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O Modelo de Vida

Vivendo do Coração que


Jesus te deu

O essencial para a vida cristã


por

James G. Friesen, ph.D.


E. James Wilder, ph.D.
Anne M.Bierling, M.A.
Rick Koepcke,M.A
Maribeth Poole, M.A.

Apoio
Erico Hoffmeister
Ieda Faria Eufrazio da Silva
Revisão:
Alessandra Matias
Capa:
Filipe Carrano Pacheco
Diagramação e Arte-final:
Tradução:
Paulo Henrique Eufrazio da Silva
O modelo de vida
Vivendo do coração que Jesus te deu
Por James G. Frieser, ph.D.,E.James Wilder, ph.D.,
Anne M.Bierling, M.A., Rick Koepcke, M.A., and
Maribeth Poole,M.A.

Copyright,1999,2000,2004 Sherpherd’s House,Inc.


ISBN: 0 – 9674357 – 4 – 9
Printed by
Sherpherd’s House, Inc.
P.O. Box 40096
Pasadena, CA 91114
(626) 794-3670
www.lifemodel.org

Título original em Inglês: Living From The Heart Jesus Gave You
Por: James G. Frieser, Ph.D., E.James Wilder, Ph.D., Anne
M.Bierling, M.A., Rick Koepcke, M.A., and Maribeth Poole, M.A.

Traduzido no Brasil com a devida autorização e todos os direitos


reservados por Paulo Henrique Eufrazio da Silva.
E-mail: ph_1967@hotmail.com

Scripture quotations are from The


Holy Bible: New International
Version, copyright 1973, 1978, 1984,
by the International Bible Society.
Published by Zondervan Bible
Publishers, Grand Rapids, Michigan.
Order from www.lifemodel.org
O Que é o Modelo de Vida?

O Que é o Medo de Vida? Shepherd's House é uma


clínica de aconselhamento cristão, localizada no sul da
Califórnia, que está ativa desde 1970. Por trinta anos, temos
visto pessoas quebradas, poderosas, criativas, assustadas,
confusas e brilhantes, entrarem pelas portas de nosso
escritório. Temos testemunhado as consequências e
desdobramentos dos traumas sofridos, mas vimos também o
poder surpreendente de Deus na recuperação. Como
resultado, tivemos muitas oportunidades para aprender
verdades importantes sobre o "grande quadro" da vida.

O Modelo de Vida sintetiza estas verdades de forma


compreensível; engloba a experiência humana do nascimento
à morte e dá orientações práticas sobre como maximizar cada
fase da vida e minimizar os blocos que impedem de vivê-la
em toda sua plenitude.

Não é apenas uma teoria - é um modelo. Não fala


apenas sobre o crescimento - dá passos concretos sobre a
forma de amadurecer. Não só promove a recuperação -
identifica maneiras específicas para curar traumas. E,
finalmente, o Modelo de Vida não oferece somente uma
leitura casual - desafia a mudança, o crescimento e ser a
pessoa que Deus planejou que fôssemos.

Se a vida cristã diz algo, é sobre o servir. Serviço que


é demonstrado através de relacionamentos que produzam
vida, e procuram demonstrar o amor e o poder de Deus em
nós. À medida que você trabalha com este livro, busque a
Deus em oração e peça sabedoria e discernimento, para
considerar como esse material pode se aplicar a você e à
comunidade da sua igreja. Peça a Deus que, com Sua
redenção, esta trilha seja transformada em caminho para a
maturidade espiritual e emocional. O aprendizado deste
material irá enriquecer a sua vida pessoal, gradativamente,
possibilitando assim, o aprimoramento da sua capacidade em
servir com excelência, não só o próximo, mas principalmente
a Deus.
Sobre os Autores

James G. Friesen, Ph.D. é psicólogo e ministro


licenciado, com 18 anos de experiência clínica. Considerado
um dos pioneiros no tratamento de múltipla personalidade e
transtornos dissociativos, Jim se tornou um palestrante
internacional e autor de três livros: Uncovering the Mystery
of MPD, More than Survivors: Conversations with Multiple
Personality Clients, and The Truth about False Memory
(Síndrome de Falsa Memória). Ele foi casado com sua esposa,
Maureen, por 27 anos e é pai de dois filhos.

E. James Wilder, Ph.D. é psicólogo e ministro


ordenado, com 17 anos de experiência clínica. Reconhecido
como um especialista nas áreas de maturidade, problemas
dos homens e paternidade, Jim também é palestrante
internacional e autor de três livros: The Stages of the Man’s
Life: A Guide for Men and Women; Rite of Passage; and The
Red Dragon Cast Down. Casado com Kitty, há 27 anos, é pai
de dois filhos biológicos, três filhos adotados espiritualmente
e tem um neto.

Anne M. (Sorensen) Bierling, M.A. é registrada


Terapeuta em casamento e terapia Familiar, com 10 anos de
experiência em aconselhamento. Especializada nas áreas de
maturidade, recuperação de traumas e aconselhamento
matrimonial, Anne tornou-se altamente cobiçada para
workshops e conferências. Anteriormente uma professora de
ensino médio e administradora, agora é mãe de dois filhos e
casada com Randy, há sete anos.

Rick Koepcke, M.A. é Terapeuta licenciado em


casamento e terapia familiar com 12 anos de experiência
clínica. Especializando-se em relação a questões de
identidade masculina, vícios sexuais, depressão, paternidade
e recuperação, Rick é um orador muito interessante e
palestrante de retiros. Ele é casado por 27 anos com Ruth
Ann e tem dois filhos biológicos e várias crianças
espiritualmente adotadas.

Maribeth Poole, M.A. conselheira pastoral, com 15


anos de experiência. Especializada nas áreas de recuperação
de abuso em ritual satânico, Identidade Transtornos
Dissociativos e colagem, Maribeth tornou-se uma workshop
e popular apresentadora de conferências. Cresceu numa
família missionária na Nigéria e chegou a trabalhar como
diretora de uma casa para meninas adolescentes; ela
certamente tem um coração voltado para os feridos e é super
dotada para trabalhar com aqueles que sofrem.

Shepherd’s House
P.O. Box 40096
Pasadena, CA91114, USA
Telephone (626) 794-3670
Índice
O que é o Modelo de Vida? .................................................................... 3
Sobre os autores ...................................................................................... 5
Vivendo do Coração que Jesus te deu - Quem deveria ler este livro ......... 9
Onde você está? ....................................................................................... 10
CAPÍTULO 1 - Plenitude ........................................................................13
Porque precisamos de conselheiros ........................................................... 13
Terapia não é suficiente ......................................................................... 18
Família e comunidade podem falhar ........................................................ 21
Pessoas precisam de pessoas para se recuperar ..................................... 23
O trabalho de Deus e o nosso trabalho .................................................... 24
O coração, a alma e a mente trabalham juntos ........................................ 25
Plenitude não é alcançada rapidamente .................................................... 26
Colocando no passado o que é passado .................................................. 29
Alcançando plenitude em um mundo fraturado ........................................... 33
O poder da alegria ................................................................................... 35
Construindo alegria .................................................................................. 38
Recuperação e vida ................................................................................... 39
Um breve resumo .................................................................................... 41
CAPÍTULO 2 - Maturidade .................................................................... 45
Vínculos de medo e vínculos de amor .................................................... 47
Trocando vínculo de medo por vínculo de amor .................................... 49
Passos essenciais para fazer a mudança de vínculos e medo para
vínculos de amor ..................................................................................... 50
Uma aldeia e uma família ....................................................................... 53
Estágios de maturidade .......................................................................... 54
Fazendo a transição entre fases ................................................................. 63
O ciclo de quebrantamento, crescimento e transformação ....................... 65
Como pessoas amadurecem ...................................................................... 67
Os gráficos indicadores de maturidade ................................................... 70
Tenha coragem de perseguir a maturidade ............................................ 73
Maturidade, Recuperação e o Pertencer funcionam juntos ....................... 75
Um guia para se decolar no processo de maturidade ................................ 79
Indicadores de maturidade ........................................................................ 80
CAPÍTULO 3 - Recuperação ................................................................ 85
Como o cérebro nos ajuda com os traumas ............................................. 87
Construindo o alicerce da alegria ............................................................. 89
Tipos de traumas ...................................................................................... 99
A ausência das coisas boas que necessitamos – Traumas tipo A ........... 100
Traumas tipo A ...................................................................................... 104
Coisas ruins que acontecem – Traumas tipo B ..................................... 105
Traumas tipo B ...................................................................................... 108
Cura para feridas ................................................................................... 108
Diferentes tipos de fraturas .................................................................. 112
Avaliando sua dualidade ........................................................................ 116
Intervenções espirituais ......................................................................... 119
Quebrando o poder da mentira ............................................................. 123
Diretrizes para se libertar na recuperação ............................................ 128
CAPÍTULO 4 - Pertencer ................................................................... 129
Adoção Espiritual ..................................................................................... 132
A revelação que transforma vidas ......................................................... 137
Níveis de adoção .................................................................................... 138
Antecipando problemas na adoção espiritual ........................................... 142
O que é adoção espiritual ...................................................................... 146
Como isto se aplica ao ministério .......................................................... 148
Diretrizes para melhorar o pertencer .................................................... 149
CAPÍTULO 5 - Seu Coração ................................................................ 151
Conhecimento verdadeiro e o conhecimento falso .................................. 152
Um coração saudável .............................................................................. 154
Conhecendo as características do seu coração ....................................... 156
O defeito de nascimento do ser humano .................................................. 159
O coração e a Sarx .................................................................................... 163
Vencendo a batalha com a sua Sarx .................................................... 166
Você vai conhecer seu coração ............................................................ 171
Vivendo do seu coração ......................................................................... 172
Dê uma olhada onde você está .............................................................. 174
CAPÍTULO 6 - Vivendo o Modelo de Vida ...................................... 177
O que parece uma igreja sob o Modelo de Vida .................................. 177
Vivendo dentro da família de Deus .......................................................... 184
Princípios Bíblicos para O Modelo de Vida ............................................ 186
Leituras Adicionais .................................................................................... 187
Vivendo do Coração que
Jesus te deu

Quem deveria ler este livro

Este livro é para líderes da igreja e para os feridos na


comunidade da igreja.

Primeiro, temos como alvo os líderes, porque qualquer


grande líder cristão precisa saber como servir. Com este
objetivo, de servir, um líder precisa entender as pessoas e
como facilmente seus corações são feridos. Jesus deixou
como missão número um, servir as pessoas. Falou com eles,
andou, comeu e ficou com eles. Sabia sobre suas feridas, e,
literalmente, deu a Sua vida para curar seus corações
partidos. Foi o líder de todos os líderes, por isso, devemos
seguir o seu exemplo e servir sacrificialmente os fracos e
feridos.

Nós também escrevemos para os feridos. Este é um


grupo que tem sido muito negligenciado e horrivelmente
ignorado. Estamos profundamente preocupados porque isso
resultou na rejeição de muitas almas belas e no declínio da
igreja em geral. Você vai descobrir, ao trabalhar com este
livro, que o Modelo de Vida promove uma atmosfera
diferente, onde os feridos são valorizados como pessoas que
podem contribuir para a vida em curso da igreja.
Na Sheperd’s House o nosso sincero desejo é ver a
igreja e as comunidades se tornarem mais eficazes. Para
saber como as igrejas estão operando nesta área de apoio e
ajuda aos feridos, foi realizada uma pesquisa com uma
amostra selecionada de igrejas em todo o país. Descobrimos
que, quando são levantados fundos e criados programas para
os feridos, eventualmente não prosperam. Mas, quando as
igrejas abraçam e acolhem pessoas feridas para o centro de
famílias fortes, um fenômeno surpreendente chamado
"sinergia" é desenvolvido. Sinergia é o que acontece quando
dois agentes são combinados, aumentando a eficácia um do
outro. As pessoas são energizadas para novos níveis na
igreja, quando os fracos e os fortes são combinados. A igreja
precisa ajudar os feridos, e os corações feridos necessitam
da ajuda da Igreja. A sinergia se desenvolve mais fortemente
quando os dois grupos estão vivendo a prática e os
ensinamentos de Jesus.

Onde você está?

Você pode estar em algum ponto no seu caminho para


a maturidade. Haverá, sem dúvida, algumas dificuldades,
imprevistos, e ainda terá um longo caminho a percorrer, mas
não desanime, porque seu destino é melhor do que você pode
imaginar agora.

Sua viagem correrá bem se você puder viver do seu


coração, o coração que Jesus lhe deu. Enquanto você está
vivendo sua dor, não é capaz de descobrir as características
do seu coração. À medida que Deus cura a sua ferida e é
convidado para todas as outras áreas da sua vida, será capaz
de descobrir a natureza do seu coração. As pessoas que
veem você como Deus te vê, podem te dizer como seu
coração parece; então preste atenção ao que dizem sobre o
seu coração e use isto como guia para a sua vida. Quando
está vivendo do seu coração, está realmente sendo você. A
alegria aumenta e o medo diminui, à medida que você vai
para suas atividades diárias. A palavra "liberdade" é usada,
muitas vezes, para descrever como se sente ao viver do seu
coração; e você certamente precisa de liberdade para
avançar ao longo do seu caminho para a maturidade.

Enquanto está nesse caminho, evite o isolamento.


Você não pode superar os obstáculos da vida sozinho.
Enquanto sua maturidade progride, você será capaz de ajudar
os outros também a descobrir como viver de seus corações.
É uma experiência muito gratificante. Você pode ficar
incrivelmente orgulhoso daqueles que você ajudou a crescer
em maturidade, e isso lhes dará maior confiança em saber
que sua própria caminhada está no rumo certo. Você vai
descobrir que outros estão crescendo assim como você está
crescendo.

Conhecendo Deus, amando ao nosso próximo e,


levando as cargas uns dos outros, nos tornaremos mais ricos
e naturais, enquanto aprendemos mais sobre receber e dar
vida. O Modelo de Vida é sobre isso: dar e receber vida, num
movimento de crescimento, recebendo a cura de traumas
inevitáveis, e tendo a vida governada pela alegria do Senhor.
Mas esses processos não acontecem isoladamente. A família
e a comunidade devem caminhar conosco e você vai aprender
isto nas páginas a seguir.
1
Plenitude

As pessoas precisam saber quem elas são. E também


precisam ser lembradas, frequentemente, quem elas são, por
aqueles que realmente as conhecem e as amam. Mas
precisam de reparos, para que possam viver com os corações
que Jesus lhes deu. Isso é necessário para conseguir a
plenitude em um mundo quebrado. É necessário pertencer a
uma comunidade. É preciso trabalhar duro para atingir a
maturidade que continua ao longo da vida. É necessária a mão
de Deus para impulsionar as pessoas quando elas estão
presas.

Muitos componentes são essenciais para alcançar a


plenitude. Pertencer a uma família, receber e dar vida,
recuperar-se dos efeitos de traumas, e contribuir para uma
comunidade. Estes são alguns dos fatores que ajuda a pessoa
a descobrir quem realmente é. Mas, quando acontece falhas
em qualquer uma destas áreas, as pessoas permanecem
presas e não aprendem a viver de seus corações - a sua
verdadeira identidade dada por Deus.

Porque precisamos de Conselheiros

Não haveria necessidade de aconselhamento, exceto


pelos danos causados a todas as pessoas por causa do
pecado e da queda. Desde então, toda a criação tem gemido e
nenhum ser humano tem crescido em verdade e retidão, de
acordo com o desígnio de Deus, com exceção apenas de
Jesus. Através de Jesus temos a salvação que, finalmente,
corrige todos os danos do pecado. Esta salvação trabalha
entre nós diretamente através de Deus e, indiretamente,
através de seu povo, o povo de Deus, Sua igreja. Porque
Deus não tem a intenção de que Sua salvação seja
simplesmente um bilhete para o céu, nós, os seus seguidores,
devemos participar com Ele, em parceria, para superar os
resultados do pecado em nossa vida, em nosso dia-a-dia,
aqui na terra. Esta mudança em nosso coração e em nossa
história é o trabalho de santificação e redenção. Depois de
salvos, através do arrependimento e do perdão de nossos
pecados, temos de viver como se o Reino de Deus e Sua
vontade estivessem sendo feitos tanto na terra como no céu.
Vemos, frequentemente, a nossa salvação como algo para
alcançar a eternidade. Aqui na terra, há trabalho a ser feito e
Deus espera que o façamos. Nosso trabalho não irá nos
salvar, mas vai expressar que somos novas criaturas. É
nosso trabalho crescer e buscar a maturidade, juntamente
com todos os santos. Para alcançar este objetivo, devemos
viver do nosso novo coração, sendo santificados, curados,
libertos do mal e guiados por Deus. Somos salvos e estamos
sendo salvos.

O conselheiro piedoso, assim como todos os crentes


maduros, participa com Deus em ajudar os outros a colocar
suas vidas em ordem - a expressar nossa salvação no dia-a-
dia. Traumas, como vamos nos referir aqui, são as feridas (ou
lesões) deixadas em nossa identidade, que nos torna menos
do que aquilo que Deus tinha em mente quando Ele nos criou.
Traumas bloqueiam o crescimento. Traumas bloqueiam ou
retardam a maturidade. Ferimentos traumáticos podem ser
causados por coisas adicionadas em nossa vida, que não
deveríamos ter - assim como uma bala adiciona efeitos no
corpo que ela encontra. As lesões traumáticas podem ser
causadas pela ausência de coisas que a alma precisa - como
a desnutrição pode aleijar o corpo. Traumas não só causam
ferimentos e dores, mas paralisam e atrofiam nossas
emoções e consequentemente nosso desenvolvimento.
Quando a pessoa traumatizada é muito jovem, este bloqueio
ou retardo da maturidade pode inviabilizar, desfigurar ou
impedir o crescimento adequado das faculdades normais da
identidade. Quando a maturidade é lenta ou bloqueada deve-
se sempre olhar para estes dois tipos de traumas.

O pecado acrescenta à nossa vida coisas que não


deveriam estar lá e subtrai as coisas que deveriam estar.
Atua em três fontes: o mundo, a carne e os seres espirituais
do mal. O pecado sempre bloqueia a maturidade. O
aconselhamento cristão deve tratar desses males, não pela
força humana, nem pela sabedoria ou planos humanos. Esta é
a obra da redenção de Deus e somente Ele é digno de dirigir
e realizar o Seu propósito divino em nossa salvação. Este
trabalho só pode ser concluído pela vida do Espírito, nos
corações que estão vivos para Deus. Demasiadas vezes,
pastores, conselheiros e igrejas, tentam planejar, dirigir,
controlar e fazer programas de salvação. Os resultados são
sempre o que poderíamos esperar como obra da carne.
Há um problema que os conselheiros devem abordar.
Não só abordar, mas devem buscar a direção de Deus para
remover o que bloqueia ou impede o crescimento e a
santidade e adicionar o que está faltando para a vida
completa e plena no Espírito; entretanto, os conselheiros
devem também confrontar o crescimento errado. Jim Wilder
tem em sua casa três pequenas árvores planejadas em
conjunto, cujos troncos foram trançados juntos quando eram
jovens e flexíveis. Da mesma forma, as pessoas podem
amadurecer em caminhos tortuosos, porque os líderes, na
fase de crescimento, escolheram caminhos que não eram
ideais. Talvez, um mau exemplo tenha sido dado como
referência que um homem, mulher, pai, mãe ou cristão
deveria ser. Talvez lhes fossem ensinados a rir daqueles que
choram; amaldiçoar aqueles que os amaldiçoam; vingar-se de
quem os traiu; beber com os amigos todos os sábados ou
feriados; cobiçar muitas mulheres ou outros homens;
controlar outros com ameaças ou raiva quando eles não
entendem o seu jeito. Esses hábitos têm crescido tanto e tão
profundamente que se tornam o seu caráter. Certamente esta
não é a forma como Deus gostaria de nos ver crescendo.

O conselheiro procura eliminar o que é inconveniente


e até mesmo mortal na vida daqueles de quem ele cuida. O
alvo é adicionar em suas vidas as vitaminas que estão
faltando e nutrir suas almas e espíritos para que possam
produzir uma maturidade saudável, ainda que no começo
tenha sido distorcida e miserável.

Para este crescimento mal orientado, o pastor ou


conselheiro cristão deve aplicar-se à instrução na Bíblia para
revelar o erro e o verdadeiro desejo de Deus para o nosso
crescimento. O arrependimento, a confissão, o perdão,
conduzem à cura, libertação e relacionamentos espirituais
com Deus e seu povo, onde há oração, adoração, louvor e os
frutos do Espírito Santo; e então começa a se formar o
caráter divino. Contudo, a maturidade, ainda que iniciada, só
acontece, verdadeiramente, na comunhão com a família de
Deus.

Depois de ter tirado os dois bloqueios para a


maturidade, ter vencido o crescimento equivocado e já tendo
crescido pela liderança do Espírito Santo, que tem trabalhado
no coração, o conselheiro cristão está pronto para começar a
parte humana do aconselhamento: orientando, incentivando e
fornecendo o que está faltando para o crescimento da
verdadeira maturidade. Este é, obviamente, o trabalho para o
crente adulto, no contexto de uma crescente comunhão com a
igreja. Para a verdadeira maturidade acontecer em cada
aspecto da vida cristã, cada provisão de Deus para a nossa
redenção, todos os ensinamentos das Escrituras e cada
“cutucada” do Espírito Santo devem ser dados de forma livre
e completa. Para isso, adicione o empenho e esforço - de
todo nosso coração, alma e entendimento.

A imaturidade é tratada como um problema em l


Coríntios 3:1-3 e Hebreus 5: 11-14, enquanto em Efésios 4:
11-15 nos explica sobre os dons que Jesus nos designou -
"alguns devem ser apóstolos, outros profetas, outros
evangelistas, alguns pastores e professores, para o
aperfeiçoamento dos santos para a obra do ministério, para
edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à
unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, ao estado
de homem feito , à medida da estatura da plenitude de Cristo,
para que possamos deixar de ser crianças... cresçamos em
tudo naquele que é o Cabeça, Cristo." Assim, os dons de
Jesus são as pessoas em seu corpo, que irão levar o corpo
até a maturidade, para crescer em todos os sentidos. Então,
vamos ser "perfeitos e completos, em nada deficientes"
(Tiago 1:04 b) e esta plenitude, Tiago diz que das provações
nasce a firmeza. “Na verdade, devemos nos alegrar, meus
irmãos, quando encontramos várias provações, pois vocês
sabem que a provação da vossa fé produz perseverança"
(versos 2-3).

É este mistério, de como o trauma se transforma em


alegria, caráter firme e maturidade completa, sem nada faltar,
que nós vamos examinar neste pequeno livro. Este caminho é
que os conselheiros cristãos devem aprender para conhecer
bem o corpo, assim como cada membro pode crescer em
todos os sentidos, Nele que é o Cabeça, Cristo."

O conselho popular é trabalhar na terapia. Afinal de


contas, levar as pessoas ao longo da vida ao ponto de atrito é
papel da terapia.

Terapia não é o suficiente

Mas o que acontece frequentemente na terapia


tradicional? Formas de confidencialidade são trazidas para
fora. Os terapeutas dizem aos clientes que ali, na terapia, é
um lugar para falar honestamente. E uma vez que aprendem a
ser honestos e a se abrirem no consultório, serão também
capazes de se abrirem "lá fora". No entanto, isso não ajuda as
pessoas a falar honestamente, se vivem em um mundo onde
isto é castigado. Se as pessoas aprendem, de forma
autêntica, a compartilhar quão desanimadas estão, como têm
um profundo desejo de conectar-se com outros, ou como
sofrem por causa de conflitos não resolvidos, não podem
correr o risco de serem punidas "lá fora". Não adianta ser
honesto, sobre o seu sofrimento, no consultório de um
terapeuta, se esse for o único espaço onde se é permitido ser
honesto. A terapia falhará se o cliente se limita a ser real
apenas neste espaço.

As deficiências da terapia estão se tornando mais


fáceis de reconhecer, conforme nossa cultura se afasta da
vida em comunidade que costumávamos desfrutar. Terapia
parece funcionar muito bem quando os clientes pertencem a
uma comunidade onde suas vidas são nutridas. Em uma
comunidade que gera vida, as pessoas normalmente podem
reunir energia suficiente para mover-se em, e através de
seus pontos críticos. As pessoas podem forjar uma identidade
baseada nos corações com os quais eles foram criados, e
podem juntar forças para viver a partir de seus corações. No
entanto, é um desafio para nosso mundo moderno criar uma
comunidade solidária, e quando isso falha, somente a terapia
não terá sucesso.

Um problema grave ocorre quando o terapeuta


desempenha o papel de "pessoa perfeita" e o cliente é o
suposto “ser imperfeito". A verdade é que os terapeutas
também enfrentam suas próprias dificuldades, mas muitos são
treinados apenas para desempenhar o papel de terapeuta; o
que significa que eles não devem reconhecer suas próprias
lutas na terapia. Alguns são treinados para saber sobre a
vida, mas acham que não devem expor as suas vidas durante
o tempo de "terapia" - apenas exercer este papel. Nos casos
em que o terapeuta é apenas uma função, a terapia não trará
vida. Para que seja bem sucedida, é preciso ter coragem e
ser autêntico.

Ser autêntico é estar disposto a reconhecer como as


coisas realmente são. Uma pessoa em um grupo de estudo
bíblico colocou: "Não é surpreendente como muitas pessoas
têm problemas?” Sim, é. Mas talvez isso não devesse ser tão
surpreendente. Afinal, todos nós temos que enfrentar os
mesmos desafios na vida. Para viver de forma autêntica é
preciso confrontar honestamente os desafios que todos
enfrentamos. Estamos todos quebrados e enfrentamos
feridas, divisão, isolamento e opressão.

As pessoas começam terapia procurando saber quem


são e como podem receber ajuda para enfrentar a vida. A
terapia pode orientá-las na direção certa, mas não irá dizer
quem são e não lhes dará vida, a menos que as arenas em
que elas vivem - incluindo sua casa, o trabalho e a igreja -
realmente apoiem o trabalho terapêutico que está sendo feito.
Embora a terapia possa ajudar as pessoas a enfrentar os
fatos que as mantém presas, por si só não vai prover poder
para libertá-las. A família e a comunidade precisam fornecer
algum apoio, pois junto com estes grupos específicos é que
as pessoas devem saber quem são e onde podem encontrar
ajuda para se libertar. É onde elas devem receber apoio,
carinho e força para seu desenvolvimento pessoal.

A família biológica, porém, muitas vezes pode ter sido


inútil ou até mesmo prejudicial neste processo. Quando for
este o caso, acreditamos que seja plano de Deus trazer
membros da família espiritual para atuar na vida da pessoa.
Estes “familiares espirituais” serão os doadores de vida, de
uma forma que não foi suprida pela família biológica. Esta
provisão divina é discutida no capítulo quatro, no subtítulo
“Adoção espiritual".

É importante esclarecer, neste ponto, que Modelo de


Vida não exige das pessoas de retornarem à situação caótica
de desprezo ou de abuso, que viviam em suas famílias
biológicas, na tentativa de conseguir progredir no seu
processo. Ao contrário, oramos para que Deus nos ajude, a
cada um, a descobrir quem Ele tem em mente para ser nosso
doador de vida, em nossa família espiritual.

Família e comunidade podem falhar

Por que a comunidade não é eficaz, como já foi? O que,


no mundo de hoje, nos puxa para longe daqueles que nos
cercam e nos empurra para o isolamento?

• Horas excessivas em frente à televisão.


• Horas excessivas no computador.
• Afastamento de amigos próximos e familiares.
• Igrejas que se chamam de família de Deus, mas não agem
como tal.
• Ninguém para compartilhar momentos de alegria
inesperada.
• Ninguém para ajudar na crise.
• Refeições rápidas e sem diálogos.
• Os membros da família dispersos, sem comunhão no
momento das refeições.
• Urgência em tudo – coisas demais para fazer "agora".
• Agenda cheia - não permite tempo livre.
• Pais - sobrecarregados por muitos compromissos.

Cada um destes fatores, de distanciamento, trabalha


contra as pessoas que querem uma comunidade que gera
vida, onde cuidam umas das outras e mostram isso - pessoas
desenvolvendo vínculos de amor. A perda de uma
comunidade que se preocupa e cuida uns dos outros, criou
uma crise de identidade internacional, porque é indispensável
que a comunidade ensine as pessoas a descobrirem quem
elas são. Uma família e uma comunidade são projetadas para
conectar as pessoas umas às outras, em relacionamentos
amorosos, ajudando-os a descobrir quem são. Na ausência de
relacionamentos familiares que doam vida, proporcionado por
uma comunidade que tem Deus no centro, as pessoas
continuam a sua busca sem sucesso pela identidade dada por
Deus. Elas desejam viver de seus corações, mas não sabem
como. Em vez disso, suas vidas são dirigidas pelas suas
feridas.

Uma mulher, por exemplo, que tem traumas sexuais


que não foram curados, não consegue confiar em homens. Se
sua comunidade falha em restaurar suas feridas e falha em
envolvê-la com pessoas de confiança, inclusive homens
idôneos, ela ficará presa em relacionamentos doentes. Seu
coração pode ser sensível e carinhoso, mas ela não será
capaz de entrar em contato com sua própria identidade,
autoestima e valor, enquanto ainda estiver vivendo em sua
dor. Quando a família e a comunidade incentivam a pessoa a
enfrentar os seus traumas e passar pelas situações críticas
da vida, ela descobre quem é. Aprende a viver de seu
coração.

Pessoas precisam de pessoas para se recuperar

Três experientes profissionais têm pontuado esta


verdade para Anne M. Bierling. Quando se tornou Assistente
principal e Diretora espiritual de uma escola cristã de ensino
médio, foi convidada a participar de uma força-tarefa
nacional: estudar como os alunos crescem na fé. Os
resultados dos estudos concluíram que - a fé de um aluno é
mais impactada quando ele está envolvido em uma relação
autêntica com um professor, treinador, pais ou um adulto que
tenha um relacionamento sério com Deus. Dois anos mais
tarde, quando juntou-se à equipe da Shepherd's House, ela
aprendeu que 25 anos de experiência clínica com os clientes
feridos, tinham a levado a concluir que as pessoas são
curadas através de relacionamentos autênticos, onde Deus é
o centro de suas famílias; e sem isto, a restauração acontece
de forma muito mais lenta. E dois anos depois, quando ela foi
convidada a participar de uma equipe de liderança, conduzida
por um consultor de igrejas nacionais, aprendeu também que
as pessoas vêm para o Senhor mais prontamente quando têm
relacionamentos cristãos.

Três experientes profissionais - uma conclusão


impressionante: os alunos crescem na fé através de
relacionamentos; pessoas feridas são curadas através de
relacionamentos; os incrédulos vêm ao Senhor Jesus por meio
de relacionamentos.

Crescimento, restauração, maturidade e desenvolvi-


mento da fé, estão intimamente ligados aos relacionamentos.
As pessoas precisam de pessoas para atingir a plenitude em
um mundo fraturado.

O trabalho de Deus e o nosso trabalho

É evidente para a maioria dos cristãos, que as pessoas


precisam de Deus para se recuperar. No entanto, pode ficar
complicado e, com certeza, causar equívocos - quando os
cristãos confundem o que é o trabalho de Deus e o que é o
nosso trabalho.

Sua obra inclui todas as áreas de redenção. Salvação,


santificação, libertação, cura e adoção espiritual, fazem parte
do "território de Deus". Embora possamos ser usados como
vasos, imprescindíveis nestas situações, Deus é o único que
pode nos salvar, nos santificar, livrar-nos do mal e, nos
adotar espiritualmente numa família adequada. Quando
deixamos Deus fazer a Sua obra, as coisas acontecem
perfeitamente. Mas quando nós, presunçosamente,
assumimos seu território, as coisas tendem a desmoronar-se
rapidamente.

O trabalho de maturidade, porém, é outra questão.


Deus é fundamental na orientação e bênção em nosso
amadurecimento; mas é nosso trabalho, outorgado a nós,
fazer o caminho de volta ao jardim para amadurecer. A
maturidade não é um dom espiritual, nem é subproduto da
salvação. É algo que nós como cristãos devemos trabalhar em
nossa vida.
Trabalho de Deus x nosso trabalho - A vida se torna
mais produtiva quando deixamos Deus executar seu território
e assumimos a responsabilidade de amadurecer o nosso.

O coração, a alma e a mente trabalham juntos

Quando a Palavra do Senhor nos diz para amar a Deus


com nosso “coração, alma e espírito" (Mateus 22:37), inclui
todo o nosso ser. O coração vê a realidade espiritual
(Eclesiastes 11:9); literalmente, o coração é “olhos e ouvidos
que conhecem a Deus". O coração é o lugar onde reside a
compreensão e é a origem do discernimento espiritual. É
particularmente influente na formação do senso de identidade
espiritual. "Viver com o coração que Jesus te deu" é o termo
que traz uma identidade junto com a realidade espiritual de
quem somos. É a expressão que revela que Deus projetou
cada um de nós para ser um tipo particular de pessoa, com
características exclusivas. Quando estamos vivendo a partir
do coração que Jesus nos deu, estamos sendo a pessoa que
Ele especificamente projetou. Viver dessa forma, integra a
alma, onde os sentimentos estão, e a mente, onde se realiza o
pensamento.

Ao falar sobre o nosso coração, precisamos ter o


cuidado de observar que não estamos falando de emoção.
Viver de nossos corações, não é simplesmente fazer o que
nossos sentimentos querem. Isso seria loucura. Viver de
nossos corações significa que existe uma direção interna que,
se governada pelo Espírito de Deus, nos mantém no caminho
que é sintonizado, espiritualmente, com quem nós somos e
para onde Deus está nos levando. Quando nossos corações
estão focados em Deus, vemos quem somos e sabemos o que
estamos fazendo. A Palavra de Deus nos lembra que todos
nós tínhamos corações perversos (Jeremias 17:9), e
precisamos desesperadamente Dele para curar-nos. O
coração que recebemos de Jesus é um coração que nasceu
outra vez, e onde agora Ele reside. Há muitas referências de
corações transformados por toda a Escritura. Uma delas está
no livro de Efésios, onde o apóstolo Paulo ora com os novos
crentes na igreja de Éfeso. "Oro para que, com as suas
gloriosas riquezas, Deus os fortaleça no íntimo do seu ser
com poder, por meio do seu Espírito, para que Cristo habite
no coração de vocês mediante a fé" (Ef. 3: 16-17). Deus quer
viver em nossos corações. Com Ele experimentamos a
liberdade e o poder de sermos a pessoa que Ele nos criou
para ser.

Plenitude não é alcançada rapidamente

Tem sido dito que Deus não é mágico - Ele é o grande


médico. Abordamos essa questão para dizer que nós
precisamos refletir, seriamente, se as correções de Deus são
sempre "rápidas". As pessoas geralmente procuram o
caminho mais rápido para se livrar da dor, o que é
compreensível. Dor, é claro, exige atenção imediata. Uma
abordagem mais madura, porém, é a busca pela redenção de
Deus no meio da dor, pedindo-lhe para trazer a cura para
nossas feridas - que pode significar um processo muito mais
lento. Deus faz a Sua obra em nós, nos apontando a plenitude,
mesmo quando estamos com dor. Mas não é somente a sua
obra; é nosso trabalho também. É preciso maturidade e
perseverança da nossa parte para conseguir a plenitude, o
que significa lidar constantemente com a nossa dor.

Podemos viver momentos e situações onde não somos


libertados da dor, mas ainda assim, podemos experimentar a
surpreendente redenção de Deus. Uma passagem
frequentemente citada em II Coríntios 12 descreve como o
apóstolo Paulo aprendeu uma lição fundamental. Ao ser
preso, vivia um problema angustiante que não o deixava e
mesmo tendo orado ao Senhor por três vezes, ele obteve uma
resposta que não estava procurando: Deus opera através da
fraqueza. Foi uma descoberta profunda, onde aprendeu a
alegrar-se nas fraquezas, nas injúrias, necessidades,
perseguições e grandes dificuldades. A boa notícia do
Evangelho é que Deus está conosco em meio às nossas lutas.
Ora, é neste momento que Ele exerce seu poder em nós.
Paulo aprendeu a deixar Deus no comando, e parar de pedir
para que acabasse com seu sofrimento. A força de Deus pôde
fluir através de Paulo, porque ele Paulo parou de tentar
tomar o controle. Deixou Deus assumir o controle para que
pudesse usá-lo de forma mais eficaz. Dali para frente,
poderia alegrar-se com o sofrimento, porque entendeu que
era uma oportunidade para a força de Deus manifestar-se
através dele.

Fundamental para os cristãos é a crença imutável de


que Deus trabalha em todas as coisas para o bem daqueles
que O amam (Romanos 8:28); e isso significa “todas” as
coisas. Ele trabalha quando estamos presos em uma dor que
parece não ter fim e nem sentido. A consagrada abordagem
cristã sobre dor e plenitude envolve a nossa participação,
bem como a de Deus. Sua obra em nós é trazer a redenção a
todos os traumas que nos quebram, e nosso trabalho é nos
esforçar para a maturidade, à medida que avançamos para a
plenitude. A palavra "redenção" é às vezes, difícil de
compreender, simplesmente porque é usada em vários
contextos. Apresentamos a forma como é utilizada no Modelo
de Vida: Redenção é Deus trazer o bem do mal, levando-nos
à plenitude e a experimentar o incrível poder de Deus.
Redenção significa que, da nossa maior dor pode vir a nossa
mais profunda missão na vida pessoal.

A compreensão bíblica da plenitude é descrita


sucintamente no primeiro capítulo de Tiago. Somos instruídos
a considerar pura alegria quando estamos no meio do
sofrimento, porque isso nos levará à plenitude. Sofrimento
testa a nossa fé e constrói a nossa resistência, para que
possamos ser maduros e completos - não fragmentados, mas
inteiros. Tiago adverte que devemos pedir a Deus sabedoria
durante este processo de tempestade. É preciso fé total para
acreditar que Deus vai nos conduzir através das tempestades,
ou não seremos capazes de "receber" qualquer coisa Dele.
Sem fé total em Deus continuamos divididos (versículo 8).
Plenitude vem quando O deixamos levar-nos através das
tempestades. Devemos acolher o sofrimento, porque isso
quebra as paredes da nossa vida fragmentada, para nos
tornar maduros e completos (vers. 4). Esta é a intenção de
Deus - trazer redenção para os lugares feridos e
fragmentados em nossas vidas, para que nossas fraquezas
possam ser transformadas em pontos fortes. Quando
tratamos nossa dor honestamente, isto pode acontecer. O
sofrimento pode nos levar à plenitude se abraçarmos a dor; o
que requer perseverança e tempo, mas os benefícios valem a
pena.

Colocando no passado o que é passado

Alguns cristãos dizem: “devemos esquecer a dor e


fazer o que a Bíblia diz - colocar no passado o que é
passado." Todos concordam que é bom encontrar uma
solução para a dor (do passado), mas colocá-la no passado
não é o que a Bíblia está falando no terceiro capítulo de
Filipenses, e sim "colocar o passado no passado". A
preocupação de Paulo é gloriar-se de realizações pessoais.
Escreve que tem razão para se vangloriar, mas quer colocar
suas conquistas do passado, no passado. Agora, considera
estas conquistas inúteis, "Comparado com a grandeza
insuperável do conhecimento de Cristo, e o poder da sua
ressurreição, [e] a participação dos seus sofrimentos" (v.
10). Paulo não está tentando dizer que as pessoas podem
arrumar um atalho para lidar com a dor do passado nesta
passagem. Os cristãos são convidados, através desta
linguagem mais forte de Paulo, a não deixar que nada os
impeça de conhecer melhor a Cristo, e ele inclui,
especificamente, o sofrimento como parte disto.

Recuperação de traumas é frequentemente difícil, mas


não pode ser ignorado. Exige com frequência algum trabalho
focalizado, guiado por pessoas que foram treinadas e são
bastante experientes. Recuperação de trauma é a tarefa
essencial da terapia. É necessário descobrir a natureza
específica da ferida de uma pessoa, para que a abordagem
correta à sua cura possa ser escolhida. Traumas se dividem
em duas categorias distintas: Tipo A - traumas que são
formados pela ausência de coisas boas como carinho,
nutrição, acolhimento que todo ser humano necessita. Esses
traumas geram problemas nos relacionamentos, de modo que,
para a recuperação, só um relacionamento afetuoso poderá
reparar este trauma tipo A.

Tipo B - traumas que são formados por coisas ruins que


nunca deveriam acontecer. Eles criam medo. Os “eventos
ruins” precisam ser reeditados e o medo precisa ser
desativado, para que a vida possa seguir sem o medo. O
capítulo três é uma introdução completa para a recuperação
do trauma, mas esclarecemos que é crucial canalizar os
esforços para a restauração de acordo com o tipo de trauma
que se está envolvido. Se o tratamento não se adequar ao
trauma específico, a recuperação não vai acontecer.

Recuperação do trauma Tipo A, acontece com


relacionamentos afetuosos disponíveis para dar à pessoa
traumatizada a chance de crescer em maturidade.
Desenvolver a confiança e deixar emergir sentimentos
profundos que são tijolos, etapas para a construção de
relacionamentos íntimos, pois facilitam a maturidade. Isso não
ocorre de forma instantânea. É preciso tempo e uma família
amorosa.

A recuperação de traumas Tipo B, também pode levar


tempo, embora a oração e terapia juntas possam acelerar a
cicatrização. Para os dois tipos de traumas, a ênfase deve ser
colocada sobre a resolução e não na velocidade. É a
resolução de uma ferida, que "a deixa no passado". Isso
requer maturidade suficiente dos envolvidos para se
compreender a ferida e convidar Deus para a cura.

Cristãos enxergam corretamente, que Deus quer


colocar o passado para trás, para que nada nos impeça de
experimentarmos o Seu amor neste mundo. Uma forma
simplista de se ver isto é negligenciar a dor do passado e só
focar o presente e o futuro. Esta é uma negação séria, e
certamente falhará. Uma cliente afirmou que quando a dor do
passado não está resolvida, luta com ela todos os dias,
portanto não está no passado naquele momento; a dor está
presente. A dor não fica no passado até ser curada. Esta
ideia precisa ser destacada: a recuperação de traumas é
necessária. A dor do passado não é passado, até que seja
resolvida, o suficiente para acabar com a luta atual da pessoa.

Relacionamentos afetuosos e reedição de eventos


ruins são essenciais para ajudar, respectivamente, traumas
do tipo A e tipo B. Com orientação e o poder de Deus, a
pessoa pode se recuperar. Deus cura e redime, mas é preciso
intervenções adequadas e direcionadas ao trauma, ou a dor
continuará a ser uma pedra de tropeço no presente.

Uma cliente da Shepherd's House escreveu esta


admirável analogia para mostrar que, negar seu passado lhe
deixou aleijada. Não lidar com o passado havia bloqueado seu
relacionamento com os outros e com Deus, além de conduzi-
la em um tempo doloroso de isolamento.

“Minha vida era um jardim de ervas daninhas; a


beleza e alegria da inocente juventude há muito tempo
havia sido sufocada pela realidade. Então eu ouvi a
Palavra de Deus. As sementes espalhadas por Ele no
meu jardim brotaram lindas e exuberantes, cheias de
alegria e amor que só Cristo pode trazer. Meu jardim
foi uma nova criação.

Mas eu não cuidei do meu jardim. Simplesmente pensei


que iria crescer e florescer. Então, completamente
sem aviso, as flores começaram a morrer. Não foram
muitas no início, de modo que dificilmente se podia
notar. Mas as lacunas começaram a aumentar como
buracos em um lindo tapete. Aqueles que visitaram
meu jardim devem ter notado quando começou, mas
ninguém foi convidado a entrar. Eles só podiam olhar a
partir do portão, onde só a perfeição pode ser
percebida.

Dentro desses buracos o problema é visto claramente.


As ervas daninhas ainda estavam lá. O jardim tinha
crescido ao redor delas, mas as ervas sufocavam e
destruíam a beleza mais uma vez.

Neste processo começou o resfriamento do meu amor


a Deus. Eu posso nunca tê-lo convidado para o meu
jardim, apenas permitindo que as suas sementes
fossem espalhadas por cima do muro. Não falei mais
com ele, não fui mais à sua casa, deixei de ler suas
cartas e agora estou sozinha. Para que a vida possa
florescer novamente, só eu posso abrir a porta para
que Ele entre e me ajude a identificar e eliminar as
ervas daninhas.”
[Todas as informações do cliente foram usadas com
permissão.]
Não nos atrevemos a tentar apenas "esquecer a dor",
pois ela irá nos impedir de conectarmos com Deus e com a
família que nos deu. Podemos tentar nos desconectar da dor,
em primeiro lugar com pequenos hábitos. Por exemplo,
podemos ficar, deliberadamente, muito ocupados, assim não
precisamos entrar em contato com nenhum sentimento. No
entanto, estar ocupado demais pode significar a perda de
amigos. Podemos acabar completamente isolados se evitamos
trabalhar na nossa dor. Somente quando assumimos a dor
seremos bem sucedidos em colocá-la no passado, e nos
tornará mais eficazes na aproximação dos outros, incluindo
Deus.

Alcançando plenitude em um mundo fraturado

O mundo está quebrado - nada parecido com o lugar


formoso que Deus criou. O mesmo pode ser dito de nós -
estamos quebrados e caídos. Há uma guerra em curso entre o
príncipe dos anjos caídos e o Criador, e as batalhas
espirituais são frequentes e generalizadas. Nenhum de nós
pode escapar aos efeitos da guerra espiritual. Somos todos
vulneráveis, e o mundo nos quebra de muitas maneiras ao
longo da vida. Consequentemente, nós somos incapazes de
evitar traumas, alguns dos quais deixam cicatrizes
duradouras.
Especialmente quando ocorrem durante a infância,
traumas podem ter efeitos profundamente negativos. Mesmo
os pais cuidadosos não podem manter as crianças
completamente fora de perigo, pois podem sofrer traumas de
várias maneiras. Muitas pessoas passam grande parte de
suas vidas adultas tentando superar os efeitos dos traumas
precoces. Geralmente não os reconhecemos como tais,
porque tomam a forma de luta diária; quando lemos os
últimos livros de autoajuda e nos sentimos presos com um
péssimo hábito. Estas são as tentativas de alterar os efeitos
do trauma, sem identificar o trauma que produziu os efeitos.
Este é um problema importante, não só porque os esforços de
autoajuda falha, se são mal direcionados, mas também porque
a existência generalizada de abuso de crianças é seriamente
negligenciada.

Estudo após estudo mostra a mesma conclusão


convincente. Cerca de um terço de nós, sofremos traumas
quando crianças, sob a forma de abuso físico ou sexual.
Muitos mais sofrem a ausência de coisas boas, que são
necessárias para a maturidade emocional, e a ajuda
geralmente não está disponível. O fracasso escolar, a
depressão, ansiedade, baixa autoestima, doenças crônicas,
comportamento violento e perturbação nos impulsos sexuais,
são alguns dos efeitos comuns decorrentes dos traumas na
infância. Quando não tratados, as crianças carregam esses
efeitos até a vida adulta. Ferimentos, divisão, isolamento e
opressão, são os resultados das feridas e traumas não
notados e que não receberam cura. Muitos continuam
sofrendo ao longo de suas vidas, porque não recebem a
atenção para os efeitos do abuso precoce.
São pessoas que precisam de outros que os amem, os
incentivem a descobrir de onde vem a dor, e os acompanhem
em seu caminho para a recuperação. Sem a ajuda de uma
comunidade que se preocupa com eles, e tendo mágoa,
isolamento e opressão, essas pessoas terão muita dificuldade
no processo de alcançar à plenitude.

O poder da alegria

Como vimos, o mundo é um lugar quebrado, e cada um


de nós é supostamente dividido pelos efeitos do mal que
atinge a vida. No entanto, dentro de cada um de nós existe
um impulso para resistir aos ataques que sofremos, e nos
tornar a pessoa que Deus planejou que fôssemos. Ele nos
criou com mentes que buscam a plenitude; e essa procura é
maravilhosamente impulsionada pela alegria durante a
primeira infância.

Nos dois primeiros anos de vida de uma criança, o


desejo de experimentar a alegria nos relacionamentos
amorosos é a força mais poderosa na vida. De fato, alguns
neurologistas dizem, agora, que a necessidade básica humana
é “ser o brilho nos olhos de alguém”. Quando você vislumbra
no rosto de uma criança que corre para sua mãe, que a
espera com os braços estendidos em alegria incontida, você
pode capturar, em primeira mão, o poder incrível que
significa "ser o brilho nos olhos de alguém”. Quando essa
alegria - é a força mais poderosa no mundo de uma criança -
a vida faz sentido. As crianças olham para frente buscando
estes momentos, quando podem conectar a alegria com a
pessoa querida. Maravilhoso, inocente e puro desejo, que
começa na infância e continua ao longo da vida. A vida faz
sentido e é fortalecida pela alegria, quando as pessoas estão
se relacionando com aqueles que os amam, sentem-se
amadas e são, sinceramente, "gratas por estar com eles."

Porque a alegria é relacional, também é uma


experiência contagiante. Quando alguém está "contente em
me ver", pode despertar alegria em mim. Minha alegria,
então, é devolvida ao doador e a dele também aumenta. Esta
experiência vai-e-volta num ritmo incrivelmente rápido -
seis ciclos por segundo em uma troca não-verbal, face-a-
face – vai ficando cada vez mais forte a alegria entre as duas
pessoas.

Alegria também vem de estar em um relacionamento


com Deus. Em toda a Bíblia é estabelecido que uma poderosa
alegria vem desse relacionamento; Ele sabe tudo sobre mim
e ainda é grato por estar comigo. Agora, quando antigos
autores bíblicos inspirados por Deus, e neurocientistas do
século 21, impelidos pelo conhecimento, concordam que a
alegria vem através de relacionamentos poderosos, sabemos
que existe algo profundamente importante a ser aprendido
com isso.

Quando a força da alegria é estabelecida, na verdade,


apenas o conhecimento de que alguém está "grato por estar
comigo", mesmo se a pessoa não estiver fisicamente
presente no momento, é suficiente para me devolver a
alegria. Imagens de rostos, a memória de suas respostas, e a
presença de Deus, todas estas coisas são suficientes para
nos devolver a alegria.

Quando a pessoa obtém sua alegria devidamente


conectada aos sentimentos que foram danificados por um
mundo quebrado, ela sente um novo poder e vitalidade em
todos os seus relacionamentos. O cérebro é projetado para
proteger-nos de um mundo deteriorado, como veremos nos
capítulos 2 e 3 e trabalha incansavelmente para reparar as
fraturas. A família e a comunidade são também projetadas
para ajudar o cérebro neste trabalho de proteção e reparação,
mas para isso é necessário que seja funcional.

Especialmente para aqueles que estão em


recuperação, é essencial ter relacionamentos autênticos que
produzam alegria; momentos de comunhão e amizade que irão
construir e tecer contentamento e prazer, contribuindo com o
retorno da alegria. Pode ser impossível enfrentar a dor que
faz parte da recuperação, se a pessoa não está habilitada pela
emoção da alegria. Na verdade, a quantidade de alegria
disponível precisa ser maior do que a quantidade de dor.
Portanto, a construção de alegria por meio de
relacionamentos onde se dá e se recebe vida é, geralmente, a
primeira parte da recuperação.

Ter alegria é fundamental para o bem estar de uma


pessoa. Atualmente, sabemos que existe no córtex direito
pré-frontal do cérebro, um "centro" de alegria que possui o
controle executivo sobre todo o sistema emocional. Quando
este “centro” se desenvolve adequadamente, ele regula as
emoções, o controle da dor e dos centros de imunidade, e
orienta-nos a agir como nós mesmos; libera
neurotransmissores como a dopamina e a serotonina, e é a
única parte do cérebro que substitui a unidade central
principal – alimentação, impulsos sexuais, terror e raiva.
Construindo alegria
Construindo alegria significa se aproximar de Deus e das
pessoas. Embora seja um processo muito autêntico, não pode
ser fabricado; então, aqui estão algumas ideias de
“construção de alegria" para colocar na prática, primeiro com
nossas famílias e depois estender para a comunidade de
feridos.

l. Sorria sempre que cumprimentar aqueles que você ama, e


use um tom de voz sincera.
2. Faça perguntas que convidam as pessoas a dizer
verdadeiramente como estão indo, e o que estão pensando.
Ouça atentamente, sem interromper.
3. Tenha interesse sincero pela outra pessoa. Empenhe-se
para entender os outros; seus medos, alegrias, paixões,
talentos e dor.
4. Tratem uns aos outros com dignidade e respeito. Ao
terminar uma discussão, tente fazer com que as duas
pessoas sintam-se encorajadas.
5. Use o toque quando for apropriado: Segurar as mãos,
abraçar, e usar a conexão física de forma tão eficaz quanto
possível.
6. Descubra o que traz alegria: Um tempo para conversar,
incentivar, uma mão amiga, ou passeios à tarde. Habitue-
se a tentar trazer alegria.
7. Dê-lhes pequenas surpresas que façam os olhos deles
brilharem, e deixe que seus olhos brilhem também! A
alegria aumenta à medida que os olhares vão e voltam.
8. Valorize bebês e crianças estabelecendo, através de
palavras e ações, que você se sente "contente por estar
com eles".
Recuperação e vida

Isto é um trabalho para a vida: Pertencer a uma


família. Receber e dar vida. Superar os efeitos de traumas.
Contribuir para uma comunidade.

As pessoas não ficam presas quando a família e a


comunidade suavizam o caminho através das noções básicas
da vida. A maturidade progride e a redenção divina traz
resistência à dor. Se a maturidade travar, o Modelo de Vida
ajuda as pessoas a encontrarem onde ficaram travadas.
Terapia ajuda quando é conduzida por bons terapeutas, e se o
ambiente onde o cliente vive o apoia. Isso permite que as
pessoas vivam em vínculos de amor, para que possam ser
liberados em seu caminho para a plenitude.

O Modelo de Vida aplica as verdades bíblicas à


condição humana, para que possamos viver de maneira que
permitirá a mais completa experiência com Deus e com a Sua
alegria. Compreender o Modelo de Vida ajuda a identificar o
que está errado e sugere soluções produtivas e realistas -
soluções que podem durar uma vida, mesmo que o processo
não aconteça rapidamente.

Poucas intervenções terapêuticas, que possam


produzir avanços rápidos, foram descobertas; às vezes, até
são apresentadas como soluções instantâneas para a vida
quebrada. Descobertas podem ser muito importantes, mas a
vida pode ser longa e complexa, e não se resolve com
algumas soluções; ainda há o resto da vida pela frente. É
míope ver uma descoberta como algo mais do que um
pequeno ponto na grande tela da vida. O Modelo de Vida
abrange a tela toda. É muito mais do que tornar o trabalho
terapêutico melhor. É sobre a construção de grupos de
pessoas que possam ter uma vida significativa em conjunto.
É sobre recuperação para aqueles que foram gravemente
feridos, de modo que possam ser entrelaçados em sua
comunidade e contribuir com seus corações.
Um breve resumo

A vida traz para cada um de nós, inescapáveis traumas


que bloqueiam a maturidade. A atividade da redenção divina
nos vem de duas maneiras: Ela traz a cura para nossos
traumas e adota-nos em Sua família. Cura e adoção
aumentam nossos blocos de maturidade, através do nosso
longo caminho em direção à plenitude. Com esses impulsos:
seremos capazes de viver dos corações que Ele nos deu, a
nossa verdadeira identidade aparecerá, e nossos
relacionamentos com a família e comunidade serão
caracterizados pela alegria.

É necessário, às vezes, promover relacionamentos


mais fortes na família e na comunidade, antes da recuperação
do trauma poder prosseguir. Em outras situações, a
recuperação do trauma deve ter lugar antes das relações
serem fortalecidas. Também, às vezes, é preciso trabalhar
mais no alcance da maturidade, antes do trauma ser
trabalhado; enquanto em outros momentos, o trauma é
trabalhado antes da maturidade. Não existe uma fórmula.
Quando algo está errado, tudo precisa ser avaliado: a
maturidade, a recuperação do trauma, divisão, apoio familiar
e da comunidade, vitalidade espiritual - e orar para que o
Senhor possa prover a redenção onde quer que o déficit seja
encontrado.

Este livro é uma introdução ao Modelo de Vida. À


medida que for se aprofundando no material, irá encontrar
várias aplicações:
Para ajudar o amadurecimento de uma comunidade a
amadurecer (ver gráfico indicador de Maturidade no capítulo
2); recuperação para quem que precisa (Capítulo 3); a criação
de uma família que gera vida (Capítulo 4); ajudar as pessoas
a viver da sua identidade dada por Deus (capítulo 5);
construção de uma igreja onde todos são beneficiados,
porque eles vivem como família de Deus (capítulo 6).

Em I Coríntios 4:20, a Bíblia diz que o Reino de Deus não é


sobre palavras, mas sobre o poder. As ideias apresentadas
aqui são simplesmente tão boas quanto os seus resultados.
Se eficaz, o Modelo de Vida lhe dará uma nova compreensão
do poder de Deus que está disponível para você. Destina-se
a desafiá-lo a viver a sua vida a partir do coração que Jesus
lhe deu, e que significa a viver o máximo. Vai precisar do seu
trabalho e do poder de Deus, e isso vai levar tempo. Nós, os
terapeutas da Sheperd`s House desejamos-lhes o melhor de
Deus na medida em que avança dentro deste processo de dar
e receber vida.

Se o material introduzido é confuso ou doloroso para você,


por favor, não pare de ler. Enquanto continuar a aprender
mais sobre a maturidade, a recuperação, pertencer, e mais
sobre o Modelo de Vida, acreditamos que tudo ficará mais
claro, e esperamos que no final, irá abençoar você e sua
comunidade.
Vínculo de Amor x Vínculo de medo
nos relacionamentos

VÍNCULO DE AMOR VÍNCULO DE MEDO


1. Com base no amor e 1. Com base no medo e caracterizado
caracterizado por verdade, por dor, humilhação, desespero,
proximidade, intimidade, alegria, vergonha, culpa, medo ou rejeição,
paz, perseverança e um dar abandono ou outras consequências
autêntico. negativas.
2. Orientado pelo desejo de fazer 2.Orientado para evitar o elo. (Eu
vínculo. (Eu conecto porque quero conecto porque eu quero evitar
estar com você) sentimentos negativos ou dor.)
3. Laços de medo crescem mais fortes
3. Laços de amor crescem mais
quando há muita proximidade ou muito
fortes, quando nos aproximamos e
distanciamento. (Quanto mais nos
também quando nos afastamos.
aproximamos, mais assustador fica,
(Quando nos aproximamos, eu te
então tenho que evitar a proximidade.
conheço melhor. Quando nos
Ou, quanto mais longe estamos, mais
afastamos, eu continuo abençoado
assustador poderá ser, então tenho que
pela lembrança que tenho de você.)
manipular proximidade).
4. Não podemos compartilhar qualquer
sentimento: positivo ou negativo. O
4. Podemos compartilhar os
vínculo é reforçado por (1) evitar os
sentimentos positivos e negativos.
sentimentos negativos ou positivos, ou
O vínculo é reforçado por um
(2), procurar apenas sentimentos
compartilhar verdadeiro.
negativos ou procurar apenas
sentimentos positivos.
5. Participantes de ambos os lados 5. Os envolvidos estão interessados
são beneficiados no vínculo, que apenas em ganhar no relacionamento; o
incentiva a todos a agirem como vínculo inibe as pessoas de serem quem
são. são.
6. A verdade permeia o
6. Engano e fingimento são obrigatórios.
relacionamento
7. Laço de amor cresce 7. Vínculo baseado no medo restringe e
continuamente e amadurece as atrofia o crescimento, mantendo as
pessoas, equipando-as para pessoas longe de encontrar seus
encontrar o seu coração. corações.
8. Laço de amor operado a partir da 8. Vínculo baseado no medo operado
parte frontal do cérebro (o centro pela parte de trás do cérebro é
de alegria) é governado por "como governado por "como faço para
posso agir como eu mesmo” conseguir o que quero?"
2
Maturidade

Maturidade é alcançar todo o potencial dado por Deus.


Isso significa maximizar as nossas habilidades e talentos, e
usá-los efetivamente para crescer, atingindo a plena
capacidade nos nossos projetos individuais.²

As informações sobre maturidade encontradas neste


capítulo são o resultado de mais de 20 anos de observações,
pesquisas e experiências. Jim Wilder foi perturbado,
inicialmente, pelo fato de que poucas pessoas que ele
encontrou, realmente entendiam as tarefas fundamentais
necessárias para o amadurecimento; e aqueles que
entendiam, normalmente não conseguiam colocar em palavras
para ensinar aos outros. Felizmente para nós, ele foi
inspirado por importantes “pacotes” de informações sobre
teologia, psicologia, medicina e neurologia, que existem
sobre o tema maturidade. Assim, o estudo e a síntese
começaram e o que temos diante de nós, é uma introdução a
essas conclusões.
O capítulo 1 introduziu-nos a ideia de que ter alegria
suficiente, estabelece as bases para todo tipo de maturidade
__________________________________
² SeeStages of a Man’s life (previously, Life Passages for Men) by Jim
Wilder, for a more expanded discussion of maturity.

e crescimento. Uma casa com uma base defeituosa pode ter,


curiosamente, "boa aparência" exterior por vários anos, mas
com o tempo, clima e condições estressantes, ela irá revelar
deficiências, e poderá começar o doloroso processo de
colapso. Da mesma forma, as pessoas sem a força da alegria
- que significa um "centro de alegria" subdesenvolvidos no
lado direito do cérebro - podem parecer muito bem para os
primeiros 20 ou até 30 anos de vida; eventualmente, porém, o
desgaste da vida revela o defeito na “construção” e um
doloroso processo de colapso tem início.

Uma casa sem um alicerce firme, por exemplo, não


pode suportar a força de uma chuva de granizo ou um
terremoto, nem pode sobreviver à pressão da remodelação.
Da mesma forma, uma pessoa sem um alicerce firme de
alegria, não pode suportar o stress de rompimentos e perdas,
nem sobreviver à pressão do crescimento e maturidade.

Como se pode ver, fazer as fundações é de vital


importância para o trabalho. Qualquer arquiteto sabe que uma
boa base contribui para o sucesso e a longevidade de todo o
edifício. Então, você pode perguntar o que acontece com
aqueles que não tiveram sua fundação de alegria estabelecida
devidamente no início? As suas chances de recuperação e
maturidade são completamente destruídas?

Felizmente para nós, durante os últimos cinco anos, a


neurociência tem feito enormes progressos nas pesquisas,
permitindo-nos responder a esta pergunta. À medida que
aprendemos desta ciência emergente e desenvolvemos
pesquisas, nos impressionamos com o conhecimento infinito
de Deus e seu esplendor. Em sua onipotente sabedoria Deus
sabia que haveria irregularidades, então Ele criou o cérebro
com a capacidade para compensar. Embora a maior parte do
cérebro para de crescer em determinados estágios de
desenvolvimento, o "centro da alegria", localizado no córtex
orbital pré-frontal direito, é a única seção do cérebro que
nunca perde a sua capacidade de crescer! E mantem esta
capacidade por toda a vida, o que significa que “a força da
alegria" pode sempre continuar a desenvolver!

O que faz o centro da alegria crescer? Você pode


perguntar. Ele cresce em resposta aos relacionamentos
honestos cheios de alegria. Não estamos falando de
relacionamentos casuais ou superficiais. Quando as pessoas
estão envolvidas e ligadas em relacionamentos autênticos,
mostrando a verdadeira alegria - "Estou feliz por estar com
você!" - esta área do cérebro vai crescer em qualquer idade!
E embora o crescimento do cérebro é mais lento neste
momento do que durante os melhores períodos de
desenvolvimento, este é o ponto de partida - novos alicerces
podem ser estabelecidos, e os danos podem ser reparados, o
processo de amadurecimento que estava parado não precisa
ficar comprometido.

Vínculos de medo e vínculos de amor

Tornar-se maduro exige vínculos entre as pessoas. Os


vínculos são a base para a maturidade ser construída. As
ligações são as conexões que nos energizam, motivam nossas
ações e estabelecem a nossa identidade. O intercâmbio entre
“receber e dar” molda nossos vínculos e a nossa visão do
que realmente é importante. Existem essencialmente dois
tipos diferentes e incompatíveis de vínculos - um baseado no
medo e o outro no amor. O vínculo do medo é formado para
evitar os sentimentos negativos e a dor. O vínculo do amor é
formado em torno do desejo, alegria e procurar estar com
pessoas que são importantes para nós. O vínculo do medo dá
energia às pessoas para evitar a dor - como rejeição, medo,
vergonha, humilhação, abandono, culpa ou até abuso físico. O
vínculo do amor motiva as pessoas a viverem na verdade, na
proximidade, alegria, paz, perseverança, bondade e o
autêntico doar-se.

Quando duas pessoas compartilham laços de amor,


uma energia especial flui entre eles. O contato do olhar
produz um brilho que energiza os dois. Planejam estar juntos
no futuro, porque desejam a proximidade especial que
compartilham. Quando compartilham o vínculo que é regido
pelo medo, a ansiedade aumenta à medida que se aproxima o
tempo de estarem juntos. O medo também pode se
desenvolver quando estão separados.

Os vínculos de medo e de amor que vivenciamos


durante os anos de formação, irão determinar a nossa forma
de nos motivar. Quando estamos temerosos, nos ameaçamos
com o que vai acontecer: se não começarmos trabalhar a
tempo, se não perdermos peso, economizamos dinheiro, ou
tentamos não irritar nosso parceiro. Pensamos sobre coisas
que poderiam dar errado. Nós nos preocupamos, sentimos
culpa, agimos movidos pela vergonha, e culpamos outros.
Nos tornamos emocionalmente paralisados e agimos muito
abaixo do nosso potencial.

Vínculos de amor, por outro lado, nos encoraja a


permanecer fiéis mesmo sob pressão, ajudar os outros a
serem tudo o que eles foram criados para ser, perseverar
nos momentos de dor, estar perto de quem amamos, e dizer a
verdade mesmo quando dói. Nós pensamos sobre como Deus
vê os outros. Não somos controlados pelo medo, porque
sabemos que há sempre algo mais importante que exige a
nossa atenção e devoção. Não há temor no amor, porque o
perfeito amor lança fora todo medo.

Vínculos do medo e Vínculos de amor podem coexistir


na mesma família ou pessoa. Finalmente, ou o vínculo de
medo ou o vínculo de amor se tornará o mais influente. Um
deles irá aumentar até dominar a pessoa, ou até dominar toda
a família. À medida que crescemos, amadurecemos e somos
curados, deixando para trás o vínculo de medo e substituímos
por vínculos de amor.

Somos guiados por objetivos que desejamos, ao invés


de evitar os desastres que tememos. O único medo que
finalmente faz sentido é temer a Deus, porque se
mantivermos os nossos olhos Nele, com temor, sempre
iremos descobrir que Ele nos ama.

Trocando vínculos de medo por vínculos de amor

Uma maneira de certificar-se que você está em uma


relação baseada no vínculo de amor é perceber como se
sente depois de ter gastado tempo com essa pessoa. Se você
geralmente se sente contente, energizado, seguro e confiante
após estarem juntos, é muito provável que você tenha um
vínculo de amor. Vínculos de amor tendem a nos fortalecer e
trazer o melhor que existe em nós. Se, no entanto, você
geralmente se sente ansioso, tenso, confuso ou drenado
depois de estar com essa pessoa, as chances são de que a
relação é baseada em vínculos de medo.

Embora seja difícil, é possível transformar o vínculo de


medo em vínculo de amor. Quando você é bem sucedido e
consegue fazer isso, as duas pessoas têm uma maior
probabilidade de experimentar a alegria e devolvê-la ao
relacionamento. Para fazer a mudança essencial, primeiro
precisa ser capaz de responder à duas perguntas importantes
sobre si mesmo:

1. Será que eu me conheço e sei agir como meu verdadeiro


eu?
2. Posso ser eu mesmo nesse relacionamento?

Passos essenciais para fazer a mudança de vínculos


de medo para vínculos de amor

1. Conhecer e apreciar quem você é.

Um relacionamento baseado no vínculo de amor requer


duas pessoas que conhecem o seu verdadeiro eu. Portanto, é
fundamental conhecer e apreciar os aspectos importantes de
quem você é antes que possa víncular-se plenamente com
outros. Por exemplo, o que lhe traz grande satisfação? Que
atributos pessoais você mais se orgulha? O que ajuda você a
experimentar alegria? Pode voltar para a alegria depois de
uma frustração, sem agir de um jeito que depois irá se
arrepender? Você sente que precisa de prestígio ou posses, a
fim de ser apreciado por outras pessoas? Os seus
relacionamentos atuais são caracterizados pelo amor e pela
liberdade ou pela carência e medo? Você pode ser você
mesmo em seus relacionamentos? Permite que outras
pessoas sejam quem eles realmente são em seus
relacionamentos?

À medida que você trabalha honestamente com essas


questões e permite que mais da pessoa que você é esteja
presente em seus relacionamentos, irá experimentar algum
medo e resistência. Lembre-se, porém, que todos nós
ficamos inicialmente desconfortáveis com a mudança.

Se você tem fé e coragem para perseverar, irá se alegrar


mais em você mesmo e aumentar a possibilidade de fazer
vínculos de amor com os outros.

2. Assumir a responsabilidade por suas próprias ações


e sentimentos.

Nos vínculos de medo, muitas vezes as pessoas


acreditam que têm que adivinhar o que o outro está pensando
ou sentindo, e então prever como não aborrecê-los. Mesmo
se pudéssemos ler os pensamentos de outras pessoas, não
podemos controlar como eles reagiriam a nós; também não é
nossa responsabilidade. Somos responsáveis por nossas
próprias ações. Isso é tudo que podemos controlar. Nós
estamos adicionando medo para o relacionamento quando nós
controlamos, manipulamos ou nos fechamos, assim a outra
pessoa tem que adivinhar o que estamos pensando ou
sentindo. Ao assumir a responsabilidade por nós mesmos,
mas sem controlar os outros, podemos enviar uma mensagem
para eles que nós não estamos agindo por medo ou
desespero - e eles não precisam também.

3. Reconhecer os vínculos de medo presente em seus


relacionamentos.

Muitas vezes nós não somos consciente dos medos


que nos motivam em um relacionamento. Normalmente, os
vínculos de medo giram em torno desses medos:

a) Medo de rejeição. "Eu tenho que fazer todo o


possível para fazer essa relação sobreviver."
b) O medo da raiva. "Eu não aguento ter ninguém com
raiva de mim."
c) Medo de ser humilhado. "Eu não posso deixar
ninguém ver minhas fraquezas ou erros."

4. Deixe de controlar os resultados.

Porque vínculos de amor são baseados em sua


capacidade de retornar à alegria, isto não é dependente das
respostas ou comportamentos dos outros. Ao contrário, eles
baseiam-se em ser você mesmo em todas as situações e
saber que você é alguém agradável. Curiosamente, uma vez
que você deixar essas duas coisas, controlar os
relacionamentos e de querer ser responsável pelo
comportamento de alguém e simplesmente se concentrar em
ser você mesmo, é mais provável que vejamos os resultados
que você estava esperando.
Uma aldeia e uma família

A vida em comunidade é a melhor quando as pessoas


têm relacionamentos que contém vida com todas as outras
fases da vida. Os bebês precisam de irmãos mais velhos,
adultos, pais e anciãos em torno deles, a fim de aprender as
lições que ajudam a criança a progredir nas passagens de
fases na vida. O mesmo é verdade para as pessoas em todas
as outras fases. Anciãos precisam de crianças tanto quanto
os bebês precisam dos mais velhos. Nós todos precisamos
ter um relacionamento positivo com as pessoas em cada uma
das outras fases, a fim de alcançar o sucesso na etapa de
vida que estamos vivendo.

Nunca termina o processo de amadurecimento, e as


pessoas precisam de relacionamentos contínuos com a
família e comunidade para não ficarem travadas no processo
de amadurecer. As pessoas precisam saber quem são e
precisam ser, frequentemente, lembradas de quem são
aqueles que as amam. Como veremos no capítulo 4,
pertencer a uma família é especial para todos, especialmente
para viúvas, órfãos, casais sem filhos e pessoas solteiras.

Em 1996, na campanha presidencial americana, em um


divertido e acalorado debate entre republicanos e
democratas, discutiram se é preciso uma família ou uma
aldeia para educar uma criança melhor. Estamos aqui para
dizer que, após estudar cuidadosamente as condições que
afetam a maturidade humana, estamos convencidos que,
acima de qualquer dúvida, precisamos tanto de uma aldeia
como de uma família para o crescimento bem sucedido de
uma criança.

Estágios de maturidade

Temos aqui uma visão geral dos estágios de


maturidade. A idade física de uma pessoa não determina o
seu nível de maturidade, mas a conclusão satisfatória dos
requisitos de maturidade o faz. Cada estágio inclui todas as
necessidades e as tarefas das anteriores. As idades referidas
indicam quando as tarefas podem ser alcançadas. Não podem
ser alcançadas antes do tempo, mas se há deficiências,
poderão ser alcançadas posteriormente. "Os indicadores de
maturidade, as explicações e o gráfico no final deste capítulo,
irão esclarecer estas informações de forma mais completa.

Infantil (0 - 3) - Ao longo desta discussão vamos usar o


termo "infantil" que inclui crianças e adultos na faixa etária
de 0 - 3 anos de idade no estágio de desenvolvimento.

A necessidade infantil fundamental é receber o amor


incondicional e atenção. Receber sempre precede o dar. Nós
nunca seremos capazes de efetivamente dar, até que
tenhamos recebido. Quando a nossa dependência das
necessidades fundamentais for suprida, somos motivados a
nos tornar independentes, começando a cuidar de nós
mesmos. Se a nossa dependência nestas necessidades
primárias não forem atendidas, vamos passar o resto de
nossas vidas tentando conseguir que os outros cuidem de
nós. Portanto, na maior parte deste estágio, os pais precisam
suprir a necessidade infantil, através do reconhecimento,
quando esse precisa ser alimentado, abraçado, consolado ou
embalado para dormir. Certamente que treinamento e
disciplina são necessários quando o bebê entra na primeira
infância, mas uma boa formação não pode minar a
necessidade primordial da criança de 0 - 3 anos que é
aprender a receber.

Como já foi dito, o desenvolvimento da alegria é o


fundamento deste primeiro estágio. O infantil precisa ser o
"brilho nos olhos de alguém" e conviver com pessoas que
estão "contentes de estar com eles" para que sintam alegria e
saibam que a alegria é um estado normal. Estas condições
realmente fazem crescer o "centro da alegria" do cérebro,
que terá "controle executivo" sobre seus sistemas
emocionais para o resto de suas vidas. Enquanto a maioria,
no primeiro ano de desenvolvimento, está comprometida em
construir a alegria, a criança com mais de 12 meses começa
a importante tarefa de transformar em alegria cada emoção
desagradável.

Alguns infantis são de "alta necessidade" e os pais


precisam responder a seus sinais de desespero, dando-lhes o
máximo de vida, tanto quanto for necessário. Quando o choro
do bebê é ignorado, como tentativa de controle do choro ou
somente para levá-los a parar de chorar, essa abordagem
não fornece a segurança ou o conforto que é vital para o seu
desenvolvimento como futuro adulto.

Desenvolver a confiança através do vínculo com os


pais também é fundamental nesta fase, requerendo tato,
tempo e convivência com pai e mãe. O envolvimento com a
criança é investimento em seu futuro. Nesta fase também
começa o processo de desenvolvimento da autoimagem, ou
de quem é, com base nas imagens de outros rostos
importantes que estão olhando para ele. Quando um infantil é
cercado por pessoas que o enxergam como Deus o enxerga e
a pessoa que foi projetada para ser, esses rostos vão
comunicar para ele, muito cedo, o seu valor e sua
importância.

"Adulto infantil", que não tenha sido suprido, nestas


áreas tão importantes, quando era bebê, sempre será
necessitado como adulto. Pessoas assim, não serão capazes
de cuidar de si emocionalmente, nem serão capazes de
receber adequadamente as coisas importantes de outras
pessoas. Adultos infantis não pedem o que precisam, porque
acreditam que, os que realmente se importam com eles, irão
descobrir o que precisam. Também não sabem lidar com as
críticas, mesmo que sejam válidas e construtivas, porque
veem qualquer opinião negativa como um ataque pessoal. São
frequentemente possessivos nos relacionamentos, territórios,
poder e posses e, infelizmente, para todos os envolvidos,
também usam o vínculo do medo para garantir que fiquem
ligados a eles. Enquanto "mostrar serviço", o adulto infantil
pode ser responsável em muitas áreas, como o manuseio de
finanças pessoais, serem pontuais e de confiança;
emocionalmente, porém, são severamente afetados, o que
torna muito difícil para eles, construir relacionamentos bem-
sucedidos e duradouros.
Criança (4-12) - Quando a criança aprende a dizer do que
precisa, isso marca a transição para a próxima fase. É motivo
de festa quando ela pode deixar a primeira infância para trás
e começar a aprender a cuidar de si mesma. Quando se move
em direção à puberdade, é ainda importante receber o amor
sem merecer. Os prêmios são conquistados, mas não o amor
– o amor precisa ser incondicional. Sempre que uma criança é
obrigada a cuidar de um pai, as coisas estão invertidas.
Embora as “crianças Parentificadas” (que cuidam física ou
emocionalmente de adultos) possam parecer maduros, suas
necessidades não foram ainda supridas suficientemente e
isso irá deixar lacunas que, em algum momento, prejudicarão
o seu desenvolvimento emocional.

Aprender a cuidar de si mesmo requer o domínio de


várias tarefas pessoais:

(1) A criança deve aprender a dizer o que pensa e sente de


forma adequada e pedir o que for necessário. Adultos que
não aprenderam como fazer isso, muitas vezes ficam
frustrados porque suas necessidades não são satisfeitas e
suas vozes não são ouvidas.

(2) As crianças devem aprender o que lhes traz satisfação. Se


a pessoa não aprende o que a satisfaz, outros irão determinar
o que é satisfatório para elas.

(3) As crianças precisam aprender a fazer coisas difíceis.


Isso requer o desenvolvimento da paciência e persistência,
exigindo algumas orientações. Infelizmente há uma tendência
corrente de "direitos e privilégios", na atualidade que,
erroneamente, sugere que se não vale a pena, você não terá
que fazer coisas difíceis. Este equívoco vai contra toda a
sabedoria convencional e limita severamente o
desenvolvimento da maturidade.

(4) As crianças precisam desenvolver seus talentos e


recursos pessoais; caso contrário, elas podem se tornar
altamente suscetíveis a preencher suas vidas com atividades
insatisfatórias e improdutivas.

(5) O cuidado de si, exige conhecer a si mesmo e tornar-se


compreensível para os outros.

(6) As crianças precisam compreender como elas se


encaixam na história – bem como no "grande quadro" da vida.
Ao estudar sua história pessoal, a criança pode compreender
melhor o presente e ser mais eficaz na moldagem do futuro.
Quando as crianças entendem o "grande quadro" da vida, elas
percebem que têm a capacidade de impactar o mundo
pessoalmente.

"Adultos crianças" - têm corpos de adultos, mas


emocionalmente têm a maturidade de uma criança, sempre
egocêntricos. Ao contrário de "adultos infantis" que não
podem cuidar de si, “adultos crianças" podem cuidar de si
mesmos, mas apenas de si mesmos; e muitas vezes isto é
feito a custas dos outros.

Adulto (13 - o nascimento do primeiro filho). Você vai saber


quando uma pessoa mudou do nível de maturidade de uma
criança para o nível de um adulto, porque ele irá deixar de
ser uma criança egocêntrica para ser um adulto centrado no
nós. Enquanto uma criança precisa aprender a ser “eu no
centro” (como faço para tornar as coisas justa para mim), um
adulto aprende a ser “nós no centro” (como faço para tornar
as coisas justa para nós). Reciprocidade é a marca registrada
de um adulto, porque ele pode cuidar de duas pessoas ao
mesmo tempo. Quando as pessoas, com corpos adultos, estão
atuando abaixo do nível de maturidade de um adulto, você vai
saber, porque ao final de suas interações com eles, você
nunca vai sentir algo mútuo. Você vai embora sentindo que,
para manter um relacionamento com eles, você sempre
precisará dar mais, ouvir mais ou tolerar mais, do que eles
jamais estariam dispostos a fazer para você.

Os adultos sabem como manter-se estável em


situações difíceis e podem trazer de volta a alegria para si e
para os outros. Pessoas que não podem fazer isto evitam,
fogem ou ficam presos em certas emoções, paralisando
muitos dos seus esforços e relacionamentos. Por exemplo, se
eu evito a raiva, eventualmente vou acabar explodindo em
fúria.Se eu ficar preso na vergonha e fracasso, posso ficar
deprimido ou com tendências suicidas. E se eu escapar da
dor e rejeição usando drogas ou tendo um caso sórdido, só
aumento a minha miséria e sofrimento.

Fazer vínculo com duplas e o desenvolver uma


identidade de grupo também são importantes tarefas de um
adulto. Jovens adultos são bem sucedidos quando lhes é
permitido o uso de poder adequado, obter sucesso nas
relações entre colegas, e procurar a verdade e a justiça para
a sociedade.
Ter a oportunidade de efetivamente contribuir e ser
parte de uma comunidade também é necessário. Ser parte de
algo maior do que o "eu" é, ao mesmo tempo, algo que
capacita e inspira.

Por último, um adulto precisa expressar as


características do seu coração, de uma forma pessoalmente
profunda. Uma vez que as pessoas saibam quem realmente
são, e entendem o poder e a beleza das características que
Deus lhes deu, sua paixão, propósito, talentos, e dor, estas
coisas juntas começam a definir concretamente quem elas
são. Quanto melhor elas puderem expressar sua identidade
original em palavras e ações, mais posicionadas estarão para
falar e viver honestamente.

Pais (nascimento do primeiro filho caçula até que se torne um


adulto). Biologicamente ser pai não nos coloca,
automaticamente, no estágio de pai maduro. Na verdade,
muitos pais não têm este nível. Você sabe que está no estágio
de pai, quando pode, sacrificialmente, cuidar de seus filhos
sem se ressentir do sacrifício ou sem esperar receber nada
por seus esforços. Pode se sentir exausto ou sobrecarregado
em alguns momentos, mas você ainda será capaz de apreciar
e não invejar outros, pelo seu sacrifício. Infelizmente, uma
filosofia de "direito" também permeia pais modernos. Dizem:
"Eu tenho o direito de fazer todas as coisas que fazia como
um adulto solteiro, e não deveria ter que fazer sacrifícios de
tempo, dinheiro ou atividades sociais”. Queremos ser claros
aqui. Ser pai implica sacrifício, mas não se trata de deixar de
ser quem você é. Trata-se de tornar a ser quem você é!
É extremamente importante que os pais aprendam a
proteger, servir e desfrutar de suas famílias. Quando um pai
está cumprindo estes três itens, todos na família serão
completos. Equilíbrio nestes itens requer o apoio da
comunidade e orientação de pais maduros que já preparam o
caminho.

Pais maduros também estão conscientes de que


sozinhos não podem fornecer tudo o que seus filhos
necessitam. Portanto, esses pais são sábios para permitir e
providenciar membros da família espiritual - pessoas
importantes na vida de seus filhos, que irão ajudá-los a
tornarem-se as pessoas que foram projetadas para ser.

Além disso, os pais maduros serão capazes de


reanimar seus filhos em tempos difíceis e retornar para a
alegria depois de todas as emoções desagradáveis. Como
podemos ver, a capacidade de retornar à alegria é sempre
importante.

Finalmente, pais maduros são representantes de Deus


para a sua família. Quando você conseguir isso, estará pronto
para o nível final de maturidade.

Ancião (inicia quando o filho mais jovem se torna um adulto).


Infelizmente, a maioria das pessoas em nossa cultura nunca
chega a este nível de maturidade. O que é lamentável, pois o
sucesso de qualquer país, comunidade, escola ou corpo de
igreja, tem uma ligação direta com a presença de idosos, que
são os verdadeiros orientadores e conselheiros. Para se
qualificar como um ancião, é preciso ter conduzido uma
criança até a maturidade e completar todas as tarefas prévias
para a maturidade.

Verdadeiros anciãos podem agir como eles mesmos no


meio da dificuldade. Também podem estabelecer uma exata
identidade comunitária, descobrindo qual o propósito de Deus
para esta comunidade, ao invés de impor o que o ancião
gostaria que fosse. Além disso, o verdadeiro ancião aprecia
todos os membros da comunidade e consegue vê-los como
Deus os vê – Passando por cima das suas falhas e fraquesas
e focando a pessoa que Deus criou, olhando onde esta pessoa
pode chegar se estiver andando dentro da vontade de Deus.

Verdadeiros anciãos também estão dispostos e aptos a


serem pais e ajudar no amadurecimento da comunidade.
Estão qualificados a fazerem isso porque aprenderam a partir
de suas próprias experiências de vida. Podem lidar com a
crítica e a rejeição; falar a verdade, mesmo não sendo fácil
ou popular; servir sem ser apreciado; incentivar o
crescimento necessário e mudanças; deliciar-se com os
jovens em suas habilidade e poder; e colocar o que é melhor
para a comunidade, acima da justiça ou preferência pessoal.

Por último, os anciãos verdadeiros percebem que


aqueles sem famílias biológicas capazes, precisam de vida
verdadeira: uma família espiritual para levar cura,
crescimento e ajuda para torná-los bem sucedidos. Portanto,
estão dispostos e abertos a serem a verdadeira voz de Deus,
quando Ele organiza uma adoção espiritual; dando a estes
filhos espirituais, o mesmo cuidado altruísta que deram aos
seus filhos biológicos.
Fazendo a transição entre as fases

É útil para o amadurecimento das pessoas entenderem


que, quando o início de cada novo estágio de maturidade se
aproxima, aumenta a ansiedade de forma substancial. Por
exemplo, é difícil entrar na puberdade ( a entrada no colégio
é carregada de ansiedade), como também é difícil a entrada
em qualquer outra etapa, como o lançamento da prole final ou
se tornar um verdadeiro ancião na comunidade. Quando a
comunidade sabe que a ansiedade irá, sem dúvida,
acompanhar as passagens para a próxima fase, ela ajuda as
pessoas a passarem por estas transições. Um problema
natural, que é chamado de "crise de meia-idade", a ansiedade
não irá ajudar muito. Mas sabendo que a ansiedade é uma
parte normal da passagem entre os estágios de maturação,
toda uma nova energia é liberada, e isto é o que realmente
impulsiona o processo de transição. Com essa fresca e
necessária energia, o problema pode ser identificado – como
por exemplo, certas tarefas de fases anteriores podem não
ter sido concluídas ainda, o que certamente pode ser um
produtor de ansiedade. Mas o entusiasmo do crescimento,
conjugado com a orientação de outros mais maduros,
permitem que a pessoa não ceda diante da barreira da
ansiedade e chegue à próxima fase. Podemos ver que as
pessoas precisam de uma comunidade inteira para atravessar
as transições da vida.

Maturidade nunca é atingida, por isso as pessoas


nunca deixam de precisar umas das outras. Se desenvolvem
melhor quando vivem em grupos de famílias, compostos por
indivíduos que se ajudam mutuamente, para conseguir
decolar nas áreas que impedem o seu progresso. Sabem
quem são, vivendo de seus corações, e vendo uns aos outros
como Deus vê.

É claro que há lições a serem aprendidas durante cada


estágio. Atingir a idade física, onde o próximo estágio deveria
começar, garante apenas que o corpo estará pronto, mas não
há garantias sobre o nível de maturidade. Quando o corpo
está à frente do nível de maturidade geral, os problemas
podem surgir. Talvez o exemplo mais popular de tal atraso na
maturidade seja visto nas comédias: Um homem adulto é
mostrado cometendo erros infantis, algo que é para fazer rir.
E se é cômico rir de homens que estão representando
crianças correndo em corpos crescidos, não é divertido
casar-se com um. Muitos homens não receberam uma boa
formação durante a infância, para aprender a dizer
claramente o que eles precisam, ou como se sentem, e
podem não saber muito sobre como atender as necessidades
dos outros. Isso não é uma piada - é um problema que
necessita ser resolvido. É importante encontrar a solução
correta para identificar o problema – das inacabadas tarefas
para a maturidade. Após a identificação das tarefas
incompletas ou necessidades, é valioso saber que as pessoas
podem recuperar o tempo perdido. Porém, não há mais o que
aprender sobre a maturidade antes de examinar o tempo
perdido.

O ciclo de quebrantamento,
crescimento e transformação
Um modelo de maturidade é essencial na construção
da identidade de uma pessoa. Acontece nos pontos de
transição entre os estágios, mas também pode acontecer
durante os períodos de crescimento. Quando isso ocorre, as
pessoas entendem a si mesmas e os outros melhor e,
portanto, estão mais preparadas para o amor. É neste
momento que o ciclo de transformação é acionado. Embora o
crescimento esteja em curso, a tensão aumenta neste tempo,
chegando ao limite, quando o quebrantamento toma lugar.
Sem medo, o ciclo leva a uma transformação e a um novo
jeito de apreciar a vida. Talvez o exemplo da vida de Jim
Friesen irá ilustrar como isso acontece.

Durante os primeiros dois anos Jim passou aprendendo


a ser terapêutico com as pessoas que tinham transtorno
dissociativo. Encontrou-se trabalhando com muito afinco e
crescendo, mas sentindo que girava em círculos; havia lido
que os clientes com transtorno dissociativo, que permanecem
no tratamento, tendem a melhorar, mas isso foi se tornando
mais duvidoso à medida que avançava. Alguns não ficavam no
tratamento, e alguns estavam ficando muito pior ao invés de
melhorar. Começou então a se perguntar se a abordagem
terapêutica que estava aprendendo era correta. No final,
desesperado, concluiu que o material que ele estava
trabalhando tão duramente para aprender, não estava
realmente ajudando as pessoas.

A ansiedade estava construída. Passou cerca de 12


anos se esforçando para construir uma identidade como
psicólogo - obtendo os graus, passando pelo processo de
licenciamento, investindo milhares de horas de
desenvolvimento em habilidades clínicas; em seguida
mergulhou em uma área de especialização, só para descobrir
que a psicologia clínica não produzia os resultados
esperados. A ansiedade foi adequada às circunstâncias. O
quebrantamento foi se instalando, acompanhado de desespero
e desesperança.

Reconhecendo que não podia ajudar as pessoas usando


apenas as intervenções psicológicas, decidiu começar o
treinamento usando as intervenções espirituais, juntamente
com os princípios psicológicos que já tinha aprendido. Dois
anos depois, encontrei-o quebrantado e transformado em um
cristão que é um psicólogo, ao invés de um psicólogo, que é
um cristão. Ele passou do estágio de maturidade de uma
criança a um adulto, e se tornou terapeuta. Não poderia ficar
como uma criança, e por isso tentou métodos de terapia. Sua
identidade foi transformada em algo completamente novo
durante esta formação - ganhou a confiança no material
espiritual e se transformou em um adulto que pode entender
melhor as pessoas e dar-lhes o que seus corações precisam.
Intervenções psicológicas e espirituais que trabalharam
juntas. Esse foi o ciclo. Os clientes estavam evoluindo, e ele
também!

O ciclo de transformação pode tomar lugar,


periodicamente, ao longo da vida, e é muitas vezes
acompanhado de ansiedade, depressão ou outros sentimentos
novos. As transformações podem vir seguidas de cura ou
podem ocorrer durante a realização de um estágio de
maturidade normal. A transformação dá uma nova identidade
à pessoa , quando a antiga estiver quebrada ou é pouco
desenvolvida. A dor pode ser muito intensa, mas é sempre
parte do ciclo que conduz à plenitude. À medida que o ciclo é
completo, mais plenamente desenvolve a personalidade,
aumenta as habilidades para a vida, e assim faz a alegria.

Maturidade exige que as pessoas enfrentem


honestamente seus traumas, mesmo quando é muito doloroso.
A transformação não é alcançada de outra maneira. O cerne
da terapia é encontrar a recuperação do trauma - permitindo
que Deus repare os defeitos, transformando a pessoa e
obtendo um crescimento maior. O que a terapia tem para
oferecer? Ajudar as pessoas respeitosamente a reparar as
suas fraturas. A Identidade se expande quando o ciclo de
transformação estiver completo, levando a níveis mais altos
de maturidade.

Como as pessoas amadurecem

Podemos ver como estes três componentes do Modelo


de Vida trabalham em conjunto: a maturidade, a recuperação,
e o pertencer. Eles não podem ser compreendidos separados
um do outro. As pessoas têm recebido de Deus, o desejo
interior para crescer em maturidade para que possam viver
de seus corações. A maturidade é frequentemente bloqueada,
porém, os bloqueios geralmente vêm da ausência de outras
duas áreas - da recuperação inacabada de traumas, e da falta
de relacionamentos que dão vida.

A partir da página 80 apresentaremos alguns quadros


intitulados "Indicadores de Maturidade". Estas tabelas contêm
três colunas:. “Tarefas Pessoais” coluna à esquerda;
“Tarefas para comunidade e família” coluna no meio, e
“Quando as tarefas falham” coluna à direita. Maturação
requer dois elementos: (1) O indivíduo termina as tarefas
para maturidade (primeira coluna), e (2) a família e a
comunidade oferecem o que for necessário para a maturidade
(coluna do meio). O não preenchimento dessas tarefas é
bastante sério, levando às falhas constantes na terceira
coluna.

Observe detalhadamente como cada tarefa de uma


coluna refere-se às outras tarefas, na mesma linha, da outra
coluna. Este gráfico ilustra, de forma dramática, o quanto as
pessoas são interdependentes no processo de maturação.
Quando a família e a comunidade falham, um défice vai
aparecer na coluna do meio, e o trauma "tipo A" (a ausência
de algo necessário para o crescimento) é o resultado direto.
O indivíduo amadurecendo não será capaz de completar todas
as tarefas pessoais (na coluna da esquerda), e um problema
irá aparecer como uma falha na coluna da direita.

O gráfico Indicador de maturidade esclarece como a


recuperação de traumas está relacionada à maturidade, e
como ele é dependente de determinados tipos de
contribuições da família e da comunidade. As pessoas não
podem tornar-se preparadas para dar vida, a menos que
primeiro elas tenham recebido vida. A coluna do meio
representa instrução para maturidade e a coluna da esquerda,
onde ela é realizada. À medida que as pessoas progridem
através de cada estágio, tornam-se preparadas para ajudar
os outros a completarem os mesmos estágios. Nos casos em
que a família e a comunidade não satisfazem as necessidades
das pessoas mais jovens, eles tendem a ser inadequadamente
preparados, e os défices que aparecem na coluna da direita
podem tornar-se uma drenagem para a vida das suas famílias
e comunidades.

A pessoa vai crescer para ser um doador de vida ou


para drenar (ladrão de) vida? A família e a comunidade são as
pessoas que criam o ambiente que cutuca os filhos em uma
dessas duas direções. Uma delas é guiada por laços de amor,
a outra é guiada por laços de medo. A preparação para se
tornar uma pessoa, que dá vida ou que drena vida, é então
passada para a próxima geração.

Somos todos treinados desta forma para dar vida aos


outros - ou para drenar a vida dos outros. Mas não pense
que nada pode ser feito para corrigir o defeito de formação.
As pessoas criam a história - e se tornam uma parte ativa do
seu mundo. A palavra "criar" engloba diversos sentidos. As
pessoas podem superar as limitações resultantes de uma
formação defeituosa; podem receber restauração para os
traumas, e podem introduzir melhorias na vida daqueles que
ainda estão em formação. É uma boa notícia. As pessoas
podem ajudar-se mutuamente para decolar, e começar a
amadurecer mais uma vez. Não admira que a Bíblia seja tão
enfática quanto amar um ao outro, levar as cargas uns dos
outros, e ser um participante ativo na família de Deus!

Os gráficos indicadores de maturidade

À medida que você olhar para a terceira coluna do


gráfico indicador de maturidade, não se surpreenda se achar
que os efeitos da maturidade paralisada são muito difundidos.
Os terapeutas na Shepherd's House descobriram que quando
as pessoas vêm nos pedir ajuda, muitas vezes há tarefas para
alcançar maturidade inacabada que limitam a capacidade do
cliente para receber e dar a vida. Nosso extenso estudo
sobre a maturidade nos ensina várias lições importantes. Aqui
estão oito desssas lições que precisam ser destacadas para
que você possa estar pronto para estudar os gráficos de
Indicadores de Maturidade.

1) Todas as pessoas desejam amadurecer, mas poucos sabem


como atingir isso ou ensinar para os outros. Pergunte a si
mesmo se você sabe como aumentar a sua maturidade,
ou se sabe ajudar as pessoas a aumentarem a delas. Se a
resposta for não, você não está sozinho. A maioria das
pessoas que falamos não tem jeito ou diretrizes para a
maturidade. É por isso que nos sentimos profundamente
estimulados a incluir maturidade no Modelo de Vida.

2) Como um todo, nossa cultura vai mal na área de


amadurecimento e, infelizmente a maioria das pessoas,
provavelmente, atua no nível de maturidade de um bebê
ou criança. Esta realidade se torna evidente quando se
olha para nossos casamentos desfeitos, crianças
maltratadas e negligenciadas, altos níveis de violência,
abuso de substâncias e problemas de dependência sexual.
Esta realidade é outra poderosa razão para ensinarmos as
pessoas sobre maturidade.

3) A maturidade não é um dom espiritual, nem subproduto


da salvação. É algo que nós, como cristãos, devemos
trabalhar em nossas vidas inteiras.
Salvação, cura, libertação e redenção - são todos do
domínio de Deus. Ele graciosa e milagrosamente, faz
todas estas coisas para nós, porque não podemos fazê-
las por nós mesmos. Mas a maturidade é o nosso
domínio. Tiago 1:4 ensina a nos tornarmos maduros e
completos, em nada deficientes. Esta referência é uma
das muitas partes das escrituras que destacam a nossa
responsabilidade de trabalhar na maturidade. No final
deste artigo há uma página intitulada "BASES BÍBLICAS
PARA O MODELO DE VIDA", com uma lista de outras
passagens que destacam a importância da maturidade.

4) Ao subirem os níveis de maturidade, aumenta o sucesso


nos casamentos e a satisfação dos dos pais e liderança.
Como cristãos, torna-se perigoso e anti-bíblico
descansar sobre as conquistas e de forma arrogante
supor que por sermos salvos, estamos automaticamente
maduros. Esta crença errônea é exatamente o que
mantém céticos os não cristãos. Perguntam: "Por que
quero me tornar um cristão? Meus amigos não cristãos
me tratam melhor (com mais maturidade ) que meus
amigos cristãos". Os cristãos podem ficar desiludidos por
causa desta falsa crença, bem como, declarar: "Eu não
posso acreditar que os cristãos me trataram de forma tão
imatura!" Não somente faz o evangelismo sofrer, mas
sem maiores níveis de maturidade, os cristãos vão lutar
em seus casamentos, ministérios e paternidade. Os
cristãos são chamados a tornarem-se maduros e
precisam continuar trabalhando para isso - tanto nas
suas próprias vidas e também para que suas igrejas
experimentem a riqueza de uma comunidade madura.
5) A idade física de uma pessoa ou estágio não determina
seu nível de maturidade. Os Indicadores de maturidade
são listados em intervalos de idade para cada fase,
mostrando os períodos de tempo para as tarefas
relacionadas serem alcançadas. Se são realizadas durante
fases posteriores, ainda assim é bom.

6) Cada fase inclui todas as necessidades e tarefas das fases


anteriores. A maturidade é uma construção em cima da
experiência da aula anterior. Se você teve uma aula de
álgebra, sabe o que isso significa. Para que aprenda uma
lição nova, tem que saber as lições anteriores, ou a
próxima não será compreendida. Maturidade exige que as
tarefas devam ser realizadas em etapas sucessivas, para
que as pessoas não continuem presas onde estão.

7) A falta de "família" e dores de traumas graves mal


resolvidos, podem bloquear o processo de maturidade.
Os capítulos 3 e 4 discutem como remover esses blocos.

8) Maturidade não aumenta ou determina o valor de uma


pessoa. Você ainda é valioso, independente de qualquer
que seja seu estágio de maturidade.

Tenha coragem de perseguir a maturidade

Entenda, por favor, que ao estudar estes quadros, será


mais útil se tiver a coragem de ser honesto sobre quaisquer
deficiências na sua própria maturidade. O objetivo dos
quadros não é provar quanto estamos maduros, mas
identificar os nossos pontos fracos, para que possamos
trabalhá-los e amadurecer. O quadro não é uma lista
completa de todas as tarefas relacionadas com a fase, mas
sublinha certas áreas-chaves de trabalho para cada estágio
do desenvolvimento.³

Ore por sabedoria para discernir o que pode prejudicar


o progresso de sua maturidade, e as maneiras pelas quais
você pode fornecer mais carinho e crescimento para os que
estão precisando amadurecer, ao seu redor. Também seria
útil obter retorno sobre o seu amadurecimento, de pessoas
que conheçam e amam você. Elas podem ser espelhos para
ajudá-lo a se ver melhor.

Você irá encontrar falhas em sua maturidade, mas pelo


poder de Deus, e através de relacionamentos direcionados
por Ele, a maturidade pode ser alcançada.

______________________________________
³ Para obter uma listagem mais abrangente, consulte Jim Wilder, Stages of
a Man ’s Life.

Comunidades funcionam como deveriam, quando os


indivíduos contribuem com o outro - quando recebem vida
e transmitem vida. "Ser maduro" é parte individual, parte
família e parte comunidade. Se existe um défice em termos
de maturidade, as pessoas podem recuperá-la através da
sua própria vontade, ajuda de outras pessoas e pelo poder
de Deus.

Você pode criar uma vida melhor para si e para os


outros. Examine os indicadores de maturidade e depois
pense sobre os seus medos. Talvez eles o protejam de
sensações assustadoras que vêm de traumas B e o mantém
preso no nível emocional de uma criança, bloqueando a sua
confiança para "fazer coisas difíceis". Ou a sua depressão
pode resultar de um trauma A, como o sentimento de não
pertencer, que o mantém isolado. A imaturidade pode
sufocar as características do seu coração. Mas quando
você trabalha em direção à maturidade, as verdadeiras
características do seu coração se tornarão mais evidentes
para você e para aqueles ao seu redor. Como afirmado
anteriormente, o progresso na maturidade aumenta o
sucesso no casamento, como pais e como liderança.
Amizades tornam-se mais profundas, e as relações,
mutuamente, mais satisfatórias. Os ganhos em termos de
maturidade vão ajudá-lo a viver a partir do coração que
Jesus lhe deu, com alegria mais profunda.

Maturidade, Recuperação e o
Pertencer funcionam juntos

Para que a cura e o crescimento sejam duradouros,


pertencer e recuperação, não podem ser separados da
maturidade. Aqui está a história de uma pessoa que ilustra
como funciona o trabalho dos três juntos.

Jerry iniciou a terapia absolutamente desesperado, à


beira da autodestruição, sem qualquer apoio da família. Era
de meia-idade, muito ferido, cheio de medo e raiva. Em sua
infância ele havia sido vítima de abuso físico e emocional de
um pai violento alcoólatra, abusos sexuais repetidos
cometidos por valentões da vizinhança, sofrendo grandes
perdas e abandono. Ele saiu de casa aos 17 anos para
escapar do abuso, mudou de um lado a outro da nação e,
depois de ter perdido oportunidades na sua infância de
desenvolver habilidades e competências pessoais, se
envolveu em uma série de trabalhos éticos para o próprio
sustento. Com a idade de 30 anos, havia desenvolvido AIDS,
uma luta suicida insistente e frequentemente consumia
grandes quantidades de drogas fortíssimas para anestesiar
sua dor. Agora, ele continuava sozinho no mundo, mas com
uma nova fé em Cristo, porém ainda estava sobrecarregado
com sua velha dor.

Durante os primeiros meses de terapia, embora apenas


pequenos pedaços de informações eram seguras o suficiente
para serem compartilhadas; um processo vital estava em
andamento. A alegria que o terapeuta autenticamente sentia
na presença do cliente e o jeito que ele, natural e
involuntariamente comunicava: "Estou contente de estar com
você!" começou a fortalecer o centro de alegria do cliente,
permitindo-lhe ter forças para assumir algumas lembranças
muito dolorosas não cicatrizadas. Com as memórias
afloradas, ficou evidente que o cliente estava dividido em
duas partes que lutavam entre si: um homem vibrante com
Deus, cheio de esperança e no amor com Jesus, e outra parte
- a certeza de que a única solução para a sua existência
miserável era a morte. À medida que o centro da alegria de
Jerry crescia, uma parte criança, até então desconhecida,
também emergia. Ele estava feliz e brincalhão, usava roupas
brilhantes e sorria com alegria. Como Jerry permitiu a cura
divina tocar cada uma dessas partes, tornou-se óbvio que ele
não iria se recuperar sozinho. Sem um sentido de pertencer,
ficou claro que a solidão poderia dominar a sua vida,
deixando-o sem forças para crescer. Uma família seria
necessária.

Uma oração foi feita para que Deus lhe providenciasse


uma família espiritual; e por Sua Graça, surpreendentemente,
em apenas quatro semanas Deus orquestrou uma conexão
milagrosa. Desconhecendo a existência de Jerry e sua
história anterior, uma mulher e sua amiga, sentaram-se ao
lado de Jerry em uma igreja em que todos estavam visitando.
Antes do final do culto, as mulheres sentiram compaixão por
Jerry, e perguntaram se ele precisava de uma carona para
casa. Três horas mais tarde a sua nova família começava a
surgir! Enquanto as mulheres e seus maridos envolviam Jerry
em suas famílias, a alegria de Jerry cresceu mas, ao mesmo
tempo, cresceu a sua dor também. Podemos ver que quando
uma pessoa recebe "coisas ruins" na vida, e depois começa a
receber "coisas boas", isto traz uma dor horrível. Esse é o
jeito que o trauma A trabalha - as coisas boas que uma
pessoa recebe, tornam-se lembrança das coisas boas
necessárias que a pessoa precisava e não recebeu, durante
os anos de crescimento, e a dor começa a transbordar. Este
foi o começo do que Jerry chamava de "viagem de trauma" -
como ele viajou através da experiência maravilhosa, mas
assustadora, de receber o amor da família. Esta parte de sua
recuperação estava repleta de medo, insegurança, dor
insuportável e mais os impulsos suicidas. A viagem continuou
a ser árdua, mas valeu a pena, e um ano depois que Jerry
começou o aconselhamento, ele informou que precisava de
terapia; sua maturidade emocional era de um menino de
quatro anos. Um ano depois, ele havia progredido até a
adolescência. Algo maravilhoso, ele havia amadurecido nove
anos em 365 dias!

Assim que Jerry entrou na adolescência, experimentou


muitas marcas emocionais dessa fase. Deve-se ressaltar aqui
que Jerry estava passando exatamente o que os adolescentes
passam, embora ele não fosse mais um adolescente. Apenas
no caso de você ter esquecido, sentimentos de adolescentes
são fortes, e não foi fácil para ele continuar seu processo de
maturidade. Foi essencial o terapeuta apontar como esses
sentimentos são normais para os adolescentes, de modo que
Jerry poderia continuar o seu crescimento de forma
adequada, sem abandonar a sua fé em Deus.Ter um terapeuta
que entendesse o processo de maturidade foi fundamental.

Um ano mais tarde, Jerry estava dirigindo de forma


consistente a sua vida adulta. Ele havia recebido oito
promoções em seu trabalho ético de dois anos, podendo lidar
com a dor emocional sem o uso de drogas fortes. Foi
desenvolvendo seus pontos fortes e talentos, e estava
aprendendo a cada dia como receber e dar a vida em
relacionamentos autênticos, incluindo o seu relacionamento
com Jesus. Sua viagem tinha sido dolorosamente cheia de
dúvidas e contratempos, mas o Senhor o tinha guiado por
uma delicada recuperação de traumas, adoção espiritual e
maturidade, de modo que trouxe restauração e cura.

Jerry não teria progredido na terapia, se sua


maturidade tivesse parado aos quatro anos, ou se não tivesse
recebido uma família amorosa. Não teria havido nenhuma
recuperação – não seria nada além de uma dor sem fim. À
medida que vemos o processo de recuperação, precisamos
ter em mente que a maturidade, a adoção espiritual e a
recuperação de traumas, se estimulam enquanto trabalham
juntas.

Um Guia para se decolar no processo de maturidade

1. Intencionalmente buscar relacionamentos caracterizados


por laços de amor que irão ajudá-lo a ser tudo o que você
foi criado para ser.

2. Identificar algumas tarefas de maturidade que são difíceis


para você, e em espírito de oração se esforçar para
desenvolver a maturidade nessas áreas.

3. Identificar as feridas do passado que paralisam a sua


maturidade. Procure ajuda de um amigo de confiança, ou
de um terapeuta, para começar no processo de cura e
recuperação.
O Modelo de Vida: INDICADORES DE MATURIDADE
A fase infantil: Nascimento até 3 anos
(Recém-nascidos e crianças estão incluídos aqui, até a idade em que podem
efetivamente dizer quais são suas necessidades)
Tarefa principal a ser concluída durante essa fase: Aprender a receber.
Problema Primário resultante na vida adulta quando as tarefas não são
cumpridas: as relações são fracas ou tempestuosas.

QUANDO AS
TAREFAS DA FAMÍLIA
TAREFAS PESSOAIS TAREFAS NÃO SÃO
E COMUNIDADE
ALCANÇADAS
1. Viver em alegria:
Expandir a capacidade Identidade fraca; o
Pais deliciarem-se com
de ser alegre; aprender medo e a frieza
a existência única e
que a alegria é o nosso dominam vínculos com
maravilhosa da criança.
estado normal e criar a os outros.
força da mesma.
Tem dificuldade de
ligação - o que muitas
Pais confiarem em
2. Desenvolver laços de vezes leva à persona-
construir fortes laços de
amor incondicional. lidade manipuladora e
amor com o bebê.
egocêntrica; isolada ou
descontente.
Dar atenção às É retirada,
necessidades da criança, desconectada, de auto-
3. Aprender a receber.
sem que a mesma tenha estimulação e sem
que pedir. resposta.
Descobrir as verdadei-
4. Começar a se ras características da
organizar como pessoa identidade original da
Tem uma incapacidade
através de criança, através da
de regular as emoções.
relacionamentos. atenção ao comporta-
mento e caráter da
mesma.
Fornecer segurança e Tem incontroláveis
5. Aprender a voltar, das companheirismo durante explosões emocionais,
emoções desagradáveis, as dificuldades, para que excesso de preocupação
para a alegria. a criança possa voltar e depressão. Evita, foge
para a alegria de ou fica presa em certas
qualquer outra emoção. emoções.
Copyright by Shepherd's House, Inc., 2000. Não reproduzir sem autorização
O Modelo de Vida: INDICADORES DE MATURIDADE
A fase da criança: 4 a 12 anos
(Esta etapa deve ser concluída, o mais tardar, com 12 anos)
Tarefa Principal a ser concluída durante essa fase: Cuidar de si mesmo.
Problema Primário resultante na vida adulta quando as tarefas não são
cumpridas: não assume a responsabilidade sobre si.

TAREFAS TAREFAS DA FAMÍLIA QUANDO AS TAREFAS


PESSOAIS E COMUNIDADE NÃO SÃO ALCANÇADAS
1. Aprender a Experiências contínuas de
pedir o que é Ensinar e permitir que a frustração e decepção, pois
necessário - pode criança possa exprimir as necessidades não são
dizer o que pensa suas necessidades. satisfeitas; muitas vezes é
e/ou sente. passivo-agressivo.
Ajudar a criança a
Obsessão e vício em comida,
avaliar as consequências
2. Aprender o que drogas, sexo, dinheiro ou
de seus próprios
traz satisfação poder, numa perseguição
comportamentos, bem
pessoal desesperada para encontrar
como identificar o que a
satisfação.
satisfaz.
Ao experimentar as falhas,
3. Desenvolver a
Desafiar e incentivar a permanece presa, se torna
persistência
criança a fazer tarefas pouco confiável e é
suficiente para
difíceis, sem sentir que consumida pela vida de
fazer coisas
sejam tão difíceis. conforto e fantasia.
difíceis.
Oferecer oportunidades Preenche a vida com
4. Desenvolver
para desenvolver atividades improdutivas,
recursos e talentos
talentos e interesses apesar de habilidades dadas
pessoais.
únicos da criança. por Deus.
5. Conhecer e
assumir
responsabilidades Levar a criança a Não desenvolve a verdadeira
sobre si mesma; se descobrir as identidade; conforma-se com
fazer características únicas do as influências externas que a
compreensível seu coração. deformam.
para os outros.

6. Entender como Sente-se desconectada da


Educar a criança sobre a
se encaixa na história e é incapaz de
história da família, assim
história, bem como proteger-se das mentiras
como a história da
o "grande quadro" familiares ou disfunções que
família de Deus.
do que é a vida. são repassadas.
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O Modelo de Vida: INDICADORES DE MATURIDADE
A fase adulta: 13 ANOS ATÉ O NASCIMENTO DO
PRIMEIRO FILHO
(A idade mínima na qual as tarefas de nível adulto podem ser realizadas é de13
anos)
Tarefa principal a ser concluída durante essa fase: Cuidar de duas pessoas
simultaneamente.
Problema primário resultante quando estas tarefas não são cumpridas: não tem
capacidade para desenvolver relacionamentos mutuamente satisfatórios.

TAREFAS DA
QUANDO AS TAREFAS
TAREFA PESSOAL FAMILIA E
NÃO SÃO ALCANÇADAS
COMUNIDADE
1. Cuidar de si e dos
outros ao mesmo tempo, Oferecer a oportunidade É auto-centrado, deixa outras
em relações de participar da vida em pessoas insatisfeitas e
mutuamente grupo. frustradas.
satisfatórias.
2. Manter-se estável em
Conforma-se à pressão dos
situações difíceis e Orientar o jovem que irá
colegas e participa em grupos
saber como retornar, a passar por momentos
de atividades negativas e
si próprio e aos outros, difíceis neste tempo.
destrutivas.
à alegria.
Fornecer um ambiente É um solitário, com
3. Fazer vínculos com
positivo e atividades tendências para se isolar;
os colegas, desenvolver
onde os colegas podem mostra excessiva auto-
a identidade do grupo.
estabelecer vínculos. suficiência
4. Assumir a
responsabilidade de Ensinar o jovem adulto
É controlador, nocivo,
como suas atitudes que o seu
acusador e não protege os
afetam os outros e comportamento afeta os
outros.
protegê-los de si outros e a história.
mesmos.
5. Contribuir para a Não se torna um contribuidor
Oferecer oportunidades
comunidade, articulando ativo para a comunidade; é
de estar envolvido em
"quem somos", como absorvido por ele mesmo; usa
tarefas importantes da
parte pertencente de os outros e é um dreno para a
comunidade.
uma comunidade. sociedade.
É levado a "desempenhar um
6. Expressar as Manter a pessoa
papel"; mostrar a si mesmo
características do seu responsável, aceitando
para o mundo; busca
coração em um profundo e afirmando os aspectos
aprovação e só pensa no
estilo pessoal. do seu verdadeiro eu.
resultados.
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O Modelo de Vida: INDICADORES DE MATURIDADE
A FASE DA PATERNIDADE: NASCIMENTO DO
PRIMEIRO FILHO, ATÉ O CAÇULA SE TORNAR
ADULTO
Tarefa principal a ser concluída durante essa fase: Cuidar das crianças
sacrificialmente.
Problema primário resultante quando as tarefas não são cumpridas:
Relacionamentos familiares distantes ou cheios de conflito.

TAREFAS DA
QUANDO AS TAREFAS
TAREFA PESSOAL FAMILIA E DA
NÃO SÃO ALCANÇADAS
COMUNIDADE
A comunidade deve
Os membros da família
dar oportunidades aos
1. Proteger, servir e estarão:
pais de,
desfrutar de uma Em perigo
sacrificialmente,
família. Sentindo-se inúteis ou sem
contribuírem para a
importância.
sua família.
As crianças precisam cuidar
2. Dedicar-se a
dos pais, o que é impossível,
cuidar dos filhos
levando-as muitas vezes a:
sem a expectativa A comunidade deve
1. abuso infantil ou
de ser cuidado por estimular os pais a
negligência e/ou
eles no futuro. serem dedicados.
2. "pais" crianças - o que
bloqueia a maturidade, em
vez de facilitá-la.
As crianças são vulneráveis à
A comunidade deve pressão dos colegas, às
3. Permitir e
incentivar o seitas e a qualquer infortúnio;
providenciar irmãos
relacionamento entre são menos propensas a ter
e pais espirituais
crianças e estender os sucesso nos objetivos da
para seus filhos.
membros da família vida. Os pais ficam
espiritual. sobrecarregados, sem apoio
da família estendida.
4. Aprender a trazer A comunidade deve
O adulto se torna
as crianças para a apoiar os pais, dando-
desesperado, deprimido,
alegria em tempos lhes incentivo,
desintegrando o
difíceis, e retornar a orientação, pausas e
desenvolvimento da unidade
ela de outras oportunidades para
familiar.
emoções. recarregar.
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O Modelo de Vida: INDICADORES DE MATURIDADE
A FASE DO ANCIÃO: COMEÇA QUANDO O FILHO
NOVO SE TORNA UM ADULTO
Tarefa Principal a ser concluída durante esta fase: Cuidar da comunidade
sacrificialmente.
Problema primário resultante quando as tarefas não são cumpridas: Declínio
geral na maturidade da comunidade.

QUANDO AS TAREFAS
TAREFAS DA FAMILIA E
TAREFA PESSOAL NÃO SÃO
COMUNIDADE
ALCANÇADAS
1. Ajuda a Há falta de sentido,
estabelecer uma desordem, perda de
identidade exata da A comunidade deve direção e desintegração
comunidade e age na reconhecer seus anciãos. de todas as estruturas
dificuldade, como ele sociais do governo com
mesmo. a família.
As interações de doar
A comunidade deve
2. Premia os vida diminuem,
oferecer oportunidades
membros da atrofiando o crescimento
para os anciãos se
comunidade e conta da comunidade. Frágeis,
envolverem com todos os
com a autenticidade em situação de risco, as
outros estágios de
de cada indivíduo. pessoas falham em se
maturidade.
curar ou sobreviver.
A comunidade deve criar
uma estrutura para ajudar
os mais velhos a realizarem Quando os anciãos não
3. Pais e comunidade o seu trabalho, permitindo lideram, as pessoas sem
são maduros. que as pessoas, em todos qualificações o fazem,
os estágios de maturidade, provocando interações
possam interagir imaturas em todos os
adequadamente com os de níveis da comunidade.
outras fases, ouvindo a
sabedoria da maturidade.
Quando os "sem
famílias" não são
4. Dar vida aos que A comunidade deve colocar atendidos, o
não têm uma família como um valor muito alto, individualismo, a
através da adoção ser uma família espiritual pobreza, violência,
espiritual. para quem não tem família. crises, crimes e
transtornos mentais,
aumentam.
Copyright by Shepherd's House, Inc., 2000. Não reproduzir sem autorização
3
Recuperação

Como foi mencionado no primeiro capítulo, somos


todos quebrados, de certa forma, e todos nós enfrentamos os
desafios de sermos feridos, divididos, isolados e oprimidos.
Estamos todos em recuperação.

A recuperação é a cerca entre ultrapassar a situação


atual e alcançar o destino que Deus tem para cada um. O
apóstolo Paulo colocou desta forma: "Deus fez cada um de
nós para viver uma vida que se caracteriza por fazer as boas
obras, que Ele de antemão preparou para que andássemos
nelas" (paráfrase de Efésios 2:10). Paulo diz claramente que
o nosso destino foi preparado para nós, por Deus. A
recuperação é para ajudar-nos a ultrapassar os obstáculos
criados por traumas, para que eles deixem de nos impedir de
alcançar nosso destino, que é fazer os trabalhos mais
importantes que Deus tem em mente para nós.

Dentro de cada pessoa existe o desejo natural de


buscar maturidade - e atingir o limite máximo de seu
potencial. Mas a vida é mais do que simplesmente chegar ao
potencial de cada um. Se isso fosse tudo, não seríamos
diferentes de robôs, levando a vida como se fosse uma série
de exercícios vazios. Como seres espirituais, há um profundo
anseio, dentro de cada um de nós, para ultrapassar o que
poderíamos fazer por nós mesmos e ser tudo o que Deus
intenciona. Esse é o nosso destino e vamos chegar lá
passando por traumas, ganhando tanto quanto podemos a
partir de cada um deles. Traumas que não recebem cura, irão
firmemente desviar a nossa atenção e drenar nossa energia
para longe de alcançar o nosso destino.

A recuperação é enfrentar e abraçar toda a dor em


nossas vidas, para que possamos ganhar o máximo de
crescimento: aprendendo lições, ganhando poder e
procurando maneiras de ajudar os outros a fazerem o mesmo.
Essas são as metas da recuperação; um destino que está além
do que qualquer pessoa poderia alcançar sozinha. É preciso o
envolvimento de outras pessoas amorosas, a fim de
desenvolver a nossa maturidade, e que leva a redenção de
Deus para trazer algo de bom a partir da nossa dor. Ele está
trabalhando em tudo para o nosso bem - para que possamos
ter algo extraordinário para dar aos outros.

Traumas não resolvidos são sérias ameaças para


atingir o destino; mas no meio da recuperação, a obra
redentora de Deus usa esses traumas para atingir as "boas
obras" que Ele tem em mente. Deus pode extrair algo bom de
qualquer coisa, e só Ele pode fazer isso. Conhece nossa
identidade e trabalha em nós para superarmos nossos
traumas e possamos dar vida a outros.

Os exemplos abundam. Pessoas que conquistam um


problema, muitas vezes acabam por libertar outros do mesmo
problema. Diversos profissionais, que estão trabalhando com
o sofrimento das pessoas, passaram por traumas em suas
vidas e ajudam os outros com seus próprios traumas. Um
alcoólico fundou os "Alcoólicos Anônimos". Deus transformou
um erudito cristão, de matador religioso chamado Saul, no
mais influente líder cristão do seu tempo. Os terapeutas, que
sofreram na infância, são muitas vezes sensíveis e afetuosos,
dedicando-se agora à proteção das crianças e recuperação
de adultos. Pecadores se tornaram evangelistas. Pais cujos
filhos morreram de AIDS, estão dedicando suas vidas ao
trabalho com famílias afetadas por esta doença. Algo bom sai
do ruim. A recuperação pode levar à redenção.

Quando chegar a hora de dedicar nossa vida para


alcançar o nosso destino, devemos estar preparados
adequadamente. A menos que aqueles que nos rodeiam
proporcionem um ambiente que incentiva a recuperação de
traumas, nós, provavelmente, não alcançaremos o destino que
Deus tem para nossas vidas. Recuperação deve vir antes que
o destino possa ser alcançado. Este capítulo fornece uma
estrutura para compreender feridas, de modo que, os feridos
e aqueles que os amam, possam trabalhar juntos de forma
mais eficaz na recuperação.

Como o cérebro nos ajuda com os traumas

Quando o cérebro funciona da maneira que Deus o


projetou, a alegria está no comando. Cérebros têm
mecanismos para a resolução de traumas que permitem as
pessoas se afastarem dos seus efeitos esmagadores, e
poderem voltar para a alegria; assim os traumas podem ser
tratados posteriormente e isso acontece de forma automática,
sem pensar.

A seguir, uma ilustração: Quando um veterano, ferido a


tiros durante uma batalha, ouve o silenciador de um carro
estalar, imediatamente o ex-soldado pode encontrar-se no
chão, tateando em busca de seu rifle e buscando se proteger.
Sem pensar, o mecanismo de defesa toma controle da
situação e seu passado traumático torna-se o seu presente
por alguns minutos. Ele está neste momento, vivendo sua dor.
Todos nós temos momentos em que automaticamente
vivemos em nossa dor, sem pensar nisso. Precisamos de
mecanismos de proteção, às vezes chamados de mecanismos
de defesas - para estimular a vida diária, e precisamos deles
em especial durante os traumas. Este veterano usou a defesa
chamada de "dissociação", que o ajudou a esquecer o terror
do campo de batalha, para que este terror não venha dominar
a sua vida. Desta forma, a dissociação o ajudou a encontrar o
caminho de volta à alegria.

Deus, em Sua sabedoria, projetou cérebros que


desenvolvem força suficiente para se recuperar de traumas.
Quando os cuidadores oferecem bons vínculos desde a mais
tenra idade e um ambiente seguro para se viver, este cérebro
infantil pode se desenvolver de modo que suas estruturas se
tornam ativadas de forma correta e devidamente alinhadas.
Se há bastante reforço durante os primeiros anos, de modo
que o cérebro possa trabalhar até o limite do seu potencial,
as pessoas tornam-se automaticamente reguladas pela
alegria.
Construindo o alicerce da alegria

O ser humano e o desejo pela alegria são inseparáveis.


Somos criaturas alegres! Em nossa essência, a alegria é
relacional. Alegria significa que alguém tem prazer em estar
comigo e eu gosto! Nosso Criador nos fez com cérebros que
querem operar com a alegria no comando, e nas nossas vidas
queremos ser preenchidos com os relacionamentos que nos
levam a essa alegria.

A região de identidade da alegria do nosso cérebro é


também a região de vínculos . A força desses vínculos é
desenvolvida com base na quantidade e momentos de alegria
que um bebê recebe. Estes afetuosos vínculos determinam o
crescimento do cérebro e a força na região da identidade de
alegria, no córtex pré-frontal direito – penso que fica menos
repetitivo e mais simples) Um bebê experimenta a alegria
através de seus sentidos. O cheiro, sabor e a temperatura,
determinam os vínculos de alegria para as primeiras seis
semanas após o nascimento; enquanto o toque, traz mais
alegria para as seis semanas seguintes, isto é, da sétima à
décima segunda semana de vida. Quando as áreas visuais do
cérebro amadurecem e mielinizam em três meses, os olhos
trazem mais alegria, até ouvirem os tons de voz se
desenvolverem aos 12 meses de idade. Cada novo senso traz
uma nova fonte de alegria para fortalecer os vínculos e maior
desenvolvimento do cérebro.

Os primeiros 12 meses são usados para construir a


força da alegria, no tecido cerebral, porque esta força é
necessária para aprender como retornar à alegria de emoções
negativas como medo, raiva, vergonha, revolta, humilhação,
desespero e falta de esperança. É importante para o bebê
aprender a voltar para a alegria, tão cedo quanto ele tenha
força suficiente, por causa dos dois “prazos limite” neste
próximo ano. Aos 15 meses, o sistema límbico vai mielinazar
e vai ligar a energia de medo e raiva. O bebê que não tenha
aprendido a retornar para a alegria, antes que a possibilidade
passe, terá problemas para regular este intenso terror e
raiva.

O segundo “prazo limite” chega aos 18 meses. Até


este momento o cérebro do bebê, age como se cada emoção
estivesse em um cérebro diferente. Mas nesta fase, o centro
de identidade da alegria tenta fazer crescer um anel em torno
de todos esses centros emocionais, e fazer deles uma
pessoa. O cérebro vai unificar o controle sobre as emoções
que estão conectadas, com um caminho de volta a alegria, e
os outros centros cerebrais ficam de fora. Isso significa que
eles são deixados de fora, da identidade principal da pessoa e
fora de controle. Por exemplo, se a raiva é colocada para
fora, outros irão notar como ela age, e que "atua como se
fosse uma pessoa diferente", quando fica brava. O objetivo da
maturidade, contudo, é te levar a agir como você mesmo em
todas as emoções e circunstâncias.

Em algum lugar entre 24 e 36 meses, o cérebro


aprenderá a acompanhar as nossas circunstâncias e os
ambientes, de acordo com o tempo, lugar, e como reagimos
ao que nos rodeia. Isto é o que normalmente chamamos de
memória consciente. Com essa capacidade, podemos ser nós
mesmos, sob muitas circunstâncias diferentes. Lembramos
que podemos continuar a ser a mesma pessoa, dia após dia.
Na época em que a criança completa três anos, as duas
metades do cérebro são unidas, de modo que, o que sentimos
(o lado direito) e aquilo que pensamos (o lado esquerdo)
sobre nós mesmos e o mundo, irá corresponder e estar
conectado.

O desenvolvimento normal e a força do centro da


identidade da alegria do cérebro é muito prejudicada por
traumas tanto "A", quanto "B", que são vivenciados durante
os primeiros três anos. Durante o primeiro ano nossa força
de alegria é aleijada. Durante o segundo ano, o retornar às
estruturas de alegria que nos permite funcionar como uma
pessoa, não importa como nos sentimos, são quebrados. E
traumas no terceiro ano, quebram a nossa capacidade de nos
manter em circunstâncias diferentes, ao longo do tempo; e o
que pensamos sobre nós mesmos não vai coincidir com o que
sentimos ou fazemos.

Manter cada sentimento ligado à alegria, e a criação da


alegria como estado normal da vida, não é tarefa fácil. Para
construir essa importante estrutura, os pais e a criança
precisam deste tempo de qualidade. Os três primeiros anos,
são fundamentais para a solidificação deste processo na vida
de uma pessoa.

Como isso acontece: A alegria é planejada para ser


construída, gradualmente, a níveis elevados, com tempo, e
consiga tornar-se poderosa o suficiente para sustentar altos
níveis de sentimentos negativos. É essencial que a alegria
seja forte o bastante para suportar a intensidade dos
sentimentos relacionados ao trauma, que são fortes e
precisam ser trabalhados através de um ponto de descanso.
Se esta força não se desenvolver, os poderosos sentimentos
negativos nunca chegarão a um ponto de descanso, e não
haverá resolução. Até que a alegria seja forte o suficiente, e
conectada aos outros sentimentos, os sentimentos
relacionados ao trauma dominará, prevalecendo o medo. Se
houver resolução, o cérebro volta à alegria; e sem ela, a
pessoa acaba ficando presa ao medo.

O objetivo da recuperação é a construção de uma


alegria que seja poderosa o suficiente para que os
sentimentos possam se conectar a ela e chegar a um lugar de
descanso. Desta forma, o cérebro pode trabalhar com a
alegria no comando, de acordo com os desejos de Deus. As
vias emocionais podem se estabelecer de forma efetiva para
encarar os padrões que durarão uma vida inteira.

Jim Wilder surgiu com uma interessante analogia


chamada de "Campo da alegria", que ilustra a extensa
pesquisa sobre desenvolvimento cerebral, realizado em
instituições acadêmicas.

Dr. Bessel van der Kolk de Harvard, o Dr. Allan


Schore da UCLA, e Dr. Daniel Siegel, da UCLA, sintetizarão a
pesquisa atual de desenvolvimento, em que essa analogia é
baseada. Qualquer coisa na analogia que não combine com os
resultados de suas descobertas é nossa incompreensão sobre
o material deles.

Campo de alegria. Os primeiros três meses de vida são


dedicados ao estabelecimento do "Campo de alegria", como a
base de operações. Durante essas 12 semanas o bebê sente a
alegria de estar perto da mãe. Atividades como amamentar,
balanço, dormir perto do bebê, ou levá-lo perto de seu corpo
são muito benéficas. Este estado de alegria é a raiz de todo
desenvolvimento humano. Viver no " Campo de alegria " é a
base para entender o amor da mãe, a paz, a segurança e
todas as nossas experiências preciosas. Não importa o quão
longe podemos percorrer em nossa vida, o Campo de alegria
é onde queremos estar cada noite, enquanto dormimos. Por
volta dos três meses de idade, o bebê desenvolveu imagens
suficientes em sua mente do que sua mãe sente por ele. A
partir de agora, a alegria se torna muito interativa. Até este
momento, a capacidade do bebê de sentir alegria foi muito
pequena e facilmente preenchida. Depois de três meses, no
entanto, as principais estruturas da alegria no cérebro
começam um sério estirão de crescimento.

Escalando a montanha da alegria. Aos três meses de idade, os


bebês já têm uma imagem de como as suas mães os
enxergam. Não é de surpreender que isso é armazenado, sem
palavras, como uma imagem de seu rosto. Não é também
nenhuma surpresa que a escalada da montanha da alegria,
tenha que esperar até as áreas visuais do cérebro se
desenvolverem em três meses. Até então, o centro visual
gravou no lugar que faz a visão, o sentido dominante. O que
os bebês começam a procurar são os olhos que estão olhando
para eles com alegria. Alegria significa, "Alguém está feliz em
me ver."

A alegria é a emoção que os bebês buscam por conta


própria. Porque estão motivados a ter níveis mais altos de
alegria, vão continuar trabalhando em direção a essa alegria,
mesmo quando as coisas dão erradas. Enquanto eles sobem a
níveis mais elevados de alegria, os bebês, literalmente,
constroem a capacidade cerebral. Se a criança tem ajuda dos
pais, a capacidade de sentir forte alegria se desenvolve entre
três e doze meses de idade, como uma tentativa infantil,
repetidamente, para atingir níveis mais altos de alegria. Cada
vez que o bebê vê olhos alegres, um rosto que se ilumina ao
vê-lo, a criança faz outra tentativa de subir a montanha da
alegria até que, no primeiro aniversário, a criança pode
regularmente chegar ao topo e sentir alegria tão poderosa,
assim como um ser humano pode sentir qualquer coisa!
Horas desse tipo de prática ajuda a criança a crescer segura
e alegre consigo mesma.

Somos criaturas de alegria, de forma que o bebê que


não vê alegria na face de sua mãe, começa a ser cheio de
medo. Se ainda houver um pai que está com medo ou raiva,
ele aprende a prestar atenção nas ameaças. Se não encontrar
olhos que estão a observá-los com alegria, não fará vinculos
de forma segura; eles monitoram o mundo para qualquer
coisa que pudesse fazê-los sentir mal. Desenvolvem então,
vínculos e identidades baseadas no medo. Vivem por
anulação, porque não têm esperança de conseguir alegria do
medo em que estão presos. Crianças precisam de alguém
que esteja sempre prestando atenção neles e que os ajude a
sentir alegria, ou deixarão de prosperar. Na verdade, esses
bebês não vão explorar ou procurar caminhos que os levem
de volta à alegria. À medida que envelhecem, as pessoas que
nunca receberam vínculos de amor estão sempre em busca
de alguém, ou de algo, para ajudá-los a se sentirem melhor -
e muitas vezes serão drogas, sexo, poder, relacionamentos
abusivos ou dinheiro.

Aqueles que tem pouca alegria são, frequentemente,


sobrecarregados e incapazes de recuperar-se de
sentimentos desagradáveis de maneira oportuna. Embora
possa não ser evidente quando eles são crianças, ao se
tornarem adultos, fica patente que suas personalidades são
mais fracas; e sem exercícios vigorosos de subir a montanha
de alegria, os seus cérebros são subdesenvolvidos. Fraqueza
na área da identidade da alegria do cérebro, tem sido
encontrada em condições de ansiedade, depressão,
transtorno de déficit de atenção, transtornos alimentares,
podendo levar ao narcisismo, teatralidade, transtorno
obsessivo-compulsivo, ou transtornos de personalidade
borderline. Pessoas com essas condições sofrem de uma
incapacidade de manter a alegria.

Até que a criança tenha desenvolvido uma


personalidade forte, ela pode ser oprimida pelo excesso de
alegria toda vez que sobe muito alto na montanha. Isso se
parece com situações onde sentimos cócegas demais para
suportar! A alegria se transforma em dor quando o bebê fica
"oprimido". Se a mãe está usando seu filho para se fazer feliz,
ela vai continuar tentando levar a criança a sorrir, mesmo
depois que o bebê tenha se afastado, e isso irá sobrecarregá-
lo ao invés de ajudá-lo. Um bom pai vai notar que o bebê
teve muita alegria e ficará afastado, por um momento, para
deixá-lo descansar. Quando o bebê olha para trás, o pai sabe
que é hora de começar a subir a montanha novamente. Este
processo é repetido milhares de vezes até que o bebê possa
chegar ao topo da montanha da alegria. Mas todo esse
começar e parar no caminho, traz bônus escondidos. A
criança aprende que pode sobreviver sendo oprimida, que
pode se recuperar, descansar, e pode, eventualmente, voltar
a ter alegria. Estes passos, repetidos muitas vezes, ensinam
a criança a evitar forçar muito os outros, e a ser respeitoso
para não sobrecarregar ou oprimir as pessoas.

Todos nós conhecemos pessoas que não sabem


quando parar. Têm grande dificuldade em regular seus
próprios sentimentos, e certamente não conseguem voltar
para a alegria com muita facilidade. Eles nunca aprenderam a
lidar com sentimentos sobrecarregados. Seus pais não
recuavam quando eles chegavam ao ponto de "oprimidos".
Eles não aprenderem a descansar e retornar à alegria.
Provavelmente, isso aconteceu porque os pais precisavam da
criança para ser feliz por eles - e eles pudessem se sentir
bem.

Voltando ao campo da alegria. Por volta do primeiro


aniversário do nosso pequeno e ousado andarilho, ele já pode
chegar ao topo da montanha. Esta força será colocada em uso
durante o segundo ano de vida. Durante este ano, a mãe vai
ensinar a criança a retornar para a alegria de todos os
sentimentos desagradáveis na vida. Quando um bebê tem uma
ligação segura com alguém, que vai ajudá-lo a sentir-se
melhor depois de uma emoção dolorosa, irá crescer forte e
aprender a enfrentar dificuldades com esperança.

Qualquer pessoa que tenha acampado quando era


criança, sabe como elas devem ser cuidadosamente vigiadas
para se ter certeza que não fiquem maravilhadas ou perdidas.
Quando as crianças aprendem a descer das rochas de forma
segura, encontrar seu caminho de volta da colina por conta
própria, e sair da floresta sem se perder, os pais suspiram
num alívio enorme. Seu filho já pode encontrar o campo de
alegria em qualquer lugar ao redor. O acampamento torna-se
mais seguro e muito mais divertido.

Da mesma forma, as crianças devem aprender o


caminho de volta ao campo da alegria, de todos os seus
outros sentimentos. Elas devem ser orientadas a sair da
vergonha e voltar para a alegria; assim como do nojo, medo,
tristeza, humilhação, falta de esperança e desespero. Uma
vez que a criança sabe o caminho de volta, ela não irá se
intimidar com os sentimentos e não vai permanecer preso. No
entanto, a criança só terá forças para subir de volta para a
alegria quando já desenvolveu este mecanismo de subida. Se
o sentimento de tristeza, por exemplo, é mais alto do que a
criança aprendeu a subir na montanha da alegria, ela irá ficar
sem forças, antes que volte para o campo da alegria. A partir
de então irá evitar o sentimento, em vez de resolvê-lo; a
menos que alguém lhe ensine como retornar para a alegria. É
por isso que as crianças devem ser orientadas quanto a esses
sentimentos desgastantes, para voltar com segurança. Quem
deve fazer isso, são seus pais.

Regular as emoções significa ser capaz de sentir uma


emoção negativa, até ser atingido por ela, e ainda ser capaz
de retornar à alegria. Crianças aprendem este processo,
imitando os outros. Por exemplo, uma criança ansiosa, de 15
meses de idade, levanta e exibe, orgulhosamente, para sua
mãe, sua mão suja que ela, com êxito, introduziu em sua
fralda. A resposta imediata da mamãe não é alegria, mas
desgosto. O bebê sente o desgosto da mãe e sua resposta
imediata é a vergonha e corre para se esconder. Sua mãe,
que é madura e sensível às necessidades do seu bebê,
reconhece o seu sofrimento e vai consolá-lo. Em questão de
instantes a mãe remove a cara de nojo, encontra o sofrimento
do bebê e, em seguida, a mamãe e o bebê retornam juntos
para a alegria. A mamãe, que tem um cérebro mais velho,
ensinou ao jovem cérebro da criança que, mesmo quando
você viaja para longe, há sempre um caminho de volta à
alegria. Através deste processo, repetido diariamente, mamãe
encontra seu bebê em suas emoções negativas, conforta-o,
guiando-o de volta à alegria. Ela não está resgatando, mas
simplesmente comunicando que pode não gostar das
circunstâncias negativas, mas gosta do bebê e ainda está
"contente por estar com ele", na sua jornada de volta à
alegria.

Com a prática, o bebê vai encontrar caminhos de volta


para o campo da alegria, de todos os lugares - de toda
dificuldade do sentimento de drenagem e de toda coisa ruim
que acontecer. A força para viver os sentimentos, sabendo o
caminho de volta para a alegria, cria resistência, esperança e
confiança. O fato de sempre voltar para o campo da alegria
depois de um sentimento difícil, ensina satisfação. Quando
todo mundo está de volta ao Campo da alegria, a satisfação
vem da alegria partilhada. Trata-se de voltar
automaticamente, e não só evitar um sentimento preso ou
desagradável. Quando as pessoas estão juntas no campo da
alegria , desenvolvem a maturidade e alegria abundante.

De acordo com o desenvolvimento das estruturas do


cérebro, depois de três anos caracteriza-se o aprendizado
do auto-controle dos sentimentos. Porém, traumas causam
fraturas que se tornam importantes bloqueios ao
autocontrole. As pessoas precisam da ajuda amorosa dos
outros para se recuperarem e retornar ao autocontrole.

Tipos de traumas

As pessoas parecem entender que quando se trata de


problemas médicos, o diagnóstico correto é uma obrigação.
Não é diferente quando se trata da recuperação de traumas.
Para que sejamos bem sucedidos no tratamento, precisamos
primeiro ser bem sucedidos em identificar correta e
completamente as feridas.

Trinta anos de experiência em lidar com a recuperação


de traumas, nos levou na Shepherd’s House a ver que eles
podem ser divididos em duas categorias: "Tipo A" e " Tipo
B". A identificação desses traumas nos ajuda a descobrir o
ponto de entrada para a recuperação e o quanto vai demorar
para promover a cicatrização.

A ausência das coisas boas que necessitamos -


Traumas tipo A

Os traumas tipo A, vêm da falta de coisas boas que


todos nós devemos receber; coisas que nos dão estabilidade
emocional. Essas ausências criam dificuldades nos
relacionamentos. Talvez um exemplo ajude: anos atrás, uma
cliente de Jim Friesen frequentava a mesma igreja que ele, e
naquela manhã de domingo sentou-se algumas fileiras atrás
dele. O filho de Jim tinha quatro anos de idade na época, e
ele deixou o garoto na cadeira ao lado, enquanto cantavam.
Colocou o braço em torno do filho de uma maneira muito
casual, mas calorosa. A cliente relatou mais tarde que,
quando viu o calor daquele toque sendo manifestado, uma
solidão irritante começou a crescer dentro dela, ao ponto de
ter que abandonar o culto de adoração. A ausência do amor
de seu pai havia sido uma dor para ela durante anos; sua
solidão foi acionada novamente quando viu o carinho que não
tinha sido dado a ela. Esse é o trauma tipo A - os
sentimentos dolorosos começam a surgir quando a pessoa vê
as coisas boas que tem sido ausentes na sua vida.

Os relacionamentos posteriores são sempre afetados


pela ausência do preenchimento dessas necessidades vitais.
Para a pessoa acima mencionada, a falta de um pai acolhedor
levou à desconfiança dos homens. Graças a Deus, ela se
casou com um homem incrivelmente carinhoso, confiável, e
que certamente a ajudou com a ferida Tipo A. Mas mesmo
que o relacionamento conjugal seja caloroso, não cura as
feridas completamente. Sempre que os homens mostram para
ela qualquer atitude calorosa, o ferimento tende a ressurgir,
o que se tornaria um obstáculo considerável no
desenvolvimento de um relacionamento sólido.

As estruturas do cérebro mais afetadas pelo traumas


tipo A, são os lugares onde as emoções fortes são
manuseadas. Já que a alma é essencialmente dedicada às
emoções, podemos chamar os traumas tipo A de fraturas da
alma.

A recuperação do trauma tipo A requer


relacionamentos duradouros e amorosos, disponíveis para
superar os sentimentos negativos. Então, a pessoa
traumatizada tem a chance de expressar alegria e progredir
no processo de maturidade. Desenvolver confiança e deixar
que sentimentos profundos venham à superficie, são
necessários para desenvolver força suficiente para enfrentar
os sentimentos negativos. Isso leva tempo e é preciso a
presença de verdadeiros relacionamentos que estimulem a
superação.

A maioria das pessoas tem dificuldade em ver que o


trauma tipo A é a causa de sua dor, depressão ou isolamento.
Esses traumas são geralmente mais fáceis de lembrar que os
traumas do tipo B, mas é menos provável que recebam a
devida importância. Sua importância é negada, deixando as
pessoas intrigadas sobre o porquê de se sentirem tão
horríveis sobre si próprias, porque têm tanto medo de
confiar, ou porque sentem a necessidade contínua de provar
seu valor. Como não é dada a devida importância aos
traumas, as pessoas ficam perdidas e não conseguem
compreender de onde os sentimentos perturbadores vêm.
Muitas vezes por não entenderem seus sentimentos,
simplesmente se culpam "Eu sou defeituoso" ou ao seu
Criador "Deus me fez com defeito".

Apresentamos o exemplo de uma pessoa cuja vida foi


mutilada por um trauma tipo A. Sue tornou-se dolorosamente
consciente de sua própria ferida tipo A, quando estava lendo
sobre pais amorosos que regaram os filhos com coisas boas:

“Cada palavra trazia lágrimas aos meus olhos. Não


lágrimas de alegria por aqueles que fizeram essa
conexão vital com seus filhos e com o Senhor, mas por
mim mesma. Lágrimas porque ninguém se importava o
suficiente para orar por mim, para descobrir o que
estava acontecendo na minha vida e na minha cabeça,
para fazer o sacrifício simples de apenas gastar tempo
comigo. Sozinha, com medo, engolida pelos problemas
da adolescência, me afogando e sem ninguém para
perceber e cuidar de mim. NINGUÉM”.

Agora a dor, apreensão e medo são demais para


administrar. Eles são substituídos por... nada; pela
incapacidade de sentir qualquer emoção. Você não
pode simplesmente colocar uma emoção para fora,
pois se uma for, todos elas virão. Voltam para os
lugares íntimos de sua mente, onde esperam
autorização para sair novamente. As poucas vezes que
isso é tentado, as feridas ficam como em carne viva.
As emoções, demasiadamente brutais, mais uma vez
são empurradas para essa sala. De forma definitiva,
você fecha a porta. É mais fácil, você diz, viver sem
elas.

Traumas tipo A, muitas vezes, deixam deformações


como resultados, que são sérios como os de Sue. Mas mesmo
as piores feridas, podem receber a cura. É preciso
reconhecer a extensão da ferida, encarar a dor e acolher os
novos relacionamentos que trazem vida, preenchendo as
lacunas que foram por muito tempo negligenciadas.

A terapia pode ajudar a identificar os traumas do tipo A,


mas é preciso relacionamentos amorosos para a recuperação.
Ela pode ajudar nos efeitos traumatizantes da ausência de
coisas que eram necessárias na formação de uma criança,
mas são os relacionamentos amorosos que irão proporcionar
a presença de tais coisas para que a cura possa ocorrer.

O Modelo de vida não é sobre culpa, mas sobre cura. O


propósito de identificar traumas tipo A é para que eles
possam ser curados e as vidas possam ser restauradas.
Tenha coragem de ser honesto, para que a verdade possa te
libertar. Deus provê para as nossas necessidades e Ele vai
orquestrar o desenvolvimento de novos relacionamentos para
que seu trauma possa ser curado. Na Shepherd's House
costumamos pedir a todos que orem para que Deus os ajude
a identificar as pessoas que Ele está trazendo em suas vidas
como membros da sua família espiritual. Isso é fundamental
para superar os efeitos dos traumas tipo A.

TRAUMAS TIPO A
Um trauma tipo A é nocivo pelas “ausências”, que
causam danos às nossas emoções. Até certo ponto, um ou
mais deles serão tipicamente encontrados em cada etapa de
nossas vidas. Todos nós podemos encontrar pelo menos um
trauma tipo A, que precisa de atenção. Olhando para os
quadros indicadores de maturidade, observamos que uma
falha da Família e/ou Comunidade - coluna do meio - produz
trauma tipo A. Na verdade, as ausências nestas áreas
definem o que é o trauma tipo A. Eis alguns exemplos:
1. Não ser valorizado e comemorado por seus pais pelo
simples fato da sua existência.
2. Não ter a experiência de ter sido um deleite para os pais.
3. Não ter um pai que toma tempo para entender quem você é
– encorajando-o a compartilhar quem você é, o que pensa
e o que sente.
4. Não receber grandes quantidades de carinho físico sem
conotação sexual – colo para sentar-se, os braços para
segurar, e vontade de deixá-lo ir quando você já teve o
suficiente.
5. Não receber os limites apropriados à idade ou tê-los
impostos de maneira que não colocam o seu valor próprio
em questão.
6. Não ser dada uma alimentação adequada, vestuário, abrigo,
cuidados médicos e dentários.
7. Não ser ensinado a fazer coisas difíceis - resolver
problemas e desenvolver a persistência.
8. Não ter a oportunidade de desenvolver recursos e talentos
pessoais.
Coisas ruins que acontecem - Traumas Tipo B

Traumas tipo B vêm das coisas ruins que nos


acontecem. O cérebro é gravemente afetado na área da
memória, por isso parece certo chamar, traumas tipo B, de
fraturas da mente. Se os maus acontecimentos, não
resolvidos, deixaram sentimentos ou pensamentos, a pessoa
não pode voltar ao Campo da alegria. Isso cria uma fratura -
uma separação. Específicos eventos ruins são, felizmente,
esquecidos e a amnésia protege a pessoa de lembrar-se
deles. A amnésia é uma função automática do cérebro -
esquecimento instantâneo - que pode ser usado
protetoramente após 3 anos de idade. Antes disso, o cérebro
não consegue estabelecer uma linha de tempo ou história,
então as lembranças tomam uma forma diferente.

O que significa dizer que a amnésia é algo


"automático"? Quando o trauma atinge um nível de
intensidade excessivamente alto, tornando-se insuportável,
antes que a pessoa tome consciência sobre o que está
acontecendo, o trauma é automaticamente esquecido; um
ponto branco aparece na memória, e a pessoa não tem ideia
da experiência traumática que viveu. A pessoa não escolhe
esquecer o episódio esmagador; ele se perde
automaticamente na memória antes que a pessoa possa
escolher, de forma consciente, o que estava acontecendo.
Embora a amnésia temporáriamente limpe a memória, isso
pode ser lembrado em um momento posterior. Se a plenitude
é para ser alcançada, os acontecimentos ruins precisam ser
recuperados e curados, de modo que os pontos em branco
possam ser preenchidos. Como no caso dos traumas tipo A, a
recuperação dos traumas tipo B também podem levar um
longo tempo, ainda que boas sessões de terapia possam
acelerar a cura dos acontecimentos ruins.

Vejamos o exemplo de como um trauma tipo B, não


curado, pode interromper a vida de uma pessoa.

Lisa era uma mulher com dois filhos pequenos que


chutou seu marido para fora de casa quando ele cometeu um
erro. Foi um erro grave, com certeza, mas não era o tipo de
coisa que normalmente termina relacionamentos em um
minuto. Ao olhar o que fez, tendo uma reação tão forte, ela se
tornou consciente de que o mesmo sentimento intenso estava
lá quando era jovem.

Com alguma atenção focada em saber de onde esse


sentimento estava vindo, a lembrança de um trauma tipo B
surgiu, muito fortemente, em sua mente. Houve um tempo,
quando ela tinha total confiança em seu padrasto, até que
uma noite ele entrou em seu quarto e a molestou. Lisa
continuou deixando as lembranças chegarem à sua memória,
recordando-se de que sua reação a ele foi a raiva; furiosa,
disse à mãe o que tinha acontecido. O padrasto foi, então,
enviado para fora da casa imediatamente e o relacionamento
terminou ali mesmo.

Depois de reconhecer que o erro do marido havia


colocado para fora sentimentos poderosos, que foram
anexados ao comportamento do padrasto, a forte reação de
Lisa fez mais sentido. A ferida não curada, que permaneceu
esquecida até este momento, gerou sentimentos intensos
logo que foram desencadeados.Os sentimentos inicialmente
foram derramados sobre o marido, mas com a devida
atenção, a ferida foi curada. Essa reação particularmente
forte não interrompeu seu relacionamento com o marido
depois que a cura ocorreu.

A terapia pode ajudar na descoberta de traumas do


tipo B, muitos dos quais permanecem perdidos na memória
consciente da pessoa na idade adulta. Descobrimos que é
necessário lembrar e curar o trauma, ou a ferida continuará a
apodrecer. Geralmente, há mais coisas a serem feitas do que
apenas uma oração geral, esperando que o Senhor vá cobrir
toda dor do passado de uma pessoa. É preciso encontrar a
ferida, abrir o sentimento ferido, o suficiente para entender o
efeito do trauma, e orar para o Senhor trazer a cura completa
para a recuperação da memória.

TRAUMAS TIPO B

Um trauma tipo B é nocivo por sua presença. Tendo sofrido


as seguintes experiências pode-se criar um trauma do tipo B.
Há uma variedade de gravidades em traumas tipo B. É
importante lembrar que “minimizar” o trauma é evitar a
verdade sobre o quanto eles doem e, assim, perder a chance
de cura. Evitando ou ignorando as feridas não vão fazê-las
irem embora. Aqui estão alguns exemplos deste tipo de
traumas:
l. O abuso físico, inclusive tapas no rosto, puxões de cabelo,
safanões, socos e cócegas, até a criança chegar a histeria.
2. Qualquer surra que se torna violenta, deixando marcas,
hematomas, ou cicatrizes emocionais.
3. O abuso sexual, incluindo toque inadequado, beijos ou
abraços com conotações sexuais, relações sexuais, sexo
oral ou anal, voyeurismo, exibicionismo, ou a partilha de
experiências sexuais dos pais com uma criança.
4. O abuso verbal ou xingamentos.
5. Abandono pelos pais.
6. Tortura ou abuso em ritual satânico.
7. Testemunhar alguém sendo abusado.

Cura para feridas

Deus é tão bom, e na Shepherd’s House nós


compartilhamos a alegria das pessoas em testemunhar a
restauração e cura que Deus dirige e fornece para os traumas
A e B. A seguir temos o relato de uma reunião específica,
que retrata a cura para ambos os tipos de traumas e como
podem ser abordados.

Karl tinha sido levado na Shepherd’s House por um


amigo, o que mostra a comunidade agindo. O amigo de Karl
estava envolvido em fazê-lo buscar ajuda, e foi essencial que
sua esposa estivesse lá durante a reunião de terapia, como
sua parceira. Ela era a única pessoa que poderia lhe dar o
que seu coração precisava naquele momento.
Karl tinha um sentimento que estava meio escondido,
mas perto da superfície, desde a reunião anterior; era um
sentimento que sugeria que ele não era digno o suficiente
para apreciar uma boa refeição em um restaurante. Viu-se
uma pessoa mais jovem, quando este sentimento começou a
surgir durante a reunião. Karl foi perguntado se ele poderia
deixar a parte jovem dele aberta e dizer-nos o que estava
acontecendo de errado.

Em uma voz infantilizada, Karl disse que tinha medo do


escuro, medo de aranhas, medo de ficar trancado em um
armário e medo do namorado de sua mãe. "Mais alguma
coisa?" Também estava com medo de sua mãe. Por cinco
minutos Karl continuou contando, naquela voz de criança,
alguns episódios que aconteceram quando tinha,
aproximadamente, quatro anos de idade. Esses foram os
traumas tipo B - coisas ruins, que poderíamos chamar de
abuso infantil. Karl foi conscientemente lembrando desses
eventos perturbadores, pela primeira vez, desde que tinham
acontecido. Foi um alívio para aquele “jovem Karl”
expressar, em palavras, os terríveis acontecimentos que,
durante anos, haviam sido um doloroso silêncio. Os
sentimentos daqueles eventos passados foram sendo
sedimentados em sua vida - eram os medos que ele vinha
lutando, fazendo-o sentir-se não merecedor de sair para
comer. Um dos eventos que ele se lembrava era exatamente
isso: havia sido trancado em um armário, enquanto sua mãe e
o namorado foram jantar fora! A mãe reafirmou algo sobre
Karl não valer nada, caso contrário, eles o teriam levado
junto! A oração para a cura dessas memórias tinham um
efeito calmante; e a mentira que Karl não era importante,
estava quebrada.

A alegria, porém, ainda não tinha sido atingida. Ele


estava com medo que sua mãe nunca mais voltasse.
Evidentemente, o trauma tipo B foi uma parte desse quadro -
sua mãe não transmitiu ao jovem Karl que podia confiar nela.
Não tinha o sentimento que ele pertencia a ela. Uma oração
para a cura das memórias não seria suficiente para preencher
o vazio criado pela ausência do amor da mãe. lsto precisava
envolver pessoas reais, e a pessoa real certa, estava sentada
ao lado de Karl. Sua esposa colocou os braços em volta dele
e disse-lhe muito compassivamente, que pertenciam um ao
outro - o Senhor os colocou juntos e ele podia confiar nela.
Após a oração para "curar a ferida sobre pertencer", e uma
oração para abençoar o seu relacionamento, a alegria foi
alcançada. Sua esposa ficou muito contente de estar com ele,
e isso trouxe a presença da alegria para dentro da ausência
do sentimento de pertencer, que o acompanhava desde a
infância. O jovem Karl, pela primeira vez, tinha encontrado
um caminho de volta para o campo da alegria! Todo
sentimento pode ser conectado à alegria, se é resultado de
traumas tipo A ou B. A cura divina providenciou a "conexão
de alegria" para Karl, e também exigiu uma pessoa que Deus
colocou em sua vida para se tornar parte de sua recuperação.

Karl tinha sido acompanhado por pastores


conselheiros, terapeutas cristãos e havia buscado ajuda por
cerca de 25 anos! Desde a metade de sua adolescência, ele
lutava contra aqueles sentimentos que não foram resolvidos.
Era capaz de viver, mas sua luta foi feroz e por anos, correu
risco de perder a vida. Seu casamento e sua carreira
sofreram. Tragicamente, Karl é uma das inúmeras pessoas
cuja busca para resolver sentimentos dolorosos falhou. Para
resolver os sentimentos que vêm de traumas tipo B, a
memória que os contém deve ser descoberta. Uma oração
generalizada não pode curar todo o passado de uma pessoa.
A ferida específica necessita ser aberta na presença de
pessoas atenciosas, juntamente com uma oração para a cura.
Qualquer coisa mais, vai conseguir apenas um alívio
temporário, porque a ferida continuará apodrecer até que
seja devidamente tratada.

A psicologia pode nos ensinar como encontrar essas


feridas escondidas, mas é preciso mais do que expor o
problema para resolvê-lo. Deus é necessário para curar as
feridas descobertas. Sem seu toque, a busca por ajuda irá
falhar. É claro que, sem relacionamentos amorosos, não
haverá apoio suficiente para a recuperação humana. São
necessários, Deus e família.

Diferentes tipos de fraturas

As feridas de Karl tinham produzido um tipo de fratura


que resulta em uma amnésia terrível, um sentimento
avassalador. Esses sentimentos esmagavam- no enquanto
estava trancado no armário, e o resultado foi a dissociação.
Uma maneira simples de pensar sobre a dissociação é vê-la
como um esquecimento instantâneo - a amnésia, ou uma
fratura na mente. O cérebro tem um disjuntor que pode lidar
com o sentimento opressor, e gravá-los em um lugar que não
entra em contato com a memória consciente. Isso é
extremamente benéfico no momento. O jovem Karl podia ir
para a escola pela manhã, sem precisar lutar com a memória
de que foi trancado num armário na noite anterior. Ele
também não precisava temer vir para casa porque,
literalmente, não se lembrava do que vivera, enquanto estava
a caminho de casa. Este foi um trauma do tipo B, que
resultou em uma fratura da mente de Karl. Este evento tinha
sido perdido em sua memória consciente através da
dissociação.

Esse é o jeito que a amnésia trabalha - uma forma


sadia de lidar com os eventos que estão te deixando louco.
Deus criou a amnésia para proteger a alma de ser oprimida, o
que permite continuar vivendo mesmo com a dor. A história
de Karl produziu trauma o suficiente para dar fraturas que
geraram várias "partes da criança" e isto tomou um lugar
em sua vida. Ele não era consciente destas "partes da
criança", mas quando pôde, nos anos posteriores, sentiu o
poder dos sentimentos negativos; com isto, a vida adulta de
Karl ficou gravemente interrompida. Durante a terapia, ao
mostrar as partes da criança ferida na sua consciência, nos
deu uma chance para curar suas feridas e mostrar a estas
partes, como chegar ao campo da alegria. lsso é um
tremendo alívio para pessoas como Karl, isto é, ter as feridas
escondidas recebendo cura. A alegria é o resultado
automático.

Estas reuniões também revelam como funciona um


importante mecanismo de defesa - a repressão. É o
esquecimento gradual do material consciente. Havia todo um
capítulo da vida de Karl que estava cheio de perturbação;
experiências de abandono relacionadas com a sua mãe, mas
que não eram graves o suficiente para chegar a usar o
disjuntor contra emoções esmagadoras (dissociação). Sua
memória consciente reteve todos os eventos, mostrando
claramente que ele sofreu abandono. Entretanto, através da
repressão, ele perdeu a noção do quanto estes eventos eram
realmente dolorosos e o convenceu que os sentimentos não
eram tão ruins.

A mente trabalha muito duro para moldar sentimentos;


para tornar a vida um pouco mais suportável. A
racionalização, a sublimação e as demais defesas do ego, que
todos nós lemos sobre a categoria "Introdução à Psicologia",
servem a esse propósito. Nos ajudam a lidar com sentimentos
difíceis. A repressão é uma defesa que nos permite esquecer,
gradualmente, como algumas coisas são perturbadoras . Karl
era protegido do poder do trauma B, perdendo a memória
exata dos eventos de abandono. Esquecendo que tinha sido
abandonado, isto o ajudava em sua luta contra a baixa
autoestima. Conseguiu esquecer exatamente como as coisas
eram dolorosas, mas não conseguiu evitar o buraco em sua
vida, resultado do trauma A – “que ele não pertencia”.
Substituindo o capítulo "não Pertencer " em sua vida por
“Pertencer real”, ajudou Karl com sua autoestima. Sua
esposa o ajudou com o que tinha perdido no seu crescimento.
Ela o ajudou a superar os efeitos de uma alma fraturada.

Muitas pessoas estão clamando por pertencer. Elas


precisam de uma família espiritual, que é explicada com mais
detalhes no Capítulo 4. Se seus amigos cristãos começassem
a orar por elas, mas seguissem sem pertencer, como foi o
caso de Karl (traumas tipo B), elas iriam sentir-se um pouco
melhor, mas não chegariam a uma resolução. Não é à toa que
são recomendados tanto orar quanto amar - mas não um sem
o outro.

Precisamos observar como a cura para diferentes


tipos de traumas, muitas vezes não acontece no contexto da
igreja. Pessoas com traumas do tipo A podem ter momentos
particularmente difíceis nos cultos da igreja; outras obtém a
cura para traumas Tipo B de forma incrivelmente rápida, pois
muitas vezes estes traumas cobrem apenas um evento e um
breve espaço de tempo. Alívio para este tipo de cura é
animador para muitos, mas é desanimador para as pessoas
que têm traumas A. Podem perguntar ao Senhor: "Por que
eu? Alguns estão ficando melhores e sentindo alegria, mas
por que não eu? Deus, Você não me ama? Ou as Suas
promessas são apenas para as outras pessoas? Há algo de
errado comigo? Eu sou ruim?”

As coisas pioram quando os membros da igreja tentam


tratá-los como "pessoas do trauma Tipo B". O resultado é
que "pessoas do trauma tipo A" passam a acreditar que elas
não se encaixam na Igreja pois sua recuperação não é rápida.
Ficam com um sentimento trágico de que não pertencem! O
isolamento e a rejeição estão frequentemente na raiz de suas
histórias de trauma. Com a pressão para obter cura rápida
destas feridas profundas, elas falham, e outra vez sentem o
isolamento e a rejeição. Não é assim que deve acontecer.
Pessoas autênticas são necessárias para restaurar as almas
dos que vivem traumas do Tipo A; a restauração levará mais
do que alguns minutos.
É importante incluir um outro exemplo. Como no caso
de Karl, a cura dos traumas tipo B ajuda muito, mas é
necessária a cura do trauma tipo A para que a pessoa possa
ser completamente curada. Alguns podem até ir à frente da
igreja, após os cultos, para receber oração. Eles obtém ajuda
para o trauma tipo B, o que traz alívio. Mais tarde porém,
eles entram em contato com uma dor mais profunda, a do
trauma tipo A, não resolvida somente com oração. Concluem
que precisam voltar para a oração, repetidamente, porque
isto os faz sentirem-se melhor por um tempo. Tal atitude não
vai trazer os resultados desejados. Se continuam a viver com
as feridas não curadas do trauma tipo A, não irão sentir-se
melhor por muito tempo, até que pessoas autênticas
comecem a amá-los o suficiente para compensar as coisas
boas que faltaram em seus anos de crescimento. Não vão
sentir que pertencem, até encontrarem-se conectados ao
que o povo de Deus pode trazer para suas vidas. Como foi
mencionado no capítulo 1, é importante saber que tipo de
ferida a pessoa tem, ou o método de cura provavelmente
falhará.

Avaliando sua dualidade

O tipo de fratura, ou dualidade, que encontramos no


Karl é rotação de dualidade. Isto tem sido chamado de
"Desordem de Personalidade Múltipla" e mais recentemente,
chamado de "Transtorno Dissociativo de Identidade" na
comunidade científica. Quando o resultado do trauma atinge
um nível irresistível, ocorre a dissociação e a personalidade é
fraturada em partes características.4 Sendo ou não amnésia,
sempre há separação entre as áreas afetadas, armazenando,
em alguns casos, sentimentos muito negativos.
LamentaveImente, nem todos os sentimentos nestas áreas se
conectam ao campo da alegria e, portanto, permanecem
presos. Quando as partes presas giram, as pessoas ficam
com medo porque não encontram o caminho para o campo da
alegria. A melhor terapia consegue conectar todas as partes
da pessoa à alegria, assim o centro da alegria do cérebro
pode assumir o controle mais uma vez. Esse é o caminho
onde a autorregulação é estabelecida.

Um segundo tipo de dualidade pode ser referido como


a “Alternância de Dualidade”, que é o que vemos em pessoas
com problemas de drogas, álcool, vícios sexuais, e que os
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4. Ver Uncovering the Mistery of MPD and More than Survivors: Conversations with
Multiple Personality Clients, by Jim Friesen, for more information about dividedness
and dissiciation

terapeutas chamam de "transtorno borderline de


personalidade". Isto é o que acontece na alternância de
dualidade - as pessoas vão e voltam entre as partes que são
bem sucedidas e aquelas que estão feridas. O aspecto de
derrota da alternância de dualidade é que o sucesso não vai
muito longe porque as feridas continuam interferindo. Sempre
que chega a dor, o padrão aprendido se repete
automaticamente - o abuso de álcool, os distúrbios
alimentares, comportamentos fisicamente abusivos, ou
qualquer outra resposta doente que possui seus efeitos
colaterais. Essas respostas doentes à dor foram aprendidas
durante a infância, e a pessoa sente que não há outra maneira
de responder quando os padrões adoecidos surgem. Como é
o caso da dualidade rotativa, a resposta é automática pois não
há uma decisão consciente de rotação - ela simplesmente
acontece. Tragicamente, a pessoa começa a acreditar que
não há maneira de controlar o problema, o aumento de maus
resultados e a diminuição dos bons resultados.
Assim é como uma pessoa que vive a alternância de
dualidade normalmente parece. Elas têm uma significativa
ferida tipo A, feita na infância, e também algumas feridas do
tipo B, que constituem um bloqueio importante para a
maturidade. Normalmente, as feridas Tipo A não são
resolvidas na igreja, na terapia tradicional ou na maioria das
abordagens formais para o problema. O mais intrigante é que
essas pessoas têm um "lado bom", mas o lado ferido é
considerado como um "lado ruim". E isto produz uma
sensação de derrota! Os talentos são subdesenvolvidos e a
autoimagem deteriorada é profundamente enraizada. Não é
ruim, é apenas ferida. Não devemos nos concentrar em
controlar essa parte, mas na sua cura. Geralmente não ajuda,
as pessoas com a alternância de dualidade irem para grupos,
se elas mostram apenas o seu lado "bem intencionado".
Precisam mostrar o seu lado ferido para obter alguma cura,
ou não se pode esperar progresso. Isso é válido também para
aqueles que estão em terapia. Se vêm para a terapia cheio de
sorrisos, falando sobre os problemas que tiveram na semana
anterior, mas não trazem consigo sentimentos profundos e
dolorosos, também não podem esperar progresso. Cura para
a alternância de dualidade significa enfrentar a ferida,
enquanto estão na presença de pessoas autênticas, que as
amam como são. Elas sabem que a cura pode levar tempo e
investem o tempo que for necessário.
Um terceiro tipo de dualidade pode ser chamado de
“Dualidade Reativa”. As pessoas que vivem isso, parecem
muito sólidas, na maioria das vezes, mas de vez em quando
simplesmente perdem o controle. Mesmo quando voltam a ter
bom desempenho, quando reagem podem ser perigosas e os
seus relacionamentos podem tornar-se instáveis. Como
entendê-las? Elas têm alguns traumas não resolvidos, tanto A
quanto B, que são normalmente controlados, mas quando os
sentimentos fortes aparecem, reagem a partir do acúmulo
destes sentimentos não resolvidos, que foram armazenados
no seu interior. Surpresas com a intensidade de sua própria
reação, podem perder a confiança e começar a se isolar, ou
ficar gravemente deprimidas e sem esperança.

Como indicado no capítulo 1, todos nós somos


quebrados em algum ponto, mas não precisamos ficar presos.
Você tem um ou mais, dos três tipos de dualidades
mencionadas, dependendo da sua história de trauma. Irá
ajudar a identificar o seu tipo de dualidade, se você estiver
buscando alcançar seu potencial dado por Deus. Tire um
tempo para entender seus traumas e sua dualidade. Deus
quer trazer algo bom de qualquer coisa que tem mantido você
preso.

Intervenções espirituais

Por muitos anos tem havido questionamentos sobre o


papel da oração e intervenções espirituais na recuperação de
traumas. Além do trabalho clínico na Shepherd’s House, onde
aprendemos sobre intervenções espirituais em primeira mão,
uma pesquisa realizada por Jim Friesen responde diretamente
estas perguntas. É importante citar dois estudos realizados
sobre este assunto, porque eles mostram que muitos
terapeutas cristãos usam intervenções espirituais e sabem
que são muito eficazes.

Estudo n º 1 - Pesquisa realizada com 66 terapeutas cristãos


que trabalham com clientes de recuperação de trauma, para
descobrir quais intervenções espirituais eles usam. Mais de
40 intervenções espirituais foram identificadas, sendo que 10
delas são usadas por mais de 90% dos entrevistados; o que
nos revela experiências muito consistentes entre os
terapeutas:

1. Orar durante as sessões.

2. Buscar trazer ativamente as partes da personalidade


dissociada para um relacionamento com Deus.

3. Pedir a Deus para guiar na descoberta de memórias


traumáticas.

4. Amarrar demônios que possam interferir durante as


sessões.

5. Orar pela cura das memórias traumáticas depois que elas


emergem.

6. Pedir suporte de oração de intercessão.

7. Ensinar as partes dissociadas como usar o seu poder


espiritual.

8. Convidar parceiros para assistir às sessões de terapia.

9. Manter contato com a família espiritual do cliente.


10. Expulsar os demônios durante as sessões.

Estudo n º 2 - Seguindo o primeiro estudo e perguntando


quais tipos de intervenções espirituais encontradas como
efetivas. Novamente foram pesquisados terapeutas cristãos
que fazem um trabalho de recuperação de trauma, e 102
questionários foram devolvidos. A seguir, os itens que foram
classificados como mais eficazes, por mais da metade dos
entrevistados, começando com os itens mais votados.

1. A oração intercessória como suporte para sessões


particulares.

2. Oração para a proteção de um cliente, fora da terapia.

3. Oração para a cura de memórias traumáticas.

4. Oração com os clientes durante as sessões.


5. Oração para a proteção de um cliente, durante uma
sessão.
6. Com a permissão do cliente, pedir a Deus, em voz alta,
para a direção quando um obstáculo é encontrado durante
uma sessão.
7. Quebrar maldições ou laços geracionais colocados na
vida de um cliente.
8. Pedir a Deus que mande anjos para a proteção ou
ministério durante as sessões.
9. Buscar trazer partes de personalidade dissociada para
um relacionamento com Deus.
10. Pedir a Deus, em oração silenciosa, a direção quando um
obstáculo é encontrado.
11. Usar oração "ofensiva" fora das sessões, para bloquear
os maus espíritos de executar o seu trabalho, e bloquear
as pessoas que enviaram estes espíritos para não
ganharem um acesso futuro ao poder das trevas.
12. Citar as Escrituras para quebrar fortalezas que dificultam
a terapia.
13. De acordo com o cliente, pedir a Deus para guiar na
descoberta de memórias traumáticas.
14. Ensinar as partes dissociadas como usar seu poder
espiritual para se proteger do assédio espiritual,
inclusive expulsando os demônios.
15. Usar oração "ofensiva" durante as sessões, para bloquear
os maus espíritos de executar o seu trabalho, e bloquear
as pessoas que foram enviadas para liberar um acesso
futuro ao poder das trevas.
16. Pedir a Deus, em voz alta, para amarrar a interferência
demoníaca durante uma sessão.
17. Mandar demônios para fora, em voz alta, durante uma
sessão.
18. Silenciosamente buscar palavras de conhecimento, ou
uma visão de Deus, sobre os clientes durante as sessões.
19. Leitura da Escritura, como parte da adoração e louvor
durante as sessões.
20. Ensinar as partes da personalidade dissociada a orar.
21. Pedir a Deus para descobrir a programação.

Esses dois estudos indicam fortemente que é padrão


habitual de conduta para os terapeutas cristãos: orar e contar
com a presença de Deus na terapia que realizam. Certas
intervenções, é claro, podem ser mais adequadas do que
outras. No entanto, a conclusão geral que devemos tirar
destes resultados é a seguinte: A oração funciona e a oração
é necessária!

O Modelo de Vida concorda com essas conclusões. A


psicologia do desenvolvimento tem nos mostrado muita coisa
sobre ajudar as pessoas a obter ganhos em termos de
maturidade. Terapia de família e a comunidade psicológica,
juntamente com a investigação médica, também têm feito
importantes contribuições para o Modelo de Vida. Como
cristãos, nós acreditamos que Deus criou tudo como deve
ser, incluindo os seres humanos, e sabemos que a psicologia
é dedicada a descobrir o máximo possível sobre a
humanidade e certamente fez enormes contribuições. No
entanto, ela é limitada na medida em que se restringe à
observação humana; mas a espiritualidade não se limita. Aqui
está uma regra simples: Psicologia é uma coisa não seria
ciência boa. E nos ajuda a saber sobre o que orar.

Os dois estudos discutidos anteriormente, destacam


como orar de forma mais eficaz na terapia. Em cada parte do
Modelo de Vida, na descoberta dos défices de maturidade, na
resolução de memórias traumáticas, e em encontrar a direção
de Deus para a adoção espiritual, devemos continuar voltando
para Deus, pedindo orientação e sabedoria, assim como cura
e proteção.

Quebrando o poder da mentira


A dualidade e as feridas impedem as pessoas de
crescer, quando vivem suas vidas baseadas nas mentiras que
resultam dos traumas vividos. Os eventos traumáticos,
frequentemente, deixam dois legados destrutivos para a vida
da pessoa: a ferida e a mentira. Ambos causam sofrimento e
precisam ser devidamente cuidados antes que uma pessoa
possa viver com o coração que Jesus lhe deu. Para que isso
aconteça, é preciso viver na verdade e as mentiras, que são
parte da sua dor, precisam ser quebradas. Quando uma
pessoa vive de suas feridas, significa que as mentiras estão
controlando a sua vida.

Das mentiras que permanecem após o trauma, uma das


mentiras mais comuns e muito séria é: "Você nunca vai ser
curado”. Outras mentiras são generalizadas: "Deus pode
ajudar os outros, mas Ele não vai ajudá-lo"; "Você é mau";
"Você merece sofrer pelo resto de sua vida" e "Você nunca
será salvo." As mentiras são adaptadas a cada pessoa e para
cada trauma, mas são mentiras e mantêm as pessoas vivendo
de suas mágoas em vez de seus corações.

A mentira "você nunca vai melhorar" normalmente vem


anexada ao trauma que é fisicamente doloroso por horas, se
repetindo periodicamente. A dor parece ser praticamente
incessante, e não há nada que a pessoa possa fazer para
impedir que isso aconteça novamente. Esses momentos
tornam-se poderosos na vida da pessoa, quando a mentira
parece ser a verdade. O momento era absolutamente
opressor, e acrescentou a mentira que "você nunca vai ficar
melhor". Quebrar a mentira precisa ser uma parte no
processo de cura para a ferida.

O trauma em particular, normalmente necessita ser


descoberto e receber cura antes que a mentira possa ser
quebrada. Isso deve acontecer porque se a ferida permanece
sem cura, a mentira pode recolocar-se. Se a pessoa guarda
no seu interior a memória - "você nunca vai ficar melhor" - a
ferida ainda estará purulenta e a mentira não será quebrada.
Até a cura, a mentira pode permanecer viva - "você nunca
vai melhorar." Após o evento traumático ter sido descoberto
e curado, a mentira será exposta. Então ela precisa ser
renunciada e substituída pela verdade.

Como a Bíblia diz: "As armas com as quais lutamos não


são humanas, ao contrário, são poderosas em Deus para
destruir fortalezas [mentiras]. Destruímos argumentos e toda
pretensão que se levanta contra o conhecimento de Deus, e
levamos cativo todo pensamento, para torná-lo obediente a
Cristo "(II Coríntios 10:4-5). A presença de Jesus, a
orientação do Espírito Santo ou a citação das Escrituras de
forma pertinente, expõe e destrói a mentira.

Escrituras como "Eu posso fazer tudo através de


[Cristo] que me fortalece" (Filipenses 4:13), "Meu Deus
suprirá todas as vossas necessidades segundo as suas
riquezas na glória em Cristo Jesus" (Filipenses 4:19) e
"[Jesus disse:] Eu vim para que [vocês] tenham vida, e a
tenham plenamente" (João10:10), são exemplos poderosos de
quebradores de mentira. Jesus expõe e expulsa a mentira. A
presença Dele em uma ferida resulta na quebra e retirada da
influência demoníaca que acompanha a ferida, e estabelece a
Sua verdade onde estava a mentira.

Após serem quebradas as mentiras, as lições que o


levarão ao destino, podem ser aprendidas e o ensino deve
estar baseado nas Escrituras. "Eu não estou sentenciado a
sofrer pelo resto da minha vida. Deus vai suprir as minhas
necessidades. Existem coisas que eu posso fazer, com Cristo
em mim, para ter minha vida plena”. As lições conduzem a
uma satisfação muito maior que a esperada, porque as
pessoas subestimam o quanto é bom viver com a alegria no
comando ao invés do medo. Estas lições devem ser postas
em prática pelos participantes da família de Deus. Nós não
podemos ter nossas necessidades atendidas de outra forma –
precisa ser na vida real com pessoas reais. Terapia não é
suficiente. Deus quer proporcionar força e suprir as nossas
necessidades através das pessoas que Ele coloca em nossas
vidas. Elas se tornam a nossa família espiritual adotiva.

Lemos abaixo o relato de um cliente da Shepherd's


House e sua experiência com a recuperação de trauma.

Uma cliente nossa chegou com um ardente amor por


Jesus, mas também com um desejo persistente de se matar.
Embora fosse uma mulher de Deus, que havia se convertido e
permanecia sóbria há quase 10 anos, suas feridas não
resolvidas, juntamente com as mentiras que Satanás havia
anexado aos ferimentos, estavam bloqueando boa parte de
sua alegria no Senhor, deixando-a muito depressiva e
altamente suicidas.

Como ela se encontrava com seu terapeuta semana


após semana, Deus foi Fiel em direcioná-los aos ferimentos
que precisavam de cura e, uma por uma, as mentiras de
Satanás - mensagens enganosas que a levaram para longe da
verdade sobre si mesma e sobre Deus - foram expostas. Ela
tinha sido rotulada como "feia" quando era uma criança
pequena; estava convencida de que era "nada" na pré-
adolescência; entrou na turma de "pessoas erradas" no
ensino médio; perdeu um bebê por aborto e outro para uma
adoção não oficial; Lutou com vícios em drogas por 20 anos e
havia sido espancada pelo namorado violento. Anexou a estas
feridas a mensagem de "Você não vale nada", e "Você deve
morrer, cometer suicídio para compensar o pecado
imperdoável do aborto".

Como cada ferida foi descoberta, ela e seu conselheiro


oraram para que o poder de Deus as curasse. As mentiras de
Satanás foram descobertas e ela invocou a verdade e
sabedoria de Deus para quebrá-las.

À medida que a cliente revelava-se com honestidade,


ela e o conselheiro também identificavam sua divisibilidade
rotativa. Havia sido fragmentada em, pelo menos, três partes
distintas - uma criança triste e assustada, uma punidora
suicida e uma mulher forte e fiel a Deus. Ao trabalhar para
curar e integrar essas partes, a cliente encontrou uma nova
força e plenitude.

Após seis meses de tratamento, um trauma inesperado


colidiu com ela. Surpreendentemente, no entanto, uma vez
que as significativas feridas haviam sido curadas e as
mentiras destrutivas quebradas, os sentimentos suicidas da
cliente desapareceram completamente, e sua integridade lhe
permitiu lutar contra o novo trauma com uma força que ela
nunca havia experimentado antes.

Como havia passado o luto e lamentado sua nova


perda adequadamente, ela também começou a viver a partir
do coração que Jesus lhe deu, como a mulher que Deus criou
para ser. Este posicionamento proporcionou que continuasse
trabalhando nas tarefas de maturidade, como por exemplo,
aprender a cuidar de si mesma. Ela deu passos com muita
coragem, animada em aprender coisas novas que lhe
capacitasse a receber e dar vida plenamente, e assim, de
forma integral, experimentar Deus e Sua alegria!

Diretrizes para se libertar na recuperação


l. Identificar qualquer trauma tipo A e B em sua vida, a fim
de esclarecer quais os recursos que irá precisar para a
cura. Por exemplo, os traumas tipo A requerem cuidados
de pessaos para compensar os défices que você sofreu
quando criança. Traumas tipo B requerem cura; e ambos
deixam mentiras que precisam ser expostas, quebradas e
substituídas pela verdade.

2. Identificar emoções específicas que deixam você preso, ou


aquelas que você trabalha duro para evitar.
Intencionalmente permitir-se sentir estas emoções e, em
seguida, procurar maneiras de voltar para a alegria,
principalmente por receber amor e apoio de pessoas
próximas a você, usando as lições que a maturidade lhe
ensinou.

3. Identificar as mentiras que foram embutidas nas feridas,


mas que podem receber cura em sua vida. Ativamente,
trazer a verdade de Deus para quebrar o poder da mentira.
Conhecer a verdade e permitir-se ser livre e viver em
liberdade.

4. Procurar ser coberto de oração pelos outros. Orar para


que Deus cure suas feridas, quebre as mentiras, e as
substitua pela Sua verdade.
4
Pertencer

A vida é dar e receber, alcançar nosso destino, e


ajudar os outros a alcançar o destino deles. Vivendo do
coração que Jesus te deu, exige mais do que receber vida
dos membros da sua família – isto envolve também uma
comunidade. É preciso pertencer a uma afetuosa família e
também a uma comunidade atenciosa, de homens e mulheres
que podem guiar e proteger você.

Meninas e meninos precisam ter referência de ambos


os sexos. Nos tornamos maduros, ao receber o que
precisamos para nosso desenvolvimento, no momento certo,
principalmente dos pais e outras pessoas importantes na
nossa comunidade. Estas pessoas são como "espelhos",
através dos quais Deus nos mostra quem somos e em quem
podemos nos tornar. Porém, cada espelho é um pouco
danificado ou deformado; portanto, todos nós precisamos de
mais do que um espelho para obter uma imagem precisa.
Mesmo bons pais não podem preencher todas as lacunas e,
sem dúvida, algumas coisas se perdem. Precisamos mais do
que bons pais para agir como espelhos para nós. Sem esses
espelhos extras, provavelmente ficaremos sem conhecer o
nosso verdadeiro eu. Na verdade, vamos ficar presos em
algum nível de desenvolvimento que ainda está esperando
para crescer, ser incentivado e nutrido.

Apresentamos um exemplo de como uma comunidade


contribuiu de forma significativa na vida de um jovem. No
início de seus anos de escola primária, ele foi repetidamente
humilhado na frente de seus colegas pelo diretor da escola. A
alegria de estar com os outros na escola ou encontrar
proteção de figuras de autoridade, foi perdida. Sendo muito
pequeno e ferido, sem nenhuma forma de se proteger,
começou a se rebelar contra o diretor, que o castigou de
forma abusiva. Por oito anos, o rapaz ficou preso na sua
identidade como um desordeiro. Cresceu neste papel, e se
manteve atuando ativamente contra figuras de autoridade
masculina. Um proeminente membro da comunidade tinha
traumatizado o menino e, durante alguns anos, ele agiu
incorretamente contra outras figuras de autoridade na
comunidade, que receberam a raiva que deveria ter sido
dirigida ao diretor abusivo.

As coisas começaram a mudar no início de sua


adolescência. Ganhou um pouco de alívio quando disse a seus
pais o que tinha acontecido com o diretor. Pela primeira vez,
sentiu-se totalmente aceito e teve a chance de agir melhor.
Ele estava começando a redescobrir o seu verdadeiro eu de
novo, um processo que havia sido cortado pelo diretor
abusivo. Mas, o melhor relacionamento com seus pais não era
suficiente para ajudá-lo a inverter a sua identidade de
"agitador". Durante todo o período de seus anos escolares,
sua professora de piano o ajudou, de forma constante, a
desenvolver seus talentos; e na escola, o líder do grupo de
jovens ajudou-o a colocar para fora esses talentos. Ao
mesmo tempo, seus pais estavam positivamente envolvidos.
Ficou claro, porém, que para incentivar este jovem dinâmico
e talentoso a encontrar sua verdadeira identidade, foi preciso
envolver uma pequena comunidade de homens e mulheres,
que também possuía alguns amigos para afirmar-lhe. O apoio
de professores e orientadores de esportes, que viram que o
menino tinha potencial e que precisava ser desenvolvido, e a
afirmação de amigos de ambos os sexos, foram necessários
para que ele saísse de uma posição de fracasso e se
reconectasse à sua alegria de viver e, assim, pudesse
descobrir o coração que Jesus lhe deu. Passar o que ele
aprendeu para outros adolescentes, também foi importante no
processo. Tornando-se um líder em sua escola e em seu
grupo de jovens, ele contribuiu para a sua comunidade. Os
abusos vieram de dentro da sua comunidade, assim como a
sua recuperação. E é assim que deve ser.

Durante a adolescência, particularmente, as pessoas


precisam de outros adultos, somados aos seus pais, para
incentivar e desenvolver suas identidades e talentos.
Precisam de pessoas mais velhas para aprender, amigos para
incentivá-los e precisam ensinar as crianças mais novas.
Maturidade significa ser moldado por aqueles que têm
maturidade e ajudar os mais jovens a amadurecer. Isto requer
pertencer a uma família e uma comunidade solidária. Exige
receber e dar. Leva uma vida inteira e pode não haver alegria
por todo o caminho.

Adoção espiritual
Juntar-se a uma família de Deus, sempre envolve
quebrantamento. Chegamos ao local onde enfrentamos a
realidade de que, sem o envolvimento de Deus, não temos
nenhuma esperança. É uma questão de necessidade
irrevogável. Com Deus há vida. Todas as outras estradas
levam à morte.

Adoção espiritual é a construção de vínculos nas relações


que Deus ordena.5 Quando voltamos nossa vida para Deus,
Ele nos traz pessoas para se tornarem membros da nossa
família eterna. Ordena relacionamentos adotados, e aí nos
resta crescer nesses relacionamentos de uma forma que é do
Seu agrado. Na realidade, o Seu desenho para as relações de
adoção aparece na Bíblia, nas histórias e nos ensinamentos.
Seguem-se três exemplos que ilustram como a adoção está
incluída como parte do projeto de vida de Deus.

1. Jesus promete em Marcos 10:29-30 "... Ninguém há, que


tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe,
ou mulher, ou filhos, ou campos, por amor de mim e do
evangelho, que não receba cem vezes tanto, já neste
tempo, em casas, e irmãos, e irmãs, e mães, e filhos, e
campos, com perseguições; e no século futuro a vida
eterna."
2. O rei Davi, no Salmo 68:5-6, exalta a Deus, que é "um Pai
para os órfãos, defensor das viúvas... [e] faz que o
solitário viva em família".
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5. Ver o Dragão vermelho Abatido, por Jim Wilder, para mais informações sobre a
adoção espiritual

Um ensino extensivo do apóstolo Paulo aos crentes de


Corinto também descreve a natureza das relações de adoção
na família de Deus. "Apesar de você ter dez mil tutores em
Cristo, você não tem muitos pais, em Cristo Jesus, eu me
tornei seu pai pelo evangelho. Por isso vos exorto a imitar-
me. Por esta razão, estou enviando a você Timóteo, meu filho
a quem eu amo, que é fiel no Senhor. Ele vai lembrá-lo do
meu estilo de vida em Cristo Jesus, que concorda com o que
eu ensino em todos os lugares e em cada igreja" (I Coríntios
4:15-17). Este texto sugere que devemos viver como pais e
filhos, irmãos e irmãs em Cristo; esse foi o estilo de vida
ensinado por Paulo na igreja primitiva, que não é diferente do
que vimos nos textos citados a partir de Jesus e de Davi.

Quando dizemos "sim" a Jesus, podemos esperar que


Ele nos colocará em famílias. Resta-nos desenvolver laços
de amor nestes relacionamentos, para que possamos receber
e dar o amor que Ele colocou em nossos corações.

Ao nos juntar à Sua família, reconhecemos que


precisamos de Suas gloriosas riquezas para fortalecer-nos
no nosso ser interior (cf. Ef 3:16-19). Precisamos estar
extremamente ligados ao povo nesta família de Deus. O livro
de Efésios enfatiza esta unidade, servindo uns aos outros
sinceramente, e de acordo com suas necessidades. Todos
nós começamos quebrados, e todos dependemos de Sua
família para impulsionar o nosso processo de transformação,
para que possamos crescer na nossa identidade; mesmo nos
casos em que membros da nossa família biológica também
estão em nossa família espiritual, o que é uma bênção.

Deus ainda escolhe determinadas pessoas de Sua


comunidade para ajudar o nosso crescimento, e estas
pessoas também se tornam uma família para nós. Poderemos
olhar para elas quando necessitarmos de orientação, por
causa da unidade que desfrutamos, por causa da nossa
vontade de servir uns aos outros e por causa da meta de
edificar uns aos outros. Entrar na família de Deus envolve a
adoção espiritual. Viemos para a família e recebemos dela.
Portanto, também precisamos dar.

A família de Deus é composta por pessoas que Deus


coloca em nossa vida para nos dar o que o nosso coração
precisa. Dar o passo de fé, e dizer: "Sim, Mestre, eu te
seguirei", significa que Deus o colocará como parte de Sua
família. Ele aproxima pessoas de você, que darão o que seu
coração precisa. O propósito é que possam suprir a sua
necessidade de pertencer. Na medida em que você cresce na
maturidade, aprenderá a ajudá-las em suas próprias
necessidades de pertencer.

O conceito de adoção espiritual não significa estar


relacionado com todos na sua igreja! Naturalmente, você
compartilha de uma ligação em Cristo com estas pessoas,
mas, na Shepherd's House, essa não é a forma de pensar
sobre "a família de Deus", pois seria impossível ser próximo
de tantas pessoas. Na igreja, colegas “frequentadores”, são
pessoas de sua família espiritual maior, mas Deus seleciona
alguns deles para dar-lhe o que seu coração precisa. Deus,
muitas vezes, escolhe pessoas que você conhece - de
pequenos grupos, como corais, classes de escola dominical,
ou estudos bíblicos - para serem membros da sua família
espiritual. Elas são pessoas que você não pode pensar em tê-
las como "parentes" em primeiro lugar. No entanto, ao longo
do tempo, gradualmente se torna evidente que eles se
tornaram como sua família, mesmo não estando ciente de
como isto iniciou. A experiência fundamental da adoção é que
a redenção de Deus está acontecendo, e você faz parte dela!
Você está ajudando outras pessoas a aprofundar o sentimento
de pertencer e de obter ganhos em termos de maturidade, de
modo que elas possam se tornar tudo o que Deus tinha em
mente para elas.

Algumas pessoas têm sido criadas em famílias


completamente diferentes do que está descrito nas
orientações bíblicas. Essas pessoas muitas vezes se tornam
adultos solitários, sem habilidade para relacionamentos, sem
maturidade e numa família sem qualquer dinâmica correta
para superar suas dificuldades. Os pais biológicos podem ter
sido severamente disfuncionais ou ausentes e,
provavelmente, não existia nenhuma comunidade para ajudá-
los a amadurecer durante os anos de crescimento. Essas
pessoas têm poucas chances de cumprir tarefas com
maturidade. Adoção espiritual é uma oportunidade que a
família de Deus tem para preencher um vazio muito grande
na vida das pessoas, e será necessário Deus para orquestrar
todos os detalhes. Exemplo de uma adoção:

Temos uma nota na Shepherd's House, de uma mulher


que perguntou se conhecíamos um bom terapeuta em sua
região - um lugar a meio país de distância. Mesmo não
sabendo, demos um número de telefone de uma organização,
que continha uma lista de referências de terapeutas de todo o
país, na esperança de ajudá-la a encontrar um próximo da
sua casa. Meses depois, recebemos uma nota de
agradecimento e louvor a Deus, por ter encontrado o
terapeuta que ela precisava; tornando-se posteriormente
uma adoção espiritual! Depois de descobrir que dois
terapeutas da lista de referência não tinham espaço nem
tempo para ela, escreveu-nos contando que o Senhor havia
fechado todas as outras portas, para que ela pudesse, através
de uma série de acontecimentos improváveis, acabar
conhecendo o médico que Deus tinha em mente. Com muita
experiência no tipo de tratamento que ela precisava, reduziu
seu preço para que ela pudesse se dar ao luxo de vê-lo
regularmente. Sua nota incluía o seguinte: "Finalmente, tenho
um pai ideal", desenhando uma carinha feliz no final da frase.
Mesmo as coisas ainda não estando totalmente resolvidas, a
mulher disse que estava grata pela cura que já tinha
recebido. Continuou: "Eu sei que o Senhor pode fazer
qualquer coisa; se não, não teria se incomodado em me levar
para este médico". A carta é concluída com um pedido de
oração, e esta bênção: "Que a bondade do nosso Deus, e o
poder transformador da Sua presença se manifeste em vosso
meio". Nós, na Casa Shepherd's, ficamos gratos também,
porque Deus nos usou para que esta moça fosse adotada por
uma pessoa que poderia dar a ela o que seu coração
precisava.

Quando a família de Deus está funcionando corretamente,


esse tipo de adoção não é raro. A Bíblia é clara quando
diz que "a religião que Deus, nosso Pai, aceita como pura
e imaculada é esta: cuidar dos órfãos e as viúvas nas
suas tribulações, e guardar-se de ser poluído pelo
mundo". (Tiago 1:27).

A revelação que transforma vidas


Vamos explicar como este versículo bíblico levou mudança
de vida para todos nós na Shepherd's House. Após vinte
anos, aproximadamente, trabalhando com corações
machucados, finalmente percebemos que a única coisa que
pessoas gravemente feridas tinham em comum, era que
foram "cortadas" do apoio de suas famílias biológicas por
morte, disfunção ou distância. Demorou muito tempo para
descobrirmos isso, e uma vez que a fizemos, a verdade
tornou-se gritante. Em seguida, nos veio a revelação! O
grupo que identificamos como sendo especialmente feridos –
aquelas pessoas “cortadas” do apoio de suas famílias
biológicas - foi o grupo que Deus estava, há muito tempo,
nos ordenando na Bíblia para ter um cuidado muito especial:
"viúvas, órfãos e estrangeiros”. O que esses grupos de
pessoas têm em comum? Eles não são parte de uma família,
porque têm sido cortados pela morte, disfunção ou distância.
Demoramos 20 anos para fazer uma descoberta que Deus
estava tentando nos dizer por milhares de anos. A
necessidade real dos feridos é pertencer a uma família
amorosa. Assim deve ser a família de Deus. Para eles, a
adoção espiritual significa a diferença entre a vida e a morte,
entre a recuperação e a destruição. Não podemos ignorar
esta lição que Deus nos ensinou há tanto tempo.

Níveis de adoção

Adoção espiritual acontece de muitas maneiras, e só é


evidente para quem a procura. Não é uma brincadeira, a fim
de dar à pessoa um gostinho do que é ser um membro da
família. É real, autêntica e sempre parte do plano redentor de
Deus. Adoção espiritual é uma relação duradoura, ordenada
por Deus, e que não pode ser tratada levianamente.

Adoção espiritual permite que a redenção aconteça,


por ter pessoas que se colocam na vida de outras, para
preencher as lacunas deixadas por sua família biológica. Com
essas lacunas deixadas em aberto, ninguém pode sentir que
pertence a uma família solidária. Uma pessoa só precisa de
uma mãe, ou pai, ou talvez uma irmã ou irmão. Às vezes, elas
podem precisar de um conjunto de pais substitutos. Uma
pessoa se torna estabelecida em um dos três níveis - um
membro da família temporária (que recebe ajuda em uma
ocasião especial ou por um período de tempo); um membro
da família suplementar (para quem recebeu as boas coisas
dos seus pais, mas ainda estava faltando em algumas áreas),
e ser um membro da família substituta. As pessoas nos dois
primeiros níveis são geralmente adotadas como irmãos ou
irmãs, tias ou tios; mas no terceiro nível, nós quase sempre
descobrimos que são necessários pais adotivos.

Há momentos em que as pessoas encontram


dificuldades para gerir as suas vidas, necessitando de ajuda.
Uma pessoa divorciada, que não consegue sozinha como
desenvolver um orçamento, ou arrumar uma secadora de
roupas ou ainda, como negociar os reparos do carro com um
mecânico local, pode precisar de alguém para ajudá-la. Esses
são exemplos de adoção espiritual no nível temporário. São
pessoas que estão com os corações quebrados, fracos e
feridos, precisando, neste momento, do apoio de uma família
disposta a ajudar a resolver problemas que outras pessoas
resolveriam sem muito esforço. Torna-se claro que,
especialmente em momentos como esses, as pessoas que já
receberam ajuda e foram beneficiadas em algum tempo,
assumem a responsabilidade prazerosa de retribuir.
Recebendo e dando, começam a funcionar neste nível de
adoção.

A maioria de nós pode identificar pelo menos um


membro da família suplementar que Deus colocou em nossas
vidas. Muitas vezes, a pessoa se torna membro suplementar
da nossa família, como resultado do nosso envolvimento em
um grupo íntimo, como por exemplo, nosso local de trabalho,
uma classe de escola dominical ou um grupo de estudo
bíblico. Desenvolver amizades permite desenvolver
intimidade. A maioria de nós pode olhar para traz e lembrar
que as pessoas que agora são importantes, nós as
conhecemos nestes tipos de grupos; começamos a nos
relacionar de uma forma que se tornou gradativamente como
um membro da família. É assim que Deus supre as
necessidades, através da adoção espiritual, a nível
suplementar. São elas que nos convidam para jantares nos
feriados e nos ajudam nos momentos de crise. Como família,
são as pessoas com as quais podemos contar.

Os pais substitutos são necessários em casos de


abuso, ou negligência por parte dos pais biológicos (ou
responsáveis), e não houve nenhuma proteção. Este nível de
adoção envolve um enorme compromisso por parte dos pais,
e uma grande confiança por parte da pessoa que está sendo
adotada. Um dos requisitos para os pais substitutos é que
eles devem ter um nível alto de maturidade, o que significa
ter aprendido o bastante sobre as necessidades das crianças
pequenas, e que estão prontos para ajudar uma pessoa
adulta que é, provavelmente, preso ao nível infantil de
maturidade. Esta pessoa pode ser muito perturbadora para os
pais substitutos, quando estes dão, sacrificialmente, para o
seu adotado, e este não sabe retribuir com gratidão. Na
verdade, o que muitas vezes se recebe do adotado é uma
reação forte e negativa, que é o que sobrou do passado não
resolvido dele. Quando isso acontece, estes pais podem
pensar que sua adoção sacrificial foi em vão. Não desanime.
Deus tem em mente a redenção, e esse sentimento de que foi
inútil é prematuro.

Situações como estas só podem se tornar positivas


quando os pais adotivos têm sabedoria e experiência para
ajudar as crianças a passar por condições difíceis, com
maturidade, e quando tiverem certeza de que essa relação foi
ordenada por Deus. Essa certeza é mais forte quando há
conselheiros que os afirmam; quando há pessoas que
trabalham juntas como uma família cuidadosa e uma
comunidade para superar os momentos difíceis do passado do
adotado.

Aqui está uma lição importante que aprendemos na


Shepherd's House sobre dor e adoção. As pessoas precisam
de uma alegria interior, que seja maior do que os traumas
que irão enfrentar no processo de recuperação. Outra
maneira de dizer isto é: As pessoas não podem se recuperar
de traumas que são maiores que a sua alegria interior. Sendo
esse o caso, podemos entender que a adoção espiritual
envolve dor. Quando a pessoa for adotada, ela aumenta a
extensão do seu “balde” de alegria interior, é como se elas
aumentassem a reserva de alegria, e agora são capazes de
lidar com mais dor. Isso é bom, porque significa que estamos
em um ponto onde nós podemos fazer progressos na
recuperação, mas também será doloroso. Especialmente
quando o adotado é alguém infantilizado - pessoa que tem o
nível de maturidade de uma criança - haverá muito que fazer
para aumentar esta alegria interior, e também terá muita dor
a ser descoberta, dos traumas que mantiveram o indivíduo
preso no nível de maturidade infantil em primeiro lugar.
Porque nós observamos este processo várias vezes, é
importante preparar os pais adotivos para o fato de que eles
não terão contato apenas com os sentimentos agradáveis.
Alegria faz parte do processo, mas a dor também. A presença
da dor não significa que algo esteja errado com a adoção -
significa sim, que Deus está redimindo esta dor na vida da
pessoa, coisa que não teria sido possível sem o
relacionamento adotivo.

Outra lição importante que aprendemos, é que os


terapeutas podem passar por situações extremamente
complicadas com clientes adotados que precisam de pais
substitutos. Neste nível de adoção, o cliente pode vir a sentir
que sua necessidade profunda de pertencer, só pode ser
satisfeita pelo terapeuta. Isto seria esperado que
acontecesse, quando o cliente não conseguiu resolver essas
necessidades durante a infância. Aqui está o problema: esses
sentimentos precisam ser resolvidos, para que a pessoa
possa crescer em níveis normais de maturidade. Não resolver
os sentimentos de pertencer do bebê, se traduz nisso: "Eu
preciso de você o tempo todo! Quando não estou com você eu
estou vazio. Quando estou longe de você, eu não pertenço".
Nenhum terapeuta pode resolver sozinho, as necessidades de
pertencer do cliente, da mesma maneira que nenhum membro
da família pode suprir as necessidades de pertencer de
qualquer criança. Isto envolve uma família inteira, envolve
uma comunidade de homens e mulheres cuidadosos, e amigos
disponíveis. Um terapeuta não é suficiente; ele precisa
prestar atenção nas pessoas que fazem parte do mundo do
cliente, para que a necessidade de inclusão dele possa ser
encontrada nessas pessoas. A infelicidade acontece, quando
um cliente insiste em transformar, exclusivamente, uma
pessoa como resposta para as suas necessidades de inclusão.
Nenhuma pessoa pode satisfazer plenamente a necessidade
de outra, do sentimento de pertencer. Maturidade,
pertencimento e recuperação, devem ser trabalhados juntos
com um grupo de pessoas que cuidam. Qualquer outra coisa
não se encaixa com a maneira como Deus nos projetou.

Antecipando problemas na adoção espiritual

Uma nota de advertência é importante, a respeito das


pessoas que se interessam em se tornar uma família adotiva.
Sempre que isso acontece, a atenção deve se voltar para o
nível de maturidade do voluntário. Sabemos de muitos pais
espirituais bem intencionados, que olharam para adoção
espiritual como se fosse um projeto ministerial. Esses casos,
claramente, acabaram mal para todos os envolvidos. Não é
assim que a adoção espiritual funciona. Os feridos que
precisam de adoção, não são projetos, são pessoas reais,
cujas necessidades exigem um envolvimento sacrificial. Ser
um pai espiritual é atender a uma direção de Deus, quando
Ele une as pessoas, no momento certo. As pessoas não
devem se levantar e oferecer-se para adotar. Quando Deus
coloca as coisas em movimento, as pessoas podem
reconhecer que a adoção está em andamento. Sem o
envolvimento direto de Deus, haverá frustração e desastre
para todos. Descobrimos que as pessoas que se voluntariam
para adoção, muitas vezes têm profundas feridas não
cicatrizadas na sua própria vida e, provavelmente, não estão
completa ou suficientemente maduras para participar da
adoção espiritual.

Aqui está uma verdade subjacente à adoção espiritual:


Só Deus pode organizá-la e orquestrá-la. Ele planeja,
orienta e coloca pessoas juntas. Nós só precisamos
ouvir Sua voz e obedecer a Sua direção. Com Deus no
comando, participar da adoção espiritual é realmente
participar da redenção de uma vida. Uma transformação
incrível!

A segunda nota de cautela também é apropriada:


Adoção espiritual pode expor fortes sentimentos que
precisam ser curados, e estes, podem introduzir uma série de
transtornos na vida de uma família. Deus parece estar
fazendo milagres na maneira como traz a redenção, enquanto
estamos ajustando as mudanças familiares que surgem.
Acredite que Ele está nos fazendo crescer! Ele nos coloca
num ciclo de transformação, que é mencionado no Capítulo 2,
que envolve quebrantamento e conserto para os adotantes e
adotados, ao longo da caminhada ao amadurecimento. No
entanto, não há razão para perder a tranquilidade. Mesmo no
meio de aborrecimentos, mantenha em mente que Deus
esculpe, individualmente, cada situação e cada
relacionamento, para coincidir com as feridas e as
necessidades dos indivíduos envolvidos. Adoção espiritual é
sempre iniciada pelo Espírito Santo, decidida e bem aceita
pelas pessoas envolvidas, que entram com um coração
humilde e muito temor e tremor.

Não há nenhum mapa ou livro de regras a seguir, mas


aqui estão alguns princípios:

l. Adoção espiritual é reconhecer o quebrantamento e


satisfazer a necessidade de pertencer. Por isso, exige um
reconhecimento honesto da nossa fragilidade e aceitação do
fato de que isto irá precisar de outras pessoas para satisfazer
essas necessidades.

2. Cada adoção é personalizada por Deus para atender


as necessidades das pessoas envolvidas. Se uma pessoa foi
ferida por um homem, provavelmente haverá um homem para
poder desempenhar um papel crucial de restauração naquela
pessoa. Deus, provavelmente, não irá proporcionar uma mãe
para preencher a necessidade particular de uma pessoa cuja
ferida foi criada por um pai.

Adoção espiritual tem o alvo de atender as


necessidades de todas as pessoas envolvidas. Para aqueles
que estão mais maduros, irá satisfazer a necessidade de dar.
Para os menos maduros, irá satisfazer a necessidade de
receber. Desta forma, um grupo de pessoas pode satisfazer
necessidades importantes através da adoção em uma família.
Esta não é, e nunca pode ser, o caso de uma pessoa
ministrando outra, sem a abundância de sua saúde e
integridade. Na verdade, as pessoas que se arriscam neste
bosque, devem estar preparadas para enfrentar todas as suas
próprias feridas e carências! Este processo é liderado por
Deus para redimir todos os envolvidos.

Sinais de alerta para observar, continuamente, se a


adoção espiritual está sendo usurpada:

l. Certifique-se de buscar discernimento espiritual para


garantir se uma determinada relação é ordenada por Deus.
Se for sua ideia, ou de outra pessoa, em vez de
orquestrada por Deus, só haverá problemas pela frente.

2. Não comece uma relação adotiva com medo. Se você está


coagido, assustado ou manipulado para fazer a adoção, ela
não funcionará. É necessário ter em mente que não
devemos estar à procura de pessoas para adotar. Devemos
estar olhando para Deus, para que possamos aceitar o que
Ele tem para nós.

3. Busque sabedoria entre o povo de Deus que tem


experiência com adoção espiritual; e procure os que
conhecem os seus corações, e o coração da pessoa a ser
adotada. Se eles sinalizarem com advertência ou
reprovação, a adoção pode não ser direção de Deus.

4. Não introduza uma adoção porque você precisa de


afirmação, segurança, família, alívio ou companheirismo.
Uma pessoa nunca deve adotar espiritualmente, para
satisfazer uma necessidade. Adoção só deve acontecer
porque Deus direcionou.
5. Nunca ingresse numa relação adotiva para fazer o adotado
sentir-se melhor; adoção espiritual não é uma intervenção
para a recuperação.

6. Não pense que você é a única pessoa que pode ajudar


alguém. Facilmente, pode dar à pessoa, um sentimento de
que ela está sendo socorrida, ao invés de estar sendo
adotada em uma família acolhedora. A única razão para
adotar, é por ser orquestrada por Deus.

O que é adoção espiritual

Um homem rejeitado por seu pai e ferido em sua


masculinidade, desde a infância ansiava por um irmão mais
velho para "dar-lhe as dicas" de como se tornar um homem.
Ele desenvolve uma amizade com outro homem, também
ferido, mas em áreas diferentes. Isso acaba se tornando um
relacionamento de irmãos/adoção mútua. Eles se entendem
da maneira que não fariam, se fossem apenas amigos. Suas
crianças referem-se ao irmão de seu pai como "tio". Eles
comemoram aniversários e feriados juntos. Quebram todas as
regras da “amizade” tradicional (emprestar dinheiro, viver
juntos, compartilhar todos os seus segredos) e nada disso
prejudica o relacionamento. De fato, estas experiências da
vida real melhoram o relacionamento. Brigam e se alegram
juntos e estão ali um sustentando o outro. O relacionamento é
mais familiar entre eles do que qualquer relacionamento que
tiveram com os próprios membros da família biológica. Eles
aprendem um com o outro, o que significa ser homem, e
ambos recebem cura para suas feridas na masculinidade.
A mulher sobrevive a uma infância traumática e
assustadora, onde não é apenas molestada por seu pai, mas
também por seu irmão. Na plenitude do tempo para sua
redenção, Deus lhe dá um novo pai, aquele que cuida,
alimenta e quer mantê-la segura; e também um irmão, que é
um amigo e um incentivador. Ela aprende pela primeira vez,
que há dois homens no mundo que cuidam dela, querem estar
com ela, e não querem usá-la para o sexo. Ela começa a ver
os homens, e até mesmo Deus, como seres que podem ser
confiáveis e agradáveis. Então, ela vai para outras mulheres
maltratadas, com uma mensagem de esperança e redenção.

Existem outras adoções que não são tão abrangentes


ou totais. Um homem se alegra com seu amigo, pela compra
de seu primeiro carro novo, algo que seu pai nunca teria tido
tempo para fazer. Ele o leva para um passeio. O amigo quer
ver o motor e ouvem o “ronco da máquina” com interesse. O
homem que comprou o carro recebe esta atenção de "pai",
que irá permanecer com ele muito tempo depois que o carro
novo virar história. Outro homem convida seu amigo para
acamparem juntos pela primeira vez. Ensina-o a fazer
fogueira e armar uma barraca. O amigo aprende a
desenvolver os seus recursos, talentos e fazer coisas
difíceis. "Mais coisas que um pai deveria fazer". Esta é a
redenção no trabalho.

A mulher finalmente tem uma “irmãzinha” para ir às


compras e conversar sobre maquiagem e novos namorados.
Coisas de menina que estavam ausentes na sua família, onde
morava com uma mãe assustadora e um pai abusivo. Este é
outro exemplo de redenção no local de trabalho através da
adoção espiritual.

Existem inúmeras maneiras de Deus nos chamar para


prover necessidades uns dos outros, através da adoção
espiritual, que podem ser do tipo Temporário, Suplementar,
ou Membro substituto da família. O que é necessário para
participar da adoção espiritual? Não é habilidade, graus em
psicologia ou até mesmo a saúde emocional. É simplesmente
ter uma crença na redenção – ter a convicção de que a
bênção é mais forte que a maldição. É como a família de Deus
se torna madura e completa - uma adoção de cada vez.

Como isso se aplica ao ministério

Pastores e líderes cristãos, em todos os níveis,


precisam ver que sua vocação é o ministério, que certamente
inclui envolver-se com pessoas, para dar-lhes o que seus
corações precisam. Regularmente, na família de Deus, o
tempo deve ser dedicado para o ensino e a discussão dessas
áreas: (1) Promover a maturidade (2), praticar e ensinar a
importância de satisfazer as necessidades de pertencer,
através da adoção espiritual, e (3) promover treinamento e
oportunidades de cura dos traumas.

Ministério significa participar e compartilhar a vida


com as pessoas em cada uma dessas três áreas. Se algo, na
vida de uma pessoa ou na vida de uma família, parece
travado, procure por um défice em cada uma dessas áreas.
Diretrizes para melhorar o Pertencer

1. Comece por avaliar o seu sentido de pertencer. Converse


mais com os membros da sua família e com os principais
membros de sua comunidade, sobre o que você pode fazer
para melhorar “o dar e o receber” em seus
relacionamentos com eles. Procure por coisas específicas
que possa fazer para resolver problemas nos
relacionamentos.
2. Laços de amor satisfazem as necessidades de pertencer.
Encontre maneiras para compartilhar mais proximidade
física saudável, porque fortalecem os laços de amor.
Planeje coisas agradáveis para fazer com as pessoas que
você ama, que irão produzir festa e diversão. Proteja,
ferozmente, o tempo reservado para essas atividades que
produzem alegria.
3. Em oração, considere se há uma pessoa que Deus pode
trazer em sua vida, para lhe dar as coisas que estão
faltando, ou para preencher uma lacuna em sua família.
4. Em oração, considere se há uma pessoa que Deus pode
trazer em sua vida, para que você possa oferecer as
coisas específicas que estão faltando a ela, ou para
preencher uma lacuna na família desta pessoa.
5. Convide outras pessoas que conhecem bem, você e Deus,
para ajudá-lo a identificar as características do seu
coração, e assim possa, cada vez mais, viver do coração
que Jesus lhe deu ao invés de viver partindo da lógica, da
dor ou da sua própria compreensão.
6. Procure por três pessoas, ao menos, de quem você pode
receber vida e três pessoas que você pode dar vida. E se
tem défice em qualquer área, ore para que essas
necessidades sejam supridas por meio da adoção espiritual
apropriada.
5
Seu Coração

Todos nós procuramos direção; especialmente uma


orientação espiritual para a nossa vida. Vamos ver como
atingir o conhecimento e discernimento para guiar nossas
vidas com sabedoria. Toda direção espiritual válida, chega
até nós através do nosso coração - a sede do verdadeiro
conhecimento - nossos “olhos e ouvidos” no espírito. Só
conseguimos discernir a “vontade de Deus”, através do nosso
coração; e é através dele também, que alcançamos conhecer
nossa verdadeira identidade e nosso destino.

Para onde nossos olhos se voltarem, determinará o


que vemos. Assim, quando os olhos espirituais de nossos
corações estão voltados para Deus, nós vemos a verdade e
recebemos orientação e discernimento. Isso não é difícil para
nós, como filhos de Deus, porque a alegria motiva os nossos
corações a ver Deus infinitamente. Relacionando com Deus
faz nascer um vínculo de amor com Ele. Jesus destacou esta
verdade quando disse onde estiver o seu tesouro, ali também
iríamos encontrar o nosso coração (Lucas 12:34).
Consequentemente, somos instruídos a amar o Senhor Deus
com todo nosso coração e força. Somente com o coração
voltado para Deus, podemos ter confiança no que sabemos.
Podemos ver o que é bom, o que devemos fazer, e quem
somos. Se olharmos para outra direção, longe de Deus, o que
vamos perceber (ver e ouvir) é sempre uma incógnita.

Conhecimento verdadeiro e conhecimento falso

Se os nossos corações fossem tudo o que temos, o


saber seria simplesmente uma questão de onde estávamos
procurando, mas estamos muito sobrecarregados por uma
outra forma de falso saber. Assim como o coração é o "órgão"
do verdadeiro saber, quando se volta em direção a Deus, nós
também temos um "órgão" de falso saber. No original grego a
língua do Novo Testamento, este órgão de saber enganoso é
chamado de Sarx. Nós temos, dentro de nós, duas formas
distintas e concorrentes de saber - o coração, que pode ser
certo e verdadeiro e a Sarx que é sempre errada e falsa. A
Sarx é o assento de discernimento falso, da orientação falsa,
e do falso conhecimento do bem e do mal.

Pela Sarx entendemos a capacidade humana de


conhecer, julgar ou perceber o bem e o mal. É este
conhecimento do bem e do mal que nós nunca tivemos a
intenção de ter e que é sempre falso conhecimento. Nenhum
ser humano pode distinguir corretamente o bem do mal,
independentemente do seu estado espiritual, conhecimento
da escritura, ou experiência. Nossa capacidade apenas para
formar essa decisão vem do Sarx e ela é sempre errada. Isso
parece tão simples que é difícil acreditar! Nunca deveríamos
ter tido uma Sarx, e devemos ter pressa para nos livrarmos
de sua influência.
Verdadeiro conhecimento parece estar escondido em um
grande labirinto espinhoso de confusão e equívoco, que ficam
de guarda em torno do nosso pensamento, perto do coração e
da Sarx. Mesmo a palavra Sarx, traduzida como "carne",
"velha natureza" ou "natureza pecaminosa" inspira tanta
confusão e emoção que muitas pessoas simplesmente param
de pensar completamente na simples menção da palavra.
Entretanto, alguns estudantes da Bíblia supõem que eles
entenderam a palavra grega Sarx rapidamente, e não param
para pensar sobre isso outra vez. Decidimos usar a ortografia
obscura, Sarx, a fim de movimentar a sua atenção.

Uma confusão semelhante ocorre com o coração.


Quando ensinamos que o nosso coração é o meio de um
verdadeiro conhecimento muitos perguntam: “Jeremias 17:09
não diz que o coração é desesperadamente corrupto, quem o
conhecerá?” Este versículo, pensam eles, significa que Deus
está nos alertando para nunca confiar em nossos corações.
Na verdade, nesta passagem Deus está nos alertando para
manter nosso coração saudável e não confiar num coração
doente, como veremos à frente. Deus quer que sejamos
capazes de vê-lo e ouvi-lo através de nossos corações, daí a
importância do nosso coração saudável. Em primeiro lugar,
nossos corações devem ter boa saúde, mas nossos olhos e
ouvidos espirituais devem estar voltados para Deus para que
possamos conhecer a verdade. Devemos amar com todo
nosso coração, de acordo com Jesus e a Lei de Moisés. O
próprio Jesus vem habitar especificamente em nossos
corações (Efésios 3:17).
As três condições de um verdadeiro conhecimento são
as seguintes: (1) Nosso coração deve ser o coração saudável,
que Jesus nos deu. (2) Nosso coração deve estar voltado
para Deus com todo nosso amor e força. (3) Nós devemos
estirpar as ervas daninhas e evitar as palavras e julgamentos
da Sarx.

As três condições de falso conhecimento são as


seguintes: (1) Estamos ouvindo nosso próprio entendimento
(a Sarx). (2) Nossos corações estão muito doentes, cegos ou
surdos para discernir Deus. (3) Nossos corações não estão
voltados para Deus, mas estão amando e ouvindo uma fonte
diferente.

Confia no Senhor de todo o teu coração e não te


estribes no teu próprio entendimento (Sarx),
reconhece-o em todos os teus caminhos, e Ele
endireitará as tuas veredas (Provérbios 3: 5-6).

Um coração saudável

Sob as condições que prevalecem aqui na terra o


nosso coração tende a ficar doente, sem brilho, duro, ou
mesmo uma pedra fria, como morto. Infelizmente, o mesmo
não acontece com a Sarx, que cresce como erva daninha e
ameaça sufocar tudo que encontra. O mais grave na remoção
dos brotos da Sarx é que é necessário abrir espaço para o
coração dar flores e crescer. Os profetas do Velho
Testamento narram o registro de como o coração do povo
ficou doente e morreu, enquanto a Sarx prosperou - cada um
fez o que era reto aos seus próprios olhos.
Isaías nos dá o primeiro exame do coração, no ano que
o rei Uzias morreu. Ele é enviado para avisar o povo que seu
coração está "gordo" ou doente. Seus corações são tão
preguiçoso que eles "ouvem, mas não entendem, podem ver
mas não percebem” (Isaías 6: 9-l0). Eles não podem saber a
verdade, porque seus corações não podem mais ver ou ouvir.

Cerca de 120 anos depois, Jeremias traz um relatório


ainda pior. O coração do povo é incapaz de saber. O texto do
capítulo17, versículo 9, que citamos anteriormente, usa as
palavras "doente, doente" para descrever seus corações.
Usando uma palavra duas vezes, em hebraico, se intensifica o
seu significado. Nós podemos traduzir esta frase como
"mortalmente doente" ou "extremamente doente". A Bíblia
King James traduz a frase como "desesperadamente
malvado", que é verdade, mas um pouco enganador. A
questão é que um coração " desesperadamente doente" não
pode ser confiável para distinguir ou conhecer nada.

Trinta anos depois de Jeremias, o profeta Ezequiel


anunciou que a infestação Sarx foi tão ruim que tinha matado
o coração das pessoas por completo. Eles contaminaram sua
própria terra "por sua própria maneira" (Ezequiel 36:17), e
seus corações eram agora de pedra-fria, mortos (36:26). Sua
única esperança era receber um novo coração. Este é o
coração que Jesus dá, um coração como o Dele - onde Ele
possa viver, ser visto e ouvido. O coração que ama a Deus
pode nos mostrar como agir como nosso verdadeiro eu.

Viver do coração que Jesus te deu, significa que você


está sendo a pessoa que foi destinada a ser. Está sendo você
mesmo. O coração é o lugar de discernimento espiritual, onde
você sabe quem você é. Quando está vivendo do seu do seu
coração, segue uma diretiva interna que, se governada pelo
Espírito de Deus, te mantém no caminho que está
espiritualmente em sintonia com você. Está seguindo a
direção de Deus.

Conhecendo as características do seu coração

Através de nossos corações é que nos vemos como


Deus nos vê. O coração que Jesus nos dá é como o d’Ele, só
que menor, com determinadas características do seu coração
em maior quantidade que outras. Em nossa equipe,
encontramos um coração que é mais amável, outro mais
sofredor, um terceiro generoso, enquanto outro é
restaurador. Feitos à imagem de Deus, cada coração ressoa
com o caráter de Deus, mas demonstra alguns aspectos
específicos da personalidade de Jesus de forma mais intensa
do que outros. É preciso um grupo de nós para demonstrar a
diversidade de Deus! E como cada de nós revela um pouco
diferente a perfeição de Deus.

A vida do nosso coração é a vida no espírito, uma vez


que é através de nossos corações que nós conhecemos a
verdade espiritual. É preciso visão espiritual do "coração que
Jesus lhe deu" para descobrir aspectos do único Deus-doador
que chamamos de "características de seu coração”. Porque o
Senhor Deus tem preparado você de forma artesanal para um
propósito muito específico em seu reino (Efésios 2:10), seu
coração foi montado para atender a essa missão. À medida
que você vive cada vez mais de seu coração, e de acordo
com o projeto para ele, estas "características do seu
coração" se tornam mais evidentes a você e aos outros
também, porque elas revelam sua missão.

Um sinal de que você tenha encontrado as


características do seu coração, é quando sua paixão,
propósito, talentos e dor, todos juntos começam a definir
quem você é. Anne Bierling começou a encontrar as
características do seu coração desta forma. Uma das maiores
paixões de Anne é a restauração. Mesmo quando ainda era
uma criança, ela amava a restauração do caos para a beleza,
como a limpeza de um quarto bagunçado ou a organização de
um armário.

Como uma mulher que adora decorar a sua casa,


usando coisas "estranhas e velhas" para conseguir um design
interior esteticamente agradável, Deus usou esse dom.
Mudou a sua paixão para a restauração de pessoas feridas e
de casamentos que estão desintegrando - onde ela realiza um
tipo de "Design de interiores" totalmente diferente para
continuar sendo esteticamente agradável.

À medida que crescia profissionalmente, Anne foi


promovida a posições de autoridade: de diretora-assistente
foi integrar um conselho estadual de diretores. Nesses
papéis, ficou claro que muitos de seus talentos dados por
Deus tinham-na colocado para ser uma porta-voz da
verdade. Antes, a Sarx tinha trabalhado arduamente para
convencer Ana de que "a coisa certa a fazer", era dizer a
verdade só se fosse "o aceitável." Assim, enquanto o coração
dela continuou levando a verdade, sua Sarx enganosamente
argumentava que, não seria bom chatear ninguém ou correr o
risco de alguém não gostar dela.

A batalha continuou a crescer, até tornar-se evidente


para Anne que uma das características de seu coração, era
ser uma "mulher da verdade." Deus a preparou por 27 anos
para essa missão. Essa constatação deu a ela a liberdade e a
paz para ser a pessoa que foi projetada para ser. Poderia ser
fiel a si mesma e verdadeira com os outros - fazendo todos
os seus esforços mais produtivos e eficazes.

Quando Anne percebeu que seu amor pela restauração


e o talento de falar a verdade, estavam intrinsecamente
unidos em um propósito divino, de repente tudo se encaixou.
Agora podia viver esta realidade, sem se desculpar pelo seu
coração. Ela foi criada para oferecer a verdade: não por
imprudência e audácia, mas cuidadosa e poderosamente,
usando o tempo de Deus e a sua força gentil. Será que
envolve dor, risco e medo? Claro que sim. Será que isso
transmite vida, liberdade e beleza? Ah, sim!! E claro que
valeu a pena cada gota de suor, sacrifício e dor que Deus
usou para esculpir e colocar para fora as características
reais de seu coração.

Conhecer o nosso coração não deve esperar até que


cresçamos. As crianças aprendem a viver de seus corações
quando são apreciadas por quem elas são. Quando não são
apreciadas, cuidadas, ou preparadas para se sentirem
queridas, é difícil encontrarem ou apreciarem os seus
corações, que serão preenchidos com dor e tristeza, Deus
também sente quando as crianças não são bem-vindas.
Felizmente, Ele fez os nossos corações resistentes para que,
mesmo sob abuso extremo e abandono, as características dos
nossos corações não sejam destruídas, embora possam ficar
escondidas. Pessoas, e especialmente crianças, podem ter
dificuldade em chegar perto de seus corações quando estão
com dor. É difícil ouvir o nosso coração quando nos
machucamos.

São nossas feridas, porém, que às vezes nos colocam


em contato com as características dos nossos corações. Um
menino que cresceu negligenciado e abandonado pelo pai
aprendeu, com sua própria dor, o valor de um coração de pai
dentro de si. Os ferimentos em sua alma foram transformados
pela redenção para aumentar o seu amor, compaixão e alegria
para seus próprios filhos. Tendo, ele mesmo, sofrido
abandono, não quis ouvir quando os outros lhe diziam para
não confortar o bebê hiper carente quando este precisava,
mas seu coração insistia em cuidar da criança a cada noite.
Embora muitos criticassem, sentiu o sorriso de Jesus -
através dos olhos de seu coração. À medida que o bebê
crescia e se tornava um menino confiante, viu que seu
coração havia decidido corretamente.

O defeito de nascimento do ser humano

Quando nos disseram para não confiar em nosso


próprio entendimento, mas em todos os nossos caminhos
reconhecer Deus para nos dirigir, havia uma razão. Nossa
compreensão e raciocínio, não importa o quanto somos
instruídos, são falhos. Nossa escolha do que é bom sempre
está desligada. Escolher por mim mesmo, atrapalha o viver
segundo o nosso coração. Esse problema começou no Jardim
do Éden, pois Adão e Eva foram instruídos a não comer da
árvore do conhecimento do bem e do mal. Eles nem sabiam a
diferença entre o bem e o mal e nunca pensaram sobre isto.
Viviam livres e espontaneamente baseados num sentimento
interior, que Deus, o Criador, os projetou para serem, em
uma relação e uma comunicação, íntima e alegre com Ele, que
sabia a diferença entre o bem e o mal.

Quando Adão e Eva deram o seu coração para ouvir a


serpente e deixá-la dirigir suas escolhas, comeram da árvore
do conhecimento do bem e do mal. Naquele momento, eles
ganharam para nós um discernimento falho – a Sarx.
Começaram a ter alucinações de que poderiam buscar por si
mesmos o que é bom. A partir disso, a cada geração temos
recebido um "selecionador" para nos fazer pensar que
sabemos a diferença. Este selecionador pensa que vê a coisa
boa a se fazer, a forma correta de agir, e o mal em nós
mesmos e nos outros.

No Jardim do Éden, perdemos o nosso coração e


ganhamos a Sarx, o que torna impossível para nós realmente
escolher a coisa certa a fazer. Adão e Eva nos introduziram
em uma batalha que não foi feita para nós. Fomos criados
para sermos alheios ao bem e ao mal, tendo Deus dirigindo
os nossos caminhos. Agora todos nós temos este defeito de
nascimento, que os cristãos estão acostumados a pensar e
chamar de “nossa carne", e que ela nos leva a fazer coisas
ruins. Na verdade, o efeito mais nocivo da Sarx é que nos faz
pensar que nós estamos fazendo a coisa certa, a coisa boa,
quando na verdade, estamos fazendo ou pensando algo
errado. Isto acontece cada vez que descobrimos as coisas
por conta própria em vez de seguir a direção de Deus.

Tornar-se cristão e receber o Espírito Santo não nos


tira o problema. Nós ainda temos nossa Sarx (o selecionador
falho) para sempre escolher fazer o errado. Além disso, Deus
não vai consertar ou trocar o selecionador, então a chance
disso dar certo é nula, o que nos deixa com um problema
terrível: sempre que tentamos descobrir a coisa certa a
fazer, ou se algo ou alguém é bom, vamos estar sempre
errados. Mesmo encostando no nosso entendimento sobre as
escrituras não vai ajudar, pois nossas interpretações estão
condicionadas ao engano da nossa Sarx e limitados pela
nossa mente. Nossas feridas e os ensinamentos distorcidos
dos nossos mestres bem-intencionados aumentam a
confusão. Para usar tudo que aprendemos sobre o bem e o
mal, a fim de atingir nossas próprias conclusões, devemos
ativar nossa Sarx - a única parte de nós com ousadia e
orgulho para decidir, por conta própria, o que é bom e o que
é mal. O selecionador é irredimível. Como um livro de
telefone com todos os números errados, qualquer coisa que
olharmos será incorreta. A Sarx joga jogos espirituais na
nossa mente , e mantém nossos corações em uma posição
que não pode ouvir a graça direcionada do nosso Deus, que
nos quer vivendo as características que Ele colocou dentro
de nós. Vivemos, ou melhor, morremos, tentando viver de
regras e regulamentos ao invés da vida do espírito dentro de
nós.
Tentar descobrir se algo ou alguém é "bom", sempre
nos mergulha no erro. Estamos sempre errados - porque não
vemos tudo o que Deus vê. Vemos e ouvimos o que está do
lado de fora, enquanto Deus vê o coração das pessoas (1
Samuel 16:7). Na verdade, é apenas com o treinamento longo
que os mais maduros podem até começar a sentir o que Deus
pensa sobre o bem e o mal (Hebreus 5: 14).

Nós também estamos errados sobre o que é "a coisa


certa a fazer", porque a nossa visão fica aquém do ideal de
Deus. É a nossa incapacidade de ver o coração de Deus
perfeitamente, que torna impossível para nós fazermos as
coisas corretamente. Podemos ser relativa ou radicalmente
errados, de qualquer forma, estamos errados. Parece que
quanto mais se tenta corrigir as coisas e fazê-las direito
(quanto mais usamos a Sarx), mais longe ficamos de ouvir o
nosso coração. O coração discerne a verdade espiritual, mas
quando a Sarx está ocupada tentando "selecionar", a mente
se torna confusa.

Todos nós temos esse defeito de nascimento - o


nosso selecionador. A luta entre este defeito de nascimento e
do coração que Jesus nos deu, nunca chegará ao fim durante
toda nossa vida.

O Coração e a Sarx

O comportamento religioso é o que você começa


quando segue a Sarx. A redenção é o que você começa
quando segue seu coração. Então o que devemos fazer para
alcançar o certo? Vamos considerar o dom prometido
descrito em Ezequiel 36: 25-27.

[O Senhor diz:] “Eu espalharei água pura sobre vós, e


serás limpo; Eu vou te purificar de todas as suas impurezas e
de todos os seus ídolos. Eu te darei um coração novo e porei
um espírito novo em você; tirarei de você o coração de pedra
e te darei um coração de carne. E porei o meu espírito em
vós e os conduzirei a seguir os meus decretos e a
obedecerem fielmente às minhas leis”.

Precisamos aprender a partir de um novo guia de


referência. Nosso novo coração é o lugar do verdadeiro
conhecimento, não nossa mente, alma ou Sarx. Em nossos
corações, vemos e ouvimos o último guia. Sabedoria exige
que nossos corações devem dirigir a nossa compreensão e
conhecimento. Nós seguimos o que vemos Jesus fazendo
dentro dos nossos corações, assim como Jesus fez o que viu
o Pai fazendo. Ele é nosso exemplo de alguém que viveu de
seu coração, constantemente vigiando e escutando Deus em
perfeita comunhão, enquanto se recusava a escolher seu
próprio caminho.

O coração que Jesus nos dá, dirá o que Deus quer de


nós, embora nem sempre possamos explicá-lo para outra
pessoa - e talvez nem para nós mesmos. Assim como uma
jovem filha sabe o que a mãe quer que ela faça, mas não pode
provar que isso é bom, então o coração sabe o que Deus
quer, mesmo quando não podemos provar para a nossa Sarx
que é bom. O que Deus quer é bom, embora a avaliação do
nosso selecionador não justifica o que nosso coração está
dizendo. De acordo com a Sarx, o perfume caro, derramado
sobre Jesus, deveria ter sido vendido e o dinheiro dado aos
pobres. Maria deveria ter trabalhado tão duro quanto Marta.
Até hoje, mesmo os que condenam o legalismo na igreja, são
inclinados a pensar que eles podem descobrir o "caminho
certo" para si próprios e para outros. Isso não é possível.

As avaliações dos outros, ou mesmo a culpa e o louvor


produzido pela nossa própria Sarx, não deve decidir por nós
se temos feito o que é certo ou errado. Ironicamente, aqueles
que têm maior dificuldade em aceitar que não possuem
capacidade de decidir o que é bom ou mau, são as pessoas
religiosas do mundo. Embora Jesus só tenha feito o que viu
seu pai fazendo, era constantemente visto como "ruim" pelos
líderes religiosos. Durante um confronto, descrito em Marcos
7, Jesus foi repreendido pelos fariseus por não fazer o que
era certo e santo. (Os mestres da lei fizeram a cortesia de
chamar seu conhecimento de bem e de mal - a Sarx) Jesus
respondeu fortemente com um texto de Isaías:

Este povo me honra com os lábios, mas seu coração


está longe de mim. Eles adoram-me, em vão, mas seus
ensinamentos são regras ensinadas por homens. Vocês
tem deixado os mandamentos de Deus e estão se
apegando às tradições dos homens” Isaías 29:13. E ele
completou: "Vocês têm uma boa maneira de pôr de
lado os mandamentos de Deus, a fim de observar suas
próprias tradições!”

Em Mateus 23, lemos como Jesus descreveu os mais


profundos conhecedores da Bíblia do seu tempo, cujas
mentes estavam orientadas pela Sarx. Esses escribas e
fariseus, meticulosamente, copiaram a palavra de Deus à mão
e passaram a vida estudando. Jesus disse que suas
recomendações de "fazer a coisa certa", vinculando fardos
pesados sobre os outros, era para se servirem e ferirem os
fracos. Ele disse nos versículos 23-24: "Ai de vós, doutores
da lei, vocês têm negligenciado os assuntos mais importantes
da lei - justiça, misericórdia e fidelidade... Vocês são guias
cegos...!"

Quando ouvimos a nossa Sarx, deixamos de ouvir o


que Deus está fazendo na vida dos outros. A Sarx nos cega
também, para a atividade de Deus em nós. Jim Wilder
começou a descobrir a luta entre o coração e a Sarx em um
frio mês de dezembro, enquanto ouvia uma esposa de pastor
sobre deixar seu marido abusivo. Explicando rapidamente a
situação, ela não podia dar presentes ou mesmo uma refeição
de Natal para suas duas filhas pequenas. Tentou ser corajosa
e confortar-se com o pensamento de que o marido já não
podia molestar as meninas. O coração de Jim lhe disse que
era cruel deixar as três sem uma ceia de Natal. Sua Sarx lhe
disse que seria uma violação de fronteira dar-lhe comida,
presentes ou dinheiro. Mas a bondade que Jesus colocou em
seu coração era demasiadamente forte, então comprou tudo o
que a mãe precisava para uma boa ceia de Natal e refeições
para o resto do mês. Jim não fez o que a Sarx queria, porém,
a Sarx o convenceu a mentir para a mãe sobre a origem dos
alimentos. Ele alegou que uma igreja jogou fora - desta
forma parecia não ter violado quaisquer fronteiras. Jim tinha
escutado seu coração e a família foi abençoada, mas sua Sarx
ainda estava viva e incomodando.
A Sarx, persistentemente, tenta destruir o coração. O
apóstolo Paulo descreveu isso muito bem em Romanos,
capítulos 7 e 8. "Aqueles que vivem segundo a Sarx morrem,
mas aqueles que vivem pelo Espírito encontram vida e paz”.

Vencendo a batalha contra a sua Sarx

A Sarx é a inimiga mortal do seu coração. Como o


coração é o lugar onde nós conseguimos o verdadeiro
conhecimento, não deve ser surpresa, o fato que o inimigo
mortal do coração diz mentiras e a mentira mais usada de
todas, é a alegação de que a Sarx está dizendo a verdade
sobre o que é realmente bom para nós. O falso conhecimento
nos torna vulneráveis a outras fontes de mentiras. A Sarx
logo se descobre fazendo mentiras culturais (do mundo) e
mentiras espirituais (de forças sobrenaturais malignas), como
se fosse algo comum. Este falso conhecimento, só pode ser
combatido por um retorno aos corações que amam a Deus
com todas as suas forças, em conjunto com suas almas e
mentes.

Na existência do dia-a-dia, a Sarx tem duas maneiras


de bloquear nossos corações – a opinião da Sarx no
momento, e o efeito acumulado de todos os falsos
conhecimentos em nossa vida até agora. Estas mentiras,
embutidas em nossa experiência, são muito mais difíceis de
perceber do que o som da mentira lógica que a Sarx diz a
cada momento. Realmente seria muito difícil localizar essa
base experimental de falso conhecimento, exceto que a
mentira sempre deixa um rastro de sentimentos dolorosos
não resolvidos. Onde existe dor não resolvida deixada por
traumas, podemos ter certeza que a Sarx deixou as mentiras
do falso conhecimento embutidas em sua memória. Estas
mentiras, chamadas mentiras experimentais, são a opinião da
Sarx sobre o que aconteceu, o que ela quis dizer, e o que era
bom ou mau.

Trauma produz dor duradoura, através da mentira


experimentada e deixada pela Sarx ou seus dois amigos –
mentira cultural e espíritos enganadores. Estes enganos,
sobre o que é bom ou mau sobre nós e nosso mundo, são
misturados com as experiências dolorosas e deixadas para
apodrecer nas nossas memórias. Uma vez que nossas
respostas na vida são dirigidas pelas nossas experiências,
essas mentiras experimentadas direcionam nossas ações,
sentimentos, opiniões, relacionamentos, escolhas e valores,
de forma que nós sequer pensamos.

A menina é molestada. Em sua dor e confusão a Sarx


conclui: "Isso aconteceu com você porque você é má". Uma
mentira cultural diz que ela estava agindo de modo sedutor.
Um anjo caído diz: "Você nunca será limpa". Se não forem
removidas, essas mentiras continuarão causando dor,
destruindo sua vida, e desconectando-a de seu coração.

A Sarx parece colocar a raiz de toda dor não resolvida


dentro da nossa alma, onde ganha energia para crescer
vigorosamente. Do nosso sofrimento, a Sarx produz um
razoável som de mentiras lógicas sobre o que é bem e mal. O
que quer que seja que nos magoa é mau, e tudo o que nos
poupar de dor é bom. "Jesus não me ama, porque não me
salvou de ser ferido", é um exemplo. Estas versões
escolhidas pela Sarx do que é bom ou mau, são as mentiras
que gostamos de ouvir, porque justificam as nossas crenças
sobre a nossa dor. Pessoas feridas, muitas vezes têm
dificuldade em ouvir seus corações, porque a voz da sua Sarx
é alta e forte.

Quando convidamos Jesus, aquele que vive em nosso


coração, para dentro da nossa dor não resolvida,
experimentamos a verdade sobre nós mesmos e os outros.
Esta cura e mudança ocorre em nossos corações. Através do
nosso coração, verdadeiro conhecimento, nós expomos e
demolimos todas as mentiras experimentais escondidas nas
nossas memórias dolorosas. Passamos a conhecer a verdade
sobre nós mesmos e as nossas histórias, e a verdade dos
outros, através dos olhos do nosso coração. É por isso que
Jesus diz que devemos perdoar os outros "do nosso coração"
(Mateus 18:35).

Pessoas que foram curadas por uma experiência


pessoal com Jesus, relatam a liberdade de suas lembranças
dolorosas, não vendo mais necessidade de julgar os
envolvidos; e mais profundamente, adquirem um
conhecimento do que elas consideram agora a cerca de si e
da situação que é inquestionavel. Sem dúvida, uma profunda e
verdadeira paz. Verdadeiro conhecimento vem do coração que
vê e ouve o "Deus conosco".

Os exemplos mais comuns dessas mudanças vem de


pessoas que clamaram a Jesus por ajuda, enquanto estavam
sendo agredidas ou maltratadas, mas Deus não impediu a
agressão. Um homem, cuja Sarx concluiu que Jesus gostou do
abuso que ele sofreu, quando trouxe Jesus a essa memória
perguntou-lhe se o que a sua Sarx disse era verdade. Ele viu
Jesus chorar com ele e assim foi consolado. A mulher cuja
Sarx concluiu: "Jesus é fraco demais para me ajudar", ouviu-
o dizer: "Algum dia você vai entender." Para ela, isso trouxe
paz. A menina que acreditava: "Eu sou muito má para ser
salva" encontrou-se levantada da escuridão e vestida de
branco. Cada um que procurou a verdade no seu coração,
recebeu uma resposta simples que trouxe paz. Eles sabiam
que a resposta era a verdade. Eles tinham visto e ouvido de
Deus e não precisavam de mais nada.

Quando as mentiras lógicas da Sarx soarem, devemos


rejeitá-las com o mesmo vigor que arrancamos uma erva
daninha. Novamente a resposta para as mentiras reside no
verdadeiro conhecimento. Apresentamos a Deus o que a Sarx
tem dito e perguntamos em nosso coração: "Isso é verdade”?
A resposta de Deus aos nossos corações nos liberta.

Maribeth Poole terminou o seu dia escolar correndo


para o degrau mais alto do dormitório das meninas, onde
chorou sozinha. Tinha apenas cinco anos de idade e estava
no colégio interno, longe de casa e de qualquer conforto.

Maribeth fez isso todos os dias, durante semanas, até que um


dia quando foi para aquele local, encontrou outra menina que
tinha chegado antes e estava chorando. Desde que o seu
lugar foi tomado, Maribeth sentou-se ao lado da outra
menina, começou a confortá-la e nunca mais chorou. Em
casa, os pais concluíram: desde que Maribeth não mostrou
mais qualquer necessidade, agora estava madura. Estava
implantada a mentira cultural - não ter necessidades, te faz
uma pessoa madura.
Dos sentimentos de desesperança desta menina, sua
Sarx concluiu outra falsa "verdade" - outras pessoas
importavam, mas Maribeth não. A experiência fez com que
acreditasse em: se Jesus tinha vindo para ficar com as
meninas nessa etapa, Ele teria consolado a outra menina e
ignorado Maribeth. A dor desse falso conhecimento continuou
a invadir sua vida adulta, reduzindo sua capacidade de
conhecer seu próprio coração e de expressar necessidades.

Anos mais tarde, como conselheira, Maribeth começou


a descobrir o seu coração. Sentia-se atraída a confortar os
clientes cujo sofrimento não parava entre uma sessão e
outra. Quando ela fez contato com os clientes fora do
escritório, o restante da equipe de aconselhamento, onde
trabalhava na época, informou-lhe que este tipo de contato
não era profissional, uma coisa errada de se fazer. As
reuniões de pessoal estavam polarizadas. Os funcionários
sabiam, com certeza, escolher a coisa certa a fazer, enquanto
Maribeth foi incapaz de justificar porque seu coração lhe
dizia algo diferente. A equipe queria que ela fizesse um
vínculo com os clientes, baseado no medo, enquanto seu
coração queria fazer um vínculo de amor com as pessoas
machucadas. Teve que enfrentar a mensagem de sua própria
Sarx, de que as necessidades das outras pessoas deviam ser
atendidas, enquanto a dela devia ser menosprezada. Foi no
seu coração que Jesus falou a verdade sobre as duas
mentiras, a cultural e a Sarx. E somente no seu coração, ela
descobriu que Deus ama a todos: Mariberh, os clientes e os
funcionários.

Você vai conhecer seu coração


l. Quando o seu coração estiver saudável e vivo.

2. Quando você voltar o seu coração para Deus com todo seu
amor e sua força.

3. Quando deixar a sua dor lhe dizer o que realmente importa


para o seu coração e ouvir o que Deus diz sobre a sua
ferida.

4. Quando está recebendo e dando vida em seus


relacionamentos importantes.

5. Sempre agir como seu verdadeiro eu.

6. Toda vez que você resistir a Sarx.

7. Quando aqueles que conhecem o próprio coração,


disserem o que eles veem no seu.

Vivendo do seu coração

Viver com o coração que Jesus te deu, significa que


está sendo a pessoa que foi projetada para ser; agindo como
você mesmo em todas as situações. Isso pode ser um
conceito ilusório em primeiro lugar. Vamos dar um exemplo
de nossas próprias vidas.

Rick Koepcke e sua esposa tiveram dois filhos lindos


que eram bem-comportados e fáceis de amar. Eles também
tiveram carreiras de que gostavam, um bom casamento e
bons amigos. Eles pareciam estar fazendo tudo "certo". As
pessoas diziam a eles que Deus os abençoava porque, com
certeza, eles estavam vivendo "corretamente".
Deus fez algo bom para eles! Começou a mexer em
suas vidas, levando algumas pessoas muito quebradas até
eles. Rick, que tinha um coração de pai, sentiu o chamado de
Deus para adotar, espiritualmente, algumas dessas pessoas
quebradas e colocá-las em sua bela família. Começou então a
convidá-las para eventos familiares, e fazia festas de
aniversário para eles. Seu comportamento não se enquadrava
em qualquer "regra" que ele conhecia. Estava seguindo o
que o coração lhe disse para fazer. Mas isto começou a
causar dor e conflito dentro de seu casamento, forçando-os a
olharem para suas feridas mais de perto. A vontade de passar
por dor e dificuldade por causa destas crianças quebradas,
ensinou a Rick que entre as características do seu coração,
incluía-se compaixão. Ser um homem de compaixão e
integridade, que estava disposto a lutar por todos os seus
filhos, trouxe alegria e mostrou a Rick novas características
de seu coração. Conforme sua família passou do transtorno
da dor e voltou para a alegria, descobriram que Deus não
queria apenas resgatar essas pessoas quebradas que
estavam adotando, mas resgatando suas vidas também. Seus
filhos têm uma grande visão do que é o coração de Deus e
sua definição de "família" foi ampliada.

Viver do coração, não quer dizer jogar fora todas as


regras e viver pelos nossos "sentimentos". O coração é muito
mais profundo do que as nossas emoções. O coração que
Jesus dá é a coisa mais sólida sobre nós. Muitas vezes, nossas
emoções ficam sobrecarregadas quando nossa alma é incapaz
de suportar tudo o que o coração sabe, mas à medida que
aumenta a força da nossa alegria, aprendemos a viver com os
nossos corações.
Quando olhamos para o rosto de Deus com os olhos do
coração que Jesus nos deu, Ele faz brilhar o seu rosto sobre
nós, com alegria. Deus está "contente por estar conosco", não
importa o estado em que estamos - seja na vergonha, raiva,
medo, repulsa, humilhação ou até mesmo sem esperança. Nós
o amamos por isso, e Ele nos ensina a agir como nós
mesmos, para que, por sua vez, possamos estar com os
outros e trazê-los de volta à alegria, construir vínculos de
amor, confortar uns aos outros com o conforto que temos
recebido.6

___________________________________
6. Se quiser se aprofundar mais no desenvolvimento de uma vida dirigida por Deus,
leia The Divine Conspiracy, pelo Dr. Dallas Willard.

DÊ UMA OLHADA ONDE VOCÊ ESTÁ

1. MATURIDADE: Você está atingindo seu potencial?


Examinar a primeira coluna nos quadros indicadores de
maturidade (páginas 80 a 84) e determine o estágio de
maturidade. Quais tarefas de maturidade você completou?
Olhe para a última coluna e encontre as tarefas que você
falhou.
O que você precisa para compensar os défices?
Como está a sua satisfação com o seu nível de
maturidade?
1 (baixo) 2 (abaixo da média) 3 (médio) 4 (acima da
média) 5 (elevado).

2. RECUPERAÇÃO: Você está enfrentando a dor em sua vida


e crescimento?
Que tipo de traumas, A ou B, você sofreu?
Quais emoções deixa você preso?
Que mentiras podem estar impedindo sua recuperação?
Como está a sua satisfação com a sua recuperação?
1 (baixa) 2 (abaixo da média) 3 (médio) 4 (acima da
média) 5 (elevado).

3. PERTENCER: O que influencia mais os seus


relacionamentos: a alegria ou o medo?
Existe nos seus relacionamentoso "dar e receber"?
Você tem uma "família" que te conhece e te afirma?
Você pertence a uma família maior, como uma
comunidade, onde você possa receber "sabedoria de um
ancião" quando precisar dele?
Como está a sua satisfação com o seu sentido de
pertencer?
1 (baixo) 2 (abaixo da média) 3 (médio) 4 (acima da
média) 5 (elevado).

4. SEU CORAÇÃO: Você está ganhando a batalha diária com


o Sarx?
Você pode dizer quando a sua Sark está puxando você?
Você tem armas que são eficazes contra a Sark?
É importante para você procurar a direção de Deus?
Você conhece as características do seu coração?
Como está a sua satisfação com o seu sucesso em viver
do seu coração?
1 (baixo) 2 (abaixo da média) 3 (médio) 4 (acima da
média) 5 (elevado).
6
Vivendo o Modelo de Vida

Nós seríamos errados se dessemos a você somente


pedaços de informação, mas nenhum retrato do Modelo de
Vida. Assim como cada pessoa tem um único coração dado
por Deus, o mesmo acontece com todas as igrejas. Quando
uma igreja descobre o coração que Deus lhe deu, o seu
ministério geralmente cresce e floresce, assumindo um tom
muito pessoal. Curiosamente, não importa qual
"personalidade" única sua igreja tem recebido, acreditamos
que os componentes do Modelo de Vida, serão fundamentais
para a saúde espiritual e o crescimento do corpo dessa
igreja. Aqui está uma imagem universal, como acreditamos
que qualquer igreja pareceria, se os seus membros
estivessem vivendo o Modelo de Vida...

O que parece uma igreja sob o Modelo de Vida

Esta igreja é liderada pelo Espírito Santo dentro da


obra redentora de Deus. Os membros buscam a Deus para a
salvação, cura, libertação do mal, e adoção dentro da família
de Deus, enquanto o seguem de todo o coração, mente e
alma. Eles levam a sério as ordens bíblicas de crescerem
todos em maturidade, o que se torna evidente através da
estrutura de toda a comunidade. Uma vez que a
compreensão e o compromisso para a maturidade são
elementos críticos, muitas vezes, ausente na igreja, este
projeto será focado em levar maturidade para dentro da
comunidade, sem esquecer que é apenas um aspecto da
igreja.

Os líderes da igreja Modelo de Vida têm alcançado


pelo menos um nível adulto de maturidade. Eles sabem que
as suas ações, tanto públicas quanto privadas, têm impacto na
história. Não estão focados em reconhecimento, "justiça"
pessoal, ou opinião popular, mas sim em fazer o que é melhor
para a comunidade e abordar a verdade - mesmo quando esta
verdade exige fazer coisas difíceis. Os líderes entendem que
as pessoas têm diferentes níveis de maturidade e que a idade
biológica de alguém pode não coincidir com sua maturidade.
Os líderes não apenas sabem como avaliar os seus próprios
níveis de maturidade, e dos demais, mas também sabem
compreender as tarefas necessárias para atingir este alvo,
aplicando-as para si mesmos e ensinando aos outros. Usam
essa informação com sabedoria para ajudar todos a atingir a
maturidade.

Líderes percebem dois tipos de traumas - A ausência


de amor e os cuidados necessários (Traumas tipo A) e as
coisas ruins que não deveriam acontecer (Traumas de Tipo
B) - que interferem no processo normal de maturação e
podem produzir divisibilidade. Sabem que o pecado não
confessado e o orgulho também podem ser grandes barreiras
para a maturidade. Portanto, têm construído e modelado uma
comunidade onde as pessoas podem admitir, honestamente,
suas dores e sofrimentos e receber apoio e orientação para a
cura e crescimento.

A comunidade escolhe cuidadosamente quem eles


colocam na liderança. Eles também oram e trabalham para
cultivar a maturidade em todos os seus membros. Sabem que
pessoas que parecem adultos, podem não ter sequer passado
do nível de maturidade da criança. Um pastor é removido
depois que os líderes reconhecem nele um nível de
maturidade infantil. Não aprendeu a cuidar-se
adequadamente e, portanto, se esforça para dar atendimento
adequado aos jovens. É dividido - uma parte dele não quer
deixar Deus liderar sua vida. Ele é colocado sob os cuidados
de um ancião, para trazê-lo para o nível de maturidade de um
adulto, e assim possa continuar a utilizar seus dons e
talentos. Outros, treinados e guiados pelo Espírito, são
convidados a orar e ministrar cura e integração nele por sua
divisibilidade.

Porque a comunidade acredita que Deus pode


realmente "tomar todas as coisas e trabalhar com elas para o
bem", ela ora e promove a redenção para todos os seus
indivíduos, desejando que todas as lesões ou pecados
(passados ou presentes, e às vezes de gerações) sejam
redimidos. Oram especificamente pela libertação do mal, de
modo que os assaltos, dentro e em volta da vida de uma
pessoa, terminem. Oram também para promover a cura pela
restauração individual, capacitando para receber e dar vida, e
assim nenhuma parte deles esteja dividida ou desconectada
de Deus. E finalmente, oram e participam na adoção
espiritual, para que os novos crentes e os crentes antigos, e
os corações feridos e as famílias fortes, sejam unidos por
Deus em famílias espirituais, onde todos podem amadurecer
e prosperar.

A comunidade entende que a capacidade para a alegria


é fundamental para o crescimento humano. Aqueles que têm
essa capacidade entendem a importância da construção da
alegria nos outros, por isso os ensinam como retornar para a
alegria de toda experiência ou emoção difícil.

Os líderes sabem que o desafio do casamento só é


viável para alguém que pode cuidar de si e do outro ao
mesmo tempo - alguém, pelo menos ao nível de maturidade
do adulto. Aqueles com níveis infantis ou de criança vão fazer
mal ao casamento e, pior ainda, como pais. Na verdade,
através da compreensão dos cinco níveis de maturidade, e
suas tarefas necessárias, os líderes são mais capazes de
antecipar e evitar crises desnecessárias através de
aconselhamento pré-compromisso sólido; ao mesmo tempo,
poder orientar e fazer as pessoas crescerem no meio da
agitação da vida conjugal.

A comunidade encoraja os pais a cuidar dos seus


filhos. Pais de recém-nascidos, crianças e adolescentes, que
limitam sua participação nas tarefas e atividades externas,
percebem que seu trabalho principal é o amadurecimento e o
desfrutar de seus próprios filhos e cônjuges. Estes pais
sabem que eles estão dando, sem esperar receber algo em
troca disso. Entendem como as crianças se desenvolvem e o
que precisam para amadurecer. Recorrem à sabedoria de
Deus e à sabedoria de pais mais maduros, que já conduziram
filhos para a vida adulta, para orientar as suas decisões e
ações como pais inexperientes. E também entendem que,
para "Ensinar a criança no caminho em que devem andar",
precisam trabalhar com afinco e conhecer cada um de seus
filhos individualmente para ajudá-los a descobrirem suas
características únicas, dadas por Deus em seus corações.

A comunidade se alegra sobre o fato das crianças se


tornarem adultas. Ritos de passagem, são realizados para
aqueles que passaram do nível de maturidade da criança para
o nível adulto. Estes indivíduos têm desenvolvido os seus
recursos e talentos, aprendendo a fazer coisas difíceis,
aceitando a dor necessária, e descobrindo o que é realmente
gratificante. Receberam uma compreensão de sua história
familiar e a história da família de Deus, juntamente com um
"grande quadro", sobre a representação da vida. Eles sabem
o que é esperado deles como os adultos, pois são preparados
para os desafios e dificuldades, porque a comunidade os tem
conduzido e os assiste.

Filhos criados nesta igreja foram, inicialmente,


introduzidos aos cuidados da comunidade, em idade de quatro
ou cinco anos, quando deixaram a infância ou primeira
infância para trás. Até este momento, o foco de todo o
esforço foi construir fortes laços de amor com suas mães e
pais. Suas necessidades importantes foram supridas, até que
pudessem aprender a identificar as suas próprias
necessidades e pedi-las. Aos quatro ou cinco anos foram
considerados prontos para assumir suas habilidades de
cuidado pessoal dentro da comunidade, sob a
responsabilidade de pais atentos - assim como Abraão
realizou uma festa para Isaac quando este desmamou, para
que a comunidade pudesse comemorar e aceitar seu filho,
que agora podia se alimentar por ele mesmo.

Os mais velhos têm percebido a direção de Deus para


supervisionar os cuidados de outras pessoas (especialmente
os sem família), da mesma maneira que eles cuidam de seus
próprios filhos biológicos, já crescidos. Os laços familiares
são estendidos na família espiritual. Os anciãos cuidam
protegem, amam e ensinam o povo que Deus deu a eles
quando estão mais velhos. Eles observam com alegria como
aqueles sob seus cuidados são cada vez mais capazes de
receber e dar vida. Eles entendem que todos, inclusive (e
especialmente) os dirigentes, tem a necessidade de pessoas
que são cobertura para eles - pessoas que podem dar-lhes
orientação e sabedoria, assim como amor e cuidado.

Os líderes sabem que não são somente os covardes e


os fracos que precisam de adoção. As escrituras citam que
Paulo tinha a mãe de Rufo como mãe para ele também
(Romanos 16: 13). Jesus também realizou uma adoção na
cruz, dando sua mãe a seu discípulo amado, João, e ele a
Maria. Muitas pessoas que são percebidas como fortes, se
beneficiam enormemente com a adoção espiritual. Tornou-se
claro que, responder à voz de Deus quando Ele organiza uma
adoção espiritual na igreja, significa a diferença entre a vida
e a morte para os seus membros; e renascimento e declínio
para a igreja. As pessoas entendem que ouvir o chamado de
Deus e adotar espiritualmente pode ser extremamente
doloroso, mas também incrivelmente belo. Somos
transformados em pessoas parecidas com Cristo. Para isso é
necessária a orientação de Deus, a maturidade de quem está
adotando, e o apoio dos outros.

Conforme aumenta a maturidade, os julgamentos


diminuem; o que é uma marca evidente em todos os anciãos
da comunidade. Eles têm a sabedoria para identificar as
necessidades das pessoas e ajudá-las no seu crescimento.
Sua liderança é marcada pela graça, amor e sacrifício, e não
por superioridade, dominação e julgamento. Os presbíteros
entendem a liberdade de viver a partir do coração que Jesus
lhes deu, e o perigo insidioso de ser governado pela sarx.
Eles também notaram que, quando eles vivem de seus
corações, a voz de Deus se torna mais clara. Como esses
anciãos descobriram sua identidade única em Cristo, têm uma
habilidade concedida por Deus para ajudar os outros a
encontrar, liberar e nutrir, as características de seus próprios
corações.

Nessa grande comunidade, a proposta de vida leva as


pessoas a um completo entendimento sobre o nosso Senhor
Jesus Cristo, permitindo que vivam da forma que Deus as
criou para serem. É em comunidades como essas que as
pessoas podem ganhar um sentido de pertencer que irá durar
uma vida inteira. Pertencer amplia a identidade de alegria das
pessoas, o suficiente para que elas possam encarar
honestamente seus traumas e, assim, superar as barreiras
que as impedem de alcançar seu destino dado por Deus.
Sobre todos aqueles que vivem do coração que Jesus lhes
deu, podemos afirmar que esta é, realmente, uma maneira
muito satisfatória para viver!
Vivendo dentro da família de Deus

No início deste livro, identificamos estar escrevendo


aos líderes da igreja e aos feridos na comunidade. Enquanto
os dois grupos podem ter parecido estranhamente
incompatíveis na página 1, a nossa esperança é que agora
você tenha conseguido vê-los com muitas semelhanças, tanto
em suas necessidades como em suas potencialidades.

As pessoas que estão feridas e as pessoas que


lideram, todas precisam de famílias amorosas; pessoas
cuidadosas para ajudá-las a amadurecer; lugares seguros
para honestamente compartilhar e curar seus traumas
pessoais; e relacionamentos que lhes deem a oportunidade de
receber e dar vida. Além disso, por vezes, os líderes se
tornam feridos; e aqueles que eram os feridos se
transformam em líderes maduros. Por exemplo, um líder pode
ser atingido por um novo trauma ou uma velha ferida não
resolvida, e assim, precisar de um lugar para se curar;
enquanto uma pessoa ferida que foi curada, pode se tornar
um colaborador chave para a comunidade da igreja. Em algum
momento, todos os líderes estarão em condições de receber
a vida dos outros, e cada pessoa ferida acabará por estar em
posição de dar vida a outros. Quando tomamos parte, em
ambas as extremidades de troca, do dar e receber vida,
chegamos ao máximo do nosso potencial e vivemos o que
fomos projetados por Deus.

Através deste processo, a Igreja é viva, e todos


percebem que são uma parte vital da mesma! A beleza da
igreja é quando ela vive como a família de Deus. Esse é o
poder da comunidade cristã, quando as pessoas vivem de
seus corações. Esse é o propósito e o poder do Modelo de
Vida.
PRINCÍPIOS BÍBLICOS PARA
O MODELO DE VIDA

MATURIDADE
Versos em que o conceito de maturidade é significativo:
Salmo 148:12; Gênesis 44:20; Levítico 19:32, Provérbios
17:6, Provérbios 20:29; Joel 2:28, Atos 2:17, I João 2:13-14.

Significativas passagens onde é usada a palavra maturidade:


Lucas 2:52, Efésios 4:11-16; Pedro II 1:5-9; II Pedro 3:18, I
Coríntios 13:11.

Versos onde a imaturidade é vista como um problema:


I Coríntios 3:2; Hebreus 5: 12-13.

ADOÇÃO ESPIRITUAL
Passagens onde família espiritual é ilustrada:
I Samuel 03:06, 03:16 Eli e Samuel (pai - filho)
II Samuel 01:26 Davi e Jônatas (irmão - irmão)
Marcos 10:30 irmãos, irmãs, mães, filhos
João 19,25-27 João e Maria (mãe - filho)
Romanos 16:13 Paulo e mãe de Rufus (mãe - filho)
I Coríntios 4:15 (pai - filhos)
I Coríntios 16:12 (irmão - irmão)
I Timóteo 2:1 (pai - filho)
I Timóteo 5:2 (irmão - irmã, a mãe - filho)
Tito 1:4 (pai - filho)
Filemom 1:10 Onésimo e Paulo (pai - filho)
I Pedro 5: 13 Pedro e Marcos (pai/presbítero – filho)
Leituras adicionais

Friesen, James G. Mais que Sobreviventes: Conversas


com Clientes de personalidade múltipla. Wipf &
Stock Publishers: Eugene, Oregon, 1992, 1997.

Friesen, James G. Desvendando o mistério da TPM.


Wipf & Stock Publishers: Eugene, Oregon, 1991,
1997.

Wilder, James E.. O Dragão Vermelho Abatido. Livros


escolhidos: Grand Rapids, Michigan, 1999.

Wilder, James E.. Etapas da vida de um homem - um


guia para homens e mulheres. Quiet Waters:
Springfield, Missouri, 1999. (Anteriormente
publicado como As Etapas da vida de um homem
Servant Publications:.. Ann Arbor, Michigan, 1993)

Willard, Dallas. The Divine Conspiracy: Redescobrindo a


nossa vida escondida em Deus. Harper: São
Francisco, 1998.
Guia de Estudos

O Modelo de vida na pratica

Diretos reservados em português pertencem a Editora Nuvicio Ltda

Guia de estudos do Livro A Alegria que restaura, anteriormente


publicado com o título de O Modelo de Vida: Vivendo segundo o
coração que Jesus te deu.

Rick Koepcke

Ruth Ann Koepcke

Jocabed Lópes Bandera

Maribeth Poole

E. James Wilder

Índice

Introdução

Útil para estudo individual ou em grupos

Guia para iniciar grupo

Grupo de processo

Capitulo 1 Plenitude

Centro de controle

Estudo individual
Estudo em grupo

Peça alguém que ore por você

Capitulo 2 Maturidade

Estudo individual

Estudo em grupo

Necessidades e tarefas para alcançar maturidade

Capitulo 3 Recuperação

Estudo individual

Oito passos para o processo de sarar os traumas

Mentiras e feridas

Estudo em grupos

Traumas e feridas do passado

Capitulo 4 Pertencer

Jesus ensina sobre adoção espiritual

Estudo individual

Estudo em grupo

Adoção espiritual segundo o evangelho de João

O caráter da vida familiar na linhagem de Deus

O apoio da comunidade

O cuidado com a sua alma


Teus recursos oração e ministério

Capitulo 5 Seu coração

Conhecimento verdadeiro conhecimento falso

Sendo você mesmo

Estudo individual

Se tiver problema para reconhecer o seu coração

Estudo em grupo

Características do seu coração

Capitulo 6 Vivendo a Alegria que Restaura

Estudo individual

Estudo em grupo

Fechamento

GUIA DE ESTUDO

Praticando A Alegria que Restaura

Guia de estudo do livro Alegria que Restaura para indivíduos e grupos

Introdução

Em 1999, O Modelo de Vida: Vivendo segundo o coração que Jesus te


deu, foi escrito por um grupo de conselheiros da Sherperd´s House, um
centro de aconselhamento em Van Nuys, Califórnia. Este foi o resultado
de dez anos de praticar, pensar e orar acerca de como melhorar o
ministério com as pessoas extremamente feridas que tínhamos atendido
através dos anos. As verdades que descobrimos acerca das feridas,
maturidade, graça de Deus e seu poder curador sobre nós mesmos
foram agregados no livro A Alegria que Restaura.

Desde de que escrevemos A Alegria que Restaura, temos recebido


resposta maravilhosas das pessoas que tem implantado A Alegria que
Restaura, em suas igrejas e comunidades. Muitos destes estão nos
escrevendo perguntando se não existe um manual de estudo para
acompanhar o livro. Este guia surgiu em respostas a estas perguntas.
Nosso desejo é encorajar a discussão e interação entre os participantes e
que facilite a descoberta do coração que Jesus te deu e que aumente A
Alegria que Restaura em suas vidas e nas vidas que estão a sua volta.

Este manual de estudos está planejado para ser completado de acordo


com as informações dadas pelo livro A Alegria que Restaura. Esperamos
que no termino deste livro você esteja pensando e falando de forma
mais clara em relação às questões da própria vida.

Útil para estudo individual ou em grupos

Você vai perceber que neste manual as perguntas estão divididas em


dois níveis. Algumas estão direcionadas para grupos e outras para
reflexão pessoal onde você pode partilhar seus pensamentos e
sentimentos mais secretos com Deus e você terá discernimento e
direção. Depois quem sabe você precisa compartilhar esses
pensamentos com seu melhor amigo ou com a pessoa que te discípula.

Este manual também foi desenhado para ajudar para quem tem um
ministério de conselheiro, pastor, intercessor etc. Usar este material e
responder as perguntas será uma grande ajuda para o aprimoramento
nas sessões de aconselhamento. O analise cuidadoso dos temas
ajudaram as sessões de aconselhamento a focar no cerne dos
problemas.

Uma vez que os grupos de estudo são formados é importantes que


pessoas que leiam e reflitam sobre o material, começamos com o estudo
individual e deixamos o estudo em grupo para o final de cada capítulo.
As pessoas que fizeram o estudo individual perceberam que o estudo em
grupo pode ser muito útil. E que cada capitulo tem perguntas muito
praticas te encorajamos que responda todas as perguntas não
importando se a pergunta é para o indivíduo ou para o grupo.

Se você considera que as respostas são muito pessoais para compartilhar


com outros talvez seja um bom tempo para pensar sobre as barreiras
que não te permite harmonizar e compreender as outras pessoas.
Lembre-se que você não é o único no grupo que lutando neste nível de
vulnerabilidade.

As perguntas direcionadas ao grupo, estas perguntas que se encontram


no final de cada capitulo, são suficientes para se discutir por várias
semanas. Sugerimos usar duas semanas para cada capitulo, pois é um
tempo bom para o trabalho em grupo. Isto nos daria um total de 12
semanas de estudo com um grupo.

Para os autores, isso nos levou quase uma vida. Nossas vidas não são
mais as mesmas desde de que aprendemos o que está compartilhado
neste manual. É nossa oração que durante o seu estudo experimente
mudanças na sua vida. E que também desfrutes da aventura.
Guia para começar um grupo

Existem diferentes tipos de grupos: Bíblicos, de terapia, de apoio, só


para citar alguns. Alguns pontos gerais para considerar em grupos.

A confidencialidade é vital

Os membros precisam se sentir seguros e em confiança para expressar


completamente sentimentos, emoções, carências etc.

Na primeira reunião os participantes devem concordar com as metas,


normas, e desenvolvimento das próximas reuniões.

O tamanho do grupo será limitado com o alvo de proporcionar tempo


necessário para os membros compartilhar as experiências, comentários
etc.

Um grupo do Modelo de Vida deve ter uma combinação de estudo,


apoio e companheirismo. Embora estejam estudando um livro, este não
deve ser um grupo acadêmico ou escolar. A intenção do grupo é ajudar a
cada pessoa a experimentar o que significar conhecer e viver do seu
coração, apoiado em um discipulado saudável e nutritivo brindado por
outros crentes. Para que esta metas aconteçam recomendamos que:

Os integrantes do grupo devem se comprometer em participar por no


mínimo 3 meses.

Para ter continuidade e desenvolvimento do companheirismo o grupo


deverá se reunir pelo menos uma vez por semana por pelo menos uma
hora.

Devido a intimidade dos comentários e experiências que se


compartilham conforme se avançam o manual de estudo,
recomendamos que uma vez iniciado o grupo não receber outros
membros.

A confiabilidade é extremamente importante, todos os membros do


grupo devem se comprometer em mantê-la.

Uma vez que no decorrer das sessões de estudo os membros irão


descobrir o coração que Jesus deu e as necessidades individuais que não
tenham sido supridas recomendamos ter um tempo extra para orar uns
pelos outros, o que irá proporcionar um reforço e apoio ao grupo.

Sugerimos que os grupos sejam formados por 6 a 8 pessoas no máximo.

A diversidade das idades e pessoas enriquecerá o grupo e ajudará os


membros a experimentar de forma mais realista o que é uma
comunidade.

Grupo de processo

Antes de começar o grupo leia as seguintes informações que serão de


grande ajuda.

O líder do grupo deve ter aplicado estes princípios do livro A Alegria que
Restaura na sua própria vida para que possa dirigir o grupo de forma
efetiva.

No início de cada reunião comentem como aplicaram a lição anterior.

Encoraje os integrantes do grupo a interagir com os outros membros do


grupo em outros locais não somente no momento das reuniões isso
ajudará a fortalecer os vínculos. Por exemplo nas reuniões de oração.

Capitulo 1

Plenitude
Na parte superior do hemisfério direito encontra-se o centro de controle
que se desenvolve dentro do primeiros 24 meses depois do nascimento.
Este centro de controle se encarrega de guiar nosso corpo e a nossa
vida. Se a unidade está devidamente desenvolvida esta unidade tem a
força necessária nos ajudará a enfrentar as adversidades da vida. Com
ele podemos regular nossas emoções e agir como nós mesmos e
permanecer sincronizados com o interior e o exterior.

Centro de controle

Sempre está responsável pelo cérebro.


Hierarquicamente é o primeiro nível
Desconecta o resto do cérebro quando experimenta níveis altos de
angustia e volta a conectar após a tensão passar
Está localizado no hemisfério direito do cérebro
É um centro de controle de 4 níveis
Se desenvolve nos primeiros 24 meses de vida

O centro de controle está formado por 4 camadas. No meio é o que


vamos chamar o centro de controle principal, aqui encontramos o
sistema de sincronização maior na área conhecida como o giro do
Cíngulo ou centro materno. Recebe este último nome porque com ele
aprendemos a sincronizar a alegria e a paz com a mente da nossa mãe.
Nesta área se localiza a capacidade de permanecer sincronizado com
uma pessoa de cada vez. Conforme vamos amadurecendo vamos
adquirindo a capacidade para sincronizarmos em níveis mais altos de
emoções e angustia. Suponhamos que este centro foi desenhado para
sincronizarmos com Jesus e para que em cada momento diante de outra
pessoa qualquer podermos mostrar a personalidade do nosso Senhor.
Que é o Senhor Jesus. Considere também que nós desenvolvemos a
força necessária para permanecer em sincronia, independentemente do
nível de alegria ou de sofrimento. Será possível que fomos desenhados
para Ele?

1. O que é Plenitude?

2. Se você já viu a plenitude na vida de alguém. Como ela se manifesta?

3. Quando tratamos de cura e recuperação na vida das pessoas. Qual a


diferença entre o que Deus deve fazer e o que você devo fazer? A
Alegria que restaura pg???

4. O que acontece quando tentamos fazer a parte de Deus?

5. O que acontece quando espero que Deus faça a minha parte?

6. Redenção é quando Deus assume nossas feridas, ilusões e


desenvolvimento distorcido.

Deus nos criou com mentes que automaticamente buscam a integridade


e essa busca é estimulada de forma maravilhosa pela Alegria.
(A Alegria que restaura pg??)

7. Qual a diferença entre ser redimido e enganar nossa


responsabilidade?
8. Como se explica a redenção na passagem bíblica “todas as coisas
foram feitas novas” na qual alguns cristão se baseiam para afirmar que
os cristãos não devem lutar com o passado. Em outra palavras porque
nem sempre podemos deixar para traz o passado?

9. Com as suas próprias palavras descreva a diferença entre Alegria e


Felicidade.

10. Que tipos de cura precisamos para estes 2 tipos de trauma?

Tipo A

Tipo B

11. Como seria a redenção para cada tipo de trauma?

Tipo A

Tipo B

Estudo individual

1. Quando você experimentou a redenção de Deus na sua vida?

2. Quando você tenta fazer a parte de Deus na redenção, você tem


conseguido os resultados corretos?

3. Tem desejado que Deus faça o que é sua responsabilidade fazer ou a


outra pessoa?

4. Qual foi o resultado?

5. Cite um exemplo de trauma Tipo A que você tenha experimentado?

6. Cite um exemplo de trauma Tipo B que você tenha experimentado?


7. Qual o efeito destes dois traumas na sua vida?

8. O que tem mantido você longe de Deus impedindo-o de curar suas


feridas?

9. Como você imagina que pode experimentar a redenção na sua vida?

10. Quem você convidaria para orar por plenitude na sua vida?

Estudo em Grupo

Plenitude
Pertencer
Receber e dar vida
Recuperação de trauma- sincronização
Maturidade
Conhecer os nossos corações

1. No capítulo 1 está listado vários componentes essências para a


plenitude. Qual deles você mais deseja experimentar e por que?

2. Qual é o mais difícil para você entender?

3. O que significa para você pertencer? Você tem experimentado?

4. Um definição de plenitude é poder ser você mesmo em qualquer lugar


e situação. Em que situação você tem percebido que você não agi como
você mesmo?
5. Deus colocou no seu coração as características Dele. Qual destas
características você gostaria que as pessoas percebessem
frequentemente na sua vida?

6. Como seria se você fosse você mesmo em todas as situações?

7. Um comunidade pode ser definida como um grupo de pessoas onde


se forja uma identidade e as características de nossos corações são
nutridas e afirmados. Como estava formada a sua comunidade durante
sua etapa de crescimento (pessoas, lugares, estruturas)?

8. Você foi nutrido e afirmado de tal forma que enriqueceu sua alma e o
seu coração?

9. De que forma você foi nutrido e afirmado no período de crescimento?

10. Qual a diferença entre os seus anos de crescimento e o que você está
vivendo agora?

11. Agora como adulto, com que tem vivido a sensação de pertencer?

12. você se lembra de alguma situação que mesmo estando chateado


experimentou a alegria?

13. Traga uma foto em que para você mostra alegria.

14. O que te impede de experimentar alegria?

15. Como podemos dar alegria uns aos outros?

a) Em nossas famílias?

b) Em nosso grupo?

c) Em nossa igreja?

16. Como podemos ajudar uns aos outros regressar a alegria?


17. Quem te ajuda a regressar a alegria?

18. Quem você gostaria de ajudar a retornar a alegria?

19. Parte da nossa fragmentação vem dos traumas A e B. Junto com o


grupo analisa o que significa sofrer estes diferentes tipos de trauma.

20. Buscar a cura pode ter um preço alto. Você tem recebido algum
ensino sobre Deus que te prejudica ou impede de buscar a ajuda de
Deus ou buscar ajuda da igreja?

21. Você conhece 5 pessoas que pode abrir sobre suas necessidades e
que podem orar por você? Sugerimos que cada integrante do grupo ou
qualquer pessoa que busca uma mudança em sua vida peça 5 amigos
que orem por ele durante o processo.

Nomeie 5 pessoas que podem orar por você durante este tempo de
estudo.

A.

B.

C.

D.

E.

Dê a cada um deles uma cópia do que se segue.

Qualquer pessoa que está focado na difícil e profunda tarefa de buscar


cura para a sua alma e personalidade precisa ser apoiada por pelo
menos 5 pessoas que orem por ela regularmente. Precisa providenciar
um grupo de intercessores se ainda não tem. Estas pessoas serão uma
espécie de “transfusão de sangue” que te ajudaram a conhecer quais são
suas necessidades no processo de recuperação.

Normalmente não pedimos para alguém orar pelas nossas vidas, exceto
por uma situação de ocasião. A maioria das pessoas não sabem como
interceder pelos outros quando estes pedem. Por isso fizemos esta lista
que te ajudará a sinalizar os pontos específicos para os seus amigos
orarem. A medida que você vai crescendo, você também vai aprender
orar por outros. E da mesma forma pode usar esta lista como guia e
dizer-lhes por que motivos específicos estará orando por eles.

1. Orem por minha maturidade. Ajuda em oração a alcançar maturidade


em todas as áreas da minha vida: espiritual, emocional, física,
intelectual, nas amizades, familiar e financeira.

a) Para alcançar maturidade, as pessoas devem fazer um grande esforço.


Ore pedindo que eu esteja motivado a fazer este esforço e
discernimento para encontrar alegria no processo.

b) Buscar a maturidade significa que estou reconhecendo minhas


carências. Te manterei informado cada semana quais são as minhas
necessidades mais recentes conforme eu as vou descobrindo. Juntos
oraremos e agradecemos por elas.

c) A maturidade só se desenvolve através de vínculos autênticos. Ore


para que eu faça (caso você não tenha ainda) amizades direcionadas por
Deus onde eu possa dar e receber vida. Ore por pais, mães, irmãos e
irmãs espirituais para que me adotem em uma família espiritual. Ore
para que eu esteja disposto a ser adotado.
2. Ore pedindo minha redenção. Que se espalhe para todo o meu corpo,
alma, mente, espírito, amizades, história, até que cada área da minha
vida que foi danificada pelo inimigo seja redimida. Incluindo minha
salvação e libertação do mal, cura e restauração da comunhão com Deus
e o seu povo.

a) Ore por minha vida pedindo proteção contra o maligno. Que seja
quebrado todo poder, domínio, e qualquer efeito do maligno na minha
vida. Que essa redenção seja completa tanto na minha vida com ao meu
redor. Para que eu seja guiado até aos irmãos que me ajudarão a vencer
essa batalha.

b) Ore para a cura do meu espírito, mente, alma e corpo.

c) Ore por uma completa restauração na minha comunhão com Deus e


com as pessoas que Deus tem me dado para ser minha família espiritual.

d) Ore para que isso se realize no tempo de Deus. Também que Deus
revele a você, revele para a minha pessoa e para quem ministra quando
cada ministério deve ser realizado.

3. Ore pedindo provisão. Também por meus conselheiros, pastores e


minha família espiritual. Especificamente perguntar o que Deus te
revelou quando você estava orando pela minha pessoa, para que esteja
pronto para sessões de oração, libertação e aconselhamento. Ajude a
garantir que estou pronto para os desafios que estão por vir.

4. Acompanhe-me em louvor e gratidão por todas as bênçãos.


Regozijemo-nos juntos para o que Deus faz. Lembre-me de glorificar e
viver plenamente a vida que Deus me dá.

*É autorizado copiar estas páginas.


Capitulo 2

Maturidade

1. O que é maturidade?

2. A maturidade determina o valor da pessoa?

3. Qual a diferença entre maturidade e cura?


A maturidade não é um dom espiritual nem um subproduto da salvação.
É algo que os cristão devem focar a vida toda.
(A Alegria que restaura, pagina???)

Antes de alcançar a maturidade precisamos vencer um grande


obstáculo, o medo. O medo responde a pergunta “perceberam a minha
imaturidade? Eles acreditam que eu sou imaturo? O que acontecerá se
as pessoas perceberem? Pelo contrário o amor quando é questionado
responde: Quero um pouco desta maturidade!

Parte da frente e parte da traz do cérebro

Frente
Desejos
Identidade
Preferencias pessoas

Parte de Trás
Medo
Anulação
Solucionar problemas

As atividades do cérebro mudam atrás para frente


quando tem um trauma resolvido
Na verdade, o centro de identidade que é na parte frontal do cérebro é
fornecido por desejo e amor. O centro do medo que está na parte de
trás do cérebro, tenta resolver os problemas da sua própria maneira.

Para crescer temos de enfrentar os medos, aceitá-los, vencê-los, cair e


levantar e seguir em frente, porque nós queremos. Amar, ser nós
mesmos e Crescer.

Observando que temos que enfrentar primeiro os vínculo de amor e


medo (o que nos fornece motivação para o amor ou o medo e,
consequentemente, envia-nos para a frente ou de trás do cérebro)
dividimos este capítulo em duas seções.

1. Amor x Medo

2. Níveis de Maturidade

Os estudos individuais e em grupo estão divididos desta mesma forma. O


estudo em grupo será entendido melhor se for feito em duas partes, na
primeira seção (Amor x Medo) uma semana e na segunda seção (Níveis
de Maturidade) na semana seguinte.

Estudo individual

Vínculos de Amor e Vínculos de Medo

Quando medos são compartilhados, porque ambas as pessoas estão com


medo da mesma coisa, o relacionamento é baseado em evitar esse
mesmo medo.

Exemplos de vínculos de Medo

Medo de perder uma amizade


Medo de não ser compreendido, ser minimizado, mal interpretado,
condenado.
Medo de ser desaprovado por pessoas.
Medo de incomodar alguém

1. Quais são alguns dos temores que atualmente estão presentes em


seus relacionamentos?

2. Quais são algumas características de sua personalidade que refletem


Deus e que te enchem te satisfação.

Passos essenciais para trocar os vínculos de Medo em vínculos de Amor

1. Conhecer e desfrutar de quem você realmente é.


2. Ser responsável por suas próprias ações e sentimentos
3. Reconhecer os vínculos de Medo que estão presentes em suas
relações
4. Deixar de controlar os resultados
(A Alegria que restaura pag.??)

3. Você pode desfrutar desses recursos acima ou está limitado pelo


medo?

4. Você poderia descrever a maneira pela qual você se foca sobre as


mudanças e os resultados que você quer ver nos outros, em vez de suas
ações ou reações próprias?

5. Como seria sua vida se você focasse em fazer mudanças na sua vida
para que você se torne mais parecido com Jesus, em lugar de querer
mudanças na vida de outras pessoas e situações?

6. Você se assusta com este cenário imaginário?


Nível de Maturidade

É importante reconhecer os diferentes níveis de maturidade sem fazer


comparações. Em outras palavras identificar-se em níveis diferentes de
outras pessoas não é algo negativo, é simplesmente uma descrição do
seu nível atual de maturidade.

Estude os quadros de maturidade que você vai encontrar no final deste


capitulo e depois responda as perguntas.

1. Em que nível de maturidade você se encontra?

2. Qual seria o seu nível de maturidade ideal neste momento?

3. Qual é o seu nível de maturidade quando você fica irritado?

4. Qual nível (baseado nos indicadores de maturidade) você está vivendo


a maior parte de sua vida?

5. Sua resposta está baseada em quais indicadores de maturidade?

6. Então já que não podemos saltar etapas, qual é a próxima na sua vida?

7. O que te impede de passar para a próximo nível de maturidade?

8. Você tem uma comunidade a sua volta que te ajude a suprir estas
necessidades que só uma comunidade pode suprir?

9. Que ações dependem de você e deve realizar?

10. Caso seja pai ou mãe de família, baseado na A Alegria que Restaura
que aspectos da maturidade deseja implementar na sua vida e na vida
de seus filhos?

Estudos em grupos
Vínculos de Amor e Vínculos de Medo

1. Quando você experimentou vínculos de Amor e qual foi a sensação?

2. Quando você experimentou vínculo de medo e qual foi a sensação?

3. Você foi ensinado a pensar em Deus com vínculo de medo?

4. Como os vínculos de Medo pode contribuir para que você tenha uma
visão errada de Deus e da Bíblia?

Níveis de Maturidade

1. De que forma você tem avaliado o nível de maturidade na sua vida e


na vida dos outros?

2. A Alegria que restaura descreve seis etapas de maturidade junto com


suas características e necessidades. O que isso difere da forma que você
foi ensinado quando se trata de maturidade?

3. Você pode se lembrar de estar em entre um nível de maturidade e


outro?

4. A transição sempre exige algo (sempre tem perdas) qual é o custo de


mudar de um nível de maturidade para outro? Qual o sentimento?

5. A Alegria que Restaura lista três sugestões para andar no seu


processo. Qual deles você acha mais difícil de fazer?

Busque relacionamentos caracterizado por vínculos de Amor.


Identifique tarefas para alcançar maturidade que precisam serem
trabalhadas
Identifique as feridas do passado e busque cura para elas.

6. Quem poderia te ajudar?

7. É comum em alguns pais que leram A Alegria que Restaura dizer “Se
eu soubesse disso” mencionando alguns aspectos da maturidade. Agora
você pode investir nas próximas gerações. Quem precisa aprender o que
você acaba de aprender?

Necessidades e tarefas essências para alcançar maturidade

Cada etapa se fundamenta na etapa anterior, por tanto cada etapa inclui
necessidades e tarefas que devem ser cumpridas na etapa anterior. A
idade ideal é o mais cedo possível quando novas tarefas podem ser
executadas. Só no final de cada etapa é possível exercer as funções do
referido passo facilmente. De nenhuma maneira é que nossa maturidade
determinar o nosso valor, mas determina o nível de responsabilidade
que podemos assumir.

A fase Infantil – idade ideal: do nascimento até 4 anos.

Necessidades

Vínculos de amor com os seus pais são fortes, amáveis, carinhosos,


seguros

Importante necessidades são supridas sem que a criança peça por elas.

Tempo de repouso juntos

Ajuda o regular as emoções angustiantes


Ser visto “com os olhos de Deus”

Receber e dar vida

Ter alguém que sincronize com ele/ela

Tarefas

Receber com alegria

Aprender a sincronizar com outros

Organizar o seu ser através da imitação

Aprender a regular as emoções

Aprender a retornar para a alegria de qualquer emoção

Aprender a ser a mesma pessoa o tempo todo

Aprender a cuidar de si mesmo

Aprender a descansar

A fase da criança – idade ideal 4 até 13 anos.

Necessidades

Desmamar

Ajudar a realizar as coisas que ele pode fazer

Ajudar a separar o que é sentimentos, imaginação e realidade

Esclarecer suposições tentativas e falhas


Aprender a história familiar

Aprender a história da família de Deus

Aprender a reconhecer todas as etapas da maturidade e o que elas


exigem.

Responsabilidades

Tomar conta de si mesmo (um é suficiente)

Aprender a pedir o que necessita

Aprender a se expressar

Desenvolver talentos e recursos pessoais

Aprender a fazer que os outros te entendam

Aprender coisas difíceis

Aprender o que te dá satisfação

Aprender a dominar os apetites

Aprender a ver através dos olhos de Deus

A fase do adulto – idade ideal: 13 até o primeiro filho

Necessidades

Afirmar-se como adulto (inclui rito de passagem)

Tempo de vincular com companheiros e formar uma identidade de


grupos.
Ser incluído no grupo do próprio gênero

Observar o mesmo sexo usando seu poder de forma justa

Ter responsabilidade dada por sua comunidade

Orientação para construir sua história pessoal

Oportunidade para compartilhar a vida com amigos

Tarefas

Cuidar de dois ou mais ao mesmo tempo

Descobrir as principais características do seu coração

Elogiar e defender sua identidade pessoal e no grupo

Trazer você e outros para a alegria simultaneamente

Descobrir um estilo de vida que revela o seu coração

Aprender a se defender dos outros e de você mesmo

Aprender a diversidade e a harmonizar situações

Aprender a expressar sua sexualidade de forma positiva

Aprender satisfação mutua nos relacionamentos

Companheirismo

Ver os outros com os “olhos de Deus”

A fase da paternidade – idade ideal: do primeiro filho até o caçula ter


13 anos
Necessidades

Dar vida

Um parceiro encorajador

Conselheiro de adultos

Considera a opinião de pais e mães

Um ambiente seguro e em ordem

Tarefas

Dar sem a necessidade de receber de volta

Construir um lar

Proteger sua família

Serve sua família

Desfruta da sua família

Ajuda suas crianças a alcançar maturidade

Sincroniza com as necessidades de crianças, esposa(o), família, trabalho


e igreja.

Consegue ver as suas crianças com “os olhos de Deus”

A fase do ancião – idade ideal: filho mais novo se torna adulto.

Necessidades

Um comunidade para chamar de sua

Reconhecimento da comunidade
Um lugar apropriado na estrutura da comunidade

Tem outros que confiam nele

É respeitado e valorizado pela comunidade

Tarefas

Hospitalidade

Dar vida para aqueles que não tem família

Promove a maturidade em sua comunidade

Construir e manter a identidade da comunidade

Ser você mesmo diante dos problemas

Alegra-se com o que Deus coloca em cada membro da sua comunidade

Inspira confiança através de uma personalidade espontânea e


transparente.
Capitulo 3

Recuperação

Todos estamos no processo de recuperação


(A Alegria que Restaura pag.??)

1. O que está sendo restaurado ou alterado durante a recuperação?

2. Cite um exemplo de trauma Tipo A e suas consequências.

3. Traumas são eventos e circunstancias que diminui quem nós somos


porque eles mostram que são muito intensos para a nossa força
emocional. De onde vem a nossa força emocional?

4. O que significa Alegria segundo o que sistema nervoso se refere?

Maturidade emocional nos dá estabilidade. Estabilidade não vem


evitando emoções desagradáveis ao contrario vem do aprendizado
quando agimos segundo o coração que Jesus nos tem dado, mesmo
estando debaixo de uma emoção desagradável. A Alegria que Restaura
chama isso de retornar para a alegria. (A Alegria que Restaura. Pag.??)
Todas estas respostas para estas emoções vêm das experiências
anteriores que tivemos anteriormente com as pessoas que temos
vínculos. Devemos recordar que a Alegria significa que estamos
contentes em estar juntos, mesmo quando temos momentos de tristeza
e frustração.

A recuperação deve acontecer antes que o destino seja alcançado


A Alegria que Restaura. Pag. ???

Qual destas sete grandes emoções que você pode sentir e ainda agir
como uma pessoa relacional com os mesmos objetivos e valores que
você tem quando você sente alegria? Eu sei como voltar para a Alegria
mesmo com:

Vergonha

Medo

Raiva

Tristeza

Desgosto

Desesperança

Desespero
Quando aprendemos a regressar a Alegria, nós sofremos mas não do
trauma ou da aflição, a não ser que este exceda nossa força para nos
alegrar. Quando isso acontece perdemos nossa capacidade de
sincronizar nosso cérebro internamente e também de sincronizar nossas
necessidades e sentimentos com as pessoas que estão a nossa volta.

Algumas vezes teremos dificuldade em permanecer estáveis


emocionalmente e sincronizados interior e exteriormente porque não
recebemos o treinamento necessário para retornar a Alegria. Nós não
podemos aprender como retornar para a Alegria quando estamos
sozinhos. Em outras ocasiões estamos perturbados por estas emoções
que são muito forte para a nossa força atual, essas emoções excedem
nossa capacidade de nos alegrar. Frequentemente precisamos esperar
até que tenhamos crescido e que a nossa resistência aumente antes que
possamos resolver nossos traumas e aprender a sofrer sem nos
desorganizar emocionalmente. Esta estrada de volta nós chamamos de
recuperação.

Estudo pessoal

1. Comece antes do seu nascimento fazendo um lista dos seus traumas


Tipo A e Tipo B. Utilize o quadro de necessidades e responsabilidades do
capitulo 2 que é sobre Maturidade para te ajudar com as respostas.

Cronologia dos traumas A e B em sua vida

Eventos que ocorreram antes do seu nascimento mas que afetaram a


sua vida

Infância
Pré-escolar
Pré-adolescência
Adolescência
Juventude
Adulto

Idade Tipo de Trauma Descrição

Quando estamos feridos temos uma


perspectiva errada de nós mesmos e da vida

Mentiras e feridas

2. Escreva algumas mentiras que tem mantido você travado no seu


processo de recuperação

3. Que ajuda você precisa para lutar contra o poder destas mentiras?
4. Nomeie pessoas na sua vida que pode reforçar estas verdades na sua
vida?

Passos do processo de cura do trauma

Uma forma de curar velhas feridas e tribulações pode ser descrito aqui
nestes passos. Lembre-se que o trauma acontece porque a nossa
identidade se encontra afetada porque não podemos regressar a Alegria
depois de algumas circunstancias desagradáveis. Agora que somos mais
fortes e temos ajuda, podemos mostrar a Deus de forma mais evidente
de como vemos nós mesmos através de tanta dor. Apresentamos a Deus
as ideias que usamos para fundamentar a causa da experiência
traumática. Seremos capazes de pedir o Senhor para curar qualquer
trauma para o qual antes foi desenvolvido a alegria suficiente. Se
podemos pensar no que nos impedi de termos força suficiente. Nota:
este processo é similar ao método Theophostic desenvolvido pelo Dr. Ed
Smith. Recomendamos um estudo minucioso deste método.

1. Pense no que aflige você ou te causa dor

2. Pesquisar a mentira que vem com dor

3. Peça ao Espirito Santo para te mostrar a principal razão para acreditar


nessa mentira.

4. Convide o Senhor Jesus para acompanhá-lo a experimentar o


ferimento ou aflição. Ele estará presente quando reviver a experiência
traumática
5. Analise suas verdades e descobertas pedindo a Deus para te revelar a
verdade. Não tente justificar ou convencê-lo da verdade, porque talvez
você esteja errado, mas Deus não pode estar errado.

6. Examine se você sente paz e descanso depois de ter a resposta de


Deus.

7. Sem paz e descanso, confirma esta resposta orando e inicie o processo


novamente a partir do passo # 2. Peça a Deus para lhe revelar se há
alguma coisa mais que Ele deseja mostrar.

8. Agradeça a Deus por te ajudar nesse processo de curar suas feridas e


remover seu aflição.

9. Leia as novamente as quatro orientações para tirar a sua recuperação


de congelamento; é (A Alegria Restaura. Pag???)

a) Que medidas você tomou?

b) Qual é o próximo passo?

Sínteses
1. Identifique qualquer trauma A ou B na sua vida
2. Identifique emoções que te atrapalham voltar para a Alegria
3. Identifique as feridas e mentiras (desilusões pessoas e da vida)
4. Permita que Jesus te mostre a verdade através da oração
(A Alegria que Restaura, pag.???)

Estudo em grupo

1. O que o conceito de recuperação tem a ver com a salvação?

2. Qual área de sua vida precisa de cura?

3. Como Deus tem trabalhado no processo de recuperação?

4. Como a igreja e a comunidade tem se envolvido em seu processo de


recuperação?

5. Quando você percebeu que experimentava a Alegria?

No momento em que decidimos focar em alcançar nossas


metas temos que estar apropriadamente preparados

6. Quais experiências ou lembranças ajudam você a chegar ao campo do


Alegria?

7. Quem está no grupo que vai notar se você está perdido, e terá prazer
em ajudá-lo de volta para a paz?
8. Quanto tempo que você leva para voltar a Alegria do medo, vergonha,
desesperança, culpa, tristeza e raiva?

Traumas e feridas do passado

Existem quatro passos para curar as feridas do passado:

1. Reconhecer a gravidade e profundidade da ferida


2. Enfrentar a dor
3. Aceitar a cura que Deus tem para você
4. Adote um novo estilo de vida e junte-se com pessoas para ajudá-lo no
caminho para a maturidade

9. Qual desses quatro estágios que é mais difícil?

10. Para você quais os tipos de Trauma (A ou B) é mais difícil de


reconhecer?

11. O que acontece com a Identidade de uma pessoa que vive agarrado a
dor do passado?

12. O que acontece com a identidade de uma pessoa que experimentou


cura?
13. Quais são algumas das mentiras mais comuns sobre si mesmo e
outros que afetam as pessoas que se apegam a velhas feridas?

14. Como Deus te libertou das mentiras que estavam te amarrando?

15. O que aconteceu com a sua identidade quando mentiras foram


removidas e os ferimentos foram curados?

16. Qual é a maneira mais eficaz para anular as mentiras com respeito a
sua vida e a sua própria identidade?

Capitulo 4

Pertencer
A família de Deus é composta de pessoas que estão perto de você e
te fornecem aquilo que o seu coração precisa.
(A Alegria que Restaura. pag.???)

1. O que significa pertencer?

2. Por que é importante pertencer?

3. Quais são as formas que podemos pertencer a uma família?

Jesus ensina sobre adoção espiritual

O que Jesus ensina e pratica sobre adoção? Podemos encontrar resposta


quando olhamos o evangelho de João. Se a família espiritual foi o centro
do ensinamento e da vida de Jesus, como nós acreditamos que foi, então
cremos que a família espiritual é necessário para vivermos do jeito que
Ele quer.

Família é fonte de vida, ou não? João aborda este assunto rapidamente


no evangelho de João. Nele estava a Vida e a Vida era a luz dos homens.
(João 1:4) Depois explica como podemos fazer parte da família espiritual.
Jesus disse que quem o receber e crer em Jesus. Nós diríamos que é
preciso fazer um “vínculo”. Ele dá o poder de ser chamado filho de Deus.
(João 1:13) Aqui João diz que é melhor ser parte da família de Deus.
Jesus é o único filho verdadeiro de Deus, Ele tem o direito de nos chamar
de família de Deus também. (João 1 :14) Para verdadeiramente estarmos
vivos precisamos ser adotados e passar da morte para a vida.

Adoção espiritual vai diretamente contra o pensamento judeu que diz


que o simples fato de ter uma mãe judia te faz parte da família de Deus.
Um dos primeiros conflitos foi o que Jesus ensinou para Nicodemos que
o primeiro nascimento não era o suficiente para ter a vida eterna e que
precisava de um segundo nascimento desta vez com a ajuda do Espirito
Santo. Nicodemos obviamente pensou que a sua mãe teria que fazer
parte deste nascimento, mas Jesus falava de uma adoção espiritual.
Novamente Jesus se proclama o filho unigênito de Deus. (João 3 :16)

Jesus havia dito que sua família é que leva você para perto de Deus e
não o simples ato de ter uma mãe judia, a vida verdadeira vem através
de Jesus. Ele também se dirigiu ao outro ramo da família biológica os
samaritanos no cap. 4, porque a outra família biológica acreditava
também ser o povo e a família de Deus e ele proclamou a si mesmo
maior que o seu ancestral Jacó. Outra vez insistiu que eles entrariam na
família de Deus pedindo-lhe para dar-lhes vida, água e comida.

Do início ao fim, Jesus combatia os lideres judeus a respeito de quem de


verdade era a família de Deus. Os judeus defendia a linhagem. Jesus lhe
disse que a família biológica era uma família assassina e que seu pai era
o diabo. Toda linhagem natural traz a morte e não a vida, mesmo uma
linhagem judaica (João 8.44). Jesus disse que nem mesmo sua família
biológica (mãe, irmãos, irmã) seria parte da sua família espiritual se não
cresse Nele (João 7.5). Jesus forçava aqueles que diziam que cria Nele a
escolher em qual família eles confiavam, na espiritual ou na biológica. Os
seus inimigos forçavam as pessoas a fazer a mesma escolha, como o
homem que era cego de nascimento. (João 9) Este homem que recebeu
a visão perdeu a sua família e foi expulso da sinagoga, por medo sua
família preferiu perder Jesus e o seu próprio filho. Agora cabe a você
responder a mesma pergunta. Qual família te dá vida e qual te dá
morte? Antes de iniciar o estudo individual ou em grupo vá ao final
desde capitulo e complete o estudo bíblico a respeito da adoção
espiritual no evangelho de João.

Estudo pessoal

1. Analise seriamente sobre sua família espiritual e responda. Quem são


as pessoas que você está certo de que Deus colocou em sua vida?

2. Você pode pensar em alguém que Deus colocou na sua vida para te
ajudar a crescer em maturidade?

3. Por que você quer aceitar está pessoas na sua vida?

4. Como você descreve a qualidade dos relacionamento com a sua


família espiritual?

Alcançamos maturidade quando recebemos o que necessitamos


no momento apropriado do nosso desenvolvimento, principalmente
dos nossos pais e outras pessoas significativas na nossa comunidade
( A Alegria que Restaura. Pag .??)

5. Quais são os conflitos e tensões entre sua a família espiritual e


biológica?

6. Você deseja que a sua família espiritual cresça?

7. Você pode se comprometer em conversar com Deus e outra pessoa a


respeito do significado de se juntar a uma família espiritual?
8. Qual a sua necessidade atual que você pensa que a família de Deus
pode suprir?

9. Nomeie alguns nomes na família de Deus e em sua comunidade que


pode ajudar você nessas necessidades?

10. Que sentimento surge quando você pensa em receber o que


necessita para o seu amadurecimento através de uma amizade?

Medo Apreensão Duvida

Esperança Nada Alivio

11. Se você acredita que é possível, que classe de adoção espiritual você
deseja receber? (pais, irmãos, irmãs, filhos, outros)

12. Como você imagina que será esta relação de adoção?

13. Como você pode saber se é o plano de Deus ou o seu?

Estudo em grupo

Durante o processo de cura e amadurecimento você precisa de uma


família e uma comunidade de homens, mulheres e amigos.
Diversas pessoas devem estar equipadas de forma
diferente para te ajudar a suprir suas necessidades

1. De que maneira percebemos de onde pertencemos realmente?

2. Quais são as coisas que não podemos suprir e Deus nos supre através
de outras pessoas?
3. O que é mais difícil para você: Confiar em Deus para ter as suas
necessidades supridas ou depender de outros dentro da família cristã?

4. O que torna isso difícil para você?

5. Quais sentimentos ou pensamentos vem a tua mente quando você


pensa em adoção espiritual?

6. Algumas pessoas precisam de uma família espiritual maior? Faça uma


lista com uma necessidade que cada membro do grupo precisa e peça ao
Senhor que supra essa necessidade.

As pessoas feridas precisam de famílias autenticas, dinâmicas e afetivas.


Isso é o que a família cristã deve ser
(A Alegria que restaura. Pag.??)

7. Como você reage quando pensa que Deus tem planos sobre você ser
parte de uma família para suprir a necessidades de pessoas feridas?

8. Como saber se uma pessoa está salvando outros e sendo “co-


dependente” ou está sendo guiado pela vontade de Deus?

9. Como você se relaciona com a sua igreja e comunidade?

10. Expresse ao grupo uma resposta que você dará está semana de
forma mais clara as oportunidade que lhe forem apresentadas.

Adoção espiritual segundo o Evangelho de João


A controvérsia sobre quem é a família de Deus: As duas famílias.

1. Quando Jesus veio ao mundo foi através da sua família judia o povo
escolhido descendentes de Abraão. Muitos acreditavam que isso os fazia
automaticamente parte da família de Deus. Que sua herança espiritual
estava determinada, eles eram parte da família de Deus, Jesus estava em
desacordo no que diz respeito a família biológica garantir um status
espiritual. O que Jesus disse em João 1:12, 13 a respeito deste assunto?

2. De fato Jesus da continuidade a esse raciocínio quando ele conversa


com Nicodemos em João 3:3. “Eu vou te dizer a verdade... ninguém pode
entrar no reino de Deus se você não nascer da agua e do espirito”. Por
que isso chocava tanto os judeus?

3. Jesus reafirmava suas palavras com atitudes. Em João 4 assistimos a


conversão da mulher samaritana junto ao poço. Podemos constatar no
verso 18 que a mulher teve 5 maridos e o atual não era casado com ela.
O que isso quer dizer sobre família daquela mulher?

4. Jesus quebrou todas as barreiras, não somente por conversar com ela,
aceitando a sua água, mas também explicando para ela como Deus
procura aqueles que o adoram em espirito e verdade. A mulher voltou
ao seu povo dizendo que ela acreditava ter acabado de conhecer o Cristo
verso 29, que sabia tudo o que ela tinha feito. De acordo com os versos
40 e 41 de que maneira mudou as crenças arraigadas daquela mulher,
sobre o que é pertencer a família de Deus?

5. Esta mensagem, está nova definição de como se tornar família, não foi
bem recebida pelos judeus. Quais pessoas são examinadas como
possível parte da família espiritual de Deus em João 7:19-22,28-31 e
8:37-47?
6. Enquanto Jesus e seus discípulos estavam evitando ser apedrejado por
causa do assunto sobre sua família espiritual ele encontrou com um
homem que havia nascido cego. Jesus aproveitou a oportunidade para
revelar ao homem seu coração enquanto curava a sua visão. Depois os
vizinhos do homem perplexos e confusos com a cura repentina o trouxe
aos fariseus. O homem explicou em João 9:15 como Jesus o havia
curado. Baseado nas resposta dos fariseus, como eles desqualificavam
Jesus como parte da família de Deus?

8. Depois os fariseus mandaram trazer os pais do homem. O que os


versos 18-23 nos falam sobre a família biológica (e supostamente
espiritual) deste homem?

9. Abandonado por sua família o homem argumentava com os fariseus


sobre a natureza de Jesus mantendo-se forte diante daqueles homens
poderosos. Estes lideres o advertiram que qualquer que acreditasse em
Jesus não seria parte da família espiritual e seria expulso da sinagoga.
Quando Jesus remove a venda dos seus olhos e você e pode vê-lo, com
quem você compartilha a história?

As características da vida familiar dentro da família de Deus

Temos visto um tipo de família que destrói e que não doa vida. O que
significa ser parte da família de Jesus, família de Deus? Jesus deu o
exemplo do que é ser um doador de vida.

1. Jesus buscava os solitários e os desprezados. Ele iniciou uma conversa


amável com a mulher samaritana e lhe revelou sua necessidade de um
salvador e da mesma forma buscou o homem que era cego e passou a
enxergar, quando esse tinha sido expulso da sinagoga. (9:35) Quais as
consequências você teve depois de alcançar cura?
2. Jesus gastou tempo com aqueles que Ele estava investindo. Durante
seu curto tempo aqui na terra, Ele falou com centenas de pessoas.
Porem ao mesmo tempo Ele separou 12 homens e os chamou para o
segui-lo. Depois de ler João 1:35-39, 2:12, 3:22, 6:3, 9:2 e 11:54 quais
palavras você poderia usar para descrever o relacionamento de Jesus
com seus discípulos?

3. Leia novamente a narração da alimentação dos cindo mil homens no


evangelho de João 6:1-13. O que nos diz os versos 5 e 6, quanto e
quando Jesus envolve o discípulos no milagre?

4. Jesus orou por eles (17:6-19) Alguns se referem a João 17 como o


“capitulo do amor”. O que as palavras de Jesus em João 17:6 mostra
sobre o compromisso de Jesus com a sua família espiritual?

5. Jesus derramou sua vida para seus discípulos para mostrar “o coração
de Deus”. Amou a cada um deles e João se refere a si mesmo como “o
discípulo amado”. O que nos diz a passagem em João 13:21-25 sobre
que tipo de vínculo eles compartilharam?

6. Jesus mostrou sua verdade em João pouco antes de morrer, na cruz.


Baseado João 19:26-27 como Jesus trouxe sua família espiritual e
biológica?

Jesus não precisava ter a mesma relação com todos discípulos para
mostrar que os apreciava. Tampouco é necessário que tenhamos a
mesma relação com cada membro da nossa igreja. Deus colocou João na
vida de Jesus porque sabia a benção que seria para seu filho. Sim, Deus
sabia que Jesus precisava deste amor, quanto mais nós necessitamos
experimentar o receber e dar vida nas nossas amizades.

Apoio a comunidade
Apoio para pessoas que estão em aconselhamentos ou estão
vivenciando mudanças na própria vida.

Nomeie 5 pessoas que estão orando para a sua recuperação e


crescimento. Este pessoal precisa saber sobre o seu progresso e
necessidades cada semana.

O cuidado com a sua alma

Por favor nomeie as pessoas que tenham responsabilidade de cuidar de


sua alma como se você fosse um filho. Que cuida do seu processo de
crescimento e de sua saúde em seus relacionamentos com Deus e com
outras pessoas.

Pai espiritual

Mãe espiritual

Outros

Teus recursos para oração e ministério

Onde é que você recebe oração corretiva e reparadora para cada um dos
seguintes:

Cura:

Grupo Contato pessoal telefone

Libertação/ Guerra espiritual:

Grupo Contato pessoal Telefone

Discipulado:
Contato pessoal telefone
Capitulo 5

Seu coração

Conhecimento verdadeiro conhecimento falso

Embora esta seja a ideia mais simples deste livro, saber o que é bom é a
parte mais difícil de entender, para a maioria de nós. Isso requer de nós
por assim dizer que usemos nossos cérebro de uma forma diferente da
que nós estamos acostumados. A menos que estivéssemos angustiados
por causa do nosso esforço para fazer o que é correto passamos
desapercebido o simples e obvio, mas inacreditável, resposta.

1. De acordo com este capitulo do A Alegria que Restaura. Quais a


maneiras de saber o que é bom e o que é mau?

2. Nenhum ser humano pode distinguir corretamente entre o bem e o


mal. Como isso difere do que você pensava antes?
Sendo você mesmo

Frequentemente as pessoas expressam que não entendem que


identidade eles receberam pelo coração Jesus lhes deu. Para muitos, é
difícil entender o conceito de que em algum lugar existe uma pessoa
verdadeira, criada por Deus. Usar nossa imaginação pode ajudar-nos a
voltar a um tempo antes do tempo. Tinha uma festa acontecendo no
céu. Os anjos estavam espantados e se deliciavam. Deus amava as
pessoas e queria criar muitos deles, mas mantê-los únicos. Cada um
diferente de outro bilhão de misturas diferentes entre si e cada um feito
a imagem de Deus. Deus misturou suas características em cada ser
criado, porem com diferentes porções para cada um. A criatividade fluiu,
uma porção de sabedoria para um e bondade para outro, abundante
verdade e justiça em outro. Um era alto, outro cantava como um
pássaro, outro estava cheio de misericórdia e compaixão. O trabalho de
Deus foi magnifico. Cada um brilhava em gloria. Cada criação especial,
oculta no princípio porem pronta para ser revelada na terra (em
pequenos pacotes) no momento exato. Deus ficou maravilhado com o
que tinha feito e exclamo “é muito bom” e descansou com Alegria.

3. O que podemos fazer Efésios 2.10 se vivermos de acordo com o


coração que Jesus nos deu?

4. Em João 9.3 Jesus utiliza a mesma palavra que vimos em Efésios 2.10.
Aqui disse aos seus discípulos que esse homem havia nascido cego para
que a obra de Deus fosse manifestada nele. Assim como fez na história
da oferta da viúva (Marcos 12.41-44) onde sinalizou quem deu mais para
Deus. Agora Jesus deixa as pessoas perceberem quem de verdade pode
ver. Quais foram as obras de Deus no homem que era cego de
nascimento? Perguntando de outra forma qual era a identidade
escondida que Deus tinha dentro do homem que as pessoas viam como
cego?
5. Você acha que o homem cego sabia as obras que estavam escondidas
nele por Deus antes de Jesus parar para colocar lama em seus olhos?
Perguntando de outra forma, será que ele ficou surpreso como os outros
sobre o que significa agir como a si mesmo?

Estudo individual

Um sinal de que você encontrou as características do seu


coração é quando a sua paixão, propósitos, talentos e dor vêm
todos juntos e começam a definir quem você é.
(A Alegria que Restaura. Pag.??)

1. Quais são as suas grandes paixões na vida?

2. Quais são as características do seu coração que se relacionam com


cada uma de suas paixões?

3. Quando a sua verdadeira paixão te causa sofrimento? (Um exemplo


pode ser uma pessoa que ama criança ver fotos de crianças famintas)

4. O que você tem aprendido sobre o seu coração através do


sofrimento?

5. De que maneira o seu sofrimento pode se juntar a sua paixão e


talentos para definir quem você é?

6. O que você acha que é a maior característica do seu coração?

7. Quando tem usado a sark como um guia?


8. Como você descreve a diferença entre o seu coração e a sark?

9. Quando você é mais tentado a provar que está fazendo a coisa certa?

10. Em que situações na sua vida você age com firmeza porque estava
totalmente seguro que estava fazendo o certo?

11. O seu coração tem alegria enquanto você está fazendo algo que
acredita ser certo?

12. Você passa tempo com Deus para assegurar-se que você tem a
mesma perspectiva que Ele?

Nota: Depois de responder estas perguntas, compartilhe com alguns


amigos do seu grupo. O que significa para você compartilhar coisas do
seu coração com o seu grupo?

Se você tem problema em reconhecer o seu coração

1. Se você tem problema para reconhecer o seu coração, quem te


conhece o suficiente para que te ajude a ver quando você está agindo
como você mesmo?

2. Faça um compromisso com esta(s) pessoa(s) e peça os para falar sobre


o seu coração. Pelo menos uma hora por dia.

Data

3. Peça a Deus para te mostrar o coração. Dedique pelo menos uma


hora.

Data
Através do nosso coração vemos a nós mesmos como Deus nos vê.
(A Alegria que Restaura, pag.??)

4. Quais sentimentos você tem quando pensa em Deus te mostrando seu


coração?

5. Como você acha que o seu amigo mais próximo vai te descrever?

6. Você poderia descrever para o seu melhor amigo as características do


seu coração?

Estudo em grupo

Nós fazemos as coisas da maneira que fazemos porque acreditamos que


nosso jeito vai funcionar e é o certo. No entanto, a Escritura nos diz para
não usar nosso próprio entendimento, mas a discernir Deus em todos os
nossos caminhos.
Dessa forma, Ele vai nos direcionar.

1. Com as suas próprias palavras como você descreveria a sark (falso


conhecimento)?

2. Como sabe que a sark está presente e ativa? Quais são suas
características?
3. Por que a sark está sempre equivocada?

4. De que forma o verdadeiro (viver do seu coração) se difere da sark?

5. Você pode reconhecer quando está sendo você mesmo?

6. Como você se sente quando faz algo que não está de acordo com o
seu coração?

7. Cite um exemplo de uma ocasião em que você agiu de forma


automática ou espontânea e fez algo direto do seu coração que te
trouxe alegria?

8. Qual é a diferença entre agir baseado nos seus sentimentos e agir


segundo o coração?

Viver do coração que Jesus te deu significa que você está sendo a
pessoal que deve ser e atuando como você mesmo em todas as
situações.
(A Alegria que Restaura, pag.??)

Características do Coração

1. Quais sentimentos você tem quando pensa que Deus vendo o seu
coração?
2. Como é a vida quando perdemos a noção das verdadeiras
características do nosso coração?

3. Você já reconheceu traços únicos do coração em outros membros do


seu grupo?

4. Quais são algumas das características de seu coração?

5. Quem ajudou a se ver através olhos de Deus e lhe disse sobre seu
coração?

6. Você conhece alguém fora do grupo que perdeu o controle de seu


coração?

7. Você pode dizer uma das características perdidas?


Capitulo 6

Vivendo o Modelo de Vida

Escreva um breve análise de sua igreja (atual ou passada) de acordo com


os princípios do Modelo de Vida. Quais são as forças e fraquezas da sua
igreja no que diz respeito a maturidade, recuperação, pertencer, alegria
e viver segundo o coração?

1. Quem tem sido um exemplo para você em razão de viver os princípios


do livro A Alegria que Restaura?

2. Mencione três pessoas que são doadores de vida para você.

3. Mencione três pessoas que recebem vida através de você.

4. Escreva uma nota do lado de cada um dos seis nomes citados,


indicando o que você pode fazer durante a semana para aumentar a sua
alegria.
Estudo em grupo

1. Quem da sua família ou igreja tem alcançado maturidade de ancião?

2. Que passos vocês e ou seu grupo poderia dar para apoiar sua
maturidade?

3. Qual é o nível de maturidade do seu pastor?

4. Como deve alterar as expectativas de seu pastor considerando a


maturidade que ele atingiu e o que lhe falta para atingir?

5. Se você não sabe o nível de maturidade do seu pastor, o que poderia


acontecer se você perguntar?

6. Qual seria o nível maturidade ideal do seu pastor neste momento?

7. Qual é o nível de maturidade dos missionários que a sua igreja apoia e


como isso deve refletir no seu ministério?

8. O que faz a sua família ou igreja quando:

a) Um garoto chega ao 13 anos?

b) Um homem ou uma mulher tem o seu primeiro filho?

9. O que seria necessário para melhorar o que está sendo feito para
promover maturidade para: você, sua família, sua igreja? Quais
mudanças seriam necessárias?

10. As características de uma igreja que vive neste modelo pode ser
encontrado nas pag.??? do livro A Alegria que Restaura. Quais destas
características você tem visto na sua igreja?
• Os líderes da sua igreja tem alcançado pelo menos o nível de
maturidade de um adulto.
• Reconhecem os efeitos dos traumas A e B sobre a maturidade.
• Selecione bem que vai ser colocado como líder.
• Reconhece o poder da redenção na vida das pessoas.
• É conduzido pelo Espirito Santo nas atividades ministeriais.
• Entendem que ter alegria é fundamental para o crescimento
humano.
• Incentiva o casamento apenas entre pessoas de maturidade
adulta.
• Encorajam os pais a amar de verdade seus filhos.

11. Quais destas características estão faltando na sua igreja?

12. As famílias espirituais da sua igreja parece que crescem debaixo da


convicção de que elas são formadas por Deus ou de acordo com as suas
próprias vontades?

13. Quais foram os três eventos mais desagradáveis na sua igreja?

14. Na sua igreja como se retorna a alegria depois de evento


desagradável?

15. Quem são os feridos da sua igreja?

16. Vocês desejam ter mais pessoas feridas na sua igreja?

17. Quem na sua igreja ou família admite ser ferido?

18. Quando tempo um ferido tem para recuperar-se?

19. Que tratamento recebe as pessoas feridas e suas famílias na sua


igreja?
20. Como os feridos trazem vida para as suas famílias e igrejas?

Encerramento

Sugerimos que o grupo considere uma ou mais das sugestões abaixo


para encerramento do grupo de estudo.

Comam juntos.

Que cada membro do grupo presenteie outro com uma lembrança


simples como símbolo um aspecto importante para o coração da pessoa.

Cada membro do grupo convide para sair, escreva um email, telefone,


escreva um recado a uma pessoa que não faça parte do grupo, contanto
o que você aprendeu o que mudou a sua vida e lhe deu alegria.

O livro de exercício é para cura, crescimento e ministério.

Os ministérios de aconselhamento desenvolvem suas metas de forma


clara.

O crescimento espiritual está ligado a identidade da nossa família


espiritual

Os grupos de recuperação chegam a ser uma fonte de vida para os


outros

Os ministérios de oração tomam o seu lugar na igreja

Os pais formam filhos fortes, alegres e perseverantes

As igrejas desenvolvem uma visão e identidade de grupo

A identidade dos participantes mudam durante as reuniões de grupo


pequeno
Desenvolvem discípulos maduros ao seguir as regras seriamente

Facilita o ministério e o ensino

Deus dirige e as pessoas aprendem a serem responsáveis

Os líderes podem ver o panorama completo

O que é o Modelo de Vida?

O Modelo de Vida é claramente um plano bíblico para indivíduos,


famílias, igrejas e comunidades que querem viver uma vida integra.

O Modelo de Vida é um programa que unifica os ministérios de


aconselhamento, recuperação, cuidado pastoral, libertação, cura
interior, criação de filhos, e saúde.

O Modelo de Vida é usado internacionalmente para programas de


recuperação de abuso de substancias. Também é muito usado como
modelos para igrejas. Missões tem adotado o modelo para restauração
de crianças. Quase todos os ministérios no EUA que trabalham com
trauma e pessoas que sofreram abusos usam e distribuem este material
como parte do seu ensino.

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