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Carolina Beatriz Ângelo

Médica, sufragista, ativista e republicana, Carolina Beatriz Ângelo nasceu a 16 de abril de


1878, na Guarda, e ficou conhecida como a primeira cirurgiã em Portugal, assim como a
primeira eleitora em Portugal e na Europa do Sul.

Carolina deu início aos estudos na sua cidade natal e anos mais tarde mudou-se para Lisboa,
passando a frequentar a Escola Politécnica e a Escola Médico-Cirúrgica. Em 1902 Carolina
concluiu o curso de medicina. Nesse mesmo ano Carolina Beatriz Ângelo casou-se com
Januário Gonçalves Barreto Duarte, ativista republicano e também ele médico. Um ano após o
matrimónio Carolina e Januário tiveram a sua primeira e única filha, dando-lhe o nome de
Maria Emília Ângelo Barreto.

A carreira médica de Carolina foi, ao longo da sua vida, conciliada com uma acentuada
intervenção política e social. O seu percurso na luta pelos direitos das mulheres teve princípio
em 1906, quando Carolina deu os primeiros passos na militância cívica, luta essa que tornou
Carolina Beatriz Ângelo numa referência para muitas mulheres. Foi uma das fundadoras do
Grupo Português de Estudos Feministas e da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas,
Carolina fundou, também, e dirigiu a Associação de Propaganda Feminista.

A verdade é que apesar de algumas reivindicações terem ganho força de lei com a República,
como foi com a Lei do Divórcio, o direito ao voto permanecia negado às mulheres. Posto isto, a
28 de maio de 1911, domingo, na cidade de Lisboa, aquando as primeiras eleições em Portugal
após a implantação da República, Carolina Beatriz Ângelo fez história. A sua inteligência
elevou-se perante a mal imprecisão da lei eleitoral da República, publicada a 14 de março de
1911, o que levou a que não lhe fosse negada a sua vontade de votar. Carolina tornou-se,
assim, na primeira e única eleitora das eleições para a Assembleia Nacional Constituinte.

Foi numa época em que a mentalidade acerca das mulheres era totalmente distinta da de
hoje que a ousadia e coragem de Beatriz Ângelo marcaram a história.

Os últimos meses da vida de Carolina foram, tal como muitos outros, dedicados à causa
feminista. A discussão da questão do voto feminino, por parte da Assembleia, tornou-se na sua
principal preocupação. Posto isto, Carolina, juntamente com outras ativistas, elaborou e
enviou uma petição na qual pedia o sufrágio para as mulheres, mostrando, mais uma vez, que
sem ações não há lutas. As ativistas acabaram por ver a sua vontade ser lhes negada.

Carolina Beatriz Ângelo faleceu a 3 de outubro de 1911, ficando conhecida pela sua dedicação
ao feminismo e como uma das mais destacadas ativistas do início do século XX português.

2 anos após a sua morte o governo da República alterou a Lei Eleitoral, especificando que
apenas o sexo masculino detinha o direito ao voto. A luta de Beatriz Ângelo não teve fim com a
sua morte e graças a si e a muitas outras mulheres que seguiram o seu exemplo, as mulheres
portuguesas viram o direito ao voto ser lhes, por fim, atribuído a 25 de abril de 1975.

São de Carolinas que se faz a história.

Trabalho elaborado por: Beatriz Alves, nº6, 9ºC1

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