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1 - O que é tradição?
É a ação de transmitir o que foi recebido (como diz Sâo Paulo na sua carta aos
coríntios no capítulo 11). No contexto eclesial, é o ensinamento dos Papas que
se mantém constante.
"E como, com ódio crescente de dia para dia, para derrocar, se fosse possível, a
Igreja, as portas do inferno se insurgem por toda parte contra seu fundamento
divinamente estabelecido, Nós julgamos necessário para a guarda, a
incolumidade e o aumento da grei católica, com a aprovação do Concílio, propor à
crença dos fiéis a doutrina sobre a instituição, a perpetuidade e a natureza do
santo primado apostólico, no qual reside a força e a solidez de toda a Igreja,
segundo a fé antiga e constante da Igreja universal, proscrevendo e condenando
os erros contrários, tão perniciosos à grei do Senhor.
[...]
"Daí se segue que todo aquele que sucede a Pedro nesta cátedra, obtém, segundo
a instituição do próprio Cristo, o primado de Pedro sobre a Igreja universal.
“Permanece, pois, o que a verdade ordena; e o bem-aventurado Pedro,
perseverando na fortaleza de pedra que recebera, não abandonou o timão da Igreja
que uma vez empunhara”. Por isso, foi sempre “necessário que” a esta Igreja
romana, “por causa de sua mais forte principalidade, se unisse toda a Igreja, isto é,
todos os fiéis que há e donde quer que sejam”, a fim de que nessa Sé, da qual
emanam todos “os direitos da veneranda comunhão”, unidos como os membros à
cabeça, se juntassem na articulação de um só corpo."
[...]
"[Cânon] Se, portanto, alguém disser não ser por instituição do próprio Cristo,
ou seja, de direito divino, que o bem-aventurado Pedro tem perpétuos
sucessores no primado sobre a Igreja universal; ou que o Romano Pontífice
não é o sucessor do bem-aventurado Pedro no mesmo primado: seja
anátema.".
2 - O que é tradicionalismo?
É a ideologia que prega a manutenção dos costumes de forma cega, que visa
fim em si mesma.
Como disse Jesus "Jesus disse-lhes: “Isaías com muita razão profetizou de
vós, hipócritas, quando escreveu: Este povo honra-me com os lábios, mas o
seu coração está longe de mim. Em vão, pois, me cultuam, porque ensinam
doutrinas e preceitos humanos (29,13). Deixando o mandamento de Deus, vos
apegais à tradição dos homens”. (Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos,
capítulo 7)
3 - O que é ortodoxia?
É claro, portanto, em quão grande erro se debatem também aqueles que, abusando
da razão e julgando coisa humana as palavras de Deus, têm a audácia de
explicá-los e interpretá-los a seu arbítrio, se bem que Deus mesmo tenha
constituído uma autoridade viva que ensinasse e precisasse o sentido verdadeiro e
legítimo da sua celeste revelação, e decidisse de todas as questões quanto à fé e
os costumes com juízo infalível, para que os fiéis não sejam levados por todo vento
de doutrina, pela malícia com que os homens os induzem ao erro [cf. Ef 4,14].
Esta viva e infalível autoridade vigora somente naquela Igreja que, edificada pelo
Cristo Senhor sobre Pedro, de toda a Igreja o chefe, príncipe e pastor, cuja fé ele
prometeu nunca seria abalada, teve sempre, sem interrupção, os seus legítimos
Pontífices, que trazem sua origem do mesmo Pedro, estabelecidos na cátedra dele
e herdeiros e defensores da sua doutrina, dignidade, honra e poder.
E já que, onde está Pedro, aí está a Igreja, e Pedro fala pela boca do bispo de
Roma e, nos seus sucessores, sempre vive e julga e garante aos que a buscam a
verdade da fé, é claro, portanto, que as palavras divinas devem ser recebidas com o
mesmo sentimento que anima esta cátedra romana do beatíssimo Pedro, a qual,
mãe e mestra de todas as Igrejas [*1616], manteve sempre íntegra e inviolada a
fé transmitida pelo Cristo Senhor e a tem ensinado aos fiéis, mostrando a
todos o caminho da salvação e a doutrina da incorrupta verdade.
Precedente histórico
Ficamos sabendo, de fato, que o santo ecumênico e grande sexto Sínodo [o III de
Constantinopla], como também o inteiro Sínodo [de Roma ano 680], reunido ao
redor desta Santa Sé Apostólica … pensou … e em concordância conosco
professou:
"Art. 3. Episcopus, in dioecesibus ubi adhuc unus vel plures coetus celebrant
secundum Missale antecedens instaurationem anni 1970:
§ 6. curae ei erit impedire ne novi coetus constituantur." (Versão oficial latina).
Por isso é lícito celebrar o Sacrifício da Missa segundo a edição típica do Missal
Romano, promulgada pelo Beato João XXIII em 1962 e nunca ab-rogada, como
forma extraordinária da Liturgia da Igreja. As condições para o uso deste Missal,
estabelecidas pelos documentos anteriores «Quattuor abhinc annos» e «Ecclesia
Dei», são substituídas como segue:
Art. 2. Nas Missas celebradas sem o povo, todo o sacerdote católico de rito latino,
tanto secular como religioso, pode utilizar seja o Missal Romano editado pelo Beato
Papa João XXIII em 1962 seja o Missal Romano promulgado pelo Papa Paulo VI
em 1970, e fazê-lo todos os dias à excepção do Tríduo Pascal. Para tal celebração
segundo um ou outro Missal, o sacerdote não necessita de qualquer autorização da
Sé Apostólica nem do seu Ordinário."
[...]
"Art. 4. Nas celebrações da Santa Missa, referidas no art. 2, podem ser admitidos –
observando as normas do direito – também os fiéis que o solicitem por sua
espontânea vontade.
Art. 5-§ 1. Nas paróquias, onde houver um grupo estável de fiéis aderentes à
precedente tradição litúrgica, o pároco acolha de bom grado as suas solicitações de
terem a celebração da Santa Missa segundo o rito do Missal Romano editado em
1962. Providencie para que o bem destes fiéis se harmonize com o cuidado pastoral
ordinário da paróquia, sob a orientação do Bispo, como previsto no cân. 392,
evitando a discórdia e favorecendo a unidade de toda a Igreja."
[...]
[...]
"c) além disso, em toda a parte deverá ser respeitado o espírito de todos aqueles
que se sentem ligados à la tradição litúrgica latina, mediante uma ampla e generosa
aplicação das directrizes, já há tempos emanadas pela Sé Apostólica, para o uso do
Missal Romano segundo a edição típica de 1962."
Fontes:
https://www.vatican.va/content/francesco/la/motu_proprio/documents/20210716-mot
u-proprio-traditionis-custodes.html
https://www.vatican.va/content/benedict-xvi/pt/motu_proprio/documents/hf_ben-xvi_
motu-proprio_20070707_summorum-pontificum.html
https://www.vatican.va/roman_curia/pontifical_commissions/ecclsdei/documents/hf_j
p-ii_motu-proprio_02071988_ecclesia-dei_po.html
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