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Resumo
Isolamento excessivo, bullying, ameaças à construção da autoimagem, transgressões, cortes no
corpo, desejo de matar e de morrer, fragmentos do discurso que desvelam o uso de drogas,
experiências sexuais com pares do mesmo sexo. O objetivo deste artigo é compreender o que
a adolescência tem a dizer ao psicanalista. Um caminhar dirigido para a expansão da teoria e
dos dispositivos clínicos no campo da psicanálise.
1. Frase do personagem Holden Caulfield do romance O apanhador no campo de centeio de centeio, de J. D. Salinger.
2. Disponível em: <https://www.dicionarioetimologico.com.br/adolescente>.
Nas palavras de Freud (1905 [1996] p. [...] verdadeira anatomia mítica, que corres-
196), ponde menos à estrutura dos órgãos genitais
do que a uma espécie de geografia afetiva do
[...] também aqui há uma oportunidade para corpo da parturiente (Lévi-Strauss, 1975, p.
perturbações patológicas, caso essas reorde- 224).
nações não se realizem.
O objetivo é narrar e nomear as dores
Daniela Viola e Ângela Vorcaro (2018, p. físicas de uma maneira que essas mulhe-
1) explicam que a adolescência é uma res possam apreendê-las “pelo pensamento,
consciente ou inconsciente”. Essas dores, re-
[...] tarefa psíquica que precisa incluir, em vestidas em “monstros fantásticos e animais
uma mesma equação, a escolha do objeto se- ferozes”, capturam as causas e identificam os
xual e a separação da família, com o conse- pontos que resistem ao livramento dos males
quente encaminhamento do jovem em dire- “bem definidos” pela cultura dos povos tra-
ção à sociedade mais ampla. dicionais (Lévi-Strauss, 1975, p. 225).
Um longo percurso é cantado, recheado
No Seminário 10: a angústia, Lacan por obstáculos, invasões, torneios, descidas
([1962-1963] 2005) caracteriza essa pas- e subidas, entradas e saídas de situações obs-
sagem como uma reformulação periódica curas auxiliadas pela convocação de “abrido-
de conceitos, uma passagem de um siste- res de caminho”, por quedas e resgates, por
ma conceitual para outro, quando consi- personagens como os espíritos protetores,
dera haver um curto “momento de resis- os espíritos maléficos, as criaturas sobrena-
tência”. turais e os animais mágicos que fazem parte
Viola e Vorcaro (2018) identificam nos de um sistema coerente que corresponde à
fenômenos da adolescência moderna a cosmologia indígena. O xamã, com seu can-
ausência de um tipo de operação psíquica to constituído por sons, ritmos, entonações
compreendida pelo antropólogo Lévi-S- e torções, pela letra enraizada em suas tra-
trauss como “eficácia simbólica”. Eficácia dições, apropria-se de um corpo desde en-
simbólica é o termo para a transmissão de tão metaforizado como travessia. Um ritual
algo impossível de ser significado, uma sustentado pela voz que enuncia o nascimen-
referência aos ritos de passagem, justa- to ao pedir passagem para um novo sujeito,
mente o que garante o atravessamento do abarcando todo o percurso desde a prepara-
impasse adolescente nas sociedades tradi- ção até a sua consolidação.
cionais. Na adolescência, todo esse percurso se
As pesquisas etnográficas de Lévi-Strauss atualiza tendo como protagonistas não mais
compreendem como nas culturas indígenas as parturientes ou os xamãs, porta-vozes da
sul-americanas determinadas “representa- trama fantasmática transmitida pela tradi-
ções psicológicas” são invocadas, através do ção; são os próprios jovens das comunidades
canto dos xamãs, no intuito de curar certas tradicionais, aqueles que até esse momento
doenças (Lévi-Strauss, 1975). não desfrutavam de nenhum tipo de status
Segundo Lévi-Strauss (1975, p. 221), o social, os responsáveis por conquistar o aval
canto dos xamãs “[...] constitui uma manipu- de pertencimento a determinado grupo. É
lação psicológica do órgão doente” de onde quando os meninos se preparam para o con-
se espera uma cura. fronto, para os desafios predeterminados
Na descrição do tratamento ofertado nos pelos rituais, quando apenas suas ações irão
partos difíceis, por exemplo, o canto descre- lhes garantir um lugar social hierárquico de-
ve em detalhes uma finido pela divisão social do trabalho.
ber sobre o sexo que irrompe no sujeito, dito Não apenas a ausência do conflito, mas
de outro modo, do saber sobre o desejo do a ausência de reguladores simbólicos, de
Outro – um tempo de luto dos ideais fami- leis inscritas nos códigos do Direito Cons-
liares que nortearam os laços subjetivos na titucional em consonância com as transfor-
infância e constituíram toda uma trama fan- mações identitárias, efeito dos movimentos
tasmática que deixou de funcionar (Ferrão; feministas, raciais e LGBT+ nas últimas dé-
Poli, 2014). cadas. Sem adentrar nessa questão, visto não
A vivência do desamparo, o lado obscu- ser esse o objetivo desse artigo, ainda assim
ro de um campo aberto pelo impossível do questionamos: o que distingue, por exemplo,
desejo, é efeito de uma condição que som- a concepção moderna de pessoa humana da-
breia o espaço narrativo que tende a se abrir, quela advinda das culturas gregas, romana e
na medida em que o jovem se distancia da judaica antiga, do pensamento cristão primi-
família e se autoriza a transitar nos espaços tivo e escolástico?
públicos. Um movimento que vem sendo Segundo Marcus Vinicius Parente Re-
cerceado pelas expectativas dos adultos de bouças e Analice Franco Gomes Parente,3 a
nossa época fascinados pelas possibilidades crença dogmática na ideia de dignidade da
imaginárias atribuídas à adolescência como pessoa humana é uma ideia capital que co-
uma fase de prazer e liberdade. loca “o homem em primeiro plano” num
Valéria Sampaio Ferrão e Maria Cristina mundo “multifacetado de bruscas e fugazes
Poli (2014, p. 52) explicam que mudanças existenciais”, imerso em novos
paradigmas que caracterizam o “que se tem
[...] ser jovem virou slogan usado pela publici- denominado globalização”. Nesse contexto,
dade como ‘o melhor’, ‘o sucesso’, significantes encorajaria o debate a aprovação de leis que
que fixam o sujeito referenciado pelo ‘Eu Ide- garantam a sobrevivência e o convívio com
al’ em detrimento do ‘Ideal de Eu’ – conceitos a diferença identitária, ao circunscrever o
freudianos. campo de confronto dialético.
Na contramão de uma passagem que faz
Nesse contexto, fica comprometida a fun- nascer sujeitos de direitos e deveres, qua-
ção de guia do ‘Ideal de Eu’, intermediado se aos moldes da descrição de Lévi-Strauss
pela imagem que responde do lugar desti- (1975), que cartografa as coordenadas sim-
nado ao sujeito no desejo do Outro (Lacan, bólicas que inauguram o tempo da infância
([1953-1954] 2009). Na atualidade, há um (do infans) e o do adulto, abre-se “[...] uma
vazio do lado do adulto que desampara o brecha para os adolescentes serem coopta-
adolescente. dos por Estados totalitários ou Instituições,
Ao se perceberem num mundo que dita como a Igreja e o Exército”.
regras, em que não há/existe um “conflito ne- Alinhadas com Freud ([1921] 1996) na
cessário” entre suas inovações, seus sonhos e discussão trazida no texto Psicologia das
seus ideais que contrariam os referenciais ou massas e análise do Eu, Ferrão e Poli (2014, p.
os caminhos impostos por pais e professo- 52) revalidam o convite de Maria Rita Kehl
res, os jovens deixam de se posicionar como (2008) de pensar como “o esvaziamento da
autores de sua própria narrativa (Ferrão; experiência tira o sentido da vida”.
Poli, 2014, p. 52).
O efeito dessa ausência são relatos de ex-
periências não ouvidas nem reconhecidas
em sua magnitude, sejam transgressoras, 3. Para saber mais, consultar REBOUÇAS, M. V. P.;
PARENTE, A. F. G. A construção histórica do conceito de
sejam heroicas, atos que permanecem silen- pessoa humana. Disponível em: <http://www.publicadireito.
ciados. com.br/artigos/?cod=066d47ae0c1f736b>.
tais da psicanálise, Lacan ([1964] 2008, p. Segundo Lacan ([1964] 2008, p. 28), a de-
25-26) discursa sobre o título O inconscien- finição de que “o inconsciente é estruturado
te freudiano e o nosso. Inicia com o poema como uma linguagem” torna a psicanálise
curto de Aragon Contracanto, para retomar muito mais acessível ao campo da ciência do
o que foi dito ao longo do seu seminário do que na época de Freud. Um acesso pela via
ano anterior a respeito da função do -ϕ e de da linguística,
sua correspondência com as formas diversas
do objeto a. [...] cujo modelo é o jogo combinatório ope-
Ainda na introdução, sublinha que uma rando em sua espontaneidade, sozinho, de
das coordenadas indispensáveis para a apre- maneira pré-subjetiva – é essa estrutura que
ciação de seu ensino é que as pessoas dá seu estatuto ao inconsciente.
[...] não podem, onde estão, imaginar até que A linguística é o que garante que há sob
grau de desprezo, ou simplesmente de desco- o terreno do inconsciente “algo de qualificá-
nhecimento para seu próprio conhecimento, vel, de acessível, de objetivável”. Lacan cita O
podem chegar os praticantes [da psicanálise] pensamento selvagem7 (Lévi-Strauss, 1969)
(Lacan, [1964] 2008, p. 26). como fundamento para o inconsciente.
Lacan está se referindo à função da voz do Antes de qualquer experiência, antes de qual-
psicanalista, “um instrumento”, uma fala que quer dedução individual, antes mesmo que
também corresponde ao lugar do -j.6 se inscrevam as experiências coletivas que só
Lacan ([1964] 2008, p. 27) diz claramente são relacionáveis com as necessidades sociais,
que o inconsciente freudiano é “outra coisa”, algo organiza esse campo, nele inscrevendo as
o que ele chama de “recusa do conceito”. La- linhas de forças8 iniciais [...] Antes ainda que
can dedica todo o Seminário 11 aos quatro se estabeleçam relações que sejam propria-
conceitos freudianos principais, quais sejam: mente humanas, certas relações já são deter-
o inconsciente e a repetição, a transferência e minadas. Elas se prendem a tudo que a na-
a pulsão. Anuncia que, ao tratar do conceito tureza possa oferecer como suporte, suportes
de transferência, pretende criticar o que uma que se dispõem em temas de oposição. A na-
análise tem de “[...] profundamente proble- tureza fornece, para dizer o termo, significan-
mático, e ao mesmo tempo diretor, a função tes, e esses significantes organizam de modo
da análise didática”; isso sem minimizar “o inaugural as relações humanas, lhes dão as es-
lado movente, se não escabroso” de uma truturas, e as modelam (Lacan [1964] 2008,
aproximação com esse conceito. p. 28).
Para Lacan, todo conceito, para ser esta-
belecido, implica numa aproximação com “a O importante, para nós, é que vemos aqui o
realidade que ele foi feito para apreender”, nível em que – antes de qualquer formação
uma aproximação ao que nos impõe, sob a do sujeito, de um sujeito que pensa, que se si-
forma do cálculo infinitesimal. Inconsciente,
por exemplo, como o mínimo finito, conce- 7. Segundo nota introdutória da 8ª edição, a tradução literal
bido apenas por um “salto, por uma passa- do termo “pensamento selvagem” é o nome da flor conhecida
gem ao limite, é que ele chega a se realizar”. no Brasil como amor-perfeito, amor-perfeito silvestre,
ou amor-perfeito bravo, ou ainda violeta-tricolor (Viola
tricolor, L., pensamento dos campos, erva·da·trindade).
8. O lugar de opacidade descrito pelo amante no poema de
6. Lugar de hiância, do que sobra essencialmente da função Aragon. Assim como a fala do psicanalista, corresponde
da causa, do “inanalisável” dos conceitos, do que apesar de a algo de anticonceitual, indefinido e não racionalizado –
escrito, não pode ser racionalizado (Lacan, [1964] 2009, p. corresponde a CAUSA e se distingue da LEI (Lacan, [1964]
29). 2009).
tua aí – isso conta, é contado, e no contado já Freud entende como causa da doença dos
está o contador. Só depois é que o sujeito tem soldados a falta de amor dos mestres para
que se reconhecer ali, reconhecer-se ali como com seus subordinados, de acordo com a
contador (Lacan [1964] 2008, p. 28). citação freudiana “[...] as reivindicações da
libido não foram bem apreciadas” (Freud,
Retomando o que dissemos no início do [1921] 1996, p. 107).
artigo, compreendemos a adolescência como Em contrapartida, para Lacan, o que cau-
o intervalo entre esses dois tempos, entre o sa é o desejo. Lacan ([1964] 2008) fala do
antes e o só depois de um reconhecimento amor, do Eros conceituado por Freud com
do sujeito enquanto “contador”. É esse o do- certa ironia. Segundo ele,
mínio onde a lógica de forças determinantes
organiza o que se entende como cadeia sig- [...] o inconsciente se acha na margem estri-
nificante, serve de suporte para as relações tamente oposta à de que se trata no amor, do
humanas, na medida em que organiza os ele- qual todo mundo sabe que é sempre único e
mentos de uma língua em temas de oposição: que a fórmula quem perde um encontra dez
preto-vermelho; amor-ódio; medo-desejo, encontra nele sua melhor aplicação (Lacan,
etc. O desfalecimento, o tropeço, a rachadura, [1964] 2008, p. 32, grifo do autor).
a surpresa, o achado, o que manca ou claudi-
ca são efeitos de uma lacuna, de uma fenda, A neurose, assim como o amor que faz
de um intervalo ou hiância no encadeamen- um, tem caráter absoluto, coloca-se como
to da cadeia significante – é “algo que aparece miragem sobre “o fundo de uma totalidade”,
como intencional, certamente, mas de uma aos moldes de uma cicatriz, “não cicatriz da
estranha temporalidade”, é algo “não realiza- neurose, mas do inconsciente”.
do” num outro tempo, definido como desejo Retomo a palavra de Lacan ([1964] 2008,
inconsciente (Lacan, [1964] 2008, p. 32). p. 33, grifo do autor):
Voltamos a Freud ([1921] 1996), que ad-
mite a dimensão da causa, tão defendida por [...] vocês concordarão comigo em que o um
Lacan, quando entende as neuroses de guer- que é introduzido pela experiência do incons-
ra como um protesto dos soldados alemães ciente é o um da fenda, do traço da ruptura.
contra o papel destinado a eles mesmos en-
quanto sujeitos de desejo. Ao contrário do que Lacan brinca com a as palavras, com essa
interpretou Freud como causa da neurose de definição de inconsciente como conceito re-
guerra, o tratamento duro dos superiores pos- ferenciado pela linguística de Lévi-Strauss
sibilitou aos soldados uma resposta, talvez a (1969):
única naquele contexto, para a seguinte ques-
tão: o que o Outro quer de mim?9A neurose Aqui brota uma forma desconhecida do um,
de guerra desencadeou novos laços, novos o Un do Unbewusste. Digamos que o limite
arranjos simbólicos, determinou a falha, o do Unbewusste é o Unbegriff – não o não con-
atraso, ao atrapalhar ou romper com o objeti- ceito, mas o conceito da falta (Lacan, [1964]
vo dos mestres de guerra de ganhar batalhas. 2008, p. 33).
Em Freud, “moléstia”, “neurose de guerra” é a
resposta advinda do confronto com o desejo Agora que chegamos neste ponto, nos
do Outro, que instaura a dimensão da perda, permitam uma provocação: se as neuroses
do inconsciente, um lugar onde o encontro é de guerra dos soldados de Freud tinham algo
sempre com o vazio de significação. a dizer a respeito do desejo de seus mestres,
a clínica psicanalítica, ao fazer realizar o in-
9. A submissão? A morte? consciente, inscrita nesse tempo lógico que é
a adolescência, tem o que a dizer a respeito LACAN, J. O seminário, livro 11: os quatro conceitos
do desejo dos seus? fundamentais da psicanálise (1964). Texto estabelecido
por Jacques-Alain Miller. Tradução de M. D. Magno.
2. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2008. (Campo Freudiano
Abstract no Brasil).
Excessive isolation, bullying, threats to the
construction of self-image, transgressions, cuts LÉVI-STRAUSS, C. Antropologia estrutural. Rio de
in the body, desire to kill and die, fragments Janeiro: Tempo Brasileiro, 1975.
that reveal the use of drugs, sexual experiences LÉVI-STRAUSS, C. Pensamento selvagem (1969).
with same-sex couples. The purpose of this Tradução de Tânia Pellegrini. Campinas, SP: Papirus,
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to say to the psychoanalyst. A path directed
towards theoretical expansion and clinical VIOLA, D. T. D.; VORCARO, A. M. R. A
adolescência em perspectiva: um exame da
devices in the field of psychoanalysis. variabilidade da passagem à idade adulta entre
diferentes sociedades. Psic.: Teor. e Pesq., Brasília, v.
Keywords: Adolescence, Psychoanalysis, 34, e3448, 2018 . Disponível em: <http://www.
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Referências
Recebido em: 10/03/2019
FERRÃO, V. S.; POLI, M. C. Adolescência como Aprovado em: 12/04/2019
tempo do sujeito na psicanálise. Adolesc. Saúde, Rio
de Janeiro, v. 11, n. 2, p. 48-55, abr./jun. 2014.
Sobre a autora
FREUD, S. Psicologia de grupo e a análise do ego
(1921). In: ______. Além do princípio de prazer, Gabriela Lazarini
psicologia de grupo e outros trabalhos (1920-1922). Psicóloga pela Faculdade Ruy Barbosa
Direção geral da tradução de Jayme Salomão. Rio (Salvador-BA).
de Janeiro: Imago, 1996. p. 79-154. (Edição standard Psicanalista.
brasileira das obras psicológicas completas de MBA em psicologia organizacional,
Sigmund Freud, 18). relações de trabalho e gestão de pessoas
pela Faculdade Ruy Barbosa (Salvador-BA).
FREUD, S. Três ensaios sobre a teoria da sexualidade
(1905). In: ______. Um caso de histeria, três ensaios Endereço para correspondência
sobre a teoria da sexualidade e outros trabalhos (1901- E-mail: <gabilazarini@gmail.com>
1905). Direção geral da tradução de Jayme Salomão.
Rio de Janeiro: Imago, 1996. p. 119-229. (Edição
standard brasileira das obras psicológicas completas
de Sigmund Freud, 7).