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PROGRAMA DE CATEQUESE:

1- Introdução
Cristo é o Cabeça e o fundador da Igreja. A Igreja é entidade divino-humana.
Catequese (do latim tardio catechesis, por sua vez do grego κατήχησις, também derivado
do verbo κατηχέω que significa "instruir a viva voz") é a parte principal do rito de
iniciação cristã, em que a pessoa iniciada ouve o anúncio do Evangelho. Portanto, a
catequese e as celebrações formam uma unidade no processo de iniciação à vida cristã.
Nos primórdios do Cristianismo a catequese durava cerca de 1 ano, e culminava com
o Batismo na Páscoa.
Os ensinamentos da Igreja Ortodoxa derivam de duas fontes: As Sagradas
Escrituras (Antigo Testamento e Novo Testamento) e a Santa Tradição, os
ensinamentos do Santos Apóstolos, não-escritos, foram transmitidos oralmente por
inspiração do Espírito Santo e chegou até nós na forma da Santa Tradição.
A Igreja Ortodoxa é a fé dos Patriarcas, a Fé dos Apóstolos, a Fé dos Profetas, a Fé
dos Mártires, a Fé dos Santos, é a Fé Ortodoxa sem mácula e sem inovações.
A palavra Igreja, vem do grego ecclesia que significa assembleia. Reunião no caso, de
cristãos, com objetivo de louvar ao Senhor.
Início: Pentecostes (ver At 2: 1-11; e Jo 7: 37-52; 8, 12)
Pentecostes para os judeus. Era uma celebração de agradecimento a Deus pela colheita
realizada pelos judeus cinqüenta dias após a Páscoa. A data também homenageia a
memória do dia em que Moisés recebeu as Tábuas com as Leis Sagradas, conhecidas
por Torah.
At 2: 1-11
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Tendo-se completado o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. 2De repente,
veio do céu um ruído como o agitar-se de um vendaval impetuoso, que encheu toda a casa onde se
encontravam. 3Apareceram-lhes, então, línguas como de fogo, que se repartiam e que pousaram sobre
cada um deles. 4E todos ficaram repletos do Espírito Santo .....

Jo 7: 37-52; 8, 12
37
No último dia da festa, o mais solene, Jesus, de pé, disse em alta voz: "Se alguém tem sede, venha a
mim e beba, 38aquele que crê em mim!" Conforme a palavra da Escritura: De seu seio jorrarão rios de
água viva. 39Ele falava do Espírito que deviam receber aqueles que tinham crido nele; pois não havia
ainda Espírito, porque Jesus ainda não fora glorificado. ......
2 -Desenvolvimento da Igreja
Apóstolos fundam Igrejas:
 S. Tiago (irmão do Senhor, o filho de Alfeu) – Jerusalém
 São Pedro – Antioquia
 São Marcos - Alexandria

1
 São Pedro e São Paulo – Roma
 S. Paulo e Barnabé - Chipre
 Santo André – Constantinopla
 São Tomé – Índia
 São Judas Tadeu – Armênia e Geórgia
 São João – funda Igreja em Éfeso
2- Configuração atual das Igrejas Ortodoxasi
DÍPTICO DA SANTA IGREJA ORTODOXA AUTOCÉFALA DA POLÔNIA
1. Sua Omni-Santidade: BARTHOLOMEU, Arcebispo de Constantinopla – Nova Roma,
Patriarca Ecumênico da Santa e Grande Igreja de Cristo. (Primus inter pares)
2. Sua Santidade, Beatitude e Reverência: THEODOROS II, Papa e Patriarca da Grande
Cidade de Alexandria, Líbia, Pentápolis, Etiópia, Egito e Toda a África, Pai dos Pais,
Senhor dos Senhores, Arquihierarca dos Arquihierarcas, o Décimo - Terceiro Apóstolo
do Senhor, e Juiz Universal.
3. Sua Beatitude: JOÃO X, Patriarca da Grande Cidade de Deus de Antioquia, da Síria,
Arábia, Cilícia, Ivéria, Mesopotâmia, Anatólia e todo Oriente.
4. Sua Beatitude: THEÓFILOS III, Patriarca da Cidade Santa de Jerusalém e toda a
Palestina, da Síria, Arábia, Jordânia, Canaã, Galiléia e do Santo Monte Sião.
5. Sua Santidade: KIRILL, Patriarca de Moscou e todas as Rússias.
6. Sua Santidade: ELIAS II, Arcebispo de Mizdeta, Metropolita de Tbilissi, Catholicos e
Patriarca de toda Geórgia.
7. Sua Santidade: PORFÍRIO, Arcebispo de Peć, Metropolita de Belgrado e Karlovci, e
Patriarca de toda a Sérvia. (entronizado em 19/02/2021)
8. Sua Beatitude: DANIEL, Arcebispo de Bucareste, Metropolita da Ungaro-Valáquia, e
Patriarca de toda a Romênia.
9. Sua Santidade: NEÓFITO, Metropolita de Sofia e Patriarca de toda a Bulgária.
10. Sua Beatitude: CRISÓSTOMO II, Arcebispo de Nova Justiniana e todo o Chipre.
11. Sua Beatitude: HIERONYMOS II, Arcebispo de Atenas e toda a Grécia.
12. Sua Beatitude: SAVAS, Metropolita de Varsóvia e toda Polônia.
13. Sua Beatitude: ANASTÁSIO, Arcebispo de Tirana e Durresa e toda a Albânia.
14. Sua Beatitude: ROSTISLAV, Arcebispo de Praga e Metropolita de todo o território
Tcheco e Eslováquia.
15. Sua Beatitude: TIKHON, Arcebispo de Washington, D.C. e Metropolita dos Estados
Unidos da América e Canadá
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IGREJAS ORTODOXAS AUTÔNOMAS
1. Sua Beatitude: DAMIÃO, Arcebispo do Sinai, Farum e Raithu.
2. Sua Beatitude: LEO, Arcebispo de Karelia e de toda a Finlândia.
3. Sua Beatitude: DANIEL, Arcebispo de Tóquio e Metropolita de todo o Japão.
4. Sua Beatitude ONUFRY, Metropolita de Kiev e toda Ucrânia.

IGREJA ORTODOXA AUTOCÉFALA DA POLÔNIA


O Primaz Sua Beatitude Beatíssima o Senhor Dom S A W A Metropolita de Varsóvia e
Toda Polônia, Primaz da Santa Igreja Ortodoxa Autocéfala da Polônia.
O Santo Sínodo Sua Beatitude, Beatíssima SAWA (SAVAS) Metropolita de Varsóvia e
Toda da Polônia
Sua Excelência, Reverendíssima ABEL Arcebispo de Lublin e Chełm
Sua Excelência, Reverendíssima JAKUB (TIAGO) Arcebispo de Bialystok e Gdańsk
Sua Excelência, Reverendíssima JERZY (JORGE) Arcebispo de Wrocław e Szczecin Bispo
Ortodoxo das Forças Armadas.
Sua Excelência, Reverendíssima PAISJUSZ (PAÍSSIOS) Arcebispo de Przemyśl e Gorlice
Sua Excelência, Reverendíssima GRZEGORZ (GREGÓRIO) Arcebispo de Bielsk
Sua Excelência, Reverendíssima ATANAZY Bispo de Łódź e Poznań
Sua Excelência, Reverendíssima PAWEL (PAULO) Bispo de Hajnówka
Sua Excelência, Reverendíssima ANDRZEJ (ANDRÉ) Bispo de Supraśl
Sua Excelência, Reverendíssima WARSONOFIUSZ Bispo de Siemiatycze.
No Brasil:
Sua Excelência, Reverendíssima Dom CHRISÓSTOMO Arcebispo de Rio de Janeiro e
Olinda-Recife
Sua Excelência, Reverendíssima o Dom AMBRÓSIO Bispo de Recife Bispo Vigário do
Bispo de Rio de Janeiro e Olinda-Recife.
3- A Igreja
1. Estrutura: Átrio, Nave, Iconostase, Santuário, Batistério, diaconia, sala de
paramentação e salão de ágapes.

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Exemplo de uma iconostase
2. Lamparinas.
3. Ícones
4. Incenso // turíbulo
5. Sinos
6. E número variável de cúpulas: 1 (Deus Único), 3 (Santíssima Trindade), 5 (Cristo
e os 4 Evangelistas), 9 (hierarquias celestes) e 12 (Os doze apóstolos).
7. A igreja deve estar orientada para o leste (nascer do Sol)
Santuário onde fica o altar (leste)


8. Comportamento na Igreja:

- Os fieis devem estar bem vestidos ou de maneira simples, mas recatada, decente.
Tanto os homens como as mulheres. A ida à Igreja é um encontro de amor com Cristo,
Santíssima Trindade assim como com a Virgem, os Santos, os Anjos e Arcanjos.
- As mulheres devem usar saias ou vestidos e cobrir a cabeça com um véu, conforme I
Co 11, 13 “Julgai vós mesmos: é decente que uma mulher reze a Deus sem estar coberta com véu? “.
- Os homens, ao contrário, não deverão usar dentro da Igreja nem chapéus, nem bonés
nem gorros, nada que lhes cubra a cabeça.
- É importante distinguir o masculino e o feminino.
- Relação com os bispos e padres (forma de cumprimentar e se referir)
- Não se pede a benção a um padre na frente de um bispo.
- Os fieis devem se inclinar nos momentos em que o Bispo ou o padre dão uma benção.
- NÃO USAR CELULAR DURANTE OS OFÍCIOS.
- Ao entrar na Igreja venerar os ícones e manter-se em silêncio. Aproveitar para rezar
antes do início dos ofícios também é recomendável.
- Não se usa nenhum tipo de instrumento musical nos ofícios ortodoxos, a voz humana
basta.
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- Não criticar nem chamar a atenção de outros fieis que estejam cometendo algum erro,
deve-se alertar o bispo ou o padre.
- Não cumprimentar os fieis que cheguem atrasados, enquanto a Sagrada Liturgia está
em andamento.
- A Sagrada Liturgia começa com a Entrada Pontifical do Bispo:
- Às 8:30 (Liturgia às 9:00) ou às 9:30 (Liturgia às 10:00 h) Início das Horas
Canônicas (Tércia e Sexta)

Momentos nos quais os fiéis devem permanecer em pé durante os Ofícios:


9. Orações iniciais
10. Litanias
11. Pai Nosso
12. Símbolo da Fé (Credo)
13. Leitura do Evangelho
14. Acatiste da Mãe de Deus
15. Pequena e Grande Doxologia (em Matinas)
16. Pequena e Grande Entrada (na Liturgia)
17. Durante as Bênçãos dadas pelo Bispo ou presbítero.

Dogmas da Igreja e principais documentos e textos


18. Credo (Símbolo de Niceia (325)-Constantinopla (381))
*Creio em um só Deus, Pai todo Poderoso, Criador do Céu e da Terra e de todas as coi
visíveis e invisíveis.
*Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, o Filho unigênito de Deus, gerado do Pai antes de todos
séculos. Luz de Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado não criado, consubstancial
Pai, por Quem todas as coisas foram feitas.
*E que por nós homens, e para nossa salvação desceu dos Céus, encarnou do Espírito Santo e
Virgem Maria e Se fez Homem.
*E Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos, padeceu e foi sepultado.
*E que ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras,
*e subiu aos Céus e está sentado à direita do Pai.
*E que novamente virá com glória, para julgar os vivos e os mortos; e o Seu Reino não terá fim
*Creio no Espírito Santo. Senhor vivificante, que procede do Pai, e com o Pai e o Filho é adora
e glorificado, e que falou pelos Profetas. (Filioque)
*Creio na Igreja, Una, Santa, Católica e Apostólica.
*Confesso um só Batismo para a remissão dos pecados.
*Espero a ressurreição dos mortos
*e a vida do século que há de vir. Amém!
19. Pai Nosso
“Pai nosso que estás nos Céus, santificado seja o Teu nome, venha a nós o Teu Reino,
seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dá
hoje, perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores,
e não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do Mal”. Amém.
20. Cânones dos 7 Concílios Ecumênicos.
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21. Ícones e afrescos em Igrejas e catacumbas
22. Textos dos Padres da Igreja (São Basílio, o Grande, São João Crisóstomo, São
João Damasceno.....São João Clímaco, São Gregório Palamas, Santo Inácio de
Antioquia...)
23. Didaquê.
4- Ciclos Litúrgicos
O Grande Ciclo da Vida
A vida de um cristão ortodoxo pode ser vista como sendo composta de 5 ciclos. O
primeiro de todos abrange a vida inteira do homem, do nascimento à morte e que
consiste de ações litúrgicas que não podem ser repetidas, ocorrendo apenas uma vez no
período da vida de uma pessoa, são: o Santo Batismo, o Santo Crisma e o Ofício fúnebre.
Em acréscimo, também pertencem a este grande ciclo, os sacramentos ou bênçãos
sacramentais, que conferem uma graça especial para um ofício particular ou vocação
com a comunidade. São eles o Santo Matrimônio, a Tonsura monástica e as Santas
Ordens.
O Ciclo Diário
Um outro grande ciclo que envolve a vida inteira de um cristão ortodoxo é o ciclo diário
de orações e louvores oferecidos pela Igreja uma vez a cada 24 horas. Estes ofícios
expressam nossas lembranças de eventos que aconteceram em determinadas horas e
contém petições relevantes a essas memórias. Na antiguidade considerava-se que o dia
litúrgico começava com o pôr-do-sol e até hoje a Igreja adota este ritmo.
Primeira hora (6:00 h até às 9:00 h);
Terceira hora (9:00 h até às 12:00 h),
Sexta hora (12:00 h até às 15:00 h) e
Nona hora (15:00 até às 18:00 h).
Os ofícios ficariam, assim, divididos para cada parte do dia:
- noite: Pequenas Completas ou Grandes Completas na Grande Quaresma
- madrugada: Ofício da Meia-noite, Matinas, e 1ª Hora canônica.
- manhã: 3ª e 6ª Horas canônicas, Sagrada Liturgia (ou Typika).
- tarde: 9ª Hora canônica e Vésperas.
A divisão acima é a mais comum nos Mosteiros ortodoxos, concentrando na
madrugada (manhã) e ao cair da noite ofícios deixando o dia para os trabalhos
rotineiros. Entretanto, cada mosteiro ou paróquia pode estabelecer sua rotina de
ofícios.

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A Sagrada Liturgia frequentemente é incluída neste ciclo diário, sendo
normalmente celebrada após a Sexta hora. Frequentemente tratada como parte deste
ciclo diário, a Sagrada Liturgia em um sentido teológico e místico, na realidade fica fora
do tempo cronológico, uma vez que também serve como ponto de contato com o eterno,
onde seus participantes são transportados a um ponto fora do tempo “onde não há
passado, presente nem futuro, mas apenas o eterno Agora”. Nos dias em que não se
celebra a Sagrada Liturgia, o Ofício de Typika é celebrado em seu lugar.
O Ciclo Semanal
Cada dia do ciclo semanal é dedicado a certas memórias e comemorações especiais:
- O domingo é dedicado à Ressurreição de Cristo (pequena Páscoa).
- A segunda-feira honra os Santos Poderes Celestes Incorporais (Anjos, Arcanjos, etc).
- A terça-feira é dedicada aos profetas e especialmente ao maior dos profetas, São João
Batista, o Precursor.
- A quarta-feira é consagrada à Cruz e a lembrança da traição de Judas.
- A quinta-feira venera os Santos Apóstolos e Hierarcas, especialmente São Nicolau,
bispo de Mira em Lícia.
- A sexta-feira também é dedicada à Cruz e rememora a Crucifixão de Cristo.
- O sábado é dedicado a Todos os Santos, especialmente a Mãe de Deus, e à memória
todos aqueles que partiram desta vida na esperança da ressurreição e da vida eterna.
O Ciclo Anual das Festas Móveis
O ciclo anual das Festas Móveis está centrado na Festa da Páscoa e é chamado móvel
por que a data da Páscoa, a Festa das Festas, desloca-se para frente ou para trás a cada
ano. As Festas que estão incluídas neste ciclo são: o Domingo de Ramos (o Domingo
anterior à Páscoa), a Festa da Ascensão de Nosso Senhor Jesus Cristo (40º dia após a
Páscoa) e a Festa do Pentecostes (Descida do Espírito Santo sobre os apóstolos - 50º
dia após a Páscoa).
O Ciclo Anual das Festas Fixas
Cada dia do ano é dedicado à memória de um evento particular ou de Santos e estas
memórias sempre caem na mesma data a cada ano. Assim, em honra de cada evento ou
Santo, cânticos especiais são acrescentados aos hinos usuais e orações do dia.
As Grandes Festas
Entre as Festas anuais da Igreja, um lugar de honra especial pertence à Festa das Festas,
à Santa Páscoa. A seguir em importância vêm as 12 Grandes Festas, que podem ser
divididas em dois grupos: Festas do Senhor e Festas da Mãe de Deus.
Grandes Festas do Senhor:
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1. Exaltação Universal da Venerável e Vivificante Cruz – 14/27 de setembro.
2. Natividade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Natal – 25/07 de janeiro.
3. Teofania de Nosso Senhor Deus e Salvador Jesus Cristo – 06/19 de janeiro.
4. Entrada de Nosso Senhor Jesus Cristo em Jerusalém (Domingo de Ramos, domingo
anterior à Páscoa).
5. Ascensão de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (40 dias após a Páscoa).
6. Descida do Espírito Santo (Santo Pentecostes – 50 dias após a Páscoa).
7. Transfiguração de Nosso Senhor Deus e Salvador Jesus Cristo (6/19 de agosto).

Grandes Festas da Mãe de Deus:


1. Natividade da Santíssima Theotókos – 08/21 de setembro.
2. Apresentação da Santíssima Virgem Maria no Templo – 21/04 de dezembro.
3. Santo Encontro ou Apresentação de Nosso Senhor Jesus Cristo no Templo –
02/15 de fevereiro.
4. Anunciação da Santíssima Virgem Maria, a Theotókos – 25/07 de abril.
5. Dormição da Santíssima Virgem Maria, a Theotókos – 15/28 de agosto.
Obs.: Algumas festas possuem dias de ante-Festa e dias de Pós-Festa, conforme
indicado no Calendário Litúrgico (ver abaixo).
CATEGORIAS DAS FESTAS
1ª Categoria: Festas que possuem dias de ante-festa e pós-festa e na
véspera é celebrada a Vigília com Lítia. Nesta categoria além
das 12 Grandes Festas incluem-se mais algumas festas, que não
possuem dias de ante-festa e pós-festa mas celebra-se a Vigília
com Lítia. O Típikon assinala estas festas com uma cruz
vermelha dentro de um círculo. Toda a festa é realizada
segundo indicações do Menaia ou do Triódio e não do Octoecos.
2ª Categoria: Festas que não possuem dias de ante-festa e pós-festa mas é
celebrada Vigília e Liturgia no dia. No cânon das matinas,
ocorrem em primeiro lugar os textos da festa e em segundo
lugar os da Mãe de Deus. O Típikon assinala a Festa com
semicírculo com uma cruz dentro.

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3ª Categoria: Festas nas quais não são celebradas Vigílias. Entretanto, no
oficio de Vésperas o catisma 1 é cantado como nas Vigílias de
sábado à noite, procissão de entrada com incenso e leitura de
três Parimias e os estiquera do Salmo do Lucernário são 8, a
oração de Simeão é cantada. Os ofícios de Matinas possuem
polieleos e leitura do Evangelho, cânon com 8 estiquera e
abrem-se as portas no início da Grande Doxologia que é cantada
e todas as luzes são acessas neste momento. O Típikon assinala
estas festas com uma cruz vermelha.
4ª Categoria:Vésperas comuns, catisma normal e 6 estikera nos Salmos do
Lucernário, a oração de Simeão é lida. Nas Matinas cânon com 6
estikera e Pequena Litania após os catismas. A Grande
Doxologia é cantada com abertura das Portas Reais. O Tipikon
as assinala com o símbolo, em vermelho.
5ª Categoria: Vésperas comuns, conforme categoria anterior. Nas Matinas,
sem pequenas Litanias após os catismas e cânon com 6
estiquera

5- RESUMO DOS OFÍCIOS DA IGREJA ORTODOXA:


 Horas Canônicas (Prima, Tércia, Sexta e Nona)
 Vésperas (Vésperas Comuns e Grandes Vésperas)
 Completas (Pequenas Completas e Grandes Completas (na Grande Quaresma))
 Matinas (Matinas Comuns e Grandes Matinas)
 Vigílias (Grandes Vésperas + Grandes Matinas, celebradas na véspera das
Grandes Festas e aos domingos (sábado à noite)
 Sagradas Liturgias:
1. Sagrada Liturgia segundo São João Crisóstomo, ao longo do ano e fora da
Grande Quaresma.
2. Sagrada Liturgia segundo São Basílio:
Dias em que se celebra a Liturgia de São Basílio: A Liturgia de S. Basílio é celebrada 10
vezes por ano: Vigílias do Natal e da Teofania, salvo se elas caem no sábado e no
Domingo; nos dias de Natal e da Teofania se elas caírem em um domingo ou 2ª feira
Dia de São Basílio....................................................................................................01 Jan. (14 Jan.)
Festa do Natal (se cair num domingo ou 2ªFeira) ...................................25 Dez. (07 Jan.)
Festa da Teofania (se cair num domingo ou 2ªFeira).............................06 Jan. (19 Jan.)
05 Domingos da Grande Quaresma
Quinta-feira Santa – Última Ceia do Senhor – Instituição da Eucaristia.
Vigília de Natal (Se não cair num sábado ou domingo)
Vigília da Teofania (Se não cair num sábado ou domingo)
3. Sagrada Liturgia dos Dons Pré-Santificados, segundo São Gregório, o
Grande; celebrada às quartas e sextas-feiras da Grande Quaresma
Quarta/ Sexta Feira da 1ª Semana da Quaresma –
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Quarta/ Sexta Feira da 2ª Semana da Quaresma –
Segunda/ Quarta/Sexta Feira da 3ª Semana da Quaresma –
Quarta/Sexta Feira da 4ª Semana da Quaresma. –
Segunda/ Quarta/ Quinta/Sexta Feira da 5ª Semana da Quaresma –
Quarta/ Sexta Feira da 6ª Semana da Quaresma –
Segunda/Terça / Quarta-Feira Santa (Semana Santa)
4. Sagrada Liturgia de São Tiago: de São Tiago - 23 Out. (5 Nov.)
 Typika – quando não é possível celebrar a Sagrada Liturgia.
 Panikida – ofício para os defuntos ortodoxos.
 Molebien – ofício de intercessão a Cristo, à Virgem Maria ou algum santo. Pode ter
o cunho de ação de graças também.

6- SEMANAS COMPLETAS (sem jejum nem abstinência)


Semana do Filho Pródigo
Semana da Tirofagia (*)
Semana da Páscoa (Jubilosa)
Semana após o Pentecostes
Festividades do Natal.- 25 Dez (07 Jan.) a 04 Jan (17 Jan.)(**)
(*) exceto a carne vermelha – (**) até a Vigília da Teofania
7- JEJUNS:
 Jejum monástico (não comentaremos aqui)
 Jejum dos fieis leigos
Quartas-feiras e sextas-feiras: sem carne.
Grande Quaresma: retira-se carne e todos os laticínios, ovos, peixe é permitido
exceto às quartas e sextas feiras.
Demais quaresmas: nas quartas e sextas-feiras: além da carne retira-se todos os
laticínios, e todo produto de origem animal.
 As Quaresmas
As quaresmas são períodos que antecedem a algumas grandes Festas (Natal,
Páscoa, Dormição da Virgem, Festa de São Pedro e São Paulo) em que somos chamados
a refletir sobre nossos pecados e paixões. E pelos jejuns recomendados podemos
realizar uma ascese espiritual, melhorar e aperfeiçoar as nossas almas. A Santa Igreja

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Ortodoxa, em sua plena sabedoria, conserva o jejum como uma das armas do combate
ascético cotidiano.
Durante o ano litúrgico quatro períodos estendidos de abstinência, que podemos
chamar de Quaresmas são prescritos:
- Grande Quaresma, quarenta dias que antecedem à Páscoa.
-Quaresma dos Santos Apóstolos S. Pedro e São Paulo – inicia na 2ªFeira imediatamente
após o 1ºDomingo após o Pentecostes e vai até 12/07)
- Quaresma da Dormição da Virgem – inicia no dia da Procissão da Venerável e
Vivificante Cruz em 01/14 de agosto e vai até 28/08.
- Quaresma de Natal –inicia no dia 15/28 de novembro dia posterior à Festa de São
Felipe até a 07/01.
O Jejum se torna alicerce no caminho da paciência, do controle. Da aceitação da vontade
de Deus, dias em que se vive, de fato o ser cristão (ser resoluto em tomar a cruz e seguir
o Senhor de nossas vidas Jesus de Nazaré). A Cruz nada mais é do que o gradual
conhecimento de que a paciência pela paz conduz, conduz ao perdão.
- Prostrações: Grande metanoia e pequena metanoia.
É recomendável a confissão nestes períodos, no mínimo.
 Calendários
Calendário Juliano (de uso na Igreja Ortodoxa): O calendário juliano foi organizado pelo
sábio Sosígenes de Alexandria, no ano 46 a.C., e que deve o seu nome a uma
homenagem ao imperador romano Júlio Cesar. Apresenta uma diferença de 13 dias em
relação ao Calendário Gregoriano. Assim 25 de dezembro no calendário Gregoriano
corresponde no calendário Juliano a 07 de janeiro.
Calendário Gregoriano: O calendário gregoriano é um calendário de origem europeia,
utilizado oficialmente pela maioria dos países. Foi promulgado pelo Papa Gregório XIII
(1502–1585) a 24 de Fevereiro do ano 1582 pela bula Inter gravíssimas em
substituição do calendário juliano implantado pelo líder romano Júlio César (100–44
a.C.) em 46 a.C.
Calendário Litúrgico – Editado pela Igreja anualmente, contém as indicações das
leituras diárias e os santos venerados a cada dia. As indicações de Festas e Pós-Festas, o
início e final das Quaresmas, das semanas completas e dias de jejum rigoroso. É
recomendável que os fieis possuam uma cópia do Calendário Litúrgico do ano corrente
para acompanhar o ritmo das festas, quaresmas, dias de jejum rigoroso e eventos
litúrgicos da vida da Igreja.
 O Sinal da Cruz

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A tradição ortodoxa diz, que primeiro é devido colocar a mão no ombro direito e depois no esquerdo, a
católica-romana diz o contrário. Explanação sobre este tema nos dá Uspieńskij B. A. no livro “ Krestonje
znamienije i sakralnoje prostranstwo”.
Na tradição ortodoxa o cristão coloca a mão, ao fazer o sinal da cruz, primeiro no lado direito, depois no
lado esquerdo. Porém, quando faz em alguém o sinal da cruz – abençoa da esquerda para a direita. Recebendo a
benção recebe o sinal da cruz primeiro no ombro direito e depois no esquerdo. Na tradição ocidental a benção
de outra pessoa é realizada nesta mesma sequência, isto é, ao contrário do que faz sobre si mesmo.
Na tradição da Igreja Ocidental até o Concílio de Trento (1545-1563) era permitida ambas as práticas.
Finalmente, foi adotada pelo papa Pio V (1566-1572) a prática de execução do sinal da cruz com todos os dedos
na sequência: testa, barriga, ombro esquerdo e ombro direito.
A tradição grega permaneceu inalterada, em relação a isso (ombro direito – ombro esquerdo).
O lado direito sempre é considerado (associado) como correto, normal, favorável, propício. Fazer o sinal
da cruz do lado direito para o lado esquerdo podemos entender como a vitória sobre Satã, a defesa contra o
pecado. É, também, repetição daquilo o que o catecúmeno recebe do sacerdote na benção.
O homem quando faz o sinal da Cruz sobre si mesmo une-se a Deus, recebe as boas energias da graça
Divina, torna-se objeto da ação da força da Cruz.
A execução do sinal da Cruz abrange conteúdos dogmáticos. A colocação dos dedos na testa simboliza a
permanência de Deus nos céus e o nascimento de Cristo de Deus Pai (no Credo: “....nascido do Pai antes de
todos os séculos...”). A colocação da mão na barriga expressa a descida dos céus à terra (“...desceu dos Céus. E
encarnou pelo Espírito Santo, no seio de Maria Virgem e Se fez Homem...”). A elevação da mão para o ombro
direito corresponde às palavras: (“...e subiu aos Céus, onde está sentado à direita de Deus Pai”) e para o ombro
esquerdo significa a separação dos bons dos maus (bons para o lado direito e os maus para o lado esquerdo)
(“De novo há de vir, cheio de glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu Reino não terá fim”). Tal explicação
encontramos em muitos teólogos (entre outros Máximo, Grego (1470-1555), Pedro Damasceno; Laurêncio e
Estevão de “Zyzania” na obra de 1596).
A execução do sinal da cruz do lado direito para o lado esquerdo expressa o triunfo de Deus sobre Satã,
vitória sobre a morte, confissão, declaração de fé, expressão de verdades dogmáticas, comunicação do homem
com Deus, permanência sob a Sua proteção, defesa do homem frente à ação das forças do mal.
Apresentando em forma de imagem a execução do sinal da Cruz na tradição ortodoxa podemos
representar como a abaixo:






1- Em nome do Pai.
2- Do Filho
3- Do Espírito
4- Santo. Amém!

Os cristãos ortodoxos se prostram nas orações, depois de entrar na igreja, durante os


ofícios, antes e depois das refeições, antes e depois de qualquer trabalho. Através do sinal da
Cruz confessamos a fé em Jesus Cristo e na Santíssima Trindade e concordamos com Sua
vontade.
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Com a inclinação da cabeça e as prostrações durante as orações expressamos nossa
humildade e submissão a Deus.

Os três dedos simbolizam a Santíssima Trindade: Deus-Pai, Deus-Filho e Deus-Espírito


Santo.

Os dois dedos simbolizam as duas naturezas de Cristo, Divina e humana.

Os dedos no sinal da Cruz devem estar colocados juntos.


Padre Aleksy Andrejuk
 Os Sacramentos
 Batismo
 Crisma
 Eucaristia
 Matrimônio
 Penitência (Confissão); pelo menos 4 vezes ao ano, nas Quaresmas.
 Ordens (Sacerdócio)
 Unção dos enfermos
 Os Livros litúrgicos
 Menaion: Do grego Menaion (mês; plural, Menaea). Conjunto de livros em número de doze,
um para cada mês, que contém as partes próprias das Grandes Festas e as partes fixas e
próprias dos Santos do ano litúrgico.
 Octoecos: Do grego octoechos (de octo, oito e echos, tom), livro litúrgico que contém os
vários hinos dos ofícios divinos que vão desde o Domingo de Todos os Santos (1º Domingo
após o Pentecostes) até ao domingo que antecede o Domingo do Fariseu e do Publicano (10º
Domingo antes da Páscoa), altura em que é introduzido o Triódio, livro que contém os ofícios
litúrgicos da Quaresma até ao Domingo de Páscoa. É atribuída a São João Damasceno a
composição da maior parte dos hinos contidos no Octoecos.
 Triódio de Quaresma – Livro de ofícios litúrgicos que contém todos os textos
pertinentes à Grande Quaresma, e assim chamado por que os cânones de Matinas
normalmente possuem apenas três odes. O livro abrange o período que vai do Domingo
do Fariseu e o Publicano e termina no Grande Sábado Santo. Seu uso substitui o do
Octoecos, exceto para os Hinos Triádicos, o primeiro catisma-poético e os Photagogika,
que são impressos como adendos ao Triódio. A característica dominante desses textos é
seu aspecto penitencial, a Quaresma que é proposta aos fiéis para que eles se
purifiquem e se preparem para as solenidades da Paixão e da Ressurreição do Salvador.
 Triódio Pascal ou Pentecostário – encontra-se neste livro os textos utilizados desde a
Páscoa e até ao domingo que se segue ao de Pentecostes, Domingo de Todos os Santos
(nele se encontram essas duas festas). Os textos exprimem antes de tudo a alegria
pela Ressurreição do Salvador, que torna possível a ressurreição do gênero humano. Os
diversos temas evocados ao longo deste período esclarecem, cada qual à sua maneira,
o mistério da Redenção e Salvação, onde a obra se completa com a Ascensão e o
Pentecostes.
 Apóstolo (contém as Epístolas, Prokimenons e Aleluias lidos nos ofícios
litúrgicos)
 Evangeliário (com os textos (perícopes) dos Evangelhos lidos nos ofícios
litúrgicos)
 Calendário Litúrgico
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 Livro de orações (de uso pessoal pelos fiéis)
Mateus -116 perícopas
Marcos – 71 perícopas
Lucas – 114 perícopas
João - 67 perícopas
 Objetos Litúrgicos:
 Cálice
 Patena
 Asterisco
 Lança
 Colher
 Galheteiras (para a água e o vinho)
 Incenso
 Turíbulo

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 Véus: 2 pequenos e 1 grande
 Cruz de Benção
 Antimênsion (indispensável para a celebração de uma Sagrada
Liturgia)
 Evangeliário

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 As cores e seu uso litúrgico
 Branco: cor usada nas festas do Senhor: Páscoa, Ascensão,
Transfiguração e Natal.
 Verde: na Festa de Pentecostes, no Domingo de Ramos e nas festas de
grandes ascetas e místicos.
 Vermelho: cor usada nas Festas da Exaltação da Santa Cruz e na festa
da Procissão da Venerável Cruz; nas festas de mártires.
 Azul: cor usada nas Festas da Theotókos.
 Dourado: pode ser usada na Festa do Natal e ao longo do ano fora da
Grande Quaresma
 Roxo: cor usada durante a Grande Quaresma.

 A Oração
 Czotki (termo usado pelos eslavos) ou kombuskini (termo usado pelos
gregos - cordão de oração)

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 Oração individual (em casa) e oração coletiva (na Igreja)
 Oração de Jesus ou Oração do coração (A oração de Jesus tem sua origem em
textos dos Evangelhos (Mt 15, 22, da mulher cananéia; Mt 20, 30, dos cegos de
Jericó e Lc 18, 13 da oração do publicano), provavelmente, passou a ser
adotada pelos monges dos desertos do Egito (Nítria e Tebaida) tendo-se tornado
conhecida a partir de S. Macário do Egito (300-390) que foi mestre de Evágrio
Pôntico. Evoluiu por várias formas até chegar a forma atualmente conhecida):

“Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus Vivo, tem piedade de mim pecador”
 Pai Nosso
 Oração ao Espírito Santo
 Oração à Virgem Maria
 Louvor // Agradecimento // Súplica
 Oração pelos vivos e pelos nascidos para os céus (falecidos)
 Pela paz; pelo fim da fome; pelos doentes de um modo geral; pela cura das
doenças.
 As Sagradas Escrituras
Nós cristãos ortodoxos no referimos aos textos da chamada Bíblia (do grego
conjunto de livros) como Sagradas Escrituras (do Antigo e do Novo Testamento). A
igreja Ortodoxa utiliza os textos da chamada Septuaginta. Septuaginta é o nome da

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versão da Bíblia hebraica traduzida em etapas para o grego koiné, entre o século III a.C.
e o século I a.C., em Alexandria.
Dentre outras tantas, é a mais antiga tradução da bíblia hebraica para o grego. A
tradução ficou conhecida como a Versão dos Setenta (ou Septuaginta, palavra latina que
significa setenta, ou ainda LXX), pois setenta e dois rabinos [1] (seis de cada uma das
doze tribos) trabalharam nela e, segundo a tradição, e teriam completado a tradução
em setenta e dois dias (provavelmente é uma lenda).
A Septuaginta, desde o século I, é a versão clássica da Bíblia hebraica para os
cristãos de língua grega e foi usada como base para diversas traduções da Bíblia.
A Septuaginta inclui alguns livros não encontrados na bíblia hebraica. Muitas
bíblias da Reforma Protestante seguem o cânone judaico e excluem estes livros
adicionais. Entretanto, católicos romanos incluem alguns destes livros em seu cânon e
as Igrejas ortodoxas usam todos os livros conforme a Septuaginta.
Há diferentes bíblias cristãs. O número de livros depende da tradição a qual uma
versão se apoia. Para os católicos a Bíblia é composta de 73 livros, sendo 46 do Antigo
Testamento e 27 do Novo. A Bíblia dos protestantes tem, porém, 66 livros: 39 do Antigo
e 27 do Novo Testamento. No Novo Testamento, os livros escritos a partir de Cristo, são
iguais em todas as bíblias. A diferença se encontra nos livros do Antigo Testamento, os
textos escritos antes do nascimento de Cristo.
Do Antigo Testamento, a Bíblia dos protestantes exclui 7 livros, os assim
chamados “deuterocanônicos” (denominados “apócrifos” pelos protestantes): Tobias,
Judite, Sabedoria, Eclesiástico (ou Sirácides, Sabedoria de Sirac), Baruque, I Macabeus e
II Macabeus, e alguns trechos nos livros de Ester e de Daniel. Esses livros originalmente
foram escritos em grego e, baseados numa decisão tomada no período da igreja
nascente (final do primeiro século), não foram incluídos na lista dos livros
considerados inspirados pelos judeus. Os cristãos, todavia, usavam tais escritos.
Provavelmente por isso a comunidade hebraica, que precisava criar uma identidade
autônoma dos cristãos, decidiu excluí-los do seu cânon. Os cristãos durante 1500 anos
usaram os 73 livros. Porém, por ocasião da Reforma promovida por Martinho Lutero,
esses livros foram considerados pelos protestantes como não inspirados (Lutero não os
retirou da edição de sua Bíblia, embora não equiparasse o seu valor ao dos outros
livros). Mais tarde as edições protestantes da Bíblia excluíram definitivamente esses
textos, enquanto que para a igreja católica eles continuam válidos e tem o valor de
palavra inspirada.
Entre as igrejas cristãs ortodoxas há outras versões da Bíblia que além dos livros
citados incluem outros dois livros de Esdras, outros dois dos Macabeus, a Oração de
Manassés, e alguns capítulos a mais no final do livro dos Salmos (um nas Bíblias das
igrejas de tradição grega, cóptica, eslava e bizantina, e cinco nas Bíblias das igrejas de
tradição siríaca). (fonte Wikipédia)

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A veneração dos ícones –veneramos o que está representado nos ícones (Cristo, a
Virgem, Festas e os Santos), e não o ícone em si, o objeto.
Oração aos Santos – Oramos aos Santos para que intercedam por nós junto a Cristo.

Oração e ofícios pelos defuntos – oramos pelos defuntos para que Deus perdoe os seus
pecados e tenha piedade deles e lhes conceda uma sentença favorável no julgamento
final.
 DIAS DE COMEMORAÇÃO DA MEMÓRIA DOS DEFUNTOS
Sábado anterior ao Domingo do Carnaval
Sábado da 2ª Semana da Grande Quaresma
Sábado da 3ª Semana da Grande Quaresma
Sábado da 4ª Semana da Grande Quaresma
Terça Feira da 2ª Semana após a Páscoa
Sábado anterior ao Domingo de Pentecostes
Sábado de São Demétrio – (sábado anterior a 26 Out.)
 Paramentos litúrgicos
 Dos monges
1. Batina.
2. Razo.
3. skufia
4. Kalimáfia com véu.
 Dos padres (presbíteros, arciprestes, hieromonges, higúmenos e
arquimandritas)
1. Batina
2. Razo
3. Cruz peitoral
4. Skufia
5. Alva
6. Estola ou epitrakílion
7. Faixa ou zona
8. Punhos
9. Epigonation (arciprestes e arquimandritas)
10. Felonion ou casulo
11. Kalimáfia (com véu para os arquimandritas e hieromonges e
hierodiáconos).
12. Kalimáfia sem véu para os demais clérigos.
13. Mitra (arciprestes mitrados e arquimandritas)
 Dos bispos (bispos, arcebispos, metropolitas, patriarcas)
1. Batina.
2. Razo
3. Cruz peitoral
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4. Panaghia
5. Alva
6. Estola ou epitrakílion
7. Faixa ou zona
8. Punhos
9. Epigonation
10. Sakkos
11. Pequeno omoforion representa a ovelha perdida
12. Grande omoforion
13. Mitra episcopal
14. Kalimáfia com véu (na cor branca para Metropolitas e
patriarcas).
15. Báculo

Patriarca ortodoxo com cruz de


benção

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Bispo ortodoxo abençoando com Dikerio e Trikerio, ladeado por diáconos
 Materiais usados nos ofícios litúrgicos
 Incenso
 Turíbulo
 Carvão para o turíbulo
 Azeite ou óleo de soja para as lamparinas
 Vinho
 Água
 Prósfora (pão litúrgico que irá ser consagrado) // O antidoron (O corpo da
Virgem)
 Óleos Santos: um para o Crisma (Miron) e outro apenas para unção dos
enfermos.
 Díptico.
 Os sinos
Os sinos são usados pelos seguintes motivos básicos:
 Anunciar a chegada do Metropolita ou do Bispo
 Anunciar o início dos ofícios
 Chamar a atenção dos fieis para momentos importantes durante os ofícios:
1- Nas Vésperas:
 Toca-se 12 vezes solenemente, 10 ou 15 minutos antes do início do ofício.
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2- Na Sagrada Liturgia:
 Toca-se 12 vezes solenemente e espaçadamente no começo da Proskomídia
 Toca-se rápida e alegremente antes do início da Liturgia.
 Toca-se 12 vezes ao longo dos 12 artigos do Credo.
 Toca-se rápida e alegremente durante o Hino Virgem.
3- Matinas de Sexta-feira Santa (dos 12 Evangelhos):
 Antes da leitura do 1ºEvangelho toca-se 1 X, antes do 2ºEvangelho 2 X,
antes do 3ºEvangelho 3X, e assim por diante até o 12º Evangelho, quando
antes da leitura toca-se 12 X.
 A Sagrada Liturgia
 Entrada Pontifical (só quando o Bispo celebra)
 Leitura das Horas canônicas
 Protese ou Proskomídia (preparação do pão e do vinho, que são os dons)
 Liturgia dos catecúmenos
 Liturgia dos fieis
 Comunhão do clero
 Comunhão dos fieis
 Benção final
 Despedida
 Distribuição do Antidoron
 ORAÇÕ ES APÓ S A SANTA COMUNHÃ O
 Á gapes
 VÉSPERAS:
 Vésperas Comuns (4ª e 5ª categorias)
 Grandes Vésperas (1ª, 2ª e 3ªCategorias)
 MATINAS
 Matinas Comuns (4ª e 5ª categorias)
 Grandes Matinas (1ª, 2ª e 3ªCategorias)
VÍGILIAS = GRANDES VÉSPERAS + GRANDES MATINAS
 DIFERENÇAS ENTRE A IGREJA ORTODOXA E A IGREJA ROMANA
Diferenças gerais: dogmáticas, litúrgicas e disciplinares.
Diferenças específicas: organização e administração da Igreja.
Igreja Ortodoxa Igreja Romana
Credo sem Filioque Credo com Filioque
Homens casados podem ser ordenados padres, Padres não podem casar
celibato é opção dos monges
Eucaristia* sob duas espécies: pão fermentado Somente pão não fermentado: Hóstia
e vinho
Uma só Regra monástica Ordens monásticas diversas
Calendário litúrgico Juliano Calendário litúrgico gregoriano
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Decisões são tomadas em Concílios O Papa tem autoridade para decidir e
Ecumênicos// Sínodos locais dar a última palavra em tudo
Divórcio é permitido até duas vezes Não é permitido o divórcio
Uso apenas de ícones e afrescos Usam estátuas, esculturas também
Pecado ancestral Pecado original
7 Concílios ecumênicos 20 concílios
Sacramento da unção dos enfermos Extrema unção
Batismo por imersão Batismo por aspersão
Somente três ordens menores: leitor, acólito e 3 ordens: hostiário, leitor e acólito
sub-diácono
Processo de canonização é diferente -
Cordão de oração: 100 ou 150 nós Rosário ou terço (50 contas)
Czotki (nós), kombuskini
O sacramento do Crisma é realizado logo após o O Crisma é realizado posteriormente e
batismo; pode ser realizado pelo presbítero apenas pelo bispo

Não há na Igreja Ortodoxa as devoções ao Sagrado Coração de Jesus, Corpus


Christi, Via Crucis, Cristo-Rei, Imaculado Coração de Maria.
Sobre a Santíssima Virgem Maria:
A Igreja Ortodoxa não aceita a doutrina católica da Imaculada Conceição. A Imaculada
Conceição da Virgem Maria foi solenemente definida como dogma pelo Papa Pio IX em
sua bula Ineffabilis Deus em 8 de dezembro de 1854.

A Igreja Ortodoxa também não aceita o Dogma da Ascensão ao Céu da Santíssima


Virgem Maria promulgado em 1 de Novembro de 1950 pelo Papa Pio XII pela Encíclica
Munificentissimus Deus.
Protestantes:
Não reconhecem a Sagrada Tradição:
5 Solas:
 Sola Fide
 Sola Scriptura
 Sola Gratia
 Soli Deo Gloria
 Solus Christus
E os cinco solas são: Sola Fide, Sola Scriptura, Solus Christus, Sola Gratia e Soli Deo
Gloria. Esses são os pilares da Reforma Protestante. Sola Fide (somente a fé): este
princípio afirma que o homem é justificado única e exclusivamente pela fé, sem o
acréscimo das obras do mérito humano e, por meio dele, a tradição reformada é
sustentada. Assim temos os 5 Solas da Reforma, são eles: 1 Sola Scriptura = Somente a
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Escritura 2 Solus Christus = Somente Cristo 3 Sola Gratia = Só a Graça 4 Sola Fide = Só
a Fé 5 Soli Deo Gloria = Somente a Deus a Glória.
Os 5 Solas da Reforma Protestante são proposições teológicas que sintetizam os
principais pensamentos dos reformadores. Os Solas são os principais pontos de
oposição da Teologia Reformada contra os ensinos da Igreja Católica. Todos eles são
frases no Latim e o termo “Sola” significa “somente”. Apesar de serem os grandes
pilares da Reforma, os termos não surgiram naquela época, mas vieram de teólogos e
estudiosos posteriores. Embora não se saiba exatamente quando surgiram.

 EUCARISTIA*
Transubstanciação é a conjunção de duas palavras latinas: trans (além) e substantia
(substância), e significa a mudança da substância do pão e do vinho na substância do
Corpo e Sangue de Jesus Cristo no ato da consagração. Isto significa que esta doutrina
defende e acredita na Presença Real de Cristo na Eucaristia. É adotada pela Igreja
Católica.
Consubstanciação: As Igrejas Luteranas e Calvinistas creem na Presença Real, mas não
na Transubstanciação. A crença da Transubstanciação se opõe à da Consubstanciação,
que prega que o pão e o vinho se mantêm inalterados, ou seja, continuam sendo pão e
vinho.
A Igreja Ortodoxa diz, apenas, que o pão e o vinho após a Epiclese se transformam no
Corpo e Sangue de Cristo, mas não tenta dar nenhuma explicação racional, lógica, ou
filosófica de como isto acontece. É um mistério, assim como nascimento de Cristo de
forma miraculosa da Santíssima e sempre Virgem Maria.

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i
*Comunhão; sacramento cristão, através do qual o pão e o vinho se tornam o corpo e o sangue de Cristo.

RESUMO

Cristo é o cabeça e o fundador da Igreja cristã.

A Igreja é uma entidade divino-humana.

Pentecostes é o início do desenvolvimento da Igreja.

Dogmas da Igreja e principais documentos e textos


1. Credo (Símbolo da Fé)
2. Pai Nosso
3. Cânones dos 7 Concílios Ecumênicos.
4. Ícones e afrescos em Igrejas e catacumbas
5. Textos dos Padres da Igreja (São Basílio, o Grande, São João Crisóstomo,
São João Damasceno.....São João Clímaco, São Gregório Palamas, Santo
Inácio de Antioquia...)
6. Didaquê.
1- Ciclos Litúrgicos
O Ciclo da vida (Nascimento → morte)
O Ciclo Diário
O dia litúrgico começa com o pôr-do-sol e até hoje a Igreja adota este ritmo.
Os ofícios ficariam, assim, divididos para cada parte do dia:
- noite: Pequenas Completas ou Grandes Completas na Grande Quaresma
- madrugada: Ofício da Meia-noite, Matinas, e 1ª Hora canônica.
- manhã: 3ª e 6ª Horas canônicas, Sagrada Liturgia (ou Typika).
- tarde: 9ª Hora canônica e Vésperas.
O Ciclo Semanal
Cada dia do ciclo semanal é dedicado a certas memórias e comemorações
especiais:
- O domingo é dedicado à Ressurreição de Cristo (pequena Páscoa).
- A segunda-feira honra os Santos Poderes Celestes Incorporais (Anjos, Arcanjos,
etc).
- A terça-feira é dedicada aos profetas e especialmente ao maior dos profetas,
São João Batista, o Precursor.
- A quarta-feira é consagrada à Cruz e a lembrança da traição de Judas.
- A quinta-feira venera os Santos Apóstolos e Hierarcas, especialmente São
Nicolau, bispo de Mira em Lícia.
- A sexta-feira também é dedicada à Cruz e rememora a Crucifixão de Cristo.
- O sábado é dedicado a Todos os Santos, especialmente a Mãe de Deus, e à
memória todos aqueles que partiram desta vida na esperança da ressurreição e
da vida eterna.
O Ciclo Anual das Festas Móveis
O ciclo anual das Festas Móveis está centrado na Festa da Páscoa e é chamado
móvel por que a data da Páscoa, a Festa das Festas, desloca-se para frente ou
para trás a cada ano. As Festas que estão incluídas neste ciclo são: o Domingo de
Ramos (o Domingo anterior à Páscoa), a Festa da Ascensão de Nosso Senhor
Jesus Cristo (40º dia após a Páscoa) e a Festa do Pentecostes (Descida do
Espírito Santo sobre os apóstolos - 50º dia após a Páscoa).
O Ciclo Anual das Festas Fixas
Cada dia do ano é dedicado à memória de um evento particular ou de Santos e
estas memórias sempre caem na mesma data a cada ano. Assim, em honra de
cada evento ou Santo, cânticos especiais são acrescentados aos hinos usuais e
orações do dia.
As Grandes Festas
Entre as Festas anuais da Igreja, um lugar de honra especial pertence à Festa das
Festas, à Santa Páscoa. A seguir em importância vêm as 12 Grandes Festas, que
podem ser divididas em dois grupos: Festas do Senhor e Festas da Mãe de Deus.
Grandes Festas do Senhor:
1. Exaltação Universal da Venerável e Vivificante Cruz – 14/27 de setembro.
2. Natividade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Natal – 25/07 de janeiro.
3. Teofania de Nosso Senhor Deus e Salvador Jesus Cristo – 06/19 de janeiro.
4. Entrada de Nosso Senhor Jesus Cristo em Jerusalém (Domingo de Ramos,
domingo anterior à Páscoa).
5. Ascensão de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (40 dias após a Páscoa).
6. Descida do Espírito Santo (Santo Pentecostes – 50 dias após a Páscoa).
7. Transfiguração de Nosso Senhor Deus e Salvador Jesus Cristo (6/19 de
agosto).

Grandes Festas da Mãe de Deus:


1. Natividade da Santíssima Theotókos – 08/21 de setembro.
2. Apresentação da Santíssima Virgem Maria no Templo – 21/04 de
dezembro.
3. Santo Encontro ou Apresentação de Nosso Senhor Jesus Cristo no Templo
– 02/15 de fevereiro.
4. Anunciação da Santíssima Virgem Maria, a Theotókos – 25/07 de abril.
5. Dormição da Santíssima Virgem Maria, a Theotókos – 15/28 de agosto.

2- RESUMO DOS OFÍCIOS DA IGREJA ORTODOXA:


 Horas Canônicas (Prima, Tércia, Sexta e Nona)
 Vésperas (Vésperas Comuns e Grandes Vésperas)
 Completas (Pequenas Completas e Grandes Completas (na Grande
Quaresma))
 Matinas (Matinas Comuns e Grandes Matinas)
 Vigílias (Grandes Vésperas + Grandes Matinas, celebradas na véspera das
Grandes Festas e aos domingos (sábado à noite)
 Sagradas Liturgias:
1. Sagrada Liturgia segundo São João Crisóstomo, ao longo do ano e
fora da Grande Quaresma;
2. Sagrada Liturgia segundo São Basílio (na Grande Quaresma);
3. Sagrada Liturgia dos Dons Pré-Santificados, segundo São Gregório, o
Grande; celebrada às quartas e sextas-feiras da Grande Quaresma
4. Sagrada Liturgia de São Tiago: de São Tiago - 23 Out. (5 Nov.)
 Typika – quando não é possível celebrar a Sagrada Liturgia.
 Panikida – ofício para os defuntos ortodoxos.
 Molebien – ofício de intercessão a Cristo, à Virgem Maria ou algum santo.
Pode ter o cunho de ação de graças também.

Eucaristia: sob duas formas pão e vinho


4 Quaresmas: Grande Quaresma (antecede à Páscoa),
Quaresma de Natal (07/01), Quaresma dos Apóstolos (Pedro e
Paulo 12/07); Quaresma da Dormição da Santíssima Virgem
(28/08)
Jejum: 4ªF e 6ªF sem carne
Sinal da Cruz

A Oração
 Czotki (termo usado pelos eslavos) ou kombuskini (termo usado
pelos gregos - cordão de oração)

Oração individual (em casa) e Oração coletiva (na Igreja)

Igreja
Nártex. Nave, Iconostase, santuário.
Batistério, diaconia e sala de paramentação

Hierarquia: Bispo, presbítero e diácono

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