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Os Tigres Voadores
Os Tigres Voadores
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O gênio por trás do sucesso dos Tigres foi Claire Chennault. Chennault era um
tático brilhante bem como piloto, líder e organizador. Como o velho provérbio
diz, " os Coronéis pensam em táticas, os generais pensam em logística, " ,
Chennault pensou em ambos. Como Capitão do Corpo Aérea do Exército dos
Estados Unidos, teve o infortúnio de não só ter discordâncias com seus
superiores, como de estar normalmente com a razão. Era um oponente da
doutrina que favorecia os bombardeiros aos caças, apoiada e defendida
fervorosamente por Billy Mitchell. Assim sendo, ele optou por dar baixa do
Exército, no posto de Capitão, por motivos médicos. Em 1937, aceitou convite
do General Chiang-Kai-Shek para se tornar um conselheiro militar tendo em
vista a invasão japonesa. Existe um boato, nunca confirmado, que diz que
Chennault pilotou caças e abateu 40 aviões inimigos. Depois de estudar as
táticas de combate aéreo japonesas, Chennault escreveu que “com 100 pilotos"
ele poderia limpar os céus dos aviões japoneses.
No meio do ano de 1941, 100 pilotos foram recrutados a partir das forças
armadas norte-americanos, com um salário inicial de $600 por mês mais $500
para cada avião japonês destruído. Foram também recrutados duzentos
técnicos. Embora, o AVG estivesse trabalhando oficialmente para os chineses,
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a operação era de fato um projeto pessoal do Presidente Roosevelt, sendo
parcialmente financiado pelo governo norte-americano. Como Exército e
Marinha já se preparavam para guerra com a Alemanha fizeram oposição ao
modo como os pilotos estavam sendo recrutados pela China, e só em novembro
de 1941 é que o último contingente chegou a Birmânia, onde Chennault tinha
obtido por empréstimo da Royal Air Force, uma base perto da cidade de
Toungoo.
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Ter aviões e pilotos não era o bastante para Chennault. Ele treinou os pilotos
em temas que variavam de táticas ao desempenho dos aviões inimigos. Só
quando o piloto era um perito em todos os campos do combate aéreo é que
Chennault o julgava pronto para voar.
Usando o que poderia ser chamado de tática "boom and zoom”, na arena de
desempenho do P-40 Warbirds, os Tigres Voadores continuaram atacando os
japonês. Os Tigres voavam alto, picavam sobre o objetivo tendo o Sol pela
retaguarda, atiravam, e subiam de novo. Era uma tática que enfurecia seus
oponentes.
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último relatório, os japoneses reivindicaram a destruição de 544 aeronaves do
AVG.
Em março de 1942, o AVG contava com apenas vinte P-40Cs, quando cerca de
trinta P-40Es chegaram, transportados por via aérea desde Accra, África. O
melhor desempenho oferecido por esta versão mais potente foi de extrema
utilidade para o AVG. O potencial de ataque ao solo dos P-40E também era
muito superior. Os pilotos do AVG usavam bombas incendiárias e de
fragmentação de 30-lb, mas era questionável se isto não era mais perigoso aos
atacantes que para os atacados.
Para aumentar ainda mais os problemas, o AVG foi solicitado por Chiang - Kai-
Shek para funcionar em missões de apoio aéreo aproximado os exércitos
chineses e britânicos que estavam se retirando. Era o tipo de missão que os
pilotos detestavam por serem extremamente perigosas e não fazerem parte do
tipo de trabalho para o qual eles foram contratados. As missões causaram
muito descontentamento entre os pilotos do AVG.
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Após seis meses de sucesso, os Tigres Voadores foram absorvidos pela 14ª
Força Aérea do Exército dos Estados Unidos. Considerando que o Japão e os
Estados Unidos estavam agora oficialmente em guerra não era mais necessário
manter o grupo operando às escondidas. Era também esperado que o Exército
pudesse absorver os Tigres Voadores como uma unidade de combate
completamente funcional. Porém a estupidez e a falta de habilidade tão típica
do Exército naquele momento não permitiu uma transição tranqüila. Exemplo
típico foi a aposta de US$ 100 feita por um oficial do Exército, em que ele
afirmava que o melhor piloto do Exército era melhor do que o melhor piloto dos
Tigre. Imediatamente um dos pilotos dos Tigre apostou $5.000, dizendo que o
pior Tigre era melhor do que o melhor piloto do Exército.
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O maior ás do AVG foi Robert H. Neale, creditado com a destruição de
dezesseis aeronaves inimigas. Oito outros pilotos reivindicaram dez ou mais
vitórias. Talvez seu maior sucesso não é simplesmente mensurável em números;
o grande sucesso do AVG foi que ele proveu apoio moral nos dias mais escuros
de WWII.