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FORMAÇÃO DAS MONARQUIAS NACIONAIS

INTRODUÇÃO
Hoje é comum ouvirmos um europeu dizendo “eu sou francês”, “sou inglês” ou “sou
português”, mas nem sempre foi assim. Na Europa do ano 1000, por exemplo, isso soaria
estranho, pois os estados nacionais, como França, Inglaterra ou Portugal, ainda não
haviam se formado.
Naqueles tempos, a pessoa que nascesse em uma aldeia, vila ou cidade, se considerava
membro daquela comunidade, não mais que isso. A partir do século XI, essa situação
começou a mudar.1

FORMAÇÃO DAS MONARQUIAS NACIONAIS

A partir do século XI, assistiu-se, no Ocidente europeu, o revigoramento do


comércio e das cidades e o surgimento de um novo grupo social, a
BURGUESIA, formada basicamente por artesãos e mercadores.

Entretanto, a existência de nobres com direito de cunhar sua própria moeda e


de cobrar taxas de quem passasse por seu domínios, encarecia as
orianova.blogspot.com.br/ mercadorias, dificultando os negócios da burguesia.
mercial-e-urbano-e.html

Os burgueses, então, se aproximam do


rei em busca de proteção e ajuda. O rei,
por sua vez, interessado nos impostos
pagos pela burguesia, passou a favorecê-
la.

Ao mesmo tempo, com o fracasso das


cruzadas, muitos nobres voltaram do
Oriente empobrecidos; outros morreram
pelo caminho ou em combate, o que
causou o desaparecimento de muitas
Figura 1: ARQUIVO-OFICINA DA HISTÓRIA -2018
linhagens nobres. O norte francês, região
que forneceu grande número de cruzadas, foi uma das regiões que mais perderam nobres.

Enfraquecida, a nobreza também se aproximou do rei, visando conseguir cargos na corte,


postos no exército real e ajuda militar contra revoltas camponesas. Os camponeses, por sua
vez, passaram a ver o rei como alguém capaz de protegê-los contra os abusos da nobreza.

Assim, aos poucos, o rei assumiu o papel de mediador das disputas entre os diferentes
grupos sociais e, valendo-se disso, criou impostos, estabeleceu uma moeda única e usou o
dinheiro arrecadado para montar um exército profissional assalariado. Com o fortalecimento
dos reis, completou-se o processo de formação das monarquias nacionais europeias.
Figura:https://pixabay.com/pt/
rei-coroa-cetro

FORMAÇÃO DA MONARQUIA FRANCESA

1
JÚNIOR, Alfredo Boulos. 360° História sociedade & cidadania. Volume 1, 2.ed. São Paulo: Ftd,
2015.p.237.

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FORMAÇÃO DAS MONARQUIAS NACIONAIS

Durante muito tempo, o atual território francês esteve nas mãos de vários senhores, e o rei era um deles.
HUGO CAPETO foi o primeiro monarca da DINASTIA CAPETÍNGIA (987-1328), sucedendo o último rei
carolíngio. Os primeiros reis dessa dinastia fortaleceram o princípio da hereditariedade e, gradualmente,
reafirmaram o poder real no território francês.
FELIPE AUGUSTO é um dos reis mais admirados e estudados da França medieval, não só pela extensão do
seu reinado, como também pelas importantes vitórias militares, pelo aumento dos domínios diretos da
coroa, principalmente à custa dos reis da Inglaterra, e pelo fortalecimento da monarquia contra o poder dos
senhores feudais. É responsável pela recuperação e aumento do território real. Ele
CAPETO - https://www.diario-
m/arquivo/aconteceu/hugo-incorporou terras por meio de compras, casamentos e de campanhas militares.

Seu sucessor, LUÍS IX, conhecido como “São Luís”, instituiu a moeda real em todo o
território, estimulando o comércio e o “direito de apelo”, pelo qual todo o cidadão
poderia apelar ao rei. Participou de duas cruzadas e morreu na oitava
Com FELIPE IV, O BELO, o processo de centralização chega ao auge. Fortalecendo o poder Figura:FELIPE AUGUSTO -
http://www.loscataros.com/la-ruta/felipe-ii-
real, exigiu que a igreja também pagasse impostos, mas o Papa Bonifácio VIII se opunha augusto-rey-de-francia/305/40.html

à cobrança e ameaçou Felipe IV de excomunhão. Temeroso das


consequências dessa ação, o rei convocou pela primeira vez, em
1302, os Estados Gerais, reunindo o clero, a nobreza e os
comerciantes das cidades que aprovaram a sua decisão.
Esses decidiram pela cobrança dos impostos
X-
ssanctorum.blogspot.co clericais, acirrando o conflito entre a coroa francesa
09/sao-luis-de-
e o papado.
Figura://ocatequista.com.br/blog/item/6684-papas-do-se
exilio-do-papado-em-avignon-e-a-excomunhao-dos-templ

IMPORTANTE
Com a morte de Bonifácio VIII, em 1303, Felipe IV pressionou pela eleição de
um Papa francês, fazendo substituto de Bonifácio VIII o Papa Clemente V; e
para manter um controle mais rígido sobre o papado, Felipe IV transferiu
Clemente V de Roma para Avignon, no sul da França.

Figura://
www.infoescola.com/

O CATIVEIRO DE AVIGNON
Tinha início o período conhecido como o Cativeiro de Avignon, ou segundo cativeiro da Babilônia, que
durou de 1307 a 1377, em que sete papas se submeteram ao poder dos reis capetíngios.
Após a morte de GREGÓRIO XI, O ÚLTIMO PAPA DE AVIGNON, em 1377, um novo Papa foi escolhido em um
conclave de 16 cardeais. O cardeal de Bari, na Itália, passou a ser o Papa Urbano VI, que pressionaria para
que a sede do papado novamente se instalasse em Roma.
Só que outro grupo de cardeais não aceitou essa eleição e, em agosto de 1378, assinou um documento
tornando nula a eleição de Urbano VI.
Pouco mais de um mês depois, elegeram outro papa, o cardeal de Genebra, que passou a se chamar
Clemente VII, cuja sede do papado se mantinha em Avignon. Iniciou, assim, o período conhecido como O
GRANDE CISMA DO OCIDENTE, dividindo a Igreja Católica europeia de 1378 a 1417.

://pt.wikipedia.org/wiki/
Greg%C3%B3rio_XI

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FORMAÇÃO DAS MONARQUIAS NACIONAIS

Em Roma, Urbano VI era apoiado pelos Em Avignon, Clemente VII era apoiado por
ingleses, Sacro Império, Flandres e norte da diversos monarcas e pessoas de destaque na
Itália. Igreja (França, Nápoles, Castela, Aragão,
Lorena e Escócia).

Com a
morte
de

Figura 2ARQUIVO - OFICINA DA HISTÓRIA-2018

Clemente VII, o PAPA BENEDITO XIII foi eleito, mas foi contestado por um colégio de cardeais em Pisa, na
Itália, que elegeu ALEXANDRE V. Este governou por um ano e teve como seu sucessor o ANTIPAPA JOÃO
XXIII, com sede em Piza (Itália).
Esse foi o cisma dentro do cisma e teve alcance continental, chegando a Igreja a ter três papas, um em
Roma, outro em Avignon, na França, e por fim um em Pisa, na Itália.

Para acabar com essa divisão que enfraquecia o poder político da Igreja, foi convocado o Concílio de
Constança (1414)
para solucionar a
crise dos três papas.
Em 1417, os católicos
ocidentais
escolheram apenas
um novo nome,
MARTINHO V,
acabando com o
Cisma do Ocidente e
retornando a sede do
pontificado para
Roma.

O Cisma do Ocidente levou a uma sucessão de papas nas duas cidades até o seu fim, em 1417, mas o
motivo de ter durado tanto tempo se deve também à disputa de poder entre os vários reinos europeus no
período, episódios que demonstram a intenção do Rei da França de controlar o poder da Igreja Católica e,
portanto, a fragilização da Igreja Católica diante do crescente poder Estatal.
FORMAÇÃO DA MONARQUIA INGLESA
Na Inglaterra, a centralização política foi iniciada com a conquista desse país pelos normandos, liderados por
GUILHERME, O CONQUISTADOR, DUQUE DA NORMANDIA, que invade a Inglaterra e vence os saxões, em
1066, e se torna o primeiro rei da Inglaterra. Guilherme exigiu a fidelidade de toda nobreza e proibiu guerras
particulares entre eles; dividiu o território em condados administrados por xerifes.

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FORMAÇÃO DAS MONARQUIAS NACIONAIS

Mais tarde, HENRIQUE II deu início à DINASTIA PLANTAGENETA 1154 -1399, dando continuidade à
centralização do poder, exigindo que todas as questões fossem julgadas em tribunais reais.
.wikipedia.org/wiki/
_I_de_Inglaterra Seu filho, RICARDO CORAÇÃO DE LEÃO (1189-1199), passou a maior parte do reinado nas cruzadas e morreu
voltando de uma delas, devido a uma flechada no abdômen.
Como não tinha herdeiros, quem assumiu foi seu irmão, JOÃO I - SEM TERRA (1199-1216) – que vai ter um
governo marcado por uma política externa mal conduzida.
João I aumenta os impostos para cobrir gastos militares e perde os Figura://pt.infobiografias.com/biografia/
18081/Enrique-II-de-Inglaterra-.html
feudos que a família possuía em território francês para Felipe
Augusto.
A nobreza se revolta e o obriga a assinar a MAGNA CARTA, em 1215 – ESSE
DOCUMENTO LIMITAVA O PODER DOS REIS E DAVA MAIS PODER AOS NOBRES,
SENDO CONSIDERADO O INÍCIO DO
PARLAMENTARISMO INGLÊS, MAS, NA
VERDADE, FOI ASSINADO APÓS UMA
REVOLTA DOS NOBRES BARÕES, QUE
segundo.ig.com.br/ciencia/2013-02-28/
QUERIAM AUMENTAR O SEU
PODER EM RELAÇÃO AO REI.
MAGNA CARTA Figura:://medium.com/history-unleashed/the-magna-carta-in-the-20th-
"Nenhum homem livre será preso, aprisionado
century-dc5dda4f725d
ou privado de uma
propriedade, ou tornado fora da lei, ou exilado, ou de maneira
alguma destruído, nem agiremos contra ele ou mandaremos
alguém contra ele, a não ser por julgamento legal dos seus pares,
ou pela lei da terra."
Significa que o rei devia julgar os indivíduos conforme a lei,
seguindo o devido processo legal, e não segundo a sua vontade,
até então absoluta.
"A ninguém venderemos, a ninguém recusaremos ou atrasaremos
direito ou justiça." Figuras://boingboing.net/
Tais cláusulas representavam um freio ao poder do rei e o primeiro 2017/11/06/800-years-ago- today.html
capítulo de um longo processo que levou à monarquia constitucional e ao
constitucionalismo.

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FORMAÇÃO DAS MONARQUIAS NACIONAIS

Seguindo a linha sucessória, HENRIQUE III (1216-1272) desrespeitou a Magna Carta e


impôs uma nova cobrança de impostos, causando uma revolta na nobreza.
O grande conselho, já conhecido como parlamento, impõe uma reforma - PROVISÕES
DE OXFORD, 1258 - colocando o poder na mão da nobreza, fato que dá início a uma
guerra civil.
Com o rei preso, o líder da oposição, SIMON DE
MONTFORT, convoca o grande parlamento, incluindo
nobres, cavaleiros, gente do povo e a burguesia.

Montfort se tornou, de fato, governante da Inglaterra e


convocou a primeira eleição direta parlamentar na
Figura://www.laifi.com/laifi.php?
id_laifi=2906&idC=55287
Europa medieval.
Por essa razão, Montfort é conhecido hoje como um dos progenitores do
moderno parlamentarismo. Foi o primeiro parlamento inglês de caráter
nacional (1265).

Em 1265, ele foi derrotado e Figura://br.pinterest.com/pin/


morto pelo príncipe Eduardo, 150729918752826962/
filho de Henrique III da Inglaterra, na Batalha de Evesham, e
Henrique III recuperou o poder.
Eduardo I (1272 -1307) foi obrigado a convocar regularmente
o parlamento devido às constantes guerras.

Por volta de 1350, o já fortalecido parlamento se divide em


duas câmaras:
CÂMARA DOS LORDES: Alta nobreza e alto
clero.
CÂMARA DOS COMUNS: Representantes da
burguesia e da pequena nobreza.
Figura://commons.wikimedia.org/wiki/File:A_Chronicle_of_England_-_Page_251_-
_Death_of_de_Montfort.jpg

IMPORTANTE
NESSAS DUAS NAÇÕES, O PODER POLÍTICO DOS REIS SÓ VAI ESTAR CONSOLIDADO APÓS A
GUERRA DOS CEM ANOS (1334 -1453), QUE ENFRAQUECEU OS SENHORES FEUDAIS E FACILITOU
O FORTALECIMENTO DO PODER NAS MÃOS DO REI.

FORMAÇÃO DA MONARQUIA PORTUGUESA


A formação da monarquia portuguesa está ligada
às guerras de reconquista, que tentaram expulsar
os muçulmanos da Península Ibérica.
Desde o século VIII, os árabes haviam dominado
boa parte do território ibérico em função da
expansão muçulmana, ocorrida no final da Alta
Idade Média, a partir do século XI, no contexto das
Cruzadas, os reinos cristãos que dominavam a
região norte formaram exércitos com o objetivo
de reconquistar as terras dos chamados “infiéis”.
Os reinos de Leão e Castela, Navarra e Aragão
juntaram forças para uma longa guerra, que
chegou ao fim somente no século XV e, nesse
processo, os reinos participantes dessa guerra Figura://epaubel.blogspot.com.br/2017/07/reconquista-queda-do-isla-na-peninsula.html

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FORMAÇÃO DAS MONARQUIAS NACIONAIS

buscaram o auxílio do nobre francês,


HENRIQUE DE BORGONHA.
Em troca, ele recebeu terras do
chamado Condado Portucalense e
casou-se com Dona Teresa, filha
ilegítima do rei de Leão.

Após a morte de Henrique de


Borgonha, seu filho, AFONSO
HENRIQUES, lutou pela autonomia
política do condado e a partir desse
momento, em 1139, a primeira
Figura://www.historiadeportugal.info/
henrique-de-borgonha/ dinastia monárquica (Borgonha) se Figura:kostadealhabaite.blogspot.com/2012/03/condado-portucalense-
queremos.html
consolidou no Condado Portucalense,
dando continuidade ao processo de expulsão dos muçulmanos.

IMPORTANTE – FEUDALISMO ÁTIPICO


As terras conquistadas eram diretamente controladas pela autoridade do rei,
que não concedia a posse hereditária dos feudos cedidos aos membros da
nobreza.
No ano de 1383, o trono português ficou sem herdeiros, com a morte do rei, DOM
FERNANDO.
Nesse momento, o reino de Castela tentou reivindicar o domínio das terras
lusitanas, apoiando o genro de Dom Fernando. Sentindo-se ameaçada, a
burguesia lusitana empreendeu uma resistência ao processo de anexação de
Figura:www.hirondino.com/historia-de-portugal/dom- Portugal, formando um exército próprio.
fernando-formoso/

Na BATALHA DE ALJUBARROTA, os burgueses Figura : www.v


venceram os castelhanos e, assim, conduziram mil-castelhanos

DOM JOÃO, MESTRE DE AVIS, Ao trono


português.
Essa luta – Revolução de Avis – marcou a
ascensão de uma
nova dinastia
(AVIS),
comprometida com
os interesses da
burguesia lusitana.

FONTE:pt.wikipedia.org/wiki/Dinastia_de_Avis

IMPORTANTE
Com isso, o estado nacional português se fortaleceu, com o franco desenvolvimento das atividades
mercantis e a cobrança sistemática de impostos.
Tal associação promoveu o pioneirismo português na expansão marítima, que se deflagrou ao longo
do século XV.
FORMAÇÃO DA MONAQUIA ESPANHOLA

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FORMAÇÃO DAS MONARQUIAS NACIONAIS

Formação, também, no contexto das guerras de reconquista. A

Figura:http://outlander-viajandonahistoria.blogspot.com.br/2013/11/formacao-das-monarquias-nacionais.html

partir do casamento dos “reis católicos” – Fernando


de Aragão e Isabel de Castela.
IMPORTANTE - 1492
A formação do estado moderno espanhol se
consolida com a tomada de Granada em 1492,
data que marca o início da expansão
ultramarina espanhola.

Figura:http://gladio.blogspot.com.br/2012/01/o-culminar-da-reconquista-tomada-de.html

FORMAÇÃO DO SACRO IMPÉRIO ROMANO GERMÂNICO

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Dá-se o nome de Sacro Império à união de alguns


territórios da Europa Central durante o final da
Idade Média e o início da Idade Moderna.
Na verdade, este império era uma espécie de
mosaico de pequenos Estados, condados,
ducados, principados e reinos que se revezavam
entre períodos de ampla autonomia e outros de
poder central maior.
Este poder central dependia da capacidade do
imperador de fazer alianças e exercer influências.
O imperador era geralmente escolhido pela
nobreza do Sacro Império e pela Igreja

ORIGENS
Localizado na França Oriental no território que
pertencia ao antigo IMPÉRIO CAROLÍNGIO que se
extinguiu em 911 e, desde então, passaram a
existir dois projetos
para esta região. QUERELA DAS INVESTIDURAS
O projeto da nobreza Consolidado até o início do século XIX, esse novo império fortificou a influência da
era de autonomia Igreja sobre o Estado. Buscando a reversão deste quadro, Oto I criou diversos
local, já a Igreja, bispados e abadias, e concedeu cargos religiosos aos nobres que o apoiasse. Essas
defendia a disputas entre Imperador e papa se prolongaram, dando origem a um conflito
manutenção do poder longo denominado QUERELA DAS INVESTIDURAS, que se estendeu do século X ao
século XII.
central que era
característica do Império
Carolíngio.
Dessa forma, em 919,
Henrique da Saxônia
assumiu o trono como
Henrique I da Germânia, ele era reconhecido pelos demais nobres da região, mas
seu poder não podia ser comparado com o dos carolíngios.
Henrique I morreu em 936 e foi sucedido por seu filho Oto I que no ano de 962 foi
coroado pelo papa João XII como Imperador do Sacro Império Romano Germânico,
buscando uma espécie de continuidade do Império Carolíngio.

O auge desse confronto ocorreu no século XI, principalmente entre o imperador


Henrique IV e o Papa Gregório VII. Tanto o papa, quanto o imperador utilizavam-se
das investiduras para expandir sua influência no Sacro Império. O Papa Gregório VII,
buscando a independência da Igreja em relação ao poder
imperial, proibiu que as investiduras fossem feitas por leigos.
Henrique IV negou-se a reconhecer a autoridade do papa para
tal regra e seguiu utilizando-se do poder de investir seus aliados
em cargos eclesiásticos

Gregório VII excomungou Henrique IV, que teve que pedir


perdão ao papa pois liderava um exército cristão.

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Em 1077 o papa concedeu o perdão a Henrique, que logo atacou Roma com as suas tropas, e entre 1077 e
1081, as forças do papa e do imperador se enfrentaram, levando Gregório a fugir de Roma.
Essa situação só foi resolvida em 1122, quando o papa Calisto II e o Imperador Henrique V assinaram a
CONCORDATA DE WORMS. Este acordo determinou que a Igreja teria a exclusividade na investidura de
bispos, abades e cardeais, mas o Imperador poderia vetar tais escolhas, atuando mais como uma espécie
de juiz

De certa forma, começavam a se


separar aqui os poderes temporal e
espiritual.
A rixa estabelecida entre os reis
germânicos e o pontífice romano
enfraqueceu a influência política de
ambos os lados, fortalecendo a
autoridade local dos nobres. Dessa
forma, vários pequenos Estados se
formaram, dando caráter simbólico
à autoridade do imperador do Sacro
Império Germânico.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARRUDA, José Jobson de; PILETTI, Nelson. Toda a História: História geral e história do Brasil. 6.ed. São Paulo:
Ática, 1996.

COTRIM, Gilberto. História Global Brasil e Geral. 8.ed. São Paulo: Saraiva, 2005.

JÚNIOR, Alfredo Boulos. 360° História sociedade & cidadania. Volume 1, 2.ed. São Paulo: Ftd, 2015.

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FORMAÇÃO DAS MONARQUIAS NACIONAIS

JÚNIOR, Alfredo Boulos. 360° História sociedade & cidadania. Volume 2, 2.ed. São Paulo: Ftd, 2015.

JÚNIOR, Alfredo Boulos. 360° História sociedade & cidadania. Volume 3, 2.ed. São Paulo: Ftd, 2015.

WRIGHT, Edmund; LAW, Jonathan. Dicionário de História do Mundo. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.

QUESTÕES
1- (FUVEST) No processo de formação dos Estados Nacionais da França e da Inglaterra podem ser
identificados os seguintes aspectos:
a) fortalecimento do poder da nobreza e retardamento da formação do Estado Moderno
b) ampliação da dependência do rei em relação aos senhores feudais e à Igreja
c) desagregação do feudalismo e centralização política
d) diminuição do poder real e crise do capitalismo comercial
e) enfraquecimento da burguesia e equilíbrio entre o Estado e a Igreja

2-Os Estados Nacionais Português e Espanhol só se consolidaram efetivamente a partir do século XV. A
formação desses dois Estados, que se localizam na Península Ibérica, está relacionada diretamente:

a) à aliança com holandeses, que venderam os seus domínios para ambos os Estados.
b) à expulsão dos muçulmanos da Península Ibérica.
c) ao acordo com o califado de Córdoba, que cedeu territórios para a criação desses Estados.
d) ao acordo com o Império Romano, que até então dominava a região.
e) à Reforma Protestante, que mudou completamente os hábitos religiosos da Península Ibérica.

3- (UEPA/2001)
“No século XII, os cristãos europeus já haviam retomado uma grande parte da Península, e a reconquista
prosseguiu (...) Todavia, os árabes só foram expulsos definitivamente da Península Ibérica no final do século
XV, com a tomada de Granada”.
MARTINS, José Roberto Ferreira.História.V. 2 . São Paulo: FTD: 1995.
Nesse contexto, destaca-se:
a) A formação do Estado Português em uma parte das terras retomadas das mãos dos árabes.
b) O enfraquecimento econômico do Reino Português, que teve perdas territoriais durante a Guerra.
c) A tomada de Granada que foi decisiva para a união política de Portugal e Castela.
d) A unificação dos reinos cristãos ibéricos de Castela, Aragão, Navarra e Leão.
e) A expansão marítima de Castela, primeiro Estado Moderno a se formar na Europa.

4- (UEPB/1999) Do ponto de vista político, a transição da sociedade feudal para a sociedade moderna foi
caracterizada
a) pela luta do clero e da aristocracia para manter seus privilégios.
b) pela associação de interesses dos grupos burgueses em ascensão e das monarquias interessadas em
retomar efetivamente o poder.
c) pela manutenção dos privilégios do clero e da aristocracia por parte dos reis, ao mesmo tempo em qu
permitia à burguesia acumular capitais e parcelas do poder.
d) pela diminuição do poder de intervenção da Igreja nos assuntos internos das monarquias em formação.
e) por todas as alternativas citadas.

5-(PUC SP/2007) “Nos tempos de São Luís, as hordas que surgiam do leste provocam terror e angústia
mundo cristão. O medo do estrangeiro oprime novamente as populações. No entanto, a Europa soubera
digerir e integrar os saqueadores normandos. Essas invasões tinham tornado menos claras as fronteiras
entre o mundo pagão e a cristandade e estimulado o crescimento econômico. A Europa, então terra juvenil,
em plena expansão, estendeu-se aos quatro pontos cardeais, alimentando-se, com voracidade, das culturas

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exteriores. Uma situação muito diferente da de hoje, em que o Velho Continente se entrincheira contra a
miséria do mundo para preservar suas riquezas.”.
Georges Duby. Ano 1000 ano 2000. Na pista de nossos medos. São Paulo: Editora da Unesp, 1998, p. 50-51

Luís IX (ou São Luís) governou a França de 1226 a 1270. Podem-se associar as “hordas [bandos de bárbaros
ou de desordeiros] que surgiam do leste” aos:
a) hunos que, liderados por Átila a partir de 433, avançaram violentamente até as penínsulas
Balcânica e Itálica.
b) grupos de nômades oriundos do Império Romano do Ocidente, no momento de sua desintegração, na
segunda metade do século V.
c) mongóis que, vindos da Ásia, atingiram, até 1250, a Hungria e a Polônia, devastando as terras por onde
passavam.
d) grupos de africanos trazidos das colônias portuguesas do litoral atlântico para o trabalho escravo nos
séculos XVI e XVII.
e) vikings que, após realizarem invasões e saques, se integraram, no século X, à cultura e ao comércio da
Europa mediterrânea

6-(UFAL/2014) O Estado Moderno é fruto da própria fragmentação do mundo feudal. Os poderes dos
senhores feudais sobre as terras proporcionavam uma força fragmentada sem um núcleo, cada feudo
possuía sua autonomia política o que dificultava o poder centralizado do rei.
Disponível em: http://www.primeiroconceito.com.br. Acesso em: 9 dez. 2013 (adaptado).
A emergência do estado moderno foi o fruto de vários aspectos da Baixa Idade Média, que possibilitaram o
crescente poder do rei com o apoio da burguesia comercial. Para centralizar maior poder, o Estado
monárquico buscou
a) atender as reivindicações dos senhores feudais, que formavam a base de sustentação da nobreza, sem a
qual o poder do rei desapareceria.
b) alianças com os servos para se contrapor a crescente força da nobreza feudal, que ameaçava o controle
real sobre as terras dos feudos.
c) o controle sobre questões de ordem fiscal, jurídica e militar. Em outros termos, o rei deveria ter
autoridade e legitimidade suficientes para criar leis, formar exércitos e decretar impostos.
d) conquistar novas terras, incorporando territórios vizinhos as suas posses e redistribuindo as novas terras
com os senhores feudais.
e) se afastar dos interesses dos senhores feudais, centralizando sua atenção no atendimento das
necessidades do povo, uma forma de ganhar o apoio popular.

7-Qual importância teve a criação da Assembleia dos Estados Gerais por Felipe IV, o Belo, para a
consolidação da Monarquia Nacional Francesa?

a) isentou os comerciantes da cobrança de impostos, deixando-os livres da influência do rei.


b) garantiu ao rei a imposição de sua figura política sobre as demais instâncias da sociedade.
c) isentou a Igreja Católica de ter que prestar tributos à coroa.

d) resolveu o problema da falta de distribuição de terras no campo.


e) deu legitimidade política à burguesia.

8-(Unesp) No Século XIII, os barões ingleses, contando com o apoio de alguns mercadores e religiosos,
sublevaram-se contra as pesadas taxas e outros abusos. O rei João Sem Terra acabou aceitando as exigências
dos vassalos sublevados e assinou a Magna Carta. Pode-se afirmar que o documento apresenta importante
legado do Mundo Medieval porque
a) reafirmava o princípio do poder ilimitado dos monarcas para fixar novos tributos.
b) freou as lutas entre os cavaleiros e instituiu o Parlamento, subdividido em duas Câmaras.
c) assegurava antigas garantias a uma minoria privilegiada, mas veiculava princípios de liberdade política.

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d) limitou as ambições políticas dos papas, mesmo tratando-se de um contrato feudal.


e) proclamava os direitos e as liberdades do homem do povo, através de 63 artigos.

9-(UNESP) No século XIII, os barões ingleses, contando com o apoio de alguns mercadores e religiosos,
sublevaram-se contra as pesadas taxas e outros abusos. O Rei João Sem Terra acabou aceitando as exigências
dos vassalos sublevados e assinou a Magna Carta. Pode-se afirmar que o documento apresenta importante
legado do mundo medieval por que:
a) reafirmava o princípio do poder limitado dos monarcas para fixar novos tributos.
b) freou as lutas entre os cavaleiros e instituiu o Parlamento subdividido em duas Câmaras.
c) assegurava antigas garantias a uma minoria privilegiada, mas veiculava princípios de liberdade política.
d) limitou as ambições políticas dos papas, mesmo tratando-se de um contrato feudal.
e) proclamava os direitos e as liberdades do homem do povo, através de 63 artigos.

10- (Mackenzie) Sobre a Carta Magna inglesa de 1215, é correto afirmar que:
a) foi assinada pelo rei João Sem Terra, consolidando a separação entre a Inglaterra e o Papa, tornando-o
chefe da Igreja.
b) determinou que os bens da Igreja passariam às mão da nobreza inglesa que apoiava o rei João Sem Terra,
instituindo a monarquia constitucional.
c) proclamou o rei João Sem Terra, Lorde Protetor da Inglaterra, Escócia e Irlanda, desencadeando uma onda
de nacionalismo extremado.
d) foi imposta pela nobreza inglesa ao rei João Sem Terra, limitando o poder real e obrigando-o a respeitar os
direitos tradicionais de seus vassalos.
e) criou o Parlamento inglês bicameral constituído pelas câmaras dos lordes e dos comuns, impondo ao rei
João Sem Terra a declaração de Direitos "Bill of Rights".

GABARITO
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A B A E C C B C A D

PROF. MAX DANTAS www.oficinadahistória.com.br

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