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CAMPUS PARAUAPEBAS
PARAUAPEBAS
2020
LUCAS RAFAEL CASTRO DE SOUSA
THAYNARA LOPES DOS SANTOS
PARAUAPEBAS
2020
LUCAS RAFAEL CASTRO DE SOUSA
THAYNARA LOPES DOS SANTOS
Aprovado em:
16 de outubro de 2020
BANCA EXAMINADORA:
__________________________________________
Orientador: Prof.ª Dr. Rafael da Silva Fernandes
Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA/Parauapebas
__________________________________________________________
Membro: Prof. Me. Marcos Augusto Lima da Luz
Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA/Parauapebas
_________________________________________________________
Profº. Me. Rodrigo Rangel Ribeiro Bezerra
Universidade do Estado do Pará – UEPA
DEDICATÓRIA
Aos meus pais Expedito Vieira de Sousa e Maria do Socorro Castro de Sousa, que desde
o primeiro momento proporcionaram condições e apoio, meus irmãos que são exemplos e
motivação para alcançar meus objetivos, familiares e amigos pelo apoio e incentivo prestados.
Ao meu orientador, Dr. Rafael Fernandes, que com muita dedicação nos direcionou e
muito contribuiu para o desenvolvimento e conclusão deste trabalho.
Ao coorientador, Vinicius Borges, pelo apoio e dedicação dispensados, por ser mais que
um líder, um amigo. Ao professor Rodrigo Rangel, o primeiro a abrir nossos horizontes quanto
ao que se definiria este trabalho.
Às minhas amigas Cristiane e Ellen, parceiras de grupo durante esses pouco mais de
cinco anos e sem dúvida, para a vida. Aos amigos Aclécio e Antonio pela colaboração com
projetos desenvolvidos.
Aos meus gestores Adilson Moura, Leandro Barreto, Olivia Ribeiro e Vinicius Borges,
que ao longo destes 5 anos não faltaram com incentivo e apoio.
Aos meus amigos de trabalho Felipe Cordeiro, Tobias Sales, Wilker Freitas e Debora
Motomatsu pelo o apoio e incentivo.
À Deus, o início e fim de tudo, à Nossa Senhora, meu exemplo de entrega, persistência
e coragem.
Ao meu marido, Lucas Rafael, meu parceiro de vida e academia, por quem sou grata
por estar ao lado evoluindo e colecionando conquistas, peça fundamental para chegar onde
cheguei e ir adiante, na certeza de que fiz a melhor escolha.
À minha mãe Adma Lopes, que com sua garra e força sempre me proporcionou o melhor
desta vida, aos meus irmãos, família e amigos pelo apoio e incentivo prestados.
Ao meu orientador, Rafael Fernandes, que com muita dedicação nos direcionou e muito
contribuiu para o desenvolvimento e conclusão deste trabalho, professor/ mestre/ doutor
exemplar.
Ao coorientador, Vinicius Borges, pelo apoio e dedicação dispensados, por ser mais que
um líder, um amigo. Ao professor Rodrigo Rangel, o primeiro a abrir nossos horizontes quanto
ao que se definiria este trabalho.
Às minhas amigas Cristiane e Ellen, parceiras de grupo durante esses pouco mais de
cinco anos e sem dúvida, para a vida. Aos amigos Aclécio e Antonio pela colaboração com
projetos desenvolvidos.
Figura 6 – Carta de Controle referente aos desvios de ajuste de estoque de Pellet Feed Especial,
do ano de 2019. ........................................................................................................................ 31
Figura 8 – Carta de Controle referente ao desvio de ajuste de estoque de Pellet Feed Especial,
no período de janeiro à junho de 2020 ..................................................................................... 36
Figura 9 - Diagrama da Trilogia de Juran aplicado à média trimestral e anual dos desvios de
ajuste de estoque de Pellet Feed Especial, dos anos de 2019 e 2020. ...................................... 37
Tabela 4 – 5W1H...................................................................................................................... 34
Tabela 6 – Desvios de calibração mensal referente aos meses de janeiro a julho de 2020 . 39
Tabela 9 – Análise do impacto das variáveis sobre os ajustes dos desvios de estoque ............ 40
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................ 13
2. JUSTIFICATIVA ............................................................................................. 15
3. OBJETIVOS ..................................................................................................... 16
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 43
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1. INTRODUÇÃO
Para que o minério de ferro chegue ao cliente final com as especificações exigidas, ele
passa por beneficiamento, o qual, de acordo com as Normas Reguladoras de Mineração – NRM,
entende-se como o tratamento de minérios, visando preparar granulometricamente, concentrar
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ou purificar minérios, por métodos físicos ou químicos sem alteração da constituição química
dos minerais. Sendo o processamento dividido nas etapas de cominuição, classificação,
concentração, separação sólido/líquido e manejo, até ser destinado com suas especificações ao
cliente final (LUZ E LINS, 2010).
2. JUSTIFICATIVA
O produto Pellet Feed especial é o que apresenta o Preço Médio Unitário mais elevado,
no qual foi observado o maior número de desvios percentuais, do ajuste de estoque em relação
à produção do período contábil, ultrapassando o limite de ±2%, definido pela organização,
sendo este resultante da soma do erro de precisão de ± 1% das balanças de produção e
expedição utilizadas, especificado pelo manual do fabricante. As divergências elevadas entre
estoque físico e contábil, podem comprometer a confiabilidade das informações apontadas,
causada pela da ausência de acurácia, bem como o atendimento aos clientes internos e externos,
além de gerar retrabalho pela necessidade de ajustes manuais.
3. OBJETIVOS
3.1. Objetivo Geral
Investigar e analisar as possíveis causas das diferenças entre o estoque físico e contábil
do produto de minério de ferro Pellet feed Especial, através da utilização de ferramentas da
qualidade, estabelecendo plano de ação, com o intuito de reduzir tais desvios.
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
4.1. Minério
Luz e Lins (2010) definem minério como toda rocha constituída de um mineral (todo
corpo inorgânico de composição química e de propriedades físicas definida), ou agregado de
minerais contendo um ou mais minerais valiosos, que podem ser aproveitados economicamente.
O tratamento e beneficiamento de minérios, definido pelos mesmos autores, refere-se à
operações realizadas no intuito de modificar a granulometria, ou a forma, sem, porém,
modificar a identidade física ou química dos minerais.
4.2. Estoque
Oliveira (2019) destaca duas formas de avaliar a acurácia dos saldos em estoque: por
contagem individual dos produtos, a qual gera menor erro de medição, em contrapartida é mais
lenta e depende que o produto seja fracionado em unidades discretas; por amostragem ou
contagem indireta, a qual é realizada quando necessita de menor morosidade, entretanto,
apresenta maior incidência de erros devido à imprecisão das medidas.
a demanda dos clientes para deslocar os produtos por meio dos canais de distribuição.
“Entendendo por política de estoque o conjunto de atos diretivos que estabelecem, de forma
global e específica, princípios, diretrizes e normas relacionadas ao gerenciamento” (SLACK et
al, 2009).
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 2015), em sua norma ISO 9000,
define qualidade como o grau no qual um conjunto de características inerentes a um objeto
satisfaz requisitos. Ueno (2017) cita a norma ISO 9000 (ABNT, 2015), para afirmar que as
organizações de sucesso têm foco contínuo na melhoria contínua de seus processos, sendo
importante o planejamento dos processos do sistema de gestão executados e continuamente
reavaliados e aprimorados. O que se torna um fator essencial para a incrementação da
competitividade da organização, e para atender às constantes demandas de satisfação dos
clientes, redução de custos internos, aumento de produtividade e reações às mudanças no
mercado.
Modelos de referência como ISO 9001 (qualidade), ISSO 14001 (ambiental), Modelo
de Excelência da Gestão (PNQ), utilizam padronização como sua base, padronizando a
melhoria como um de seus requisitos (MARSHALL et. Al 2012). Dois exemplos de métodos
de padronização e melhoria são, a saber:
i) Ciclo PDCA:
Defendido por Marshall et. Al (2012) como uma das representações mais conhecidas da
filosofia do melhoramento contínuo. Idealizado por Shewhart e desenvolvido e reconhecido por
Demming, é um método gerencial para a promoção da melhoria contínua, composto por quatro
fases: A primeira é o planejamento (plan), que, conforme o mesmo autor , onde são
estabelecidos os objetivos e metas, para desenvolvimento das ações, técnicas necessárias para
alcanças tais metas; A segunda fase de execução (do), compreende a implementação do
planejamento, aqui coletam-se o dados futuramente utilizados na fase de verificação; A terceira
fase, de verificação (check), é o momento de realizar a comparação entre as metas e objetivos
previamente estabelecidos, com os resultados alcançados, verificando a efetividade das ações
implantadas. Geralmente, para isto, são utilizadas ferramentas de controle e acompanhamento
como carta de controle, histogramas e folha de verificação, através dos dados obtidos; A quarta
fase é a de agir corretivamente (act), para o caso de não serem alcançadas as metas planejadas,
uma investigação das causas fundamentais é realizada para que efeitos negativos não voltem a
ocorrer, e para quando os resultados obtidos são satisfatórios, há a padronização das ações
implantadas.
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Marshall et. al (2012), sugere alguns passos para o desdobramento do ciclo PDCA,
exibidos, a seguir, na Tabela 1.
DeFeo e Juran (2015) propõem que para gerir a qualidade, a organização precisa
considerar, no plano estratégico, as metas e políticas de qualidade, e a conversão dessas metas
em resultados, é então, alcançadas por meio de processos gerenciais estabelecidos. A gestão
voltada para a qualidade faz uso amplo de três processos gerenciais: Desenvolvimento de design
ou planejamento voltado para qualidade; Conformação, controle ou garantia da qualidade;
Melhoria ou criação de saltos da qualidade. Estes, conhecidos como Trilogia Juran, os quais
são interrelacionados, como pode-se observar através da
4.5.1. Brainstorming
Traduzido como “chuva de ideias”, essa ferramenta é definida por Marshall et al (2012),
como processo de grupo em que indivíduos emitem ideias de forma livre, com o propósito de
lançar e detalhar ideias com determinado enfoque, buscando diversidade de opiniões a partir de
um processo de criatividade grupal. Ainda, segundo o autor, há três fases típicas no
braisntorming: apresentação do assunto, problema ou situação de forma clara e objetiva;
geração e documentação das ideias; análise e seleção.
Dado os pontos, para obter o valor das prioridades, realiza-se o produto entre as notas
atribuídas GxUxT, como apresentado na Tabela 2. Em seguida, um ranking decrescente é
criado, no qual os problemas apontados com maior valor, ficarão em destaque, sendo os que
devem ser tratados prioritariamente.
Slack et al (2018) afirma que todos os processos variam de alguma forma, essas
variações podem ser derivadas de causas comuns, as quais podem ser reduzidas, porém, não
eliminadas, pois essas, de acordo com Marshall et al (2012) estão relacionadas ao
funcionamento do próprio sistema, o qual sofre variações naturais. Ou são derivadas de causas
especiais, sendo essas assinaláveis, que podem ser identificadas e eliminadas, a qual relaciona-
se a algo no processo que não está conforme, uma causa particular, que pode ser evitada. Para
saber até quando uma variação é aceitável é necessário que esta esteja dentro da faixa de
especificação da organização ou produção em questão ou capabilidade do processo.
Para identificar se uma amostra específica apresenta variações devido a causas comuns
ou especiais, é utilizado o gráfico de controle de processo desenvolvido pelo Dr. Walter
Shewhart, a partir de então, surgiram diversos gráficos de controle sendo utilizados de acordo
com o tipo de variável a ser analisada.
Turuta (2015), assegura que as funções da carta de controle são evidenciar que um
processo está ocorrendo ou não sob controle estatístico, sinalizar anomalias nos processos e
apresentar dados para tomadas de decisão gerencial e melhoria de processos. Samohyl (2009),
25
4.5.5. 5W1H
Figura 3 – 5W1H
O presente projeto trata-se de um estudo de caso que se caracteriza, segundo Yin (2005),
como uma investigação empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu
contexto de vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão
claramente definidos”, com abordagem quanti-qualitativa, a qual baseia-se em coleta de dados
e na aplicação de ferramentas da gestão da qualidade, Cherobim et al (2003) argumenta que
trata-se do uso do método individualizante, que objetiva dirigir atenção para os caracteres
qualitativos e singulares de qualquer fenômeno [...] Por outro lado, o método generalizante se
fundamenta no princípio da causalidade (causa e efeito), que busca estabelecer relações entre
fenômenos e variáveis, dirigindo atenção para os caracteres quantitativos do fenômeno sob
investigação. Na qual, neste estudo foram coletados todos os dados referentes ao período
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abordado. Quanto ao objetivo, trata-se de uma pesquisa descritiva, a qual objetiva identificar
correlação entre variáveis e não focam apenas na descoberta, mas também, na análise dos dados,
descrevendo-os, classificando-os e interpretando-os. É, por tanto uma análise mais profunda da
realidade pesquisada. (RUDIO, 1985). Os fundamentos teóricos da pesquisa descritiva são
construídos depois da análise de dados empíricos, sendo aprimorados a posteriori. (DALFOVO
et al, 2008). A priori uma pesquisa bibliográfica foi realizada para embasamento dos conceitos
relacionados ao tema e em seguida realizar o trabalho em campo. As técnicas aplicadas para
alcançar o objetivo final, são coleta de dados, uso de gráficos e ferramentas da qualidade, como
brainstorming, carta de controle, diagrama de causa e efeito, matriz de priorização, aplicação
de um plano de ação.
Em posse dos dados coletados, uma análise qualitativa foi realizada aplicando a
ferramenta carta de controle, a fim de entender como se comporta o processo durante um
período de doze meses, verificando a sua variabilidade, indicando se o referido processo está
ou não controlado.
5.2. Utilizar ferramentas da qualidade para investigar as possíveis causas dos desvios
encontrados
Em conjunto com a equipe envolvida no processo estudado, um brainstorming,
juntamente com diagrama de causa e efeito, foi realizado para levantar as possíveis causas
associadas ao desvio identificado, observando as etapas produtivas.
5.4. Propor plano de ação sobre as variáveis para que se tenha um controle do processo
com o intuito de diminuir a variabilidade e posicioná-las aos limites especificados.
Priorizada as principais causas do problema identificado, um plano de ação foi elaborado,
por meio da ferramenta da qualidade 5W1H, analisando o impacto das variáveis encontradas,
no desvio, objetivando reduzir os desvios no inventário de estoque, com intuito de diminuir a
variabilidade e alcançar o controle do processo estudado.
6. ESTUDO DE CASO
6.1. Descrição do processo
Após a adequação nas etapas de britagens, o material com granulometria na fração entre
12,5mm e 25mm, é classificado como granulado, maior que 0,15mm e menor que 16mm,
classificado como produção de Sinter Feed, e a fração menor que 0,15 mm é destinada à
ciclonagem em forma de polpa, formada por água mais sólidos.
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Esta etapa pertence ao processo de produção, e para sua contabilização são utilizadas
duas balanças nas correias transportadoras denominadas de TR151-20 e TR151-44. Após a
estocagem do material, quando este é retirado das pilhas, inicia-se o processo de expedição, no
qual as recuperadoras realizam a retirada do produto armazenado e destina-o para o silo de
carregamento, onde são carregados os vagões dos trens que realizam o transporte do minério
de ferro até o porto Ponta da Madeira em São Luís – MA onde é exportado para o cliente.
Todo material ao ser produzido é pesado e contabilizado por meio das balanças de
produção, antes de ser estocado, e ao ser expedido pesado em balanças de expedição. Para
contabilizar a massa expedida através dos silos de carregamento, são utilizadas as balanças
ferroviárias (balanças presentes nos trilhos), sendo que em cada silo há uma balança de tara, a
qual pesa o vagão vazio e uma balança de bruto, que pesa o vagão carregado. A diferença entre
a balança de bruto e de tara é o peso líquido, ou seja, a massa expedida, retirada do estoque.
O estoque contábil é formado a partir dos apontamentos das medições realizadas nas
balanças de produção, e a baixa desse estoque acontece quando há as expedições. Diariamente
ocorre a variação nesse estoque, em função das movimentações de produção e expedição.
graduada, para se obter o volume da área de onde foi retirada a massa de material, determinada
pela equação:
𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑜 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙 𝑒𝑠𝑐𝑎𝑣𝑎𝑑𝑜
𝐷=
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑜 𝑝𝑜ç𝑜 𝑒𝑠𝑐𝑎𝑣𝑎𝑑𝑜
Figura 6 – Carta de Controle referente aos desvios de ajuste de estoque de Pellet Feed
Especial, do ano de 2019.
Por tanto, para que possíveis soluções sejam apontadas se faz importante uma análise
mais profunda dos dados para investigação das causas que levam o aos desvios acentuados do
estoque. Nesta etapa, baseada na metodologia do ciclo PDCA, representado na Figura 1 – Ciclo
PDCA inicia-se a fase de planejamento (plan), onde o problema é identificado, seu histórico é
levantado, bem como sua frequência de ocorrência, e métodos são definidos para que as causas
sejam levantadas e posteriormente, ações sejam planejadas, almejando a mitigação do problema
abordado.
Com o intuito de levantar as possíveis causas geradoras da alta divergência dos valores
do estoque, a ferramenta brainstorming foi utilizada, realizada pelos autores em conjunto com
membros da equipe envolvida no processo produtivo estudado, sendo o supervisor da gestão de
etoque, um técnico e o supervisor da área de balança, agrupando as variáveis por categoria,
através do diagrama de Ishikawa, como mostrado na Figura 7. É importante destacar que a
categoria de “materiais” não teve nenhuma causa associada, pois refere-se ao minério, o qual
não interfere no problema analisado.
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Tabela 4 – 5W1H
II – Desatualização da densidade
Visto que a área responsável pela gestão de estoque não possuía rotina de verificação
das balanças em campo, foi implantada uma rotina de inspeção semanal, avaliando a condição
operacional da balança.
7. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para certificação de que as medidas executadas, de fato corroboraram para a redução dos
desvios, inicia-se a fase de verificação, na qual a carta de controle foi aplicada novamente para
averiguação dos resultados, a partir dos novos dados obtidos. Nota-se uma redução dos desvios
nos primeiros meses após a implementação das ações propostas, como também, é possível
observar uma melhora nos resultados trimestrais. A carta de controle de verificação dos desvios
após execução das medidas de melhoria está representada na Figura 8.
Figura 8 – Carta de Controle referente ao desvio de ajuste de estoque de Pellet Feed Especial,
após implantação do plano de ação.
Figura 9 - Diagrama da Trilogia de Juran aplicado à média trimestral e anual dos desvios de
ajuste de estoque de Pellet Feed Especial, dos anos de 2019 e 2020.
Tabela 6 – Desvios de calibração mensal referente aos meses de janeiro a julho de 2020
O lastro é a parte inferior da pilha que está entre o piso (primitivo) e a pilha, e é
geralmente compactado, por não sofrer movimentação e estar sob pressão da massa da pilha.
Possuindo densidade diferente da medida na pilha. A Figura 11 exemplifica a localização do
lastro.
Lastro
Entretanto, na análise dessa variável foi possível observar que o lastro está sob
constantes movimentações, o que torna a densidade do material movimentado similar à
densidade da pilha. A Tabela 7 apresenta o demonstrativo da variação de lastro no período.
Tabela 9 – Análise do impacto das variáveis sobre os ajustes dos desvios de estoque
Pode-se notar que no mês de abril, houve uma redução significativa do ajuste percentual
para o período de -2,86% para -0,42%, inferindo que as variáveis analisadas contribuíram para
as divergências entre os estoques do mês referido.
de lastro conforme limite de recuperação das máquinas de pátio. Para a sobra de material no
silo, foi observado que zerar a massa total do silo gera impactos no tempo de carregamento do
trem, desta forma, recomenda-se a realização de uma análise da área de gestão de estoques para
reduzir o limite aceitável de sobra de material no silo. Para facilitar o controle da área de gestão
de estoques, sugere-se a criação de um balanço de massa, facilitando a identificação do impacto
das variáveis até então conhecidas.
8. CONCLUSÃO
Controlar e gerir processos com qualidade é uma tarefa complexa que precisa envolver
todo o ambiente organizacional, para que os muitos benefícios resultantes, sejam conhecidos e
almejados por todos. Com o auxílio das ferramentas da qualidade é possível identificar,
mensurar, analisar e propor soluções para problemas que estejam interferindo no desempenho
de processos produtivos, independentemente de sua natureza, além de auxiliar no
direcionamento do foco na melhoria contínua da qualidade.
Por meio do uso das ferramentas da gestão da qualidade foi possível obter resultados
positivos, no que se refere à diminuição da variabilidade dos altos valores de desvios entre
estoques físico e contábil, que tantas vezes se posicionam fora do limite especificado, apesar de
persistirem picos ainda fora da zona de controle.
Por fim este trabalho contribuiu para o processo em estudo, auxiliando os gestores
responsáveis a enxergarem de forma mais abrangente e analítica a minimizar a variabilidade
dos desvios de ajuste entre estoques, e consequentemente os impactos negativos causados no
desempenho destes.
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REFERÊNCIAS
ABREU, A. PRO-002-GEPDL; Amostrar densidade aparente em pilhas de produtos.
Ouro Preto: Vale, 2009.11p. (Procedimento operacional, Mineração).
MAIA, D. Capacitação mina, ferrovia e porto para redução dos impactos de manuseio
de minério de ferro no sistema de descarga do porto de Ponta da Madeira. Rio de Janeiro, 2012.
OLIVEIRA F. I.; Aplicação das ferramentas de gestão da qualidade nos desvios entre
os estoques contábeis e físicos em pilhas de produto mineral. Ouro Preto, 2019.
YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. Porto Alegre, RS: Bookman, 2005.