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Era uma vez, uma aldeia alegre chamada Criolga, onde diferentes tons de pele e

culturas juntavam-se alegremente. Nesta aldeia, haviam duas amigas: Tuguesa e Criola

As duas meninas conviviam diariamente apresentando seus dons uma a outra.


Tuguesa amava cantar e pentear seus lisos cabelos pretos. Tinha a pele branca como
porcelana e lábios avermelhados como o sangue. Criola por outro lado, tinha longos
cabelos cacheados e pele morena. Gostava de dançar animadamente, bronzear-se ao sol
quente de verão e criar novas palavras especiais em uma língua de onde foi criada.
Quando conheceram-se, por vezes não compreendiam uma a outra, mas ao passar do
tempo perceberam que as línguas ao qual falavam continha palavras em comum e assim
conseguiam Também adorava escrever. Sorria quando tinha uma nova ideia para suas
estórias e depois as contava para a sua amiga que sempre a ouvia atentamente.
Eram unidas e felizes assim. Um amor invejável por todos, pois amavam-se mais do
que cantar, dançar, escrever ou fazer qualquer outra coisa. Era o amor de irmãs.
Poderiam não ser de sangue, mas sim de coração.
Naquele mês, a aldeia participaria no anual concurso de talentos, e desta vez, as
duas raparigas foram as convidadas para mostrar o quanto eram preciosas como
diamantes ao mundo da arte.
A professora do colégio onde as duas amigas estudavam, responsabilizou-se em
ajudar as meninas no aperfeiçoamento de cada uma. Decidiram trabalhar juntas, para
que assim, quando os diferentes dons fossem apresentados, a magia harmónica fluísse
do canto suave e da dança animada, entre os demais que escutariam e veriam o grande
talento que escondiam para si.
Aos ensaios surpreendiam seus colegas e professores com grande admiração. Aos
seminários aproveitavam para ajustar o que faltava e às aulas aprendiam coisas
impressionantes.
Chegado o grande dia, confiantes e determinadas, ambas puseram os seus pés sob o
enorme palco e começaram a apresentar-se. Tugesa cantava suavemente, mas com a
rapidez que a música em si necessitava. Criola mexeu os pés e saltitou como nunca.
Fechou os olhos e como esperado entregou-se de corpo e alma à dança, como sempre
fazia. Batia palmas e remexia intensamente o corpo como o mar abatido pelo vento.
Contudo Tuguesa parou de cantar e Criola de dançar. Palmas, assovios, brados de jubilo
e gritos fascinados, foram ouvidos pelo local onde se encontravam. E assim premiadas
foram com o primeiro lugar e nomeadas com a melhor apresentação de todos os tempos.

Sarianne Da Cruz
Mindelo, 13 de Maio

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