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INTERVENÇÕES F

Sumário
Bloco 1: Introdução e pré-requisitos...............................................................................3

Psicoterapia.....................................................................................................................4

Bloco 2: Objetivos............................................................................................................5

Bloco 3: Método Fenomenológico e Suspensão do Juízo................................................5

O Método Fenomenológico.........................................................................................5

A Suspensão do Juízo (Epoché)....................................................................................6

Diferença entre a epoché, a suspensão do juízo e a redução fenomenológica na


Fenomenologia...................................................................................................................13

Campo de Experiência...........................................................................................14

Self.........................................................................................................................14

Auto atualização....................................................................................................14

Aceitação e Consideração..............................................................................................15

Aceitação:................................................................................................................15

Bloco 4: Gestalt-Terapia................................................................................................16

Bloco 5: Aconselhamento e Plantão psicológico...........................................................22

Bloco 6: Logoterapia......................................................................................................23

Neuroses Noogenicas................................................................................................24

Vazio Existencial........................................................................................................24

Bloco 7: Principais autores............................................................................................25

Carl Rogers....................................................................................................................25

Autenticidade, Consideração Positiva Incondicional e Empatia.................................25

Tabela 1: Carl Rogers......................................................................................25

Martin Heidegger..........................................................................................................26

Ser e Tempo" (Sein und Zeit).....................................................................................26

Autenticidade e Inautenticidade...............................................................................26

Temporalidade..........................................................................................................27
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Linguagem.................................................................................................................27

Hermenêutica............................................................................................................27

A Questão do Sentido do Ser.....................................................................................28

Crítica à metafísica tradicional...................................................................................28

Tabela 2: Martin Heidegger............................................................................28

Edmund Husserl.............................................................................................................28

Fenomenologia como Método:.................................................................................28

Epoché e Redução Fenomenológica:.........................................................................29

Intencionalidade:.......................................................................................................29

Noema e Noese:........................................................................................................29

Axiomas da Fenomenologia:......................................................................................29

Tabela 3: Edmund Husserl.............................................................................29

Maurice Merleau-Ponty:..................................................................................30

Tabela 4: Maurice Merleau-Ponty..................................................................31


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FENOMENOLOGIA

Bloco 1: Introdução e pré-requisitos

A fenomenologia é uma corrente filosófica e metodológica que busca


compreender a experiência humana diretamente, sem pré-conceitos ou
pressuposições. Antes de mergulharmos nos subtópicos da fenomenologia, é
importante ter uma base sólida. Aqui estão os pré-requisitos para compreender
a fenomenologia:

1. Filosofia Existencial: Familiaridade com os conceitos básicos da filosofia


existencial, como liberdade, angústia, autenticidade e responsabilidade.
2. Método Fenomenológico: Compreensão dos princípios do método
fenomenológico, que envolve a suspensão do juízo e a descrição detalhada da
experiência vivida.
3. Filósofos Fundamentais: Conhecimento das contribuições de filósofos-chave da
fenomenologia, como Edmund Husserl e Martin Heidegger.
4. Experiência Reflexiva: A fenomenologia se baseia na análise aprofundada da
experiência subjetiva. Portanto, a capacidade de refletir sobre suas próprias
experiências e pensamentos é crucial.
5. Linguagem e Comunicação: A fenomenologia muitas vezes aborda a relação
entre a linguagem, a comunicação e a experiência. Portanto, uma
compreensão básica da linguagem e sua capacidade de representar a
experiência é importante.
6. Contexto Histórico: Ter conhecimento do contexto histórico em que a
fenomenologia surgiu e se desenvolveu, especialmente no final do século XIX e
início do século XX na Europa, é útil para entender as motivações por trás
dessa abordagem.

Daseinsanálise

A Daseinsanálise é uma abordagem em psicologia existencial que se concentra


na compreensão da existência humana. Ela foi desenvolvida por Ludwig
Binswanger e Medard Boss. Essa abordagem considera que a nossa
existência, ou "Dasein," é fundamental para a compreensão da psicologia.
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Em termos simples, a Daseinsanálise nos ajuda a explorar como a nossa


própria existência molda nossa perspectiva, pensamentos e experiências.

 Dasein: Isso se refere à nossa existência individual e única, a maneira como


experimentamos o mundo.
 Análise: Significa investigar, examinar, compreender profundamente. A
Daseinsanálise envolve explorar a existência de uma pessoa de maneira
profunda e individualizada.
 Existencialismo: A Daseinsanálise tem raízes no existencialismo, que enfatiza
a importância da liberdade, responsabilidade e escolha na vida humana.
 Conceitualização individualizada: Em vez de aplicar teorias gerais a todos, a
Daseinsanálise considera a singularidade de cada pessoa.
 Para esta perspectiva, o ser humano não é como um sistema fechado e
explicável como são os entes simplesmente dados, por exemplo, mas um
conceito de abertura na compreensão de ser que se dá em sua temporalidade
 Sua existência se situa na abertura do que ainda não é, ou seja, na
POSSIBILIDADE DE SER
 O ser humano se constrói continuamente
 A angústia, para a Deseinsanálise, reside na possibilidade de não mais
PODER SER

Psicoterapia
 O terapeuta deve ter uma atitude de aceitação
 Deve demonstrar uma relação de abertura para o paciente
 Descrição e investigação do comportamento observável
 Baseia-se no conteúdo aparente, fugindo de teorizações
 Compreender o problema por meio das descrições de experiência feitas
pelo paciente
 Acolhimento e comprometimento
 Objetivo: o paciente deve escutar a própria angústia

Bloco 2: Objetivos

Os principais objetivos da Fenomenologia incluem:


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 Descrever a experiência tal como ela se apresenta à consciência, em sua


essência.
 Elucidar as estruturas fundamentais da vida consciente e dos atos intencionais.
 Capturar o sentido vivido dos fenômenos, pré-reflexivamente.
 Desvendar as relações entre o sujeito que experiencia e o objeto
experienciado.
 Compreender os significados vividos existencialmente pelo ser humano.

A fenomenologia busca revelar os significados essenciais ocultos sob as


construções teóricas e culturais. Seu foco está na experiência pura pré-
teorética.

Edmund Husserl, um dos principais expoentes da fenomenologia, propôs o


método fenomenológico, que envolve a suspensão do juízo (epoché) e a
descrição detalhada das experiências vividas. Através desse método, busca-
se chegar a uma compreensão mais profunda da essência das coisas e das
experiências, eliminando as camadas de interpretações prévias.

Em suma, a fenomenologia nos convida a explorar a experiência humana de


maneira direta, livre de preconceitos, e a mergulhar nas nuances das vivências
para alcançar uma compreensão mais profunda da realidade.

Bloco 3: Método Fenomenológico e Suspensão do Juízo

A fenomenologia propõe um método específico para o estudo dos fenômenos,


que envolve a suspensão temporária de juízos e pressuposições sobre a
realidade. Isso é chamado de epoché ou redução fenomenológica.

O Método Fenomenológico

O método fenomenológico consiste em:

 Descrever com precisão a experiência tal como ela se apresenta à consciência,


do ponto de vista da primeira pessoa.
 Examinar os objetos intencionais exatamente como eles são dados à
consciência, em sua doação originária.
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 Capturar as estruturas essenciais ou invariantes das vivências, para além de


suas particularidades.
 Colocar entre parênteses todas as teorias, crenças e julgamentos sobre a
realidade dos objetos.
 Importante: toda consciência é consciência de algo

A Suspensão do Juízo (Epoché)

A Epoché ou "colocação entre parênteses" envolve suspender


temporariamente:

 As crenças na existência objetiva do mundo natural.


 As teorias científicas sobre a realidade dos objetos.
 As suposições culturais, sociais e linguísticas.
 Os julgamentos e interpretações pessoais sobre os fenômenos.

O objetivo é isolar o fenômeno em sua essência, tal como dado à consciência,


para uma descrição rigorosa livre de vieses.
A epoché não nega permanentemente esses juízos, apenas os coloca entre
parênteses temporariamente para o estudo fenomenológico.

Redução Fenomenológica:

Uma etapa importante do método fenomenológico é a redução


fenomenológica, também conhecida como epoquê fenomenológica. Essa
redução envolve uma atitude de "colocar entre parênteses" todas as
pressuposições, teorias e conhecimentos prévios sobre o objeto de estudo.
Dessa forma, o pesquisador se concentra unicamente na descrição da
experiência em si, sem ser influenciado por interpretações preexistentes.

É como uma pausa profunda na nossa mente. Imagine que a nossa mente é
uma câmera sempre focada em algo, mas a Epoché, envolve ajustar a lente
para o foco zero, onde tudo fica embaçado. Essa "lente desfocada" nos permite
ver as experiências de uma forma pura, sem os filtros dos nossos preconceitos
ou crenças.
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Intencionalidade:

Outro conceito crucial na fenomenologia é a intencionalidade. Isso significa


que toda consciência é sempre uma consciência de algo. Em outras palavras,
estamos sempre direcionando nossa atenção para um objeto, uma ideia ou
uma experiência específica. A fenomenologia explora como essa relação entre
sujeito e objeto se desdobra e como a consciência cria significado.

Contribuições para a Psicologia:

Na área da Psicologia, a fenomenologia desempenhou um papel importante no


desenvolvimento de abordagens terapêuticas, como a Terapia Existencial. Ela
enfatiza a importância de compreender a experiência subjetiva do indivíduo,
seus conflitos internos e seu processo de busca por sentido e autenticidade.

Descrição Fenomenológica

A descrição fenomenológica é uma abordagem sistemática e minuciosa


usada na fenomenologia para analisar e capturar a essência das experiências
humanas. Essa abordagem envolve uma observação atenta e detalhada dos
fenômenos tal como eles são vivenciados, sem a influência de interpretações
preconcebidas ou teorias externas.

A descrição fenomenológica busca responder questões como:

 Como a experiência é vivida?


 Quais são os elementos constituintes da experiência?
 Quais são os sentimentos, pensamentos, sensações e percepções envolvidos?

Para realizar uma descrição fenomenológica, é necessário um olhar focado e


sensível às nuances da experiência. A pessoa que conduz a descrição deve
ser capaz de se distanciar de qualquer julgamento pessoal ou expectativas e,
em vez disso, concentrar-se apenas nos dados puros da experiência.

Entrevistas Fenomenológicas

As entrevistas fenomenológicas são uma abordagem qualitativa que visa


investigar a experiência subjetiva das pessoas em relação a um determinado
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fenômeno. Elas são projetadas para capturar as vivências, percepções e


significados que os participantes atribuem a uma experiência específica. Essas
entrevistas são conduzidas de maneira aberta e exploratória, permitindo que os
participantes expressem livremente suas experiências.

Princípios Fundamentais das Entrevistas Fenomenológicas:

1. Descrição Detalhada: Os entrevistados são convidados a descrever


minuciosamente suas experiências, incluindo as sensações, pensamentos,
emoções e percepções envolvidas.
2. Suspensão de Juízo: Assim como no método fenomenológico, os
entrevistados são encorajados a suspender qualquer interpretação prévia ou
julgamento e se concentrar na experiência tal como ela é vivida.
3. Exploração Aberta: O entrevistador faz perguntas abertas, permitindo que os
participantes expressem suas experiências de maneira livre e não restrita.

Processo das Entrevistas Fenomenológicas:

1. Seleção dos Participantes: Os participantes são selecionados com base na


relevância de suas experiências em relação ao fenômeno de estudo.
2. Condução das Entrevistas: Durante as entrevistas, os participantes são
convidados a relatar uma experiência específica relacionada ao fenômeno. O
entrevistador faz perguntas para estimular a descrição detalhada.
3. Análise dos Dados: Após as entrevistas, os dados são analisados para
identificar padrões, significados e essências compartilhados pelas experiências
dos participantes.
4. Descrição Fenomenológica: Com base na análise, uma descrição
fenomenológica é desenvolvida, capturando a essência das experiências dos
participantes.

Variações Temáticas

As variações temáticas são uma técnica usada para analisar os dados


coletados por meio de entrevistas fenomenológicas. Essa técnica envolve
identificar e agrupar os diferentes temas, padrões e aspectos compartilhados
das experiências relatadas pelos participantes. É uma etapa crucial na análise
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dos dados qualitativos, permitindo a compreensão mais profunda das nuances


e complexidades das vivências humanas.

Passos para Identificar Variações Temáticas:

1. Transcrição das Entrevistas: As entrevistas são transcritas de forma


detalhada, para que cada palavra e expressão sejam registradas.
2. Leitura Cuidadosa: O pesquisador realiza uma leitura cuidadosa e imersiva
das transcrições, buscando identificar unidades de significado relevantes.
3. Codificação: O pesquisador identifica e codifica trechos das transcrições que
compartilham semelhanças em termos de conteúdo ou significado.
4. Agrupamento de Códigos: Os códigos são agrupados em categorias ou
temas comuns, destacando as variações temáticas encontradas nas
experiências dos participantes.
5. Descrição Fenomenológica: Com base nas categorias e temas identificados,
o pesquisador cria uma descrição fenomenológica mais abrangente que capte
a essência das experiências compartilhadas.

Empatia

Empatia é a capacidade de compreender e se identificar emocionalmente com


as experiências, pensamentos e sentimentos de outra pessoa. Na
fenomenologia, a empatia desempenha um papel significativo ao explorar as
vivências e percepções dos outros, permitindo uma compreensão mais
profunda das experiências humanas.

Empatia na Pesquisa Fenomenológica:

1. Entrevistas Empáticas: Ao conduzir entrevistas fenomenológicas, os


pesquisadores praticam a empatia ao se colocarem no lugar dos participantes,
tentando compreender suas experiências a partir de sua perspectiva única.
2. Desvelamento da Experiência: A empatia ajuda a "desvelar" as camadas
internas das experiências dos participantes. O pesquisador busca ir além das
respostas superficiais, buscando compreender os sentimentos subjacentes, as
motivações e os significados pessoais.
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3. Validação e Autenticidade: A empatia permite que os participantes se sintam


validados e ouvidos, promovendo um ambiente de confiança onde podem
compartilhar abertamente suas experiências.
4. Ampliação da Compreensão: Ao adotar uma postura empática, os
pesquisadores podem capturar nuances e detalhes que podem ter passado
despercebidos. Isso enriquece a compreensão da experiência humana.

Imaginação Eidética

A imaginação eidética refere-se à capacidade de visualizar e descrever


detalhadamente uma imagem mental de um objeto ou cena, mesmo na
ausência da presença física desse objeto. Essa técnica é frequentemente
usada na fenomenologia para aprofundar a compreensão das experiências
vividas.

Uso da Imaginação Eidética na Fenomenologia:

1. Exploração Detalhada: Os participantes são convidados a descrever


vividamente uma imagem mental de um objeto, pessoa ou evento específico,
como se estivessem realmente vendo-o diante deles.
2. Acesso às Experiências: A imaginação eidética permite que os participantes
acessem experiências passadas ou situações imaginárias, permitindo uma
análise mais profunda de sentimentos, percepções e significados.
3. Variação e Similaridades: Comparando várias imagens eidéticas de
diferentes participantes, os pesquisadores podem identificar variações e
similaridades nas formas como as experiências são vividas.

Intencionalidade

Intencionalidade é um conceito central na fenomenologia que se refere à


relação intrínseca entre a consciência e o mundo. Essa relação é a base
fundamental da experiência humana, indicando que a consciência sempre se
dirige para algo, seja um objeto, uma ideia, uma emoção ou uma percepção.
Em outras palavras, toda consciência é consciência de algo.

Aspectos da Intencionalidade:
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 Direção da Consciência: A intencionalidade sugere que a consciência não é


um mero recipiente passivo, mas ativamente se volta para os objetos ou
fenômenos. Por exemplo, quando vemos uma flor, nossa consciência se
direciona para a flor em si.
 Objetividade e Subjetividade: A intencionalidade destaca a interconexão
entre o sujeito (consciência) e o objeto (aquilo para o qual a consciência se
direciona). Isso desafia a dicotomia tradicional entre objetividade e
subjetividade.
 Criação de Significado: A intencionalidade é a base pela qual atribuímos
significado e compreendemos o mundo. Ela influencia como interpretamos e
interagimos com as experiências.

Aplicação na Fenomenologia:

Na pesquisa fenomenológica, a intencionalidade é crucial para a análise das


experiências. Os pesquisadores exploram como os sujeitos direcionam sua
consciência para os fenômenos, quais significados eles atribuem e como isso
influencia a maneira como eles vivenciam o mundo.

Redução Fenomenológica

A redução fenomenológica envolve uma atitude de suspensão temporária de


nossos preconceitos, crenças e interpretações sobre um objeto ou fenômeno.
Esse processo nos permite direcionar nossa atenção à experiência em si,
desconsiderando as camadas de interpretações que normalmente
acompanham nossas percepções.
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Passos na Redução Fenomenológica:

1. Identificação de Preconceitos: Reconhecemos e identificamos nossas


suposições e preconceitos em relação ao objeto de estudo. Isso inclui ideias
preexistentes, julgamentos e teorias.
2. Suspensão do Juízo: Ativamente colocamos esses preconceitos "entre
parênteses" e suspendemos qualquer juízo ou interpretação sobre o objeto.
Isso nos permite olhar para a experiência de forma neutra.
3. Descrição Detalhada: Com os preconceitos suspensos, direcionamos nossa
atenção à descrição detalhada da experiência. Descrevemos minuciosamente
como a experiência se apresenta à consciência, incluindo sensações,
pensamentos e emoções.
4. Busca pela Essência: Ao descrever a experiência de forma direta, buscamos
identificar os aspectos fundamentais ou a essência do fenômeno. Isso envolve
capturar o que é essencial e universal na experiência, independente de
interpretações pessoais.

Aplicação na Pesquisa Fenomenológica:

A redução fenomenológica é uma ferramenta poderosa na pesquisa, permitindo


que os pesquisadores se aproximem das experiências dos participantes com
uma mente aberta e receptiva. Ela ajuda a evitar a imposição de pressupostos
externos e permite que as vivências se revelem em sua autenticidade.

Vivência ou Experiência

A vivência refere-se a um evento ou ocorrência vivido por um indivíduo,


incluindo todas as suas dimensões sensoriais, emocionais, cognitivas e
interpessoais. Na fenomenologia, o objetivo é explorar e descrever as vivências
de forma detalhada, capturando os elementos únicos e as nuances que
compõem uma determinada experiência.
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Aspectos das Vivências:

 Subjetividade: As vivências são intrinsecamente subjetivas, refletindo a


perspectiva e os sentimentos do indivíduo que as vive.
 Complexidade: Cada vivência é rica em detalhes e complexidade, incluindo
sensações físicas, pensamentos, emoções e interações sociais.
 Temporalidade: As vivências ocorrem em um contexto temporal, influenciadas
pelo passado, presente e expectativas futuras.

Aplicação na Pesquisa Fenomenológica :

Na pesquisa fenomenológica, o foco está em descrever e analisar as vivências


dos participantes de forma aprofundada e imersiva. Isso ajuda a revelar os
significados subjacentes, as motivações e as percepções individuais que
contribuem para a experiência humana.

Diferença entre a epoché, a suspensão do juízo e a redução


fenomenológica na Fenomenologia

Epoché (Suspensão Fenomenológica): A epoché envolve temporariamente


deixar de lado nossos preconceitos e crenças sobre algo para explorar a
experiência de forma imparcial. É como colocar entre parênteses nossas
interpretações e ver a experiência "como se fosse a primeira vez", ajudando a
perceber os aspectos fundamentais da vivência.

Suspensão do Juízo: É uma parte da epoché. Envolve colocar em suspenso


nossos julgamentos pessoais, opiniões e interpretações ao investigar uma
experiência. Isso permite abordar a experiência de forma mais neutra e direta, sem
ser influenciado por nossa visão prévia.

Redução Fenomenológica: A redução fenomenológica é uma técnica que inclui a


epoché e a suspensão do juízo. Ela nos leva a descrever uma experiência
detalhadamente, focando nas sensações, emoções e pensamentos, ignorando
nossas ideias preconcebidas. Isso ajuda a alcançar uma compreensão mais
profunda e essencial da experiência.
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Em resumo, a epoché é a suspensão de preconceitos e crenças, a suspensão do


juízo é deixar de lado nossas interpretações e a redução fenomenológica é a
prática de descrever uma experiência de forma direta e imparcial. Todas essas
técnicas ajudam a explorar as experiências humanas de maneira mais autêntica e
profunda na fenomenologia.

Campo de Experiência

 Refere-se ao conjunto de vivências, percepções, pensamentos e


sentimentos de cada indivíduo.
 Abrange todas as experiências, desde o cotidiano até os momentos
extraordinários.
 A fenomenologia explora sistematicamente essas experiências, sem
interpretações ou teorizações.
 Envolve investigar os fenômenos da consciência como se apresentam,
capturando os objetos intencionais na vivência do sujeito.
 A epoché, ou suspensão de juízos, é necessária para acessar o campo
de experiência com abertura
 Revela a riqueza e profundidade das experiências subjetivas.

Self

 O “self” é o ator principal da sua própria vida, sua consciência e


experiência única.
 Na fenomenologia, é uma parte fundamental da investigação.
 Busca entender como experienciamos a nós mesmos e nossa
consciência.
 O “self” não é estável, mas uma construção moldada por experiências e
interações.
 A fenomenologia explora questões sobre como experienciamos a nossa
identidade.
 O “self” é uma construção em constante mudança, influenciada por
experiências e percepções.
 O “self” é a consciência que experienciamos diretamente.

Auto atualização
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 A autoatualização é um conceito da psicologia que se refere à busca


contínua do crescimento e do desenvolvimento pessoal.
 Envolve a motivação intrínseca de uma pessoa para se tornar a melhor
versão de si mesma e alcançar seu potencial máximo
 A autoatualização está associada à autorrealização, à satisfação das
necessidades humanas mais elevadas e à busca de significado na vida.
 Inclui a busca de criatividade, autenticidade, aceitação de si mesmo e
experiências de pico, que são momentos de satisfação e realização
pessoal.
 A autoatualização é um processo contínuo de autodescoberta e
autodesenvolvimento, muitas vezes influenciado pelo ambiente e pelas
interações com os outros.
 Pessoas autoatualizadas buscam crescer, aprender, enfrentar desafios e
viver de maneira alinhada com seus valores e crenças pessoais

Aceitação e Consideração

Aceitação :

 Na fenomenologia, a “aceitação” é uma atitude de abraçar todas as


experiências sem julgamentos.
 Significa observar as experiências, mesmo as complexas, sem rotulá-las
como boas ou más.
 É como assistir a um filme, onde você observa as cenas sem torcer pelo
herói ou pelo vilão.

Consideração :

 A “consideração” é a etapa em que você observa as experiências com


profunda atenção.
 Envolve prestar cuidadosa atenção aos detalhes, emoções e sensações.
 O objetivo é compreender profundamente o que está acontecendo,
investigando cada cena do “filme” para entender a história completa.
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Bloco 4: Gestalt-Terapia

A Gestalt-Terapia é uma abordagem terapêutica criada por Fritz Perls, Laura


Perls e Paul Goodman na década de 1940. Seus princípios básicos são:

Foco no Presente
 Aqui e agora: Foco no presente ao invés de ficar preso ao passado. Ênfase
na experiência imediata do cliente.

Adaptabilidade Psicológica
 Ajustamento Criativo: Adaptação flexível e inventiva a novas situações. Evita
repetição de padrões fixos disfuncionais.

Autoconsciência
 Awareness: Ampliação da consciência e contato com a experiência no
momento presente, com aceitação.

Relação Terapêutica
 Ressonância: Capacidade de conexão profunda com a experiência subjetiva
do outro. Base para relação terapêutica.
 Contato: Encontro significativo e envolvimento mútuo com o outro. Com
presença integral.

Agência Pessoal
Auto e hetero suporte:
 Auto suporte - cuidar de si mesmo.
 Hetero suporte - pedir e receber apoio do outro.

Postura Terapêutica
 Estilos do terapeuta: Acolhedor e frustrador, para apoiar e expandir a
awareness.

Homeostase
 Tendência do organismo de buscar equilíbrio e evitar o desprazer. Os
desequilíbrios geram a neurose.
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Figura e Fundo
 A atenção focaliza a "figura" e ignora o "fundo". Na terapia, explorar o que
está em segundo plano.

Retroflexão
 Retroflexão: é como refletir a respeito da própria consciência. É como
observar as próprias emoções, sentimentos e pensamentos

Deflexão
 No aspecto limitador, impede o contato com a experiência
 Em seu aspecto relacional, é a capacidade de descartar informação para poder
focalizar em algo que é de nosso interesse ou que, por sua urgência, demanda
nossa atenção.
 Envolve desviar a atenção da experiência para analisar a estrutura e o
significado

Polaridades
 Dicotomias devem ser integradas (ex: amor e ódio).

Ciclo de Contato
 Processo de estabelecer contato, entrar em contato e finalizar o contato com
o ambiente.

Dialogicidade

 Ênfase no diálogo entre terapeuta e cliente.

Técnicas utilizadas:

 Experimentos: Para expandir a percepção do cliente sobre si e o mundo.


 Enactments: reviver situações emocionalmente carregadas.
 Staying with: Permanecer com a experiência difícil ao invés de fugir.
 Exageration: Exagerar comportamentos para expor o que está por trás.
 Awareness Continuum: Três níveis: sensação, sentimento e ação.
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Holismo

 Encarar o todo como sendo mais do que a soma das partes


 Abordar os fenômenos em sua totalidade

Projeção

 Significa atribuir ao meio elementos fantasiados pelo próprio indivíduo. Para


Perls, há aqui um deslocamento da responsabilidade do indivíduo para o meio.

Introjeção

 Significa internalizar, tomar para si, aspectos que estão no nosso entorno
 Incorporamos experiências e visões de outras pessoas, construindo nossa
compreensão do mundo de maneira mais rica e ampla.

Confluência

 Se cada pessoa é um rio, a confluência seria o ponto de encontro, onde as


correntes se entrelaçam, criando um momento de fusão temporária. É como se,
por um instante, compartilhássemos as águas uns dos outros.

Egotismo

 Capacidade de sustentar nossas ideias e identidades. No egotismo, a atenção


está predominantemente centrada na própria pessoa, com uma ênfase
considerável nas próprias necessidades, desejos e realizações, muitas vezes em
detrimento das interações com os outros.

Proflexão

 Uma combinação de projeção e retroflexão, consiste em fazer ao outro aquilo


que gostaríamos que o outro nos fizesse

Ressonância na Gestalt-Terapia

 A ressonância é um conceito importante na Gestalt-Terapia. Refere-se à


capacidade do terapeuta de se sintonizar empaticamente com o cliente.
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 O terapeuta busca compartilhar o estado emocional do cliente sem se


identificar ou se fundir com ele.
 Através da ressonância, o terapeuta demonstra compreensão e suporte, ao
mesmo tempo que mantém seus próprios limites.
 Na terapia, é quando o terapeuta se sintoniza de forma sensível com o cliente,
criando uma conexão emocional profunda. É como se a energia e as emoções
do cliente encontrassem um eco acolhedor no terapeuta.

Ajustamento Criativo

 O ajustamento criativo é a capacidade de lidar de forma flexível e adaptativa


com as situações da vida.
 Envolve avaliar realisticamente as circunstâncias, agir de acordo com seus
valores e encontrar soluções originais quando necessário.
 Na Gestalt-Terapia, busca-se desenvolver o ajustamento criativo para lidar de
forma saudável com os desafios

Awareness

 O awareness ou autoconsciência é a capacidade de observar e tomar contato


com as próprias experiências internas.
 Inclui prestar atenção às sensações corporais, aos pensamentos, sentimentos
e comportamentos no momento presente.
 Desenvolver o awareness é crucial na Gestalt-Terapia para promover
autoconhecimento e crescimento pessoal.

Auto-suporte e hétero-suporte

 O auto-suporte envolve a capacidade de acolher, compreender e cuidar de si


mesmo.
 O hétero-suporte se refere ao suporte que recebemos do ambiente,
especialmente na relação terapêutica.
 Na Gestalt-Terapia busca-se fortalecer tanto a capacidade de auto-suporte
quanto de receber o suporte do outro.
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Qual é a relação entre Awareness e Auto-Suporte?

Há uma relação muito próxima entre awareness e auto-suporte na Gestalt-


Terapia:

 O desenvolvimento do awareness, ou seja, da capacidade de observar e tomar


consciência das próprias experiências internas, é essencial para o auto-
suporte.
 Quando desenvolvemos o awareness, passamos a nos compreender melhor,
reconhecendo nossas necessidades, limites e recursos internos.
 Isso nos permite cultivar autocompaixão, autorregulação emocional e o cuidado
conosco mesmos nos momentos difíceis.
 Ou seja, o awareness leva a um maior auto suporte, pois passamos a nos
acolher e validar nossas próprias experiências.
 Por outro lado, quando já possuímos uma boa capacidade de auto-suporte,
isso facilita o cultivo do awareness.
 Quando somos capazes de nos acalmar e nos apoiar em momentos de
estresse, fica mais fácil observar nossos processos internos com claridade.
 Assim, o awareness e o auto-suporte se retroalimentam: quanto mais
awareness, maior o auto-suporte, e quanto maior o auto-suporte, mais fácil se
torna desenvolver o awareness. São habilidades intimamente relacionadas na
prática da Gestalt-Terapia.

Resposta Reflexa

No processo terapêutico, a resposta reflexa é uma ferramenta fundamental.


Quando o terapeuta reflete o que o cliente está expressando, ele cria um
ambiente seguro e acolhedor. Isso permite ao cliente se aprofundar em suas
próprias emoções e pensamentos, pois sente que está sendo compreendido. A
resposta reflexa não é uma simples repetição; é uma forma de comunicação
que envolve capturar o significado subjacente do que o cliente está dizendo.

 Reflexo Simples: É a prática do terapeuta de refletir as palavras ou


sentimentos expressos pelo cliente, reafirmando o que foi dito. Isso
demonstra compreensão e empatia, validando os sentimentos do cliente.
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 Reflexo de Sentimentos: Vai além do simples repetir as palavras do cliente e


expressa empatia em relação aos sentimentos do cliente. O terapeuta
reconhece e valida os sentimentos do cliente de maneira mais profunda.
 Reflexo de Elucidação: Envolve o terapeuta fazendo perguntas para
explorar mais a fundo o que o cliente está expressando. Isso ajuda o cliente a
aprofundar sua compreensão de seus próprios pensamentos e sentimentos
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Bloco 5: Aconselhamento e Plantão psicológico

 Imagine que você tem um jardim mental, e às vezes ele fica cheio de ervas
daninhas emocionais.

 Aconselhamento e plantão psicológico são como ter jardineiros emocionais


para ajudar a cuidar desse jardim.

 Eles usam conversas e estratégias para remover as ervas daninhas


emocionais e cultivar flores de bem-estar.

 Aconselhamento e plantão psicológico são serviços de apoio emocional.

 Profissionais treinados ajudam a lidar com emoções e desafios.

 Eles usam conversas e estratégias para promover o bem-estar emocional.

 Profissionais treinados ouvem, apoiam e oferecem estratégias.

 Usado para lidar com questões emocionais e conflitos.

 Plantão psicológico é para situações de crise.

 Terapeutas mantêm a confidencialidade e criam um ambiente seguro.

 Diferentes abordagens terapêuticas são usadas, como terapia cognitivo-


comportamental.

 Aconselhamento e plantão psicológico são como terapeutas para cuidar de


suas emoções.

 Profissionais ouvem, apoiam e oferecem estratégias para se sentir melhor.

Aconselhamento:

 Exploração profunda de pensamentos e sentimentos.


 Semelhante a receber conselhos valiosos para superar desafios.
 Sessões regulares para abordar questões mais profundas.
 Proporciona um mapa para a jornada do autoconhecimento.

Plantão Psicológico:
 Suporte emocional imediato em situações urgentes.
 Semelhante a um kit de primeiros socorros emocionais disponível 24/7.
 Intervenção em crises para enfrentar situações de emergência.
23

 Oferece apoio por telefone, chat ou presencialmente.

Bloco 6: Logoterapia

A Logoterapia é uma abordagem de psicoterapia desenvolvida pelo psiquiatra


Viktor E. Frankl. Ela é toda sobre a busca do sentido na vida. Vamos desvendar
o conceito:

 Busca de Sentido: Na Logoterapia, a busca pelo significado é o centro das


atenções. Acredita-se que quando as pessoas encontram um propósito ou
significado em suas vidas, isso pode ajudá-las a superar o sofrimento e a
adversidade.

 Tripla Dimensão do Ser Humano: Frankl descreve o ser humano em três


dimensões: o corpo, a mente e o espírito. Ele enfatiza que a espiritualidade e a
conexão com valores pessoais desempenham um papel crucial em encontrar
significado.

 Vontade de Significado: A “vontade de significado” é uma ideia-chave. A


Logoterapia incentiva as pessoas a explorar suas crenças, valores e objetivos
pessoais como uma maneira de encontrar significado em suas vidas.
 Logo: O termo “Logos” refere-se à palavra grega que significa “sentido” ou
“significado”. A terapia ajuda as pessoas a descobrir seu “logo” ou significado na
vida, como encontrar um tesouro escondido.

 A Logoterapia é frequentemente usada para ajudar as pessoas a lidar com


questões emocionais e psicológicas, especialmente quando se trata de
encontrar um propósito ou sentido em momentos difíceis. É uma busca por
respostas dentro de si mesmo, como uma aventura em busca de um tesouro
interior que é o significado da vida.

 A “liberdade da vontade” é como ter o controle de um leme do barco, escolhendo


a direção que queremos seguir. Essa liberdade nos dá o poder de criar nossa
própria narrativa.

 A “vontade de sentido” é como a âncora que dá peso ao barco, mantendo-o


firme mesmo nas tempestades da vida. É a busca intrépida por significado que
nos impulsiona, nos mantendo centrados quando as águas estão agitadas.
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 E o “sentido da vida” é como a ilha distante que buscamos alcançar. Cada


jornada é única, e essa ilha representa a compreensão pessoal do propósito e
significado. Descobrimos nosso sentido ao explorar, aprender, amar e contribuir
para algo maior que nós mesmos.

 Liberdade da Vontade: Controla o leme, permitindo-nos escolher nossa direção


na vida.

 Vontade de Sentido: Funciona como uma âncora, dando peso à nossa busca por
significado.

 Sentido da Vida: A ilha distante, nossa compreensão única do propósito e


significado pessoal.

Neuroses Noogenicas

 As “neuroses noogênicas” são como sinais vermelhos que piscam quando há


uma lacuna de significado na vida de alguém. É como se a mente estivesse
sussurrando: “Ei, algo está faltando aqui”
 Essas neuroses surgem quando a busca por sentido é comprometida, levando a
ansiedade, desespero e um sentimento geral de desconexão. São Sinais de
alerta indicando uma lacuna de sentido na vida.

Vazio Existencial

 Sensação de falta fundamental, como se algo vital estivesse ausente.


 Comparação com olhar para o céu e desejar constelações que deem sentido à
jornada pessoal.
 Percepção do vazio como oportunidade para buscar significado.
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Bloco 7: Principais autores

Carl Rogers

Autenticidade, Consideração Positiva Incondicional e Empatia

 Imagine que você está em uma maratona constante, sempre correndo, sem
tempo para descanso.

 Autenticidade, consideração positiva incondicional e empatia são como formas


de encontrar equilíbrio nessa corrida.

 Autenticidade: Ser você mesmo e genuíno.

 Consideração Positiva Incondicional: Amar e respeitar as pessoas


independentemente de suas ações.

 Empatia: Compreender os sentimentos e perspectivas dos outros.

 Carl Rogers, psicólogo humanista, defendia esses conceitos.

 Autenticidade envolve ser genuíno e verdadeiro.

 Consideração positiva incondicional é amar e respeitar incondicionalmente.

 Empatia é entender os sentimentos dos outros.

 Esses elementos são essenciais para o crescimento emocional e relações


saudáveis.

 Autenticidade, consideração positiva incondicional e empatia são como


ferramentas para equilibrar a vida e cultivar relacionamentos saudáveis.

Tabela 1: Carl Rogers


Conceito Explicação

Terapia Centrada no Abordagem terapêutica que enfatiza a importância do relacionamento


Cliente terapeuta-cliente.

Autenticidade A importância de ser genuíno e transparente, tanto para o terapeuta


quanto para o cliente.

Aceitação Oferecer um ambiente de aceitação completa e não julgamento ao


Incondicional cliente.
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Conceito Explicação

Congruência A congruência é a harmonia entre o que o terapeuta sente, pensa e


expressa, promovendo a autenticidade.

Autoatualização O processo de crescimento pessoal e autorrealização que o cliente


pode alcançar com apoio terapêutico.

Autoconceito Positivo Desenvolver uma imagem positiva de si mesmo é um objetivo


importante na terapia.

Martin Heidegger

Ser e Tempo" (Sein und Zeit)

 As contribuições de Heidegger influenciaram profundamente a filosofia da


existência, uma abordagem que se concentra na experiência e na existência
individual.

 Ele explorou o conceito de "autenticidade", que envolve viver de maneira


genuína e consciente, em contraste com a inautenticidade.

 Heidegger introduziu o conceito de "ser-no-mundo", que se refere à nossa


existência inseparável do mundo que nos cerca.

 Sua filosofia destacou a importância da temporalidade, ou seja, a forma como


o tempo influencia nossa compreensão do ser.

 Ser-aí (Dasein): Refere-se a ideia de que você é o ator principal da sua própria
existência, atuando em um palco chamado mundo, onde cada momento da sua
vida é uma parte importante da história que você está criando. É como se você
estivesse protagonizando sua própria jornada pessoal, enfrentando desafios,
fazendo descobertas e vivendo suas experiências únicas no grande espetáculo
da vida.

Autenticidade e Inautenticidade

 Ele também investigou a natureza da linguagem e sua relação com a


compreensão do ser.
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 Sua obra é estudada em todo o mundo e influenciou várias áreas, incluindo a


filosofia, a psicologia e a teoria crítica.

 Uma de suas obras mais importantes, "Ser e Tempo," introduz o conceito


central da filosofia heideggeriana. Ele investiga a natureza do ser humano e a
forma como existimos no mundo.

 Heidegger argumenta que o ser humano é um "ser-no-mundo", inseparável do


ambiente em que vive. Ele explora como nossa relação com o mundo afeta
nossa compreensão do ser.

Temporalidade

 Heidegger destaca a importância da autenticidade, que envolve viver de


maneira genuína, assumindo responsabilidade por nossas escolhas e
compreendendo a própria existência.

 Em contraste, a inautenticidade é quando as pessoas se conformam com as


expectativas sociais, perdendo a verdadeira essência de quem são.

 A temporalidade desempenha um papel central na filosofia de Heidegger. Ele


argumenta que nossa compreensão do ser é moldada pelo tempo. Ele introduz
conceitos como o "passado," o "presente" e o "futuro" para explicar como
percebemos a existência.

Linguagem

Heidegger considera a linguagem como uma ferramenta fundamental para a


compreensão do ser. Ele argumenta que a linguagem não é apenas um meio de
comunicação, mas molda nossa percepção e compreensão do mundo.

Hermenêutica

Heidegger faz contribuições significativas para a hermenêutica, que é a


interpretação de textos e significados. Ele aplica a hermenêutica à filosofia,
destacando a importância da interpretação e compreensão na busca do sentido da
existência.
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A Questão do Sentido do Ser

Um dos principais questionamentos de Heidegger é a questão do sentido do ser.


Ele incentiva as pessoas a refletirem sobre o significado de suas vidas, a
existência e a relação com o mundo.

Crítica à metafísica tradicional

Heidegger criticou a metafísica tradicional, argumentando que ela muitas vezes


negligencia as questões fundamentais sobre a existência humana em favor de
preocupações abstratas. Ele busca uma abordagem mais concreta e direcionada
para a filosofia.

Tabela 2: Martin Heidegger

Conceito Explicação

Ser e Tempo Obra central que explora a existência humana e a relação do "ser-
no-mundo".

Autenticidade Viver de maneira genuína, assumindo responsabilidade por


escolhas e compreendendo a existência.
Temporalidade O tempo influencia nossa compreensão do ser.

Linguagem A linguagem molda nossa percepção e compreensão do mundo.

Hermenêutica A interpretação e compreensão são cruciais na busca do sentido


da existência. Interpretação de significados

Ser-aí (Dasein) O Dasein é um ser-para-a-morte, projeta-se para possibilidades


futuras e está continuamente em devir. Nunca é uma essência
fixa e acabada. A existência possui um contexto e um papel no
mundo

Edmund Husserl

Fenomenologia como Método:

Husserl é conhecido como o fundador da fenomenologia, um método filosófico


que se concentra na descrição precisa e na compreensão da experiência
consciente.
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Epoché e Redução Fenomenológica:

Ele introduziu a epoché, um processo de suspensão do julgamento, no qual o


filósofo deixa de lado suposições preconcebidas para observar a experiência
em seu estado mais puro.

A redução fenomenológica é o ato de despojar a experiência de todas as


suas interpretações e significados para revelar sua essência.

Intencionalidade:

Husserl enfatiza a intencionalidade, o princípio de que a consciência está


sempre direcionada a um objeto ou significado. A experiência consciente é
sempre sobre algo.

Noema e Noese:

Ele introduziu os conceitos de noema (o conteúdo da experiência) e noese (o


ato de consciência), destacando a dualidade fundamental na experiência.

Axiomas da Fenomenologia:

Husserl desenvolveu uma série de axiomas fundamentais da fenomenologia,


incluindo o princípio da evidência, o princípio da intencionalidade e o princípio
da descrição.

Tabela 3: Edmund Husserl

Conceito Explicação
Fenomenologia Método filosófico focado na descrição e compreensão da
experiência consciente.

Epoqué e Redução Suspensão do julgamento para observar a experiência


Fenomenológica em seu estado mais puro.

Intencionalidade A consciência está sempre direcionada a um objeto ou


significado.

Noema e Noese Distinção entre o conteúdo da experiência (noema) e o


ato de consciência (noese).

Axiomas da Fenomenologia Princípios como evidência, intencionalidade e descrição


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são fundamentais.

Maurice Merleau-Ponty:

Corpo e Percepção:

Merleau-Ponty concentra-se na relação entre o corpo e a percepção,


argumentando que nosso corpo desempenha um papel fundamental na
formação de nossa compreensão do mundo.

Fenomenologia da Percepção:

Sua obra mais conhecida, "Fenomenologia da Percepção," explora como a


percepção é moldada pela experiência corporal e como nossos sentidos são
fundamentais para a compreensão do mundo.

Habitação do Mundo:

Merleau-Ponty descreve a existência humana como habitante do mundo,


enfatizando que não apenas observamos o mundo, mas estamos imersos nele.

Embodiment e Corporeidade:

Ele introduz o conceito de encorporamento (embodiment), que desafia a


dualidade tradicional entre mente e corpo, sugerindo que nossa consciência é
incorporada e inseparável do corpo.

Percepção e Linguagem:

Merleau-Ponty explora como a percepção está ligada à linguagem,


argumentando que nossa compreensão do mundo é moldada tanto por nossos
sentidos quanto pela linguagem que usamos para descrevê-lo.

Crítica à Dualidade Cartesiana:

Ele critica a dualidade cartesiana entre mente e corpo, propondo uma visão
mais integrada da existência humana.
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Tanto Husserl quanto Merleau-Ponty fizeram contribuições significativas para a


fenomenologia, com Husserl estabelecendo os princípios fundamentais e
Merleau-Ponty explorando sua aplicação à percepção e ao corpo. Suas ideias
continuam a influenciar campos como a filosofia, a psicologia e a teoria crítica.

Tabela 4: Maurice Merleau-Ponty

Conceito Explicação

Corpo e Percepção A relação entre o corpo e a percepção, destacando a


importância do corpo na compreensão do mundo.

Fenomenologia da Explora como a percepção é moldada pela experiência


Percepção corporal.

Habitação do Mundo A existência humana como habitante do mundo, imersa no


ambiente.

Embodiment Desafia a dualidade mente-corpo, sugerindo que a


(Encorporamento) consciência é incorporada no corpo.

Percepção e Linguagem A percepção está ligada à linguagem, influenciando nossa


compreensão do mundo.

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