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As viagens do soberano
> Lettres de Louis XI, roi de France, publicadas por J. Volsen e Et.
Charavay, tomo II (1461-1465), Paris, 1885.
* J. Jacquare, Frampis 1º, Paris, Fayard, 1981, pp. 88-99, 112-114,
251-253.
CAPÍTULO IV 109
O regresso ao territdrio
nho feito desde há quase três anos, foi possível verificar que
a unidade nacional se afirmou com brilho e sem nenhum in-
cidente, em torno da França e da República [..1» No ano
anterior, após três dias extenuantes passados na Alsácia, Robert
Schumann confortara-o acerca do seu propósito: «Está cansa-
do, fez um grande esforço, mas é uma boa aposta.» O desti-
no da nação, mas também a fadiga, o dom de si mesmo à
multidão, mas também o sentido burguês do investimento:
estes elementos não são contraditórios, e se as viagens de
Auriol não os impõem, não se conclua que não têm impor-
tância e grandeza. Num momento em que a autoridade do
Estado, que ele encarna, está debilitada, a peregrinação pre-
sidencial reencontra, como que por instinto, o velho recurso
real do espaço. Este socialista, filho do povo republicano, i
terá ficado, sem dúvida, feliz com este comentário de um
operário ao seu filho, durante a passagem do cortejo oficial
em Calais: «Queres saber o que é um presidente? Leste na
história que houve os reis de França? Ora bem o presidente,
é o rei de uma Republica.» A função da viagem perpetua-
-se assim até aos nossos dias. Transformou-se, adaptou-se,
empobreceu-se rtalvez. Os presidentes da Quinta República,
alids superinvestidos de poderes constitucionais, conservaram
no entanto o hábito de percorrer em todos os sentidos um
país que a partir de certa altura passou a estar reduzido a
metrépole. Acentuaram-no, e é dos confins da província que
gostam de divulgar, dramatizando-as, as suas opções e oOS
seus grandes projectos. Destas visitas conduzidas a passo rápido,
espartilhadas pelo protocolo, não retiram, claro está, nenhum
conhecimento novo. Limitada ao essencial, a viagem do po-
der enuncia-se hoje sob o signo de uma constatação recíproca.
Ao soberano republicano compete verificar se tudo está em
ordem em toda a parte; De Gaulle, combinando humor
retórica, teve o génio destes truísmos esplêndidos — «Saúd
Fécamp, porto de mar que pretende continuar a sê-lo», ol
ainda: «Lyon nunca foi tão lionês'.» Espera-se ainda do pows
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