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Práticas em Laboratório
Versão 1.1
Copyright © Outubro de 2017
Versão 1.1 desenvolvida por Profª Karina Kodel, Prof. Pablo Pedra e Profª Sânzia Alves
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
I Teoria
1 Conceitos Básicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.1 Grandezas Físicas 12
1.1.1 Padrões adotados - S.I. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.2 Medidas de uma grandeza e suas Incertezas 14
1.2.1 Medidas de uma grandeza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.3 Ordem de Grandeza e Algarismos Significativos 15
1.3.1 Ordem de Grandeza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.3.2 Algarismos Significativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.3.3 Operações com Algarismos Significativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.3.4 Regras de Arredondamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2 Erros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.1 Incertezas durante a leitura de escalas 20
2.2 Incertezas em Medições Repetidas 22
2.3 Como relatar uma medida 23
2.4 Algarismos significativos 24
2.5 Alguns conceitos importantes 25
2.5.1 Discrepância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.5.2 Precisão e Exatidão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.6 Tipos de Erros 29
2.6.1 Erro absoluto, relativo e percentual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
2.7 Medida direta de uma grandeza física 31
2.8 Propagação de erros 32
2.8.1 Incertezas independentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
2.8.2 Funções arbitrárias de uma variável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
2.8.3 Regra geral para propagação de erros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
2.9 O desvio padrão 35
2.10 Desvio padrão da média 36
3 Representações gráficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
3.1 A construção e interpretação de gráficos 38
3.1.1 Escolha do Papel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
3.1.2 Título e Legenda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
3.1.3 Eixos das variáveis com seus respectivos nomes, escalas e unidades . . 39
3.1.4 Dados experimentais e incertezas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
3.1.5 Funções teóricas ou curvas médias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
3.2 Informações a partir de gráfico 47
3.2.1 Determinação dos coeficientes de uma reta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
3.2.2 Papel gráfico em diferentes escalas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
3.2.3 Papel di-log . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
II Física Experimental 1
4 Medidas Direta e Indiretas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
4.1 Objetivos 59
4.2 Materiais utilizados 59
4.3 Procedimentos experimentais 60
4.3.1 Aprendendo a utilizar os instrumentos que estão sobre a bancada. . . 60
4.3.2 Medindo as dimensões dos tubo cilíndrico e do bloco de madeira com o
paquímetro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
4.3.3 Medida do perímetro e altura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
4.4 Tratamento e apresentação dos dados experimentais 60
4.4.1 Valores médios e erros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
6 Lançamento de Projéteis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
6.1 Objetivos 66
6.2 Materiais utilizados 66
6.3 Procedimentos experimentais 67
6.4 Tratamento e análise gráfica dos dados experimentais 68
7 Lei de Hooke . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
7.1 Objetivos 70
7.2 Materiais utilizados 70
7.3 Procedimentos experimentais 71
7.4 Associação de Molas 72
7.4.1 Em série . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
7.4.2 Em paralelo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
7.5 Tratamento e análise gráfica dos dados experimentais 72
8 Quadro de Forças . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
8.1 Objetivos 75
8.2 Materiais utilizados 75
8.3 Procedimentos experimentais 76
8.3.1 Equilíbrio entre duas forças . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
8.3.2 Equilíbrio entre três forças . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
8.4 Procedimentos experimentais 77
8.4.1 Equilíbrio entre duas forças . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
8.4.2 Equilíbrio entre três forças . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
9 Queda Livre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
9.1 Objetivos 79
9.2 Materiais utilizados 79
9.3 Procedimentos experimentais 80
9.4 Tratamento e análise gráfica dos dados experimentais 80
Este será, provavelmente, seu primeiro contato com a ciência experimental. Assim, para
contextualizar este curso, relembremos um pouco sobre o que é ciência e o que é a ciência
experimental. Derivada do latim, scientia (de scire ), a palavra ciência significa saber e já
se referiu a todo o saber e conhecimento. Nos dias atuais, quando usamos a palavra ciência,
em geral, estamos nos referindo a um subconjunto desse significado original. De fato, hoje
podemos dividir o conhecimento em quatro categorias:
• ciências experimentais;
• ciências observacionais;
• quasi-ciências;
• não-ciências.
Qual seria então a característica que distingue a ciência experimental das demais categorias
do conhecimento acima referidos? Podemos dizer com segurança que é o controle que
se possui sobre as condições em que as observações são realizadas. A física é uma das
principais ciências em que as variáveis experimentais podem ser reguladas. Por exemplo,
podemos controlar a temperatura e a pressão em que uma experiência é feita. Por outro lado,
se tomarmos o exemplo da astronomia vamos ter uma ciência na qual podemos realizar
medidas, mas sem grande controle sobre a fonte das observações. Tomemos, por exemplo,
a observação e o estudo da radiação solar: apesar de haver inúmeras e detalhadas medições,
nos mais diversos comprimentos de onda, resultando em informações sobre a estrutura e a
química do Sol, temos que aceitar estas medições tais quais. O desenvolvimento de teorias
neste caso, para serem cientificas, devem ser de caráter quantitativo e comparável com as
observações realizadas.
Assuntos como a psiquiatria ou a sociologia, nos quais as experiências controladas
praticamente inexistem, e, embora se possa efetuar observações não é possível testá-las
com teorias quantitativas são representações do que podemos chamar quasi-ciência. O que
lhes falta é a objetividade necessária para serem classificados como ciência, embora possam
apresentar modelos que reproduzem o comportamento do individuo ou da sociedade. Já
8
cuja fundamentação teórica foi aprendida em sala de aula serão estudados experimen-
talmente em laboratório visando ao entendimento e à compreensão desses fenômenos
através de seu estudo quantitativo. Além disto, este curso aborda o básico do trabalhar em
laboratório, desde conduzir e documentar os experimentos a apresentar seus resultados
através de gráficos e tabelas, finalizando-se com a discussão de sua conexão com a física
teórica. Este curso é, portanto, o passo inicial para a formação de um profissional que
lidará, eventualmente, com atividades experimentais uma vez que atuará na área de ciências
exatas e tecnologia. Imprescindível para o trabalho em laboratório são a organização, a
iniciativa, a dedicação e a clareza ao apresentar os resultados, de tal forma que se re-
comenda que o estudante tenha um caderno específico para uso no laboratório, no qual
deverá anotar metodicamente o que está fazendo durante o experimento, bem como suas
dúvidas e questionamentos que eventualmente surgirá durante a prática. Neste caderno,
recomenda-se também, que o aluno detalhe o procedimento experimental adotado, seus
resultados e anotações prévias ou póstumas que fundamenta tal experimento. O uso de tal
caderno ficará facultado ao estudante, salvo casos em que o professor o exigir. Mas note-se
que, com tal instrumento, a tarefa posterior de confeccionar os relatórios será facilitada
enormemente.
Finalmente, lembre-se que os trabalhos de laboratório são realizados com um dos
seguintes objetivos (MENDES, 1998)
• demonstrar ideias teóricas em física,
• criar familiaridade com um aparelho,
• treinar como se fazem experiências.
– ter consciência, e providenciar para eliminar, os erros sistemáticos nos métodos
e nos instrumentos,
– analisar os resultados de modo a tirar conclusões corretas,
– fazer uma estimativa da precisão do resultado final,
– registar as medidas e os cálculos com precisão, clareza e concisamente.
Vamos, portanto, iniciar nosso curso e observar como funciona a física na prática!
Se você ainda tem dúvidas sobre o que é a Física e o método científico procure se
informar sobre o assunto em bons livros e boas referências online, como por exemplo
artigos e documentários.
I
Teoria
1 Conceitos Básicos . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.1 Grandezas Físicas
1.2 Medidas de uma grandeza e suas Incertezas
1.3 Ordem de Grandeza e Al-
garismos Significativos
2 Erros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.1 Incertezas durante a leitura de escalas
2.2 Incertezas em Medições Repetidas
2.3 Como relatar uma medida
2.4 Algarismos significativos
2.5 Alguns conceitos importantes
2.6 Tipos de Erros
2.7 Medida direta de uma grandeza física
2.8 Propagação de erros
2.9 O desvio padrão
2.10 Desvio padrão da média
3 Representações gráficas . . . . . . . . . . 37
3.1 A construção e interpretação de gráficos
3.2 Informações a partir de gráfico
Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
1. Conceitos Básicos
Antes dos procedimentos de medir e calcular vem sempre o momento de fazer uma
estimativa daquilo que queremos medir e calcular, oportunidade esta na qual podemos
exercitar nossa engenhosidade. Para fazer uma estimativa, devemos nos valer de nosso
conhecimento prévio (mesmo que aproximado ou superficial) e de nossa experiência
anterior com resultados quantitativos (SCHOLBERG; DOURMASHKIN, 2002). Muitas
vezes podemos fazer modelos simplificados para estimar a resposta de uma pergunta
que envolve números, como por exemplo: quantos cabelos há em sua cabeça? quantos
galões de gasolina são usados anualmente na cidade em que você vive? qual a ordem de
grandeza do número de voltas dadas pela roda de um automóvel ao percorrer uma estrada
de 200 km?1 etc. Problemas deste tipo, que tratam de estimar um número sem exatidão
nem com precisão extrema são chamados de Problemas de Fermi, devido ao físico italiano
Enrico Fermi, prêmio Nobel de Física em 1938.
Você deve se está perguntando para que queremos uma estimativa tão grosseira, que
muitas vezes chegará a uma ordem de magnitude somente. Primeiramente, uma estimativa
grosseira é muito melhor que nada, caso em que você não tem à disposição instrumentos
adequados para fazer sua medida, ou seu cálculo. Ter em mãos uma boa estimativa,
mesmo que de uma ordem de magnitude somente, nos permite ter uma ideia se um dado
experimento (ou quem sabe um negócio) é, ou não, factível. Observe que o sentimento
intuitivo das dimensões ou magnitudes das grandezas físicas pode ser útil. Por exemplo, (a)
quando falamos na grandeza peso, cuja unidade é o Newton, podemos associar o peso de
1 N ao que pesa uma maça de dimensões médias, (b) se você é uma pessoa comum você
caminha 1 km em aproximadamente 12 min, (c) O volume de uma cabeça humana típica
é de aproximadamente 0,005 m3 , (d) uma maça que cai de uma altura de 1 m armazena,
aproximadamente, 1 J de energia (cinética) etc. (KESTEN; TAUCK, 2015).
Em mecânica clássica, as grandezas físicas fundamentais massa, comprimento e tempo
1 Questão Fuvest-SP
12 Capítulo 1. Conceitos Básicos
podem ser estimadas através de noções de quantidade, tamanho e duração, que muitas vezes
tomam como padrões objetos comuns. Ter uma estimativa antes de fazer um experimento
é um bom modo de sabermos se estamos indo no caminho certo. Lembre-se, entretanto,
que uma medida ou cálculo bem realizados serão muito mais confiáveis que qualquer
estimativa grosseira realizada com base em nosso senso comum.
Exercício 1.4 Para cada um dos pares de valores de grandezas, determine qual é o
maior de quanto.
(a) 1 mg, 1 kg
(b) 1 mm, 1 cm
Exercício 1.5 Para refletir: Em que unidade apresentaríamos esta medida se houvés-
semos escolhido o sistema imperial britânico?
O método de medição será determinar quantas vezes a unidade escolhida e suas frações
estão contidas na largura da porta (valor que estamos medindo). Normalmente, as medidas
se apresentam sob a forma numérica. Tais números, que expressam o valor de determinadas
grandezas, irão confirmar ou refutar uma teoria ou contribuir para o desenvolvimento de
um dado trabalho tecnológico. Portanto, realizar uma experiência científica nada mais
é que fazer medições as quais trarão respostas acerca da validade dos modelos físicos
adotados e transcritos em linguagem matemática (FERNANDES, 2013).
É importante notar que toda medida efetuada é afetada por incertezas provenientes
tanto das limitações e exatidão instrumentais, quanto da própria interação entre o método
de medida e o mesurando, além da definição do objeto a ser medido e da influência do
observador sobre a medição. De fato, as informações (quantitativas e/ou qualitativas)
obtidas da natureza através das relações existentes entre os fenômenos observados serão
expressas como grandezas físicas descritas sempre por um número, uma incerteza e
uma unidade. Isto quer dizer que a medição de uma dada grandeza física se faz através de
um número acompanhado de uma unidade ou padrão: em outras palavras, quantas vezes
a unidade (ou padrão) foi tomado na medição. Observe que a unidade é definida pelo
padrão adotado. De fato, uma vez que certa unidade é tomada como padrão, devemos
nos certificar que este padrão não se altere com o tempo, de modo que vamos dispor de
medidas confiáveis e precisas.
Recordemos que existem duas maneiras de se comparar:
1. por contagem
Quando percebemos que o mensurado é maior que o padrão, podemos contar o
número de divisões de escala (menor incremento digital ε) do padrão.
2. por interpolação
Quando percebemos que o mensurado é menor que o padrão (ou o menor incremento
digital ε) ele será expresso por um número único de algarismo não nulo.
Voltaremos a este tópico mais tarde, após revisarmos alguns conceitos importantes para
a total compreensão deste tema.
b) 0,052 cm/1,112 s;
c) 10,56 m × 36 cm.
2. Erros
Uma grandeza física experimental pode ser entendida como qualquer grandeza física
cujo valor é determinado a partir de um conjunto de dados experimentais(VUOLO, 1996).
Tal grandeza deve, portanto, ser determinada a partir de medição e seu resultado é sempre
uma aproximação para o valor verdadeiro da grandeza. Entretanto, nenhuma grandeza
física pode ser medida com certeza perfeita; sempre haverá erros em qualquer medição.
Isto significa que se medirmos uma dada grandeza e, então, repetir a mesma medição
sob as mesmas condições, iremos certamente medir um valor diferente. Como então
podemos saber qual o "verdadeiro valor "de uma grandeza? A resposta curta é: "Não
podemos!"Podemos contudo realizar nossas medidas com muito cuidado e aplicar métodos
experimentais cada vez mais refinados e sofisticados, para assim diminuir os erros e ganhar
maior confiança de que nossas medidas se aproximam cada vez mais do "verdadeiro valor".
Análise de Erros é o estudo das incertezas em medidas físicas. Observe que uma
descrição completa deste tema iria requerer muito mais tempo do que dispomos neste
curso, sendo assim vamos nos ater aos princípios mais básicos e fundamentais:
• Compreender como medir o erro de uma medida experimental
• Compreender os tipos e fontes de erros experimentais
• De forma clara e correta, saber como reportar as medidas, levando em consideração
suas incertezas
Os objetivos da teoria dos erros podem ser resumidos em dois aspectos: a) obter o
melhor valor para o mensurando1 a partir dos dados experimentais disponíveis; b) Obter a
incerteza no melhor valor obtido.
Com respeito ao uso da palavra erro, Taylor (2012) esclarece que:
crucial de se conhecer quão grande são as incertezas associadas a uma medida. Esta ”
A Fig. 2.1, extraída do livro do (TAYLOR, 2012), ilustra claramente a importância
figura ilustra o resultado das medidas de densidade, realizadas por dois especialistas, para
verificar se uma coroa é feita de ouro 18-quilates ou por uma liga mais barata. Seguindo o
princípio de Arquimedes, a densidade ρ da coroa foi testa, tendo presente que a densidade
do ouro é ρouro = 15, 5 g/cm3 e a densidade da liga que suspeitamos a coroa pode ser
feita é de ρliga = 13, 8 g/cm3 . O especialista Jorge fez uma medida rápida e relatou sua
estimativa para a densidade da coroa como sendo 15 g/cm3 , estando quase que certamente
entre 13,5 e 16,5 g/cm3 . Enquanto isto, a especialista Marta levou mais tempo realizando
suas medidas, e informou que a melhor estimativa é de 13,9g/cm3 , estando dentro de um
provável intervalo de 13,7 e 14,1 g/cm3 .
Com respeito a estes resultados, é importante notar que embora a medida de Marta
seja muito mais acurada (???), a medida de Jorge também está provavelmente correta.
Entretanto, a incerteza na medida de Jorge é tão grande que seu resultado não tem utilidade,
pois tanto a densidade do ouro quanto da liga estão dentro do seu intervalo de incerteza:
isto impossibilita chegar a uma conclusão sobre o material do qual é feito a coroa! Já o
resultado de Marta mostra claramente que a cora é feita da liga, e não de ouro. Isto nos leva
a concluir que se as incertezas nos resultados vão servir para tomarmos uma decisão, elas
não podem ser tão amplas. Por outro lado, elas tampouco necessitam ser extremamente
pequenas. Este é um exemplo típico no qual não necessitamos de uma acurácia extrema.
Outro ponto importante é lembrar que precisamos sempre justificar o intervalo de
valores dentro do qual está contido nosso resultado. Não podemos simplesmente declarar
nossas incertezas esperando que o outro confie no que estamos dizendo. Lembre-se: sem
uma explicação de como a incerteza foi estimada, a declaração é quase inútil (TAYLOR,
2012).
Observe que o mais importante sobre as medidas apresentadas por Jorge e Marta foi a
inclusão da declaração confiável de suas incertezas. Se não tivéssemos esta informação, não
somente seríamos incapazes de chegar a uma conclusão válida, como também poderíamos
ser levados ao engano, dado que o resultado de Jorge (ρcoroa = 15 g/cm3 ) sugere que a
coroa é feita de ouro 18-quilate, ou seja, genuína.
através de procedimentos muito fáceis. Vamos ilustrar tais situações através do seguinte
exemplo.
Exemplo 2.1 — Medição usando uma escala com marcações. Realizar uma
medida usando uma escala com marcações (confiáveis), como por exemplo a régua ou o
voltímetro da Fig. 2.2, apresenta como problema principal decidir onde um certo ponto
recai em relação às marcas da escala usada. No caso da régua por exemplo as marcas estão
separadas por 1 mm; olhando para a mesma podemos afirmar com razoável certeza que o
comprimento do lápis é mais próximo de 36 mm do que de 35 mm ou 37 mm. Podemos
ainda estar seguros de que nenhuma outra leitura é possível de ser feita, isto quer dizer que:
(a) melhor estimativa = 36 mm (b) intervalo possível: 35,5 a 36,5 mm. (O comprimento do
lápis foi medido com referência ao milímetro mais próximo da régua.)
Observe que existe uma convenção de que a declaração "l = 36 mm", sem qualquer
incerteza explícita, significa de fato que l está mais próximo de 36 do que de 35 ou de 37, ou
seja, 35,5 mm 6 l 6 36,5 mm. É sempre recomendado indicar as incertezas explicitamente.
Além disto, é preciso ter cuidado com o uso das calculadoras eletrônicas e planilhas de
computador (tipo Excel, por exemplo), que muitas vezes nos dão como resultados números
que possuem muitos algarismos significativos. Se expressarmos nosso resultado tal qual
nos foi entregue por estas máquinas, então estamos assumindo que nosso resultado/cálculo
está definitivamente correto até aquele número de algarismos significativos, o que é muito
improvável.
Com respeito a leitura da escala do voltímetro, observamos que está muito mais
espaçada que a régua, o que nos permite estimar realisticamente onde o ponteiro recai
entre as duas marcas. Neste caso, uma leitura razoável seria de (a) melhor estimativa da
voltagem = 5,3 volts, (b) intervalo possível: 5,2 e 5,4 volts. Ou seja, usamos para estimar
as posições um processo que chamamos interpolação.
Sempre que possível, devemos realizar várias medidas da mesma grandeza3 , conser-
vando as mesmas condições experimentais. Normalmente, estes valores irão diferir entre”
si, ou seja, haverá uma dispersão nos resultados das medidas. A partir deste conjunto de
medidas, devemos dispor de modos para obter a melhor estimativa para o "verdadeiro valor
"da grandeza que estamos medindo, ou seja, um M. Se o conjunto de medidas efetuadas
apresentarem uma baixa dispersão, ou seja, se os valores medidos não se afastarem muito
uns dos outros, é natural que M esteja muito próximo do "verdadeiro valor "M0 . Quando
esta dispersão é alta, o grau de confiança com que adotamos a melhor estimativa é pequeno.
Portanto, sempre que apresentamos um valor para M devemos apresentar também o grau
de confiança que temos neste resultado. Considere o intervalo de valores ao redor de M
2 Aquise faz exceção às grandezas exatas, por definição.
3 Observe que há situações em que apenas se pode realizar uma medida. Por exemplo, no caso de
acontecimentos astronômicos ou de experiências de elevado custo, complexidade ou duração.
24 Capítulo 2. Erros
m = (M ± δ M) unidade
.
Podemos definir esta incerteza no valor de M como uma indicação de quanto esta
melhor estimativa M pode diferir do valor verdadeiro do mensurando, em termos de
probabilidade. Observe que no formalismo de teoria de erros, o valor verdadeiro M0 é
desconhecido, de tal forma que o erro δ M também é uma quantidade desconhecida, por
hipótese.
Definição 2.3.1 Em geral, o resultado de qualquer medição de uma dada grandeza x é
expresso como
Exceção: Se o dígito líder da incerteza δ x for igual a 1, é melhor manter dois dígitos
significativos para δ x. O mesmo pode ser aplicado para o caso em que o dígito líder é 2,
mas não maior que isto.
Esta regra é clara por si mesma. Considere a seguinte medida da aceleração da gravidade
g:
(g medido) = 9, 82 ± 0, 02 m/s2
Agora considere a exceção feita à regra 2.4.1. Considere que encontrou-se δ x = 0, 14
após os cálculos apropriados para determinar a incerteza. Se a arredondarmos para δ x = 0, 1
estaremos proporcionando uma redução significativa, pelo que matemos o resultado da
incerteza com os dois dígitos já que a precisão será maior.
Regra 2.4.2 — Declaração de respostas. O último dígito significativo em uma resposta
deve geralmente ser da mesma ordem de magnitude (na mesma posição decimal) que a
incerteza.
Por exemplo, se temos uma medida cujo resultado é 92,81 com uma incerteza de 0,3
devemos então arredondar a mesma, e escrevê-la como 92, 8 ± 0, 3. No mesmo caso, se
a incerteza for igual a 3, então devemos apresentar nosso resultado como 93 ± 3. Caso
tenhamos 30 de incerteza, então devemos escrever nossa medida como 90 ± 30.
Aqui um observação importante é preocupar-se de reduzir as imprecisões decorrentes de
arredondamentos, portanto quaisquer números que serão usados em cálculos subsequentes
devem normalmente preservar, pelo menos, um dígito significativo a mais do que na sua
concepção final (TAYLOR, 2012). Ao final dos cálculos, o resultado deve ser arredondado
para remover estes algarismos extras. Obviamente, se o dígito líder na incerteza for pequeno
(1 ou talvez 2) podemos então manter o dígito extra na resposta final, já que neste caso isto
é apropriado pois arredondar a resposta pode levar a perda de informação. Por exemplo,
se temos como resposta 3, 6 ± 1, escrevê-la como 4 ± 1 talvez não seja o mais adequado.
Conserve com seu professor sobre que abordagem ele prefere nestes casos.
Observe que a nomenclatura sobre metrologia e as regras básicas sobre incerteza vem
sendo discutidas nos últimos anos por especialistas indicados por diversas organizações
internacionais (BIPM, ISO, IUPAC, IUPAP, IEC, OIML ) tendo sido inclusive publicadas
em dois textos de referência (GUM, 2012; VIM, 2012).
2.5.1 Discrepância
Discrepância é a diferença entre dois valores de medidas de uma mesma grandeza. A
discrepância entre duas medidas pode ser significativa ou não. Isto é ilustrado na Fig. 2.3.
A discrepância entre duas medidas de uma mesma grandeza deve ser avaliada por quão
grande ela é quando comparada com as incertezas das medidas.
Figura 2.3: (a) Duas medidas de uma mesma resistência. Cada medida inclui a melhor
estimativa, ilustrada por um ponto escuro, e um intervalo de valores prováveis, ilustrado por
uma barra vertical de erro. A discrepância (diferença entre as duas melhores estimativas) é
10 ohms e é significativa por que ela é muito maior do que a combinação das incertezas das
duas medidas. Quase certamente, pelo menos um dos experimentos cometeu um erro. (b)
Duas medidas diferentes da mesma resistência. A discrepância é novamente 10 ohms, mas,
neste caso, é insignificante por que as margens de erro declaradas se interceptam. Não há
razão para duvidar de qualquer uma das medidas (embora elas possam ser criticadas por
serem um tanto imprecisas). Fonte: Reprodução na íntegra da Figura 2.1 de Taylor (2012).
Figura 2.4: Ilustração dos conceitos de precisão e exatidão enquanto conceitos independen-
tes. Cada coluna (A, C e B, D) tem a mesma precisão e cada linha (A, B eC, D) tem a mesma
exatidão. Créditos da imagem: http://www.yorku.ca/psycho/en/postscript.asp
28
Figura 2.5: a) Preciso mas inexato; o gráfico de f (t) mostra que o processo de medida é estável mas inexato. b) Impreciso e inexato; o gráfico
de f (t) mostra que o processo de medida é instável e inexato. c) Impreciso mas exato; o gráfico de f (t) mostra que o processo de medida apesar
de instável é exato. d) Exato e preciso; o gráfico de f (t) mostra que o processo de medida de f é tanto estável quanto exato ao longo do tempo.
Crédito da Imagem: http://www.cqeacademy.com/cqe-body-of-knowledge/product-process-control/measurement-systems/
Capítulo 2. Erros
2.6 Tipos de Erros 29
Geralmente, os erros são classificados de acordo com a influência que possuem sobre as
medições em:
• Erros Grosseiros — Ocorrem por falta de atenção, pouco treino ou falta de perícia
do operador. Por exemplo, uma troca de algarismos ao registar um valor lido. São
geralmente fáceis de detectar e eliminar.
• Erros Sistemáticos — São chamados assim os erros que afetam o sistema sempre do
mesmo modo,
ou seja, ocorrem e conservam em medidas sucessivas o mesmo valor e sinal. Os erros
sistemáticos Por exemplo, o posicionamento do "zero"da escala incorreto vai afetar
todas as leituras feitas com este instrumento. Estes erros devem ser compensados ou
corrigidos convenientemente
, devendo ser estudados para cada caso particular.
– Erros sistemáticos instrumentais
(a) Calibração (temperatura e desgaste),
(b) Qualidade do instrumento de medida,
(c) Ajuste do zero.
– Erros sistemáticos teóricos
(a) Modelo teórico,
(b) Equações teóricas ou empíricas.
– Erros sistemáticos ambientais
(a) Temperatura,
(b) Pressão,
(c) Umidade,
(d) Aceleração da gravidade,
(e) Campo magnético terrestre.
– Erros sistemáticos devido a falhas de procedimento do observador
(a) Efeito de paralaxe (não alinhamento correto entre o olho do observador, o
ponteiro indicador e a escala do observador),
(b) Tempo de reação do ser humano (0,7 s).
• Erros Aleatórios ou acidentais — Este tipo de erro está associado à variabilidade
natural dos processos físicos, levando a flutuações nos valores medidos. São impre-
visíveis, devendo ser abordados com métodos estatísticos adequados.
Os erros acidentais ocorrem devido a causas diversas e incoerentes, assim como a
causas temporais que variam durante a observação (ou em observações sucessivas),
escapando assim a uma análise dado sua imprevisibilidade. Suas principais fontes
são:
– instrumentos de medidas
– variações das condições ambientais (pressão, temperatura, umidade, fontes de
ruídos)
– fatores relacionados com o próprio observador, flutuações de visão e audição,
paralaxe.
Observe que este tipo de erro tende a se neutralizar quando o número de medidas ou
30 Capítulo 2. Erros
Tabela 2.1: Relação entre os conceitos de erros e o modo como eles são quantificados.
Conceito Medida Quantitativa
Exatidão Incerteza
Precisão Erro Aleatório
Veracidade Erro Sistemático
De fato, pode-se afirmar que a ilustração clássica que representa a exatidão e precisão
em termos de um padrão de dardos num alvo já não descreve corretamente a exatidão, uma
vez que esta refere-se a uma combinação de erros sistemáticos e aleatórios, não somente a
erros sistemáticos. Assim, uma análise cuidadosa da Fig. 2.6 lhe dará uma melhor ideia de
qual deve ser seu objetivo ao realizar uma medição.
Podemos falar em erros absolutos, relativos ou percentuais dependendo do modo como
eles são calculados.
média de um número infinito de valores de medições repetidas e o valor de uma quantidade de referência.
7 Usado na presença de valores muito pequenos, tipicamente em laboratórios onde se efetuam medições
de elevado grau de rigor, como por exemplo nos laboratórios de calibração. É interessante notar que esta
2.7 Medida direta de uma grandeza física 31
Figura 2.6: O significado e a inter-relação dos termos precisão e exatidão levando também
em consideração a veracidade da medida, usando a analogia dos dardos em um alvo.
Observe que aqui se pode ver também os conceitos de erro (distância de cada ponto ao
centro do alvo) e de viés (ou seja, uma componente do erro que varia de uma forma
predizível). Fonte: Royal Society of Chemistry (2003).
Definição 2.6.3 — Partes por milhão. Seja x a melhor estimativa de nossa grandeza
e δ x seu erro absoluto, então
δx
εr = × 106 ppm
x
1 N
x̄ = ∑ xi
N i=1
Observe que a notação sigma foi introduzida aqui; supomos que você já a tenha
aprendido nas suas aulas de cálculo, mas relembrando ela nos diz que:
N
∑ xi = ∑ xi = ∑ xi = x1 + x2 + · · · + xN .
i=1 i
Consideramos que todos vocês já estejam familiarizados com o conceito de média.
Chamamos de desvio δi a diferença entre cada valor obtido xi e a média das N medidas,
ou seja,
δi = xi − x̄
Observe que estes valores podem ser tanto positivos quanto negativos. Podemos definir
o desvio médio absoluto δ , que é dado pela média aritmética dos valores absolutos dos
desvios δi , isto é
1 N
δ = ∑ |δi |
N i=1
Utilizamos o desvio médio absoluto quando há erros sistemáticos ou quando não temos
certeza da minimização dos mesmos. Neste caso, a medida da grandeza x será dada por
x̄ ± δ .
Assim na definição 2.3.1 o valor da incerteza δ x pode ser tanto o desvio médio absoluto
δ quanto o desvio avaliado pelo próprio instrumento utilizado. O mais apropriado será o
maior dos dois ou a incerteza combinada de ambos. Converse com seu professor sobre isto.
Outra forma de representar o desvio é a utilização do desvio padrão ou desvio mé-
dio quadrático, uma medida da dispersão estatística dos valores da grandeza medida.
Voltaremos a este tema na Sec. 2.9.
Exercício 2.5 Durante uma experiência de laboratório, foram obtidos os seguintes
resultados da medida do comprimento L de um dado objeto, usando uma régua graduada
em centímetros:
com cálculos entre grandezas diferentes. São ditas provisórias porque existe regras mais
precisas para lidar com ambos os casos descritos.
Regra 2.8.1 — Incerteza em uma diferença. Seja x ± δ x e y ± δ y. Se queremos calcu-
lar a diferença q = x − y, então a incerteza em q é a soma das incertezas em x e y:
δq ≈ δx+δy
δq δx δy
≈ +
|qmelhor | |xmelhor | |ymelhor |
q = x + · · · + z − (u + · · · + w)
δq ≈ δx+···+δz+δu+···+δw
Isto quer dizer que quando se adiciona ou subtrai qualquer quantidade de grandezas, as
incertezas dessas grandezas sempre se adicionam para gerar a incerteza do resultado da
adição ou subtração realizada.
Regra 2.8.4 — Incerteza em produtos e quocientes. Se várias grandezas x, · · · , w são
medidas com pequenas incertezas δ x, · · · , δ w e os valores medidos são utilizados para
calcular
x×···z
q= ,
u×···w
então a incerteza fracionária no valor calculado de q é a soma de todas as incertezas
fracionárias, isto é,
δq δx δz δu δw
≈ +···+ + +···+
|q| |x| |z| |u| |w|
Em outras palavras, quando grandezas que possuem incertezas pequenos são multipli-
cadas ou divididas, as incertezas fracionárias se somam.
Regra 2.8.5 — Caso Especial: Medida da grandeza vezes um número exato. Seja
x ± δ x a medida de uma dada grandeza. Seja B uma constante, portanto sem incerteza. Ao
calcularmos o produto
q = Bx
a incerteza em q é exatamente |B| vezes a incerteza em x,
δ q = |B|δ x.
34 Capítulo 2. Erros
q = xn
δq δx
=n .
|q| |x|
q = x + · · · + z − (u + · · · + w).
δq ≤ δx+···+δz+δu+···+δw
Em qualquer situação,
δq δx δz δu δw
≤ +···+ + +···+
|q| |x| |z| |u| |w|
Observe que se q(x) for complicada e caso você tenha escrito um programa para
calcular q(x) muitas vezes será mais fácil utilizar a fórmula equivalente,
δ q = |q(xmelhor + δ x) − q(xmelhor )|
δq δx
= |n| .
|q| |x|
∂q ∂q
δq ≤ δx+···+ δ z.
∂x ∂z
x1 + x2 + · · · + xN ∑ xi
xmelhor = x̄ ≡ =
N N
O desvio padrão de um conjunto de N medidas é uma estimativa da média da incerteza
nas medidas x1 , · · · , xN . Denotamos este número por σx . Ele é dado pela seguinte equação:
s
1 N
σx = ∑ (xi − x̄)2
N i=1
(2.1)
36 Capítulo 2. Erros
Observando esta definição vemos que o desvio padrão é a raiz média quadrática (RMS –
do inglês, root mean square) dos desvios das medidas x1 , · · · , xN . O desvio padrão é uma
maneira de grande utilidade para caracterizar a confiabilidade das medidas. Em alguns
livro-texto você encontrará uma definição alternativa para o desvio padrão, que substitui
o fator N por (N − 1). A argumentação teórica para tal substituição foge do escopo deste
texto.
Se realizarmos uma única medição a probabilidade de que o resultado esteja dentro de
σx é de 68 % do valor correto (veja TAYLOR, 2012). Portanto, podemos adotar que σx é a
incerteza associada a essa única medição de x; ou seja,
δ x = σx .
Observe que quanto maior for a medida do desvio padrão, maior é a dispersão dos
valores da grandeza medida. Além disto somente podemos usar o desvio padrão como
incerteza de nossa medida se os erros sistemáticos forem minimizados ou eliminados.
ii. Curvas
(b) Superfícies
i. Colunas
ii. Barras
iii. Histogramas
iv. Setores
2. Cartogramas
3. Organogramas
4. Estereogramas (sólidos)
38 Capítulo 3. Representações gráficas
5. Harmogramas ou Fluxogramas
A opção por um dado tipo de gráfico vai depender da análise que iremos realizar com
nossos dados pois podemos ter situações em que um certo tipo é mais adequado que outro.
Em física experimental, os gráficos mais utilizados são do tipo diagrama ou linha, como
mostrado na Fig. 3.1.
Um gráfico é, portanto, a representação visual da relação entre duas variáveis x e y, em
que y = f (x). Usamos gráficos porque através deles é mais fácil identificar tendências nos
dados que coletamos em laboratório, bem como interpretá-las corretamente. Além disto,
em um gráfico podemos dispor de uma grande quantidade de informação em um pequeno
espaço.
Em física experimental, os gráficos têm três usos principais:
1. Ajudar na determinação do valor de uma quantidade qualquer. Observe que
este é um uso pouco relevante, pois na prática o que estamos utilizando são os valores
numéricos dos pontos indicados. A utilização do gráfico em si para determinar a
inclinação somente se dar quando desenhamos a melhor reta através dos pontos a
olho, que é um método muito grosseiro, embora não se deva desprezar, mas que deve
ser usado somente quando se quer fazer uma estimativa inicial, ou quando este valor
de inclinação não tem grande importância no resultado final.
2. Ajudar visualmente. Este uso é muito mais importante, pois muitas vezes olhando
somente para os números em uma tabela é muito difícil, senão impossível, observar
qualquer relação entre suas variáveis; quando entretanto os números são postos
em um gráfico, alguns resultados são imediatamente aparentes. Assim, mostrar os
resultados na forma gráfica é sempre grande ajuda para ver o que está acontecendo
com nossos dados.
18
16
14
Velocidade [cm/s]
12
10
2
∆t = 0, 01s
1
4 25 3 6 7 8 9 10
Tempo [s]
Figura 3.1: Exemplo de uma gráfico científico padrão, com suas principais componentes
destacadas.
3.1.3 Eixos das variáveis com seus respectivos nomes, escalas e unidades
Os eixos de um gráfico devem ser sempre desenhados, contendo explicitamente o nome
da variável que representa (ou seu símbolo, caso em que deve ser explicado na legenda).
Também é obrigatória a presença da escala de leitura utilizada e a unidade correspondente.
40 Capítulo 3. Representações gráficas
Uma escala pode ser representada por qualquer trecho de curva, marcada por pequenos
traços que representam os valores ordenadas de uma dada grandeza. São exemplos de
escalas: o mostrador de um relógio, de um medidor de combustível, de um voltímetro e,
claro, os eixos de um gráfico.
Saber escolher a escala para os eixos é essencial para uma boa representação gráfica: a
regra prática consiste em dividir a faixa de variação da variável a ser colocada no gráfico
pelo número de divisões principais disponíveis; arredondando-se para um valor superior e
de fácil leitura, tais como 1, 2, 5 unidades e seus múltiplos e sub-múltiplos desses valores.
Observe que a escolha de blocos de divisões de valores 3,7,11,... e seus múltiplos são
de difícil leitura (apresentam dificuldade de interpolar os pontos, por exemplo) devendo,
portanto, ser evitados. Já as escalas com divisão 6,12,15, ... não são recomendadas por
serem também múltiplos de 3; o mesmo se aplica as escalas que são simultaneamente
múltiplas de 2 ou 5 ou de quaisquer outro valor não recomendado.
Para construção da escala, um procedimento a ser adotado é primeiramente fazer a
razão entre a máxima variação da grandeza em questão ∆W e o espaço disponível em folha
L, ou seja, o módulo de escala λ é dado por:
|Wn −W1 |
λ= (3.1)
L
Adotamos então o valor inteiro mais próximo de λ . Em papel milimetrado você encontrar
valores de 280 mm ou 180 mm para L, uma vez que este tipo de papel vem com folhas de
280mm no eixo vertical e 180mm no eixo horizontal. Obviamente, podemos usá-lo tanto
nesta posição, ou seja, retrato quando invertendo os eixos para obter a posição paisagem.
Isto é feito de modo a otimizar a construção do gráfico visando ocupar melhor o espaço
disponível.
Deve-se adotar uma "escala limpa e fácil de ser lida"de modo a que não seja necessário
fazer cálculos para achar a localização dos pontos no gráfico. Aliás, se você precisar
fazer muitos cálculos, algo está inadequado.(COTTA, 2013)
Exemplo 3.1 Através de uma experiência mediu-se a distância percorrida por um corpo
em função do tempo, cujos resultados foram os seguintes (PIACENTINI, 2013):
100.00
80.00
60.00
x (cm)
40.00
20.00
0.00
0.0 5.0 10.0 15.0 20.0 25.0
t (s)
∆tmáx 25, 00 − 5, 00
λx = = = 1, 1111111
L 18
Arredonda-se o resultado acima para 2, já que devemos seguir a norma estabelecida
anteriormente.
2,0 unidade de tempo : 1,0 cm do papel
Uma vez que definimos as escalas corretas, podemos agora proceder para o desenho
do gráfico em papel milimetrado, obtendo resultado conforme Fig. 3.2.
A escala usada em um eixo é totalmente independente da escala usada no outro.
Fique atento para o fato de que a escala de um gráfico não deve necessariamente
começar na origem (0, 0), mas sim abranger a faixa de variação que as variáveis a serem
representadas possuem. Por conveniência, os limites da escala costumam ser escolhidos
de tal modo a que correspondem a um número inteiro de divisões principais. Os valores
correspondentes a cada uma destas divisões principais devem ser escritos de modo legível.
Se você está fazendo seu gráfico em papel gráfico comum, cuidado com sua caligrafia.
Quando for usar um programa de computador para fazê-lo, tenha atenção com o tamanho
da fonte escolhida.
Outro aspecto importante é a escolha da unidade em que a variável será apresentada:
a unidade deve ser escolhida de tal forma que minimize o número de dígitos utilizados
na divisão principal. Imagine, por exemplo, um gráfico que apresenta medidas de massa
que vão desde 1 g até 1850 g. Você não acha que seria melhor representar estes dados
em kg? A regra prática neste caso é usar no máximo até três dígitos para representar os
valores das variáveis nos respectivos eixos. Casos em que se tem mais que 3 dígitos, usa-se
potências de 10 na expressão das unidades, simplificando a escala e facilitando a leitura
42 Capítulo 3. Representações gráficas
0 1 2 3 4 5 6 7 0 2 4 6 8 10 12 14 16
t(s) x(m)
(a) (b)
0 20 40 60 80 100
m (g)
(c)
Neste curso, você irá usar papel gráfico para compor suas figuras a partir dos dados
coletados nos experimentos. É importante saber usar este tipo de papel. Voltaremos a falar
deles na Sec. 3.2.2.
Nas experiências de física é frequente o estudo dos valores de uma dada grandeza y
em função da variação nos valores de outra grandeza x, ou seja, temos y = f (x). Lembre-
se, portanto, que a variável dependente deve estar sempre no eixo das ordenadas (eixo
vertical - y) e a variável independente no eixo das abscissas (eixo horizontal - x). Em
suas experiências, você deve ser capaz de identificar quem são as variáveis dependentes e
independentes.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1011121314151617 0 3 6 9 12 15 18 21
t(s) t(s)
(a) (b)
(c) (d)
Figura 3.4: Alguns exemplos de eixos de gráficos desenhados incorretamente. De cima
para baixo temos os seguintes problemas: a) Escala comprimida, b) escala múltipla de 3,
que deve ser evitada; c) pontos experimentais escritos nos eixos e d) escala expandida.
um símbolo que não deixe dúvidas sobre o referido ponto, nem se confunda com eventual
imagem de fundo no papel usado. Se no seu gráfico existem dois conjuntos de pontos a
serem representados (por exemplo, medidas de velocidade feitas a diferentes alturas de lan-
çamento) você deverá usar dois tipos de símbolos, facilmente distinguíveis, para representar
cada conjunto. São exemplos de símbolos: #, , , , 7, D, A, 4, C, , F, ♦, C, , etc.
20
15
v (cm/s)
10
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
t (s)
Figura 3.5: Exemplo de gráfico mal feito, pois os pontos foram ligados um a um.
Exercício 3.1 Identifique nos gráficos apresentados nas Fig. 3.6 e Fig. 3.7 quais os
problemas que eles apresentam em sua construção, se houver.
3.1 A construção e interpretação de gráficos 45
Velocidade de Queda de um Corpo Velocidade de Queda de um Corpo
50 25
Velocidade (cm/s)
melhor ajuste
40 20
30 Velocidade (cm/s) 15
melhor ajuste
v (cm/s)
v (cm/s)
20 10
10 5
0 0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
t (s) t (s)
20
15
v (cm/s)
10
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
t (s)
Figura 3.6
30
20
v (cm/s)
v (cm/s)
10
10
−10 0
−4 −2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 3 6 9
t (s) t (s)
Figura 3.7
Tabela 3.1: Força eletromotriz induzida em uma bobina V , dada em milivolts e sua
respectiva posição dentro de um solenoide, X, dada em centímetros.
X(cm) V(mV)
0 9,41
1 9,41
2 9,24
3 8,74
4 7,39
5 5,38
6 3,36
7 2,02
8 1,34
2. Se tal relação existe, podemos deduzir uma lei matemática simples que a reproduza
analiticamente?
Estas duas vertentes estão completamente relacionadas, sendo duas caras de um mesmo
problema. Se formos capazes de encontrar uma lei matemática que conecte certas variáveis
de um sistema é evidente que as mesmas guardam algum tipo de relação entre si.
De acordo com o que temos discutido até aqui, você já deve ter percebido que a
representação gráfica de um fenômeno físico se dá através de uma curva. Embora as infor-
mações fornecidas por um gráfico possam ser obtidas de várias formas, vamos necessitar
geralmente desta curva para nos auxiliar a obter tal informação.
Y = β + αX (3.2)
em que β é o chamado coeficiente linear da reta, sendo determinado pelo seu ponto de
intersecção com o eixo das ordenadas e α é o coeficiente angular da reta, diretamente
relacionado à inclinação da mesma.
Em física experimental, vamos nos deparar frequentemente com o problema de determi-
nar os estimadores a e b dos coeficientes α e β , respectivamente, que melhor representam
a relação linear entre duas variáveis X e Y , conforme dado pela Eq. 3.2, a partir de um
conjunto de valores medidos (xi , yi ) em que i = 1, 2, .... N. Este problema é resolvido
através do procedimento de Mínimos Quadrados, que no caso particular de uma função
linear chama-se regressão ou ajuste linear. Existe vasta e detalhada literatura sobre este
método, consulte seu professor para que ele lhe indique alguma. Aqui vamos nos focalizar
no caso mais simples que é o da regressão linear.
Existe fórmulas prontas para encontrar estes estimadores a e b, para situações em que
β = 0 e β 6= 0 (veja Tab. 3.2). O primeiro passo ao utilizar uma fórmula é saber qual sua
validade, portanto verifique sempre se as condições de validade da fórmula de ajuste de
mínimos quadrados ou de regressão linear que pretende usar são tais que se aplicam ao seu
experimento. Ao longo de sua vida acadêmica verá que muitos programas gráficos para
computadores já incorporam algoritmos de ajuste linear. Embora um software deste tipo
seja muito conveniente, devemos sempre saber antes de usá-lo que algoritmo ele utiliza
para fazer seus cálculos, para não correr o risco de aplicá-lo a uma situação onde o mesmo
não tem validade.
48 Capítulo 3. Representações gráficas
Tabela 3.2: Estimadores para o caso dos yi com o mesmo desvio padrão. As somató-
rias indicam soma de i = 1, 2, ..., N. Tabela reproduzida na íntegra de (BRITO CRUZ;
FRAGNITO, 1997).
Aqui não iremos nos atear ao método dos mínimos quadrados, mas vamos descrever
um método rápido para estimarmos os parâmetros de uma reta. Tal método é aconselhável
quando não temos a nossa disposição material mais sofisticado que um lápis, papel e uma
régua (transparente, preferencialmente). Quando dispomos de um computador, já vimos
que existem softwares que realizam cálculos estatísticos que nos entregam os resultados
prontos. Tais ferramentas serão usadas nos cursos de laboratório de física vindouros.
Figura 3.8: Método gráfico para determinar os coeficientes da reta e seus desvios. As
barras de erro são menores que o tamanho do símbolo de cada ponto experimental. Figura
reproduzida na íntegra de (BRITO CRUZ; FRAGNITO, 1997)
50 Capítulo 3. Representações gráficas
Para ilustrar o método vamos considerar os dados representados na Fig. 3.8. Para
simplificar as coisas nos limitaremos ao caso em que todos os pontos tem o mesmo peso.
Siga os passos abaixo.
1. Estime o centro de gravidade dos pontos (x̄, ȳ). As retas vertical e horizontal que
passam por este ponto divide o gráfico em quatro quadrantes. No exemplo da Fig. 3.8
os dados estão, aproximadamente, metade no quadrante 3 e metade no quadrante 2.
3. Gire a régua em torno do ponto (x̄, ȳ) até que 50% dos pontos de cada quadrante
estejam por cima, e 50% por abaixo da régua. (Note que mais de uma reta satisfazem
esta condição e você deve escolher uma média.) Trace a reta média. A equação
desta reta será y = ax + b.
4. Apoie novamente a régua no lápis e gire-a em torno do ponto (x̄, ȳ) até deixar,
aproximadamente, 16% dos pontos de cada quadrante abaixo e 84% acima da régua.
A equação desta reta é y = ȳ + amin (x − x̄). A inclinação desta reta representa a
inclinação mínima, amin , dentro de um desvio padrão. Prolongando esta reta até
cortar o eixo x = 0, o ponto de interseção determina bmax .
5. Agora gire a régua, sempre em torno do ponto (x̄, ȳ), de modo de deixar 16%
dos pontos de cada quadrante acima e 84% abaixo. A equação desta reta é y =
ȳ + amax (x − x̄). Esta reta determina a inclinação máxima, amax , e a sua prolongação
até x = 0, bmin .
Note que na região delimitada pelas retas de inclinação máxima e mínima ficam
aproximadamente 68% dos pontos experimentais, que é consistente com o conceito de
desvio padrão para uma distribuição normal. Se a sua apreciação foi correta, a reta média
(item 3) deve ficar no meio das retas com inclinações mínima e máxima traçadas nos itens
4 e 5. Para determinar os valores de a e b, assim como os erros padrões nestes parâmetros
utilize as equações:
4
102
3
2
101
1
0 100
0 1 2 3 4 5 0 1 2 3 4 5
Papel log-log
103
102
101
100 0
10 101 102 103
Figura 3.9: Esboço dos tipos de papel gráfico mais comumente usados no laboratório de
física para construção de gráficos de linhas.
Há duas razões principais para que usemos escalas logarítmicas em gráficos. A primeira
52 Capítulo 3. Representações gráficas
ocorre quando estamos lidando com inclinação em direção a grandes valores (em estatística,
esta inclinação recebe o nome de obliquidade ou assimetria; em inglês skewness), isto
é, aqueles casos em que um ou alguns pontos são muito maiores do que a maior parte
dos dados. A segunda ocorre quando queremos mostrar variações percentuais ou fatores
multiplicativos.
Relembrando matemática básica de seus tempos de escola, logaritmos são apenas
uma outra maneira de escrever equações exponenciais, uma que lhe permite separar o
expoente de um lado da equação. A equação 24 = 16 pode ser reescrita como log2 16 = 4,
pronunciada como "log de 16 na base 2 é 4". É útil lembrar que o log é o expoente, neste
caso, "4". A equação y = logb (x) significa que y é a potência ou expoente ao qual b é
elevado para obtermos x. A base comum para escalas logarítmicas é a base 10. No entanto,
outras bases também são úteis. Enquanto uma base de dez é útil quando os dados variam
em várias ordens de grandeza, uma base de dois é útil quando os dados têm um intervalo
menor.
2. Queremos linearizar uma curva, como por exemplo uma variação exponencial.
Papel monolog
Imagine que estamos estudando um fenômeno físico no qual existe uma relação
exponencial entre suas variáveis. Isto é,
y = aebx (3.5)
em que y e x são, respectivamente, as variáveis dependente e independente enquanto a
e b são constantes. Obviamente, se construirmos o gráfico desta função em um papel
milimetrado a curva obtida não será uma reta. Entretanto, a obtenção de informações a
partir de um gráfico é muito mais fácil quando sua curva é uma reta. Para fenômenos
descritos por equações exponenciais, podemos obter uma reta em um gráfico de duas
maneiras:
3.2 Informações a partir de gráfico 53
Linearização
INSERIR TEXTO AQUI
y = Kxn (3.6)
Isto nos deixa com logaritmos para ambas as variáveis, de modo que se queremos usar
o papel milimetrado devemos calcular os valores destes logaritmos para cada valor
de y e de x. Para facilitar, podemos então usar o chamado papel di-log. Conforme
vemos na Fig. 3.9, o papel di-log é um papel no qual tanto as escalas vertical quanto
horizontal são proporcionais aos logaritmos dos números que elas representam. Estas
escalas também estão divididas em décadas, do mesmo modo que o visto no papel
mono-log.
Linearização
INSERIR TEXTO AQUI
54 Capítulo 3. Representações gráficas
R Para evitar erros ao desenhar seu gráfico, observe as seis regras básicas a seguir ao
fazê-lo:
1. Use lápis e régua;
3. Rotule os eixos;
9. Desenhe uma curva contínua que represente o melhor ajuste aos seus dados;
BRITO CRUZ, Carlos H. de; FRAGNITO, Hugo Luis. Guia para Física Experimental:
Caderno de Laboratório, Gráficos e Erros. [S.l.], 1997. Disponível em: <http://www.
ifi.unicamp.br/~brito/graferr.pdf>.
CABRAL, Paulo. Erros e incertezas nas medições. [S.l.], jul. 2004. Disponível em:
<http : / / professor . ufabc . edu . br / ~jose . azcue / EN2703 / ErrosIncertezas .
pdf>.
COTTA, Eduardo Adriano. Laboratórios de Física Experimental. [S.l.], 2013. Dispo-
nível em: <http://www.optima.ufam.edu.br/Downloads/Manual-Laboratorio.
pdf>.
FERNANDES, Edson Giuliani R. Introdução à Medições em Física Experimental.
[S.l.], maio 2013. Disponível em: <http : / / www . gradadm . ifsc . usp . br / dados /
20131/FFI0180-7/Apostila%20de%20Intr%20Med%20Fis%20Exp%20V1.pdf>.
GUM. JCGM 100: Evaluation of Measurement Data - Guide to the Expression of
Uncertainty in Measurement. [S.l.], 2012.
KESTEN, Philip R.; TAUCK, David L. Física na Universidade para as Ciências Físicas
e da Vida, Volume 1. [S.l.]: LTC, 2015. ISBN 9788521627654. Disponível em: <https:
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LURDES MACHADO, Marina de. Grandezas Físicas e suas medidas. 2014. Disponível
em: <http : / / engcivil . unibrasil . com . br / wp - content / uploads / 2014 / 03 /
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MENDES, Paulo. Física Experimental: como realizar experiências em Física. [S.l.],
maio 1998. Disponível em: <http://figaro.fis.uc.pt/FEXP/>.
PIACENTINI, J.J. Introdução ao laboratório de física. 5. ed. [S.l.]: Ed. da UFSC, 2013.
ISBN 978-85-328-0647-5.
56 BIBLIOGRAFIA
6 Lançamento de Projéteis . . . . . . . . . . 66
6.1 Objetivos
6.2 Materiais utilizados
6.3 Procedimentos experimentais
6.4 Tratamento e análise grá-
fica dos dados experimentais
7 Lei de Hooke . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
7.1 Objetivos
7.2 Materiais utilizados
7.3 Procedimentos experimentais
7.4 Associação de Molas
7.5 Tratamento e análise grá-
fica dos dados experimentais
8 Quadro de Forças . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
8.1 Objetivos
8.2 Materiais utilizados
8.3 Procedimentos experimentais
8.4 Procedimentos experimentais
9 Queda Livre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
9.1 Objetivos
9.2 Materiais utilizados
9.3 Procedimentos experimentais
9.4 Tratamento e análise grá-
fica dos dados experimentais
II
58 Física Experimental 1
10 Forças Coplanares e Vantagem
Mecânica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
10.1 Objetivos
10.2 Materiais utilizados
10.3 Procedimentos experimentais
10.4 Tratamento dos dados experimentais
4. Medidas Direta e Indiretas
4.1 Objetivos
• Familiarizar-se com o uso dos instrumentos de medidas e identificar a precisão de
cada aparelho de medida.
• Medir grandezas físicas utilizando os instrumentos adequados e apresentar correta-
mente os valores medidos de acordo com as regras da Teoria dos Erros.
2. Calcule o volume real dos cilindros e do bloco de madeira e encontre o erro pro-
pagado usando a equação de propagação de erros. Em seguida, expresse o valor
do volume de acordo com a Teoria dos erros e discuta sobre qual dos instrumentos
utilizados apresentam maior precisão..
5.1 Objetivos
1. Estudar o Movimento Retilíneo e Uniforme e o Movimento Retilíneo Uniformemente
Variado.
• 1 (uma) base de sustentação principal com um plano inclinado articulável com escala
de 0° a 45°.
• 1(um) tubo lacrado contendo óleo, uma esfera de aço e bolha.
• 1 (um) imã.
• 1 (um) cronômetro.
• 1 (uma) esfera de aço.
• Fita adesiva.
2. Eleve o plano com inclinação 90 < φ ≤ 5 acima da horizontal e com o auxílio do imã,
posicione a esfera de aço, que está dentro do tubo lacrado contendo óleo, antes da marca
X0 = 0 cm. Libere a esfera e dispare o cronômetro no mesmo instante em que a esfera
passa pela posição X0 = 0 e pare o cronômetro quando a esfera passar pela marca X1 = 10
cm. Repita esta operação mais 4 vezes, para obter uma valor médio do tempo associado a
esse percurso, e também anote os valores obtidos na Tabela 1.1.
4. Mantendo o plano num ângulo de φ , incline o aparto experimental fazendo com que a
bolha de ar atinja a posição X4 = 40 cm. Em seguida, torne a apoiar a plataforma na mesa,
disparando o cronômetro no mesmo em que a bolha passa pela posição X4 = 40. Meça o
tempo necessário para a bolha chegar à posição X0 = 0 e anote o valor obtido na Tabela
1.2. Repita esta operação mais 4 vezes para obter uma valor médio do tempo associado a
esse percurso.
6. Arraste a esfera até a posição X0 = 0 cm e a mantenha nesta posição por meio do imã.
Em seguida, incline novamente a base do plano para conduzir a bolha de ar até a posição
X4 = 40 cm.
2. Discutam, no relatório, quais das grandezas que estão representadas na Tabela 1.1 são
do tipo dependente e independente. Em seguida, construa, em papel papel milimetrado,
um gráfico que relacione a posição da esfera e o tempo de descida. (Atenção! Marque
as coordenadas com suas respectivas barras de erro).
3. Com o auxílio do Método Geométrico (MG), encontre a reta que melhor representa
a correlação entre a posição e o tempo e, posteriormente, a represente no gráfico.
4. Discutam quais são os significados físicos dos parâmetros da reta obtida. Em seguida,
discuta se a forma do gráfico da posição versus tempo é característica do MRU.
Bolha
1. Determine o valor médio e o erro do tempo de subida da bolha no intervalo de de
X0 = 0 cm a X1 = 10 cm, X0 = 0 cm a X2 = 20 cm, X0 = 0 cm a X3 = 30 cm e de X0 = 0
cm a X4 = 40 cm.
3. Com o auxílio do MG, encontre a reta que melhor representa a equação de movimento
64 Capítulo 5. Estudo do MRU & MRUV
4. Discutam quais são os significados físicos dos parâmetros angular e linear da reta
obtida.
Sistema esfera-bolha
1. Discutam, no relatório, o significado físico das coordenadas do cruzamento das duas
retas ilustradas no gráfico da posição em função do tempo. Em seguida, obtenha, através
das equações de movimento, a posição e o tempo teórico de encontro da bolha e da
esfera.
5.4.2 MRUV
1. Determine o valor médio e o erro da velocidade de descida da esfera no intervalo de
X0 = 0 cm a X1 = 10 cm, X0 = 0 cm a X2 = 20 cm, X0 = 0 cm a X3 = 30 cm e de X0 = 0
cm a X4 = 40 cm.
3. Com o auxílio do MG, encontre a reta que melhor representa a equação horária da
velocidade da esfera em função do tempo e a represente no gráfico. Em seguida, discutam
quais são os significados físicos dos parâmetros angular e linear da reta obtida através do
MG.
5. Expliquem os motivos físicos que contribuíram para o alto valor do erro relativo
percentual da aceleração da gravidade obtida nesse experimento.
6.1 Objetivos
1. Estudar o movimento bidimensional no campo gravitacional terrestre.
• Paquímetro.
• Fita métrica.
• Balança digital.
2. Cole a folha de papel carbono sobre a mesa com a parte carbonada voltada para cima
e próxima ao tripé. Em seguida, coloque as folhas de papel seda ou sulfite sobre as
folhas de papel carbono.
3. Utilize o fio de prumo para marcar no papel de seda ou sulfite a posição inicial (X0 )
do lançamento que fica verticalmente abaixo da saída da rampa.
6. Libere a esfera de aço, meça o tempo de queda (tempo de voo) da esfera e, concomi-
tantemente, olhe atentamente a superfície do papel para verificar o ponto do impacto
da esfera com o papel de seda ou sulfite. (Atenção! Evite manter a bobina ligada por
mais de 30 segundos e, além disso, cuide para não deixar a esfera pingar (quicar)
duas vezes sobre o papel, para não confundir com as marcações futuras.)
7. Assinale a primeira marcação com o nº 1 para não confundi-la com as outras que
ainda serão produzidas e meça a distância entre a marca X0 (produzida com o fio
de prumo) e a marca indicada pelo nº 1. Em seguida, anote os valores do tempo de
queda (tempo de voo) e do alcance na Tabela 6.1.
2. Utilizando os valores médios dos alcances e dos tempos de queda (tempos de voo),
construa o gráfico relacionando os pontos experimentais do alcance e do tempo de
queda da esfera com suas respectivas barras de erro e, em seguida, discutam no
relatório se a forma do gráfico é característica do Movimento Retilíneo Uniforme
(MRU).
3. Com o auxílio do Método Geométrico (MG) encontre a reta que melhor representa o
alcance da esfera em função do tempo e a represente no gráfico e, posteriormente,
discuta quais são os significados físicos dos parâmetros da reta obtida através do
MG e verifique o tipo de movimento presente na direção horizontal.
5. Considere que apenas forças conservativas agem sobre esse sistema e obtenha as
expressões das velocidades teóricas (com e sem o movimento de rolamento) da esfera
no momento em que ela abandona a rampa de lançamento (Adote I = 2MR2 /5 para
o momento de inércia da esfera maciça em relação a um eixo que passa pelo seu
centro).
1ª
2ª
3ª
4ª
5ª
Valor Médio
Velocidade Média
(mm/s)
6.4 Tratamento e análise gráfica dos dados experimentais
7.1 Objetivos
1. Medir grandezas físicas utilizando os instrumentos propostos e apresentar correta-
mente os valores medidos de acordo com as regras da Teoria dos Erros.
• Molas helicoidais.
• Conjunto de massas.
• Porta peso para o conjunto de massas.
• Balança digital.
• Tripé com suporte e perfil com escala milimetrada.
• Suportes para associação de molas.
7.3 Procedimentos experimentais 71
2. Pendure uma mola na haste de sustentação e ajuste a régua para obter a posição da
extremidade da mola e, consequentemente, definir o comprimento inicial L0 , em
seguida, anote o valor de L0 na folha de dados.
5. Adicione diferentes massas no porta peso e meça, em cada caso, o valor do com-
primento final. Anote os valores das massas utilizadas, bem como do cumprimento
final na folha de dados. (Atenção! Cuidado para não esticar a mola acima do limite e
provocar deformação permanente na mola)
3. Adicione diferentes massas no porta peso e anote os valores dos comprimentos finais
do sistema de molas em série na Tabela 7.3.
7.4.2 Em paralelo
1. Configure as molas de modo a obter uma “mola composta” formada por duas ou
mais molas em paralelo, conforme está ilustrado na Figura 7.1b.
2. Pendure a mola composta na haste de sustentação e ajuste a régua para obter a posição
da extremidade inferior do suporte para associação de molas e, consequentemente,
defina o comprimento inicial L0 . Anote o valor de L0 na Tabela 7.4.
3. Adicione diferentes massas no porta peso e anote os valores dos comprimentos finais
do sistema de molas em paralelo na Tabela 7.4.
4. Com o auxílio do Método dos Geométrico (MG), encontre a reta que melhor repre-
senta os dados experimentais e a represente no gráfico e discuta se o comportamento
obtido é compatível com a Lei de Hooke.
6. Obtenha o valor teórico das constantes elásticas das molas individuais 1 e 2, bem
como das molas associadas em série e em paralelo.
7. Calcule o erro relativo percentual das constantes elásticas das molas individuais,
assim como das molas associadas em série e em paralelo. Em seguida, discutam os
motivos das possíveis diferenças.
Tabela 7.1: Tabela dos dados coletados com a mola 1.
Mola 1
Comprimento Final (L f )
Massa Elongação Média
(kg) 1ª Medida 2ª Medida 3ª Medida 4ª Medida 5ª Medida Valor Médio ∆L = L f − L0
Comprimento Final (L f )
Massa Elongação Média
7.5 Tratamento e análise gráfica dos dados experimentais
Comprimento Final (L f )
Massa Elongação Média
(kg) 1ª Medida 2ª Medida 3ª Medida 4ª Medida 5ª Medida Valor Médio ∆L = L f − L0
Comprimento Final (L f )
Massa Elongação Média
(kg) 1ª Medida 2ª Medida 3ª Medida 4ª Medida 5ª Medida Valor Médio ∆L = L f − L0
Capítulo 7. Lei de Hooke
8. Quadro de Forças
8.1 Objetivos
1. Medir grandezas físicas utilizando os instrumentos adequados e apresentar correta-
mente os valores medidos de acordo com as regras da Teoria de Erros.
2. Monte o quadro de força com dois dinamômetros com fixação magnética conectado
a um gancho de engate rápido através de um fio de poliamida com anéis, conforme
ilustrado na Figura 8.1.
3. Nomeie os dois dinamômetros e o gancho de engate rápido de ~F1 , ~F2 e ~F3 , respecti-
vamente.
5. Mantenha a posição angular de ~F3 fixa e ajuste as posições dos dinamômetros até
que o centro do anel coincida com o centro do disco com transferidor (posição de
equilíbrio). Em seguida, meça e anote na Tabela 8.2 o ângulo entre ~F1 e ~F2 .
7. Aumente a força ~F3 e encontre as novas posições angular de ~F1 e ~F2 que favorecem
a condição de equilíbrio do sistema. Em seguida, anote os valores obtidos na Tabela
8.2 e represente as forças em um papel milimetrado.
3. Discuta qual a relação entre a posição angular da força peso e da força exercida pelo
dinamômetro.
4. Se as forças não forem coplanares, poderia haver equilíbrio? Justifique sua resposta.
2. Explique qual a relação que a força ~F3 e a força resultante (~FR ) devem possuir para
que o sistema permaneça em equilíbrio.
3. Discuta sobre qual metodologia analítica deve ser utilizada, juntamente com Regra
do Paralelogramo, para obter o módulo da força resultante gerada pelos vetores ~F1 e
~F2 .
4. Utilize a Lei dos cossenos para calcular o módulo da força resultante produzida pelas
forças ~F1 e ~F2 e compare com os valores obtidos no experimento.
9.1 Objetivos
1. Medir grandezas físicas utilizando os instrumentos adequados e apresentar correta-
mente os valores medidos de acordo com as regras da Teoria dos Erros.
3. Com o auxílio da balança digital obtenha as massas das esferas metálicas e anote na
Tabela 9.1.
6. Refaça mais 4 lançamentos usando esta configuração e anote os valores dos tempos
de queda da esfera de menor massa na Tabela 9.1. Em seguida, repita os procedimen-
tos anteriores com diferentes valores de H e anote os resultado obtidos na Tabela
9.1.
3. Analise o perfil dos dados coletados e proponha uma equação experimental que
melhor os representem, em seguida, discuta qual a metodologia que deve ser utilizada
9.4 Tratamento e análise gráfica dos dados experimentais 81
5. Discutam quais são os significados dos parâmetros angular e linear da reta obtida.
10.1 Objetivos
1. Verificar experimentalmente os conceitos de grandeza vetorial através de roldanas
fixa e móvel.
4. Determinar a vantagem mecânica estática real, estática ideal e dinâmica das mon-
tagens denominadas de roldana fixa, roldana móvel, talha exponencial e cadernal
paralelo.
Figura 10.1: Tipos de montagens do aparato experimental: (a) roldana fixa, (b) roldanas
móvel, talha exponencial com (c) duas e (d) três roldanas móveis e (e) cadernal paralelo.
4. Com o auxílio da régua milimetrada, determine a distância dM que deve ser per-
corrida pela força motriz para elevar a carga (força resistente) de uma distância dR
qualquer. Repita esse procedimento mais 4 vezes para obter os valores médios de
dM e dR.
5. Determine o valor médio da menor Força Motriz Dinâmica (FMD ) capaz de imprimir
um movimento uniforme ao sistema. Para isso, realize o seguinte procedimento: com
o dinamômetro preso na parte livre do cordão, levante e abaixe lentamente os pesos
até obter um movimento uniforme no sistema.
2. Determine a distância dM que deve ser percorrida pela força motriz para elevar a
carga (força resistente) de uma distância dR qualquer. Repita esse procedimento
mais 4 vezes para obter os valores médios de dM e dR.
3. Obtenha o valor médio da menor Força Motriz Dinâmica (FMD ) capaz de imprimir
um movimento uniforme ao sistema. Repita o procedimento anterior mais 4 vezes e
complete a Tabela 10.1, em seguida obtenha o valor médio da FMD
2. Obtenha os valores de FME , dM, dR e FMD para a talha exponencial com duas
roldanas móveis e uma roldana fixa e os anotem na Tabela 10.1.
3. Realize a montagem de uma talha exponencial II composta por três roldanas móveis,
conforme ilustrado na Figura 10.1d, e utilize como carga dois ganchos lastro e oito
massas acopláveis. Em seguida, obtenha e anote na Tabela 10.1 os valores de FME ,
dM, dR e FMD desse sistema.
2. Com auxílio dos valores médios das forças Força Resistente (FR ) e Força Motriz
Equilibrante (FME ), determine a Vantagem Mecânica Estática Real (VMER ) de cada
sistema de roldanas, através da razão entre as forças FR e FME , conforme representado
matematicamente pela equação .
FR
VMER = (10.1)
FME
10.4 Tratamento dos dados experimentais 85
6. Calcule os erros relativos percentuais das Forças Motrizes (de equilíbrio e dinâmica)
presente na montagem de um cadernal paralelo, para isso adote o valor teórico
da força motriz, representado pela equação 10.4, e discuta os fenômenos físicos
responsáveis pelo surgimento desses erros.
Tabela 10.1: Dados experimentais coletados durante a realização do experimento de forças coplanares e vantagem mecânica.
Forças Motriz (N) Distância (m)
Tipo de Montagem Força Resistente (N) FME FMD dM dR
1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª
Roldana Fixa
Roldana Móvel
Talha Exponencial I
Talha Exponencial II
Cadernal Paralelo
Capítulo 10. Forças Coplanares e Vantagem Mecânica
III
Física Experimental 2
11.1 Objetivos
1. Determinar o coeficiente de dilatação linear de uma barra metálica;
4. Com o auxílio do Método dos Mínimos Quadrados (MMQ), encontre a reta que
melhor representa a variação de comprimento da haste em função do comprimento e
a represente no gráfico.
5. Discutam quais são os significados físicos dos parâmetros angular e linear da reta
obtida através do MMQ.
8. Obtenha os coeficientes de dilatação térmica linear das hastes utilizadas, bem como
seu erro relativo percentual em relação ao seu valor teórico e, posteriormente, discu-
tam quais as principais causas das possíveis diferenças.
12. Movimento Harmônico Simples
12.1 Objetivos
1. Reconhecer o Movimento Harmônico Simples (MHS) executado pelo oscilador
massa-mola como o movimento de um ponto material sujeito à ação de uma força
restauradora proporcional à elongação da mola.
• 01 mola helicoidal.
• 01 cronômetro.
• 01 conjunto de massas acopláveis e gancho lastro.
• 01 trena.
• 01 transferidor.
• 01 régua milimetrada com dois orifícios (o maior na extremidade e o menor na
posição da escala).
• Balança digital.
• 02 massas pendulares de mesmo volume e massas diferentes.
seguida, anote na Tabela 12.1. (Atenção! Cuidado para não esticar a mola acima do
limite e provocar deformação permanente na mola).
10. Suponha que a mola possui uma densidade linear uniforme e se distende uniforme-
mente durante o movimento oscilatório. Em seguida, demonstre que a influência
da massa da mola (mm ) no período de oscilação do sistema massa-mola pode ser
representada por.
r
M + mm
T = 2π (12.1)
K
11. Construa um novo gráfico do período de oscilação em função da massa corrigida
através da Equação 12.1 e obtenha o novo valor da constante elástica da mola. Em
seguida, calcule o erro relativo de KE em relação ao valor teórico e discutam seus
resultados.
94 Capítulo 12. Movimento Harmônico Simples
5. Repita o procedimento anterior mais 4 vezes e anote os valores dos tempos das
5 oscilações na Tabela 12.2. Em seguida, obtenha o valor médio do intervalo de
tempos das 5 oscilações e encontre o período de uma oscilação.
10. Obtenha o período de oscilação do sistema e compare com os valores obtidos com a
massa pendular maior e, em seguida, explique fisicamente qual a relação existente
entre o período de oscilação do sistema e a massa pendular.
4. Repita o procedimento anterior mais 4 vezes e anote os valores dos tempos das 5
primeiras oscilações na Tabela 12.4. Em seguida, obtenha o valor médio do intervalo
de tempo das 5 primeiras oscilações e encontre o período de uma oscilação.
Tabela 12.2: Tabela dos dados coletados no estudo do pêndulo simples com massa pendular
maior.
Massa Pendular Maior (kg):
Tempo das 5 oscilações
Comprimento do Fio (s) Período
(cm) 1ª Medida 2ª Medida 3ª Medida 4ª Medida 5ª Medida Valor Médio (s)
20
40
60
80
100
Tabela 12.3: Tabela dos dados coletados no estudo do pêndulo simples com massa pendular
menor.
Massa Pendular Menor (kg):
Tempo das 5 oscilações
Comprimento do Fio (s) Período
(cm) 1ª Medida 2ª Medida 3ª Medida 4ª Medida 5ª Medida Valor Médio (s)
20
60
100
Capítulo 12. Movimento Harmônico Simples
Tabela 12.4: Tabela dos dados coletados no estudo do pêndulo físico.
Informações da Barra Delgada
13.1 Objetivos
1. Determinar experimentalmente a presença da força de empuxo.
2. Descarte a água salgada num local apropriado e repita o procedimento anterior com
álcool.
4. Determine a densidade do corpo de prova e compare com seu valor teórico, posteri-
ormente, explique as causas das possíveis diferenças.
14. Transformação Isotérmica e a
Lei de Boyle-Mariotte
14.1 Objetivos
1. Estudar o comportamento do um gás em função da pressão, mantendo a temperatura
constante.
2. Construir e interpretar o gráfico que relaciona a pressão exercida sobre um gás versus
o volume por ele ocupado.
3. Caso haja vazamento, verifique a vedação das válvulas e das conexões. Em seguida,
refaça o teste de vazamento reportando no item anterior até sanar o problema de
vazamento.
7. Execute três voltas no manípulo e obtenha o valor do volume ocupado pelo gás, bem
como a pressão manométrica correspondente. Em seguida, anote os valores obtidos
na Tabela 14.1. Repita este procedimento até completar a Tabela 14.1.
8. Considere a pressão atmosférica (P0 ) igual a 1,0 kg f /cm2 e calcule a pressão total
(PT ) exercida sobre o gás contido na seringa.
9. Com auxílio dos dados da Tabela 14.1, construa o gráfico da pressão em função
do volume no papel milímetrado e verifique o tipo de relação existente entre essas
grandezas. Em seguida, discuta qual metodologia deve ser utilizada para extrair
informações físicas dos dados experimentais coletados.
11. Com o auxílio do Método dos Mínimos Quadrados (MMQ), encontre a reta que
melhor representa a pressão total exercida sobre o gás em função do inverso do
volume e a represente no gráfico.
12. Discutam quais são os significados físicos dos parâmetros angular e linear da reta
obtida através do MMQ.
14. Discuta sobre o intervalo de validade da lei de Boyle-Mariotte para os gases reais e,
posteriormente, determine o número de mol do gás contido na seringa.
16. Construa um gráfico da pressão total em função do volume num papel log-log e
compre com o perfil das curvas obtidas no papel milimetrado. Em seguida, discutam
seus resultados.
14.3 Procedimentos experimentais 107