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PROTOCOLO SOBRE O ESTABELECIMENTO DO CONSELHO DE PAZ E SEGURANCA DA UNIAO AFRICANA ROTO! BRE O ESTABELECIMENTO DO CONSELHO DE PAZ E SEGURANCA DA UNIAO AFRICANA NOS, os Chefes de Estado ¢ de Governo dos Estados Membros da Unido Africana; CONSIDERANDO o Acto Constitutivo da Unido Africana eo Tratado que cria_a Comunidade Econémica Africana, assim como a Carta das Nacoes Unidas; RECORDANDO a Declaracio sobre a criagdo, no seio da OUA, de um Mecanismo para a Prevengao, Gestio © Resolugae de Conflitos, adoptada pela 29" Sessdo Ordinaria da Conferéncia dos Chefes de Estado ede Governo da OUA, realizada no Cairo, Egipto, de 28 a 30 de Junho de 1903; RECORDANDO ainda a Decisao AHG/Dec.160 (XXXVII} adoptada pela 37" Sessao Ordinaria da Conferéncia dos Chefes de Estado ¢ de Governo, realizada em Lusaka, Zambia, de 9 @ 11 de Julho de 2001, pela qual a Conferéncia decidiu incorporar 0 Orga Central do Mecanismo para 4 Prevencio, Gestdo e Resolugio de Conflitos da OUA como um dos Orgaos da Uniao, de acordo com 0 Artiga 5° (2) do Acto Constitutive, e solicitou ao Secretario Geral que fizesse uma revisao das estruturas, dos. procedimentos ¢ dos métodos de trabalho do Orgio Central, incluindo a possibilidade de mudar 0 seu nome; ATENTOS As disposigdes da Carta das Nagées Unidas, que conferem 20 Conselho de seguranca a responsabilidade priméria da manutencao da az © seguranca internacionais, bem como as disposigdes da Carta sobre © papel dos mecanismos ou agéncias regionais na manutencao da paz ¢ ‘seguranca internacionais ¢ a necessidade de forjar uma parceria mais esireita entre as Nacdes Unidas, outras Organizacoes Internacionais ¢ a Unido Africana, na promocao da paz, seguranca e estabilidade em Africa; RECONHECENDO a contribuicio dos Mecanismo Regionais Africanos para a Prevencao, Gestio e Resolueao de Conflitos na promocao da_paz, seguranca e estabilidade no Continente e a necessidade de desenvolver os acordos formais de coordenacao © cooperacio entre estes Mecanismos Regionais e a Unido Africana; RECORDANDO as Decisdes AHG/Dec. 141 [XXXV) ¢ AHG/Dec./ 142 (XXXV} sobre as Mudancas Inconstitucionais de Governo, adoptadas pela 35 Sessdo Ordinaria da Conferéncia dos Chefes de Estado e de Governo ‘da QUA, realizada em Argel, Argélia, de 12 a 14 de Julho de 1999, ¢ a Declaragto AHG/Decl.5 (XXXVI) sobre o Mecanismo de Resposta da UA em caso de Mudangas Inconstitucionais de Governo, adoptada pela 36° Sessao Ordinaria da Conferéncia dos Chefes de Estado e de Governo da (OVA, que teve lugar em Lomé, Togo, de 10 a 12 de Julho de 2000; REAFIRMANDO 0 nosso firme compromisso para com a Declaragao Solene AHG/Decl. 4 (XXXVI) sobre a Conferencia no dominio da Seguranca, Estabilidade, Desenvolvimento e Cooperacaa em Africa (CSEDCA), adoptada pela 36" Sessao Ordinaria da Conferéncia dos Chefes de Bstado e de Governo da OUA, realizada em Lomé, Togo, de 10 a 12 de Julho de 2000, bem como a Declaracdo AHG/Decl.1 (XXXVI) sobre a Nova Parceria para © Desenvolvimento de Africa (NEPAD), adoptada pela 37" Sessao Ordinaria da Conferéncia dos Chefes de Estado e de Governo dda OUA, que decorreu em Lusaks, Zambia, de 911 de Julho de 2001; AFIRMANDO 0 nosso_compromisso para com a Declaracio AHG/Decl.2 (XXX) sobre 0 Codigo de Conduta para as Relagdes Inter africanas, adaptada pela 30° Sessa0 Ordinaria da Conferéncia dos Chefes, de Estado ¢ de Governo da OUA, realizada em Tunes, Tunisia, de 13 a 15 de Junho de 1994, bem como a Convencio da OUA sobre a Prevencio e 0 Combate ao Terrorismo, adoptada pela 35° Sessio Ordingria da Conferéncia dos Chefes de Estado © de Governo da OUA, que decorreu em Argel, Argelia, de 12 a 14 de Julho de 1999; PREOCUPADOS com a prevaléncia de conflitos armaclos em Africa e pelo facto de nenhum outro factor interno ter contribuido mais para 0 Geclinia s6cio-econémico no Continente, e para o softimento das populagves civis, do que o flagelo provado pelos conflitos dentro e entre os nossos Estados; PREOCUPADOS TAMBEM pelo facto dos conflitos terem forgado auilioes de pesoone, iuclulualy wutilieies © cibamges ust vida cieaile como refugiados ¢ deslocades intemos, privados seus mecios. de subsistencia, dignidade humana e esperanca; PREOCUPADOS AINDA pelo flagelo das minas terrestres espalhadas pelo Continente, ¢ EVOCANDO, a este respeito, 0 Plano de Acgao para Juma Aftiea Livre de Minas Terrestres, adopto pela Primeira Conferéncia Continental de Peritos Africanos sobre as Minas Anti-pessoal, realizada em Kempton Park, na Africa do Sul, de 17 a 19 de Maio de 1997, © endossado pela 66% Sessa0 Ordindria do Conselho de Ministros da OUA, que teve lugar em Harare, Zimbabwe, de 26 a 30 de Maio de 1997, bem como as decisies subsequentes adoptadas pela QUA sobre esta questo; PREOCUPADOS TAMBEM_ pelo impacto da proliferagao, circulagao ¢ trafico ilicitas de armas de pequeno porte ¢ de armamento ligeiro, na fameaca da paz ¢ seguranca em Africa ¢ na perturbacao dos esforeos que visam melhorar 0 nivel de vida das populacces africanas, ¢ EVOCANDO, a este respeito, a Declaragdo sobre a Posi¢ao Comum Africana em relaci & Proliferacdo,'Circulagéo e Trafico de Armas de Pequeno Porte c de Armamento’ Ligeiro, adoptada pela Conferéncia Ministerial da OUA realizada a 1 de Dezembro de 2000, bem como todas as decisdes subsequentes da OUA sobre este asstinto; CONSCIENTES de que os problemas causados pelas minas terrestres, a proliferacao, circulagao e trafico ilicitos de armas de pequeno porte e de armamento ligeiro, constituem um sério obsticulo ao desenvolvimento sécio-econdmico, e que s6 podem ser resolvidos no quadro de uma cooperagao reforgada e bem coordenada a nivel continental; CONSCIENTES TAMBEM do facto de que o desenvolvimento de instituicbes democraticas sOlidas e de uma cultura forte, a observancia dos direitos humanos e do Estado de Direito, bem como implementacao de programas de recuperacao pés-conflito e de politicas de desenvolvimento sustentavel, so essenciais para a promogao da seguranca colectiva, da paz © estabilidade duradouras, assim como a prevencao de conflitos violentos; DETERMINADOS a asusticiias wuss Gapricidae pasa ches sempeolee fa flagela de conflitos que afectam o Continente, © assegurar que Africa, faraves da Unido Africana desempenhe um papel de relevo na realizacaa a paz, seguranca ¢ estabilidade no Continente; DESEJOSOS de criar uma estrulura operacional para a implementacao efectiva das decisdes tomadas nas areas de prevencao de conflitos, de manutengao da paz, de operacdes e intervencao de apoio & paz, bem como de edificacio da paz ¢ de reconstrucao pos-conflito, de acordo com a autoridade conferida a esse respeito através do Artigo 5° (2) do Acto Constitutive da Unido Africana. POR ESTE MEIO, CONCORDAMOS SOBRE 0 SEGUINTE: ARTIGO 1° DEFINI Para os fins do presente Protocolo, entende-se por: a|__*Protocolo’, 0 presente Protocolo; b) "Declaragdo de Cairo’, a Declaragdo sobre a criagdo, no seio da ‘QUA, do Mecanismo para a Prevengao, Gestio ¢ Resolucao de Contlitos; “Declaragao de Lomé", a Declaracao sobre 0 Mecanismo da QUA de Resposta as Mudancas Inconstitucionais do Governo; ‘Acto Constitutive", o Acto Constitutive da Unido Africana; ‘Unio’, a Unido Africana; 2 Conferéncia dos Chefes de Estado ¢ de "Mecanismos Regionais', 0s Mecanismos Regionais Africans para a’ Prevengilo, Gestio © Resolucdo de Conilitos; 'stados Membros", os Estados Membros da Uni ARTIGO 2 ‘CRIAGAO 1, E por este meio criado nos termos do Artigo 5° (2) do Acto Constitutivo, um Conselho de Paz ¢ Seguranea como um érgio decisorio permanente para a prevenclo, gestdo e resolucdo de conflitos, © Conselho de Paz e Seuranca deverd ser uma estrutura de seguranca colectiva ¢ de aviso prévio para facilitar, com tempo oportuno, uma resposia eficaz a situacdo dle conflito ¢ crise em Africa © Consetho de Paz ¢ Seguranca devera ser apoiado pela Comissao, o Painel de Sabio, um Sistema Continental de Alerta Previo, uma Forga de Alerta Pan-africana ¢ um Fundo Especial ARTIGO 3 OBJECTIVOS 0s abjectivos para os quais o Conselho de Paz ¢ Seguranca foi criado, deverao ser: 18) A promocao da paz, seguranca e estabilidade em Africa, para garantir a proteceao e a preservacdo da vida e de propriedades, © bem-estar das populacdes africanas e 0 seu meio-ambiente, bem como a criagéo de condigdes favordveis. ao desenvolvimento sustentavel; A antecipacéo ¢ prevencao de conflitos. Em circunstancias onde tenham ocorrido conflitos, 0 Conselho de Seguranca tem a responsabilidade de desempenhar as fungdes de edificarao © ‘manutencao da paz com vista a resolver esses conflitos; A promocao ¢ execucao de actividades de edificagao da paz ¢ de reconstrucao pés-conflitos, de modo a consolidar a paz & impedir 0 ressurgimento da violencia; A coordenacdo © harmonizacdo dos esforgos a nivel continental para a prevencao e 0 combate ao terrorisme internacional, em todos 08 seus aspectos; Desenvolvimento de uma politica de detesa colectiva da Uniao, em conformidade com Artigo 4° (4) do Acto Constitutivo; [A promogao € o encorajamento de praticas democraticas, boa governacdo, ¢ 0 estado de direito, proteccao dos direitos humanos ¢ liberdades fundamentais, respeito pela santidade da vida humana e direito humanitirio internacional, como parte dos esforgos em prol da prevencdo de contfltos. ARTIGO 4. PRINCIPIOS © Consetho de Paz e Seguranca guiar-se-A pelos principios contidos no Acto Constitutivo, na Carta das Nacdes Unidas e na Declaracao Universal dos Direitos Humanos, em particular, pelos seguintes prineipios: | resolucdo pacifica de diferendos e conflitos; >) resposta antecipada as situagses de crise para impedir que se transformem em conflitos de grande escala; ©) respeito pelo estado de direito, pelos direitos e liberdades fundamentais do homem, pela santidade da vida humana © pelo direito humanitario internacion: inter-dependéncia entre 0 desenvolvimento sécio-econdmice € a seguranca dos povos e Estados; respeito pela soberania e integridade territorial dos Estados Membros; ‘nao-ingeréncia por qualquer Estado Membro nos assuntos internos de um outro; iqualdade de uber ani ¢ jutei-ependéucia dos Estados Membros; dircito inalienavel a existéncia independente; respeito pelas fronteiras herdadas por altura da obtenco da independencia; © direito da Unido de intervir num Estado Membro em conformidade com a decisao da Conferéncia, caso ocorram circunstancias graves, nomeadamente, crimes de guerra, genocidio e crimes contra a humanidade, de acordo com o Artigo 4° (h) do Acto Constitutivo; © direito de um Estado Membro de solicitar a intervengao da Unido, de modo a restaurar a paz e seguranca, de acordo com © Artigo 4(1) do Acto Constitutive. ARTIGO 5 COMPOSICAO 1. 0 Consetho da Paz € Seguranea deverd ser composto por quinze (15) membros cleitos na base da igualdade de direitos, da seguinte maneira: a] dez membros eleitos para um periodo de dois anos; 'b) cinco membros eleitos para um periodo de tres anos, de modo a assegurar a continuidade. 2. Ao eleger os Membros do Conselho da Paz e Seguranga, a Conferéncia devera ter em conta 0 principio de representagao regional equitativa de rotacao, bem como os seguintes critérios, no que diz respeito @ cada wm dos futuiros Membre 4a} compromisso de proteger os principios da Unio; ) contribuicdo para a promocao e manutengao da paz ¢ seguranca em Africa - neste respeito, experiéncia em operagdes em apoio a paz constituiria uma vantager; ¢) capacidade © compromisso de assumir as responsabilidades vinculadas aos membros; 4) participacdo da resolucéo de conflitos, pacificacae & construcao de um clima de paz aos niveis regional e continental; €} disposicéo e capacidade de assumir responsabilidades cm relacao fs iniciativas regionais ¢ continentais visando a resolucao de conflitos; 4 contribuicao para o Fundo da Paz e/ou um Fundo Especial criado para um objectivo especifico; @) 0 respeito pela governacao constitucional, de acordo com a Declaragéo de Lomé, bem como o Estado de Direito © os Direitos Humanos; h) as Missdes Permanentes, nas Sedes da Unido ¢ nas Nagées Unidas deveraa ter pessoal ¢ equipamento suficientes, por forma fa assumirem as responsabilidades que se prendem com a condigao de membro; € 3} 0 compromisso de honrar as obrigagbes financeiras da Unio, 3, Um Membro cessante do Conselho da Paz ¢ Seguranga devera ser imediatamente reeleito. 4. A Conferéncia procedera 4 avaliagao periddica para determinar até que onto os Membros do Conselho da Paz e Seguranca continuam a satisfazer os critérios estipulados no Artigo 5 (2) ¢ a empreender todas as accdes apropriadas neste dominio. ARTIGO 6 FUNCOES © Conselho da Paz ¢ Seguranga desempenha fungSes nas seguintes 8] Promocao da paz, estabilidade e seguranca em Atnica; D) alerta prévio € diplomacia preventiva; resauracao da paz, Incluindo os bons ollcios, a mediacao, a conciliacao € 0 inquérito; operagées de apoio paz e intervencao, em conformidade com (8 Artigos 4 (h) e () do Acto Constitutivo; consolidacao de paz e reconstrucdo pés-contlito; assisténcia humanitéria e gesto de calamidades; qualquer outra fungo que for atribuida pela Conferéncia ARTIGO 7 FUNCOES 6. Juntamente com o Presidente da Comissio, 0 Conselho da Paz ¢ Seguranga deve: 4] antecipar e impedir os diferendos e conflitos, bem como as politicas que possam condusir ao genocidio © aos crimes contra a humanidiade; levar a cabo actividades de restauracao € consolidacao da paz, logo que os conflitos se desencadeiem, com vista a facilitar a sua resolucao: autorizar @ organizacéo © © despacho de missdes de apoio & paz; tragar orientagdes gerais para a conducao dessas_miss6es, Ineluindo o seu mandato, e proceder a reviso periédica dessas orientagdes; recomendar a Conferéncia, de acardo com 0 Artigo 4 {h) do ‘Acto Constitutive, a intervengdo num Estado Membro, em nome da Unido, em caso de cirounstinciae gravee, nomeadamente, os crimes de guerra, o genocidio e os crimes contra a humanidade, tal como definido nas Convencdes © Instrumentos Internacionais pertinentes; aprovar as modalidades de intervencao por parte da Unido num Estado Membro, apos decisio da Conferéncia, em conformidade com o Artigo 4 [j) do Acto Constitutive; aplicar sangées, de acorde com o que foi determinado na Declaragao de Lomé, sempre que uma —mudanca inconstitucional de Governo tenha lugar num Estado Membro,; implementar a politica de defesa comum da Uniao; garantir a implementagdo da Convencao da OUA sobre a Prevengao e 0 Combate ao Terrorismo ¢ outras convengoes © instruments internacionais, continentais © regionais, pertinentes, harmonizar ¢ coordenar os esforgos visanda Combater a terrorismo aos niveis regional e continental; assegurar uma harmonizagio coordenacao entre os, Mecanismos Regionais ¢ a Uniéo na promocao e manutencao dda paz, seguranca ¢ estabilidade em Africa; assegurar a promocio € o reforgo de uma parceria sélida para a paz e seguranca’ entre a Unido e as Nagdes Unidas, ¢ as suas agéncias bem como com outras Organizacoes, Internacionais Competentes; desenvolver politicas e acgdes necessérias para garantir que toda a iniciativa externa concemente @ paz e seguranca no Continente, seja realizada a cabo no ambito dos objectivas e rioridades da Unio; acompanhar no ambito das suas responsabiliades de prevengtio de conflitos, 0 progresso feito no proceso de promocao das priticas democraticas, da boa governacao, do estado de dircito, da proteceao dos direitos humanos e das luberdades Tundamentais, pera como o respeito pela natureza sagrada da vida e pelo direito humanitario internacional, pelos Estados Membros;, facilitar e encorajar a implementagio das Convencoes & ‘Tratados Internacionais da OUA/UA ¢ das Nacées Unidas, bbem como de outros instramentos pertinentes sobre 0 controlo, de armas ¢ o desarmamento; cexaminar ¢ empreender acces apropriadas no ambito do seu mandato em situagdes onde a independéncia nacional e soberania de um Estado Membro sio ameacadas por actos de agressdio externa, incluindo por mercenérios, apoiar facilitar as accées humanitarias em situacdo de conflitos armados ¢ calamidades naturais; submeter, por intermédio do seu Presidente, relatorios regulares'a Conferéncia sobre as suas actividades 0 estado de paz e de seguranca em Arica; © decidir sobre qualquer outra questao que tenha implicagdes na manutengao da paz, da seguranga ¢ estabilidade no Continente © exercer poderes que lhe forem delegados pela Conferéncia, de acordo com 0 Artigo 9 (2) do Acto Constitutivo. 2. Os Estados Membros concordam que no desempenho dos seus deveres, a luz do presente Protocolo, 0 Conselho da Paz e Seguranca age 3. Os Estados Membros concordam em accitar e implementar as decisdes do Conselho da Paz e Seguranca, de acordo com 0 Acto Constitutive. 4. 08 Estados Membros colaborarao inteiramente com 0 Conselho de Paz e Seguranca ¢ facilitarao todas as acces que yenha a empreender no ambito da Prevencao, Gestao © Resolucto de Crises e de Conflitos, em conformidade com a8 responsabilidades que the foram confiadas nos termos do presente Protocolo. ARTIGO & PROCEDIMENTO janizacdo e Reu! 1, © Consetho da Paz ¢ Seguranga deverd estar organizado de mancira a ‘poder funcionar continuamente. Para este fim, cada um dos Membros do Conselho da Paz e Seguranga devera ter permanentemente um representante na Sede da Uniao. 2. © Conselho da Paz e Seguranca reunir-se-a a nivel de Representantes Permanentes, de Ministros ou de Chefes de Estado ¢ de Governo, Reunir-se-, sempre que for necessirio a nivel de Representantes Permanentes e, no minimo, duas vezes por més. Os Ministros e os Chefes de Estado e de Governo reunir-se-o, no minimo, uma vez por ano, respectivamente. 3. As reunides do Conselho da Paz © Seguranca realizar-se-ao na Sede da Unio, 4, Quando um Estado Membro se oferecer para albergar 0 Conselho da Paz ¢ Seguranca ¢, sob reserva da aceitacao desse convite por dois tercos dos membros do Conselho da Paz e Seguranca, esse Estado Membro responsabilizar-se-A pelas despesas adicionais efectuadas pelo facto de a reunido realizar-se fora da Sede da Unido. Grgdos Subsidtérios e Sub-comités 5. © Consetho da Paz e Seguranca podera criar érgaos subsidiarios que fachar necessirios para o exercicio das suas funcdes. Esses érgnos poderao incluir Comités Ad-Hoc de mediacao, conciliacao ou inguérito, ‘compostos por um Estado ou um grupo de Estados. O Conselho da Paz ¢ Seguranga podera também recorrer ao apoio militar, juridico © outras formas de ajuda que forem imprescindiveis para 0 cxercicio das suas Tanybes, Prestdéneia 6. A Presidéncia do Conselho da Paz e Seguranca cabera aos membros deste orgao, segundo a ordem alfabética, dos seus nomes. Cada um dos Presidentes devera ocupar o seu cargo por um perfodo de um més. Agenda 7. A Agenda Proviséria do Conselho da Paz ¢ Seguranca deverd ser determinada pelo Presidente deste Orgao, na base de propostas submetidas pelo Presidente da Comissao e pelos Estados Membros. Um Estado Membro nao podera opor-se a inscrigao de tum ponto na Agenda Provisoria, Quorum 8. © quorum € constituide por dois tercos (2/3) do total dos membros do Conselho da Paz e Seguranca, Procedimento dos Debates ©, Um Membro do Conselho da Paz e Seguranca que € parte de um conflito ou de uma situagdo objecto de andlise por parte do Conselho da Paz e Seguranca, ndo participa nem na discussao nem no proceso de tomada de decisdo relacionada com esse conilito ou situagao; esse Membro ¢ convidado a apresentar 0 seu caso perante o Consclho da Paz © Seguranca e, depois, retirar-se da reuniao. 10. © Conselho da Paz e Seguranca podera decidir realizar reunioes publicas. Neste sentido: ] qualquer Estado Membro que nao é Membro do Consetho da Paz e Seguranca, se é parte de um conflito ou de uma situaco dobjecto de analise por parte do Conselho da Paz ¢ Seguranca, podera ser convidado a apresentar a sua posicao ea participar fins discumstes sen disciwy de ¥0t0, qualquer Estado Membro que nao € Membro do Conselho da Paz € Seguranca podera ser convidado a participar, sem 13 direito de voto, na discussdo de qualquer questao submetida ‘a0 Conselho da Paz e Seguranca, sempre que este ultimo considerar que os interesses do Estado Membro estao afectados; qualquer Mecanismo Regional, Organizacao Internacional ou Organizagao da Sociedade Civil envolvida e/ou interessada num conflito ou numa situacdo objecto de anilise pelo Conselho de Paz e Seguranca, poder ser convidada a participar, sem direito de voto, na discussdo relativa a esse conflito ou situagao. 11. © Conselho da Paz © Seguranca poderd fazer consultas informais com as partes concernentes ou interessadas num conflito ou situacio, ‘bem como com Mecanismos Regionais, Organizagdes Internacionais com as Organizagées da Sociedade Civil, se for necessério, para 0 cumprimento das suas responsabilidades. Votacao 12, Cada Estado Membro do Conselho da Paz ¢ Seguranga tera direito a um volo, 13, As decisées do Conselha da Paz e Seguranca sio, grasso modo, guiadas pelo principio de consenso. Caso um consenso nao é obtido, 0 Conselho da Paz e Seguranca adoptara as suas decisdes sobre as questoes de procedimento por uma maioria simples, enquanto que as decisoes relacionadas com todas as outras questdes, serao tomadas por uma maioria de dois tercos (2/3) dos seus membros presentes na volacae, Regulamento Interno 14, © Conselho da Paz ¢ Seguranca submete a Conferéneia para consideragao ¢ aprovacao, 0 seu proprio Regulamento Interno, no qual determina a convocacao’ das suas reunides, os procedimentos dos debates, a publicidade e 0s processos verbais das sessées, assim como ‘oulros aspectos pertinentes ao seu trabalho. ARTIGO 9 ‘MODALIDADE DE INFORMACAO E DE ACCAU 1, © Conselho da Paz € Seguranca tomara as iniciativas e acgdes que julear necessarias no concernente a situagdes de potencial conilito, bem como em relagéo aquelas que se tenham transformado em. conilitos abertos, © Conselho da Paz ¢ Seguranca tomara todas as medidas necessirias de modo a impedir que um conflito, que tenha sido j4 resolvido, se degenere novamente, 2. Para esse fim, 0 Conselho da Paz e Seguranca utilizara os meios @ ‘sua discrigao para’ se informar de um conflito ou duma situagao quer através da acca colectiva do proprio Conselho, quer por intermédio do Presidente e/ou do Presidente da Comissao, do Painel dos Sabios c/ou ‘em colaboracao com os Mecanismos Regionais- ARTIGO 10 O PAPEL DO PRESIDENTE DA COMISSAO 1. © Presidente da Comissao deve, sob autorizacao do Conselho da Paz eSeguranea, e em consulta com todas as partes envolvidas num confito, ‘envidar esforgos e tomar todas as iniciativas necessarias para prevenir, gerir e resolver contflitos. Deste modo, o Presidente da Comissio: ) _devera comunicar ao Consetho da Paz. ¢ Seguranca, qualquer questao que na sua opiniao, podera ameacar a paz, seguranca estabilidade no Continente; podera também comunicar ao Painel dos Sabios qualquer ‘questao que na sua opiniao merece a sua atencao; podera, por sua prépria iniciativa ou quando for solicitado pelo Conseliw de Par e Seyurangis, ulilizat os seus UUs oficivs, tanto a titulo pessoal como através de enviados especiais, representantes especiais, Paincl dos Sabios ou os Mecanismos Regionais para impedir conflitos potenciais, resolver os conflitos actuais e promover um clima de paz, € a reconstrucao pos-confito 3. 0 Presidente da Comissao também devera: a) garantir a implementagdo ¢ acompanhar as decisdes do Conselho da Paz ¢ Seguranca, incluindo a colocagao no terreno de missdes de apoio & paz, autorizadas pelo mesmo Conselhv, A este respeito, o Presidente da Comissio devera manter 0 Conselho da Paz © Seguranca informado sobre a situacao relacionada com 0 funcionamento de tais missdes. Todos os problemas susceptiveis de afectar o funcionamento continuo Cficaz destas misses, devem ser canalizados ao Conselho da Paz e Seguranca para sua consideragie e tomada de medidas apropriadas: garantir a implementacdo e acompanhamento das decisoes tomadas pela Assembleia, em conformidade com os Artigos 4 (a) € G) do Acto Consticutivo; elaborar relatérios_e¢ documentos exaustivos, quando solicitados, para permitir que o Conselho da Paz ¢ Seguranca ¢ 18 scus orgaos auxiliares executem as suas funcoes de forma cficaz. 4, No exercicio das suas fungdes ¢ poderes, o Presidente da Comissao & assistido pelo Comissério responsavel pelos assuntos da Paz e Seguranca do Conselho, © Presidente da Comissao contara com o apoio dos recursos humanos © materiais disponiveis na Comissio, para servirem e apoiar 0 Conselho da Paz e Seguranca. Neste contexte, sera criado um. Secretariado do Conselho da Paz e Seguranca dentro da Direceao, que tratard das questdes ligatlas a prevencao, gestio e resolucao de conflitos ARTIGO 11 PAINEL DOS SABIOS 1. De modo a complementar os esforcos do Conselho da Paz e Seguranga © os dy Presidente du Comissao, particularments, na area Ua prevencao de conflitos, ser criado um Painel de Sabios. 2, © Painel dos Sabios seri composto por cinco Personalidades Africanas altamente respeitadas, de varios segmentos da sociedade que tenham dado um grande contributo A causa da paz, seguranca ¢ desenvolvimento do Continente. Eles serao seleccionados pelo Presidente a Comiss40, apos a consulta dos respectivos Estados Membros, na base de representacio regional e nomeados pela Conferéncia por um mandato de tres anos. 3. _ 0 Painel dos Sabios dé pareceres ao Conselho da Paz e Seguranca ¢ ‘a0 Presidente da Comisséo sobre todas as questées relacionadas com a promocao © manutengio da paz, seguranca e estabilidade em Africa, 4. A pedido do Consetho da Paz © Seguranca ou do Presidente da Comissao, ou por iniciativa propria, o Painel dos Sabios empreendera as lacedes necessérias para apoiar os esforcos do Conselho da Paz © Seguranga e os do Presidente da Comisséo na prevengio de conflitos & pronuncia-se sobre questées relacionadas com a promogao € manutengso da paz, seguranga e estabilidade em Africa, 5. © Painel dos Sabios responde perante 0 Conselho da Paz © Scguranga c, através deste, perante a Conferéncia, 6. © Painel dos Sébios reunir-se-4 sempre que for necessario no desempenho do seu mandato. O Painel dos Sibios deverd realizar normalmente as suas reunides na Sede da Unido, 7. As modalidades para o funcionamento do painel dos Sabios sera0 definidas pelo Presidente da Comissio e aprovadas pelo Conselho de Paz e Seguranca 8. 0s Subsidios dos membros do Painel do Sabios serao determinados pelo Presidente da Comissao, de acordo com o Regulamento Financeiro da Unido. ARTIGO 12 SISTEMA CONTINENTAL DE ALERTA PREVIO 1, _De modo a facilitar a previsao ¢ prevencao de conflitos, sera criado ‘um Sistema Continental de Alerta Prévio, © Sistema de Alerta Prévio sera constituido por: Um centro de observagio ¢ controlo denominado "Gabinete de Crise’, lecalizado na Direcedo de Gestdo de Conflitos da Unido, ¢ responsavel pela recolha e andlise de dados, na base de um modulo apropriado de indicadores de alerta prévio; e Unidades de observagae e controlo dos Mecanismos Region: ligadas directamente ao Gabinete de Crise, através dos meios apropriados dle comunicaco, que devem processar e recolher (08 dados ao seu nivel e transtniti-los ao Gabinete de Crise. A Comissao também colaborara com o Sistema das Nagdes Unidas ¢ suas agencias, e outras Organizagdes Internacionais competentes, Centros de Pesquisa, instituicdes universitarias e ONGs, para facilitar 0 Tuncionamento eficaz do Sistema de Alerta Prévio. 4, Sistema de Alerta Prévio desenvolverd um médulo de alerta prévio, baseado em indicadores politicos, econémicos, sociais, militares ¢ humanitarios claramente definidos ¢ accites, que sera utilizado para analisar os acontecimentos no Continente e recomendar sobre as melhores medidas a tomar. 5. © Presidente da Comisstio utilizaré a informacio recolhida pelo Sistema de Alerta Prévio para aconselhar 0 Conselho da Paz e Seguranca sobre potenciais conflitos © ameacas & paz © segurance em Alrica, recomendar sobre as melhores medidas a serem tomadas. O Presidente da Comissio poder também utilizar esta informacéo para a execugdo das responsabilidades ¢ funcées a ele/ela confiadas, nos termos do presente Protocolo, 6. Qs Estados Membros comprometem-se a facilitar as accdes de prevencéo levadas a cabo pelo Conselho de paz ¢ Seguranca ou pelo Presidente da Comissao com base em informacoes recolhidas dos sistema de alerta previo, 7. _ 0 Presidente da Comissio, em consulta com os Hstados Membros, ‘08 Mecanismos Regionais, as Nacées Unidas ¢ outras instituicoes relevantes, devera tracar os detalhes priticos para a criacao de um Sistema de Alerta Prévio ¢ tomar as medidas necessarias para 0 seu funcionamento eficaz. ARTIGO 13 FORCA DE ALERTA AFRICANA Composicao 1. Para permitir que o Conselho de Paz e Seguranca desempenhe as suas responsabilidades no que diz respeito ao desdobramento de misses de apoio & paz e intervengao, em conformidade com os Artigos 4 (h) e Gj do Acto Constitutivo, seré criada uma Forga Africana de Alerta, composta por contingentes miltidisciplinares, Essa forca integrara’ também as componentes civis ¢ militares nos seus paises de origem, prontas para ‘uma intervencao rapida. 2, Para o efeito, os Estados Membros deverao tomar medidas para a criagao de contingentes de intervencio répida para participar em missoes de apoio a paz decididas pelo Conselho da Paz e Seguranca ou numa intervengdo autorizada pela Conferéncia. A capacidade ¢ tipo desses contingentes, 0 seu grau de preparacio e a sua localizacao em geral, serao determinados de acordo com as Normas de Procedimento Operacionais Padrio das Missdes de Apoio a Paz (SOPS) da UA, ¢ estarao sujcitos a revisoes periddicas dependendo das crises prevalecentes ¢ situacoes de conflito, Mandato 3. A Forea de Alerta Pan-africana devera, inter alia, desempenhar as ‘Suas funcdes nas seguintes dreas: 1a) misses de observagao ¢ de controle; b) outros tipos de missdes de apoio & paz; interveneao num Estado Membro em caso de situacdes graves ‘ua pedido de um Estado Membro, de modo a restaurar a paz © seguranga, de acordo com os Artigos 4 (h) © () do Acto Constitutive; acgdes de prevengao, de modo a impedir (i) que um diferendo ow conflito se agrave; (i) que um conflito violento em curso se alastre para as dreas ou Estados vizinhos; (ii) que renasca a violéneia apés as partes em conflito terem chegado a um acordo, consolidagao da paz, incluindo © desarmamento © a desmobilizagdo pés-conflito; prestagao da asistencia humanitéria para aliviar o softimento da populacao civil em areas de conflito € apoiar os esforcos visando por cobro as calamidades naturals; e 2] Quaisquer outras fungdes que poderao ser incumbidas pelo Conselho da Paz ¢ Seguranca. 4. No exercicio das suas fungdes, a Forga de Alerta Africana devera, ‘sempre que necessério, cooperar com as Nacées Unidas e suas respectivas Agéncias, as outras Organizacdes Internacionais pertinentes © as (Organizacoes Regionals, bem como as autoridades nacionais e ONGs. 5. As tarefas exactas da Forga Africana de Alerta © 0 seu modus operandi para cada missdo autorizada ser examinados ¢ aprovados pelo ‘Conselho da Paz e Seguranga sob recomendagao da Comissao. Comando ©. Para cada uma das operagées realizadas pela Forca Africana de Alerta, o Presidente da Comisséo nomeard um Representante Especial e lum Comandante da Forca, cujas funcdes © papel a desempenhar sera determinados através de directrizes apropriadas, de acordo com as Normas de Procedimento de Operagoes das Miss6es de Apolo a Paz. 7. © Representante Especial mantera informado o Presidente da Comisséo através de canais apropriados, O Comandante da Forca responder perante 0 Representante Especial. Os Comandantes dos Contingentes responderao perante 0 Comandante da Forea, enquanto a componente civil responder perante o Representante Especial. Comité do Estado Mator 8. Seréi criado um Comité do Estado Maior para aconselhar e apoiar 0 Conselho da Paz e Seguranga em relacdo a todas as questoes concementes 20s meios militares © de seguranca necessdrios para a promogao e manutengao da paz e seguranga em Africa, 9. © Comite do Estado Maior sera composto por Oficiais Militares Superiores dos Estados Membros do Conselho de Paz e Seguranca, Qualquer Estado Membro nio representado no Comité, podera ser convidado por este a participar nas suas deliberagdes quando julgado necessirio, para 0 cumprimento eficaz das suas responsabilidades. 10. © Comité do Estado Maior devera reunirse sempre que necessario para deliberar sobre questaes que Ihe forem incumbidas pelo Conselho da Paz e Seguranca, 11, 0 Comité do Estado Maior poder reunir-se também a nivel do Chefe de Estado Maior dos Estados Membros do Conselho da Paz e Seguranca para discutir sobre as questses relacionadas com os requisites militares e de seguranga em Africa. Os Chefes de Estado Maior deverdo submeter a0 Presidente da Comisséio recomendagées sobre como reforcar as capacidades africanas de apoio & paz. 12, © Presidente da Comisséo devera tomar todas as medidas recessirias para a convocacao ¢ acompanhamento das reunides dos Chefes do Estado Maior dos Paises Membros do Conselho da Paz e Seguranca. Formacdo 13. A Comissao deverd providenciar as linhas mestras para a formagaio do pessoal civil e militar dos Contingentes Nacionais de Intervencao Rapida, tanto aos niveis operacionais como tacticos. A formacao em Direito Internacional Humanitério e em Direitos Humanos, com particular énfase nos direitos da mulher e da crianga, deverd ser integrada no programa de formagao desse pessoal 14, Para o efeito, a Comissto devera acelerar o processo de formulacao ¢ Gifusao das Normas de Procedimento Operacionais para, entre outras 8) facilitar a padronizagao de doutrinas, manuais ¢ programas de Tormagao para as escolas de exceléncia nacionais € regionais; 2) coordenar os cursos de formacio do comando ¢ exercicios do pessoal de forga africana, assim como os exercicios de Tormagao no terreno, 15, A Comissao deverd proceder periodicamente, em colaboracao com as Nagdes Unidas, a uma avaliagdo das capacidades da Africa no dominio das missdes de apoio a Paz. 16. A Comissio devera, em consulta com o Secretariado Geral das Nagses Unidas, auxiliar na coordenacao de iniciativas externas em apoio a0 desenvolvimento da capacidade da Forca Pan-africana de Alerta nas reas de formacéo, logistica, equipamento, comunicacao e financiamento. Papel dos Estados Membros 17, Em aditamento as suas responsabilidades, segundo o estipulado no presente Protocolo: a) Os paises que contribuem com tropas deverio, @ pedido da Comisséo € apés a autorizag’o do Conselho da Paz ¢ Seguranga ou da Conferéncia, por imediatamente & disposicao cos contingentes de intervensao rapida, com 0 necessério ‘equipamento para as aperacoes previstas no Artigo 9° (3) do presente Protocolo; b) Os Estados Membros devem comprometer-se a prestar Unifio todo o tipo de asistencia necessiria para a promocao ¢ manutengao da paz, seguranca e estabilidade no Continente, ineluindo o direito de passar pelos seus territorios. ARTIGO 14 EDIFICACAO DA PAZ Desenvolvimento da Capacidade Instituctonal para a Edificacdo da Paz 1. Em situagdes pés-conflito, 0 Conselho da Paz ¢ Seguranca facilitara a restauracao do estado de dircito, 0 estabelecimento ¢ desenvolvimento de instituigoes democraticas, assim como a preparacto, organizacao © supervisao de eleigdes nos Estados membros em questio. Resti durante as Hostilidades 2, Em areas de relativa paz, a prioridade devera ser dada & implementagao de politicas destinadas a reduzir a degradagao das condigdes sociais © econdmicas decorrentes de confitos Consolidacao da Paz apés o fim das Hostitidades 3, Para assistir os Estados Membros que tenham sido afectados por Violentos conflitos, 0 Conselho de Paz © Seguranca devera realizar as actividades seguintes: 8) consolidagdo dos acordos de paz que tenham sido negociados: by eriacao de condicgoes para a reconstrucdo politica, social € ‘econdmica da sociedade e instituicdes governamentais; ©) implementagio do programa de desarmamento, desmobilizagdo ¢ reintegragto, incluindo aqueles dedicados as ‘eriangas soldados;, d)__restabelecimento e reintegragdo de refugiados e de deslocados; 23 €) _assisténcia a pessoas vulneraveis, incluindo eriangas, idosos € mulheres e outros grupos traumatizados da sociedade. ARTIGO 15 ACCAO HUMANITARIA 1. © Consetho de Paz e Seguranca devera participar activamente na coordenaedo e conducao da acco humanitaria com vista a repor a vida normalidade, em casos de conflitos e de calamidades naturais, 2. este respeito, 0 Conselho da Paz e Seguranga devera desenvolver a. suas proprias capacidades a fim de realizar com eficiéncia a accao ‘humaniteria 3. A Forea Africana de Alerta devera estar suficientemente equipada para levar a cabo as actividades humanitérias nas duas areas de missao sob o controlo do Presidente da Comissao, 4. A Porca Africana de Alerta deverd facilitar as actividades das agencias humanitarias nas areas de misao. ARTIGO 16 1M OS MI ONAL Gi LUCAO DE CONFLITOS A PREVEN( 1. Os Mecanismos Regionais fazem parte da nomenclatura geral de seguranga da Unio, que toma a responsabilidade primaria de promover a paz, seguranca ¢ estabilidade em Africa. Neste sentida, o Conselho da Paz fe Seguranca © 0 Presidente da Comissao, devera: a) harmonizar e coordenar as actividades dos Mecanismos Regionais nas areas da paz, seguranca e estabilidade para garantir que estas actividades sejam em conformidade com os objectivos e principios da Unido; trabalhar em estreita colaboragdo com os Mecanismos Regionais para garantir uma parceria efectiva entre eles ¢ 0 Conselho da Paz © Seguranga no dominio da promocao 24 ‘manutencao da paz, seguranca e estabilidade, As modalidades de parceria serao determinadas pelas vantagens comparativas fe cireunstncias do momento. 2. © Conselho da Paz ¢ Seguranga devera, em consulta com os Mecanismos Regionais, promover iniciativas visando a previsio de conflitos ¢, em circunstancias de desencadeamento de confitos, realizar actividades de restauracao e consolidacao da paz 3. _ No quadiro desses esforgos, 08 Mecanismos Regionais concernentes, por intermédio do Presidente da Comissio, deverao manter o Conselho da Paz ¢ Seguranca, regularmente informado das suas actividades © assegurar que essas actividades estejam bem harmonizadas ‘coordenadas com as do Conselho da Paz e Seguranga. Este Ultimo deverd também manter através do Presidente da Comissao, os Mecanismos Regionais plena e regularmente informadas das suas actividades, 4. Para assegurar uma coordenagio ¢ harmonizacao estreita ¢ facilitar uma troca regular de informagao, o Presidente da Comissao deverd convocar reunides periédicas, no minimo uma por ano, com os Chefes Executives e/ou as autoridades responsiveis pela paz © seguranca, dentro dos Mecanismos Regionais. 5, 0 Presidente da Comissio devera, sempre que julgar apropriado, tomar todas as medidas necessarias para garantir o envolvimento total dos Mecanismos Regionais no funcionamento eficaz do Sistema de Alerta Previo e na Forea Africana de Alert. 6. Os Mecanismos Regionais deverto ser convidados a participar na discussio de qualquer assunto apresentado ao Conselho da Paz © Seguranga, sempre que ele for tratado por um Mecanismo Regional ou represente um interesse particular para esse Mecanismo. 7. © Presidente da Comissao devera ser convidado a participar nas reunides e deliberagdes dos Mecanismos Regionais, 8. A fim de reforear a coordenacio e cooperacéo, a Comissao devera criar gabinetes de ligagao a nivel dos Mecanismos Regionals. Estes, tiltimos deverdo ser encorajados a criar gabinetes de ligacdo a nivel da Comissao. 9, Com base nas disposicées precedentes, um Memoranda de Entendimento sobre a Cooperagao devera ser assinado entre a Comissao e ‘os Mecanismo Regionais, ARTIGO 17 RELACOES COM AS NACOES UNIDAS E QUTRAS ORGANIZACOES INTERNACIONAIS 1. No cumprimento do seu mandato para a promogio ¢ manutencio © da paz, seguranca e estabilidade em Africa, 0 Conselho da Paz ¢ Seguranga devera cooperar e trabalhar estreitamente com 0 Conselho de Seguranca das Nacées Unidas, que tem a responsabilidade primaria de manutencao da paz e seguranca internacionais. © Conselho da Paz ¢ Seguranca devera também cooperar e trabalhar estreitamente com outras, ‘Agencias Relevantes das Nagdes Unidas para a promocio da paz, ‘seguranca e estabilidade em Africa, 2, Sempre que for necessério, as Nagées Unidas é solicitada a providenciar apoio financeiro, logistico ¢ militar necessdrio para a realizagao das actividades do Mecanismo na promogao ¢ manutencao da paz, seguranca e estabilidade em Africa, em conformidade com as disposigoes do Capitulo VIII da Carta das NacGes Unidas sobre 0 Papel das Organizacdes Regionais na manutengdo da paz e seguranga internacionais, 3. 0 Consetho da Paz e Seguranca ¢ 0 Presidente da Comissae deverao manter uma interacgdo estreita e permanente com o Consciho de feguranca © os seus membros afticanos, assim como com o Secretario Geral das Nacdes Unidas, incluindo a organizacao de reunides periddicas € consultas regulares sobre questdes da paz, seguranca e estabilidade em Alia, 4. © Consetho da Paz e Seguranga devers também cooperar ¢ trabalhar estreita colaboragao com outras Organizagées Internacionais pertinentes sobre us quesides de pits, sequrauga © estabilidade cnt Afvica. Tas Organizagées poderao ser convidadas a informar ao Conselho de Paz ¢ Seguranga sobre as questées de interesse comum, se este ultimo considerar que 0 exercicio eficaz do seu mandato o requeira, 26 ARTIGO 18 RELACOES COM 0 PARLAMENTO PAN-AFRICANO (© Conselho de Paz e Seguranga deveré manter relacdes de trabalho cestreitas com 0 Parlamento Pan-afticano, com vista a promocao da paz, seguranca e estabilidade em Africa, 2. © Conselho da Paz ¢ Seguranca deverdi, sempre que for solicitado pelo Parlamento Pan-afficano, submeter, através do Presidente da Comissao, relatérios ao Parlamento, de modo a facilitar 0 trabalho deste no que diz respeito 4 manutencao da paz, seguranca c estabilidade em Arica 3.0 Presidente da Comissao devera apresentar ao Parlamento Pan: africano, um relatério anual sobre a situacao de paz ¢ de seguranca no Continente, O Presidente da Comissio devera tomar todas as medidas necessirias para facilitar 0 exercicio dos seus poderes pelo Parlamento Pan-africano, de acordo com 0 Artigo 11° (5) do Protocolo anexado ao Tratado que cria a Comunidade Econémica Africana concernente a0 Parlamento Pan-africano, bem como 0 Artigo 11° (9) no que diz respeito a promocao da paz, seguranca ¢ estabilidade, em conformidade com 0 Artigo 3° (5) do referido Protocolo. ARTIGO 19 RELACOES COM A COMISSAO AFRICANA SOBRE OS DIREITOS DO HOMEM E DOS POVOS 1. © Conselho da Paz e Seguranca devera cooperar estreitamente com 4 Comissao Africana dos Direitos do Homem ¢ dos Povos, em todas as questées relevantes aos seus objectivos © mandato. A Comissao sobre 08 Direitos da Homem e dos Povos, devera levar a atengao do Conselho da Paz e Seguranca, qualquer informagao relevante aos objectivos © mandatos do Conselho da Paz e Seguranca. RELACOES COM AS ORGANIZACOES DA SOCIEDADE CIVIL, © Consetho da Paz e Seguranga deverd encorajar as organizacdes néo-governamentais, as organizagoes comunitarias ¢ outras da sociedade civil, nomeadamente, as organizagdes de mulheres, a participarem factivamente nas accdes que visam a promocao da paz, Seguranca © estabilidade em Africa. Sempre que for necessario, essas organizacées poderdo ser convidadas a intervir no Conselho de Paz c Seguranca. ARTIGO 21 PINANCIAMENTO Fundos da Paz 1, De modo a providenciar recursos financeiros para apoiar as actividades das missoes de apoio a paz e outras actividades operacionais relacionadas, deverd ser criado um Fundo Especial "Fundo da Paz. As operagées do Fundo da Paz deverio ser geridas pelo Regulamento Interno Financeiro da Unido. 2. _0 Pundo da Paz devera ser constituido por atribuicdes financeiras do Oramento Ordindrio da Unio e as contribuigSes em atraso, as contribuigdes voluntarias dos Estados Membros ¢ de outras fontes em Arica, incluindo o sector privado, a Sociedade Civil e particulares, bem como por actividades de angariagao de fundos. 3.0 Presidente da Comissao podera mobilizar e aceitar contribuigoes vohuntérias de fontes externas ao Continente, em conformidade com 08 objectivos e prineipios da Uniao. 4. Poder também ser criado, dentro do Fundo da Paz, um Fundo Fiduciario auto-sustentado. O montante apropriado do Fundo Fiduciario auto-sustentado devera ser determinado pelos Orgdos Decisores da Unio, sob recomendacéo do Conselho da Paz e Seguranca, Avatiacdo do Custo de Operacées e Pré.financiamento 5. Sempre que necessério, © apis decisdo do Orgio deliberative competente da Unio, 0 custo das operagées previstas nos termos do Artigo 13° (8) do presente Protocolo, devera ser avaliado pelos Estados Membros, com base na escala das stias contribuigses para o Orgamento Regular da Unido, 6. Os Estados que contribuem com tropas, poder ser convidados a custear a sua participacao durante os primeiros trés (3) meses. 7. A Unido devera reembolsar os valores aplicados nas despesas efectuadas pelos Estados contribuintes, dentro de um periode maximo de seis (6] meses e, depois, continuar a financiar as operacdes. © presente Protocolo anula a Declaracdo do Cairo, 2. As disposigdes do presente Protocolo anulam as resolugses © decisdes da OUA no que diz respeito ao Mecanismo para a Prevencio, Gestao ¢ Resolugao de Conflitos em Africa, que estejam em contradicao com este Protocolo, Assinatura, Ratifleacdo e Adesao 3. _ O presente Protocolo devera estar pronto para assinatura, ratificacio © adesao pelos Estados Membros da Unido Africana, de acordo com os seus respectivos procedimentos constitucionais. 4, Os instrumentos de ratificagtio deverio ser depositados junto ao Presidente da Comissao, Entrada em Vigor 5. _O presente Protocolo deverd entrar em vigor apés 0 depésito dos instrumentos de ratificacto, por uma maioria simples dos Estados ‘Membros da Uniao. Emendas 6. — Qualquer emenda ou revisao do presente Protocolo, devera estar em conforinidade com as disposigdes do Artigo 32° do Acto Constitutivo. Depositério 7. © presente Protocolo ¢ todos os instrumentos de ratificagao serao depositados junto ao Presidente da Comissio, que enviard cépias certiicadas conformes a todos os Estados Membros ¢ 08 notificaré sobre as datas do depésito dos instrumentos de ratificacao pelos Estados Membros. Presidente da Comissao registara 0 presente Protocolo junto fas Nagoes Unidas e todas outras organizagdes, conforme for decidido pela Uniao. Adoptada pela 1* Sessio Ordinéria da ‘Conferéncia da Unido Africana Durban, 9 de Julho de 2002

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