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Semana Santa

Formar Jesus na imensidade de


seu amor

Unidade de Espiritualidade Eudista


Fazendo-se um de tantos
Entrego-me por amor

Durante o tempo da Quaresma nós temos adentrado


em atitude de silêncio e adoração, para observar a um
Jesus que ao longo de sua vida preparou-se na oração e
na formação, para apresentar ao mundo o rosto miseri-
cordioso do Pai e convencer que não há forma mais
autêntica de servir, amar e dignificar o ser humano,
que entregando todo o Coração por quem é rejeitado,
excluído e marginalizado.

Na Semana Santa contemplamos a consumação dessa


entrega; adoramos o Coração de Cristo incendiado de
amor por nós, meditamos a grandeza de um Deus que
“atuando como um homem qualquer, rebaixou até sub-
meter-se inclusive a morte, e uma morte de cruz” (Fil,
2, 7-8). Admiramos a convicção de um homem desejo-
so de doar-se a si mesmo por um ideal, seguro de que a
melhor forma de construir sociedade implica ter um
Coração misericordioso, umas mãos dispostas a trabal-
har e um incomparável desejo de amar sem medida.

Isso para São João Eudes era muito claro, o santo


francês experimentou em seu exercício missionário e
ministerial, que a proposta de Jesus era totalmente
idônea para reivindicar ao ser humano de sua tristeza e
sua dor, e para mobilizá-lo em favor dos mais necessi-
tados.
2
O Pai Eudes ao contemplar a grandeza do Deus im-
pressionado, esforça-se por encarnar o Coração de
Cristo, plenamente incendiado de amor pelo Pai e a
humanidade, a tal ponto de querer continuar a vida de
Jesus, até em sua Paixão e Morte. Por isso o santo con-
vencido afirma em seu voto de martírio: “Que minha
vida imite e honre a tua, a de tua excelsa Mãe e a de
teus santos mártires. Que não passe um dia sem que eu
sofra algo por amor a ti e que, finalmente, minha mor-
te seja a imagem de tua santa morte”.

Jesus assume com docilidade sua Paixão e entra em Je-


rusalém; mesmo conhecendo que pronto chegará o fim
de sua vida terrena, segue convencido de sua proposta
e sua pregação. Entra triunfal a cidade; é um rei apre-
sentando ao povo seu reinado, o da misericórdia, o
amor e a humildade, atitudes que demonstra até na dor
da cruz.

Inicio: Em Nome do Pai, e do Filho, e do Espírito


Santo. Amém.

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Por àquelas vezes que não nos temos comprometido
com o reinado de Jesus, entregando o Coração até o
final por aqueles que mais necessitam.

Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo


São Marcos 14, 1-15, 47

Que maravilha, que excesso de bondade, tua primeira


palavra e tua primeira oração na cruz é para teus inimi-
gos e carrascos, ao suplicar que teu Pai se digne perdoá
-los, e, precisamente, nos momentos em que eles te
crucificavam e te tiravam a vida com desumanidade e
crueldade desumanas.

Dulcíssimo Jesus, em honra e união do amor com o


que derramaste teu Sangue, e porque ao morrer na
cruz perdoaste os teus inimigos e algozes, pedindo para
eles perdão a teu Pai, quero eu perdoar de todo Co-
ração a quantos, que de qualquer forma, tenham podi-
do ofender-me, e te rogo também que tu perdoes a to-
dos os que me tem, ofendido ou ocasionado qualquer
desgosto.

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Ofereço-me a ti para fazer e sofrer em favor deles
quanto te queira e ainda para morrer e dar meu sangue
por eles se for necessário, e se tu me exigis-
se. Por minha vez, peço perdão, com toda a humildade
possível, a todos os que tenho ofendido em toda minha
vida e entrego-me a ti para oferecer-lhes a satisfação
devida. (O. C. I, 535 - 540-545)

Jesus ao ter tal gesto de perdão no momento da cruz,


manifesta que a misericórdia de Deus nunca esgota-se,
mas assim mesmo está deixando-nos outra lição de vi-
da: nunca negar o perdão por mais agudo que seja
a dor. De que maneira minha experiência com Jesus
me tem ajudado a perdoar e a buscar o perdão?

Jesus, em honra e união do mesmo amor com o que tu


beijaste, abrasaste e amaste a cruz que te apresentaram
no dia de tua santa Paixão e que te apresentou no mo-
mento da Encarnação, eu amo e abraço com todo meu
coração, todas as cruzes do corpo o do Espírito que tu
decidas enviar-me durante minha vida e as uno as tuas
e te peço que faça-me participar do grande amor com
que tu as levaste.
Amém.

5
Jesus ao compartilhar a vida cotidiana com os mais
simples, logrou ganhar o apreço e o respeito de mui-
tos. No entanto, isso não teria sido possível se no Co-
ração do Mestre não reinasse a admirável virtude de
entregar-se pelos demais e aprofundar a certeza de que
Deus é verdadeiramente “Pai de todos”.

Por àquelas vezes que temos negado com nossos atos,


que o melhor presente em nossa vida é o mesmo Co-
ração de Jesus, impedindo que esse Coração entregue-
se por quem mais o necessita.

Evangelho segundo São João 12,1-11

6
Ao dizer: “Pai, em tuas mãos entrego meu espírito”,
falavas por ti e por mim à vez, encomendando - lhe
meu ser juntamente como o teu, e dirigindo este rogo
a teu Pai, que também é o meu, em teu nome e no
meu para na hora em que eu deixe meu corpo, e todo
ele com o mesmo amor com que oravas por ti mesmo.
Por isso, sem dúvida, ao falar a teu Pai, lhe dissestes:
“Pai”, e não, “Meu Pai”, para manifestar-nos que, em
tais circunstâncias, não o consideravas como teu Pai
pessoal e exclusivo, senão como Pai Comum e univer-
sal de todos teus irmãos.

Em honra e união do amor imenso, da plena confiança


e das demais disposições santas com que entregaste e
encomendaste tua alma e as de todos os teus nas mãos
de teu Pai, entrego-me e abandono, junto com todas as
pessoas que eu devo cuidar ou responder diante de ti
de modo especial, nas doces mãos e no Coração amo-
roso deste Pai divino, que é meu Deus, meu Criador e
meu Pai amabilíssimo, para que disponha deles segun-
do seu beneplácito, abrigando não obstante a absoluta
confiança que, em sua infinita bondade, os alojará,
bom Jesus, em seu regaço paternal para que o louvem
eternamente contigo, segundo teu desejo: “Eu quero,
Pai, que os que me destes estejam ao meu lado aonde
eu me encontre” (Jo. 17, 24).
(O. C. I, 536.541)
7
No fundo São João Eudes através da anterior meditação
nos está apresentando como deve ser a oração de uns
pelos outros. Consiste em pôr nas mãos de Deus as
pessoas mais próximas para que ele as acolha com sua
ternura de Pai. Minha oração é um instrumento de
conversão e transformação integral para outros?

Meu Salvador, quero, mediante tua graça, que não haja


nada em meu ser na minha vida, em meu corpo e em
minha alma, no meu tempo e na minha eternidade, que
não esteja convertido em amor a ti. E para que estes
meus desejos sejam eficazes, não os quero por minha
vontade humana e natural tão débil e tão indigna de
realidades tão santas e excelsas, senão com tua vontade
divina, Jesus, que é todo poderoso e que me pertence
porque és todo meu.
Amém.

8
Jesus conhecia profundamente o Coração do ser hu-
mano; que por cima das estruturas da lei judaica,o
Mestre aproximava-se da realidade do marginalizado, o
escravo, o pecador, como fosse seu irmão. Nas Vésperas
de sua Paixão, Jesus sabia o sentimento que invadia o
Coração de Judas, mas, não o condenou. Embora a es-
curidão de sua vida o tivesse separado da luz, Jesus mo-
rria por ele também; o que ele menos desejava é que
seu amigo ficasse submergido no pecado.

Por àquelas vezes que temos preferido fechar-nos em


nossa escuridão e não temos permitido que Jesus con-
heça nosso coração, nos cure e nos transforme na fo-
gueira de seu amor.

Evangelho segundo São João 13,21-33.36-38

9
Bom Jesus, por teu testamento me tens dado tua Mãe
queridíssima, e as vezes me tens entregue, não já em
qualidade de servo ou de escravo, senão de filho. Por
conseguinte, se já não sou o servidor de Maria senão
seu filho, Maria, mais que minha senhora e minha
Rainha soberana, tem de ser minha Mãe querida. Que
amor, que bondade inefável, que todos os seres da
criação te bendigam e te adorem por tão grandes
amostras de amor por mim, infeliz pecador.

Em honra e união da caridade indizível com que lhe


entregaste todos teus amigos e todos teus filhos a tua
Santíssima Mãe, eu também entrego e abandono nas
mãos desta Virgem querida a todos os que tens querido
confiar a meu cuidado, suplicando-te, bom Jesus, que
tu mesmo os entregues e recomendes a Ela.

10
Por minha parte, também eu lhe peço com toda minha
alma, pelo infinito amor que lhe professa e pelo que
Ela tem, e pelo mesmo amor com que tu lhe deste teus
amigos e teus filhos, que de agora em diante os olhe
como filhos de seu Coração e que tenha a bem servires
de Mãe. (O. C. I, 537. 541)

A grande virtude da Virgem Maria foi ter um Coração


totalmente entregue a vida de seu Filho; por isso esteve
sempre para ele e assumiu com o mesmo amor a mes-
ma tarefa de ser Mãe nossa. Como identificar meu Co-
ração com o Coração da Mãe Admirável, entregando o
tempo, os anos e a vida pela construção do Reino de
Deus?

Bendito sejas, Jesus, Filho de Maria, pelas maravilhas


feitas em tua Santa Mãe, por este adorável mistério.
Bendita sejas, Mãe de Jesus, pela glória que nele deste
a teu Filho. Une-me, te rogo, ao amor e a honra que
lhe deste nesse primeiro instante de sua vida, e faz-me
comungar com o amor que tens e com teu zelo por sua
glória.
Amém.

11
Por um ideal há que estar disposto a dar a vida, foi a
convicção de Jesus cada vez que saía ao encontro de
seus irmãos. Ao sentir próxima a experiência da cruz,
o Mestre quis viver um encontro diferente com seus
amigos; e estando ali, sabe que um dos seus o entrega-
ria. Jesus assumiu a cruz convencido de sua opção de
vida, e a mudança da traição, quis doar sua dignidade,
sua liberdade, um Pai e uma Mãe para toda
a humanidade.

Por àquelas vezes que estamos desistindo de nosso


ideal cristão: dar a vida pelo marginalizado; e não te-
mos aproveitado os presentes que Jesus nos tem dado
para manter-nos em pé.

Evangelho segundo São Mateus 26,14-25

12
Não cabe, pois, a menor dúvida de que na véspera e no
dia de tua morte nos deste quanto tinhas em maior es-
tima e afeto: nos destes teu eterno Pai para que fosse
nosso Pai, pedindo - lhe que nos amasse o mesmo que
a ti com amor paternal; nos deste, em qualidade de
mãe, a tua própria Mãe; nos deste teu Santíssi-
mo Corpo na Eucaristia e teu Espírito divino ao expi-
rar na cruz; nos deste teu Sangue precioso sem reser-
var-te nem uma só gota; nos deste tua vida, teus méri-
tos, teus sofrimentos, tua humanidade e tua divindade,
segundo tuas próprias palavras: “Eu dou minha vida por
minhas ovelhas” e “a glória que me deste, a elas se as
tem dado” (Jn. 10, 15 e 17, 22).

13
Em honra e união do amor onipotente com o que me
encomendaste a teu Pai o último dia de tua vida, e com
o que lhe pediste para meus grandes benefícios e abun-
dantes bênçãos, e com o que me deste tudo o que tin-
has em maior consideração demonstrando-me
por palavra e obra teu amor e ordenando-me amar a
meu próximo como tu mesmo o amas, em honra, repi-
to, e em união deste mesmo amor, eu te encomendo a
todos os que tu sabes que devo recomendar-te de ma-
neira especial, e te peço para eles tudo o que tu pediste
para a teu Pai no último dia de tua vida.

Entrego-me a ti totalmente e de todo Coração por to-


da a eternidade, me dou a ti para amar-te como tu
amas teu Pai, e do mesmo modo como Ele te corres-
ponda. Dou-me igualmente a ti para amar a meus se-
melhantes como tu me tens amado a mim mesmo, dis-
posto a dar meu sangue e minha vida por eles, se tu me
pedes. (O. C. I, 539. 542)
14
Para São João Eudes a experiência com Jesus não fi-
ca unicamente em uma doutrina. Uma vez o ser hu-
mano vive o encontro com o Senhor, tem de suscitar-
se na pessoa o desejo de entregar a vida por amar ao
Deus que está presente nos demais. De que forma min-
ha experiência de encontro com Jesus me tem ajudado
a sair de mim mesmo e sair ao encontro de quem não
conhece ainda o amor de Deus?

Creador mío, no me has concedido el ser y la existen-


cia sino para consagrarlos a tu servicio y a tu amor.Y,
por tanto, te consagro y te sacrifico mi ser y mi vida,
enteramente con la vida y con el ser de todos los ánge-
les, de todos los hombres y de todas las criaturas, de-
clarándote, en cuanto a mí se refiere, que ya no quiero
existir ni vivir sino para servirte y amarte con toda la
perfección que me pides.

Amén.

15
A Eucaristia é a forma como Jesus manifesta que está
no meio de nós; não só na contemplação de sua
Páscoa, senão na experiência de compartilhar a vida
com os demais, sentindo-nos filhos de um mesmo Pai.
A grandeza de Jesus ao propor o amor como princípio
e fim da vida e a relação cristã foi deixar-nos um prin-
cípio para construir o Reino de Deus, o Reino de liber-
dade.

Pelas ocasiões que não temos aproveitado a graça que


Deus nos concede na Eucaristia, tratando nossos
irmãos com indiferença e negando o rosto de Jesus.

Evangelio según san Juan 13,1-15

16
A qual de seus anjos tem dito Deus: Tu és sacerdote pa-
ra sempre a maneira do verdadeiro Melquisedec Sal.
110 (109), quer dizer da maneira de meu Filho Jesus
Cristo? A qual de seus arcanjos e principados tem dito
o Filho de Deus: Tudo o que ligares na terra ficará liga-
do no céu? (Mt. 16 19).

A qual dos querubins e serafins há dado o poder de


perdoar o pecado, de comunicar a graça, de fechar o
inferno e de abrir o céu, de formá-lo nos corações dos
homens e na Santa Eucaristia de oferecê-lo em sacrifí-
cio ao Pai eterno e de repartir com os fieis seu corpo,
seu sangue e seu espírito? Finalmente, a qual dos espí-
ritos celestiais disse o que se disse a todos os sacerdo-
tes:

Assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a


vós. (Jo. 20, 21), quer dizer, os envio para o mesmo
fim para o qual me enviou meu Pai: para anunciar o
mesmo Evangelho que eu anunciei; para dispensar os
mesmos mistérios e graças que eu dispensei; para ad-
ministrar os mesmos Sacramentos que eu instituí, pa-
ra oferecer a Deus o mesmo sacrifício que eu lhe ofe-
reci; para dissipar as trevas do inferno, que cobrem a
face da terra; para derramar sobre ela a luz do céu; pa-
ra destruir a tirania de Satanás (Lc. 2, 51) e estabelecer
o Reino de Deus. (O. C. III, 12. 14-15)
17
San Juan Eudes contempla al Corazón de Jesús presen-
te en la Eucaristía, por eso considera que Jesús se for-
ma en la vivencia del sacramento. ¿De qué forma acer-
carme a la Eucaristía me ha permitido formar a Jesús
en mi vida y me ha ayudado a mostrar que no hay man-
damiento más auténtico que amar a la manera de Dios?

Te adoro, Jesús, cuando compartes la vida del


hombre. No rehuyes el trato con los pecadores. Amas
en especial a los pobres y pequeños. Cuánta paciencia
y caridad, cuánto afecto y humildad manifestaste
en este trato. Te pido que me revistas de todos esos
sentimientos en mi trato con el prójimo. Pero no te
contentaste con estar en medio de los hombres en
el transcurso de tu vida mortal. Has querido seguir
presente entre nosotros en el sacramento de tu
Eucaristía. Que mi mayor felicidad sea estar cerca de
ti, amarte y buscar siempre tu mayor
gloria.

Amén.

18
Jesus, Deus, benção de todos, te adoro no Monte das
Oliveiras, nos últimos momentos de tua permanência
na terra, quando te disponhas a subir aos céus. Adoro-
te no instante supremo em que deste tua santa bênção
a tua Sacratíssima Mãe, a teus apóstolos e a teus discí-
pulos; adoro o amor infinito e as disposições de tua al-
ma santa, que acompanharam tão emocionante cena,
segundo a lemos no santo Evangelho (Lc. 24, 50).

Pelas vezes em que nossos atos são contrários a propos-


ta de Jesus, e ferem o nosso próximo, aonde está pre-
sente o rosto vivo de Cristo.

Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João


(18,1–19,42):

19
É o último dia da vida temporal de nosso Senhor Jesus
Cristo. É Jesus, nosso Deus e Senhor, que agoniza e
morre na cruz.

Adoremo-o no mistério de sua vida mortal, em seu úl-


timo dia, em sua última hora, em seus últimos momen-
tos, em seus últimos pensamentos, palavras, ações e so-
frimentos, em seu último suspiro.

Demos-lhes graças, unidos a Maria e aos Santos,


por quanto disse, fez e sofreu enquanto permaneceu
neste mundo para glória do Pai e para nossa
salvação.

Peçamos-lhes perdão em nome próprio e em nome


de toda humanidade, pelas injúrias e ultrajes que,
por nossa causa, recebeu nesta terra. Façamos
a intenção de fazer e sofrer quanto ele tenha a bem
enviar-nos.

20
Coloquemo-nos de joelhos diante de Jesus, que agoniza
e morre na cruz. Roguemos-lhes que nos dê sua santa
bênção antes de sair deste mundo. Que sua bênção des-
trua em nós todo pecado e toda inclinação para o mal.
Bendiga nosso corpo e nosso espírito, nossos olhos e
ouvidos, nossa língua, nossas mãos e nossos pés, nossa
memória, entendimento e vontade para que de agora
em diante nos sirvamos deles só para sua glória.

Digamos-lhes que queremos morrer com ele e por ele.


Morrer a quanto lhe desagrada. Que imprima em nós a
imagem de sua santa morte e que sua morte nos faça
morrer santamente.

Dirijamo-nos também a Maria. Peçamos-lhes perdão


pela morte cruel de seu Filho, pelas dores amargas que
tem devidamente sofrido por nossa causa. Entreguemo
-nos a ela manifestando-lhes que queremos servi-la e
honrá-la, toda nossa vida.

(OC 3,392-394)

21
São João Eudes em seu ideal de formar Jesus, tem claro
que a morte do cristão deve ser uma forma de honrar
o sacrifício Cristo, razão pela qual o santo francês esfo-
rça-se em trabalhar pelo mesmo Reino e está disposto
a morrer fazendo-o. Está minha vida cristã focada em
construir o Reino que Jesus apresentou e estou dispos-
to a morrer por ele?

Contemplo-te em tua agonia em tua morte


na cruz. Adoro tuas últimas palavras, teus pensamentos
e teus sentimentos posteriores. Ofereço-te minha
morte e meus últimos instantes. Bendiga-me e que
minha morte esteja unida a tua própria morte. Que o
último momento de minha vida seja para honrar teus
últimos momentos e se converta em um ato de puro
amor a Deus Pai e a ti, que por mim morrestes na
cruz.
Amém.

22
Maria, a Mãe de Jesus, com sua vida, é caminho seguro
para o cristão que quer aproximar-se de Jesus. Descu-
bramos hoje a maneira tão perfeita em que estão uni-
dos e como podem ser um protótipo de unidade para
todos os que queremos fazer viver e reinar Jesus em
nosso coração.

Por àquelas vezes que temos sido indiferentes a dor do


outro, e não temos seguido o exemplo de Maria, que
esteve ao lado de seu Filho ao lado da cruz.

Evangelio según san Mateo 28, 1-10.

23
Pai das misericórdias e Deus de todo consolo: Que Co-
rações são os que assim tens crucificados? Como não
prestas tua assistência a teu único Filho e a tua amável
Filha e humildíssima Serva? Como destrói com eles a
lei que estabeleceste de que sobre teu altar não sacrifi-
que-se no mesmo dia o cordeiro e sua mãe? Porque no
mesmo dia, 26 a mesma hora, na mesma cruz e com os
mesmos cravos, tens cravado o Filho único da desolada
Maria e ao Coração virginal da inocente Mãe… E que
não queres que tenha outro carrasco seu martírio,
senão o amor que a teu Unigênito tens, nem que, em
tão cruéis tormentos, falte a este bondoso Filho, a vista
dos sofrimentos desta digníssima Mãe para mais afligir-
lhe e atormentar-lhe? Louvores e bênçãos imortais se-
jam dadas meu Deus, ao amor incompreensível que
tens aos pecadores! Graças infinitas e eternas por todas
as obras deste divino amor!
(O. C.VIII, 234SS)

24
Este é um dia de silêncio e espera; Deus não rende-se
frente a cultura da morte e manifestará com glória sua
presença viva para recriar a cultura do encontro. De
que maneira preparo meu Coração para sair ao encon-
tro dos demais e anunciar que a luz sobrepassa toda es-
curidão?

Maria. Ele nos tem dado para ser depois Dele nossa su-
periora e Mãe. Agradeçamos-lhe por havê-la eleita por
sua Mãe e por havê-la dado como Mãe nossa. Peçamos
perdão a este Filho já esta Mãe por nossas ingratidões e
ofensas. Demo-nos a Jesus, Filho de Maria, e roguemos
-lhes nos preenchas de afeto filial para esta sagrada
Mãe. Ofereçamo-nos a Maria, Mãe de Jesus, rogando-
lhe que exerça nesta comunidade o poder que sobre ela
tem recebido para conduzi-la e animá-la em tudo, e pa-
ra fazer viver e reinar nela a vontade de Deus e o Espí-
rito de seu Filho.

25
A Ressurreição de Jesus foi o acontecimento para que
os discípulos compreendessem plenamente a proposta
de vida que Ele tinha. No momento de experimentar a
presença do Senhor, recordaram seu ensinamento, vin-
cularam-se na fraternidade e se animaram a fazer o que
Ele fazia, com a esperança de que outros também ex-
perimentassem que a verdadeira Ressurreição de Cris-
to realiza-se no Coração que está disposto a ser curado.

Pelas ocasiões em que temos preferido seguir na triste-


za, vivendo um Jesus crucificado na cruz, e não temos
dado o passo para criar comunidade, fraternidade e a
impregnar com nossos atos que Jesus vive no meio de
nós.

Evangelho segundo São João 20,1-9

26
Bem sei, Jesus, que por teu amor para comigo e pelo
zelo que tens por tua glória, desejas ardentemente ser
amado e glorificado em mim. Daí que tens um desejo
infinito de atrair-me a ti no céu para viver em mim
perfeitamente e estabelecer em mim, em plenitude, o
reino de tua glória e de teu amor.

Porque enquanto eu morar na terra, tu não viverás


nem reinarás plenamente em mim. Por isso, meu Sal-
vador, já não quero viver na terra senão para suspirar
incessantemente pelo céu. Céu, que desejável e amável
és! Quando será, Deus do céu, que verei teu rosto?
Quando viverás plenamente em mim e te ama-
rei perfeitamente? Que dura e insuportável és, vida te-
rrena! Deus de minha vida e de meu coração: que lon-
ga e cruel é esta vida na qual te amamos tão pouco e
tanto te ofendemos!

Mas me Consola, Senhor, a advertência de teu apósto-


lo, de que, já desde agora, estou contigo no céu e que
ali estou vivendo, em ti e contigo, de tua própria vida.
Porque ele me assegura que teu Pai nos tem vivificado
e ressuscitado, e nos tem feito sentar juntamente conti-
go no céu (Ef. 2, 5). De tal maneira, meu Jesus, que
estou vivendo contigo no céu; ali tenho parte no amor,
na glória e nos louvores que dás a teu Pai, por ti mes-
mo e mediante teus Anjos e Santos. (O. C. I, 435-437).
27
Durante a semana temos pensado junto com São João
Eudes que o fruto de formar Jesus em nossa vida é um
Coração entregue a vida do próximo, que não se fatiga
de amar a maneira de Deus. Que devo fortalecer em
mim, para que neste tempo de Páscoa possa dedicar
mais tempo as pessoas que Deus tem posto no meu ca-
minho?

Meu Salvador, que eu viva na terra de manei-


ra coerente com a vida que tenho em ti e com teus
Santos no céu! Que me ocupe continuamente aqui na
terra no exercício de amar-te e de louvar-te. Que co-
mece neste mundo meu paraíso, fazendo consistir min-
ha felicidade em bendizer-te e amar-te, em cumprir
tuas vontades e em realizar valentemente a obra da
graça que desejas cumprir em mim.

28
Peço-te que as últimas coisas que me
sucedam sejam uma homenagem as
coisas últimas que tiveram lugar em ti;
que meu último suspiro honre teu
último suspiro e seja um ato de
puríssimo e perfeito amor a ti.

(O. C. I, 437)

Diretor:
Pe. Álvaro Duarte Torres CJM
Desenho e compilação:
Jorge Luis Baquero - Hermes Flórez Pérez
Tradução:
Geovani Ferreira 29

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