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Clandestinos no Amor (do filme “Os gatos não têm vertigens” de António Pedro Vasconcelos)

Interprete: ANA MOURA

Vivemos sempre sem pedir licença


Cantávamos cantigas proibidas
Vencemos os apelos da descrença
Que não deixaram mágoas nem feridas

Clandestinos do Amor, sábios e loucos


Vivemos de promessas ao luar
Das noites que souberam sempre a pouco
Sem saber o que havia para jantar

Mas enquanto olhares para mim eu sou eterna


Estou viva enquanto ouvir a tua voz
Contigo não há frio nem inverno
E a música que ouvimos vem de nós

Vivemos sem saber o que era o perigo


De beijos e de cravos encarnados
Do calor do vinho e dos amigos
Daquilo que para os outros é pecado

Tu sabias que eu vinha ter contigo


Pegaste-me na mão para dançar
Como se acordasse um sonho antigo
Nem a morte nos pode separar

Nós somos um instante no infinito


Fragmento à deriva no Universo
O que somos não é para ser dito
O que sente não cabe num só verso

Enquanto olhares para mim eu sou eterna


Estou viva enquanto ouvir a tua voz
Contigo não há frio nem inverno
E a música que ouvimos vem de nós

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