desse pais, o Padre SPARTAS, e reune mais de
20.000 fiéis. Recentes informações indicam um extra – ordinário crescimento dessa Igreja que recebe
um apoio cada vez mais activo da Igreja ortodoxa grega. Cidadões de OUGANDA estudam no colégio
patriarcal do CAIRE e na Faculdade de teólogia de ATHÈNES. Um novo bispo acaba de ser nomeado
na ÁFRICA oriental. Parece certo que a rápida extensão dessa Igreja está ligada não apenas à atração
que exerce a fé ortodoxa em se, mas também participa de um instinto anti – colonialista que
enxergue nos missionários ocidentais agentes do imperialismo. Temos de esperar que as autoridades
eclesiásticas ortodoxas conseguirão dirigir esse movimento na via benéfica e aproveitarão da imensa
vantagem que lhe confere, de modo muito inesperado , a independência total em relação á política
colonial da EUROPA no séc. XIX .

Fim desse cap. P. 151.

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