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Um Poema Sem Pé Nem Cabeça
Um Poema Sem Pé Nem Cabeça
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Todas as vogais possuem canetas nas mãos,
Mas, nem todas riscam,
Nem todas escrevem poemas.
Somente o “A” risca.
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Eu me pareço com o “A”.
Ao te ver, eu faço versos e trovas,
Mas quando não te vejo,
Eu trovejo.
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Fico tal qual a rã mal-humorada do meu quintal.
O nome da rã é Zinza,
Pois Zinza é mesmo ranzinza.
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Já o meu gato se chama Dor.
Quando é noite, Dor mia.
Hoje quando amanheceu, já dormia.
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Tenho também uma amiga chamada Aurora.
Ela sempre quis a manhã ser.
Eu, ao contrário, gosto mais da noite,
Então, quero anoitecer.
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Quem se assombra com o escuro,
Não entende a natureza da luz na sombra.
Não vê a flor suar o orvalho
Nem ouve o pássaro soar a flor.
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Assim, a cor deu suas tintas
Para quem tivesse a cor dado,
Mesmo estando dormindo
Ou até sonhando acordado.
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Quando eu era pequeno,
Não lembro que tempo era.
Vi o passado e o presente,
Que o mesmo tempo tempera.
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Eis um poema sem pé nem cabeça.
Por essa razão é assim.
Nunca se sabe onde começa
Nem tampouco quando chega ao fim.
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Idson Ricart
Sou Idson Ricart, nasci no Sertão Central cearense. Sou
cantor, compositor e sempre gostei de escrever. A literatura
me acompanha desde os meus primeiros anos de vida. Aprendi
as primeiras letras aos quatro anos de idade com minha
mãe Maria Marlene, a quem devo a paciência e incentivo.
Aos seis anos de idade, lia cordéis para meu avô paterno
Ricarte Monteiro e isso me ajudou desde cedo na construção
de pequenos textos. Escrever para crianças é uma forma de
transmitir a minha vivência infantil e uma esperança que meus
leitores também se tornem escritores. Participar da coleção
PAIC com os livros “Paca, Cara, Cará, Caramujo e Cotia: Viva a
Cantoria” (2011); e “O Que é o Que É? Quem Souber Levanta a
Mão!” (2013) foram passos preciosos nesta caminhada literária.
Lidiane Mendes
Sou Li Mendes. Sou artista plástica, atriz, figurinista,
ilustradora e designer. Nasci em 10 de julho de 1982, na
cidade Fortaleza, onde moro até hoje. Além deste livro, já
fiz ilustrações para alguns projetos, Mariposas são feitas
de cobre, Matilde viu o Maracatu e também a Emoção do
Camaleão. Adoro trabalhar com atividades artísticas e lúdicas
para crianças. Contribuir para a formação e o aprendizado de
pequenos leitores encanta-me e faz dessa feliz missão uma
forma de compartilhar com as crianças a energia criadora
e transformadora da imaginação, desenvolvendo o senso
criativo de cada uma delas. Ler imagens é brincar com o
imaginário e criar possibilidades.
imag