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FORMAÇÃO DAS MONARQUIAS NACIONAIS

INTRODUÇÃO
Hoje é comum ouvirmos um europeu dizendo “eu sou francês”, “sou inglês” ou “sou português”, mas nem
sempre foi assim. Na Europa do ano 1000, por exemplo, isso soaria estranho, pois os estados nacionais,
como França, Inglaterra ou Portugal, ainda não haviam se formado.
Naqueles tempos, a pessoa que nascesse em uma aldeia, vila ou cidade, se considerava membro daquela
comunidade, não mais que isso. A partir do século XI, essa situação começou a mudar.1

FORMAÇÃO DAS MONARQUIAS NACIONAIS

A partir do século XI, assistiu-se, no Ocidente europeu, o revigoramento do


comércio e das cidades e o surgimento de um novo grupo social, a
BURGUESIA, formada basicamente por artesãos e mercadores.

Entretanto, a existência de nobres com direito de cunhar sua própria moeda e


de cobrar taxas de quem passasse por seu domínios, encarecia as
mercadorias, dificultando os negócios da burguesia.

Figura::http://fazendohistorianova.blogspot.com.br/2017/
10/renascimento-comercial-e-urbano-e.html

Os burgueses, então, se aproximam do


rei em busca de proteção e ajuda. O rei,
por sua vez, interessado nos impostos
pagos pela burguesia, passou a favorecê-
la.

Ao mesmo tempo, com o fracasso das


cruzadas, muitos nobres voltaram do
Oriente empobrecidos; outros morreram
pelo caminho ou em combate, o que
causou o desaparecimento de muitas
linhagens nobres. O norte francês, região
que forneceu grande número de
Figura 1: ARQUIVO-OFICINA DA HISTÓRIA -2018
cruzadas, foi uma das regiões que mais
perderam nobres.

Enfraquecida, a nobreza também se aproximou do rei, visando conseguir cargos na corte,


postos no exército real e ajuda militar contra revoltas camponesas. Os camponeses, por sua
vez, passaram a ver o rei como alguém capaz de protegê-los contra os abusos da nobreza.

Assim, aos poucos, o rei assumiu o papel de mediador das disputas entre os diferentes
grupos sociais e, valendo-se disso, criou impostos, estabeleceu uma moeda única e usou o
dinheiro arrecadado para montar um exército profissional assalariado. Com o
fortalecimento dos reis, completou-se o processo de formação das monarquias nacionais
Figura:https://pixabay.com/pt/rei europeias.
-coroa-cetro

1
JÚNIOR, Alfredo Boulos. 360° História sociedade & cidadania. Volume 1, 2.ed. São Paulo: Ftd,
2015.p.237.
FORMAÇÃO DAS MONARQUIAS NACIONAIS

FORMAÇÃO DA MONARQUIA FRANCESA


Durante muito tempo, o atual território francês esteve nas mãos de vários senhores, e o
rei era um deles.
HUGO CAPETO foi o primeiro monarca da DINASTIA CAPETÍNGIA (987-1328), sucedendo
o último rei carolíngio. Os primeiros reis dessa dinastia fortaleceram o princípio da
hereditariedade e, gradualmente, reafirmaram o poder real no território francês.
FELIPE AUGUSTO é um dos reis mais admirados e estudados da França medieval, não só
pela extensão do seu reinado, como também pelas importantes
vitórias militares, pelo aumento dos domínios diretos da coroa,
principalmente à custa dos reis da Inglaterra, e pelo fortalecimento da
Figura:HUGO CAPETO - https://www.diario-
universal.com/arquivo/aconteceu/hugo- monarquia contra o poder dos senhores feudais. É responsável pela
capeto/
recuperação e aumento do território real. Ele incorporou terras por meio
de compras, casamentos e de campanhas militares.
Seu sucessor, LUÍS IX, conhecido como “São Luís”, instituiu a moeda real em todo o
território, estimulando o comércio e o “direito de apelo”, pelo qual
todo o cidadão poderia apelar ao rei. Participou de duas cruzadas e
morreu na oitava Figura:FELIPE AUGUSTO -
http://www.loscataros.com/la-ruta/felipe-
Com FELIPE IV, O BELO, o processo de centralização chega ao auge. ii-augusto-rey-de-francia/305/40.html
Fortalecendo o poder real, exigiu que a igreja
também pagasse impostos, mas o Papa Bonifácio
VIII se opunha à cobrança e ameaçou Felipe IV de
excomunhão. Temeroso das consequências dessa
ação, o rei convocou pela primeira vez, em 1302,
os Estados Gerais, reunindo o clero, a nobreza e os
Figura:LUIS IX -
http://santossanctorum.blogspot.co comerciantes das cidades que aprovaram a sua
m.br/2010/09/sao-luis-de-
franca.html decisão.
Esses decidiram pela cobrança dos impostos clericais,
acirrando o conflito entre a coroa francesa e o papado.
Figura://ocatequista.com.br/blog/item/6684-papas-do-sec-xiv-o-
exilio-do-papado-em-avignon-e-a-excomunhao-dos-templarios

IMPORTANTE
Com a morte de Bonifácio VIII, em 1303, Felipe IV pressionou pela eleição de
um Papa francês, fazendo substituto de Bonifácio VIII o Papa Clemente V; e
para manter um controle mais rígido sobre o papado, Felipe IV transferiu
Clemente V de Roma para Avignon, no sul da França.

Figura://www.infoesc
ola.com/cristianismo/

O CATIVEIRO DE AVIGNON
Tinha início o período conhecido como o Cativeiro de Avignon, ou segundo cativeiro da Babilônia, que
durou de 1307 a 1377, em que sete papas se submeteram ao poder dos reis capetíngios.
Após a morte de GREGÓRIO XI, O ÚLTIMO PAPA DE AVIGNON, em 1377, um novo Papa foi escolhido em um
conclave de 16 cardeais. O cardeal de Bari, na Itália, passou a ser o Papa Urbano VI, que
pressionaria para que a sede do papado novamente se instalasse em Roma.
Só que outro grupo de cardeais não aceitou essa eleição e, em agosto de 1378, assinou um
documento tornando nula a eleição de Urbano VI.
Pouco mais de um mês depois, elegeram outro papa, o cardeal de Genebra, que passou a
se chamar Clemente VII, cuja sede do papado se mantinha em Avignon. Iniciou, assim, o

Figura://pt.wikipedia.org/wiki/Pa
pa_Greg%C3%B3rio_XI
FORMAÇÃO DAS MONARQUIAS NACIONAIS

período conhecido como O GRANDE CISMA DO OCIDENTE, dividindo a Igreja Católica europeia de 1378 a
1417.

Figura 2ARQUIVO - OFICINA DA HISTÓRIA-2018

Em Roma, Urbano VI era apoiado pelos Em Avignon, Clemente VII era apoiado por
ingleses, Sacro Império, Flandres e norte da diversos monarcas e pessoas de destaque na
Itália. Igreja (França, Nápoles, Castela, Aragão,
Lorena e Escócia).

Com a morte de Clemente VII, o PAPA BENEDITO XIII foi eleito, mas foi contestado por um colégio de
cardeais em Pisa, na Itália, que elegeu ALEXANDRE V. Este governou por um ano e teve como seu sucessor o
ANTIPAPA JOÃO XXIII, com sede em Piza (Itália).
Esse foi o cisma
dentro do cisma e
teve alcance
continental,
chegando a Igreja a
ter três papas, um
em Roma, outro em
Avignon, na França,
e por fim um em
Pisa, na Itália.

Figura://pt.wikipedia.org/wiki/Grande_Cisma_do_Ocidente

Para acabar com essa divisão que enfraquecia o poder político da Igreja, foi convocado o Concílio de
Constança (1414) para solucionar a crise dos três papas.
Em 1417, os católicos ocidentais escolheram apenas um novo nome, MARTINHO V, acabando com o Cisma
do Ocidente e retornando a sede do pontificado para Roma.

O Cisma do Ocidente levou a uma sucessão de papas nas duas cidades até o seu fim, em 1417, mas o
motivo de ter durado tanto tempo se deve também à disputa de poder entre os vários reinos europeus no
período, episódios que demonstram a intenção do Rei da França de controlar o poder da Igreja Católica e,
portanto, a fragilização da Igreja Católica diante do crescente poder Estatal.
FORMAÇÃO DAS MONARQUIAS NACIONAIS

FORMAÇÃO DA MONARQUIA INGLESA


Na Inglaterra, a centralização política foi iniciada com a conquista desse país pelos
normandos, liderados por GUILHERME, O CONQUISTADOR, DUQUE DA NORMANDIA,
que invade a Inglaterra e vence os saxões, em 1066, e se torna o primeiro rei da
Inglaterra. Guilherme exigiu a fidelidade de toda nobreza e proibiu guerras particulares
entre eles; dividiu o território em condados administrados por xerifes.

Mais tarde, HENRIQUE II deu início à DINASTIA


PLANTAGENETA 1154 -1399, dando continuidade à
centralização do poder, exigindo que todas as questões
fossem julgadas em tribunais reais.
Figura://pt.wikipedia.org/wiki/Guilh
erme_I_de_Inglaterra Seu filho, RICARDO CORAÇÃO DE LEÃO (1189-1199), passou
a maior parte do reinado nas cruzadas e
morreu voltando de uma delas, devido a uma
flechada no abdômen.
Como não tinha herdeiros, quem assumiu foi Figura://pt.infobiografias.com/biografia/18081
/Enrique-II-de-Inglaterra-.html

seu irmão, JOÃO I - SEM


TERRA (1199-1216) – que vai
ter um governo marcado por
uma política externa mal
conduzida.
João I aumenta os impostos
para cobrir gastos militares e
Figura:ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/2013-02-28/ perde os feudos que a família
possuía em território francês
para Felipe Augusto.
A nobreza se revolta e o obriga a assinar a MAGNA CARTA, em
1215 – ESSE DOCUMENTO LIMITAVA O PODER DOS REIS E DAVA
MAIS PODER AOS NOBRES, SENDO CONSIDERADO O INÍCIO DO Figura:://medium.com/history-unleashed/the-magna-carta-in-the-20th-
PARLAMENTARISMO INGLÊS, MAS, NA VERDADE, FOI century-dc5dda4f725d

ASSINADO APÓS UMA REVOLTA DOS NOBRES BARÕES, QUE


QUERIAM AUMENTAR O SEU PODER EM RELAÇÃO AO REI.
MAGNA CARTA
"Nenhum homem livre será preso, aprisionado ou privado de uma
propriedade, ou tornado fora da lei, ou exilado, ou de maneira
alguma destruído, nem agiremos contra ele ou mandaremos
alguém contra ele, a não ser por julgamento legal dos seus pares,
ou pela lei da terra."
Significa que o rei devia julgar os indivíduos conforme a lei,
seguindo o devido processo legal, e não segundo a sua vontade,
até então absoluta.
"A ninguém venderemos, a ninguém recusaremos ou atrasaremos
direito ou justiça." Figuras://boingboing.net/2017/1
Tais cláusulas representavam um freio ao poder do rei e o primeiro 1/06/800-years-ago-today.html
capítulo de um longo processo que levou à monarquia constitucional e ao
constitucionalismo.
FORMAÇÃO DAS MONARQUIAS NACIONAIS

Seguindo a linha sucessória, HENRIQUE III (1216-1272) desrespeitou a Magna Carta e


impôs uma nova cobrança de impostos, causando uma revolta na nobreza.
O grande conselho, já conhecido como parlamento, impõe uma reforma - PROVISÕES
DE OXFORD, 1258 - colocando o poder na mão da nobreza, fato que dá início a uma
guerra civil.
Com o rei preso, o líder da oposição, SIMON DE
MONTFORT, convoca o grande parlamento, incluindo
nobres, cavaleiros, gente do povo e a burguesia.

Montfort se tornou, de fato, governante da Inglaterra e


convocou a primeira eleição direta parlamentar na
Figura://www.laifi.com/laifi.php?id_laifi
=2906&idC=55287
Europa medieval.
Por essa razão, Montfort é conhecido hoje como um dos progenitores do
moderno parlamentarismo. Foi o primeiro parlamento inglês de caráter
nacional (1265).

Em 1265, ele foi derrotado e Figura://br.pinterest.com/pin/150729918752826962


morto pelo príncipe Eduardo, /
filho de Henrique III da Inglaterra, na Batalha de Evesham, e
Henrique III recuperou o poder.
Eduardo I (1272 -1307) foi obrigado a convocar regularmente
o parlamento devido às constantes guerras.

Por volta de 1350, o já fortalecido parlamento se divide em


duas câmaras:
CÂMARA DOS LORDES: Alta nobreza e alto
clero.
CÂMARA DOS COMUNS: Representantes da
burguesia e da pequena nobreza.
Figura://commons.wikimedia.org/wiki/File:A_Chronicle_of_England_-_Page_251_-
_Death_of_de_Montfort.jpg

IMPORTANTE
NESSAS DUAS NAÇÕES, O PODER POLÍTICO DOS REIS SÓ VAI ESTAR CONSOLIDADO APÓS A
GUERRA DOS CEM ANOS (1334 -1453), QUE ENFRAQUECEU OS SENHORES FEUDAIS E FACILITOU
O FORTALECIMENTO DO PODER NAS MÃOS DO REI.

FORMAÇÃO DA MONARQUIA PORTUGUESA


A formação da monarquia portuguesa está ligada
às guerras de reconquista, que tentaram expulsar
os muçulmanos da Península Ibérica.
Desde o século VIII, os árabes haviam dominado
boa parte do território ibérico em função da
expansão muçulmana, ocorrida no final da Alta
Idade Média, a partir do século XI, no contexto das
Cruzadas, os reinos cristãos que dominavam a
região norte formaram exércitos com o objetivo
de reconquistar as terras dos chamados “infiéis”.
Os reinos de Leão e Castela, Navarra e Aragão
juntaram forças para uma longa guerra, que
chegou ao fim somente no século XV e, nesse
processo, os reinos participantes dessa guerra
Figura://epaubel.blogspot.com.br/2017/07/reconquista-queda-do-isla-na-peninsula.html
FORMAÇÃO DAS MONARQUIAS NACIONAIS

buscaram o auxílio do nobre francês,


HENRIQUE DE BORGONHA.
Em troca, ele recebeu terras do
chamado Condado Portucalense e
casou-se com Dona Teresa, filha
ilegítima do rei de Leão.

Após a morte de Henrique de


Borgonha, seu filho, AFONSO
HENRIQUES, lutou pela autonomia
política do condado e a partir desse
momento, em 1139, a primeira
Figura://www.historiadeportugal.info/henriqu
e-de-borgonha/ dinastia monárquica (Borgonha) se Figura:kostadealhabaite.blogspot.com/2012/03/condado-portucalense-
queremos.html

consolidou no Condado Portucalense, dando continuidade ao processo de


expulsão dos muçulmanos.

IMPORTANTE – FEUDALISMO ÁTIPICO


As terras conquistadas eram diretamente controladas pela autoridade do rei,
que não concedia a posse hereditária dos feudos cedidos aos membros da
nobreza.

No ano de 1383, o trono português ficou sem herdeiros, com a morte do rei, DOM
FERNANDO.
Nesse momento, o reino de Castela tentou reivindicar o domínio das terras
lusitanas, apoiando o genro de Dom Fernando. Sentindo-se ameaçada, a
burguesia lusitana empreendeu uma resistência ao processo de anexação de
Figura:www.hirondino.com/historia-de-portugal/dom- Portugal, formando um exército próprio.
fernando-formoso/

Na BATALHA DE ALJUBARROTA, os burgueses

mil-castelhanos/
Figura : www.vortexmag.net/batalha-de-aljubarrota-7-mil-portugueses-contra-30-
venceram os castelhanos e, assim, conduziram
DOM JOÃO, MESTRE DE AVIS, Ao trono
português.
Essa luta –
Revolução de Avis –
marcou a ascensão
de uma nova
dinastia (AVIS),
comprometida com
os interesses da
burguesia lusitana.

FONTE:pt.wikipedia.org/wiki/Dinastia_de_Avis

IMPORTANTE
Com isso, o estado nacional português se fortaleceu, com o franco desenvolvimento das atividades
mercantis e a cobrança sistemática de impostos.
Tal associação promoveu o pioneirismo português na expansão marítima, que se deflagrou ao longo
do século XV.
FORMAÇÃO DAS MONARQUIAS NACIONAIS

FORMAÇÃO DA MONAQUIA ESPANHOLA

Figura:http://outlander-viajandonahistoria.blogspot.com.br/2013/11/formacao-das-monarquias-nacionais.html

Formação, também, no contexto das guerras de


reconquista. A partir do casamento dos “reis
católicos” – Fernando de Aragão e Isabel de Castela.

IMPORTANTE - 1492
A formação do estado moderno espanhol se
consolida com a tomada de Granada em 1492,
data que marca o início da expansão
ultramarina espanhola.

Figura:http://gladio.blogspot.com.br/2012/01/o-culminar-da-reconquista-tomada-de.html
FORMAÇÃO DAS MONARQUIAS NACIONAIS

FORMAÇÃO DO SACRO IMPÉRIO ROMANO GERMÂNICO


Dá-se o nome de Sacro Império à união de alguns territórios da
Europa Central durante o final da Idade Média e o início da
Idade Moderna.
Na verdade, este império era uma espécie de mosaico de
pequenos Estados, condados, ducados, principados e reinos
que se revezavam entre períodos de ampla autonomia e
outros de poder central maior.
Este poder central dependia da capacidade do imperador de
fazer alianças e exercer influências.
O imperador era geralmente escolhido pela nobreza do Sacro
Império e pela Igreja

ORIGENS
Localizado na França Oriental no território que pertencia ao
antigo IMPÉRIO CAROLÍNGIO que se extinguiu em 911 e, desde
então, passaram a existir dois projetos para esta região.
O projeto da nobreza era de autonomia local, já a Igreja,
defendia a manutenção do poder central que era característica
do Império Carolíngio.
Dessa forma, em 919, Henrique da Saxônia assumiu o trono
como Henrique I da Germânia, ele era reconhecido pelos
demais nobres da região, mas seu poder não podia ser
comparado com o dos carolíngios.
Henrique I morreu em 936 e foi
sucedido por seu filho Oto I que no
ano de 962 foi coroado pelo papa
João XII como Imperador do Sacro
Império Romano Germânico,
buscando uma espécie de
continuidade do Império Carolíngio.

QUERELA DAS INVESTIDURAS


Consolidado até o início do século XIX, esse novo império fortificou a influência da
Igreja sobre o Estado. Buscando a reversão deste quadro, Oto I criou diversos
bispados e abadias, e concedeu cargos religiosos aos nobres que o apoiasse. Essas
disputas entre Imperador e papa se prolongaram, dando origem a um conflito
longo denominado QUERELA DAS INVESTIDURAS, que se estendeu do século X ao
século XII.

O auge desse confronto ocorreu no século XI, principalmente


entre o imperador Henrique IV e o Papa Gregório VII. Tanto o
papa, quanto o imperador utilizavam-se das investiduras para
expandir sua influência no Sacro Império. O Papa Gregório VII,
buscando a independência da Igreja em relação ao poder
imperial, proibiu que as investiduras fossem feitas por leigos.
Henrique IV negou-se a reconhecer a autoridade do papa para
tal regra e seguiu utilizando-se do poder de investir seus aliados
em cargos eclesiásticos
FORMAÇÃO DAS MONARQUIAS NACIONAIS

Gregório VII excomungou Henrique IV, que teve


que pedir perdão ao papa pois liderava um
exército cristão.
Em 1077 o papa concedeu o perdão a Henrique,
que logo atacou Roma com as suas tropas, e entre
1077 e 1081, as forças do papa e do imperador se
enfrentaram, levando Gregório a fugir de Roma.
Essa situação só foi resolvida em 1122, quando o
papa Calisto II e o Imperador Henrique V
assinaram a CONCORDATA DE WORMS. Este
acordo determinou que a Igreja teria a
exclusividade na investidura de bispos, abades e
cardeais, mas o Imperador poderia vetar tais
escolhas, atuando mais como uma espécie de juiz

De certa forma, começavam a se


separar aqui os poderes temporal e
espiritual.
A rixa estabelecida entre os reis
germânicos e o pontífice romano
enfraqueceu a influência política de
ambos os lados, fortalecendo a
autoridade local dos nobres. Dessa
forma, vários pequenos Estados se
formaram, dando caráter simbólico
à autoridade do imperador do Sacro
Império Germânico.

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