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Wagner Ranña
(Nando Reis/Titãs )
Vitor Guerra afirmou, citando Winnicott, que estamos vivendo um novo cogito
fragilização egóica a busca por uma nova imagem corporal pode colocar o
expostas nas redes sociais e nas mídias são um labirinto, desencadeando seu
agora não mais no olhar do outro primordial da função materna, mas no outro
a vida adulta.
- o nascimento.
- o adolescimento.
- o adoecimento e morte.
- o envelhecimento.
sujeito.
defende que a mente tem seu início na etapa da dependência relativa, quando
a mãe começa a falhar, sendo só nessa época que sua ausência pode ser
Já para Freud o bebê alucina o objeto ausente e assim supre sua falta desde
bem cedo.
Mas o fato é que mais tarde ou mais cedo o sujeito vai ser afetado pelo real e
traumas que ocorrem nestas etapas iniciais deixam registros e falhas, que no
resolução.
neurose. O real tem que ser inscrito enquanto imagem e enquanto palavra,
morte e do infinito.
- conceito de infinito.
- conceito de liberdade.
adolescente diante de uma perda. O que eu era não é mais... e o que eu sou?
O que serei?
Por isso que invocamos aqui o trabalho do sujeito para elaborar uma perda de
conflitos entre ego ideal e ideal de ego, abrindo horizontes sobre a pressão
prazer.
ideal de ego. O sofrimento amplia seus domínios para os apelos dos modelos
ideal de ego com sua criatividade e flexibilidade podem ser uma via para
Nascer, deixar de ser criança, ficar doente e preparar-se para morrer são
a sua melancolia tríplice: por perda da infância, por perda dos pais da infância
sujeito. São verdades absolutas e não sofrem deformações pelo contexto, por
Clínica”, fala que essa concepção sobre as doenças coloca-as como um corpo
estranho em nós.
Para Platão a mente teria totais condições de realizar seu desejo, ou seja,
do mal.
pelo desejo.
com o sujeito e sua singularidade radical, que só pode ser apreendida no laço e
revela-se também que a quase totalidade desses óbitos são de jovens entre 15
Ou quase pretos,
“Ou quase brancos, quase pretos de tão pobres...” (G. Gil e C. Veloso).
Na sessão Andréia não sabe por que fugiu de casa e foi fumar maconha,
teria a ver com o pai ela diz: não tenho nada do meu pai, só a doença. Ele
pai.
com a mãe, até que ao entrar na adolescência resolve procurar um pai, sumido
e descrito pela mãe como drogado e bandido. Ela foge e vai para a casa dos
ursinho, depois de minha interrogação sobre se tudo isso não foi para
reencontrar esse pai imaginário, fica pensando e fala: às vezes eu sonho que
nunca surtou. Foi abandonado pela mãe e pelo pai e é criado pela avó.
Ninguém gosta dele, pois ele reedita nas relações o abandono. Atua até ser
expulso, rejeitado. Até o pessoal da “biqueira” não o querem. Nas conversas
nos grupos terapêuticos não para, sempre agitado, ou agindo. Fica na tirania
da coisa, do real. Ler e escrever ainda são obstáculos que não conseguiu
diariamente. É como uma ferida que não fecha, e fica ali, real. Wellington
precisa ir para outro lugar, enlutar essa perda para ela ser mentalizada,
imagem corporal. Para se sentir real e habitando seu corpo, numa referência
compartilhada.
Winnicott fala que na adolescência vai haver uma nova adaptação à realidade,
dependência.
Liberar-se da tirania de um Ego Ideal muito narcisizado e buscar um Ideal de
adolescente não pode deixar de fazer, mas precisa de tempo e de outros que
sintomáticas.
Rassial fala que delinqüir é fugir e ir para outro lugar. Fala também que essa
contratransferência.
clínica com aquele que não fala passa a ser referência quando estamos lidando
Depressão Essêncial.
O choque com o real, pensando com Lacan, que mobiliza defesas imaginárias,
O adolescente e a morte.
dos poetas mortos”. Em ambos a narrativa tem como centro mortes e suicídio
Fragmento de Caso clínico: Priscila entra na consulta e fica calada. Não sabe
por que está na sessão. Diz: a minha mãe sabe. Vejo uma grande alienação.
Pergunto o que aconteceu antes de “cair”? Disse que brigou com a mãe, pois
ela não entende nada do que eu falo. Foi para o quarto, se fechou e sentou na
Por que se corta? Diz que quando estou nervosa se cortar acalma, alivia.
Silence Suicide.
Patrícia vivia com a mãe, numa relação muito simbiótica até há um ano,
facebook.
A mãe descobriu que ela pertence a um grupo de pessoas que se cortam, não
Tem uma namorada no Facebook, segundo a mãe. Ela diz que é tudo mentira
Patrícia foi adotada com dois anos, não gosta de falar disso. O pai separou-se
da mãe quando tinha cinco anos e não tem contato com ele.
Essa fragilização egóica, a busca por uma nova imagem corporal e o trabalho
travessia.
Referências bibliográficas:
infantil. Em: O brincar e a realidade. Rio de Janeiro: Imago Editora LTDA, 1975.