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MARKETING
ABDR
PESQ UISA DE
PESQUISA
MARKETING
Edição Compacta
5 a Edição 2012
© 2012, Elsevier Editora Ltda.
Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei no 9.610, de 19/02/1998.
Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia por escrito da editora, poderá ser reproduzida ou transmitida
ISBN 978-85-352-5921-6
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de digitação, impressão ou dúvida conceitual. Em qualquer das hipóteses, solicitamos a comunicação
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CIP-Brasil. Catalogação-na-fonte
Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ
M386p
5. ed.
Fauze Najib
Najib Mattar
São Paulo, julho de 2012.
fauze@usp.br
www.fauze.com.br
www.fauze.com.br
www.mattareassociados.com.br
www.mattareassociados.com.br
1 CONCEITOS E TIPOS DE PESQUISAS
Pesqu
Pesquisa
isa de marketing no Brasil e no mundo
TABELA 1.1 Gastos em pesquisas de marketing por regiões do mundo em 2002 e 2010 (em
milhões de US$)
TABELA 1.2 Evolução do faturamento em pesquisas de marketing nos seis principais países
e no mundo de 2002 a 2010 (em milhões de US$)
2002 2010 Crescimento
Participação Participação
País (em US$ (em US$ de 2002 a 2010
(%) (%)
milhões) milhões) (%)
TABELA 1.3 Faturamento em pesquisas de marketing pela Internet no mundo e nos dez
maiores países (em milhões de US$), em 2010
Crescimento
Classificação pelo Pesquisas pela Total de
de Participação das
das pesquisas
faturamento na País Internet (em pesquisas (em pesquisas pela
pela Internet em
Internet US$ milhões) US$ milhões) Internet (%)
relação a 2009 (%)
Obs.: O Brasil não figura nesta lista por não informar a ESOMAR o faturamento em pesquisas pela Internet.
Fonte: Disponível em: <http://mundodapesquisa.wordpress.com/2012/01/06/top-20-mercados-de-pesquisa-
online-em-2011/>. Acessado em: 07 abr.
abr. 2012.
4 PESQUISA DE MARKETING – EDIÇÃO COMPACTA – MATTAR
TABELA 1.4 Faturamento do setor de pesquisas de marketing no Brasil – 2011 (em milhões
de R$)
Participação
Nº de Faturamento Faturamento
Porte (1) Nº de Faturamento
empresas conjunto médio anual
empresas (%) (%)
Obs.: (1) Porte das empresas segundo a ABEP: Grandes – Faturamento acima de R$ 11,30 milhões/ano; Médias
– Faturamento acima de R$ 2,89 a R$ 11,30 milhões/ano;
m ilhões/ano; Pequenas – Faturamento até R$ 2,89 milhões/
ano. (2) Estimativas.
Fonte: Dados internos da Associação
Ass ociação Brasileira de Empresas de
d e Pesquisas – ABEP.
ABEP. Abr. 2012.
“Pesquisa
marketingde marketing
através é a função–que
da informação liga o consumidor,
informação usada paraoidentificar
cliente e oepúblico
definir ao
as
oportunidades e problemas de marketing, gerar, refinar e avaliar a ação de marke-
ting; monitorar o desempenho de marketing, e aperfeiçoar o entendimento de
marketing como um processo. Pesquisa de marketing especifica a informação
necessária destinada a estes fins; projeta o método para coletar informações;
gerencia e implementa o processo de coleta de dados; analisa os resultados e
comunica os achados e suas implicações”.
As denominações
denominações pesquisa de mercado
mercado e pesquisa
pesquisa de marketing são, frequen-
te e erroneamente, usadas como sinônimos. Enquanto a primeira restringe o seu
foco ao mercado da empresa ou de um produto seu, a segunda compreende a pes-
quisa de todo tipo de dado que diz respeito à atividade de marketing da empresa,
incluindo os elementos abrangidos pela pesquisa de mercado, como: levantamen-
tos de mercado, previsão da demanda e de vendas, pesquisas da imagem da em-
presa e de seus produtos etc.
No final deste capítulo, veja o Anexo 1.1, em que são apresentados diversos
tipos de pesquisas utilizados em marketing.
O processo
formulação de pesquisa
do problema de marketing
de pesquisa, compreende
planejamento quatro diferentes
da pesquisa, execução etapas:
da pes-
quisa e comunicação dos resultados, ilustradas na Figura 1.1 e descritas a seguir
seguir..
6 PESQUISA DE MARKETING – EDIÇÃO COMPACTA – MATTAR
Objetivos:
Objetivo(s) principal(is)
Objetivo(s) secundário(s)
Fontes de dados
Metodologia:
Tipo(s) de pesquisa(s)
Métodos e técnicas de coleta de dados
População, amostra e amostragem Projeto e/ou
Planejamento da coleta de dados proposta de
Planejamento do processamento e análise pesquisa
Preparação do campo:
Construção, pré-teste e reformulação do(s) instrumento(s)
Edição e impressão do(s) instrumento(s)
Definição (e sorteio) da amostra
Formação e treinamento da equipe
Distribuição do trabalho
Realização do campo:
Coleta de dados
Conferência/Crítica/Codificação
Checagem/Correções
Processamento/análise/interpretação/conclusão:
Preparação da planilha eletrônica
Digitação (caso os dados não tenham sido captados eletronicamente)
Crítica e consistência eletrônica do banco de dados
Processamento
Análises e interpretações dos resultados
Conclusões e recomendações
Etapa 1: Formulação
Formulação do problema
problema de pesquisa
pesquisa
Consiste na correta identificação do problema de pesquisa que se pretenda
resolver e que possa efetivamente receber contribuições valiosas da pesquisa de
marketing em sua solução.
Etapa 2: Planejamento
Planejamento da pesquisa
pesquisa
Compreende a definição dos objetivos da pesquisa e de toda sua operaciona-
lização: definição de questões e/ou hipóteses, determinação de dados, variáveis
e indicadores de variáveis a pesquisar
pesquisar,, determinação das fontes de dados, escolha
do(s) método(s) de pesquisa, da(s) forma(s) de coleta dos dados, da definição do
plano de amostragem e do tamanho da amostra, da definição dos procedimentos
de campo, da previsão do plano de processamento e análises, da definição dos re-
cursos necessários (humanos, financeiros, tecnológicos e materiais), da definição
de uma estrutura organizacional para a equipe da pesquisa com definição de res-
ponsabilidades e do estabelecimento de um cronograma com definição de prazos
e datas para o cumprimento de cada etapa e de suas subdivisões.
Etapa 3: Execução
Execução da pesquisa
Compreende a preparação do campo (com ( com a construção, pré-teste e reformu-
lação do(s) instrumento(s), edição e impressão do(s) instrumento(s), sorteio da
amostra, formação e treinamento da equipe e distribuição do trabalho); a realiza-
ção do campo (com a coleta de dados, conferência, crítica, codificação, checagem
e correções) e processamento, análise, interpretação e conclusão (com a prepara-
ção da planilha eletrônica,
eletronicamente digitação – caso
– crítica e consistência os dados
eletrônica do não tenham
banco sido processa-
de dados, captados
mento, análises e interpretações dos resultados, conclusões e recomendações).
Etapa 4: Comunicação
Comunicação dos resultados
resultados
Compreende a apresentação escrita e oral das principais descobertas da pes-
quisa relacionadas ao problema que lhe deu origem, bem como de sugestões e
recomendações de ações pertinentes a sua solução. Compreende também a ela-
boração e entrega do relatório da pesquisa e preparação e apresentação oral dos
resultados.
Diferentes tipos de pesquisa implicam diferentes procedimentos para coleta
e análise dos dados de forma a atender econômica e tecnicamente aos objetivos.
8 PESQUISA DE MARKETING – EDIÇÃO COMPACTA – MATTAR
Diferentes classificações dos tipos de pesquisa têm sido adotadas por diversos
autores. A classificação adotada neste livro considera, num primeiro momento, o
objetivo e o grau em que o problema de pesquisa está cristalizado e, a seguir
seguir,, a na-
tureza do relacionamento
está exposta na Figura 1.2. entre as W
Veja no variáveis
eb Anexoestudadas.
1.1, no siteA <www
classificação
<www.elsevie resultante
.elsevier
r.com.br/
pesquisamktcompacta>,
pesquisamktcom pacta>, diversos tipos de pesquisa de marketing.
Exploratórias
Pesquisas Descritivas
Conclusivas
Explicativas
As pesquisas explicativas
explicativas são também chamadas de verificativas ou causais.
Pesquisa exploratória
A pesquisa exploratória
exploratória visa prover o pesquisador de maior
maior conhecimento
conhecimento so-
bre o tema ou problema de pesquisa em perspectiva. Por isso, é apropriada para
os primeiros estágios da investigação da pesquisa quando o pesquisador não tem
conhecimento suficiente para formular questões e (ou) hipóteses específicas (uma
hipótese é uma afirmação que especifica como duas variáveis devem estar relacio-
nadas). Mesmo quando já existam conhecimentos do pesquisador sobre o assunto,
a pesquisa exploratória também se faz útil, pois normalmente para um mesmo fato
em marketing poderá haver inúmeras explicações alternativas, e sua utilização
permitirá ao pesquisador tomar conhecimento, senão de todas, da maioria delas.
A seguir um exemplo
exemplo para ilustrar esse
esse fato:
Fato verific
verificado:
ado: vendas do produto A estão caindo.
Possíveis
Possíveis explicações para o fato:
Preço elevado.
Familiariza
amiliarizarr e elevar o conheci
conhecimento
mento e a compreens
compreensão
ão de um problema
de pesquisa em perspectiva.
Auxiliar a desenvolver
desenvolver a formulação
formulação mais precisa
precisa do problema
problema de pesquisa.
Acumular a priori informações disponíveis relacionadas a um problema
de pesquisa conclusiva a ser efetuada ou que está em andamento.
Ajudar no desenvolvimento
desenvolvimento ou na criação de hipóteses
hipóteses explicativas
explicativas de
fatos a serem verificados numa pesquisa explicativa.
Ajudar no desenvolvimento ou criação de questões de pesquisa relevantes
para o objetivo pretendido.
Auxiliar na determinação
determinação de variáveis
variáveis relevantes a serem
serem consideradas
consideradas
num problema de pesquisa.
Clarificar conceitos.
Ajudar no delineamento do projeto final da pesquisa.
10 PESQUISA DE MARKETING – EDIÇÃO COMPACTA – MATTAR
fissional
um temaprivilegiada
ou problema que
emocupam,
estudo.acumulam experiências
Em pesquisas e conhecimentos
de marketing, sobre
todas as pessoas
envolvidas nos esforços de marketing de um produto são potencialmente possui-
doras de informações relevantes. Entre estas pessoas podem ser incluídos: o pre-
sidente da empresa, o diretor de marketing, o gerente de marketing, gerentes de
vendas, gerentes de produto, supervisores
supervisores de vendas, vendedores, promotores
promotores de
vendas, intermediários e clientes/consum
clientes/consumidores.
idores. Deve-se também incluir pesso-
as que, apesar de não estarem envolvidas diretamente no marketing da empresa,
possam deter valiosas informações devido a sua atividade profissional ou ao cargo
que exercem, tais como: consultores, pesquisadores, professores,
professores, advogados, cien-
tistas, jornalistas, presidentes e diretores de sindicatos e associações de classe etc.
O objetivo do levantamento de experiências é o de obter e sintetizar todas as ex-
periências relevantes sobre o tema em estudo e, dessa forma, tornar o pesquisador
cada vez mais consciente da problemática em estudo.
As formas de levantamento de experiências compreendem: entrevistas in-
dividuais ou em grupo, realizadas com especialistas ou conhecedores do assun-
to. Entrevistas individuais devem ser feitas quando o número de especialistas for
pequeno e com experiências variadas. Já as entrevistas em grupo são utilizadas
quando esse número for grande e com experiências assemelhadas.
Para obter rapidez e economia no processo de levantamento de experiências
é necessário uma escolha cuidadosa das pessoas a serem pesquisadas. Será perda
de tempoouentrevistar
cimento que tenhampessoas com pouca
dificuldades experiênciasuas
em comunicar significativa, pouco
experiências. conhe-
Uma for-
ma de identificar as pessoas certas é indagar de administradores que trabalham
12 PESQUISA DE MARKETING – EDIÇÃO COMPACTA – MATTAR
Em estudos
contrastes exploratórios,
ou que é correto
tenham aspectos afirmar
salientes sãoque
maiscasos
úteis.que apresentam
Assim, em vez nítidos
de tra-
balhar com casos médios, em que a percepção de pequenas diferenças tende a ser
14 PESQUISA DE MARKETING – EDIÇÃO COMPACTA – MATTAR
nidos, procedimentos
de problemas formais,
ou avaliação serem bem de
de alternativas estruturadas e dirigidas para a solução
cursos de ação.
A maioria das pesquisas de marketing realizadas é de pesquisas descritivas
conclusivas (ou simplesmente chamadas de pesquisas descritivas). Sob a denomi-
nação de pesquisas descritivas, é agrupada uma série de pesquisas cujos processos
apresentam importantes características em comum. Diferentemente do que ocor-
re nas pesquisas exploratórias, a elaboração das questões de pesquisa pressupõe
profundo conhecimento do problema a ser estudado. O pesquisador precisa saber
exatamente o que pretende com a pesquisa, ou seja, quem (ou) o que deseja me-
dir, quando e onde o fará, como o fará e por que deverá fazê-lo.
vistasAspessoais,
técnicas de
técnicas obtençãopor
entrevistas de dados da pesquisa
telefone, pesquisa descritiva
descritiva
questionários compreendem:
compreendem:
autopreenchidos peloentre-
cor-
reio, fax/Internet, questionários pessoais e observação, que serão discutidos em
maior profundidade ao longo deste livro.
A pesquisa descritiva é utilizada
utilizada quando o propósito for:
Descrever as características
características de grupos.
grupos. Por
Por exemplo,
exemplo, obter
obter um perfil dos
dos
consumidores, através de sua distribuição em relação a sexo,
s exo, faixa etária,
nível educacional, nível socioeconômico, preferências e localização.
Estimar a proporção de elementos numa população específica que tenham
determinadas características
consomem o produto ou comportamentos.
A?; Quantos Por exemplo,
assistem ao programa quantos
X?; Quantos
costumam comprar o produto Z em supermercados e quantos em lojas
1. CONCEITOS E TIPOS DE PESQUISAS 15
Como caracterizar o público
público a pesquisar: por sexo, idade, nível de esco-
laridade, classe de renda, ocupação, local de moradia, estilo de vida? etc.
Como caracterizar
caracterizar a preferência
preferência por
por uma rede de lojas:
lojas: pela frequência
de compra, imagem, itens comprados, fidelidade? etc.
Quais unidades a serem
serem consideradas na pesquisa: residências, famílias,
indivíduos? etc.
Como os dados
dados serão
serão coletados:
coletados: por entrevistas
entrevistas pessoais, entrevistas por
telefone, correio, fax/Internet, por preenchimento de questionários nas
lojas? etc.
Se a escolha for
for entrevistas
entrevistas pessoais, em que locais devem
devem ser efetuadas:
nas lojas, na rua, em casa, no local de trabalho? etc.
Como analisar os dados a serem coletados.
16 PESQUISA DE MARKETING – EDIÇÃO COMPACTA – MATTAR
Levantamentos e estudos
estudos de campo
Há dois tipos básicos de pesquisas descritivas: levantamentos de campo e estu-
dos de campo (Figura 1.3), embora a distinção entre um e outro não seja precisa.
A diferença básica está na grande amplitude e pouca profundidade dos levanta-
mentos de campo e na média profundidade e média amplitude dos estudos de
campo. Dependendo dos objetivos do estudo, tanto uma abordagem quanto outra
são perfeitamente justificáveis e plenamente corretas. Note que, quando a profun-
didade for grande e a amplitude pequena, o projeto de pesquisa resultante será o
estudo de caso que já foi apresentado como um dos métodos da pesquisa explora-
tória. Na Figura 1.4, é mostrada a diferença entre os tipos de pesquisas: estudos
de casos, estudos de campo e levantamento
levantamentoss de campo segundo a profundidade e
amplitude considerada.
Pesquisas descritivas
Levantamentos Estudos
de campo de campo
Ocasionais Evolutivas
Painel
Fixo Móvel
Profundidade
1. Estudos de casos
1 2. Estudos de campo
3. Levantamentos de campo
Amplitude
Geração de tabelas
tabelas com os dados coletados: como o número de elementos
da amostra é geralmente grande, o levantamento de campo permite a ge-
ração de tabelas, sumarizadas por categorias, com os dados coletados, e a
generalização desses sumários para toda a população em estudo.
Geração de tabelas
tabelas com o cruzamento
cruzamento de dados:
dados: também
também graças
graças ao gran-
de número de elementos pesquisados, o levantamento de campo permite
a geração de tabelas a partir da tabulação cruzada. Essas tabelas consis-
tem na apresentação da classificação dos elementos da amostra em diver-
sas categorias simultaneamente.
Desperta no público
público em geral maior confiança nos resultados
resultados da pesquisa
pesquisa
quando comparado a outros métodos.
Não permite
permite aprofundar
aprofundar os tópicos
tópicos da pesquisa. A extensão da informa-
informa-
ção procurada é usualmente enfatizada em detrimento da profundidade.
Além disso, sua característica de gerar sumários estatísticos para descre-
ver os fenômenos pode não ajudar em nada na compreensão da popula-
ção estudada, dependendo do nível de agregação/desagregação
agregação/desagregação com que
os dados foram coletados. O levantamento de campo é mais adequado a
pesquisas extensivas, outros tipos de pesquisa são mais adequados para a
realização de pesquisas profundas.
É mais dispendioso, tanto em termos de custo quanto de tempo. Devido
às preliminares necessárias, vitais neste método, exige grande tempo de
preparação antes que qualquer dado possa ser coletado. O processo total
de pesquisa,
coletados, desdejáaestar
precisa definição do problema
realizado antes queaté
umaa simples
tabulação dos dados
hipótese pos-
sa ser testada. Cada uma dessas etapas requer grandes investimentos de
tempo e dinheiro.
A realização
realização de levantamentos
levantamentos de campo
campo requer
requer grandes
grandes conhecimentos
técnicos. O pesquisador e sua equipe precisam ou possuir os conhecimen-
tos exigidos a cada estágio do processo ou ter acesso a quem os possua,
na forma de consultoria técnica. É raro que um mesmo indivíduo pos-
sua amplos e profundos conhecimentos técnicos em áreas tão diferentes
e sofisticadas como as necessárias às pesquisas de marketing, a ponto
de tanto saber
complexo planodesenvolver umaouescala
de amostragem de atitudesplano
um sofisticado quanto projetarpara
de análises um
processamento eletrônico dos dados.
1. CONCEITOS E TIPOS DE PESQUISAS 19
Vantagens
Vantagens dos estudos
estudos de campo:
Os fenômenos
fenômenos são investigados durante sua ocorrência
ocorrência natural e, ao con-
trário dos estudos em laboratório
laboratório,, não há manipulação das variáveis con-
troláveis. Não há, portanto, ocorrência de vieses advindos destas causas.
Constituem-se numa grande
grande fonte geradora
geradora de hipóteses.
hipóteses. Os estudos de
campo servem, principalmente, aos propósitos da pesquisa exploratória,
em que a ênfase está na geração e não no teste de hipóteses.
Quando a percepção
percepção do pesquisador
pesquisador é de que há grande homogeneidade
nos elementos da população, o estudo de campo será recomendado, pois
se caracteriza como uma forma mais rápida e mais econômica de obten-
ção dos dados, sem perda da representatividade.
representatividade.
Adquire-se profundo conhecimento das relações entre as variáveis de pes-
quisa nos casos estudados.
Desvantagens dos estudos de campo:
Os estudos
estudos de campo possuem
possuem a característica de somente
somente investigar
investigar o
fato após sua ocorrência (ex-post facto) e, por isso, não possibilitam que
haja controle sobre as variáveis em estudo (diferentemente das pesquisas
em laboratório, em que o controle é total, e dos levantamentos, onde o
controle é parcial). Há, portanto, sempre um grande número de variáveis
que interferem nos resultados e cujos efeitos são difíceis ou até impossí-
veis de serem isolados.
isolados.
Não podem
podem ser generalizad
generalizados
os para a população,
população, a não ser quando já se
tem um conhecimento anterior sobre a homogeneidade da população
pesquisada. Embora este método seja muito utilizado em pesquisas de
marketing, respondendo
respondendo a questões específicas sobre o que, como, onde,
quem etc., o pesquisador precisa ser absolutamente honesto na apresenta-
ção dos resultados em relação a esta desvantagem dos estudos de campo.
Por outro lado, tanto o levantamento de campo quanto os estudos de campo
podem ser classificados em ocasionais ou evolutivos.
Pesquisas
Pesquisas ocasionais
ocasionais e pesquisas evolutivas
O projeto de pesquisa ocasional é o mais conhecido e mais usado dos projetos
de pesquisa descritiva. É caracterizado pelo uso de uma amostra de elementos da
população de interesse,
po e visa atender em que os
a um objetivo elementos
específico. O são medidos
projeto uma proporciona
ocasional única vez novisão
tem-
das variáveis em estudo em determinado momento.
20 PESQUISA DE MARKETING – EDIÇÃO COMPACTA – MATTAR
dor sempre
sar deve sempre preferir,
os mesmos quando for
elementos, possível,
elimina umaa pesquisa painel,
das possíveis pois,deaoviés.
fontes pesqui-
No
entanto, mesmo não havendo essa possibilidade, a pesquisa deverá ser realizada
utilizando-se amostras diferentes a cada medição.
Pesquisa painel: as pesquisas evolutivas por painéis são muito utilizadas em
marketing. Muitas das informações necessárias para marketing precisam ser ob-
tidas de forma periódica,
periódica, de maneira a permitir uma avaliação contínua de sua
evolução no tempo. Existem empresas de pesquisas especializadas em fornecer in-
formações de marketing a partir de pesquisas painéis.
O painel é chamado fixo quando sempre os mesmos entrevistados são pesqui-
sados a cada rodada; é chamado móvel
móvel quando a cada rodada são sorteados
sorteados no-
vos entrevistados.
entrevistados.
Exemplos de pesquisas painéis conduzidas por empresas de pesquisa de
marketing:
Índice Nielsen
Nielsen Alimentar: coleta e processa dados sobre grande número de
produtos (incluindo: bebidas, enlatados, sabonetes, sabões em pó etc.),
a cada dois meses, de um painel de lojas de alimentos em todas as regi-
ões metropolitanas do país. Os dados coletados e processados incluem:
compras, vendas, estoques e preços das diversas marcas existentes das
categorias de produtos pesquisados. As informações fornecidas, a cada
dois meses aos clientes, compreendem: volume de vendas por categoria,
por marca (inclusive a dos concorrentes), por região, preços praticados e
índices de distribuição (quantitativa e qualificada).
Índices
Índices de
de audiênc
audiência
ia da
da TV (IBOP E) <www
(IBOPE) <www.ibope.com
.ibope.com.br>
.br>: coleta dados de
audiência de um painel de 3.019 domicílios no Brasil, através de aparelhos
people meters instalados nos televisores (veja detalhes no Capítulo 2).
Painel omnibus: uma variação da pesquisa painel que tem sido utilizada por
agências de pesquisa, principalmente no sentido de baratear o processo de coleta
dos dados, é o chamado painel omnibus, que consiste numa amostra permanente
de uma população que é frequentemente pesquisada. As informações coletadas
podem
vez, variarmedir
pode-se mconforme as necessidades
edir atitudes em relação ados
em umclientes contratantes
novo produto, da agência.
em outra Uma
os membros
membros
do painel podem ser solicitados a avaliar alternativas
a lternativas para propaganda. Inclusive,
1. CONCEITOS E TIPOS DE PESQUISAS 21
numa mesma coleta, dados de diferentes produtos para diferentes clientes podem
ser levantados. Dependendo do grau de especificidade da pesquisa, às vezes, faz-
-se necessário selecionar do total da amostra uma subamostra que reúna os ele-
mentos com as características desejadas. Como os custos de montagem de um
painel e de coleta dos dados são elevados, à medida que um painel pode ser uti-
lizado
diluiçãopara
dosatender
custos. às necessidades de pesquisas de vários clientes, haverá uma
Vantagens
Vantagens da pesquisa
pesquisa painel:
Pesquisa
Pesquisa explicativa
Conceito de causalidade
Em diversas situações da prática de marketing – tais como alterações no pre-
ço de um produto, escolha do nome para um novo produto, escolha de uma nova
embalagem para um produto existente, qual o melhor perfil para a equipe de ven-
das, quais devem ser os resultados de uma nova campanha de propaganda ou de
promoção
dade de os de vendas,dequais
gerentes as razões
marketing de um insucesso
descobrirem relaçõesdede vendas
causa e–efeito
há a entre
necessi-
as
variáveis de decisão de marketing (sobre
(sobre as quais eles têm controle)
controle) e as variáveis
22 PESQUISA DE MARKETING – EDIÇÃO COMPACTA – MATTAR
dessas
vas. Devariáveis, diante de condições
forma esquemática, contribuintes
a causalidade, contingentes
segundo a, ciência, e alternati-
pode ser represen-
tada da seguinte forma:
umaVVariação
ariação causa
possível concom
concomitante:
(x)itante: diz respeito
e um efeito à ocorrência
(y), segundo de variação
o estabelecido porconjunta entre
uma hipótese
considerada.
Considere-se o seguinte exemplo: uma empresa fabricante de motocicletas
estabeleceu a seguinte hipótese, dentre outras, para a sua baixa participação de
mercado: “Nossa participação de mercado (y) depende da qualidade de nossas con-
cessionárias (x). Onde temos boas concessionárias, nossa participação é boa; onde
temos concessionárias
concessionárias fracas, nossa participação é baixa.” Para verificar a veracida-
de desta hipótese, foram levantados dados sobre a qualidade de cada uma das 200
concessionárias, selecionadas
selecionadas aleatoriamente, bem como sobre a sua intensidade de
participação no mercado. O resultado está apresentado na Tabela
Tabela 1.5.
Experimentação
Experimentação
– Qual o melh
Qual melhoror cana
canall para
para dist
distrib
ribuir
uir nos
nosso
so prod
produto
uto??
– Qual a relaçã
relaçãoo entre espaço ocupa
ocupado do na pratelei
prateleira
ra dos superm
supermercado
ercadoss e a participa
participação
ção no mercad
mercadoo
de nosso produto?
– O tipo de vizinhan
vizinhança
ça do nosso produ
produtoto na pratel
prateleira
eira do supermerca
supermercado
do tem implica
implicações
ções em suas
vendas?
– Qual o relacionam
relacionamento
ento entre
entre a altura
altura em que nosso
nosso produto
produto é colocado
colocado na pratel
prateleira
eira do
do supermercad
supermercadoo
e suas vendas?
– Qual o efeito
efeito sobre
sobre as vendas
vendas de uma
uma pretendida
pretendida reduçã
reduçãoo no preço de um produt
produto?
o?
– O lançament
lançamentoo de um um novo item em nossa linha de produtosprodutos ganhará
ganhará venda
vendass de um produt
produtoo
concorrente ou ganhará vendas de outro produto nosso (canibalismo)?
– Qual deverá
deverá ser
ser o efeito
efeito de uma nova campan
campanhaha de propaga
propaganda
nda ou de promoção
promoção de vendas,
vendas, em nível
nível
nacional?
– Quall deverá
Qua deverá ser
ser o efeito
efeito de
de um novo
novo plano
plano de
de incenti
incentivo
vo à equip
equipee de venda
vendas?
s?
– Qual a relação
relação entre o nível
nível de estocag
estocagem
em de nosso
nosso produto nos lares
lares e o volum
volumee de consumo
consumo??
– Qual de
dentre n (n não maior que 5) opções de propaganda/promoções de vendas/novas embalagens/
novas marcas/novos sabores/novos aromas/novas cores/novos rótulos/novo design etc. sensibiliza mais
o consumidor e deve ser adotada?
Esses são apenas alguns exemplos e essa lista poderia ser estendida indefini-
damente. Segundo Cox e Enis (1969):
“Um experimento de laboratório pode ser definido como aquele em que o pes-
quisador consegue criar uma situação com as condições exatas que desejaria ter
e na qual ele controla algumas e manipula outras variáveis. Além disso, ele pode
observar e medir os efeitos dessa manipulação das variáveis independentes sobre
as variáveis dependentes, numa situação em que os outros fatores relevantes são
mantidos constantes”.
Projetos experimentais
Existem inúmeros tipos de projetos experimentais, dos quais serão apresenta-
dos neste livro apenas os três mais utilizados em pesquisas de marketing. Os pro-
jetos experimentais são classificados segundo
segundo o momento da medição da variável
dependente em projetos antes, projetos depois e projetos antes e depois do trata-
mento e segundo o número de grupos experimentais e de controle utilizados no
projeto.
Os projetos apresentados a seguir poderão ter seus grupos formados e selecio-
nados para exposição ao tratamento por processos não aleatórios, por autoescolha
dos respondentes ou por escolha arbitrária do pesquisador. Deixou-se de apresen-
tar essas versões principalmente por essa “fraqueza” constitucional que as caracte-
riza. Seu uso somente se justifica quando a utilização de processos probabilísticos
na formação dos grupos seja impossível. Excetuando este aspecto, todos os proce-
dimentos são idênticos aos dos projetos que serão apresentados.
Projeto antes-depois sem grupo de controle: a representação esquemática
deste projeto é:
R O1 X O2
presentes e mascarado o resultado. Por exemplo, o grupo pode ter sido exposto
simultaneamente a propaganda do mesmo produto na televisão (história) e ter
mudado sua atitude devido a ela; a medição antes pode ter despertado a aten-
ção desses consumidores para o produto e para todas as propagandas do produto
(efeito teste); a medição antes pode influenciar os respondentes a terem deter-
minadas respostas na medição
teste); entrevistadores depois
diferentes para que nãoa correspondam
medir atitude antes eàdepois
realidade (efeito
podem ter
interferido nas respostas (instrumento) etc. Todos esses problemas indicam que
este projeto tem uma “fraqueza” constitucional que faz com que sua validade in-
terna seja muito pequena.
Projeto apenas depois com um grupo de controle: a representação esque-
mática deste projeto é:
Grupo experimental R X O1
Grupo de controle R O2
d = O1 – O2
onde O1 = ET + H + M + T + I + R + MT
e O2 = H + M + T + I + R + MT
se terá d = O1 – O2 = ET
Note que este projeto experimental apresenta grande número de pontos posi-
tivos quando comparado
compa rado com o anterior.
anterior. Não havendo medições
medi ções antes em nenhum
dos grupos, não haverá problemas com o efeito teste; tendo sido os dois grupos
aleatoriamente formados e aleatoriamente um escolhido para ser exposto ao trata-
mento, não haverá problemas de viés de seleção e de regressão estatística; como o
grupo de controle
esse efeito está
pode ser sujeito adatodas
extraído as outras
medição variáveis
do grupo exógenas ao
experimental, experimento,
eliminando as-
sim o efeito história. Como os grupos são teoricamente idênticos, pode-se também
32 PESQUISA DE MARKETING – EDIÇÃO COMPACTA – MATTAR
admitir, porém sem certeza, que a maturação e a mortalidade devem ter ocorrido
admitir,
de forma semelhante nos dois grupos e seu efeito foi eliminado através do grupo
de controle. Permaneceriam
Permaneceriam apenas dúvidas quanto ao efeito instrumento; haven-
do, no entanto, cuidados em sua aplicação, poderia ser perfeitamente controlado.
Por todos esses pontos positivos, conclui-se que é um bom projeto experimental.
Apenas um, porém, precisa ser registrado: como como não são efetuadas medidas antes
no grupo experimental nem no grupo de controle, mesmo tendo sido constituídos
de forma probabilística, sempre permanecerá a dúvida se eram efetivamente idên-
ticos em relação à variável dependente, antes de expostos ao tratamento. Excetu-
ando este detalhe, este projeto apresenta grande validade interna.
Um exemplo da aplicação deste projeto seria, ao se pretender testar uma nova
forma de treinamento de novos vendedores, formar, por processos probabilísti-
cos, dois grupos de novos vendedores e, por sorteio, determinar qual grupo será
o experimental. Em seguida, expor o grupo experimental a nova forma de treina-
mento, e o grupo de controle à forma tradicional. Após o período de exposição,
acompanhar o desempenho de um e outro grupo (poderá ser em vendas, ou nú-
mero de visitas, ou número de novos clientes conquistados, ou até um indicador
que leve em consideração tudo isso), a diferença verificada no desempenho entre
o grupo de controle e o grupo experimental será atribuída à nova forma de trei-
namento. Note que a principal “fraqueza” deste projeto é a de não se ter certeza
de que os grupos sejam realmente semelhantes. Poderá haver, entre seus compo-
nentes, diferenças de experiências, de capacidades, de exposição a treinamentos
anteriores em outras empresas, de personalidades, de motivação etc. que poderão
ser responsáveis por diferentes desempenhos dos grupos. Uma forma de reduzir o
efeito deste problema é, na formação dos grupos, conciliar métodos probabilísti-
cos com a escolha do pesquisador a partir da ficha de cada vendedor, de forma a
fazer com que os grupos sejam o mais semelhante possível, no maior número de
variáveis consideradas importantes para o experimento. Uma maneira de proceder
para a criação de grupos semelhantes é selecionar e distribuir os elementos para os
grupos de forma pareada, ou seja, procurar encontrar na população, ou na amos-
tra já selecionada, pares de indivíduos com características bem semelhantes e os
distribuir pelos grupos; a seguir
seguir,, sorteia-se qual grupo será experimental.
Projeto antes-depois com um grupo de controle: a representação esquemá-
tica deste projeto é:
Grupo experimental R O1 X O2
Grupo de controle R O3 O4
1. CONCEITOS E TIPOS DE PESQUISAS 33
Note que este projeto é similar ao anterior em tudo, com a vantagem de que
neste são tomadas medidas antes, tanto no grupo experimental, quanto no de
controle, facilitando a comparação entre os grupos. Todas as vantagens apresen-
tadas no projeto anterior permanecem (com exceção do efeito teste interativo
que agora surge em função das medições antes realizadas nos dois grupos). A
premissa deste projeto é de que todas as variáveis estranhas agem igualmente
igua lmente so-
bre os dois grupos, e a única diferença entre eles é a exposição do grupo experi-
mental ao tratamento. O efeito do tratamento no grupo experimental na variável
dependente será:
d1 = O2 – O1 = ET + H + M + T + I + R + MT
d2 = O4 – O3 = H + M + T + I + R + MT
Onde:
d1 = efeito aparente na variável dependente do grupo experimental
d2 = efeito na variável dependente do grupo de controle resultante das
variáveis estranhas
ET = efeito do tratamento
H = efeito história
M = efeito maturação
T = efeito teste
R = efeito regressão estatística
I = efeito instrumento
MT = efeito mortalidade
d = d1 – d2 = ET + H + M + T + I + R + MT – (H + M + T + I + R
+ MT )
d = ET
Quando,
de forma neste mesmo
probabilística, suaesquema de projeto,
denominação passaosagrupos não forem
ser projeto constituídos
antes-depois com
grupo de controle não equivalente.
34 PESQUISA DE MARKETING – EDIÇÃO COMPACTA – MATTAR
O1 O2 O3 O4 O5 X O6 O7 O8 O9 O10
Note que, neste projeto, o pesquisador tem controle sobre quando as medidas
são efetuadas e de quem elas são tiradas, mas não tem controle sobre a exposição
dos elementos das unidades de teste (não tem controle de quem efetivamente foi
exposto, nem o quanto foi exposto). O interesse maior do pesquisador,
pesquisador, ao utilizar
um projeto experimental séries de tempo, é estabelecer quais os efeitos verdadei-
ros proporcionados sobre a variável experimental pela exposição da unidade de
teste ao tratamento. Para chegar a esta conclusão, deverá eliminar outras possí-
veis hipóteses
projeto explicativas
apresenta parasemelhantes
“fraquezas” a ocorrênciaàsdo efeito, e no
apontadas é neste aspecto
projeto que este
experimental
antes-depois sem grupo de controle. O projeto quase experimental séries de tempo
1. CONCEITOS E TIPOS DE PESQUISAS 35
O1 O2 O3 O4 O5 X O6 O7 O8 O9 O10
O11 O12 O13 O14 O15 O16 O17 O18 O19 O20
to interativo no grupo
Um exemplo experimental,
da utilização deste sob o qual
projeto o pesquisador
é se constituíremnão terá
duas controle.
unidades de
teste formadas por supermercados equivalentes, visando medir os efeitos de uma
36 PESQUISA DE MARKETING – EDIÇÃO COMPACTA – MATTAR
Teste de marketing
O conceito de teste de marketing ou teste de mercado é, segundo Kinnear e
Taylor (1979):
É evidente que um teste com este número de unidades de teste (que no caso
de teste de marketing são cidades) é inviável, tanto pela impossibilidade de se
conseguirem tantas cidades para unidades de teste, como pelo custo e tempo que
demandaria.
Usos do teste de marketing: utilizam-se os testes de marketing para três fi-
nalidades: como treinamento gerencial, para efetuar previsões de vendas e para
ajustar as variáveis de marketing do produto (produto, preço, promoção e pontos
de distribuição).
Para controle gerencial, o teste de marketing permite que a empresa e seus
executivos ganhem experiência e conhecimento antes de empreenderem um pro-
jeto em grande escala. Exemplos de experiência que podem ser adquiridas
ad quiridas atra-
vés do teste de marketing: na movimentação e manipulação física do produto
(armazenagem, transporte, expedição, duração do produto na prateleira do su-
permercado etc.); na produção (desenvolvimento de fornecedores, treinamento
dos operários em novos equipamentos e com novas matérias-primas etc.) e na
própria atividade
fixar o preço nos de marketing
diversos níveis(superar dificuldades
de distribuição, comoemproduzir
conseguirumdistribuição,
comercial,
como efetuar promoções de vendas etc.). Quando o teste de marketing é usado
apenas com este objetivo, não há muita preocupação com a correção do projeto
experimental usado, pois, afinal,
afina l, o interesse é apenas treinar o pessoal nesse novo
produto ou novo mercado.
Para efetuar previsões de vendas, o projeto experimental precisa estar muito
bem elaborado para que não se cometam erros de avaliações. Quando se realiza
um teste de marketing com este objetivo, o objetivo é extrapolar os resultados do
teste de uma pequena região, em termos de vendas, participação de mercado e lu-
cros, para um lançamento em nível nacional.
O maior uso do teste de marketing é efetivamente para ajustar as variáveis de
decisão de marketing. Quando se está providenciando o lançamento de um novo
produto, ou mesmo modificando um produto existente, é muito difícil avaliar qual
será a reação do consumidor às inúmeras e complexas variáveis de marketing que
compõem um lançamento. O risco de fazer o lançamento em nível nacional e co-
meter um erro poderá significar não só a perda de milhões de reais, como tam-
bém o custo de oportunidade (dependendo do erro cometido, o produto poderá
estar irremediavelmente queimado no mercado). O lançamento numa pequena
região permitirá que os possíveis erros possam ser corrigidos a um custo razoável
e, mesmo que se cometam erros irremediáveis, o produto estará queimado ape-
nas naquela
de um pequena
produto região.sido
que tenha As chances
ajustadode que o de
através lançamento, emmarketing
um teste de nível nacional,
seja
bem-sucedido são infinitamente maiores que as de outro que não o tenha sido.
38 PESQUISA DE MARKETING – EDIÇÃO COMPACTA – MATTAR
As informações
informações para decisão de marketing que um teste de marketing
marketing pode forne-
cer compreendem:
Fontes
Fontes de dados em pesquisas de marketing
Há quatro diferentes fontes de dados em pesquisas de marketing: pesquisado, pes-
soas que tenham informações sobre o pesquisado, situações similares e dados disponíveis.
Pesquisado
Pesquisado
Os próprios pesquisados são a maior fonte de dados em pesquisas de marke-
ting. O dado pode ser obtido do pesquisado através de sua própria declaração,
oralmente ou por escrito, ou através de sua observação.
Pessoas
Pessoas que tenham informações
informações sobre
sobre o pesquisado
Quando ocorre de o pesquisado ser inacessível, possuir pouco conhecimento
da informação desejada ou ter dificuldades de expressar-se, às vezes, é mais fácil
conseguir a informação com outras pessoas que convivem com ele. É comum em
pesquisas de marketing obter informações sobre as crianças de uma casa com a
mãe, ou sobre o marido com a esposa, sobre o chefe com a secretária, sobre o su-
bordinado com o chefe, sobre o cliente com o vendedor etc.
40 PESQUISA DE MARKETING – EDIÇÃO COMPACTA – MATTAR
Situações similares
Outra fonte de dados para a pesquisa de marketing é a busca de conhecimento
em situações análogas ou similares, naturais ou criadas pelo pesquisador.
pesquisador. Apren-
de-se bastante em saber como outra empresa procedeu para o lançamento de um
produto similar,
similar, como outras empresas do mesmo ramo trabalham com a variável
promoção de vendas, como foram as reações dos consumidores quando determi-
nado produto foi lançado em outro mercado etc. As formas básicas de conhecer
situações similares são através do estudo de casos, do experimento e da simulação.
O estudo de casos, apresentado no Capítulo 1, envolve o estudo intensivo de
algumas situações reais e relevantes para um problema particular estabelecido e,
como já visto, é utilizado, principalmente, com objetivos exploratórios.
exploratórios.
O experimento, também apresentado no Capítulo 1, é um tipo de pesquisa em
que um pesquisador manipula e controla uma ou mais variáveis independentes e
observa a variação concomitante na variável ou nas variáveis dependentes.
A simulação
similar àquela emconsiste
que senadeseja
criação de umconhecimento.
ganhar modelo computacional de umaconstruí-
Com o modelo situação
do e testado, o pesquisador poderá, a qualquer momento, simular o resultado que
obteria se determinadas decisões sobre as variáveis de marketing fossem tomadas.
Se a resposta à simulação for favorável, esse conjunto de decisões simuladas pode
transformar-se em decisões reais. Modelos de simulação mais sofisticados podem
até indicar,
indicar, diante de determinadas situações apresentadas, qual o melhor conjun-
to de decisões que o gerente de marketing deve tomar. Os modelos de simulação
podem ser de três tipos: descritivos, preditivos e prescritivos.
A utilização de modelos de simulação em pesquisas de marketing apresenta
a presenta
inúmeras vantagens sobre outros métodos de pesquisas:
Po
Podem
sa,dem ser usados
diretamente como forma
envolvidos de treinamento
ou não dos gerentes
geren
com as atividades de tes da empre-
marketing da
empresa.
2. TIPOS, FONTES E FORMAS DE COLETA DE DADOS 41
Dados disponíveis
disponíveis
Existe uma infinidade de dados úteis para marketing que já foram coletados,
tabulados e, às vezes, até analisados, que estão catalogados à disposição dos inte-
ressados e que vão exigir-lhes apenas o esforço de dedicar algum tempo na Inter-
net, em bibliotecas, visitas aos órgãos governamentais, leitura de jornais e revistas,
na consulta de informações padronizadas de empresas de pesquisas ou na consul-
ta de informações internas da própria empresa.
Tipos de dados
Dados primários
primários e dados secundários
secundários
pos:Os dados em
primários pesquisas de marketing são classificados em dois grandes gru-
e secundários.
Dados primários são aqueles que ainda não foram coletados, estando em posse
dos pesquisados, e que são coletados com o propósito de atender às necessidades es-
pecíficas da pesquisa em andamento. As fontes básicas de dados primários são: pes-
quisado, pessoas que tenham informações sobre o pesquisado e situações similares.
Dados secundários são aqueles que já foram coletados, tabulados, ordenados e,
às vezes, até analisados e que estão catalogados à disposição
disposição dos interessados. As fon-
tes básicas de dados secundários são: a própria empresa, publicações, governos, ins-
tituições não governamentais e serviços padronizados de informações de marketing.
Objetos da pesquisa
Serviços
Publicações Governos Instituições padronizados
Gerais Federal Universidades Do consumidor
Governamentais Estaduais Faculdades Do varejo
Institucionais Municipais Centros de pesquisa Do atacado
Autarquias Sindicatos (patronais Da indústria
e de empregados) Dos meios de
Federações (patronais comunicação
e de empregados)
Associações (patronais
e de empregados)
FIGURA 2.1 Passos na definição dos dados e das fontes de dados no processo de pesquisa de
marketing.
isso ocorra, seu esforço não será inútil, pois os dados obtidos poderão contri-
buir para:
Dados secundários
Os dados secundários podem ser de origem interna ou externa às empresas.
Dados secundários
secundários internos
Os dados obtidos junto à empresa ou instituição para a qual está sendo reali-
zada a pesquisa são chamados de dados internos. Se forem coletados, exclusiva-
mente, para atender às necessidades específicas dessa pesquisa, são chamados de
dados primários internos. Se já foram coletados e catalogados
ca talogados com outros objetivos
e estão disponíveis para consulta, são chamados de dados
dad os secundários internos.
As vantagens dos dados secundários internos são sua disponibilidade e seu
baixo custo. Infelizmente, o problema é que muitas empresas não coletam ou não
armazenam dados secundários internos em nível de detalhe suficiente para aten-
der às necessidades de pesquisas de marketing. Quanto mais detalhado for o re-
gistro dos dados, melhor será para a pesquisa de marketing. No entanto, como os
sistemas
dades sãosão montadosatendidas.
plenamente para atender a outros objetivos, nem sempre essas necessi-
Dados secundários
secundários externos
Existem diversas fontes de dados secundários em pesquisas de marketing,
conforme apresentado nos Quadros 2.1, 2.2
2. 2 e 2.3 que, a seguir,
seguir, são analisadas.
a nalisadas.
Duas ferramentas tecnológicas vieram facilitar a pesquisa de dados secundá-
rios: a Internet e os CD-ROMs. A Internet permite que, dispondo-se de um com-
putador equipado com modem, uma linha telefônica e um provedor de Internet se
possa ter acesso a um universo jamais imaginado de informações de todo o mun-
do. Os CD-ROMs de base de dados e de publicações, disponíveis nas boas biblio-
tecas, facilitam de forma extremamente rápida a pesquisa e localização de dados
publicados em revistas.
A maioria das fontes de dados secundários que serão apresentadas adiante
neste capítulo possuem sites e podem ser acessadas pela Internet.
São Paulo:
Diário do Comércio e da Indústria www.dci.com.br
Diário de São Paulo www.diariosp.com.br
Diário do Grande ABC www.dgabc.com.br
www.folhaonline.com.br
Folha de São Paulo
Gazeta Mercantil www.gazetamercantil.com.br
O Estado de São Paulo www.estadao.com.br
Valor www.valor.com.br
Rio de Janeiro:
Jornal do Brasil www.jb.com.br
O Globo www.globo.com
www.globo.com (1)
O Dia www.odia.ig.com
Pernambuco:
Diário de Pernambuco www.diariodepernambuco.com.br
Jornal do Comércio www.jconline.com.br
Rio Grande do Sul:
Correio do Povo www.correiodopovo.com.br
Jornal do Comércio www.jcrs.uol.com.br
Zero Hora www.clicrbs.com.br/jornais/zerohora
Distrito Federal:
Correio Braziliense www.correiobraziliense.com.br
Jornal de Brasília www.jornaldebrasilia.com.br
Minas Gerais:
O Estado de Minas www.estaminas.com.br
Folha da Manhã www.folhadamanha.com.br
Santa Catarina:
Diário Catarinense www.diariocatarinense.com.br
Bahia:
A Tarde www.atardeonline.com.br
Revistas: Site:
Exame www.exame.com.br
Veja www.veja.com.br
Época www.epoca.com.br
Isto é www.istoe.com.br
Quatro Rodas www.quatrorodas.abril.com.br
Duas Rodas www.revistaduasrodas.com.br
Globo Rural www.revistagloborural.globo.com
Pequenas Empresas & Grandes Negócios www.pegn.globo.com
Marketing www.revistamarketing.com.br
Propaganda www.revistapropaganda.com.br
Marketing Cultural www.marketingcultural.com.br
RAUSP – Revista de Administração www.fia.com.br
RAE – Revista de Adm. de Empresas da FGV www.fgv.com.br
Gestão & Regionalidade www.uscs.edu.br/revistasacademicas
Conjuntura Econômica www.fipe.com.br
(1) Através do site <www.globo.com> podem ser acessados diversas mídias do Sistema Globo: TV Globo, Glo-
bonews, Globoonline, Época, Diário de São
S ão Paulo, CBN, Globo Rural, Pequenas Empresas & Grandes Negócios,
Galileu, AutoEsporte, Marie Claire, Criativa, Crescer, Casa e Jardim, e noticiosos da TV Globo.
46 PESQUISA DE MARKETING – EDIÇÃO COMPACTA – MATTAR
(IPEA)
Empresa Brasileira de Infraestrutura www
www.i.inf
nfra
raer
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o.co
com.
m.br
br Estatí
Estatíst
stic
icas
as so
sobr
bree mo
movi
vime
ment
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Aeroportuária (INFRAERO) aeroportuário
Fundação Sistema Estadual de Análise de www.seade.gov.br Dados dedemográficos e
Dados (SEADE) econômicos do Estado de
São Paulo
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas www.inep.gov.br Estatísticas de educação
Educacionais (INEP)
Instituto Na
Nacional da
da Pr
Previdência So
Social (I(INSS) www.inss.gov.br Estatísticas dede pr
previdência
Agência Nacional do Petróleo (ANP) www.anp.gov.br Estatísticas de combustíveis
de petróleo
Agência Nacional de Telecomunicações www.anatel.gov.br Estatísticas de
(ANATEL) telecomunicações
Agêência Nacional de Energia Elétrica (A
Ag (AN
NEEL) www.aneel
el..gov.br Esta
tattística
cass de eletricida
dadde
Agência Nacional de Saúde (ANS) www.ans.gov.br Estatísticas de saúde, pública
e privada
Empr
preesa Br
Brasilei
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Turismo (E (EMBRATUR) www.embrbraatur.gov.br Esta
tattística
cass de
de tu
turismo
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Em pres
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Agrope pecu
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www.e
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obraras.
s.co
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m.brbr Dado
Da doss so
sobr
bree o si
sist
stem
emaa
elétrico
Ministério da Agricultura www.agricultura.gov.br Estatísticas agropecuárias
Ministério da Saúde www.saude.gov.br Estatísticas de saúde
Ministério da Fazenda www.fazenda.gov.br Estatísticas das contas
nacionais
Ministério das Minas e Energia www.mme.gov.br Estatísticas de energia
Ministério da Previdência Social www.previdencia.gov.br Estatísticas de previdência
Ministério das Relações Exteriores www.itamaraty.gov.br Estatísticas de comércio
exterior
Ministério dos Transportes www.transportes.gov.br Estatísticas de transportes
Ministério do Turismo www.turismo.gov.br Estatísticas de turismo
2. TIPOS, FONTES E FORMAS DE COLETA DE DADOS 47
serviços, bem como das constantes mudanças que ocorrem no leque de empresas
e de produtos oferecidos.
Consulte o site <www
<www.abep.org>
.abep.org> para verificar as empresas associadas à As-
sociação Brasileira de Empresas de Pesquisa
Pesquisa e seus respectivos serviços.
Os dados dos serviços padronizados de informações de marketing podem ser
classificados em: do consumidor, do varejo, do atacado, da indústria e dos meios
de comunicação.
Dados do consumidor: este serviço compreende a coleta periódica, de um pai-
nel de consumidores, de dados a respeito de compras e das circunstâncias a res-
peito de como foram realizadas.
No Brasil, a Ipsos-Marplan <www.ipsos-marplan.com.br>
<www.ipsos-marplan.com.br> oferece um painel
de consumidores com as seguintes características:
Estudos Marplan (está na 43a edição) – Estudo contínuo dos hábitos de mídia
(revistas,
(revista s, jornais, TV,
TV, rádio, Internet,
Inte rnet, cinema
cinem a e teatro) e de consumo de uma
um a infini-
dade de produtos. É realizado com amostras de consumidores em treze mercados:
São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Porto Alegre, Salvador, Curitiba,
Belém, Fortaleza,
Fortaleza, Brasília/DF,
Brasília/DF, Baixada Santista, Londrina e Campinas. São realiza-
das, anualmente, mais de 61.000 entrevistas. Através de softwares exclusivos, os
assinantes do serviço têm rápido acesso ao banco de dados de mídia e de mais de
1.700 informações de consumo dos mercados pesquisados.
Dados do varejo: este serviço compreende a coleta bimensal de dados sobre
compras e níveis de estoques (na área de vendas e no depósito) de amostras nacio-
nais de lojas dos principais mercados brasileiros de vários produtos.
O procedimento utilizado, chamado de auditoria de loja, é muito simples. No
período de levantamento, a empresa responsável pelo serviço envia os seus fun-
cionários às lojas da amostra, onde são levantados, numa ficha apropriada, para
cada item de produto que faz parte do rol de itens levantados, as compras efetu-
adas entre uma visita e outra e os níveis de estoques no dia da visita. Estes dados
são levados ao escritório onde são tabulados, conforme o seguinte princípio de
contabilidade:
Cobertura geográfica: para reportar a informação das áreas cobertas, o país é di-
vidido em sete grandes regiões que se denominam “Áreas ACNielsen”. Estas regiões
são selecionadas por: população, volume de negócios e custo/benefício. A amostra
abrange 86% da população brasileira, representando 92% do potencial de consumo.
Área I: Ceará, Rio Grande do Norte, ParaíParaíba,
ba, Pernam
Pernambuco,
buco, Alagoas, Bahia e
Sergipe.
Área II: Minas Gerais, Espírito Santo, interior do Rio de Janeiro (excluindo
( excluindo os
municípios contidos na Área III).
Área III: Grande Rio de Janeiro:
Janeiro: Rio de Janeiro, Niterói, Nova Iguaçu, Duque de
Caxias, Nilópolis, São Gonçalo e São João de Meriti.
Área IV: Grande São Paulo: São Paulo, Santo André, São Bernardo do Campo,
São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Guarulhos, Osasco, Embu e Taboão Taboão da Serra.
Área V:
V: Interior de São Paulo
Paulo (excluindo-se os municípios
municípios contidos na Área IV).
Área VI: Paraná,
Paraná, Santa Catarina
Catarina e Rio Grande do Sul.
Área VII: Brasília, Mato Grosso do Sul e Goiás.
Capitais do Norte: Teresina,
Teresina, São Luís, Belém e Manaus (opcional).”
Fonte: <www
<www.acnielsen.com.br>.
.acnielsen.com.br>.
“Toda publicação
competitiva que desejar
a preços constantes ingressar
de tabelas no Instituto
públicas, deve
e poderá aceitar
a partir depublicidade
sua primei-
ra edição pedir sua filiação, ficando por três meses em processo de filiação.
Em seguida, o IVC realizará uma supervisão na organização da Empresa, para
constatar se ela está em condições de atender as exigências dos Estatutos e Normas
do Instituto. Se tudo estiver em ordem, o Editor deverá preencher um formulário for-
necido pelo Instituto, com o título Pedido de Filiação. A seguir
seguir,, a equipe de auditores
do Instituto iniciará os trabalhos de verificação dos dados de circulação, correspon-
dentes a um mês do calendário (o mais próximo possível) e emitirá um relatório de
auditoria que após apresentado, aprovado e divulgado pelo IVC, tornará oficial o in-
gresso da publicação no quadro de filiados.
Antes disto, nenhum Editor poderá fazer qualquer referência ao IVC ou de sua
solicitação de filiação, sob pena de indeferimento do seu pedido.
A partir da divulgação do relatório inicial
inicial de auditoria (Auditoria Prévia), a pu-
blicação terá a responsabilidade de entregar periodicamente ao IVC, dentro dos pra-
zos previstos, a sua Informação Jurada contendo dados da Circulação Líquida, a qual,
uma vez conferida, será distribuída a todos os Associados, em disquete ou impresso.
Semestralmente, o IVC programa e executa as comprovações da Circulação Lí-
quida dos veículos filiados, de modo a não deixar nenhum período sem Auditoria.
Tais comprovações abrangem documentos, registros estatísticos e contábeis a
respeito de:
Apurações industriais
Produção
Pedido de tiragem.
Boletins de tiragem ou máquina.
Boletins de aplicação de tiragem.
Vendas
Vendas
Venda avulsa – cidade sede.
Venda avulsa – inter
interior
ior e exteri
exterior
or..
Assinaturas – cidade sede.
Assinaturas
Assinat uras – inter
interior
ior e exteri
exterior
or..
Aparas – encalhes
encalhes – sabugos
sabugos – capas
capas – papel
papel sujo etc.
Distribuição grátis, exemplares não distribuídos ou inutilizados
Distribuição e expedição
Venda avulsa e assinat
assinaturas.
uras.
Frota e outros meios de distribuição na cidade sede.
Conhecimento dos transportes aéreos, ferroviários, marítimos, ou rodoviá-
rios, para interior e exterior.
Guia de franquia postal.
Guias de expedição ou de malas postais.
Cadernos de repartes ou mapas de expedição.
Apurações de vendas
Contagem física de exemplares nas gráficas no ato de conclusão
conclusão da produ-
produ-
ção e mediante a apresentação das respectivas notas fiscais.
Verificação no caso
caso de praças diversas sobre venda
venda avulsa
avulsa e assinaturas.
assinaturas.
As empresas filiadas que não possuírem oficinas próprias deverão exigir da da
gráfica impressora todos os elementos comprobatórios necessários e deve-
rão comprovar o faturamento da impressão.
Os elementos acima são extensivos aos aos jornais e revistas de circulação
circulação
paga.
As publicações de circulação
circulação controlada estão enquadradas nas regras es-
pecíficas.
O IVC
IVC poderá
poderá solicitar
solicitar dos Editores todo e qualquer
qualquer documento
documento e registro
contábil, desde que necessário à comprovação das apurações.
Fora as
as comprovações
comprovações acima o IVC mantém
mantém um serviço de controle
controle das pu-
blicações, bem como de amostragens junto aos vendedores, distribuidores,
assinantes etc., objetivando maior autenticidade às apurações.
A diferença máxima admitida pelo IVC entre os dados de circulação apresen-
tados nas informações Jurada do Editor e o resultado da Auditoria é de 4%. Acima
54 PESQUISA DE MARKETING – EDIÇÃO COMPACTA – MATTAR
Dados primários
Tipos de dados primários geralmente coletados
Os dados coletados podem ser dos seguintes tipos: características demográ-
ficas, socioeconômicas e de estilo de vida; atitudes e opiniões; conscientização e
conhecimento; motivações; comportamento passado e presente; e intenções.
i ntenções. A se-
guir,, serão apresentados cada um desses tipos de dados primários.
guir
Características demográficas, socioeconômicas e de estilo de vida: um
QUADRO 2.4 Itens de atividades, interesses e opiniões (itens A-I-O) para caracterizar estilo
de vida
Atividades Interesses Opiniões
Do produto.
De suas característica
características.
s.
De onde está disponível para ser adquirido.
De seu preço.
Da empresa que o produz.
De
Dascomo deve ser
diferenças emusado
relaçãoe com que finalidade.
aos produtos concorrentes.
Motivações: o conceito de motivação é muito discutido, tanto em psicologia
quanto em marketing. Para os objetivos da pesquisa de marketing, motivação re-
fere-se a necessidades, desejos, vontades, impulsos ou qualquer outro estado que
impele, conduz, ativa, move, direciona ou canaliza o comportamento de pessoas
para atingir determinados objetivos.
O interesse dos pesquisadores de marketing por este tipo de dado está em de-
terminar por que as pessoas se comportam de determinada forma. À medida que o
comportamento é uma exteriorização de um conjunto complexo de variáveis do in-
divíduo, dentre elas a motivação, é importante para marketing conhecer qual a rela-
ção entre essas variáveis interiores, principalmente a motivação, e o comportamento
de escolha, compra e uso de produtos. As motivações tendem a ser mais estáveis nos
2. TIPOS, FONTES E FORMAS DE COLETA DE DADOS 57
Intenções:
mentos intenções referem-se
futuros declarados a previsões
pelos próprios e antecipações
entrevistados. dos comporta-
Se as pessoas sempre se
comportassem de acordo com as intenções manifestadas, este seria o melhor tipo
de dado a ser coletado para orientar as decisões dos gerentes de marketing. Nor-
malmente, há uma grande disparidade entre o que as pessoas intencionam fazer
e o que elas efetivamente fazem, principalmente quando se referem a intenções
de compra. Há uma credibilidade maior quando as intenções se referem a grandes
itens de compra como casas, terrenos, automóveis, refrigeradores, televisores etc.
Entretanto, mesmo aqui, o pesquisador precisa ser cauteloso. Um exemplo de es-
cala para coleta de intenções de compra é o seguinte:
Intenção definiti
definitiva
va de comprar
comprar..
Provável intenção de comprar
comprar..
Indeciso – pode ser que compre, pode ser que não.
Provável intenção de não comprar
comprar..
Intenção definiti
definitiva
va de não comprar
comprar..
Não sabe.
Método da comunicação
O método da comunicação pode ser classificado quanto: ao grau de estrutura-
ção e disfarce e à forma de aplicação.
60 PESQUISA DE MARKETING – EDIÇÃO COMPACTA – MATTAR
Método da comunicação
comunicação quanto ao grau de estruturação
estruturação e disfarce
disfarce
Essa classificação é feita em função de duas variáveis tomadas simultanea-
mente: estruturação e disfarce. A estruturação refere-se ao grau de padronização
do instrumento de coleta dos dados. Um instrumento de coleta altamente estru-
turado
possíveissignifica
de seremque, tanto as questões
respondidas, já estãoacompletamente
serem perguntadas, como as Entretan-
determinadas. respostas
to, um instrumento de coleta não estruturado significa que apenas os assuntos a
serem abordados estão listados, e tanto o entrevistador quanto o respondente es-
tão livres para perguntar e responder com suas próprias palavras. Um instrumento
de coleta medianamente estruturado é aquele em que, por exemplo, as questões a
serem perguntadas são fixas, mas as respostas são obtidas pelas próprias palavras
do pesquisado. O disfarce diz respeito a em que grau o instrumento de coleta de
dados permite ao respondente saber sobre os propósitos da pesquisa e sobre quais
temas está sendo questionado. Um instrumento não disfarçado é aquele que per-
mite total transparência ao pesquisado. Um instrumento disfarçado é aquele que
não permite nenhuma transparência.
Método estruturado não disfarçado: compreende basicamente os instrumen-
tos utilizados em pesquisas conclusivas, principalmente levantamentos amostrais
e estudos de campo. Nesses instrumentos, comumente denominados questioná-
rios, as perguntas são apresentadas exatamente com as mesmas palavras, sempre
na mesma ordem, e com as mesmas opções de respostas a todos os respondentes.
O objetivo dessa extrema padronização é ter certeza de que todos responderam
exatamente à mesma pergunta. Se for permitido que os entrevistadores façam as
perguntas de forma diferente, é bem possível que sejam obtidos dados diferentes.
Por exemplo, se um pesquisador pergunta “Você costuma ir ao teatro mensalmen-
te?” e outro pergunta “Você
“Você costuma ir ao teatro?”, com certeza os dados obtidos
não poderão ser comparáveis, pois um pode responder a partir de seu costume de
ir ao teatro ao menos uma vez por mês, enquanto o outro pode responder segundo
sua ida semestral ao teatro.
Os instrumentos estruturados não disfarçados requerem um longo tempo de
desenvolvimento e construção
construção e exigem do pesquisador o máximo cuidado em não
deixar que perguntas fiquem sem algumas das possíveis alternativas de resposta,
pois isso poderá confundir o respondente. Devem, também, ser tomados cuidados
para que as perguntas sejam elaboradas de forma
f orma a não induzir às respostas e que
as opções de respostas estejam suficientemente claras e completas. Uma forma im-
portante de depuração do instrumento é o pré-teste.
As maiores vantagens da utilização de instrumentos estruturados não disfar-
çados estão na simplicidade de sua aplicação e na facilidade que proporcionam
para a tabulação, análise e interpretação. Se o instrumento foi bem construído e
2. TIPOS, FONTES E FORMAS DE COLETA DE DADOS 61
Avaliar e ajudar
ajudar a desenvolver conceitos de novos produtos.
Gerar hipóteses sobre
sobre opiniões,
opiniões, usos, costumes, imagens,
imagens, aceitação
aceitação de
de
produtos, percepções, crenças, valores, experiências, atitudes, estilo
de vida, comportamentos passado e presente e intenções, que poderão
ser futuramente testadas quantitativamente.
Gerar ideias criativas para desenvolver novos produtos
produtos ou aprimorar
aprimorar pro-
dutos atuais.
Gerar ideias criativas
criativas para o desenvolvimento de propaganda
propaganda e promo-
ções de vendas de produtos.
Ajudar a reduzir
reduzir o número dede opções de um novo produto
produto a ser submeti-
do a um teste de mercado ou a uma pesquisa quantitativa.
quantitativa.
Gerar informação útil para
para estruturar
estruturar instrumentos de coleta
coleta de dados.
Prover informações gerais a respeito
respeito de uma
uma categoria
categoria de produto.
produto.
Ajudar a interpretar
interpretar informação previamente obtida em pesquisa quan-
titativa.
experiência necessária que o participante deve ter. A seleção final dos participan-
tes é sempre do pesquisador e é feita através das fichas dos recrutados, enviadas
pelo recrutador.
Na seleção dos participantes do grupo, deve ser evitado que, de um mesmo
grupo, participem parentes, conhecidos, vizinhos ou amigos, para que relaciona-
mentos existentes previamente não predominem durante a reunião. Devem tam-
bém ser evitadas: pessoas que participem constantemente desse tipo de reunião e
pessoas que trabalhem na área de marketing e em agências de pesquisas de mar-
keting e de propaganda (por questões de sigilo e pela possibilidade de viés). O ta-
manho dos grupos deve ficar entre 8 e 12 pessoas. Experiências têm mostrado que
grupos acima de 12 inibem e reduzem as possibilidades de participação de todos,
e grupos com menos de 8 tendem a ser menos dinâmicos e cresce a possibilidade
de que apenas alguns participantes dominem a reunião.
A reunião deve ocorrer em ambiente agradável, que estimule a descontração
e encoraje a participação das pessoas. O ideal seria que a reunião fosse realizada
num ambiente de sala de estar de uma residência. Como isto é muito difícil de con-
seguir,, devido à ausência de disponibilidades e à necessidade de infraestrutura, o
seguir
que normalmente ocorre é que a reunião é realizada em salas de agências de pes-
quisas de marketing ou de propaganda, especialmente construídas para essa fina-
lidade, as quais, além da infraestrutura disponível, permitem o acompanhamento
da reunião pelos clientes através de espelhos one-way, bem como sua gravação
em áudio e vídeo para observações e análises posteriores. Na sala onde a reunião
ocorre, só devem estar presentes o moderador, um taquígrafo (este pode ser dis-
pensável, dependendo da forma como a reunião será registrada) e os entrevista-
dos; ninguém mais deverá estar presente, sob pena de a reunião ficar totalmente
prejudicada. Durante a reunião, devem ser servidos bebidas (café, chá, refrigeran-
tes ou bebidas levemente alcoólicas) e petiscos para acentuar a impressão de uma
reunião social e obter-se o clima de descontração. É costume, ao final da reunião,
que seja efetuado um agradecimento formal à participação de cada entrevistado e
distribuído um presente como retribuição a essa participação.
O entrevistador,
entrevistador, no caso chamado
chama do de moderador,
moderador, desempenha um papel
pa pel fun-
damental na entrevista focalizada de grupo. Sua principal função é focalizar a
atenção dos participantes para determinada experiência e, a partir dela, obter os
dados desejados. O moderador precisa saber, antecipadamente, quais os tópicos
e sua sequência e quais aspectos de uma questão precisam ser abrangidos. A lista
a ser abrangida deriva da formulação do problema de pesquisa e de suas respec-
tivas hipóteses e do conhecimento prévio das experiências pelas quais os entre-
vistados passaram. Esta listagem de tópicos é tudo de que o moderador dispõe
para conduzir a reunião; a forma de elaborar as perguntas, a quem efetuá-las, o
64 PESQUISA DE MARKETING – EDIÇÃO COMPACTA – MATTAR
O número
abrangidas pelodeestudo,
grupossegmentos
a ser conduzido depende
de mercado de: objetivos
de interesse e dasdodisponibilidades
estudo, regiões
de tempo e recursos financeiros. Quando os recursos financeiros forem limitados,
o pesquisador deverá concentrar a formação de grupos com os segmentos que fo-
rem prioritários para a pesquisa.
As vantagens da entrevista
entrevista focalizada de grupo
grupo estão relacionadas
relacionadas com a pre-
missa de marketing de que quando se deseja entender os consumidores, o melhor
caminho é ouvi-los. Há muito que aprender ouvindo os consumidores contarem
suas experiências, imagens etc. com suas próprias palavras, de forma espontânea
e não forçada.
A maior desvantagem deste método é a impossibilidade de utilização dos da-
dos obtidos de forma conclusiva. Esta impossibilidade está relacionada com as se-
guintes “fraquezas” deste método:
2. TIPOS, FONTES E FORMAS DE COLETA DE DADOS 65
As amostras
amostras são constituídas por um número
número muito pequeno de entrevis-
entrevis-
tados, o que impede qualquer inferência e extrapolação.
As amostras
amostras não são formadas
formadas por
por processos
processos probabilísticos,
probabilísticos, o que tam-
tam-
bém impede qualquer inferência e extrapolação.
A interpretação
interpretação dos dados
dados é altamente subjetiva e demorada
demorada e depende
muito da experiência e da percepção do moderador e, muitas vezes, exige
a utilização de técnicas muito sofisticadas e pouco exatas, como a análise
de valores.
A grande
grande interação
interação ocorrida
ocorrida durante
durante a reunião pode terter feito com que
opiniões que contrariassem a opinião média do grupo deixassem de ser
manifestadas por receios de exposição social.
Teste de Rorschach:
ta diferente. é composto
O teste consiste de dez cartões,
em perguntar cada um com
aos respondentes um borrão
o que significadecada
tin-
um dos borrões. Todos os borrões são padronizados e suas descrições possíveis por
parte do respondente têm conceituação psicológica preestabelecida. Pela dificulda-
de de aplicação a problemas de marketing e, principalmente, pela subjetividade de
sua interpretação, o Teste de Rorschach é raramente empregado em pesquisas de
marketing.
Interpretação de papéis: a interpretação de papéis, ou técnica da terceira pes-
soa consiste em apresentar uma situação de pesquisa, de forma oral ou visual, em
que o respondente é solicitado a exprimir seus sentimentos e crenças para a con-
dição em que o sujeito da situação fosse outra pessoa, como um amigo seu, um
parente, um vizinho ou um consumidor “típico” de determinado produto. Pressu-
põe-se que, descrevendo aquela situação para terceiros, estará revelando seus pró-
prios sentimentos e crenças a respeito.
2. TIPOS, FONTES E FORMAS DE COLETA DE DADOS 67
Diferenciar e canalizar
interesse. canalizar a percepção da informação
informação para os tópicos de seu
Reter seletivamente as informações
informações a respeito
respeito dos
dos tópicos
tópicos de seu interesse
interesse
e que sejam coerentes com suas atitudes em relação a esses tópicos.
Assim, solicitar às pessoas que recordem e descrevam informações a respeito
de determinado tópico é uma forma de medir,
medir, disfarçadamente, a direção e a for-
f or-
ça de suas atitudes em relação ao próprio tópico e até sua atitude perante a vida
e o mundo. Alguns autores consideram que o assunto em si escolhido para que as
pessoas discorram não é importante, mas sim que provoque reações que permitam
a medição da atitude de interesse.
Pela dificuldade de sua aplicação e pela subjetividade de sua interpretação,
são muito remotas as possibilidades de que técnicas estruturadas disfarçadas ve-
nham a ser intensamente utilizadas em pesquisas de marketing.
2. TIPOS, FONTES E FORMAS DE COLETA DE DADOS 69
Método da comunicação
comunicação quanto à forma de aplicação
O método da comunicação quanto à forma de aplicação compreende: entre-
vistas e questionários
questionários autopreenchidos.
autopreenchidos.
Entrevista: o método da entrevista é caracterizado pela existência de uma pessoa
(entrevistador)
do). A entrevistaque faráser
pode a pergunta
realizadaepessoalmente
anotará as respostas
ou por do pesquisado
telefone, (entrevista-
individualmente
ou em grupos.
Entrevista pessoal: a entrevista pessoal consiste em que o entrevistador e o(s)
entrevistado(s) estejam em contato pessoal para a obtenção dos dados. A tarefa
do entrevistador é contatar o(s) entrevistado(s), agendar a(s) entrevista(s), efe-
tuar as perguntas e tomar nota das respostas. A entrevista tanto pode ser indivi-
dual como em grupos. Na entrevista em grupos, várias pessoas são entrevistadas
ao mesmo tempo. A forma mais comum de entrevista em grupos em pesquisas de
marketing é a entrevista focalizada de grupo, que foi vista neste capítulo.
Acompanhando o produto:
produto: o questionário
questionário é enviado ao ao respondente
respondente
acompanhando o produto e deve ser devolvido pelo correio.
Colocado à disposição:
disposição: o questionário fica à disposição em locais
locais que o pú-
blico de interesse da pesquisa frequenta. Após o preenchimento os questio-
nários são depositados numa urna de onde são periodicamente recolhidos.
Com exceção da forma de enviar e receber o questionário pessoalmente, todas
as demais formas de aplicação de questionários autopreenchidos apresentam pro-
blemas de controle amostral, pois não há certeza de que quem respondeu é quem
deveria fazê-lo. Outro problema resultante é que, mesmo sendo a amostra original
probabilística, a amostra efetiva de respondentes não o será.
agarantia
qualquer
de momento,
anonimatouma identificação
nas entrevistas poderáé ser
pessoais feita. Uma
formalizá-la formadedeum
através elevar
docu-a
mento escrito que deve ficar com o entrevistado.
Habilidade exigida para aplicação: tanto as entrevistas pessoais quanto as
por telefone exigem grande habilidade para sua aplicação. O perfil de qualifica-
ções dos entrevistadores precisa ser elevado e deve estar perfeitamente adaptado
às características do público a ser pesquisado. Nos dois tipos de entrevistas, é mui-
to importante que seja estabelecido um processo de empatia entre entrevistador e
entrevistado, como condição para a obtenção de bons resultados. A melhor forma
de conseguir empatia é fazer com que o perfil dos entrevistadores seja aproxima-
damente igual ao dos entrevistados. Os questionários exigem pouca habilidade
para sua aplicação.
Uniformidade das mensurações: as mensurações têm grande uniformida-
de nos questionários. Frases padronizadas, ordem padronizada das perguntas,
72 PESQUISA DE MARKETING – EDIÇÃO COMPACTA – MATTAR
Após quatro
quatro semanas
semanas da
da postagem
postagem inicial,
inicial, enviar
enviar novamente
novamente um exem-
plar do questionário, acompanhado de nova carta/e-mail solicitando
cooperação.
Além dess
dessas
as provi
providênci
dências,
as, vário
várioss outr
outros
os fator
fatores
es influ
influenciam
enciam o índice de resp
resposta:
osta:
Identificação do patrocinador
patrocinador e (ou) do realizador
realizador da pesquisa:
pesquisa: esta pro-
vidência gera maior confiança
confiança nos respondentes e, quanto mais
mais conheci-
da e idônea for a empresa, maior será a confiança do respondente.
Formato e apresentaçã
apresentaçãoo agradáveis do question
questionário:
ário: o formato e a apre-
sentação (letras; figuras; desenhos; uso de cores; tipo, qualidade e cor do
papel etc.) facilitam e estimulam a resposta.
Extensão do questionário:
questionário: questionários extensos constituem-se numa
barreira para serem respondidos. Quanto mais objetivos e curtos, maior
será o índice de respostas.
Natureza dos respondentes:
respondentes: geralmente, as pessoas
pessoas que
que mais
mais respondem
respondem
aos questionários são as mais interessadas, as mais participantes e as mais
instruídas da população.
Envolvimento do respondente
respondente com o objetivo da pesquisa:
pesquisa: dependendo
dependendo
do assunto pesquisado poderá haver maior interesse ou envolvimento do
pesquisado, o que poderá redundar em um melhor índice de resposta.
– IBGE <www
www.ibge.com.br
.ibge.com.br>, os índices de analfabetismo (para pessoas de dez ou
mais anos de idade) são os que constam nas Tabelas
Tabelas 2.1 e 2.2.
TABELA 2.1 Índice de analfabetismo nas regiões brasileiras – pessoas com dez ou mais anos
de idade
Urbana 8,6
Rural 23,7
Total Brasil 10,9
Fonte: Censo IBGE 2010. Disponível em: <www.ibge.com.br>. Acessado em: 30 maio 2012.
TABELA 2.2 Índice de analfabetismo nas principais regiões metropolitanas – pessoas com
dez ou mais anos de idade
Belém 3,6
Fortaleza 8,9
Recife 8,5
Salvador 4,8
Belo Horizonte 3,9
Rio de Janeiro 3,4
São Paulo 3,4
Curitiba 3,2
nível educacional têm dificuldades para escrever, e, mesmo quando têm facilida-
de, podem não ter paciência ou motivação para escrever tanto quanto seriam ca-
pazes de falar. Por isso, os questionários se prestam à obtenção de dados junto a
pessoas que tenham, no mínimo, um nível educacional médio. As entrevistas tanto
pessoais
pes soais como por telefone, prestam-se a obter informações de pessoas de qual-
quer nível educacional.
Possibilidade de verificação da sinceridade das respostas: a entrevista pes-
soal apresenta uma possibilidade de verificação bem elevada da sinceridade das
respostas. O entrevistador pode observar,
observar, durante o processo de entrevista, o com-
portamento do entrevistado (jocoso, envolvido, relapso, ansioso etc.), suas rea-
ções faciais e corporais, e pode deduzir quanto à sinceridade das respostas. Pode
também verificar informações contraditórias e respostas incoerentes. As entrevis-
tas por telefone e os questionários não permitem nenhuma possibilidade de ava-
liação da sinceridade das respostas.
Tamanho
do, pela da amostra:
necessidade pelade
de pessoas dificuldade
nível maisdeelevado
aplicação, pelo custo
na equipe, pelamais eleva-
necessida-
de de maior treinamento, pelas dificuldades de supervisão e controle e pelo maior
tempo necessário para aplicação, o tamanho das amostras nas entrevistas pessoais
é, geralmente, menor,
menor, quando comparado ao das entrevistas por telefone e ao dos
questionários.
Cadas,forma
vantagen
vantagens, de aplicação
e nenhum pode serdo método
considerado
consider adodaocomunicação possui
melhor em todos
tod os vantagens
os os e des-
aspectos analisa-
aspectos
dos. Em função disso, o pesquisador deve considerar a possibilidade de fazer usos
combinados de métodos em sua pesquisa. Por exemplo, numa mesma pesquisa,
para a parte da amostra que possui telefone, utilizar entrevistas por telefone, para
a parte que não possui telefone, nem reúne condições de autopreencher o questio-
nário, utilizar entrevistas pessoais, e para a parte da amostra que possui nível edu-
cacional elevado, utilizar questionários autopreenchidos pelo correio/fax/Internet.
Se, por um lado, a combinação de métodos pode elevar o erro não amostral
resultante da falta de uniformidade das medições, por outro, é a melhor forma de
elevar o número de elementos da amostra e, com isso, reduzir o erro amostral,
para um mesmo custo total de campo. É também a melhor forma de reduzir o cus-
to total de campo para um mesmo tamanho de amostra.
76 PESQUISA DE MARKETING – EDIÇÃO COMPACTA – MATTAR
Método da observação
O método da observação pode ser classificado quanto: ao grau de estrutura-
ção, ao grau de disfarce, aos instrumentos utilizados, ao ambiente, ao objeto ob-
servado e à participação do observador.
Método da observação
observação quanto ao grau de estruturação
O método da observação, quanto ao grau de estruturação, classifica-se em ob-
servações estruturadas e não estruturadas. A diferenciação estruturada/não estru-
turada é semelhante a que foi vista para o método da comunicação e, basicamente,
refere-se ao grau de especificação do que será observado.
Observação estruturada: a observação estruturada é utilizada em pesquisas
em que o problema e os objetivos já estejam claramente definidos, a ponto de per-
mitir uma especificação clara a priori dos comportamentos ou situações que serão
observados e de suas categorizações para registrar o observado.
A observação
observação estruturada é utilizada para pesquisas
pesquisas conclusivas
conclusivas descritivas ou
ou
causais. Um exemplo de sua aplicação é o de uma empresa fabricante de bebidas
alcoólicas que desejava medir a variedade e a intensidade das atividades promo-
cionais, no ponto de venda supermercados, de seus concorrentes (Mattar e Santos,
1982). Para tanto, montou-se um projeto baseado no método da observação estru-
turada. Foi constituída uma amostra de 40 supermercados na Grande São Paulo e
30 no Grande Rio, que eram visitados a cada dois meses por observadores devida-
mente treinados. Esses observadores não perguntavam nada a ninguém, apenas
observavam inúmeros itens definidos a priori, como: espaço frontal ocupado pelos
produtos nas prateleiras, vizinhança dos produtos (à esquerda e à direita), altura
ocupada na prateleira e tipo de atividade promocional encontrado (havia uma lis-
ta pré-codificada de aproximadamente 30 atividades). Foi desenvolvido
desenvolvido e testado
um formulário para colher essas observações de forma rápida e precisa. A tabula-
ção desses dados, via computador, dava, periodicamente, uma visão comparativa
da variedade e da intensidade das atividades promocionais dos produtos concor-
rentes em relação às dos produtos da empresa.
Observação não estruturada: a observação não estruturada é utilizada em
pesquisas em que o problema e os objetivos não estão ainda claramente definidos,
e por isso há necessidade de uma grande flexibilidade para analisar os comporta-
mentos e situações em observação.
A observação não estruturada é utilizada para pesquisas exploratórias, e tem
por objetivo familiarizar o pesquisador com o problema em estudo, de forma a
lhe permitir desenvolver hipóteses de relações causais, especificações claras dos
2. TIPOS, FONTES E FORMAS DE COLETA DE DADOS 77
Método da observação
observação quanto ao grau de disfarce
O método da observação quanto ao grau de disfarce classifica-se em: observa-
ção disfarçada e observação não disfarçada. A diferenciação
di ferenciação disfarçada/não disfar-
çada é semelhante à que foi vista para o método da comunicação e, basicamente,
refere-se ao grau de percepção dos pesquisados de que estão sendo observados.
Observação disfarçada: utiliza-se a observação disfarçada quando se pres-
supõe que o conhecimento por parte do pesquisado de que está sendo observado
pode induzi-lo a ter um comportamento anormal. É de se esperar que, numa si-
tuação de observação do comportamento de compra dos consumidores diante de
uma prateleira de supermercados, esse comportamento possa ser influenciado se
os consumidores perceberem que estão sendo observados. O momento de escolha
de produtos, quando feita em presença de estranhos, é de exposição social; se o
consumidor sentir que o comportamento para escolha, ou a própria escolha, possa
expô-lo socialmente, é bem provável que altere seu comportamento natural.
Para realizar a observação disfarçada, o observador deverá ficar oculto, fazer
parte da situação observada (passando também por consumidor) ou utilizar ins-
trumentos mecânicos e eletrônicos ocultos para registrar as observações e poste-
riormente proceder às interpretações e análises.
Note que,
da questão éticaemrelacionada
qualquer das
comsituações de observação
a observação de pessoasdisfarçada, fica aconsen-
sem seu devido dúvida
timento e conhecimento. Em respeito à ética, as pessoas observadas deveriam, ao
menos, depois de o terem sido, tomarem conhecimento, e a elas deveria ser dada
a oportunidade de consentirem ou não na utilização do que foi observado.
Observação não disfarçada: deve ser utilizada quando o fato observado não
envolver comportamentos, quando o comportamento observado não for influen-
ciado pela presença do observador ou quando aspectos éticos ou legais impedirem
a utilização da observação disfarçada.
Método da observação
observação quanto aos instrumentos
instrumentos utilizados
utilizados
O método da observação, quanto aos instrumentos utilizados, classifica-se
em: humana e por instrumentos.
78 PESQUISA DE MARKETING – EDIÇÃO COMPACTA – MATTAR
Gravadores
tro de informaçõesde som: os gravadores
durante sessões de de som foram
entrevistas muito utilizados
focalizadas para
de grupos deoconsu-
regis-
midores, e serviam, junto com os dados taquigráficos, para auxiliar o moderador a
interpretar,, analisar e elaborar o relatório da pesquisa. A gravação apenas do som
interpretar
traz problemas para a interpretação, pois no momento da análise, não há condição
de identificar quem falou o quê. Com a redução do tamanho das câmeras de TV
e seu barateamento, é mais eficaz gravar as reuniões em vídeo do que apenasa penas em
áudio, por isso os gravadores de som passaram a ser menos utilizados.
Leitores óticos dos caixas das lojas: este é um instrumento novo que está agora
começando a surgir no Brasil, mas que possui um potencial enorme para ser uti-
lizado emnos
digitação pesquisas
caixas por
das observação.
lojas. Ela lê Odiretamente
leitor óticooé código
um aparelho que substitui
do produto impressoa
(chamado código de barras) em sua embalagem. O consumidor recebe uma lista-
gem dos itens adquiridos com o respectivo preço pago. O leitor ótico está ligado
diretamente a um computador central da cadeia de d e lojas, onde estão armazenados
os preços dos produtos, as quantidades estocadas, e permite o registro imediato
das operações enquanto estão sendo realizadas. O registro das operações é perio-
dicamente consolidado, e tem-se, à disposição, o movimento de cada loja, por li-
nha de produto, por produto e até mesmo por item de produto. Além de ser um
instrumento fantástico para a administração imediata das lojas, é um instrumento
que oferece
muito baixo:as seguintes possibilidades para pesquisas de marketing a um custo
Psicogalvanômetro:
Psicogalvanômetro: o psicogalvanômetro, também conhecido como detector
de mentiras, é uma aparelho que mede a mudança na transpiração, através da
qual se infere a reação emocional das pessoas sujeitas a determinado estímulo. A
emoção causada por uma determinada propaganda sendo testada pode ser verifi-
cada por este aparelho.
Câmera de movimento dos olhos (oftalmógrafos): a câmera de movimento dos
olhos é utilizada para determinar como uma pessoa lê determinada propaganda im-
pressa, uma página de revista ou jornal, embalagens etc. As medidas são tomadas
a partir da sequência em que os movimentos de leitura são efetuados e do tempo
despendido em cada ponto do objeto lido. Parte-se do pressuposto de que a leitura
é iniciada pelos pontos que visualmente despertaram mais a atenção e de que se de-
dica mais tempo à leitura dos pontos que despertaram o maior interesse do objeto
lido. O oftalmógrafo é o aparelho utilizado para a leitura do movimento dos olhos.
Pupilômetro: o pupilômetro mede a mudança no diâmetro da pupila dos olhos.
Sabe-se que as pessoas não têm controle sobre o diâmetro da abertura de suas pu-
pilas. O instrumento
uma reação favorávelpressupõe que, à medida
por determinado objeto,que
suasaspupilas
pessoasaumentam
se interessam e têm
de diâme-
tro. A variação do diâmetro medida dará uma dimensão da favorabilidade da rea-
ção ao estímulo provocado.
Contadores de tráfego: são aparelhos manuais, mecânicos (catracas) ou ele-
trônicos que objetivam contar o número de pessoas que passam por determinado
ponto ou frequentam determinado local.
Método da observação
observação quanto ao ambiente
ambiente
O método da observação quanto ao ambiente classifica-se em natural e de
laboratório.
Observação natural: compreende observar o comportamento ou fato no am-
biente natural em que ocorre. Esta condição sugere que o comportamento ob-
servado deverá ocorrer da forma mais natural possível e, desta forma, evitar a
ocorrência de vieses.
Observação de laboratório: compreende criar uma situação de marketing
artificial e observar o comportamento exibido pelos consumidores colocados nesta
situação artificial. Este tipo de observação só deve ser usado quando for impossível
a observação natural, ou quando os seus custos tornarem-na proibitiva.
Método da observação
observação quanto ao objeto observado
observado
O método da observação quanto ao objeto observado classifica-se em observa-
ção direta e observação indireta.
2. TIPOS, FONTES E FORMAS DE COLETA DE DADOS 81
Método da observação
observação quanto à participação
participação do observador
observador
O método de observação quanto à participação do observador pode ser parti-
cipativa e não participativa.
Observação participativa: existem certos temas de pesquisa e certas situa-
ções de observações nas quais se o observador não estiver integrado ao grupo ob-
servado e/ou não fizer parte integrante da situação a ser observada, a pesquisa
estará comprometida, pois os comportamentos que se deseja observar não são re-
alizados em lugares públicos acessíveis para realizar observação não participativa
(por exemplo: o consumo de drogas; como operários se comportam em relação ao
trabalho etc.). Para estes casos, a solução é o observador passar a integrar o grupo
ou situação observados.
Observação não participativa: é aquela em que o observador não faz par-
te do que está sendo observado. É a forma mais usual de aplicar o método da
observação.
MEDIDAS E INSTRUMENTOS
3
DE COLETA DE DADOS
Erros amostrais
amostrais
Grandes Amostras,
não for viesada, oserros
esses errostendem
ocorrema ora num sentido,
neutralizar-se ora noutro
e, quanto maiore,osetamanho
a amostra
da
amostra, menores serão. Os erros amostrais estão sob o controle do pesquisador,
quando a amostragem for probabilística.
crescer
crescer,
tados da, à pesquisa
medida que
e o cresce o tamanho
pesquisador da amostra.
não consegue Introduzem
exercer nenhumvieses nos resul-
controle sobre
eles, cabendo-lhe apenas tomar cuidados, durante as várias etapas e fases do pro-
cesso de pesquisa, para minimizar sua ocorrência. Inúmeras são as fontes de erros
neles contidos
gitar ou precisam
digitalizar ser preparados
a s respostas
as para aeletrônicos
em arquivos análise. Istoe envolve codificá-los,sim-
efetuar tabulações di-
ples, cruzamentos, cálculos estatísticos e representações gráficas. Em todas essas
atividades, poderão ocorrer erros que irão viesar os resultados.
Análises: os erros possíveis de serem cometidos aqui são inúmeros, desde a
utilização de dados incorretos até a utilização de técnicas de análises estatísticas
inadequadas para as variáveis em estudo.
Interpretação: às vezes, o pesquisador tende a interpretar, consciente ou in-
conscientemente, os resultados da pesquisa, segundo seus interesses (defesa de
uma hipótese; defesa de uma opinião; defesa de uma opção de decisão etc.).
Toda essa exposição sobre a ocorrência de erros não amostrais foi feita devi-
do a seu estreito relacionamento com os erros cometidos durante a coleta dos da-
dos. A coleta de dados é uma das maiores fontes, se não for a maior
maior,, de erros não
amostrais.
Foi visto, no item anterior, que inúmeros fatores contribuem para a ocorrên-
cia dos erros não amostrais, e que, entre eles, os que mais contribuem são os erros
cometidos durante as operações de coleta dos dados.
da dos. As principais fontes de erros,
durante a fase de coleta de dados, são: erros na amostragem, erros de não resposta
e erros durante a coleta de dados.
Erros na amostragem
amostragem
Os erros oriundos do processo de amostragem podem ocorrer por diversas
razões: utilização de processo de amostragem não probabilístico, utilização de lis-
tagens da população em estudo incorretas ou incompletas e localização errada da
unidade a ser pesquisada.
Processos de amostragens não probabilísticos: já foi visto que em pesquisas
de marketing são utilizados intensamente processos de amostragens não proba-
bilísticos. Todos
Todos esses processos trazem consigo, potencialmente, erros que estão
fora do controle do pesquisador. Se o pesquisador desejar ter total controle sobre a
86 PESQUISA DE MARKETING – EDIÇÃO COMPACTA – MATTAR
Erros durante
durante a coleta dos dados
A últim
últimaa fonte
fonte de erro no campo ocor
ocorre
re duran
durante
te o momen
momentoto da cole
coleta
ta de dados
dados..
Grande parte das formas de evitar, ou minimizar, a ocorrência deste tipo de erro está
relacionada com a qualidade dos recursos humanos utilizados na pesquisa, já ana-
lisados neste capítulo. É apresentado, a seguir, um resumo da relação de itens que
devem ser trabalhados para reduzir a ocorrência de erros na coleta de dados:
A atividade de realizar
realizar medições
medições é fundamental para a pesquisa de marketing.
marketing.
Em sua essência, a atividade de pesquisa de marketing consiste em realizar medi-
ções. Exemplos de medições comuns de serem feitas pela pesquisa de marketing:
Medir a quantidade
qu
, antidade
Descrever,
Descrever através dedemedidas,
consumidores queos
quem são preferem um produto
consumidores a outro.
outro.
de determina-
determina-
do produto em relação a inúmeras características demográficas, socioe-
conômicas e psicológicas.
Medir o potencial de mercado para determinado produto.
Medir atitudes, comportamentos, percepções, preferências, intenções de
compra etc.
Para realizar essas medições, o pesquisador precisa desenvolver instrumentos
adequados para que as medidas efetuadas correspondam efetivamente ao que se
deseja medir (validade) e para que o erro não amostral seja o menor possível (con-
fiabilidade) diante dos recursos disponíveis.
Desenvolver um instrumento adequado para realizar as medições em pesqui-
sas de marketing não é uma tarefa fácil, mas é fundamental para o sucesso da pes-
quisa que se pretenda realizar.
Processo de medição
O processo de medição consiste em associar números a um objeto que, se-
gundo uma regra estabelecida, passam a representar as quantidades de suas ca-
racterísticas ou atributos. Segundo este conceito, não se mede o objeto em si, mas
suas características ou atributos. Por exemplo, não se mede uma pessoa, mas sua
renda, idade, sexo, nível de escolaridade, estado civil, número de filhos, atitudes,
comportamentos etc.
3. MEDIDAS E INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS 89
Escalas nominais
nominais
Uma escala nominal é aquela em que os números servem apenas para nome-
ar,, identificar e (ou) categorizar dados sobre pessoas, objetos ou fatos. O número
ar
da Carteira de Identidade (Registro Geral) é um exemplo de escala nominal, as-
sim como os números das camisas dos jogadores de um time de futebol, o núme-
ro das placas dos veículos etc. Esses números não têm outro significado a não ser
o de identificar a pessoa ou o objeto associado ao número. As escalas nominais
são intensivamente utilizadas em pesquisas de marketing para nomear
nomear,, identificar
e classificar variáveis, como: marcas, cores, modelos, sexo, tipo de loja, regiões,
usa/não usa, gosta/não gosta, ocupação etc. Veja os seguintes exemplos:
Sexo:
__1. Masculino __2. Feminino
Cor preferida:
__1. Azul __2. Branco __3. Vermelho
Vermelho __4. Amarelo
__5. Verde
Verde __6. Preto __7. Marrom __8. Outra. Qual?___________
Qu al?___________
Nos dois exemplos observa-se que não há outro significado dos números atribu-
ídos, a não ser o de associá-los aos “valores” das variáveis sexo e cor. Não se pode
afirmar que, pelo fato de ao sexo feminino ter sido atribuído o número 2, este seja
melhor que o masculino, ao qual foi atribuído o número 1; analogamente, o marrom
(7) não é melhor que as outras cores, nem o azul (1) é pior que as outras. Podem-se,
inclusive, trocar todos os números atribuídos a cada “valor” das variáveis que nada
mudará, desde que seja mantida a regra estabelecida até o final da pesquisa.
No Quadro 3.1 está apresentado um resumo das características das escalas
básicas de medição.
Com escalas nominais, a única operação possível é a contagem e, por isso, a
moda é a única medida de tendência central que pode ser calculada. Não faz ne-
nhum sentido calcular a média em escalas nominais. No exemplo visto, qual seria
o significado da média entre sexo masculino e feminino, ou da cor média obtida?
Cuidado, pois na tabulação eletrônica dos dados, o computador trabalha apenas
com números e não saberá identificar qual o tipo de escala a que o número se re-
fere e calculará tudo o que lhe for pedido.
90 PESQUISA DE MARKETING – EDIÇÃO COMPACTA – MATTAR
Escalas ordinais
ordinais
Uma escala ordinal é aquela em que os números servem para, além de no-
mear, identificar e (ou) categorizar, ordenar, segundo um processo de compa-
ração, as pessoas, objetos ou fatos, em relação a determinada característica.
Esta escala permite concluir que o produto da marca A é melhor que o produ-
to da marca B, segundo a preferência dos consumidores, mas não permite sa-
ber quanto A é melhor que B. Um exemplo de escala ordinal é o seguinte: uma
empresa pesquisou três possíveis versões de um novo lava-roupas/amaciante
líquido que pretende lançar. Para realizar a pesquisa, deixou uma amostra de
cada versão numa amostra aleatória de 100 domicílios do público alvo para o
Escalas intervalares
intervalares
Uma escala intervalar é aquela em que os intervalos entre os números dizem
a posição e quanto as pessoas, objetos ou fatos estão distantes entre si em relação
a determinada característica. Esta característica das escalas de intervalo permite
comparar diferenças entre as medições, mas não permite concluir quanto à mag-
nitude absoluta das medições.
Um exemplo clássico de escala intervalar é uma escala para medir temperatu-
ras. Tome-se,
Tome-se, como exemplo, a escala Celsius (Centígrado). Se a temperatura du-
rante o dia atingiu o máximo de 30 graus e durante a noite atingiu um mínimo de
15 graus, ao comparar as duas temperaturas, a única conclusão que se pode tirar
é que: a temperatura durante o dia foi mais elevada do que a noite em 15 graus
centígrados. Por se tratar de uma escala intervalar, é um erro concluir que durante
o dia a temperatura foi o dobro da temperatura da noite.
Para mostrar a evidência deste erro, basta utilizar a escala Fahrenheit para
indicar as mesmas
+ 160)/5, obtêm-setemperaturas.
as medidas deUsando
59 grausa Ffórmula de transformação
e 86 graus F = (9C
F, respectivamente, ea
mesma diferença de 15 graus centígrados agora é representada por 27 graus F, e
a relação que existia na escala Celsius não permanece mais na escala Fahrenheit.
Este fato ocorre com as escalas intervalares porque os zeros destas escalas são es-
tabelecidos arbitrariamente e não correspondem ao zero absoluto da característica
que se deseja medir. Somente temperaturas medidas na escala Kelvin, cujo zero
é aceito como absoluto (e corresponde a – 273 graus Celsius), é que permitem a
comparação das suas magnitudes
m agnitudes absolutas.
Em pesquisas de marketing, as escalas intervalares são muito utilizadas para
medir atitudes, opiniões, conscientização e preferências, onde a preocupação é
estabelecer medidas relativas e não absolutas. Uma utilização muito frequente
das escalas intervalares é na construção de números-índices, principalmente, na
Economia.
Nas escalas intervalares, a média, a moda e a mediana são todas medidas le-
gítimas de tendência central.
Escalas razão
razão
As escalas razão possuem as mesmas propriedades das escalas intervalares
com a vantagem de possuírem o zero absoluto. Em função disso, as medidas to-
madas nestas escalas permitem concluir qual a sua magnitude absoluta, além de
informar a posição e quanto as pessoas, os objetos ou fatos estão distantes
di stantes entre si
em relação a determinada característica. Exemplos de variáveis em marketing em
que se pode utilizar estas escalas: renda, idade, altura, número de consumidores,
número de lojas, quantidade de produtos consumidos, número de vezes que o pro-
duto é comprado ao mês, tamanho da empresa, preço, volume de vendas, lucros,
participação no mercado etc. Nas escalas razão, é perfeitamente possível e correto
comparar as medições absolutas efetuadas das características e inferir conclusões
sobre quanto uma medida é maior ou menor que as outras.
Nas escalas razão, a média, a média geométrica, a moda e a mediana são to-
das medidas legítimas de tendência central.
Atitudes em marketing
6. A formação
nados, de uma
fixações, atitude é resultante
julgamentos, de: experiências,
estereótipos, crenças, reflexos
reflexos condicio-a
exposições
comunicações persuasivas, trocas de informações e experiências com ou-
tros indivíduos etc.
A medição
medição de atitudes
atitudes é muito comple
complexa.
xa. Existem
Existem dois fatos
fatos relaciona
relacionados
dos com
atitudes que dificultam sua medição: as atitudes existem somente na mente das pes-
soas, não sendo diretamente observáveis, e a própria complexidade do conceito. Na
seção anterior,
Qual desses foi visto que
componentes a atitude
medir: é composta
o afetivo, de três
o cognitivo, principais componentes.
o comportamental ou todos
os três? Decidido qual componente medir, será preciso decidir qual escala utilizar.
As escalas de atitude utilizadas
utilizadas em marketing procuram medir as crenças
crenças dos
respondentes em relação aos atributos do produto (componente cognitivo), os
seus sentimentos em relação às qualidades esperadas desses atributos (componen-
te afetivo) e uma combinação de crenças e sentimentos é assumida para medir a
intenção de compra (componente comportamental). Os procedimentos para me-
dir atitudes estão baseados na obtenção de dados junto às pessoas cujas atitudes
interessa medir. Esses procedimentos compreendem dois grupos de técnicas: téc-
nicas baseadas na observação e técnicas baseadas na comunicação com as pessoas.
Neste livro serão apresentadas apenas às técnicas da comunicação mais utilizadas
em pesquisas de marketing.
As técnicas da comunicação são:
são:
2. soas
Desempenho da tarefa
que relatem objetivo:
objetivo:
informações estaatécnica
reais respeitoconsiste
consiste em solicitar
do produto objeto daàs pes-
pes-
quisa. As respostas são analisadas e inferências sobre a atitude dessas
pessoas em relação ao produto são tomadas. Esta técnica parte do pres-
suposto de que nos relatos dessas pessoas estarão contidas suas atitudes
em relação ao objeto pesquisado e que as pessoas costumam lembrar
mais das situações ou fatos em que suas atitudes (principalmente crenças
e sentimentos) são mais consistentes.
3. Autorrelato: é a técnica mais
mais utilizada em pesquisa de marketing
marketing para
a medição de atitudes. Esta técnica consiste em solicitar às pessoas que
respondam a um questionário com questões a respeito de suas atitudes.
Existem inúmeras escalas para a medição de atitudes desenvolvidas para
serem utilizadas neste método. O item seguinte apresenta uma série delas.
Escalas nominais
nominais
As escalas
escalas nominais
nominais para medir atitudes compreendem números que são asso-
ciados às respostas com o único objetivo de identificar as categorias de respostas
para facilitar a digitação, o processamento e a análise dos dados. Nessas escalas,
as respostas das pessoas são classificadas em duas ou mais categorias. É a mais
simples das escalas. Exemplo de escala nominal para medir atitude:
Escalas de avaliação
avaliação
As escalas de avaliação são utilizadas para medir variáveis que envolvem es-
calas ordinais, intervalares e razão. Uma escala de avaliação típica procura efetuar
a medição do componente afetivo da atitude. Solicita-se às pessoas que assinalem
as posições numa
correspondam escala
às suas contínua,
atitudes ou numa
em relação escala de As
à pergunta. categorias ordenadas,
escalas de avaliação que
são
as mais utilizadas para medir atitudes em pesquisas de marketing. Existem três
formas de construir uma escala de avaliação: gráfica, verbal e itemizada.
Escala de avaliação gráfica: uma escala de avaliação gráfica compreende a
apresentação das opções de respostas às pessoas, desde o extremo mais favorável
até o extremo mais desfavorável, de uma forma visual contínua ou por figuras que
representem categorias ordenadas. A maneira de apresentar visualmente a escala
depende da imaginação do pesquisador.
Por exemplo, para responder a uma questão do seguinte tipo:
Com relação aos serviços prestados em nosso hotel, qual a sua opinião sobre:
Recepção.
Serviço de copa.
Serviço de arrumadeira.
Serviço de lavanderia.
Serviço telefônico.
Asseio e limpeza.
Conforto.
Localização.
Café da manhã.
Restaurante.
Bar.
As opções de escalas gráficas que poderiam ser
ser utilizadas estão
estão na Figura 3.1.
Escala 1:
Escala 2:
Escala 3: – 0 +
FIGURA 3.1 Exemplos de escalas gráficas.
Um exemplo
anterior de aescala
poderia ser verbal de avaliação para as mesmas questões do item
seguinte:
__ Muito favorável.
__ Um pouco favorável.
__ Indiferente.
__ Um pouco desfavorável.
__ Muito desfavorável.
edeusar menostanto
aplicação, de três
fazinviabiliza qualquer
utilizar uma medição.
escala com Como,
três ou cincoem termos de
categorias, os custo
pesqui-e
sadores têm preferido usar escalas de cinco, mesmo porque sempre será possível,
durante o processamento, se for necessário, reduzir uma escala de cinco pontos
para três, enquanto o inverso é impossível. Além disso, uma escala de cinco cate-
gorias permite analisar melhor as nuanças pró ou contra do que uma de três. As
escalas de sete categorias são utilizadas apenas para medir situações onde se de-
seja captar pequenas nuanças na medição de atitudes.
A escala deve ter um número ímpar ou par de categorias? Os respondentes
devem ser forçados a se classificarem nas categorias ou não? Escalas com número
ímpar de categorias possuem um ponto neutro, enquanto as com número par não
o possuem. Algumas escalas apresentam a opção “não sei” ou “não tenho opinião
a respeito”, enquanto outras não. Alguns estudiosos argumentam que, em escalas
com ponto neutro e em escalas com a opção não sei , há uma tendência a que
muitos respondentes se posicionem nestes pontos (por comodidade, por não de-
sejarem se expor ou por terem dúvidas), enquanto nas escalas sem ponto neutro e
sem a opção “não sei” são obrigados a tomarem posições expressando certo grau
de sentimento pró ou contra. No entanto, há outros estudiosos que defendem po-
sição exatamente oposta, no sentido de que os respondentes nunca devem ser for-
çados, sob pena de se obterem respostas viesadas. Na opinião do autor,
autor, as escalas
sempre devem oferecer a opção neutra e devem conter a opção “não sei” ou “não
tenho opinião”.
Uma escala pode ser balanceada ou não, ou seja, pode ter o mesmo número de
categorias pró e contra, ou não. A decisão de utilizar escalas balanceadas, ou não,
depende de como se distribuem as respostas à variável que está sendo medida. Se
a distribuição tende mais para o lado favorável, mais categorias para medir a favo-
rabilidade deveriam existir, e vice-versa. O argumento para a utilização de escalas
desbalanceadas é que, se a distribuição das respostas tende mais para um lado do
que para outro, ganha-se informação ao poder aquilatar com mais precisão o grau
de favorabilidade ou desfavorabilidade. A maior dificuldade que se coloca para seu
uso é a necessidade de saber a priori para que lado tendem as respostas. Na ausên-
cia dessa informação, tem-se que efetivamente usar escalas balanceadas.
Escala de avaliação itemizada: neste tipo de escala, o respondente é soli-
citado a escolher uma categoria entre várias categorias de expressões verbais de
opiniões sob determinado tópico que forma uma escala, desde a opinião mais desfa-
vorável
voráv el até
até a mais
mais favoráv
favorável.
el. Exemplo
Exemplo::
Escalas de ordenação
ordenação
As escalas de ordenação compreendem solicitar aos respondentes que orde-
nem ou classifiquem os objetos de acordo com suas atitudes em relação a eles. As
escalas de ordenação são muito utilizadas em marketing, pois apresentam inúme-
ras vantagens. São de concepção simples, fáceis de aplicar
a plicar e o processo de obter a
informação é muito similar ao próprio processo de decisão de compra. Estas esca-
las apresentam algumas importantes restrições. Produzem apenas dados ordinais
que permitem saber a ordem de preferências, mas não a distância entre essas pre-
ferências. Além disso, como a técnica força
f orça o respondente a ordenar determinado
conjunto de objetos, pode ocorrer que, mesmo não gostando nem preferindo ne-
nhum deles, os ordene segundo um critério do que desgosta menos para o que des-
gosta mais, em vez de utilizar o critério do que gosta mais para o que gosta menos.
No Quadro 3.2 é apresentado um exemplo de escala de ordenação.
Ao final da tabulação
tabulação dos dados, se chegará a uma tabela
tabela apresentando
apresentando as fre-
quências com que, para cada atributo pesquisado, cada marca apareceu em 1o, 2o,
3o e 4o lugares.
Ordene as quatro principais marcas de automóveis fabricados no Brasil, segundo a sua opinião,
em relação a cada um dos seguintes atributos:
Atributo 1o llu
ugar 2o llu
ugar 3o llu
ugar 4o lugar
Escalas comparativas
comparativas
As escalas comparativas de avaliação resultam de um julgamento relativo a
que os respondentes são solicitados a fazer antes de fornecerem suas opiniões. Seu
procedimento compreende solicitar aos respondentes que expressem suas atitudes
mediante comparação com um padrão de referência estabelecido. O padrão de
referência pode ser a marca utilizada, a marca líder do mercado, a marca do con-
corrente, a versão corrente do produto e até mesmo um produto hipoteticamente
ideal. As escalas comparativas são utilizadas sempre que conhecer a atitude com-
parativa a um padrão de referência importante for fundamental para a tomada
de decisão em marketing. No Quadro 3.3, é apresentado um exemplo de escala
comparativa.
Com relação às marcas de café A e B, qual a sua opinião sobre a marca B, comparativamente à
marca A, em relação aos seguintes atributos:
atributos:
As escalas comparativas
comparativas são muito fáceis de ser construídas e aplicadas e, por
isso, são muito utilizadas em pesquisas de marketing.
m arketing.
Escalas de comparação
comparação pareada
Foi visto na seção anterior apenas o caso de comparação de uma marca com
outra, mas conforme a necessidade da pesquisa pode-se comparar várias marcas
entre si. Nas escalas de comparação pareada, os respondentes são solicitados a
comparar dois objetos (produtos, marcas, propagandas etc.) de cada vez em um
conjunto de vários objetos, em relação a suas opiniões sobre os objetos ou sobre
Escalas de diferencial
diferencial semântico (Osgood)
(Osgood)
As escalas de diferencial semântico foram propostas por Osgood, Suci e Tan-
Tan-
nenbaun (1957) e consistem em que o respondente avalie determinado objeto
num conjunto de escalas bipolares de sete pontos. Osgood e seus companheiros
propuseram, na ocasião, 50 diferentes adjetivos bipolares para serem utilizados
numa escala de diferencial semântico. Alguns deles são: relativos à dimensão ava-
liativa: bom/mau, justo/injusto, limpo/sujo, valioso/sem valor; relativos à dimen-
são potência: grande/pequeno, forte/fraco, pesado/leve; e relativos à dimensão
atividade: ativo/passivo, rápido/lento, vivo/morto. No entanto, raramente os pes-
quisadores de marketing atêm-se aos adjetivos sugeridos por Osgood, havendo,
portanto, grande liberdade
de serem atribuídas de utilizar
ao produto quaisquer
ou objeto qualificações
pesquisado. As escalasbipolares possíveis
de diferencial se-
mântico são exaustivamente utilizadas em pesquisas de marketing e apresentam
as vantagens de serem facilmente construídas, aplicadas, analisadas e seus resul-
tados rapidamente comunicados.
Podem-se
Po dem-se atribuir ou não valores numéricos para os sete pontos da escala. Se
não forem atribuídos valores numéricos, a escala só poderá ser analisada como
sendo ordinal, se forem atribuídos números aos pontos da escala (e os mesmos
exibidos aos respondentes), assume-se que os julgamento dos respondentes foram
efetuados segundo uma escala intervalar e, por isso, os dados poderão ser anali-
sados segundo as propriedades desse tipo de escala. Apesar de comum na prática
da pesquisa de marketing, a atribuição de valores numéricos para a escala tem ge-
rado muita controvérsia entre os estudiosos de escalas. Um exemplo de escala de
diferencial semântico está no Quadro 3.4.
Com relação à marca de café A, qual a sua opinião sobre os seguintes atributos:
Com relação à marca de café A, qual a sua opinião sobre os seguintes atributos:
Escalas Stapel
Stapel
As escalas Stapel são uma modificação
modif icação das escalas de diferencial semântico.
Suas diferenças em relação às escalas de diferencial semântico são: os pontos da
escala são representados por números e a escala possui dez pontos. Os resultados
da utilização
semântico. A desta
análiseescala são semelhantes
dos dados aososobtidos
obtidos segue mesmos pela escalada
padrões deanálise
diferencial
dos
obtidos numa escala de diferencial semântico. É apresentado no Quadro 3.5, um
exemplo de escala Stapel.
Atributos Avaliação
Pureza –5 –4 –3 –2 –1 +1 +2 +3 +4 +5
Sabor –5 –4 –3 –2 –1 +1 +2 +3 +4 +5
Aroma –5 –4 –3 –2 –1 +1 +2 +3 +4 +5
Qualidade –5 –4 –3 –2 –1 +1 +2 +3 +4 +5
Textura –5 –4 –3 –2 –1 +1 +2 +3 +4 +5
Torrefação –5 –4 –3 –2 –1 +1 +2 +3 +4 +5
Embalagem –5 –4 –3 –2 –1 +1 +2 +3 +4 +5
Marca –5 –4 –3 –2 –1 +1 +2 +3 +4 +5
Atributos Avaliação
Pureza –5 –4 –3 –2 –1 +1 +2 +3 +4 +5
Sabor –5 –4 –3 –2 –1 +1 +2 +3 +4 +5
Aroma –5 –4 –3 –2 –1 +1 +2 +3 +4 +5
Qualidade –5 –4 –3 –2 –1 +1 +2 +3 +4 +5
Textura –5 –4 –3 –2 –1 +1 +2 +3 +4 +5
Torrefação –5 –4 –3 –2 –1 +1 +2 +3 +4 +5
Embalagem –5 –4 –3 –2 –1 +1 +2 +3 +4 +5
Marca –5 –4 –3 –2 –1 +1 +2 +3 +4 +5
Escalas indiretas
indiretas
Todas as escalas de automedição de atitudes que foram apresentadas até ago-
ra solicitam aos respondentes que se posicionem numa escala diretamente relacio-
nada com o que se pretende medir.
medir. As escalas indiretas combinam um conjunto de
respostas
sua posiçãodosnaentrevistados em relação
escala de atitude ao objeto em questão para determinar qual
desenvolvida.
A construção de uma escala indireta para medir atitudes é muito complexa e
isto tem limitado seu uso correto em pesquisas de marketing. À semelhança das es-
calas de diferencial semântico, pretensas escalas indiretas têm sido exaustivamen-
te utilizadas em marketing, mas raras são as que foram desenvolvidas segundo os
preceitos metodológicos de seus autores. As escalas indiretas mais importantes por
seu potencial de utilização em pesquisas de marketing são: as escalas de intervalos
aparentemente iguais de Thurstone e as escalas somatórias de Likert.
Escalas de intervalos aparentemente iguais de Thurstone: essa escala, pro-
posta por Thurstone e Chave (1929), constitui-se num conjunto de declarações,
em que cada uma possui um valor predefinido na escala. Essas declarações são
apresentadas aos respondentes para que concordem delas ou discordem. A colo-
cação do respondente na escala será resultante da média aritmética dos valores
correspondentes
correspondent es na escala obtidos por suas respostas concordantes. É apresentado
no Quadro 3.6 um exemplo hipotético de uma escala de Thurstone para medir as
atitudes de consumidores em relação à marca de café A.
Aprovo inteiramente.
inteiramente.
Aprovo.
Indeciso (ou Nem aprovo nem desaprovo).
Desaprovo.
Desaprovo inteiramente.
Concordo inteiramente (ou totalmente).
Concordo.
Indeciso (ou Nem concordo nem discordo).
Discordo.
Discordo inteiramente (ou totalmente).
Concordo totalmente.
Concordo em parte.
Indeciso (ou Nem concordo nem discordo).
Discordo em parte.
Concordo totalmente.
Concordo muito.
Concordo pouco.
Indeciso (ou Nem concordo nem discordo).
Discordo pouco.
Discordo muito.
buam corretamente
Assumindo os números
que os números às respostas
adotados foram –de2, afirmações positivas
– 1, 0, 1 e 2, e negativas.
as associações com
as respostas a afirmações positivas e afirmações negativas devem ser feitas confor-
me mostra o Quadro 3.8 onde foram atribuídos números para o exemplo de escala
Likert apresentado no Quadro 3.7.
Legenda:
CT = Concordo totalmente
C = Concordo
I = Indiferente
D = Discordo
DT = Discordo totalmente
1. É um café puro CT C I D DT
2. É um café forte CT C I D DT
3. É muito saboroso CT C I D DT
4. Seu sabor é diferente e marcante CT C I D DT
5. Seu aroma é delicioso CT C I D DT
6. É feito com grãos de café de alta qualidade CT C I D DT
7. É um café caro CT C I D DT
8. É torrado no ponto certo CT C I D DT
9. Sua embalagem protege o sabor CT C I D DT
10. Sua embalagem é bonita CT C I D DT
11. É um produto moderno CT C I D DT
12. É um produto que rende CT C I D DT
Permite o emprego
emprego de afirmações que não estão
estão explicitamente
explicitamente ligadas à
atitude estudada e pode-se incluir qualquer item que se verifique, empiri-
camente, ser coerente com o resultado total.
É de construção mais simples.
Grau de concordância
concordância// Valor da pontuação
Tipo de afirmação
discordância ( – 2 a 2) (1 a 5)
Importância do instrumento
instrumento para a precisão dos dados
dados a coletar
Instrumentos de coleta de dados mal elaborados, com perguntas ou questões
dúbias, escalas incorretas, que apresentam dúvidas quanto ao procedimento para
seu preenchimento, constituem uma das principais fontes de erros não amostrais.
Portanto, todo cuidado em sua construção é fundamental para reduzir ao mínimo
a ocorrência de erros dele advindos.
Projeto do instrumento
O instrumento de coleta de dados mais utilizado em pesquisas de marketing é
o questionário (instrumento estruturado não disfarçado). Um questionário geral-
mente é composto de cinco partes: (1) dados de identificação, (2) solicitação para
cooperação, (3) instruções para sua utilização, (4) perguntas, questões e formas
de registrar as respostas e (5) dados para classificar socioeconomicamente os ele-
mentos pesquisados.
Os dados de identificação ocupam normalmente a primeira parte do instru-
mento e compreendem: o número do instrumento; nome do entrevistador; data,
hora e local da entrevista; nome, endereço e telefone do entrevistado ou número
de seu código (quando for prometido sigilo).
A solicitação para cooperação, geralmente
geralmente é colocada na capa ou na na primeira
folha do instrumento, antecedendo qualquer pergunta ou questão. As informações
constantes da solicitação compreendem: a empresa realizadora e (ou) a empresa
patrocinadora, o nome do entrevistador
entrevistador,, os objetivos da pesquisa, o tempo médio
que tomará do respondente e palavras solicitando a cooperação e antecipando
agradecimentos, caso a cooperação seja concedida.
As instruções para sua utilização compreendem todas as informações neces-
sárias para o correto preenchimento do instrumento. Em instrumentos do tipo
autopreenchíveis, estas instruções figuram ao longo de todo o instrumento. Em
instrumentos aplicados por entrevistadores, além das instruções ao longo do
instrumento, em pesquisas muito complexas, utiliza-se um documento à parte,
QUADRO 3.9 Matriz de amarração para relacionar objetivos, questões, hipóteses, variáveis,
indicadores e itens do instrumento de coleta de dados
Principal I111 Q1
V11 I112 Q2
I113 Q3
I11n etc. –
I121 Q4
Q1 ou H1 V12 I122 Q5
I123 Q6
I12n etc. –
I1k1 Q7
V1k I1k2 Q8
etc. I1k3 Q9
I1kn etc. –
I211 Q10
V21 I212 Q11
I213 Q12
I21n etc. –
Q2 ou H2
V22 I221 Q13
I222 Q14
V2x
I2k1 Q15
etc.
E assim, sucessivamente.
Segundo Selltiz et al. (1974), os dados procurados numa pesquisa devem en-
quadrar-se num dos títulos da classificação apresentada no Quadro 3.10.
Determinação do instrumento
instrumento segundo o método de administração
administração
Redação da primeira
primeira versão
versão do instrumento
A redação de um instrumento
instrumento de coleta
coleta de dados é um processo
processo cíclico e inte-
rativo e a melhor maneira de começá-la é através da redação de uma primeira ver-
são em que, tentativamente, procura-se redigir as perguntas e as formas de coletar
as respostas, deixando o refinamento para ser feito ao longo de todo o processo. A
primeira versão deve ser elaborada pelo pesquisador que, a seguir
seguir,, a submete aos
demais participantes da equipe para ser criticada, modificada, revisada e ampliada
ou reduzida, até se chegar a uma versão em que todos os membros da equipe es-
tejam de acordo. Esta versão é a que deverá ser pré-testada.
Tanto para a redação da primeira versão do instrumento, como para as subse-
quentes revisões, é importante conhecer o conteúdo das perguntas, sobre as dife-
rentes maneiras
perguntas e parade redigir
obter uma pergunta,
as respostas os diferentes
e a sequência formatos para
mais adequada para aelaborar as
colocação
das perguntas no instrumento.
É apresentada, a seguir
seguir,, uma lista dos aspectos a serem considerados durante
a elaboração e (ou) revisões dos instrumentos de coleta de dados.
As próximas cinco seções foram
foram baseadas no texto de Kornhauser
Kornhauser e Sheatsley
(1951).
4. rentes
Deve apúblicos-alvo
pergun ta ser da
pergunta pesquisa?
mais direta, objetiva e ligada à experiência
direta, experiência da pes-
soa, ou indireta, ampla e mais geral?
Está apresentada de forma excessivamente geral?
Pode
Po de a informação ser mais facilmente obtida se for mais direta, objetiva
e relacionada com o comportamento da pessoa?
5. Tende o conteúdo
conteúdo da pergunta
pergunta a captar dados sobre situações momentâ-
neas e específicas ao invés de captar o que é típico no respondente?
6. O conteúdo da pergunta não estará viesado ou carregado em determina-
da direção, de forma a causar vieses na obtenção das respostas?
A perg
pergunt
untaa pode ser considera
considerada
da neutra?
neutra? Da forma como está elaborada
elaborada
será considerada neutra por pessoas
pessoas com opiniões opostas sobre o assunto?
A pergunta
pergunta contém opiniões ou pré-julgamentos
pré-julgamentos relacionados ao assunto
abordado?
7. As pessoas estarão predispostas
predispostas a fornecer o dado solicitado?
O tema abordado é muito íntimo, perturbador ou expõe socialmente as pes-
soas de forma a provocar resistências, evasões, mentiras e insinceridades?
Quais as objeções que uma pessoa poderia ter para responder ao conte-
údo desta pergunta?
Será que a pergunta não lhe dará a impressão de estar sendo exposta e
examinada?
É possível obter o dado desejado de forma não ofensiva ou será melhor
omiti-lo?
Imaginando a situação ambiental típica em que o instrumento será apli-
cado, será que o conteúdo da pergunta não receberá objeções e resistên-
cias para ser respondida de forma sincera?
O conteúdo da pergunta tende a provocar desejos e reações emocionais
que provocarão uma resposta não verdadeira?
2. rio? Existeaoutro
A pergunta
pergunt sentido
exprime, e deque a pergunta
forma podetodas
balanceada, ter para quem responde?
as alternativas?
Será que não se está apresentando apenas um dos lados do tópico em
estudo?
3. A pergunta, ou o seu preâmbulo, deixa claro e uniforme o quadro de
referência em que a resposta deve ser dada?
A pergunta apresenta a base para a resposta?
A pergunta consegue
consegue deixar explícito que
que a resposta a ser dada refere-se
refere-se
ao que a pessoa pensa ser a verdade e não o que ela deseja que seja a
verdade?
4. A redação da
deformada pergunta
para dirigir está viesada?
as resposta emEstá emocionalmente
emocionalmente
determinado sentido?carregada ou
Emprega termos do tipo “A opinião geral das pessoas é que...” para em
seguida perguntar a opinião do respondente?
Emprega a opinião de pessoas famosas para em seguida perguntar a opi-
nião do respondente?
Emprega termos superlativos que sugestionam a resposta para determi-
nado sentido?
A pergunta seria considerada neutra para pessoas com opiniões opostas
a respeito do mesmo assunto?
5. A redação da pergunta tende a despertar objeções,
respondente? objeções, de qualquer tipo, do
Uma redação solicitando diretamente a renda do respondente tende a ter
mais objeções do que outra que apenas solicite vários indicadores para,
a partir deles, deduzir a classe de renda do respondente (Critério Brasil,
por exemplo).
6. Uma redação mais pessoal ou menos pessoal apresentaria melhores
resultados?
7. Uma redação maismais direta ou menos direta apresentaria melhores resul-
tados?
Decisões quanto à forma de resposta à pergunta:
Conforme o tipo de dado solicitado e se o interesse maior está na quanti-
ficação ou na qualificação do dado solicitado, o pesquisador deverá optar por
Abertas
Fechadas:
Dicotômicas.
Escolha múltipla.
Escala.
Servem de excelente
excelente primeira
primeira questão para um tópico que será seguido
de questões com respostas fechadas. A pergunta com resposta aberta es-
tabelece um relacionamento estreito e consegue ganhar cooperação dos
respondentes para as perguntas com respostas fechadas que serão apre-
sentadas.
Influenciam menos os respondentes
respondentes que as perguntas
perguntas com respostas fe-
chadas. Os respondentes não são influenciados por um conjunto prede-
terminado de respostas e podem expressar livremente suas impressões
sobre o perguntado.
Proporcionam aos pesquisadores comentários, explicações e esclareci-
mentos importantes para a interpretação e análise de perguntas com res-
postas fechadas.
Não exigem muito tempo de preparação.
Desvantagens das perguntas com respostas abertas:
Podem
Podem apresentar erro de medição, se o tema foi tratado de forma di-
cotômica, quando na realidade apresentava diversas nuanças entre, por
compraria
um Celta?”um automóvel
__Sim Astra que
__Não __Não sei. fosse vendido pelo mesmo preço de
Escolha múltipla: nasperguntas com respostas de escolha múltipla é solicita-
do aos respondentes que optem (verbalmente ou assinalando graficamente) por
quantas opções, ou por um número limitado de opções, podendo ser apenas uma,
que julgar(em) adequada(s) dentre o rol apresentado, sendo neste caso chamada
de escolha única.
Na utilização de perguntas com respostas múltiplas, o pesquisador deve pre-
ocupar-se com dois aspectos: o número de alternativas oferecidas e os vieses de
posição. O número de alternativas oferecidas deve atender a dois princípios bási-
cos: ser coletivamente
letivamente exaustivasexaustivas e mutuamente
quando incluírem todas asexclusivas. As alternativas
possíveis respostas são co-
alternativas.
Para que esse princípio possa ser atendido é sempre conveniente incluir a alter-
nativa “outros. Quais?____”. As alternativas são mutuamente exclusivas quando
os respondentes conseguem identificar uma alternativa
a lternativa que claramente represen-
te sua resposta. Por outro lado, em instrumentos aplicados por entrevistadores,
quando o número de alternativas for pequeno, as alternativas podem constar do
próprio instrumento e serem apresentadas aos respondente
respondentess verbalmente; porém,
quando o número de alternativas for grande (por exemplo, maior que quatro), ou
quando o número for pequeno, mas a redação for complexa e de difícil memoriza-
ção, é melhor registrá-las em cartões e, ao fazer a pergunta, apresentar ao entre-
vistado o cartão com todas as opções
opções de respostas.
respostas.
O problema com os vieses de posição ocorrem em função da tendência, quan-
do se trata de palavras, à escolha das opções de resposta que aparecem primeiro
no leque de opções em detrimento das que aparecem mais para o final; quando se
trata de números, essa tendência de escolha de resposta passa a ser a do número
que ocupa a posição central. Para
Para controlar a ocorrência desses vieses é recomen-
dável, durante a coleta de dados, alternar (rodiziar), a cada respondente, de for-
ma cíclica, a sequência de apresentação das opções de resposta. Em pesquisas com
respostas autopreenchíveis e naquelas em que o entrevistador expõe verbalmente
as respostas, a alternância das opções de respostas deve vir já impressa no próprio
instrumento. Nos casos em que se entrega ao entrevistado uma ficha contendo as
opções de respostas, devem ser elaboradas fichas com todas as sequências de or-
denações possíveis e, a cada entrevista, o entrevistador deve usar,
usar, sequencialmen-
te, uma diferente. Esta prática cria um complicador a mais no processo de aplicar
Se
no alguma das possíveis
rol de opções, fortes opções de resposta
resposer
vieses podem staintroduzidos,
não foi previamente
mesmo incluída
quando
for oferecida a opção “outros. Quais?___”.
Tendem a introduzir vieses
vieses nos dados pelo fato de as alternativas de res-
postas serem oferecidas aos respondentes.
Escalas: nas perguntas fechadas com respostas formando escalas, os respon-
dentes são solicitados a responder qual ponto da escala melhor corresponde a sua
opinião a respeito do que está sendo perguntado. As escalas já foram discutidas na
parte inicial deste capítulo.
Tendo conhecimento dessas várias alternativas de opções de respostas, o pes-
quisador estará em condições de efetuar as seguintes perguntas para verificar se as
as
questões e as opções de respostas estão adequadas para sua pesquisa:
1. Qual a melhor
melhor forma de perguntar e obter a resposta para este
este dado: per-
per-
gunta com resposta aberta ou fechada, e se a escolha for fechada, deve
ser dicotômica, escolha múltipla (quantas opções de escolha) ou escala?
2. Quando se trata
trata de perguntas com respostas múltiplas,
múltiplas, será que estão
sendo oferecidas todas as alternativas significativas possíveis? Não estará
havendo superposições? A ordem em que as opções estão sendo ofereci-
das é adequada? A redação das opções é imparcial e equilibrada?
3. A forma de resposta é fácil, definida e adequada para o objetivo? A quanti-
dade e a complexidade de opções exige cartões? As pré-tabulações das res-
postas devem figurar nas opções de
d e resposta ou isso pode ser fonte de viés?
1. O questionário
questionário começa com uma pergunta simples e interessante
interessante de for-
ma a atrair e ganhar a atenção dos respondentes?
2. As perguntas estão
estão colocadas de forma a atender à seguinte sequência:
as questões mais fáceis e de caráter geral aparecem
a parecem antes, e as mais difí-
ceis e de caráter mais específico, depois?
3. As perguntas anteriores tendem
tendem a influenciar
influenciar pelo conteúdo as respostas
às perguntas posteriores?
4. A colocação das perguntas segue uma ordem lógica e racional? A colocação
das perguntas nessa sequência pode causar alguma confusão, hesitação,
frustração ou indecisão aos respondentes? Há instruções suficientes, cor-
retas e simples para explicar quando as respostas de perguntas anteriores
condicionam quais perguntas posteriores são pertinentes e quais não são?
5. A pergunta é apresentada de maneira natural?
natural? Está em ordem psicologi-
camente correta?
Especificações do uso: complementando a redação do instrumento, o pes-
quisador deve explicitar as condições adequadas para seu uso e aplicação, tanto no
caso de instrumentos autopreenchíveis quanto nos que utilizam entrevistadores.
Instruções sobre como os entrevistadores devem proceder no campo, como preen-
cher os instrumentos, como abordar os respondentes, como comportar-se durante
a entrevista etc. deverão aqui ser minuciosamente explicitadas.
Revisões e pré-testes
Após ter sido construída a primeira versão do instrumento, procede-se a inú-
meras revisões junto a própria equipe de pesquisa, seguindo os preceitos apre-
sentados no item anterior. Uma vez concluída a revisão, tendo a equipe toda
concordado com a versão presente do instrumento, este pode ser considerado
pronto para ser pré-testado. O pré-teste do instrumento consiste em saber como
ele se comporta numa situação real de coleta de dados. Os objetivos de um pré-
-teste são verificar:
Se os
os termos utilizados nas
nas perguntas são de compreensão dos respon-
dentes.
Se as perguntas
perguntas estão sendo entendidas como deveriam ser
ser..
Se as opções
opções de respostas
respostas nas
nas perguntas
perguntas fechadas estão
estão completas.
completas.
Redação final
final
Os resultados dos pré-testes servirão para efetuar a revisão da redação final
do instrumento. Se as alterações sugeridas pelos pré-testes forem muito grandes,
é importante que o instrumento seja novamente testado até não ser mais preciso
efetuar grandes alterações. O número de pré-testes a serem efetuados depende da
complexidade do instrumento e de quanto ele já tenha sido previamente elabora-
do. Para instrumentos que tenham sido suficientemente desenvolvidos previamen-
te, geralmente dois ou três pré-testes são suficientes.
Os pré-testes são efetuados com versões digitadas do instrumento para pos-
sibilitar revisões rápidas. Uma vez aprovado o instrumento nos pré-testes, o pes-
quisador precisa tomar decisões quanto às características físicas de apresentação
como: tipo de letra, qualidade do papel, cor da tinta, qualidade da impressão, es-
paço entre perguntas, espaço entre opções de respostas etc. Principalmente em
instrumentos autopreenchíveis, estes itens, que a princípio parecem pouco rele-
vantes, são, às vezes, fundamentais para ganhar a cooperação dos respondentes.
Quanto melhor de
cores e formato apresentado o questionário,
letras, quanto quanto
melhor dispostas mais agradáveis
estiverem forem
as perguntas suas
e ques-
tões, maior será o índice de respostas.
AMOSTRAGEM, INTERVALOS
DE CONFIANÇA E NÚMERO DE
4
ELEMENTOS DA AMOSTRA
Conceito de amostragem
Amostra é qualquer
qualquer parte de uma população.
população.
Amostragem é o processo de colher amostras de uma população.
população.
A ideia básica da utilização de amostragem em um processo de pesquisa de
marketing é de que a coleta de dados relativos a alguns elementos da população e
sua análise podem proporcionar relevantes informações sobre toda a população. A
amostragem está intimamente relacionada com a essência do processo de pesquisa
descritiva por levantamentos: pesquisar apenas uma parte da população para infe-
rir conhecimento para o todo, em vez de pesquisá-la toda (censo).
Realizam-see censos ao invés de pesquisas por amostragens quando:
Realizam-s
Excluindo-se
lização de censos esses casos,pesquisa
e a simples na maioria
de absoluta das vezes,
uma amostra é desnecessária
da população atenderáa rea-
ple-
namente às necessidades da pesquisa.
Há três conceitos básicos referentes à amostragem:
População de
População de pesquisa: é o agregado de todos
todos os casos que se enquadram
enquadram
num conjunto de especificações previamente estabelecidas (Kinnear e
Taylor, 1979).
Elemento de pesquisa:
pesquisa: é a unidade
unidade sobre a qual se procura obter os dados
dados
(Kinnear e Taylor
Taylor,, 1979).
1979) .
Unidade amostral: é a unidade básica que contém
contém os
os elementos
elementos da popu-
lação a ser amostrada.
Vantagens
Vantagens de amostrar
Economiza mão de obra e dinheiro, à medida
medida que podem ser entrevis-
tadas, por exemplo, apenas 1.000 pessoas em vez de toda uma popula-
ção de 1 milhão. Fica fácil imaginar o quanto se economiza no custo de:
entrevistas, impressão do instrumento de coleta, supervisão de campo,
digitação, processamento dos dados etc.
Economiza tempo e possibilita rapidez na obtenção
obtenção dos resultados.
resultados. Ex-
plorando o mesmo exemplo anterior, haveria apenas 1.000 horas de
entrevistas na amostra (supondo uma hora por entrevista), contra um
milhão de horas no censo; além disso, há grande redução no tempo de
impressão dos instrumentos, no recrutamento, seleção e treinamento de
entrevistado
entrevistadores,
na digitação res,
e nonaprocessamento
revisão e preparação dos instrumentos
dos dados. para digitação,
Toda essa economia de tem-
po possibilita grande rapidez no fornecimento dos resultados, sendo este
um fator fundamental no processo de decisão de marketing.
Pode colher dados mais precisos. Este fato ocorre como resultante
resultante da
eliminação ou redução de inúmeras fontes de erros não amostrais. Num
censo, necessita-se de muitos entrevistadores, muitos supervisores de
campo e muitas pessoas para digitação dos dados. À medida que o staff ddaa
pesquisa cresce, a qualidade das pessoas recrutadas cai e as necessidades
de controle e supervisão crescem e ficam mais difíceis de serem exercidas,
o que redunda na elevação dos erros não amostrais. Ao contrário, quan-
to menor a magnitude das operações de campo, mais fácil será exercer
melhor controle de todo o processo de coleta e tratamento dos dados e
encontrar pessoal mais bem qualificado para conduzir, adequadamente,
amostrais,
possui errosmas num menor
amostrais, mas grau. Diferentemente
que, estatística de um censo, atratados,
e convenientemente amostra
tratados,
podem ser controlados e minimizados.
Pode ser a única opção quando o estudo implicar a destruição ou conta-
minação dos elementos pesquisados: o teste de uso do produto resulta no
consumo do produto; é evidente que a realização de um censo para se
verificar a aceitação de um novo sabor
sabor de iogurte não
não parece
parece ser um bom
início para se conduzir um negócio que se pretenda lucrativo.
Não probabilísticas:
Básicas:
1. Conveniência (ou Acidental)
2. Intencional (ou por Julgamento)
3. Cotas (ou Proporcional)
Variações:
1. Tráfego
2. Autogerada
Tipos de 3. Desproporcional
amostragens
Probabilísticas:
1. Aleatória simples
2. Aleatória estratificada
3. Conglomerado:
Sistemática
Área
Isto A
torna a opção
terceira dapode
razão amostragem
ser a de não
que probabilística
a obtenção detambém aceitável.
uma amostra de dados que
reflitam precisamente a população não seja o propósito principal da pesquisa. Se
não houver intenção de generalizar os dados obtidos na amostra para a popula-
ção, então não deverá haver preocupações quanto à amostra ser mais ou menos
representativa da população. É o caso, por exemplo, da realização de uma pesqui-
sa exploratória, em que o objetivo principal é ganhar conhecimento sobre o assun-
to e não que as informações obtidas sejam ou não representativas da população.
Outro exemplo é aquele em que alguns médicos especialistas são chamados para
dar seus pareceres num caso difícil. Essa amostra intencional da população de mé-
dicos não é consultada para que se tenha uma opinião média de toda a classe, mas
por sua maior competência e experiência.
A quarta razão diz respeito ao tempo e aos recursos financeiros, materiais e
humanos necessários para a realização de uma pesquisa com amostragem proba-
bilística. Pode
Pode ser que esses recursos sejam de tal monta e não disponíveis que ao
pesquisador possa restar apenas duas opções: fazer a pesquisa com os recursos dis-
poníveis, conformando-se com uma amostra não probabilística, ou simplesmente
não fazê-la. É o caso, por exemplo, da oportunidade que se apresenta para a reali-
zação de pesquisas não probabilísticas, da ocorrência de uma exposição que reúna
grande número de visitantes-compradore
visitantes-compradoress de determinado produto. Pesquisas
Pesquisas que
aproveitam estas oportunidades, geralmente, têm custo muito pequeno. A opção
em não
vés se aproveitarprobabilística,
de amostragem dessa oportunidade
o que, seria a de fazer aenvolveria
provavelmente, mesma pesquisa atra-
a realização
de entrevistas com os elementos da amostra em suas residências ou locais de tra-
balho, com um custo e uma duração infinitamente maiores, partindo-se do pressu-
posto de que listagens da população fossem possíveis de obter.
A quinta e última razão é porque os dados sobre a população (número, lista-
gens etc.) não são ou não estão disponíveis, impedindo a construção de amostras
probabilísticas. Por
Por exemplo, para realizar uma amostra probabilística de consumi-
dores de determinada marca de cerveja, seria necessário dispor-se de uma relação
de todos esses consumidores (população) para que a amostra pudesse ser sorteada
para ser probabilística. No entanto, nunca se deixou de realizar uma pesquisa por
esta razão. A solução é realizar a pesquisa com uma amostra não probabilística.
Por estas razões e, à medida que os pesquisadores estiverem convencidos de
que tais processos de amostragens sejam razoavelmente satisfatórios, é certo que
Solicitar a pessoas
pessoas que voluntariamen
voluntariamentete testem
testem um produto e, em segui-
da, respondam a uma entrevista.
Parar pessoas num supermercado e colher suas opiniões.
Durante um programa
programa de de televisão
televisão ao vivo, colocar
colocar à disposição dos teles-
teles-
pectadores linhas
linh as telefônicas
telefônica s acopladas a computadores para registrar,
registrar, au-
relevantes
ser paraquando,
delineado o delineamento da amostra.
além de dispor O projetosobre
de informações dessaaamostra é simples
população, de
o pesqui-
sador trabalhar apenas com poucas características sob controle e com poucas cate-
gorias em cada uma, como no exemplo a seguir:
1a característica: sexo: duas categorias: homens e mulheres.
2a característica: idade: duas categorias: até 30 anos e mais de 30 anos.
Neste exemplo, há apenas quatro células de interesse:
O que precisa ser conhecido para estabelecer as cotas de cada célula na amos-
tra é a proporção da população em cada uma dessas células, informação que pode
ser facilmente obtida nos Censos Demográficos do IBGE. À medida que o número
de características e de categorias sob controle for sendo elevado, pode-se chegar
a uma situação tal que o método não poderá ser empregado, ou pela não dispo-
nibilidade das proporções na população, ou pelo exagerado número de células a
que se chega, o que exigirá um número elevado de elementos no total da amostra.
da pesquisa.
Quando a escolha da amostra, por qualquer dos motivos apresentados, for des-
proporcional à população, durante o processo de análise conjunta das subamostras
deverão ser atribuídos pesos aos dados de cada uma para se chegar a resultados
ponderados representativos da população em estudo, conforme a seguinte fórmula:
Pn = An /an
Onde:
Pn
P n = peso a ser atribuído aos resultados da subamostra n
An = proporção de elementos da subamostra n na população
an = proporção de elementos da subamostra n na amostra
A amostrage
amostragem m probabil
probabilística
ística (também chamada de randômic
randômicaa ou aleató-
ria) é caracterizada pelo conhecimento da probabilidade de que cada elemento
da população possa ser selecionado para compor a amostra. Esta probabilidade
pode ou não ser igual para todos os elementos da população, mas precisa ser di-
ferente de zero.
A característica de conhecer a probabilidade de cada elemento da população
fazer parte da amostra garante que a amostra será constituída de elementos se-
lecionados objetivamente por processos aleatórios e não pela vontade do pesqui-
sador, dos entrevistadores de campo, ou mesmo do entrevistado. Este fato, em
termos estatísticos, significa que a amostragem probabilística permite calcular em
que medida os valores de variáveis obtidos nas amostras diferem dos valores da
população. Essa diferença é chamada de erro amostral e advém exclusivamente
do fato de serem tomadas medidas numa amostra e não em toda a população. No
entanto, este fato, por si só, não significa que amostras probabilísticas sejam mais
representativas que as não probabilísticas.
Notações e fórmulas
fórmulas utilizadas em teoria de amostragem
amostragem
Para facilitar a compreensão das teorias que serão apresentadas sobre amos-
Notações
Número de elementos N n k
_
Observação Xi xi xi
_
Média x x
Variância 2 S2 x2
Desvio-padrão S x
Proporção de ocorrência P p –
Proporção de não ocorrência Q q –
Fórmulas
Média
= Xi xi xi
x= x =
N n k
Variância
teórica (Xi – )2 (xi – x)2 2 (xi – x)2
=
2 S =
2
x =
N n k
computacional
X2i ( Xi)2 x2i ( xi)2
x =
2 x2i ( xi)2
= 2 – S=
2
– –
N N2 n n2 k k2
2 (N – n) (populações
ou x = n (N – 1)
2
ou =
x
(N – n)/n (N – 1) finitas)
As estatís
estatísticas
ticas poder
poderão
ão ser mais ou
ou menos
menos precisas
precisas,, dependen
dependendo
do de qual
qual amos-
amos-
tra foi a sorteada para a realização da pesquisa. Apesar de nunca se saber exata-
mente quanto o valor deste estimador estará próximo ou distante do parâmetro da
população, princípios e técnicas estatísticas permitem criar um intervalo de confian-
ça em torno do estimador (valor obtido na amostra) e conhecer a probabilidade de
que o valor do parâmetro (valor verdadeiro na população) esteja neste intervalo.
O importante é notar que em qualquer população há muitas possíveis amos-
tras de quaisquer tamanhos. O que deve ser registrado é que a inferência estatísti-
ca clássica está baseada no que acontece, quando são selecionadas, repetidamente,
diferentes amostras de mesmo tamanho de uma mesma população.
Suponha-se que sejam sorteadas, sequencialmente, três amostras de tamanho
n = 2 (poderia ser outro tamanho qualquer) de uma população conhecida, e que
sejam calculadas suas médias. Verifica-se que os três valores obtidos são, geral-
mente, próximos, mas diferentes. Aparentemente, pode-se imaginar que há três
diferentes estimadores dos parâmetros da população. Entretanto, a teoria estatís-
tica recomenda que não se deve parar apenas em três amostras; deve-se continuar
colhendo mais e mais amostras
a mostras e, repetindo este processo, começa-se a notar que
determinados valores da média dessas amostras se repetem com mais frequência.
Especificamente, pode-se notar que os valores das médias das amostras, próximos
aos valores da média da população, tendem a repetir-se mais frequentemente do
que aqueles mais afastados. Plotando-se os valores obtidos num sistema de dois
eixos, será possível observar que formam uma familiar curva em formato de sino.
Esta distribuição das médias da amostra é chamada de distribuição amostral das
médias, ou, simplesmente, distribuição amostral. Pode-se verificar que:
As frequências
frequências dos
dos valores
valores mais próximos à média
média são
são maiores
maiores do que os
mais distantes.
A forma do gráfico
gráfico da
da população
população derivada
derivada (distribuição amostral da mé-
dia) aproxima-se do formato de sino em torno da média da população
(curva normal).
Portanto, a distribuição amostral da média de uma população é importante
para a pesquisa de marketing por duas razões:
1. As médias das
das amostras
amostras (médias amostrais)
amostrais) estão distribuídas em torno
da média da população, de uma forma conhecida (curva em forma de
sino, curva normal ou curva de Gauss).
2. Permite determinar quão próximas as estatísti
estatísticas
cas de determinada amos-
tra estão distribuídas em torno do parâmetro da população.
Para que seja possível utilizar essas características da distribuição das médias
amostrais de uma população em pesquisas de marketing, é preciso formalizar a
natureza da distribuição amostral
a mostral da média. Para isso, recorre-se à Teoria do Limi-
te Central da Estatística, que estabelece o seguinte:
1. Se a distribuição
distribuição da população
população para uma variável for normal, a distribui-
ção das médias de todas as amostras de igual tamanho dessa população
(distribuição da média amostral) também será normal, qualquer que seja
o tamanho da amostra.
2. Se
de atodas
distrias
distribuição
buição
suas da população
população
possíveis não for
amostrasfose
r normal, a distribuição
aproximará das médias
de uma distribuição
normal, à medida que se ampliar o tamanho dessas amostras (para n > 30,
essa distribuição se aproximará, com certeza, de uma normal verdadeira).
verdadeira).
4. O desvio-pad
desvio-padrão
drão rão da dividido
da população, distribuição
pelaamostral da média
da
raiz quadrada é igual ao
do tamanho aodadesvio-pa-
amostra,
para populações infinitas.
X =
n
Já foi visto que, para populações finitas, esta expressão deverá ser cor-
rigida para:
X =
(N – n)/n(N – 1)
5. Finalmente,
Finalmente , uma última característica
característic a da curva normal e da Teoria
Teoria do Li-
mite Central, extremamente útil para pesquisas de marketing, precisa ser
entendida para que toda esta teoria
teor ia possa ser colocada
coloc ada para trabalhar.
trabalhar. Este
aspecto está relacionado com a área contida sob a curva normal, delimi-
tada pelos pontos correspondentes a Z . A Figura 4.2 mostra uma
X X
curva normal com um montante de área contida entre esses diferentes des-
vios-padrã
vios-padrãoo da médi
média.
a. Especi
Especificam
ficamente
ente,, nota-s
nota-see que apro
aproximad
ximadamen
amente:
te:
n
2
n
3
n
Intervalos de confiança
confiança
Estes particulares intervalos são chamados de intervalos notáveis de confiança
da média. O primeiro intervalo é chamado de intervalo de confiança de 68,26%,
o segundo de 95,44% e o terceiro de 99,74%. Pode-se, a princípio, trabalhar com
qualquer outro intervalo de confiança, bastando para isso utilizar-se da fórmula de
transformação da curva normal na curva normal padronizada, e procurando-se na
tabela o valor da porcentagem correspondente
correspondente delimitada pela curva e esse ponto
de intervalo. A fórmula utilizada é a seguinte:
x – x x–
Z= ou Z =
x /n
99,74%
95,44%
68,26%
valos
dade, que
pois,não sejam
assim os chamados
procedendo, notáveis,
não há meramente
necessidade por questões
de recorrer de ecomodi-
a fórmulas tabelas
de transformações. Note que primeiro sempre é determinado o nível de confiança
para, a seguir, ser calculado o intervalo.
média =x
desvio-padrão =S
Sx = estimador do desvio-padrão amostral
S = estimador do desvio-padrão da população
x = estimador da média da população
E, sabendo-se que:
S
Sx =
n
(1 – /2)
_ _ _
x – Z(1 – /2) S/n x x + Z(1 – /2) S/n
E a conclusão será:
S
terá (1 – /2)% de estar contida no intervalo x – Z(1 – /2)
n
S
ou intervalo x + Z(1 – /2)
n
(xi – x)2
S=
n
S
x Z(1 – /2) n
S
para 68,26% x
n
S
para 95,44% x2
n
S
para 99,74% x 3 n
6. Define-se como precisão da amostra, ou erro máximo absoluto
absoluto admitido:
admitido:
S
e = Z(1 – /2)
n
S
para 68,26% e = n
S
para 95,44% e=2
n
S
para 99,74% e=3
n
Amostra
exemplo para aleatória
introduzir estratificada: a pesquisa
a necessidade de utilizar-sedea auditoria
amostragemde loja é umestra-
aleatória bom
tificada. Para sua realização, precisa-se montar um painel de supermercados em
certa região. Sabe-se que a maioria dos supermercados é de tamanho médio ou
corre-se
dos paraocompor
risco dea que nenhum,
amostra ou poucos grandes
que, consequentemente,
consequentemen te, supermercados sejam
deverá ser pouco sortea-
representa-
tiva da população.
A intuição indica que esses supermercados deveriam ser divididos em três
grupos: pequenos, médios e grandes, e que certo número de supermercados de
cada grupo deveria ser sorteado para compor o painel desejado, pois desta forma
será mais representativo da população de supermercados do que com uma amos-
tra probabilística simples. Como será visto a seguir, a teoria estatística confirma
a intuição. Pelo exemplo apresentado, a população de supermercados poderia ser
subdividida em estratos. O processo de subdividir uma população em estratos, se-
lecionar amostras aleatórias simples de cada estrato e, a seguir, combiná-las em
uma amostra única para estimar os parâmetros da população é chamado de amos-
tragem aleatória estratificada.
Existem inúmeras razões para a utilização deste tipo de amostragem. A pri-
meira é de que se elevam a precisão, a eficiência e a correção da amostra. Amos-
tragens aleatórias estratificadas resultam em decréscimo do erro-padrão do
estimador da população; consequentemente, o intervalo de confiança calculado
poderá ser menor. A segunda razão é de que informações e análises referentes a
cada estrato podem ser úteis e necessárias e, por isso, desejadas. A terceira razão
é de que a coleta de informações fica mais fácil, administrativa e operacionalmen-
te. A quarta e última razão é econômica; o custo da amostragem estratificada é
menor do que
resultados o da amostragem
trabalhando-se aleatória
com uma simples,
amostra permitindo chegar aos mesmos
total menor.
Os procedimentos para a realização de amostragens aleatórias estratificadas
compreendem:
1. Divisão da população
população objeto
objeto do estudo em estratos que
que sejam mutua-
mutua-
mente exclusivos e coletivamente exaustivos. Consideram-se estratos
mutuamente exclusivos, quando a inclusão de um elemento num estrato
impossibilita sua inclusão em outro. Considera-se o conjunto de estratos
exaustivo quando todos os possíveis valores das variáveis foram utiliza-
dos para defini-los.
2. Definição do número de elementos a selecionar em cada estrato.
estrato.
3. Seleção de uma
uma amostra aleatória
aleatória simples e independente
independente em cada es-
es-
trato.
n Ni
Média x =
i =1 N xi
Ni S 2i
( )
2
Desvio-padrão S= N ni
Sendo:
N
Ni = = número
número de
de elementos
elementos da
da população
população em cada estrato
n = número de elementos da amostra
ni = número de elementos de cada estrato
x = média da amostra
xi = média da amostra de cada estrato
S = desvio-padrão da amostra
S 2i = variância da amostra de cada estrato
A redução
redução do erro padrão de um estimador
estimador da população,
população, através da amostra-
amostra-
gem aleatória estratificada, ocorrerá, sempre e somente quando, ao menos num
dos
que estratos, houver maior homogeneidade, em relação à variável em estudo, do
nos outros.
Amostra estratificada proporcional: as amostragens estratificadas podem
ou não ser proporcionais à ocorrência dos estratos na população. São utilizadas as
não proporcionais quando já se possui algum conhecimento prévio da população
que permita decidir se determinados estratos devem ter pesos maiores ou menores
em função da maior ou menor variabilidade das variáveis intraestrato, e da maior
ou menor representatividade extra estrato, em relação à população. Esse procedi-
mento permite que o erro-padrão da amostra seja reduzido ainda mais.
Amostra estratificada não proporcional: as empresas de pesquisas espe-
cializadas em auditoria
não proporcional de loja utilizam,
para construir frequentemen
frequentemente,
seus painéis de lojas te, a amostragem elevam
e, normalmente, aleatóriaa
participação das lojas grandes em função de sua representatividade na população
e de sua maior variabilidade nas vendas.
A forma
forma prática de determinar
determinar o peso da participação não proporcional de um
estrato na composição da amostra segue as seguintes regras:
ser sua participação.
Quanto maior o estrato,
estrato, menor deverá ser sua
sua participação.
participação.
Quanto maior a variabili
variabilidade
dade dentro do estrato, maior deverá ser sua
participação.
As formulações
formulações para os cálculos da média, variância e desvio-padrão da amos-
amos-
tra estratificada são as mesmas utilizadas para amostras proporcionais.
Amostragem por
por conglomerados (ou grupos)
Todos os métodos de amostragem, estudados até aqui, pressupunham que a
seleção para a composição da amostra tinha por base os elementos da população.
Foi visto que esses procedimentos exigem determinado conhecimento prévio da
população. No entanto, em pesquisas de marketing, na maioria das vezes, isso não
é possível.
Na amostragem aleatória por conglomerado, grupos de elementos da popula-
ção são simultaneamente sorteados. Para proceder a este tipo de amostragem, a
população em estudo precisa ser subdividida em grupos mutuamente exclusivos
e coletivamente exaustivos. Em seguida, procede-se à seleção da amostra a par-
tir desses grupos. Quando, dos grupos selecionados, todos os elementos passam a
fazer parte da amostra, a amostragem é chamada de “um estágio”. Quando, após
omentos
sorteiodesses
dos grupos,
grupossefarão
procede
partea da
umamostra,
segundoasorteio para determinar
amostragem é chamadaquais ele-
de “dois
estágios”. Seguindo este raciocínio, será possível ter amostragens de “n estágios”,
quando sorteios sucessivos forem realizados, até se chegar ao sorteio dos elemen-
tos do último grupo.
Tanto na amostragem aleatória simples, como na por conglomerados, a fra-
ção da população amostrada poderá ser a mesma. No entanto, diferentemente da
amostragem aleatória simples, em que todas as combinações possíveis de n ele-
mentos da população podem ser sorteadas, na amostragem aleatória por conglo-
merados isto não ocorre; ao contrário, a maioria das combinações é impossível.
cisãoTambém devecresce
da amostra ser notado que,que
à medida enquanto na amostragem
se formam estratos queproporcional, a pre-
sejam homogêneos
internamente e heterogêneos externamente, na amostragem por conglomera-
dos, ao contrário, a precisão cresce quanto mais a heterogeneidade dos grupos
1 1, 2, 3 e 4
2 5, 6, 7 e 8
3 9, 10, 11 e 12
4 13, 14, 15 e 16
5 17, 18, 19 e 20
6 21, 22, 23 e 24
Do G1: os elementos 2 e 3
Do G2: os elementos 7 e 8
Do G4: os elementos 13 e 16
Do G6: os elementos 21 e 23
A amostra resultante será: 2, 3, 7, 8, 13, 16, 21 e 23
as amostras por conglomerado são muito usadas na prática. Para um mesmo cus-
to, pode-se trabalhar com uma amostra por conglomerado muito maior do que
uma aleatória simples. Quando se combina a eficiência estatística com a eficiência
econômica do método de amostragem, se terá a eficiência total, e é a amostragem
por conglomerados
possui a que apresenta
o menor erro-padrão a maior
por unidade eficiência
monetária de total,
custo.pois
São éapresentados,
o método quea
seguir, os principais tipos de amostragens por conglomerados.
Amostragem sistemática: para realizar a amostragem sistemática, seleciona-
-se, aleatoriamente, para ser o primeiro elemento de uma amostra de tamanho n,
de uma população de tamanho N, um entre os N/n primeiros elementos listados
em um rol. Para a obtenção dos demais elementos, vai-se, sucessivamente, acres-
centando ao número de ordem do elemento anterior N/n para determinar o núme-
ro de ordem do elemento seguinte, até esgotar-se toda a população.
Uma observação atenta fará perceber que a amostragem sistemática é um tipo
de
40 amostragem porhá,
supermercados, conglomerados de um estágio.
na verdade, apenas No de
dez grupos caso de uma população
diferentes de
elementos da
elementos
população, dos quais será sorteado apenas um para ser a amostra da população.
Na Tabela 4.2, são apresentados todos esses dez grupos.
1 1, 11, 21, 31
2 2, 12, 22, 32
3 3, 13, 23, 33
4 4, 14, 24, 34
5 5, 15, 25, 35
6 6, 16, 26, 36
7 7, 17, 27, 37
8 8, 18, 28, 38
9 9, 19, 29, 39
10 10, 20, 30, 40
de forma
Uma semelhante aos efetuados
grande restrição para
ao uso da a amostragem
amostragem aleatóriaé simples.
sistemática a necessidade de
dispor-se dos elementos da população em uma listagem, classificados segundo al-
guma variável importante para o estudo.
Amostragem por área: em todos os planos de amostragens probabilísticas
estudados até o momento, uma completa e correta lista dos elementos da popula-
ção é necessária, além de que, no caso das amostragens aleatórias estratificadas e
sistemáticas, outras informações são ainda necessárias para um procedimento cor-
reto. No entanto, para a grande maioria das situações ou aplicações de pesquisas
de marketing, estas listagens não existem, não estão disponíveis ou o custo de sua
obtenção é inviável.
Mesmo que não se consiga obter a listagem desejada, a pesquisa poderá ser
conduzida, desde que se passe a utilizar a amostragem por área. A amostragem
por área é uma solução engenhosa que dispensa a necessidade de listagens dos
elementos da população, mas, em contrapartida, exige a utilização de mapas mui-
to detalhados de regiões, estados, municípios, cidades e bairros. A amostragem
por área pode ser: em um estágio, em dois estágios e em multiestágios.
Amostragem por área em um estágio: compreende os seguintes passos:
1. Listar e numerar
numerar todos
todos os quarteirões
quarteirões de uma cidade (população
(população de quar-
quar-
teirões = Nq).
q
2. sortear uma amostra aleatória
população de Nq quarteirões. simples ou siste
sistemática
mática de tamanho n da
3. Coletar dados de todas
todas as residências dos nq quarteirões sorteados.
Note que este é um procedimento de amostragem probabilística. Todos os ele-
mentos da população (residências) têm a mesma probabilidade nq/Nq de serem
selecionados, pois todas as residências dos quarteirões sorteados são pesquisadas.
Amostragem por área em dois estágios: compreende os seguintes passos:
Observações:
1. Os passos 9 e 10 podem
podem ser substituídos
substituídos por orientações aos entrevista-
entrevista-
dores de campo sobre como devem proceder na “escolha” de residências
Áreas
primárias
Bairro Locação
amostral
Quarteirão
Residência
FIGURA 4.3 Ilustração da amostragem por área em multiestágios.
3. Dez conglomerados
conglomerados e 1/20 dos elementos (10/50
(10/50 × 1/20 = 0,01).
paraAnalogamente,
o mesmo número se total
este de elementos. for aplicado sucessivamente
procedimento sucessivamente,, para a
amostragem por área em multiestágios, a amostra resultante também será proba-
bilística. A probabilidade de cada elemento fazer parte da amostra será resultante
da multiplicação das probabilidades de sorteio em cada estágio:
de cada conglomerado.
2. Amostras proporcionais ao tamanho da área: outro procedimento na amos-
tragem por áreas, para obter amostras probabilísticas, é fazer com que o núme-
ro de conglomerados sorteados seja proporcional a sua incidência na população.
Como, normalmente, há maiores variabilidades nas variáveis interconglomerados
do que intraconglomerado, se elevar-se o número de conglomerados a serem sor-
teados à proporcionalidade de sua incidência na população, certamente se elevará
a precisão da amostra,
a mostra, mesmo tendo que reduzir o número de elementos a serem
sorteados em cada conglomerado. Os procedimentos para a realização desta for-
ma de amostragem, para o caso de dois estágios, compreendem:
1. Identificar todos
todos os conglomerados
conglomerados e o número de de elementos que os os
compõem.
2. Estabelecer a proporção
proporção de conglomerados
conglomerados a serem sorteados
sorteados em função
função
do número de elementos de cada conglomerado em relação ao total da
população.
3. Sortear os conglomerados.
4. De cada conglomerado sorteado, sortear uma
uma quantidade
quantidade fixa e constan-
te de elementos para constituir a amostra.
Veja
Veja a aplicação
é apresentada desses procedimentos,
a distribuição no seguinte
de todos os quarteirões exemplo: de
e residências nauma
Tabela 4.3,
peque-
na cidade. A partir desses dados, construa uma amostra por área proporcional ao
tamanho.
Quarteirão B: 5 elementos.
Quarteirão E: 5 elementos.
Quarteirão H: 5 elementos.
Quarteirão F: 5 elementos.
Quarteirão D: 5 elementos.
Total da amostra: 25 elementos.
As probabilidades,
probabilidades, a priori, de seleção de cada
ca da elemento da população situado
x = (1)
n
x Z x (2)
Lembrando que é o desvio-padrão da distribuição amostral das médias,
x
e que sua relação com o desvio-padrão da população é dada pela expressão (1),
tem-se que a expressão (2) ficará:
xZ (populações infinitas) (3)
n
xZ (N – n)/(N – 1) (populações finitas) (4)
n
e=Z (N – n)/(N – 1) (populações finitas) (6)
n
Z2 2
de (5) n = (populações infinitas) (7)
e2
NZ2 e2
de (6) n = 2 (populações finitas) (8)
e (N – 1) + Z2 S2
As expressões
expressões anteriores
anteriores devem
devem ser utilizadas em pesquisas para
para a determina-
determina-
ção do tamanho da amostra quando o desvio-padrão da população for conhecido.
Caso contrário, o desvio-padrão da população deverá ser substituído por seu esti-
mador,
passam oa ser:
desvio-padrão obtido em uma amostra-piloto, e as expressões (7) e (8)
Z2 S2
de (7) n = (populações infinitas) (9)
e2
NZ2 e2
de (8) n = 2 (populações finitas) (10)
e (N – 1) + Z S
2 2
Onde:
nZ == número
valor da de elementos
variável z paradaoamostra
nível de aconfiabilidade
ser pesquisada.
adotado.
2
S = variância na amostra-pi
amostra-piloto
loto sorteada, estimadora da variância da
população.
e = precisão da amostra ou erro erro máximo admitido (valor absoluto).
N = número de de elementos
elementos da população (para populações
populações finitas).
finitas).
S2 N4e2
n=4 2 (13) n= 2 (14)
e e (N – 1) + 4S2
2 2
sendo P + Q = 1
Analogamente, são
são válidas as mesmas
mesmas considerações com relação à utilização
utilização
de parâmetros da população e de estatísticas das amostras para a definição de seu
População infinita:
Tem-se P = 0,30 Q = 1 – P = 0,70
Erro = 5% = 0,05
Para n.c. de 95% n = 4 PQ/e2
n = 4 × 0,30 × 0,70/ (0,05) 2
n = 336 elementos
uma pesquisa feita com 500 eleitores de uma população de 3 milhões pode estar
perfeitamente atendendo à “representatividade estatística”, mas não atendendo
à “representatividade psicológica” dos interessados e do público em geral. Será
mais fácil aceitar, e mais difícil de questionar, os resultados dessa mesma pesqui-
sa com uma amostra de 3.000 eleitores (provavelmente, de tamanho estatisti-
camente desnecessário) do que uma com 500 (admitido como estatisticamente
ideal).
Objetivos da pesquisa: o uso que se pretende dar à informação a ser obtida
numa pesquisa pode interferir na determinação do tamanho da amostra. Uma
decisão de marketing em que não há necessidade de informações muito precisas
poderá ser plenamente satisfeita com uma amostra pequena. Por outro lado, se
a decisão a ser tomada exige precisão muito grande dos dados, como a aplicação
de vários milhões de dólares, por exemplo, no lançamento de um novo produto,
sua aceitabilidade deverá ser verificada em uma pesquisa com um intervalo de
confiança bastante pequeno, exigindo, consequentem
consequentemente,
ente, uma amostra grande.
Objetivos múltiplos: uma pesquisa é raramente conduzida para se estimar um
único parâmetro da população em estudo. Ao contrário, o comum é aproveitá-la
para estimar um grande número de outros parâmetros. No entanto, quando se
procura definir estatisticamente o número de elementos da amostra, leva-se em
consideração apenas a distribuição de uma única variável dessa população. Se for
levada em conta a distribuição das outras variáveis, será possível ver que a amos-
a mos-
tra deverá ter diferentes tamanhos para a obtenção de uma mesma precisão para
todas as variáveis, o que, evidentemente, se torna inviável. Exemplo: o diretor de
marketing de uma empresa fabricante de aparelhos de DVD deseja saber, junto
a população de possuidores desses aparelhos, estimativas da média dos preços
pagos, da média dos filmes alugados mensalmente e do número médio de horas
mensais de utilização do aparelho. Na Tabela 4.5, estão os dados disponíveis e o
resultado da aplicação da fórmula n = Z2S2 / e2 para determinar o tamanho da
amostra necessário.
5
DE DADOS
No de dias
Atividade Início/Término
disponíveis
Instrumento e material para pré-teste
Realização do pré-teste
Reformulação do instrumento
Impressão do instrumento
Crítica no campo
Crítica no escritório
Checagem
Recursos humanos
O sucesso da operação de coleta de dados está diretamente relacionado com
a qualidade do pessoal contratado para sua realização. Pessoal
Pessoal altamente especia-
lizado e treinado em relação aos objetivos da pesquisa é necessário para que os
dados sejam corretamente obtidos e dentro dos prazos e custos preestabelecidos.
Alguns aspectos do perfil de qualificações do pessoal variam conforme o tipo de
método de coleta que será utilizado. De todos os métodos de coleta de dados, a en-
trevista pessoal é o que exige maiores cuidados em relação aos recursos humanos.
Por isso, serão apresentados em detalhes os cuidados necessários na contratação
de
çãopessoas para métodos.
aos demais entrevistas pessoais e complemen
complementados
tados com observações em rela-
A utilização de entrevistas pessoais apresenta problemas específicos em rela-
ção ao recrutamento, seleção, treinamento e supervisão de entrevistadores. A es-
colha de entrevistadores inadequados pode introduzir uma infinidade de fontes de
vieses que podem comprometer
comprometer completamente
completamente os resultados
resultados da pesquisa. O pro-
pro-
cesso de entrevista pessoal está fundamentado no processo de inter-relação pes-
soal. Para
Para conseguir empatia e clima favorável ao sucesso da entrevista, é preciso
que fatores relacionados às características demográficas, psicológicas e comporta-
mentais de entrevistadores e entrevistados sejam os mais semelhantes possíveis.
Dessa forma, conhecendo-se o perfil do público a ser pesquisado, será necessário
recrutar e selecionar entrevistadores com o máximo de aproximação possível des-
se perfil. Além dessas, outras qualificações importantes, relacionadas com o perfil
comportamental do entrevistador, e que dizem respeito diretamente ao trabalho
em si, devem também ser procuradas.
Veja
V eja no Quadro 5.2 uma relação
relação dessas características.
Pesquisas têm mostrado que a utilização de pesquisadores com o perfil de ca-
racterísticas inadequado para a pesquisa e ao público pesquisado traz resultados
viesados. Veja
Veja alguns exemplos:
exemplos:
Respostas
Respostas obtidas quando entrevistadores e respondentes são do mesmo
sexo diferem daquelas quando são de sexos opostos (Hyman, 1954:79-81).
Entrevistadores jovens tendem a obter respostas orientadas para seu gru-
po de idade (Ehrlich e Riesman, 1961:41).
Características demográficas:
Características psicológicas:
Características comportamentais
comportamentais::
2. Preparação do local.
3. Distribuição do material aos participantes.
4. Apresentação do material de preferência em projeção.
5. Discussão do material e elucidação de dúvidas.
dúvidas.
6. Simulação da aplicação dos questionários entre pares
pares de entrevistadores
(somente para questionários complexos).
7. Acompanhamento pelos supervisores de campo durante as primeiras
aplicações.
A seguir
seguir,, são apresentados os principais tipos de erros cometidos por entre-
vistadores
processo dedurante as entrevistas
treinamento, ( tanto
(tanto
cíficapessoais
ênfase específica
espe como
sobre estes pordeverá
itens telefone). Durante
ser dada e, du-o
rante a coleta de dados, intensa supervisão deverá ser exercida, como formas de
reduzir suas incidências.
Esta dualidade é responsável por grande parte dos erros. As soluções possíveis,
corretamente técnicas, são: a entrevista ser efetuada por dois entrevistadores, um
conduzindo-a e outro tomando notas, ou a sua gravação. Ambas apresentam pro-
blemas que podem desestimular seu uso. A utilização de dois entrevistadores, pra-
ticamente, duplica
entrevistado; o custo
também elevadaosentrevista e sua
custos, pois gravação, além
o entrevistador de tender
deverá a inibir
dedicar grandeo
tempo, após a entrevista, para transcrever as respostas para o instrumento de co-
leta. No treinamento, como forma de minimizar este problema, os entrevistadores
devem ser estimulados, durante a entrevista, a:
Realizá-la em lugar que facilite o registro das respostas.
Utilizar caneta na cor definida pela coordenação da pesquisa.
Escrever o mais legível que for possível.
Anotar as respostas durante a entrevista, nunca deixar para depois.
humanos
mento dasque precisa (pessoais
entrevistas ser definido pelotelefone).
ou por pesquisador é quanto
As opções à formasão:
existentes de paga-
pagar
exclusivamente um salário fixo (por hora, semanal ou mensal), pagar exclusiva-
mente por entrevista realizada ou uma composição dessas duas formas. O ideal se-
ria pagar exclusivamente um salário fixo, uma vez que qualquer pagamento como
incentivo pode comprometer a qualidade dos dados coletados, quer pelas entrevis-
tas serem efetuadas com pressa, quer pela tentação de utilização de recursos deso-
nestos. No entanto, esta forma de remuneração tende a estimular a acomodação, e
não é incomum que traga desestímulo aos entrevistadores mais produtivos, à me-
dida que remunera a todos de forma igual, independentemente de sua produção.
Outro problema associado a esta forma de remuneração é que o custo de realiza-
ção de cada entrevista
exclusivamente passa a ser
por entrevistas são:variável. Os argumentos
os entrevistadores podememganhar
prol domais
pagamento
dinhei-
ro planejando melhor suas atividades; há maior justiça à medida que se paga pela
produção: quem produz mais ganha mais, e vice-versa; e o custo de realização de
cada entrevista passa a ser fixo, facilitando o controle dos custos totais de coleta
de dados. Para decidir entre uma forma e outra, o pesquisador poderá utilizar as
seguintes sugestões práticas:
Deve preferir pagar salário fixo quando:
Controle
Controlar e acompanhar todas as atividades planejadas e a medição constante
das metas atingidas em comparação com as programadas é fundamental para ga-
rantir o cumprimento de prazos e orçamentos. Veja, no Quadro 5.3, um exemplo
de planilha para controle dos resultados esperados da coleta de dados.
QUADRO 5.3 Controle dos resultados esperados de coleta de dados que reúnem as condições
necessárias para atender à pesquisa
Porcentagem de recusas
Porcentagem de contatos
(item 1 item 1.3) /1 × 100 ______%
Porcentagem de entrevistas elegíveis
Formas
Formas eletrônicas para a coleta de dados
A evolução tecnológica nos campos da informática e das telecomunicações
proporcionou formas eletrônicas
eletrônicas para a coleta e transmissão de dados em pesqui-
sa de marketing.
A área de pesquisa de marketing
marketing sempre
sempre se deparou com um problema de di-
fícil solução: a defasagem de tempo entre a coleta dos dados e a disponibilização
para os usuários de marketing das informações geradas a partir desses dados. A
forma tradicional de coletar os dados envolve: imprimir um instrumento; cole-
tar os dados, registrando-os nesse instrumento; transportar fisicamente os ins-
trumentos preenchidos até a central de processamentos; transferir os dados dos
instrumentos para um arquivo eletrônico através de digitação e só então iniciar
i niciar o
processamento eletrônico. Todo esse procedimento consome muito tempo e recur-
sos financeiros e possibilita a ocorrência de muitos erros não amostrais. As novas
formas de coletar dados têm possibilitado uma redução drástica dos prazos entre a
coleta dos dados, o processamento e a disponibilização da informação, bem como
a redução de custos e a melhoria da qualidade, devido a:
de TV (bruta
rística e qualificada).
de registrar Esse aparelho,
eletronicamente desenvolvido
a presença na França,
dos membros tem que
da família a caracte-
estão
assistindo a programas de TV, independentemente de sua vontade, lembrança ou
ação. No mais, o sistema funciona de forma análoga ao people meter.
Leitor ótico: os pontos de venda (PDVs) informatizados, equipados com leito-
res óticos, constituem outro desenvolvimento tecnológico que tende a revolucionar
a coleta de dados de algumas pesquisas de marketing. As tradicionais pesquisas
de store-audit tendem a desaparecer,
desaparecer, pois bastará ter o computador da agência de
pesquisa interligado com os computadores das redes de lojas para poder ter as in-
formações sobre participação de mercado, volume de vendas, distribuição quan-
titativa e qualitativa, ausência de estoques na loja, preços praticados etc., on-line,
em vez de uma vez a cada dois meses, como tradicionalmente tem sido feito.
Notebooks/palmtops/coletadores eletrônicos de dados: a constante mi-
niaturização dos componentes eletrônicos informáticos (microinformática) tem
possibilitado a redução contínua do tamanho dos computadores, dando origem
às versões supercompactas denominadas notebooks, palmtops e coletadores eletrô-
nicos de dados. A utilização no campo desses computadores supercompactos tem
auxiliado na solução de problemas de administração de vendas (os vendedores
podem ter contatos contínuos com a central para consultar estoques, andamento
de pedidos, confirmação de pedidos, reservas de estoques etc.). As companhias de
distribuição de energia elétrica, água encanada e gás encanado têm feito uso in-
tenso dosdos
mensais chamados
usuárioscoletadores de dados
desses serviços para com
públicos, registro eletrônico
grande dos de
economia consumos
tempo,
recursos humanos, precisão e rapidez entre a leitura, o faturamento e a cobrança
da conta. Já são registrados casos em que o coletor de dados está acoplado a uma
pequena impressora que permite que na hora do registro do consumo seja emitida
a conta e entregue ao consumidor.
Esses aparelhos podem ser adaptados e estão sendo utilizados para a coleta
de dados no campo. O entrevistador vai a campo com o questionário eletrônico no
aparelho. À medida que realiza a entrevista, vai registrando (digitando) as respos-
tas no questionário eletrônico na tela do aparelho. A remessa dos dados coletados
para a central de processamento poderá ser efetuada com a frequência desejada
(de hora em hora, uma vez por dia e até on-line).
Smart card: o smart card consiste numa evolução dos cartões eletrônicos de
crédito. Enquanto estes se caracterizam por possuir apenas uma tarja magnetizada
com alguns dados de identificação do possuidor, o smart card possui uma grande
capacidade de armazenamento eletrônico de dados. Nele poderá estar gravada uma
infinidade de dados de interesse de marketing sobre o possuidor, além dos dados
de identificação (renda, estado civil, ocupação, número e idade dos filhos, nível de
escolaridade do possuidor e do cônjuge, hábitos que possam caracterizar o estilo de
vida etc.)
etc.).. Além disso,, o smart card pode captar e registrar todas as compras que fo-
Além disso
rem efetuadas com o cartão. Determinados check outs possuem equipamento capaz
de captar dos smart cards
cards todas as informações de compras efetuadas nele registra-
das. Desta forma, têm-se todas as informações necessárias para relacionar compras
efetuadas com perfis de consumidores, não havendo necessidade de nenhuma co-
leta de dados na forma tradicional. Os smart cardscards estão sendo testados para várias
finalidades em algumas pequenas cidades dos Estados Unidos e já estão disponíveis
comercialmente para algumas dessas finalidades.
Fax: o fax foi considerado um substituto vantajoso dos correios para a realiza-
ção de pesquisas através de questionários autopreenchidos
autopreenchidos em função da rapidez do
envio do instrumento e do recebimento da resposta. Atualmente, a utilização do fax
para a realização de pesquisa tem sido muito restrita à medida que foi substituído
pelas pesquisas pela Internet, que apresentam infinitas vantagens ao fax.
Internet: a Internet veio revolucionar a forma de se fazerem pesquisas em
diversas direções. As pesquisas de dadosd ados secundários (também chamadas de desk
research) eram realizadas de forma demorada e exaustiva com inúmeras visitas a
órgãos públicos, arquivos de jornais e revistas, sindicatos, associações de classe,
concessionários de serviço público, universidades, centros de pesquisas etc. Com a
Internet a pesquisa de dados secundários passou a poder ser feita exclusivamente
a partir da navegação pelos inúmeros sites dessas entidades e pela utilização do
auxílio proporcionado pelos sites de busca.
Outra facilidade proporcionada pela Internet é a realização de aplicação de
questionários autopreenchidos em substituição ao correio e ao fax. A utilização de
re de pesquisas pela Internet permite: remessa automática de questionários ele-
software
softwa
trônicos para relação de e-mails, respostas digitadas diretamente
di retamente pelo respondente,
Validade
Validade e confiabilidade
Inúmeras são as fontes de erros não amostrais em pesquisas de marketing e,
ao pesquisador, cabe apenas tomar o máximo cuidado durante as várias etapas e
fases do processo, para minimizar sua ocorrência. Uma determinada medição efe-
tuada em pesquisa de marketing (Me) é composta de três elementos: a medida
verdadeira (Mv), o erro amostral (Ea) e o erro não amostral ou sistemático (Es).
Seu relacionamento é representado pela seguinte fórmula:
Me = Mv + Ea + Es
A Figura 5.1 ilustra estas quatro situações extremas. Pode-se observar nela a
influência dos erros amostrais e não amostrais na distribuição da média amostral
dos resultados para cada uma das quatro hipóteses extremas assumidas.
Na hipótese 1, o valor esperado da participação de mercado na distribuição da
média amostral é idêntico ao da participação verdadeira. O baixo erro amostral é
refletido no traçado estreito e elevado da curva. Nesta situação, repetidas amos-
tras produzem, consistentemente,
consistentemente, médias próximas da verdadeira participação de
mercado, resultando em dados tanto válidos quanto confiáveis.
Na hipótese 2, a curva tem o mesmo formato da hipótese 1, em função do
baixo erro amostral, porém, devido à influência dos erros sistemáticos não amos-
A
E LT 5 10 15 0 5 10
R
R O
O Valor esperado = 10 Valor esperado = 5
Hipótese 3 Hipótese 4
5 10 15 5 10 12,5 15
NENHUM ALTO
ALTO
ERRO NÃO AMOSTRAL
Valida
Validade
de construída: o método da validade construída envolve o entendimen-
construída:
to teórico-racional básico da obtenção das medidas. A abordagem compreende rela-
cionar a construção de interesse a outras construções, de tal forma que o referencial
teórico seja desenvolvido de acordo com o fenômeno de marketing que está sendo
medido. A validade
de interesse construída
e a construção cresce à medida
relacionada que a correlação
cresce conforme a forma entre a construção
prevista.
Para ilustrar esta forma de medir a validade, veja-se o seguinte exemplo. Um
gerente de marketing acredita que há um relacionamento entre a imagem de seus
produtos junto aos consumidores e o volume de recursos despendidos em propa-
ganda e promoção de vendas. A validade construída poderá ser verificada pela
medição dessas três construções e pela existência de relacionamento entre elas. Se
este relacionamento não for verificado, deverá ser questionada a validade cons-
truída das medidas e/ou questionada a validade da hipótese estabelecida para o
relacionamento.. Porém, se a hipótese de relacionamento já foi previamente confir-
relacionamento
mada por outras pesquisas, a conclusão é de que as medidas não estão medindo o
que se pensava que estavam medindo e, portanto, não são válidas.
Valida
Validade
de satisfeita: o método da validade satisfeita envolve o julgamento subje-
satisfeita:
tivo feito por um ou mais especialistas quanto à adequação do processo de medição.
Um exemplo de validade satisfeita é a utilização de juízes para a construção
de escalas para a medição de atitudes. Estes juízes julgam a pertinência ou não de
cada afirmação para a medição específica que se pretende efetuar.
efetuar.
Validade
V concordante: o método da validade concordante envolve a realiza-
alidade concordante:
ção de duas diferentes medições, realizadas com técnicas diferentes, do mesmo fe-
nômeno de marketing, na mesma ocasião. Uma das medições deverá ser efetuada
com uma técnica conhecida cuja validade já foi comprovada. Correlacionam-se as
duas medições: se houver alta correlação, se diz que a nova técnica tem também
validade; caso contrário, a nova
nova técnica será considerada não válida.
Para ilustrar, pode-se supor que, para uma técnica já conhecida e válida de
medir atitudes, contendo 20 afirmações, tenha surgido uma opção mais simples
e fácil de aplicar. As duas técnicas são aplicadas, simultaneamente, para medir o
mesmo fenômeno.
fenômeno. Se houver uma alta correlação em seus resultados, a nova téc-
nica poderá ser adotada, pois terá a validade concordante da anterior.
anterior.
Vali
Validad
dadee prediti va: o método da validade preditiva compreende a medição de
preditiva:
uma variável em determinado momento para que, com base nos resultados dessas
medições, possa-se prever os resultados da variável de interesse que está sendo previs-
ta
os num momento futuro.
dois fenômenos. Se forApós a ocorrência
elevada, se diz quedaarealidade, verifica-se
medição inicial a correlação
tem validade entre
preditiva.
Por exemplo, baseando-se na correlação existente entre a evolução socioeco-
nômica da população e as vendas da empresa verificada nos últimos 36 meses,
Crítica
A função básica da crítica é a de impor um padrão mínimo de qualidade aos
dados brutos, de forma que sua precisão seja a máxima e as ambiguidades, míni-
mas. A crítica envolve a inspeção e, se for o caso, a correção de cada instrumento
de coleta preenchido e deve ser realizada em 100% dos questionários aplicados.
A crít
crítica
ica é, gera
geralme
lmente
nte,, feit
feitaa em dois est
estágio
ágios:
s: no camp
campoo e no escr
escritór
itório.
io. No cam-
po, é efetuada uma crítica preliminar para detectar erros, omissões e ilegibilidades
mais evidentes. A crítica no campo deve ser imediatamente realizada, após a entrega
do instrumento pelo entrevistador, de forma a possibilitar a correção dos problemas,
antes que a equipe de entrevistadores seja desfeita e, é geralmente feita pelo próprio
supervisor de campo. A crítica no escritório envolve um trabalho bem mais detalhista
e intenso do que aquele realizado no campo e exige a presença de pessoas com co-
nhecimentos profundos dos objetivos e procedimentos da pesquisa. Para que a crítica
no escritório seja eficaz, é fundamental que seja realizada
realizada com consistência.
Em estudos com amostras pequenas, uma mesma pessoa poderá encarregar-
-se da crítica de todos os instrumentos e de todas as suas partes e a consistência
estará garantida. Em estudos maiores, em que várias pessoas estarão encarregadas
da crítica, será necessário, para manter um padrão consistente, que sejam treina-
das, e/ou que exista um padrão por escrito a ser seguido (manual de crítica) e que
uma supervisão intensa sobre estas pessoas seja exercida ou que cada crítico seja
responsável por criticar determinadas perguntas de todos os instrumento
instrumentos.s.
Tanto a crítica que ocorre no campo como a do escritório deve analisar e ava-
liar se o instrumento está: completo, legível e compreensível, uniforme, consisten-
consisten-
te e preciso.
Completo: compreende verificar se todas as questões foram respondidas. As
questões não respondidas podem ser tratadas de uma das seguintes maneiras:
contatar o respondente (via entrevistador ou pelo próprio crítico) para obter a
resposta; determinar que o dado, no específico instrumento, seja considerado não
resposta; e, quando s,a quantidade
muitos instrumentos,
instrumento de nãosua
pode determinar respostas num
exclusão da específico
pesquisa. item ocorrer em
Legível e compreensível: para que o dado seja posteriormente codificado,
é preciso que tenha sido claramente registrado no instrumento e que as palavras
1. Confirmar se a entrevista
entrevista foi efetivamente realizada.
2. Verificar se a entrevista foi
foi realizada respeitando-se os filtros estabele-
cidos.
3. Confirmar se a entrevista foi realizada com a pessoa certa.
certa.
4. Verificar se há consistência nas respostas obtidas no
no questionário, fazen-
do-as novamente e comparando-as.
5. Corrigir eventuais
eventuais erros
erros e dúvidas nas
nas respostas.
6. Obter respostas a perguntas que não foram respondidas.
Codificação
A codificação é o procedimento
procedimento técnico pelo qual os dados são categorizados.
Através da codificação, os dados brutos são transformados em símbolos, necessa-
riamente numéricos quando o processamento eletrônico for utilizado, que podem
ser contados e tabulados. Os procedimentos para codificação serão diferentes se as
respostas a serem codificadas forem de uma questão fechada ou aberta.
Codificação de questões fechadas: para questões fechadas, a codificação
pode ser estabelecida antes que o trabalho de campo seja iniciado e pode ou não
estar impressa no instrumento de coleta dos dados. É preciso, porém, que um
layout da codificação seja definido a priori para evitar confusões durante a tabu-
lação. Contribuem para o estabelecimento a priori da codificação das opções de
respostas o conhecimento que o pesquisador e sua equipe tiverem do assunto de
pesquisa e a realização de pré-testes do instrumento.
Codificação de questões abertas: a codificação de questões abertas é muito
mais complexa, o problema, agora, consiste em codificar as respostas verbais da-
das pelos respondentes durante a entrevista. Existem dois diferentes procedimen-
tos de codificação, ambos trabalhosos e demorados. O primeiro é a preparação a
priori de um bem desenvolvido esquema de codificação. Para poder realizá-lo, o
pesquisador e sua equipe precisam ter acesso aos resultados de estudos anteriores,
grande conhecimento do assunto em estudo ou levar em conta algum referencial
teórico existente.
O segundo procedimento consiste em esperar pelo término do campo e, a par-
tir das verificações das respostas, ir construindo o esquema de codificação. Não é
incomum, depois de boa parte dos instrumentos ter sido codificada, surgir a ne-
cessidade de alterações no esquema de codificação e, consequentemente, ter que
recodificar os instrumentos já codificados. Um problema adicional na codificação
de questões abertas surge em função da subjetividade dos julgamentos dos codifi-
cadores. Este problema torna-se mais crítico quando o número de entrevistas rea-
lizadas exige a participação de mais de um codificador.
codificador. A sugestão para minimizar
este problema é atribuir partes do instrumento para serem codificadas pelo mes-
mo codificador, em vez de todos codificarem todo o instrumento.
Num caso e noutro, faz-se necessária a elaboração de um documento, chama-
do de livro de codificação, onde todas as variáveis e as codificações estabelecidas
ficarão registradas para serem consultadas pelos codificadores e, posteriormente,
pelos encarregados do processamento e das análises. Todos estes procedimentos
são demorados e exigem um trabalho muito desgastante da equipe de pesquisa.
Por todas estas dificuldades e as consequentes implicações para o resultado da
pesquisa (em qualidade, tempo e custo), vale efetuar um grande esforço para tor-
nar todas as questões do instrumento fechadas, e reservar as abertas apenas para
colher informações adicionais que possam contribuir para a interpretação dos re-
sultados, ou aquelas impossíveis de serem transformadas em fechadas.
Regras e convenções para codificação: para o estabelecimento da codifica-
ção, existem algumas regras que visam facilitar e evitar que haja confusões nas fases
seguintes de digitação e processament
processamento.o. As regras e convenções são as seguintes:
Devem
mais) ouos
osdevem
extremos das categorias
ser formados ser abertos
intervalos (abaixo
fechados de 9; todas
até esgotar 65 e
as possibilidades?
4. Obedecer às seguintes convenções para o processamento eletrônico que fa-
cilitarão a codificação, a digitação, o processamento e a análise dos dados:
Use somente códigos numéricos, não utilize nenhum caractere espe-
cial nem deixe nenhuma resposta em branco.
Utilize cada coluna do layout da planilha eletrônica para cada variável.
Utilize códigos diferentes para não resposta (missing) e para pulo (dei-
xou de responder, pois em função das respostas anteriores não cabia
responder).
Nunca utilize
utilize o zero como opção de resposta, pois isto pode gerar
muita confusão no processamento. Estabeleça e utilize um código
padronizado para diferentes tipos de não respostas. Por exemplo:
5. Todo o conjunto
conjunto de respostas de um mesmo instrumento precisa estar de-
vidamente
vidame nte identificado
identificado na planilha
planilha eletrônica
eletrônica de dados. Muitos
Muitos erros po-
dem ocorrer durante o processo de transcrição de dados (digitação) para
a planilha eletrônica. A identificação do instrumento que gerou determi-
nado conjunto de dados sempre permitirá eventuais consultas a ele para
dirimir dúvidas, ao longo do processamento e da análise. Mais adiante,
neste capítulo, quando for abordado o uso de computadores no processa-
mento de dados, será esclarecido como essa identificação poderá ser feita.
6. Em perguntas fechadas com resposta
resposta múltiplas (em que várias opções
de respostas podem ser escolhidas simultaneamente), deve ser utilizada,
para codificação, cada opção de resposta como uma pergunta simples
cujas respostas possíveis fossem “sim”, código 1, ou “não”, código 2, e re-
servada cada coluna da planilha eletrônica para o registro de cada opção
de resposta. Veja
Veja a ilustração, no seguinte exemplo:
Dos itens apresentados a seguir, assinale aqueles que você leva em considera-
ção na escolha do café que consome?
10
Sim 1
Pureza
Não 2
11
Sim 1
Sabor
Não 2
12
Sim 1
Aroma
Não 2
13
Sim 1
Qualidade
Não 2
14
Sim 1
Textura
Não 2
15
Sim 1
Torrefação
Não 2
16
Sim 1
Embalagem
Não 2
17
Sim 1
Marca
Não 2
Digitação
A digitação, utilizada para a tabulação eletrônica, consiste em transcrever os
dados codificados dos instrumentos de coleta de dados para o arquivo eletrônico
de dados (banco de dados).
Tabulação
A tabulação consiste na contagem do número de casos que ocorreram em cada
categoria. A tabulação pode ser simples, quando envolve a simples contagem do
número de casos que ocorreram em cada uma das variáveis do estudo, ou cruza-
da, quando as ocorrências em duas ou mais variáveis do estudo foram contadas
simultaneamente.
simultaneame nte. A tabulação pode ser inteiramente manual, inteiramente eletrô-
nica ou parcialmente manual e parcialmente eletrônica. A decisão de qual utilizar
depende: da disponibilidade de equipamento de processamento eletrônico,
eletrônico, do vo-
lume de dados a processar – representado pelo número de instrumentos, número
de variáveis em cada instrumento e do número de opções de resposta para cada
variável – e da complexidade das análises
análises estatísticas que serão necessárias. Quan-
to maior o volume de dados a processar e mais complexas as análises a serem efe-
tuadas, maior será a eficácia de se utilizar processamento eletrônico, e vice-versa,
em relação ao processamento manual.
2 ///// ///// // 12
3 ///// // 7
4 ///// / 6
2 // ///// /// // – 12
3 /// / /// – // 9
Totais 10 12 12 10 6 50
Escolha do método
Tipo de escala
O primeiro fator importante para a determinação da técnica correta de aná-
lise é o tipo de escala utilizada para medir a(s) variável(eis). No Capítulo 3, fo-
ram apresentados os diversos tipos de escalas existentes e suas características. É
importante, para a compreensão desta exposição, que os conceitos anteriormente
apresentados, sejam revistos. Em função das diferentes características das escalas,
as técnicas possíveis de serem utilizadas na análise variam conforme a escala seja
nominal, ordinal ou intervalar.
Tipo de análise
O método de análise a ser escolhido também dependerá do tipo de análise
necessário e desejado. Há dois tipos básicos de análises que podem ser feitos: des-
crição dos dados e inferências a partir dos dados. Os métodos correspondentes
denominam-se métodos descritivos e métodos inferenciais.
Métodos descritivos: os métodos descritivos têm o objetivo de proporcio-
nar informações sumarizadas dos dados contidos no total de elementos da(s)
amostra(s) estudada(s). Os métodos utilizados em pesquisa de marketing para a
descrição dos dados compreendem: medidas de posição, medidas de dispersão e
medidas de associação.
As medidas de posição servem
servem para caracterizar o que é “típico”
“típico” no grupo.
As medidas de dispersão servem para medir como os indivíduos
i ndivíduos estão distri-
buídos no grupo.
As medidas de associação servem para medir o nível de relacionamento exis-
tente entre duas ou mais variáveis.
Métodos inferenciais: os métodos inferenciais compreendem um conjunto
grande de testes que servem para julgar a validade de hipóteses estatísticas sobre
uma população ou para estimar os seus parâmetros, a partir da análise dos dados
de uma amostra dessa população. Os métodos inferenciais são baseados na teoria
das probabilidades, de forma que a incerteza da inferência pode ser medida, isto
é, o risco de se efetuarem inferências incorretas pode ser estabelecido. As técni-
cas inferenciais compreendem a estimação de parâmetros e os testes de hipóteses.
Número de variáveis
variáveis a serem analisadas
analisadas simultaneamente
simultaneamente
Outro fator determinante da escolha do método de análise é o numero de
variáveis a serem conjuntamente analisadas. Assim, se o número de variáveis for
respectivamente uma, duas ou mais de duas, o pesquisador encontrará métodos
específicos aplicáveis a cada situação, respectivamente denominados:
denominados: univariados,
bivariados e multivariados.
Número de amostras
amostras a analisar
analisar e o grau de relacionamento
relacionamento entre elas
elas
Também é determinante, na escolha do método, o número de amostras que
será considerado na análise e o grau de relacionamento que existe entre elas. Se-
S e-
gundo este fator, pode-se ter as seguintes possibilidades: amostras simples, duas
amostras relacionadas, duas amostras não relacionadas, amostras múltiplas rela-
cionadas e amostras múltiplas não relacionadas.
Amostras relacion
relacionadas
adas e não relacion adas: o conceito de relacionamen-
relacionadas:
to entre amostras diz respeito a se a escolha de um elemento para fazer parte
da amostra interfere na probabilidade de escolha de outro ou se o resultado da
avaliação de qualquer elemento da amostra possa ter interferido na avaliação
de outro.
Relação de dependência
dependência entre as variáveis
variáveis
Nos casos em que houver mais de uma variável a ser analisada simultanea-
mente,
análise um
seráfator também
a relação determinanteexistente
de dependência para a escolha
entre asdavariáveis.
técnica adequada de
Sob este as-
pecto, as variáveis podem ter entre si uma relação de dependência ou de interde-
pendência. Numa relação de dependência, uma (ou mais de uma) das variáveis
é escolhida, segundo as condições estabelecidas pelo problema de pesquisa, para
ser examinada, no sentido de verificar sua dependência de outras variáveis. Numa
relação de interdependência o interesse está em verificar o relacionamento exis-
tente entre as próprias variáveis do conjunto, não sendo nenhuma escolhida, em
especial, como sendo a variável dependente. Conforme a relação de dependência
for estabelecida, a escolha deverá recair entre métodos para análise da dependên-
cia ou métodos para análise da interdependência.
A colocação simultânea desses fatores, num quadro-resumo
quadro-resumo,, ao invés de aju-
dar, acabaria por atrapalhar o leitor, por isso optou-se por apresentar as classifica-
ções gradativamente, à medida que sua apresentação se fizer necessária.
QUADRO 6.1 Medidas de posição e de dispersão para variáveis em escalas nominais, ordinais
e intervalares mais utilizadas em pesquisas de marketing
Obs.: As medidas apresentadas são cumulativas, em cada coluna, no sentido de cima para baixo, isto é,
todas as medidas aplicáveis às variáveis com
co m escalas nominais são também aplicáveis àquelas com esca-
las ordinais, e todas as aplicáveis às variáveis com escalas ordinais o são também àquelas com escalas
intervalares.
Medidas de posição
Como já visto, as medidas de posição servem para caracterizar o que é “tí-
pico” no grupo. As medidas de posição compreendem as medidas de tendência
central (moda, mediana e média aritmética ) e as separatrizes (quartis, decis e
percentis).
Variáveis
Variáveis nominais:
Moda: é o valor ou categoria da variável que ocorre com a maior frequência.
fre quência.
É uma medida típica de tendência central para variáveis nominais, mas pode tam-
bém ser aplicada a variáveis ordinais ou intervalares, desde que tenham sido pre-
viamente agrupadas em classes, neste caso, a classe
classe que obtiver a maior
maior frequência
é denominada classe modal. O leitor não deve estranhar se encontrar
encontrar,, na prática,
distribuições que apresentem mais de uma moda ou classe modal. Veja na Tabela
6.1, o exemplo de determinação da moda.
A 20
B 40
C 10
D 30
E 50
F 10
G 60 (moda)
Total 220
Variáveis
Variáveis ordinais:
Mediana: é o valor do elemento que divide o grupo em dois subgrupos de
igual tamanho ou, em outras palavras, é o valor da variável correspondente ao
elemento central da distribuição. É uma medida típica de tendência central para
variáveis ordinais, mas pode também ser aplicada a variáveis intervalares, desde
que estas tenham sido previamente agrupadas em classes. Para variáveis ordinais,
o valor da mediana é facilmente determinado. Para tanto basta ordenar numeri-
camente os dados e procurar o valor da variável correspondente ao elemento que
divide o grupo em dois subgrupos quando a amostra tiver número ímpar de ele-
mentos, ou a média dos valores dos dois elementos centrais, quando a amostra
possuir um número par de elementos. O cálculo da mediana para variáveis inter-
valares será apresentada
apresentada no item a seguir.
seguir.
Quartis: são os valores da variável correspondentes aos três elementos que divi-
dem o conjunto de dados em quatro subgrupos de tamanhos iguais. São chamados,
respectivamente, de 1o quartil, o valor do elemento que divide o grupo numerica-
mente ordenado em duas partes, a primeira com 25%, e a segunda, com 75% dos
elementos do grupo; de 2o quartil, o valor do elemento que divide o grupo numeri-
camente ordenado em duas partes iguais; e de 3o quartil, o valor do elemento que
divide o grupo numericamente ordenado em duas partes, a primeira com 75%, e a
segunda, com 25% dos elementos do grupo. Note que o segundo quartil é a mediana.
A deter
determin
minação
ação dos quar
quartis
tis para
para variá
variáveis
veis ordi
ordinais
nais seg
segue
ue a mes
mesma
ma siste
sistemát
mática
ica apre-
apre-
sentada para o cálculo da mediana no item anterior, só que agora, deve-se procurar,
nos dados ordenados, os valores correspondentes a 25%, 50% e 75% da distribuição.
O cálculo dos quartis para variáveis intervalares é aproximado, e só poderá ser
feito, se a variável estiver apresentada numa tabela de distribuição de frequências
relativas acumuladas das classes em que tenha sido previamente subdividida. Para
o cálculo dos quartis utiliza-se a seguinte fórmula:
Qn = v + (Q
(Q – Frac)/Frel
Onde:
Qn = valor do quartil que se deseja calcular
Q1 = 1o quartil
Q2 = 2o quartil = mediana
Q3 = 3o quartil
v= valor médio do intervalo de classe em que o quartil está situado
Q= frequência relativa acumulada do quartil a ser calculado. Assim,
Q = 0,25 para o 1o quartil, Q = 0,50 para a mediana e Q = 0,75 para
o 3o quartil
Fracn = frequência relativa acumulada até a classe anterior a do quartil
considerado
Frel = é a frequência relativa da classe onde o quartil está situado
situado
Decis e percentis: correspondem, respectivamente, aos valores dos elementos
que dividem o grupo em 10 e 100 partes iguais. Deixou-se de apresentar as formas
de cálculo devido a sua pouca utilização em pesquisas de marketing.
Variáveis
Variáveis intervalares:
Média aritmética (ou simplesmente média): corresponde ao valor médio de um
conjunto de dados. É uma medida de tendência central de aplicação exclusiva a
variáveis intervalares. Dependendo
Dependendo da forma de apresentação dos dados, existem
duas fórmulas para o cálculo da média.
Fórmula para o cálculo da média para dados que não estejam na forma de dis-
tribuição de frequências:
População Amostra
N n
Xi xi
i= 1 i =1
= x=
N n
Fórmula para o cálculo da média para dados que estejam na forma de distri-
buição de frequências:
População Amostra
N n
fi Xi fi xi
i= 1 i= 1
= x=
N n
Medidas de dispersão
dispersão
As medidas de tendência central informam
informam a respeito do ponto de concentra-
concentra-
ção da maioria das respostas, porém não informam nada a respeito do grau de
concentração dessas respostas nem da maneira como as observações estão dis-
persas por toda a distribuição. O conhecimento da dispersão dos dados de uma
variável é importante não só por esta razão, mas também porque permite avaliar
a confiabilidade de uma medida de tendência central numa amostra como parâ-
metro da população.
Variáveis
Variáveis nominais:
Distribuiçã
Distribuição
o de frequênc
frequência
ia absoluta
absoluta e relativa: a distribuição de
relativa: frequência abso-
luta é resultante da contagem das ocorrências de respostas por opção possível da
variável,
variável, e a relat
relativa
iva é resultante
resultante da divisão da frequência
frequência absoluta
absoluta de cada opção
pelo total de elementos da amostra. Constituem as únicas medidas de dispersão que
podem ser aplicadas a variáveis nominais.
Variáveis
Variáveis ordinais:
Ordenamento: é a disposição de todos os elementos do grupo de forma cres-
cente ou decrescente, segundo as avaliações efetuadas para a variável ordinal pes-
quisada. Exemplo: uma rede de supermercados deseja avaliar o quanto três lojas
estão
loja(s)agradando
devem serseus clientes,
tomadas para, em função
providências dos resultados,
administrativas decidir em qual(is)
e mercadológicas. Para
tanto, realizou uma pesquisa junto a nove consumidores de cada uma das lojas,
quanto a seu grau de satisfação, avaliado através da atribuição de pontos para um
grande número de tópicos de um mesmo instrumento.
instrumento. Os resultados dessa avalia-
ção estão na Tabela 6.2.
Uma prática muito comum de ser encontrada em pesquisas de marketing é a
de efetuar a soma na vertical das pontuações, comparar os resultados e, a partir
desses resultados, decidir qual(ais) a(s) loja(s) que merece(m) mudanças. Como
se trata de uma variável ordinal, esta prática está conceitualmente errada. A prá-
tica correta é proceder a um ordenamento conjunto, somar na vertical as várias
posições ocupadas no ordenamento conjunto e, somente a seguir, comparar os
resultados e tomar as decisões. Veja na Tabela 6.3 os resultados do ordenamento
conjunto dos dados da Tabela 6.2.
78 113 72
120 90 93
106 99 80
77 100 69
87 123 97
86 92 76
111 121 62
128 104 67
110 132 116
21 7 24
5 17 15
10 13 20
22 12 25
18 3 14
19 16 23
8 4 27
2 11 26
9 1 6
Total 114 84 180
Por esses resultados, verifica-se que a loja C é a que merece mais atenção da
empresa para proceder a mudanças, seguida da loja A.
Variáveis
Variáveis intervalares:
Distribuição de frequências absoluta acumulada e relativa acumulada:a distri-
buição de frequência absoluta acumulada é resultante da contagem acumulativa
da ocorrência de respostas até um determinado valor da variável, e a relativa acu-
mulada é resultante da divisão da frequência absoluta acumulada pelo total de
A = xmaior – xmenor
População Amostra
N n
Xi – xi – x
i= 1 i =1
DM = DM =
N n
População Amostra
Original Computacional Original Computacional
Dados
X X (x – x) x x
( ) ( )
brutos (X – )2 2 2 2 2 2
= = – S= S= –
N N N n n n
Dados em
f(X)2 fX f(x)2 fx
( ) ( )
2 2
distribuição
de
= – S= –
N N n n
frequência
População Amostra
CVp = / CVa = S / x
x
Renda f 2
(Ponto frel fac frac f. x f.(x )
(R$) (unidades)
médio)
Onde:
x = ponto médio do intervalo de renda
f = frequência absoluta
frel = frequência relativa
fac = frequência acumulada
frac = frequência relativa acumulada
x = 21.900.000/1.000 = R$ 21.900,00
Qn = v + (Q – frac)/frel
1o Quartil
Q1 = R$ 5.001,00
2o Quartil = Mediana
Q2 = R$ 15.000,83
3o Quartil
Q3 = R$ 25.0001,00
4. Amplitude
5. Desvio-médio
n
DM = i x – x
=1 i
DM = R$ 12.590,00
6. Desvio-padrão
f(x)
2 2
S=
n
– ( fx
n
)
S = R$ 15.792,00
Métodos de inferência
A inferência é um tópico fundamental na pesquisa de
d e marketing. A inferên-
cia diz respeito a como se pode assumir conclusões para toda uma população a
partir das medições e da análise de apenas uma parte dela, de forma que o risco
de realizar conclusões incorretas possa ser medido. A inferência diz respeito a dois
tipos de problemas: estimar os parâmetros de uma população e realizar testes de
hipóteses. É através dos métodos de inferência estatística que se pode assumir
assumir,, por
exemplo, com determinada probabilidade conhecida de errar, a média calculada
numa amostra como estimativa do parâmetro da população. É, também, através
dos métodos de inferência estatística que se podem realizar os testes de hipóteses
a respeito, por exemplo, da diferença entre duas distribuições.
Testes de hipóteses
Em ciências do comportamento, muitas pesquisas são conduzidas com o ob-
jetivo de verificar hipóteses construídas a partir das teorias conhecidas ou do co-
nhecimento da realidade. Em pesquisas de marketing, uma hipótese pode surgir
através da especulação sobre um fenômeno de marketing, sobre o resultado es-
perado de determinada
serem testadas, ação
o próximo etc. éUma
passo vez selecionadas
a coleta hipóteses
de dados empíricos importantes
que, analisados,a
permitirão mantê-las ou rejeitá-las. Para poder atingir o objetivo de manutenção,
revisão ou rejeição de determinada hipótese, é necessário ter-se procedimentos
bem definidos e objetivos para a realização do teste, os quais compreendem:
1. Estabelecer a hipótese nula (H0) e a hipótese alternativa (H1), tendo em
vista a hipótese da pesquisa.
2. Selecionar o teste
teste estatístico
estatístico adequado à situação.
3. Estabelecer um nível de significância.
4. Determinar ouou assumir a distribuição amostral da prova estatística sob a
hipótese nula (H0).
5. Com base em 2, 3 e 4 definir a região de rejeição da hipótese nula (H0).
6. Calcular o valor da prova estatística a partir dos dados da(s) amostra(s).
7. Tomar a decisão quanto ou rejeição da hipótese nula (H0).
quanto a aceitação ou
(portanto H1), a hipótese a ser testada é exatamente a sua negação “não existe
diferença na aceitação do produto entre as classes A/B e C/D”(H0). Se H0 não for
rejeitada, então H1 pode ser aceita.
Escolher o teste estatístico: a escolha do teste estatístico a ser aplicado num
teste de hipóteses depende de vários fatores. A primeira escolha a ser feita, depen-
dendo da escala dos dados e da disponibilidade ou não de dados da população, é
entre testes paramétricos ou não paramétricos. Como já visto, para dados nomi-
nais ou ordinais e sem o conhecimento dos parâmetros da população, devem-se
escolher métodos não paramétricos e, para dados intervalares e com o conheci-
mento dos parâmetros da população, métodos paramétricos.
A segunda escolha a ser feita ocorre quando houver mais de um tipo de teste
que possa ser aplicado à situação. Há dois tipos de erros que podem ser cometidos
num teste de hipótese. O primeiro, chamado de erro tipo I, é o de rejeitar H0 quan-
do verdadeira. O segundo, chamado de erro tipo II, é o de aceitar H0 quando falsa.
Chamando de a probabilidade de ocorrer o erro tipo I e de a de ocorrer o tipo
II, têm-se as seguintes opções descritas no Quadro 6.2.
1–
Testes de inferência
Escala de
Duas amostras Várias amostras
Método mensuração Uma
da variável amostra Rela
Relaci
cion
onad
adas
as Não
Não Rela
Relaci
cion
onad
adas
as Nã
Nãoo
relacionadas relacionadas
Região de
aceitação p = 0,05
de H0 Região de
rejeição
de H0
Região de
p = 0,025
aceitação p = 0,025
de H0 Região de
rejeição
de H0
Teoria/Conceito:
É uma prova não paramétrica do tipo aderência, isto é, o quanto a distribuição
observada (Oi) se ajusta à distribuição esperada (Ei). Através da comparação entre
as Ois e as Eis, aceita se ou rejeita se H0, a um determinado nível de significância .
Procedimento sumarizado
sumarizado do teste:
1. Determinar H0 como sendo a negativa da existência de diferenças entre
a distribuição de frequência observada e a esperada.
e procura
procurarr, a seguir
seguir,, na Tabela C (Siegel, 1981:280) o valor do qui-qua-
drado tabelado correspondente para e gl.
5. Decisão. Calcular o valor de qui-quadrado a partir dos Ois, segundo a
seguinte fórmula:
k (Oi – Ei)2
=
2
i= 1 Ei
Onde:
Oi = número de observações classificadas na categoria i.
Ei = número de casos na categoria i, sob H0 (distribuição teórica).
1 2 3 4 5 6 7 Total
Com base nesses dados, o gerente quer saber se as diferenças verificadas são
significativas, a ponto de poder montar, com sucesso, um plano para induzir os
supermercadistas a colocar o seu produto em determinadas posições ou são me-
ramente casuais.
Procedimentos para
para o teste:
1. Determinação de H0 = não há diferenças significativas
s ignificativas entre as posições
4 e 5 e as demais. H1 = as diferenças observadas para as posições 4 e 5
são significativamente diferentes em relação as demais posições (Teste
unicaudal).
2. Nível de significância = 0,02.
3. Distribuição de frequências esperadas sob H0. Se não houvesse diferenças
entre as posições, a distribuição de frequências será de 18 unidades por
posição, conforme a tabela anterior.
4. Região de rejeiçã o. Para = 0,02 e gl = 7 – 1 = 6 o valor (Tabela C,
rejeição.
Siegel, 1980:280) de qui-quadrado tabelado é 15,03. Portanto,
Portanto, a região
de rejeição é a correspondente a todas as ordenadas maiores ou iguais a
15,03 para qui-quadrado calculado.
5. Decisão.
Cálculo de qui-quadrado =
{(10 – 18)2 + (11 – 18)2 + (15 – 18)2 + (25 – 18)2 + (29 – 18)2 +
(19 – 18)2 + (17 – 18)2}/18 = 16,3
Tendo
(15,03) em vista
rejeita-se H0que
em oprol
qui-quadrado calculado
de H1. Portanto, (16,3) é maior
há diferença que o tabelado
significativa, ao nível
de 0,02, para as posições 4 e 5 nas prateleiras dos supermercados e, por isso, o ge-
rente deve realizar o plano promocional.
Teoria/Conceito:
A prova qui-quadrado para duas ou mais amostras não relacionadas é, seme-
lhantemente à prova qui-quadrado de uma amostra, uma prova não paramétrica
do tipo aderência, isto é, o quanto a distribuição observada (Oi) se ajusta à distri-
buição esperada (Ei). Através da comparação entre as Ois e Eis, aceita-se ou rejeita-
-se H , a determinado nível de significância .
0
Procura r a seguir
Procurar seguir,, na Tabela C (Siegel, 1981:280), o valor do qui-quad
qui-quadra-
ra-
do tabelado (t2) correspondente para (teste unicaudal) ou /2 (teste
bicaudal) e gl. Todos
Todos os valores maiores ou iguais ao valor tabelado cor-
respondem a ordenadas da região de rejeição de H0.
5. Decisão. Calcular o valor qui quadrado utilizando
utilizando a seguinte fórmula:
r k (Oij – Eij)2
2c = i
=1 j = 1 Eij
Onde:
Oij = número de observações classificadas, simultaneamente, na linha i e na
coluna j
E = número de casos, esperados simultaneamente, na linha i e na coluna
ij
j sob H0 (distribuição teórica); o cálculo de cada Eij é obtido pela
multiplicação do total de observações da linha pelo total de obser-
r k vações da coluna, dividido pelo total de observações.
= Somatória dos cálculos efetuados para todas as r linhas e k colu-
i = 1 j =1
nas, segundo a fórmula apresentada.
3. A distrib
distribuição
pelas uição das corresponde
k categorias frequências absolutas observadas
à tabela anterior (Oij) das
solicitada r variáveis
pelo gerente.
Sob a hipótese H0, a determinação da distribuição de frequência absoluta
esperada (Eij) das r variáveis pelas k categorias segue o seguinte raciocí-
nio: supondo que o nível de desempenho seja designado pela variável A
e o atendimento ao treinamento pela variável B, têm-se as seguintes pos-
sibilidades:
A1 = Baixo desempenho
A2 = Médio desempenho
A3 = Alto desempenho
Análise em
a utilização da variância pormarketing
por
pesquisas de classificação numa da
da análise só direção
variânciadedeKruskal-
Kruskal-W
Wallis:
Kruskal-Wallis
é a mesma do teste Mann-Whitney U para situações em que amostras de mais de
duas variáveis independentes estejam sendo comparadas. É a contrapartida não
paramétrica da análise da variância num só sentido, cuja utilização exige que as
distribuições das populações sejam normais e com variâncias homogêneas.
Condições para utilização:
Serve para a comparação de três ou mais variáveis independentes.
Medições ao menos ordinais.
Escalas de medição idênticas nos diversos grupos.
Os dados precisam ser ordenados.
Teoria/Conceito:
O procedimento para o teste compreende a combinação dos escores das n
amostras num único rol ordenado do maior para o menor escore, numerados, res-
pectivamente, de 1 a n. A seguir, todas as classificações obtidas para os escores
de cada amostra são somadas. Quanto mais parecidas forem essas somas, mais
parecidas serão as amostras e, consequentemente, as populações de onde foram
extraídas; analogamente, quanto mais diferente forem, mais diferentes serão as
amostras e a população de onde foram extraídas. O teste Kruskal-Wallis determi-
na se as somas dos escores são tão diferentes que as amostras e as populações de
onde foram extraídas não são idênticas, a determinado nível de confiabilidade.
Procedimento sumarizado
sumarizado do teste:
1. Definir H0 como não havendo diferenças entre os escores das n variáveis
consideradas.
12 Rj2
H=
n(n + 1) (
k
j =1 nj ) – 3(n + 1)
Onde:
k = número de amostras
nj = número de casos na j-ésima coluna
n = número de casos na combinação de todas as amostras
Rj = soma das classificações na j-ésima amostra
k Rj2
soma de todos os quadrados de Rj divididos por nj
j= 1 nj
4. Região de rejeição. Corresponde a todos os valores de H calculados que
forem maiores ou iguais ao qui-quadrado tabelado (Tabela C, Siegel,
1981:280)) para e gl = k – 1.
1981:280
5. Decisão. Calcular o valor de H utilizando a fórmula anterior apresentada.
Se H for maior ou igual ao qui-quadrado tabelado para e gl = k – 1,
rejeita-se H0 em prol de H1.
Exemplo:
Para verificar a necessidade de reformulações em três de suas lojas, uma ca-
deia de supermercados encomendou uma pesquisa para avaliar o grau de satisfa-
ção dos consumidores de cada uma das lojas. A escala utilizada pela agência de
pesquisa foi a do tipo Likert, composta por uma série de afirmações às quais os
consumidores apontavam o seu grau de concordância. De cada uma das três lojas
foram selecionados aleatoriamente nove consumidores. O resultado tabulado das
avaliações efetuadas estão apresentadas na Tabela
Tabela 6.8.
Procedimentos para o teste:
Procedimentos teste:
1. H0 = não há diferenças na satisfação dos consumidores em relação às
três lojas consideradas. (Teste
(Teste bicaudal).
2. = 0,10.
A B C A B C
78 113 72 21 7 24
120 90 93 5 17 15
106 99 80 10 13 20
77 100 69 22 12 25
87 123 97 18 3 14
86 92 76 19 16 23
111 121 62 8 4 27
128 104 67 2 11 26
110 132 116 9 1 6
12
Hc =
n(n + 1) (
k
j =1
Rj2
nj ) = 3 (n + 1)
Têm-se
Hc =
12
27(27+ 1) ( 1142
9
+
842
9
+
1802
9 ) – 3(27 +1)
Hc =
12
756 ( 12.946 + 7.056 + 32.400
9 ) – 84
Hc = 8,51
dos consumidores para as três lojas, sendo a loja C a que apresenta maiores
problemas, seguida pela loja A. A loja C deveria receber reformulações no seu
funcionamento.
Teoria/Conceito:
Para a aplicação da análise da variância por postos de Friedman, os dados pre-
cisam estar dispostos numa tabela de dupla entrada, com n linhas (cada linha repre-
sentando um conjunto de medições) e k colunas (cada coluna representando uma
condição diferente da medição). A seguir, são ordenados de 1 a k, separadamen-
te, os escores de cada linha. O teste indicará se as diversas medições (das mesmas
amostras em diferentes momentos) são, significativamente, diferentes.
di ferentes.
tos de observações.
2. Estabelecer um nível de confiabilidade .
3. A distribuição amostral
amostral dessa prova é idêntica à de qui-quadrado com
gl = k – 1 para n >9.
5. Decisão.
(número Colocar
Co
delocar os resultados
avaliações) das (número
e n linhas observações numa tabela
numa
de elementos de k colunas
avaliados). Or-
denar os resultados de cada linha, atribuindo posições de 1 a k. Efetuar
a soma das classificações de cada uma das k colunas. Calcular o valor da
prova usando a fórmula:
[ ]
k
12 j (Rj2)
=1
2j = – 3n(k + 1)
nk(k + 1)
Onde:
n= número de elementos avaliados
k = número de medições realizadas nos n elementos
Rj = soma das classificações das j-ésimas colunas
k
j =1 = somatória do quadrado das Rj de 1 até k classificações
Exemplo:
Uma empresa costuma avaliar, anualmente, junto aos seus revendedores, a
sua política comercial. Uma mesma ficha, contendo várias afirmações com esca-
las de 5 pontos para o registro do grau de concordância, tem sido, sistematica-
mente, utilizada nos últimos cinco anos para efetuar as avaliações. Um diretor
comercial, recém admitido na empresa, desejando comparar os resultados das
avaliações dos últimos quatro anos, para verificar se houve mudanças significati-
vas no grau de satisfação dos revendedores, sorteou uma
uma amostra aleatória de 18
revendedores, cujas avaliações nos últimos quatro anos da política comercial da
empresa estão na Tabela 6.9.
TABELA 6.9 Avaliações da política comercial da empresa nos últimos quatro anos
1 42 44 48 46 4 3 1 2
2 13 15 27 36 4 3 2 1
3 75 73 64 60 1 2 3 4
4 20 20 25 31 3,5 3,5 2 1
5 22 24 30 33 4 3 2 1
6 51 52 50 53 3 2 4 1
7 28 29 32 38 4 3 2 1
8 41 39 35 40 1 3 4 2
9 54 56 59 67 4 3 2 1
10 20 22 33 27 4 3 1 2
11 44 42 48 40 2 3 1 4
12 54 55 58 60 4 3 2 1
13 68 71 66 62 2 1 3 4
14 56 58 60 64 4 3 2 1
15 40 41 47 53 4 3 2 1
16 50 49 50 55 2,5 4 2,5 1
17 34 36 40 42 4 3 2 1
18 20 17 25 26 3 4 2 1
Totais 58 52,5 39,5 30
Como o valor calculado da prova (16,01) é maior que o valor tabelado (7,82),
rejeita-se H0 em prol de H1. Portanto,
Portanto, tem havido uma alteração significativa para
melhor no grau de satisfação dos distribuidores para com a política comercial da
empresa ao nível de 0,10.
Inferência estatística
estatística
de uma amostra
da amostra, com a hipotética
se a média média
hi hipotética
potética da população
da população pode sere aceita
decidir,como
a partir da média
verdadeira.
Condições para utilização:
Exclusivamente para variáveis intervalares.
Qualquer tamanho da amostra se o desvio-padrão da população for conhecido.
Somente para amostras de tamanho igual ou maior do que 30 elementos, se o
desvio-padrão da população não for conhecido. Para
Para amostras de tamanho menor
do que 30, o teste t será o mais recomendado.
Teoria/Conceito:
O teste consiste em verificar qual a probabilidade de que a média da amostra
possa ter vindo de uma amostra com distribuição amostral das médias que coinci-
da com a média hipotética da população.
x– x–
Zc = ou Zc =
x /n
Onde:
x = média da amostra
média hipotética da população
x = desvio-padrão da média, que é igual a /n, onde n é o tamanho da
amostra e o desvio-padrão da população
x– x–
Zc = Sx ou Zc = S/n
Onde:
x = média da amostra
= média hipotética da população
Sx = estimativa do desvio-padrão da média, que é igual a S/n, onde n é o
tamanho da amostra e S, a estimativa do desvio-padrão da população
4. Determinar a região de rejeição de z ao nível de significância estabele-
cido. Procurar na tabela da distribuição padronizada de z o valor crítico
Zt para o nível de
d e significância estabelecido.
5. Decidir comparando os valores de Zc e Zt. Se o valor de Z calculado (Zc)
for maior que de Z tabelado (Zt), a hipótese nula (H0) é rejeitada e a hi-
pótese alternativa (H1) é aceita.
Esses mesmos passos devem ser utilizados quando os dados forem apresenta-
dos em proporção, e a fórmula para z a ser utilizada quando o desvio-padrão da
variância for conhecida e n > 30 é:
p–P p–P
Z= =
S pq/n
Onde:
p = proporção de ocorrência na amostra
q = proporção de não ocorrência na amostra
P = proporção hipotética de ocorrência na população
S = desvio-padrão da proporção
n = número de elementos da amostra
6,625
Zc = = 2,281
2,904
Loja x x2 Loja x x2
Tc = (x – )
Sx
S
Onde: Sx =
n
(xi – x)2
S=
n–1
A pro
procur
curaa para o T tabelado deverá ser feita na tabela para n – 1 grau de liberdade.
Para exemplificar a utilização do teste t, veja o mesmo exemplo anterior, ad-
mitindo que o teste do produto tenha sido feito apenas nas dez primeiras lojas.
Procedimento do teste:
1. Determinar H0.
H0: média é menor ou igual a 100.
H1: média é maior que 100.
Portanto, um teste do tipo unicaudal.
2. Estabelecer um nível
nível de significância. Seja o nível
nível de significância de
= 0,05.
3. Calcular os valores de t.
n
xi
x = i=1 = 109,4
n
n
n(xi – x)2
i= 1
Sx = = 14
n–1
S 14
Sx = = = 4,55
n 10
xi – 109,4 – 100
Tc = = = 2,07
Sx 4,55
Tc = 2,07
médias
vada é utilizado
entre
entre em pesquisas
as duas médias obtidasdedemarketing pararelacionadas
amostras não
amostras verificar se aé diferença
dsuficientemente
iferença obser-
grande para ser considerada significativa.
Condições para utilização:
Exclusivamente para variáveis intervalares.
Medições devem ser efetuadas na mesma unidade ou escala.
Qualquer tamanho de amostras se o desvio-padrão da população for conheci-
do. Para amostras de tamanho maior do que 30 se o desvio-padrão da população
não for conhecido. Se o tamanho da amostra for menor ou igual a 30, o teste re-
comendado é o t.
Teoria/Conceito:
O princípio que norteia este teste é o de que se as médias amostrais de duas
populações são normalmente distribuídas, a distribuição de sua soma ou diferença
será também normalmente distribuída, desde que as populações que lhes deram
origem sejam normalmente distribuídas ou as amostras sejam maiores do que 30.
Neste caso, o cálculo do teste será efetuado pela fórmula:
Onde:
x1 e x2 = médias das amostras 1 e 2, respectivamente
respectivamente
1 e 2 = médias desconhecidas das populações 1 e 2, respectivamente, que,
sob H0 são idênticas
x1 – x2 = desvio-padrão da diferença das médias e é igual a:
Sendo:
21 22
2x1 = e 2 =
x2
n1 n2
Tem-se:
x = 21 + 22
–x
1 2 n1 n2
Exemplo:
Um fabricante de cigarros realizou uma pesquisa entre 100 fumantes em duas
classes socioeconômicas e constatou que os fumantes da classe
c lasse socioeconômica A/B
fumam em média 20 cigarros/dia e os da classe C/D uma média de 25 cigarros/
dia. Sabe-se de estudos anteriores que o desvio-padrão da população de fumantes
na classe A/B é de 10 e na classe C/D é de 14. Esse fabricante deseja saber se a di-
ferença verificada no consumo de cigarros entre as duas amostras deverá ser aceita
como verdadeira na população ou atribuída apenas a variações eventuais.
Procedimento para
para o teste:
1. Determinar H0: não há diferença significativa entre fumantes das clas-
ses A/B e C/D, ou seja, 1 = 2 . H1: há diferença significativa, ou seja,
1 2. É um teste bicaudal.
100 196
x = = = 2,96 = 1,72
1 – x2 100 100
–5–0
Zc = [(20 – 25) – (1 – 2)]/1.720 = = – 2,90
1,72
= = 0, pois, sob H0, =
1 2 1 2
Onde:
x1 e x2 são as médias das amostras 1 e 2 e 1 e 2, as médias desconhecidas
das populações 1 e 2, respectivamente, sob H0, 1 2.
Sx
1 – x2
é a estimativa do desvio-padrão da diferença das médias, e é igual a:
Sx = S 2x1 + S 2x2
1– x2
sendo:
n1
(xi1 – x1)2
2
S x1 =
i= 1
para estimar 12
n1
E
n2
2
(xi2 – x2)2
S x2 = i =1 para estimar 22
n2
Tem-se que:
S1 S2
S x1 = e S x2 =
n1 n2
Portanto:
S = S21 S22
1 – x2
x +
n1 n2
A título de ilustração, supor que o teste para a adoção de uma nova marca
de
tes sabonete
regiões enuma rede deossupermercados
apresentou tenha sido
seguintes resultados: realizado
Região em duas
1: amostra de diferen-
10 lojas
com média de vendas 109,4 unidades/loja/dia e desvio-padrão de 4,55; Região
2; amostra de 10 lojas com média de vendas de 99,1 unidades/loja/dia e desvio-
-padrão de 20,5. Com base nestes dados, deseja-se saber se há diferenças signifi-
cativas no consumo do produto em teste entre essas duas regiões.
Procedimentos para
para o teste:
1. Determinar H0.
H0: não há diferença entre as médias de consumo nas duas regiões.
H1: há diferença significativa entre as médias de consumo. Portanto,
Portanto, um
teste do tipo bicaudal.
2. Estabelecer um nível
nível de significância. Seja o nível
nível de significância de
= 0,05.
3. Calcular os valores de t.
(4,55)2 (20,5)2 20,70 + 420,25
Sx1– x2 + = = 6,64
10 10 10
QUADRO 6.4 Resumo dos testes z e t sobre inferências da média para uma amostra e duas
amostras não relacionadas
conhecido desconhecido
n qualquer n < 30
x– x– S
Z= N(0,1) T= , onde S =
x Sx
x
n
ou
(x – x)2
Uma amostra x– S=
Z = n
/n
utilizar a tabela t para gl = n – 1
n 30
x– x–
Z= ou Z =
Sx S/ n
n qualquer n 30
(x1 – x2) – (1 – 2) (x1 – x2) – (1 – 2)
Z = N(01) T=
x Sx
1 – x2
1 – x2
n 30
=
Sx S2 + S2 S1 S2
1 – x2 x1 x2 = n1
+
n2
1 72 67 5
2 60 52 8
3 65 60 5
4 43 41 2
5 54 50 4
Com base nesses dados, qual embalagem deve ser adotada para o novo vinho?
Os passos para a realização do teste são os mesmos dos demais testes de hipó-
teses, como será visto a seguir.
Procedimentos para
para o teste:
1. Determinar H0.
H0: não há diferença entre as médias de venda das duas embalagens (x1
= x2).
H1: há diferença significativa entre as médias de venda das duas emba-
lagens (x1 x2).
Portanto, um teste do tipo bicaudal.
Portanto,
2. Estabelecer um nível
nível de significância. Seja o nível
nível de significância de
= 0,025.
= ( – ) /{( /( – 1))}
Tc
xd D Sd n
Onde:
xd = média das diferenças observadas entre as duas amostras em cada loja
D = diferença esperada para H0, ou seja, D = 0
n = número de diferenças,
diferenças, que no caso é 5
Sd = desvio-padrão das diferenças
diferenças observadas em relação à diferença média,
média,
que é calculado pela seguinte fórmula:
n
(di – d)
2
i
Sd =
=1
n–1
Aplican
Aplicando
do est
estas
as for
formu
mulaç
lações
ões aos dad
dados
os da tab
tabela
ela se ter
teráá os
os segu
seguint
intes
es res
resul
ultad
tados:
os:
xd = (5 + 8 + 5 + 2 + 4) / 5 = 4,8
Sd = {(5 – 4,8)2 + (8 – 4,8)2 + (5 – 4,8)2 + (2 – 4,8)2 + (4 – 4,8)2}/
(5 – 1) = 6,5
Tc = (4,8 – 0) / (6,5 / 4) = 1,6
nominais ou ordinais,
la de medição é ordinaldaouexistência
intervalarou
intervalar.. Onão de variável
Quadro dependente
6.5 mostra e se aparamétri-
os métodos sua esca-
cos e não paramétricos de medidas da associação e é útil para ajudar na escolha do
método, segundo as considerações apresentadas. Neste livro serão apresentados
apenas os mais importantes.
Coeficiente de contingência C: utilizado para medir o grau de associação en-
tre dois conjuntos de atributos medidos em escalas nominais. Por Por exemplo: medir
o grau de associação entre a classe socioeconômica da família e a marca do auto-
móvel possuído; medir o grau de associação entre a faixa etária e o tipo de progra-
ma de TV preferido etc.
2
3
QUADRO 6.5 Métodos paramétricos e não paramétricos de medidas de associação 6
P
Nominal Ordinal Itervalar ou razão E
S
Escala de Número de Q
U
Método mensuração variáveis No d
de
e variáveis dependentes No d
de
e var
ariá
iáv
vei
eiss dep
epen
ende
den
nte
tess No de variáveis dependentes IS
A
da variável independentes D
Nenhuma Uma Nenhuma Uma Nenhuma Uma E
M
A
Uma Coeficiente de R
contigência K
E
Nominal T
Índice de IN
G
Mais de uma associação
–
preditiva E
D
IÇ
Coeficiente Ã
de correlação O
Não de postos de C
Paramétrico O
Spearman M
Uma P
Coeficiente A
de correlação C
Ordinal T
A
de postos de –
Kendall M
A
T
T
Coeficiente de A
Mais de uma concordância R
de Kendall
Análise da
Uma
regressão
Intervalar ou Análise fatorial
Paramétrico Análise da
razão com variável Análise fatorial Análise da
regressão
Mais de uma Dummy Análise de regressão
múltipla com
Análise de conglomerados múltipla
variável Dummy
conglomerados
2
C= n + 2
onde o qui-quadrado é calculado conforme os métodos vistos anterior-
mente, pela seguinte fórmula:
r k
(Oij – Eij)2
2 = Eij
i =1 j = 1
X 75 111 24 210
28 98 84
Y 30 186 159 375
50 175 150
Z 15 123 177 315
42 147 126
Totais 120 420 360 900
174,60
C= = 0,403
900 + 174,60
A correlação expressa
expressa pelo coeficiente de contingência
contingência C entre a marca de fá-
brica adquirida e a classe socioeconômica da família é de 0,403 (ou 40,3%).
4. Decisão. Comparando
Comparando o qui-quadrado tabelado
tabelado (9,49)
(9,49) com o qui-quadra-
do calculado para obter C (174,60), rejeitar H0, em prol de H1. Portanto,
há correlação entre a marca de fábrica do automóvel adquirido e a classe
social da família da ordem de 0,403, significativamente diferente de zero
ao nível de 0,10.
Coeficiente de correlação de postos de Spearman (R s): o coeficiente de
correlação de postos de Spearman é o mais conhecido e utilizado coeficiente de
associação de dois conjuntos de dados ordenados. Em pesquisas de marketing, sua
utilização ocorre quando, de um mesmo grupo de pessoas, são obtidas medições
ordinais de duas diferentes variáveis cujo relacionamento se deseja conhecer,
conhecer, tais
como classe social e preferência para o produto. Pode também ser utilizado para
comparar a associação existente entre dois conjuntos de dados ordenados.
Teoria/Conceito:
O coeficienteOsmede
dos ordenados. dois aconjuntos
disparidade de classificação
de dados a compararentre
sãodois conjuntos
ordenados, de da-
indepen-
dentemente, do maior para o menor valor das medições, atribuindo-se aos maiores
valores a posição 1 e, aos menores, a posição n. Comparando essas duas ordena-
ções, pode-se deduzir que, quanto mais homogêneas e coincidentes forem, meno-
res serão as diferenças algébricas observadas entre uma e outra, e vice-versa. Se
o relacionamento entre os dois conjuntos de classificações ordenadas for perfeito,
todas as diferenças nos pares de classificação serão iguais a zero; analogamente,
caso o relacionamento seja exatamente o inverso, todas as diferenças serão má-
ximas (por exemplo, um mesmo respondente tenha avaliado a primeira variável
num valor que resultou numa classificação 1 e, a segunda, numa classificação n).
A princípio, o somatório
somatório das diferenças
diferenças poderia dar uma
uma noção da magnitude
da similaridade ou discrepância entre as classificações, porém, como as diferenças
são algébricas, as negativas tendem a cancelar as positivas, e o valor resultante
ficaria deturpado. Para contornar esse problema,
problema, utiliza-se para medir a magnitu-
de das discrepâncias observadas a raiz quadrada da soma dos quadrados das dife-
renças observadas. O cálculo do coeficiente de correlação é obtido pela subtração
da divisão desse valor pelo seu máximo valor possível (quando a discrepância for
máxima). Esse coeficiente varia de 0 (não há correlação) até 1 (correlação máxi-
ma) (para detalhes mais profundos desse desenvolvimento
desenvolvimento veja Siegel: 228-240.)
228 -240.)
n
6 d2i
i =1
Rs = 1 –
n3 – n
Onde:
Rs = coeficiente
coeficiente de correlação de postos
postos de Spearman
n = número de observações
di = diferença algébrica entre as classificações
n–2
T = Rs 1 – R2
s
Exemplo:
Uma empresa, desejando saber quanto o nível de satisfação com um de seus
produtos está relacionado ao nível socioeconômico do consumidor
consumidor,, realizou uma
pesquisa junto a uma amostra aleatória de 15 consumidores. O nível de satisfação
foi medido segundo o grau de concordância para uma série de afirmações e o nível
socioeconômico, por uma escala desenvolvida na empresa. Os resultados dessas
duas medições estão na Tabela 6.13.
1 82 2 42 4 –2 4
2 98 8 46 6 2 4
3 87 5 39 2 3 9
4 40 1 37 1 – –
5 116 13 65 10 3 9
6 113 12 88 14 –2 4
7 111 11 86 12 –1 1
8 83 3 56 8 –5 25
9 85 4 62 9 –5 25
10 126 15 92 15 – –
11 106 10 54 7 3 9
12 117 14 81 11 3 9
13 103 9 87 13 –4 16
14 89 6 40 3 3 9
15 95 7 45 5 2 4
Total 128
6 128 768
Rs = 1 – =1– = 0,77
15 – 15
3 3.360
Procedimentoss sumarizados para o teste de Rs:
Procedimento
1. H0 = não há correlação entre classe social e o nível de satisfação dos con-
sumidores. H1 = correlação entre a classe social e o nível de satisfação
dos consumidores (teste bicaudal).
= 0,02.
3. Como n é maior que 10, a significância
s ignificância de se obter um Rs sob H0 pode ser
testada utilizando-se a fórmula vista para o cálculo de t, cuja distribuição
testada utilizando se a fórmula vista para o cálculo de t, cuja distribuição
é idêntica a distribuição t de Student para gl = 15 – 2 = 13.
4. Região de rejeição. O valor tabelado de t para / 2 = 0,01 e gl = 13
é 2,65. A região de rejeição estará compreendida por todos os valores
maiores ou iguais a 2,65.
5. Decisão. Como n = 15, H0 pode ser testada utilizando-se, para o cálculo
de T, a fórmula T = Rs + {(n – 2)/(1 – R2s)}:
n–2
Tc = Rs
1 – Rs2
15 – 2 13
Tc = 0,77 = 0,77 = 0,77 5,65
1 – 0,772 0,407
Tc = 4,35
Teoria/Conceito:
Uma das formas de solução do problema consiste em calcular todos os índices
de correlações de Spearman (Rs) de todos os possíveis pares de classificações e, em
seguida, calcular a média para determinar o coeficiente de correlação de todo o
conjunto. É um caminho muito trabalhoso e, por isso, não recomendável. A outra
forma e mais fácil, é imaginar o que ocorre quando não há nenhuma concordância
entre todos os conjuntos, e quando há total concordância. O coeficiente de concor-
dância será um índice de divergência entre a concordância verdadeira verificada
nos dados, e o máximo de concordância possível.
Procedimento sumarizado para o cálculo de W:
W:
1. Sendo k = número de avaliadores e n = número de objetos avaliados,
construir um tabela n × k com as classificações observadas.
2. Calcular Rn, a soma das classificações de cada objeto.
3. Determine a média dos Rn, ou seja, Rn/k. Calcular as diferenças algébri-
cas entre cada Rn e essa média e elevar ao quadrado. Obter S somando
todos os resultados.
4. Calcular o índice de concordância
concordância W de Kendall aplicando a seguinte
fórmula aos dados obtidos nos itens 1, 2 e 3:
S
W=
1
k2(n3 – n)
12
Onde:
S = somatório do quadrado das diferenças observadas
k = número de avaliadores
n = número de objetos avaliados
Exemplo:
Uma empresa realizou uma pesquisa procurando avaliar a ordem de preferên-
cia dos consumidores para as oito marcas concorrentes de um mesmo produto. Fo-
ram obtidas as opiniões de uma amostra aleatória de 20 consumidores. Com base
nos resultados apresentados
apresen tados na Tabela
Tabela 6.14,
6.14 , a empresa deseja saber qual foi o grau
de concordância na avaliação desses 20 consumidores
consumidores..
1 3 1 2 4 5 7 6 8
2 4 3 1 2 5 8 7 6
3 3 5 8 7 4 6 1 2
4 5 3 2 1 6 4 8 7
5 1 2 5 4 8 3 7 6
6 3 1 4 5 2 6 7 8
7 2 1 3 4 6 7 8 5
8 3 2 1 4 6 5 7 8
9 1 3 5 4 2 7 8 6
10 2 3 4 1 5 6 8 7
11 2 4 3 1 6 8 7 5
12 3 2 1 5 4 6 8 7
13 5 4 3 1 2 8 6 7
14 3 1 2 4 5 8 6 7
15 5 3 2 1 6 4 8 7
16 2 1 3 4 6 7 8 5
17 1 3 5 4 2 7 8 6
18 3 2 1 5 4 6 8 7
19 2 1 3 4 6 7 8 5
20 5 3 2 1 6 4 8 7
Totais (Rn) 58 48 60 66 96 124 142 126
Rn = 720
R médio (720/8) 90 90 90 90 90 90 90 90
d – 32 – 42 – 30 – 24 6 34 52 36
9.456
W=
202(83 – 8)
12
9.456 12
W=
400 504
W = 0,562
curva será possível obter suas constantes, mediante a escolha de tantos pontos
da curva quantas forem as constantes da equação, e assim definir a equação de
ajustamento. Este método tem como desvantagem a imprecisão, levando analistas
diferentes a obterem diferentes curvas e equações de ajuste. O segundo método,
mais recomendado pela precisão, é o método dos mínimos quadrados, que permi-
te definir qual a melhor curva de ajustamento possível.
Y Y
X X
duas variáveis a regressão é denominada simples; quando for entre uma variável
e mais de uma variável, é denominada múltipla.
Y
(Xn, Yn)
dn
(X1, Y1)
d1
d2
(X2, Y2)
Y = a1 + a2X*
Onde:
Y = variável-critério, que representa
representa o valor esperado de Y, dado um deter-
minado valor de X
X = variável-prognóstico
a1 = valor de Y para X = 0
a2 = valor médio de Y por unidade de X
Y = a1n + a2 X
XY = a1X + a2 X
2
de um(propaganda,
cação de seus produtos e dos investimentos,
promoção de vendas etc.),em
e omilhões
númerodedereais, em comuni-
vendedores para
este mesmo produto. Os resultados desse levantamento estão na Tabela 6.15 e
na Figura 6.4.
2002 9,5 10 95
2003 6,5 8 60
2004 7,0 9 60
2005 8,0 12 80
2006 7,5 15 80
2007 8,5 11 80
2008 7,5 13 85
2009 5,5 7 60
2010 8,0 15 85
2011 6,0 10 65
Vendas Y
(milhares de
unidades)
100
2002
90
2008 2010
2006 2007
80
2005
70
2011
X
50
6 7 8 9 10 Comunicação
(milhões de R$)
a1 = n(XY) 2– (X) (
2
Y) = 10 5.670 – 74 750 = 1.200
n(X ) – (X) 10 560,5 – 742 129
a2 = 9,302
2
5
0
TABELA 6.16 Cálculos efetuados para determinar a equação da regressão
r egressão
P
X Z Y X2 XY Z2 ZY Y2 XZ (X – X) (Z – Z) (Y – Y) [(X – X) [(Z – Z) [(X – X) (X – X)2 (Z – Z)2 (Y – Y)2 [(X – X) (Z – E
Ano S
(Y – Y)] (Y – Y)] (Z – Z)] Z) (Y – Y)]
Q
U
IS
2002 9,5 10,0 95,0 90,3 902,5 100,0 950,0 9.025,0 95,0 2,1 – 1,0 20,0 42,0 – 20,0 – 2,1 4,4 1,0 400,0 – 42,0 A
D
E
2003 6,5 8,0 60,0 42,3 390,0 64,0 480,0 3.600,0 52,0 – 0,9 – 3,0 – 15,0 13,5 45,0 2,7 0,8 9,0 225,0 – 40,5 M
A
R
2004 7,0 9,0 60,0 49,0 420,0 81,0 540,0 3.600,0 63,0 – 0,4 – 2,0 – 15,0 6,0 30,0 0,8 0,2 4,0 225,0 – 12,0 K
E
T
IN
2005 8,0 12,0 80,0 64,0 640,0 144,0 960,0 6.400,0 96,0 0,6 1,0 5,0 3,0 5,0 0,6 0,4 1,0 25,0 3,0 G
–
2006 7,5 15,0 80,0 56,3 600,0 225,0 1.200,0 6.400,0 112,5 0,1 4,0 5,0 0,5 20,0 0,4 0,0 16,0 25,0 2,0 E
D
IÇ
2007 8,5 11,0 80,0 72,3 680,0 121,0 880,0 6.400,0 93,5 1,1 – 5,0 5,5 – – 1,2 – 25,0 – Ã
O
C
2008 7,5 13,0 85,0 56,3 637,5 169,0 1.105,0 7.225,0 97,5 0,1 2,0 10,0 1,0 20,0 0,2 0,0 4,0 100,0 2,0 O
M
P
2009 5,5 7,0 60,0 30,3 330,0 49,0 420,0 3.600,0 38,5 – 1,9 – 4,0 – 15,0 28,5 60,0 7,6 3,6 16,0 225,0 – 114,0 A
C
T
A
2010 8,0 15,0 85,0 64,0 680,0 225,0 1.275,0 7.225,0 120,0 0,6 4,0 10,0 6,0 40,0 2,4 0,4 16,0 100,0 24,0 –
M
2011 6,0 10,0 65,0 36,0 390,0 100,0 650,0 4.225,0 60,0 – 1,4 – 1,0 – 10,0 14,0 10,0 1,4 2,0 1,0 100,0 – 14,0 A
T
T
A
Total 74,0 110,0 750,0 560,5 5.670,0 1.278,0 8.460,0 57.700,0 828,0 – – – 120,0 210,0 14,0 12,9 68,0 1.450,0 – 191,5 R
Médias 7,4 11,0 75,0
2 2 2
Onde:
Yest = o valor de Y estimado
(Y – Yest) = a variação não explicada
(Yest – Y) = a variação explicada
2
(Yest – Y)
2
2
r = variação explicada/variação total = (Y – Y)2
Este coeficiente dá uma medida da quantidade da variação explicada na va-
riável-critério pelas variáveis-prognóstico consideradas. Se a variação explicada for
nula, esse quociente será igual a zero, se a variação total for toda explicada, este
quociente será igual a um.
Esta expressão também pode ser escrita, desprezando o sinal, sob a forma:
S2y . x
r2 = 1 –
S2y
Variação
Variação explicada (Yest – Y)
2
r= =
variação total (Y – Y)
2
S2y . x
r=
1–
S2y
Onde:
S2y . x = variância de y em relação a x
S2y = variância de y
r= (X – X) (Y – Y) =
cov(X, Y)
(X – X)2 (Y – Y)2 var(X) var(Y)
120
rx . y = 120/12,9 × 145,0) = = 0,88
137
rx . y = 0,88
Análise fatorial
fatorial
Análise fatorial é a denominação atribuída às técnicas estatísticas paramé-
tricas multivariadas utilizadas para estudar o inter-relacionamento entre um
A análise
anális
tificação e fatorial
fatorial tem
da estrutura, sido empregada
redução em
do pregada emdados,
em
volume de pesquisas
pesquisas de marketing
markde
construção eting paraeatrans-
para
escalas iden-
formação dos dados.
Identificação da estrutura: a análise fatorial pode ser usada para descobrir a
estrutura básica que está por trás de um conjunto de medições. Por exemplo, atra-
vés da análise fatorial, é possível reduzir um conjunto de 40 diferentes atributos
medidos de um produto para cerca de quatro ou cinco fatores que permitirão uma
maior compreensão e a interpretação
i nterpretação substantiva dessas medições.
Redução do volume de dados: a análise fatorial pode ser utilizada para re-
duzir a massa de dados da pesquisa para uma quantidade gerenciável. A redução
de um grande número de variáveis para apenas alguns atributos, permite a utili-
zação destes fatores em análises futuras em vez das variáveis originais, reduzindo
de forma considerável o volume de dados para processar e analisar.
Construção de escalas: a análise fatorial pode auxiliar o pesquisador na
construção de escalas. O problema da construção de escalas que agreguem muitas
variáveis está na atribuição dos pesos
pesos para a combinação das diversas variáveis na
formação da escala. A análise fatorial contribui para o processo, reagrupando as
variáveis em fatores independentes
independentes e atribuindo
atribuindo o peso a ser usado
usado em cada variá-
vel para ser combinado
combinado na escala.
Transformação dos dados: várias técnicas estatísticas de análise da depen-
dência, como a regressão múltipla, só podem ser utilizadas com variáveis-prog-
nóstico que não estejam correlacionadas. A análise fatorial pode ser utilizada na
identificação de fatores não correlacionados para que essas técnicas possam ser
utilizadas.
Exemplos do uso em pesquisas de marketing da análise fatorial:
Passos
Passos da análise
análise fatorial
Há, basicamente, três passos na condução da análise fatorial: cálculo das cor-
relações entre as variáveis, extração inicial de fatores e a rotação da matriz.
Cálculo das correlações: para o cálculo da matriz de correlações podem ser
utilizadas duas abordagens: análise fatorial R e análise fatorial Q. Na análise fato-
rial R, as correlações são calculadas entre variáveis e, na análise fatorial Q, entre
casos. Nos procedimentos da análise fatorial R procura-se agrupar as diferentes
variáveis em alguns fatores específicos. Casos podem ser pessoas, produtos, lojas
ou quaisquer outros elementos de tal forma que, tratados pela análise fatorial,
possam ser agrupados em fatores específicos. Este procedimento poderá ser usado
para encontrar pessoas, produtos ou lojas que pertençam a diferentes grupos ou
segmentos ou para reagrupar pessoas em grupos específicos. TodasTodas as variáveis de-
vem ser correlacionadas,
correlacionadas, duas a duas, conforme
conforme métodos já vistos
vistos neste capítulo.
Extração dos fatores iniciais: há diversos métodos de extração de fatores da
matriz de correlações. De forma geral, estes métodos são numericamente comple-
xos para serem aqui abordados. Um desses métodos, o método das componentes
principais, é intensamente utilizado na prática e será aqui utilizado para exempli-
ficar os procedimentos da análise fatorial.
O objetivo da extração de fatores é encontrar um conjunto de fatores que for-
mem uma combinação linear das variáveis na matriz de correlação. Desta forma,
se as variáveis X1, X2, X3 forem altamente correlacionadas entre si, elas serão com-
binadas para formar um fator, e assim sucessivamente com todas as demais va-
riáveis da matriz de correlação. Uma combinação linear entre variáveis pode ser
assim definida:
A seguir,
seguir, a variância explicada
explicada é extraída
extraída da matriz de correlações original, obten-
obten-
do-se assim a matriz residual. Desta matriz de correlação residual, adotando-se o
mesmo procedimento anterior, obtém-se o segundo fator principal, e assim suces-
sivamente todos os fatores principais, até que uma variância muito pequena per-
maneça sem ser explicada. A natureza deste procedimento permite extrair fatores
que não são correlacionados ou que tenham correlação muito pequena uns com os
outros. Neste caso, os fatores são chamados de ortogonais.
Rotação da matriz: os fatores extraídos conforme o item anterior apresen-
tam, frequentemente, muitas dificuldades para serem interpretados. Para ajudar
na interpretação desses fatores, a solução inicial deve ser girada. Há duas formas
de procedimento do giro da matriz: giro ortogonal, que mantém os fatores não
correlacionados e o giro oblíquo, que torna os fatores correlacionados, entre si. A
ideia básica do giro de fatores é identificar alguns fatores que possuam variáveis
que tenham alta correlação e outros com variáveis que possuam baixa correlação.
A compreensão
através de um exemplo desses passos na condução da análise fatorial será facilitada
ilustrativo.
Na Tabela 6.17, são apresentadas todas as correlações possíveis entre nove
variáveis (análise fatorial R) a partir dos dados (fictícios) coletados numa pesqui-
sa para verificar quais são os atributos do produto determinantes no processo de
compra de automóveis novos, avaliados numa escala de cinco ci nco pontos. A utilização
da análise fatorial visará reduzir esse conjunto de nove atributos a um conjunto
menor de fatores explicativos.
A Tabela
Tabela 6.18 apresenta os fatores principais extraídos da matriz de correla-
ção e a matriz girada ortogonal (rotação varimax). Os cálculos para a realização
desta rotação são muito complexos e fogem ao escopo deste livro. A realização da
rotação de matrizes demanda uma quantidade tão grande de cálculos que a utili-
zação da análise fatorial em pesquisas de marketing só passou a ser viável com o
advento dos computadores e dos programas de análises que possibilitaram a rea-
lização dos cálculos de forma rápida, precisa e econômica.
A B C
Variáveis A B C h2
Emocional Racional Econômico
Analisando a Tabela 6.18 pode-se observar que existem três fatores relacio-
nando os nove atributos. Os elementos da matriz principal, listados sob os fatores,
são chamados de carga dos fatores não girados. A carga dos fatores mede quais va-
riáveis estão envolvidas e em que grau e direção. A forma de entender o significa-
do da carga é relembrar que ela é um coeficiente de correlação entre uma variável
e um fator.
fator. Quando se eleva a carga ao
a o quadrado se estará calculando o coeficiente
de determinação entre uma variável e um fator
fator.. O coeficiente de determinação é a
proporção de variação que uma variável tem em comum com um fator não girado.
A coluna h2 mede as comunalidades. Comunalidade é a proporção das varia-
ções totais dashvariáveis
maticamente, 2 é igual àque estão
soma envolvidasdas
do quadrado com os fatores
cargas identificados.
de cada variável emMate-
todos
os fatores. Como exemplo, o cálculo de h2 para o atributo 1 é:
h2 = (,68)2 + (-,52)2 + (,31)2 =,83
Tendo h2, calcula-se em que grau a variável não está relacionada com as outras,
subtraindo de 1. Assim, 0,17 (= 1 –,83) é o grau que o atributo 1 não está rela-
cionado com as outras variáveis; é também chamado de medida da exclusividade.
Para
tores, obter achamada
também porcentagem da variância
de variância total
comum, dos calcular
basta dados explicada pelos três
H da seguinte fa-
forma:
Para
dividir efetuar oexplicada
a variação cálculo dapela
quantidade
variânciade variação
total comum
dos dados de cadapelos
explicada fator,três
basta
fa-
tores (H), multiplicada por 100, que para o fator A é:
Note na Tabela
Tabela 6.18 que a comunalidade para cada variável permanece a mes-
ma antes e depois da rotação da matriz. Isto mostra que o giro dos fatores, quan-
do feito simultaneamente, aponta exatamente os mesmos valores de cada variável
dos fatores não girados, e que apenas os pesos de cada variável em cada fator es-
tão agora redistribuídos.
Já a quantidade de variação explicada em cada fator mudou da matriz prin-
cipal para a matriz girada. Na matriz principal o fator A domina o quadro. Na
matriz girada, as cargas foram mudadas de tal forma que as quantidades de
variações
variaç ões explicad
explicadas
as são agora aproxima
aproximadamente
damente idêntic
idênticas.
as. Na matriz girada
fica fácil perceber agora, pelas grandes cargas atribuídas, quais são as variáveis
que compreendem cada fator. Assim, o fator A, denominado fator emocional, é
formado pelas variáveis desempenho, modelo moderno e conforto; o fator B,
denominado fator racional, é formado pelas variáveis confiança na marca, du-
rabilidade/qualidade e segurança; e o fator C, denominado fator econômico, é
formado pelas variáveis espaço, economia e preço. As denomina
denominações
ções a serem
atribuídas aos fatores são de responsabilidade do pesquisador,
pesquisador, que deve ser cria-
tivo e encontrar denominações que representem o conjunto de variáveis associa-
das ao
a o fator.
fator.
O leitor deve ter notado na apresentação feita da análise fatorial que a aten-
ção foi concentrada em como dar entrada dos dados e em como interpretar as
saídas, e muito pouco em como o processamento é feito. Optou-se por este cami-
saídas,
nho pelas seguintes razões: a complexidade das formulações e teorizações exis-
tentes na análise fatorial é tão extensa que não cabe apresentá-las num livro de
pesquisa de marketing, uma vez que o interessado poderá encontrá-las em outras
obras especializadas; e como a utilização da análise fatorial na prática da pesqui-
sa de marketing é feita essencialmente com o uso de computadores e programas
de análises especiais, não há necessidade de o pesquisador de marketing conhecer
profundamente
profundamen te suas formulações e teorizações, mas saber como utilizá-los e, prin-
cipalmente, como interpretar os resultados obtidos.
Análise de conglomerados
conglomerados
A análise de conglomerado
conglomeradoss permite ao pesquisador classificar objetos ou in-
divíduos observados em relação a inúmeras variáveis em subgrupos ou conglo-
merados não definidos a priori, mas que surgem em função da análise realizada.
Uma das principais aplicações da análise de conglomerados em marketing é a sub-
divisão do mercado em segmentos utilizando medidas multivariadas dos consu-
midores como: demográficas, sociais, econômicas e psicográficas. Cada segmento
(conglomerado) terá por características uma grande similaridade interna e uma
grande dissimilaridade externa.
Suponha-se, para exemplificar os procedimentos, os dados obtidos em escalas
de renda e ocupação de apenas nove consumidores – para simplificar os cálculos
– que se deseja agrupar em segmentos socioeconômicos, conforme apresenta a
Tabela 6.19.
A 25,00 25,00
B – 20,00 – 22,50
C 30,00 20,00
D 25,00 17,50
E 2,50 10,00
F – 15,00 – 17,50
G 2,50 – 5,00
H 0,50 0,50
I – 25,00 – 20,00
25 A
S1
20 C
15 D
10 E
S2
5
H Renda
– 25 – 20 – 15 – 10 –5 0 5 10 15 20 25 30
–5 G
– 10
S3
– 15
F
– 20
I
B
– 25
dD, H = 23,6
Partindo dessa matriz, existem três diferentes métodos para proceder a aná-
lise de conglomerados: método das ligações, método nodal e método fatorial,
cujos objetivos comuns são classificar objetos ou indivíduos de tal forma que
tenham, tanto quanto possível, grande similaridade no grupo e grande dissimi-
laridade entre os grupos. O conjunto destes métodos emprega um número tão
grande, diverso e complexo de algoritmos que a sua apresentação detalhada
exigiria um extenso livro específico. Durante várias décadas a análise de con-
glomerados não foi empregada em pesquisas de marketing justamente devido
à complexidade e ao volume de cálculos que tornavam inviável a sua operacio-
nalidade. Com o desenvolvimento da informática, esta barreira foi superada e
a análise de conglomerados passou a ser utilizada. Dos três métodos existentes,
será apresentado apenas o primeiro, com o objetivo específico de exemplificar o
que é a análise de conglomerados
conglomerados..
Método das ligações: o método das ligações, por sua vez, subdivide-se em:
método das ligações simples, método das ligações completas e método das liga-
ções médias, dos quais será detalhado, pelas razões já expostas, apenas o primeiro.
Método das ligações simples: os procedimentos deste método compreendem,
inicialmente, partindo dos dados da matriz de distâncias médias, ordenar em or-
dem crescente de distâncias, por exemplo, menores do que dez, os pares de indi-
víduos, cujos resultados
resultados estão na Tabela
Tabela 6.21.
2,8 CD, BI e EH
3,5 AC e BF
3,7 AD
5,1 FI e GH
7,5 EG
A B E
Formato
Formato e conteúdo de propostas de pesquisas de marketing
A pro
propos
posta
ta de pes
pesquis
quisaa de mar
market
keting
ing não deve ser con
confun
fundida
dida com o pro
projet
jetoo
de pesquisa. O projeto de pesquisa é um documento extremamente detalhista para
uso interno da empresa e da equipe de pesquisa, resultante de um grande esforço de
planejamento. Uma proposta de pesquisa é um documento que, baseado no projeto
de pesquisa, deve conter informação suficiente para que a entidade contratante/pa-
trocinadora possa avaliá-lo, técnica e economicamente, e decidir pela contratação/
patrocínio ou não. O desenvolvimento de um projeto de pesquisas exige grande co-
nhecimento de inúmeros aspectos metodológicos que não devem ser fornecidos na
proposta, sob pena de o proponente perder a primazia sobre sua metodologia.
metodologi a. Entre-
tanto, apresentar propostas sem entrar nos aspectos metodológicos, com certeza, não
tanto, apresentar propostas sem entrar nos aspectos metodológicos, com certeza, não
inspirará confiança no contratante e esta dificilmente será aprovada. A sugestão é a
apresentação da metodologia de forma geral, sem entrar em pormenores técnicos.
Introdução
Objetivos
Geral
Específicos
Metodologia
Tipo de pesquisa
Método(s) de coleta de dados
População
População de pesquisa (ou público-alvo)
Amostra, amostragem, nível de confiabilidade, erro amostral etc.
Métodos de análises
Resultados esperados
Cronograma
Custo/formaa de pagamento/validade da proposta
Custo/form
Responsabilidades
Responsabilidades da contratante
Responsabilidades
Responsabilidades da contratada
Responsável pela pesquisa
O conteúdo de cada uma dessas partes é sugerido pela ICC/ESOMAR ( Inter-
national Chamber of Commerce – ICC e European Society for Opinion and Marke-
ting Research – ESOMAR) que, complementando a preocupação em estabelecer
princípios éticos, bem como harmonização nas práticas de pesquisa publicaram,
em 1979, o documento denominado Diretrizes ICC/ESOMAR reproduzido
reproduzido no Ane-
xo 7.1, e o Check-list a ser considerado, reproduzido no Anexo 7.2.
Orçamento de pesquisa
Muitas empresas pequenas e algumas médias têm problemas em orçar pes-
quisas. Essa dificuldade fica evidente quando se observam resultados de licitações
públicas de pesquisas. Em um processo de licitação, normalmente toda a metodo-
logia da pesquisa é predefinida pela instituição interessada, facilitando, dessa for-
ma, a comparação das propostas comerciais dos licitantes. Não tem sido incomum
encontrar diferenças de até 600% nos preços entre a proposta de preço mais baixo
e a de preço mais elevado, denotando haver problemas na orçamentação de pes-
quisas pelas empresas.
É apresentado no Quadro 7.1, uma sugestão de planilha para a elaboração de
orçamentos de pesquisas, para empresas que adotam o sistema de “Lucro Presumi-
do”, como a maioria das pequenas empresas de pesquisa e parte das médias. Essa
Projeto:
R$
Atividade Quantidade Orçado Real
Unitário
Coordenação geral
Coordenação administrativa
Supervisão de campo
Entrevistas em profundidade (quando houver)
Relatórios das entrevistas em profundidade
Aplicação de pré-testes
Subtotal 2 ST2
Overhead OH
Impostos (% sobre o total final) I
Total final TF
Sendo:
ST1 = Soma de todos os custos previstos
S = % de margem de segurança aplicado ao ST1
ST2 = ST1 + S ST1
OH = % do TF destinada ao lucro e a cobrir outros custos
I = % do TF destinada ao pagamento dos impostos
Aplicando a fórmula
fórmula ter-se-á:
Confirmando:
OH = 0,30 R$ 36.842 = R$ 11.053
I = 0,13 R$ 36.842 = R$ 4.789
Relatório de pesquisa
Nenhuma pesquisa, por melhor que tenha sido planejada e executada, terá
sucesso se o pesquisador falhar no momento de sua comunicação. A comunicação
reza, objetividade,
os resultados concisãopoderão
apresentados e precisão. Sua preocupação
ajudá-los primeira
a tomar decisões é saber
melhores emcomo
suas
respectivas áreas de ação mercadológica. Um relatório cheio de pontos duvidosos,
com linguagem difícil e obscura, mostrando, junto com fatos importantes, uma
infinidade de fatos óbvios, com resultados pouco precisos e sem apresentar dados
separar
para dos resultados
produzir o que
um relatório é importante, com certeza estará no caminho certo
completo.
Preciso: a precisão dos resultados de uma pesquisa depende, fundamental-
mente, de todo cuidado no seu planejamento e execução, porém, toda precisão
conseguida durante este processo poderá ser colocada em risco se o relatório não
for bem elaborado. Imprecisões podem ser cometidas por: falta de cuidados no
manuseio das informações; incapacidade de construir frases que correspondam à
realidade dos fatos; e até erros gramaticais (pontuação
( pontuação errônea, tempo verbal ina-
dequado, discordâncias entre sujeito, verbo e objetos, palavras escritas de forma
incorreta, utilização inadequada de conjunções e preposições etc.).
Objetivo: os resultados da pesquisa precisam ser apresentados com o máximo
de objetividade, de forma a ganhar rapidamente o interesse de uma audiência ex-
tremamente ocupada. A objetividade da redação de um relatório pode ser conse-
guida através dos seguintes pontos:
A objetividade
objetividade ajuda na clareza. Portanto,
Portanto, a redação deve seguir as suges-
suges-
tões dadas no item objetivo para conseguir clareza.
Verificar se a forma utilizada para apresentação do resultado de cada
questão (quadro, tabela, gráfico de diversos tipos, figuras etc.) é a mais
Depois de elaborada
elaborada a primeira versão
versão do relatório, fazer uma primeira
revisão, colocando-se no lugar de sua audiência.
a udiência.
Outras revisões devem ser feitas por outros
outros elementos
elementos da equipe
equipe de pes-
quisa.
Uma forma definitiva de testar a clareza do relatório, depois
depois da última
revisão feita pela equipe, é solicitar sua leitura comentada por alguém
que nada tenha a ver com a pesquisa, mas que tenha um perfil parecido
com o da audiência.
Formato
Formato do relatório escrito da pesquisa
1. Página de rosto
2. Sumário
2. Sumário
3. Resumo gerencial
utilizado
Corpoà parte.
do relatório: é a parte do relatório que deve conter os detalhes da pes-
quisa. O conteúdo do corpo do relatório compreende: a apresentação (ou introdu-
ção), os objetivos, a metodologia e os resultados.
Apresentação (ou introdução): o propósito da apresentação é o de fornecer ao
leitor as informações necessárias para que ele possa entender o relatório da pes-
quisa. O detalhamento maior ou menor da apresentação vai depender da familia-
ridade da audiência com o problema em estudo. Quanto menos familiarizada e
diversa for a audiência, maior deverá ser o detalhamento da apresentação. Tipica-
mente, uma apresentação deve ter maior ou menor grau de detalhamento:
ção metodológicos
do número da pesquisa,
de elementos tais como
da amostra, o métododedecoleta
o método amostragem,
de dadosa determinação
e os procedi-
mentos para análise. Os objetivos de apresentar a metodologia no corpo do relató-
rio compreendem: sumarizar os aspectos metodológicos do projeto de pesquisa de
forma a torná-los compreensivos para os leitores não técnicos e despertar confiança
específicos. Se o redator/pesquisador
cos acompanhem julgarnos
o relatório, deverá fazê-lo necessário
anexos, que
paradetalhes mais
não tornar específi-
o corpo do
relatório muito detalhista e de leitura difícil. A seguir, é apresentada uma lista das
informações sobre a metodologia que deve constar do corpo do relatório:
Resultados:
o item de resultados compõe a maior parte do relatório e com-
preende a apresentação numa estrutura lógica e sequencial de resultados e des-
cobertas da pesquisa, através da utilização de textos, quadros, tabelas, gráficos
ou figuras. A seguir
seguir,, são apresentadas algumas sugestões para a apresentação dos
resultados:
Antes de iniciar a redação dos resultados, montar
montar sua itemização numa
numa
sequência tão lógica quanto for possível (iniciar com os achados
acha dos mais ge-
rais e canalizar
canalizar,, gradativamente, para os mais específicos).
Ser seletivo
seletivo – informação irrelevante, embora interessante, para os obje-
tivos da pesquisa, não deve ser apresentada.
Os quadros, tabelas, gráficos e figuras devem
devem também
também ser apresentados
de
dospesquisa recomendações
da pesquisa para
apenas um dos a ação,
inputs e há considerados
a serem aqueles que consideram
no processo os
de resulta-
decisão
e, por isso, recomendações para decisão não devem ser efetuadas. Uma forma de o
redator/pesquisador apresentar suas sugestões sem, no entanto, comprometer-se,
é fazê-las segundo a seguinte ressalva: “Apresentamos, a seguir, as recomendações
de decisões.
Limitações: não existe uma pesquisa “perfeita”. Toda
Toda pesquisa tem limitações
de ordem temporal, espacial, metodológica, operacional e outras que precisam ser
comunicadas aos leitores. Apesar de ser intenção dos pesquisadores conduzir “tra-
balhos perfeitos”, essa meta é praticamente inatingível. O objetivo ao apresentar
as limitações do estudo, no relatório, é o de demonstrar que o próprio pesquisador
tem conhecimento das limitações do seu trabalho e assim evitar que os leitores
descubram-nas sozinhos e, a partir dessa descoberta, possam tornar-se extrema-
mente críticos e desacreditarem de todo o trabalho. A admissão franca e aberta
das limitações, ao contrário do que muitos pesquisadores temem, pode elevar a
credibilidade sobre a pesquisa. Mas cuidado, o objetivo deste item não é depre-
ciar o projeto da pesquisa e desvalorizar os seus resultados, mas tornar o leitor ca-
paz de julgar corretamente a validade e as limitações dos resultados. A seguir são
apresentados alguns tipos de limitações em pesquisas que, caso tenham ocorrido,
devem ser mencionados no relatório:
Cópia completa
completa do(s) instrumento(s) de coleta de dados utilizado(s),
bem como de todo material de orientação para sua utilização.
Cópia do plano de amostragem,
amostragem, incluindo
incluindo listagens da população ou ma-
pas, fórmulas de determinação do número de elementos da amostra, for-
ma de seleção e composição da amostra.
Apresentação gráfica
gráfica dos resultados
resultados
Existe um ditado popular que diz que “uma boa ilustração vale por uma infi-
nidade
sempre deterpalavras”.
em menteNa apresentação
este dos resultados
ditado. Existem de umagráficas
diversas formas pesquisa
de éapresen-
preciso
tação dos resultados, e a escolha entre uma e outra deverá ser determinada pela
melhor forma de comunicabilidade de um resultado, tendo em vista a audiência
para a qual for dirigido.
O conhecimento da audiência é fundamental para determinar a forma mais
adequada de apresentação gráfica dos resultados. Existem indivíduos que têm
grande facilidade para leitura de números e tabelas, outros têm facilidade para
leitura de gráficos e figuras, enquanto outros têm facilidade para compreender
textos e aversão por quadros, tabelas, gráficos e figuras.
Uma observação importante a ser feita é a de que todos os quadros, figuras,
tabelas e gráficos precisam ser devidamente numerados e identificados, de forma
a permitir sua fácil identificação e a compreensão do que está sendo comunicado.
As opções existentes para a apresentação
apresentação de resultados
resultados de forma
forma gráfica com-
com-
preendem tabelas, quadros, figuras e gráficos.
simples e da tabulação
Quadros: cruzada
os quadros no Capítulo 5por
são caracterizados deste livro.
terem suas laterais fechadas (for-
mando efetivamente um quadro) e são utilizados, geralmente, para apresentar
dados qualitativos. Veja, a seguir, um exemplo no Quadro 7.2.
QUADRO 7.2 Principais problemas com o produto “X” segundo os resultados da pesquisa
1. O produto não é suficientemente conhecido pelo público-alvo (apenas 32% afirmaram conhecer o produto).
2. Há um grande número de clientes que deixou de adquirir o produto por não encontrá-lo no ponto de venda
(cerca de 60% dos usuários do produto reclamaram que, pelo menos uma vez, nos últimos seis meses,
deixaram de adquirir o produto por não o encontrar no ponto de venda).
3. De forma geral, os consumidores consideram que a embalagem do produto está defasada e precisa ser
modernizada (cerca de 72% dos usuários fizeram esta afirmação).
10%
Bares e
lanchonetes
40% Atacadistas
7,5% Restaurantes
60% Redes de
supermercados
Há, basicamente
gráficos de estratos e quatro
gráficostipos de gráficos: gráficos de pizza, gráficos de linhas,
de barras.
Gráficos de pizza: como o próprio nome identifica, este gráfico é constituí-
do pela figura de um círculo repartido, através de seus raios, em n partes pro-
porcionais à ocorrência da variável nos resultados da pesquisa. Como cada parte
apresentada faz parte de um todo, os gráficos de pizza são particularmente inte-
ressantes de serem usados para facilitar a visualização dos tamanhos relativos, en-
tre cada uma das partes do todo.
Os gráficos de pizza são utilizados para apresentar os resultados de uma única
variável, de forma
forma estática, num determinado momento de tempo. tempo. Sugere-se, para
não dificultar a visualização, que sejam utilizadas variáveis com, no máximo, oito
categorias. A repartição do círculo deve ser iniciada a partir do seu ponto mais alto
(ponto correspondente às 12 horas de um relógio) e deve seguir uma sequência
da maior parte para a menor, no sentido horário. Para melhor visualização, além
de colocar o nome da variável e a porcentagem correspondente, pode-se também
hachurar cada parte do gráfico de forma diferente. Veja,Veja, na Figura 7.2, um exem-
plo de gráfico de pizza.
2 filhos
30%
1 filho
40%
3 filhos
20%
+ 3 filhos
10%
FIGURA 7.2 Número de filhos por família.
Gráficos de linhas:
se desejar-se representar, através de gráfico de pizza, a
evolução de diversas variáveis, ao longo de vários momentos de tempo, deverá
ser utilizado um gráfico para cada variável e para cada momento que se pretenda
representar.. No entanto, esta forma de apresentação, além de exigir a construção
representar
de uma infinidade de gráficos, dificulta a visualização, as evoluções e as compara-
ções
ve de variáveis.de
a comparação Quando a apresentação
resultados
resultados de diversas dos resultados
variáveis e suasdeevoluções
forma
evoluçõesgráfica envol-
ao longo do
tempo ou a comparação dos resultados simultâneos de duas diferentes variáveis,
a forma mais recomendada é o gráfico de linhas.
O gráfico de linhas tem duas dimensões; para o registro de cada dimensão é
utilizado o sistema cartesiano de dois eixos perpendiculares, um na horizontal e
outro na vertical, e os pontos de cruzamento entre os valores correspondentes das
duas variáveis consideradas são interligados, formando uma linha. Se os resul-
tados a serem representados forem de uma (ou mais) variável(eis), ao longo do
tempo (séries de tempo), o eixo X (horizontal) é utilizado para a variável tempo
e o eixo Y (vertical) para a(s) variação(ões) da(s) variável(eis) estudada(s). Veja
nas Figuras 7.3 e 7.4 dois exemplos de gráficos de linhas, um para séries de tem-
po e outro para o cruzamento de duas diferentes variáveis num mesmo momento
de tempo.
45%
40%
35%
VW
30%
FIAT
25% GM
20%
FORD
15%
10%
5%
0%
1985 1986 1987 1988 1989 1990
25%
20%
15%
10%
5%
0%
A B C D E Estratos socioeconômicos
de barras.
100%
90%
80% Volkswagen
70%
60%
50% G. Motors
40%
30% Ford
20%
10%
Fiat
0%
1985 1986 1987 1988 1989 1990
US$
20.000
17.500
15.000
12.500
10.000
7.500
5.000
5.000
2.500
0
A B C D E
US$
20.000
18.000
16.000
14.000
12.000
10.000
8.000
6.000
4.000
2.000
0
A B C A B C A B C A B C
1988 1989 1990 1991
FIGURA 7.7 Evolução da renda familiar anual nas classes A, B e C de 1988 a 1991 no
Brasil (dados hipotéticos).
1.500
Automóveis
Comerciais pesados
1.250 Comerciais leves
1.000
750
500
250
0 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90
Apresentações orais
orais
As apresentações
apresentações orais são, geralmente,
geralmente, utilizadas para dar suporte ao relató-
rio da pesquisa. A forma de apresentação pode ter grande variedade, que vai de
uma simples reunião de esclarecimentos com o principal usuário do contratante
da pesquisa, até apresentações formais para um grande grupo de interessados.
As apresentações orais têm o propósito principal de permitir aos usuários da
pesquisa que façam perguntas e solicitem esclarecimentos sobre pontos em que
tenham dúvidas. Tendo
Tendo em vista esse objetivo, a apresentação oral só deve ser efe-
tuada após os usuários terem tido contato com os resultados contidos no relatório
e deve ser marcada para cinco a dez dias após a sua entrega.
Dar sugestões de como proceder para apresentações orais é muito difícil, pois
a forma e os comportamentos de apresentações dependem da personalidade do
apresentador e do perfil da audiência a que se destinam. Apesar dessa dificuldade,
algumas sugestões gerais para conseguir boa apresentação podem ser elencadas:
Se o apresentador
apresentador não
não tiver ainda prática em apresentações, é recomen-
dável treinar antes de se expor a uma apresentação real (se o treino puder
ser gravado em vídeo/CD, o próprio apresentador
a presentador poderá observar como
melhorar sua apresentação; se não for possível, algum colega deverá as-
sistir ao treino e fazer sugestões para o aprimoramento).
No dia da apresentação, chegar ao local cerca de meia hora mais cedo
para verificar se está tudo em ordem, principalmente os equipamentos;
procurar saber, caso os equipamentos falharem, a quem deverá recorrer
para reparos ou substituições.
Não iniciar
iniciar a apresentação sem que elementos-chave
elementos-chave do patrocinador
patrocinador,,
esperados para a apresentação, estejam presentes, a não ser que seja au-
torizado o seu início por alguém da casa.
Começar mostrando qual é o seu plano de apresentação – dizer para a
audiência o que será apresentado, inclusive informar que as dúvidas, per-
guntas e solicitações de esclarecimentos podem ser feitas a qualquer mo-
mento, interrompendo a apresentação, ou só ao final da exposição; seguir
exatamente o plano de apresentação planejado.
Ficar sempre de frente para a audiência; assumir posicionamento
posicionamento ade-
quado, evitando maneirismos com as mãos e com outras partes do corpo.
Evitar, ao máximo, a leitura dos resultados apresentados de forma visual
Evitar,
(tabelas, quadros, figuras e gráficos); a audiência tem condições de ler o
que está sendo mostrado. O importante é salientar e comentar os pontos
relevantes do que está sendo mostrado.
Quando a apresentação for feita a um número
número muito grande de profis-
sionais de diferentes áreas da instituição contratante, é comum que dis-
cordâncias em relação aos resultados apresentados surjam
surj am em função das
diferentes experiências práticas ou do conhecimento de outras fontes de
informações. Quando isto ocorrer, a atitude recomendada ao apresenta-
dor é a de, respeitando as opiniões divergentes, defender a correção dos
seus resultados apontando para a correção da metodologia utilizada.
Apresentação eletrônica
eletrônica
Uma forma
em enviar para omais eficaz
cliente e econômica
o relatório de apresentação
e também de resultados
o banco de dados consiste
por via eletrônica
(em CD-ROM ou anexado a e-mail, via Internet). O envio do banco de dados per-
mite que o próprio cliente possa realizar outros cruzamentos e análises além da-
queles solicitados na pesquisa e constantes do relatório produzido.
ANEXO 7.1
CÓDIGO INTERNACIONAL ICC/ESOMAR (JANEIRO/2008)
(JANEIRO/2008)
CÓDIGO ICC/ESOMAR DE CONDUTA EM
PESQUISA DE MERCADO E PESQUISA SOCIAL
Introdução
O primeiro Código foi elaborado pela Sociedade Européia para Pesquisa de
Opinião e Mercado (ESOMAR) em 1948. Após várias atualizações, em 1976 a Câ-
mara Internacional de Comércio (ICC) e a ESOMAR unificaram seus Códigos e
lançaram um único Código em 1977, com revisão geral em 1986 e, depois de se-
guidas mudanças do cenário internacional de negócios, o relançaram em 1994. O
Código foi revisado mais uma vez em Dezembro de 2007, constituindo-se na quar-
ta edição do Código ICC/ESOMAR.
A comunicação eficaz entre
entre os fornecedores e consumidores de produtos e ser-
viços de todos
todos os tipos é essencial
essencial em qualquer sociedade moderna. Há muitos
muitos mé-
todos para a coleta de informações, e os canais disponíveis estão se multiplicando
com o desenvolvimento e utilização de tecnologias conduzidas através da Internet
e de outras mídias interativas.
Um dos métodos mais importantes para a coleta de informações é a utilização
de pesquisas de mercado que, neste Código, incluem pesquisas sociais e de opi-
nião. O êxito de uma pesquisa de mercado depende da confiança pública – que
seja conduzida de maneira honesta, objetiva e sem intrusões ou desvantagens in-
desejadas para seus participantes.
A publicação deste Código destina-se a aumentar a confiança pública e de-
monstrar o reconhecimento dos indivíduos que executam pesquisas de mercado
em relação a suas responsabilidades éticas e profissionais ao executá-las.
A bem-sucedida estrutura de autorregulamen
autorregulamentação
tação responsável pela implan-
tação deste Código existe há muitos anos. A utilização de códigos desta natureza e
sua implantação são referidas e aceitas como uma boa prática ao redor do mundo
e como uma forma reconhecida para oferecer uma camada adicional de proteção
ao consumidor
consumidor..
Propósito do Código
Este Código se destina, principalmente, a servir como uma estrutura para a
autorregulamentação; portanto a ICC/ESOMAR recomendam a utilização do Có-
digo em todo o mundo, com a intenção de cumprir os seguintes objetivos:
Escopo do Código
O Código se aplica a todas as pesquisas de mercado. Deverá ser lido em con-
junção aos outros códigos e orientações; princípios e interpretações de contextos
estabelecidos pela ICC e pela ESOMAR, disponíveis nos websites: <www.iccwbo.
org> ou <www
<www.esomar
.esomar.org>.
.org>.
O Código estabelece os padrões mínimos de conduta ética a serem seguidos
por todos os pesquisadores e clientes e deve ser aplicado segundo o ambiente de
leis
dos aplicáveis e demercado
em qualquer quaisquer padrões Informações
específico. ou regras mais rígidos
sobre taisque possamestão
exigências ser exigi-
dis-
poníveis através da ESOMAR.
O aceite deste Código Internacional é uma condição para afiliar-se à ESOMAR
e a todas as outras instituições que, oficialmente,
oficialmente, adotaram este Código. Uma lista
dessas instituições está disponível no website <www.esomar.org>.
Definições
Pesquisa de mercado: inclui pesquisas sociais e de opinião e é a coleta siste-
mática e a interpretação de informações sobre indivíduos ou organizações utilizan-
do-se de métodos e técnicas estatísticos e analíticos das ciências sociais aplicadas
para obter conhecimentos ou dar suporte ao processo de tomada de decisões. A
identidade dos entrevistados não será revelada ao usuário das informações sem
consentimentoo explícito e nenhuma abordagem de vendas será feita aos entrevis-
consentiment
tados como resultado direto de terem fornecido informações.
Pesquisador: qualquer indivíduo ou organização executando – ou agindo
como um consultor em relação a um projeto de pesquisa de mercado, inclusive
indivíduos trabalhando nas organizações-clientes.
Cliente: qualquer indivíduo ou organização que solicita, consigna ou adere ao
todo ou qualquer parte de um projeto de pesquisa de mercado.
çõesEntrevistado: qualquer
para os propósitos indivíduo
de um ou pesquisa
projeto de organização da qual sequer
de mercado, coletam informa-
estejam cien-
tes disto ou não, ou o indivíduo que seja abordado para uma entrevista.
Entrevista: qualquer forma de contato com um entrevistado visando coletar
informações para propósitos de pesquisa de mercado.
Artigos
Artigo 1 – Princípios
Princípios básicos
As pesquisas
jetivas; de mercado
e deverão deverão segundo
ser executadas ser legais,
legais,
oshonestas,
honestas, verdadeiras
princípios e ob-
científicos apro-
priados.
Os pesquisadores
pesquisadores não deverão agir de qualquer
qualquer forma que possa
possa trazer
descrédito para a atividade de pesquisa de mercado ou que leve à perda
da confiança pública na atividade de pesquisa de mercado.
As pesquisas de mercado deverão ser executadas com responsabilidade
profissional e obedecer aos princípios de justa concorrência, conforme
geralmente aceito em transações comerciais.
As pesquisas
pesquisas de mercado
mercado deverão
deverão ser
ser claramente distintas e separadas
Artigo 2 – Honestidade
Honestidade
As pesquisas de mercado não deverão abusar da confiança dos entrevista-
dos ou tirar proveito de sua falta de experiência ou conhecimento.
Os pesquisadores não deverão fazer falsas declarações
declarações sobre habilidades,
experiências ou atividades, sejam suas ou de suas organizações.
Artigo 3 – Responsabilidade
Responsabilidade profissional
profissional
A cooperação
cooperação dos entrevistados em
em um projeto de pesquisa de mercado
mercado é
inteiramente voluntária em todas as etapas. Eles não deverão ser engana-
dos quando sua cooperação lhes for solicitada.
Os pesquisadores deverão tomar todas as precauções razoáveis para as-
segurar que entrevistados não sejam de forma alguma prejudicados ou
afetados adversamente em consequência direta de sua participação em
um projeto de pesquisa de mercado.
Os pesquisadores não deverão criticar outros pesquisadores injustifica-
velmente.
Artigo 4 – Transparência
Transparência
Os pesquisadores deverão prontamente identificar-se e declarar o propó-
sito da pesquisa de forma não ambígua.
Artigo 5 – Propriedade
As propostas de pesquisas de mercado e cotações
cotações de custos são de pro-
priedade da organização ou indivíduo que os desenvolveu, a menos que
tenha sido acordado de outra forma.
Artigo 10 – Subcontratação
Os pesquisadores deverão informar
informar os clientes, antes do início dos tra-
balhos, sempre que qualquer parte do trabalho executado para eles for
subcontratado fora da própria organização dos pesquisadores (inclusive a
utilização de quaisquer consultores externos). Se solicitado, a identidade
de qualquer subcontratado(a) deverá ser informada aos clientes.
Artigo 12 – Responsabilidade
Responsabilidade
Os pesquisadores têm a responsabilidade geral por garantir que a pes-
quisa seja conduzida de acordo com este Código e por assegurar que
Artigo 14 – Implantação
O Código e os princípios nele incutidos,
incutidos, deve
deve ser adotado e implantado,
nacional e internacionalmente, pelas instituições autorregulatórias rele-
vantes locais, nacionais ou regionais.
regionais.
O Código
Código deve ser aplicado,
aplicado, sempre
sempre que apropriado, por todas as organi-
zações, empresas e indivíduos envolvidos, assim como em todas as etapas
de um projeto de pesquisa de mercado.
Indivíduos envolvidos em atividades de marketing, pesquisadores e clien-
tes devem estar familiarizados com o Código e com quaisquer outros do-
cumentos autorregulatórios locais, relacionados à pesquisa de mercado,
além de familiarizar-se com as decisões tomadas pelo Conselho de au-
torregulamentação. Solicitações de interpretação dos princípios contidos
neste Código podem ser submetidas ao Painel de Interpretação do Código
ICC ou ao Comitê de Padrões Profissionais da ESOMAR.
ANEXO 7.2
CHECK-LIST
O uso efetivo
jetivos do check-list
de projeto e de umadeve depender
avaliação de ta
compleuma
completa dosdefinição clara dos ob-
dados básicos.
Nem todos osos problemas
problemas mencionados
mencionados são relevantes
relevantes para todos os tipos
de pesquisa. A citação, “se aplicável”, deve ser subentendida do começo
ao fim da lista.
Planejamento da amostra
a) Definição da população
população pesquisada – ou seja, que segmentos da popula-
popula-
ção total (de lares, de lojas, de empresas etc.) deverão ser representados
na pesquisa? Definições mais precisas podem ser necessárias, por exem-
plo, “usuários”, “lojas alimentares”, “engenheiros” etc.
b) Método de amostra a ser usado:
Probabilístico, “itinerário aleatório”, por cotas etc.
Levantamento de dados
a) Método a ser
ser seguido (entrevista individual, por correspondência
correspondência ou por
telefone/observação/discussão em grupo etc.).
No caso de discussões/entrevistas em grupo, o tamanho e a natureza dos
grupos envolvidos.
b) Decisão relativa à possibilidade ou não de revelar o nome do cliente aos
respondentes, seja antes ou depois da entrevista (conforme os requisitos
do Código Internacional, artigo 20).
c) Indicação das fontes de dados “secundários” (isto é, dados que já exis-
tem e não tenham sido coletados especialmente para os propósitos da
pesquisa).
d) Local da entrevista
entrevista (no lar/rua/local de trabalho/local central/veículo/
loja etc.).
e) Processo de filtragem ou de seleção a ser usado.
f) Número e natureza de elementos
elementos utilizados para reavivar a memória
memória do
respondente (recalls/reminders).
g) Forma de registro dos dados (questionário/CD/D
(questionário/CD/DVD/filme
VD/filme etc.).
h) A natureza de qualquer
qualquer incentivo ou recompensa a ser oferecido aos res-
pondentes (e quem será responsável por seu fornecimento).
i) A natureza de registros de contatos a serem mantidos (por exemplo, in-
formação a respeito de contatos não efetivos).
j) Tipo do pessoal a ser usado para levantamento de dados:
Tempo integra
integrall ou parcia
parcial.
l.
Natureza e nível de qualificação, treinamento e experiência.
Outras características relevantes para a pesquisa (por exemplo, grupo
étnico, idade etc.).
k) Natureza e importância (número
(número ou porcentagem) dos procedimentos
da supervisão e controle de qualidade a serem usados no campo e no
escritório (% de contatos acompanhados/de visitas de controle/de con-
trole telefônico).
l) Natureza das instruções a serem dadas aos entrevistadores ou
ou modera-
modera-
dores de discussões em grupo (verbal, escrita etc.) e quem dará essas
instruções.
m) Tipo de pesquisa exploratória e/ou pesquisa piloto a ser conduzida antes
da pesquisa propriamente dita.
n) Questionário/roteiro de entrevista, a ser usado, ou indicações de seu
conteúdo/extensão/abordagem técnica (incluindo o uso de questões
abertas, escalas de atitudes, métodos projetivos etc.).
o) Outros materiais a serem usados para a entrevista (listas, auxílios vi-
suais, produtos, propaganda etc.): quem fornecerá e pagará?
p) Providências para aprovação do questionário e de outro
outro qualquer mate-
rial para a entrevista.
q) Execução do trabalho em conjunto com outros clientes ou não. No caso
de omnibus, número e natureza geral das perguntas precedentes.
r) Presença e participação eventual
eventual do cliente em
em qualquer
qualquer etapa do proces-
proces-
so de levantamento de dados.
s) Limitação de acesso do cliente a documentos de campo e de supervisão
(por exemplo, i e k).
Análise e relatório
a) Forma de apresentação
apresentação do relatório (por exemplo, apenas cartões perfu-
rados ou CD/DVD/apenas tabulações/com um sumário breve/com con-
clusões e recomendações etc.).
b) No caso de estudos contínuos, frequência
frequência de apresentação dos relatórios.
relatórios.
c) Exigência quanto à validade da amostra efetiva
efetiva (referência ao plano ori-
ginal, por informações de outras fontes etc.).
d) Exigência de codificação/classificação (para perguntas abertas, tipos de
produto etc.).
e) Especificação de análises e cruzamentos a serem fornecidos.
fornecidos.
f) Caracterização de modelos (matemáticos, econômicos etc.) e de técnicas
estatísticas a serem utilizadas.
g) Exigência de testes estatísticos de significância
significância etc.
h) Análises complementares que poderão ser efetuadas, se solicitadas.
i) Lista de organizações visitadas (principalmente
(principalmente em
em projeto de pesquisa
pesquisa
industrial ou comercial).
j) Descrição das fontes estatísticas empregadas.
k) Língua na qual o relatório deverá ser escrito.
l) Número de exemplares
exemplares das análises dos relatórios a serem fornecidos.
m) Número e local de eventuais apresentações de resultados.
n) Remessa ou não de cópia de certos documentos
documentos ao cliente, por exemplo:
exemplo:
CD/DVD, transcrições ou gravações de entrevistas etc. e as providências
Prazos
a) Para aprovação da proposta de pesquisa pelo cliente (em seguida,
seguida, se for o
caso, para as diferentes etapas da pesquisa, por exemplo, questionários).
b) Para fornecimento de produtos, de listas de endereços, de materiais etc.
c) Para início e término da coleta dos dados/entrevistas.
d) Para execução de etapas intermediárias do projeto e apresentação de
seus resultados.
e) Para apresentação de resultados preliminares.
preliminares.
f) Para apresentação de resultados finais.
levantamento,
do pesquisadorprocessamento
encarregado dedeestudo
dadosaetc.,
este erespeito
sobre a(por
responsabilidade
exemplo: no
que se refere a controle de qualidade, prazos etc.).
b) Se necessário, que reuniões serão realizada
realizadass durante a execução do
estudo, para discutir progresso, resultados obtidos até um dado mo-
mento etc.
c) Providências, caso necessário, para tradução de questionários, materiais
da pesquisa, relatórios etc.
Orçamentos
a) Custo total do projeto, com detalhes sobre possíveis despesas adicionais
(por exemplo, impostos) ou custos não incluídos (por exemplo, forneci-
mento de produto, outros materiais de pesquisa, fretes, traduções etc.).
b) Sempre que o custo final possa ser alterado, fornecer detalhes dos pres-
supostos nos quais se basearam as estimativas de custo (por exemplo,
estimativas de contatos diários, proporção de contatos necessários para
obter uma entrevista efetiva etc.).
c) Custo de etapas intermediárias
intermediárias ou de diferentes
diferentes partes do estudo (nos
casos em que o projeto é realizado em várias fases).
d) Custo de qualquer trabalho complementar
complementar (por exemplo, análises adi-
cionais, reuniões e apresentações especiais, fornecimento de CDs/DVDs
e duplicatas de documentos etc.).
e) Caráter definitivo ou
ou provisório do orçamento e prazo de sua validade.
f) Detalhes sobre descontos/acréscimos que possam ser aplicados.
g) Detalhes sobre mecanismos de correção monetária aplicáveis
aplicáveis ao longo
do tempo.
h) Forma de pagamento (prazos, moeda etc.).
g) Cláusulas de penalidades
penalidades pelo não cumprimento de disposições estabele-
cidas (por exemplo, prazos, número de entrevistas completas etc.).
h) Métodos/procedimentos combinados para a solução de disputas que
possam surgir entre as partes.
Notações
Média x x
2
Variância 2 S2
x
Desvio-padrão S
x
Proporção de ocorrência P p –
Proporção de não ocorrência Q q –
Fórmulas
Média
= Xi xi xi
x=
x
=
N n k
Variância
teórica (Xi – )2 (xi – x)2 2 (xi – x)2
2
= S =
2
x =
N n k
computacional
X2i ( Xi)2 x2i ( xi)2 2 x2i ( xi)2
2
= – S=
2
– x = –
2 2 2
N N n n k k
Z2 2 NZ2 2
Medidas (valores) n= n=
e2 e2(N –1) + Z2 2
NZ2PQ
Proporção (porcentagem) 2
n = Z PQ/e 2
n=
e2(N –1) + Z2PQ
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www.ivc.org.br
www.mattareassociado
www.mattareassociados.com.br
s.com.br
ÍNDICE REMISSIVO
G L
Garantia de anonimato, 71 Leitor ótico, 173
Governos, 46 Leitores óticos dos caixas das lojas, 79
Gráfico de barras, 281 Levantamentos de dados, 295
Gráficos de estratos, 281 bibliográficos, 10
Gráficos de linhas, 279 de campo, 16-19
Gráficos de pizza, 279 de estatísticas, 10
Gravação, 290 de experiências, 11
Gravadores de som,27
Grupo de controle, 79 de pesquisas realizadas,
documentais, 10 10
Grupo experimental, 27 e estudos de campo, 295
em fontes secundárias, 10
H Limitações, 275
Habilidade exigida para aplicação, 71 Listagens incorretas, 86
Localização N
incorreta da unidade a ser pesquisada, 86 Não resposta, 84
Nível de conhecimento dos parâmetros da
M população, 194
Maturação (M), 28 Nível de significância, 208
Média aritmética, 199 Nível educacional exigido dos respondentes, 73
Mediana, 198 Notação
Medição de atitudes, 94 e fórmulas utilizadas em teoria de
Medidas amostragem 131
de dispersão, 200 utilizada em experimentos, 29
em pesquisas de marketing, 88 Notebooks/palmtops/coletadores
Notebooks/palmtops/ coletadores eletrônicos de
Meios básicos de coleta de dados primários, 57 dados, 173
Menores de idade, 291
Método(s) O
da comunicação, 59 Objetivos
quanto à forma de aplicação, 69, 70 da pesquisa, 158
quanto ao grau de estruturação e múltiplos, 158
disfarce, 60 Observação
uso combinado das várias formas de de laboratório, 80
aplicação do, 75 direta, 81
da observação, 76 disfarçada, 77
quanto à participação do observador, 81 estruturada, 76
quanto ao ambiente, 80 humana, 78
quanto ao grau de disfarce, 77 indireta, 81
quanto ao grau de estruturação, 76 informal, 14
quanto ao objeto observado, 80 não disfarçada, 77
quanto aos instrumentos utilizados, 77 não estruturada, 76
da pesquisa exploratória, 10 não participativa, 81
das ligações, 262 natural, 80
de correlação
inferência, e205
regressão, 245 participativa, 81 78
por instrumentos,
descritivos de análises de dados, 197 Oftalmógrafos, 80
estruturado Opiniões, 55
disfarçado, 68 Orçamento, 298
não disfarçado, 60 de despesas, 162
inferenciais, 205 de pesquisa, 266
não estruturado de saídas de caixa, 162
disfarçado, 65 Ordem de ocorrência das variáveis no tempo, 24
não disfarçado, 61 Ordenamento, 200
para estimar
a confiabilidade P
a validade Página de rosto, 272
para 197
Moda, medir a associação, 234 Painel
Passos omnibus, 20
Mortalidade das unidades de teste (MT), 29 da análise fatorial, 255
Motivações, 56 para a realização de um projeto
Mudanças de endereços, 87 experimental, 36
Multicolinearidade, 253 para a seleção de amostras, 125
Teste de Rorschach,
Teste para 66 não relacionadas, 213
duas amostras intervalar, 223,
intervalares, 233
199, 201
Teste para uma amostra, 211 nominais, 197, 200
Teste para várias amostras nominal, 211, 213
não relacionadas, 217 ordinais, 198, 200, 217, 220
relacionadas, 220 Viés de seleção (V),
(V), 29