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Material elaborado por Genesis da Silva Honorato

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SUMÁRIO

1. OBSERVAÇÕES GERAIS E CRÍTICAS INICIAIS: ....................................................... 3

NOVIDADES NAS LICITAÇÕES: .............................................................................................. 5

2. LICITAÇÕES: ................................................................................................................... 5

2.1. NOVOS PRINCÍPIOS (Art. 5º): ............................................................................... 5

2.2. INVERSÃO DA FASE DE HABILITAÇÃO – IMPORTANTE (Art. 17): ............. 6

2.3. ORÇAMENTO SIGILOSO (Art. 24): ....................................................................... 7

2.4. FASE PREPARATÓRIA DAS LICITAÇÕES (Art. 18): ......................................... 8

2.5. VEDAÇÃO À AQUISIÇÃO DE ARTIGOS DE LUXO (Art. 20): ........................ 11

2.6. MAIOR PODER DISCRICIONÁRIO PARA REALIZAR AUDIÊNCIA PÚBLICA


E CONSULTA (Art. 21): ...................................................................................................................... 12

2.7. FUNÇÃO REGULATÓRIA DA LICITAÇÃO (IMPORTANTE): ........................ 12

2.8. MODALIDADES: ................................................................................................... 13

2.9. PMI – PROCEDIMENTO DE MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE: ................... 14

2.10. DISCIPLINA MAIS ESPECÍFICA DO PARECER JURÍDICO: ........................... 15

NOVIDADES NOS CONTRATOS: ............................................................................................ 15

3. CONTRATOS ADMINISTRATIVOS: ........................................................................... 15

3.1. POSSIBILIDADE DE PREVISÃO DE MATRIZ DE RISCO: .............................. 16

3.2. PRAZO DE RESPOSTA AO PEDIDO DE REEQUILÍBRIO ECONÔMICO-


FINANCEIRO. 17

3.3. PERÍODO DE REGULARIZAÇÃO ANTECEDENTE AO CONTRATO: ........... 18

3.4. RECONHECIMENTO DE QUE EM TODOS OS CONTRATOS SERÁ POSSÍVEL


A UTILIZAÇÃO DOS MÉTODOS ALTERNATIVOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS: ............... 19

3.5. EXPANSÃO DO DIREITO DO CONTRATADO À EXTINÇÃO DO CONTRATO:


19

3.6. REDUÇÃO DA DISCRICIONARIEDADE ADMINISTRATIVA NA


APLICAÇÃO DE SANÇÃO: ................................................................................................................ 20

3.7. POSSIBILIDADE DE EXIGIR SEGURO-GARANTIA (IMPORTANTÍSSIMO):


24

3.8. CONSEQUENCIALISMO:..................................................................................... 26

3.9. PRAZO DE DURAÇÃO: ........................................................................................ 28

3.10. PORTAL NACIONAL DE CONTRATAÇÃO PÚBLICA: ................................... 28


Material elaborado por Genesis da Silva Honorato
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Este caderno foi elaborado com base nas aulas do curso lançado
gratuitamente pela PGM Rio sob a direção do professor RAFAEL
OLIVEIRA.
Agradecimentos ao grande mestre RAFAEL e a todos os
palestrantes.

Neste primeiro caderno serão expostos os apontamentos do


professor FLÁVIO AMARAL.

1. OBSERVAÇÕES GERAIS E CRÍTICAS INICIAIS:


O professor FLÁVIO aponta inicialmente que esta nova lei não é
exatamente o que se esperava no âmbito dos anseios acadêmicos, pois se
esperava uma lei disruptiva que tratasse dessa temática com uma outra
estrutura procedimental e desapegada de determinadas ideias arraigadas ao
direito administrativo brasileiro. Como exemplo podemos citar a ideia que
está extremamente em voga nos debates mais modernos que é o
MARKETPLACE, ou seja, uma plataforma virtual que permita que a
administração pública possa contratar bens como se compra, por exemplo,
na Amazon. A Lei infelizmente não tratou desse tema, embora não tenha
vedado a instituição.
Todavia, como bem aponta o professor, trata-se de uma lei do século
XX, enquanto os anseios no âmbito do Direito Administrativo eram por uma
lei do século XXI.

Importante ressaltar que a lei consolida um sistema que estava


fragmentado. Agora um único diploma legal agrega os institutos que estavam
presentes em outros diplomas legais.
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Ponto de fundamental atenção se dá com o fato de que a Lei reafirma


a centralidade do TCU no direito administrativo brasileiro. Vários
dispositivos da lei refletem jurisprudência do Tribunal. Inclusive, cabe
mencionar que o Art. 172 da lei dispõe que todos os órgãos de controle ficam
vinculados à jurisprudência do TCU. O professor destaca a possível
inconstitucionalidade do dispositivo.
Art. 172. Os órgãos de controle deverão orientar-se pelos
enunciados das súmulas do Tribunal de Contas da União relativos
à aplicação desta Lei, de modo a garantir uniformidade de
entendimentos e a propiciar segurança jurídica aos interessados.

Parágrafo único. A decisão que não acompanhar a orientação a


que se refere o caput deste artigo deverá apresentar motivos
relevantes devidamente justificados.

Além disso, destaque-se que a Lei é detalhista e analítica. O


professor critica dizendo que ainda subsiste um apego muito forma a forma
jurídica esquecendo-se que licitação guarda relação direta com a
racionalidade econômica de cada mercado num mundo em que cada vez o
mercado se torna dinâmico e evolutivo.

Além disso, a lei endereça problemas que já estavam resolvidos, muito


em instruções normativas federais. Muitas instruções foram incorporadas
para dentro da Lei.

IMPORTANTE: Outra caraterística, é que a Lei incorpora pra o


“Direito Administrativo dos Clips” alguns institutos do “Direito
Administrativo dos Negócios”1.

1
Essa nomenclatura é baseada na classificação do professor CARLOS ARI SUNDFELD. De
acordo com ele, Direito Administrativo do Clips (DAC) é o da Administração de papelaria, que age
por autos e atos, trata direitos e deveres em papel, é estatista, desconfia dos privados, despreza
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Assim, apesar de ser uma consolidação, a Lei traz muitas novidades e


serão apresentadas pelo menos 10 novidades de licitação e 10 de contratos.
Muitas coisas ainda serão apresentadas nas aulas posteriores.
Vejamos...

NOVIDADES NAS LICITAÇÕES:

2. LICITAÇÕES:

2.1. NOVOS PRINCÍPIOS (Art. 5º):


Conforme o texto legal:
Art. 5º: Na aplicação desta Lei, serão observados os princípios da
legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade, da
eficiência, do interesse público, da probidade administrativa, da
igualdade, do planejamento, da transparência, da eficácia, da
segregação de funções, da motivação, da vinculação ao edital,
do julgamento objetivo, da segurança jurídica, da razoabilidade,
da competitividade, da proporcionalidade, da celeridade, da
economicidade e do desenvolvimento nacional sustentável, assim
como as disposições do Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro
de 1942 (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro).
A lei trouxe novos princípios para o aspecto da contratação pública.
Dentre eles, destaca-se:

a relação tempo, custos e resultados, não assume prioridades. Têm sido campos tradicionais
desse modelo as atividades estatais de regulação (processos administrativos de licenciamento,
registros, fiscalizações, aplicação de sanções, etc.), além da gestão financeira, de pessoal e de
patrimônio na Administração Direta e autarquias. Ao DAC se opõe o Direito Administrativo
dos Negócios (DAN), mais sofisticado, interessante, o dos que se focam em resultados e, para
obtê-los, fixam prioridades, e com base nelas gerenciam a escassez de tempo e de recursos. Para
esse âmbito, valem práticas opostas às do DAC: aumenta a informalidade nos procedimentos etc.
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A) PRINCÍPIO DO PLANEJAMENTO: O planejamento é


extremamente importante, pois um dos maiores problemas quando
se fala em contratação pública é o déficit de planejamento. O
legislador criou um mecanismo operacional que é o PLANO DE
CONTRATAÇÃO ANUAL, que é fundamental para o êxito da
licitação.

B) CELERIDADE: A licitação não pode se perpetuar, reduzindo o


tempo da licitação. Um dos grandes problemas da lei anterior era
justamente a duração da licitação.

C) SEGREGAÇÃO DAS FUNÇÕES: Aqui temos a influência da


jurisprudência do TCU. No processo de contratação o pregoeiro
não pode ser o fiscal do contrato, ou seja, as funções devem ser
segregadas, devendo-se ter agentes públicos capacitados para atuar
em cada etapa diferente.

CRÍTICA: Isso fica inaplicável em contextos de determinados


entes federativos menores, devendo haver uma interpretação
finalística.

2.2. INVERSÃO DA FASE DE HABILITAÇÃO –


IMPORTANTE (Art. 17):
A nova lei retira a fase de habilitação prévia que não raro atrasava o
processo licitatório. Destaca o professor que as grandes concessões já vêm
sendo licitadas de modo invertido (primeiro a proposta e só vemos a fase de
habilitação do primeiro colocado).
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Assim, dispõe o Art. 17:


Art. 17. O processo de licitação observará as seguintes fases, em
sequência:
I – preparatória;
II – de divulgação do edital de licitação;
III – de apresentação de propostas e lances, quando for o caso;
IV – de julgamento;
V – de habilitação;
VI – recursal;
VII – de homologação.

OBS: A Lei ainda diz que se for o caso o administrador público pode,
motivadamente, voltar para a anterior sistemática da habilitação prévia.

2.3. ORÇAMENTO SIGILOSO (Art. 24):


A Administração não é obrigada a divulgar os preços na fase interna.
Isso para aumentar a competição. O professor ressalta que a divulgação dos
preços artificialmente acaba elevando os preços no processo licitatório e não
concretizando o princípio da competitividade.
Art. 24. Desde que justificado, o orçamento estimado da
contratação poderá ter caráter sigiloso, e, nesse caso:
I – o sigilo não prevalecerá para os órgãos de controle interno e
externo;
II – o orçamento será tornado público apenas e imediatamente
após a fase de julgamento de propostas, sem prejuízo da
divulgação do detalhamento dos quantitativos e das demais
informações necessárias para a elaboração das propostas.
Parágrafo único. Na hipótese de licitação em que for adotado o
critério de julgamento por maior desconto, o preço estimado ou o
máximo aceitável constará do edital da licitação.
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2.4. FASE PREPARATÓRIA DAS LICITAÇÕES (Art. 18):


Não estava prevista na lei anterior.
A ideia é de que essas contratações devem estar vinculadas com o
plano de contratação anual, estabelecendo requisitos pra o termo de
referência, pra o parecer jurídico, edital etc.
Traz ainda um ponto importante que é o do Estudo Técnico
Preliminar. Por este estudo, será avaliado o problema que a administração
quer enfrentar e quais são as alternativas possíveis para o enfrentamento do
problema.
Conforme o texto legal (que é bem detalhado):
Art. 18. A fase preparatória do processo licitatório é caracterizada
pelo planejamento e deve compatibilizar-se com o plano de
contratações anual de que trata o inciso VII do caput do art. 12
desta Lei, sempre que elaborado, e com as leis orçamentárias,
bem como abordar todas as considerações técnicas,
mercadológicas e de gestão que podem interferir na contratação,
compreendidos:

I – a descrição da necessidade da contratação fundamentada em


estudo técnico preliminar que caracterize o interesse público
envolvido;
II – a definição do objeto para o atendimento da necessidade, por
meio de termo de referência, anteprojeto, projeto básico ou
projeto executivo, conforme o caso;
III – a definição das condições de execução e pagamento, das
garantias exigidas e ofertadas e das condições de recebimento;
IV – o orçamento estimado, com as composições dos preços
utilizados para sua formação;
V – a elaboração do edital de licitação;
VI – a elaboração de minuta de contrato, quando necessária, que
constará obrigatoriamente como anexo do edital de licitação;
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VII – o regime de fornecimento de bens, de prestação de serviço


ou de execução de obras e serviços de engenharia, observados os
potenciais de economia de escala;
VIII – a modalidade de licitação, o critério de julgamento, o modo
de disputa e a adequação e eficiência da forma de combinação
desses parâmetros, para os fins de seleção da proposta apta a gerar
o resultado de contratação mais vantajoso para a Administração
Pública, considerado todo o ciclo de vida do objeto;
IX – a motivação circunstanciada das condições do edital, tais
como justificativa de exigências de qualificação técnica,
mediante indicação das parcelas de maior relevância técnica ou
valor significativo do objeto, e de qualificação econômico-
financeira, justificativa dos critérios de pontuação e julgamento
das propostas técnicas, nas licitações com julgamento por melhor
técnica ou técnica e preço, e justificativa das regras pertinentes à
participação de empresas em consórcio;
X – a análise dos riscos que possam comprometer o sucesso da
licitação e a boa execução contratual;
XI – a motivação sobre o momento da divulgação do orçamento
da licitação, observado o art. 24 desta Lei.

§ 1º O estudo técnico preliminar a que se refere o inciso I do caput


deste artigo deverá evidenciar o problema a ser resolvido e a sua
melhor solução, de modo a permitir a avaliação da viabilidade
técnica e econômica da contratação, e conterá os seguintes
elementos:
I - necessidade da contratação, considerado o problema a ser
resolvido sob a perspectiva do interesse público;
II - demonstração da previsão da contratação no plano de
contratações anual, sempre que elaborado, de modo a indicar o
seu alinhamento com o planejamento da Administração;
III - requisitos da contratação;
IV - estimativas das quantidades para a contratação,
acompanhadas das memórias de cálculo e dos documentos que
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lhes dão suporte, que considerem interdependências com outras


contratações, de modo a possibilitar economia de escala;
V - levantamento de mercado, que consiste na análise das
alternativas possíveis, e justificativa técnica e econômica da
escolha do tipo de solução a contratar;
VI - estimativa do valor da contratação, acompanhada dos preços
unitários referenciais, das memórias de cálculo e dos documentos
que lhe dão suporte, que poderão constar de anexo classificado,
se a Administração optar por preservar o seu sigilo até a
conclusão da licitação;
VII - descrição da solução como um todo, inclusive das
exigências relacionadas à manutenção e à assistência técnica,
quando for o caso;
VIII - justificativas para o parcelamento ou não da solução;
IX - demonstrativo dos resultados pretendidos em termos de
economicidade e de melhor aproveitamento dos recursos
humanos, materiais ou financeiros disponíveis;
X - providências a serem adotadas pela Administração
previamente à celebração do contrato, inclusive quanto à
capacitação de servidores ou de empregados para fiscalização e
gestão contratual;
XI - contratações correlatas e/ou interdependentes;
XII - possíveis impactos ambientais e respectivas medidas
mitigadoras, incluídos requisitos de baixo consumo de energia e
de outros recursos, bem como logística reversa para desfazimento
e reciclagem de bens e refugos, quando aplicável;
XIII - posicionamento conclusivo sobre a adequação da
contratação para o atendimento da necessidade a que se destina.

§ 2º O estudo técnico preliminar deverá conter ao menos os


elementos previstos nos incisos I, IV, VI, VIII e XIII do § 1º deste
artigo e, quando não contemplar os demais elementos previstos
nesse parágrafo, apresentar as devidas justificativas.
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§ 3º Em se tratando de estudo técnico preliminar para contratação


de obras e serviços comuns de engenharia, se demonstrada a
inexistência de prejuízos para aferição dos padrões de
desempenho e qualidade almejados, a possibilidade de
especificação do objeto poderá ser indicada apenas em termo de
referência, dispensada a elaboração de projetos.

2.5. VEDAÇÃO À AQUISIÇÃO DE ARTIGOS DE LUXO (Art.


20):
Temos um conceito jurídico indeterminado. O professor aponta que o
Artigo é passível de regulamentação da norma para estabelecer os
parâmetros.
Conforme o dispositivo:
Art. 20. Os itens de consumo adquiridos para suprir as demandas
das estruturas da Administração Pública deverão ser de qualidade
comum, não superior à mínima necessária para cumprir as
finalidades às quais se destinam, vedada a aquisição de artigos de
luxo.

§ 1º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário definirão em


regulamento os limites para o enquadramento dos bens de
consumo nas categorias comum e luxo.
§ 2º A partir de 180 (cento e oitenta) dias contados da
promulgação desta Lei, novas compras de bens de consumo só
poderão ser efetivadas com a edição, pela autoridade competente,
do regulamento a que se refere o § 1º deste artigo.
§ 3º Os valores de referência dos três Poderes nas esferas federal,
estadual, distrital e municipal não poderão ser superiores aos
valores de referência do Poder Executivo federal.
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2.6. MAIOR PODER DISCRICIONÁRIO PARA REALIZAR


AUDIÊNCIA PÚBLICA E CONSULTA (Art. 21):
Não temos agora um critério econômico como havia na Lei anterior,
cabendo conforme o entendimento do administrador.
A lei abre ainda a possibilidade de consulta pública (consulta –
encaminhamento eletrônico das sugestões, críticas etc. que o mercado e a
sociedade podem apresentar; audiência – feita de forma oral).
O professor aponta que é indispensável que tanto numa quanto noutra,
o poder público, embora não seja vinculado à sugestão podendo não a acatar,
terá o dever de motivar.
Art. 21. A Administração poderá convocar, com antecedência
mínima de 8 (oito) dias úteis, audiência pública, presencial ou a
distância, na forma eletrônica, sobre licitação que pretenda
realizar, com disponibilização prévia de informações pertinentes,
inclusive de estudo técnico preliminar, elementos do edital de
licitação e outros, e com possibilidade de manifestação de todos
os interessados.

Parágrafo único. A Administração também poderá submeter a


licitação à prévia consulta pública, mediante a disponibilização
de seus elementos a todos os interessados, que poderão formular
sugestões no prazo fixado.

2.7. FUNÇÃO REGULATÓRIA DA LICITAÇÃO


(IMPORTANTE):
Prevista no Art.
A ideia de função regulatória passa pelo pressuposto de que nem
sempre que a administração faz uma licitação visa a obtenção da proposta
economicamente mais vantajosa. A ideia de função regulatória está
vinculada ao atendimento de outros valores, de outras finalidades
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constitucionais que não a menor proposta econômica. Trata-se de visão


contemporânea.
Como exemplo temos: O edital pode condicionar o contratado a
contratar mulher vítima de violência doméstica, egressos do sistema
prisional, cláusulas relativas às pessoas com deficiência.

ATENÇÃO: O professor chama atenção para o fato de que devemos


ter cuidado com a função regulatória, pois pode ser que seja dada uma
discricionariedade muito grande ao administrador.

2.8. MODALIDADES:
As modalidades continuam sendo pregão, concorrência, concurso e
leilão, acabando a tomada de preço e o convite.
A lei ainda cria o chamado diálogo competitivo:

ATENÇÃO: DIÁLOGO COMPETITIVO:


É inspirado nas diretivas europeias que desde 2004 já tem essa
modalidade.
Esse diálogo não serve para obras pequenos, mas sim para as obras e
serviços altamente complexos em que a solução tecnológica tem que ser
customizada, pois são várias as possibilidades.

Traz uma flexibilidade na licitação. Este é o ponto mais importante!

O Diálogo Competitivo tem, basicamente, 3 fases. Vejamos...


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QUALIFICAÇÃO DOS FASE DIALÓGICA FASE DE ELABORAÇÃO


OPERADORES DE PROPOSTA:
ECONÔMICOS

Etapa muito similar a Aqui a Administração Pública Aqui, portanto, ganhará a


habilitação. Temos aqui irá dialogar com os licitação aquele que oferecer a
uma linha de corte de operadores econômicos melhor proposta ou ainda a
quem pode participar da durante a licitação para que melhor técnica.
licitação. ela possa identificar qual é a
Uma vez qualificados os melhor solução tecnológica
operadores, passamos ou, eventualmente, qual a
para a segunda fase. mescla que ela pode ter dos
distintos pontos de vista
técnicos, econômicos e
financeiros.

A reunião é individual com


cada licitante e gravada para
ser depois disponibilizada.

A Administração, de posse de
um conjunto de informações,
passa a DEFINIR O
OBJETO que entende como
sendo necessário para o
atendimento da finalidade
pública.
Com isso, passamos para a
terceira etapa.

2.9. PMI – PROCEDIMENTO DE MANIFESTAÇÃO DE


INTERESSE:
Oriundo do Direito Administrativo dos negócios. Traz a ideia de que
a Administração pode ter um diálogo com o particular para definição do
objeto (não na fase de licitação, mas numa fase preliminar). Assim,
conversando com determinados atores, chegará à conclusão de adotar
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determinado estudo ou forma de executar o objeto e aquilo então se tornará


a licitação.

ATENÇÃO: A Grande novidade do PMI em relação às obras públicas


é que quem elabora o projeto poderá participar da licitação.

2.10. DISCIPLINA MAIS ESPECÍFICA DO PARECER


JURÍDICO:
O parecer jurídico da advocacia pública foi objeto da preocupação do
legislador, apontando diretrizes para a elaboração dos pareceres, primando
pela objetividade. Ainda diz a lei que a Administração assume o risco caso
não acate o parecer.
OBS: Poderá ser dispensado o parecer em situações de baixa
complexidade econômica.

OBS: Em qualquer ajuste feito pela Administração (não só na


licitação) é recomendável haver parecer.

ATENÇÃO: A Lei delimita a responsabilidade do parecerista no


caso de dolo ou fraude.

NOVIDADES NOS CONTRATOS:

Agora vamos abordar agora 10 novidades em termos de contratos:

3. CONTRATOS ADMINISTRATIVOS:
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3.1. POSSIBILIDADE DE PREVISÃO DE MATRIZ DE


RISCO:

Temos essa previsão em diversos artigos da nova lei a exemplo dos


seguintes: Art.6º; 22; 91; 102 etc.
Vejamos o Art. 6º e 22:
Art. 6º Para os fins desta Lei, consideram-se:
XXVII - MATRIZ DE RISCOS: cláusula contratual
definidora de riscos e de responsabilidades entre as partes
e caracterizadora do equilíbrio econômico-financeiro inicial
do contrato, em termos de ônus financeiro decorrente de
eventos supervenientes à contratação, contendo, no
mínimo, as seguintes informações:
a) listagem de possíveis eventos supervenientes à
assinatura do contrato que possam causar impacto em seu
equilíbrio econômico-financeiro e previsão de eventual
necessidade de prolação de termo aditivo por ocasião de
sua ocorrência;
b) no caso de obrigações de resultado, estabelecimento das
frações do objeto com relação às quais haverá liberdade
para os contratados inovarem em soluções metodológicas
ou tecnológicas, em termos de modificação das soluções
previamente delineadas no anteprojeto ou no projeto
básico;
c) no caso de obrigações de meio, estabelecimento preciso
das frações do objeto com relação às quais não haverá
liberdade para os contratados inovarem em soluções
metodológicas ou tecnológicas, devendo haver obrigação
de aderência entre a execução e a solução predefinida no
anteprojeto ou no projeto básico, consideradas as
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características do regime de execução no caso de obras e


serviços de engenharia;

Art. 22. O edital poderá contemplar matriz de alocação de


riscos entre o contratante e o contratado, hipótese em que
o cálculo do valor estimado da contratação poderá
considerar taxa de risco compatível com o objeto da
licitação e os riscos atribuídos ao contratado, de acordo
com metodologia predefinida pelo ente federativo.

O professor assevera que um bom contrato precisa de dois grandes


eixos:
a) Estruturar os incentivos;

b) Partilha de riscos: O risco é da praxe do contrato administrativo.


O professor aponta a necessidade de se deslocar do apego à
TEORIA DAS ÁLEAS. Assim, cada contrato terá a sua distinta
alocação de risco. O risco será alocado para aquela parte que
melhor puder gerenciar e evitar que o evento aconteça no caso de
risco negativo.

3.2. PRAZO DE RESPOSTA AO PEDIDO DE


REEQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO.
O prazo está para a resposta ao pedido de reequilíbrio econômico-
financeiro está previsto como cláusula necessária no Art. 91, XI do novo
projeto:
Art. 91. São cláusulas necessárias em todo contrato as que
estabelecem:
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XI – o prazo para resposta ao pedido de


restabelecimento do equilíbrio econômico-
financeiro, quando for o caso.

O professor aponta que se trata de duração razoável do processo.


Aponta ainda que não há sentido essa norma se o prazo for impróprio, pois
deve haver alguma consequência, sob pena de esvaziamento da norma e do
seu objetivo.

3.3. PERÍODO DE REGULARIZAÇÃO ANTECEDENTE AO


CONTRATO:
Conforme o Art. 91, §2º:
§ 2º De acordo com as peculiaridades do seu objeto e do
seu regime de execução, o contrato conterá cláusula que
preveja um período antecedente à expedição da ordem de
serviço para verificação de pendências, liberação de áreas
ou adoção de outras providências cabíveis para a
regularidade do início da sua execução.

Outro grande problema é o contrato administrativo começar com


pendências. Já começa, portanto, desequilibrado.
Assim, com esse novo dispositivo, entende-se que entre a licitação e a
realização do contrato pode existir o chamado “período de cura” quando
essas pendências estiverem efetivamente solucionadas (na teoria francesa
isso se chama de FATO DA ADMINISTRAÇÃO – “os fatos da
administração não podem se prolongar para o início da execução do
contrato).
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3.4. RECONHECIMENTO DE QUE EM TODOS OS


CONTRATOS SERÁ POSSÍVEL A UTILIZAÇÃO DOS
MÉTODOS ALTERNATIVOS DE SOLUÇÃO DE
CONFLITOS:

É possível a previsão, por exemplo de cláusula compromissória a


depender da complexidade do contrato.

3.5. EXPANSÃO DO DIREITO DO CONTRATADO À


EXTINÇÃO DO CONTRATO:
O contratado poderá se liberar do contrato quando a Administração
não cumprir com suas obrigações ou, por exemplo, quando atrasar o
pagamento (AGORA POR 60 DIAS).

O professor aponta que a Lei não disse se essa extinção será


administrativa ou judicial. Sendo assim, defende que não faria sentido que
o contratado tivesse que ir ao judiciário a não ser em casos muito
relevantes.
Assim, conforme o Art. 136, §2º:
§ 2º O contratado terá direito à extinção do contrato nas
seguintes hipóteses:
I – supressão, por parte da Administração, de obras,
serviços ou compras que acarrete modificação do valor
inicial do contrato além do limite permitido no art. 124 desta
Lei;
II – suspensão de execução do contrato, por ordem escrita
da Administração, por prazo superior a 3 (três) meses;
III – repetidas suspensões que totalizem 90 (noventa) dias
úteis, independentemente do pagamento obrigatório de
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indenização pelas sucessivas e contratualmente imprevistas


desmobilizações e mobilizações e outras previstas;
IV – atraso superior a 2 (dois) meses, contado da
emissão da nota fiscal, dos pagamentos ou de
parcelas de pagamentos devidos pela Administração por
despesas de obras, serviços ou fornecimentos;
V – não liberação pela Administração, nos prazos
contratuais, de área, local ou objeto, para execução de
obra, serviço ou fornecimento, e de fontes de materiais
naturais especificadas no projeto, inclusive devido a atraso
ou descumprimento das obrigações atribuídas pelo contrato
à Administração relacionadas a desapropriação, a
desocupação de áreas públicas ou a licenciamento
ambiental.

3.6. REDUÇÃO DA DISCRICIONARIEDADE


ADMINISTRATIVA NA APLICAÇÃO DE SANÇÃO:

Importante perceber que a lei traz sinalizações sobre condutas que


devem ser apenadas com as diversas modalidades de sanção. O direito
sancionador não pode ser excessivamente discricionário e por isso a lei
trouxe uma tipicidade mínima:

Prevê o Art. 154 e Art. 155:


Art. 154. O licitante ou o contratado será responsabilizado
administrativamente pelas seguintes infrações:
I – dar causa à inexecução parcial do contrato;
II – dar causa à inexecução parcial do contrato que cause
grave dano à Administração, ao funcionamento dos serviços
públicos ou ao interesse coletivo;
III – dar causa à inexecução total do contrato;
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IV – deixar de entregar a documentação exigida para o


certame;
V – não manter a proposta, salvo em decorrência de fato
superveniente devidamente justificado;
VI – não celebrar o contrato ou não entregar a
documentação exigida para a contratação, quando
convocado dentro do prazo de validade de sua proposta;
VII – ensejar o retardamento da execução ou da entrega
do objeto da licitação sem motivo justificado;
VIII – apresentar declaração ou documentação falsa
exigida para o certame ou prestar declaração falsa durante
a licitação ou a execução do contrato;
IX – fraudar a licitação ou praticar ato fraudulento na
execução do contrato;
X - comportar-se de modo inidôneo ou cometer fraude de
qualquer natureza;
XI – praticar atos ilícitos com vistas a frustrar os objetivos
da licitação;
XII – praticar ato lesivo previsto no art. 5º da Lei nº 12.846,
de 1º de agosto de 2013.

Art. 155. Serão aplicadas ao responsável pelas infrações


administrativas previstas nesta Lei as seguintes sanções:
I - advertência;
II – multa;
III – impedimento de licitar e contratar;
IV – declaração de inidoneidade para licitar ou contratar.
§ 1º Na aplicação das sanções serão considerados:
I – a natureza e a gravidade da infração cometida;
II – as peculiaridades do caso concreto;
III – as circunstâncias agravantes ou atenuantes;
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IV – os danos que dela provierem para a Administração


Pública;
V – a implantação ou aperfeiçoamento de programa de
integridade, conforme normas e orientações dos órgãos de
controle.
§ 2º A sanção prevista no inciso I do caput deste artigo será
aplicada exclusivamente pela infração administrativa
prevista no inciso I do caput do art. 154 desta Lei, quando
não se justificar a imposição de penalidade considerada
mais grave.
§ 3º A sanção prevista no inciso II do caput deste artigo,
calculada na forma do edital ou do contrato, não poderá ser
inferior a 0,5% (cinco décimos por cento) nem superior a
30% (trinta por cento) do valor do contrato licitado ou
celebrado com contratação direta e será aplicada ao
responsável por qualquer das infrações administrativas
previstas no art. 154 desta Lei.
§ 4º A sanção prevista no inciso III do caput deste artigo
será aplicada ao responsável pelas infrações
administrativas previstas nos incisos II, III, IV, V, VI e VII
do caput do art. 154 desta Lei, quando não se justificar a
imposição de penalidade mais grave, impedido o
responsável de licitar ou contratar no âmbito da
Administração Pública direta e indireta do ente federativo
que tiver aplicado a sanção, pelo prazo máximo de 3 (três)
anos.
§ 5º A sanção prevista no inciso IV do caput deste artigo
será aplicada ao responsável pelas infrações
administrativas previstas nos incisos VIII, IX, X, XI e XII do
caput do art. 154 desta Lei, bem como pelas infrações
administrativas previstas nos incisos II, III, IV, V, VI e VII
do caput do referido artigo que justifiquem a imposição de
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penalidade mais grave, impedido o responsável de licitar ou


contratar no âmbito da Administração Pública direta e
indireta de todos os entes federativos, pelo prazo mínimo
de 3 (três) anos e máximo de 6 (seis) anos.
§ 6º A sanção estabelecida no inciso IV do caput deste
artigo será precedida de análise jurídica e observará as
seguintes regras:
I - quando aplicada por órgão do Poder Executivo, será de
competência exclusiva de ministro de Estado, de secretário
estadual ou de secretário municipal e, quando aplicada por
autarquia ou fundação, será de competência exclusiva da
autoridade máxima da entidade;
II - quando aplicada por órgãos dos Poderes Legislativo e
Judiciário, pelo Ministério Público e pela Defensoria Pública
no desempenho da função administrativa, será de
competência exclusiva de autoridade de nível hierárquico
equivalente às autoridades referidas no inciso I deste
parágrafo, na forma de regulamento.
§ 7º As sanções previstas nos incisos I, III e IV do caput
deste artigo poderão ser aplicadas cumulativamente com a
prevista no inciso II do caput deste artigo.
§ 8º Se a multa aplicada e as indenizações cabíveis forem
superiores ao valor de pagamento eventualmente devido
pela Administração ao contratado, além da perda desse
valor, a diferença será descontada da garantia prestada ou
será cobrada judicialmente.
§ 9º A aplicação das sanções previstas no caput deste
artigo não exclui, em hipótese alguma, a obrigação de
reparação integral do dano causado à Administração
Pública.
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3.7. POSSIBILIDADE DE EXIGIR SEGURO-GARANTIA


(IMPORTANTÍSSIMO):
O TCU numa auditoria detectou que no Brasil temos mais de 15 mil
obras paralisadas.
A ideia de exigir o seguro está preocupado com o problema da
inexecução de contratos desse porte.
Normalmente um seguro temos uma apólice em que a seguradora
assume em razão de um risco. Todavia, neste seguro-garantia, a seguradora
não o faz em razão de um risco, mas de um potencial inadimplemento do
contratado. Assim, se o contratado não finalizar a obra, a seguradora terá
de finalizar a obra (como será feito, caberá a ela).
O professor aponta que isso cria um incentivo para que a seguradora
seja a maior fiscalizadora destes contratos ao lado do poder público.
O incentivo feito à empreiteira é no sentido de que para que ela consiga
um seguro-garantia, deverá fazer uma subscrição de uma apólice oferecendo
uma contragarantia (que pode ser executada caso não consiga adimplir o
contrato).
Conforme a Lei:
Art. 6º Para os fins desta Lei, consideram-se:
LIV - seguro-garantia: seguro que garante o fiel
cumprimento das obrigações assumidas pelo contratado;

Art. 95. A critério da autoridade competente, em cada caso,


poderá ser exigida, mediante previsão no edital, prestação
de garantia nas contratações de obras, serviços e
fornecimentos.
§ 1º Caberá ao contratado optar por uma das seguintes
modalidades de garantia:
II – seguro-garantia
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Art. 96. O seguro-garantia tem por objetivo garantir o fiel


cumprimento das obrigações assumidas pelo contratado
perante à Administração, inclusive as multas, os prejuízos e
as indenizações decorrentes de inadimplemento, observadas
as seguintes regras nas contratações regidas por esta Lei:
I – o prazo de vigência da apólice será igual ou superior ao
prazo estabelecido no contrato principal e deverá
acompanhar as modificações referentes à vigência deste
mediante a emissão do respectivo endosso pela seguradora;
II – o seguro-garantia continuará em vigor mesmo se o
contratado não tiver pago o prêmio nas datas
convencionadas.
Parágrafo único. Nos contratos de execução continuada ou
de fornecimento contínuo de bens e serviços, será permitida
a substituição da apólice de seguro-garantia na data da
renovação ou do aniversário, desde que mantidas as mesmas
condições e coberturas da apólice vigente e desde que
nenhum período fique descoberto, ressalvado o disposto no
§ 2º do art. 95 desta Lei.
Art. 98. Nas contratações de obras e serviços de engenharia
de grande vulto, poderá ser exigida a prestação de garantia,
na modalidade seguro-garantia, com cláusula de retomada
prevista no art. 101 desta Lei, em percentual equivalente a
até 30% (trinta por cento) do valor inicial do contrato.

Art. 101. Na contratação de obras e serviços de engenharia,


o edital poderá exigir a prestação da garantia na modalidade
seguro-garantia e prever a obrigação de a seguradora, em
caso de inadimplemento pelo contratado, assumir a
execução e concluir o objeto do contrato, hipótese em que:
I – a seguradora deverá firmar o contrato, inclusive os
aditivos, como interveniente anuente, e poderá:
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a) ter livre acesso às instalações em que for executado o


contrato principal;
b) acompanhar a execução do contrato principal;
c) ter acesso a auditoria técnica e contábil;
d) requerer esclarecimentos ao responsável técnico pela obra
ou pelo fornecimento;
II - a emissão de empenho em nome da seguradora, ou a
quem ela indicar para a conclusão do contrato, será
autorizada desde que demonstrada sua regularidade fiscal;
III – a seguradora poderá subcontratar a conclusão do
contrato, total ou parcialmente.
Parágrafo único. Na hipótese de inadimplemento do
contratado, serão observadas as seguintes disposições:
I – caso a seguradora execute e conclua o objeto do
contrato, estará isenta da obrigação de pagar a importância
segurada indicada na apólice;
II – caso a seguradora não assuma a execução do contrato,
pagará a integralidade da importância segurada indicada na
apólice.

CRÍTICAS: O professor MAURÍCIO PORTUGUAL aponta duas:


a) Fato de a contragarantia exigida aumentar muito o custo da
licitação;
b) Ao exigir contragarantias acaba-se barrando a entrada de
novos licitantes (principalmente pequenas e médias empresas).

3.8. CONSEQUENCIALISMO:
Ainda sobre as questões das obras paralisadas, o Art. 146 traz uma
espécie de consequencialismo no momento de anulação do contrato. Aqui,
a lei acaba se alinhando ao que está disposta na LINDB no sentido de que
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anular ou suspender a execução de um contrato administrativo necessita da


observância de parâmetros. A lei estabelece 11 parâmetros que devem ser
ponderados pelo gestor antes de suspender ou anular um contrato.
Nesse sentido o texto legal:
Art. 146. Constatada irregularidade no procedimento
licitatório ou na execução contratual, caso não seja possível
o saneamento, a decisão sobre a suspensão da execução
ou anulação do contrato somente será adotada na hipótese
em que se revelar medida de interesse público, com
avaliação, entre outros, dos seguintes aspectos:
I – impactos econômicos e financeiros decorrentes do
atraso na fruição dos benefícios do objeto do contrato;
II – riscos sociais, ambientais e à segurança da população
local decorrentes do atraso na fruição dos benefícios do
objeto do contrato;
III – motivação social e ambiental do contrato;
IV – custo da deterioração ou da perda das parcelas
executadas;
V – despesa necessária à preservação das instalações e dos
serviços já executados;
VI – despesa inerente à desmobilização e ao posterior
retorno às atividades;
VII – medidas efetivamente adotadas pelo titular do órgão
ou entidade para o saneamento dos indícios de
irregularidades apontados;
VIII – custo total e estágio de execução física e financeira
dos contratos, dos convênios, das obras ou das parcelas
envolvidas;
IX – fechamento de postos de trabalho diretos e indiretos
em razão da paralisação;
X – custo para realização de nova licitação ou celebração
de novo contrato;
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XI – custo de oportunidade do capital durante o período de


paralisação.

Parágrafo único. Caso a paralisação ou anulação não se


revele medida de interesse público, o poder público deverá
optar pela continuidade do contrato e pela solução da
irregularidade por meio de indenização por perdas e danos,
sem prejuízo da apuração de responsabilidade e da
aplicação de penalidades cabíveis.

3.9. PRAZO DE DURAÇÃO:


A nova lei em diversos artigos estabelece diversos prazos distintos que
guardem relação com as respectivas áreas.

ATENÇÃO: Deve-se destacar que a regra é mantida no sentido de


que o contrato está vinculado ao crédito orçamentário
Art. 104. A duração dos contratos regidos por esta Lei será
a prevista em edital, e deverão ser observadas, no
momento da contratação e a cada exercício financeiro, a
disponibilidade de créditos orçamentários, bem como a
previsão no plano plurianual, quando ultrapassar 1 (um)
exercício financeiro.

3.10. PORTAL NACIONAL DE CONTRATAÇÃO PÚBLICA:


Esse portal passa a ser uma espécie de centralizador dos atos de
contratação pública brasileira. É uma espécie de inteligência em matérias de
contratos da Administração.
Isso permite também a comparação de preços, pois passamos a ter uma
base de dados unificados.
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É isso, pessoal. Acompanhem os cadernos do curso na nossa página!


Bons estudos!
Divulguem e compartilhem

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