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UFSM

Dissertação de Mestrado

DESENVOLVIMENTO E ANÁLISE DE MÉTODOS


PARA O CÁLCULO DAS PERDAS DE ENERGIA
ELÉTRICA EM SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO

Alexandre Batista de Jesus Soares

PPGEE

Santa Maria, RS, Brasil

2003
DESENVOLVIMENTO E ANÁLISE DE MÉTODOS
PARA O CÁLCULO DAS PERDAS DE ENERGIA
ELÉTRICA EM SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO
por
Alexandre Batista de Jesus Soares

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado do


Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica,
Área de Concentração em Processamento de Energia, da
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS),
como requisito parcial para a obtenção do grau de
Mestre em Engenharia Elétrica

PPGEE

Santa Maria, RS, Brasil

2003
Dedico esta dissertação aos meus
pais Paulo e Ruth e aos meus
irmãos Susana e Jefferson por
estarem sempre ao meu lado em
todos os momentos da minha vida.

iii
AGRADECIMENTOS

O autor é muito grato ao professor Vladimir Andreevitch Popov, pelo

respeito, seriedade e paciência com que orientou as atividades ao longo

do período da realização desta dissertação.

Aos professores Félix Alberto Farret, Geomar Machado Martins,

José Renes Pinheiro e Somchai Ansuj às recomendações que

possibilitaram o ingresso do autor ao Programa de Pós-Graduação em

Engenharia Elétrica.

Ao professor César Ramos Rodrigues a oportunidade de ter

realizado a docência orientada na sua disciplina de Medidas Elétricas.

Aos colegas de curso o reconhecimento por todo o apoio, críticas e

sugestões que contribuíram para o enriquecimento deste trabalho.

À secretária da Pós – Graduação Cleonice Oliveira, pelo apoio e

suporte.

Ao CEDOC Centro de Documentação da ANNEL que sempre que

solicitado prontamente enviou-me os trabalhos pedidos.

À Universidade Federal de Santa Maria e a CAPES pelo suporte

financeiro.

iv
SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS ............................................................................... IV

LISTA DE FIGURAS ................................................................................ IX

LISTA DE TABELAS................................................................................ XI

SIMBOLOGIA........................................................................................ XIV

ANEXOS.............................................................................................. XVIII

RESUMO ............................................................................................... XIX

ABSTRACT ............................................................................................ XX

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO .................................................................. 1

1.1 OBJETIVOS DA DISSERTAÇÃO ................................................... 3


1.2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................... 4
1.3 ORGANIZAÇÃO DOS CAPÍTULOS................................................ 7

CAPÍTULO 2 - ESTRUTURA DAS PERDAS DE ENERGIA EM


SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO................................................................ 9

2.1 INTRODUÇÃO ................................................................................ 9


2.2 CLASSIFICAÇÃO DAS PERDAS DE ENERGIA EM SISTEMAS
ENERGÉTICOS ................................................................................... 10
2.3 BALANÇO DE ENERGIA EM SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO .... 12

v
2.4 INFORMAÇÕES DISPONÍVEIS EM CONCESSIONÁRIAS DE
ENERGIA ............................................................................................. 13

CAPÍTULO 3 - MODELAGEM DE CARGAS ELÉTRICAS EM SISTEMAS


DE DISTRIBUIÇÃO ................................................................................. 18

3.1 INTRODUÇÃO .............................................................................. 18


3.2 APRESENTAÇÃO DAS CURVAS TÍPICAS DE CARGA .............. 19
3.3 ALGORITMO DE CONSTRUÇÃO DAS CURVAS DE CARGA DE
TRANSFORMADORES DE DISTRIBUIÇÃO ....................................... 22

CAPÍTULO 4 - MODELOS PARA O CÁLCULO DAS PERDAS


TÉCNICAS DE ENERGIA EM SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO ............. 30

4.1 INTRODUÇÃO .............................................................................. 30


4.2 PRIMEIRO MODELO .................................................................... 31
4.3 SEGUNDO MODELO.................................................................... 34
4.4 TERCEIRO MODELO ................................................................... 43
4.5 QUARTO MODELO ...................................................................... 54
4.6 QUINTO MODELO........................................................................ 63
4.7 DEFINIÇÃO DAS PERDAS TÉCNICAS DE ENERGIA EM
TRANSFORMADORES DE DISTRIBUIÇÃO ....................................... 70

CAPÍTULO 5 - CÁLCULOS EXPERIMENTAIS DAS PERDAS TÉCNICAS


DE ENERGIA UTILIZANDO OS MODELOS ANALISADOS .................. 80

5.1 INTRODUÇÃO .............................................................................. 80


5.2 MODELO SIMPLIFICADO DE UM ALIMENTADOR ..................... 81
5.3 CÁLCULO DAS PERDAS DE ENERGIA DE ACORDO COM O
PRIMEIRO MODELO ........................................................................... 84
5.3.1 Perdas de energia na rede..................................................... 84
5.3.2 Perdas de energia nos transformadores de distribuição ........ 89
5.3.3 Perdas totais de energia ........................................................ 92

vi
5.4 CÁLCULO DAS PERDAS DE ENERGIA DE ACORDO COM O
SEGUNDO MODELO........................................................................... 93
5.4.1 Cálculo do número de dias equivalentes (De) ........................ 94
5.4.2 Perdas de energia na rede..................................................... 96
5.4.3 Perdas de energia nos transformadores de distribuição ........ 97
5.4.4 Perdas totais de energia ........................................................ 98
5.5 CÁLCULO DAS PERDAS DE ENERGIA DE ACORDO COM O
TERCEIRO MODELO .......................................................................... 99
5.5.1 Perdas de energia na rede................................................... 104
5.5.2 Perdas de energia nos transformadores de distribuição ...... 105
5.5.3 Perdas totais de energia ...................................................... 107
5.6 CÁLCULO DAS PERDAS DE ENERGIA DE ACORDO COM O
QUARTO MODELO ........................................................................... 108
5.6.1 Perdas de energia na rede................................................... 109
5.6.2 Perdas de energia nos transformadores de distribuição ...... 113
5.6.3 Perdas totais de energia ...................................................... 114
5.7 CÁLCULO DAS PERDAS DE ENERGIA DE ACORDO COM O
QUINTO MODELO............................................................................. 114
5.7.1 Cálculo da resistência equivalente (Re) ............................... 115
5.7.2 Cálculo dos coeficientes de forma (kfP e kfQ)........................ 116
5.7.3 Perdas de energia na rede................................................... 117
5.7.4 Perdas de energia nos transformadores de distribuição ...... 119
5.7.5 Perdas totais de energia ...................................................... 121
5.8 ANÁLISE COMPARATIVA DOS RESULTADOS DOS CÁLCULOS
DAS PERDAS DE ENERGIA REALIZADOS COM OS MODELOS
ANALISADOS .................................................................................... 123

CAPÍTULO 6 - MÉTODO DE ANÁLISE DAS PERDAS DE ENERGIA NA


FASE DE PLANEJAMENTO DE SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO....... 130

6.1 INTRODUÇÃO ............................................................................ 130

vii
6.2 PLANEJAMENTO FATORIAL DE EXPERIMENTOS COMPLETO
.................................................................................................... 132
6.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA DE MODELOS LINEARES.................. 136
6.4 PLANEJAMENTO FATORIAL DE EXPERIMENTOS PARA
CONSTRUÇÃO DE MODELOS DO SEGUNDO GRAU .................... 139
6.5 PLANEJAMENTO ORTOGONAL DO SEGUNDO GRAU........... 142
6.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA DE MODELOS QUADRÁTICOS ......... 145
6.7 CONSTRUÇÃO DE MODELOS PARA DEFINIÇÃO DAS PERDAS
DE ENERGIA UTILIZANDO O MÉTODO DE PLANEJAMENTO DE
EXPERIMENTOS............................................................................... 147

CONCLUSÕES...................................................................................... 166

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................... 170

viii
LISTA DE FIGURAS

FIGURA 2.1 – Localização das informações no sistema elétrico. ........... 17


FIGURA 3.1 – a) Curva de carga; b) Curva de carga normalizada em
função da carga máxima; c) Curva de carga normalizada em função
da carga média. ................................................................................ 20
FIGURA 3.2 – Curvas de carga normalizadas para consumidor residencial
.......................................................................................................... 26
FIGURA 3.3 – Curvas de carga normalizadas para consumidor industrial
.......................................................................................................... 26
FIGURA 4.1 – Fluxo de carga em um elemento da rede......................... 31
FIGURA 4.2 – Representação do fluxo de consumo (ou fornecimento) de
energia.............................................................................................. 36
FIGURA 4.3 – a) Esquema de rede; b) Curva de carga .......................... 45
FIGURA 4.4 – a) Curva de carga; b) Curva de carga em ordem
decrescente dos valores das ordenadas. ......................................... 48
FIGURA 4.5 – Curvas de carga simplificadas.......................................... 49
FIGURA 4.6 – Curvas de carga a) Consumidor residencial; b) Consumidor
industrial; c) Alimentador ................................................................. 50
FIGURA 4.7 – Curvas de carga diferentes que possuem as característica
Pmax, Pmed, Pmin e W idênticas. ...................................................... 53
FIGURA 4.8 – Curva de carga do consumidor no período de 72 horas . 57
FIGURA 4.9 – Curvas de carga diferentes que possuem as característica
Imax, Imed, Imin e Tmax idênticas. ...................................................... 61

ix
FIGURA 4.10 – Curvas de carga a) Consumidor residencial;
b) Consumidor industrial ; c) Alimentador. ..................................... 62
FIGURA 4.11 – Diagrama unifilar da rede. .............................................. 68
FIGURA 5.1 – Diagrama unifilar do alimentador...................................... 81
FIGURA 6.1 – Representação geométrica de um planejamento de
experimentos completo com dois fatores........................................ 134
FIGURA 6.2 – Representação geométrica do plano de experimentos para
construção de um modelo quadrático. ............................................ 141
FIGURA 6.3 – Curva de carga construída na ordem decrescente de suas
ordenadas....................................................................................... 149
FIGURA 6.4 – Curva de carga do primeiro ensaio construída de forma
aleatória. ......................................................................................... 153
FIGURA 6.5 – Curva de carga em ordem decrescente dos valores das
ordenadas....................................................................................... 163

x
LISTA DE TABELAS

TABELA 3.1 – Cargas horárias dos consumidores residenciais. ............ 28


TABELA 3.2 – Cargas horárias dos consumidores industriais. ............... 28
TABELA 3.3 – Curvas somatórias das cargas horárias para todo o
transformador de distribuição. .......................................................... 28
TABELA 3.4 – Curvas normalizadas somatórias das cargas horárias. ... 29
TABELA 4.1 – Fornecimento diário de energia . ..................................... 38
TABELA 4.2 – Características das curvas de carga. .............................. 50

TABELA 4.3 – Resultados dos cálculos do parâmetro τ......................... 51

TABELA 4.4 – Resultados dos cálculos do parâmetro τ......................... 53

TABELA 4.5 – Resultados dos cálculos de kf ......................................... 61


TABELA 4.6 – Características das curvas de carga. .............................. 62
TABELA 4.7 – Resultados dos cálculos de kf ......................................... 62
TABELA 4.8 – Características dos transformadores de distribuição e da
rede. ................................................................................................. 68
TABELA 5.1 – Características da rede. .................................................. 81
TABELA 5 2 – Características dos transformadores de distribuição....... 82
TABELA 5.3 – Curvas de carga dos transformadores de distribuição. ... 85
TABELA 5.4 – Fluxo de carga na rede a cada hora................................ 86
TABELA 5.5 – Perdas de energia em cada trecho da rede. ................... 87
TABELA 5.6 – Perdas diárias e mensais de energia na rede. ................ 88
TABELA 5.7 – Perdas de potência no cobre do primeiro transformador de
distribuição........................................................................................ 90

xi
TABELA 5.8 – Perdas diárias de energia no cobre dos transformadores
de distribuição................................................................................... 91
TABELA 5.9 – Perdas de energia nos transformadores de distribuição. 92
TABELA 5.10 – Fornecimento diário e mensal de energia. .................... 95
TABELA 5.11 – Demanda máxima do alimentador............................... 100
TABELA 5.12 – Perdas de potência ∆Pmax em cada trecho da rede.... 101
TABELA 5.13 – Perdas de potência no cobre dos transformadores de
distribuição...................................................................................... 106
TABELA 5.14 – Consumos mensais de energia dos transformadores de
distribuição...................................................................................... 109
TABELA 5.15 – Demanda média dos transformadores de distribuição. 110
TABELA 5.16 – Perdas de potência ∆Pmed. ......................................... 111
TABELA 5.17 – Características dos transformadores de distribuição e da
rede. ............................................................................................... 115
TABELA 5.18 – Comparação dos valores das perdas somatórias mensais
de energia na rede.......................................................................... 124
TABELA 5.19 – Comparação dos valores das perdas somatórias mensais
de energia no cobre dos transformadores de distribuição. ............. 125
TABELA 5.20 – Comparação dos valores das perdas somatórias mensais
de energia nos transformadores de distribuição. ............................ 126
TABELA 5.21 – Comparação dos valores das perdas totais mensais de
energia............................................................................................ 127
TABELA 6.1 – Matriz de planejamento de experimentos para dois fatores
........................................................................................................ 134
TABELA 6.2 – Matriz de planejamento de experimentos para três fatores
........................................................................................................ 135
TABELA 6.3 – Número de ensaios em função da quantidade de fatores
........................................................................................................ 141
TABELA 6.4 – Matriz de planejamento de experimentos para dois fatores
........................................................................................................ 141

xii
TABELA 6.5 – Valores do parâmetro α em função da quantidade de
fatores............................................................................................. 143
TABELA 6.6 – Matriz de planejamento de experimentos para dois fatores
........................................................................................................ 143
TABELA 6.7 – Matriz de planejamento de experimentos para três fatores
........................................................................................................ 150
TABELA 6.8 – Matriz de planejamento de experimentos para três fatores
........................................................................................................ 155
TABELA 6.9 – Definição de τ do primeiro ensaio................................. 156
TABELA 6.10 – Resultados dos ensaios. ............................................. 157
TABELA 6.11 – Comparação dos valores y~ e y . ................................. 162

TABELA 6.12 – Resultados dos cálculos do parâmetro τ..................... 164

TABELA II.1 – Resultados do primeiro ensaio. ..................................... 178


TABELA II.2 – Resultados do segundo ensaio. .................................... 179
TABELA II.3 – Resultados do terceiro ensaio. ...................................... 179
TABELA II.4 – Resultados do quarto ensaio. ........................................ 180
TABELA II.5 – Resultados do quinto ensaio. ........................................ 180
TABELA II.6 – Resultados do sexto ensaio. ......................................... 181
TABELA II.7 – Resultados do sétimo ensaio. ....................................... 181
TABELA II.8 – Resultados do oitavo ensaio. ........................................ 182
TABELA II.9 – Resultados do nono ensaio. .......................................... 182
TABELA II.10 – Resultados do décimo ensaio...................................... 183
TABELA II.11 – Resultados do décimo primeiro ensaio........................ 183
TABELA II.12 – Resultados do décimo segundo ensaio....................... 184
TABELA II.13 – Resultados do décimo terceiro ensaio......................... 184
TABELA II.14 – Resultados do décimo quarto ensaio. ......................... 185
TABELA II.15 – Resultados do décimo quinto ensaio........................... 185

xiii
SIMBOLOGIA

A valor da ordenada da curva de carga.


Ai somatório dos quadrados das ordenadas da curva de carga diária.
A0 soma dos quadrados das ordenadas da curva de carga para o dia no
qual foi realizado o cálculo das perdas de energia.
b0, bi, bij, bii coeficientes da equação do experimento.
De número de dias equivalente de algum período de tempo T.
DT duração em dias do período de tempo T.
FE índice experimental de Fisher.
FT índice tabulado de Fisher.
GE índice experimental de Gohran.
GT índice tabulado de Gohran.
IAL demanda do alimentador durante o período de tempo T.
Imax corrente máxima do transformador de distribuição.
Imed corrente média do transformador de distribuição.
Imq corrente média quadrática.
In corrente nominal do transformador de distribuição.
kf coeficiente de forma de qualquer curva de carga.
kfP coeficiente de forma da curva de carga da potência ativa.
kfQ coeficiente de forma da curva de carga da potência reativa.
L quantidade de coeficientes significativos do modelo.

xiv
LT linha de transmissão.
M símbolo de expectativa matemática.
N número de ensaios.
N1 número de ensaios no núcleo do plano.
Nα número de ensaios adicionais.
n0 número de ensaios no centro de plano.
nd número de Domingos.
nm número de dias de um período de leitura de medidores.
ns número de Sábados.
NT número de dias do período de tempo T.
nu número de dias úteis.
PA,PB,PC ordenadas da curva de carga simplificada.
Pmax demanda máxima.
Pmed demanda média.
Pmin demanda mínima.
ReL resistência equivalente das linhas.
ReT resistência equivalente dos transformadores de distribuição.
S At , SBt , S Ct cargas em cada fase do transformador de distribuição para
algum instante t.
2
Sad variância de adequação do modelo.

S2{bi} variância dos coeficientes.


Sn potência nominal do transformador de distribuição.

Su2 {y} variância dos ensaios.


S2{y} variância do experimento.
T período de tempo analisado.

xv
Td quantidade de medidas realizadas no dia escolhido para o cálculo das
perdas de energia.
Tm tempo de duração da demanda máxima.
TV período de tempo durante o qual o transformador de distribuição esta
sob tensão.
VAt , VBt , VCt tensões em cada fase do transformador de distribuição
para algum instante t.
Vn tensão de operação da rede.
W consumo (ou fornecimento) de energia.
WAL energia fornecida no barramento do alimentador durante o período
de tempo T.
Wd consumo (ou fornecimento) de energia no dia em que foi realizado o
cálculo das perdas de energia.
WP energia ativa fornecida na rede durante o período de tempo T.
WQ energia reativa fornecida na rede durante o período de tempo T.
WT consumo (ou fornecimento) de energia em todo o período de tempo
T.
~
x1 , ~
x2 , ~
x 3 valores naturais.

∆PC perdas nominais de potência no cobre dos transformadores de


distribuição para a tensão nominal.
∆PCt perdas de potência em carga dos transformadores de distribuição
para algum instante t.
∆Pmax perdas de potência calculadas com base no fluxo de carga que
corresponde a condição de demanda máxima.
∆Pmed perdas de potência calculadas com base no fluxo de demanda
média.
∆PO perdas nominais de potência no ferro dos transformadores de
distribuição para a tensão nominal.

xvi
∆POt perdas de potência em vazio dos transformadores de distribuição
para algum instante t.
∆PTT perdas de potência dos transformadores de distribuição para algum
período de tempo T.
∆Wd perdas diárias de energia.
∆WT perdas de energia calculadas para algum período de tempo T.
∆WTC perdas somatórias de energia no cobre dos transformadores de
distribuição para algum período de tempo T.
∆WT0 perdas somatórias de energia no ferro dos transformadores de
distribuição para algum período de tempo T.
∆WT perdas somatórias de energia na rede para algum período de
R

tempo T.
∆WTT perdas somatórias de energia dos transformador de distribuição
para algum período de tempo T.

xvii
ANEXOS

ANEXO I ................................................................................................ 177


ANEXO II ............................................................................................... 178

xviii
RESUMO

Dissertação de Mestrado
Programa de Pós Graduação em Engenharia Elétrica
Universidade Federal de Santa Maria

DESENVOLVIMENTO E ANÁLISE DE MÉTODOS PARA O CÁLCULO


DAS PERDAS DE ENERGIA ELÉTRICA EM SISTEMAS DE
DISTRIBUIÇÃO

AUTOR: ALEXANDRE BATISTA DE JESUS SOARES.


ORIENTADOR: VLADIMIR ANDREEVITCH POPOV, PH.D.
Data e Local da Defesa: Santa Maria, 22 de Julho de 2003.

Esta dissertação é dedicada à análise e testes de uma série de


modelos para a determinação das perdas técnicas de energia em
elementos do sistema de distribuição. Cada modelo analisado esta
ajustado da melhor forma possível a um determinado conjunto de
informações operacionais do sistema. O primeiro modelo, o de mais alta
precisão, requer a construção de modelos adequados dos modos de
operação do sistema e proporciona o cálculo das perdas de energia para
cada elemento da rede de distribuição com base no fluxo de carga. O
segundo modelo possibilita calcular com bastante precisão as perdas de
energia, quando não é possível obter medidas remotas regulares da
carga nos alimentadores ou subestações. O terceiro modelo esta
direcionado para o cálculo das perdas de energia quando são conhecidos
somente os valores de demanda máxima. O quarto modelo proporciona o
cálculo das perdas de energia quando são conhecidos os valores do
consumo (ou fornecimento) de energia dos consumidores. O quinto
modelo possibilita o cálculo das perdas de energia com base na
construção de características especiais de rede. Esta dissertação esta
divida em seis capítulos que tratam dos seguintes assuntos: objetivos da
dissertação e revisão de literatura; estrutura das perdas de energia em
sistemas de distribuição; modelagem das cargas elétricas; modelos para a
determinação das perdas técnicas de energia em sistemas de
distribuição; cálculos experimentais das perdas técnicas de energia
realizados com os modelos analisados e análise dos resultados obtidos;
método de análise das perdas de energia na fase de planejamento de
sistemas de distribuição e conclusões finais.

xix
ABSTRACT

Master Dissertation
Post-Graduate Program in Electrical Engineering
Federal University of Santa Maria

DEVELOPMENT AND ANALYSIS OF METHODS FOR CALCULATION


OF ENERGY LOSSES IN ELECTRICAL DISTRIBUTION SYSTEMS

AUTHOR: ALEXANDRE BATISTA DE JESUS SOARES.


SUPERVISOR: VLADIMIR ANDREEVITCH POPOV, PH.D.
Date and Local: July 22, 2003, Santa Maria, RS.

This dissertation is dedicated to the analysis and tests of a series of


models for the determination technical energy losses in elements of
distribution systems. Each model analyzed is adjusted to certain set of
operational information of the system. The first model of the highest
precision, needs than appropriate model of system state estimation and
allows to calculate energy losses for each element of distribution systems
on the basis of load flow. The second model makes possible to calculate
with enough precision energy losses when it is not possible to obtain
regular remote measures from the feeders or substations loads. The third
model allows to calculate energy losses when only values of maximum
demand are known. The fourth model makes possible to calculate energy
losses on the basis of energy consumption and average demand load
flow. The fifth model calculates losses of energy based on special
equivalent of electrical networks. This dissertation is divided into six
chapters with the following subjects: objectives of the dissertation and
literature revision; structure of losses of energy in distribution systems;
analysis of electrical loads; models for the determination of the technical
losses of energy in distribution systems; experimental calculations of
technical losses of energy using specified models and analysis of the
results of the experimental calculations; analysis of losses of energy in the
phase of distribution system planning and finally the conclusions.

xx
CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

Esta dissertação apresenta uma série de modelos propostos na


literatura para análise e determinação das perdas técnicas de energia1 em
sistemas de distribuição e o desenvolvimento de uma metodologia
fundamentada no uso da teoria de planejamento de experimentos para a
análise das perdas de energia na fase de planejamento de um sistema de
distribuição.
Deve ser salientado que os modelo analisados foram desenvolvido e
estão ajustados da melhor forma possível a um determinado conjunto de
informações operacionais do sistema de distribuição. Neste caso, a
escolha do modelo a ser utilizado no cálculo das perdas técnicas de
energia depende do caráter e da quantidade das informações que estão
disponíveis na concessionária quando da realização dos cálculos. Por
isso, quanto mais simples for o modelo, sob o ponto de vista da
informação utilizada para o cálculo das perdas de energia, maior será o
erro nos resultados obtidos.
O Primeiro modelo, é o de mais alta precisão, porque possibilita os
cálculos das perdas de energia para cada elemento da rede de
distribuição com base no fluxo de carga definido em tempo real ou quase
real. Entretanto a utilização deste modelo requer a construção de modelos
adequados dos modos de operação do sistema.

1
Perdas técnicas de energia são as perdas de energia ou demanda inerentes ao
processos de transmissão e distribuição, que ocorrem antes do ponto de entrega (limite
da via pública com o imóvel) da energia a unidade consumidora.
O Segundo modelo esta proposto para o caso, em que a
concessionária de energia por alguma razão não possa realizar as
medidas remotas regulares da carga nos alimentadores ou subestações.
Deste modo, as perdas de energia podem ser determinadas com uma
precisão relativamente alta somente para um dia (normalmente para um
dia útil) do período de tempo T analisado. Estas perdas de energia que
foram calculadas para o dia escolhido são utilizadas no cálculo das
perdas de energia de todo o período de tempo T (normalmente para um
mês).
O Terceiro modelo possibilita o cálculo das perdas de energia
quando o programa computacional utilizado pela concessionária de
energia esta direcionado somente para a definição dos valores de
demanda máxima. Neste caso, define-se o fluxo de carga que
corresponde à condição de demanda máxima, e com base neste dado
são calculadas as perdas de potência que possibilitam determinar as
perdas de energia para todo o período de tempo T.
O Quarto modelo proporciona a definição das perdas de energia
com base no consumo (ou fornecimento) de energia dos consumidores.
Deste modo, com base no fluxo de demanda média são definidas as
perdas de potência que correspondem a esse regime operacional e na
seqüência as perdas de energia podem ser calculadas para qualquer
período de tempo T.
O Quinto modelo possibilita o cálculo das perdas de energia com
base na construção de características especiais de rede. Dessa forma, as
perdas de energia podem ser determinadas separadamente para
conjuntos de trechos da rede e para conjuntos de transformadores de
distribuição.
Com os modelos analisados foram realizados cálculos experimentais
das perdas técnicas de energia em sistema de distribuição, sendo um
capítulo dedicado a realização e análise comparativa dos resultados
destes cálculos.

2
Para a fase de planejamento de sistemas de distribuição foi
desenvolvimento de uma metodologia fundamentada no uso da teoria de
planejamento de experimentos para análise das perdas de energia na
fase de planejamento de um sistema de distribuição.

1.1 OBJETIVOS DA DISSERTAÇÃO

A pesquisa realizada nesta dissertação teve como principais objetivos:


1. Apresentação e análise de uma série de modelos propostos na
literatura para o cálculo das perdas técnicas de energia em sistemas
de distribuição;
2. Criar recomendações para a escolha do melhor modelo a ser utilizado
no cálculo das perdas de técnicas de energia, de acordo com as
informações disponíveis na concessionária quando da realização dos
cálculos;
3. Demonstrar através da análise dos cálculos experimentais como os
resultados obtidos podem servir na elaboração de planos de redução
das perdas de energia em sistemas de distribuição;
4. Desenvolvimento de uma metodologia fundamentada no uso da teoria
de planejamento de experimentos para a análise das perdas de
energia na fase de planejamento de um sistema de distribuição.

3
1.2 REVISÃO DE LITERATURA

O crescimento do setor energético de um país ao longo dos anos


sempre pode ser medido por indicadores como: o crescimento do
consumo de energia, a construção de grandes complexos para produção
de energia elétrica e o constante investimento na melhoria e ampliação
dos sistemas de geração, transmissão e distribuição. Entretanto nos
últimos anos observa-se que em vários países o investimento no setor
elétrico não consegue mais acompanhar o crescimento do consumo de
energia elétrica. O crescimento populacional e a gradativa diminuição dos
recursos naturais (usados na produção de energia elétrica) são alguns
dos fatores que contribuem para o agravamento desta situação. Como
conseqüência desse cenário a previsão é de que em poucos anos vários
países começarão a enfrentar problemas de racionamento e escassez de
energia elétrica.
Deste modo, cresce a conscientização mundial da importância dos
estudos para o uso racional da energia elétrica, em particular, para à
redução das perdas de energia em sistemas elétricos. Por isso, várias
pesquisas estão sendo realizadas em diversos países com esse objetivo,
como exemplo, podem ser citadas [6], [16], [47], [56].
Naturalmente que todos os métodos e algoritmos propostos
consideram as características próprias e as informações da estrutura das
redes elétricas do país onde foi realizado o estudo. Entretanto é possível
agrupar alguns trabalhos com base nos métodos e informações que foram
utilizadas para o cálculo das perdas técnicas de energia em sistemas de
distribuição. Nos trabalhos [22], [26], [43], [47], [48] o cálculo das perdas
de energia foi realizado com base em modelos probabilísticos das cargas
elétricas. Nas pesquisas apresentadas nos trabalhos [13], [17], [24], [25],
[36], [38], [40], [46], [53], [54] foram utilizadas algumas características

4
integrais, as quais caracterizam as cargas elétricas (demanda, fluxo de
carga, etc.), para estimação das perdas técnicas de energia.
É possível destacar também alguns trabalhos que apresentam
métodos que supõem a possibilidade dos cálculos das perdas de energia
sem o conhecimento da informação exata sobre a topologia e parâmetros
das redes elétricas [22], [48], [49]. Em contrário, os autores dos trabalhos
[10], [11], [24], [25] pensam que somente é possível estimar as perdas de
energia quando estão disponíveis informações detalhadas das cargas
elétricas e parâmetros de redes (por exemplo, distribuição das cargas
dentro de cada fase das redes de média e baixa tensão).
È importante salientar os trabalhos [8], [27], [34], [44] onde foram
utilizados vários métodos de inteligência artificial para a determinação das
perdas de energia.
Para a análise econômica na fase de planejamento de redes
elétricas foram desenvolvidos alguns métodos apresentados no trabalho
[32].
Nos trabalhos [3], [16], [21], [45] o objetivo principal não foi a
estimação das perdas de energia para vários elementos da rede, mas a
definição das perdas de energia para um conjunto de redes elétricas de
alguma área.
Os trabalhos [13], [36], [45], [46] apresentam estudos direcionados
para a determinação das perdas de energia considerando as
características próprias de alguns componentes do sistema energético
(linhas aéreas, transformadores, reatores, disjuntores, etc.).
É importante salientar as pesquisas realizadas durante muitos anos
na ex-União Soviética [32], [40], [54], [56] relacionadas com a estimação
das perdas de potência e energia, onde foi desenvolvida, analisada e
testada uma série de métodos para o cálculo das perdas de energia com
base em vários conjuntos de informações iniciais disponíveis. Importantes
conclusões destas pesquisas foram o reconhecimento do fato, de que em
condições de incerteza das informações é razoável que os resultados

5
sejam apresentados na forma de valores intervalares, ao invés de valores
determinísticos. No processo de definição da estimativa dos intervalos das
perdas de energia foi considerado o erro introduzido através do uso de
modelos simplificados e também o erro em função da confiança da
informação, utilizada em cada modelo. È importante salientar que muitos
destes resultados atualmente são muito úteis.
No Brasil, a falta de investimentos no setor elétrico é apontada por
especialistas [39] como a principal culpada pela crise de energia atual. A
produção de energia recebia anualmente, em média, US$ 13 bilhões em
investimentos. Na década de 90, este valor caiu para US$ 7 bilhões,
embora o consumo não tenha parado de crescer, aumentando em média
5% por ano. Outro problema, além da falta de investimentos, é a falta de
integração que existe entre as diversas usinas. Enquanto as hidrelétricas
do Sudeste enfrentam os níveis mais baixos de abastecimento desde que
foram construídas, sobra água e energia no Sul e no Norte, onde as
usinas estão, em média, com altos níveis de abastecimento. A falta de
linhas de transmissão de alta capacidade impede a transmissão de
energia entre estas regiões e, até por isso, excluiu-se, as duas regiões do
racionamento de energia ocorrido em 2000 que foi adotado no Sudeste,
Centro-Oeste e Nordeste [18], [39].
Contudo diversos trabalhos para a estimativa das perdas de energia
estão sendo realizados no país. Nos trabalhos [13], [14], [20] esta
proposto o uso do fator de carga e do fator de perdas definidos com base
nas características integrais (demanda máxima e energia fornecida) para
o cálculo das perdas técnicas de energia. Para a fase de planejamento de
um sistema o trabalho [3] apresenta uma proposta para a previsão da
queda de tensão e das perdas de potência ativa, calculadas com um
modelo geométrico com base na aplicação de um algoritmo intitulado
“Arvore cronológica de comprimento mínimo”.

6
Nos trabalhos [13], [36], [37] as perdas técnicas de energia em redes
de distribuição foram determinadas com o uso de uma metodologia
baseada no gerenciamento de redes elétricas.
As concessionárias de energia elétrica brasileiras cada vez mais
investem em pesquisas [13], [15], [47], [53] e estratégias [14], [15], [20],
[52] para à redução das perdas de energia em seus sistemas.
O novo cenário do setor elétrico brasileiro de livre competição [4], [7]
e a crise energética [18], [39] (que levou o país a uma situação de
racionamento de energia elétrica) contribuíram para evidenciar à
importância das pesquisas realizadas pela parceria entre instituições de
ensino e concessionárias de energia elétrica. Deste modo, alguns dos
trabalhos referidos nesta revisão de literatura (por exemplo, [13], [47],
[52]) foram realizados com essa parceria, objetivando minimizar as perdas
de energia no sistema elétrico e melhorar a qualidade da energia
fornecida aos consumidores.

1.3 ORGANIZAÇÃO DOS CAPÍTULOS

Esta dissertação apresenta os seguintes assuntos organizados da


seguinte maneira:
O Capítulo 1 apresenta uma breve introdução, os objetivos da
dissertação e a revisão de literatura.
No Capítulo 2 é realizada uma breve revisão da conceituação da
estrutura das perdas de energia em sistemas de distribuição.
O Capítulo 3 apresenta uma análise das curvas típicas de carga,
demonstrando o processo de construção das curvas de carga de
transformadores de distribuição, objetivando a modelagem das cargas
elétricas do sistema de distribuição.

7
No Capítulo 4 são apresentados os modelos propostos na literatura
para à análise e determinação das perdas técnicas de energia em
sistemas de distribuição.
O Capítulo 5 é dedicado a realização e análise dos resultados dos
cálculos experimentais das perdas técnicas de energia utilizando os
modelos analisados no Capítulo 4.
No Capítulo 6 é apresentada o desenvolvimento de uma
metodologia fundamentada no uso da teoria de planejamento de
experimentos para a análise das perdas de energia na fase de
planejamento de um sistema de distribuição.
A Conclusão apresenta um resumo das principais conclusões e
contribuições dessa dissertação, onde também são sugeridos possíveis
tópicos de interesse para a continuidade deste trabalho.

8
CAPÍTULO 2

ESTRUTURA DAS PERDAS


DE ENERGIA EM SISTEMAS
DE DISTRIBUIÇÃO

2.1 INTRODUÇÃO

Este capítulo apresenta uma breve análise da estrutura das perdas


de energia em sistemas energéticos, examina o balanço de energia no
sistema de distribuição e apresenta considerações sobre as informações
disponíveis nas concessionárias de energia.

O desenvolvimento de métodos para o cálculo das perdas de


energia elétrica, visando a sua redução, devem ser considerados como
parte importante da rotina diária de qualquer concessionária de energia
elétrica.
Entretanto para solucionar este problema é necessário
primeiramente definir onde ocorrem e quais as principais causas que
provocam estas perdas de energia. Os estudos [12], [13], [36]
demonstram que dentre as principais causas que provocam excessivas
perdas de energia podem ser citadas: a inadequação dos parâmetros do
sistema de distribuição, a falta de planejamento, o controle impróprio dos
modos de operação, a quantidade e número insuficiente de medidores de
energia, fraudes e roubos de energia. Somente após a solução destes
problemas a concessionária poderá definir um plano de redução de
perdas de energia [14], [15], [47] argumentado e viável economicamente
que possibilite implementar um conjunto de medidas e procedimentos a
serem usados principalmente pelos seus setores de engenharia e
planejamento de sistemas.

2.2 CLASSIFICAÇÃO DAS PERDAS DE ENERGIA EM


SISTEMAS ENERGÉTICOS

Considerando que o principal objetivo de qualquer sistema


eletroenergético é o de gerar energia elétrica em quantidades suficientes
e nos locais mais apropriados, transmiti-la aos centros de carga e
distribuí-la aos consumidores individuais, dentro dos padrões de
qualidade estabelecidos pela ANEEL2, com o menor custo e prejuízo
ecológico possível [12], [53]. É necessário localizar e identificar as perdas
de energia que ocorrem no sistema elétrico. Deste modo, pode ser
considerada a classificação apresentada nos trabalhos [47], [53] que
classificam as perdas de energia, de acordo com os seguintes critérios:
• Natureza:
• Perdas de Demanda: diferença existente entre a demanda de
entrada ou requerida (kW) e a demanda de saída ou vendida
(kW), em um dado instante t.
• Perdas de Energia: diferença existente entre a energia de entrada
ou requerida (kWh) e a energia de saída ou vendida (kWh), em
um intervalo de tempo.

2
ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica.

10
• Origem:
• Perdas Técnicas: energia (kWh) ou demanda (kW) perdida no
transporte e na transformação (inerente ao processo), e que
ocorre antes do ponto de entrega.
• Perdas Constantes: energia (kWh) ou demanda (kW) perdida
que praticamente independem da carga solicitada.
• Perdas Variáveis: energia (kWh) ou demanda (kW) perdida
que dependem da carga.
• Perdas Comerciais: energia (kWh) ou demanda (kW) perdida que
resulta, do erro ou da não medição de consumo de energia (não
contabilizado) conseqüência da existência de consumidores
clandestinos3 ou consumidores a “Forfait”4 [53], de medidores
descalibrados, de erros ou diversidade de leituras, da falta de
atualização das informações de cargas sem medição, como por
exemplo, semáforos e iluminação pública, ou consumo próprio da
concessionária.
• Localização:
• Perdas Globais: perdas totais de energia (kWh) e demanda (kW)
existente, considerando o conjunto dos sistemas de geração,
transmissão e distribuição.
• Perdas de Geração e Transmissão: perdas totais de energia
(kWh) e demanda (kW) existente, considerando o conjunto dos
sistemas de geração e transmissão.
• Perdas de Distribuição: perdas totais de energia (kWh) e
demanda (kW) existente, considerando o conjunto dos sistemas
de distribuição.

3
Consumidor Clandestino: consumidor ligado a rede de distribuição sem medição e sem
conhecimento da concessionária.
4
Consumidor Forfait: consumidor ligado a rede de distribuição sem medição, registrado na
concessionária.

11
• Componentes:
• Rede Primária: perdas de energia (kWh) ou demanda (kW) no
conjunto da rede primária e nos transformadores de distribuição.
• Rede Secundária: perdas de energia (kWh) ou demanda (kW) no
conjunto dos ramais de ligação, nos medidores, etc.

2.3 BALANÇO DE ENERGIA EM SISTEMAS DE


DISTRIBUIÇÃO

A determinação das perdas globais do sistema de distribuição e a


estimação das perdas técnicas por meios de cálculos, possibilitam a
concessionária definir o montante das perdas comerciais, através do
balanço de energia do sistema [53], equacionado da seguinte forma:

⎧ ∆Wcom
W Σ - ΣWm - Wp = ∆W ⎨ , (2.1)
⎩ ∆WT
onde:

WΣ energia fornecida;
ΣWm somatório da energia medida no ponto de entrega (MT ou BT), no
lado dos consumidores;
Wp energia consumida para as necessidades próprias da companhia;
∆W quantidade global das perdas de energia que se divide em perdas
comerciais e técnicas.

12
A explicitação de cada termo da Equação (2.1) fornece o balanço de
energia nas redes de média e baixa tensão.
WΣ = Wc + ∆Wm + ∆Wb + ∆Wc + ∆Wo + ∆Wp + ∆Wcp +
(2.2)
+ ∆Wcom,

onde:

WΣ energia fornecida;
Wc energia elétrica consumida e paga pelos consumidores;
∆Wm, ∆Wb perdas técnicas de energia em redes de média e baixa
tensão;
∆Wc, ∆Wo perdas técnicas de energia no cobre e no ferro dos
transformadores de distribuição;
Wp energia consumida para as necessidades próprias da companhia;
∆Wcp perdas de energia em medidores de energia e seus circuitos;
∆Wcom perdas comerciais de energia.

2.4 INFORMAÇÕES DISPONÍVEIS EM


CONCESSIONÁRIAS DE ENERGIA

Diariamente os Centros de Operações [9] das modernas


concessionárias de energia processam uma grande quantidade de
informações dos modos de operação dos seus sistemas.
Considerando que as perdas técnicas de energia em sistemas de
distribuição não podem ser medidas diretamente (mas podem ser
estimadas por meio de cálculos) a análise das informações disponíveis

13
tem um papel fundamental, tanto para o cálculo das perdas de energia
quanto para a escolha do plano de redução de perdas de energia [14],
[15], [47] que poderá ser adotado pela concessionária.
Conforme as informações utilizadas nos cálculos das perdas de
energia e o objetivo do uso destes resultados, podem ser definidos três
períodos de tempo para os quais os cálculos poderão ser realizados.
1. Cálculos Retrospectivos das perdas de energia são os cálculos
realizados para algum período de tempo do passado, geralmente
usados para solucionar os seguintes problemas:
• Definição da estrutura das perdas de energia para cada grupo de
elementos do sistema elétrico;
• Definição das perdas comerciais;
• Localização dos elementos do sistema com elevadas perdas de
energia;
• Escolha dos meios para redução das perdas de energia;
• Avaliação da eficiência real das propostas (projetos) de redução de
perdas já realizadas;
• Realização dos cálculos financeiros, incluindo argumentos para a
revisão tarifária de energia elétrica.
2. Cálculos Operacionais das perdas de energia, são os cálculos
realizados para a definição das perdas de energia para o período de
tempo presente e servem para o monitoramento e correção dos modos
de operação do sistema, em caso de necessidade.
3. Cálculos Perspectivos das perdas de energia são os cálculos
realizados geralmente para a estimação dos valores das perdas de
energia esperadas para o fim de um período de tempo futuro (mês ou
ano) e podem ser usados para:
• Definição da eficiência esperada de projetos de redução de perdas de
energia;

14
• Para comparação de projetos de desenvolvimento, ampliação e
reconstrução de sistemas elétricos.
As informações sobre os parâmetros dos elementos e características
dos modos de operação do sistema energético podem ser apresentadas
basicamente de duas formas: probabilística ou determinística. Como
determinística são consideradas as informações apresentadas na forma
de valores únicos e que não se alteram durante algum período de tempo
de operação do sistema.
Como exemplo, podem ser citados:
• Dados de placa de equipamentos;
• Comprimentos de trechos de linhas de transmissão e distribuição;
• Resistência unitária de condutores, etc.
Na realidade pode acontecer de alguma informação probabilística
ser considerada como determinística, por exemplo, as perdas de energia
no ferro dos transformadores por independerem da carga solicita têm
alterações insignificantes nos seus valores durante processos de
mudança dos modos de operação do sistema. Por isso, podem ser
consideradas como valores constantes.
Os modos de operação de sistemas energéticos são geralmente
apresentados através de algumas características integrais (I, V, P, etc.)
que dependem de vários de fatores, tais como, quantidade de
consumidores ligados na rede em algum certo período de tempo em cada
nó, potência dos consumidores, possibilidade de desligamento
emergencial de parte do sistema, etc. Por isso, as cargas elétricas em
trechos de redes e as tensões em nós devem ser consideradas como
valores aleatórios e a análise das mudanças nestes valores durante um
período de tempo como processo aleatório.
A análise das informações disponíveis em modernas companhias
energética demonstra que na prática atual é impossível achar estimativas
de parâmetros probabilísticos (leis de distribuição e características

15
correspondentes). Por esta razão, para solucionar os problemas de
análise de redes elétricas, normalmente, são utilizados modelos
simplificados de sistemas, que estão orientados para o uso de dados que
podem não ser totalmente precisos. Evidentemente que este processo
tem como conseqüência a diminuição na precisão dos cálculos das
perdas de energia.

Naturalmente, as informações disponíveis em cada concessionária


de energia podem variar de uma para outra, dependendo do tipo de
serviço que é prestado (geração, transmissão, distribuição etc.), da
quantidade de medidas remotas disponíveis, da estrutura dos bancos de
dados, do programa computacional utilizado na modelagem das cargas e
estimação de estados do sistema, etc.
Mas basicamente, as concessionárias dispõem das seguintes
informações sobre seus sistemas elétricos:
1. Topologia, comprimentos e parâmetros de trechos das linhas de
distribuição;
2. Quantidade de consumidores ligados em cada transformador de
distribuição, com indicação do tipo de consumidor e dados sobre
consumo mensal de energia;
3. Consumo mensal de energia dos consumidores de cada grupo típico;
4. Dados de placa dos transformadores de distribuição;
5. Medidas de consumo de energia e curvas de carga para
consumidores industriais que usam sistema tarifário convencional:
verde ou azul;
6. Curvas típicas de carga (CTC) para diferentes grupos de
consumidores;
7. Resultados de medidas remotas (I, V, P, Q) realizadas na saída dos
alimentadores do sistema de distribuição e algumas vezes em trechos
da rede de distribuição no caso do uso de equipamentos de
comutação com controle remoto;

16
8. Fornecimento diário e mensal de energia ativa e reativa para
alimentadores e transformadores de subestações.

Na Figura 2.1 são apresentadas algumas informações que podem


estar disponíveis nas concessionárias de energia.

FIGURA 2.1 – Localização das informações no sistema elétrico.

17
CAPÍTULO 3

MODELAGEM DE CARGAS
ELÉTRICAS EM SISTEMAS
DE DISTRIBUIÇÃO

3.1 INTRODUÇÃO

Este capítulo apresenta uma análise que demonstra a importância e


as vantagens da utilização das curvas típicas de carga nos processos de
análise dos modos de operação de redes de distribuição o processo de
construção das curvas típicas de carga para consumidores típicos e o
algoritmo de construção das curvas de carga para transformadores de
distribuição.

Para alguns modelos que serão analisados no Capítulo 4, antes de


serem realizados os cálculos das perdas técnicas de energia, deve ser
feita a modelagem das cargas elétricas. Esta modelagem é realizada
através de um algoritmo que utiliza como informações os dados de
consumo de energia e as curvas típicas de carga, para a definição das
cargas horárias dos transformadores de distribuição. Deste modo, o
processo de construção das curvas típicas de carga deve receber uma
atenção especial principalmente para o processamento correto das
medidas de consumo de energia e o uso adequado desta informação para
a definição das cargas dos transformadores de distribuição.
3.2 APRESENTAÇÃO DAS CURVAS TÍPICAS DE CARGA

Tradicionalmente as curvas típicas de carga são construídas para os


consumidores mais característicos ou grupo de consumidores similares
[28], [29], [30].
Considerando que as curvas típicas de carga representam
consumidores com valores de potência relativamente diferentes, é
racional representar as ordenadas destas curvas na forma de valores
normalizados. Desta forma, as curvas típicas refletem somente um
processo de variação de consumo de energia elétrica em um determinado
período de tempo (usualmente um dia), para alguns consumidores
(residenciais, prédios, armazém, instituição educacional, etc.) ou grupos
de consumidores semelhantes (público, rurais, empresas de ramos
específicos da indústria, etc.) sem a estimação do valor real da carga.
A obtenção das curvas de carga de todos os consumidores é uma
tarefa praticamente impossível, devido a necessidade de instalação de um
grande número de medidores capazes de registrar curvas de carga. Por
isso, cada concessionária deve definir o próprio número ótimo de curvas
típicas de carga a serem utilizadas. A experiência demonstra que na
maioria das vezes não é suficiente construir curvas típicas de carga
somente para as classes principais de consumidores: residenciais,
comerciais, industriais e rurais.
Muitas vezes, as curvas típicas precisam ser divididas em várias
subclasses, devido a diferença no regime de funcionamento dos
consumidores [2]. Por exemplo, para um consumidor com carga industrial,
é necessário levar em conta que setores desta empresa podem trabalham
em turno único de 8h por dia, outros em dois turnos de 8h e alguns em
turnos de 24h por dia. Para os consumidores residenciais as subclasses
podem ser definidas em função de faixas de variação do consumo médio
de energia. Por exemplo, por prédios com consumo mensal por

19
apartamento menor que 50 kWh; ou de consumo entre 51 a 150 kWh; de
151 a 300 kWh; de 301 a 500 kWh ou acima de 500 kWh.
Tradicionalmente, as curvas típicas de carga diárias são construídas
com seus dados normalizados, para valores de potência ativa e reativa ou
corrente e fator de potência, em relação à demanda diária máxima ou
demanda diária média, conforme o demonstrado na Figura 3.1.

FIGURA 3.1 – a) Curva de carga b) Curva de carga normalizada em função da carga


máxima c) Curva de carga normalizada em função da carga média.

No processo de construção e utilização das curvas típicas de carga


é necessário serem feitas duas considerações:
1. Curvas típicas de carga devem ser construídas para os diferentes dias
da semana (dia útil, Sábado e Domingo/feriado), para as diferentes
estações do ano e se necessário, para as diferentes regiões de
atendimento das concessionárias.
2. Existe a necessidade de a cada 4 - 5 anos renovar as curvas típicas
de carga com base em informações atualizadas do sistema. Isto
porque durante este período podem ocorrer alterações nas
características de consumo provocadas, por exemplo, pela troca de
tecnologia ou mudança na estrutura tarifária.

20
Para atender as condições anteriores, é necessária uma grande
quantidade de informações sobre as medidas de carga. Porém na prática
não podem ser obtidos dados experimentais em quantidades satisfatórias
para a análise através do uso de métodos estatísticos. Todavia as curvas
típicas de carga devem possibilitar o recalculo adequado do valor integral
do consumo de energia ativa em valores de carga, por exemplo, para
cada hora.
Para que isto seja realizado, para cada tipo de consumidor, as
curvas de cargas (potências ativas e reativas) que foram medidas para dia
útil, Sábado e Domingo devem ser normalizadas em relação à demanda
ativa máxima do dia útil. Esta abordagem possibilita que em seguida seja
considerado que o período de tempo para o qual foram definidos os
valores de consumo de energia, contenha números diferentes de dias
úteis, Sábados e Domingos, com diferentes consumos diários
correspondentes.
No processo de construção das curvas típicas de carga, deve ser
medido um conjunto de consumidores da mesma classe. Para cada
consumidor específico realizam-se as medidas das curvas de carga para
alguns dias úteis, para Sábado e para Domingo.
Para o processamento primário das informações obtidas no
processo de medição, as seguintes abordagens podem ser usadas para a
construção das curvas típicas de carga:
1. Primeiramente define-se para cada consumidor a curva de carga
média para dia útil. Posteriormente esta curva média deve ser
normalizada em conjunto com as curvas de cargas medidas para
Sábado e Domingo, em relação à demanda máxima horária;
2. Na seqüência, calculam-se as curvas de cargas normalizadas para
cada um dos dias úteis, junto com Sábado e Domingo. Neste caso,
tem-se algumas séries onde cada série contém três curvas de cargas
normalizadas do dia útil, Sábado e Domingo.

21
A eficiência desta abordagem para a construção das curvas típicas
de carga (considerando todas as ordenadas normalizadas em relação a
demanda máxima do dia útil) deve-se ao fato da possibilita do uso mais
adequado dos dados sobre consumo de energia no processo de
modelagem das curvas de carga dos transformadores de distribuição e na
modelagem dos modos de operação do sistema.

3.3 ALGORITMO DE CONSTRUÇÃO DAS CURVAS DE


CARGA DE TRANSFORMADORES DE DISTRIBUIÇÃO

Atualmente as concessionárias de energia possuem dados sobre o


consumo mensal de energia para cada transformador de distribuição,
diferenciados para cada K grupo de consumidores típicos.
O intervalo entre as leituras dos medidores pode conter diferentes
números de dias úteis, Sábados e Domingos. Por isso, o objetivo desta
parte do trabalho é o desenvolvimento de algoritmo, que permita com
base nos dados sobre consumo de energia e curvas típicas de carga
definir as cargas horárias (ou em geral para qualquer período de tempo)
para transformadores de distribuição [2].

Considerando, um período de leitura dos medidores contendo nm


dias:

n m = n u + ns + nd , (3.1)
onde:

nu número de dias úteis;


ns número de Sábados;
nd número de Domingos.

22
O consumo de energia do transformador de distribuição j durante

esse período de nm dias é igual à Wjm. Considerando que este


transformador de distribuição fornece energia para K grupos de
consumidores típicos, onde o consumo de energia para cada grupo de

consumidores típicos no mesmo período de tempo é Wjkm.


Naturalmente o consumo de energia pode ser calculado com a
equação:
K
W jm = ∑ W jkm , (3.2)
k =1

onde:
j transformador de distribuição;

nm número de dias do período de medição;


K grupo de consumidores típicos.

Para cada curva típica de carga (para dias úteis, Sábado


e Domingo), de acordo com a composição da carga de cada
transformador j, são calculados os valores das ordenadas médias.
T
1
*
Pkumed =
T
∑Pkut
*
, k = 1,.., K , (3.3)
t=1
T
1
*
Pksmed =
T
∑ *
Pkst , k = 1,.., K , (3.4)
t=1
T
1
*
Pkdmed =
T
∑ *
Pkdt , k = 1,.., K . (3.5)
t=1
onde:
*
Pkut ordenada da curva típica de carga normalizada para dia útil;

*
Pkst ordenada da curva típica de carga normalizada para Sábado;

*
Pkdt ordenada da curva típica de carga normalizada para Domingo;

23
*
Pkumed valor médio das ordenadas da curva típica de carga normalizada

para o dia útil;


*
Pksmed valor médio das ordenadas da curva típica de carga normalizada

para Sábado;
*
Pkdmed valor médio das ordenadas da curva típica de carga normalizada

para Domingo;
T quantidade de medidas das ordenadas da curva típica de carga
normalizada.

Com os valores das ordenadas médias calcula-se a característica:

W jk* = Pkumed
* *
∗ n u + Pksmed *
∗ n s + Pkdmed ∗ n d , k = 1,.., K . (3.6)

Para cada grupo de consumidores típicos que esta ligado ao


transformador j é possível definir a demanda máxima.
W jkm
Pjkmax = , k = 1,..,K , (3.7)
*
W jk ∗T
onde:
Pjkmax demanda máxima para cada conjunto de consumidores;
K grupo de consumidores típicos.

Na seqüência calculam-se as cargas horárias para cada grupo de


consumidores típicos.

* *
Pjkut = Pjkumax ∗ Pkut , Qjkut = Pjkumax ∗ Qkut , t = 1,.., T , k = 1,..,K , (3.8)

* *
Pjkst = Pjkumax ∗ Pkst , Qjkst = Pjkumax ∗ Qkst , t = 1,.., T , k = 1,..,K , (3.9)

* *
Pjkdt = Pjkumax ∗ Pkdt , Qjkdt = Pjkumax ∗ Qkdt , t = 1,.., T , k = 1,..,K . (3.10)

24
onde:
Pjkut carga horária do grupo de consumidores típicos para dia útil;
Pjkst carga horária do grupo de consumidores típicos para Sábado;
Pjkdt carga horária do grupo de consumidores típicos para Domingo.

Os cálculos das cargas horárias para todo o transformador de


distribuição j para dia útil, Sábado e Domingo, são realizados da seguinte
forma:
K K
Pjut = ∑ Pjkut , Q jut = ∑ Q jkut , t = 1,.., T , (3.11)
k=1 k=1

K K
Pjst = ∑ Pjkst , Q jst = ∑ Q jkst , t = 1,.., T , (3.12)
k=1 k=1

K K
Pjdt = ∑ Pjkdt , Q jdt = ∑ Q jkdt , t = 1,.., T . (3.13)
k=1 k=1

onde:
Pjut carga horária para todo o transformador de distribuição j para dia
útil;
Pjst carga horária para todo o transformador de distribuição j para
Sábado;
Pjdt carga horária para todo o transformador de distribuição j para
Domingo.

25
Exemplo 3.1 – Neste exemplo será demonstrado o algoritmo para
construção das curvas de carga de um transformador de distribuição que
alimenta consumidores com carga residencial e industrial.
Na Figura 3.2 estão representadas as curvas típicas de carga dos
consumidores residenciais para dia útil, Sábado e Domingo normalizadas
em função da potência máxima do dia útil.

FIGURA 3.2 – Curvas de carga normalizadas para consumidor residencial


a)- dia útil, b)- Sábado, c) Domingo.

As curvas típicas de carga dos consumidores industriais para dia útil,


Sábado e Domingo normalizadas em função da potência máxima do dia
útil estão representadas na Figura 3.3.

FIGURA 3.3 – Curvas de carga normalizadas para consumidor industrial


a)- dia útil, b)- Sábado, c) Domingo.

26
Considerando que as leituras das medições foram realizadas
durante um período que compreendeu os dias de 14/01/2003 à
11/02/2003, que contém 20 dias úteis, 4 Sábados e 4 Domingos.
O período de medição conforme a Equação (3.1), neste caso será:

nm = 20 + 4 + 4.
Supondo que os dados da medição do consumo mensal de energia
sejam:

W1m = 18360 kWh (consumo mensal para os consumidores residenciais)


W2m = 55440 kWh (consumo mensal para os consumidores industriais)
Os valores médios das ordenadas das curvas típicas de carga para
cada consumidor e para os diferentes dias da semana foram calculados
com as Equações (3.3), (3.4) e (3.5):
*
P1umed = 0,56 , P1smed
*
= 0,54 , P1dmed
*
= 0,47.
*
P2umed = 0,67 , P2smed
*
= 0,32 , P2dmed
*
= 0,26.

Em seguida, foram calculadas as características com a Equação


(3.6):

W1* = 0,56 * 20 + 0,54 * 4 + 0,47 * 4 = 15,24.


W2* = 0,67 * 20 + 0,32 * 4 + 0,26 * 4 = 15,72.

As demandas máximas para cada conjunto de consumidores foram


calculadas com a Equação (3.7):
* 18360
P1max = = 50,19 kW .
15,24 * 24
* 55440
P2max = = 146,95 kW.
15,72 * 24

Na seqüência dos cálculos o próximo passo foi determinar as cargas


horárias de cada grupo de consumidores, que foram calculadas com as
Equações (3.8), (3.9) e (3.10), respectivamente para dia útil, Sábado e
Domingo.

27
A Tabela 3.1 apresenta os resultados dos cálculos das cargas
horárias dos consumidores residências.

TABELA 3.1 – Cargas horárias dos consumidores residenciais – valores em (kW).


Horas 0-4 4-8 8 - 12 12 - 16 16 - 20 20 - 24
Dia útil 8,03 20,07 31,12 25,59 50,19 33,62
Sábado 10,03 17,57 28,61 27,10 44,67 36,14
Domingo 6,02 16,56 26,09 24,09 37,64 30,11

A Tabela 3.2 apresenta os resultados dos cálculos das cargas


horárias dos consumidores industriais.

TABELA 3.2 – Cargas horárias dos consumidores industriais – valores em (kW).


Horas 0-4 4-8 8 - 12 12 - 16 16 - 20 20 - 24
Dia útil 51,43 91,10 102,86 124,91 146,95 74,94
Sábado 17,63 51,43 73,47 64,65 44,08 30,86
Domingo 14,69 45,55 58,78 48,49 44,08 22,04

As curvas somatórias das cargas horárias para todo o transformador


de distribuição foram obtidas pela soma dos valores da Tabelas 3.1 com
os valores da Tabela 3.2 para dia útil, Sábado e Domingo, os resultados
encontrados estão na Tabela 3.3.

TABELA 3.3 – Curvas somatórias das cargas horárias para todo o transformador de
distribuição – valores em (kW).
Horas 0-4 4-8 8 - 12 12 - 16 16 - 20 20 - 24
Dia útil 59,46 111,17 133,98 150,50 197,14 108,56
Sábado 27,66 69,00 102,08 91,75 88,75 67,00
Domingo 20,71 62,11 84,87 72,58 81,72 52,15

Caso seja necessário, as curvas somatórias das cargas horárias de


todo o transformador de distribuição podem ser normalizadas de acordo
com as regras anteriores, utilizando para isto, o máximo valor da carga
horária somatória do dia útil, neste caso, 197,14 kW (ver Tabela 3.3).

28
Os valores das curvas normalizadas somatórias das cargas horárias
de todo o transformador de distribuição são apresentados na Tabela 3.4.

TABELA 3.4 – Curvas normalizadas somatórias das cargas horárias.


Horas 0-4 4-8 8 - 12 12 - 16 16 - 20 20 - 24
Dia útil 0,30 0,56 0,68 0,76 1,00 0,55
Sábado 0,14 0,35 0,52 0,46 0,45 0,34
Domingo 0,10 0,31 0,43 0,37 0,41 0,26

A próxima etapa a ser realizada é a correção das cargas dos


transformadores de distribuição, com base nos resultados das medidas
remotas realizadas, normalmente nas saídas dos alimentadores. Este
processo deve ser realizado em tempo real ou quase real.
Existem alguns enfoques para a solução deste problema [2], [38],
mas independentemente do realizado nesta abordagem, deve ser
salientado que o nível de correção das cargas é diretamente proporcional
ao nível de carregamento dos transformadores e inversamente
proporcional ao nível de precisão da estimativa desta carga.

29
CAPÍTULO 4

MODELOS PARA O
CÁLCULO DAS PERDAS
TÉCNICAS DE ENERGIA EM
SISTEMAS DE
DISTRIBUIÇÃO

4.1 INTRODUÇÃO

Este capítulo apresenta uma série de modelos propostos na


literatura para análise e determinação das perdas técnicas de energia em
sistemas de distribuição.

Os modelos que serão analisados possibilitam que as perdas


técnicas de energia sejam calculadas para os diferentes conjuntos de
informações que as concessionárias de energia tenham disponíveis das
condições operacionais dos seus sistemas. Deste modo, as perdas de
energia podem ser determinadas para todo o sistema, para parte do
sistema ou para vários elementos do sistema de distribuição.
A importância da definição das perdas de energia individualmente
para todos os elementos do sistema de distribuição consiste do fato da
possibilidade de serem implementadas ações mais adequadas e efetivas
para a sua redução.
4.2 PRIMEIRO MODELO

O Primeiro modelo possibilita o cálculo das perdas de energia com


alta precisão, porque pode fornecer o valor das perdas de energia para
cada elemento da rede, com base no fluxo de carga, definido em tempo
real ou quase real. A expressão em tempo real ou quase real refere-se ao
fato das informações sobre as medidas remotas do fluxo de carga serem
utilizadas no momento em que são recebidas para a estimação das
perdas de energia (tempo real) ou serem utilizadas posteriormente para a
estimação das perdas de energia (tempo quase real).
A grande vantagem deste método é possibilidade de calcular as
perdas técnicas de energia para cada elemento da rede com alta
precisão, o que permite que a concessionária de energia implemente um
plano para redução das perdas de energia [20], [37], [47] [52], [56]
fundamentado em argumentos e resultados.
Entretanto, quando as perdas de energia são calculadas para um
conjunto de elementos como um alimentador ou grupo de alimentadores
os resultados nem sempre refletem a situação real. Isto porque, os
resultados dos cálculos podem incluir compensação de erros nos valores
das perdas em vários elementos do alimentador, por exemplo, quando
para alguns trechos da rede as perdas foram calculadas com erro
positivo, para outros trechos foram calculadas com erro negativo.
A Figura 4.1 demonstra o fluxo de carga entre os nós de um trecho
da rede.

FIGURA 4.1 – Fluxo de carga em um elemento da rede.

31
O cálculo das perdas técnicas de energia de acordo com este
modelo são realizados com a equação:
T / ∆t
∆Wi,i+1 = 3∗ ∆t∗ R i,i+1 ∗ ∑ Ii,i+1,
2
t. (4.1)
t =1

Os mesmos cálculos podem ser realizados com base nas


informações sobre a tensão nodal e as potências ativas e reativas. Neste

⎛ Vi, t + Vi+1, t ⎞
caso, considerando que S i,i+1, t = 3 ∗ Ii,i+1, t ∗ ⎜ ⎟ , onde
⎝ 2 ⎠

S2 = P2 + Q2 , isolando-se Ii,i+1, t da equação anterior e


i,i+1,t i,i+1,t i,i+1,t

elevando-se ao quadrado, pode-se substituir este valor na Equação (4.1),


resultando na equação:

⎛ T / ∆t 2 T / ∆t ⎞
⎜ ∑ Pi,i+1, t + ∑ Q i,i+1, 2
t

⎜ t =1 ⎟
∆Wi,i+1 = ∆t∗ Ri,i+1 ⎜ t =1
2 ⎟,
⎜ ⎛ i, t
V + Vi+1, t ⎞ ⎟
⎜ ⎜ ⎟ ⎟
⎝ ⎝ 2 ⎠ ⎠
(4.2)
⎛ T / ∆t 2 T / ∆t ⎞
⎜ ∑ Pi,i+1, t + ∑ Q i,i+1, 2
t⎟
⎜ t =1 ⎟
∆Wi,i+1 = 4∗ ∆t∗ Ri,i+1 ⎜ t =1
⎟,
( Vi, t + Vi+1, t )
2
⎜ ⎟
⎜ ⎟
⎝ ⎠
onde:
Ii,i+1,t , Pi,i+1,t , Q i,i+1,t corrente, potência ativa e potência reativa
respectivamente dos elementos de rede entre os nós i e i+1 no período de
tempo t;

R i,i+1 resistência entre os nós i e i+1;

Vi, t , Vi+1, t valores das tensões nos pontos i e i+1, no período de

tempo t.

32
Entretanto este modelo somente pode ser usado quando a
concessionária de energia atender a duas condições:

1. A concessionária deve possuir um sistema computacional que


possibilite a realização dos cálculos do fluxo de carga e tensão nos
nós da rede em tempo real ou quase real, o que naturalmente supõe a
existência de um sistema de medição em cada alimentador do
sistema de distribuição.
2. A concessionária deve possuir um algoritmo para o cálculo das cargas
elétricas que possibilite considerar corretamente toda a informação
disponível e que garanta a adequação máxima da modelagem dos
modos de operação das redes.

Considerando as condições anteriores, a maior dificuldade encontrada


para a utilização do Primeiro modelo, é a estimação do estado das redes
elétricas, ou seja, a determinação do fluxo de carga e as tensões nos nós
da rede em tempo real ou quase real, com base nas medidas remotas que
devem ser realizadas nos alimentadores do sistema de distribuição.

33
4.3 SEGUNDO MODELO

Muitas vezes, as concessionárias de energia utilizam uma única


curva típica de carga para cada consumidor típico sem diferenciação para
dias úteis, Sábados e Domingos. Nesta situação, o cálculo das perdas de
energia de acordo com a Equação (4.1), pode ser realizado somente para
um dia típico (normalmente para um dia útil).
Entretanto a definição direta das perdas de energia para uma
semana, ou um período maior de tempo utilizando as mesmas curvas de
carga podem não estar totalmente corretas.
Além disso, algumas vezes as concessionárias, por alguma razão,
não têm a possibilidade de realizar o cálculo permanente do fluxo de
carga em tempo real ou quase real.
Neste caso, a correção das cargas e os cálculos de fluxo de
potência são realizados somente para um dia (normalmente para um dia
útil) do período de tempo T analisado (normalmente para um mês). Em
particular isso pode acontecer quando as subestações não têm medidas
remotas de corrente ou potência e tensão na saída dos alimentadores.
Neste caso, as medidas são realizadas para um dia por meio da leitura
direta dos medidores realizadas pelos operadores das subestações.
Nesta situação é recomendável utilizar este modelo para cálculo das
perdas de energia.
∆W T = ∆Wd ∗ De , (4.3)

onde:
∆WT são as perdas de energia calculadas para um período de tempo T;
∆Wd são as perdas de energia diária (para o dia o qual são conhecidas
as curvas típicas de carga ou quando foram realizadas as medidas
completas das cargas) calculadas de acordo com o Primeiro modelo,
Equação (4.1);

34
De número de dias equivalentes, de algum período de tempo T.

A seguir serão apresentadas algumas equações encontradas na

literatura para a definição do número de dias equivalentes De.

A primeira equação [56] é a forma simples para a definição de De:

W T2
De = , (4.4)
Wd2 ∗ N T
onde:
Wd consumo (ou fornecimento) de energia no dia em que foi realizado o
cálculo das perdas de energia ∆Wd;

WT consumo (ou fornecimento) de energia em todo o período de tempo T


(NT dias),

NT número de dias do período de tempo T.

É necessário ressaltar que este modelo a princípio também


possibilita definir as perdas de energia em cada elemento da rede elétrica.
Neste caso, é necessário calcular o fluxo do consumo (ou fornecimento)
diário de energia para o dia no qual foi realizado o cálculo das perdas de
energia e também calcular o valor integral do consumo (ou fornecimento)
de energia para cada elemento da rede em todo o período de tempo T,
como demonstrado na Figura 4.2.

35
FIGURA 4.2 – Representação do fluxo de consumo (ou fornecimento) de energia.

O valor do consumo diário de energia Wd para o dia quando foi

realizado o cálculo das perdas diárias de energia ∆Wd pode ser definido
através de cálculos (no processo de solução do problema de estimação
de estados do alimentador) em particular no estágio da construção das
curvas de carga dos transformadores de distribuição.

A segunda equação para a definição de De pode ser usada se os


cálculos das perdas de energia forem realizados para todo o alimentador
e se as leituras do fornecimento diário de energia estão disponíveis, neste

caso, é possível determinar o valor de De com uma maior precisão


adicionado-se a Equação (4.4) um parâmetro chamado de coeficiente de
forma.

W T2 ∗ k f2
De = , (4.5)
Wd2 ∗ N T
onde:

kf coeficiente de forma, calculado com base nos NT valores do consumo


(ou fornecimento) diário de energia em todo o período de tempo T.

36
Para o caso geral, o coeficiente de forma de qualquer curva pode ser
calculado com a equação:

kf =
2
M A2 [ ], (4.6)
M2 [ A]
onde:
M símbolo que representa a média matemática;
A valor da ordenada da curva de carga.

O coeficiente de forma pode ser calculado para as curvas de


diferentes grandezas, tais como, consumo ou fornecimento de energia,
corrente, potência ativa e reativa.
Como exemplo, a Equação (4.7) apresenta o cálculo do coeficiente
de forma utilizando os valores de fornecimento de energia.
NT
1
NT
∑ Wdi 2

k f2 = i=1
2
. (4.7)
⎛ NT ⎞
⎜ W ⎟
⎜ ∑ di ⎟
⎜ i=1 ⎟
⎜ N T ⎟
⎜ ⎟
⎝ ⎠

Exemplo 4.1 – Neste exemplo será demonstrado o cálculo das

perdas de energia com a Equação (4.3), onde o valor de De foi calculado


com a primeira e segunda versões, representadas pelas Equações (4.4) e
(4.5) respectivamente. Deve ser salientado que a análise pode ser
realizada para qualquer período de tempo (neste exemplo, para 15 dias),
entretanto recomenda-se que o período de analise seja de um mês.

37
Na Tabela 4.1 são apresentados os dados do fornecimento de
energia (kWh) medido diariamente na saída do alimentador durante o
período de 06/01/2003 à 20/01/2003.

TABELA 4.1 – Fornecimento diário de energia (kWh).


Dia 06/01/03 07/01/03 08/01/03 09/01/03 10/01/03 11/01/03
kWh 10275,25 9247,72 10789,01 11302,77 9658,73 8733,96
Dia 12/01/03 13/01/03 14/01/03 15/01/03 16/01/03 17/01/03
kWh 8220,20 11816,53 9710,11 10172,49 11225,70 10624,60
Dia 18/01/03 19/01/03 20/01/03 Total
kWh 9170,66 8631,17 10398,55 149977,45

A análise dos modos de operação e o cálculo das perdas diárias de


energia foram realizados, para o dia 13/01/2003 (este dia foi escolhido de
forma aleatória, a princípio pode ser escolhido qualquer dia do período
analisado, porém, recomenda-se sempre a escolha de um dia útil), cujo
fornecimento de energia foi de Wd = 11816,53 kWh (ver Tabela 4.1).
Conforme a Tabela 4.1 são conhecidos o fornecimento de energia
do dia escolhido para os cálculo das perdas de energia e o fornecimento
total de energia para o período de tempo analisado, desta forma, o valor

de De foi calculado com a Equação (4.4):

(149977,45) 2
De = = 10,74.
(11816,23) 2 * 15

Entretanto, se os valores do fornecimento de energia foram medidos

diariamente, o que possibilita calcular De com uma maior precisão com o


uso da Equação (4.5). Sendo necessário antes calcular o coeficiente de

forma kf, o que foi realizado com o uso da Equação (4.7):

38
1515423823,16

k f2 = 15 = 1010
, .
2
⎛ 149977,45 ⎞
⎜ ⎟
⎝ 15 ⎠

O cálculo de De foi realizado com a Equação (4.5):

(149977,45) * 1010
2
,
De = = 10,85.
(11816,23) * 15
2

Considerando que as perdas diária de energia ∆Wd calculadas para


o dia 13/01/2003 sejam iguais à 708,99 kWh. As perdas integrais de
energia para o período de tempo considerado foram calculadas com a
Equação (4.3):
∆WT = 708,99 * 10,74 = 7614,55 kWh.

∆WT = 708,99 * 10,85 = 7692,54 kWh.


A comparação dos resultados apresenta uma diferença de
77,99 kWh, que é pouco mais que 1% .

A terceira equação para a definição De é representa pela expressão:

NT
Wi2
De = ∑ 2 , (4.8)
i=1
Wd
onde:
Wi é o consumo (ou fornecimento) diário de energia;
Wd é o consumo (ou fornecimento) de energia no dia em que foi realizado
o cálculo das perdas de energia ∆Wd.

39
È possível demonstrar que as Equações (4.5) e (4.8) são
equivalentes, mas algumas vezes a Equação (4.8) é mais simples de ser
calculada (sob o ponto de vista da informação utilizada), isto porque,
normalmente as informações sobre o consumo (ou fornecimento) de
energia podem estar disponíveis mais facilmente.

Evidentemente que todas as versões apresentadas anteriormente

para a definição de De estão baseadas na suposição de que as perdas


diárias de energia com carga são proporcionais ao quadrado do valor da
energia fornecida na rede para o período de tempo T.

A precisão dos resultados dos cálculos das perdas de energia


realizados com a Equação (4.3) esta relacionada a uma série de fatores,
como por exemplo, ao nível e caráter das alterações das curvas de carga
para vários transformadores de distribuição durante o período de tempo T.
Entretanto, a análise da precisão dos cálculos com o objetivo de

escolher a melhor equação para a definição de De para algumas


condições operacionais reais deve ser realizada através de experimentos
(testes realizados em campo para uma amostragem da rede de
distribuição).
Por isso, a principio não se pode concluir qual das versões

apresentadas anteriormente para a definição de De é a melhor sob o


ponto de vista da exatidão e simplicidade de utilização.

40
A quarta equação [56] para a definição de De pode ser considerada
teoricamente a maneira mais precisa para a sua definição. A precisão
desta versão esta associada ao uso dos valores das ordenadas das
curvas de carga medidas diariamente durante o período de tempo T.
NT
A
De = ∑Ai , (4.9)
i=1 0

onde:

Ai somatório dos quadrados das ordenadas da curva de carga diária i;


A0 soma dos quadrados das ordenadas da curva de carga para o dia no
qual foi realizado o cálculo das perdas de energia (dia em relação ao qual

é necessário definir o valor De ).

A quinta equação para a definição de De, será usada quando as


concessionárias de energia, por alguma razão, não tiverem a
possibilidade de realizar a cada mês a modelagem detalhada dos modos
de operação da rede necessária para o cálculo das perdas de energia
diária (calculadas de acordo com o Primeiro modelo), e ao mesmo tempo
necessitarem realizar a estimativa das perdas de energia para um período
de tempo maior que um mês (por exemplo, para “p” meses). Neste caso,

a definição de De será realizada com a Equação (4.10), encontrada na


literatura [54]:
p
∑ W j D jk fm
2 2

j=1
De = , (4.10)
Wm2
onde:

Wj consumo (ou fornecimento) de energia na rede durante Dj dias do


mês j;

41
kfm coeficiente de forma calculado com base em “p” valores de

consumos (ou fornecimentos) mensais de energia;

Wm energia consumida (ou fornecida) na rede no mês quando foi


calculada a perda diária de energia ∆Wd (Equação 4.3).

Deve ser salientado que o erro no cálculo para a definição de De


não define o erro deste modelo. Na maioria dos casos os cálculos das
perdas de energia utilizando o Segundo modelo são realizados com base
na característica da carga total do alimentador ou da subestação. Por
isso, os erros dos cálculos em seu maior grau dependem da composição
das cargas do alimentador, ou seja, da forma das curvas de carga
resultantes dos diferentes níveis de consumo de energia de cada
consumidor (residencial, comercial, industrial, etc.) que compõem o
alimentador.

42
4.4 TERCEIRO MODELO

Em muitas concessionárias de energia o programa computacional


utilizado para a modelagem das cargas elétricas e estimação dos estados
do sistema de distribuição esta direcionado somente para a definição dos
valores de demanda máxima. Com base nestes valores determina-se o
fluxo de carga correspondente e calculam-se as perdas de potência
∆Pmax resultantes de tais condições operacionais.
Neste caso, as perdas de energia podem ser calculadas com a
equação:
∆W T = ∆Pmax ∗ τ . (4.11)

Para o caso geral, o parâmetro τ é definido por:

M(A 2 )T
τ = 2
, (4.12)
A max
onde:
M símbolo que representa a expectativa matemática;
A valor da ordenada da curva de carga;
T período de tempo analisado.

Quando as cargas dos consumidores são definidas através das


potências ativa e reativa, as perdas de potência ativa [16], [36], são
calculadas da seguinte forma:
m
∑ V i (Pimax + Q imax ) = ∆PPmax + ∆PQmax ,
R
∆Pmax =
2
2 2
(4.13)
i=1 n

43
onde:
∆Pmax perdas de potência ativa calculada com base no fluxo de carga
que corresponde a condição de demanda máxima;
Ri resistência do trecho i da linha de distribuição;
Vn tensão nominal de operação da rede;
Pimax potência ativa efetiva do transformador correspondente a condição
de demanda máxima;
Qimax potência reativa efetiva do transformador correspondente a
condição de demanda máxima.

É importante salientar que o fluxo de carga que foi utilizado para a


definição das perdas de potência ∆Pmax é resultante do modo de
operação quando ocorre a demanda máxima para todo o alimentador ou
conjunto de alimentadores da rede de distribuição e não corresponde ao
valor da demanda máxima individual de cada um dos transformadores de
distribuição.

Exemplo 4.2 – Para demonstrar a adequação do uso do parâmetro

τ para o cálculo das perdas técnicas de energia, no final deste exemplo

será demonstrado que os resultados dos cálculos das perdas de energia


realizados com as Equações (4.1) e (4.11) são idênticos.

44
A Figura 4.3a apresenta o esquema simplificado de uma rede, cuja
a carga é 72 kW, sendo a sua curva de carga representada na
Figura 4.3b.

FIGURA 4.3 – a) Esquema de rede, b) Curva de carga – valores em (A).

As perdas de energia foram calculadas primeiramente com a


Equação (4.1), com base na curva de carga da Figura 4.3b.
T
∆W = 3 ∆tR ∑ It 2
= 3 * 4 * 1 * ( 3,5 2 + 4,5 2 + 3,9 2 + 5,5 2 + 5,3 2 + 3,2 2 )
t=1
∆W = 1,395 kWh.
Para calcular as perda de energia de acordo com a Equação (4.11)
é necessário definir as perdas de potência no horário de ponta.

∆Pmax = 3Imax
2
R = 3 * (5,5) * 1 = 90,75 W ,
2

e na seqüência definir o valor do parâmetro τ com a Equação (4.12):

⎛ 4(3,5 2 + 4,5 2 + 3,9 2 + 5,5 2 + 5,3 2 + 3,22 ) ⎞


⎜ ⎟
τ =⎜ 24 ⎟ * 24
⎜ 5,5 2 ⎟
⎜ ⎟
⎝ ⎠
τ = 15,377.

45
Com os valores de ∆Pmax e τ as perdas de energia foram

calculadas com a Equação (4.11):


∆W = ∆Pmaxτ = 90,75 * 15,377 = 1395
, kWh.

A comparação dos resultados obtidos com as Equações (4.1) e

(4.11) comprova a adequação do uso do parâmetro τ nos cálculos das

perdas de energia.

Evidentemente que o uso da Equação (4.11) na maioria das vezes


não possibilita definir as perdas de energia separadamente para todos os

elementos da rede. Isto porque, o cálculo direto de τ de acordo com a

Equação (4.12) exige o conhecimento das curvas de carga, o que


geralmente não estão disponíveis. Por isso, esta metodologia é adequada
para a realização dos cálculos das perdas de energia para conjuntos de
elementos como um alimentador ou redes de uma subestação. Isto
porque, as curvas de carga na saída dos alimentadores podem ser
medidas, entretanto a definição das curvas de carga para todos os
elementos que compõem o alimentador é impossível considerando a
informação inicial prevista dentro deste modelo.

A seguir serão apresentadas várias propostas encontradas na

literatura para a definição indireta do parâmetro τ, utilizando equações

que foram obtidas por processos de análise de curvas de carga.

Em Vorotnitskiy e Zelezco [54] são apresentadas várias propostas

para a definição do parâmetro τ, naturalmente a mais simples e mais

exata consiste na realização de cálculos diretos com base em NT valores


de corrente ou potência ativa e reativa definidas a cada hora durante o
período de tempo T.

46
Neste caso, as perdas de energia são calculadas com a equação:
∆W = ∆PPmaxτP + ∆PQmaxτ Q . (4.14)

Quando por alguma razão não existe a possibilidade de definir as

medidas diretas das curvas de carga a cada hora, o parâmetro τ pode ser

definido de uma forma indireta, com base em funções analíticas [40],


como por exemplo, a equação:
2
⎛ T
8760 ⎞
⎜ T ⎟ T,
τ
max
= ⎜ 0,124 + 4 ⎟ (4.15)
⎜ 10 ⎟
⎝ ⎠
sendo Tmax calculado da seguinte forma:

WT
Tmax = , (4.16)
Pmax
onde:
WT é o consumo de energia no período de tempo T para o qual devem
ser definidas as perdas de energia.

Vorotnitskiy e Zelezco [54] supõem ainda que é possível aumentar a

precisão dos cálculos indiretos de τ, aumentando a complexidade das

equações, por exemplo, através da inclusão de fatores adicionais que


podem ser disponibilizados em processos de operação das redes
elétricas, conforme demonstram as equações:

⎡ ⎛ P ⎞⎛ P ⎞⎤
⎢ ⎜ 1 − med ⎟ ⎜ 1 − min ⎟ ⎥
⎝ Pmax ⎠ ⎝ Pmax ⎠ ⎥
τP P
= ⎢ 2 med − 1 + T (4.17)
⎢ Pmax Pmed Pmin ⎥
⎢ 1+ −2
⎣ Pmax Pmax ⎥⎦

ou

47
T − Tmax ⎛ Pmin ⎞
τP = 2Tmax − T + ⎜1 − ⎟ (4.18)
⎛ Tmax Pmin ⎞ ⎝ Pmax ⎠
⎜1 + +2 ⎟
⎝ T Pmax ⎠
ou
⎡ (Pmax − Pmed ) 2 (Pmed − Pmin ) ⎤ P2 T
τP = ⎢1 + 2 ⎥ med , (4.19)
⎢⎣ Pmed (2Pmax − Pmed − Pmin ) ⎥⎦ Pmax
2

a Equação (4.19) será utilizada para o caso em que:


Pmed − Pmin
<1,
Pmax − Pmed
e a Equação (4.20) será utilizada para o caso em que:
Pmed − Pmin
≥1,
Pmax − Pmed

⎡ (Pmax − Pmed )(Pmed − Pmin )2 ⎤ P2 T


τP = ⎢1 + 2 ⎥ med . (4.20)
⎢⎣ Pmed (2Pmax − Pmed − Pmin ) 2
⎥⎦ Pmax

A origem da particularidade das Equações (4.19) e (4.20) pode ser


explicada através do seguinte exemplo. Qualquer curva de carga pode ser
representada na ordem decrescente dos valores das ordenadas,
conforme demonstrado na Figura 4.4.

FIGURA 4.4 – a) Curva de carga b) Curva de carga em ordem decrescente


dos valores das ordenadas.

48
Em função do caráter das alterações das ordenadas, as curvas de
carga podem ser apresentadas de uma forma simplificada através do uso
da equação:
λ
⎛ t⎞
P = Pmax − (Pmax − Pmin )⎜ ⎟ , (4.21)
⎝ T⎠
sendo λ calculado da seguinte forma:
Pmed − Pmin
λ= . (4.22)
Pmax − Pmed

A Figura 4.5 apresenta várias curvas de carga simplificadas

com diferentes valores τ que explica a utilização das Equações (4.19) e

(4.20).

FIGURA 4.5 – Curvas de carga simplificadas.

Em Vorotnitskiy e Zelezco [54], encontram-se mais duas equações

para o cálculo de τ, apresentadas na forma de equações de regressão

[22], as quais foram obtidas por meio de processos de análises de


diferentes curvas de carga medidas em vários elementos das redes
elétricas.

49
Pmed ⎛ Pmed 2
Pmed ⎞
τP = ⎜ 0,083 + 1037
, + 0,12 2 ⎟ T. (4.23)
Pmax ⎝ Pmax Pmax ⎠
2
P ⎛ P ⎞
τP = med ⎜ 0,66 + 0,34 med ⎟ T. (4.24)
Pmax ⎝ Pmax ⎠

Exemplo 4.3 – Este exemplo, demonstra o uso das diferentes

versões apresentadas anteriormente para a definição do parâmetro τ.


Para cada curva de carga apresentada na Figura 4.6, foram realizados os

cálculos do parâmetro τ.

FIGURA 4.6 – Curvas de carga a) Consumidor residencial, b) Consumidor industrial


c) Alimentador – valores em (kW).

A Tabela 4.2 apresenta as características das curvas de carga

necessárias para o cálculo o do parâmetro τ.

TABELA 4.2 – Características das curvas de carga.


Curva Pmax Pmed Pmin W Tmax
Residencial 30 17,83 7 428 14,267
Industrial 70 43,33 20 1040 14,857
Alimentador 412,34 305,45 154,30 7330,92 17,78

50
Na Tabela 4.3 são apresentados os resultados dos cálculos do

parâmetro τ, calculado para cada curva de carga com as diferentes

equações propostas anteriormente para a sua definição.

TABELA 4.3 – Resultados dos cálculos do parâmetro τ.

Equações
Curva
4.12 4.15 4.17 4.18 4.19 4.20 4.23 4.24
Residencial 10,22 9,98 11,15 8,14 9,69 * 10,58 10,60
Industrial 11,06 10,65 11,94 8,68 10,25 * 11,45 11,26
Alimentador 14,39 14,34 15,48 13,12 * 14,11 16,30 14,78

A análise da Tabela 4.3 demonstra que para cada curva de


carga, considerando as mesmas informações, as equações propostas

anteriormente, fornecem diferentes valores de τ, com diferentes graus de

precisão. Deste modo, é difícil recomendar dentre as propostas

apresentadas uma única equação, para o cálculo de τ, que possa

fornecer os melhores resultados com uma precisão maior. Por isso, no

Capítulo 6 será apresentada uma proposta para o cálculo do parâmetro τ


com maior precisão.

Na maioria dos países europeus o sistema de registro das medições


de energia elétrica não possibilita definir com exatidão o consumo mensal
de energia dos consumidores. Ao contrário do que acontece no Brasil,
onde a concessionária de energia elétrica ao final de um período de
medição (normalmente um mês) pode definir o consumo de energia de
todos os seus consumidores. Isto possibilita pensar que podem ser
propostos algoritmos para o cálculo das perdas técnicas de energia em
todos os elementos da rede de distribuição com base neste modelo.
Conforme demonstrado na Figura 4.2, é possível definir para cada
elemento da rede o fluxo de carga com base nos dados do consumo de

51
energia. Neste caso, é possível definir o valor das perdas de potência
∆Pmaxi para cada elemento i da rede, utilizando o fluxo de carga que
corresponde ao regime de demanda máxima
Com base no fluxo do consumo de energia para o período de tempo

T defini-se o valor de τi para cada elemento da rede, com a Equação

(4.15). Naturalmente se mais informações sobre os dados operacionais

estão disponíveis o valor de τi pode ser definido com qualquer outra

equação.
As perdas de energia então podem ser calculadas para todos os

elementos da rede com os valores de ∆Pmaxi e τi para todo o período de


tempo T. Normalmente τ é definido para um período de tempo T

(usualmente para um mês), porém atualmente nas subestações com

sistemas remotos de medição, τ pode ser calculado diariamente com

base nas curvas de carga medidas na saída do alimentador. Neste caso,


se o regime de demanda máxima for definido diariamente (por exemplo,
através do processo de correção do fluxo de carga com base no valor da
demanda máxima medida na saída do alimentador) as perdas de energia
podem ser calculadas diariamente.
Entretanto nem sempre é possível esperar que esta abordagem
possa aumentar a precisão dos cálculos das perdas de energia para um
longo período de tempo T. Isto porque, os cálculos realizado para à
definição das perdas diárias de energia podem conter erros sistemáticos e
na definição das perdas integrais (através do somatório das perdas
diárias) o erro acumulado pode ser maior que o erro obtido nos cálculos
realizados com as características integrais do regime de operação da rede
elétrica.
Finalizando a apresentação deste modelo uma importante
consideração deve ser feita. Teoricamente nenhuma equação para o

52
cálculo do parâmetro τ que utilize as características Pmin, Pmed, Pmax e W
não pode ser priorizada. Isto será demonstrado no exemplo a seguir.

Exemplo 4.4 – Como exemplificação da consideração feita


anteriormente será demonstrado que diferentes curvas de carga que
possuem as características: Pmax = 10, Pmed = 4,67, Pmin = 0,2 e W = 112

idênticas, apresentam valores de τ diferentes.

Para cada curva de carga da Figura 4.7 foram calculados os valores

de τ com a Equação (4.12). Os resultados são apresentados na

Tabela 4.4.

FIGURA 4.7 – Curvas de carga diferentes que possuem as característica


Pmax, Pmed, Pmin e W idênticas.

TABELA 4.4 – Resultados dos cálculos do parâmetro τ.

Curva a b c
τ 8,64 7,68 6,72

Pela análise da Tabela 4.4 pode-se comprovar que para as


mesmas informações, (Pmax = 10, Pmed = 4,67, Pmin = 0,2 e W = 112) a

Equação (4.12) fornece diferentes valores τ.

53
4.5 QUARTO MODELO

De uma forma mais simplificada, as informações sobre as cargas


elétricas no sistema de distribuição podem ser definidas com base nos
dados do consumo de energia.
Atualmente no Brasil as concessionárias de energia elétrica
possuem informações sobre o consumo mensal de energia de todos os
seus consumidores. Estas informações possibilitam calcular as demandas
médias dos transformadores de distribuição e em seqüência definir o fluxo
de demanda média. Com base neste fluxo são calculadas as perdas de
potência ∆Pmed que correspondem a este regime operacional.
Neste caso, as perdas de energia [56] são calculadas com a
equação:

∆W T = ∆Pmed ∗ k f2 ∗ T, (4.25)

onde:
∆Pmed perdas de potência calculadas com base no fluxo de demanda
média;

kf coeficiente de forma calculado com base nas curvas de carga de


corrente ou de potência, para o caso geral definido de acordo com a
Equação (4.6);
T período de tempo analisado.

Na seqüência será demonstrada a origem da Equação (4.25),


utilizada neste modelo para o cálculo das perdas técnicas de energia.
Teoricamente as perdas de energia para qualquer período de tempo
T podem ser calculadas com a equação:
T
∆W T = 3R∫ I
2
( t) dt. (4.26)
0

54
A carga média quadrática para o mesmo período de tempo T pode
obtida pela expressão:

1T 2
Imq = ∫ I (t) dt ,
T0
(4.27)

neste caso, a Equação (4.26) pode ser equacionada da seguinte forma:

∆W T =
2
3RImq T. (4.28)

O coeficiente de forma da curva de carga da corrente pode ser


calculado com a equação:
2
Imq
k fi =
2
2
, (4.29)
Imed
2
isolando-se Imq na Equação (4.29), e substituindo na Equação (4.28)

tem-se a equação: ∆W T = 3RImq T= 3RImedk T , considerando que


2 2 2
f

∆Pmed = 3RImed
2
, encontra-se ∆W T = ∆Pmedk T .
2
f

Em função dos dados iniciais disponíveis o coeficiente de forma kf e

o parâmetro τ podem ser definidos preferencialmente com base nas

curvas de carga de corrente ou nas curvas de carga de potência.


Na Equação (4.28) a corrente média quadrática foi calculada com a
equação:
2 2 2
Pmax Q max Smax
Imq =
2
2
τP + 2
τQ = 2
τ, (4.30)
Vmed T Vmed T Vmed T

sendo τ = τ P cos 2 ϕ max + τ Q sen 2ϕ max . (4.31)

Por analogia da Equação (4.29), obtém-se:


2 2
Pmed Q med
Imq =
2
2
k fP +
2
2
k f2Q , (4.32)
Vmed Vmed

sendo k
2
fi
= k f2P cos ϕmed + k f2Q senϕmed . (4.33)

55
A principio, as perdas de potência que correspondem ao modo de
operação de demanda média para cada um dos elementos da rede
podem ser calculadas quando são conhecidas as cargas médias de todos
os transformadores de distribuição durante o período de tempo T, e a
topologia e parâmetros de todas as linhas de distribuição.
Na prática a maior dificuldade encontrada para utilização deste
modelo é a definição do coeficiente de forma das curvas de cargas.
Normalmente este modelo é recomendado para a definição das
perdas de energia para períodos longos de tempo (um mês ou mais), em
redes elétricas onde as subestações não estão equipadas com sistemas
de medidas remotas.

Usualmente o coeficiente de forma é definido principalmente de duas


formas:
1. Na primeira supõem-se que as medições das carga elétricas sejam
realizadas nas subestações, por exemplo, para um dia, durante um
período de tempo T. Neste caso, o coeficiente de forma é definido
somente para a curva de carga somatória medida nas saídas dos
alimentadores ou das barras das subestações. Evidentemente que a
tentativa de utilizar este coeficiente de forma nos cálculos das perdas
de energia em todos os elementos da rede pode provocar um grande
erro. Por isto, esta abordagem é recomendada para ser utilizada
somente para os cálculos das perdas somatórias de energia do
alimentador ou de grupos de alimentadores conectados a mesma
barra de subestação. Entretanto neste caso o erro dos cálculos
podem ser grandes, considerando que durante o período de tempo T
os coeficientes de forma para vários dias podem ser diferentes.

56
Exemplo 4.5 – Para exemplificar a suposição feita acima, foram
realizados os cálculos das perdas de energia com a Equação (4.1) e com
a Equação (4.25) para uma linha de transmissão com as seguintes
características: R = 5 ohms, V = 13,8 kV, que fornece energia para
consumidor, cuja carga altera-se seqüencialmente durante o período de
72 horas de acordo com as curvas apresentadas na Figura 4.8.
Posteriormente foi demonstrado o erro que pode ser cometido nos
cálculos das perdas de energia se na Equação (4.25) for utilizado um
coeficiente de forma, calculado para um período parcial do tempo integral.

FIGURA 4.8 – Curva de carga do consumidor no período de 72 horas – valores em (A).

Com base na curva de carga da Figura 4.9 as perdas de energia


foram calculadas diretamente com a Equação (4.1):
T
∆W = 3 ∆tR ∑ Ii2 = 3 * 5 * 4 * (165,24 ) = 9,91 kWh.
t=1

Para o cálculo das perdas de energia com a Equação (4.25) é


necessário primeiramente definir a corrente média, calculada para o
período de 72 horas com a equação:
72

∑ Ii
190,96
Imed = ∆t i=1 = = 2,652 A.
72 72

57
O coeficiente de forma kf foi calculado com a Equação (4.6) para a
curva de carga do período integral de 72 horas.
66105
,
k f2 = 72
2
= 1305
, .
⎛⎜ 190 ,96 ⎞⎟
⎝ 72 ⎠
Evidentemente que as perdas de energia calculadas com a Equação
(4.25) correspondem a perda somatória de energia para o período integral
de 72 horas.

∆W 3 * 5 * (2,652) * 1305
2
= , * 72 = 9,91 kWh.
Considerando as três curvas de carga parciais, com a Equação
(4.6), foram encontrados os seguintes valores dos coeficientes de forma:

k f2 1 = 1095
, , k
2
f2
= 1144
, , k
2
f3
= 1566
, .

Na seqüência foram realizados os cálculos das perdas de energia


com a Equação (4.25) e estimados os erros (ξ) da comparação das
perdas calculadas com a Equação (4.1).

∆W1 3 * 5 * (2,652) * 1095 ξ = -16,10%.


2
= , * 72 = 8,31 kWh ,
∆W 2 3 * 5 * (2,652) * 1144 ξ = -12,36%.
2
= , * 72 = 8,69 kWh ,
∆W 3 3 * 5 * (4,594 ) * 1566 ξ = 19,91%.
2
= , * 72 = 1189
, kWh ,

Os resultados demonstram que as perdas de energia para este


modelo devem ser definidas com o coeficiente de forma calculado para a
curva de carga somatória do período de tempo integral. Quando as
perdas de energia são definidas com coeficientes de forma calculados
para curvas de carga de períodos menores que o período de tempo
integral o erro nos cálculos aumentam e podem ser tanto positivos quanto
negativos.

58
2. Por isso, com a segunda forma analisa-se a possibilidade de calcular o
valor do coeficiente de forma com base em algumas características
gerais dos modos de operação. Na literatura é possível encontrar

várias propostas para o cálculo de kf com base em características

indiretas, as quais refletem o funcionamento de rede elétrica e estão


disponíveis em condições operacionais [56], como por exemplo:
2
k f = ⎛⎜ + 0,876⎞⎟ ,
2 2090
(4.34)
⎝ max
T ⎠
sendo Tmax calculado de acordo com a Equação (4.16),
ou

2
kf = 1+
(
3 Imax − Imin) 2

(4.35)
4(Imax + Imin )
2

ou

⎛⎜ 1 ⎞ ⎛ Imed − Imin ⎞
2
Imed
− 2 ⎟⎜ ⎟
⎝ Imax ⎠ ⎝ I Imax ⎠
max
k f2 = 1 + (4.36)
⎛ Imed Imin ⎞ Imed
2

⎜2 − − ⎟ 2
⎝ Imax Imax ⎠ Imax
Imed I
− min
Imax Imax
se < 1
Imed
1 −
Imax

59
2
⎛ Imed ⎞ ⎛ Imed Imin ⎞
⎜ 1 − ⎟⎜ − ⎟
⎝ I max ⎠ ⎝ max
I I max ⎠
ou k f2 = 1+ (4.37)
⎛ Imed Imin ⎞ Imed
2

⎜1 + − 2 ⎟
⎝ Imax ⎠ Imax
2
Imax

Imed I
− min
Imax Imax
se ≥ 1.
Imed
1 −
Imax

As características Imin, Imed e Imax devem ser definidas com base nos
dados operacionais para todo o período de tempo T.
E difícil supor se em condições operacionais estas características
podem ser definidas com um nível satisfatório de precisão para todos os
elementos das redes elétricas.

Similarmente ao que ocorreu na determinação do parâmetro τ, as

curvas de carga que apresentam as mesmas características Imax, Imed,

Imin e Tmax pode-se afirmar que de um modo geral possuem valores de


coeficientes de forma diferentes.

Exemplo 4.6 – Como exemplificação da afirmação acima serão


utilizadas as mesmas curvas de carga do Exemplo 4.4, para o cálculo do

parâmetro τ de cada curva, apenas considerando que os valores das

ordenadas sejam valores de corrente, conforme demonstrado na


Figura 4.9.

60
FIGURA 4.9 – Curvas de carga diferentes que possuem as característica
Imax, Imed, Imin e Tmax idênticas.

A Tabela 4.5 apresenta os resultados dos cálculos de kf realizados

com a Equação (4.6) para cada curva de carga da Figura 4.9.

TABELA 4.5 – Valores de kf das curvas de carga.

Curva a b c
kf 1,286 1,212 1,135

Pela análise da Tabela 4.5 pode-se comprovar que para as mesmas


informações, (Pmax = 10, Pmed = 4,67, Pmin = 0,2 e Tm = 11,2) a Equação

(4.6) fornece diferentes valores de kf.

Exemplo 4.7 – Neste exemplo será demonstrado que os resultados


encontrados com a utilização das diferentes propostas apresentadas
anteriormente para a definição do coeficiente de forma, apresentam

diferentes valores de kf considerando as mesmas informações para os

cálculos.

61
Os cálculos foram realizados com base nas curvas de carga da
Figura 4.10.

FIGURA 4.10 – Curvas de carga a) Consumidor residencial, b) Consumidor industrial


c) Alimentador – valores em (A).

A Tabela 4.6 apresenta as informações das curvas de carga


necessárias para o cálculo do coeficiente de forma.

TABELA 4.6 – Características das curvas de carga.


Curva Imax Imed Imin W Tmax
Residencial 1,36 0,81 0,32 19,44 14,29
Industrial 3,18 1,97 0,91 47,28 14,86
Alimentador 18,54 13,77 6,90 330,60 17,83

Na Tabela 4.7 estão os resultados dos cálculos realizados com as


diferentes equações propostas anteriormente para a definição do
coeficiente de forma.

TABELA 4.7 – Resultados dos cálculos de kf.

Equações
Curva
4.6 4.35 4.36 4.37
Residencial 1,098 1,135 1,249 *
Industrial 1,097 1,109 1,489 *
Alimentador 1,046 1,076 * 1,031

62
4.6 QUINTO MODELO

O Quinto modelo foi criado para corrigir a desvantagem apresentada


pelo Terceiro e Quarto modelo que por usarem somente valores de carga
ou consumo (ou fornecimento) de energia na saída do alimentador ou
para toda a subestação, não possibilitam considerar a distribuição das
cargas dentro da rede de distribuição. Isto diminui a precisão dos cálculos
realizados com estes modelos e não proporciona a definição das perdas
de energia para vários grupos de elementos das redes elétricas. Por isso,
foi criado o Quinto modelo que utiliza uma característica chamada
resistência equivalente [56] para a definição das perdas de energia.
Este método não possibilita o cálculo das perdas de energia
independente para cada um dos elementos da rede, mas proporciona o
cálculo das perdas de energia separadamente para conjuntos de trechos
das linhas de distribuição e para transformadores de distribuição. Os
resultados destes cálculos permitem a escolha de ações mais adequadas
para a diminuição das perdas de energia, considerando que ações para a
diminuição das perdas de energia nos transformadores de distribuição são
bastante diferentes das ações para a diminuição das perdas de energia
nas redes.
Para o caso em que sejam conhecidas as informações sobre a
corrente de carga dos transformadores de distribuição, a resistência
equivalente das linhas primárias pode ser calculada com a equação:
n
∑ Ii2 R i
Re = i= 1
, (4.38)
I 2Σ
onde:

Ii é a corrente circulando no elemento i com resistência Ri;

IΣ é a carga somatória da linha.

63
Evidentemente que as perdas de potência e energia definidas com a
resistência equivalente (calculada com a Equação 4.38) e o valor da
carga na saída do alimentador seriam iguais aos resultados obtidos se
fosse utilizado o Primeiro modelo proposto neste capítulo. Entretanto a
utilização deste modelo esta prevista para a situação em que as
informações sobre as cargas dos transformadores de distribuição não
estão disponíveis. Por isso a definição da resistência equivalente deve ser
baseada na informação existente no processo de operação de redes
elétricas.
Para o cálculo das resistências equivalentes das linhas (ReL) e dos

transformadores de distribuição (ReT) são apresentadas duas versões


para as suas definições. A primeira versão supõe que a distribuição da
carga na rede seja proporcional as potências nominais dos
transformadores. Neste caso, as resistências equivalentes [54] são
calculadas com as equações:
n
∑ RiSni 2

ReL = i=1
2
, (4.39)
⎛m ⎞
⎜ ∑ Snj ⎟
⎜ ⎟
⎝ j=1 ⎠
m
∑ R jSnj2

j=1
ReT = 2
, (4.40)
⎛m ⎞
⎜∑ S ⎟
⎜ nj ⎟
⎝ j=1 ⎠
onde:
ReL resistência equivalente das linhas de distribuição;
ReT resistência equivalente dos transformadores de distribuição;
Ri resistência do trecho i da linha de distribuição;

64
Sni soma das potências nominais dos transformadores de distribuição que
recebem energia através do trecho i da rede;
Rj resistência do transformador de distribuição j;
Snj potência nominal do transformador de distribuição j;
n quantidade de trechos do alimentador;
m quantidade de transformadores de distribuição no alimentador.

A segunda versão supõe que devido ao fato do nível de


carregamento dos diferentes transformadores de distribuição da rede
poderem ser bastante variáveis, na definição das resistências
equivalentes resultados mais precisos podem ser obtidos se nas
Equações (4.39) e (4.40) os valores da potência nominal dos
transformadores forem substituídos pelos valores dos consumos de
energia durante o período de tempo T para os correspondentes nós da
rede de distribuição, neste caso as equações seriam as seguintes:
n
∑ RiWTi 2

ReL = i=1
2
, (4.41)
⎛m ⎞
⎜∑ W ⎟
⎜ Tj ⎟
⎝ j=1 ⎠
m
∑ RjWTj 2

j=1
ReT = 2
, (4.42)
⎛m ⎞
⎜∑ W ⎟
⎜ Tj ⎟
⎝ j=1 ⎠
onde:
WTi soma dos consumos de energia dos transformadores de distribuição
que recebem energia através do trecho i da rede;
WTj consumo de energia do transformador de distribuição j;

65
De uma forma simplificada as perdas de energia para este modelo
(em função da informação disponível) podem ser calculadas com a
equação:

WP2 + WQ2
∆W T =
Vn2 T
(ReL + ReT ), (4.43)

onde:
WP, WQ são respectivamente os valores das energias ativa e reativa
fornecidas na rede durante o período de tempo T;
Vn tensão de operação da rede;

Através da adição dos coeficientes de forma das curvas de carga


ativa e reativa do alimentador (definidos, por exemplo, através de
medições realizadas na saída do alimentador) a precisão da Equação
(4.43) pode ser melhorada. Entretanto neste caso, podem ocorrer duas
situações:
A primeira quando somente um único valor do coeficiente de forma
pode ser determinado, o da curva de carga ativa ou da curva de carga
reativa do alimentador.
Na maioria das vezes pode-se determinar o coeficiente de forma da

curva de carga ativa. Neste caso, considera-se que k = k = k ,


2 2 2
fQ fP f
sendo a Equação (4.43) transformada conforme o demonstrado:

WP2 + WQ2
∆W T = 2
k f2 (ReL + ReT ), (4.44)
Vn T
onde:

kf coeficiente de forma da curva de carga ativa ou da curva de carga

reativa.

66
Na segunda situação os coeficientes de forma das curvas de carga
ativa e reativa do alimentador podem ser determinados. Neste caso, a
Equação (4.43) tem a seguinte forma:

Wp2 k f2P + WQ2 k f2Q


∆W T =
Vn2 T
(ReL + ReT ), (4.45)

onde:

kfP, kfQ são respectivamente os coeficientes de forma da curva de carga

ativa e reativa.

O coeficiente de forma pode ser definido com base nas curvas


diárias de carga medidas de corrente ou de potência ativa e reativa, ou
pode ser calculado com base em alguma das equações anteriormente
apresentadas.

A comparação das Equações (4.44) e (4.45), demonstra que a


Equação (4.43) deve ser corrigida por meio da introdução de algum
coeficiente de correção.

WP2 + WQ2
∆W T = β
Vn2 T
(ReL + ReT ). (4.46)

Sendo o valor de β definido no processo de análise do conjunto das


curvas de carga de vários alimentadores. No processo de determinação
do coeficiente β, adicionalmente é possível considerar o fato que a tensão
não é igual à tensão nominal, mas alterna-se durante o tempo.

67
Exemplo 4.8 – Neste exemplo será demonstrado o cálculo das
perdas de energia com a Equação (4.43), considerando as duas versões
apresentadas para a definição da resistência equivalente da linha com as
Equações (4.39) e (4.41) e para a definição da resistência equivalente dos
transformadores com as Equações (4.40) (4.42).
A Figura 4.11 apresenta o diagrama unifilar da rede.

FIGURA 4. 11 – Diagrama unifilar da rede.

A Tabela 4.8 apresenta as características dos transformadores e da


rede.

TABELA 4.8 – Características dos transformadores de distribuição e da rede.

Características
Transformadores Rede
Transformador Sn (kVA) Consumo (kWh) Trecho R (Ω)
1 45 14236,37 0..1 0,45
2 75 24774,18 1..2 0,30
3 112,5 35292,88 2..3 0,50
4 75 22495,74 3..4 0,25
5 30 10317,94 4..5 0,40
6 112,5 41466,68 5..6 0,20
7 45 17085,12 6..7 0,10
8 75 28500,55 7..8 0,30

68
Primeiramente os cálculos das resistências equivalentes da linha e
dos transformadores de distribuição foram realizados, respectivamente
com as Equações (4.39) e (4.40), com base nas informações da
Tabela 4.8.
n
∑ R i S ni 2

400120,31
R eL = i=1
2
= = 1,23 Ω.
⎛ m ⎞ 324900
⎜ ∑ S nj ⎟
⎜ ⎟
⎝ j=1 ⎠

m
∑ R j Snj2
j=1 1648012,50
ReT = 2
= = 5,07 Ω.
⎛m ⎞ 324900
⎜∑ S ⎟
⎜ nj ⎟
⎝ j=1 ⎠
Considerando que os valores de fornecimento de energia sejam
conhecidos WP = 200205,25 kW e WQ = 79839,68 kVAr. As perdas de
energia foram calculadas, com a Equação (4.43):

200205,25 + 79839,68
2 2
∆W= 2
, + 5,07) = 2134,502 kWh.
* (123
13,8 * 24 * 30 * 1000

Na seqüência as resistências equivalentes das linhas e dos


transformadores de distribuição foram calculadas com as Equações (4.41)
e (4.42):
n
∑ Ri W Ti2
48067187078,80
ReL = i=1
2
= = 127
, Ω.
⎛m ⎞ 37701779196,69
⎜ ∑ W Tj ⎟
⎜ ⎟
⎝ j=1 ⎠

69
m
∑ R j W Tj2
j=1 192922341686,30
ReT = 2
= = 5,12 Ω.
⎛m ⎞ 37701779196,69
⎜ ∑ W Tj ⎟
⎜ ⎟
⎝ j=1 ⎠
As perdas de energia foram calculadas com a Equação (4.43):

200205,25 + 79839,68
2 2
∆W= 2
, ) = 2164,995 kWh.
, + 512
* (127
13,8 * 24 * 30 * 1000

4.7 DEFINIÇÃO DAS PERDAS TÉCNICAS DE ENERGIA


EM TRANSFORMADORES DE DISTRIBUIÇÃO

As perdas de potência que ocorrem nos transformadores de


distribuição são compostas especificamente pela soma de duas parcelas.
A primeira chamada de perdas no núcleo ou em vazio que são as perdas
que ocorrem no núcleo do transformador, por isso também são
conhecidas como perdas no ferro, causadas principalmente pelas perdas
por histerese e perdas por corrente parasitas de Foucault. A principio
considera-se que estas perdas sejam permanentes e dependam somente
do tempo durante o qual o transformador esta sob tensão. A segunda
parcela chamada de perdas em carga são as perdas que ocorrem nos
enrolamentos dos transformadores, por isso também são conhecidas
como perdas no cobre, portanto estão sujeitas principalmente as
condições de temperatura dos enrolamentos e dependem diretamente da
carga atual do transformador.

70
As perdas de potência nos transformadores de distribuição são
normalmente calculadas com a equação:
2
⎛ S⎞
∆PTT = ∆PC ⎜ ⎟ + ∆PO , (4.47)
⎝ Sn ⎠
onde:
∆PTT perdas de potência do transformador de distribuição para algum
período de tempo T;
∆PC e ∆PO são respectivamente as perdas nominais de potência5 no
cobre e no ferro do transformador de distribuição para a tensão nominal;
S e Sn são respectivamente a potência efetiva e a potência nominal do
transformador de distribuição.
Com base na Equação (4.47) as perdas de energia para algum
período de tempo T podem ser calculadas da seguinte forma:
2
T
⎛S ⎞
∆W TT = ∆PC ∑ ⎜ t ⎟ + ∆PO TV , (4.48)
t =1
⎝ Sn ⎠
onde:
∆W TT perdas de energia do transformador de distribuição resultantes da
soma das perdas de energia no cobre com as perdas de energia no ferro
para algum período de tempo T;
St potência efetiva do transformador de distribuição em cada instante t;
Sn potência nominal do transformador de distribuição;
TV período de tempo durante o qual o transformador de distribuição esta
sob tensão.

5
As perdas nominais de potência dos transformadores são padronizadas conforme NBR
5440/1999.

71
Entretanto a pesquisa realizada por Teador e Santaria [50]
demonstra que as perdas de energia em transformadores de distribuição
são susceptíveis as alterações dos modos de operação da rede elétrica.
Teoricamente as perdas em vazio e as perdas em carga para algum
momento de tempo t, podem ser definidas respectivamente com as
equações:
2
VAt + VBt2 + VCt
2
∆POt = ∆PO 2
, (4.49)
3 Vn

S 2At 2
SBt 2
S Ct
2
+ 2
+ 2
VAt VBt VCt
∆PCt = ∆PC 2
Vn2 , (4.50)
3Sn

onde:
∆POt e ∆PCt são respectivamente as perdas de potência em vazio e em
carga dos transformadores de distribuição para algum instante t;
VAt , VBt , VCt são as tensões em cada fase do transformador de
distribuição para algum instante t;
S At , SBt , SCt são as cargas em cada fase do transformador de
distribuição para algum instante t;
Vn tensão nominal do transformador de distribuição;
Sn potência nominal do transformador de distribuição.

Neste caso as perdas de energia em vazio e em carga dos


transformadores de distribuição para algum período de tempo T,
considerando as Equações (4.49) e (4.50), são calculadas conforme o
demonstrado:
T 2
VAt + VBt
2 2
+ VCt
∆W TO = ∆PO ∑ 2
, (4.51)
t =1
3 Vn

72
Vn2 T
⎛ S 2At SBt
2 2
S Ct ⎞
∆W TC = ∆PC ∑ ⎜
3S n t =1 ⎝ VAt
2 2
+ 2
VBt
+ 2
VCt
⎟,

(4.52)

onde:
∆W TO e ∆W TC são respectivamente as perdas de energia em vazio e
em carga dos transformadores de distribuição para algum período de
tempo T.

A principio as Equações (4.51) e (4.52) podem ser utilizadas


somente quando existe a possibilidade da estimação dos estados das
redes de distribuição em tempo real.

A utilização na prática destas equações, na maioria das vezes não é


possível, devido principalmente as seguintes circunstâncias:
1. Hoje em dia a maioria das concessionárias não dispõem de programa
computacional que possibilite a estimação do fluxo de carga e do
regime de tensão para cada fase da rede primária;
2. Também não existe a possibilidade de definir adequadamente as
demandas para cada uma das fases do transformador de distribuição.

Geralmente as concessionárias de energia elétrica possuem em sua


base de dados informações sobre a carga dos consumidores ligados a
cada fase das redes de baixa tensão.
Entretanto no trabalho [50] esta demonstrado que estes dados não
são totalmente confiáveis. Por isso, atualmente na prática no processo de
execução dos cálculos esta previsto a igualdade de tensões e cargas para
as fases do transformador de distribuição.

S 2 Vn2 V2
∆PT = ∆PC 2 2 + ∆PO 2 , (4.53)
T Sn V Vn

73
onde:
∆PTT perdas de potência do transformador de distribuição para algum
período de tempo T;
S potência efetiva do transformador de distribuição;
Sn potência nominal do transformador de distribuição;
V tensão efetiva do transformador de distribuição;
Vn tensão nominal do transformador de distribuição.

Consequentemente as perdas de energia podem ser calculadas com


a equação:
T T
S 2t Vn2 Vt2
∆W TT = ∆PC ∑ + ∆PO ∑ , (4.54)
S 2 Vt2
t =1 n
V2
t =1 n

onde:
∆W TT perdas de energia dos transformadores de distribuição resultantes
da soma das perdas de energia no cobre com as perdas de energia no
ferro para algum período de tempo T;

St potência efetiva do transformador em cada instante t;


Sn potência nominal do transformador de distribuição;
Vt tensão efetiva do transformador em cada instante t;
Vn tensão nominal do transformador de distribuição.

A Equação (4.54) corresponde ao cálculo das perdas técnicas, de


acordo com o Primeiro modelo (Equação 4.1).
Entretanto como mencionado anteriormente as concessionárias de
energia utilizam várias abordagens e algoritmos para a modelagem das
cargas elétricas e estimação dos estados das redes de distribuição,
exigindo assim o desenvolvimento de vários algoritmos para o cálculo das
perdas de energia. Por isso, em função das informações disponíveis

74
sobre as cargas elétricas, a Equação (4.54) deve ser adaptada
adequadamente para cada modelo que foi proposto para o cálculo das
perdas de energia, considerando as particularidades de cada um.
Desta forma, a Equação (4.54), para o Segundo modelo deve ser
adaptada conforme o demonstrado:

⎛ Td
S 2t Vn2 ⎞⎟
Td
Vt2
∆W TT ⎜
= ∆PC ∑ 2 2 De + ∆PO ∑ 2 DT , (4.55)
⎜ S Vt ⎟⎠ V
⎝ t =1 n t =1 n

onde:
Td quantidade de medidas realizadas no dia escolhido para o cálculo das
perdas de energia ∆Wd;

De número de dias equivalente de algum período de tempo T, calculado


por exemplo, com a Equação (4.4);
DT duração em dias do período de tempo T.

Considerando o Terceiro modelo, a Equação (4.54) deve ser


adaptada da seguinte forma:

⎛ T ⎛I ⎞
2 ⎞
∆W TT ⎜
= ∑⎜ max
⎜ ⎝ In ⎠
⎟ ∆PC ⎟

τ + ∆PO Tv , (4.56)
⎝ t =1 ⎠
onde:
Imax corrente em cada transformador de distribuição que correspondente
à condição de demanda máxima ocorrida durante o período de tempo T;
In corrente nominal do transformador de distribuição;
τ parâmetro calculado para o período de tempo integral, por exemplo,
com a Equação(4.12);
TV período de tempo durante o qual o transformador de distribuição esta
sob tensão.

75
Para o Quarto modelo, a Equação (4.54) deve ser adaptada como o
demonstrado:

⎛ T ⎛I ⎞
2 ⎞
∆W TT ⎜
= ∑⎜ med
⎟ ∆PC ⎟ k f T + ∆PO Tv ,
2
(4.57)
⎜ ⎝ In ⎠ ⎟
⎝ t =1 ⎠
onde:
Imed corrente média em cada transformador de distribuição definida com
base na demanda média do transformador para o período de tempo T;
In corrente nominal do transformador de distribuição;
kf coeficiente de forma calculado com base nas curvas de carga de
corrente ou de potência, para o caso geral, definido de acordo com a
Equação (4.6).

Para o Quinto modelo, os cálculos das perdas de energia nos


transformadores de distribuição, podem ser realizadas com qualquer
equação apresentada na Seção (4.6). Isto porque, as perdas de energia
já estão previstas dentro das equações. Neste caso, os cálculos realizam-
se considerando somente a parcela da resistência equivalente dos
transformadores ReT .
Como exemplo, a equação abaixo, pode ser usada para o cálculo
das perdas de energia nos transformadores.

Wp2 k f2P + WQ2 k f2Q


∆W T = ReT + ∆Po TV , (4.58)
T
Vn2 T
onde:
WP, WQ são respectivamente os valores das energias ativa e reativa
fornecidas na rede durante o período de tempo T;

kfP, kfQ são respectivamente os coeficientes de forma da curva de carga

ativa e reativa;
ReT resistência equivalente dos transformadores de distribuição;

76
Vn tensão de operação da rede;
TV período de tempo durante o qual o transformador de distribuição esta
sob tensão.

A ausência de informação sobre o desequilíbrio das cargas e


tensões em condições operacionais dificultam o uso de fórmulas mais
exatas para determinação das perdas de energia em transformadores de
distribuição. Por isso, pode ser realizado o seguinte algoritmo: Coletar
detalhadamente os dados iniciais e realizar os cálculos das perdas de
energia para amostras de transformadores de distribuição da
concessionária, levando em consideração o fator de desequilíbrio. Nos
processos destes cálculos é possível definir o coeficiente de correção
médio o qual em seguida pode ser utilizado para correção dos valores das
perdas de energia calculadas com base nas equações simplificadas para
outros transformadores da concessionária.

Exemplo 4.9 – Para demonstrar o erro que pode ser cometido no


cálculo das perdas de potência no ferro e no cobre dos transformadores
de distribuição, serão analisadas três condições de carga e tensão nas
fases do transformador de distribuição.
Considerando um transformador trifásico (Sn = 75 kVA, Vn= 220 V,

∆PO = 330 W, ∆PC = 1140 W) foram calculadas as perdas de potência


com as Equações (4.49) e (4.50), conforme as informações disponíveis.

Na primeira condição foi considerado que em cada fase do


transformador a tensão e a carga sejam diferentes.
tensão em cada fase: VA = 210 V, VB = 190 V, VC = 235 V,

carga em cada fase: SA = 10 kVA, SB = 30 kVA, SC = 35 kVA.

77
As perdas de potência foram calculadas como o demonstrado:
⎛ 210 2 + 190 2 + 235 2 ⎞
∆PO = 330⎜ ⎟ = 307,78 W
⎝ 3 * 220 2 ⎠
⎛ 10000 2 30000 2 35000 2 ⎞
⎜ 2
+ + ⎟
∆PC = 1140⎜ 210 190 2 235 2 ⎟ 220 2 = 16146
, W
⎜ 3 * 75000 2 ⎟
⎜ ⎟
⎝ ⎠
∆PΣ = 307,78 + 16146
, = 469,24 W

Na segunda condição foi considerado que a tensão em cada fase


seja igual à tensão nominal, e que a carga em cada fase seja diferente.
tensão em cada fase: VA =VB =VC= 220 V,

carga em cada fase: SA = 10 kVA, SB = 30 kVA, SC = 35 kVA.


Sendo as perdas de potência calculadas como segue:
⎛ 220 2 + 220 2 + 220 2 ⎞
∆PO = 330⎜ ⎟ = 330 W
⎝ 3 * 220 2 ⎠

⎛ 10000 2 30000 2 35000 2 ⎞


⎜ 2
+ + ⎟
∆PC = 1140⎜ 220 220 2 220 2 ⎟ 220 2 = 150,31 W
⎜ 3 * 75000 2 ⎟
⎜ ⎟
⎝ ⎠
∆PΣ = 330 + 150,31 = 480,31 W

Na terceira condição foi considerado que a tensão em cada fase seja


igual à tensão nominal, e que a carga em cada fase seja igual à 25 kVA
(carga média).
tensão em cada fase: VA =VB =VC= 220 V,

carga em cada fase: SA = SB = SC = 25 kVA.


Neste caso, tem-se que:
⎛ 220 2 + 220 2 + 220 2 ⎞
∆PO = 330⎜ ⎟ = 330 W
⎝ 3 * 220 2 ⎠

78
⎛ 25000 2 25000 2 25000 2 ⎞
⎜ 2
+ + ⎟
∆PC = 1140⎜ 220 220 2 220 2 ⎟ 220 2 = 126,67 W
⎜ 3 * 75000 2 ⎟
⎜ ⎟
⎝ ⎠
∆PΣ = 330 + 126,67 = 456,67 W

A primeira condição do exemplo apresenta a situação real em que


normalmente se encontram os transformadores de distribuição numa
rede, ou seja, carga e tensão diferentes em cada fase do transformador.
A segunda e terceira condições refletem à prática normalmente
utilizada para execução dos cálculos das perdas de potência, onde se
considera que acha um equilíbrio nas tensões ou cargas em cada fase do
transformador de distribuição, entretanto está prática conduz a resultados
que normalmente apresentam erros. Para o exemplo, a comparação dos
resultados demonstra que o cálculo das perdas de potência no ferro, para
a segunda e terceira condições, apresenta um erro de 7,22%. Já as
perdas de potência no cobre para a segunda condição apresenta um erro
de –6,90% e para a terceira condição um erro de – 21,58 %. Para a perda
total a segunda e terceira condições apresentam respectivamente, 2,36%
e –2,67%.

79
CAPÍTULO 5

CÁLCULOS
EXPERIMENTAIS DAS
PERDAS TÉCNICAS DE
ENERGIA REALIZADOS
COM OS MODELOS
ANALISADOS

5.1 INTRODUÇÃO

Este capítulo apresenta os cálculos experimentais das perdas


técnicas de energia em sistemas de distribuição realizados com os
modelos analisados no Capítulo 4.

Os modelos analisados anteriormente, apresentam um grau de


precisão que esta diretamente relacionado ao conjunto de informações
operacionais do sistema utilizadas pelo modelo para o cálculo das perdas
de energia. Deste modo, na realização dos cálculos experimentais ficará
evidente para quais condições operacionais e para quais conjuntos de
informações o modelo analisado poderá ser utilizado.
No final deste capítulo será realizada uma análise comparativa dos
resultados dos cálculos experimentais demonstrando o erro existente
quando da utilização de cada modelo para o cálculo das perdas de
energia.
5.2 MODELO SIMPLIFICADO DE UM ALIMENTADOR

Os cálculos experimentais foram realizados considerando um


modelo simplificado de sistema de distribuição. Entenda-se por modelo
simplificado, um alimentador sem ramificações (constituído apenas por
linha de transmissão), onde cada transformador de distribuição alimenta
um único tipo de consumidor. Neste caso, foram considerados os
consumidores com cargas típicas residencial, industrial, comercial e
pública.
A Figura 5.1 apresenta o diagrama unifilar do alimentador.

FIGURA 5.1 – Diagrama unifilar do alimentador.

A rede de transmissão (LT de 13,8 kV), com as características


apresentadas na Tabela 5.1, esta composta por oito transformadores de
distribuição com potências padronizadas [51] entre 45 kVA e 112,5 kVA,
cujas características são apresentadas na Tabela 5.2.

TABELA 5.1 – Características da rede.

Condutor 4/0 CAA Resistência = 0,368 Ω/km


Resistência em cada Trecho – Valores em (Ω)
0..1 1..2 2..3 3..4 4..5 5..6 6..7 7..8
0,45 0.30 0,50 0,25 0,40 0,20 0,10 0,30

81
A Tabela 5.2 apresenta as características dos transformadores de
distribuição.

TABELA 5 2 – Características dos transformadores de distribuição.

Características dos transformadores


Transformador Carga Sn(kVA) In(A) ∆Po(W) ∆Pc(W) C(%) Icar(A)
1 Residencial 45 1,88 260 780 80 1,5
2 Comercial 75 3,14 390 1140 85 2,7
3 Industrial 112,5 4,71 520 1550 96 4,5
4 Pública 75 3,14 390 1140 88 2,8
5 Comercial 30 1,26 200 570 95 1,2
6 Residencial 112,5 4,71 520 1550 90 4,2
7 Comercial 45 1,88 260 780 95 1,8
8 Industrial 75 3,14 390 1140 95 3,0

Os cálculos experimentais das perdas técnicas de energia foram


realizados considerando que o período de tempo analisado fosse de um
mês, composto por 5 Segundas-feiras, 5 Terças-feiras, 4 Quartas-feiras,
4 Quintas-feiras, 4 Sextas-feiras, 4 Sábados e 4 Domingos.
Deste modo, como os cálculos foram realizados para cada dia da
semana (Segunda, Terça,...,Domingo) os valores mensais das perdas de
energia correspondem ao somatório das multiplicações das perdas diárias
de energia calculadas para cada dia pelo número de Segundas, Terças,
Domingo existentes no mês.
Devido a impossibilidade de serem inseridas todas as tabelas com
todos os resultados dos cálculos das perdas de energia, realizados para
todos os dias da semana, serão demonstrados apenas os resultados dos
cálculos realizados para Segunda-feira, normalmente referidos para o
primeiro transformador de distribuição.

82
Sempre ao final de cada etapa de cálculo, serão apresentados numa
tabela os resultados dos cálculos realizados para os demais dias da
semana ou para os demais transformadores de distribuição da rede.
Os cálculos experimentais completos estão no Anexo I e foram
realizados com a ferramenta computacional Planilha Eletrônica EXCEL.

83
5.3 CÁLCULO DAS PERDAS DE ENERGIA DE ACORDO
COM O PRIMEIRO MODELO

O Primeiro modelo é o método que fornece os resultados dos


cálculos das perdas de energia com a mais alta precisão, por está razão,
pode-se considerar que as perdas de energia calculadas com esse
modelo sejam as reais do sistema.
Por isso, no final deste capítulo será feita uma análise dos
resultados dos cálculos experimentais realizados com cada modelo, e os
resultados dos cálculos das perdas de energia na rede e das perdas de
energia nos transformadores de distribuição realizados com Primeiro
modelo serviram como referência para a determinação do erro ξ(%)
existente quando da utilização de cada modelo.

5.3.1 Perdas de energia na rede

As perdas de energia de acordo com o Primeiro modelo foram


calculadas com a Equação (4.1). Sabendo-se que este modelo calcula as
perdas de energia com base no fluxo de carga é necessário
primeiramente defini-lo. Considerando que as curvas de carga de todos os
transformadores de distribuição para todos os dias do período analisado
sejam conhecidas o fluxo de carga para qualquer período de tempo pode
ser definido facilmente. Como exemplo, a Tabela 5.3 apresentada as
curvas de carga dos transformadores de distribuição (Segunda–feira).
Sendo que os valores das ordenadas das curvas de carga foram definidas

84
em relação à tensão primária dos transformadores de distribuição
(13,8 kV).

TABELA 5.3 – Curvas de carga dos transformadores de distribuição.

Curvas de carga dos transformadores de distribuição – Segunda-feira


Transformador de Distribuição – Carga – valores em (A).
Horas 1-Res 2-Com 3-Ind 4-Pub 5-Com 6-Res 7-Com 8-Ind
1 0,26 0,71 0,79 0,71 0,40 0,74 0,48 0,94
2 0,30 0,71 1,05 0,71 0,40 0,86 0,48 1,09
3 0,34 0,86 1,05 0,89 0,40 0,97 0,58 1,25
4 0,40 0,95 1,32 0,96 0,44 1,14 0,65 1,41
5 0,48 0,95 1,32 1,07 0,44 1,37 0,65 1,56
6 0,60 1,43 1,58 1,07 0,46 1,71 0,97 1,72
7 0,70 1,90 2,11 1,43 0,50 2,00 1,29 1,88
8 0,80 2,38 2,63 1,79 0,60 2,29 1,61 2,50
9 0,90 2,52 2,89 2,14 0,70 2,57 1,71 2,66
10 1,00 2,52 3,95 2,50 0,80 2,86 1,71 2,81
11 1,10 2,57 3,84 2,68 0,90 3,14 1,74 3,13
12 1,20 2,62 3,68 2,86 1,00 3,43 1,77 2,50
13 1,30 2,38 3,16 2,50 1,20 3,71 1,61 2,50
14 1,40 2,14 2,42 2,14 1,00 4,00 1,45 2,50
15 1,30 2,14 2,11 1,96 0,80 3,71 1,45 2,66
16 1,00 2,14 3,58 1,79 1,00 2,86 1,45 2,81
17 0,90 2,38 4,00 1,79 1,10 2,57 1,61 3,13
18 0,80 2,71 4,47 1,61 1,20 2,29 1,84 3,13
19 1,20 2,62 3,47 1,25 1,10 3,43 1,77 2,50
20 1,40 2,38 3,16 1,07 1,00 4,00 1,61 1,88
21 1,50 1,90 2,42 1,07 0,80 4,29 1,29 1,56
22 1,40 1,43 2,11 0,89 0,70 4,00 0,97 1,56
23 1,10 0,95 2,00 0,71 0,60 3,14 0,65 1,41
24 1,00 0,71 1,84 0,71 0,50 2,86 0,48 1,41

85
Considerando os dados da Tabela 5.3 foi definido o fluxo de carga
na rede a cada hora para Segunda-feira, sendo os resultados
apresentados na Tabela 5.4.

TABELA 5.4 – Fluxo de carga na rede a cada hora.

Fluxo de carga na rede – Segunda-feira – valores em (A).


Trechos da rede
Horas
0..1 1..2 2..3 3..4 4..5 5..6 6..7 7..8
1 5,03 4,77 4,06 3,27 2,56 2,16 1,42 0,94
2 5,60 5,30 4,59 3,54 2,83 2,43 1,57 1,09
3 6,34 6,00 5,14 4,09 3,20 2,80 1,83 1,25
4 7,27 6,87 5,92 4,60 3,64 3,20 2,06 1,41
5 7,84 7,36 6,41 5,09 4,02 3,58 2,21 1,56
6 9,54 8,94 7,51 5,93 4,86 4,40 2,69 1,72
7 11,81 11,11 9,21 7,10 5,67 5,17 3,17 1,88
8 14,60 13,80 11,42 8,79 7,00 6,40 4,11 2,50
9 16,09 15,19 12,67 9,78 7,64 6,94 4,37 2,66
10 18,15 17,15 14,63 10,68 8,18 7,38 4,52 2,81
11 19,10 18,00 15,43 11,59 8,91 8,01 4,87 3,13
12 19,06 17,86 15,24 11,56 8,70 7,70 4,27 2,50
13 18,36 17,06 14,68 11,52 9,02 7,82 4,11 2,50
14 17,05 15,65 13,51 11,09 8,95 7,95 3,95 2,50
15 16,13 14,83 12,69 10,58 8,62 7,82 4,11 2,66
16 16,63 15,63 13,49 9,91 8,12 7,12 4,26 2,81
17 17,48 16,58 14,20 10,20 8,41 7,31 4,74 3,13
18 18,05 17,25 14,54 10,07 8,46 7,26 4,97 3,13
19 17,34 16,14 13,52 10,05 8,80 7,70 4,27 2,50
20 16,50 15,10 12,72 9,56 8,49 7,49 3,49 1,88
21 14,83 13,33 11,43 9,01 7,94 7,14 2,85 1,56
22 13,06 11,66 10,23 8,12 7,23 6,53 2,53 1,56
23 10,56 9,46 8,51 6,51 5,80 5,20 2,06 1,41
24 9,51 8,51 7,80 5,96 5,25 4,75 1,89 1,41

86
Com base no fluxo de carga (ver Tabela 5.3), e a resistência de cada
trecho (ver Tabela 5.2) as perdas de energia em cada trecho da rede
foram calculadas com a Equação (4.1), sendo os resultados apresentados
na Tabela 5.5.

TABELA 5.5 – Perdas de energia em cada trecho da rede.

Perdas de energia na rede (Segunda-feira) – valores em (Wh)


Trechos da rede
Horas
0..1 1..2 2..3 3..4 4..5 5..6 6..7 7..8
1 34,16 20,48 24,73 8,02 7,86 2,80 0,60 0,80
2 42,34 25,28 31,60 9,40 9,61 3,54 0,74 1,07
3 54,26 32,40 39,63 12,55 12,29 4,70 1,00 1,41
4 71,35 42,48 52,57 15,87 15,90 6,14 1,27 1,79
5 82,98 48,75 61,63 19,43 19,39 7,69 1,47 2,19
6 122,87 71,93 84,60 26,37 28,34 11,62 2,17 2,66
7 188,29 111,09 127,24 37,81 38,58 16,04 3,01 3,18
8 287,77 171,40 195,62 57,95 58,80 24,58 5,07 5,63
9 349,50 207,66 240,79 71,74 70,04 28,90 5,73 6,37
10 444,72 264,71 321,06 85,55 80,29 32,68 6,13 7,11
11 492,49 291,60 357,13 100,75 95,27 38,50 7,12 8,82
12 490,43 287,08 348,39 100,23 90,83 35,57 5,47 5,63
13 455,07 261,94 323,25 99,53 97,63 36,69 5,07 5,63
14 392,45 220,43 273,78 92,24 96,12 37,92 4,68 5,63
15 351,24 197,94 241,55 83,95 89,17 36,69 5,07 6,37
16 373,35 219,87 272,97 73,66 79,12 30,42 5,44 7,11
17 412,49 247,41 302,46 78,03 84,87 32,06 6,74 8,82
18 439,83 267,81 317,12 76,05 85,89 31,62 7,41 8,82
19 405,91 234,45 274,19 75,75 92,93 35,57 5,47 5,63
20 367,54 205,21 242,70 68,55 86,50 33,66 3,65 3,18
21 296,90 159,92 195,97 60,89 75,65 30,59 2,44 2,19
22 230,26 122,36 156,98 49,45 62,73 25,58 1,92 2,19
23 150,54 80,54 108,63 31,79 40,37 16,22 1,27 1,79
24 122,09 65,18 91,26 26,64 33,08 13,54 1,07 1,79
SOMA 6658,83 3857,92 4685,85 1362,20 1451,26 573,32 90,01 105,81

87
A última linha da Tabela 5.5 representa as perdas diárias de energia
de cada trecho da rede. A soma destas perdas de energia fornece as
perdas diárias de energia na rede (kWh).
Perdas diárias de energia na rede para Segunda-feira = 6658,83 +
3857,92 + 4685,85+ 1362,20+ 1451,26+573,32+90,01+105,81 = 18785,20
= 18,7852 kWh.
A multiplicação das perdas diárias de energia na rede pelo número
de Segundas-feiras do mês analisado (neste caso, 5 ) fornece as perdas
mensais de energia na rede somente para as Segundas-feiras do mês.
Perdas mensais de energia na rede para as Segundas-feiras =
18,7852 *5 = 93,9260 kWh.

Os mesmos cálculos foram realizados para os demais dias da


semana considerando o número de Terças,.., Domingos existentes do
mês.
A Tabela 5.6 apresenta as perdas diárias e mensais de energia na
rede calculadas para todos os dias da semana.

TABELA 5.6 – Perdas diárias e mensais de energia na rede.

Dia da Perdas na rede (kWh)


semana Perdas diárias Perdas mensais
Segunda 18,7852 93,9260
Terça 19,6406 98,2030
Quarta 19,8206 79,2824
Quinta 18,8737 75,4948
Sexta 19,5072 78,0288
Sábado 9,5923 38,3692
Domingo 6,8253 27,3012
Perdas somatórias mensais de
490,605
energia na rede

88
5.3.2 Perdas de energia nos transformadores de
distribuição

As perdas de energia nos transformadores de distribuição, conforme


foi demonstrado na Seção (4.7), são o resultado da soma das perdas no
ferro mais as perdas no cobre. Considerando que as perdas no ferro
independem da carga do transformador, é fácil determinar o seu valor,
através da multiplicação do valor nominal das perdas de potência no ferro
do transformador (∆Po) pelo período de tempo analisado (considerando o
período em que o transformador permanece sob tensão, neste caso, para
todo o mês). As perdas de potência no cobre dos transformadores foram
calculadas com a Equação (4.47), considerando as cargas e os níveis de
tensão em cada transformador de distribuição.
A potência efetiva do transformador de distribuição em cada hora foi
calculada com a equação:

Si = 3 Ii Vi i = 1..24, (5.1)
onde:
Si potência efetiva do transformador de distribuição em cada hora;
Ii corrente efetiva do transformador de distribuição em cada hora;
Vi tensão efetiva no transformador de distribuição em cada hora.
As potências ativa e reativa do transformador de distribuição em
cada hora foram calculadas respectivamente com as equações:
Pi = Si cosϕi i = 1..24, (5.2)

Q i = S i sen(arcos(cosϕ i )) i = 1..24, (5.3)

onde:
Pi potência ativa efetiva no transformador em cada hora;
Q i potência reativa efetiva no transformador em cada hora;

89
cosϕi fator de potência da carga em cada hora.
A Tabela 5.7 apresenta os resultados encontrados para a
determinação das perdas de potência no cobre do primeiro transformador
de distribuição, calculadas para Segunda-feira.

TABELA 5.7 – Perdas de potência no cobre do primeiro transformador de distribuição.

Perdas de potência no cobre do primeiro transformador (Segunda-feira)


Primeiro transformador – Residencial – 45 kVA – 80%
Horas
I(A) V(kV) cosϕ S(kVA) P(kW) Q(kVAr) ∆Pc(kW)
1 0,26 13,92 0,92 6,2686 5,7671 2,4568 0,0151
2 0,30 13,91 0,92 7,2278 6,6496 2,8327 0,0201
3 0,34 13,90 0,91 8,1857 7,4490 3,3939 0,0258
4 0,40 13,89 0,93 9,6233 8,9497 3,5371 0,0357
5 0,48 13,88 0,94 11,5396 10,8472 3,9370 0,0513
6 0,60 13,87 0,93 14,4141 13,4051 5,2980 0,0800
7 0,70 13,86 0,92 16,8044 15,4600 6,5860 0,1088
8 0,80 13,86 0,92 19,2050 17,6686 7,5268 0,1421
9 0,90 13,87 0,94 21,6212 20,3239 7,3766 0,1801
10 1,00 13,86 0,92 24,0062 22,0857 9,4085 0,2220
11 1,10 13,84 0,93 26,3687 24,5229 9,6921 0,2678
12 1,20 13,85 0,94 28,7867 27,0595 9,8213 0,3192
13 1,30 13,85 0,92 31,1856 28,6908 12,2222 0,3746
14 1,40 13,86 0,92 33,6087 30,9200 13,1719 0,4351
15 1,30 13,88 0,91 31,2531 28,4403 12,9578 0,3762
16 1,00 13,87 0,91 24,0235 21,8614 9,9603 0,2223
17 0,90 13,86 0,92 21,6056 19,8772 8,4676 0,1798
18 0,80 13,85 0,93 19,1911 17,8477 7,0539 0,1419
19 1,20 13,84 0,94 28,7659 27,0399 9,8142 0,3187
20 1,40 13,85 0,92 33,5845 30,8977 13,1624 0,4345
21 1,50 13,84 0,92 35,9574 33,0808 14,0924 0,4980
22 1,40 13,85 0,92 33,5845 30,8977 13,1624 0,4345
23 1,10 13,88 0,93 26,4450 24,5939 9,7201 0,2694
24 1,00 13,90 0,92 24,0755 22,1495 9,4356 0,2233

90
Similarmente aos cálculos realizados para o primeiro transformador
de distribuição, foram calculadas as perdas diárias de energia no cobre de
todos os transformadores de distribuição do alimentador para todos os
dias da semana.
Na Tabela 5.8 são apresentados os resultados dos cálculos das
perdas diárias de energia no cobre de todos os transformadores de
distribuição do alimentador para todos os dias da semana.

TABELA 5.8 – Perdas diárias de energia no cobre dos transformadores de distribuição.

Perdas diárias de energia no cobre dos transformadores – valores em (kWh)

Dia da Transformador de distribuição


semana 1 2 3 4 5 6 7 8 Total
Segunda 5,38 10,85 12,75 7,65 5,55 13,85 9,40 13,59 79,02
Terça 5,45 10,48 15,05 8,18 5,48 14,87 9,07 13,00 81,58
Quarta 5,74 10,20 14,02 7,50 6,20 15,69 8,83 13,70 81,88
Quinta 6,17 9,13 14,40 7,72 4,77 15,02 8,45 12,67 78,33
Sexta 5,91 10,40 13,95 7,70 6,10 14,41 9,47 13,69 81,63
Sábado 4,12 5,33 2,79 5,50 3,06 11,27 5,28 4,49 41,84
Domingo 3,81 1,78 1,93 3,69 1,85 10,41 2,38 3,49 29,34

Considerando que as perdas diárias de energia no ferro de todos os


transformadores são iguais à 70,32 kWh (somatório das perdas nominais
no ferro de todos os transformadores de distribuição durante às 24 horas),
as perdas totais diárias de energia nos transformadores de distribuição
serão iguais à soma das perdas no ferro mais as perdas no cobre.

91
A Tabela 5.9 apresenta as perdas diárias e mensais de energia nos
transformadores de distribuição.

TABELA 5.9 – Perdas de energia nos transformadores de distribuição.

Perdas de energia nos transformadores – valores em (kWh)


Dia da Perdas no Perdas no Perdas diárias de Perdas mensais
semana cobre ∆Wc ferro ∆Wo energia de energia
Segunda 79,02 70,32 149,34 746,70
Terça 81,58 70,32 151,90 759,50
Quarta 81,88 70,32 152,20 608,80
Quinta 78,33 70,32 148,65 594,60
Sexta 81,63 70,32 151,95 607,80
Sábado 41,84 70,32 112,16 448,64
Domingo 29,34 70,32 99,66 398,64
Perdas somatórias mensais de energia nos transformadores 4164,680

5.3.3 Perdas totais de energia

As perdas totais mensais de energia do alimentador ( ∆W T ) foram

obtidas somando-se a perdas somatórias mensais de energia na rede


( ∆W T ) (ver Tabela 5.6) com as perdas somatórias mensais de energia
R

nos transformadores ( ∆W T ) (ver Tabela 5.9), conforme demonstra o


T

cálculo:
∆W T = 490,60 + 4164,68 = 4655,28 kWh

92
5.4 CÁLCULO DAS PERDAS DE ENERGIA DE ACORDO
COM O SEGUNDO MODELO

As perdas de energia de acordo com o Segundo modelo foram


calculadas com a Equação (4.3), considerando as Equações (4.4), (4.5) e

(4.9) apresentadas na Seção (4.3) para a definição do parâmetro De.


Nesta Seção (4.3) também foram apresentadas as equações (4.8) e

(4.10) para a definição do parâmetro De porém estas equações não serão


utilizadas para a sua definição e consequentemente não serão realizados
os cálculos das perdas de energia.
As justificativas para a não utilização destas equações são as
seguintes:

• A Equação (4.8) não será utilizada porque o valor de De encontrado


com esta equação é igual ao valor encontrado com a utilização da
Equação (4.5), apesar desta equação ser mais simples de ser usada
sob o ponto de vista da informação utilizada, julgou-se desnecessário
à repetição dos cálculos das perdas de energia.

• A Equação (4.10), está direcionada para a definição do valor de De


para períodos de tempo maiores que um mês, deste modo, não há a
necessidade de utilizar esta equação já que o período analisado para
os cálculos experimentais é de um mês.

93
5.4.1 Cálculo do número de dias equivalentes (De)

De acordo com a Equação (4.3) as perdas de energia são


calculadas pela multiplicação do valor das perdas diárias de energia
(definidas de acordo com o Primeiro modelo para um dia do período
analisado, neste caso, para Segunda-feira) pelo número de dias

equivalentes De do período de tempo T analisado.


Conforme foi mencionado na Seção (4.3) as Equações (4.4) e (4.5)

podem utilizar como informação para a definição de De os valores de


fornecimento ou consumo de energia.

Neste trabalho, para a definição de De optou-se pela escolha de ser


utilizado os valores de fornecimento de energia.
Deste modo, a energia fornecida no barramento do alimentador em
cada hora foi calculada com a equação:
n
W ALi = ∑ Pji + ∆PREDEi i = 1,..., T , (5.4)
j=1

onde:
W ALi energia fornecida no barramento do alimentador em cada hora do
período de tempo T, em (kWh).
n
∑ Pji somatório das demandas de todos os transformadores de
j=1

distribuição do alimentador em cada hora do período de tempo T, em


(kW);
n número de transformadores de distribuição do alimentador;
∆PREDEi somatório das perdas de potência em cada trecho da rede a
cada hora do período de tempo T, em (kW), calculada no Primeiro modelo
(ver Tabela 5.5).

94
A Tabela 5.10 apresenta os dados do fornecimento diário e mensal
de energia.

TABELA 5.10 – Fornecimento diário e mensal de energia.

Dia da Fornecimento de energia (kWh)


semana Diário Mensal
Segunda 7289,619 36448,095
Terça 7453,792 37268,960
Quarta 7409,409 29637,636
Quinta 7271,423 29085,692
Sexta 7367,560 29470,240
Sábado 5200,752 20803,008
Domingo 4372,926 17491,704
Somatório 46365,481 200205,335

Considerando que Segunda-feira foi o dia escolhido para o cálculo

das perdas diárias de energia, De foi determinado com a Equação (4.4)


considerando os valores diários e mensais de fornecimento de energia
(ver Tabela 5.10) conforme o demonstrado:

W T2 200205,335
2
De = = = 25,14.
Wd2N T 2
7289,619 * 30

De acordo com a Equação (4.5) para o cálculo de De foi necessário


primeiramente calcular o coeficiente de forma. Com base nos valores de

fornecimento de energia (ver Tabela 5.10), kf foi determinado com a

Equação (4.7):

95
NT
1
NT
∑ Wdi2 1376384512,5013
30
k f2 = i=1
2
= = 1030
, .
⎛ NT ⎞ ⎛ 200205,3350 ⎞
2

⎜ W ⎟ ⎜ ⎟
⎜ ∑ di ⎟ ⎝ 30 ⎠
⎜ i=1 ⎟
⎜ N T ⎟
⎜ ⎟
⎝ ⎠

Deste modo, o valor de De foi calculado com a Equação (4.5):

W T2 k f2 2
200205,335 * 1030
,
De = = = 25,90.
Wd2N T 2
7289,619 * 30

Diferentemente das equações anteriores a Equação (4.9) calcula o

valor de De com base nas ordenadas das curvas de carga de todos os


dias do período analisado.
NT
A
∑Ai
128507,830
De = = = 26,05.
0
4932,4800
i=1

5.4.2 Perdas de energia na rede

As perdas somatórias mensais de energia na rede ( ∆W T ) foram


R

calculadas com a Equação (4.3) considerando o valor das perdas diárias


de energia definidas para Segunda-feira (18,7852 kWh, ver Tabela 5.6), e

com os valores de De calculados com as Equações (4.4), (4.5) e (4.9):

96
Versão 1: De calculado com a Equação (4.4):

∆W TR = ∆Wd De = 18,7852 * 25,14 = 472,259 kWh.

Versão 2: De calculado com a Equação (4.5):

∆W TR = ∆Wd De = 18,7852 * 25,90 = 486,537 kWh.

Versão 3: De calculado com a Equação (4.9):

∆W TR = ∆Wd De = 18,7852 * 26,05 = 489,354 kWh.

5.4.3 Perdas de energia nos transformadores de


distribuição

As perdas somatórias mensais de energia nos transformadores de


distribuição ( ∆W T ) foram calculadas com a Equação (4.55):
T

⎛ Td
S 2t Vn2 ⎞⎟
Td
Vt2
∆W TT ⎜
= ∆PC ∑ 2 2 De + ∆PO ∑ 2 DT
⎜ S Vt ⎟⎠ V
⎝ t =1 n t =1 n

Preliminarmente, foram definidas as perdas diárias de energia no


cobre dos transformadores (79,02 kWh, ver Tabela 5.8) para
Segunda-feira.
As perdas somatórias mensais de energia nos transformadores
foram obtidas pela soma das perdas somatórias mensais de energia no
cobre ( ∆W T ) (perda diária de energia no cobre multiplicada pelo número
C

de dias equivalentes) com as perdas somatórias de energia no ferro


( ∆W T ) ocorridas durante o período analisado (70,32*30 = 2109,60
0

kWh).

97
Versão 1: De calculado com a Equação (4.4):

∆W TC = ∆Wd De = 79,02 * 25,14 = 1986,563 kWh.


∆W TT = 1986,563 + 2109,60 = 4096,163 kWh.

Versão 2: De calculado com a Equação (4.5):

∆W TC = ∆Wd De = 79,02 * 25,90 = 2046,618 kWh.


∆W TT = 2046,618 + 2109,60 = 4156,218 kWh.

Versão 3: De calculado com a Equação (4.9):

∆W TC = ∆Wd De = 79,02 * 26,05 = 2058,471 kWh.


∆W TT = 2058,471 + 2109,60 = 4168,071 kWh.

5.4.4 Perdas totais de energia

As perdas mensais totais de energia foram definidas da mesma

forma anterior, apenas considerando os diferentes valores de De


determinados anteriormente.

Versão 1: De calculado com a Equação (4.4):

∆W T = 472,259 + 4096,163 = 4568,422 kWh.


Versão 2: De calculado com a Equação (4.5):

∆W T = 486,537 + 4156,218 = 4642,755 kWh.


Versão 3 : De calculado com a Equação (4.9):

∆W T = 489,354 + 4168,071 = 4657,425 kWh.

98
5.5 CÁLCULO DAS PERDAS DE ENERGIA DE ACORDO
COM O TERCEIRO MODELO

De acordo com este modelo as perdas de energia são calculadas


com base no fluxo de carga que corresponde a condição de demanda
máxima do alimentador. Neste caso, foi necessário primeiramente definir
a que horas ocorreu a demanda máxima na Segunda-feira. Para isso, foi
utilizada a equação:

⎛ n ⎞ ⎛ n ⎞
2 2

⎜ ∑ P + ∆P ⎟ + ⎜∑ Q ⎟
⎜ ij REDEi ⎟ ⎜ ij ⎟
⎝ j=1 ⎠ ⎝ j=1 ⎠
I ALi = i = 1,..., T , (5.5)
3 Vi
onde:
I ALi demanda do alimentador para cada hora i durante o período de
tempo T, em (A);
n
∑ Pji somatório das demandas de todos os transformadores de
j=1

distribuição j do alimentador para cada hora i, em (kW);


∆PREDEi somatório das perdas de potência em elementos do alimentador
para cada hora i do período de tempo T; já calculada anteriormente no
Primeiro modelo, em kW.
n
∑ Qi somatório das demandas de todos os transformadores de
j=1

distribuição, para cada hora i do período de tempo T, em (kVAr);


n número de transformadores de distribuição do alimentador;
Vi tensão para cada hora i do período de tempo T, em (kV).

99
A Tabela 5.11 apresenta os valores de demanda do alimentador
para Segunda-feira.

TABELA 5.11 – Demanda máxima do alimentador .

Demanda do alimentador a cada hora de Segunda -feira

Alimentador

Hora I ALi ( A) V (kV) (ΣPi+∆PREDEi)² (kW) ΣPi2(kW) ΣQi2(kVAr)


1 5,00 13,94 12708,64 12686,22 2283,91
2 5,58 13,93 15546,75 15515,94 2202,45
3 6,31 13,92 19968,04 19923,35 3348,50
4 7,25 13,91 26349,76 26282,47 4885,19
5 7,80 13,90 31063,04 30977,27 5626,10
6 9,50 13,89 44981,57 44832,98 10344,15
7 11,75 13,88 69954,11 69676,57 14853,56
8 14,56 13,88 106473,39 105947,52 14920,21
9 16,04 13,89 126492,26 125795,63 21340,42
10 18,09 13,88 165348,44 164339,67 22776,64
11 19,06 13,86 181486,31 180302,48 25091,32
12 19,03 13,87 181901,48 180740,19 26303,49
13 18,30 13,87 167273,07 166223,77 22168,32
14 16,98 13,88 147099,86 146239,47 19039,72
15 16,09 13,90 130267,51 129538,02 22231,50
16 16,59 13,89 139619,48 138827,03 19567,95
17 17,41 13,88 155056,31 154133,97 26578,75
18 18,00 13,87 170434,72 169416,86 27285,42
19 17,30 13,86 152006,02 151126,25 25273,62
20 16,46 13,87 133195,36 132458,44 21702,39
21 14,79 13,86 106772,03 106233,82 19273,60
22 13,01 13,87 85234,51 84854,52 14234,14
23 10,53 13,90 55301,03 55098,41 8140,19
24 9,48 13,92 45033,59 44883,18 6426,54

A análise da Tabela 5.11 demonstra que a demanda máxima de


Segunda-feira ocorreu às 11 horas (19,06 A ).

100
Com base no fluxo de carga definido com os valores de Pmax e Qmax
dos transformadores de distribuição que ocorreram no momento
correspondentes à condição de demanda máxima foram calculadas as
perdas de potência para cada trecho da rede com a Equação (4.13):

∆Pmax =
Ri
2
Vn
( 2
Pimax + Q imax
2
)
= ∆PPmax + ∆PQmax .

A Tabela 5.12 apresenta as perdas de potência em cada trecho da


rede resultantes da condição de demanda máxima.

TABELA 5.12 – Perdas de potência ∆Pmax em cada trecho da rede.

Perdas de ∆Pmax
Trecho R(Ω) I(A) ∆Pmax (W)
7..8 0,30 2,5079 5,66
6..7 0,10 4,0126 4,83
5..6 0,20 7,7744 36,26
4..5 0,40 8,7776 92,46
3..4 0,25 11,2855 95,52
2..3 0,50 15,0473 339,63
1..2 0,30 17,5552 277,37
0..1 0,45 19,0599 490,43
Somatório (kW) 1,3422

Na seqüência os valores do parâmetro τ foram calculados com as

Equações (4.15), (4.17), (4.18), (4.19 ou 4.20), (4.23) e (4.24).

Versão 1: O cálculo de τ foi realizado com a Equação (4.15):


2
⎛ Tmax
8760 ⎞
⎜ T ⎟ T,
τ = ⎜ 0,124 + ⎟
⎜ 10 4 ⎟
⎝ ⎠

101
sendo Tmax calculado com a Equação (4.16):

WT 200205,335
Tmax = = = 469,416 ,
Pmax 426,499

então:
2
⎛ 8760 ⎞
⎜ 469,416 ⎟
τ = ⎜ 0,124+ 720 ⎟ 720 = 347,901 h.
⎜ 10 4 ⎟
⎝ ⎠

Versão 2: O cálculo de τ foi realizado com a Equação (4.17) com base

nas curvas de carga do alimentador (Pmax= 426,499 kW , Pmed = 303,734

kW , Pmin = 112,733 kW).

⎡ ⎛ Pmed ⎞ ⎛ Pmin ⎞ ⎤
⎢ ⎜1 − ⎟ ⎜1 − ⎟⎥
P ⎝ P ⎠ ⎝ P ⎠⎥
τP = ⎢2 med
⎢ Pmax
− 1+ max max
T,
Pmed Pmin ⎥
⎢ 1+ −2 ⎥
⎢⎣ Pmax Pmax ⎥⎦

então:

⎡ ⎛⎜ 1 − 303,734 ⎞⎟ ⎛⎜ 1 − 112,733 ⎞⎟ ⎤
⎢ 303,734 ⎝ 426,499 ⎠ ⎝ 426,499 ⎠ ⎥
τP = ⎢2
426,499
− 1+
303,734 112,733
⎥ 720 = 434,331 h.
⎢ 1+ −2 ⎥
⎢⎣ 426,499 426,499 ⎥⎦

Versão 3: O cálculo de τ foi realizado com a Equação (4.18)

considerando os mesmos dados da curva de carga do alimentador


apresentados anteriormente.

T − Tmax ⎛ Pmin ⎞
τP = 2Tmax − T + ⎜1 − ⎟ ,
⎛ Tmax Pmin ⎞ ⎝ Pmax ⎠
⎜1 + +2 ⎟
⎝ T Pmax ⎠

102
τP = 2 * 469,416 − 720 + 720 − 469,416 ⎛⎜1 − 112,733⎞⎟ = 303,372 h.
⎛⎜1 + 469,416 + 2112,733⎞⎟ ⎝ 426,499⎠
⎝ 720 426,499⎠

Versão 4: Neste caso, o cálculo de τ pode ser realizado com a Equação

Pmed − Pmin
(4.19) ou com a Equação (4.20). Caso o valor de seja menor
Pmax − Pmed
que 1 utiliza-se a Equação (4.19). Caso contrário se for maior ou igual à 1
utiliza-se a Equação (4.20).
Pmed − Pmin 303,734 − 112,733
= = 155
, ,
Pmax − Pmed 426,499 − 303,734
então:

⎡ (Pmax − Pmed )(Pmed − Pmin ) 2 ⎤ P2 T


τP = ⎢1 + 2 ⎥ med ,
⎢ Pmed (2Pmax − Pmed − Pmin ) ⎥ Pmax
2
⎣ ⎦
⎡ (426,499−303,734)(303,734−112733
, )
2 ⎤ 303,7342 * 720
τP = ⎢1 + ⎥ = 405,769 h.
⎢⎣ 303,734 (2*426,499−303,734−112733
, ) ⎥⎦ 426,499
2 2

Versão 5: O cálculo de τ foi realizado com a Equação (4.23):

P ⎛ Pmed 2
Pmed ⎞
τP = med ⎜ 0,083 + 1037
, + 0,12 2 ⎟ T,
Pmax ⎝ Pmax Pmax ⎠

⎛ 303,734 ⎞
2
τP = 303,734 ⎜ 0,083 + 1037
426,499 ⎜⎝
,
303,734
426,499
+ 0,12 ⎟ 720 = 452,435 h.
2⎟
426,499 ⎠

Versão 6: O cálculo de τ foi realizado com a Equação (4.24):


2
⎛ Pmed ⎞
τP P
= med ⎜ 0,66 + 0,34 ⎟ T,
Pmax ⎝ Pmax ⎠
2
τP = 303,734 ⎛⎜ 0,66 + 0,34 303,734 ⎞⎟ 720 = 417,301 h.
426,499 ⎝ 426,499 ⎠

103
5.5.1 Perdas de energia na rede

As perdas de energia de acordo com este modelo foram calculadas


com a Equação (4.11), considerando as Equações (4.15), (4.17), (4.18),

(4.19 ou 4.20), (4.23) e (4.24) para a definição do valor do parâmetro τ.

Deste modo, as perdas somatórias mensais de energia na rede


( ∆W T ) foram calculadas como segue:
R

Versão 1: τ definido com a Equação (4.15):

∆W T = ∆Pmaxτ = 13422
, * 347,901 = 466,953 kWh.
R

Versão 2: τ definido com a Equação (4.17):

∆W TR = ∆Pmaxτ = 13422
, * 434,331 = 582,959 kWh.

Versão 3: τ definido com a Equação (4.18):

∆W T = ∆Pmaxτ = 13422
, * 303,372 = 407,186 kWh.
R

Versão 4: τ definido com a Equação (4.20):

∆W T = ∆Pmaxτ = 13422
, * 405,769 = 544,623 kWh.
R

Versão 5: τ definido com a Equação (4.23):

∆W T = ∆Pmaxτ = 13422
, * 452,435 = 607,258 kWh.
R

Versão 6: τ definido com a Equação (4.24):

∆W T = ∆Pmaxτ = 13422
, * 417,301 = 560,101 kWh.
R

104
5.5.2 Perdas de energia nos transformadores de
distribuição

As perdas de energia nos transformadores foram definidas com a


Equação (4.56), com base no fluxo de carga que correspondente à
condição de demanda máxima, calculada com a equação:

I AL * Sn
Imax = , (5.6)
ΣSn
onde:

Imax corrente no transformador de distribuição para à condição de


demanda máxima, em (A);

IAL demanda máxima do alimentador, em (A);


Sn potência aparente nominal do transformador de distribuição, em
(kVA);
ΣSn somatório das potências aparentes nominais dos transformadores
de distribuição do alimentador, em (kVA).

As perdas de potência no cobre de todos os transformadores de


distribuição que compõem o alimentador foram calculadas com a Equação
(4.47), sendo os resultados apresentados na Tabela 5.13.

105
TABELA 5.13 – Perdas de potência no cobre dos transformadores de distribuição.
Perdas de potência no cobre dos
Transformadores de distribuição
Transformador I (A) ∆Pc (W)
1 1,5047 0,4997
2 2,5079 0,7272
3 3,7618 0,9887
4 2,5079 0,7272
5 1,0032 0,3613
6 3,7618 0,9887
7 1,5047 0,4997
8 2,5079 0,7272
Somatório (kW) 5,5197

As perdas somatórias mensais de energia nos transformadores de


distribuição foram calculadas com a Equação (4.56) para as versões
apresentadas anteriormente:

⎛ T ⎛I ⎞
max ⎞
2

∆W TT ⎜
= ∑⎜
⎜ ⎝ In ⎠
⎟ ∆PC


τ + ∆PO Tv .
⎝ t =1 ⎠

Versão 1: Valor de τ definido com a Equação (4.15):

∆WTC = 5,5197 * 347,901 = 1920,309 kWh.


∆WTT = 1920,309 + 2109,60 = 4029,909 kWh.

Versão 2: Valor de τ definido com a Equação (4.17):

∆WTC = 5,5197 * 434,331 = 2397,377 kWh.


∆WTT = 2397,377 + 2109,60 = 4506,977 kWh.

Versão 3: Valor de τ definido com a Equação (4.18):

∆WTC = 5,5197 * 303,372 = 1674,522 kWh.


∆WTT = 1674,522 + 2109,60 = 3784,122 kWh.

106
Versão 4: Valor de τ definido com a Equação (4.20):

∆WTC = 5,5197 * 405,769 = 2239,723 kWh.


∆WTT = 2239,723 + 2109,60 = 4349,323 kWh.

Versão 5: Valor de τ definido com a Equação (4.23):

∆WTC = 5,5197 * 452,435 = 2497,305 kWh.


∆WTT = 2497,305 + 2109,60 = 4606,905 kWh.

Versão 6: Valor de τ definido com a Equação (4.24):

∆WTC = 5,5197 * 417,301 = 2303,376 kWh.


∆WTT = 2303,376 + 2109,60 = 4412,976 kWh.

5.5.3 Perdas totais de energia

As perdas totais mensais de energia foram calculadas pela soma


das perdas somatórias mensais de energia na rede com as perdas
somatórias mensais de energia nos transformadores, levando em
considerações as versões apresentadas anteriormente para a definição

do parâmetro τ.

Versão 1: Valor de τ definido com a Equação (4.15):

∆W T = 466,953 + 4029,909 = 4496,862 kWh.

Versão 2: Valor de τ definido com a Equação (4.17):

∆W T = 582,959 + 4506,977 = 5089,936 kWh.

107
Versão 3: Valor de τ definido com a Equação (4.18):

∆W T = 407,186 + 3784,122 = 4191,308 kWh.

Versão 4: Valor de τ definido com a Equação (4.20):

∆W T = 544,623 + 4349,323 = 4893,946 kWh.

Versão 5: Valor de τ definido com a Equação (4.23):

∆W T = 607,258 + 4606,905 = 5214,163 kWh.

Versão 6: Valor de τ definido com a Equação (4.24):

∆W T = 560,101+ 4412,976 = 4973,077 kWh.

5.6 CÁLCULO DAS PERDAS DE ENERGIA DE ACORDO


COM O QUARTO MODELO

As perdas de energia de acordo com o Quarto modelo foram


calculadas com a Equação (4.25), com base nos valores de consumo
mensal de energia.
Com base na demanda média calculada de cada transformador de
distribuição foi definido o fluxo de demanda média, e com base neste
dado foram calculadas as perdas de potência correspondentes.

Para a definição do coeficiente de forma kf foram utilizadas as

Equações (4.6), (4.35) e (4.36 ou 4.37).


A Equação (4.34) não foi utilizada porque foi desenvolvida para

fornecer o valor de kf para um período de análise de um ano.

108
5.6.1 Perdas de energia na rede

Com base no consumo mensal de energia de cada transformador de


distribuição foi calculada a demanda média deste transformador.
A Tabela 5.14 apresenta os consumos mensais de energia dos
transformadores de distribuição.

TABELA 5.14 – Consumos mensais de energia dos transformadores de distribuição.

Consumos mensais dos transformadores (kWh)


Transformador de distribuição
Dia da Semana
1 2 3 4
Segunda 2417,70 4731,65 6766,35 3982,20
Terça 2432,15 4638,25 7268,45 4091,30
Quarta 1966,76 3738,96 5646,00 3008,96
Quinta 2039,60 3559,80 5652,32 3173,64
Sexta 2033,08 3785,24 5420,76 3120,12
Sábado 1679,80 2709,80 2499,40 2803,60
Domingo 1667,28 1610,48 2039,56 2315,92
Consumo mensal
do Transformador
14236,37 24774,18 35292,84 22495,74

Transformador de distribuição
Dia da Semana
5 6 7 8
Segunda 1953,15 6947,25 3232,55 5599,55
Terça 1845,15 7251,95 3136,25 5467,40
Quarta 1632,84 5866,84 2466,04 4397,72
Quinta 1402,68 5730,96 2428,60 4201,80
Sexta 1522,28 5703,84 2579,32 4397,36
Sábado 1105,72 5000,96 1931,24 2362,56
Domingo 856,12 4964,84 1311,12 2074,16
Consumo mensal
do Transformador
10317,94 41466,64 17085,12 28500,55
Consumo somatório mensal (kWh) 194169,38

109
A demanda média em cada transformador de distribuição foi
calculada com a equação:
C onsumo mensal do transformador de distribuiçao
~
Pmed = (5.7)
30 * 24
Na seqüência com base no valor da demanda média foi calculada a
corrente média em cada transformador de distribuição.
Pmed
Imed = (5.8)
3 * Vmed * cosϕ

neste caso, foram utilizados os valores de Vmed = 13,8 kV e cosϕ =0,92.

A Tabela 5.15 apresenta a demanda média dos transformadores de


distribuição.

TABELA 5.15 – Demanda média dos transformadores de distribuição.

Transformador Consumo (kWh) Pmed (kW) Imed(A) ∆Pc(kW)


1 14236,37 19,7727 0,8992 0,1784
2 24774,18 34,4086 1,5647 0,2831
3 35292,84 49,0178 2,2291 0,3472
4 22495,74 31,2439 1,4208 0,2334
5 10317,94 14,3305 0,6517 0,1525
6 41466,64 57,5926 2,6190 0,4792
7 17085,12 23,7293 1,0791 0,2570
8 28500,55 39,5841 1,8001 0,3747
Somatório (kW) 2,306

110
Os resultados das perdas de potência ∆Pmed calculadas com base
na demanda média dos transformadores de distribuição são apresentados
na Tabela 5.16.

TABELA 5.16 – Perdas de potência ∆Pmed.

Perdas de potência ∆Pmed


Trecho R(Ω) I(A) ∆Pmed(W)
7..8 0,30 1,8001 2,916
6..7 0,10 2,8792 2,487
5..6 0,20 5,4982 18,138
4..5 0,40 6,1499 45,386
3..4 0,25 7,5707 42,987
2..3 0,50 9,7998 144,054
1..2 0,30 11,3645 116,237
0..1 0,45 12,2637 203,038
Somatório (kW) 0,5752

As perdas somatórias mensais de energia na rede foram calculadas


com a Equação (4.25), considerando as Equações (4.6), (4.35) e (4.36 ou
4.37) apresentadas para definição do coeficiente de forma.

2
Versão 1: O valor de k foi calculado com a Equação (4.6) (ver Seção
f

5.4.1) no Segundo modelo, sendo o valor encontrado de k


2
f
= 1030
, .

∆W T = ∆Pmedk f2 T = 0,5752 * 1,030 * 720 = 426,568 kWh.


R

2
Versão 2: O valor de k foi calculado com a Equação (4.35),
f
considerando os valores da curva de carga de corrente do alimentador
(Imax = 19,06 , Imed = 13,54 , Imin = 5,00).

111
2
kf = 1+
( )
3 Imax − Imin
2

= 1+
3(19,06 - 5,00)2
= 1256
, ,
4(Imax + Imin ) 4(19,06 + 5,00)2
2

então:

∆W T = ∆Pmedk f2 T = 0,5752 * 1,256 * 720 = 520,165 kWh.


R

2
Versão 3: Neste caso, o valor de k pode ser calculado com a Equação
f
Imed Imin

Imax Imax
(4.36) ou com a Equação (4.37). Caso seja menor que 1
Imed
1−
Imax
utiliza-se a Equação (4.36). Em caso contrário se for maior ou igual à 1
utiliza-se a Equação (4.37).
Imed Imin
− 13,54 5,00

Imax Imax 19,06 19,06
= = 154
, ,
Imed 13,54
1− 1−
Imax 19,06

2
⎛ I ⎞⎛I I ⎞
⎜ 1 − med ⎟ ⎜ med − min ⎟
⎝ Imax ⎠ ⎝ Imax Imax ⎠
k f2 = 1+ ,
⎛ Imed Imin ⎞ Imed
2

⎜1 + − 2 ⎟ 2
⎝ Imax Imax ⎠ Imax

( )( )
2
13,54 13,54 5,00
1− −
19,06 19,06 19,06
k f2 = 1 +
( )
= 1097
, ,
13,54 5,00 13,54 2
1+ − 2
19,06 19,06 19,06 2
então:

∆W T = ∆Pmedk f2 T = 0,5752 * 1,097 * 720 = 454,316 kWh.


R

112
5.6.2 Perdas de energia nos transformadores de
distribuição

As perdas mensais de energia nos transformadores de distribuição


foram calculadas com a Equação (4.57):

⎛ T ⎛I ⎞
med ⎞
2

∆W TT ⎜
= ∑⎜ ⎟ ∆PC ⎟ k f T + ∆PO Tv .
2
⎜ ⎝ In ⎠ ⎟
⎝ t =1 ⎠

As perdas somatórias de potência no cobre dos transformadores


calculadas com os valores de demanda média foram iguais à 2,306 kW
(ver Tabela 5.15). Desta forma, as perdas mensais de energia nos
transformadores de distribuição foram calculadas considerando as
equações apresentadas anteriormente para a definição do coeficiente de
forma.

2
Versão 1: Valor de k foi calculado com a Equação (4.6):
f
∆W TC = 2,306 * 1,030 * 720 = 1710,130 kWh.
∆W TT = 1710,130 + 2109,60 = 3819,730 kWh.
2
Versão 2: O valor de k foi calculado com a Equação (4.35):
f
∆W TC = 2,306 * 1,256 * 720 = 2085,361kWh.
∆W TT = 2085,361 + 2109,60 = 4194,961 kWh.
2
Versão 3: O valor de k foi calculado com a Equação (4.37):
f
∆W TC = 2,306 * 1,097 * 720 = 1821,371 kWh.
∆W TT = 1819,710 + 2109,60 = 3930,971 kWh.

113
5.6.3 Perdas totais de energia

As perdas totais mensais de energia foram calculadas da seguinte


forma:

2
Versão 1: Valor de k definido com a Equação (4.6):
f
∆W T = 426,568 + 3819,730 = 4246,298 kWh.
2
Versão 2: Valor de k definido com a Equação (4.35):
f
∆W T = 520,165 + 4194,961 = 4715,126 kWh.
2
Versão 3: Valor de k definido com a Equação (4.37):
f
∆W T = 454,316 + 3930,971 = 4385,287 kWh.

5.7 CÁLCULO DAS PERDAS DE ENERGIA DE ACORDO


COM O QUINTO MODELO

Para o cálculo das perdas de energia de acordo com o Quinto


modelo serão utilizadas as Equações (4.43), (4.44) e (4.45). A Equação
(4.46) não será utilizada para o cálculo das perdas de energia, porque o
valor de β desta equação é definido com base na análise do conjunto das
curvas de carga de vários alimentadores. Considerando que os cálculos
experimentais são realizados para um único alimentador não há como
utilizar esta equação.

114
5.7.1 Cálculo da resistência equivalente (Re)

As resistências equivalentes das linhas (ReL) e dos transformadores

de distribuição (ReT) foram calculadas de acordo com as equações


apresentadas na Seção (4.6) para as suas definições.
A Tabela 5.17 apresenta as características dos transformadores de
distribuição e as características da rede.

TABELA 5.17 – Características dos transformadores de distribuição e da rede.

Características
Transformadores Rede
Transformador Sn (kVA) Consumo (kWh) Trecho R (Ω)
1 45 14236,37 0..1 0,45
2 75 24774,18 1..2 0,30
3 112,5 35292,88 2..3 0,50
4 75 22495,74 3..4 0,25
5 30 10317,94 4..5 0,40
6 112,5 41466,68 5..6 0,20
7 45 17085,12 6..7 0,10
8 75 28500,55 7..8 0,30

Primeiramente as resistências equivalentes da rede e dos


transformadores de distribuição foram calculadas com as Equações (4.39)
e (4.40):
n
∑ R i S ni 2

400120,31
R eL = i=1
2
= = 1,23 Ω ,
⎛m ⎞ 324900
⎜∑ S ⎟
⎜ nj ⎟
⎝ j=1 ⎠

115
m
∑ R j S nj 2

j=1 1648012,50
R eT = 2
= = 5,07 Ω.
⎛m ⎞ 324900
⎜ ∑ S nj ⎟
⎜ ⎟
⎝ j=1 ⎠

Na seqüência as resistências equivalentes da linha e dos


transformadores de distribuição foram calculadas com as Equações (4.41)
e (4.42):
n
∑ Ri W Ti 2

48067187078,80
ReL = i=1
2
= = 127
, Ω,
⎛m ⎞ 37701779196,69
⎜ ∑ W Tj ⎟
⎜ ⎟
⎝ j=1 ⎠

m
∑ R j W Tj2
j=1 192922341686,30
ReT = 2
= = 5,12 Ω.
⎛m ⎞ 37701779196,69
⎜ ∑ W Tj ⎟
⎜ ⎟
⎝ j=1 ⎠

5.7.2 Cálculo dos coeficientes de forma (kfP e kfQ)

Conforme foi apresentado na Seção (4.6), para realizar os cálculos


das perdas de energia de acordo com as Equações (4.44) e (4.45), é
necessário conhecer os valores dos coeficientes de forma das curvas de
carga da potência ativa e da potência reativa do alimentador.

116
Deste modo, os coeficientes de forma das curvas de carga da
potência ativa e reativa foram calculados com a Equação (4.7) com base
nos dados da Tabela 5.1, definidos para Segunda-feira.
24

∑ Pi
1 2
(12686,22)2
24
k f2P = i=1
2
= 24
2
= 1115
, .
⎛ 24 ⎞ ⎛⎜ 7270,87 ⎞⎟
⎜ ∑ Pi ⎟ ⎝ 24 ⎠
⎜ i=1 ⎟
⎜ ⎟
⎜ 24 ⎟
⎜ ⎟
⎝ ⎠
24

∑ Qi
1 2
( 363731916
, )2
24
k f2Q = i=1
2
= 24
2
= 1110
, .
⎛ 24 ⎞ ⎛⎜ 2804,437 ⎞⎟
⎜ ∑ Qi ⎟ ⎝ 24 ⎠
⎜ i=1 ⎟
⎜ ⎟
⎜ 24 ⎟
⎜ ⎟
⎝ ⎠

5.7.3 Perdas de energia na rede

As perdas somatórias mensais de energia na rede foram calculadas


sucessivamente com as Equações (4.43), (4.44) e (4.45), considerando as
equações utilizadas para a definição dos valores da resistência
equivalente da rede (ReL).

117
Como informação para a realização dos cálculos foram considerados
os valores de fornecimento mensal de energia de potência ativa
WP = 200205,25 kWh e reativa WQ = 79839,68 kVArh do alimentador
(ver Tabela 5.11).

Versão 1: Perdas somatórias mensais de energia na rede calculadas


com a Equação (4.43):
a) ReL definida com a Equação (4.39):

200205,25 + 79839,68
2 2
∆WT = 2
, = 416,736 kWh.
* 123
R 13,8 * 24 * 30 * 1000

b) ReL definida com a Equação (4.41):

200205,25 + 79839,68
2 2
∆WT = 2
, = 430,288 kWh.
* 127
R 13,8 * 24 * 30 * 1000

Versão 2: As perdas somatórias mensais de energia na rede foram


calculadas com a Equação (4.44). Neste caso, considera-se que a
informação disponível permita definir somente um único valor de
coeficiente de forma ou da curva de carga da potência ativa ou da curva
de carga da potência reativa do alimentador. Normalmente o valor do
coeficiente de forma da curva de carga da potência ativa pode ser

definido, então neste caso, considera-se que k


2
fQ
= k f2P = 1115
, .

a) ReL definida com a Equação (4.39):

200205,25 + 79836,68
2 2
∆WT = 2
* 1115
, , = 464,660 kWh.
* 123
R 13,8 * 24 * 30 * 1000

b) ReL definida com a Equação (4.41):

200205,25 + 79836,68
2 2
∆WT = 2
* 1115
, , = 479,771 kWh.
* 127
R 13,8 * 24 * 30 * 1000

118
Versão 3: As perdas somatórias mensais de energia na rede foram
calculadas com a Equação (4.45). Neste caso, considera-se que os
coeficientes de forma das curvas de carga da potência ativa e da potência
reativa do alimentador sejam conhecidos.
a) ReL definida com a Equação (4.39):

+ 79839,68 * 1110
2 2
200205,25 * 1115
, ,
∆WT = 2
, = 464,375 kWh.
* 123
R 13,8 * 24 * 30 * 1000

b) ReL definida com a Equação (4.41):

+ 79839,68 * 1110
2 2
200205,25 * 1115
, ,
∆WT = 2
, = 479,476 kWh.
* 127
R 13,8 * 24 * 30 * 1000

5.7.4 Perdas de energia nos transformadores de


distribuição

As perdas somatórias mensais de energia nos transformadores de


distribuição foram definidas de acordo com as Equações (4.43), (4.44) e
(4.45), considerando as equações utilizadas para a definição do valor da
resistência equivalente dos transformadores de distribuição (ReT) .

Versão 1: Perdas somatórias mensais de energia nos transformadores


calculadas com a Equação (4.43):
a) ReT definida com a Equação (4.40):

200205,25 + 79839,68
2 2
∆WTC = 2
* 5,07 = 1717,766 kWh.
13,8 * 24 * 30 * 1000
∆WT = 1717,766 + 2109,60 = 3827,366 kWh.
T

119
b) ReT definida com a Equação (4.42):

200205,25 + 79839,68
2 2
∆WT = 2
* 5,12 = 1734,706 kWh.
C 13,8 * 24 * 30 * 1000
∆WT = 1734,706 + 2109,60 = 3844,306 kWh.
T

Versão 2: Perdas somatórias mensais de energia nos transformadores

calculadas com a Equação (4.44). Relembrando que k


2
fQ
= k f2P = 1115
, .

a) ReT definida com a Equação (4.40):

200205,25 + 79839,68
2 2
∆WT = 2
* 1115
, * 5,07 = 1915,309 kWh.
C 13,8 * 24 * 30 * 1000
∆WT = 1912,309 + 2109,60 = 4024,909 kWh.
T

b) ReT definida com a Equação (4.42):

200205,25 + 79839,68
2 2
∆WT = 2
* 1115
, * 5,12 = 1934,197 kWh.
C 13,8 * 24 * 30 * 1000
∆WT = 1934,197 + 2109,60 = 4043,797 kWh.
T

Versão 3: Perdas somatórias mensais de energia nos transformadores


calculadas com a Equação (4.45):
a) ReT definida com a Equação (4.40):

+ 79839,68 * 1110
2 2
200205,25 * 1115
, ,
∆WT = 2
* 5,07 = 1914,130 kWh.
C 13,8 * 24 * 30 * 1000
∆WT = 1914,130 + 2109,60 = 4023,730 kWh.
T

b) ReT definida com a Equação (4.42):

+ 79839,68 * 1110
2 2
200205,25 * 1115
, ,
∆WT = 2
* 5,12 = 1933,009 kWh.
C 13,8 * 24 * 30 * 1000
∆WT = 1933,009 + 2109,60 = 4042,609 kWh.
T

120
5.7.5 Perdas totais de energia

As perdas totais mensais foram definidas pela soma das perdas


somatórias mensais de energia na rede ( ∆W T ) com as perdas
R

somatórias mensais de energia dos transformadores de distribuição


( ∆W T ) conforme o demonstrado a seguir:
T

Versão 1: As perdas totais mensais de energia foram calculadas com a


Equação (4.43):
a) Perdas na rede e perdas nos transformadores de distribuição definidas
com ReL e ReT calculadas respectivamente com as Equações (4.39) e
(4.40):
∆WT = 416,736 + 3827,366 = 4244,102 kWh.
b) Perdas na rede e perdas nos transformadores de distribuição definidas
com ReL e ReT calculadas respectivamente com as Equações (4.41) e
(4.42):
∆WT = 430,288 + 3844,306 = 4274,594 kWh.
Versão 2: As perdas totais mensais de energia foram calculadas com a
Equação (4.44):
a) Perdas na rede e perdas nos transformadores de distribuição definidas
com ReL e ReT calculadas respectivamente com as Equações (4.39) e
(4.40):
∆WT = 464,660 + 4024,909 = 4489,569 kWh.
b) Perdas na rede e perdas nos transformadores de distribuição definidas
com ReL e ReT calculadas respectivamente com as Equações (4.41) e
(4.42):
∆WT = 479,771 + 4043,797 = 4523,568 kWh.

121
Versão 3: As perdas totais mensais de energia foram calculadas com a
Equação (4.45):
a) Perdas na rede e perdas nos transformadores de distribuição definidas
com ReL e ReT calculadas respectivamente com as Equações (4.39) e
(4.40):
∆WT = 464,375 + 4023,730 = 4488,105 kWh.
b) Perdas na rede e perdas nos transformadores de distribuição definidas
com ReL e ReT calculadas respectivamente com as Equações (4.41) e
(4.42):
∆WT = 479,476 + 4042,609 = 4522,085 kWh.

122
5.8 ANÁLISE COMPARATIVA DOS RESULTADOS DOS
CÁLCULOS DAS PERDAS DE ENERGIA REALIZADOS
COM OS MODELOS ANALISADOS

Os modelos analisados apresentam um grau de precisão que esta


diretamente relacionado com o tipo de informação usada nos cálculos das
perdas de energia. O nível de simplificação dos modelos em comparação
com redes reais provoca um erro que geralmente chama-se de erro
metodológico. Um erro adicional é introduzido nos cálculos como
conseqüência dos diferentes graus de precisão dos dados que são
usados em um ou outro modelo. Esta parcela geralmente chama-se de
erro de informação.
O erro metodológico para cada modelo, em princípio, não pode ser
reduzido, porque esta relacionado diretamente à parâmetros de rede,
como por exemplo, comprimento das linhas, quantidade e potência dos
transformadores de distribuição do alimentador, nível de ramificação do
alimentador, heterogeneidade das curvas de carga, etc.
Considerando que as perdas de energia calculadas com o Primeiro
modelo, podem ser consideradas como as perdas de energia reais do
sistema, os resultados dos cálculos experimentais das perdas de energia
realizados com esse modelo serão utilizados como referência para o
cálculo do erro existente quando da utilização de cada modelo.

123
A Tabela 5.18 apresenta a comparação dos resultados dos cálculos
das perdas somatórias mensais de energia na rede ( ∆W T ) definidas
R

com cada modelo.

TABELA 5.18 – Comparação dos valores das perdas somatórias mensais


de energia na rede.

Comparação das perdas somatórias mensais de energia na rede


Modelos Perdas de energia na rede (kWh) ξ (%)
Primeiro
Referência 490,607 0,00
Equação (4.1)

De Equação (4.4) 472,259 -3,74


Segundo
De Equação (4.5) 486,537 -0,83
Equação (4.3)
De Equação (4.9) 489,354 -0,25
τ Equação (4.15) 466,953 -4,82
τ Equação (4.17) 582,959 18,82
Terceiro τ Equação (4.18) 407,186 -17,00
Equação (4.11)
τ Equação (4.20) 544,623 11,01
τ Equação (4.23) 607,258 23,78
τ Equação (4.24) 560,101 14,17
2
k f Equação (4.7) 426,568 -13,05
Quarto
2
k f Equação (4.35) 520,165 6,03
Equação (4.25)
2
k f Equação (4.37) 454,316 -7,40

Quinto R eL Equação (4.39) 416,736 -15,06


Equação (4.41)
R eL Equação (4.41) 430,288 -12,29

R eL Equação (4.39) 464,660 -5,29


Equação (4.42)
R eL Equação (4.41) 479,771 -2,21

R eL Equação (4.39) 464,375 -5,35


Equação (4.43)
R eL Equação (4.41) 479,476 -2,27

124
A Tabela 5.19 apresenta a comparação dos resultados dos cálculos
das perdas somatórias mensais de energia no cobre dos transformadores
de distribuição ( ∆W T ), definidas com cada modelo.
C

TABELA 5.19 – Comparação dos valores das perdas somatórias mensais de energia
no cobre dos transformadores de distribuição.
Comparação das perdas somatórias mensais de energia no
cobre dos transformadores de distribuição
Modelos Perdas de energia no cobre (kWh) ξ (%)
Primeiro
Referência 2055,080 0,00
Equação (4.54)

De Equação (4.4) 1986,563 -3,33


Segundo
De Equação (4.5) 2046,618 -0,41
Equação (4.55)
De Equação (4.9) 2058,471 0,17
τ Equação (4.15) 1920.309 -6,56
τ Equação (4.17) 2397,377 16,66
Terceiro τ Equação (4.18) 1674,522 -18,52
Equação (4.56)
τ Equação (4.20) 2239,723 8,98
τ Equação (4.23) 2497,305 21,52
τ Equação (4.24) 2303,376 12,08
2
k f Equação (4.7) 1710,130 -16,79
Quarto
2
k f Equação (4.35) 2085,361 1,47
Equação (4.57)
2
k f Equação (4.37) 1821,371 -11,37

Quinto R eT Equação (4.40) 1717,766 -16,41


Equação (4.41)
R eT Equação (4.42) 1734,706 -15,59

R eT Equação (4.40) 1915,309 -6,80


Equação (4.42)
R eT Equação (4.42) 1934,197 -5,88

R eT Equação (4.40) 1914,130 -6,86


Equação (4.43)
R eT Equação (4.42) 1933,009 -5,94

125
A Tabela 5.20 apresenta a comparação dos resultados das perdas
somatórias mensais de energia nos transformadores de distribuição
( ∆W T ), calculadas com cada modelo.
T

TABELA 5.20 – Comparação dos valores das perdas somatórias mensais de energia
nos transformadores de distribuição.
Comparação das perdas somatórias mensais de energia nos
transformadores de distribuição
Modelos Perdas de energia totais (kWh) ξ (%)
Primeiro
Referência 4164,680 0,00
Equação (4.54)

De Equação (4.4) 4096,163 -1,65


Segundo
De Equação (4.5) 4156,218 -0,20
Equação (4.55)
De Equação (4.9) 4168,071 0,08
τ Equação (4.15) 4029,909 -3,24
τ Equação (4.17) 4506,977 8,22
Terceiro τ Equação (4.18) 3784,122 -9,14
Equação (4.56)
τ Equação (4.20) 4349,323 4,43
τ Equação (4.23) 4606,905 10,62
τ Equação (4.24) 4412,976 5,96
2
k f Equação (4.7) 3819,730 -8,28
Quarto
2
k f Equação (4.35) 4194,961 0,73
Equação (4.57)
2
k f Equação (4.37) 3930,971 -5,61

Quinto R eT Equação (4.40) 3827,366 -8,10


Equação (4.41)
R eT Equação (4.42) 3844,306 -7,69

R eT Equação (4.40) 4024,909 -3,36


Equação (4.42)
R eT Equação (4.42) 4043,797 -2,90

R eT Equação (4.40) 4023,730 -3,38


Equação (4.43)
R eT Equação (4.42) 4042,609 -2,93

126
A Tabela 5.21 apresenta a comparação dos resultados das perdas
totais mensais de energia ( ∆W T ), resultado da soma das perdas

somatórias mensais de energia na rede ( ∆W T ) (ver Tabela 5.18) com as


T

perdas somatórias mensais de energia nos transformadores de


distribuição ( ∆W T ) (ver Tabela 5.20).
R

TABELA 5. 21 – Comparação dos valores das perdas totais mensais de energia.

Comparação das perdas totais mensais de energia do sistema


Modelos Perdas totais de energia (kWh) ξ (%)
Primeiro
Referência 4655,285 0,00
Equação (4.54)

De Equação (4.4) 4568,422 -1,87


Segundo
De Equação (4.5) 4642,755 -0,27
Equação (4.55)
De Equação (4.9) 4657,425 0,05
τ Equação (4.15) 4496,862 -3,40
τ Equação (4.17) 5089,936 9,34
Terceiro τ Equação (4.18) 4191,308 -9,97
Equação (4.56)
τ Equação (4.20) 4893,946 5,13
τ Equação (4.23) 5214,163 12,01
τ Equação (4.24) 4973,077 6,83
2
k f Equação (4.7) 4246,298 -8,79
Quarto
2
k f Equação (4.35) 4715,126 1,29
Equação (4.57)
2
k f Equação (4.37) 4385,287 -5,80

Quinto R eL , R eT Equações (4.39),(4.40) 4244,102 -8,83


Equação (4.41)
R eL , R eT Equações (4.41),(4.42) 4274,594 -8,18

R eL , R eT Equações (4.39),(4.40) 4489,569 -3,56


Equação (4.42)
R eL , R eT Equações (4.41),(4.42) 4523,568 -2,59

R eL , R eT Equações (4.39),(4.40) 4488,105 -3,59


Equação (4.43)
R eL , R eT Equações (4.41),(4.42) 4522,085 -2,86

127
A análise comparativa dos resultados dos cálculos experimentais
das perdas de energia permitem que sejam feitas algumas conclusões
sobre modelos analisados.
A análise dos resultados do Segundo modelo demonstram que a
utilização das informações sobre o fornecimento diário de energia e sobre
a curva de carga diária na definição de De aumentaram a precisão dos
resultados dos cálculos das perdas de energia. Por exemplo, como
demonstram os dados da Tabela 5.18 quando as perdas de energia na
rede foram calculadas com o valor de De definido através do coeficiente

de forma kf levando em consideração as informações do fornecimento

diário de energia, observa-se que o erro de -3,74% (Equação 4.4)


diminuiu para -0,83% (Equação 4.5). Em seguida o erro foi reduzido até
-0,25% quando foi utilizada a Equação (4.9) onde o valor de De foi
definido com base nos valores das ordenadas da curva de carga diária.
A análise dos resultados do Terceiro modelo demonstram que o
maior ou menor grau do erro cometido nos cálculos das perdas de energia

não está diretamente associada a forma de definição do parâmetro τ. Nas

Tabelas 5.18 e 5.19 observa-se que independentemente da versão usada

para a definição do parâmetro τ o erro cometido nos cálculo das perdas


de energia na rede ou das perdas de energia no cobre dos
transformadores de distribuição apresentam resultados com erros tanto
positivos quanto negativos, que na sua grande maioria apresentam valor
médio em módulo maiores que 10%. Estes resultados dificultam a
recomendação para a escolha de uma única equação para a definição do

parâmetro τ com maior precisão que possa fornecer resultados mais

precisos nos cálculos das perdas de energia.


A análise dos resultados recebidos com base no Quarto modelo
conduzem as mesmas conclusões realizadas anteriormente para o
Terceiro Modelo.

128
A análise dos resultados do Quinto modelo demonstram que a
utilização das informações sobre as curvas de carga do alimentador
aumentaram a precisão dos cálculos das perdas de energia. Por exemplo,
na Tabela 5.19 observa-se que a utilização da informação sobre a curva
de carga da potência ativa do alimentador para a definição do parâmetro

kf (neste caso, kf = kfP = kfQ) no processo dos cálculos das perdas de


energia diminuiu o erro de -16,41% (Equação 4.43) para -6,80%
(Equação 4.44). Quando foram utilizadas ao mesmo tempo as
informações sobre as curvas de carga da potência ativa e da potência

reativa do alimentador para a definição dos parâmetros kfP e kfQ, o erro

no cálculo das perdas de energia foi diminuído para -6,86%


(Equação 4.45).
Pela análise da Tabela 5.21 que apresenta as perdas totais mensais
de energia de cada modelo, observa-se que o erro apresentado nesta
tabela é menor que o erro cometido individualmente nos cálculos das
perdas de energia na rede e no cobre dos transformadores de distribuição
(ver Tabelas 5.18 e 5.19). Isto pode ser explicado pelo fato que os valores
dos erros apresentados nesta tabela apresentam compensações que
resultam do fato de que o erro calculado para as perdas de energia
podem apresentar valores tanto positivos quanto negativos. Neste caso,
por exemplo, se o valor do erro calculado para as perdas de energia na
rede apresenta um valor negativo e o erro calculado para as perdas de
energia no cobre dos transformador de distribuição apresenta um valor
positivo, a soma destes valores resulta num erro menor que o erro real.

129
CAPÍTULO 6

MÉTODO DE ANÁLISE DAS


PERDAS DE ENERGIA NA
FASE DE PLANEJAMENTO
DE SISTEMAS DE
DISTRIBUIÇÃO

6.1 INTRODUÇÃO

Este capítulo apresenta o desenvolvimento de uma metodologia


fundamentada no uso da teoria de planejamento de experimentos para a
análise das perdas de energia na fase de planejamento de um sistema de
distribuição.

Os modelos analisados anteriormente utilizavam as informações


operacionais do sistema de distribuição para o cálculo das perdas de
energia. Entretanto as concessionária de energia necessitam estimar as
perdas de energia também na fase de planejamento, desenvolvimento ou
reconstrução de redes elétricas.
Porém a estimação das perdas de energia na fase de planejamento
de um sistema de distribuição apresenta algumas dificuldades, isto
porque, a sua estimação depende de informações que não estão
disponíveis durante este processo.
Deve ser salientado, que na fase de planejamento normalmente são
conhecidos somente dados mais gerais do sistema, tais como, valores
estimados de demanda máxima (Pmax), demanda média (Pmed), demanda

mínima (Pmim) e consumo de energia dos consumidores (W). Deve-se


então escolher um modelo que realize os cálculo das perdas de energia
com base nestas informações. Entre os modelos analisados no Capítulo 4
o Terceiro e Quarto modelos são os mais apropriado a serem usados
porque utilizam estas informações (Pmax, Pmed, Pmim e W) para o cálculo
das perdas de energia.

O problema agora é como definir os valores dos parâmetros τ ou kf


que garantam maior precisão nos cálculos das perdas de energia
utilizando as características de demanda máxima, demanda média,
demanda mínima e consumo de energia.
Na análise realizada na Seção (5.8) ficou demonstrado que os
resultados dos cálculos das perdas de energia utilizando o Terceiro e
Quarto modelo apresentam valores de erro ξ(%) muito elevados
(ver Tabelas 5.18 e 5.19). Deste modo, pode-se concluir que estas

equações que foram utilizadas para a determinação dos parâmetros τ e kf

nos cálculos experimentais das perdas de energia não podem ser


utilizadas para a determinação destes parâmetros na fase de
planejamento de sistemas de distribuição onde necessita-se que as
perdas de energia sejam estimadas com maior precisão.
Por isso, neste trabalho esta proposto a utilização de uma
metodologia desenvolvida e fundamentada na teoria de planejamento de

experimentos para a definição do parâmetro τ ou kf com maior precisão.

A escolha do uso da teoria de planejamento de experimentos pode


ser justificada pelas seguintes razões:

131
1. Possibilita construir modelos de regressão multifatoriais lineares e não
lineares com um número mínimo de dados experimentais definidos em
certos pontos do espaço fatorial.
2. Permite de forma simples a análise estatística dos modelos
construídos, necessária para verificação da adequação dos mesmos.

3. E a mais importante, para definir os valores dos parâmetros τ ou kf


com maior precisão, além das características tradicionais das curvas
de carga (Pmax, Pmed, Pmim e W) é utilizada uma característica
adicional que caracteriza o tempo de duração da demanda máxima
(Tm).

Nas próximas seções será apresentada uma sucinta análise da


teoria de planejamento de experimentos.

6.2 PLANEJAMENTO FATORIAL DE EXPERIMENTOS


COMPLETO

O planejamento de experimentos completo estuda a possibilidade de


construção de um modelo matemático na forma de uma equação de
regressão linear com alguns membros contendo produtos de fatores do
primeiro grau.
k k k
y = b 0 + ∑ b i x i + ∑ b ij xi x j + ∑ b ijp xi x j xp +..., i ≠ j ≠ p. (6.1)
i=1 i, j=1 i, j,p=1

Um planejamento fatorial de experimentos completo requer a


execução de ensaios para todas as possíveis combinações dos níveis dos
fatores. Por “níveis” entende-se qualquer um dos possíveis estados

132
discretos (binários, ternários, ...). O número de ensaios necessários para
a construção do modelo matemático é determinado por N = γ , onde k é o
k

número de fatores, γ é o número de níveis ou estados dos fatores.


Normalmente é utilizado o planejamento de experimentos onde os
k
fatores possuem dois níveis, neste caso N = 2 .
Para estudar o efeito de qualquer fator sobre a resposta da função, é
preciso variar o fator e observar o resultado dessa variação. Por isso, para
executar um planejamento de experimento é necessário em primeiro lugar
especificar os níveis em que cada fator deve ser estudado. Isto é, os
valores dos fatores (ou as versões, no caso de fatores qualitativos) que
vão ser utilizados nos experimentos. Isso obviamente implica na
realização de ensaios em, pelo menos, dois níveis para cada fator

xi− , ~
(~ xi+ ). Por isso, em qualquer caso, um modelo matemático pode ser
construído somente para uma região limitada.
O valor de N significa o número mínimo para que se tenha um
planejamento completo. Mas, sob o ponto de vista formal, para se ter a
possibilidade de estimar o erro experimental, o experimentador precisa
repetir os ensaios e, nesse caso, o número total de ensaios será maior.
Normalmente nos processos de modelagem os valores dos fatores
devem ser recalculados de acordo com a equação:
xi = ( ~
xi − ~
xio ) / ∆~
xi , i = 1,...,k , (6.2)
onde:
~
xio é o valor médio da variação dos fatores (centro do plano dos
experimentos).

~
~ xi+
xi- + ~
xio = , (6.3)
2
onde:

xi intervalo de variação para o fator i, ∆~


∆~ xi = ~
xio − ~
xi- = ~
xi+ − ~
xio .

133
Evidentemente que, nesta situação, os estados dos fatores de um
planejamento de experimento são iguais à: -1 (nível inferior), +1 (nível
superior), 0 (centro do plano).
A Tabela 6.1 apresenta a matriz de planejamento de experimentos
para o caso de dois fatores

TABELA 6.1 – Matriz de planejamento de experimentos para dois fatores.


Nível do fator
Número do teste
x0 x1 x2 x1x2
1 +1 -1 -1 +1
2 +1 +1 -1 -1
3 +1 -1 +1 -1
4 +1 +1 +1 +1

Na Tabela 6.1 as colunas que refletem as interações de fatores


podem ser determinadas como produtos de elemento a elemento
correspondentes.
Sob o ponto de vista geométrico, o planejamento de experimentos
completo com dois fatores pode ser representado como um conjunto de
pontos que correspondem aos ensaios nos vértices de um quadrado
como o representado na Figura 6.1.

FIGURA 6.1– Representação geométrica de um planejamento de experimentos completo


com dois fatores.

134
Em geral, para construção do plano de experimento completo com
qualquer número k de fatores é necessário repetir duas vezes o plano
para (k –1) fatores: na primeira vez, quando o fator k corresponder ao
nível inferior e, na outra vez, quando o fator k corresponder ao nível
superior. Por exemplo, o plano 23 apresentado na Tabela 6.2 pode ser
construído repetindo-se duas vezes o plano 22 com o nível de x3
inicialmente igual a -1 e, depois, +1.
Considerando que em todos os ensaios os fatores tem níveis -1 ou
+1, em alguns casos, pode-se utilizar no plano do experimento, somente
os sinais dos fatores ("-" ou "+"). A parte destacada na Tabela 6.1,
corresponde ao plano do experimento. Esta parte da tabela (22 colunas e
linhas) representa a matriz do planejamento, X.

TABELA 6.2 – Matriz de planejamento de experimentos para três fatores.

N x0 x1 x2 x3 x1x2 x1x3 x2x3 x1x2x3 y y Σ(y- y )2 y ( y - y )2

1 + - - - + + + - y1(1) . y1(n ) y1 y1


2 + + - - - - + +
3 + - + - - + - +
4 + + + - + - - -
5 + - - + + - - +
6 + + - + - + - -
7 + - + + - - + -
8 + + + + + + + + y (81) y (8n ) y8 y 8

O plano do experimento fatorial completo tem as seguintes


propriedades importantes:
1. O plano é simétrico no centro do experimento. Sendo a soma algébrica
de todos os elementos de cada coluna é nula.
N
∑ xi u = 0 i = 1,...,m , (6.4)
u=1

onde:
m é o número de colunas no plano de experimento.

135
2. O plano do experimento é ortogonal. Neste caso, a soma dos produtos
dos elementos de qualquer uma de duas colunas diferentes é nula.
N
∑ xi u x ju =0 i ≠ j, i, j = 0,...,m. (6.5)
u=1

3. A soma dos elementos de segundo grau de cada coluna é igual ao


número de ensaios.
N
∑ xiu 2
=N i = 1,...,m. (6.6)
u=1

Estas condições tornam possível definir os coeficientes da equação


de regressão, Equação (6.1), de uma maneira mais simples. Sendo os
coeficientes calculados como segue:
N
1
bi = ∑ xui y i
N u=1
i = 0,...,m. (6.7)

Por sua vez, as propriedades (6.4) e (6.6) tornam mais simples


também a análise estatística da equação de regressão.

6.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA DE MODELOS LINEARES

A primeira etapa da análise estatística de um modelo (equação de


regressão) esta relacionada com a verificação da homogeneidade das
variâncias para diferentes pontos do plano de experimento. Naturalmente,
que esta parte da análise estatística somente é possível se existem
ensaios repetidos para cada ponto do plano. Quando o número de
ensaios repetidos for igual em cada ensaio, pode-se usar o índice de
Gohran para a análise.

136
2
Entre todas as variâncias, é preciso selecionar a maior Sumax {y} . O
valor experimental do índice de Gohran, é determinado com a equação:

G =
E
2
Sumax {y} . (6.8)
n
∑ Su {y}
2

n=1

Se as variâncias dos ensaios são homogêneas, a variância do


experimento pode ser calculada como segue:
n
S u2 {y} =
1
n −1
∑ (y uq − y u ) 2
, (6.9)
q=1

n
1
yu =
n
∑ y uq . (6.10)
q=1

Posteriormente, é necessário comparar o valor de Gohran calculado


GE com o valor tabulado do índice de Gohran GT. O valor tabulado do
índice de Gohran GT deve ser determinado com um número de graus de
liberdade, f1 = n - 1, f2 = N, e um nível de significância, α. Geralmente em
problemas técnicos mais comuns, é utilizado o valor de α = 0.05 [5].
Quando GE < GT , pode-se considerar que as variâncias são
homogêneas e continua-se a análise estatística do modelo.
Na seqüência deve ser calculado o erro na variância do experimento
com e equação:
N n
∑ ∑ (y uq − y u ) 2

S 2 {y} =
u=1q=1
, (6.11)
N(n − 1)

onde:
y u valor médio da função de resposta em cada linha da matriz de
planejamento.

137
A variância dos coeficientes da equação de regressão, podem ser
determinadas considerando-se o número de ensaios (N) e o número de
ensaios repetidos (n), em cada ponto do plano.

S 2 {y}
S {b i } =
2
i = 1,...,m. (6.12)
nN
Os coeficientes da equação de regressão são significantes se:
| bi| > ∆bi = S{bi } tα ,f y , (6.13)

onde:
tα , f y valor do índice de Student com um nível de significância α e um

número de graus de liberdade, fy = N(n-1).

A grande vantagem do planejamento fatorial de experimentos


lineares esta relacionada a possibilidade de se excluir os coeficientes que
não correspondam a condição (6.13), sem necessidade de se recalcular
todos os outros coeficientes.
A última etapa da análise estatística do modelo é a verificação da
adequação da equação de regressão. Para isto é utilizado o índice de
Fisher. Sendo necessário primeiro calcular a variância de adequação do
modelo, como segue:
N
1
S ad =
2

N−L
∑ n( y u − y u ) 2
, (6.14)
u=1

onde:
y u valores da função calculados com base na equação de regressão;
L quantidade de coeficientes significativos do modelo.

Se N = L, é preciso realizar mais um ensaio no ponto de


coordenadas xi = 0, i = 1, ... ,k.

138
O índice experimental de Fisher pode então ser calculado:
2
S ad
F = E
. (6.15)
2
S { y}
A comparação de FE calculado com a Equação (6.15) com o índice
de Fisher FT tabulado [5], escolhido com um nível de significância α e
números de graus de liberdade f1 = N - L e f2 = N(n-1), define se o modelo
construído é adequado ou não. Se FE < FT, pode-se considerar que o
modelo (equação de regressão) assim construído é adequado.

6.4 PLANEJAMENTO FATORIAL DE EXPERIMENTOS


PARA CONSTRUÇÃO DE MODELOS DO SEGUNDO GRAU

Quando o planejamento de experimentos completo não possibilita a


construção de modelos (lineares) adequados, pode-se usar o
planejamento de experimentos do segundo grau.
k k k
y = b 0 + ∑ b i x i + ∑ b ij xi xj + ∑ b ii xi 2
i ≠ j. (6.16)
i=1 i, j=1 i=1
k(k -1)
Para a determinação de todos os coeficientes A = 2k + +1
2
deste modelo, é necessário usar um plano de experimento onde cada
fator pode assumir não menos do que três níveis.
Por exemplo, num modelo com dois fatores é necessário definir
2(2-1)
A = 2*2+ + 1 = 6 coeficientes da equação de regressão.
2
No plano 22 tem-se somente 4 ensaios o que não é suficiente para a
determinação dos 6 coeficientes. No experimento com três níveis de

139
fatores, a quantidade de ensaios é 32 = 9, que será, então, suficiente para
a determinação dos 6 coeficientes. Mas neste caso, com o aumento do
número de fatores, a quantidade de ensaios aumenta muito e o
planejamento tipo 3k torna-se desvantajoso. Por isso, para a
determinação dos coeficientes de um modelo quadrático pode-se utilizar a
abordagem ligada ao alargamento dos planos lineares. Neste caso,
depois da realização dos ensaios é necessário adicionar alguns ensaios
selecionados de uma maneira especial. Estes planos chamam-se
centrais, porque todos os ensaios ficam simetricamente em torno do
centro do experimento.
Na Figura 6.2 esta representado um exemplo de plano para dois
fatores.
Os pontos adicionais do ensaio selecionados desta maneira é tal
que o número total de ensaios não se torne muito maior, que o número de
coeficientes da equação de regressão.
Como demostrado na Figura 6.2 o número total de ensaios com k
fatores é fornecido por:
N = N1 + Nα + n0, (6.17)
onde:
N número total de ensaios;
N1 número de ensaios no núcleo do plano ( por exemplo, N = 2k);

Nα número de ensaios adicionais (Nα = 2k);

n0 número de ensaios no centro de plano.

Esta abordagem requer um número de ensaios menor em


comparação com o planejamento de experimentos 3k (ver Tabela 6.3).
O esquema geral da solução do problema da construção de modelos
quadráticos é o seguinte. Por exemplo, quando são dois fatores, em
primeiro lugar é necessário a realização de ensaios no núcleo do plano 22
(pontos 1, 2, 3, 4 – Figura 6.2). Isso permite a construção de um modelo

140
linear. Se a análise estatística mostrar que o modelo não é adequado, é
necessário a realização de ensaios suplementares (pontos 5, 6, 7, 8 –
e no centro do plano ponto 9 – Figura 6.2). Neste caso, a matriz de
planejamento de experimentos é a mostrada na Tabela 6.4.

FIGURA 6.2 – Representação geométrica do plano de experimentos para construção


de um modelo quadrático.

TABELA 6.3 – Número de ensaios em função da quantidade de fatores.


Número de Número de ensaios
fatores k
N=3 N = N1 + N α + n0
2 32 = 9 22 + 2⋅2 + 1 = 9
3 33 = 27 23 + 2⋅3 + 1 = 15
4 34 = 81 24 + 2⋅4 + 1 = 25

TABELA 6.4 – Matriz de planejamento de experimentos para dois fatores.


No do
x0 x1 x2 x1x2 x 12 x 22
ensaio
1 +1 -1 -1 +1 +1 +1
2 +1 +1 -1 -1 +1 +1
3 +1 -1 +1 -1 +1 +1
4 +1 +1 +1 +1 +1 +1
5 +1 -α 0 0 α2 0
6 +1 +α 0 0 α2 0
7 +1 0 -α 0 0 α2
8 +1 0 +α 0 0 α2
9 +1 0 0 0 0 0

141
Nesse ponto duas perguntas devem respondidas:
Como selecionar o valor de α ? Qual é a quantidade necessária de
ensaios no centro do plano (n0) ?
Para começar a responder estas perguntas, primeiramente deve ser
feita a seguinte consideração: geralmente no planejamento de
experimentos do segundo grau, é impossível satisfazer todas as
propriedades mais importantes do planejamento linear.
Existem muitos planos de planejamento de experimentos do
segundo grau com propriedades diferentes da matriz de planejamento,
entretanto os mais usados para problemas não específicos são o
planejamento rotativo e o planejamento ortogonal (que será utilizado
neste trabalho).
Deste modo, as perguntas podem ser respondidas da seguinte
forma, de acordo com uma abordagem concreta, pode-se selecionar os
valores de α e n0 que podem garantir a execução de algumas das
propriedades importantes da matriz de planejamento.

6.5 PLANEJAMENTO ORTOGONAL DO SEGUNDO GRAU

Em analogia com o planejamento de experimentos lineares que


possui a propriedade importante da ortogonalidade, pode-se escolher o
valor do parâmetro α tal que o plano do segundo grau torna-se também
ortogonal.

142
A Tabela 6.5 apresenta os valores do parâmetro α para diferentes
números de fatores.

TABELA 6.5 – Valores do parâmetro α em função da quantidade de fatores.


Número de fatores 2 3 4 5
55-1
N1 22 23 24
x5 = x1x2x3x4
Nα 4 6 8 10
n0 1 1 1 1
α 1.0 1.215 1.414 1.547

A matriz de planejamento, por exemplo, para dois fatores é a


mostrada na Tabela 6.6. Esta matriz é inteiramente ortogonal, todos os
produtos aos pares de colunas são iguais à zero.

TABELA 6.6 – Matriz de planejamento de experimentos para dois fatores.

No do 2 2 yu
ensaio
X0 X1 X2 X1X2 x1′ = x12 − x ′2 = x 22 −
3 3
1 +1 -1 -1 +1 +1/3 +1/3 y1
2 +1 +1 -1 -1 +1/3 +1/3
3 +1 -1 +1 -1 +1/3 +1/3
4 +1 +1 +1 +1 +1/3 +1/3
5 +1 -1 0 0 +1/3 -2/3
6 +1 +1 0 0 +1/3 -2/3
7 +1 0 -1 0 -2/3 +1/3
8 +1 0 +1 0 -2/3 +1/3
9 +1 0 0 0 -2/3 -2/3 y9

A realização de experimentos de acordo com esta matriz de


planejamento de experimentos possibilita construir a seguinte equação de
regressão:
k k k
y = b 0 + ∑ b i x i + ∑ b ij xi xj + ∑ b ii ( xi2
− xi2 ) i ≠ j. (6.21)
i=1 i, j=1 i=1

143
Se a matriz de planejamento é ortogonal, pode-se definir os
coeficientes do modelo independentemente, com as seguintes equações:
N N
∑ x0u yu ∑ yu
b0 = u=1 = u=1 , (6.22)
N N
∑ x0u
2

u=1

N
∑ xiu y u
u=1 (6.23)
bi = ,
N
∑ xiu 2

u=1

N
∑ xiu x ju yu
bij = u=1
i = 1,....,m ,
N (6.24)
∑ (xiu x ju )2
u=1

N
∑ xiu′ y u
(6.25)
b ii = u=1
i = 1,....,m ,
N
∑ (xi′) 2

u=1

N
∑ xi u
1
sendo: x i′ = x i − = x i2 − xi2 ,
2 2
(6.26)
N
u=1
N
1
onde: xi =
2

N
∑ xi u , 2
(6.27)
u=1

144
n
1
e yu = ∑ y uq
n u=1
q=1,.....,n q = 1,...,n , (6.28)

onde:
n número de repetição de cada ensaio.

Para estabelecer uma forma padrão da equação de regressão com


base na Equação (6.21) é necessário definir o valor de b ′0 :

k
∑ x 0u y u k
b ′0 = b 0 − ∑ b ii xi =
2 u=1
− ∑ b ii xi2 . (6.29)
N
i=1
∑ x 0u2 i=1

u=1
Considerando dois fatores a equação de regressão, Equação (6.1),
teria a seguinte forma:

y = b ′0 + b1x1 + b 2 x 2 + b12 x1x 2 + b11x12 + b 22 x 22 ,

sendo b ′0 = b 0 − b11 x1 − b 22 x 2 .
2 2

6.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA DE MODELOS QUADRÁTICOS

No planejamento ortogonal à análise estatística inicia com a


verificação da homogeneidade das variâncias do modelo quadrático
através do índice Gohran (Equação 6.8).
Na seqüência são calculadas as variâncias do experimento.
N
∑ Su {y}
2

S 2 {y} = u =1
. (6.28)
N

145
A variância dos coeficientes da equação de regressão são
calculadas com a equação:

S 2 {y}
S {b i } =
2
N
. (6.29)
n ∑ x iu 2

u =1
N
Entretanto, o valor de ∑ xiu 2
é diferente para cada um dos
u =1

coeficientes, sendo necessário definir S2{bi} para cada grupo de

coeficientes b0, bi, bij, bii separadamente.


Para o coeficiente da equação de regressão recalculado b ′0 , a

variância pode ser definida como a soma das variâncias dos dois valores
aleatórios, b0 e bii.
k S2 {y} k
S {b′0 } = S {b 0 } + ∑ (xi )S {bii } =
2 2 2 2
+ ∑ (xi2 )S2 {bii } . (6.30)
N
i =1
n∑ x0u
2 i =1

u=1

Naturalmente, que neste caso os intervalos de confiança são


também diferentes para os diferentes coeficientes da equação (b0, bi, bij,

bii).
∆b i = t α ,fy S{b i }, (6.31)

onde:
tα ,fy é o valor do índice de Student com um nível de significância α e

um número de graus de liberdade fy = N(n-1).

146
A adequação do modelo pode ser verificada com base no índice de
Fisher (ver Equação 6.15). Entretanto é necessário ressaltar que
diferentemente do planejamento linear, o planejamento ortogonal do
segundo grau não é rotativo. Isso significa que a precisão da predição
(que caracteriza-se pelo valor de S2{y}) dos valores da função de resposta
usando a equação de regressão, não é igual nas diferentes direções com
a mesma extensão do centro de plano.

6.7 CONSTRUÇÃO DE MODELOS PARA DEFINIÇÃO DAS


PERDAS DE ENERGIA UTILIZANDO O MÉTODO DE
PLANEJAMENTO DE EXPERIMENTOS

Para a estimação das perdas de energia na fase de planejamento de


sistema de distribuição foi definido que o Terceiro e o Quarto modelos
seriam o mais indicados para a realização dos cálculos.
Neste trabalho, optou-se pela escolha do Terceiro modelo para a
demonstração da utilização da teoria de planejamento de experimentos

na definição do parâmetro τ. A escolha do Terceiro modelo não teve

nenhum critério especial, apenas optou-se por este modelo ao invés do


Quarto modelo.

Neste caso, o valor de τ será definido através de equações de

regressão. do segundo grau (isto porque, o valor de τ em função de

outros parâmetros é não linear) construídas com a utilização de


planejamento de experimentos.

147
Como foi demonstrado na Figura 4.8 qualquer curva de carga pode
ser representada na ordem decrescente dos valores das suas ordenadas,
evidentemente que neste caso, as características como ordenada máxima

e mínima, valor médio das ordenadas, parâmetros τ e kf , destas curvas


de carga são iguais.
As mesmas conclusões são válidas para as curvas de carga

representadas na forma de valores normalizados ( Ai = Ai Amax ) .
Deste modo, para a caracterização das curvas de carga além das
características tradicionais (Pmax, Pmed e Pmim ) pode-se considerar mais
um fator adicional que caracteriza o tempo de duração da demanda
máxima Tm (ver Figura 6.3).
Como foi mencionado anteriormente a particularidade da utilização

de planejamento de experimentos para a definição de τ com maior

precisão é a possibilidade de considerar além das características


tradicionais Pmax, Pmin e Pmed mais o tempo de duração da demanda

máxima Tm.
Neste caso, os fatores utilizados serão:

~ P
X 1 = min , (6.32)
Pmax

~
X2 =
(
Pmed − Pmin ) , (6.33)
(Pmax − Pmin )
~
X 3 = Tm , (6.34)
onde:
~
x1, ~
x2 , ~
x 3 valores naturais;

Tm tempo de duração da demanda máxima.

148
De acordo com a teoria apresentada nas seções anteriores no
primeiro estágio do planejamento de experimentos é necessário definir as
fronteiras (limites) de variações dos fatores.
x1 = 0,2 − 0,4 ,
Supondo que o limite de variação dos fatores seja: ~
~x 2 = 0,3 − 0,4 , ~
x 3 = 1 − 4 , neste caso, o intervalo de variação do fator
~
x1 significa que a demanda mínima altera-se de 0,2 até 0,4 em relação a

demanda máxima. O fator ~ x 2 possibilita definir que a demanda média

normalizada altera-se de 0,3 até 0,4. O fator ~ x 3 demonstra que a

demanda máxima pode ter lugar de 1 até 4 horas por dia.


A Figura 6.3 apresentada uma curva de carga simplificada.

FIGURA 6.3 – Curva de carga construída na ordem decrescente de suas ordenadas.

Como foi demonstrado na Seção (6.4), o planejamento de


experimentos esta baseado na realização de uma série de ensaios em
certos pontos do espaço fatorial. Por isso, esta previsto a utilização do
planejamento ortogonal de segundo grau.

149
O esquema de ensaios com três fatores pode ser definido de acordo
com a matriz de planejamento, demonstrada na Tabela 6.7.

TABELA 6.7 – Matriz de planejamento de experimentos para três fatores.


No do
ensaio
x0 x1 x2 x3 ..... yu
1 1 -1 -1 -1 y1
2 1 1 -1 -1
3 1 -1 1 -1
4 1 1 1 -1
5 1 -1 -1 1
6 1 1 -1 1
7 1 -1 1 1
8 1 1 1 1
9 1 -α 0 0
10 1 α 0 0
11 1 0 -α 0
12 1 0 α 0
13 1 0 0 -α
14 1 0 0 α
15 1 0 0 0 ..... y15

Para cada ensaio (cada linha da Tabela 6.7) esta previsto a


realização de uma série de testes, onde os valores de demanda máxima,
média e mínima e o tempo de duração da demanda máxima, devem ser
definidos de acordo com a matriz de planejamento de experimentos.
Por exemplo, para o terceiro ensaio (ver Tabela 6.7) os valores
x1 = 0,2 , ~
usados nos cálculos seriam ~ x 2 = 0,4 , ~
x 3 = 1.

Para cada um dos ensaio os valores das ordenadas PA , PB e PC


(ver Figura 6.3) podem ser definidos aleatoriamente.
Para a construção da curva de carga de cada ensaio considera-se
que os valores de ~
x1, ~
x2 e ~
x 3 sejam conhecidos.

Deste modo, os valores de ~


x1 e ~
x 2 são utilizados para o cálculo da

demanda média:
~
Pmed = X 2 (Pmax − Pmin ) + Pmin . (6.45)

150
Com o valor da demanda média calcula-se o consumo diário de
energia (que corresponde área da curva de carga).
W = Pmed * 24 . (6.46)
A parcela básica da curva de carga (área) é definida através da
demanda máxima, demanda mínima e tempo de duração da demanda
máxima em cada ensaio, da seguinte forma:
W ′ = Pmax Tm + Pmin (24 − Tm ) . (6.47)
Pela subtração da área da curva de carga pela parcela básica
obtém-se a parcela aleatória (área) da curva de carga. Esta parcela
aleatória para cada teste pode ser definida através da escolha aleatória
dos valores das ordenadas PA , PB e PC.
W ′′ = W − W ′ . (6.48)

Exemplo 6.1 – Neste exemplo será demonstrada a construção da

curva de carga e a determinação do valor de τ do ensaio nº 1 (que

corresponde a primeira linha da matriz de planejamento da Tabela 6.7),


x = 0,2 , ~
sendo considerados os seguintes fatores: ~ 1 x = 0,3 , ~
2 x = 1.
3

O valor da demanda média foi calculado com a Equação (6.45):


Pmed = ~x (P
2 − P ) + P = 0,3(1 - 0,2) + 0,2 = 0,44.
max min min

Na seqüência foi calculado o consumo de energia (que corresponde


área da curva de carga) com a Equação (6.46):
W = Pmed * 24 = 0,44 * 24 = 10,56.
Como base nos parâmetros Pmin, Pmax e Tm, calcula-se com a
Equação (6.47) a área básica da curva de carga .
W ′ = Pmax Tm + Pmin (24 − Tm ) = 1 * 1+ 0,2(24 − 1) = 5,6.
Na seqüência com a Equação (6.48) foi calculada a parcela aleatória
da curva de carga.
W ′′ = W − W ′ = 10,56 - 5,6 = 4,96 .

151
A próxima etapa da construção da curva de carga do ensaio é
distribuir a parcela aleatória (área) através da escolha dos valores
aleatórios das ordenadas, PA – Pmin, PB – Pmin, PC – Pmin.
Com o uso de um gerador ou uma tabela de valores aleatórios, foi
escolhido um conjunto com três valores aleatórios: q1 = 0,5694,
q2 = 0,0377, q3 = 0,5336. Estes valores devem ser colocados na ordem
decrescente de seus valores, de acordo com à estrutura das ordenadas
PA , PB, PC da curva de carga, q1 > q3 > q2, ou seja, 0,5694, 0,5336,
0,0377.
Este valores aleatórios definem somente à correlação existente entre
as ordenadas PA , PB e PC.
Para a definição dos valores das ordenadas foi necessário
primeiramente calcular o coeficiente de normalização k, com a equação:

W ′ ′ = (Pm ax − Pmin ) q 1 (6 − Tm )K + 6 (Pmax − Pm in ) q 2 K +


(6.49)
+ 6 (Pm ax − Pmin ) q 3 K.

Utilizando esta equação foi encontrado o seguinte valor para k:


4,96 = (1 − 0,2) 0,5694 (6 − 1) K + 6 (1 − 0,2) 0,5336 K + 6 (1 − 0,2) 0,0377 K
K = 0,9881.

Os valores das ordenadas PA , PB e PC, foram calculadas com as


equações:
PA = Pmin + (Pmax − Pmin ) q1 K , (6.50)
PB = Pmin + (Pmax − Pmin ) q 2 K , (6.51)
PC = Pmin + (Pmax − Pmin ) q 3 K . (6.52)
Com base nestas equações foram encontrados os seguinte valores
para as ordenadas: PA = 0,6501 , PB = 0,6218 e PC = 0,2298.

152
A Figura 6.4 apresenta a curva de carga construída para o primeiro
ensaio de forma aleatória.

FIGURA 6.4 – Curva de carga do primeiro ensaio construída de forma aleatória.

O valor de τ para o primeiro ensaio foi calculado com a equação:

τ = Tm + ( 6 − Tm ) PA2 + 6 PB2 + 6 PC2 + 6 Pm2 in , (6.53)

sendo o valor encontrado de τ = 5,9898.

Deste modo, para cada ensaio podem ser realizados uma série de
testes.

Entretanto, nem sempre os valores aleatórios gerados, servem para


o cálculo dos valores de PA , PB e PC. Em particular isto pode ocorrer
quando uma ou mais ordenadas calculadas com valores aleatórios
apresentar valor maior que 1 (Pmax).

153
Exemplo 6.2 – Como exemplificação, supondo-se que no primeiro
x1 = 0,2 , ~
ensaio ~ x2 = 0,3 , ~
x3 = 1, tenha sido escolhido o conjunto de
valores aleatórios: q1 = 0,0424, q2 = 0,8924, q3 = 0,0005.
Deste modo, os valores de Pmed, W, W’ e W’’ seriam os mesmos
calculados anteriormente no Exemplo 6.1. Seguindo a mesma seqüência
dos cálculos do Exemplo 6.1 deve ser calculado o valor do coeficiente de
normalização k.
4,96 = (1 − 0,2) 0,8924 (6 − 1) K + 6 (1 − 0,2) 0,0424 K + 6 (1 − 0,2) 0,0005 K
K = 1,3137.

Na seqüência os valores das ordenadas PA , PB e PC, foram


calculados com as Equações (4.50), (4.51) e (4.52), respectivamente,
sendo os valores encontrados, PA = 1,1379 , PB = 0,2446 e PC = 0,2005.

Neste caso, o valor da ordenada PA > 1. Conforme foi justificado


anteriormente nenhum valor das ordenadas pode ter valor maior que 1,
por esta razão, o conjunto de valores aleatórios deve ser descartado e um
novo conjunto de valores aleatórios deve ser gerado.

Exemplo 6.3 – Este exemplo demonstra a construção de um

modelo para a determinação do parâmetro τ utilizando planejamento de

experimentos para três fatores.


Neste caso, para três fatores conforme a Tabela 6.5 foram
realizados 15 ensaios. Para cada ensaio foram realizados 6 testes, em

cada teste foi calculado um valor de τi (determinado conforme o

demonstrado no Exemplo 6.1). Sendo que o valor de τ de cada ensaio

será igual à média dos valores de τi determinados em cada teste.

154
Os limites de variação dos fatores do planejamento de experimentos
x1 = 0,2 − 0,4 , ~
foram: ~ x 2 = 0,3 − 0,4 , ~
x 3 = 1 − 4.
A Tabela 6.8 apresenta a matriz de planejamento do experimento,
onde os valores xi′ foram calculados com a Equação (6.26).

TABELA 6.8 – Matriz de planejamento de experimentos para três fatores.


No x0 x1 x2 x3 x1x2 x1x3 x2x3 x1’ x2’ x3’
1 1 -1 -1 -1 1 1 1 0,27 0,27 0,27
2 1 1 -1 -1 -1 -1 1 0,27 0,27 0,27
3 1 -1 1 -1 -1 1 -1 0,27 0,27 0,27
4 1 1 1 -1 1 -1 -1 0,27 0,27 0,27
5 1 -1 -1 1 1 -1 -1 0,27 0,27 0,27
6 1 1 -1 1 -1 1 -1 0,27 0,27 0,27
7 1 -1 1 1 -1 -1 1 0,27 0,27 0,27
8 1 1 1 1 1 1 1 0,27 0,27 0,27
9 1 -1,215 0 0 0 0 0 0,746 -0,730 -0,730
10 1 1,215 0 0 0 0 0 0,746 -0,730 -0,730
11 1 0 -1,215 0 0 0 0 -0,730 0,746 -0,730
12 1 0 1,215 0 0 0 0 -0,730 0,746 -0,730
13 1 0 0 -1,215 0 0 0 -0,730 -0,730 0,746
14 1 0 0 1,215 0 0 0 -0,730 -0,730 0,746
15 1 0 0 0 0 0 0 -0,730 -0,730 -0,730

Conforme mencionado anteriormente o planejamento de


experimentos esta baseado na realização de uma séries de ensaios e
para cada ensaio uma série de testes. Deste modo, todos os resultados
dos ensaios realizados neste exemplo de planejamento de experimentos
estão apresentados no Anexo II.

155
Como exemplo a Tabela 6.9 apresenta os valores de τi calculados

em cada teste do primeiro ensaio.

TABELA 6.9 – Definição de τ do primeiro ensaio.

Ensaio nº 1 x1 = 0,20 x2 = 0,30 x3 = 1


Primeiro teste
q1= 0,5694 A = 0,6501
q2= 0,5336 K1 = 0,9881 B = 0,6218 τ1 = 5,9898
q3= 0,0377 C = 0,2298
Segundo teste
q1= 0,7285 A = 0,5592
q2= 0,7267 K2 = 0,6164 B = 0,5584 τ2 = 5,4909
q3= 0,3425 C = 0,3689
Terceiro teste
q1= 0,7073 A = 0,6683
q2= 0,5402 K3 = 0,7376 B = 0,5188 τ3 = 5,6933
q3= 0,1993 C = 0,3176
Quarto teste
q1= 0,8682 A = 0,5467
q2= 0,7497 K4 = 0,4992 B = 0,4994 τ4 = 5,3840
q3= 0,5969 C = 0,4384
Quinto teste
q1= 0,5348 A = 0,6535
q2= 0,3652 K5 = 1,0599 B = 0,5097 τ5 = 5,6240
q3= 0,1641 C = 0,3391
Sexto teste
q1= 0,9660 A = 0,7456
q2= 0,4707 K6 = 0,7060 B = 0,4659 τ6 = 5,8845
q3= 0,1880 C = 0,3062

O valor de τ do primeiro ensaio será igual à média dos valores τi


de cada teste:
(5,9898 + 5,4909 + 5,6933 + 5,3840 +5,6240 + 5,8845) / 6 = 5,6778

156
Os mesmos cálculos foram realizados para os 14 ensaios restantes

sendo os resultados encontrados dos valores de τ e τi de todos os

ensaios do planejamento de experimentos, apresentados na Tabela 6.10.

TABELA 6.10 – Resultados dos ensaios.

Su {y }
2
No y(1) y(2) y(3) y(4) y(5) y(6) y
1 5,9898 5,4909 5,6933 5,3840 5,6240 5,8845 5,6778 0,05289
2 8,4807 8,5249 8,4962 8,5358 8,5024 8,4757 8,5026 0,00057
3 8,6039 7,6202 7,6625 7,4949 7,8153 7,7578 7,8258 0,15772
4 10,5836 10,6334 10,4279 10,9341 10,9508 11,1964 10,7877 0,08200
5 6,3940 6,2936 6,2925 6,5119 6,4053 6,5655 6,4105 0,01244
6 9,0384 9,0425 9,0871 9,1431 9,1045 9,0918 9,0846 0,00156
7 8,3675 8,4173 8,1519 8,1440 8,8168 8,2189 8,3527 0,06431
8 10,8464 10,7377 10,7995 10,9221 10,7483 10,8191 10,8122 0,00462
9 7,0358 6,9097 6,9269 6,6338 6,6115 6,8249 6,8238 0,02882
10 10,1794 9,8554 9,8392 9,9577 9,9082 9,9159 9,9426 0,01530
11 6,9034 7,2014 6,9782 6,8876 6,9161 6,8757 6,9604 0,01522
12 9,3251 9,6107 9,5284 9,4239 9,8477 9,4713 9,5345 0,03280
13 8,5554 8,5671 9,0817 7,9651 8,2570 8,7854 8,5353 0,15302
14 8,7237 8,5258 8,8032 8,5557 8,5370 8,6595 8,6342 0,01291
15 8,8868 8,2728 8,5002 8,1788 8,7541 8,7842 8,5628 0,08521
SOMA 126,447 0,71939

Com base nos resultados dos ensaios apresentados na anterior


foram calculados os coeficientes do modelo com as Equações
(6.22),(6.23),(6.24) e (6.25):
15 15

∑ x0u yu ∑ yu 126,4475
b0 = u=1
15
= u=1
= = 8,4298,
∑ x0u 2 15 15

u=1

15

∑ x1u yu
u=1 14,7096
b1 = = = 1,3430,
15 10,9524
∑ x1u 2

u=1

157
15

∑ x2u yu
u=1 11,2304
b2 = = = 1,0254,
15 10,9524
∑ x2u 2

u=1

15

∑ x3u yu
u=1 1,9862
b3 = = = 0,1814,
15 10,9524
∑ x3u 2

u=1

15

∑ x1u x2u yu
- 0,0775
b12 = u=1
= = -0,0097,
15 8
∑ (x1ux2u ) 2

u=1

15

∑ x1u x3u yu
- 0,6531
b13 = u=1
= = -0,0816,
15 8
∑ (x1ux3u ) 2

u=1

15

∑ x2ux3u yu
- 0,7633
b23 = u=1
= = -0,0954,
15 8
∑ (x2u x3u ) 2

u=1

15

∑ x1u
′ yu
- 0,1056
b 11 = u=1
= = -0,0242,
15 4,3607
∑ (x1′ ) 2
u=1

158
15

∑ x ′2u y u
-0,5063
b 22 = u=1
= = -0,1161,
15 4,3607
∑ (x ′2 ) 2

u=1

15

∑ x ′3u y u
0,4894
b 33 = u=1
= = 0,1122.
15 4,3607
∑ (x ′3 ) 2

u=1

A análise estatística do modelo inicia com a determinação do índice


de Gohran, calculado com a Equação (6.8):
2
Sumax {y} 0,15772
G = E
15
= = 0,2192.
∑ Su {y}2 0,71939

u=1

O valor tabulado do índice de Gohran (com f1 = 6, f2 =15) é igual à


GT = 0,3207 [5]. Como GE < GT, as variâncias dos ensaios são
homogêneas.
A variância do experimento foi calculada com a Equação (6.28):
15

∑ Su {y} 2

S 2 {y} = u =1 0,71939
= = 0,04796.
15 15
As variâncias para cada grupo de coeficientes foram calculadas com
a Equação (6.29), como o demonstrado:

S2 {y}
S {b0 } =
0,047959
2
= = 0,00064,
15 (6 - 1) 75

S2 {y}
S {bi} =
0,047959
2
15
= = 0,00073,
65,7147
6 ∑ xiu 2

u =1

159
S2 {y}
2
{ }
S bij = 15
=
0,047959
48
= 0,0010,
6 ∑ xiju2
u=1

S2 {y}
S {bii} =
0,047959
2
15
= = 0,00183.
261644
,
6 ∑ xii2
u=1
Para verificar a significância dos coeficientes do modelo (equação de
regressão) é necessário primeiro definir o valor do índice de Student. O
valor do índice de Student foi definido com um nível de significação
α = 0,05 e um número de graus de liberdade, fy = 15(6-1) = 75. Neste
caso, o valor tabulado do índice de Student [5] é igual à tα,fy = 2,13.
Então:
∆b 0 = 2,13 0,00064 = 0,053862,
∆b i = 2,13 0,00073 = 0,057542,
∆b ij = 2,13 0,00100 = 0,067357,
∆b ii = 2,13 0,00183 = 0,091193.
A verificação da significância dos coeficientes do modelo é realizada
conforme a Equação (6.13) do seguinte modo: se bi < ∆bi , este
coeficiente pode ser eliminado. A verificação desta condição,
| b i | > ∆b i = S{b i } t α , f y , demonstrou que os coeficiente b12 e b11

podem ser eliminados porque seus valores são menores que


∆b12 e ∆b11 .

160
Para que a equação do modelo seja representada na forma padrão
foi necessário calcular o valor de b ′0 , com a Equação (6.29):

k
∑ x 0u y u k
b ′0 = b 0 − ∑ b ii xi = 2 u=1
− ∑ b ii xi2 = 8,4503.
N
i=1
∑ x 0u2 i=1

u=1

O valor da variância do coeficiente recalculado b ′0 foi calculada com

a Equação (6.30):
k
S2 {y} k
S {b′0 } = S {b0 } + ∑ (xi )S {bii } =
2 2 2 2
+ ∑ (xi2 )S2 {bii } ,
N
i =1
n∑ x0u
2 i =1

u=1
2
⎛ 2⎞
S2 {b′0 } = 0,00064 + 6⎜ ⎟ 0,00183 = 0,00552.
⎝ ⎠ 3

A verificação da significância dos coeficientes do modelo


demonstrou que 8 coeficientes são significativos (L=8). Neste caso,
equação do modelo é a apresentada a seguir:

y = 8,4503 + 13430
, x1 + 10254
, x2 + 01814
, x3 − 0,0816x1x3 − 0,0954x2x3
(6.54)
− 01161x2 + 01122
2 2
, , x3.

161
A Tabela 6.11 apresenta a comparação dos resultados obtido com a
equação do modelo (Equação 6.54), e o valor de y .

TABELA 6.11 – Comparação dos valores y~ e y .

No y~ y (y~ − y ) 2

1 5,6778 5,7196 0,0017


2 8,5026 8,5688 0,0044
3 7,8258 7,9612 0,0183
4 10,7877 10,8104 0,0005
5 6,4105 6,4364 0,0007
6 9,0846 8,9592 0,0157
7 8,3527 8,2964 0,0032
8 10,8122 10,8192 0,0000
9 6,8238 6,8186 0,0000
10 9,9426 10,0820 0,0194
11 6,9604 7,0331 0,0053
12 9,5345 9,5248 0,0001
13 8,5353 8,3955 0,0195
14 8,6342 8,8363 0,0408
15 8,5628 8,4503 0,0127
SOMA 0,1423

A variância de adequação do modelo foi calculada com a


Equação (6.14):
N
1 6 * 0,1423
S ad =
2

N−L
∑ n( y u − y u )
2
=
15 − 8
= 0,1220.
u=1

Para verificar a adequação do modelo é necessário primeiramente


calcular o índice experimental de Fisher , com a Equação (6.15):
2
S ad 0,1220
F =
E
= = 2,54.
2
S { y} 0,0479

O valor tabulado do índice de Fisher FT [5], foi definido com


um nível de significância, α = 0,05, e um números de graus de liberdade,
f1 = N – L = 15 – 8 = 7 e f2 = N(n-1) = 15 (6-1) =75. Sendo neste caso, o
valor tabulado do índice de Fisher igual à FT = 3,25.
Como FE < FT pode-se considerar o modelo (equação de regressão)
assim construído como sendo adequado.

162
Exemplo 6.4 – Neste exemplo será demonstrado que a
Equação (6.54) (construída com planejamento de experimento) fornece

resultado mais preciso para o cálculo do parâmetro τ do que as equações

apresentadas na Seção (4.4).

FIGURA 6.5 – Curva de carga em ordem decrescente dos valores das ordenadas
valores em (kW).

Considerando a curva de carga apresentada na Figura 6.5

primeiramente foi calculado o valor real de τ com a Equação (4.12).

τ = ⎛⎜ 2 ⎞⎟ = 9,90.
990
⎝ 10 ⎠

A Tabela 6.12 apresenta os valores de τ calculados com as

equações apresentadas no Capítulo 4 na Seção (4.4) para a sua


definição. Esta tabela apresenta também o erro ξ(%) cometido na

definição de τ quando utilizadas estas equações em relação ao valor real

calculado com a Equação (4.12).

163
TABELA 6.12 – Resultados dos cálculos do parâmetro τ.

Equação
4.15 4.17 4.18 4.19 4.20 4.23 4.24
τ 10,36 12,17 7,54 9,64 * 11,06 10,96
ξ (%) 4,64 22,92 -23,83 -2,63 * 11,72 10,71

De acordo com os valores Pmax = 10, Pmed = 6,08 e Pmin = 4


apresentados na curva de carga da Figura 6.5, os fatores ~
x1 , ~
x2 e ~
x3

foram calculados com as Equações (6.32), (6,33) e (6,34)


respectivamente:
~ P 4
X1 = min = = 0,4 ,
Pmax 10

~
X2 =
(Pmed − Pmin
=
)6,08 − 4
= 0,347 ,
(Pmax − Pmin ) 10 − 4
~
X 3 = Tm = 4 .

Na seqüência os fatores ~
x1 , ~
x2 e ~
x 3 devem ser codificados com a

(~
xi − ~
xio )
equação x i = ~ para serem utilizados na Equação (6.54):
∆ xi
( 0,4 - 0,3 )
x1 = =1,
0,1
( 0,347 - 0,35 )
x2 = = - 0,06 ,
0,05
( 4 - 2,5 )
x3 = = 1.
1 ,5
Com os valores de ~
x1 , ~
x2 e ~
x 3 codificados para x1 , x 2 e x 3 basta

substituir estes valores na Equação (6.54) e calcular o valor de τ.

y = 8,4503 + 13430
, * 1 + 10254
, * ( − 0,06 ) + 0,1814 * 1 − 0,0816 * 1 * 1 −
− 0,0954 * ( − 0,06 ) * 1 − 0,1161 * ( − 0,06 ) + 0,1122 * 1 = 9,94
2 2

164
A comparação do valor real do parâmetro τ calculado com a

Equação (4.12) com o valor encontrado com a Equação (6.54) construída


com a teoria de planejamento de experimentos apresenta um erro
ξ = 0,40 %. Este erro é muito menor que o erro cometido quando utilizada
qualquer equação apresentada na Seção (4.4) (ver Tabela 6.12) para a

definição do parâmetro τ. Deste modo, comprova-se a eficácia do uso da


teoria de planejamento de experimentos para a construção de equações

de regressão para a definição do parâmetro τ com maior precisão.

165
CONCLUSÕES

A pesquisa realizada nesta dissertação apresenta uma análise


comparativa de vários modelos propostos na literatura para o cálculo das
perdas técnicas de energia em sistemas de distribuição. Os valores das
perdas de energia são um importante indicador que caracteriza a
eficiência de operação de redes elétricas, muitas vezes utilizado para a
escolha de estratégias de controle e desenvolvimento ótimo de sistemas.
As perdas técnicas de energia não podem ser medidas diretamente,
por isso, devem ser estimadas por meios de cálculos. Por isso, o
problema da estimação das perdas de energia com um alto nível de
precisão por meio de cálculos é de grande importância. Ao mesmo tempo
que todos os modelos utilizados devem ser baseados nas informações
disponíveis nas concessionárias de energia. Levando isto em
consideração, cada modelo analisado está orientado para uma certa
quantidade e composição de informações iniciais relacionadas as
características principais dos modos de operação e parâmetros de redes
elétricas.
Esta dissertação apresenta um algoritmo para a modelagem das
curvas de carga de transformadores de distribuição, através do
processamento dos dados do consumo mensal de energia e das medidas
remotas nas subestações que possibilitam a modelagem dos modos de
operação de redes elétricas em tempo real ou quase real com um grau de
precisão relativamente alto.
O fluxo de carga definido com base neste algoritmo proporciona o
cálculo das perdas técnicas de potência e energia independente para
todos os elementos da rede também em tempo real ou quase real. Os
resultados destes cálculos servem como estimativa para análise de erros
cometidos quando da utilização de outros modelos na definição das
perdas de energia.
A pesquisa realizada nesta dissertação permitem que sejam feitas
as seguintes conclusões:
- Os cálculos das perdas de energia realizados com base em
parâmetros adequados dos modos de operação de redes elétricas,
fornecem resultados satisfatórios, não exigem investimento
adicional, relacionados a preparação de dados adicionais e
dependem da implementação de software correspondente.
- A utilização somente de características gerais dos modos de
operação (por exemplo, fornecimento somatório ou consumo
somatório de energia) aumenta bruscamente o erro dos cálculos
das perdas de energia.
- Métodos simplificados não permitem definir perdas de energia para
todos os elementos da rede, o que dificulta a escolha de meios
mais eficientes para a redução das perdas de energia.
- O aumento da complexidade dos modelos nem sempre tem como
conseqüência um aumento na precisão dos resultados. Desde
modo o valor do erro metodológico deve ser definido para cada
modelo, com base na análise estatística dos dados de uma
amostra da rede de distribuição de uma concessionária de energia.
- O erro de informação, para cada modelo, em princípio, pode ser
definido através de cálculos com base nos erros de todos os
parâmetros incluídos na fórmula correspondente.
- Os erros nos cálculos das perdas de energia podem ser tanto
positivos quanto negativos, o que dificulta a avaliação destes

167
valores e a possibilidade de implementar ações mais eficientes
para sua redução.
- A presença de erros tem como conseqüência que o valor real das
perdas de energia não é igual ao valor calculado. A diferença
encontrada nos resultados é específica de cada modelo. Deste
modo, o mais correto é apresentar os resultados dos cálculos das
perdas de energia na forma de valores intervalares.
- O método proposto para a definição das perdas de energia na fase
de planejamento de sistemas de distribuição, apresenta um nível
de precisão relativamente alto alcançado através da introdução na
equação do modelo de um fator adicional o qual caracteriza de
forma adequada a curva de carga somatória. Para a construção
deste modelo foi utilizada a teoria de planejamento de
experimentos.

Como sugestões para a continuidade e aperfeiçoamento do


trabalho estão:
1. A implementação dos modelos propostos em um sistema real, para
comprovação na prática dos resultados encontrados com os cálculos
experimentais;
2. O estudo para estimação das perdas de energia na forma de intervalos
de confiança;
3. Desenvolvimento de modelos para o cálculo das perdas de energia em
redes de baixa tensão;
4. Desenvolvimento de programa computacional que possibilite a
estimação das perdas técnicas e comerciais de energia em um
sistema real com base nos modelos propostos.

168
O autor acredita que a pesquisa desenvolvida nesta dissertação
servirá no futuro como fonte de informação para novos trabalhos e espera
ter contribuído com os estudos que visam o desenvolvimento de métodos
para a redução das perdas de energia em sistemas de distribuição.

169
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176
ANEXO I

O Anexo I é constituído de um disquete 3.5” que contém os cálculos


experimentais completos das perdas técnicas de energia realizados com
os modelos analisados que foram parcialmente apresentados no
Capítulo 5.

177
ANEXO II

O Anexo II apresenta as tabelas contendo os resultados de todos os


15 ensaios realizados para o planejamento de experimentos apresentado
no Capítulo 6 na Seção (6.7) no Exemplo 6.3.

TABELA II.1 – Resultados do primeiro ensaio.

Ensaio nº 1 x1 = 0,20 x2 = 0,30 x3 = 1


Primeiro teste
q1= 0,5694 A = 0,6501
q2= 0,5336 K1 = 0,9881 B = 0,6218 τ1 = 5,9898
q3= 0,0377 C = 0,2298
Segundo teste
q1= 0,7285 A = 0,5592
q2= 0,7267 K2 = 0,6164 B = 0,5584 τ2 = 5,4909
q3= 0,3425 C = 0,3689
Terceiro teste
q1= 0,7073 A = 0,6683
q2= 0,5402 K3 = 0,7376 B = 0,5188 τ3 = 5,6933
q3= 0,1993 C = 0,3176
Quarto teste
q1= 0,8682 A = 0,5467
q2= 0,7497 K4 = 0,4992 B = 0,4994 τ4 = 5,3840
q3= 0,5969 C = 0,4384
Quinto teste
q1= 0,5348 A = 0,6535
q2= 0,3652 K5 = 1,0599 B = 0,5097 τ5 = 5,6240
q3= 0,1641 C = 0,3391
Sexto teste
q1= 0,9660 A = 0,7456
q2= 0,4707 K6 = 0,7060 B = 0,4659 τ6 = 5,8845
q3= 0,1880 C = 0,3062

178
TABELA II.2 – Resultados do segundo ensaio.

Ensaio nº 2 x1 = 0,40 x2 = 0,30 x3 = 1


Primeiro teste
q1= 0,4279 A = 0,6404
q2= 0,4168 K1 = 0,9364 B = 0,6342 τ1 = 8,4807
q3= 0,3301 C = 0,5855
Segundo teste
q1= 0,8851 A = 0,6976
q2= 0,6432 K2 = 0,5603 B = 0,6162 τ2 = 8,5249
q3= 0,4635 C = 0,5558
Terceiro teste
q1= 0,9080 A = 0,6558
q2= 0,8519 K3 = 0,4695 B = 0,6400 τ3 = 8,4962
q3= 0,5925 C = 0,5669
Quarto teste
q1= 0,3450 A = 0,6723
q2= 0,3275 K4 = 1,3157 B = 0,6585 τ4 = 8,5358
q3= 0,1704 C = 0,5345
Quinto teste
q1= 0,7276 A = 0,6677
q2= 0,6353 K5 = 0,6131 B = 0,6337 τ5 = 8,5024
q3= 0,4439 C = 0,5633
Sexto teste
q1= 0,5204 A = 0,6367
q2= 0,4998 K6 = 0,7580 B = 0,6273 τ6 = 8,4757
q3= 0,4298 C = 0,5955

TABELA II.3 – Resultados do terceiro ensaio.

Ensaio nº 3 x1 = 0,20 x2 = 0,40 x3 = 1


Primeiro teste
q1= 0,9795 A = 0,9214
q2= 0,6295 K1 = 0,9206 B = 0,6636 τ1 = 8,6039
q3= 0,1112 C = 0,2819
Segundo teste
q1= 0,5696 A = 0,7498
q2= 0,3930 K2 = 1,2065 B = 0,5793 τ2 = 7,6202
q3= 0,3203 C = 0,5092
Terceiro teste
q1= 0,9629 A = 0,7503
q2= 0,7219 K3 = 0,7144 B = 0,6126 τ3 = 7,6625
q3= 0,4819 C = 0,4754
Quarto teste
q1= 0,6576 A = 0,6626
q2= 0,916 K4 = 0,8794 B = 0,6162 τ4 = 7,4949
q3= 0,4903 C = 0,5449
Quinto teste
q1= 0,6345 A = 0,842
q2= 0,4220 K5 = 1,1904 B = 0,6019 τ5 = 7,8153
q3= 0,2533 C = 0,4412
Sexto teste
q1= 0,5276 A = 0,7715
q2= 0,3956 K6 = 1,3540 B = 0,6285 τ6 = 7,7578
q3= 0,2233 C = 0,4419

179
TABELA II.4 – Resultados do quarto ensaio.

Ensaio nº 4 x1 = 0,40 x2 = 0,40 x3 = 1


Primeiro teste
q1= 0,6837 A = 0,8190
q2= 0,5761 K1 = 1,0214 B = 0,7531 τ1 = 10,5836
q3= 0,2575 C = 0,5578
Segundo teste
q1= 0,3365 A = 0,8566
q2= 0,2417 K2 = 2,2614 B = 0,7279 τ2 = 10,6334
q3= 0,1117 C = 0,5516
Terceiro teste
q1= 0,8114 A = 0,7898
q2= 0,5730 K3 = 0,8006 B = 0,6752 τ3 = 10,4279
q3= 0,5412 C = 0,6600
Quarto teste
q1= 0,3013 A = 0,9718
q2= 0,1351 K4 = 3,1628 B = 0,6564 τ4 = 10,9341
q3= 0,0670 C = 0,5271
Quinto teste
q1= 0,9545 A = 0,9415
q2= 0,5735 K5 = 0,9456 B = 0,7254 τ5 = 10,9508
q3= 0,1469 C = 0,4833
Sexto teste
q1= 0,8649 A = 0,8755
q2= 0,8327 K6 = 0,9162 B = 0,8578 τ6 = 11,1964
q3= 0,0110 C = 0,4060

TABELA II.5 – Resultados do quinto ensaio.

Ensaio nº 5 x1 = 0,20 x2 = 0,30 x3 = 4


Primeiro teste
q1= 0,8374 A = 0,4703
q2= 0,7803 K1 = 0,4035 B = 0,4519 τ1 = 6,3940
q3= 0,2623 C = 0,2847
Segundo teste
q1= 0,8718 A = 0,4030
q2= 0,8004 K2 = 0,2910 B = 0,3863 τ2 = 6,3936
q3= 0,7418 C = 0,3727
Terceiro teste
q1= 0,6859 A = 0,3923
q2= 0,6687 K3 = 0,3505 B = 0,3875 τ3 = 6,2925
q3= 0,6242 C = 0,3750
Quarto teste
q1= 0,4301 A = 0,6276
q2= 0,2251 K4 = 1,2427 B = 0,4238 τ4 = 6,5119
q3= 0,0607 C = 0,2603
Quinto teste
q1= 0,9484 A = 0,4976
q2= 0,7859 K5 = 0,3922 B = 0,4466 τ5 = 6,4053
q3= 0,2577 C = 0,2809
Sexto teste
q1= 0,8224 A = 0,5053
q2= 0,8171 K6 = 0,4641 B = 0,5034 τ6 = 6,5655
q3= 0,0579 C = 0,2215

180
TABELA II.6 – Resultados do sexto ensaio.

Ensaio nº 6 x1 = 0,40 x2 = 0,30 x3 = 4


Primeiro teste
q1= 0,9585 A = 0,6347
q2= 0,6460 K1 = 0,4081 B = 0,5582 τ1 = 9,0384
q3= 0,3415 C = 0,4836
Segundo teste
q1= 0,6875 A = 0,6458
q2= 0,4332 K2 = 0,5959 B = 0,5549 τ2 = 9,0425
q3= 0,2327 C = 0,4832
Terceiro teste
q1= 0,3912 A = 0,7033
q2= 0,1988 K3 = 1,2923 B = 0,5541 τ3 = 9,0871
q3= 0,0835 C = 0,4647
Quarto teste
q1= 0,4191 A = 0,6833
q2= 0,2976 K4 = 1,266 B = 0,6012 τ4 = 9,1431
q3= 0,0361 C = 0,4244
Quinto teste
q1= 0,5296 A = 0,6369
q2= 0,4538 K5 = 0,7454 B = 0,6030 τ5 = 9,1045
q3= 0,0852 C = 0,4381
Sexto teste
q1= 0,9768 A = 0,6301
q2= 0,8446 K6 = 0,3926 B = 0,5990 τ6 = 9,0918
q3= 0,1883 C = 0,4444

TABELA II.7 – Resultados do sétimo ensaio.

Ensaio nº 7 x1 = 0,20 x2 = 0,40 x3 = 4


Primeiro teste
q1= 0,9937 A = 0,8910
q2= 0,4305 K1 = 0,8692 B = 0,4994 τ1 = 8,3675
q3= 0,3120 C = 0,4170
Segundo teste
q1= 0,6656 A = 0,7158
q2= 0,5757 K2 = 0,9686 B = 0,6461 τ2 = 8,4173
q3= 0,1660 C = 0,3286
Terceiro teste
q1= 0,6859 A = 0,6144
q2= 0,6590 K3 = 0,7552 B = 0,5981 τ3 = 8,1519
q3= 0,3482 C = 0,4104
Quarto teste
q1= 0,4862 A = 0,6072
q2= 0,4738 K4 = 1,0470 B = 0,5969 τ4 = 8,1440
q3= 0,2556 C = 0,4141
Quinto teste
q1= 0,9033 A = 0,8330
q2= 0,6912 K5 = 0,8760 B = 0,6844 τ5 = 8,8168
q3= 0,0731 C = 0,2512
Sexto teste
q1= 0,8936 A = 0,8081
q2= 0,4028 K6 = 0,8507 B = 0,4741 τ6 = 8,2189
q3= 0,3965 C = 0,4698

181
TABELA II.8 – Resultados do oitavo ensaio.

Ensaio nº 8 x1 = 0,40 x2 = 0,40 x3 = 4


Primeiro teste
q1= 0,9732 A = 0,7930
q2= 0,7543 K1 = 0,6731 B = 0,7046 τ1 = 10,8464
q3= 0,3080 C = 0,5244
Segundo teste
q1= 0,7241 A = 0,7559
q2= 0,5128 K2 = 0,8191 B = 0,6520 τ2 = 10,7377
q3= 0,3853 C = 0,5894
Terceiro teste
q1= 0,8368 A = 0,7690
q2= 0,6641 K3 = 0,7349 B = 0,6928 τ3 = 10,7995
q3= 0,3370 C = 0,5442
Quarto teste
q1= 0,8227 A = 0,8709
q2= 0,5138 K4 = 0,9539 B = 0,6941 τ4 = 10,9221
q3= 0,1904 C = 0,5090
Quinto teste
q1= 0,8199 A = 0,7470
q2= 0,6380 K5 = 0,7054 B = 0,6700 τ5 = 10,7483
q3= 0,4118 C = 0,5743
Sexto teste
q1= 0,9322 A = 0,7770
q2= 0,7403 K6 = 0,6741 B = 0,6994 τ6 = 10,8191
q3= 0,3336 C = 0,5349

TABELA II.9 – Resultados do nono ensaio.

Ensaio nº 9 x1 = 0,18 x2 = 0,35 x3 = 2,5


Primeiro teste
q1= 0,9938 A = 0,8285
q2= 0,3930 K1 = 0,7962 B = 0,4356 τ1 = 7,0358
q3= 0,2867 C = 0,3660
Segundo teste
q1= 0,8374 A = 0,6421
q2= 0,7803 K2 = 0,6739 B = 0,6105 τ2 = 6,9097
q3= 0,2191 C = 0,2998
Terceiro teste
q1= 0,9469 A = 0,7937
q2= 0,3886 K3 = 0,7909 B = 0,4310 τ3 = 6,9269
q3= 0,3268 C = 0,3908
Quarto teste
q1= 0,9914 A = 0,5785
q2= 0,9331 K4 = 0,4911 B = 0,5549 τ4 = 6,6338
q3= 0,5303 C = 0,3924
Quinto teste
q1= 0,7955 A = 0,6315
q2= 0,5275 K5 = 0,6932 B = 0,4789 τ5 = 6,6115
q3= 0,4549 C = 0,4375
Sexto teste
q1= 0,8323 A = 0,6596
q2= 0,6821 K6 = 0,7037 B = 0,5728 τ6 = 6,8249
q3= 0,2572 C = 0,3272

182
TABELA II.10 – Resultados do décimo ensaio.

Ensaio nº 10 x1 = 0,42 x2 = 0,35 x3 = 2,5


Primeiro teste
q1= 0,8822 A = 0,8962
q2= 0,3706 K1 = 0,9301 B = 0,6209 τ1 = 10,1794
q3= 0,1425 C = 0,4982
Segundo teste
q1= 0,1637 A = 0,7143
q2= 0,1097 K2 = 3,0915 B = 0,6177 τ2 = 9,8554
q3= 0,1040 C = 0,6075
Terceiro teste
q1= 0,8730 A = 0,6753
q2= 0,7690 K3 = 0,5026 B = 0,6451 τ3 = 9,8392
q3= 0,6235 C = 0,6028
Quarto teste
q1= 0,1976 A = 0,7636
q2= 0,1418 K4 = 2,9930 B = 0,6670 τ4 = 9,9577
q3= 0,0623 C = 0,5294
Quinto teste
q1= 0,8641 A = 0,7264
q2= 0,7034 K5 = 0,6100 B = 0,6697 τ5 = 9,9082
q3= 0,3595 C = 0,5484
Sexto teste
q1= 0,9769 A = 0,7645
q2= 0,5991 K6 = 0,6070 B = 0,6319 τ6 = 9,9159
q3= 0,4048 C = 0,5640

TABELA II.11 – Resultados do décimo primeiro ensaio.

Ensaio nº 11 x1 = 0,30 x2 = 0,29 x3 = 2,5


Primeiro teste
q1= 0,5583 A = 0,5385
q2= 0,5489 K1 = 0,6102 B = 0,5345 τ1 = 6,9034
q3= 0,3156 C = 0,4348
Segundo teste
q1= 0,7877 A = 0,7424
q2= 0,3522 K2 = 0,8023 B = 0,4978 τ2 = 7,2014
q3= 0,0935 C = 0,3525
Terceiro teste
q1= 0,7579 A = 0,5652
q2= 0,7555 K3 = 0,4999 B = 0,5644 τ3 = 6,9782
q3= 0,2550 C = 0,3892
Quarto teste
q1= 0,5759 A = 0,5441
q2= 0,5080 K4 = 0,6055 B = 0,5153 τ4 = 6,8876
q3= 0,3554 C = 0,4506
Quinto teste
q1= 0,6895 A = 0,5559
q2= 0,6303 K5 = 0,5302 B = 0,5339 τ5 = 6,9161
q3= 0,3371 C = 0,4251
Sexto teste
q1= 0,7351 A = 0,5451
q2= 0,5634 K6 = 0,4763 B = 0,4878 τ6 = 6,8757
q3= 0,5323 C = 0,4775

183
TABELA II.12 – Resultados do décimo segundo ensaio.

Ensaio nº 12 x1 = 0,30 x2 = 0,41 x3 = 2,5


Primeiro teste
q1= 0,8832 A = 0,6830
q2= 0,7803 K1 = 0,6195 B = 0,6384 τ1 = 9,3251
q3= 0,7068 C = 0,6065
Segundo teste
q1= 0,3613 A = 0,8884
q2= 0,1796 K2 = 2,3267 B = 0,5925 τ2 = 9,6107
q3= 0,1428 C = 0,5326
Terceiro teste
q1= 0,5143 A = 0,7633
q2= 0,4534 K3 = 1,2869 B = 0,7084 τ3 = 9,5284
q3= 0,2105 C = 0,4896
Quarto teste
q1= 0,9815 A = 0,7603
q2= 0,7649 K4 = 0,6699 B = 0,6587 τ4 = 9,4239
q3= 0,5144 C = 0,5412
Quinto teste
q1= 0,6316 A = 0,8106
q2= 0,5780 K5 = 1,1549 B = 0,7673 τ5 = 9,8477
q3= 0,1277 C = 0,4032
Sexto teste
q1= 0,4554 A = 0,7384
q2= 0,4184 K6 = 1,3753 B = 0,7028 τ6 = 9,4713
q3= 0,2179 C = 0,5098

TABELA II.13 – Resultados do décimo terceiro ensaio.

Ensaio nº 13 x1 = 0,30 x2 = 0,35 x3 = 0,67


Primeiro teste
q1= 0,9885 A = 0,9211
q2= 0,2972 K1 = 0,8976 B = 0,4867 τ1 = 8,5554
q3= 0,2916 C = 0,4832
Segundo teste
q1= 0,9860 A = 0,8816
q2= 0,5524 K2 = 0,8427 B = 0,6259 τ2 = 8,5671
q3= 0,1341 C = 0,3791
Terceiro teste
q1= 0,5291 A = 0,9774
q2= 0,2354 K3 = 1,8290 B = 0,6014 τ3 = 9,0817
q3= 0,0146 C = 0,3187
Quarto teste
q1= 0,5238 A = 0,6893
q2= 0,4920 K4 = 1,0617 B = 0,6656 τ4 = 7,9651
q3= 0,2826 C = 0,5100
Quinto teste
q1= 0,7978 A = 0,7770
q2= 0,6380 K5 = 0,8541 B = 0,6814 τ5 = 8,2570
q3= 0,1947 C = 0,4164
Sexto teste
q1= 0,7453 A = 0,9292
q2= 0,3645 K6 = 1,2060 B = 0,6077 τ6 = 8,7854
q3= 0,0653 C = 0,3551

184
TABELA II.14 – Resultados do décimo quarto ensaio.

Ensaio nº 14 x1 = 0,30 x2 = 0,35 x3 = 4,32


Primeiro teste
q1= 0,6938 A = 0,7138
q2= 0,4899 K1 = 0,8520 B = 0,5922 τ1 = 8,7237
q3= 0,1473 C = 0,3878
Segundo teste
q1= 0,8797 A = 0,5342
q2= 0,8162 K2 = 0,3803 B = 0,5173 τ2 = 8,5258
q3= 0,8000 C = 0,5130
Terceiro teste
q1= 0,5645 A = 0,7237
q2= 0,4219 K3 = 1,0723 B = 0,6167 τ3 = 8,8032
q3= 0,0807 C = 0,3606
Quarto teste
q1= 0,2042 A = 0,6445
q2= 0,1192 K4 = 2,4104 B = 0,5011 τ4 = 8,5557
q3= 0,1175 C = 0,4983
Quinto teste
q1= 0,7702 A = 0,5619
q2= 0,6958 K5 = 0,4857 B = 0,5366 τ5 = 8,5370
q3= 0,5470 C = 0,4860
Sexto teste
q1= 0,6005 A = 0,6994
q2= 0,4045 K6 = 0,9501 B = 0,5690 τ6 = 8,6595
q3= 0,1730 C = 0,4151

TABELA II.15 – Resultados do décimo quinto ensaio.

Ensaio nº 15 x1 = 0,30 x2 = 0,35 x3 = 2,50


Primeiro teste
q1= 0,3912 A = 0,9777
q2= 0,0938 K1 = 2,4747 B = 0,4625 τ1 = 8,8868
q3= 0,0869 C = 0,4505
Segundo teste
q1= 0,9083 A = 0,7337
q2= 0,5277 K2 = 0,6821 B = 0,5520 τ2 = 8,2728
q3= 0,4260 C = 0,5034
Terceiro teste
q1= 0,8713 A = 0,7594
q2= 0,6590 K3 = 0,7532 B = 0,6475 τ3 = 8,5002
q3= 0,1762 C = 0,3929
Quarto teste
q1= 0,2589 A = 0,6478
q2= 0,2023 K4 = 1,9189 B = 0,5717 τ4 = 8,1788
q3= 0,1740 C = 0,5337
Quinto teste
q1= 0,8098 A = 0,7356
q2= 0,7965 K5 = 0,7684 B = 0,7284 τ5 = 8,7541
q3= 0,0480 C = 0,3258
Sexto teste
q1= 0,9573 A = 0,7431
q2= 0,9292 K6 = 0,6613 B = 0,7301 τ6 = 8,7842
q3= 0,0426 C = 0,3197

185

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