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PLANETAS
A inteligência da aparência
Astrologia
Primeira iniciação
2
Ver cumprir-se o seu destino
O destino
Saber-se célula do universo
Conhecer-se dualidade e não dualidade.
Kabir
Poeta indiano
1440/1518
G. G. Jung
SYNCHRONICITY - an acausal conecting principIe
3
Pitágoras e os seus mestres egípcios
diziam que a Essência Divina
é inacessível aos sentidos.
Pelo que empregamos para a exprimir
não a linguagem dos sentidos
mas a do espírito.
Dá ao princípio do universo
o nome de inteligência.
Monade ou unidade.
Porque ele é, na sua essência, imutável.
4
1
O número 1
é o todo.
A unidade. O verbo.
É a qualidade.
A inteligência do universo.
Campo unitário
de consciência pura,
presente no íntimo da matéria.
Essência omnipresente.
O que é, em si.
O princípio indisível.
O absoluto.
Robert Linssen
L'Esprit de la Matière
O princípio de unidade
Age na multiplicidade
Imprime o seu poder
Ao movimento da totalidade.
Dane Rudhyar
Rhythm of Wholeness
5
2
O número 2
é o relativo.
A quantidade
que contém em si
a qualidade.
Dois é a energia.
Polaridade que rege o movimento.
Tensão contraditória de opostos
presente em todas as mutações .
Dois é a inter-relação
dos fenómenos.
Dois é o Cosmos.
6
3
O número 3
é a consciência do um
no dois.
É o homem.
A mente humana
capaz de relacionar a unidade
na dualidade.
A inteligência do homem
quando apreende o absoluto
no relativo.
A qualidade na quantidade.
É a verticalidade do homem
entre a terra e o céu.
7
O Universo é um pulsar, uma imensa respiração.
Respiração em expansão infinita.
na multiplicidade e no espaço.
Pulsão Cósmica que activa todos os movimentos.
O movimento dó universo
traduz estes dois tempos de relação
de que a polaridade limite
é a luz e a matéria.
O Zodíaco
é também o número 3.
Registra a evolução
da consciência humana,
a sua via cósmica de integração.
Dá a cada indivíduo
a capacidade de situar
no espaço e no tempo
a qualidade do dinamismo
do seu ciclo de vida.
Entre o um e o dois.
7 é o princípio da harmonia.
10
Sol
Sol é Sol.
É brilho. É dentro.
É astro-rei. É trilho.
Entendimento.
A razão do destino
em potência contida.
O ciclo do caminho
o ponto - da saída.
É princípio de vida.
Energia presente.
Abre a porta escondida
na semente.
11
Lua
Lua.
Esse branco vazio
de não-ternura
esse fundo, esse frio,
essa lonjura.
Noite da nossa mágoa.
Prende à Terra
onde estou, e não segura
essa insuspeita sede
de doçura.
Poço da nossa água.
Água,
a minha, a tua,
elemento
filtrado pela Lua
onde passa e flutua
o sentimento.
Nesse nocturno tempo.
Rio,
de tão longa margem.
Fio
de estreita passagem
onde corre subtil a vibração
da mais profunda e íntima
viagem. - Linguagem
de emoção.
12
Mercúrio
Rápido mensageiro
de notícia se veste.
Leva o saber primeiro
de Este para Oeste.
De opostos é visão.
Serve o noticiário.
Permite a relação
de polos ao contrário.
Vive em dualidade
revela, às vezes mente.
Nem sente a qualidade
da nova que se sente.
Rege a contradição
curioso planeta
é papel de escrivão
e tinta de poeta.
É palavra. É recado
do que vai, ao que fica.
Não espera o resultado
transmite - comunica.
Sobre o acontecer
é nota que o registra.
Presente no viver
do jornalista.
É ponte. Ligação.
Carta que se recebe.
Eixo de informação.
Pensamento mais leve.
13
Vénus
Do amor
o gesto mais inteiro.
Da forma
a perfeição total.
Da vida
gérmen original
e desejo primeiro.
Amplia o sentimento
obscurece a razão
converte o pensamento
em emoção.
Traduz a formosura
atrai o olhar certo
é pausa de doçura.
É céu aberto.
É planeta sagrado.
Amantíssima fonte.
O belo revelado.
O horizonte.
14
Terra
Terra.
É essa espera intemporal.
Essência maternal.
Passiva, estável,
complementar.
Amável à potência
solar activa.
A Terra
é em seu estar
sólida e receptiva.
Terra
o que contém o gérmen da forma
que transforma
e sustém.
Terra, a mãe.
Yin por natureza.
Terra, essa firmeza.
Alimento do homem
sobre a Terra.
Homem em movimento.
O conflito e a guerra.
Terra.
Planeta não-sagrado.
Instável, em tensão.
Berço do ser fechado
no ciclo da ilusão.
Terra é ser em-terrado
entre o sim e o não.
Homem acorrentado
à própria mutação.
Entre a noite e o dia.
Homem de solidão
onde em tempo melhor
a dor-de-não-amor
o inicia.
15
Marte
Marte.
A arte do combate.
O conhecer de espada que não parte.
A arma do poder.
É fogo, é pioneiro
da vida sobre a terra.
O impulso primeiro
primeira guerra.
O trabalho no duro
o acto repetido.
Pedra a pedra e o muro
foi construído.
Marte concretiza
a faca que manejo
força que realiza
a carga do desejo.
16
Júpiter
É o valor da lei.
A força do critério
a coroa do Rei
e do Império.
Activa a realidade
além-da-esperança.
A ética. A verdade.
A segurança.
Sentimento maior
sustem a decisão.
É poder do senhor
e motor de expansão.
O fogo. O ideal.
A intuição correcta.
Vestes de cardeal
e abrigo de asceta.
O gesto criador
intraduzível.
É a fé interior
noutro melhor possível.
17
Saturno
Saturno é o soturno
o osso, a paciência
o que dentro é caroço.
A resistência.
Recolhe a aprendizagem
no dia que acabou.
Só respira a aragem
que passou.
Na penumbra fechado
da Terra em que se esconde
com cuidado aprofunda
de onde a onde.
Sempre recusa tudo
o que é começo.
É antigo e sisudo.
Cobra da vida, o preço.
Saturno
Rege o Capricórnio
Acumula no tempo
A experiência da terra.
18
A oitava inicia um novo ciclo.
Os planetas lentos
Urano, Neptuno e Plutão
são já planetas da oitava.
O trânsito de Urano
desencadeia uma vibração
que pela sua rapidez altera o comportamento mental
de quem o registra.
Produzindo, quando não-dissonante,
uma transformação qualitativa.
Urano abre para uma imediata, intuitiva
e global forma de conhecimento.
Altera o modo de pensar, o ritmo do próprio pensamento.
As associações tornam-se involuntárias, inesperadas.
As ideias surgem espontâneas,
súbitas, universais, como que reveladas.
O saber analítico já não satisfaz.
A mente uranizada ultrapassa Mercúrio,
que ainda é raciocínio dedutivo
condicionado pelo relacionamento de situações opostas,
pela dualidade da inteligência e da matéria.
Urano inspira, ilumina.
Sintoniza uma outra dimensão.
É o poder do espírito.
19
Urano
Urano
é o plano do plano.
Dinâmico, mecânico,
fatal.
Pluri-dimensional.
A vibração do espaço
A dimensão maior.
É o aço, o abraço
libertador.
Obriga a encontrar
a decisão precisa.
Súbita-falta-de-ar
que se materializa.
É ar em movimento
o raio, a queimadura.
É o vento-sem-vento
respiração mais pura.
Rigoroso e abstracto
revoltado e mutável.
Ponte-da-mente-ao-acto.
Implacável.
20
Neptuno
Neptuno.
É uno, é mediuno
oceano de percepção final.
Diluição, fusão
dissolução total.
É o filtro e a esponja
do sentido mais vasto.
Alimento da monja
sentimento mais casto.
É mar. É flutuar
sem fim e sem começo.
Amar
à escala do universo.
A vibração, o modo
da sintonia astral.
É já visão do todo.
Acorde musical.
Emoção e sentir
dessa oculta vitória
que nos cabe.
O místico fluir
da longínqua memória
de Unidade.
21
Plutão
Plutão.
É a raiva. É o não.
Recusa obstinada
ao melhor que me espera.
Plutão, essa fera
enjaulada
em fundos abissais.
Aprisionada a mundos
para os quais
hoje não há memória.
Plutão
é a noite da história.
O desejo brutal
quando obscuro acontece.
É o mal. Animal
que permanece.
A força do instinto
feroz, incontrolada.
Angústia que pressinto
em potência frustrada.
Plutão é a prisão.
O chão. Poluição.
Destruição na Terra.
Plutão é Escorpião
é guerra.
Em cinzas do passado
a Fénix renascida.
Plutão pacificado
é a vida.
Da negrura da água
às alturas da luz
é o prego e a tábua
no quadrado da cruz.
22
Não sou eu
homem entre os homens
quem apresenta os céus
e as névoas monstruosas das estrelas.
São os céus astronómicos que me apresentam
a mim, homem vivo
a vocês, vivos espectadores.
Saímos igualmente desses céus estrelados.
Fizeram-nos da sua substância.
Estivemos contidos em gérmen nessa poeira estelar.
Não apenas poeira material
uma vez que o nosso olhar consciente
lentamente saiu
dessa névoa sem olhar.
R. Ruyer
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