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- Obrigada, querido.
E assim, após algumas horas arrumando tudo, o casal Ben e Anne se recolheram ao quarto. Era
cerca de 0h30.
- Sim, mas esta casa foi abençoada logo depois por um padre.
Aquela noite transcorreu tranquila, apesar de a chuva bater na janela do casal até o início da
manhã. Anne acordou com o cacarejar de um galo da vizinhança.
- Ben, olha como é gostoso poder acordar com o barulho de animais em vez do trânsito caótico
de Londres.
- Eu não disse nada, ainda estou com sono e preciso dormir um pouco mais, disse Ben se
virando para o outro lado da cama.
Anne achou estranho, pois não entendeu o significado da frase, mas pensou que o marido
estivesse dentro de um sonho. Então, ela se levantou e começou a procurar, em meio às caixas
ainda fechadas, a cafeteira deles.
Ela abriu seis caixas e já estava quase desistindo de procurar quando avistou uma caixa de que
não se lembrava de ter trazido na mudança. Era uma caixa preta, diferente das outras, e
parecia ser bem velha, com pequenos arranhões na lateral.
- Deve ter sido o Ben que embalou essa caixa. Talvez a cafeteira esteja nela, pensou.
Então, ela tentou abrir a caixa, porém, ela parecia emperrada. Usou uma faca para cortá-la, e a
caixa finalmente abriu de repente e revelou uma almofada com 12 agulhas espetadas além de
emitir um cheiro de putrefação. Meio assustada, decidiu acordar o seu marido.
- Ben! Ben! Tem uma almofada aqui com 12 agulhas!, gritou. – Como os 12 assassinatos!
- 12 agulhas!
- O cheiro que senti! Ben, você, como policial, sabe o cheiro de um cadáver!
- Realmente!
- Então?
- Espera, nós ainda não abrimos a biblioteca, pode haver algo lá!
- Espera! Vou pegar minha farda e minha pistola, assim, caso essa, almofada, que eu duvido
muito, tenha sido roubada, estaremos protegidos.
E então, subiram as escadas e Ben mandou Anne se trancar no banheiro e esperar ele voltar.
- Claro
- Está
- Obrigado
- C-C-C-CCCORPOS!!!
- O QUÊ?
Ao ver a terrível cena de 12 corpos, cada um com uma tachinha no tórax, Ben desatou a ligar
para a polícia local, onde seria promovido a coronel, e ligou para o tenente Grobery Adam.
-12 corpos na minha biblioteca!!! Cada um com uma tachinha no tórax!!! E em estado de
putrefação!!!
- Meu Deus! Eu lhe disse Ben, esta casa não se torna benta nem se o Papa benzer.
Os dois saíram da biblioteca para esperarem a polícia chegar e não verem mais aquela terrível
cena. Cerca de 20 minutos depois, a campainha tocou. Anne correu e encontrou os policiais à
porta.
- Graças a Deus vocês estão aqui! Venham! Nós encontramos os corpos na biblioteca.
Os policiais foram até o local e, antes mesmo de entrarem no espaço, sentiram o cheiro de
putrefação. Mas, ao abrirem a porta, se depararam com o local completamente vazio.
- Nós não tocamos neles, respondeu Ben, assustado, entrando novamente na biblioteca e não
encontrando mais nenhum dos corpos. – Não pode ser, Anne e eu os vimos, estavam todos
aqui.
Os policiais ainda fizeram uma ronda por toda a casa, mas não localizaram nenhum dos corpos.
- Olha, é melhor vocês descansarem. A viagem deve ter deixado vocês exaustos. Vocês devem
ter ficado impressionados pela história do crime que aconteceu aqui em 1950, mas isso já
aconteceu há muitos anos. Amanhã, se sentirão melhores, falou Welly antes de se despedir.
O casal ficou sozinho na casa novamente e, como não viram nada, decidiram ir para o quarto
tentar dormir. Cansada, Anne pegou no sono imediatamente, mas Ben não conseguia parar de
pensar na cena que vira. Por volta das 4h, ele finalmente começou a cochilar, quando ouviu
um barulho, que parecia vir da biblioteca. Ele se levantou e desceu as escadas em direção ao
local, que estava muito escuro, abriu a porta vagarosamente e presenciou uma cena, que
parecia surreal.
Na biblioteca, havia 12 pessoas reunidas, todas vestidas com roupas dos anos 50, e a maioria
fumava sorridente. Uma leve música tocava na vitrola, quando alguém bateu com um garfo em
um copo de vidro pedindo atenção.
- Hoje, nesta noite de 12 de fevereiro de 1950 muito especial, o conde de Walterfort lança um
livro revolucionário, que promete balançar as estruturas da literatura inglesa, quiçá mundial.
“Malum hic est” é um terror envolvente, que, quando mais em pé os cabelos ficam de quem o
lê, mais você não quer parar de ler. É impressionante. Sua história fala de um escritor
fracassado que invocou aos poderes malignos para vender seus livros, ao não obter sucesso e
estando a beira da falência, ele vende sua casa em Paringtonh Hall, e se muda para Beck
Javeck, levado uma vida de miséria, horror e maldições até sua morte, em 12 de fevereiro de
1950.
Nesse momento, todos os convidados começam a bater palmas, e uma pessoa começa a soltar
fogos de artifício do lado de fora da casa em comemoração. Todos se viram para olhar pela
janela e não percebem a entrada de um estranho na casa. Então, uma rajada de tiros de uma
metralhadora automática é ouvida, e as pessoas ficam desesperadas, mas não conseguem sair
da biblioteca porque ela tinha sido fechada. O atirador mata todas as pessoas e rouba o único
exemplar do livro já publicado.
Então, Ben leva um susto ao perceber que estava todo molhado de suor em sua cama. Afinal,
tinha sonhado, por mais que aquela visão parecesse real.
- Como? Você sonhou que me traiu? Disse Anne rindo até quase morrer.
- Anne é sério! Então, Ben contou a sua esposa seu horroroso sonho
- Meu Deus! Que triste, devia ser um assustador livro este... Espere aí! Você disse “O malum
hic est” no dia seguinte da mudança!
- Ben, acho que devemos investigar isso a fundo antes de chamar um padre. Espera aí... e se as
visões que estamos tendo sejam só os espíritos querendo descobrir seu assassino?
- Ok, ok.
- Pode parecer loucura, mas não custa nada tentar. Vamos investigar o passado desta casa
para entender o que está acontecendo. É a única maneira de nos livrarmos dessas visões!
Mesmo relutante, mas sem ter muita alternativa, Ben concordou. Ele ficou responsável por
perguntar aos vizinhos sobre o passado da casa, enquanto Anne foi até a biblioteca para
procurar registros antigos.
Ao fim do dia, os dois se reuniram no entorno da lareira para conferirem as informações que
haviam coletado. Ben ficou chocado ao descobrir que tudo acontecera conforme ele tinha
sonhado depois de conversar com os vizinhos. Já Anne soube que o atirador havia
desaparecido desde o dia do assassinato, mas o mais estranho é que os corpos também nunca
foram encontrados pela polícia, por mais que houvesse sangue na casa.
- Ben, a polícia suspeita que o assassino seja um escritor rival do conde, o doutor Richard
Bienen.
- Segundo as minhas pesquisas, o Walterfort roubou esta história do doutor Richard Bienen,
que estava prestes a publicar o livro. Além do mais, todas aquelas pessoas sabiam disso e não
fizeram nada, talvez por medo de serem castigadas pelo conde, que era um homem muito
poderoso e cruel.
- Que horrível!
- Bom, pelo menos agora sabemos a história e temos dois mistérios para resolver: primeiro,
onde está o assassino daquelas 12 pessoas? Segundo, onde estão os corpos delas?
Os dois, naquela noite, não viram nada e tiveram uma noite tranquila. Por volta das 5h, no
entanto, um temporal desabou sobre a casa e acabou detalhando parte da construção. No dia
seguinte, um bombeiro hidráulico foram chamados para consertar o estrago. Depois de trocar
as telhas, eles perceberam que uma forte infiltração em uma das paredes. O pedreiro chamou
Ben e mostrou aquilo.
- Como é uma casa muito velha, acho melhor mesmo, respondeu Ben.
Então, o pedreiro começou a quebrar a parede, quando foi surpreendido por algo.
Apavorado, gritou Ben e chamaram a polícia, que iniciou uma operação de escavação das
paredes. E como já se esperava, na mesma parede encontraram mais 2 esqueletos e nas
outras, três esqueletos em cada.
-Depois da remoção dos corpos, o médico da polícia analisou os esqueletos e viu que havia
contabilidade com o sangue coletado no dia do assassinato, e o sangue parou de funcionar
precisamente as 21h30min30seg, no dia 12 de fevereiro de 1950.
-Não se preocupe! As famílias das vítimas decidiram juntar-se para pagar os custos da reforma.
- Oh, falou Anne que se juntou a eles. - Pelo jeito, só falta descobrir o assassino
- Não será tão difícil, uma bala de metralhadora DP-27 foi encontrada no fim do osso da
costela de um dos assassinados, justamente, o primeiro encontrado. Falou o coronel.
- ESPERE AÍ!!! Gritou Bem. Na minha visão, o assassino utilizou essa arma.
- Então... Falou o coronel - O único que possuí essa arma nas proximidades num raio de 100km
são: e mostrou uma lista:
- Então, o único que não tem álibi é o doutor Richard! Exaltou Bem