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Papado e Fontes da
Revelação – Escritura e
Tradição
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INTRODUÇÃO
Na segunda aula do curso A Igreja Nasceu Católica, nós vimos que
desde o princípio entendiam-se como duas as fontes da revelação:
a Escritura e a Tradição. Vimos também que o bispo de Roma era,
de fato, superior aos demais bispos, sendo sucessor de São Pedro,
a quem Nosso Senhor constituiu Príncipe dos Apóstolos.
Este documento não é um resumo da aula, mas um material de
apoio com as principais citações utilizadas, para que sirva de
consulta durante a aula e para remissões futuras. Para assistir à aula,
clique aqui.
TRADIÇÃO E ESCRITURA
A PROVA DA PRÓPRIA ESCRITURA
Diz São Paulo:
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➢ Epístola aos Romanos: São Paulo pergunta: “Como crerão
naquele de quem não ouviram? E como ouvirão sem se pregar?
E como pregarão, se não forem enviados?” E mais adiante diz:
“A fé vem da audição e audição da palavra de Cristo...”
Também São João nas suas cartas faz alusão à pregação oral:
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E nos Atos dos Apóstolos não vemos em parte alguma os
apóstolos entregarem documentos escritos às novas Igrejas. O que
eles fazem é
o Pregar,
o Nomear testemunhas idôneas a quem transmitiram pela
imposição das mãos os poderes do apostolado,
o Para passar límpida e pura a Tradição Apostólica.
➢ “Por outro lado, deve-se amar com zelo extremo o que vem da Igreja e
guardar a tradição da verdade. Ora, se surgisse alguma controvérsia sobre
questões de certa importância, não se deveria recorrer a igrejas mais
antigas, onde viveram os apóstolos, para saber delas, sobre a questão em
causa, o que é líquido e certo? E se os apóstolos não tivessem deixado as
Escrituras, não se deveria seguir a ordem da tradição que transmitiram
àqueles aos quais confiavam as Igrejas?”
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➢ Atitude daquele que nega a Tradição Apostólica (2,1-2):
“E quando, por nossa vez, os levamos à Tradição que vem dos apóstolos
e que é conservada nas várias igrejas, pela sucessão dos presbíteros, então
se opõem à tradição, dizendo que, sendo eles mais sábios do que os
presbíteros, não somente, mas até dos apóstolos, foram os únicos capazes
de encontrar a pura verdade.”
➢ “Tudo isso era pregado aos gentios por simples palavra, sem apoio nas
Escrituras”.
➢ “Tendo, portanto, recebido esta pregação e esta fé, como dissemos acima, a
Igreja, mesmo espalhada por todo o mundo, as guarda com cuidado, como
se morasse numa só casa, e crê do mesmo modo, como se possuísse uma só
alma e um só coração; unanimemente as prega, ensina e entrega, como se
possuísse uma só boca. Assim, embora pelo mundo sejam diferentes as
línguas, o conteúdo da tradição é um só e idêntico. As Igrejas fundadas na
Germânia não creem e não ensinam um modo diferente, nem as da Ibéria,
nem as dos celtas, nem as do Oriente, nem as do Egito, nem as da Líbia,
nem as estabelecidas no centro do mundo; mas como o sol, criatura de
Deus, é em todo o mundo um só e o mesmo, assim a luz da pregação da
verdade brilha em todo lugar e ilumina todos os homens que querem chegar
ao conhecimento da verdade. E nem o que tem maior capacidade em falar
dentre os que presidem às Igrejas, dirá algo diferente, porque ninguém está
acima do Mestre; nem quem tem dificuldade em expressar-se inferioriza a
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Tradição. Sendo a fé uma só e a mesma, nem quem pode dizer muito sobre
ela a amplia, nem quem pode falar menos a diminui.”
Orígenes:
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pela sucessão dos apóstolos e permanece nas igrejas até o presente momento.
Não há de aceitar como verdade algo além daquilo que difere em nada da
tradição eclesiástica e apostólica.” (As Doutrinas Fundamentais 1, 2)”
Tertuliano:
➢ “Se aparecer alguma heresia com a intenção de ter suas origens em tempos
apostólicos, de modo que pareça uma doutrina entregue pelos próprios
apóstolos, porque eles são, eles dizem, daquele tempo, nós podemos dizer-
lhes: que nos mostre as origens de suas igrejas, que nos mostrem a ordem
de seus bispos em sucessão desde o começo, de modo que seu primeiro bispo
tenha como autor e antecessor um dos apóstolos ou dos homens apostólicos
que trabalharam em estreita colaboração com os apóstolos. Porque é assim
que as igrejas apostólicas transmitem suas listas: como a igreja de
Esmirna, que sabe que Policarpo foi colocado lá por João, como a igreja
de Roma, onde Clemente foi ordenado por Pedro. Assim, todas as outras
igrejas que tiveram lhes mostram em que tem as raízes apostólicas, tendo
recebido o episcopado pela mão dos apóstolos. Talvez os hereges queiram
inventar listas fictícias: afinal, se foram capazes de blasfemar, o que vai
lhes parecer tão pecaminoso? [...] Portanto, que nos tragam esta prova, até
mesmo igrejas que são de origem posterior no tempo - novas Igrejas surgindo
a cada dia - e não têm fundador imediato como um apóstolo ou um homem
apostólico, mas já que tem a mesma doutrina das igrejas de origem
apostólica também são consideradas igualmente apostólicas pela estreita
relação de suas doutrinas.” (Prescrição contra os hereges 32, 1).
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São Cipriano manda com toda a diligência manter a tradição
divina e práticas apostólicas:
Santo Agostinho:
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São João Crisóstomo fulmina a Sola Scriptura com uma clareza
indizível, comentando II Tessalonicenses:
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PAPADO
AS PALAVRAS DE CRISTO
Lembremo-nos das palavras de Cristo em S. Mateus XVI e
analisemos essa passagem:
“Respondendo Jesus, disse-lhe: ‘Bem-aventurado és, Simão filho de Jonas,
porque não foi a carne e o sangue que te revelaram, mas meu Pai que está nos
céus. E eu digo-te que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja,
e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do
reino dos céus: tudo o que ligares sobre a terra, será ligado também nos céus, e
tudo o que desatares sobre a terra, será desatado também nos céus.’”
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➢ “Eu te darei as chaves do reino dos céus”:
o As Sagradas Escrituras, e as línguas orientais em geral,
designam “chaves do reino” por soberania ou supremo
poder. É, portanto, vontade de Cristo que este poder
se exerça sobre todos os membros da sua Igreja, sem
exceção, tanto sobre os chefes como sobre os fiéis.
o Se o poder de ligar e desligar seria estendido,
posteriormente, aos demais apóstolos, foi só a Pedro
que Cristo conferiu as chaves do Reino dos Céus e a
quem constituiu fundamento de sua Igreja. “Onde está
Pedro, aí está a Igreja”, diz Santo Ambrósio.
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CONFIRMAÇÃO DA PROMESSA POR CRISTO
➢ Antes da Paixão (Lc 22,31-32), Cristo disse que Satanás pediu
para joeirar a Pedro como trigo, no entanto, que Ele, Cristo,
rogará por ele, “para que tua fé não desfaleça e tu, uma vez
convertido, confirme teus irmãos”.
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➢ Em todas as vezes que os Apóstolos são listados, Pedro é
colocado em primeiro lugar. Tanto os Evangelhos quanto os
Atos o colocam como chefe e cabeça dos apóstolos, sem que
nenhum deles mostre o mais pequeno sinal de protesto ou
dúvida contra esta primazia. São Mateus diz mesmo que ele é
o primeiro no colégio apostólico, dizendo: “Eis os nomes dos
apóstolos: o primeiro Simão, que se ficou chamando Pedro”.
➢ Foi a Pedro que São Paulo dirigiu-se, três anos após sua
conversão, para visitar.
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➢ Foi Pedro a presidir o Concílio de Jerusalém e, à sua fala, toda
a assembleia calou-se.
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➢ São Leão Magno: “Pedro foi o único escolhido para ser anteposto a
todos os apóstolos e a todos os Padres da Igreja. E conquanto haja muitos
padres no povo de Deus, Pedro os governa a todos, como Cristo
principalmente os governa. Concedeu a divina bondade uma grande e
admirável parte do seu poder a este apóstolo; e se quis compartilhassem
também alguma parte dele os chefes da Igreja, foi sempre por intermédio
de Pedro que receberam o que ela lhes não recusou”.
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“sabemos que esta vinda é um fato incontestável e que o começo da primazia
romana na Igreja remonta ao século II”.
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➢ Santo Irineu de Lyon: Em cerca de 180, escrevia que: “Mateus
publicou entre os judeus, na língua deles, o escrito dos Evangelhos, quando
Pedro e Paulo evangelizar em Roma e aí fundavam a Igreja”.
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nacionalidade galileia, o primeiro pontífice dos cristãos, tendo inicialmente
fundado a Igreja de Antioquia, se dirige a Roma, onde, pregando o
Evangelho, continua vinte e cinco anos bispo da mesma cidade.”
➢ Santo Agostinho:
o “A Pedro sucedeu Lino, Clemente, Anacleto, Evaristo, Sixto,
Telesforo, Higino, Aniceto, Pio, Sotero, Alexandre, Victor,
Zeferino, Calixto, Urbano, Ponciano, Antero, Fabiano,
Cornélio, Lúcio, Estêvão, Sisto, Dionísio, Félix, Eutiquiano,
Caio, Marcelo, Eusébio, Melquiades, Silvestre, Marcos, Júlio,
Libério, Dâmaso, Siricio, Anastásio.” (Carta 53, A
Generoso, 1,2).
o “O que te fez a cátedra da Igreja Romana, em que Pedro se
sentou, na qual hoje se senta Anastácio?” (Réplica a cartas
de Petiliano, Livro II, 51,18).
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➢ No começo do século, Santo Optato de Milevi, argumentando
contra os donatistas, invoca a necessidade de se manter em
comunhão com a Sé de Pedro.
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➢ 393 – O Concílio de Hipona, que reuniu muitos bispos da
província romana da África, elaborou uma lista com o cânone
bíblico. Após listar os livros, o Concílio declara que “Sobre a
confirmação deste cânon se consultará a Igreja do outro lado
do mar.”
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➢ Ca. de 254-257 – Papa Santo Estevão I ordenou que as igrejas
da África seguissem o mesmo costume que em Roma a respeito
do batismo dos hereges: que fossem considerados válidos e que
não fossem ministrados novos batismos. São Cipriano, que
entrou em uma contenda com o papa a esse respeito, atesta que
Estevão I utilizou de sua autoridade proibindo “que na Igreja seja
batizado quem provenha de qualquer heresia, ou seja, julgou fundados e
legítimos os batismos de todos os hereges.” Utilizou com vigor de sua
autoridade, ameaçando os bispos da Cilícia, da Capadócia, da
Galácia e das províncias circunjacentes de romper a comunhão
com eles porque rebatizavam os hereges. O bispo Fimiliano da
Capadócia atestou que “Estevão proclama ocupar a cátedra de Pedro
por sucessão”, ou seja, que invocava sua autoridade como
sucessor de São Pedro para impor seu juízo.
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especial, a tradição que deriva dos apóstolos”. E acrescenta: “Os bem-
aventurados apóstolos que fundaram e edificaram a Igreja transmitiram o
governo episcopal a Lino, o Lino que Paulo lembra na carta a Timóteo.
Lino teve como sucessor Anacleto. Depois dele, em terceiro lugar, depois
dos apóstolos, coube o episcopado a Clemente. A este Clemente sucedeu
Evaristo, a ele Alexandre; em seguida Sisto, depois dele Telésforo, depois
Higino, em seguida Pio, depois dele Aniceto. A Aniceto sucedeu Sotero e,
presentemente, Eleutério, em décimo segundo lugar na sucessão apostólica,
detém o pontificado. Com esta ordem e sucessão chegou até nós, na Igreja,
a tradição apostólica e a pregação da verdade. Esta é a demonstração mais
plena de que uma e idêntica é a fé vivificante que, fielmente, foi conservada
e transmitida, na Igreja, desde os apóstolos até agora”.
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honra, digna de ser chamada feliz, digna de louvor, digna de sucesso, digna
de pureza, que porta a lei de Cristo, que porta o nome do Pai”.
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Como católicos, é nosso dever defender a Igreja. Pensando nisso,
nós criamos na Escola de História da Igreja um curso de
Apologética Fundamental.
Com este curso, queremos equipar você com as armas da verdade,
para combater pela Igreja. Veja o que nós abordamos:
Em primeiro lugar, a demonstração de verdades contestadas por
ateus e agnósticos:
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➢ Contra a Sola Scriptura: a autoridade da Tradição;
➢ Refutando o “Mito de Constantino”;
➢ Provando que o protestantismo é um erro.
Por fim, no terceiro módulo, tratamos de outras acusações:
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