MAPINGUARÍ DO ANTIMARÍ

Autor: Luiz Carlos Menezes (Inspirado na história contada por Hélio Melo)

No seringal do Antimary o forró corria no centro,

Pois era festa no barracão,
A seringuerada tava doida para arrastar o pé no salão,
Aparecia seringueiro de todos lados
Vindo da sua colocação,
Chico brejeira foi o primeiro a chegar na sede do serigá,
Dançou, comeu e bebeu até não mais aguentá,
Quando a noite chegou chico já tava de fogo
Precisou se afastar do salão para mode poder urinar.
Chegando no pé de uma castanheira
Balançando pra lá e pra cá
Pois o caboco tava groge
De tanta pinga tomar,
Puxou seus documentos pra fora,
Pra água do joelho tirar.
Foi quando ele sentiu um cheiro de podridão,
Achou que era algum bicho morto
Por perto daquela região,
O pixé era tão forte, mas tão forte,
Que quase ele volmitou os bofe,
terminado sua nescecidade tonto e sem noção,
Chico escutou lá longe
Um grito vindo da escuridão, (ouve-se um grito)
Pensando que era outro seringueiro que estava chegando,
Chico respondeu o grito também gritando (Chigo grita respóndendo)
Cada grito que ele ouvia,
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Ele também respondia,
E voz vinha se aproximando...
Quando ele menos esperava surgiu na sua frente,
Um bixo grande, feio e diferente
Que fez chico até esquecer da festa...
Era o Mapinguarí de um só olho na testa!
Chico sem pensar pegou sua espinguarda e atirou no bichão,
O mapinguarí desapareceu na mata,
E chico desmaiou no chão,
Quando os outros seringueiros correram para ajudar,
Levantaram Chico que mal conseguia falar,
Ele contou que viu com o próprio olho,
O Mapinguarí do Antimarí,
Mas o povo não acreditou muito,
- Esse cabra tá é de fogo!
Gritou o cumpade Ciprião,
- Pare de besteira!
Aconselhou o coroné do barracão,
Voltaram todos para o barracão com alegria festeira,
Sem dar ouvido para história
Do seringueiro chico brejeira!
Agora fica essa indagação aqui,
Chico viu ou não o falado Mapinguarí?
Eis a questão! (ouve-se im grito)
Valha minha nossa senhora da seringueira... Olha ele aí!

Fim!

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