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DIREITOS HUMANOS reconhecimento e a sua observância universais e

efetivos, tanto entre os povos dos próprios Países-


Membros quanto entre os povos dos territórios sob sua
Declaração Universal dos jurisdição.

Direitos Humanos Artigo 1

Todos os seres humanos nascem livres e iguais em


Adotada e proclamada pela Assembleia Geral das
dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência
Nações Unidas (resolução 217 A III) em 10 de dezembro
e devem agir em relação uns aos outros com espírito de
1948.
fraternidade.
Preâmbulo
Artigo 2
Considerando que o reconhecimento da dignidade
1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os
inerente a todos os membros da família humana e de
direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração,
seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da
sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor,
liberdade, da justiça e da paz no mundo,
sexo, língua, religião, opinião política ou de outra
Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento,
direitos humanos resultaram em atos bárbaros que ou qualquer outra condição.
ultrajaram a consciência da humanidade e que o advento
2. Não será também feita nenhuma distinção fundada na
de um mundo em que mulheres e homens gozem de
condição política, jurídica ou internacional do país ou
liberdade de palavra, de crença e da liberdade de
território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um
viverem a salvo do temor e da necessidade foi
território independente, sob tutela, sem governo próprio,
proclamado como a mais alta aspiração do ser humano
quer sujeito a qualquer outra limitação de soberania.
comum,
Artigo 3
Considerando ser essencial que os direitos humanos
sejam protegidos pelo império da lei, para que o ser Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à
humano não seja compelido, como último recurso, à segurança pessoal.
rebelião contra a tirania e a opressão,
Artigo 4
Considerando ser essencial promover o
desenvolvimento de relações amistosas entre as nações, Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a
escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em
Considerando que os povos das Nações Unidas todas as suas formas.
reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitos fundamentais
do ser humano, na dignidade e no valor da pessoa Artigo 5
humana e na igualdade de direitos do homem e da Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou
mulher e que decidiram promover o progresso social e castigo cruel, desumano ou degradante.
melhores condições de vida em uma liberdade mais
ampla, Artigo 6
Considerando que os Países-Membros se Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os
comprometeram a promover, em cooperação com as lugares, reconhecido como pessoa perante a lei.
Nações Unidas, o respeito universal aos direitos e
liberdades fundamentais do ser humano e a observância Artigo 7
desses direitos e liberdades, Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer
Considerando que uma compreensão comum desses distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual
direitos e liberdades é da mais alta importância para o proteção contra qualquer discriminação que viole a
pleno cumprimento desse compromisso, presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal
discriminação.
Agora portanto a Assembleia Geral proclama a presente
Declaração Universal dos Direitos Humanos como o ideal Artigo 8
comum a ser atingido por todos os povos e todas as Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais
nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada nacionais competentes remédio efetivo para os atos que
órgão da sociedade tendo sempre em mente esta violem os direitos fundamentais que lhe sejam
Declaração, esforce-se, por meio do ensino e da reconhecidos pela constituição ou pela lei.
educação, por promover o respeito a esses direitos e
liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de Artigo 9
caráter nacional e internacional, por assegurar o seu
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.
Artigo 10 3. A família é o núcleo natural e fundamental da
sociedade e tem direito à proteção da sociedade e do
Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma Estado.
justa e pública audiência por parte de um tribunal
independente e imparcial, para decidir seus direitos e Artigo 17
deveres ou fundamento de qualquer acusação criminal
contra ele. 1. Todo ser humano tem direito à propriedade, só ou em
sociedade com outros.
Artigo 11
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua
1.Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o propriedade.
direito de ser presumido inocente até que a sua
culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em Artigo 18
julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento,
todas as garantias necessárias à sua defesa. consciência e religião; esse direito inclui a liberdade de
2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar
omissão que, no momento, não constituíam delito essa religião ou crença pelo ensino, pela prática, pelo
perante o direito nacional ou internacional. Também não culto em público ou em particular.
será imposta pena mais forte de que aquela que, no Artigo 19
momento da prática, era aplicável ao ato delituoso.
Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e
Artigo 12 expressão; esse direito inclui a liberdade de, sem
Ninguém será sujeito à interferência na sua vida privada, interferência, ter opiniões e de procurar, receber e
na sua família, no seu lar ou na sua correspondência, transmitir informações e ideias por quaisquer meios e
nem a ataque à sua honra e reputação. Todo ser humano independentemente de fronteiras.
tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou Artigo 20
ataques.
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de reunião e
Artigo 13 associação pacífica.
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção 2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma
e residência dentro das fronteiras de cada Estado. associação.
2. Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país, Artigo 21
inclusive o próprio e a esse regressar.
1. Todo ser humano tem o direito de tomar parte no
Artigo 14 governo de seu país diretamente ou por intermédio de
1. Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito representantes livremente escolhidos.
de procurar e de gozar asilo em outros países. 2. Todo ser humano tem igual direito de acesso ao
2. Esse direito não pode ser invocado em caso de serviço público do seu país.
perseguição legitimamente motivada por crimes de 3. A vontade do povo será a base da autoridade do
direito comum ou por atos contrários aos objetivos e governo; essa vontade será expressa em eleições
princípios das Nações Unidas. periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto
Artigo 15 secreto ou processo equivalente que assegure a
liberdade de voto.
1. Todo ser humano tem direito a uma nacionalidade.
Artigo 22
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua
nacionalidade, nem do direito de mudar de Todo ser humano, como membro da sociedade, tem
nacionalidade. direito à segurança social, à realização pelo esforço
nacional, pela cooperação internacional e de acordo com
Artigo 16 a organização e recursos de cada Estado, dos direitos
econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua
1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer dignidade e ao livre desenvolvimento da sua
restrição de raça, nacionalidade ou religião, têm o direito personalidade.
de contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de
iguais direitos em relação ao casamento, sua duração e Artigo 23
sua dissolução.
1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre
2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de
consentimento dos nubentes. trabalho e à proteção contra o desemprego.
2. Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito Artigo 28
a igual remuneração por igual trabalho.
Todo ser humano tem direito a uma ordem social e
3. Todo ser humano que trabalha tem direito a uma internacional em que os direitos e liberdades
remuneração justa e satisfatória que lhe assegure, assim estabelecidos na presente Declaração possam ser
como à sua família, uma existência compatível com a plenamente realizados.
dignidade humana e a que se acrescentarão, se
necessário, outros meios de proteção social. Artigo 29

4. Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e 1. Todo ser humano tem deveres para com a
a neles ingressar para proteção de seus interesses. comunidade, na qual o livre e pleno desenvolvimento de
sua personalidade é possível.
Artigo 24
2. No exercício de seus direitos e liberdades, todo ser
Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, inclusive humano estará sujeito apenas às limitações
a limitação razoável das horas de trabalho e a férias determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de
remuneradas periódicas. assegurar o devido reconhecimento e respeito dos
direitos e liberdades de outrem e de satisfazer as justas
Artigo 25 exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar de
1. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida uma sociedade democrática.
capaz de assegurar a si e à sua família saúde, bem-estar, 3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese
inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados alguma, ser exercidos contrariamente aos objetivos e
médicos e os serviços sociais indispensáveis e direito à princípios das Nações Unidas.
segurança em caso de desemprego, doença invalidez,
viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de Artigo 30
subsistência em circunstâncias fora de seu controle.
Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser
2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e interpretada como o reconhecimento a qualquer Estado,
assistência especiais. Todas as crianças, nascidas grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade
dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma ou praticar qualquer ato destinado à destruição de
proteção social. quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos.

Artigo 26

1. Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução


será gratuita, pelo menos nos graus elementares e
REGRAS MÍNIMAS DAS NAÇÕES
fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A UNIDAS PARA A PROTEÇÃO
instrução técnico-profissional será acessível a todos,
bem como a instrução superior, está baseada no mérito. DOS JOVENS
2. A instrução será orientada no sentido do pleno PRIVADOS DE LIBERDADE
desenvolvimento da personalidade humana e do
fortalecimento do respeito pelos direitos do ser humano Regras das Nações Unidas para a Proteção dos
e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá Menores Privados de Liberdade
a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as Adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em
nações e grupos raciais ou religiosos e coadjuvará as 14 de dezembro de 1990.
atividades das Nações Unidas em prol da manutenção
da paz. À Assembleia Geral,

3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero Tendo em consideração a Declaração Universal dos
de instrução que será ministrada a seus filhos. Direitos do Homem, O Pacto Internacional sobre Direitos
Civis e Políticos, a Convenção Contra a Tortura e outras
Artigo 27 Penas ou Tratamentos Cruéis, Desumanos ou
1. Todo ser humano tem o direito de participar livremente Degradantes, a Convenção sobre os Direitos da Criança,
da vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de assim como outros instrumentos internacionais relativos
participar do progresso científico e de seus benefícios. à proteção dos direitos e ao bem-estar dos jovens.

2. Todo ser humano tem direito à proteção dos interesses Tendo também em consideração as Regras Mínimas
morais e materiais decorrentes de qualquer produção para o Tratamento de Reclusos adotadas pelo Primeiro
científica literária ou artística da qual seja autor. Congresso das Nações Unidas para a Prevenção do
Crime e o Tratamento dos Delinqüentes.
Tendo ainda em consideração o Conjunto de Princípios 4. Adota as Regras das Nações Unidas para a Proteção
para a Proteção de Todas as Pessoas Sujeitas a dos Menores Privados de Liberdade contida em anexo à
Qualquer Forma de Detenção ou Prisão, aprovado pela presente resolução:
Assembléia Geral na sua Resolução 43/173, de 9 de
Dezembro de 1988, e anexa a esta última. 5. Pede ao Comitê para a Prevenção do Crime e a Luta
contra a Delinqüência que formule medidas para
Lembrando as Regras Mínimas das Nações Unidas para aplicação eficaz das Regras, com a assistência dos
a Administração da Justiça de Menores (Regras de Institutos das Nações Unidas para a prevenção do Crime
Beijing). e Tratamento dos Delinqüentes.

Lembrando igualmente a Resolução 21 do Sétimo 6. Convida os Estados membros a adaptarem, quando


Congresso das Nações Unidas sobre a Prevenção do necessário, a sua legislação, práticas, políticas
Crime e o Tratamento dos Delinqüentes, no qual o nacionais, em especial no que respeita à formação de
Congresso pedia o desenvolvimento das Regras das todas as categorias de pessoal da justiça de menores, ao
Nações Unidas para a Proteção dos Menores Privados espírito das Regras, e a levá-las ao conhecimento das
de Liberdade. autoridades a quem digam respeito e ao público em
geral.
Lembrando ainda que o Conselho Econômico e Social,
na Resolução 1986/10, seção II, de 21 de Maio de 1986, 7. Convida também os Estados Membros a informarem o
pediu ao Secretário-Geral para relatar ao Comitê para a Secretário-Geral dos seus esforços para aplicarem as
Prevenção do Crime e a Luta Contra a Delinqüência, na Regras ao nível da sua legislação, política e prática e a
sua décima sessão, os progressos realizados em relação relatarem regularmente ao Comitê para a Prevenção do
às Regras e pedia ao Oitavo Congresso das Nações Crime e a Luta contra a Delinqüência os resultados
Unidas sobre a Prevenção do Crime e o Tratamento dos conseguidos na sua implementação.
Delinqüentes que considerasse as Regras propostas
com vista à sua adoção. 8. Encarrega o Secretário-Geral e convida a os Estados
Membros a assegurarem a maior difusão possível no
Alarmada com as condições em que os jovens são texto das Regras em todas as línguas oficiais das Nações
privados da sua liberdade em todo o mundo. Unidas.

Consciente de que os jovens privados de liberdade são 9. Encarrega o Secretário-Geral de proceder a uma
altamente vulneráveis aos maus tratos, vitimização e investigação comparativa, de promover a colaboração
violação dos seus direitos. necessária e de traçar estratégias para lidar com as
diferentes categorias de jovens delinqüentes graves e
Preocupada com o fato de muitos sistemas não reincidentes e de preparar, com essa base, um relatório
diferenciarem adultos e jovens nos vários estágios da orientado para a formulação de políticas a apresentar ao
administração da justiça e com o fato de os jovens serem Nono Congresso das Nações Unidas para a Prevenção
assim detidos em prisões e outros estabelecimentos com do Crime e o Tratamento dos Delinqüentes.
adultos:
10. Encarrega o Secretário-Geral e pede veementemente
1. Declara que a colocação de um jovem numa instituição aos Estados Membros que forneçam os recursos
deve ser sempre uma decisão do último recurso e pelo necessários para assegurar uma bem sucedida
mínimo período de tempo necessário. aplicação e implementação das Regras, em especial nas
2. Reconhece que, dada a sua alta vulnerabilidade, os áreas do recrutamento, da formação profissional e
jovens privados de liberdade requerem uma atenção e permuta de todas as categorias de pessoal dos Serviços
proteção especiais e que os seus direitos e bem-estar de Justiça de menores.
devem ser garantidos durante e depois do período em 11. Incita todos os organismos competentes do sistema
questão privados de liberdade. das Nações Unidas, em especial o Fundo das Nações
3. Nota com apreço o trabalho valioso do Secretariado Unidas para a Infância, as comissões regionais e
das Nações Unidas e a colaboração que se estabeleceu entidades especializadas, os Institutos das Nações
na preparação do projeto das Regras das Nações Unidas Unidas para a Prevenção do Crime e o Tratamento dos
para a Proteção dos Menores Privados de Liberdade Delinqüentes e todas as organizações
entre o Secretariado e os peritos, os práticos, as intergovernamentais e não-governamentais
organizações intergovernamentais, o conjunto de interessadas, a colaborarem com o Secretário-Geral e a
organizações não governamentais, em especial a Anistia tomarem as medidas necessárias para assegurar um
Internacional, a Defesa Internacional das Crianças, e esforço concentrado e apoiado, dentro de seus
Rädda Barnen Internacional (Federação Sueca de respectivos campos de competência técnica, para
Proteção da Juventude) e as instituições científicas promoverem a aplicação das Regras.
preocupadas com os direitos das crianças e a justiça de
menores.
12. Convida a Subcomissão para a Prevenção da que necessário, em especial durante os exames médicos
Discriminação e a Proteção das Minorias da Comissão e processos disciplinares.
dos Direitos do Homem a considerar este novo
instrumento internacional, tendo em vista promover a
aplicação das suas disposições. 7. Quando apropriado, os Estados devem incorporar as
13. Pede ao Nono Congresso que examine os Regras na sua legislação, ou modificá-la em
progressos efetuados na promoção e aplicação das conformidade, e prever recursos eficazes em caso de
Regras e das recomendações contidas na presente não cumprimento, incluindo a indenização quando são
resolução, num ponto distinto dos trabalhos, relativos à infligidos maus tratos aos jovens. Os Estados devem
justiça de menores. também supervisionar a aplicação das Regras.

8. As autoridades competentes devem procurar


constantemente aumentar a consciência do público
ANEXO quanto ao fato de os cuidados aos jovens detidos e a
preparação do seu regresso à sociedade serem um
Regras das Nações Unidas para a Proteção dos Jovens serviço social de grande importância; com este fim
Privados de Liberdade. devem tomar medidas no sentido de proporcionarem
contatos diretos entre os jovens e a comunidade local.
I - PERSPECTIVAS FUNDAMENTAIS
9. Nenhuma das disposições contidas nestas Regras
1. O sistema de justiça de menores deve respeitar os deve ser interpretada como excluindo a aplicação das
direitos e a segurança dos menores e promover o seu normas e instrumentos pertinentes das Nações Unidas
bem-estar físico e mental. A prisão deverá constituir uma relativos aos Direitos do Homem, reconhecidos pela
medida de último recurso. comunidade internacional, que sejam mais favoráveis
2. Os menores só devem ser privados de liberdade de aos direitos, ao tratamento e à proteção dos menores,
acordo com os princípios e processos estabelecidos das crianças e de todos os jovens.
nestas Regras e nas Regras mínimas das Nações 10. No caso de a aplicação de certas Regras contidas
Unidas para a Administração da Justiça de Menores nas Partes "II a V", inclusive, destas Regras apresentar
(Regras de Beijing). A privação de liberdade de um algum conflito com as Regras contidas na Parte" I", é a
menor deve ser uma medida de último recurso e pelo obrigação de aplicação destas últimas que prevalece.
período mínimo necessário e deve ser limitada a casos
excepcionais. A duração da sanção deve ser
determinada por uma autoridade judicial, sem excluir a
possibilidade de uma libertação antecipada. II - APLICAÇÃO DAS REGRAS

3. As Regras têm como objetivo estabelecer um conjunto 11. Para efeitos das Regras, são aplicáveis as seguintes
de regras mínimas aceitáveis pelas Nações Unidas para definições:
a proteção dos jovens privados de liberdade sob a) Menor é qualquer pessoa que tenha menos de 18
qualquer forma, compatíveis com os direitos humanos e anos. A idade limite abaixo da qual não deve ser
liberdades, tendo em vista combater os efeitos nocivos permitido privar uma criança de liberdade deve ser fixada
de qualquer tipo de detenção e promover a integração na em lei.
sociedade.
b) Privação de liberdade significa qualquer forma de
4. As Regras devem ser aplicadas com imparcialidade, detenção , de prisão ou a colocação de uma pessoa, por
sem discriminação de qualquer espécie quanto à raça, decisão de qualquer autoridade judicial, administrativa ou
cor, sexo, idade, língua, religião, nacionalidade, opiniões outra autoridade pública, num estabelecimento público
políticas ou outras, crenças ou práticas culturais, ou privado do qual essa pessoa não pode sair por sua
situação econômica, nascimento ou situação familiar, própria vontade.
origem étnica ou social e incapacidade. As crenças
religiosa, as práticas culturais e os conceitos morais dos 12. A privação da liberdade deve ser efetuada em
jovens devem ser respeitados. condições e circunstâncias que assegurem o respeito
pelos direitos humanos dos menores. Os menores
5. As Regras têm por fim servir como padrões de fácil detidos devem poder exercer uma atividade útil e seguir
referência e encorajar e guiar os profissionais envolvidos programas que mantenham e reforcem a sua saúde e o
na gestão do sistema da justiça juvenil. respeito por si próprios, favorecendo o seu sentido de
6. As Regras devem ser postas rapidamente à disposição responsabilidade e encorajando-os a adotar atitudes e
do pessoal da justiça de menores na sua língua nacional. adquirir conhecimentos que os auxiliarão no
Os jovens que não são fluentes na língua falada pelo desenvolvimento do seu potencial como membros da
pessoal do estabelecimento de detenção devem ter sociedade.
direito aos serviços gratuitos de um intérprete, sempre
13. Os menores privados de liberdade não devem, por comunicar regularmente com os seus conselheiros
força do seu estatuto de detidos, ser privados dos direitos legais. A privacidade e confidencialidade de tais
civis, econômicos, políticos, sociais ou culturais de que comunicações deve ser assegurada.
gozem por força da lei nacional ou do direito
internacional, e que sejam compatíveis com a privação b) Sempre que possível, os menores devem dispor de
de liberdade. oportunidades de efetuar um trabalho remunerado, e de
continuar a sua educação e formação profissional, mas
não lhes deve ser exigido que o façam. O trabalho, os
estudos ou a formação profissional não devem causar a
14. A proteção dos direitos individuais dos menores, com continuação da detenção.
especial relevância para a legalidade da execução das
medidas de detenção, deve ser assegurada pela
autoridade competente, enquanto os objetivos da
integração social devem ser assegurados mediante c) Os menores podem receber e guardar materiais para
inspeções regulares e outros meios de controle levados os seu tempos livres e recreio, na medida em que isso
a cabo, de acordo com as normas internacionais, leis e for compatível com os interesses da administração da
regulamentos nacionais, por uma entidade devidamente justiça.
constituída, autorizada a visitar os menores e
independente da administração do estabelecimento.
IV - A ADMINISTRAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS
15. As presentes Regras aplicam-se a todos os tipos e DE MENORES
formas de instituições de detenção nas quais os menores
estão privados de liberdade. As partes "I, II, IV e V "das A. REGISTROS
Regras aplicam-se a todos os estabelecimentos e
19. Todos os relatórios, incluindo os autos processuais,
instituições em que os menores são detidos e a Parte "III"
registros médicos e registros de processos disciplinares
aplica-se especificamente aos menores sob detenção ou
e outros documentos relativos à forma, conteúdo e
que aguardem julgamento.
pormenores do tratamento devem ser arquivados num
16. As Regras serão aplicadas no contexto das processo individual e confidencial, que deve ser mantido
condições econômicas, sociais e culturais existentes em atualizado, ser acessível unicamente a pessoas
cada Estado Membro. autorizadas e ser classificado de tal modo que possa ser
facilmente compreendido. Sempre que possível, os
menores devem ter o direito de contestar qualquer fato
III - MENORES SOB DETENÇÃO OU QUE AGUARDAM ou opinião contida no seu processo, de modo a permitir
JULGAMENTO a retificação de declarações inadequadas, infundadas ou
injustas. Com vista ao exercício deste direito, devem
17. Os menores que estão detidos preventivamente ou estabelecer-se procedimentos que autorizem uma
que aguardam julgamento (não julgados) presumem-se terceira parte a ter acesso ao processo ou a consultá-lo
inocentes e serão tratados como tal. A detenção antes do quando requerido. Depois de sua libertação, os
julgamento deve ser evitada, na medida do possível, e processos dos menores serão selados e, em tempo
limitada a circunstâncias excepcionais. Devem, por isso, apropriado, distribuídos.
ser feitos todos os esforços para se aplicarem medidas
alternativas. No entanto, quando se recorrer à detenção 20. Nenhum menor deve ser admitido num
preventiva, os tribunais de menores e os órgãos de estabelecimento sem uma ordem de detenção válida
investigação tratarão tais casos com a maior urgência, a emanada de uma autoridade judicial, administrativa ou
fim de assegurar a mínima duração possível da outra autoridade pública. Os pormenores desta decisão
detenção. Os detidos sem julgamento devem estar devem dar imediatamente entrada no registro. Nenhum
separados dos menores condenados. menor deve ser detido em qualquer estabelecimento
quando tal registro não exista.
18. As condições em que um menor não julgado se
encontra detido devem estar de acordo com as regras
abaixo estabelecidas, sob reserva de disposições B. ADMISSÃO, REGISTRO E TRANSFERÊNCIA
especiais, julgadas necessárias e apropriadas em razão
da presunção da inocência, da duração da detenção e do 21. Em qualquer local em que se encontrem menores
estatuto legal e circunstâncias do menor. Estas detidos, deve ser mantido um registro completo e seguro
disposições devem incluir, mas não necessariamente das seguintes informações relativas a cada menor
restringir-se, ao seguinte: admitido:

a) Os menores devem ter direito aos serviços de um a) Informação sobre a identidade do menor.
advogado e podem requerer assistência judiciária
gratuita, quando essa assistência esteja disponível, e b) Os fatos e os motivos da detenção e a autoridade que
a ordenou.
c) O dia e hora da admissão, transferência ou libertação. estabelecimento o permite, o pessoal especializado do
estabelecimento deve preparar, por escrito, um plano de
d) Pormenores dos problemas conhecidos de saúde tratamento individualizado, especificando os objetivos do
física ou mental, incluindo o abuso de droga e álcool. tratamento, a sua duração e os meios, etapas e prazos
com que os objetivos deverão ser prosseguidos.

22. As informações relativas à admissão, lugar e 28. A detenção de menores só deve ter lugar em
detenção, transferência e libertação devem ser condições que tenham em consideração as suas
fornecidas sem demora aos pais e tutores ou ao parente necessidades particulares, estatuto e requisitos
mais próximo do menor. especiais, exigidos pela sua idade, personalidade, sexo
e tipo de crime, assim como sua saúde física e mental, e
que assegurem a sua proteção contra influências
perniciosas e situações de risco. O principal critério de
23.Tão depressa quanto possível após a admissão,
classificação das diferentes categorias de menores
devem ser elaborados relatórios contendo informações
privados de liberdade deve basear-se no tipo de
relevantes sobre a situação pessoal e o caso de cada
tratamento que melhor se adapte às necessidades
menor e submetidos à administração.
especiais dos indivíduos a que dizem respeito, e à
24. Na admissão, deve ser dada a todos os menores uma proteção da sua integridade física, mental e moral e do
cópia das regras que regem o estabelecimento de seu bem-estar.
detenção e uma descrição escrita dos seus direitos e
29. Em todos os estabelecimentos de detenção os
obrigações numa linguagem que ele possam perceber,
menores devem estar separados dos adultos, a menos
assim como o endereço das autoridades competentes
que sejam membros da mesma família. Sob condições
para receberem queixas e das entidades e organizações
controladas, os menores podem juntar-se com adultos,
públicas e privadas que fornecem assistência legal. Para
cuidadosamente selecionados, como parte de um
os menores analfabetos e para os menores que não
programa especial que se tenha demonstrado ser
compreendam o idioma em que as informações são
benéfico para os menores a que diz respeito.
fornecidas, deverá assegurar-se a sua transmissão de
modo a tornar possível a sua completa compreensão. 30. Devem ser criados estabelecimentos de detenção
abertos para os menores. Os estabelecimentos abertos
25. Todos os menores devem ser ajudados a
são aqueles em não existem ou em que existem um
compreender os regulamentos que regem a organização
mínimo de medidas de segurança, A população desses
interna do estabelecimento, os fins e a metodologia do
estabelecimentos de detenção deve ser tão pequena
tratamento dispensado, as regras disciplinares, os meios
quanto possível. O número de menores detidos em
autorizados de obtenção de informação e de elaboração
estabelecimentos fechados deve ser suficientemente
de queixas, e todos e quaisquer pontos que sejam
pequeno para permitir um tratamento individualizado. Os
necessários para conseguir a percepção completa dos
estabelecimentos de detenção para menores devem ser
seus direitos e obrigações durante a detenção.
descentralizados e de um tamanho que facilite o acesso
26. O transporte dos menores processar-se-á a e o contato entre os menores e as suas famílias. Devem
expensas da administração, em transporte com ser criados estabelecimentos de detenção de pequena
ventilação e luz adequadas, em condições que não os escala e integrados no ambiente social, econômico e
submetam, de qualquer modo, a situações duras ou cultural da comunidade.
indignas. Os menores não devem ser transferidos
arbitrariamente de um estabelecimento para outro.
D. AMBIENTE FÍSICO E ALOJAMENTO

31. Os menores privados de liberdade têm direito a


C. CLASSIFICAÇÃO E COLOCAÇÃO instalações e serviços que preencham todos os
27. Logo que possível, após a sua admissão, cada menor requisitos de saúde e dignidade humana.
deve ser entrevistado e deve ser elaborado um relatório
32. A concepção dos estabelecimentos de detenção de
psicológico e social que identifique quaisquer fatores
menores e o ambiente físico devem estar à altura do
relevantes quanto ao tipo de tratamento e programa de
objetivo de reabilitação ligado ao tratamento residencial,
educação e de formação requeridos pelo menor. Este
respeitando a necessidade de privacidade dos menores,
relatório, juntamente com o relatório elaborado pelo
de estímulos sensoriais e oferecendo oportunidades de
médico que examinou o jovem depois de sua admissão,
associação com outros jovens e a participação em
deve ser enviado ao diretor, para fins de determinação da
desportos, exercício físico e atividades de tempos livres.
colocação mais apropriada do menor dentro do
A concepção e a estrutura dos estabelecimentos de
estabelecimento e do tipo de tratamento e programa de
detenção de menores deve ser de modo a minimizar o
formação requeridos. Quando é requerido um tratamento risco de incêndio e a assegurar a evacuação segura das
de reeducação especial, e a duração de permanência no
instalações. Deve haver um sistema de alarme eficiente,
em caso de fogo, assim como processos formais e
experimentados que permitam a segurança dos
menores. As instalações de detenção não devem ser E. EDUCAÇÃO, FORMAÇÃO PROFISSIONAL E
localizadas em áreas onde existam conhecidos riscos TRABALHO
para a saúde e outros perigos. 38. Qualquer menor em idade de escolaridade
33. As acomodações para dormir devem ser obrigatória tem direito à educação adequada às suas
normalmente constituídos por dormitórios para pequenos necessidades e capacidades, com vista à preparação da
grupos ou quartos individuais, tendo em conta os sua reinserção na sociedade. Tal educação deve ser
padrões locais. Durante as horas de sono, deve haver dada, sempre que possível, fora do estabelecimento de
uma vigilância regular e discreta de todas as áreas onde detenção em escolas da comunidade e, em qualquer
dormem os detidos, quartos individuais e dormitórios de caso, deve ser ministrada por professores qualificados,
grupo, a fim de assegurar a proteção de cada menor. no quadro de programas integrados no sistema educativo
Cada jovem deve receber, de acordo com os padrões do país, de modo a que os menores possam prosseguir,
locais ou nacionais, roupa de cama suficiente e sem dificuldade, os estudos após a sua libertação. A
individual, que deve estar limpa quando é entregue, administração do estabelecimento deve conceder uma
mantida em boa ordem e mudada com a freqüência para especial atenção à educação dos menores de origem
assegurar a sua higiene. estrangeira ou com especiais necessidades culturais ou
étnicas. Os menores que são analfabetos ou que têm
34. As instalações sanitárias devem ser de um nível dificuldades cognitivas ou de aprendizagem devem ter
adequado e estar localizados de forma a permitir que direito a uma educação especial.
cada menor possa satisfazer as suas necessidades
físicas com privacidade e de um modo limpo e decente. 39. Os menores acima da idade de escolaridade
obrigatória que desejem continuar a sua educação
35. A posse de objetos pessoais é um elemento básico devem ser autorizados e encorajados a fazê-lo e devem
do direito à privacidade e é essencial ao bem-estar ser feitos todos os esforços para lhes possibilitar o
psicológico do menor, O direito dos menores possuírem acesso aos programas educacionais apropriados.
objetos pessoais e disporem de lugares adequados para
os guardar deve ser integralmente reconhecido e 40. Os diplomas ou certificados de educação concedidos
respeitado. Os objetos pessoais que o jovem não quer aos jovens durante a detenção não devem indicar que o
ter consigo, ou que são confiscados, devem ser jovem esteve detido.
colocados em lugar seguro. Será feito um inventário 41. Cada estabelecimento de detenção deve
desses bens que deve ser assinado pelo menor. Devem proporcionar o acesso a uma biblioteca que deve estar
ser tomada providências para os manter em boas adequadamente equipada com livros, tanto instrutivos
condições. Todos esses artigos e dinheiro devem ser como recreativos e com publicações periódicas
restituídos ao menor quando esta é libertado, exceto se adequadas aos menores, devendo estes ser encorajados
esse menor for autorizado a gastar o dinheiro ou a enviar e ter possibilidades de fazerem uso completo dos
esse dinheiro ou artigos para fora da instituição. Se um serviços da biblioteca.
menor recebe, ou é encontrado na posse de qualquer
medicamento, o médico deve decidir-se sobre o uso que 42. Todo o menor deve ter direito a receber formação
deve ser feito dele. profissional suscetível de o preparar para a vida ativa.

36. Na medida do possível, os menores devem ter o 43. Nos limites compatíveis com uma seleção
direito a usar as suas próprias roupas. Os profissional adequada com as exigências da
estabelecimentos devem assegurar que cada menor administração e da disciplina da instituição, os menores
tenha roupa pessoal adequada ao clima e suficiente para devem poder escolher o tipo de trabalho que desejam
manter em bom estado de saúde e que, de modo algum, executar.
seja degradante ou humilhante. Os menores que saiam
44. Todos os padrões nacionais e internacionais de
do estabelecimento ou que, por qualquer razão sejam
proteção aplicáveis ao trabalho das crianças e dos jovens
autorizados a abandoná-lo, devem ser autorizados a usar
trabalhadores devem aplicar-se aos menores privados de
as suas próprias roupas.
liberdade.
37. Cada estabelecimento assegurará que todos os
menores recebam alimentação convenientemente 45. Sempre que possível, deve dar-se aos menores a
oportunidade de realizarem trabalho remunerado, se
preparada e servida às horas normais das refeições e de
possível na comunidade local, como complemento da
qualidade e quantidade que satisfaça as normas
formação profissional que lhes é ministrada com o fim de
dietéticas, de higiene e de saúde e, tanto quanto
lhes proporcionar a possibilidade de encontrarem um
possível, requisitos religiosos e culturais. Água potável
trabalho conveniente quando regressam às suas
deve estar à disposição de todos os menores em
comunidades. O tipo de trabalho deve ser de molde a
qualquer momento.
fornecer formação apropriada que beneficie os menores
após a libertação. A organização e métodos oferecidos
nos estabelecimentos de detenção devem assemelhar-
se, tanto quanto possível, aos trabalhos similares na H. CUIDADOS MÉDICOS
comunidade, de modo a preparar os menores para as 49. Todos os jovens deverão receber cuidados médicos
condições de uma vida de trabalho normal. adequados, tanto preventivos como terapêuticos,
46. Todos os menores que trabalham devem ter direito a incluindo cuidados de estomatologia, oftalmologia e de
uma remuneração eqüitativa. Os interesses dos menores saúde mental, assim como produtos farmacêuticos e
e da sua formação profissional não devem estar dietas especiais, de acordo com a prescrição médica.
subordinados a fins lucrativos da instituição ou de Todos estes cuidados médicos devem, sempre que
terceiros. Parte dos ganhos do menor deve normalmente possível, se proporcionado aos menores detidos através
ser posta de lado, a fim de constituir um fundo de das instituições e serviços de saúde apropriados da
poupança a ser entregue ao menor quando da sua comunidade na qual o estabelecimento de detenção
libertação. O menor deve ter o direito de usar o encontra-se situado, de modo a prevenir a
remanescente desses ganhos na compra de artigos para estigmatização do menor e a promover o respeito próprio
seu uso pessoal ou para indenizar a vítima prejudicada e a integração na comunidade.
pelo seu crime ou para o enviar à família ou outras
pessoas que se encontram fora do estabelecimento.
50. Todos os jovens têm o direito de ser examinados por
um médico imediatamente após sua admissão no
F. RECREIO estabelecimento de detenção, com o fim de se registrar
qualquer prova de mais tratos anteriores e identificar
47. Todos os jovens devem ter direito diariamente a um qualquer problema físico ou mental que requeira atenção
período de tempo adequado para exercício ao ar livre, médica.
quando o tempo o permita durante o qual lhe devem ser
normalmente proporcionados atividades físicas e 51. Os serviços médicos fornecidos aos menores devem
recreativas adequadas. Para estas atividades devem ser- procurar detectar e tratar qualquer doença física e mental
lhes fornecidos espaços, instalações e equipamento ou outra, e o abuso de substâncias que possam constituir
adequados. Todos os jovens devem ter tempo adicional obstáculo à inserção do menor na sociedade. Todos os
para atividades diárias de tempos livres, parte das quais estabelecimentos de detenção de menores deverão ter
devem ser dedicadas, se o jovem o desejar, ao acesso imediato a meios e equipamentos médicos
desenvolvimento de aptidões para artes e ofícios. O apropriados ao número e necessidades dos seus
estabelecimento deve assegurar que cada menor esteja residentes e estar dotados de pessoal formado em
fisicamente apto para participar nos programas cuidados preventivos de saúde e em emergências
existentes de educação física. Deve ser proporcionada médicas. Qualquer jovem que esteja doente, que se
educação física e terapia corretiva, sob supervisão queixe de doença ou demonstre sintomas de dificuldades
médica, aos menores que delas necessitem. físicas ou mentais, deve ser prontamente examinado por
um médico.

52. Qualquer médico que tenha razão para crer que a


G. RELIGIÃO saúde física ou mental de um jovem tem sido ou será
perniciosamente afetada pela detenção prolongada, por
48. Todos os menores devem ser autorizados a satisfazer uma greve de fome ou qualquer condição da detenção,
as suas necessidades religiosas e de vida espiritual, em deve relatar este fato imediatamente ao diretos do
especial assistindo aos serviços religiosos ou encontros estabelecimento em causa e à autoridade independente
organizados no estabelecimento ou contatando com os responsável pela proteção do bem-estar dos menores.
representantes do seu culto e tendo na sua posse dos
livros e objetos de culto e de instrução religiosa próprios 53. Um menor que sofre de doença mental deve ser
da sua confissão. Se um estabelecimento de detenção tratado numa instituição especializada sob supervisão
tiver um número suficiente de menores de uma dada médica independente. Devem ser feitas diligências, junto
religião, um ou mais representantes qualificados dessa das instituições apropriadas, para assegurar a
religião devem ser nomeados ou aprovados e ser-lhes continuação dos cuidados de saúde mental depois da
concedida autorização para prestar serviços religiosos libertação.
regulares e fazer visitas pastorais particulares aos
menores, a pedido destes. Todos os jovens devem ter 54. Os estabelecimentos de detenção de menores
direito a receber visitas de um representante qualificado devem adotar programas especializados de prevenção
de qualquer religião da sua escolha, assim como o direito do abuso de drogas, bem como programas de
de não participarem nos serviços religiosos e recusarem reabilitação, a ser administrados por pessoal qualificado.
livremente a educação, aconselhamento ou doutrinação Estes programas devem ser adaptados à idade, sexo e
religiosa. outras características dos menores a que dizem respeito;
instalações e serviços de desintoxicação, com pessoal
qualificado devem ser postos à disposição dos menores tratamento junto e humano e é essencial à preparação
dependentes de droga ou álcool. destes para a sua reinserção social. Os menores devem
ser autorizados a comunicar com as suas famílias,
55. Os medicamentos só devem ser administrados para amigos e com membros ou representantes de
tratamentos médicos necessários e, quando possível, organizações exteriores de renome, a sair das
depois de ser obtido o consentimento esclarecido do instalações de detenção para visitarem as suas casas e
menor em causa. Em especial, não devem ser famílias e receberem autorização especial para sair do
administrados com vista a provocar ilicitamente estabelecimento de detenção por razões imperiosas de
informações ou uma confissão, como castigo ou como caráter educativo, profissional ou outras. Se o menor
meio repressivo. Os menores nunca devem ser cobaias estiver a cumprir uma pena, o tempo passado fora do
no uso experimental de fármacos ou tratamentos. A estabelecimento deve ser contado como parte do período
administração de qualquer fármaco deve sempre ser de pena.
autorizada e efetuada por pessoal médico qualificado.
60. Todos os menores devem ter o direito de receber
visitas regulares e freqüentes de membros da sua
família, em princípio uma vez por semana e não menos
do que uma vez por mês, em circunstâncias que
respeitem a sua necessidade de privacidade, contato e
comunicação sem restrição, com a família e o advogado
I. NOTIFICAÇÃO DE DOENÇA, ACIDENTE OU MORTE
de defesa.
56. A família ou tutor de um menor e qualquer outra
pessoa por si designada tem o direito de ser informada,
quando o requeira, do estado de saúde do menor, bem 61. Todos os menores devem ter o direito de comunicar
como no caso de se darem quaisquer mudanças por escrito ou por telefone, pelo menos duas vezes por
importantes na saúde do menor. O diretor do semana, com a pessoa da sua escolha, a menos que
estabelecimento de detenção deve notificar estejam legalmente proibidos de o fazer, e deve, se
imediatamente a família ou tutor do menor em causa, ou necessário, ser auxiliados a fim de gozarem efetivamente
outra pessoa por este indicada, no caso de morte, este direito. Todos os menores devem ter direito a
doença que requeira a transferência do menor para uma receber correspondência.
instalação médica exterior, ou condição que requeira
cuidados médicos dentro do estabelecimento de 62. Os menores devem ter oportunidade de se manterem
detenção por mais de 48 horas. Devem também notificar- regularmente informados das notícias, lendo jornais,
se autoridades consulares do Estado de que um menor revistas e outras publicações, através da rádio,
estrangeiro é cidadão. programas de televisão e filmes e através de visitas de
representantes de qualquer clube ou organização lícitas
57. Em caso de morte de um menor durante o período de em que estejam interessados.
privação de liberdade, o parente mais próximo deve reter
o direito de inspecionar a certidão de óbito, ver o corpo e
determinar o que quer fazer do corpo. Após a morte de K. LIMITAÇÃO À COAÇÃO FÍSICA E AO USO DA
um menor detido, deverá haver um inquérito FORÇA
independente às causas da morte, cujo relatório deve ser
posto à disposição do parente mais próximo. Este 63. O recurso a instrumentos de coação e à força para
inquérito deve também ser realizado quando a morte do qualquer fim deve ser proibido, exceto nas condições da
menor ocorre dentro dos seis meses seguintes à data da regra 64.
sua libertação do estabelecimento e existam razões para
crer que a morte está relacionada com o período de 64. Os instrumentos de coação e o uso da força só
detenção. podem ser usados em casos excepcionais, quando o
recurso a outros métodos de controle se tiver revelado
58. Um menor deve ser informado tão depressa quanto inoperante, e só nos termos explicitamente autorizados e
possível da morte, doença ou acidente grave de qualquer especificados na lei e regulamentos. Não devem causar
membro da sua família próxima e deve ser-lhe concedida humilhação ou degradação e devem ser usados
a possibilidade de assistir ao funeral do falecido e de restritivamente e apenas durante o período estritamente
visitar um parente gravemente doente. necessário. Por ordem do diretor da administração, estes
instrumentos podem ser empregados para impedir o
jovem de se ferir a si mesmo, ferir outros ou causar séria
J. CONTATOS COM O EXTERIOR destruição de propriedade, em tais circunstâncias, o
diretor deve consultar imediatamente o médico e outro
59. Devem ser fornecidos todos os meios para assegurar pessoal relevante e participar o caso à autoridade
a comunicação adequada dos menores com o mundo administrativa hierarquicamente superior.
exterior, o que constitui parte integrante do direito a um
65. O porte e uso de armas pelo pessoal deve ser autoridade imparcial. Devem ser conservados registros
proibido em qualquer estabelecimento onde estejam completos de todos os processos disciplinares.
detidos menores.
71. Nenhum jovem deve ter à seu cargo funções
disciplinares exceto no que se refere à supervisão de
atividades sociais, educativas ou desportivas específicas
L. PROCESSOS DISCIPLINARES ou em programas de autogestão.
66. Quaisquer medidas e processos disciplinares devem
contribuir para a segurança e uma vida comunitária
ordenada e ser compatíveis com o respeito da inerente M. INSPEÇÃO E QUEIXAS
dignidade do menor e com os objetivos fundamentais do
tratamento institucional, inspirando designadamente, um 72. Inspetores qualificados ou uma autoridade
sentido de justiça, de respeito pelos direitos básicos de equivalente devidamente constituída, e não pertencente
cada pessoa. à administração da instalação devem ter o poder de fazer
inspeções regulares e proceder a inspeções não
67. Serão estritamente proibidas todas as medidas anunciadas, por sua própria iniciativa, devendo gozar de
disciplinares que se traduzam num tratamento cruel, garantias de independência total no exercício desta
desumano ou degradante, tais como castigos corporais, função. Os inspetores devem ter livre acesso a todas as
colocação numa cela escura, num calabouço ou em pessoas empregadas ou que trabalham nos
isolamento, ou qualquer outro castigo que possa estabelecimentos onde se encontram ou poderão
comprometer a saúde física ou mental do menor em encontrar-se menores privados de liberdade, a todos os
causa. A redução de alimentação e a restrição da recusa menores e a todos os registros dessas instalações.
de contato com os membros da família devem ser
proibidas, seja quais forem as razões. O trabalho deve 73. Médicos qualificados ligados à autoridade inspetora
ser sempre visto como um instrumento educativo e um ou o serviço público de saúde devem participar nas
meio de promover o auto-respeito do menor preparando- inspeções, avaliando o cumprimento das regras
o para o regresso à comunidade e não deve ser imposto referentes ao ambiente físico, higiene, acomodações,
como sanção disciplinar. Nenhum menor deve ser punido alimentação, exercício e serviços médicos, assim como
mais do que uma vez pela mesma infração disciplinar. qualquer outro aspecto ou condições da vida institucional
Devem ser proibidas sanções coletivas. que afetem a saúde física e mental dos menores.
Qualquer menor deve ter o direito da falar,
68. A legislação ou regulamentos adotados pela confidencialmente, com qualquer inspetor.
autoridade administrativa competente devem
estabelecer normas referentes aos seguintes aspectos, 74. Depois de completada a inspeção, o inspetor deve
tendo em com as características, necessidades e direitos apresentar um relatório sobre os fatos. O relatório deve
fundamentais dos menores: incluir uma avaliação do cumprimento pelo
estabelecimento das presentes regras e das disposições
a) Conduta que constitui uma infração disciplinar. relevantes da lei nacional, e conter recomendações
relativas a quaisquer providências consideradas
b) Natureza e duração das sanções disciplinares que necessárias para assegurar o seu cumprimento.
podem ser impostas. Quaisquer fatos descobertos pelo inspetor que pareçam
c) A autoridade competente para impor essas sanções. indicar a ocorrência de uma violação das disposições
legais relativas aos direitos dos menores ou no
d) A autoridade competente para apreciar os recursos. funcionamento de um estabelecimento de detenção para
menores devem ser comunicados às autoridades
competentes para a investigação e acusação.
69. Os relatórios sobre a conduta irregular devem ser
75. Todos os menores devem ter a oportunidade de fazer
prontamente apresentados à autoridade competente,
pedidos ou queixas ao diretor da instalação da detenção
que deve pronunciar-se sobre ela sem atrasos ou ao seu representante.
injustificáveis. A autoridade competente deve proceder a
um exame exaustivo do caso. 76. Todos os menores devem ter o direito de apresentar
um pedido ou queixa, não sujeito à censura quanto ao
70. Nenhum jovem deve ser punido disciplinarmente, à
fundo, à administração central dos estabelecimentos
não ser em estrita observância dos termos da lei e
para menores, à autoridade judicial ou outras autoridades
regulamentos em vigor. Nenhum jovem deve ser punido competentes, através dos canais autorizados e a ser
sem ter sido informado da infração que lhe é imputada,
informados sem demora da resposta.
de um modo apropriado à sua compreensão e sem que
lhe tenha sido dada a oportunidade de apresentar a sua 77. Devem ser feitos esforços para criar serviço
defesa, incluindo o direito de recorrer para uma independente (ombudsman) para receber e investigar
queixas feitas pelos menores privados de liberdade e 83. Para assegurar os objetivos precedentes, devem
para auxiliar na execução de soluções eqüitativas. designar-se funcionários profissionais, com remuneração
adequada, de forma a atrair e reter os homens e
78. Todos os menores devem ter o direito de, quando mulheres mais indicados. O pessoal dos
possível, pedir auxílio aos membros da sua família, estabelecimentos de menores deve ser continuamente
juristas, grupos humanitários ou outros, para formular encorajado a desempenhar os seus deveres e
uma queixa. Deve ser dada assistência aos menores obrigações de um modo humano, empenhado,
analfabetos, caso precisem de utilizar as serviços de profissional, justo e eficiente, a agir sempre de forma a
organismos públicos ou privados e organizações que merecer e ganhar o respeito dos menores e
fornecem aconselhamento legal ou que sejam proporcionar-lhes um modelo de identificação e uma
competentes para receber queixas. perspectiva positivas.

84. A administração deve introduzir formas de


N. REGRESSO À COMUNIDADE organização e gestão que facilitem as comunicações
entre as diferentes categorias de pessoal em cada
79. Todos os jovens devem beneficiar de medidas estabelecimento, de modo a estimular a cooperação
destinadas a auxiliá-los no seu regresso à sociedade, à entre os vários serviços empenhados no tratamento dos
vida familiar, à educação ou emprego, depois da menores, assim como entre o pessoal e a administração,
libertação. Com este fim devem ser concebidos com vista a assegurar que o pessoal que está
procedimentos, que incluem a libertação antecipada e a diretamente em contato com os menores seja capaz de
realização de estágios. funcionar em condições favoráveis ao eficiente
cumprimento dos seus deveres.
80-. As autoridades competentes devem criar ou recorrer
a serviços para auxiliar os menores a reintegrarem-se na 85. O pessoal deve receber uma formação que lhe
sociedade e para diminuir os preconceitos contra eles. permita desempenhar as suas funções com eficácia,
Estes serviços devem assegurar, até ao limite possível, incluindo, em especial, uma formação nos domínios da
que os menores disponham de alojamento, emprego e psicologia juvenil, da proteção juvenil e dos padrões e
vestuário adequado e de meios suficientes para se normas internacionais sobre os direitos das crianças,
manterem depois da libertação, a fim de facilitar uma incluindo as presentes regras. O pessoal deve manter e
reintegração bem sucedida. Os representantes de melhorar os seus conhecimentos e capacidade
organismos que fornecem tais serviços devem ser profissional, freqüentando cursos de formação
consultados e ter acesso aos menores enquanto se permanente, que devem ser organizados com intervalos
encontram detidos, com o fim de os auxiliar no seu apropriados, ao longo de toda a sua carreira.
regresso à comunidade.
86. O diretor da instituição deve estar adequadamente
qualificado para o seu trabalho, devendo possuir
capacidade administrativa, formação e experiência
V- PESSOAL
adequadas e desempenhar as sua funções a tempo
81. O pessoal deve ser qualificado e incluir um número inteiro.
suficiente de especialistas tais como educadores, 87. No cumprimento das suas funções, o pessoal das
técnicos de formação profissional, conselheiros,
instituições de detenção deve respeitar e proteger a
assistentes sociais, psiquiatras e psicólogos. Este e outro
dignidade humana e os direitos humanos fundamentais
pessoal especializado deve ter, normalmente, um vínculo
de todos os menores. Em especial:
trabalhista de natureza permanente. Isto não deve excluir
trabalhadores a tempo parcial ou voluntários, sempre que a) Nenhum membro do pessoal do estabelecimento de
o apoio e a formação que possam prestar seja adequado detenção pode, sob qualquer pretexto ou em quaisquer
e benéfico. As instalações de detenção devem fazer uso circunstâncias, infringir ou tolerar qualquer ato de tortura
de todas as possibilidades e modalidades de assistência ou qualquer forma de tratamento, castigo, correção ou
médica, educativa, moral, espiritual e outras que estejam disciplina cruel, desumana ou degradante.
disponíveis na comunidade e que sejam idôneas, em
função das necessidades e problemas particulares dos b) O pessoal do estabelecimento deve opor-se
menores detidos. rigorosamente e combater qualquer ato de corrupção,
denunciando-o, sem demora, às autoridades
82. A administração deve proceder à seleção e competentes,
recrutamento cuidadosos de cada grau e tipo de pessoal,
uma vez que a gestão correta dos estabelecimentos de c) O pessoal dos estabelecimento deve respeitar as
detenção depende da sua integridade, humanidade, presentes regras. Qualquer elemento do pessoal, que
aptidão e capacidade profissional para lidar com tiver razões para crer que ocorreu ou está em vias de
menores, bem como da adequação pessoal para o ocorrer uma violação grave das presentes regras, deve
trabalho. comunicar o fato às autoridades hierarquicamente
superiores ou aos órgãos investidos do poder de revisão
ou sanção.
Justiça da Infância e da
d) O pessoal do estabelecimento deve assegurar a
Juventude Regra de Beijing
completa proteção da saúde mental e física dos Adotadas pela Resolução 40/33 da Assembléia Geral da
menores, incluindo a proteção contra abusos e ONU, em 29 de novembro de 1985.
exploração físicos, sexuais e emocionais e deve tomar
providências imediatas para assegurar cuidados PRIMEIRA PARTE
médicos quando necessário.
PRINCÍPIOS GERAIS
e) O pessoal do estabelecimento deve respeitar o direito
dos menores à privacidade, e , em especial, deve 1 - ORIENTAÇÕES FUNDAMENTAIS
preservar a confidencialidade dos assuntos relativos aos 1.1 Os Estados Membros procurarão, em consonância
menores e suas famílias, de que tenha tido conhecimento com seus respectivos interesses gerais, promover o
através do exercício das suas funções profissionais. bem-estar da criança e do adolescente e de sua família.
f) O pessoal do estabelecimento deve procurar minimizar 1.2 Os Estados Membros esforçar-se-ão para criar
qualquer diferença entre a vida dentro e for da instituição condições que garantam à criança e ao adolescente uma
de detenção que tenda a diminuir o respeito à dignidade vida significativa na comunidade, fomentando, durante o
do menor como ser humano. período de idade em que ele é mais vulnerável a um
comportamento desviado, um processo de
desenvolvimento pessoal e de educação o mais isento
possível do crime e da delinqüência.

1.3 Conceder-se-á a devida atenção à adoção de


medidas concretas que permitam a mobilização de todos
os recursos disponíveis, com a inclusão da família, de
voluntários e outros grupos da comunidade, bem como
da escola e de demais instituições comunitárias, com o
fim de promover o bem-estar da criança e do
adolescente, reduzir a necessidade da intervenção legal
e tratar de modo efetivo, eqüitativo e humano a situação
de conflito com a lei.

1.4 A Justiça da Infância e da Juventude será concebida


como parte integrante do processo de desenvolvimento
nacional de cada país e deverá ser administrada no
marco geral de justiça social para todos os jovens, de
maneira que contribua ao mesmo tempo para a sua
proteção e para a manutenção da paz e da ordem na
sociedade.

1.5 As presentes regras se aplicarão segundo o contexto


das condições econômicas, sociais e culturais que
predominem em cada um dos Estados Membros.

1.6 Os serviços da Justiça da Infância e da Juventude se


aperfeiçoarão e se coordenarão sistematicamente com
vistas a elevar e manter a competência de seus
funcionários, os métodos, enfoques e atitudes adotadas.

2 - ALCANCE DAS REGRAS E DEFINIÇÕES


UTILIZADAS

2.1 As regras mínimas uniformes que se enunciam a


seguir se aplicarão aos jovens infratores com
imparcialidade, sem distinção alguma, por exemplo, de
raça, cor, sexo, idioma, religião, opinião política ou de
Regras Mínimas das Nações qualquer outra natureza, origem nacional ou social,
Unidas para a Administração da posição econômica, nascimento ou qualquer outra
condição.
2.2 Para os fins das presentes regras, os Estados decisão em relação aos jovens infratores será sempre
Membros aplicarão as definições seguintes, de forma proporcional às circunstâncias do infrator e da infração.
compatível com seus respectivos sistemas e conceitos
jurídicos: 6 - ALCANCE DAS FACULDADES DISCRICIONÁRIAS

a) jovem é toda a criança ou adolescente que, de acordo 6.1 Tendo-se em conta as diversas necessidades
com o sistema jurídico respectivo, pode responder por especiais dos jovens, assim como a diversidade de
uma infração de forma diferente do adulto; medidas disponíveis, facultar-se-á uma margem
suficiente para o exercício de faculdades discricionárias
b) infração é todo comportamento (ação ou omissão) nas diferentes etapas dos processos e nos distintos
penalizado com a lei, de acordo com o respectivo sistema níveis da administração da Justiça da Infância e da
jurídico; Juventude, incluídos os de investigação,processamento,
sentença e das medidas complementares das decisões.
c)jovem infrator é aquele a quem se tenha imputado o
cometimento de uma infração ou que seja considerado 6.2 Procurar-se-á, não obstante, garantir a devida
culpado do cometimento de uma infração. competência em todas as fases e níveis no exercício de
quaisquer dessas faculdades discricionárias.
2.3 Em cada jurisdição nacional procurar-se-á promulgar
um conjunto de leis, normas e disposições aplicáveis 6.3 Quem exercer tais faculdades deverá estar
especificamente aos jovens infratores, assim como aos especialmente preparado ou capacitado para fazê-lo
órgãos e instituições encarregados das funções de judiciosamente e em consonância com suas respectivas
administração da Justiça da Infância e da Juventude, funções e mandatos.
com a finalidade de:
7 - DIREITOS DOS JOVENS
a) satisfazer as diversas necessidades dos jovens
infratores, e ao mesmo tempo proteger seus direitos 7.1 Respeitar-se-ão as garantias processuais básicas em
básicos; todas as etapas do processo, como a presunção de
inocência, o direito de ser informado das acusações, o
b) satisfazer as necessidades da sociedade; direito de não responder, o direito à assistência judiciária,
o direito à presença dos pais ou tutores, o direito à
c) aplicar cabalmente e com justiça as regras que se confrontação com testemunhas e a interrogá-las e o
enunciam a seguir. direito de apelação ante uma autoridade superior.
3 - AMPLIAÇÃO DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO DAS 8 - PROTEÇÃO DA INTIMIDADE
REGRAS
8.1 Para evitar que a publicidade indevida ou o processo
3.1 As disposições pertinentes das regras não só se de difamação prejudiquem os jovens, respeitar-se-á, em
aplicarão aos jovens infratores, mas também àqueles todas as etapas, seu direito à intimidade.
que possam ser processados por realizar qualquer ato
concreto que não seria punível se fosse praticado por 8.2 Em princípio, não se publicará nenhuma informação
adultos. que possa dar lugar à identificação de um jovem infrator.

3.2 Procurar-se-á estender o alcance dos princípios 9 - CLÁUSULA DE SALVAGUARDA


contidos nas regras a todos os jovens compreendidos
nos procedimentos relativos à atenção à criança e ao 9.1 Nenhuma disposição das presentes regras poderá
adolescente e a seu bem-estar. ser interpretada no sentido de excluir os jovens do âmbito
da aplicação das Regras Mínimas Uniformes para o
3.3 Procurar-se-á também estender o alcance dos Tratamento dos Prisioneiros, aprovadas pelas Nações
princípios contidos nas regras aos infratores adultos Unidas, e de outros instrumentos e normas relativos ao
jovens. cuidado e à proteção dos jovens reconhecidos pela
comunidade internacional.
4 - RESPONSABILIDADE PENAL
SEGUNDA PARTE
4.1 Nos sistemas jurídicos que reconheçam o conceito
de responsabilidade penal para jovens, seu começo não INVESTIGAÇÃO E PROCESSAMENTO
deverá fixar-se numa idade demasiado precoce, levando-
se em conta as circunstâncias que acompanham a 10 - PRIMEIRO CONTATO
maturidade emocional, mental e intelectual. 10.1 Sempre que um jovem for apreendido, a apreensão
5 - Objetivos do Justiça da infância e da Juventude será notificada imediatamente a seus pais ou tutor e,
quando não for possível tal notificação imediata, será
5.10 sistema de Justiça da Infância e da Juventude notificada aos pais ou tutor no mais breve prazo possível.
enfatizará o bem-estar do jovem e garantirá que qualquer
10.2 O juiz, funcionário ou organismo competentes 13.4 Os jovens que se encontrem em prisão preventiva
examinarão sem demora a possibilidade de pôr o jovem estarão separados dos adultos e recolhidos a
em liberdade.
estabelecimentos distintos ou em recintos separados nos
10.3 Os contatos entre os órgãos encarregados de fazer estabelecimentos onde haja detentos adultos.
cumprir a lei e o jovem infrator serão estabelecidos de
modo a que seja respeitada a sua condição jurídica, 13.5 Enquanto se encontrem sob custódia, os jovens
promova-se o seu bem-estar e evite-se que sofra dano, receberão cuidados, proteção e toda assistência - social,
resguardando-se devidamente as circunstâncias do educacional, profissional, psicológica, médica e física -
caso. que requeiram, tendo em conta sua idade, sexo e
características individuais.
11- REMISSÃO DOS CASOS
TERCEIRA PARTE
11.1 Examinar-se-á a possibilidade, quando apropriada,
de atender os jovens infratores sem recorrer às DECISÃO JUDICIAL E MEDIDAS
autoridades competentes, mencionadas na regra 14.1 14 - AUTORIDADE COMPETENTE PARA DECIDIR
adiante, para que os julguem oficialmente.
14.1 Todo jovem infrator, cujo caso não tenha sido objeto
11.2 A polícia, o ministério público e outros organismos de remissão (de acordo com a regra 11), será
que se ocupem de jovens infratores terão a faculdade de apresentado à autoridade competente (juizado, tribunal,
arrolar tais casos sob sua jurisdição, sem necessidade junta, conselho), que decidirá de acordo com os
de procedimentos formais, de acordo com critérios princípios de um processo imparcial e justo.
estabelecidos com esse propósito nos respectivos
sistemas jurídicos e também em harmonia com os 14.2 Os procedimentos favorecerão os interesses do
princípios contidos nas presentes regras. jovem e serão conduzidos numa atmosfera de
compreensão, que lhe permita participar e se expressar
11.3 Toda remissão que signifique encaminhar o jovem a livremente.
instituições da comunidade ou de outro tipo dependerá
do consentimento dele, de seus pais ou tutores; 15 - Assistência judiciária e direitos dos pais e tutores
entretanto, a decisão relativa à remissão do caso será
15.1 O jovem terá direito a se fazer representar por um
submetida ao exame de uma autoridade competente, se
advogado durante todo o processo ou a solicitar
assim for solicitado.
assistência judiciária gratuita, quando prevista nas leis do
11.4 Para facilitar a tramitação jurisdicional dos casos de país.
jovens, procurar-se-á proporcionar à comunidade
15.2 Os pais ou tutores terão direito de participar dos
programas tais como orientação e supervisão
procedimentos e a autoridade competente poderá
temporária, restituição e compensação das vítimas.
requerer a sua presença no interesse do jovem. Não
12 - ESPECIALIZAÇÃO POLICIAL obstante, a autoridade competente poderá negar a
participação se existirem motivos para presumir que a
12.1 Para melhor desempenho de suas funções, os exclusão é necessária aos interesses do jovem.
policiais que tratem freqüentemente ou de maneira
exclusiva com jovens ou que se dediquem 16 - RELATÓRIOS DE INVESTIGAÇÃO SOCIAL
fundamentalmente à prevenção da delinqüência de
16.1 Para facilitar a adoção de uma decisão justa por
jovens receberão instrução e capacitação especial. Nas
parte da autoridade competente, a menos que se tratem
grandes cidades, haverá contingentes especiais de
de infrações leves, antes da decisão definitiva será
polícia com essa finalidade.
efetuada uma investigação completa sobre o meio social
13 - PRISÃO PREVENTIVA e as circunstâncias de vida do jovem e as condições em
que se deu a prática da infração.
13.1 Só se aplicará a prisão preventiva como último
recurso e pelo menor prazo possível. 17 - PRINCÍPIOS NORTEADORES DA DECISÃO
JUDICIAL E DAS MEDIDAS
13.2 Sempre que possível, a prisão preventiva será
substituída por medidas alternativas, como a estrita 17.1 A decisão da autoridade competente pautar-se-á
supervisão, custódia intensiva ou colocação junto a uma pelos seguintes princípios:
família ou em lar ou instituição educacional.
a) a resposta à infração será sempre proporcional não só
13.3 Os jovens que se encontrem em prisão preventiva às circunstâncias e à gravidade da infração, mas também
gozarão de todos os direitos e garantias previstos nas às circunstâncias e às necessidades do jovem, assim
como às necessidades da sociedade;
Regras Mínimas para o Tratamento de Prisioneiros,
aprovadas pelas Nações Unidas.
b) as restrições à liberdade pessoal do jovem serão 21.1 Os registros de jovens infratores serão de caráter
impostas somente após estudo cuidadoso e se reduzirão estritamente confidencial e não poderão ser consultados
ao mínimo possível; por terceiros. Só terão acesso aos arquivos as pessoas
que participam diretamente da tramitação do caso ou
c) não será imposta a privação de liberdade pessoal a outras pessoas devidamente autorizadas.
não ser que o jovem tenha praticado ato grave,
21.2 Os registros dos jovens infratores não serão
envolvendo violência contra outra pessoa ou por utilizados em processos de adultos em casos
reincidência no cometimento de outras infrações sérias, subseqüentes que envolvam o mesmo infrator.
e a menos que não haja outra medida apropriada;
22 - NECESSIDADE DE PROFISSIONALISMO E
d) o bem-estar do jovem será o fator preponderante no CAPACITAÇÃO
exame dos casos.
22.1 Serão utilizados a educação profissional, o
17.2 A pena capital não será imposta por qualquer crime treinamento em serviço, a reciclagem e outros meios
cometido por jovens. apropriados de instrução para estabelecer e manter a
17.3 Os jovens não serão submetidos a penas corporais. necessária competência profissional de todo o pessoal
que se ocupa dos casos de jovens.
17.4 A autoridade competente poderá suspender o
processo em qualquer tempo. 22.2 O quadro de servidores da Justiça da Infância e da
Juventude deverá refletir as diversas características dos
18 - PLURALIDADE DAS MEDIDAS APLICÁVEIS jovens que entram em contato com o sistema. Procurar-
se-á garantir uma representação eqüitativa de mulheres
18.1 Uma ampla variedade de medidas deve estar à e minorias nos órgãos da Justiça da Infância e da
disposição da autoridade competente, permitindo a
Juventude.
flexibilidade e evitando ao máximo a institucionalização.
Tais medidas, que podem algumas vezes ser aplicadas QUARTA PARTE
simultaneamente, incluem:
TRATAMENTO EM MEIO ABERTO
a) determinações de assistência, orientação e
supervisão; 23 - EXECUÇÃO EFETIVA DAS MEDIDAS

b) liberdade assistida; 23.1 Serão adotadas disposições adequadas para o


cumprimento das determinações ditadas pela autoridade
c) prestação de serviços à comunidade; competente, mencionadas na regra 14.1, por essa
mesma autoridade ou por outra diferente, se as
d) multas, indenizações e restituições;
circunstâncias assim o exigirem.
e) determinação de tratamento institucional ou outras
23.2 Tais dispositivos incluirão a faculdade da autoridade
formas de tratamento;
competente para modificar periodicamente as
f) determinação de participar em sessões de grupo e determinações segundo considere adequado, desde que
atividades similares; a modificação se paute pelos princípios enunciados
nestas regras.
g) determinação de colocação em lar substituto, centro
de convivência ou outros estabelecimentos educativos; 24 - PRESTAÇÃO DA ASSISTÊNCIA NECESSÁRIA

h) outras determinações pertinentes. 24.1 Procurar-se-á proporcionar aos jovens, em todas as


etapas dos procedimentos, assistência em termos de
18.2 Nenhum jovem será excluído, total ou parcialmente, alojamento, ensino e capacitação profissional, emprego
da supervisão paterna, a não ser que as circunstâncias ou qualquer outra forma de assistência útil e prática para
do caso tornem-no necessário. facilitar o processo de reabilitação.
19 - CARÁTER EXCEPCIONAL DA 25 - Mobilização de voluntários e outros serviços
INSTITUCIONALIZAÇÃO comunitários
19.1 A internação de um jovem em uma instituição será 25.1 Os voluntários, as organizações voluntárias, as
sempre uma medida de último recurso e pelo mais breve instituições locais e outros recursos da comunidade
período possível. serão chamados a contribuir eficazmente para a
reabilitação do jovem num ambiente comunitário e, tanto
20 - Prevenção de demoras desnecessárias
quanto possível, na unidade familiar.
20.1 Todos os casos tramitarão, desde o começo, de
QUINTA PARTE
maneira expedita e sem demoras desnecessárias.
TRATAMENTO INSTITUCIONAL
21 - REGISTROS
26 - OBJETIVOS DO TRATAMENTO INSTITUCIONAL 29 - SISTEMAS SEMI-INSTITUCIONAIS

26.1 A capacitação e o tratamento dos jovens colocados 29.1 Procurar-se-á estabelecer sistemas semi-
em instituições têm por objetivo assegurar seu cuidado, institucionais, como casas de semi-liberdade, lares
proteção, educação e formação profissional para educativos, centros de capacitação diurnos e outros
permitir-lhes que desempenhem um papel construtivo e sistemas apropriados que possam facilitar a adequada
produtivo na sociedade. reintegração dos jovens na sociedade.

26.2 Os jovens institucionalizados receberão os


cuidados, a proteção e toda a assistência necessária
social,educacional, profissional, psicológica, médica e
física que requeiram devido à sua idade, sexo e SEXTA PARTE
personalidade e no interesse do desenvolvimento sadio.
PESQUISA, PLANEJAMENTO FORMULAÇÃO DE
26.3 Os jovens institucionalizados serão mantidos POLÍTICAS E AVALIAÇÃO
separados dos adultos e serão detidos em
estabelecimentos separados ou em partes separadas de 30 - A PESQUISA COMO BASE DO PLANEJAMENTO E
um estabelecimento em que estejam detidos adultos. DA FORMULAÇÃO E AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS

26.4 A jovem infratora institucionalizada merece especial 30.1 Procurar-se-á organizar e fomentar as pesquisas
atenção no que diz respeito às suas necessidades e necessárias como base do efetivo planejamento e
problemas pessoais. Em nenhum caso receberá menos formulação de políticas.
cuidado, proteção, assistência, tratamento e capacitação
que o jovem do sexo masculino. Será garantido seu 30.2 Procurar-se-á revisar e avaliar periodicamente as
tendências, os problemas e as causas da delinqüência e
tratamento eqüitativo.
da criminalidade de jovens, assim como as diversas
26.5 No interesse e para o bem-estar do jovem necessidades particulares do jovem sob custódia.
institucionalizado, os pais e tutores terão direito de
30.3 Procurar-se-á estabelecer regularmente um
acesso às instituições.
mecanismo de avaliação e pesquisa no sistema de
26.6 Será estimulada a cooperação interministerial e administração da Justiça da Infância e da Juventude, e
interdepartamental para proporcionar adequada coletar e analisar os dados e a informação pertinentes
formação educacional ou, se for o caso, profissional ao com vistas à devida avaliação e ao aperfeiçoamento do
jovem institucionalizado, para garantir que, ao sair, não sistema.
esteja em desvantagem no plano da educação.
30.4 A prestação de serviços na administração da Justiça
27 - APLICAÇÃO DAS REGRAS MÍNIMAS PARA O da Infância e da Juventude será sistematicamente
TRATAMENTO DOS PRISIONEIROS, APROVADAS planejada e executada como parte integrante dos
PELAS NAÇÕES UNIDAS esforços de desenvolvimento nacional.

27.1 Em princípio, as Regras Mínimas para o Tratamento Declaração sobre o Direito ao Desenvolvimento
dos Prisioneiros e as recomendações conexas serão
aplicáveis, sempre que for pertinente, ao tratamento dos Adotada pela Resolução 41/128 da Assembléia Geral da
ONU, em 04 de dezembro de 1986.
jovens infratores institucionalizados, inclusive os que
estiverem em prisão preventiva. A Assembléia Geral,
27.2 Deverão ser feitos esforços para implementar os Tendo em mente os propósitos e os princípios da Carta
princípios relevantes das mencionadas Regras Mínimas das Nações Unidas relativas à realização da cooperação
na maior medida possível, para satisfazer as internacional para resolver os problemas internacionais
necessidades específicas do jovem quanto à sua idade, de caráter econômico, social, cultural ou humanitário, e
sexo e personalidade. para promover e encorajar o respeito aos Direitos
Humanos e às liberdades fundamentais para todos, sem
28 - USO FREQÜENTE E IMEDIATO DA LIBERDADE
CONDICIONAL distinção de raça, sexo, língua ou religião;

28.1 A liberdade condicional da instituição será utilizada Reconhecendo que o desenvolvimento é um processo
econômico, social, cultural e político abrangente, que
pela autoridade pertinente na maior medida possível e
visa ao constante incremento do bem-estar de toda a
será concedida o mais cedo possível.
população e de todos os indivíduos com base em sua
28.2 O jovem liberado condicionalmente de uma participação ativa, livre e significativa no
instituição será assistido e supervisionado por desenvolvimento e na distribuição justa dos benefícios
funcionário designado e receberá total apoio da daí resultantes;
comunidade.
Considerando que sob as disposições da Declaração consideração urgente à implementação, promoção e
Universal dos Direitos Humanos todos têm direito a uma proteção dos direitos civis, políticos, econômicos, sociais
ordem social e internacional em que os direitos e as e culturais, e que, por conseguinte, a promoção, o
liberdades consagrados nesta Declaração possam ser respeito e o gozo de certos direitos humanos e liberdades
plenamente realizados; fundamentais não podem justificar a negação de outros
direitos humanos e liberdades fundamentais;
Recordando os dispositivos do Pacto Internacional sobre
Direitos Econômicos, Sociais e Culturais e do Pacto Considerando que a paz e a segurança internacionais
são elementos essenciais à realização do direito ao
Internacional sobre Direitos Civis e Políticos; desenvolvimento;
Recordando ainda os importantes Acordos, Convenções, Reafirmando que existe uma relação íntima entre
Resoluções, Recomendações e outros instrumentos desarmamento e desenvolvimento, que o progresso no
das Nações Unidas e de suas agências especializadas campo do desarmamento promoveria consideravelmente
relativos ao desenvolvimento integral do ser humano, ao o progresso no campo do desenvolvimento, e que os
progresso econômico e social e desenvolvimento de recursos liberados pelas medidas de desarmamento
todos os povos, inclusive os instrumentos relativos à deveriam dedicar-se ao desenvolvimento econômico e
descolonização, à prevenção de discriminação, ao social e ao bem-estar de todos os povos e, em particular,
respeito e observância dos direitos humanos e das daqueles dos países em desenvolvimento;
liberdades fundamentais, à manutenção da paz e
segurança internacionais e maior promoção das relações Reconhecendo que a pessoa humana é o sujeito central
amistosas e cooperação entre os Estados de acordo com do processo de desenvolvimento e que essa política de
a Carta; desenvolvimento deveria assim fazer do ser humano o
principal participante e beneficiário do desenvolvimento;
Recordando o direito dos povos à autodeterminação, em
virtude do qual eles têm o direito de determinar Reconhecendo que a criação de condições favoráveis ao
livremente seus status político e de buscar seu desenvolvimento dos povos e indivíduos é a
desenvolvimento econômico, social e cultural; responsabilidade primária de seus Estados;

Recordando também o direito dos povos de exercer, Ciente de que os esforços em nível internacional para
sujeitos aos dispositivos relevantes de ambos os Pactos promover e proteger os direitos humanos devem ser
Internacionais sobre Direitos Humanos, soberania plena acompanhados de esforços para estabelecer uma nova
e completa sobre todas as suas riquezas e recursos ordem econômica internacional;
naturais;
Confirmando que o direito ao desenvolvimento é um
Atenta à obrigação dos Estados sob a Carta de promover direito humano inalienável e que a igualdade de
o respeito e a observância universais aos direitos oportunidade para o desenvolvimento é uma prerrogativa
humanos e às liberdades fundamentais para todos, sem tanto das nações quanto dos indivíduos que compõem as
distinção de qualquer natureza, tal como de raça, cor, nações;
sexo, língua, religião, política ou outra opinião nacional
ou social, propriedade, nascimento ou outro status; Proclama a seguinte Declaração sobre o Direito ao
Desenvolvimento:
Considerando que a eliminação das violações maciças e
flagrantes dos direitos humanos dos povos e indivíduos ARTIGO 1º
afetados por situações tais como as resultantes do §1. O direito ao desenvolvimento é um direito humano
colonialismo, neocolonialismo, apartheid, de todas as
inalienável, em virtude do qual toda pessoa e todos os
formas de racismo e discriminação racial, dominação
povos estão habilitados a participar do desenvolvimento
estrangeira e ocupação, agressão e ameaças contra a econômico, social, cultural e político, para ele contribuir e
soberania nacional, unidade nacional e integridade
dele desfrutar, no qual todos os direitos humanos e
territorial, e ameaças de guerra, contribuiria para o
liberdades fundamentais possam ser plenamente
estabelecimento de circunstâncias propícias para o
realizados.
desenvolvimento de grande parte da humanidade;
§2. O direito humano ao desenvolvimento também
Preocupada com a existência de sérios obstáculos ao
implica a plena realização do direito dos povos à
desenvolvimento, assim como à completa realização dos
autodeterminação que inclui, sujeito às disposições
seres humanos e dos povos, constituídos, inter alia, pela
relevantes de ambos os Pactos Internacionais sobre
negação dos direitos civis, políticos, econômicos, sociais
Direitos Humanos, o exercício de seu direito inalienável
e culturais, e considerando que todos os direitos
à soberania plena sobre todas as sua riquezas e recursos
humanos e as liberdades fundamentais são indivisíveis e
naturais.
interdependentes, e que, para promover o
desenvolvimento, devem ser dadas atenção igual e ARTIGO 2º
§1. A pessoa humana é o sujeito central do Os Estados tomarão medidas firmes para eliminar as
desenvolvimento e deveria ser participante ativo e violações maciças e flagrantes dos direitos humanos dos
beneficiário do direito ao desenvolvimento. povos e dos seres humanos afetados por situações tais
como as resultantes do apartheid, de todas as formas de
§2. Todos os seres humanos têm responsabilidade pelo racismo e discriminação racial, colonialismo, dominação
desenvolvimento, individual e coletivamente, levando-se estrangeira e ocupação, agressão, interferência
em conta a necessidade de pleno respeito aos seus estrangeira e ameaças contra a soberania nacional,
direitos humanos e liberdades fundamentais, bem como unidade nacional e integridade territorial, ameaças de
seus deveres para com a comunidade, que sozinhos guerra e recusas de reconhecimento do direito
podem assegurar a realização livre e completa do ser fundamental dos povos à autodeterminação.
humano e deveriam por isso promover e proteger uma
ordem política, social e econômica apropriada para o ARTIGO 6º
desenvolvimento.
§1. Todos os Estados devem cooperar, com vistas a
§3. Os Estados têm o direito e o dever de formular promover, encorajar e fortalecer o respeito universal à
políticas nacionais adequadas para o desenvolvimento, observância de todos os direitos humanos e liberdades
que visem ao constante aprimoramento do bem-estar de fundamentais para todos, sem distinção de raça,
toda a população e de todos os indivíduos, com base em sexo,língua ou religião.
sua participação ativa, livre e significativa, e no
§2. Todos os direitos humanos e liberdades fundamentais
desenvolvimento e na distribuição eqüitativa dos
benefícios daí resultantes. são indivisíveis e interdependentes; atenção igual e
consideração urgente devem ser dadas à
ARTIGO 3º implementação, promoção e proteção dos direitos civis,
políticos, econômicos, sociais e culturais.
§1. Os Estados têm a responsabilidade primária pela
criação das condições nacionais e internacionais §3. Os Estados devem tomar providências para eliminar
favoráveis à realização do direito ao desenvolvimento. os obstáculos ao desenvolvimento resultantes da falha
na observância dos direitos civis e políticos, assim como
§2. A realização do direito ao desenvolvimento requer dos direitos econômicos, sociais e culturais.
pleno respeito aos princípios do direito internacional,
relativos às relações amistosas de cooperação entre os ARTIGO 7º
Estados, em conformidade com a Carta das Nações
Todos os Estados devem promover o estabelecimento, a
Unidas.
manutenção e o fortalecimento da paz e segurança
§3. Os Estados têm o dever de cooperar uns com os internacionais e, para este fim, deveriam fazer o máximo
outros para assegurar o desenvolvimento e eliminar os para alcançar o desarmamento geral e completo do
obstáculos ao desenvolvimento. Os Estados deveriam efetivo controle internacional, assim como assegurar que
realizar seus direitos e cumprir suas obrigações, de modo os recursos liberados por medidas efetivas de
tal a promover uma nova ordem econômica internacional, desarmamento sejam usados para o desenvolvimento
baseada na igualdade soberana, interdependência, amplo, em particular o dos países em via de
interesse mútuo e cooperação entre todos os Estados, desenvolvimento.
assim como a encorajar a observância e a realização dos
ARTIGO 8º
direitos humanos.

ARTIGO 4º §1. Os Estados devem tomar, em nível nacional, todas as


medidas necessárias para a realização do direito ao
Os Estados têm o dever de, individual e coletivamente, desenvolvimento, e devem assegurar, inter alia,
tomar medidas para formular as políticas internacionais igualdade de oportunidade para todos no acesso aos
de desenvolvimento, com vistas a facilitar a plena recursos básicos, educação, serviços de saúde,
realização do direito ao desenvolvimento. É necessária alimentação, habitação, emprego e distribuição
ação permanente para promover um desenvolvimento eqüitativa da renda.
mais rápido dos países em desenvolvimento. Como
Medidas efetivas devem ser tomadas para assegurar que
complemento dos esforços dos países em
as mulheres tenham um papel ativo no processo de
desenvolvimento, uma cooperação
desenvolvimento. Reformas econômicas e sociais
internacional efetiva é essencial para prover esses apropriadas devem ser efetuadas com vistas à
países de meios e facilidades apropriados para erradicação de todas as injustiças sociais.
incrementar seu amplo desenvolvimento.
§2. Os Estados devem encorajar a participação popular
ARTIGO 5º em todas as esferas, como um fator importante no

desenvolvimento e na plena realização de todos os


direitos humanos.
ARTIGO 9º necessárias a fim de poder assumir plenamente suas
responsabilidades dentro da comunidade;
§1. Todos os aspectos dos direito ao desenvolvimento
estabelecidos na presente Declaração são indivisíveis e Reconhecendo que a criança, para o pleno e harmonioso
interdependentes, e cada um deles deve ser considerado desenvolvimento de sua personalidade, deve crescer no
no contexto do todo. seio da família, em um ambiente de felicidade, amor e
compreensão;
§2. Nada na presente Declaração deverá ser tido como
sendo contrário aos propósitos e princípios das Nações Considerando que a criança deve estar plenamente
Unidas, ou como implicando que qualquer Estado, grupo preparada para uma vida independente na sociedade e
ou pessoa tenha o direito de se engajar em qualquer deve ser educada de acordo com os ideais proclamados
atividade ou de desempenhar qualquer ato voltado à na Cartas das Nações Unidas, especialmente com
violação dos direitos consagrados na Declaração espírito de paz, dignidade, tolerância, liberdade,
Universal dos Direitos Humanos e nos Pactos igualdade e solidariedade;
Internacionais sobre Direitos Humanos,
Tendo em conta que a necessidade de proporcionar à
ARTIGO 10º criança uma proteção especial foi enunciada na
Declaração de Genebra de 1924 sobre os Direitos da
Os Estados deverão tomar medidas para assegurar o Criança e na Declaração dos Direitos da Criança adotada
pleno exercício e o fortalecimento progressivo do direito pela Assembleia Geral em 20 de novembro de 1959, e
ao desenvolvimento, incluindo a formulação, adoção e reconhecida na Declaração Universal dos Direitos
implementação de políticas, medidas legislativas e Humanos, no Pacto Internacional de Direitos Civis e
outras, em níveis nacional e internacional. Políticos (em particular nos Artigos 23 e 24), no Pacto
Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais
CONVENÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS
(em particular no Artigo 10) e nos estatutos e
CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DA CRIANÇA instrumentos pertinentes das Agências Especializadas e
das organizações internacionais que se interessam pelo
Preâmbulo bem-estar da criança;
Os Estados Partes da presente Convenção, Tendo em conta que, conforme assinalado na Declaração
dos Direitos da Criança, "a criança, em virtude de su
Considerando que, de acordo com os princípios
afalta de maturidade física e mental, necessita proteção
proclamados na Carta das Nações Unidas, a liberdade, a
e cuidados especiais, inclusive a devida proteção legal,
justiça e a paz no mundo se fundamentam no
tanto antes quanto após seu nascimento";
reconhecimento da dignidade inerente e dos direitos
iguais e inalienáveis de todos os membros da família Lembrado o estabelecido na Declaração sobre os
humana; Princípios Sociais e Jurídicos Relativos à Proteção e ao
Bem-Estar das Crianças, especialmente com Referência
Tendo em conta que os povos das Nações Unidas
à Adoção e à Colocação em Lares de Adoção, nos
reafirmaram na carta sua fé nos direitos fundamentais do
Planos Nacional e Internacional; as Regras Mínimas das
homem e na dignidade e no valor da pessoa humana e
Nações Unidas para a Administração da Justiça Juvenil
que decidiram promover o progresso social e a elevação
(Regras de Pequim); e a Declaração sobre a Proteção da
do nível de vida com mais liberdade;
Mulher e da Criança em Situações de Emergência ou de
Reconhecendo que as Nações Unidas proclamaram e Conflito Armado;
acordaram na Declaração Universal dos Direitos
Reconhecendo que em todos os países do mundo
Humanos e nos Pactos Internacionais de Direitos
existem crianças vivendo sob condições
Humanos que toda pessoa possui todos os direitos e
excepcionalmente difíceis e que essas crianças
liberdades neles enunciados, sem distinção de qualquer
necessitam consideração especial;
natureza, seja de raça, cor, sexo, idioma, crença, opinião
política ou de outra índole, origem nacional ou social, Tomando em devida conta a importância das tradições e
posição econômica, nascimento ou qualquer outra dos valores culturais de cada povo para a proteção e o
condição; desenvolvimento harmonioso da criança;
Recordando que na Declaração Universal dos Direitos Reconhecendo a importância da cooperação
Humanos as Nações Unidas proclamaram que a infância internacional para a melhoria das condições de vida das
tem direito a cuidados e assistência especiais; crianças em todos os países, especialmente nos países
em desenvolvimento;
Convencidos de que a família, como grupo fundamental
da sociedade e ambiente natural para o crescimento e Acordam o seguinte:
bem-estar de todos os seus membros, e em particular
das crianças, deve receber a proteção e assistência PARTE I
Artigo 1 Os Estados Partes respeitarão as responsabilidades, os
direitos e os deveres dos pais ou, onde for o caso, dos
Para efeitos da presente Convenção considera-se como membros da família ampliada ou da comunidade,
criança todo ser humano com menos de dezoito anos conforme determinem os costumes locais, dos tutores ou
deidade, a não ser que, em conformidade com a lei de outras pessoas legalmente responsáveis, de
aplicável à criança, a maioridade seja alcançada antes. proporcionar à criança instrução e orientação adequadas
Artigo 2 e acordes com a evolução de sua capacidade no
exercício dos direitos reconhecidos na presente
1. Os Estados Partes respeitarão os direitos enunciados convenção.
na presente Convenção e assegurarão sua aplicação a
cada criança sujeita à sua jurisdição, sem distinção Artigo 6
alguma, independentemente de raça, cor, sexo, idioma, 1. Os Estados Partes reconhecem que toda criança tem
crença, opinião política ou de outra índole, origem o direito inerente à vida.
nacional, étnica ou social, posição econômica,
deficiências físicas, nascimento ou qualquer outra 2. Os Estados Partes assegurarão ao máximo a
condição da criança, de seus pais ou de seus sobrevivência e o desenvolvimento da criança.
representantes legais.
Artigo 7
2. Os Estados Partes tomarão todas as medidas
apropriadas para assegurar a proteção da criança contra 1. A criança será registrada imediatamente após seu
toda forma de discriminação ou castigo por causa da nascimento e terá direito, desde o momento em que
condição, das atividades, das opiniões manifestadas ou nasce, a um nome, a uma nacionalidade e, na medida do
das crenças de seus pais, representantes legais ou possível, a conhecer seus pais e a ser cuidada por eles.
familiares. 2. Os Estados Partes zelarão pela aplicação desses
Artigo 3 direitos de acordo com sua legislação nacional e com as
obrigações que tenham assumido em virtude dos
1. Todas as ações relativas às crianças, levadas a efeito instrumentos internacionais pertinentes, sobretudo se, de
por instituições públicas ou privadas de bem estar social, outro modo, acriança se tornaria apátrida.
tribunais, autoridades administrativas ou órgãos
legislativos, devem considerar, primordialmente, o Artigo 8
interesse maior da criança. 1. Os Estados Partes se comprometem a respeitar o
2. Os Estados Partes se comprometem a assegurar à direito da criança de preservar sua identidade, inclusive
criança a proteção e o cuidado que sejam necessários a nacionalidade, o nome e as relações familiares, de
para seu bem-estar, levando em consideração os direitos acordo com a lei, sem interferências ilícitas.
e deveres de seus pais, tutores ou outras pessoas 2. Quando uma criança se vir privada ilegalmente de
responsáveis por ela perante a lei e, com essa finalidade, algum ou de todos os elementos que configuram sua
tomarão todas as medidas legislativas e administrativas identidade, os Estados Partes deverão prestar
adequadas. assistência e proteção adequadas com vistas a
3. Os Estados Partes se certificarão de que as restabelecer rapidamente sua identidade.
instituições, os serviços e os estabelecimentos Artigo 9
encarregados do cuidado ou da proteção das crianças
cumpram com os padrões estabelecidos pelas 1. Os Estados Partes deverão zelar para que a criança
autoridades competentes, especialmente no que diz não seja separada dos pais contra a vontade dos
respeito à segurança e à saúde das crianças, ao número mesmos, exceto quando, sujeita à revisão judicial, as
e à competência de seu pessoal e à existência de autoridades competentes determinarem, em
supervisão adequada. conformidade com a lei e os procedimentos legais
cabíveis, que tal separação é necessária ao interesse
Artigo 4 maior da criança. Tal determinação pode ser necessária
Os Estados Partes adotarão todas as medidas em casos específicos, por exemplo, nos casos em que a
administrativas, legislativas e de outra índole com vistas criança sofre maus tratos ou descuido por parte de seus
à implementação dos direitos reconhecidos na presente pais ou quando estes vivem separados e uma decisão
Convenção. Com relação aos direitos econômicos, deve ser tomada a respeito do local da residência da
sociais e culturais, os Estados Partes adotarão essas criança.
medidas utilizando ao máximo os recursos disponíveis e, 2. Caso seja adotado qualquer procedimento em
quando necessário, dentro de um quadro de cooperação conformidade com o estipulado no parágrafo 1 do
internacional. presente artigo,todas as partes interessadas terão a
Artigo 5 oportunidade de participar e de manifestar suas opiniões.
3. Os Estados Partes respeitarão o direito da criança que 1. Os Estados Partes assegurarão à criança que estiver
esteja separada de um ou de ambos os pais de manter capacitada a formular seus próprios juízos o direito de
regularmente relações pessoais e contato direto com expressar suas opiniões livremente sobre todos os
ambos, a menos que isso seja contrário ao interesse assuntos relacionados com a criança, levando-se
maior da criança. devidamente em consideração essas opiniões, em
função da idade e maturidade da criança.
4. Quando essa separação ocorrer em virtude de uma
medida adotada por um Estado Parte, tal como 2. Com tal propósito, se proporcionará à criança, em
detenção,prisão, exílio, deportação ou morte (inclusive particular, a oportunidade de ser ouvida em todo
falecimento decorrente de qualquer causa enquanto a processo judicial ou administrativo que afete a mesma,
pessoa estiver sob a custódia do Estado) de um dos pais quer diretamente quer por intermédio de um
da criança, ou de ambos, ou da própria criança, o Estado representante ou órgão apropriado, em conformidade
Parte, quando solicitado,proporcionará aos pais, à com as regras processuais da legislação nacional.
criança ou, se for o caso, a outro familiar, informações
básicas a respeito do paradeiro do familiar ou familiares Artigo 13
ausentes, a não ser que tal procedimento seja prejudicial 1. A criança terá direito à liberdade de expressão. Esse
ao bem-estar da criança. Os Estados Partes se direito incluirá a liberdade de procurar, receber e divulgar
certificarão, além disso, de que a apresentação de tal informações e idéias de todo tipo, independentemente de
petição não acarrete, por si só, conseqüências adversas fronteiras, de forma oral, escrita ou impressa, por meio
para a pessoa ou pessoas interessadas. das artes ou por qualquer outro meio escolhido pela
Artigo 10 criança.

1. De acordo com a obrigação dos Estados Partes 2. O exercício de tal direito poderá estar sujeito a
estipulada no parágrafo 1 do Artigo 9, toda solicitação determinadas restrições, que serão unicamente as
apresentada por uma criança, ou por seus pais, para previstas pela lei e consideradas necessárias:
ingressar ou sair de um Estado Parte com vistas à a) para o respeito dos direitos ou da reputação dos
reunião da família, deverá ser atendida pelos Estados demais, ou
Partes de forma positiva, humanitária e rápida. Os
Estados Partes assegurarão, ainda, que a apresentação b) para a proteção da segurança nacional ou da ordem
de tal solicitação não acarretará conseqüências adversas pública, ou para proteger a saúde e a moral públicas.
para os solicitantes ou para seus familiares.
Artigo 14
2. A criança cujos pais residam em Estados diferentes
1. Os Estados Partes respeitarão o direito da criança à
terá o direito de manter, periodicamente, relações
liberdade de pensamento, de consciência e de crença.
pessoais e contato direto com ambos, exceto em
circunstâncias especiais. Para tanto, e de acordo com a 2. Os Estados Partes respeitarão os direitos e deveres
obrigação assumida pelos Estados Partes em virtude do dos pais e, se for o caso, dos representantes legais, de
parágrafo 2 do Artigo 9, os Estados Partes respeitarão o orientar a criança com relação ao exercício de seus
direito da criança e de seus pais de sair de qualquer país, direitos de maneira acorde com a evolução de sua
inclusive do próprio, e de ingressar no seu próprio país. capacidade.
O direito de sair de qualquer país estará sujeito, apenas,
às restrições determinadas pela lei que sejam 3. A liberdade de professar a própria religião ou as
necessárias para proteger a segurança nacional, a próprias crenças estará sujeita, unicamente, às
ordem pública, a saúde ou a moral públicas ou os direitos limitações prescritas pela lei e necessárias para proteger
e as liberdades de outras pessoas e que estejam acordes a segurança, a ordem, a moral, a saúde pública ou os
com os demais direitos reconhecidos pela presente direitos e liberdades fundamentais dos demais.
convenção.
Artigo 15
Artigo 11
1 Os Estados Partes reconhecem os direitos da criança
1. Os Estados Partes adotarão medidas a fim de lutar à liberdade de associação e à liberdade de realizar
contra a transferência ilegal de crianças para o exterior e reuniões pacíficas.
a retenção ilícita das mesmas fora do país.
2. Não serão impostas restrições ao exercício desses
2. Para tanto, aos Estados Partes promoverão a direitos, a não ser as estabelecidas em conformidade
conclusão de acordos bilaterais ou multilaterais ou a com alei e que sejam necessárias numa sociedade
adesão a acordos já existentes. democrática, no interesse da segurança nacional ou
pública, da ordem pública, da proteção à saúde e à moral
Artigo 12 públicas ou da proteção aos direitos e liberdades dos
demais.
Artigo 16 3. Os Estados Partes adotarão todas as medidas
apropriadas a fim de que as crianças cujos pais
1. Nenhuma criança será objeto de interferências trabalhem tenham direito a beneficiar-se dos serviços de
arbitrárias ou ilegais em sua vida particular, sua família, assistência social e creches a que fazem jus.
seu domicílio ou sua correspondência, nem de atentados
ilegais a sua honra e a sua reputação. Artigo 19

2. A criança tem direito à proteção da lei contra essas 1. Os Estados Partes adotarão todas as medidas
interferências ou atentados. legislativas, administrativas, sociais e educacionais
apropriada spara proteger a criança contra todas as
Artigo 17 formas de violência física ou mental, abuso ou tratamento
Os Estados Partes reconhecem a função importante negligente, maus tratos ou exploração, inclusive abuso
desempenhada pelos meios de comunicação e zelarão sexual, enquanto a criança estiver sob a custódia dos
para que a criança tenha acesso a informações e pais, do representante legal ou de qualquer outra pessoa
materiais procedentes de diversas fontes nacionais e responsável por ela.
internacionais, especialmente informações e materiais 2. Essas medidas de proteção deveriam incluir, conforme
que visem a promover seu bem-estar social, espiritual e apropriado, procedimentos eficazes para a elaboração
moral e sua saúde física e mental. Para tanto, os Estados de programas sociais capazes de proporcionar uma
Partes: assistência adequada à criança e às pessoas
a) incentivarão os meios de comunicação a difundir encarregadas de seu cuidado, bem como para outras
informações e materiais de interesse social e cultural formas de prevenção, para a identificação, notificação,
para acriança, de acordo com o espírito do artigo 29; transferência a uma instituição,investigação, tratamento
e acompanhamento posterior dos casos acima
b) promoverão a cooperação internacional na produção, mencionados de maus tratos à criança e,conforme o
no intercâmbio e na divulgação dessas informações e caso, para a intervenção judiciária.
desses materiais procedentes de diversas fontes
culturais, nacionais e internacionais; Artigo 20

c) incentivarão a produção e difusão de livros para 1. As crianças privadas temporária ou permanentemente


crianças; do seu meio familiar, ou cujo interesse maior exija que
não permaneçam nesse meio, terão direito à proteção e
d) incentivarão os meios de comunicação no sentido de, assistência especiais do Estado.
particularmente, considerar as necessidades lingüísticas
da criança que pertença a um grupo minoritário ou que 2. Os Estados Partes garantirão, de acordo com suas leis
seja indígena; nacionais, cuidados alternativos para essas crianças.

e) promoverão a elaboração de diretrizes apropriadas a 3. Esses cuidados poderiam incluir, inter alia, a colocação
fim de proteger a criança contra toda informação e em lares de adoção, a kafalah do direito islâmico, a
material prejudiciais ao seu bem-estar, tendo em conta adoção ou, caso necessário, a colocação em instituições
as disposições dos artigos 13 e 18. adequadas de proteção para as crianças. Ao serem
consideradas as soluções, deve-se dar especial atenção
Artigo 18 à origem étnica, religiosa, cultural e lingüística da criança,
bem como à conveniência da continuidade de sua
1. Os Estados Partes envidarão os seus melhores
educação.
esforços a fim de assegurar o reconhecimento do
princípio deque ambos os pais têm obrigações comuns Artigo 21
com relação à educação e ao desenvolvimento da
criança. Caberá aos paisou, quando for o caso, aos Os Estados Partes que reconhecem ou permitem o
representantes legais, a responsabilidade primordial pela sistema de adoção atentarão para o fato de que a
educação e pelo desenvolvimento da criança. Sua consideração primordial seja o interesse maior da
preocupação fundamental visará ao interesse maior da criança. Dessa forma, atentarão para que:
criança. a) a adoção da criança seja autorizada apenas pelas
2. A fim de garantir e promover os direitos enunciados na autoridades competentes, as quais determinarão,
presente convenção, os Estados Partes prestarão consoante as leis e os procedimentos cabíveis e com
assistência adequada aos pais e aos representantes base em todas as informações pertinentes e fidedignas,
legais para o desempenho de suas funções no que tange que a adoção é admissível em vista da situação jurídica
à educação da criança e assegurarão a criação de da criança com relação a seus pais, parentes e
instituições, instalações e serviços para o cuidado das representantes legais e que, caso solicitado, as pessoas
crianças. interessadas tenham dado, com conhecimento de causa,
seu consentimento à adoção, com base no
assessoramento que possa ser necessário;
b) a adoção efetuada em outro país possa ser com os recursos disponíveis e sempre que a criança ou
considerada como outro meio de cuidar da criança, no seus responsáveis reúnam as condições requeridas,
caso em que a mesma não possa ser colocada em um estimularão e assegurarão a prestação da assistência
lar de adoção ou entregue a uma família adotiva ou não solicitada, que seja adequada ao estado da criança e às
logre atendimento adequado em seu país de origem; circunstâncias de seus pais ou das pessoas
encarregadas de seus cuidados.
c) a criança adotada em outro país goze de salvaguardas
e normas equivalentes às existentes em seu país 3. Atendendo às necessidades especiais da criança
deorigem com relação à adoção; deficiente, a assistência prestada, conforme disposto no
parágrafo 2 do presente artigo, será gratuita sempre que
d) todas as medidas apropriadas sejam adotadas, a fim possível, levando-se em consideração a situação
de garantir que, em caso de adoção em outro país, econômica dos pais ou das pessoas que cuidem da
acolocação não permita benefícios financeiros indevidos criança, e visará a assegurar à criança deficiente o
aos que dela participarem; acesso efetivo à educação, à capacitação, aos serviços
e) quando necessário, promover os objetivos do presente de saúde, aos serviços de reabilitação, à preparação
artigo mediante ajustes ou acordos bilaterais para o emprego e às oportunidades de lazer, de maneira
oumultilaterais, e envidarão esforços, nesse contexto, que a criança atinja a mais completa integração social
com vistas a assegurar que a colocação da criança em possível e o maior desenvolvimento individual factível,
outro paísseja levada a cabo por intermédio das inclusive seu desenvolvimento cultural e espiritual.
autoridades ou organismos competentes. 4. Os Estados Partes promoverão, com espírito de
Artigo 22 cooperação internacional, um intercâmbio adequado de
informações nos campos da assistência médica
1. Os Estados Partes adotarão medidas pertinentes para preventiva e do tratamento médico, psicológico e
assegurar que a criança que tente obter a condição funcional das crianças deficientes, inclusive a divulgação
derefugiada, ou que seja considerada como refugiada de de informações a respeito dos métodos de reabilitação e
acordo com o direito e os procedimentos internacionais dos serviços de ensino formação profissional, bem como
ouinternos aplicáveis, receba, tanto no caso de estar o acesso a essa informação, a fim de que os Estados
sozinha como acompanhada por seus pais ou por Partes possam aprimorar sua capacidade e seus
qualquer outrapessoa, a proteção e a assistência conhecimentos e ampliar sua experiência nesses
humanitária adequadas a fim de que possa usufruir dos campos. Nesse sentido, serão levadas especialmente
direitos enunciados napresente convenção e em outros em conta as necessidades dos países em
instrumentos internacionais de direitos humanos ou de desenvolvimento.
caráter humanitário dos quais oscitados Estados sejam
parte. Artigo 24

2. Para tanto, os Estados Partes cooperarão, da maneira 1. Os Estados Partes reconhecem o direito da criança de
como julgarem apropriada, com todos os esforços das gozar do melhor padrão possível de saúde e dos serviços
Nações Unidas e demais organizações destinados ao tratamento das doenças e à recuperação
intergovernamentais competentes, ou organizações não- da saúde. Os Estados Partes envidarão esforços no
governamentais que cooperem com as Nações Unidas, sentido de assegurar que nenhuma criança se veja
no sentido de proteger e ajudar a criança refugiada, e de privada de seu direito de usufruir desses serviços
localizar seus pais ou outros membros de sua família a sanitários.
fim de obter informações necessárias que permitam sua 2. Os Estados Partes garantirão a plena aplicação desse
reunião com a família. Quando não for possível localizar direito e, em especial, adotarão as medidas apropriadas
nenhum dos pais ou membros da família, será concedida com vistas a:
à criança a mesma proteção outorgada qualquer outra
criança privada permanente ou temporariamente de seu a) reduzir a mortalidade infantil;
ambiente familiar, seja qual for o motivo, conforme o
estabelecido na presente convenção. b) assegurar a prestação de assistência médica e
cuidados sanitários necessários a todas as crianças,
Artigo 23 dando ênfase aos cuidados básicos de saúde;

1. Os Estados Partes reconhecem que a criança c) combater as doenças e a desnutrição dentro do


portadora de deficiências físicas ou mentais deverá contexto dos cuidados básicos de saúde mediante, Inter
desfrutar de uma vida plena e decente em condições que alia, a aplicação de tecnologia disponível e o
garantam sua dignidade, favoreçam sua autonomia e fornecimento de alimentos nutritivos e de água potável,
facilitem sua participação ativa na comunidade. tendo em vista os perigos riscos da poluição ambiental;

2. Os Estados Partes reconhecem o direito da criança d) assegurar às mães adequada assistência pré-natal e
deficiente de receber cuidados especiais e, de acordo pós-natal;
e) assegurar que todos os setores da sociedade, e em direito e, caso necessário, proporcionarão assistência
especial os pais e as crianças, conheçam os princípios material e programas de apoio, especialmente no que diz
básicos de saúde e nutrição das crianças, as vantagens respeito à nutrição, ao vestuário e à habitação.
da amamentação, da higiene e do saneamento ambiental
e das medidas de prevenção de acidentes, e tenham 4. Os Estados Partes tomarão todas as medidas
acesso à educação pertinente e recebam apoio para a adequadas para assegurar o pagamento da pensão
aplicação desses conhecimentos; alimentícia por parte dos pais ou de outras pessoas
financeiramente responsáveis pela criança, quer residam
f) desenvolver a assistência médica preventiva, a no Estado Parte quer no exterior. Nesse sentido, quando
orientação aos pais e a educação e serviços de a pessoa que detém a responsabilidade financeira pela
planejamento familiar. criança residir em Estado diferente daquele onde mora a
criança, os Estados Partes promoverão a adesão a
3. Os Estados Partes adotarão todas as medidas acordos internacionais ou a conclusão de tais acordos,
eficazes e adequadas para abolir práticas tradicionais bem como a adoção de outras medidas apropriadas.
que sejam prejudicais à saúde da criança.
Artigo 28
4. Os Estados Partes se comprometem a promover e
incentivar a cooperação internacional com vistas a lograr, 1. Os Estados Partes reconhecem o direito da criança à
progressivamente, a plena efetivação do direito educação e, a fim de que ela possa exercer
reconhecido no presente artigo. Nesse sentido, será progressivamente e em igualdade de condições esse
dada atenção especial às necessidades dos países em direito, deverão especialmente:
desenvolvimento.
a) tornar o ensino primário obrigatório e disponível
Artigo 25 gratuitamente para todos;

Os Estados Partes reconhecem o direito de uma criança b) estimular o desenvolvimento do ensino secundário em
que tenha sido internada em um estabelecimento pelas suas diferentes formas, inclusive o ensino geral e
autoridades competentes para fins de atendimento, profissionalizante, tornando-o disponível e acessível a
proteção ou tratamento de saúde física ou mental a um todas as crianças, e adotar medidas apropriadas tais
exame periódico de avaliação do tratamento ao qual está como a implantação do ensino gratuito e a concessão de
sendo submetida e de todos os demais aspectos assistência financeira em caso de necessidade;
relativos à sua internação.
c) tornar o ensino superior acessível a todos com base
Artigo 26 na capacidade e por todos os meios adequados;

1. Os Estados Partes reconhecerão a todas as crianças d) tornar a informação e a orientação educacionais e


o direito de usufruir da previdência social, inclusive do profissionais disponíveis e accessíveis a todas as
seguro social, e adotarão as medidas necessárias para crianças;
lograr a plena consecução desse direito, em
conformidade com sua legislação nacional. e) adotar medidas para estimular a frequência regular às
escolas e a redução do índice de evasão escolar.
2. Os benefícios deverão ser concedidos, quando
pertinentes, levando-se em consideração os recursos e a 2. Os Estados Partes adotarão todas as medidas
situação da criança e das pessoas responsáveis pelo seu necessárias para assegurar que a disciplina escolar seja
sustento, bem como qualquer outra consideração cabível ministrada de maneira compatível com a dignidade
no caso de uma solicitação de benefícios feita pela humana da criança e em conformidade com a presente
criança ou em seu nome. convenção.

Artigo 27 3. Os Estados Partes promoverão e estimularão a


cooperação internacional em questões relativas à
1. Os Estados Partes reconhecem o direito de toda educação, especialmente visando a contribuir para a
criança a um nível de vida adequado ao seu eliminação da ignorância e do analfabetismo no mundo e
desenvolvimento físico, mental, espiritual, moral e social. facilitar o acesso aos conhecimentos científicos e
técnicos e aos métodos modernos de ensino. A esse
2. Cabe aos pais, ou a outras pessoas encarregadas, a respeito, será dada atenção especial às necessidades
responsabilidade primordial de propiciar, de acordo com dos países em desenvolvimento.
suas possibilidades e meios financeiros, as condições de
vida necessárias ao desenvolvimento da criança. Artigo 29

3. Os Estados Partes, de acordo com as condições 1. Os Estados Partes reconhecem que a educação da
nacionais e dentro de suas possibilidades, adotarão criança deverá estar orientada no sentido de:
medidas apropriadas a fim de ajudar os pais e outras
pessoas responsáveis pela criança a tornar efetivo esse
a) desenvolver a personalidade, as aptidões e a assegurara aplicação do presente artigo. Com tal
capacidade mental e física da criança em todo o seu propósito, e levando em consideração as disposições
potencial; pertinentes de outros instrumentos internacionais, os
Estados Partes, deverão, em particular:
b) imbuir na criança o respeito aos direitos humanos e às
liberdades fundamentais, bem como aos princípios a) estabelecer uma idade ou idades mínimas para a
consagrados na Carta das Nações Unidas; admissão em empregos;

c) imbuir na criança o respeito aos seus pais, à sua b) estabelecer regulamentação apropriada relativa a
própria identidade cultural, ao seu idioma e seus valores, horários e condições de emprego;
aos valores nacionais do país em que reside, aos do
eventual país de origem, e aos das civilizações diferentes c) estabelecer penalidades ou outras sanções
da sua; apropriadas a fim de assegurar o cumprimento efetivo do
presente artigo.
d) preparar a criança para assumir uma vida responsável
numa sociedade livre, com espírito de compreensão, Artigo 33
paz, tolerância, igualdade de sexos e amizade entre Os Estados Partes adotarão todas as medidas
todos os povos, grupos étnicos, nacionais e religiosos e apropriadas, inclusive medidas legislativas,
pessoas de origem indígena; administrativas, sociais e educacionais, para proteger a
e) imbuir na criança o respeito ao meio ambiente. criança contra o uso ilícito de drogas e substâncias
psicotrópicas descritas nos tratados
2. Nada do disposto no presente artigo ou no Artigo 28
será interpretado de modo a restringir a liberdade dos internacionais pertinentes e para impedir que crianças
indivíduos ou das entidades de criar e dirigir instituições sejam utilizadas na produção e no tráfico ilícito dessas
de ensino, desde que sejam respeitados os princípios substâncias.
enunciados no parágrafo 1 do presente artigo e que a Artigo 34
educação ministrada em tais instituições esteja acorde
com os padrões mínimos estabelecidos pelo Estado. Os Estados Partes se comprometem a proteger a criança
contra todas as formas de exploração e abuso sexual.
Artigo 30 Nesse sentido, os Estados Partes tomarão, em especial,
Nos Estados Partes onde existam minorias étnicas, todas as medidas de caráter nacional, bilateral e
religiosas ou linguísticas, ou pessoas de origem multilateral que sejam necessárias para impedir:
indígena, não será negado a uma criança que pertença a) o incentivo ou a coação para que uma criança se
a tais minorias ou que seja indígena o direito de, em dedique a qualquer atividade sexual ilegal;
comunidade com os demais membros de seu grupo, ter
sua própria cultura, professar e praticar sua própria b) a exploração da criança na prostituição ou outras
religião ou utilizar seu próprio idioma. práticas sexuais ilegais;

Artigo 31 c) a exploração da criança em espetáculos ou materiais


pornográficos.
1. Os Estados Partes reconhecem o direito da criança ao
descanso e ao lazer, ao divertimento e às atividades Artigo 35
recreativas próprias da idade, bem como à livre
Os Estados Partes tomarão todas as medidas de caráter
participação na vida cultural e artística.
nacional, bilateral e multilateral que sejam necessárias
2. Os Estados Partes respeitarão e promoverão o direito para impedir o sequestro, a venda ou o tráfico de crianças
da criança de participar plenamente da vida cultural e para qualquer fim ou sob qualquer forma.
artística e encorajarão a criação de oportunidades
Artigo 36
adequadas, em condições de igualdade, para que
participem da vida cultural, artística, recreativa e de lazer. Os Estados Partes protegerão a criança contra todas as
demais formas de exploração que sejam prejudiciais para
Artigo 32
qualquer aspecto de seu bem-estar.
1. Os Estados Partes reconhecem o direito da criança de
Artigo 37
estar protegida contra a exploração econômica e contra
o desempenho de qualquer trabalho que possa ser Os Estados Partes zelarão para que:
perigoso ou interferir em sua educação, ou que seja
nocivo para sua saúde ou para seu desenvolvimento a) nenhuma criança seja submetida a tortura nem a
físico, mental, espiritual, moral ou social. outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou
degradantes. Não será imposta a pena de morte nem a
2. Os Estados Partes adotarão medidas legislativas, prisão perpétua sem possibilidade de livramento por
administrativas, sociais e educacionais com vistas a delitos cometidos por menores de dezoito anos de idade;
b) nenhuma criança seja privada de sua liberdade de Artigo 40
forma ilegal ou arbitrária. A detenção, a reclusão ou a
prisão de uma criança será efetuada em conformidade 1. Os Estados Partes reconhecem o direito de toda
com a lei e apenas como último recurso, e durante o mais criança a quem se alegue ter infringido as leis penais ou
breve período de tempo que for apropriado; a quem se acuse ou declare culpada de ter infringido as
leis penais de ser tratada de modo a promover e
c) toda criança privada da liberdade seja tratada com a estimular seu sentido de dignidade e de valor e a
humanidade e o respeito que merece a dignidade fortalecer o respeito da criança pelos direitos humanos e
inerente pessoa humana, e levando-se em consideração pelas liberdades fundamentais de terceiros, levando em
as necessidades de uma pessoa de sua idade. Em consideração a idade da criança e a importância de se
especial, toda criança privada de sua liberdade ficará estimular sua reintegração e seu desempenho
separada dos adultos, a não ser que tal fato seja construtivo na sociedade.
considerado contrário aos melhores interesses da
criança, e terá direito a manter contato com sua família 2. Nesse sentido, e de acordo com as disposições
por meio de correspondência ou de visitas, salvo em pertinentes dos instrumentos internacionais, os Estados
circunstâncias excepcionais; Partes assegurarão, em particular:

d) toda criança privada de sua liberdade tenha direito a a) que não se alegue que nenhuma criança tenha
rápido acesso a assistência jurídica e a qualquer outra infringido as leis penais, nem se acuse ou declare
assistência adequada, bem como direito a impugnar a culpada nenhuma criança de ter infringido essas leis, por
legalidade da privação de sua liberdade perante um atos ou omissões que não eram proibidos pela legislação
tribunal ou outra autoridade competente, independente e nacional ou pelo direito internacional no momento em
imparcial e a uma rápida decisão a respeito de tal ação. que foram cometidos;

Artigo 38 b) que toda criança de quem se alegue ter infringido as


leis penais ou a quem se acuse de ter infringido essas
1. Os Estados Partes se comprometem a respeitar e a leisgoze, pelo menos, das seguintes garantias:
fazer com que sejam respeitadas as normas do direito
humanitário internacional aplicáveis em casos de conflito I) ser considerada inocente enquanto não for
armado no que digam respeito às crianças. comprovada sua culpabilidade conforme a lei;

2. Os Estados Partes adotarão todas as medidas II) ser informada sem demora e diretamente ou, quando
possíveis a fim de assegurar que todas as pessoas que for o caso, por intermédio de seus pais ou de seus
ainda não tenham completado quinze anos de idade não representantes legais, das acusações que pesam contra
participem diretamente de hostilidades. ela, e dispor de assistência jurídica ou outro tipo de
assistência apropriada para a preparação e
3. Os Estados Partes abster-se-ão de recrutar pessoas apresentação de sua defesa;
que não tenham completado quinze anos de idade para
servir em suas forças armadas. Caso recrutem pessoas III) ter a causa decidida sem demora por autoridade ou
que tenham completado quinze anos, mas que tenham órgão judicial competente, independente e imparcial, em
menos de dezoito anos, deverão procurar dar prioridade audiência justa conforme a lei, com assistência jurídica
aos de mais idade. ou outra assistência e, a não ser que seja considerado
contrário aos melhores interesses da criança, levando
4. Em conformidade com suas obrigações de acordo com em consideração especialmente sua idade ou situação e
o direito humanitário internacional para proteção da a de seus pais ou representantes legais;
população civil durante os conflitos armados, os Estados
Partes adotarão todas as medidas necessárias a fim de IV) não ser obrigada a testemunhar ou a se declarar
assegurar a proteção e o cuidado das crianças afetadas culpada, e poder interrogar ou fazer com que sejam
por um conflito armado. interrogadas as testemunhas de acusação bem como
poder obter a participação e o interrogatório de
Artigo 39 testemunhas em sua defesa, em igualdade de condições;

Os Estados Partes adotarão todas as medidas V) se for decidido que infringiu as leis penais, ter essa
apropriadas para estimular a recuperação física e decisão e qualquer medida imposta em decorrência da
psicológica e reintegração social de toda criança vítima mesma submetidas a revisão por autoridade ou órgão
de qualquer forma de abandono, exploração ou abuso; judicial superior competente, independente e imparcial,
tortura ou outros de acordo com a lei;

tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou VI) contar com a assistência gratuita de um intérprete
degradantes; ou conflitos armados. Essa recuperação e caso a criança não compreenda ou fale o idioma
reintegração serão efetuadas em ambiente que estimule utilizado;
a saúde, o respeito próprio e a dignidade da criança.
VII) ter plenamente respeitada sua vida privada durante 3. Os membros do comitê serão escolhidos, em votação
todas as fases do processo. secreta, de uma lista de pessoas indicadas pelos
Estados Partes. Cada Estado Parte poderá indicar uma
3. Os Estados Partes buscarão promover o pessoa dentre os cidadãos de seu país.
estabelecimento de leis, procedimentos, autoridades e
instituições específicas para as crianças de quem se 4. A eleição inicial para o comitê será realizada, no mais
alegue ter infringido as leis penais ou que sejam tardar, seis meses após a entrada em vigor da presente
acusadas ou declaradas culpadas de tê-las infringido, e convenção e, posteriormente, a cada dois anos. No
em particular: mínimo quatro meses antes da data marcada para cada
eleição, o Secretário-geral das Nações Unidas enviará
a) o estabelecimento de uma idade mínima antes da qual uma carta aos Estados Partes convidando-os a
se presumirá que a criança não tem capacidade para apresentar suas candidaturas num prazo de dois meses.
infringir as leis penais; O Secretário-Geral elaborará posteriormente uma lista da
b) a adoção sempre que conveniente e desejável, de qual farão parte, em ordem alfabética, todos os
medidas para tratar dessas crianças sem recorrer candidatos indicados e os Estados Partes que os
procedimentos judiciais, contando que sejam respeitados designaram, e submeterá a mesma aos Estados Partes
plenamente os direitos humanos e as garantias legais. presentes à Convenção.

4. Diversas medidas, tais como ordens de guarda, 5. As eleições serão realizadas em reuniões dos Estados
orientação e supervisão, aconselhamento, liberdade Partes convocadas pelo Secretário-Geral na Sede das
vigiada, colocação em lares de adoção, programas de Nações Unidas. Nessas reuniões, para as quais o
educação e formação profissional, bem como outras quórum será de dois terços dos Estados Partes, os
alternativas internação em instituições, deverão estar candidatos eleitos para o comitê serão aqueles que
disponíveis para garantir que as crianças sejam tratadas obtiverem o maior número de votos e a maioria absoluta
de modo apropriado ao seu bem-estar e de forma de votos dos representantes dos Estados Partes
proporcional às circunstâncias e ao tipo do delito. presentes e votantes.

Artigo 41 6. Os membros do comitê serão eleitos para um mandato


de quatro anos. Poderão ser reeleitos caso sejam
Nada do estipulado na presente Convenção afetará apresentadas novamente suas candidaturas. O mandato
disposições que sejam mais convenientes para a de cinco dos membros eleitos na primeira eleição
realização dos direitos da criança e que podem constar: expirará ao término de dois anos; imediatamente após ter
sido realizada a primeira eleição, o presidente da reunião
a) das leis de um Estado Parte;
na qual a mesmas e efetuou escolherá por sorteio os
b) das normas de direito internacional vigentes para esse nomes desses cinco membros.
Estado.
7. Caso um membro do comitê venha a falecer ou
PARTE II renuncie ou declare que por qualquer outro motivo não
poderá continuar desempenhando suas funções, o
Artigo 42 Estado Parte que indicou esse membro designará outro
especialista, dentre seus cidadãos, para que exerça o
Os Estados Partes se comprometem a dar aos adultos e
mandato até seu término, sujeito à aprovação do comitê.
às crianças amplo conhecimento dos princípios e
disposições da convenção, mediante a utilização de 8. O comitê estabelecerá suas próprias regras de
meios apropriados e eficazes. procedimento.
Artigo 43 9. O comitê elegerá a mesa para um período de dois
anos.
1. A fim de examinar os progressos realizados no
cumprimento das obrigações contraídas pelos Estados 10. As reuniões do comitê serão celebradas normalmente
Partes na presente convenção, deverá ser estabelecido na sede das Nações Unidas ou em qualquer outro lugar
um Comitê para os Direitos da Criança que que o comitê julgar conveniente. O comitê se reunirá
desempenhará as funções a seguir determinadas. normalmente todos os anos. A duração das reuniões do
comitê será determinada e revista, se for o caso, em uma
2. O comitê estará integrado por dez especialistas de
reunião dos Estados Partes da presente convenção,
reconhecida integridade moral e competência nas áreas
sujeita à aprovação da Assembleia Geral.
cobertas pela presente convenção. Os membros do
comitê serão eleitos pelos Estados Partes dentre seus 11. O Secretário-Geral das Nações Unidas fornecerá o
nacionais exercerão suas funções a título pessoal, pessoal e os serviços necessários para o desempenho
tomando-se em devida conta a distribuição geográfica eficaz das funções do comitê de acordo com a presente
equitativa bem como os principais sistemas jurídicos. convenção.
12. Com prévia aprovação da Assembleia Geral, os das Nações Unidas para Infância e outros órgãos das
membros do Comitê estabelecido de acordo com a Nações Unidas a apresentarem relatórios sobre a
presente convenção receberão emolumentos implementação das disposições da presente convenção
provenientes dos recursos das Nações Unidas, segundo compreendidas no âmbito de suas atividades;
os termos e condições determinados pela assembleia.
b) conforme julgar conveniente, o comitê transmitirá às
Artigo 44 agências especializadas, ao Fundo das Nações Unidas
para a Infância e a outros órgãos competentes quaisquer
1. Os Estados Partes se comprometem a apresentar ao relatórios dos Estados Partes que contenham um pedido
comitê, por intermédio do Secretário-Geral das Nações de assessoramento ou de assistência técnica, ou nos
Unidas, relatórios sobre as medidas que tenham adotado quais se indique essa necessidade, juntamente com as
com vistas a tornar efetivos os direitos reconhecidos na observações e sugestões do comitê, se as houver, sobre
convenção e sobre os progressos alcançados no esses pedidos ou indicações;
desempenho desses direitos:
c) comitê poderá recomendar à Assembleia Geral que
a) num prazo de dois anos a partir da data em que entrou solicite ao Secretário-Geral que efetue, em seu nome,
em vigor para cada Estado Parte à presente convenção; estudos sobre questões concretas relativas aos direitos
b) a partir de então, a cada cinco anos. da criança;

2. Os relatórios preparados em função do presente artigo d) o comitê poderá formular sugestões e recomendações
deverão indicar as circunstâncias e as dificuldades, caso gerais com base nas informações recebidas nos termos
existam, que afetam o grau de cumprimento das dos Artigos 44 e 45 da presente convenção. Essas
obrigações derivadas da presente convenção. Deverão, sugestões e recomendações gerais deverão ser
também, conter informações suficientes para que o transmitidas aos Estados Partes e encaminhadas à
comitê compreenda, com exatidão, a implementação da Assembleia geral, juntamente com os comentários
convenção no país em questão. eventualmente apresentados pelos Estados Partes.

3. Um Estado Parte que tenha apresentado um relatório PARTE III


inicial ao comitê não precisará repetir, nos relatórios Artigo 46
posteriores a serem apresentados conforme o estipulado
no subitem b) do parágrafo 1 do presente artigo, a A presente convenção está aberta à assinatura de todos
informação básica fornecida anteriormente. os Estados.

4. O comitê poderá solicitar aos Estados Partes maiores Artigo 47


informações sobre a implementação da convenção.
A presente convenção está sujeita à ratificação. Os
5. A cada dois anos, o comitê submeterá relatórios sobre instrumentos de ratificação serão depositados junto ao
suas atividades à Assembleia Geral das Nações Unidas, Secretário-geral das Nações Unidas.
por intermédio do Conselho Econômico e Social.
Artigo 48
6. Os Estados Partes tornarão seus relatórios
amplamente disponíveis ao público em seus respectivos A presente convenção permanecerá aberta à adesão de
países. qualquer Estado. Os instrumentos de adesão serão
depositados junto ao Secretário-Geral das Nações
Artigo 45 Unidas.

A fim de incentivar a efetiva implementação da Artigo 49


Convenção e estimular a cooperação internacional nas
esferas regulamentadas pela convenção: 1. A presente convenção entrará em vigor no trigésimo
dia após a data em que tenha sido depositado o vigésimo
a) os organismos especializados, o Fundo das Nações instrumento de ratificação ou de adesão junto ao
Unidas para a Infância e outros órgãos das Nações Secretário-Geral das Nações Unidas.
Unidas terão o direito de estar representados quando for
analisada a implementação das disposições da presente 2. Para cada Estado que venha a ratificar a convenção
convenção que estejam compreendidas no âmbito de ou a aderir a ela após ter sido depositado o vigésimo
seus mandatos. O comitê poderá convidar as agências instrumento de ratificação ou de adesão, a convenção
especializadas, o Fundo das Nações Unidas para a entrará em vigor no trigésimo dia após o depósito, por
Infância e outros órgãos competentes que considere parte doestado, de seu instrumento de ratificação ou de
apropriados a fornecer assessoramento especializado adesão.
sobre a implementação da Convenção em matérias Artigo 50
correspondentes a seus respectivos mandatos. O comitê
poderá convidar as agências especializadas, o Fundo
1. Qualquer Estado Parte poderá propor uma emenda e Em fé do que, os plenipotenciários abaixo assinados,
registrá-la com o Secretário-Geral das Nações Unidas. devidamente autorizados por seus respectivos
Secretário-geral comunicará a emenda proposta aos Governos, assinaram a presente Convenção.
Estados Partes, com a solicitação de que estes o
notifiquem caso apoiem a convocação de uma
Conferência de Estados Partes com o propósito de
analisar as propostas e submetê-las votação. Se, num
prazo de quatro meses a partir da data dessa notificação,
pelo menos um terço dos Estados Partes se declarar
favorável a tal Conferência, o Secretário-Geral convocará
conferência, sob os auspícios das Nações Unidas.
Qualquer emenda adotada pela maioria de Estados
Partes presentes e votantes na conferência será
submetida pelo Secretário-geral à Assembleia Geral para
sua aprovação.

2. Uma emenda adotada em conformidade com o


parágrafo 1 do presente artigo entrará em vigor quando
aprovada ela Assembleia Geral das Nações Unidas e
aceita por uma maioria de dois terços de Estados Partes.

3. Quando uma emenda entrar em vigor, ela será


obrigatória para os Estados Partes que as tenham aceito,
enquanto os demais Estados Partes permanecerão
obrigados pelas disposições da presente convenção e
pelas emendas anteriormente aceitas por eles.

Artigo 51

1. O Secretário-Geral das Nações Unidas receberá e


comunicará a todos os Estados Partes o texto das
reservas feitas pelos Estados no momento da ratificação
ou da adesão.

2. Não será permitida nenhuma reserva incompatível


com o objetivo e o propósito da presente convenção.

3. Quaisquer reservas poderão ser retiradas a qualquer


momento mediante uma notificação nesse sentido
dirigida ao Secretário-Geral das Nações Unidas, que
informará a todos os Estados. Essa notificação entrará
em vigor a partir da data de recebimento da mesma pelo
Secretário-Geral.

Artigo 52

Um Estado Parte poderá denunciar a presente


convenção mediante notificação feita por escrito ao
Secretário-geral das Nações Unidas. A denúncia entrará
em vigor um ano após a data em que a notificação tenha
sido recebida pelo Secretário-geral.

Artigo 53

Designa-se para depositário da presente convenção o


Secretário-Geral das Nações Unidas.

Artigo 54

O original da presente convenção, cujos textos em árabe


chinês, espanhol, francês, inglês e russo são igualmente
autênticos, será depositado em poder do Secretário-
Geral das Nações Unidas.
LEGISLAÇÃO ESPECIFICA a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer
circunstâncias;

b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou


de relevância pública;
ESTATUTO DA CRIANÇA E
c) preferência na formulação e na execução das políticas
DO ADOLESCENTE sociais públicas;

LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990. d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas
Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e relacionadas com a proteção à infância e à juventude.
dá outras providências.
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o qualquer forma de negligência, discriminação,
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte exploração, violência, crueldade e opressão, punido na
Lei: forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos
Título I seus direitos fundamentais.

Das Disposições Preliminares Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta


os fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a
e ao adolescente. condição peculiar da criança e do adolescente como
pessoas em desenvolvimento.
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a
pessoa até doze anos de idade incompletos, e Título II
adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. Dos Direitos Fundamentais
Capítulo I
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se Do Direito à Vida e à Saúde
excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre
dezoito e vinte e um anos de idade. Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à
vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os públicas que permitam o nascimento e o
direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições
prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, dignas de existência.
assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas
as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o Art. 8 o É assegurado a todas as mulheres o acesso aos
desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, programas e às políticas de saúde da mulher e de
em condições de liberdade e de dignidade. planejamento reprodutivo e, às gestantes, nutrição
adequada, atenção humanizada à gravidez, ao parto e
Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei ao puerpério e atendimento pré-natal, perinatal e pós-
aplicam-se a todas as crianças e adolescentes, sem natal integral no âmbito do Sistema Único de Saúde.
discriminação de nascimento, situação familiar, idade, (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença, deficiência,
condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem, § 1 o O atendimento pré-natal será realizado por
condição econômica, ambiente social, região e local de profissionais da atenção primária. (Redação dada pela
moradia ou outra condição que diferencie as pessoas, as Lei nº 13.257, de 2016)
famílias ou a comunidade em que vivem. (Incluído pela
Lei nº 13.257, de 2016) § 2 o Os profissionais de saúde de referência da gestante
garantirão sua vinculação, no último trimestre da
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade gestação, ao estabelecimento em que será realizado o
em geral e do poder público assegurar, com absoluta parto, garantido o direito de opção da mulher. (Redação
prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer,
à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, § 3 o Os serviços de saúde onde o parto for realizado
à liberdade e à convivência familiar e comunitária. assegurarão às mulheres e aos seus filhos recém-
nascidos alta hospitalar responsável e contrarreferência
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende: na atenção primária, bem como o acesso a outros
serviços e a grupos de apoio à amamentação. (Redação Parágrafo único. As ações destinadas a efetivar o
dada pela Lei nº 13.257, de 2016) disposto no caput deste artigo ficarão a cargo do poder
público, em conjunto com organizações da sociedade
§ 4 o Incumbe ao poder público proporcionar assistência civil, e serão dirigidas prioritariamente ao público
psicológica à gestante e à mãe, no período pré e pós- adolescente. (Incluído pela Lei nº 13.798, de 2019)
natal, inclusive como forma de prevenir ou minorar as
consequências do estado puerperal. (Incluído pela Lei nº Art. 9º O poder público, as instituições e os
12.010, de 2009) Vigência empregadores propiciarão condições adequadas ao
aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães
§ 5 o A assistência referida no § 4 o deste artigo deverá submetidas a medida privativa de liberdade.
ser prestada também a gestantes e mães que
manifestem interesse em entregar seus filhos para § 1 o Os profissionais das unidades primárias de saúde
adoção, bem como a gestantes e mães que se desenvolverão ações sistemáticas, individuais ou
encontrem em situação de privação de liberdade. coletivas, visando ao planejamento, à implementação e à
(Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) avaliação de ações de promoção, proteção e apoio ao
aleitamento materno e à alimentação complementar
§ 6 o A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um) saudável, de forma contínua. (Incluído pela Lei nº
acompanhante de sua preferência durante o período do 13.257, de 2016)
pré-natal, do trabalho de parto e do pós-parto imediato.
(Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) § 2 o Os serviços de unidades de terapia intensiva
neonatal deverão dispor de banco de leite humano ou
§ 7 o A gestante deverá receber orientação sobre unidade de coleta de leite humano. (Incluído pela Lei nº
aleitamento materno, alimentação complementar 13.257, de 2016)
saudável e crescimento e desenvolvimento infantil, bem
como sobre formas de favorecer a criação de vínculos Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de
afetivos e de estimular o desenvolvimento integral da atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares,
criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) são obrigados a:

§ 8 o A gestante tem direito a acompanhamento saudável I - manter registro das atividades desenvolvidas, através
durante toda a gestação e a parto natural cuidadoso, de prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos;
estabelecendo-se a aplicação de cesariana e outras
intervenções cirúrgicas por motivos médicos. (Incluído II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua
pela Lei nº 13.257, de 2016) impressão plantar e digital e da impressão digital da mãe,
sem prejuízo de outras formas normatizadas pela
§ 9 o A atenção primária à saúde fará a busca ativa da autoridade administrativa competente;
gestante que não iniciar ou que abandonar as consultas
de pré-natal, bem como da puérpera que não III - proceder a exames visando ao diagnóstico e
comparecer às consultas pós-parto. (Incluído pela Lei nº terapêutica de anormalidades no metabolismo do recém-
nascido, bem como prestar orientação aos pais;
13.257, de 2016)
IV - fornecer declaração de nascimento onde constem
§ 10. Incumbe ao poder público garantir, à gestante e à
necessariamente as intercorrências do parto e do
mulher com filho na primeira infância que se encontrem
desenvolvimento do neonato;
sob custódia em unidade de privação de liberdade,
ambiência que atenda às normas sanitárias e
V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao
assistenciais do Sistema Único de Saúde para o
neonato a permanência junto à mãe.
acolhimento do filho, em articulação com o sistema de
ensino competente, visando ao desenvolvimento integral
VI - acompanhar a prática do processo de amamentação,
da criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
prestando orientações quanto à técnica adequada,
enquanto a mãe permanecer na unidade hospitalar,
Art. 8º-A. Fica instituída a Semana Nacional de
utilizando o corpo técnico já existente. (Incluído pela Lei
Prevenção da Gravidez na Adolescência, a ser realizada
nº 13.436, de 2017) (Vigência)
anualmente na semana que incluir o dia 1º de fevereiro,
com o objetivo de disseminar informações sobre medidas § 1º Os testes para o rastreamento de doenças no recém-
preventivas e educativas que contribuam para a redução
nascido serão disponibilizados pelo Sistema Único de
da incidência da gravidez na adolescência. (Incluído pela
Saúde, no âmbito do Programa Nacional de Triagem
Lei nº 13.798, de 2019)
Neonatal (PNTN), na forma da regulamentação
elaborada pelo Ministério da Saúde, com implementação
de forma escalonada, de acordo com a seguinte ordem
de progressão: (Incluído pela Lei nº 14.154, de 2021) no Sistema Único de Saúde. (Incluído pela Lei nº
Vigência 14.154, de 2021) Vigência

I – etapa 1: (Incluído pela Lei nº 14.154, de 2021) § 3º O rol de doenças constante do § 1º deste artigo
Vigência poderá ser expandido pelo poder público com base nos
a) fenilcetonúria e outras hiperfenilalaninemias; critérios estabelecidos no § 2º deste artigo. (Incluído
(Incluída pela Lei nº 14.154, de 2021) Vigência pela Lei nº 14.154, de 2021) Vigência

b) hipotireoidismo congênito; (Incluída pela Lei nº § 4º Durante os atendimentos de pré-natal e de puerpério


14.154, de 2021) Vigência imediato, os profissionais de saúde devem informar a
gestante e os acompanhantes sobre a importância do
c) doença falciforme e outras hemoglobinopatias; teste do pezinho e sobre as eventuais diferenças
(Incluída pela Lei nº 14.154, de 2021) Vigência existentes entre as modalidades oferecidas no Sistema
Único de Saúde e na rede privada de saúde. (Incluído
d) fibrose cística; (Incluída pela Lei nº 14.154, de 2021) pela Lei nº 14.154, de 2021) Vigência
Vigência
Art. 11. É assegurado acesso integral às linhas de
e) hiperplasia adrenal congênita; (Incluída pela Lei nº cuidado voltadas à saúde da criança e do adolescente,
14.154, de 2021) Vigência por intermédio do Sistema Único de Saúde, observado o
princípio da equidade no acesso a ações e serviços para
f) deficiência de biotinidase; (Incluída pela Lei nº promoção, proteção e recuperação da saúde. (Redação
14.154, de 2021) Vigência dada pela Lei nº 13.257, de 2016)

g) toxoplasmose congênita; (Incluída pela Lei nº § 1 o A criança e o adolescente com deficiência serão
14.154, de 2021) Vigência atendidos, sem discriminação ou segregação, em suas
necessidades gerais de saúde e específicas de
II – etapa 2: (Incluído pela Lei nº 14.154, de 2021) habilitação e reabilitação. (Redação dada pela Lei nº
Vigência 13.257, de 2016)

a) galactosemias; (Incluída pela Lei nº 14.154, de 2021) § 2 o Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente,
Vigência àqueles que necessitarem, medicamentos, órteses,
próteses e outras tecnologias assistivas relativas ao
b) aminoacidopatias; (Incluída pela Lei nº 14.154, de tratamento, habilitação ou reabilitação para crianças e
2021) Vigência adolescentes, de acordo com as linhas de cuidado
voltadas às suas necessidades específicas. (Redação
c) distúrbios do ciclo da ureia; (Incluída pela Lei nº dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
14.154, de 2021) Vigência
§ 3 o Os profissionais que atuam no cuidado diário ou
d) distúrbios da betaoxidação dos ácidos graxos; frequente de crianças na primeira infância receberão
(Incluída pela Lei nº 14.154, de 2021) Vigência formação específica e permanente para a detecção de
sinais de risco para o desenvolvimento psíquico, bem
III – etapa 3: doenças lisossômicas; (Incluído pela Lei como para o acompanhamento que se fizer necessário.
nº 14.154, de 2021) Vigência (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)

IV – etapa 4: imunodeficiências primárias; (Incluído pela Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde,
Lei nº 14.154, de 2021) Vigência inclusive as unidades neonatais, de terapia intensiva e de
cuidados intermediários, deverão proporcionar
V – etapa 5: atrofia muscular espinhal. (Incluído pela Lei condições para a permanência em tempo integral de um
nº 14.154, de 2021) Vigência dos pais ou responsável, nos casos de internação de
criança ou adolescente. (Redação dada pela Lei nº
§ 2º A delimitação de doenças a serem rastreadas pelo 13.257, de 2016)
teste do pezinho, no âmbito do PNTN, será revisada
periodicamente, com base em evidências científicas, Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo
considerados os benefícios do rastreamento, do físico, de tratamento cruel ou degradante e de maus-
diagnóstico e do tratamento precoce, priorizando as tratos contra criança ou adolescente serão
doenças com maior prevalência no País, com protocolo obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da
de tratamento aprovado e com tratamento incorporado respectiva localidade, sem prejuízo de outras
providências legais. (Redação dada pela Lei nº 13.010, Capítulo II
de 2014)
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade
§ 1 o As gestantes ou mães que manifestem interesse em
entregar seus filhos para adoção serão obrigatoriamente Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade,
encaminhadas, sem constrangimento, à Justiça da ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em
Infância e da Juventude. (Incluído pela Lei nº 13.257, de processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos
2016) civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas
leis.
§ 2 o Os serviços de saúde em suas diferentes portas de
entrada, os serviços de assistência social em seu Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes
componente especializado, o Centro de Referência aspectos:
Especializado de Assistência Social (Creas) e os demais
órgãos do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços
do Adolescente deverão conferir máxima prioridade ao comunitários, ressalvadas as restrições legais;
atendimento das crianças na faixa etária da primeira
infância com suspeita ou confirmação de violência de II - opinião e expressão;
qualquer natureza, formulando projeto terapêutico
singular que inclua intervenção em rede e, se necessário, III - crença e culto religioso;
acompanhamento domiciliar. (Incluído pela Lei nº 13.257,
de 2016) IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;

Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá V - participar da vida familiar e comunitária, sem
programas de assistência médica e odontológica para a discriminação;
prevenção das enfermidades que ordinariamente afetam
a população infantil, e campanhas de educação sanitária VI - participar da vida política, na forma da lei;
para pais, educadores e alunos.
VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.
§ 1 o É obrigatória a vacinação das crianças nos casos
recomendados pelas autoridades sanitárias. Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade
(Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 13.257, de da integridade física, psíquica e moral da criança e do
adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da
2016)
identidade, da autonomia, dos valores, idéias e crenças,
dos espaços e objetos pessoais.
§ 2 o O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção à
saúde bucal das crianças e das gestantes, de forma
Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança
transversal, integral e intersetorial com as demais linhas
e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer
de cuidado direcionadas à mulher e à criança. (Incluído
tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório
pela Lei nº 13.257, de 2016)
ou constrangedor.
§ 3 o A atenção odontológica à criança terá função
Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser
educativa protetiva e será prestada, inicialmente, antes educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de
de o bebê nascer, por meio de aconselhamento pré-natal, tratamento cruel ou degradante, como formas de
e, posteriormente, no sexto e no décimo segundo anos correção, disciplina, educação ou qualquer outro
de vida, com orientações sobre saúde bucal. (Incluído pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família
pela Lei nº 13.257, de 2016) ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos
executores de medidas socioeducativas ou por qualquer
§ 4 o A criança com necessidade de cuidados pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los
odontológicos especiais será atendida pelo Sistema ou protegê-los. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Único de Saúde. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se:
§ 5 º É obrigatória a aplicação a todas as crianças, nos (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
seus primeiros dezoito meses de vida, de protocolo ou
outro instrumento construído com a finalidade de facilitar I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva
a detecção, em consulta pediátrica de acompanhamento aplicada com o uso da força física sobre a criança ou o
da criança, de risco para o seu desenvolvimento adolescente que resulte em: (Incluído pela Lei nº 13.010,
psíquico. (Incluído pela Lei nº 13.438, de 2017) de 2014)
(Vigência)
a) sofrimento físico; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de
2014) Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado
e educado no seio de sua família e, excepcionalmente,
b) lesão; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) em família substituta, assegurada a convivência familiar
e comunitária, em ambiente que garanta seu
II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma desenvolvimento integral. (Redação dada pela Lei nº
cruel de tratamento em relação à criança ou ao 13.257, de 2016)
adolescente que: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
§ 1 o Toda criança ou adolescente que estiver inserido
a) humilhe; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) em programa de acolhimento familiar ou institucional terá
sua situação reavaliada, no máximo, a cada 3 (três)
b) ameace gravemente; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, meses, devendo a autoridade judiciária competente, com
de 2014) base em relatório elaborado por equipe interprofissional
ou multidisciplinar, decidir de forma fundamentada pela
c) ridicularize. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) possibilidade de reintegração familiar ou pela colocação
em família substituta, em quaisquer das modalidades
Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os previstas no art. 28 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº
responsáveis, os agentes públicos executores de 13.509, de 2017)
medidas socioeducativas ou qualquer pessoa
encarregada de cuidar de crianças e de adolescentes, § 2 o A permanência da criança e do adolescente em
tratá-los, educá-los ou protegê-los que utilizarem castigo programa de acolhimento institucional não se prolongará
físico ou tratamento cruel ou degradante como formas de por mais de 18 (dezoito meses), salvo comprovada
correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto necessidade que atenda ao seu superior interesse,
estarão sujeitos, sem prejuízo de outras sanções devidamente fundamentada pela autoridade judiciária.
cabíveis, às seguintes medidas, que serão aplicadas de (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
acordo com a gravidade do caso: (Incluído pela Lei nº
13.010, de 2014) § 3 o A manutenção ou a reintegração de criança ou
adolescente à sua família terá preferência em relação a
I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de qualquer outra providência, caso em que será esta
proteção à família; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) incluída em serviços e programas de proteção, apoio e
promoção, nos termos do § 1 o do art. 23, dos incisos I e
II - encaminhamento a tratamento psicológico ou IV do caput do art. 101 e dos incisos I a IV do caput do
psiquiátrico; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) art. 129 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de
2016)
III - encaminhamento a cursos ou programas de
orientação; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) § 4 o Será garantida a convivência da criança e do
adolescente com a mãe ou o pai privado de liberdade,
IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento por meio de visitas periódicas promovidas pelo
especializado; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) responsável ou, nas hipóteses de acolhimento
institucional, pela entidade responsável,
V - advertência. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) independentemente de autorização judicial. (Incluído
pela Lei nº 12.962, de 2014)
VI - garantia de tratamento de saúde especializado à
vítima. (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) § 5 o Será garantida a convivência integral da criança
Vigência com a mãe adolescente que estiver em acolhimento
institucional. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo serão
aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras § 6 o A mãe adolescente será assistida por equipe
providências legais. (Incluído pela Lei nº 13.010, de especializada multidisciplinar. (Incluído pela Lei nº
2014) 13.509, de 2017)

Capítulo III Art. 19-A. A gestante ou mãe que manifeste interesse em


entregar seu filho para adoção, antes ou logo após o
Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária nascimento, será encaminhada à Justiça da Infância e da
Juventude. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
Seção I
§ 1 o A gestante ou mãe será ouvida pela equipe
Disposições Gerais interprofissional da Justiça da Infância e da Juventude,
que apresentará relatório à autoridade judiciária, prazo de 30 (trinta) dias, contado a partir do dia do
considerando inclusive os eventuais efeitos do estado acolhimento. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
gestacional e puerperal. (Incluído pela Lei nº 13.509, de
2017) Art. 19-B. A criança e o adolescente em programa de
acolhimento institucional ou familiar poderão participar de
§ 2 o De posse do relatório, a autoridade judiciária poderá programa de apadrinhamento. (Incluído pela Lei nº
determinar o encaminhamento da gestante ou mãe, 13.509, de 2017)
mediante sua expressa concordância, à rede pública de
saúde e assistência social para atendimento § 1 o O apadrinhamento consiste em estabelecer e
especializado. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) proporcionar à criança e ao adolescente vínculos
externos à instituição para fins de convivência familiar e
§ 3 o A busca à família extensa, conforme definida nos comunitária e colaboração com o seu desenvolvimento
termos do parágrafo único do art. 25 desta Lei, respeitará nos aspectos social, moral, físico, cognitivo, educacional
o prazo máximo de 90 (noventa) dias, prorrogável por e financeiro. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
igual período. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 2º Podem ser padrinhos ou madrinhas pessoas
§ 4 o Na hipótese de não haver a indicação do genitor e maiores de 18 (dezoito) anos não inscritas nos cadastros
de não existir outro representante da família extensa apto de adoção, desde que cumpram os requisitos exigidos
a receber a guarda, a autoridade judiciária competente pelo programa de apadrinhamento de que fazem parte.
deverá decretar a extinção do poder familiar e determinar (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
a colocação da criança sob a guarda provisória de quem
estiver habilitado a adotá-la ou de entidade que § 3 o Pessoas jurídicas podem apadrinhar criança ou
desenvolva programa de acolhimento familiar ou adolescente a fim de colaborar para o seu
institucional. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) desenvolvimento. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 5 o Após o nascimento da criança, a vontade da mãe § 4 o O perfil da criança ou do adolescente a ser


ou de ambos os genitores, se houver pai registral ou pai apadrinhado será definido no âmbito de cada programa
indicado, deve ser manifestada na audiência a que se de apadrinhamento, com prioridade para crianças ou
refere o § 1 o do art. 166 desta Lei, garantido o sigilo adolescentes com remota possibilidade de reinserção
sobre a entrega. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) familiar ou colocação em família adotiva. (Incluído pela
Lei nº 13.509, de 2017)
§ 6º Na hipótese de não comparecerem à audiência nem
o genitor nem representante da família extensa para § 5 o Os programas ou serviços de apadrinhamento
confirmar a intenção de exercer o poder familiar ou a apoiados pela Justiça da Infância e da Juventude
guarda, a autoridade judiciária suspenderá o poder poderão ser executados por órgãos públicos ou por
familiar da mãe, e a criança será colocada sob a guarda organizações da sociedade civil. (Incluído pela Lei nº
provisória de quem esteja habilitado a adotá-la. (Incluído 13.509, de 2017)
pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 6 o Se ocorrer violação das regras de apadrinhamento,
§ 7 o Os detentores da guarda possuem o prazo de 15 os responsáveis pelo programa e pelos serviços de
(quinze) dias para propor a ação de adoção, contado do acolhimento deverão imediatamente notificar a
dia seguinte à data do término do estágio de convivência. autoridade judiciária competente. (Incluído pela Lei nº
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) 13.509, de 2017)

§ 8 o Na hipótese de desistência pelos genitores - Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do
manifestada em audiência ou perante a equipe casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e
interprofissional - da entrega da criança após o qualificações, proibidas quaisquer designações
nascimento, a criança será mantida com os genitores, e discriminatórias relativas à filiação.
será determinado pela Justiça da Infância e da Juventude
o acompanhamento familiar pelo prazo de 180 (cento e Art. 21. O pátrio poder poder familiar será exercido, em
oitenta) dias. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) igualdade de condições, pelo pai e pela mãe, na forma
do que dispuser a legislação civil, assegurado a qualquer
§ 9 o É garantido à mãe o direito ao sigilo sobre o deles o direito de, em caso de discordância, recorrer à
nascimento, respeitado o disposto no art. 48 desta Lei. autoridade judiciária competente para a solução da
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) divergência. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência
§ 10. Serão cadastrados para adoção recém-nascidos e
crianças acolhidas não procuradas por suas famílias no
Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e escritura ou outro documento público, qualquer que seja
educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no a origem da filiação.
interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir
as determinações judiciais. Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o
nascimento do filho ou suceder-lhe ao falecimento, se
Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm deixar descendentes.
direitos iguais e deveres e responsabilidades
compartilhados no cuidado e na educação da criança, Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito
devendo ser resguardado o direito de transmissão personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo
familiar de suas crenças e culturas, assegurados os ser exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem
direitos da criança estabelecidos nesta Lei. (Incluído pela qualquer restrição, observado o segredo de Justiça.
Lei nº 13.257, de 2016)
Seção III
Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não
constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão Da Família Substituta
do pátrio poder poder familiar . (Expressão substituída
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Subseção I

§ 1 o Não existindo outro motivo que por si só autorize a Disposições Gerais


decretação da medida, a criança ou o adolescente será
mantido em sua família de origem, a qual deverá Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á
obrigatoriamente ser incluída em serviços e programas mediante guarda, tutela ou adoção, independentemente
oficiais de proteção, apoio e promoção. (Redação dada da situação jurídica da criança ou adolescente, nos
pela Lei nº 13.257, de 2016) termos desta Lei.

§ 2º A condenação criminal do pai ou da mãe não § 1 o Sempre que possível, a criança ou o adolescente
implicará a destituição do poder familiar, exceto na será previamente ouvido por equipe interprofissional,
hipótese de condenação por crime doloso sujeito à pena respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de
de reclusão contra outrem igualmente titular do mesmo compreensão sobre as implicações da medida, e terá sua
poder familiar ou contra filho, filha ou outro descendente. opinião devidamente considerada. (Redação dada pela
(Redação dada pela Lei nº 13.715, de 2018) Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Art. 24. A perda e a suspensão do pátrio poder poder § 2 o Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade,
familiar serão decretadas judicialmente, em será necessário seu consentimento, colhido em
procedimento contraditório, nos casos previstos na audiência. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
legislação civil, bem como na hipótese de Vigência
descumprimento injustificado dos deveres e obrigações
a que alude o art. 22. (Expressão substituída pela Lei nº § 3 o Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau
12.010, de 2009) Vigência de parentesco e a relação de afinidade ou de afetividade,
a fim de evitar ou minorar as consequências decorrentes
Seção II da medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Vigência
Da Família Natural
§ 4 o Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção,
Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade tutela ou guarda da mesma família substituta, ressalvada
formada pelos pais ou qualquer deles e seus a comprovada existência de risco de abuso ou outra
descendentes. situação que justifique plenamente a excepcionalidade
de solução diversa, procurando-se, em qualquer caso,
Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou evitar o rompimento definitivo dos vínculos fraternais.
ampliada aquela que se estende para além da unidade (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
pais e filhos ou da unidade do casal, formada por
parentes próximos com os quais a criança ou § 5 o A colocação da criança ou adolescente em família
adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e substituta será precedida de sua preparação gradativa e
afetividade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) acompanhamento posterior, realizados pela equipe
Vigência interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da
Juventude, preferencialmente com o apoio dos técnicos
Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão ser responsáveis pela execução da política municipal de
reconhecidos pelos pais, conjunta ou separadamente, no
próprio termo de nascimento, por testamento, mediante
garantia do direito à convivência familiar. (Incluído pela § 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência casos de tutela e adoção, para atender a situações
peculiares ou suprir a falta eventual dos pais ou
§ 6 o Em se tratando de criança ou adolescente indígena responsável, podendo ser deferido o direito de
ou proveniente de comunidade remanescente de representação para a prática de atos determinados.
quilombo, é ainda obrigatório: (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência § 3º A guarda confere à criança ou adolescente a
condição de dependente, para todos os fins e efeitos de
I - que sejam consideradas e respeitadas sua identidade direito, inclusive previdenciários.
social e cultural, os seus costumes e tradições, bem
como suas instituições, desde que não sejam § 4 o Salvo expressa e fundamentada determinação em
incompatíveis com os direitos fundamentais contrário, da autoridade judiciária competente, ou
reconhecidos por esta Lei e pela Constituição Federal; quando a medida for aplicada em preparação para
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência adoção, o deferimento da guarda de criança ou
adolescente a terceiros não impede o exercício do direito
II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente no de visitas pelos pais, assim como o dever de prestar
seio de sua comunidade ou junto a membros da mesma alimentos, que serão objeto de regulamentação
etnia; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência específica, a pedido do interessado ou do Ministério
Público. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
III - a intervenção e oitiva de representantes do órgão
federal responsável pela política indigenista, no caso de Art. 34. O poder público estimulará, por meio de
crianças e adolescentes indígenas, e de antropólogos, assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, o
perante a equipe interprofissional ou multidisciplinar que acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou
irá acompanhar o caso. (Incluído pela Lei nº 12.010, de adolescente afastado do convívio familiar. (Redação
2009) Vigência dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Art. 29. Não se deferirá colocação em família substituta § 1 o A inclusão da criança ou adolescente em programas
a pessoa que revele, por qualquer modo, de acolhimento familiar terá preferência a seu
incompatibilidade com a natureza da medida ou não acolhimento institucional, observado, em qualquer caso,
ofereça ambiente familiar adequado. o caráter temporário e excepcional da medida, nos
termos desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Art. 30. A colocação em família substituta não admitirá
transferência da criança ou adolescente a terceiros ou a § 2 o Na hipótese do § 1 o deste artigo a pessoa ou casal
entidades governamentais ou não-governamentais, sem cadastrado no programa de acolhimento familiar poderá
autorização judicial. receber a criança ou adolescente mediante guarda,
observado o disposto nos arts. 28 a 33 desta Lei.
Art. 31. A colocação em família substituta estrangeira (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
constitui medida excepcional, somente admissível na
modalidade de adoção. § 3 o A União apoiará a implementação de serviços de
acolhimento em família acolhedora como política pública,
Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável os quais deverão dispor de equipe que organize o
prestará compromisso de bem e fielmente desempenhar acolhimento temporário de crianças e de adolescentes
o encargo, mediante termo nos autos. em residências de famílias selecionadas, capacitadas e
acompanhadas que não estejam no cadastro de adoção.
Subseção II (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)

Da Guarda § 4 o Poderão ser utilizados recursos federais, estaduais,


distritais e municipais para a manutenção dos serviços
Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência de acolhimento em família acolhedora, facultando-se o
material, moral e educacional à criança ou adolescente, repasse de recursos para a própria família acolhedora.
conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
inclusive aos pais. (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 35. A guarda poderá ser revogada a qualquer tempo,
§ 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, mediante ato judicial fundamentado, ouvido o Ministério
podendo ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos Público.
procedimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção
por estrangeiros. Subseção III
Da Tutela
Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado,
Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a com os mesmos direitos e deveres, inclusive
pessoa de até 18 (dezoito) anos incompletos. (Redação sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com pais
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais.

Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe a § 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do
prévia decretação da perda ou suspensão do pátrio outro, mantêm-se os vínculos de filiação entre o adotado
poder poder familiar e implica necessariamente o dever e o cônjuge ou concubino do adotante e os respectivos
de guarda. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de parentes.
2009) Vigência
§ 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado,
Art. 37. O tutor nomeado por testamento ou qualquer seus descendentes, o adotante, seus ascendentes,
documento autêntico, conforme previsto no parágrafo descendentes e colaterais até o 4º grau, observada a
único do art. 1.729 da Lei n o 10.406, de 10 de janeiro de ordem de vocação hereditária.
2002 - Código Civil , deverá, no prazo de 30 (trinta) dias
após a abertura da sucessão, ingressar com pedido Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos,
destinado ao controle judicial do ato, observando o independentemente do estado civil. (Redação dada pela
procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei. Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do
Parágrafo único. Na apreciação do pedido, serão adotando.
observados os requisitos previstos nos arts. 28 e 29
desta Lei, somente sendo deferida a tutela à pessoa § 2 o Para adoção conjunta, é indispensável que os
indicada na disposição de última vontade, se restar adotantes sejam casados civilmente ou mantenham
comprovado que a medida é vantajosa ao tutelando e união estável, comprovada a estabilidade da família.
que não existe outra pessoa em melhores condições de (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
assumi-la. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
Vigência § 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos
mais velho do que o adotando.
Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto no art.
24. § 4 o Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-
companheiros podem adotar conjuntamente, contanto
Subseção IV que acordem sobre a guarda e o regime de visitas e
desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado
Da Adoção na constância do período de convivência e que seja
comprovada a existência de vínculos de afinidade e
Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se- afetividade com aquele não detentor da guarda, que
á segundo o disposto nesta Lei. justifiquem a excepcionalidade da concessão. (Redação
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 1 o A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual
se deve recorrer apenas quando esgotados os recursos § 5 o Nos casos do § 4 o deste artigo, desde que
de manutenção da criança ou adolescente na família demonstrado efetivo benefício ao adotando, será
natural ou extensa, na forma do parágrafo único do art. assegurada a guarda compartilhada, conforme previsto
25 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) no art. 1.584 da Lei n o 10.406, de 10 de janeiro de 2002
Vigência - Código Civil . (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
§ 2 o É vedada a adoção por procuração. (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 6 o A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após
inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no
§ 3 o Em caso de conflito entre direitos e interesses do curso do procedimento, antes de prolatada a sentença.
adotando e de outras pessoas, inclusive seus pais (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
biológicos, devem prevalecer os direitos e os interesses
do adotando. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais
vantagens para o adotando e fundar-se em motivos
Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, dezoito legítimos.
anos à data do pedido, salvo se já estiver sob a guarda
ou tutela dos adotantes.
Art. 44. Enquanto não der conta de sua administração e
saldar o seu alcance, não pode o tutor ou o curador § 5 o O estágio de convivência será cumprido no território
adotar o pupilo ou o curatelado. nacional, preferencialmente na comarca de residência da
criança ou adolescente, ou, a critério do juiz, em cidade
Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou limítrofe, respeitada, em qualquer hipótese, a
do representante legal do adotando. competência do juízo da comarca de residência da
criança. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 1º. O consentimento será dispensado em relação à
criança ou adolescente cujos pais sejam desconhecidos Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença
ou tenham sido destituídos do pátrio poder poder familiar judicial, que será inscrita no registro civil mediante
. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) mandado do qual não se fornecerá certidão.
Vigência
§ 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes como
§ 2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos de pais, bem como o nome de seus ascendentes.
idade, será também necessário o seu consentimento.
§ 2º O mandado judicial, que será arquivado, cancelará
Art. 46. A adoção será precedida de estágio de o registro original do adotado.
convivência com a criança ou adolescente, pelo prazo
máximo de 90 (noventa) dias, observadas a idade da § 3 o A pedido do adotante, o novo registro poderá ser
criança ou adolescente e as peculiaridades do caso. lavrado no Cartório do Registro Civil do Município de sua
(Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) residência. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
Vigência
§ 1 o O estágio de convivência poderá ser dispensado se
o adotando já estiver sob a tutela ou guarda legal do § 4 o Nenhuma observação sobre a origem do ato poderá
adotante durante tempo suficiente para que seja possível constar nas certidões do registro. (Redação dada pela
avaliar a conveniência da constituição do vínculo. Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 5 o A sentença conferirá ao adotado o nome do
§ 2 o A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a adotante e, a pedido de qualquer deles, poderá
dispensa da realização do estágio de convivência. determinar a modificação do prenome. (Redação dada
(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 2 o -A. O prazo máximo estabelecido no caput deste § 6 o Caso a modificação de prenome seja requerida pelo
artigo pode ser prorrogado por até igual período, adotante, é obrigatória a oitiva do adotando, observado o
mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária. disposto nos §§ 1 o e 2 o do art. 28 desta Lei. (Redação
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 3 o Em caso de adoção por pessoa ou casal residente § 7 o A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito em
ou domiciliado fora do País, o estágio de convivência julgado da sentença constitutiva, exceto na hipótese
será de, no mínimo, 30 (trinta) dias e, no máximo, 45 prevista no § 6 o do art. 42 desta Lei, caso em que terá
(quarenta e cinco) dias, prorrogável por até igual período, força retroativa à data do óbito. (Incluído pela Lei nº
uma única vez, mediante decisão fundamentada da 12.010, de 2009) Vigência
autoridade judiciária. (Redação dada pela Lei nº 13.509,
de 2017) § 8 o O processo relativo à adoção assim como outros a
ele relacionados serão mantidos em arquivo, admitindo-
§ 3 o -A. Ao final do prazo previsto no § 3 o deste artigo, se seu armazenamento em microfilme ou por outros
deverá ser apresentado laudo fundamentado pela equipe meios, garantida a sua conservação para consulta a
mencionada no § 4 o deste artigo, que recomendará ou qualquer tempo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
não o deferimento da adoção à autoridade judiciária. Vigência
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 9º Terão prioridade de tramitação os processos de
§ 4 o O estágio de convivência será acompanhado pela adoção em que o adotando for criança ou adolescente
equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e com deficiência ou com doença crônica. (Incluído pela
da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos Lei nº 12.955, de 2014)
responsáveis pela execução da política de garantia do
direito à convivência familiar, que apresentarão relatório § 10. O prazo máximo para conclusão da ação de
minucioso acerca da conveniência do deferimento da adoção será de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável uma
medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência única vez por igual período, mediante decisão
fundamentada da autoridade judiciária. (Incluído pela Lei § 6 o Haverá cadastros distintos para pessoas ou casais
nº 13.509, de 2017) residentes fora do País, que somente serão consultados
na inexistência de postulantes nacionais habilitados nos
Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua origem cadastros mencionados no § 5 o deste artigo. (Incluído
biológica, bem como de obter acesso irrestrito ao pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
processo no qual a medida foi aplicada e seus eventuais
incidentes, após completar 18 (dezoito) anos. (Redação § 7 o As autoridades estaduais e federais em matéria de
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência adoção terão acesso integral aos cadastros, incumbindo-
lhes a troca de informações e a cooperação mútua, para
Parágrafo único. O acesso ao processo de adoção melhoria do sistema. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
poderá ser também deferido ao adotado menor de 18 2009) Vigência
(dezoito) anos, a seu pedido, assegurada orientação e
assistência jurídica e psicológica. (Incluído pela Lei nº § 8 o A autoridade judiciária providenciará, no prazo de
12.010, de 2009) Vigência 48 (quarenta e oito) horas, a inscrição das crianças e
adolescentes em condições de serem adotados que não
Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o pátrio tiveram colocação familiar na comarca de origem, e das
poder poder familiar dos pais naturais. (Expressão pessoas ou casais que tiveram deferida sua habilitação
substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência à adoção nos cadastros estadual e nacional referidos no
§ 5 o deste artigo, sob pena de responsabilidade.
Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
comarca ou foro regional, um registro de crianças e
adolescentes em condições de serem adotados e outro § 9 o Compete à Autoridade Central Estadual zelar pela
de pessoas interessadas na adoção. (Vide Lei nº 12.010, manutenção e correta alimentação dos cadastros, com
de 2009) Vigência posterior comunicação à Autoridade Central Federal
Brasileira. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após prévia
consulta aos órgãos técnicos do juizado, ouvido o § 10. Consultados os cadastros e verificada a ausência
Ministério Público. de pretendentes habilitados residentes no País com perfil
compatível e interesse manifesto pela adoção de criança
§ 2º Não será deferida a inscrição se o interessado não ou adolescente inscrito nos cadastros existentes, será
satisfizer os requisitos legais, ou verificada qualquer das realizado o encaminhamento da criança ou adolescente
hipóteses previstas no art. 29. à adoção internacional. (Redação dada pela Lei nº
13.509, de 2017)
§ 3 o A inscrição de postulantes à adoção será precedida
de um período de preparação psicossocial e jurídica, § 11. Enquanto não localizada pessoa ou casal
orientado pela equipe técnica da Justiça da Infância e da interessado em sua adoção, a criança ou o adolescente,
Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos sempre que possível e recomendável, será colocado sob
responsáveis pela execução da política municipal de guarda de família cadastrada em programa de
garantia do direito à convivência familiar. (Incluído pela acolhimento familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 2009) Vigência

§ 4 o Sempre que possível e recomendável, a preparação § 12. A alimentação do cadastro e a convocação


referida no § 3 o deste artigo incluirá o contato com criteriosa dos postulantes à adoção serão fiscalizadas
crianças e adolescentes em acolhimento familiar ou pelo Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
institucional em condições de serem adotados, a ser 2009) Vigência
realizado sob a orientação, supervisão e avaliação da
equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude, § 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor de
com apoio dos técnicos responsáveis pelo programa de candidato domiciliado no Brasil não cadastrado
acolhimento e pela execução da política municipal de previamente nos termos desta Lei quando: (Incluído pela
garantia do direito à convivência familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
I - se tratar de pedido de adoção unilateral; (Incluído pela
§ 5 o Serão criados e implementados cadastros Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
estaduais e nacional de crianças e adolescentes em
condições de serem adotados e de pessoas ou casais II - for formulada por parente com o qual a criança ou
habilitados à adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de adolescente mantenha vínculos de afinidade e
2009) Vigência afetividade; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Vigência
internacional de criança ou adolescente brasileiro.
III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
legal de criança maior de 3 (três) anos ou adolescente,
desde que o lapso de tempo de convivência comprove a § 3 o A adoção internacional pressupõe a intervenção das
fixação de laços de afinidade e afetividade, e não seja Autoridades Centrais Estaduais e Federal em matéria de
constatada a ocorrência de má-fé ou qualquer das adoção internacional. (Redação dada pela Lei nº 12.010,
situações previstas nos arts. 237 ou 238 desta Lei. de 2009) Vigência
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 4º (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 14. Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, o
candidato deverá comprovar, no curso do procedimento, Art. 52. A adoção internacional observará o
que preenche os requisitos necessários à adoção, procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei, com
conforme previsto nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, as seguintes adaptações: (Redação dada pela Lei nº
de 2009) Vigência 12.010, de 2009) Vigência

§ 15. Será assegurada prioridade no cadastro a pessoas I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em adotar
interessadas em adotar criança ou adolescente com criança ou adolescente brasileiro, deverá formular pedido
deficiência, com doença crônica ou com necessidades de habilitação à adoção perante a Autoridade Central em
específicas de saúde, além de grupo de irmãos. (Incluído matéria de adoção internacional no país de acolhida,
pela Lei nº 13.509, de 2017) assim entendido aquele onde está situada sua residência
habitual; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela na
qual o pretendente possui residência habitual em país- II - se a Autoridade Central do país de acolhida
parte da Convenção de Haia, de 29 de maio de 1993, considerar que os solicitantes estão habilitados e aptos
Relativa à Proteção das Crianças e à Cooperação em para adotar, emitirá um relatório que contenha
Matéria de Adoção Internacional, promulgada pelo informações sobre a identidade, a capacidade jurídica e
Decreto n o 3.087, de 21 junho de 1999 , e deseja adotar adequação dos solicitantes para adotar, sua situação
criança em outro país-parte da Convenção. (Redação pessoal, familiar e médica, seu meio social, os motivos
dada pela Lei nº 13.509, de 2017) que os animam e sua aptidão para assumir uma adoção
internacional; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009)
§ 1 o A adoção internacional de criança ou adolescente Vigência
brasileiro ou domiciliado no Brasil somente terá lugar
quando restar comprovado: (Redação dada pela Lei nº III - a Autoridade Central do país de acolhida enviará o
12.010, de 2009) Vigência relatório à Autoridade Central Estadual, com cópia para a
Autoridade Central Federal Brasileira; (Incluída pela Lei
I - que a colocação em família adotiva é a solução nº 12.010, de 2009) Vigência
adequada ao caso concreto; (Redação dada pela Lei nº
13.509, de 2017) IV - o relatório será instruído com toda a documentação
necessária, incluindo estudo psicossocial elaborado por
II - que foram esgotadas todas as possibilidades de equipe interprofissional habilitada e cópia autenticada da
colocação da criança ou adolescente em família adotiva legislação pertinente, acompanhada da respectiva prova
brasileira, com a comprovação, certificada nos autos, da de vigência; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009)
inexistência de adotantes habilitados residentes no Brasil Vigência
com perfil compatível com a criança ou adolescente,
após consulta aos cadastros mencionados nesta Lei; V - os documentos em língua estrangeira serão
(Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) devidamente autenticados pela autoridade consular,
observados os tratados e convenções internacionais, e
III - que, em se tratando de adoção de adolescente, este acompanhados da respectiva tradução, por tradutor
foi consultado, por meios adequados ao seu estágio de público juramentado; (Incluída pela Lei nº 12.010, de
desenvolvimento, e que se encontra preparado para a 2009) Vigência
medida, mediante parecer elaborado por equipe
interprofissional, observado o disposto nos §§ 1 o e 2 o VI - a Autoridade Central Estadual poderá fazer
do art. 28 desta Lei. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) exigências e solicitar complementação sobre o estudo
Vigência psicossocial do postulante estrangeiro à adoção, já
realizado no país de acolhida; (Incluída pela Lei nº
§ 2 o Os brasileiros residentes no exterior terão 12.010, de 2009) Vigência
preferência aos estrangeiros, nos casos de adoção
VII - verificada, após estudo realizado pela Autoridade § 4 o Os organismos credenciados deverão ainda:
Central Estadual, a compatibilidade da legislação (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
estrangeira com a nacional, além do preenchimento por
parte dos postulantes à medida dos requisitos objetivos I - perseguir unicamente fins não lucrativos, nas
e subjetivos necessários ao seu deferimento, tanto à luz condições e dentro dos limites fixados pelas autoridades
do que dispõe esta Lei como da legislação do país de competentes do país onde estiverem sediados, do país
acolhida, será expedido laudo de habilitação à adoção de acolhida e pela Autoridade Central Federal Brasileira;
internacional, que terá validade por, no máximo, 1 (um) (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
ano; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
II - ser dirigidos e administrados por pessoas qualificadas
VIII - de posse do laudo de habilitação, o interessado será e de reconhecida idoneidade moral, com comprovada
autorizado a formalizar pedido de adoção perante o Juízo formação ou experiência para atuar na área de adoção
da Infância e da Juventude do local em que se encontra internacional, cadastradas pelo Departamento de Polícia
a criança ou adolescente, conforme indicação efetuada Federal e aprovadas pela Autoridade Central Federal
pela Autoridade Central Estadual. (Incluída pela Lei nº Brasileira, mediante publicação de portaria do órgão
12.010, de 2009) Vigência federal competente; (Incluída pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
§ 1 o Se a legislação do país de acolhida assim o
autorizar, admite-se que os pedidos de habilitação à III - estar submetidos à supervisão das autoridades
adoção internacional sejam intermediados por competentes do país onde estiverem sediados e no país
organismos credenciados. (Incluída pela Lei nº 12.010, de acolhida, inclusive quanto à sua composição,
de 2009) Vigência funcionamento e situação financeira; (Incluída pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
§ 2 o Incumbe à Autoridade Central Federal Brasileira o
credenciamento de organismos nacionais e estrangeiros IV - apresentar à Autoridade Central Federal Brasileira, a
encarregados de intermediar pedidos de habilitação à cada ano, relatório geral das atividades desenvolvidas,
adoção internacional, com posterior comunicação às bem como relatório de acompanhamento das adoções
Autoridades Centrais Estaduais e publicação nos órgãos internacionais efetuadas no período, cuja cópia será
oficiais de imprensa e em sítio próprio da internet. encaminhada ao Departamento de Polícia Federal;
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 3 o Somente será admissível o credenciamento de V - enviar relatório pós-adotivo semestral para a


organismos que: (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Autoridade Central Estadual, com cópia para a
Vigência Autoridade Central Federal Brasileira, pelo período
mínimo de 2 (dois) anos. O envio do relatório será
I - sejam oriundos de países que ratificaram a Convenção mantido até a juntada de cópia autenticada do registro
de Haia e estejam devidamente credenciados pela civil, estabelecendo a cidadania do país de acolhida para
Autoridade Central do país onde estiverem sediados e no o adotado; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009)
país de acolhida do adotando para atuar em adoção Vigência
internacional no Brasil; (Incluída pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência VI - tomar as medidas necessárias para garantir que os
adotantes encaminhem à Autoridade Central Federal
II - satisfizerem as condições de integridade moral, Brasileira cópia da certidão de registro de nascimento
competência profissional, experiência e responsabilidade estrangeira e do certificado de nacionalidade tão logo
exigidas pelos países respectivos e pela Autoridade lhes sejam concedidos. (Incluída pela Lei nº 12.010, de
Central Federal Brasileira; (Incluída pela Lei nº 12.010, 2009) Vigência
de 2009) Vigência
§ 5 o A não apresentação dos relatórios referidos no § 4
III - forem qualificados por seus padrões éticos e sua o deste artigo pelo organismo credenciado poderá
formação e experiência para atuar na área de adoção acarretar a suspensão de seu credenciamento. (Incluído
internacional; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Vigência
§ 6 o O credenciamento de organismo nacional ou
IV - cumprirem os requisitos exigidos pelo ordenamento estrangeiro encarregado de intermediar pedidos de
jurídico brasileiro e pelas normas estabelecidas pela adoção internacional terá validade de 2 (dois) anos.
Autoridade Central Federal Brasileira. (Incluída pela Lei (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 7 o A renovação do credenciamento poderá ser Art. 52-A. É vedado, sob pena de responsabilidade e
concedida mediante requerimento protocolado na descredenciamento, o repasse de recursos provenientes
Autoridade Central Federal Brasileira nos 60 (sessenta) de organismos estrangeiros encarregados de intermediar
dias anteriores ao término do respectivo prazo de pedidos de adoção internacional a organismos nacionais
validade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência ou a pessoas físicas. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
§ 8 o Antes de transitada em julgado a decisão que
concedeu a adoção internacional, não será permitida a Parágrafo único. Eventuais repasses somente poderão
saída do adotando do território nacional. (Incluído pela ser efetuados via Fundo dos Direitos da Criança e do
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Adolescente e estarão sujeitos às deliberações do
respectivo Conselho de Direitos da Criança e do
§ 9 o Transitada em julgado a decisão, a autoridade Adolescente (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
judiciária determinará a expedição de alvará com Vigência
autorização de viagem, bem como para obtenção de
passaporte, constando, obrigatoriamente, as Art. 52-B. A adoção por brasileiro residente no exterior
características da criança ou adolescente adotado, como em país ratificante da Convenção de Haia, cujo processo
idade, cor, sexo, eventuais sinais ou traços peculiares, de adoção tenha sido processado em conformidade com
assim como foto recente e a aposição da impressão a legislação vigente no país de residência e atendido o
digital do seu polegar direito, instruindo o documento com disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da referida
cópia autenticada da decisão e certidão de trânsito em Convenção, será automaticamente recepcionada com o
julgado. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência reingresso no Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
§ 10. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá, a
qualquer momento, solicitar informações sobre a § 1 o Caso não tenha sido atendido o disposto na Alínea
situação das crianças e adolescentes adotados (Incluído “c” do Artigo 17 da Convenção de Haia, deverá a
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência sentença ser homologada pelo Superior Tribunal de
Justiça. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 11. A cobrança de valores por parte dos organismos
credenciados, que sejam considerados abusivos pela § 2 o O pretendente brasileiro residente no exterior em
Autoridade Central Federal Brasileira e que não estejam país não ratificante da Convenção de Haia, uma vez
devidamente comprovados, é causa de seu reingressado no Brasil, deverá requerer a homologação
descredenciamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de da sentença estrangeira pelo Superior Tribunal de
2009) Vigência Justiça. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 12. Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não podem Art. 52-C. Nas adoções internacionais, quando o Brasil
ser representados por mais de uma entidade for o país de acolhida, a decisão da autoridade
credenciada para atuar na cooperação em adoção competente do país de origem da criança ou do
internacional. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) adolescente será conhecida pela Autoridade Central
Vigência Estadual que tiver processado o pedido de habilitação
dos pais adotivos, que comunicará o fato à Autoridade
§ 13. A habilitação de postulante estrangeiro ou Central Federal e determinará as providências
domiciliado fora do Brasil terá validade máxima de 1 (um) necessárias à expedição do Certificado de Naturalização
ano, podendo ser renovada. (Incluído pela Lei nº 12.010, Provisório. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
de 2009) Vigência Vigência

§ 14. É vedado o contato direto de representantes de § 1 o A Autoridade Central Estadual, ouvido o Ministério
organismos de adoção, nacionais ou estrangeiros, com Público, somente deixará de reconhecer os efeitos
dirigentes de programas de acolhimento institucional ou daquela decisão se restar demonstrado que a adoção é
familiar, assim como com crianças e adolescentes em manifestamente contrária à ordem pública ou não atende
condições de serem adotados, sem a devida autorização ao interesse superior da criança ou do adolescente.
judicial. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 15. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá § 2 o Na hipótese de não reconhecimento da adoção,
limitar ou suspender a concessão de novos prevista no § 1 o deste artigo, o Ministério Público deverá
credenciamentos sempre que julgar necessário, imediatamente requerer o que for de direito para
mediante ato administrativo fundamentado. (Incluído resguardar os interesses da criança ou do adolescente,
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência comunicando-se as providências à Autoridade Central
Estadual, que fará a comunicação à Autoridade Central
Federal Brasileira e à Autoridade Central do país de III - atendimento educacional especializado aos
origem. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência portadores de deficiência, preferencialmente na rede
regular de ensino;
Art. 52-D. Nas adoções internacionais, quando o Brasil
for o país de acolhida e a adoção não tenha sido deferida IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças de
no país de origem porque a sua legislação a delega ao zero a cinco anos de idade; (Redação dada pela Lei nº
país de acolhida, ou, ainda, na hipótese de, mesmo com 13.306, de 2016)
decisão, a criança ou o adolescente ser oriundo de país
que não tenha aderido à Convenção referida, o processo V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da
de adoção seguirá as regras da adoção nacional. pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência cada um;

Capítulo IV VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às


condições do adolescente trabalhador;
Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer
VII - atendimento no ensino fundamental, através de
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, programas suplementares de material didático-escolar,
visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, transporte, alimentação e assistência à saúde.
preparo para o exercício da cidadania e qualificação para
o trabalho, assegurando-se-lhes: § 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito
público subjetivo.
I - igualdade de condições para o acesso e permanência
na escola; § 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder
público ou sua oferta irregular importa responsabilidade
II - direito de ser respeitado por seus educadores; da autoridade competente.

III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo § 3º Compete ao poder público recensear os educandos
recorrer às instâncias escolares superiores; no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar,
junto aos pais ou responsável, pela freqüência à escola.
IV - direito de organização e participação em entidades
estudantis; Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de
matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de
V - acesso à escola pública e gratuita, próxima de sua ensino.
residência, garantindo-se vagas no mesmo
estabelecimento a irmãos que frequentem a mesma Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino
etapa ou ciclo de ensino da educação básica. (Redação fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos
dada pela Lei nº 13.845, de 2019) de:

Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter I - maus-tratos envolvendo seus alunos;
ciência do processo pedagógico, bem como participar da
definição das propostas educacionais. II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar,
esgotados os recursos escolares;
Art. 53-A. É dever da instituição de ensino, clubes e
agremiações recreativas e de estabelecimentos III - elevados níveis de repetência.
congêneres assegurar medidas de conscientização,
prevenção e enfrentamento ao uso ou dependência de Art. 57. O poder público estimulará pesquisas,
drogas ilícitas. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) experiências e novas propostas relativas a calendário,
seriação, currículo, metodologia, didática e avaliação,
Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao com vistas à inserção de crianças e adolescentes
adolescente: excluídos do ensino fundamental obrigatório.

I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os
para os que a ele não tiveram acesso na idade própria; valores culturais, artísticos e históricos próprios do
contexto social da criança e do adolescente, garantindo-
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade se a estes a liberdade da criação e o acesso às fontes de
ao ensino médio; cultura.

Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da


União, estimularão e facilitarão a destinação de recursos
e espaços para programações culturais, esportivas e de
lazer voltadas para a infância e a juventude. I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um
dia e as cinco horas do dia seguinte;
Art. 59-A. As instituições sociais públicas ou privadas que
desenvolvam atividades com crianças e adolescentes e II - perigoso, insalubre ou penoso;
que recebam recursos públicos deverão exigir e manter
certidões de antecedentes criminais de todos os seus III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao
colaboradores, as quais deverão ser atualizadas a cada seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social;
6 (seis) meses. (Incluído pela Lei nº 14.811, de 2024)
IV - realizado em horários e locais que não permitam a
Parágrafo único. Os estabelecimentos educacionais e freqüência à escola.
similares, públicos ou privados, que desenvolvem
atividades com crianças e adolescentes, Art. 68. O programa social que tenha por base o trabalho
independentemente de recebimento de recursos educativo, sob responsabilidade de entidade
públicos, deverão manter fichas cadastrais e certidões de governamental ou não-governamental sem fins
antecedentes criminais atualizadas de todos os seus lucrativos, deverá assegurar ao adolescente que dele
colaboradores. (Incluído pela Lei nº 14.811, de 2024) participe condições de capacitação para o exercício de
atividade regular remunerada.
Capítulo V
§ 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade
Do Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho laboral em que as exigências pedagógicas relativas ao
desenvolvimento pessoal e social do educando
Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de prevalecem sobre o aspecto produtivo.
quatorze anos de idade, salvo na condição de aprendiz.
(Vide Constituição Federal) § 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo
trabalho efetuado ou a participação na venda dos
Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é produtos de seu trabalho não desfigura o caráter
regulada por legislação especial, sem prejuízo do educativo.
disposto nesta Lei.
Art. 69. O adolescente tem direito à profissionalização e
Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação técnico- à proteção no trabalho, observados os seguintes
profissional ministrada segundo as diretrizes e bases da aspectos, entre outros:
legislação de educação em vigor.
I - respeito à condição peculiar de pessoa em
Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá aos desenvolvimento;
seguintes princípios:
II - capacitação profissional adequada ao mercado de
I - garantia de acesso e freqüência obrigatória ao ensino trabalho.
regular;
Título III
II - atividade compatível com o desenvolvimento do
adolescente; Da Prevenção

III - horário especial para o exercício das atividades. Capítulo I

Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é Disposições Gerais


assegurada bolsa de aprendizagem.
Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de
Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze ameaça ou violação dos direitos da criança e do
anos, são assegurados os direitos trabalhistas e adolescente.
previdenciários.
Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é Municípios deverão atuar de forma articulada na
assegurado trabalho protegido. elaboração de políticas públicas e na execução de ações
destinadas a coibir o uso de castigo físico ou de
Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime tratamento cruel ou degradante e difundir formas não
familiar de trabalho, aluno de escola técnica, assistido em violentas de educação de crianças e de adolescentes,
entidade governamental ou não-governamental, é tendo como principais ações: (Incluído pela Lei nº
vedado trabalho: 13.010, de 2014)
correção ou disciplina; (Incluído pela Lei nº 14.344, de
I - a promoção de campanhas educativas permanentes 2022) Vigência
para a divulgação do direito da criança e do adolescente
de serem educados e cuidados sem o uso de castigo IX - a promoção e a realização de campanhas educativas
físico ou de tratamento cruel ou degradante e dos direcionadas ao público escolar e à sociedade em geral
instrumentos de proteção aos direitos humanos; (Incluído e a difusão desta Lei e dos instrumentos de proteção aos
pela Lei nº 13.010, de 2014) direitos humanos das crianças e dos adolescentes,
incluídos os canais de denúncia existentes; (Incluído
II - a integração com os órgãos do Poder Judiciário, do pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência
Ministério Público e da Defensoria Pública, com o
Conselho Tutelar, com os Conselhos de Direitos da X - a celebração de convênios, de protocolos, de ajustes,
Criança e do Adolescente e com as entidades não de termos e de outros instrumentos de promoção de
governamentais que atuam na promoção, proteção e parceria entre órgãos governamentais ou entre estes e
defesa dos direitos da criança e do adolescente; (Incluído entidades não governamentais, com o objetivo de
pela Lei nº 13.010, de 2014) implementar programas de erradicação da violência, de
tratamento cruel ou degradante e de formas violentas de
III - a formação continuada e a capacitação dos educação, correção ou disciplina; (Incluído pela Lei nº
profissionais de saúde, educação e assistência social e 14.344, de 2022) Vigência
dos demais agentes que atuam na promoção, proteção e
defesa dos direitos da criança e do adolescente para o XI - a capacitação permanente das Polícias Civil e Militar,
desenvolvimento das competências necessárias à da Guarda Municipal, do Corpo de Bombeiros, dos
prevenção, à identificação de evidências, ao diagnóstico profissionais nas escolas, dos Conselhos Tutelares e dos
e ao enfrentamento de todas as formas de violência profissionais pertencentes aos órgãos e às áreas
contra a criança e o adolescente; (Incluído pela Lei nº referidos no inciso II deste caput, para que identifiquem
13.010, de 2014) situações em que crianças e adolescentes vivenciam
violência e agressões no âmbito familiar ou institucional;
IV - o apoio e o incentivo às práticas de resolução pacífica (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência
de conflitos que envolvam violência contra a criança e o
adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) XII - a promoção de programas educacionais que
disseminem valores éticos de irrestrito respeito à
V - a inclusão, nas políticas públicas, de ações que visem dignidade da pessoa humana, bem como de programas
a garantir os direitos da criança e do adolescente, desde de fortalecimento da parentalidade positiva, da educação
a atenção pré-natal, e de atividades junto aos pais e sem castigos físicos e de ações de prevenção e
responsáveis com o objetivo de promover a informação, enfrentamento da violência doméstica e familiar contra a
a reflexão, o debate e a orientação sobre alternativas ao criança e o adolescente; (Incluído pela Lei nº 14.344,
uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou de 2022) Vigência
degradante no processo educativo; (Incluído pela Lei nº
13.010, de 2014) XIII - o destaque, nos currículos escolares de todos os
níveis de ensino, dos conteúdos relativos à prevenção, à
VI - a promoção de espaços intersetoriais locais para a identificação e à resposta à violência doméstica e
articulação de ações e a elaboração de planos de familiar. (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022)
atuação conjunta focados nas famílias em situação de Vigência
violência, com participação de profissionais de saúde, de
assistência social e de educação e de órgãos de Parágrafo único. As famílias com crianças e
promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescentes com deficiência terão prioridade de
adolescente. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) atendimento nas ações e políticas públicas de prevenção
e proteção. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
VII - a promoção de estudos e pesquisas, de estatísticas
e de outras informações relevantes às consequências e Art. 70-B. As entidades, públicas e privadas, que atuem
à frequência das formas de violência contra a criança e o nas áreas da saúde e da educação, além daquelas às
adolescente para a sistematização de dados quais se refere o art. 71 desta Lei, entre outras, devem
nacionalmente unificados e a avaliação periódica dos contar, em seus quadros, com pessoas capacitadas a
resultados das medidas adotadas; (Incluído pela Lei reconhecer e a comunicar ao Conselho Tutelar suspeitas
nº 14.344, de 2022) Vigência ou casos de crimes praticados contra a criança e o
adolescente. (Redação dada pela Lei nº 14.344, de
VIII - o respeito aos valores da dignidade da pessoa 2022) Vigência
humana, de forma a coibir a violência, o tratamento cruel
ou degradante e as formas violentas de educação, Parágrafo único. São igualmente responsáveis pela
comunicação de que trata este artigo, as pessoas
encarregadas, por razão de cargo, função, ofício, Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e
ministério, profissão ou ocupação, do cuidado, funcionários de empresas que explorem a venda ou
assistência ou guarda de crianças e adolescentes, aluguel de fitas de programação em vídeo cuidarão para
punível, na forma deste Estatuto, o injustificado que não haja venda ou locação em desacordo com a
retardamento ou omissão, culposos ou dolosos. (Incluído classificação atribuída pelo órgão competente.
pela Lei nº 13.046, de 2014)
Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo deverão
Art. 71. A criança e o adolescente têm direito a exibir, no invólucro, informação sobre a natureza da obra
informação, cultura, lazer, esportes, diversões, e a faixa etária a que se destinam.
espetáculos e produtos e serviços que respeitem sua
condição peculiar de pessoa em desenvolvimento. Art. 78. As revistas e publicações contendo material
impróprio ou inadequado a crianças e adolescentes
Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei não excluem deverão ser comercializadas em embalagem lacrada,
da prevenção especial outras decorrentes dos princípios com a advertência de seu conteúdo.
por ela adotados.
Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as capas
Art. 73. A inobservância das normas de prevenção que contenham mensagens pornográficas ou obscenas
importará em responsabilidade da pessoa física ou sejam protegidas com embalagem opaca.
jurídica, nos termos desta Lei.
Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao público
Capítulo II infanto-juvenil não poderão conter ilustrações,
fotografias, legendas, crônicas ou anúncios de bebidas
Da Prevenção Especial alcoólicas, tabaco, armas e munições, e deverão
respeitar os valores éticos e sociais da pessoa e da
Seção I família.

Da informação, Cultura, Lazer, Esportes, Diversões e Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que
Espetáculos explorem comercialmente bilhar, sinuca ou congênere ou
por casas de jogos, assim entendidas as que realizem
Art. 74. O poder público, através do órgão competente, apostas, ainda que eventualmente, cuidarão para que
regulará as diversões e espetáculos públicos, informando não seja permitida a entrada e a permanência de
sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se crianças e adolescentes no local, afixando aviso para
recomendem, locais e horários em que sua apresentação orientação do público.
se mostre inadequada.
Seção II
Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e
espetáculos públicos deverão afixar, em lugar visível e de Dos Produtos e Serviços
fácil acesso, à entrada do local de exibição, informação
destacada sobre a natureza do espetáculo e a faixa Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao adolescente
etária especificada no certificado de classificação. de:

Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às I - armas, munições e explosivos;
diversões e espetáculos públicos classificados como
adequados à sua faixa etária. II - bebidas alcoólicas;

Parágrafo único. As crianças menores de dez anos III - produtos cujos componentes possam causar
somente poderão ingressar e permanecer nos locais de dependência física ou psíquica ainda que por utilização
apresentação ou exibição quando acompanhadas dos indevida;
pais ou responsável.
IV - fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que
Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente pelo seu reduzido potencial sejam incapazes de provocar
exibirão, no horário recomendado para o público infanto qualquer dano físico em caso de utilização indevida;
juvenil, programas com finalidades educativas, artísticas,
culturais e informativas. V - revistas e publicações a que alude o art. 78;

Parágrafo único. Nenhum espetáculo será apresentado VI - bilhetes lotéricos e equivalentes.


ou anunciado sem aviso de sua classificação, antes de
sua transmissão, apresentação ou exibição. Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou
adolescente em hotel, motel, pensão ou estabelecimento
congênere, salvo se autorizado ou acompanhado pelos Art. 86. A política de atendimento dos direitos da criança
pais ou responsável. e do adolescente far-se-á através de um conjunto
articulado de ações governamentais e não-
Seção III governamentais, da União, dos estados, do Distrito
Federal e dos municípios.
Da Autorização para Viajar
Art. 87. São linhas de ação da política de atendimento:
Art. 83. Nenhuma criança ou adolescente menor de 16
(dezesseis) anos poderá viajar para fora da comarca I - políticas sociais básicas;
onde reside desacompanhado dos pais ou dos
responsáveis sem expressa autorização judicial. II - serviços, programas, projetos e benefícios de
(Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019) assistência social de garantia de proteção social e de
prevenção e redução de violações de direitos, seus
§ 1º A autorização não será exigida quando: agravamentos ou reincidências; (Redação dada pela Lei
nº 13.257, de 2016)
a) tratar-se de comarca contígua à da residência da
criança ou do adolescente menor de 16 (dezesseis) III - serviços especiais de prevenção e atendimento
anos, se na mesma unidade da Federação, ou incluída médico e psicossocial às vítimas de negligência, maus-
na mesma região metropolitana; (Redação dada pela Lei tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão;
nº 13.812, de 2019)
IV - serviço de identificação e localização de pais,
b) a criança ou o adolescente menor de 16 (dezesseis) responsável, crianças e adolescentes desaparecidos;
anos estiver acompanhado: (Redação dada pela Lei nº
13.812, de 2019) V - proteção jurídico-social por entidades de defesa dos
direitos da criança e do adolescente.
1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau,
comprovado documentalmente o parentesco; VI - políticas e programas destinados a prevenir ou
abreviar o período de afastamento do convívio familiar e
2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, a garantir o efetivo exercício do direito à convivência
mãe ou responsável. familiar de crianças e adolescentes; (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
§ 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou
responsável, conceder autorização válida por dois anos. VII - campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma
de guarda de crianças e adolescentes afastados do
Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a convívio familiar e à adoção, especificamente inter-racial,
autorização é dispensável, se a criança ou adolescente: de crianças maiores ou de adolescentes, com
necessidades específicas de saúde ou com deficiências
I - estiver acompanhado de ambos os pais ou e de grupos de irmãos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
responsável; 2009) Vigência

II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado Parágrafo único. A linha de ação da política de
expressamente pelo outro através de documento com atendimento a que se refere o inciso IV do caput deste
firma reconhecida. artigo será executada em cooperação com o Cadastro
Nacional de Pessoas Desaparecidas, criado pela Lei nº
Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, 13.812, de 16 de março de 2019, com o Cadastro
nenhuma criança ou adolescente nascido em território Nacional de Crianças e Adolescentes Desaparecidos,
nacional poderá sair do País em companhia de criado pela Lei nº 12.127, de 17 de dezembro de 2009, e
estrangeiro residente ou domiciliado no exterior. com os demais cadastros, sejam eles nacionais,
estaduais ou municipais. (Incluído pela Lei nº 14.548,
Parte Especial de 2023)

Título I Art. 88. São diretrizes da política de atendimento:

Da Política de Atendimento I - municipalização do atendimento;

Capítulo I II - criação de conselhos municipais, estaduais e nacional


dos direitos da criança e do adolescente, órgãos
Disposições Gerais deliberativos e controladores das ações em todos os
níveis, assegurada a participação popular paritária por
meio de organizações representativas, segundo leis Disposições Gerais
federal, estaduais e municipais;
Art. 90. As entidades de atendimento são responsáveis
III - criação e manutenção de programas específicos, pela manutenção das próprias unidades, assim como
observada a descentralização político-administrativa; pelo planejamento e execução de programas de proteção
e sócio-educativos destinados a crianças e adolescentes,
IV - manutenção de fundos nacional, estaduais e em regime de: (Vide)
municipais vinculados aos respectivos conselhos dos
direitos da criança e do adolescente; I - orientação e apoio sócio-familiar;

V - integração operacional de órgãos do Judiciário, II - apoio sócio-educativo em meio aberto;


Ministério Público, Defensoria, Segurança Pública e
Assistência Social, preferencialmente em um mesmo III - colocação familiar;
local, para efeito de agilização do atendimento inicial a
adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional; IV - acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
VI - integração operacional de órgãos do Judiciário,
Ministério Público, Defensoria, Conselho Tutelar e V - prestação de serviços à comunidade; (Redação dada
encarregados da execução das políticas sociais básicas pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
e de assistência social, para efeito de agilização do
atendimento de crianças e de adolescentes inseridos em VI - liberdade assistida; (Redação dada pela Lei nº
programas de acolhimento familiar ou institucional, com 12.594, de 2012) (Vide)
vista na sua rápida reintegração à família de origem ou,
se tal solução se mostrar comprovadamente inviável, sua VII - semiliberdade; e (Redação dada pela Lei nº 12.594,
colocação em família substituta, em quaisquer das de 2012) (Vide)
modalidades previstas no art. 28 desta Lei; (Redação
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência VIII - internação. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
(Vide)
VII - mobilização da opinião pública para a indispensável
participação dos diversos segmentos da sociedade. § 1º As entidades governamentais e não governamentais
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência deverão proceder à inscrição de seus programas,
especificando os regimes de atendimento, na forma
VIII - especialização e formação continuada dos definida neste artigo, no Conselho Municipal dos Direitos
profissionais que trabalham nas diferentes áreas da da Criança e do Adolescente, o qual manterá registro das
atenção à primeira infância, incluindo os conhecimentos inscrições e de suas alterações, do que fará
sobre direitos da criança e sobre desenvolvimento comunicação ao Conselho Tutelar e à autoridade
infantil; (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

IX - formação profissional com abrangência dos diversos § 2º Os recursos destinados à implementação e


direitos da criança e do adolescente que favoreça a manutenção dos programas relacionados neste artigo
intersetorialidade no atendimento da criança e do serão previstos nas dotações orçamentárias dos órgãos
adolescente e seu desenvolvimento integral; (Incluído públicos encarregados das áreas de Educação, Saúde e
pela Lei nº 13.257, de 2016) Assistência Social, dentre outros, observando-se o
princípio da prioridade absoluta à criança e ao
X - realização e divulgação de pesquisas sobre adolescente preconizado pelo caput do art. 227 da
desenvolvimento infantil e sobre prevenção da violência. Constituição Federal e pelo caput e parágrafo único do
(Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) art. 4 o desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Vigência
Art. 89. A função de membro do conselho nacional e dos
conselhos estaduais e municipais dos direitos da criança § 3º Os programas em execução serão reavaliados pelo
e do adolescente é considerada de interesse público Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
relevante e não será remunerada. Adolescente, no máximo, a cada 2 (dois) anos,
constituindo-se critérios para renovação da autorização
Capítulo II de funcionamento: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Vigência
Das Entidades de Atendimento
I - o efetivo respeito às regras e princípios desta Lei, bem
eção I como às resoluções relativas à modalidade de
atendimento prestado expedidas pelos Conselhos de extensa; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
Direitos da Criança e do Adolescente, em todos os níveis; Vigência
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
III - atendimento personalizado e em pequenos grupos;
II - a qualidade e eficiência do trabalho desenvolvido,
atestadas pelo Conselho Tutelar, pelo Ministério Público IV - desenvolvimento de atividades em regime de co-
e pela Justiça da Infância e da Juventude; (Incluído pela educação;
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
V - não desmembramento de grupos de irmãos;
III - em se tratando de programas de acolhimento
institucional ou familiar, serão considerados os índices de VI - evitar, sempre que possível, a transferência para
sucesso na reintegração familiar ou de adaptação à outras entidades de crianças e adolescentes abrigados;
família substituta, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência VII - participação na vida da comunidade local;

Art. 91. As entidades não-governamentais somente VIII - preparação gradativa para o desligamento;
poderão funcionar depois de registradas no Conselho
Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o IX - participação de pessoas da comunidade no processo
qual comunicará o registro ao Conselho Tutelar e à educativo.
autoridade judiciária da respectiva localidade.
§ 1 o O dirigente de entidade que desenvolve programa
§ 1 o Será negado o registro à entidade que: (Incluído de acolhimento institucional é equiparado ao guardião,
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência para todos os efeitos de direito. (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
a) não ofereça instalações físicas em condições
adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade e § 2 o Os dirigentes de entidades que desenvolvem
segurança; programas de acolhimento familiar ou institucional
remeterão à autoridade judiciária, no máximo a cada 6
b) não apresente plano de trabalho compatível com os (seis) meses, relatório circunstanciado acerca da
princípios desta Lei; situação de cada criança ou adolescente acolhido e sua
família, para fins da reavaliação prevista no § 1 o do art.
c) esteja irregularmente constituída; 19 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Vigência
d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas.
§ 3 o Os entes federados, por intermédio dos Poderes
e) não se adequar ou deixar de cumprir as resoluções e Executivo e Judiciário, promoverão conjuntamente a
deliberações relativas à modalidade de atendimento permanente qualificação dos profissionais que atuam
prestado expedidas pelos Conselhos de Direitos da direta ou indiretamente em programas de acolhimento
Criança e do Adolescente, em todos os níveis. (Incluída institucional e destinados à colocação familiar de
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência crianças e adolescentes, incluindo membros do Poder
Judiciário, Ministério Público e Conselho Tutelar.
§ 2 o O registro terá validade máxima de 4 (quatro) anos, (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
cabendo ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança
e do Adolescente, periodicamente, reavaliar o cabimento § 4 o Salvo determinação em contrário da autoridade
de sua renovação, observado o disposto no § 1 o deste judiciária competente, as entidades que desenvolvem
artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência programas de acolhimento familiar ou institucional, se
necessário com o auxílio do Conselho Tutelar e dos
Art. 92. As entidades que desenvolvam programas de órgãos de assistência social, estimularão o contato da
acolhimento familiar ou institucional deverão adotar os criança ou adolescente com seus pais e parentes, em
seguintes princípios: (Redação dada pela Lei nº 12.010, cumprimento ao disposto nos incisos I e VIII do caput
de 2009) Vigência deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Vigência
I - preservação dos vínculos familiares e promoção da
reintegração familiar; (Redação dada pela Lei nº 12.010, § 5 o As entidades que desenvolvem programas de
de 2009) Vigência acolhimento familiar ou institucional somente poderão
receber recursos públicos se comprovado o atendimento
II - integração em família substituta, quando esgotados dos princípios, exigências e finalidades desta Lei.
os recursos de manutenção na família natural ou (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
VII - oferecer instalações físicas em condições
§ 6 o O descumprimento das disposições desta Lei pelo adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade e
dirigente de entidade que desenvolva programas de segurança e os objetos necessários à higiene pessoal;
acolhimento familiar ou institucional é causa de sua
destituição, sem prejuízo da apuração de sua VIII - oferecer vestuário e alimentação suficientes e
responsabilidade administrativa, civil e criminal. (Incluído adequados à faixa etária dos adolescentes atendidos;
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos,
§ 7 o Quando se tratar de criança de 0 (zero) a 3 (três) odontológicos e farmacêuticos;
anos em acolhimento institucional, dar-se-á especial
atenção à atuação de educadores de referência estáveis X - propiciar escolarização e profissionalização;
e qualitativamente significativos, às rotinas específicas e
ao atendimento das necessidades básicas, incluindo as XI - propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer;
de afeto como prioritárias. (Incluído pela Lei nº 13.257,
de 2016) XII - propiciar assistência religiosa àqueles que
desejarem, de acordo com suas crenças;
Art. 93. As entidades que mantenham programa de
acolhimento institucional poderão, em caráter XIII - proceder a estudo social e pessoal de cada caso;
excepcional e de urgência, acolher crianças e
adolescentes sem prévia determinação da autoridade XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo
competente, fazendo comunicação do fato em até 24 máximo de seis meses, dando ciência dos resultados à
(vinte e quatro) horas ao Juiz da Infância e da Juventude, autoridade competente;
sob pena de responsabilidade. (Redação dada pela Lei
nº 12.010, de 2009) Vigência XV - informar, periodicamente, o adolescente internado
sobre sua situação processual;
Parágrafo único. Recebida a comunicação, a autoridade
judiciária, ouvido o Ministério Público e se necessário XVI - comunicar às autoridades competentes todos os
com o apoio do Conselho Tutelar local, tomará as casos de adolescentes portadores de moléstias infecto-
medidas necessárias para promover a imediata contagiosas;
reintegração familiar da criança ou do adolescente ou, se
por qualquer razão não for isso possível ou XVII - fornecer comprovante de depósito dos pertences
recomendável, para seu encaminhamento a programa de dos adolescentes;
acolhimento familiar, institucional ou a família substituta,
observado o disposto no § 2 o do art. 101 desta Lei. XVIII - manter programas destinados ao apoio e
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência acompanhamento de egressos;

XIX - providenciar os documentos necessários ao


Art. 94. As entidades que desenvolvem programas de
exercício da cidadania àqueles que não os tiverem;
internação têm as seguintes obrigações, entre outras:
XX - manter arquivo de anotações onde constem data e
I - observar os direitos e garantias de que são titulares os
circunstâncias do atendimento, nome do adolescente,
adolescentes;
seus pais ou responsável, parentes, endereços, sexo,
idade, acompanhamento da sua formação, relação de
II - não restringir nenhum direito que não tenha sido
seus pertences e demais dados que possibilitem sua
objeto de restrição na decisão de internação;
identificação e a individualização do atendimento.
III - oferecer atendimento personalizado, em pequenas
unidades e grupos reduzidos; § 1 o Aplicam-se, no que couber, as obrigações
constantes deste artigo às entidades que mantêm
IV - preservar a identidade e oferecer ambiente de programas de acolhimento institucional e familiar.
respeito e dignidade ao adolescente; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

V - diligenciar no sentido do restabelecimento e da § 2º No cumprimento das obrigações a que alude este


preservação dos vínculos familiares; artigo as entidades utilizarão preferencialmente os
recursos da comunidade.
VI - comunicar à autoridade judiciária, periodicamente, os
casos em que se mostre inviável ou impossível o Art. 94-A. As entidades, públicas ou privadas, que
reatamento dos vínculos familiares; abriguem ou recepcionem crianças e adolescentes,
ainda que em caráter temporário, devem ter, em seus
quadros, profissionais capacitados a reconhecer e
reportar ao Conselho Tutelar suspeitas ou ocorrências de Título II
maus-tratos. (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)
Das Medidas de Proteção
Seção II
Capítulo I
Da Fiscalização das Entidades
Disposições Gerais
Art. 95. As entidades governamentais e não-
governamentais referidas no art. 90 serão fiscalizadas Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao
pelo Judiciário, pelo Ministério Público e pelos Conselhos adolescente são aplicáveis sempre que os direitos
Tutelares. reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:

Art. 96. Os planos de aplicação e as prestações de I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
contas serão apresentados ao estado ou ao município,
conforme a origem das dotações orçamentárias. II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;

Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades de III - em razão de sua conduta.
atendimento que descumprirem obrigação constante do
art. 94, sem prejuízo da responsabilidade civil e criminal Capítulo II
de seus dirigentes ou prepostos:
Das Medidas Específicas de Proteção
I - às entidades governamentais:
Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão ser
a) advertência; aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como
substituídas a qualquer tempo.
b) afastamento provisório de seus dirigentes;
Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta
c) afastamento definitivo de seus dirigentes; as necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas
que visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e
d) fechamento de unidade ou interdição de programa. comunitários.

II - às entidades não-governamentais: Parágrafo único. São também princípios que regem a


aplicação das medidas: (Incluído pela Lei nº 12.010, de
a) advertência; 2009) Vigência

b) suspensão total ou parcial do repasse de verbas I - condição da criança e do adolescente como sujeitos
públicas; de direitos: crianças e adolescentes são os titulares dos
direitos previstos nesta e em outras Leis, bem como na
c) interdição de unidades ou suspensão de programa; Constituição Federal; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
d) cassação do registro.
II - proteção integral e prioritária: a interpretação e
§ 1 o Em caso de reiteradas infrações cometidas por aplicação de toda e qualquer norma contida nesta Lei
entidades de atendimento, que coloquem em risco os deve ser voltada à proteção integral e prioritária dos
direitos assegurados nesta Lei, deverá ser o fato direitos de que crianças e adolescentes são titulares;
comunicado ao Ministério Público ou representado (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
perante autoridade judiciária competente para as
providências cabíveis, inclusive suspensão das III - responsabilidade primária e solidária do poder
atividades ou dissolução da entidade. (Redação dada público: a plena efetivação dos direitos assegurados a
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência crianças e a adolescentes por esta Lei e pela
Constituição Federal, salvo nos casos por esta
§ 2 o As pessoas jurídicas de direito público e as expressamente ressalvados, é de responsabilidade
organizações não governamentais responderão pelos primária e solidária das 3 (três) esferas de governo, sem
danos que seus agentes causarem às crianças e aos prejuízo da municipalização do atendimento e da
adolescentes, caracterizado o descumprimento dos possibilidade da execução de programas por entidades
princípios norteadores das atividades de proteção não governamentais; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
específica. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) 2009) Vigência
Vigência
IV - interesse superior da criança e do adolescente: a art. 28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
intervenção deve atender prioritariamente aos interesses Vigência
e direitos da criança e do adolescente, sem prejuízo da
consideração que for devida a outros interesses legítimos Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no
no âmbito da pluralidade dos interesses presentes no art. 98, a autoridade competente poderá determinar,
caso concreto; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) dentre outras, as seguintes medidas:
Vigência
I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante
V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção da termo de responsabilidade;
criança e do adolescente deve ser efetuada no respeito
pela intimidade, direito à imagem e reserva da sua vida II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;
privada; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
III - matrícula e freqüência obrigatórias em
VI - intervenção precoce: a intervenção das autoridades estabelecimento oficial de ensino fundamental;
competentes deve ser efetuada logo que a situação de
perigo seja conhecida; (Incluído pela Lei nº 12.010, de IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou
2009) Vigência comunitários de proteção, apoio e promoção da família,
da criança e do adolescente; (Redação dada pela Lei nº
VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida 13.257, de 2016)
exclusivamente pelas autoridades e instituições cuja
ação seja indispensável à efetiva promoção dos direitos V - requisição de tratamento médico, psicológico ou
e à proteção da criança e do adolescente; (Incluído pela psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial;
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de
VIII - proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e
ser a necessária e adequada à situação de perigo em toxicômanos;
que a criança ou o adolescente se encontram no
momento em que a decisão é tomada; (Incluído pela Lei VII - acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei nº
nº 12.010, de 2009) Vigência 12.010, de 2009) Vigência

IX - responsabilidade parental: a intervenção deve ser VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar;
efetuada de modo que os pais assumam os seus deveres (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
para com a criança e o adolescente; (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência IX - colocação em família substituta. (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
X - prevalência da família: na promoção de direitos e na
proteção da criança e do adolescente deve ser dada § 1 o O acolhimento institucional e o acolhimento familiar
prevalência às medidas que os mantenham ou são medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis como
reintegrem na sua família natural ou extensa ou, se isso forma de transição para reintegração familiar ou, não
não for possível, que promovam a sua integração em sendo esta possível, para colocação em família
família adotiva; (Redação dada pela Lei nº 13.509, de substituta, não implicando privação de liberdade.
2017) (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o § 2 o Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais


adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento para proteção de vítimas de violência ou abuso sexual e
e capacidade de compreensão, seus pais ou responsável das providências a que alude o art. 130 desta Lei, o
devem ser informados dos seus direitos, dos motivos que afastamento da criança ou adolescente do convívio
determinaram a intervenção e da forma como esta se familiar é de competência exclusiva da autoridade
processa; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência judiciária e importará na deflagração, a pedido do
Ministério Público ou de quem tenha legítimo interesse,
XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e o de procedimento judicial contencioso, no qual se garanta
adolescente, em separado ou na companhia dos pais, de aos pais ou ao responsável legal o exercício do
responsável ou de pessoa por si indicada, bem como os contraditório e da ampla defesa. (Incluído pela Lei nº
seus pais ou responsável, têm direito a ser ouvidos e a 12.010, de 2009) Vigência
participar nos atos e na definição da medida de
promoção dos direitos e de proteção, sendo sua opinião § 3 o Crianças e adolescentes somente poderão ser
devidamente considerada pela autoridade judiciária encaminhados às instituições que executam programas
competente, observado o disposto nos §§ 1 o e 2 o do de acolhimento institucional, governamentais ou não, por
meio de uma Guia de Acolhimento, expedida pela § 7 o O acolhimento familiar ou institucional ocorrerá no
autoridade judiciária, na qual obrigatoriamente constará, local mais próximo à residência dos pais ou do
dentre outros: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) responsável e, como parte do processo de reintegração
Vigência familiar, sempre que identificada a necessidade, a família
de origem será incluída em programas oficiais de
I - sua identificação e a qualificação completa de seus orientação, de apoio e de promoção social, sendo
pais ou de seu responsável, se conhecidos; (Incluído facilitado e estimulado o contato com a criança ou com o
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência adolescente acolhido. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
II - o endereço de residência dos pais ou do responsável,
com pontos de referência; (Incluído pela Lei nº 12.010, § 8 o Verificada a possibilidade de reintegração familiar,
de 2009) Vigência o responsável pelo programa de acolhimento familiar ou
institucional fará imediata comunicação à autoridade
III - os nomes de parentes ou de terceiros interessados judiciária, que dará vista ao Ministério Público, pelo prazo
em tê-los sob sua guarda; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 5 (cinco) dias, decidindo em igual prazo. (Incluído pela
de 2009) Vigência Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

IV - os motivos da retirada ou da não reintegração ao § 9 o Em sendo constatada a impossibilidade de


convívio familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) reintegração da criança ou do adolescente à família de
Vigência origem, após seu encaminhamento a programas oficiais
ou comunitários de orientação, apoio e promoção social,
§ 4 o Imediatamente após o acolhimento da criança ou será enviado relatório fundamentado ao Ministério
do adolescente, a entidade responsável pelo programa Público, no qual conste a descrição pormenorizada das
de acolhimento institucional ou familiar elaborará um providências tomadas e a expressa recomendação,
plano individual de atendimento, visando à reintegração subscrita pelos técnicos da entidade ou responsáveis
familiar, ressalvada a existência de ordem escrita e pela execução da política municipal de garantia do direito
fundamentada em contrário de autoridade judiciária à convivência familiar, para a destituição do poder
competente, caso em que também deverá contemplar familiar, ou destituição de tutela ou guarda. (Incluído pela
sua colocação em família substituta, observadas as Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
regras e princípios desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência § 10. Recebido o relatório, o Ministério Público terá o
prazo de 15 (quinze) dias para o ingresso com a ação de
§ 5 o O plano individual será elaborado sob a destituição do poder familiar, salvo se entender
responsabilidade da equipe técnica do respectivo necessária a realização de estudos complementares ou
programa de atendimento e levará em consideração a de outras providências indispensáveis ao ajuizamento da
opinião da criança ou do adolescente e a oitiva dos pais demanda. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
ou do responsável. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Vigência § 11. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca
ou foro regional, um cadastro contendo informações
§ 6 o Constarão do plano individual, dentre outros: atualizadas sobre as crianças e adolescentes em regime
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência de acolhimento familiar e institucional sob sua
responsabilidade, com informações pormenorizadas
I - os resultados da avaliação interdisciplinar; (Incluído sobre a situação jurídica de cada um, bem como as
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência providências tomadas para sua reintegração familiar ou
colocação em família substituta, em qualquer das
II - os compromissos assumidos pelos pais ou modalidades previstas no art. 28 desta Lei. (Incluído pela
responsável; e (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Vigência
§ 12. Terão acesso ao cadastro o Ministério Público, o
III - a previsão das atividades a serem desenvolvidas com Conselho Tutelar, o órgão gestor da Assistência Social e
a criança ou com o adolescente acolhido e seus pais ou os Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do
responsável, com vista na reintegração familiar ou, caso Adolescente e da Assistência Social, aos quais incumbe
seja esta vedada por expressa e fundamentada deliberar sobre a implementação de políticas públicas
determinação judicial, as providências a serem tomadas que permitam reduzir o número de crianças e
para sua colocação em família substituta, sob direta adolescentes afastados do convívio familiar e abreviar o
supervisão da autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº período de permanência em programa de acolhimento.
12.010, de 2009) Vigência (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 102. As medidas de proteção de que trata este Capítulo II
Capítulo serão acompanhadas da regularização do
registro civil. (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Dos Direitos Individuais

§ 1º Verificada a inexistência de registro anterior, o Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua
assento de nascimento da criança ou adolescente será liberdade senão em flagrante de ato infracional ou por
feito à vista dos elementos disponíveis, mediante ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária
requisição da autoridade judiciária. competente.

§ 2º Os registros e certidões necessários à regularização Parágrafo único. O adolescente tem direito à


de que trata este artigo são isentos de multas, custas e identificação dos responsáveis pela sua apreensão,
emolumentos, gozando de absoluta prioridade. devendo ser informado acerca de seus direitos.

§ 3 o Caso ainda não definida a paternidade, será Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local
deflagrado procedimento específico destinado à sua onde se encontra recolhido serão incontinenti
averiguação, conforme previsto pela Lei n o 8.560, de 29 comunicados à autoridade judiciária competente e à
de dezembro de 1992. (Incluído pela Lei nº 12.010, de família do apreendido ou à pessoa por ele indicada.
2009) Vigência
Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena
§ 4 o Nas hipóteses previstas no § 3 o deste artigo, é de responsabilidade, a possibilidade de liberação
dispensável o ajuizamento de ação de investigação de imediata.
paternidade pelo Ministério Público se, após o não
comparecimento ou a recusa do suposto pai em assumir Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser
a paternidade a ele atribuída, a criança for encaminhada determinada pelo prazo máximo de quarenta e cinco
para adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) dias.
Vigência
Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e
basear-se em indícios suficientes de autoria e
§ 5 o Os registros e certidões necessários à inclusão, a
materialidade, demonstrada a necessidade imperiosa da
qualquer tempo, do nome do pai no assento de
medida.
nascimento são isentos de multas, custas e
emolumentos, gozando de absoluta prioridade. (Incluído
Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será
dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
submetido a identificação compulsória pelos órgãos
policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de
§ 6 o São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação
confrontação, havendo dúvida fundada.
requerida do reconhecimento de paternidade no assento
de nascimento e a certidão correspondente. (Incluído Capítulo III
dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
Das Garantias Processuais
Título III
Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua
Da Prática de Ato Infracional liberdade sem o devido processo legal.

Capítulo I Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras,


as seguintes garantias:
Disposições Gerais
I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato
Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita infracional, mediante citação ou meio equivalente;
como crime ou contravenção penal.
II - igualdade na relação processual, podendo confrontar-
Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de se com vítimas e testemunhas e produzir todas as provas
dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei. necessárias à sua defesa;

Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser III - defesa técnica por advogado;
considerada a idade do adolescente à data do fato.
IV - assistência judiciária gratuita e integral aos
Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança necessitados, na forma da lei;
corresponderão as medidas previstas no art. 101.
V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade
competente; Art. 115. A advertência consistirá em admoestação
verbal, que será reduzida a termo e assinada.
VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou
responsável em qualquer fase do procedimento. Seção III

Capítulo IV Da Obrigação de Reparar o Dano

Das Medidas Sócio-Educativas Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos
patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o
Seção I caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o
ressarcimento do dano, ou, por outra forma, compense o
Disposições Gerais prejuízo da vítima.

Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a
autoridade competente poderá aplicar ao adolescente as medida poderá ser substituída por outra adequada.
seguintes medidas:
Seção IV
I - advertência;
Da Prestação de Serviços à Comunidade
II - obrigação de reparar o dano;
Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste
III - prestação de serviços à comunidade; na realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por
período não excedente a seis meses, junto a entidades
IV - liberdade assistida; assistenciais, hospitais, escolas e outros
estabelecimentos congêneres, bem como em programas
V - inserção em regime de semi-liberdade; comunitários ou governamentais.

VI - internação em estabelecimento educacional; Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as


aptidões do adolescente, devendo ser cumpridas durante
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI. jornada máxima de oito horas semanais, aos sábados,
domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não
§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta prejudicar a freqüência à escola ou à jornada normal de
a sua capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a trabalho.
gravidade da infração.
Seção V
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será
admitida a prestação de trabalho forçado. Da Liberdade Assistida

§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que
deficiência mental receberão tratamento individual e se afigurar a medida mais adequada para o fim de
especializado, em local adequado às suas condições. acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente.

Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts. 99 § 1º A autoridade designará pessoa capacitada para
e 100. acompanhar o caso, a qual poderá ser recomendada por
entidade ou programa de atendimento.
Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos
II a VI do art. 112 pressupõe a existência de provas § 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo
suficientes da autoria e da materialidade da infração, de seis meses, podendo a qualquer tempo ser
ressalvada a hipótese de remissão, nos termos do art. prorrogada, revogada ou substituída por outra medida,
127. ouvido o orientador, o Ministério Público e o defensor.

Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a
sempre que houver prova da materialidade e indícios supervisão da autoridade competente, a realização dos
suficientes da autoria. seguintes encargos, entre outros:

Seção II I - promover socialmente o adolescente e sua família,


fornecendo-lhes orientação e inserindo-os, se
Da Advertência
necessário, em programa oficial ou comunitário de auxílio
e assistência social; § 7 o A determinação judicial mencionada no § 1 o poderá
ser revista a qualquer tempo pela autoridade judiciária.
II - supervisionar a freqüência e o aproveitamento escolar (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
do adolescente, promovendo, inclusive, sua matrícula;
Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada
III - diligenciar no sentido da profissionalização do quando:
adolescente e de sua inserção no mercado de trabalho;
I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave
IV - apresentar relatório do caso. ameaça ou violência a pessoa;

Seção VI II - por reiteração no cometimento de outras infrações


graves;
Do Regime de Semi-liberdade
III - por descumprimento reiterado e injustificável da
Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser medida anteriormente imposta.
determinado desde o início, ou como forma de transição
para o meio aberto, possibilitada a realização de § 1 o O prazo de internação na hipótese do inciso III deste
atividades externas, independentemente de autorização artigo não poderá ser superior a 3 (três) meses, devendo
judicial. ser decretada judicialmente após o devido processo
legal. (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
§ 1º São obrigatórias a escolarização e a
profissionalização, devendo, sempre que possível, ser § 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação,
utilizados os recursos existentes na comunidade. havendo outra medida adequada.

§ 2º A medida não comporta prazo determinado Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade
aplicando-se, no que couber, as disposições relativas à exclusiva para adolescentes, em local distinto daquele
internação. destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por
critérios de idade, compleição física e gravidade da
Seção VII infração.

Da Internação Parágrafo único. Durante o período de internação,


inclusive provisória, serão obrigatórias atividades
Art. 121. A internação constitui medida privativa da pedagógicas.
liberdade, sujeita aos princípios de brevidade,
excepcionalidade e respeito à condição peculiar de Art. 124. São direitos do adolescente privado de
pessoa em desenvolvimento. liberdade, entre outros, os seguintes:

§ 1º Será permitida a realização de atividades externas, I - entrevistar-se pessoalmente com o representante do


a critério da equipe técnica da entidade, salvo expressa Ministério Público;
determinação judicial em contrário.
II - peticionar diretamente a qualquer autoridade;
§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo
sua manutenção ser reavaliada, mediante decisão III - avistar-se reservadamente com seu defensor;
fundamentada, no máximo a cada seis meses.
IV - ser informado de sua situação processual, sempre
§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de que solicitada;
internação excederá a três anos.
V - ser tratado com respeito e dignidade;
§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior,
o adolescente deverá ser liberado, colocado em regime VI - permanecer internado na mesma localidade ou
de semi-liberdade ou de liberdade assistida. naquela mais próxima ao domicílio de seus pais ou
responsável;
§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de
idade. VII - receber visitas, ao menos, semanalmente;

§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos;
precedida de autorização judicial, ouvido o Ministério
Público.
IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio pedido expresso do adolescente ou de seu representante
pessoal; legal, ou do Ministério Público.

X - habitar alojamento em condições adequadas de Título IV


higiene e salubridade;
Das Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsável
XI - receber escolarização e profissionalização;
Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou
XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer: responsável:

XIII - ter acesso aos meios de comunicação social; I - encaminhamento a serviços e programas oficiais ou
comunitários de proteção, apoio e promoção da família;
XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua (Redação dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
crença, e desde que assim o deseje;
II - inclusão em programa oficial ou comunitário de
XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e
de local seguro para guardá-los, recebendo comprovante toxicômanos;
daqueles porventura depositados em poder da entidade;
III - encaminhamento a tratamento psicológico ou
XVI - receber, quando de sua desinternação, os psiquiátrico;
documentos pessoais indispensáveis à vida em
sociedade. IV - encaminhamento a cursos ou programas de
orientação;
§ 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.
V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e
§ 2º A autoridade judiciária poderá suspender acompanhar sua freqüência e aproveitamento escolar;
temporariamente a visita, inclusive de pais ou
responsável, se existirem motivos sérios e fundados de VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a
sua prejudicialidade aos interesses do adolescente. tratamento especializado;

Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física VII - advertência;
e mental dos internos, cabendo-lhe adotar as medidas
adequadas de contenção e segurança. VIII - perda da guarda;

Capítulo V IX - destituição da tutela;

Da Remissão X - suspensão ou destituição do pátrio poder poder


familiar . (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de
Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para 2009) Vigência
apuração de ato infracional, o representante do Ministério
Público poderá conceder a remissão, como forma de Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas nos
exclusão do processo, atendendo às circunstâncias e incisos IX e X deste artigo, observar-se-á o disposto nos
conseqüências do fato, ao contexto social, bem como à arts. 23 e 24.
personalidade do adolescente e sua maior ou menor
participação no ato infracional. Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão
ou abuso sexual impostos pelos pais ou responsável, a
Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão autoridade judiciária poderá determinar, como medida
da remissão pela autoridade judiciária importará na cautelar, o afastamento do agressor da moradia comum.
suspensão ou extinção do processo.
Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda, a
Art. 127. A remissão não implica necessariamente o fixação provisória dos alimentos de que necessitem a
reconhecimento ou comprovação da responsabilidade, criança ou o adolescente dependentes do agressor.
nem prevalece para efeito de antecedentes, podendo (Incluído pela Lei nº 12.415, de 2011)
incluir eventualmente a aplicação de qualquer das
medidas previstas em lei, exceto a colocação em regime Título V
de semi-liberdade e a internação.
Do Conselho Tutelar
Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá
ser revista judicialmente, a qualquer tempo, mediante Capítulo I
Capítulo II
Disposições Gerais
Das Atribuições do Conselho
Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e
autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:
de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do
adolescente, definidos nesta Lei. I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses
previstas nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas
Art. 132. Em cada Município e em cada Região previstas no art. 101, I a VII;
Administrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1
(um) Conselho Tutelar como órgão integrante da II - atender e aconselhar os pais ou responsável,
administração pública local, composto de 5 (cinco) aplicando as medidas previstas no art. 129, I a VII;
membros, escolhidos pela população local para mandato
de 4 (quatro) anos, permitida recondução por novos III - promover a execução de suas decisões, podendo
processos de escolha. (Redação dada pela Lei nº para tanto:
13.824, de 2019)
a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde,
Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho educação, serviço social, previdência, trabalho e
Tutelar, serão exigidos os seguintes requisitos: segurança;

I - reconhecida idoneidade moral; b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de


descumprimento injustificado de suas deliberações.
II - idade superior a vinte e um anos;
IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que
III - residir no município. constitua infração administrativa ou penal contra os
direitos da criança ou adolescente;
Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o local,
dia e horário de funcionamento do Conselho Tutelar, V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua
inclusive quanto à remuneração dos respectivos competência;
membros, aos quais é assegurado o direito a: (Redação
dada pela Lei nº 12.696, de 2012) VI - providenciar a medida estabelecida pela autoridade
judiciária, dentre as previstas no art. 101, de I a VI, para
I - cobertura previdenciária; (Incluído pela Lei nº 12.696, o adolescente autor de ato infracional;
de 2012)
VII - expedir notificações;
II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3
(um terço) do valor da remuneração mensal; (Incluído VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito de
pela Lei nº 12.696, de 2012) criança ou adolescente quando necessário;

III - licença-maternidade; (Incluído pela Lei nº 12.696, de IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração da
2012) proposta orçamentária para planos e programas de
atendimento dos direitos da criança e do adolescente;
IV - licença-paternidade; (Incluído pela Lei nº 12.696, de
2012) X - representar, em nome da pessoa e da família, contra
a violação dos direitos previstos no art. 220, § 3º, inciso
V - gratificação natalina. (Incluído pela Lei nº 12.696, de II, da Constituição Federal ;
2012)
XI - representar ao Ministério Público para efeito das
Parágrafo único. Constará da lei orçamentária municipal ações de perda ou suspensão do poder familiar, após
e da do Distrito Federal previsão dos recursos esgotadas as possibilidades de manutenção da criança
necessários ao funcionamento do Conselho Tutelar e à ou do adolescente junto à família natural. (Redação dada
remuneração e formação continuada dos conselheiros pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
tutelares. (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
XII - promover e incentivar, na comunidade e nos grupos
Art. 135. O exercício efetivo da função de conselheiro profissionais, ações de divulgação e treinamento para o
constituirá serviço público relevante e estabelecerá reconhecimento de sintomas de maus-tratos em crianças
presunção de idoneidade moral. (Redação dada pela Lei e adolescentes. (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)
nº 12.696, de 2012)
XIII - adotar, na esfera de sua competência, ações Parágrafo único. Se, no exercício de suas atribuições, o
articuladas e efetivas direcionadas à identificação da Conselho Tutelar entender necessário o afastamento do
agressão, à agilidade no atendimento da criança e do convívio familiar, comunicará incontinenti o fato ao
adolescente vítima de violência doméstica e familiar e à Ministério Público, prestando-lhe informações sobre os
responsabilização do agressor; (Incluído pela Lei nº motivos de tal entendimento e as providências tomadas
14.344, de 2022) Vigência para a orientação, o apoio e a promoção social da família.
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
XIV - atender à criança e ao adolescente vítima ou
testemunha de violência doméstica e familiar, ou Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente
submetido a tratamento cruel ou degradante ou a formas poderão ser revistas pela autoridade judiciária a pedido
violentas de educação, correção ou disciplina, a seus de quem tenha legítimo interesse.
familiares e a testemunhas, de forma a prover orientação
e aconselhamento acerca de seus direitos e dos Capítulo III
encaminhamentos necessários; (Incluído pela Lei nº
14.344, de 2022) Vigência Da Competência

XV - representar à autoridade judicial ou policial para Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra de
requerer o afastamento do agressor do lar, do domicílio competência constante do art. 147.
ou do local de convivência com a vítima nos casos de
violência doméstica e familiar contra a criança e o Capítulo IV
adolescente; (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022)
Vigência Da Escolha dos Conselheiros

XVI - representar à autoridade judicial para requerer a Art. 139. O processo para a escolha dos membros do
concessão de medida protetiva de urgência à criança ou Conselho Tutelar será estabelecido em lei municipal e
ao adolescente vítima ou testemunha de violência realizado sob a responsabilidade do Conselho Municipal
doméstica e familiar, bem como a revisão daquelas já dos Direitos da Criança e do Adolescente, e a
concedidas; (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) fiscalização do Ministério Público. (Redação dada pela
Vigência Lei nº 8.242, de 12.10.1991)

XVII - representar ao Ministério Público para requerer a § 1 o O processo de escolha dos membros do Conselho
propositura de ação cautelar de antecipação de produção Tutelar ocorrerá em data unificada em todo o território
de prova nas causas que envolvam violência contra a nacional a cada 4 (quatro) anos, no primeiro domingo do
criança e o adolescente; (Incluído pela Lei nº 14.344, de mês de outubro do ano subsequente ao da eleição
2022) Vigência presidencial. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)

XVIII - tomar as providências cabíveis, na esfera de sua § 2 o A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no dia
competência, ao receber comunicação da ocorrência de 10 de janeiro do ano subsequente ao processo de
ação ou omissão, praticada em local público ou privado, escolha. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
que constitua violência doméstica e familiar contra a
criança e o adolescente; (Incluído pela Lei nº 14.344, § 3 o No processo de escolha dos membros do Conselho
de 2022) Vigência Tutelar, é vedado ao candidato doar, oferecer, prometer
ou entregar ao eleitor bem ou vantagem pessoal de
XIX - receber e encaminhar, quando for o caso, as qualquer natureza, inclusive brindes de pequeno valor.
informações reveladas por noticiantes ou denunciantes (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
relativas à prática de violência, ao uso de tratamento
cruel ou degradante ou de formas violentas de educação, Capítulo V
correção ou disciplina contra a criança e o adolescente;
(Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência Dos Impedimentos

XX - representar à autoridade judicial ou ao Ministério Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Conselho
Público para requerer a concessão de medidas marido e mulher, ascendentes e descendentes, sogro e
cautelares direta ou indiretamente relacionada à eficácia genro ou nora, irmãos, cunhados, durante o cunhadio, tio
da proteção de noticiante ou denunciante de informações e sobrinho, padrasto ou madrasta e enteado.
de crimes que envolvam violência doméstica e familiar
contra a criança e o adolescente. (Incluído pela Lei nº Parágrafo único. Estende-se o impedimento do
14.344, de 2022) Vigência conselheiro, na forma deste artigo, em relação à
autoridade judiciária e ao representante do Ministério
Público com atuação na Justiça da Infância e da
Juventude, em exercício na comarca, foro regional ou Art. 145. Os estados e o Distrito Federal poderão criar
distrital. varas especializadas e exclusivas da infância e da
juventude, cabendo ao Poder Judiciário estabelecer sua
Título VI proporcionalidade por número de habitantes, dotá-las de
infra-estrutura e dispor sobre o atendimento, inclusive em
Do Acesso à Justiça plantões.

Capítulo I Seção II

Disposições Gerais Do Juiz

Art. 141. É garantido o acesso de toda criança ou Art. 146. A autoridade a que se refere esta Lei é o Juiz da
adolescente à Defensoria Pública, ao Ministério Público Infância e da Juventude, ou o juiz que exerce essa
e ao Poder Judiciário, por qualquer de seus órgãos. função, na forma da lei de organização judiciária local.

§ 1º. A assistência judiciária gratuita será prestada aos Art. 147. A competência será determinada:
que dela necessitarem, através de defensor público ou
advogado nomeado. I - pelo domicílio dos pais ou responsável;

§ 2º As ações judiciais da competência da Justiça da II - pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente,
Infância e da Juventude são isentas de custas e à falta dos pais ou responsável.
emolumentos, ressalvada a hipótese de litigância de má-
fé. § 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a
autoridade do lugar da ação ou omissão, observadas as
Art. 142. Os menores de dezesseis anos serão regras de conexão, continência e prevenção.
representados e os maiores de dezesseis e menores de
vinte e um anos assistidos por seus pais, tutores ou § 2º A execução das medidas poderá ser delegada à
curadores, na forma da legislação civil ou processual. autoridade competente da residência dos pais ou
responsável, ou do local onde sediar-se a entidade que
Parágrafo único. A autoridade judiciária dará curador abrigar a criança ou adolescente.
especial à criança ou adolescente, sempre que os
interesses destes colidirem com os de seus pais ou § 3º Em caso de infração cometida através de
responsável, ou quando carecer de representação ou transmissão simultânea de rádio ou televisão, que atinja
assistência legal ainda que eventual. mais de uma comarca, será competente, para aplicação
da penalidade, a autoridade judiciária do local da sede
Art. 143. E vedada a divulgação de atos judiciais, policiais estadual da emissora ou rede, tendo a sentença eficácia
e administrativos que digam respeito a crianças e para todas as transmissoras ou retransmissoras do
adolescentes a que se atribua autoria de ato infracional. respectivo estado.

Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do fato não Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é
poderá identificar a criança ou adolescente, vedando-se competente para:
fotografia, referência a nome, apelido, filiação,
parentesco, residência e, inclusive, iniciais do nome e I - conhecer de representações promovidas pelo
sobrenome. (Redação dada pela Lei nº 10.764, de Ministério Público, para apuração de ato infracional
12.11.2003) atribuído a adolescente, aplicando as medidas cabíveis;

Art. 144. A expedição de cópia ou certidão de atos a que II - conceder a remissão, como forma de suspensão ou
se refere o artigo anterior somente será deferida pela extinção do processo;
autoridade judiciária competente, se demonstrado o
interesse e justificada a finalidade. III - conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes;

Capítulo II IV - conhecer de ações civis fundadas em interesses


individuais, difusos ou coletivos afetos à criança e ao
Da Justiça da Infância e da Juventude adolescente, observado o disposto no art. 209;

Seção I V - conhecer de ações decorrentes de irregularidades em


entidades de atendimento, aplicando as medidas
Disposições Gerais cabíveis;
VI - aplicar penalidades administrativas nos casos de a) espetáculos públicos e seus ensaios;
infrações contra norma de proteção à criança ou
adolescente; b) certames de beleza.

VII - conhecer de casos encaminhados pelo Conselho § 1º Para os fins do disposto neste artigo, a autoridade
Tutelar, aplicando as medidas cabíveis. judiciária levará em conta, dentre outros fatores:

Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou a) os princípios desta Lei;


adolescente nas hipóteses do art. 98, é também
competente a Justiça da Infância e da Juventude para o b) as peculiaridades locais;
fim de:
c) a existência de instalações adequadas;
a) conhecer de pedidos de guarda e tutela;
d) o tipo de freqüência habitual ao local;
b) conhecer de ações de destituição do pátrio poder
poder familiar , perda ou modificação da tutela ou guarda; e) a adequação do ambiente a eventual participação ou
(Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) freqüência de crianças e adolescentes;
Vigência
f) a natureza do espetáculo.
c) suprir a capacidade ou o consentimento para o
casamento; § 2º As medidas adotadas na conformidade deste artigo
deverão ser fundamentadas, caso a caso, vedadas as
d) conhecer de pedidos baseados em discordância determinações de caráter geral.
paterna ou materna, em relação ao exercício do pátrio
poder poder familiar ; (Expressão substituída pela Lei nº Seção III
12.010, de 2009) Vigência
Dos Serviços Auxiliares
e) conceder a emancipação, nos termos da lei civil,
quando faltarem os pais; Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de sua
proposta orçamentária, prever recursos para
f) designar curador especial em casos de apresentação manutenção de equipe interprofissional, destinada a
de queixa ou representação, ou de outros procedimentos assessorar a Justiça da Infância e da Juventude.
judiciais ou extrajudiciais em que haja interesses de
criança ou adolescente; Art. 151. Compete à equipe interprofissional dentre
outras atribuições que lhe forem reservadas pela
g) conhecer de ações de alimentos; legislação local, fornecer subsídios por escrito, mediante
laudos, ou verbalmente, na audiência, e bem assim
h) determinar o cancelamento, a retificação e o desenvolver trabalhos de aconselhamento, orientação,
suprimento dos registros de nascimento e óbito. encaminhamento, prevenção e outros, tudo sob a
imediata subordinação à autoridade judiciária,
Art. 149. Compete à autoridade judiciária disciplinar, assegurada a livre manifestação do ponto de vista
através de portaria, ou autorizar, mediante alvará: técnico.

I - a entrada e permanência de criança ou adolescente, Parágrafo único. Na ausência ou insuficiência de


desacompanhado dos pais ou responsável, em: servidores públicos integrantes do Poder Judiciário
responsáveis pela realização dos estudos psicossociais
a) estádio, ginásio e campo desportivo; ou de quaisquer outras espécies de avaliações técnicas
exigidas por esta Lei ou por determinação judicial, a
b) bailes ou promoções dançantes; autoridade judiciária poderá proceder à nomeação de
perito, nos termos do art. 156 da Lei no 13.105, de 16 de
c) boate ou congêneres; março de 2015 (Código de Processo Civil) . (Incluído pela
Lei nº 13.509, de 2017)
d) casa que explore comercialmente diversões
eletrônicas; Capítulo III

e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e televisão. Dos Procedimentos

II - a participação de criança e adolescente em: Seção I


Disposições Gerais
Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a autoridade
Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar a
aplicam-se subsidiariamente as normas gerais previstas suspensão do pátrio poder poder familiar , liminar ou
na legislação processual pertinente. incidentalmente, até o julgamento definitivo da causa,
ficando a criança ou adolescente confiado a pessoa
§ 1º É assegurada, sob pena de responsabilidade, idônea, mediante termo de responsabilidade. (Expressão
prioridade absoluta na tramitação dos processos e substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
procedimentos previstos nesta Lei, assim como na
execução dos atos e diligências judiciais a eles § 1 o Recebida a petição inicial, a autoridade judiciária
referentes. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) determinará, concomitantemente ao despacho de
Vigência citação e independentemente de requerimento do
interessado, a realização de estudo social ou perícia por
§ 2º Os prazos estabelecidos nesta Lei e aplicáveis aos equipe interprofissional ou multidisciplinar para
seus procedimentos são contados em dias corridos, comprovar a presença de uma das causas de suspensão
excluído o dia do começo e incluído o dia do vencimento, ou destituição do poder familiar, ressalvado o disposto no
vedado o prazo em dobro para a Fazenda Pública e o § 10 do art. 101 desta Lei, e observada a Lei n o 13.431,
Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) de 4 de abril de 2017 . (Incluído pela Lei nº 13.509, de
2017)
Art. 153. Se a medida judicial a ser adotada não
corresponder a procedimento previsto nesta ou em outra § 2 o Em sendo os pais oriundos de comunidades
lei, a autoridade judiciária poderá investigar os fatos e indígenas, é ainda obrigatória a intervenção, junto à
ordenar de ofício as providências necessárias, ouvido o equipe interprofissional ou multidisciplinar referida no § 1
Ministério Público. o deste artigo, de representantes do órgão federal
responsável pela política indigenista, observado o
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica disposto no § 6 o do art. 28 desta Lei. (Incluído pela Lei
para o fim de afastamento da criança ou do adolescente nº 13.509, de 2017)
de sua família de origem e em outros procedimentos
necessariamente contenciosos. (Incluído pela Lei nº § 3º A concessão da liminar será, preferencialmente,
12.010, de 2009) Vigência precedida de entrevista da criança ou do adolescente
perante equipe multidisciplinar e de oitiva da outra parte,
Art. 154. Aplica-se às multas o disposto no art. 214. nos termos da Lei nº 13.431, de 4 de abril de 2017.
(Incluído pela Lei nº 14.340, de 2022)
Seção II
§ 4º Se houver indícios de ato de violação de direitos de
Da Perda e da Suspensão do Pátrio Poder Poder
criança ou de adolescente, o juiz comunicará o fato ao
Familiar
Ministério Público e encaminhará os documentos
(Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)
pertinentes. (Incluído pela Lei nº 14.340, de 2022)
Vigência
Art. 158. O requerido será citado para, no prazo de dez
Art. 155. O procedimento para a perda ou a suspensão
dias, oferecer resposta escrita, indicando as provas a
do pátrio poder poder familiar terá início por provocação
serem produzidas e oferecendo desde logo o rol de
do Ministério Público ou de quem tenha legítimo
testemunhas e documentos.
interesse. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência § 1 o A citação será pessoal, salvo se esgotados todos os
meios para sua realização. (Incluído pela Lei nº 12.962,
Art. 156. A petição inicial indicará:
de 2014)
I - a autoridade judiciária a que for dirigida;
§ 2 o O requerido privado de liberdade deverá ser citado
pessoalmente. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014)
II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência do
requerente e do requerido, dispensada a qualificação em
se tratando de pedido formulado por representante do § 3 o Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça
Ministério Público; houver procurado o citando em seu domicílio ou
residência sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de
III - a exposição sumária do fato e o pedido; ocultação, informar qualquer pessoa da família ou, em
sua falta, qualquer vizinho do dia útil em que voltará a fim
IV - as provas que serão produzidas, oferecendo, desde de efetuar a citação, na hora que designar, nos termos
logo, o rol de testemunhas e documentos. do art. 252 e seguintes da Lei n o 13.105, de 16 de março
de 2015 (Código de Processo Civil) . (Incluído pela Lei nº
13.509, de 2017) § 5 o Se o pai ou a mãe estiverem privados de liberdade,
a autoridade judicial requisitará sua apresentação para a
§ 4 o Na hipótese de os genitores encontrarem-se em oitiva. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014)
local incerto ou não sabido, serão citados por edital no
prazo de 10 (dez) dias, em publicação única, dispensado Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade judiciária
o envio de ofícios para a localização. (Incluído pela Lei dará vista dos autos ao Ministério Público, por cinco dias,
nº 13.509, de 2017) salvo quando este for o requerente, designando, desde
logo, audiência de instrução e julgamento.
Art. 159. Se o requerido não tiver possibilidade de
constituir advogado, sem prejuízo do próprio sustento e § 1º (Revogado) . (Redação dada pela Lei nº 13.509, de
de sua família, poderá requerer, em cartório, que lhe seja 2017)
nomeado dativo, ao qual incumbirá a apresentação de
resposta, contando-se o prazo a partir da intimação do § 2 o Na audiência, presentes as partes e o Ministério
despacho de nomeação. Público, serão ouvidas as testemunhas, colhendo-se
oralmente o parecer técnico, salvo quando apresentado
Parágrafo único. Na hipótese de requerido privado de por escrito, manifestando-se sucessivamente o
liberdade, o oficial de justiça deverá perguntar, no requerente, o requerido e o Ministério Público, pelo
momento da citação pessoal, se deseja que lhe seja tempo de 20 (vinte) minutos cada um, prorrogável por
nomeado defensor. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014) mais 10 (dez) minutos. (Redação dada pela Lei nº
13.509, de 2017)
Art. 160. Sendo necessário, a autoridade judiciária
requisitará de qualquer repartição ou órgão público a § 3 o A decisão será proferida na audiência, podendo a
apresentação de documento que interesse à causa, de autoridade judiciária, excepcionalmente, designar data
ofício ou a requerimento das partes ou do Ministério para sua leitura no prazo máximo de 5 (cinco) dias.
Público. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

Art. 161. Se não for contestado o pedido e tiver sido § 4 o Quando o procedimento de destituição de poder
concluído o estudo social ou a perícia realizada por familiar for iniciado pelo Ministério Público, não haverá
equipe interprofissional ou multidisciplinar, a autoridade necessidade de nomeação de curador especial em favor
judiciária dará vista dos autos ao Ministério Público, por da criança ou adolescente. (Incluído pela Lei nº 13.509,
5 (cinco) dias, salvo quando este for o requerente, e de 2017)
decidirá em igual prazo. (Redação dada pela Lei nº
13.509, de 2017) Art. 163. O prazo máximo para conclusão do
procedimento será de 120 (cento e vinte) dias, e caberá
§ 1º A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento ao juiz, no caso de notória inviabilidade de manutenção
das partes ou do Ministério Público, determinará a oitiva do poder familiar, dirigir esforços para preparar a criança
de testemunhas que comprovem a presença de uma das ou o adolescente com vistas à colocação em família
causas de suspensão ou destituição do poder familiar substituta. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
previstas nos arts. 1.637 e 1.638 da Lei n o 10.406, de 10
de janeiro de 2002 (Código Civil) , ou no art. 24 desta Lei. Parágrafo único. A sentença que decretar a perda ou a
(Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) suspensão do poder familiar será averbada à margem do
registro de nascimento da criança ou do adolescente.
§ 2 o (Revogado) . (Redação dada pela Lei nº 13.509, de (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
2017)
Seção III
§ 3 o Se o pedido importar em modificação de guarda,
será obrigatória, desde que possível e razoável, a oitiva Da Destituição da Tutela
da criança ou adolescente, respeitado seu estágio de
desenvolvimento e grau de compreensão sobre as Art. 164. Na destituição da tutela, observar-se-á o
implicações da medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de procedimento para a remoção de tutor previsto na lei
2009) Vigência processual civil e, no que couber, o disposto na seção
anterior.
§ 4º É obrigatória a oitiva dos pais sempre que eles
forem identificados e estiverem em local conhecido, Seção IV
ressalvados os casos de não comparecimento perante a
Justiça quando devidamente citados. (Redação dada Da Colocação em Família Substituta
pela Lei nº 13.509, de 2017)
Art. 165. São requisitos para a concessão de pedidos de o § 1 o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.509,
colocação em família substituta: de 2017)

I - qualificação completa do requerente e de seu eventual § 5 o O consentimento é retratável até a data da


cônjuge, ou companheiro, com expressa anuência deste; realização da audiência especificada no § 1 o deste
artigo, e os pais podem exercer o arrependimento no
II - indicação de eventual parentesco do requerente e de prazo de 10 (dez) dias, contado da data de prolação da
seu cônjuge, ou companheiro, com a criança ou sentença de extinção do poder familiar. (Redação dada
adolescente, especificando se tem ou não parente vivo; pela Lei nº 13.509, de 2017)

III - qualificação completa da criança ou adolescente e de § 6 o O consentimento somente terá valor se for dado
seus pais, se conhecidos; após o nascimento da criança. (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
IV - indicação do cartório onde foi inscrito nascimento,
anexando, se possível, uma cópia da respectiva certidão; § 7 o A família natural e a família substituta receberão a
devida orientação por intermédio de equipe técnica
V - declaração sobre a existência de bens, direitos ou
interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da
rendimentos relativos à criança ou ao adolescente.
Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos
responsáveis pela execução da política municipal de
Parágrafo único. Em se tratando de adoção, observar-se-
garantia do direito à convivência familiar. (Redação dada
ão também os requisitos específicos.
pela Lei nº 13.509, de 2017)
Art. 166. Se os pais forem falecidos, tiverem sido
Art. 167. A autoridade judiciária, de ofício ou a
destituídos ou suspensos do poder familiar, ou houverem
requerimento das partes ou do Ministério Público,
aderido expressamente ao pedido de colocação em
determinará a realização de estudo social ou, se
família substituta, este poderá ser formulado diretamente
possível, perícia por equipe interprofissional, decidindo
em cartório, em petição assinada pelos próprios
sobre a concessão de guarda provisória, bem como, no
requerentes, dispensada a assistência de advogado.
caso de adoção, sobre o estágio de convivência.
(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. Deferida a concessão da guarda
§ 1 o Na hipótese de concordância dos pais, o juiz:
provisória ou do estágio de convivência, a criança ou o
(Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) adolescente será entregue ao interessado, mediante
termo de responsabilidade. (Incluído pela Lei nº 12.010,
I - na presença do Ministério Público, ouvirá as partes, de 2009) Vigência
devidamente assistidas por advogado ou por defensor
público, para verificar sua concordância com a adoção, Art. 168. Apresentado o relatório social ou o laudo
no prazo máximo de 10 (dez) dias, contado da data do pericial, e ouvida, sempre que possível, a criança ou o
protocolo da petição ou da entrega da criança em juízo, adolescente, dar-se-á vista dos autos ao Ministério
tomando por termo as declarações; e (Incluído pela Lei Público, pelo prazo de cinco dias, decidindo a autoridade
nº 13.509, de 2017) judiciária em igual prazo.

II - declarará a extinção do poder familiar. (Incluído pela Art. 169. Nas hipóteses em que a destituição da tutela, a
Lei nº 13.509, de 2017) perda ou a suspensão do pátrio poder poder familiar
constituir pressuposto lógico da medida principal de
§ 2 o O consentimento dos titulares do poder familiar será colocação em família substituta, será observado o
precedido de orientações e esclarecimentos prestados procedimento contraditório previsto nas Seções II e III
pela equipe interprofissional da Justiça da Infância e da deste Capítulo. (Expressão substituída pela Lei nº
Juventude, em especial, no caso de adoção, sobre a 12.010, de 2009) Vigência
irrevogabilidade da medida. (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência Parágrafo único. A perda ou a modificação da guarda
poderá ser decretada nos mesmos autos do
§ 3 o São garantidos a livre manifestação de vontade dos procedimento, observado o disposto no art. 35.
detentores do poder familiar e o direito ao sigilo das
informações. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de Art. 170. Concedida a guarda ou a tutela, observar-se-á
2017) o disposto no art. 32, e, quanto à adoção, o contido no
art. 47.
§ 4 o O consentimento prestado por escrito não terá
validade se não for ratificado na audiência a que se refere
Parágrafo único. A colocação de criança ou adolescente
sob a guarda de pessoa inscrita em programa de § 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a
acolhimento familiar será comunicada pela autoridade autoridade policial encaminhará o adolescente à
judiciária à entidade por este responsável no prazo entidade de atendimento, que fará a apresentação ao
máximo de 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei nº 12.010, de representante do Ministério Público no prazo de vinte e
2009) Vigência quatro horas.

Seção V § 2º Nas localidades onde não houver entidade de


atendimento, a apresentação far-se-á pela autoridade
Da Apuração de Ato Infracional Atribuído a Adolescente policial. À falta de repartição policial especializada, o
adolescente aguardará a apresentação em dependência
Art. 171. O adolescente apreendido por força de ordem separada da destinada a maiores, não podendo, em
judicial será, desde logo, encaminhado à autoridade qualquer hipótese, exceder o prazo referido no parágrafo
judiciária. anterior.

Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a autoridade
infracional será, desde logo, encaminhado à autoridade policial encaminhará imediatamente ao representante do
policial competente. Ministério Público cópia do auto de apreensão ou boletim
de ocorrência.
Parágrafo único. Havendo repartição policial
especializada para atendimento de adolescente e em se Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, houver
tratando de ato infracional praticado em co-autoria com indícios de participação de adolescente na prática de ato
maior, prevalecerá a atribuição da repartição infracional, a autoridade policial encaminhará ao
especializada, que, após as providências necessárias e representante do Ministério Público relatório das
conforme o caso, encaminhará o adulto à repartição investigações e demais documentos.
policial própria.
Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de ato
Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional infracional não poderá ser conduzido ou transportado em
cometido mediante violência ou grave ameaça a pessoa, compartimento fechado de veículo policial, em condições
a autoridade policial, sem prejuízo do disposto nos arts. atentatórias à sua dignidade, ou que impliquem risco à
106, parágrafo único, e 107, deverá: sua integridade física ou mental, sob pena de
responsabilidade.
I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o
adolescente; Art. 179. Apresentado o adolescente, o representante do
Ministério Público, no mesmo dia e à vista do auto de
II - apreender o produto e os instrumentos da infração; apreensão, boletim de ocorrência ou relatório policial,
devidamente autuados pelo cartório judicial e com
III - requisitar os exames ou perícias necessários à informação sobre os antecedentes do adolescente,
comprovação da materialidade e autoria da infração. procederá imediata e informalmente à sua oitiva e, em
sendo possível, de seus pais ou responsável, vítima e
Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante, a testemunhas.
lavratura do auto poderá ser substituída por boletim de
ocorrência circunstanciada. Parágrafo único. Em caso de não apresentação, o
representante do Ministério Público notificará os pais ou
Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou responsável para apresentação do adolescente,
responsável, o adolescente será prontamente liberado podendo requisitar o concurso das polícias civil e militar.
pela autoridade policial, sob termo de compromisso e
responsabilidade de sua apresentação ao representante Art. 180. Adotadas as providências a que alude o artigo
do Ministério Público, no mesmo dia ou, sendo anterior, o representante do Ministério Público poderá:
impossível, no primeiro dia útil imediato, exceto quando,
pela gravidade do ato infracional e sua repercussão I - promover o arquivamento dos autos;
social, deva o adolescente permanecer sob internação
para garantia de sua segurança pessoal ou manutenção II - conceder a remissão;
da ordem pública.
III - representar à autoridade judiciária para aplicação de
Art. 175. Em caso de não liberação, a autoridade policial medida sócio-educativa.
encaminhará, desde logo, o adolescente ao
representante do Ministério Público, juntamente com Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos ou
cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência. concedida a remissão pelo representante do Ministério
Público, mediante termo fundamentado, que conterá o Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela
resumo dos fatos, os autos serão conclusos à autoridade autoridade judiciária, não poderá ser cumprida em
judiciária para homologação. estabelecimento prisional.

§ 1º Homologado o arquivamento ou a remissão, a § 1º Inexistindo na comarca entidade com as


autoridade judiciária determinará, conforme o caso, o características definidas no art. 123, o adolescente
cumprimento da medida. deverá ser imediatamente transferido para a localidade
mais próxima.
§ 2º Discordando, a autoridade judiciária fará remessa
dos autos ao Procurador-Geral de Justiça, mediante § 2º Sendo impossível a pronta transferência, o
despacho fundamentado, e este oferecerá adolescente aguardará sua remoção em repartição
representação, designará outro membro do Ministério policial, desde que em seção isolada dos adultos e com
Público para apresentá-la, ou ratificará o arquivamento instalações apropriadas, não podendo ultrapassar o
ou a remissão, que só então estará a autoridade prazo máximo de cinco dias, sob pena de
judiciária obrigada a homologar. responsabilidade.

Art. 182. Se, por qualquer razão, o representante do Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais ou
Ministério Público não promover o arquivamento ou responsável, a autoridade judiciária procederá à oitiva
conceder a remissão, oferecerá representação à dos mesmos, podendo solicitar opinião de profissional
autoridade judiciária, propondo a instauração de qualificado.
procedimento para aplicação da medida sócio-educativa
que se afigurar a mais adequada. § 1º Se a autoridade judiciária entender adequada a
remissão, ouvirá o representante do Ministério Público,
§ 1º A representação será oferecida por petição, que proferindo decisão.
conterá o breve resumo dos fatos e a classificação do ato
infracional e, quando necessário, o rol de testemunhas, § 2º Sendo o fato grave, passível de aplicação de medida
podendo ser deduzida oralmente, em sessão diária de internação ou colocação em regime de semi-
instalada pela autoridade judiciária. liberdade, a autoridade judiciária, verificando que o
adolescente não possui advogado constituído, nomeará
§ 2º A representação independe de prova pré-constituída defensor, designando, desde logo, audiência em
da autoria e materialidade. continuação, podendo determinar a realização de
diligências e estudo do caso.
Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a
conclusão do procedimento, estando o adolescente § 3º O advogado constituído ou o defensor nomeado, no
internado provisoriamente, será de quarenta e cinco dias. prazo de três dias contado da audiência de
apresentação, oferecerá defesa prévia e rol de
Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade testemunhas.
judiciária designará audiência de apresentação do
adolescente, decidindo, desde logo, sobre a decretação § 4º Na audiência em continuação, ouvidas as
ou manutenção da internação, observado o disposto no testemunhas arroladas na representação e na defesa
art. 108 e parágrafo. prévia, cumpridas as diligências e juntado o relatório da
equipe interprofissional, será dada a palavra ao
§ 1º O adolescente e seus pais ou responsável serão representante do Ministério Público e ao defensor,
cientificados do teor da representação, e notificados a sucessivamente, pelo tempo de vinte minutos para cada
comparecer à audiência, acompanhados de advogado. um, prorrogável por mais dez, a critério da autoridade
judiciária, que em seguida proferirá decisão.
§ 2º Se os pais ou responsável não forem localizados, a
autoridade judiciária dará curador especial ao Art. 187. Se o adolescente, devidamente notificado, não
adolescente. comparecer, injustificadamente à audiência de
apresentação, a autoridade judiciária designará nova
§ 3º Não sendo localizado o adolescente, a autoridade data, determinando sua condução coercitiva.
judiciária expedirá mandado de busca e apreensão,
determinando o sobrestamento do feito, até a efetiva Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou
apresentação. suspensão do processo, poderá ser aplicada em
qualquer fase do procedimento, antes da sentença.
§ 4º Estando o adolescente internado, será requisitada a
sua apresentação, sem prejuízo da notificação dos pais Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará qualquer
ou responsável. medida, desde que reconheça na sentença:
I - estar provada a inexistência do fato; demonstrada sua efetiva necessidade, a critério da
autoridade judicial. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
II - não haver prova da existência do fato;
§ 1 º A autoridade judicial e o Ministério Público poderão
III - não constituir o fato ato infracional; requisitar relatórios parciais da operação de infiltração
antes do término do prazo de que trata o inciso II do § 1
IV - não existir prova de ter o adolescente concorrido para º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
o ato infracional.
§ 2 º Para efeitos do disposto no inciso I do § 1 º deste
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, estando o artigo, consideram-se: (Incluído pela Lei nº 13.441, de
adolescente internado, será imediatamente colocado em 2017)
liberdade.
I – dados de conexão: informações referentes a hora,
Art. 190. A intimação da sentença que aplicar medida de data, início, término, duração, endereço de Protocolo de
internação ou regime de semi-liberdade será feita: Internet (IP) utilizado e terminal de origem da conexão;
(Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
I - ao adolescente e ao seu defensor;
II – dados cadastrais: informações referentes a nome e
II - quando não for encontrado o adolescente, a seus pais
endereço de assinante ou de usuário registrado ou
ou responsável, sem prejuízo do defensor.
autenticado para a conexão a quem endereço de IP,
identificação de usuário ou código de acesso tenha sido
§ 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação far-se-á atribuído no momento da conexão.
unicamente na pessoa do defensor.
§ 3 º A infiltração de agentes de polícia na internet não
§ 2º Recaindo a intimação na pessoa do adolescente,
será admitida se a prova puder ser obtida por outros
deverá este manifestar se deseja ou não recorrer da meios. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
sentença.
Art. 190-B. As informações da operação de infiltração
Seção V-A
serão encaminhadas diretamente ao juiz responsável
(Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
pela autorização da medida, que zelará por seu sigilo.
(Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
Da Infiltração de Agentes de Polícia para a Investigação
de Crimes contra a Dignidade Sexual de Criança e de
Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o
Adolescente”
acesso aos autos será reservado ao juiz, ao Ministério
Público e ao delegado de polícia responsável pela
Art. 190-A. A infiltração de agentes de polícia na internet
operação, com o objetivo de garantir o sigilo das
com o fim de investigar os crimes previstos nos arts. 240
investigações. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
, 241 , 241-A , 241-B , 241-C e 241-D desta Lei e nos arts.
154-A , 217-A , 218 , 218-A e 218-B do Decreto-Lei nº
Art. 190-C. Não comete crime o policial que oculta a sua
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal) ,
identidade para, por meio da internet, colher indícios de
obedecerá às seguintes regras: (Incluído pela Lei nº
autoria e materialidade dos crimes previstos nos arts. 240
13.441, de 2017) , 241 , 241-A , 241-B , 241-C e 241-D desta Lei e nos arts.
154-A , 217-A , 218 , 218-A e 218-B do Decreto-Lei nº
I – será precedida de autorização judicial devidamente
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal) .
circunstanciada e fundamentada, que estabelecerá os
(Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
limites da infiltração para obtenção de prova, ouvido o
Ministério Público; (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
Parágrafo único. O agente policial infiltrado que deixar de
observar a estrita finalidade da investigação responderá
II – dar-se-á mediante requerimento do Ministério Público
pelos excessos praticados. (Incluído pela Lei nº 13.441,
ou representação de delegado de polícia e conterá a
de 2017)
demonstração de sua necessidade, o alcance das tarefas
dos policiais, os nomes ou apelidos das pessoas
Art. 190-D. Os órgãos de registro e cadastro público
investigadas e, quando possível, os dados de conexão
poderão incluir nos bancos de dados próprios, mediante
ou cadastrais que permitam a identificação dessas
procedimento sigiloso e requisição da autoridade judicial,
pessoas; (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
as informações necessárias à efetividade da identidade
fictícia criada. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
III – não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) dias,
sem prejuízo de eventuais renovações, desde que o total
não exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja
Parágrafo único. O procedimento sigiloso de que trata § 4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigente
esta Seção será numerado e tombado em livro da entidade ou programa de atendimento.
específico. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
Seção VII
Art. 190-E. Concluída a investigação, todos os atos
eletrônicos praticados durante a operação deverão ser Da Apuração de Infração Administrativa às Normas de
registrados, gravados, armazenados e encaminhados ao Proteção à Criança e ao Adolescente
juiz e ao Ministério Público, juntamente com relatório
circunstanciado. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) Art. 194. O procedimento para imposição de penalidade
administrativa por infração às normas de proteção à
Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados citados criança e ao adolescente terá início por representação do
no caput deste artigo serão reunidos em autos apartados Ministério Público, ou do Conselho Tutelar, ou auto de
e apensados ao processo criminal juntamente com o infração elaborado por servidor efetivo ou voluntário
inquérito policial, assegurando-se a preservação da credenciado, e assinado por duas testemunhas, se
identidade do agente policial infiltrado e a intimidade das possível.
crianças e dos adolescentes envolvidos. (Incluído pela
Lei nº 13.441, de 2017) § 1º No procedimento iniciado com o auto de infração,
poderão ser usadas fórmulas impressas, especificando-
Seção VI se a natureza e as circunstâncias da infração.

Da Apuração de Irregularidades em Entidade de § 2º Sempre que possível, à verificação da infração


Atendimento seguir-se-á a lavratura do auto, certificando-se, em caso
contrário, dos motivos do retardamento.
Art. 191. O procedimento de apuração de irregularidades
em entidade governamental e não-governamental terá Art. 195. O requerido terá prazo de dez dias para
início mediante portaria da autoridade judiciária ou apresentação de defesa, contado da data da intimação,
representação do Ministério Público ou do Conselho que será feita:
Tutelar, onde conste, necessariamente, resumo dos
fatos. I - pelo autuante, no próprio auto, quando este for lavrado
na presença do requerido;
Parágrafo único. Havendo motivo grave, poderá a
autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público, II - por oficial de justiça ou funcionário legalmente
decretar liminarmente o afastamento provisório do habilitado, que entregará cópia do auto ou da
dirigente da entidade, mediante decisão fundamentada. representação ao requerido, ou a seu representante
legal, lavrando certidão;
Art. 192. O dirigente da entidade será citado para, no
prazo de dez dias, oferecer resposta escrita, podendo III - por via postal, com aviso de recebimento, se não for
juntar documentos e indicar as provas a produzir. encontrado o requerido ou seu representante legal;

Art. 193. Apresentada ou não a resposta, e sendo IV - por edital, com prazo de trinta dias, se incerto ou não
necessário, a autoridade judiciária designará audiência sabido o paradeiro do requerido ou de seu representante
de instrução e julgamento, intimando as partes. legal.

§ 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o Art. 196. Não sendo apresentada a defesa no prazo legal,
Ministério Público terão cinco dias para oferecer a autoridade judiciária dará vista dos autos do Ministério
alegações finais, decidindo a autoridade judiciária em Público, por cinco dias, decidindo em igual prazo.
igual prazo.
Art. 197. Apresentada a defesa, a autoridade judiciária
§ 2º Em se tratando de afastamento provisório ou procederá na conformidade do artigo anterior, ou, sendo
definitivo de dirigente de entidade governamental, a necessário, designará audiência de instrução e
autoridade judiciária oficiará à autoridade administrativa julgamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
imediatamente superior ao afastado, marcando prazo Vigência
para a substituição.
Parágrafo único. Colhida a prova oral, manifestar-se-ão
§ 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade sucessivamente o Ministério Público e o procurador do
judiciária poderá fixar prazo para a remoção das requerido, pelo tempo de vinte minutos para cada um,
irregularidades verificadas. Satisfeitas as exigências, o prorrogável por mais dez, a critério da autoridade
processo será extinto, sem julgamento de mérito. judiciária, que em seguida proferirá sentença.
Seção VIII paternidade ou maternidade responsável, à luz dos
(Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência requisitos e princípios desta Lei. (Incluído pela Lei nº
Da Habilitação de Pretendentes à Adoção 12.010, de 2009) Vigência

Art. 197-A. Os postulantes à adoção, domiciliados no § 1 o É obrigatória a participação dos postulantes em


Brasil, apresentarão petição inicial na qual conste: programa oferecido pela Justiça da Infância e da
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos
responsáveis pela execução da política municipal de
I - qualificação completa; (Incluído pela Lei nº 12.010, de garantia do direito à convivência familiar e dos grupos de
2009) Vigência apoio à adoção devidamente habilitados perante a
Justiça da Infância e da Juventude, que inclua
II - dados familiares; (Incluído pela Lei nº 12.010, de preparação psicológica, orientação e estímulo à adoção
2009) Vigência inter-racial, de crianças ou de adolescentes com
deficiência, com doenças crônicas ou com necessidades
III - cópias autenticadas de certidão de nascimento ou específicas de saúde, e de grupos de irmãos. (Redação
casamento, ou declaração relativa ao período de união dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
estável; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 2 o Sempre que possível e recomendável, a etapa
IV - cópias da cédula de identidade e inscrição no obrigatória da preparação referida no § 1 o deste artigo
Cadastro de Pessoas Físicas; (Incluído pela Lei nº incluirá o contato com crianças e adolescentes em
12.010, de 2009) Vigência regime de acolhimento familiar ou institucional, a ser
realizado sob orientação, supervisão e avaliação da
V - comprovante de renda e domicílio; (Incluído pela Lei equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude e
nº 12.010, de 2009) Vigência dos grupos de apoio à adoção, com apoio dos técnicos
responsáveis pelo programa de acolhimento familiar e
VI - atestados de sanidade física e mental (Incluído pela institucional e pela execução da política municipal de
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência garantia do direito à convivência familiar. (Redação dada
pela Lei nº 13.509, de 2017)
VII - certidão de antecedentes criminais; (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 3 o É recomendável que as crianças e os adolescentes
acolhidos institucionalmente ou por família acolhedora
VIII - certidão negativa de distribuição cível. (Incluído pela sejam preparados por equipe interprofissional antes da
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência inclusão em família adotiva. (Incluído pela Lei nº 13.509,
de 2017)
Art. 197-B. A autoridade judiciária, no prazo de 48
(quarenta e oito) horas, dará vista dos autos ao Ministério Art. 197-D. Certificada nos autos a conclusão da
Público, que no prazo de 5 (cinco) dias poderá: (Incluído participação no programa referido no art. 197-C desta
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Lei, a autoridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta e
oito) horas, decidirá acerca das diligências requeridas
I - apresentar quesitos a serem respondidos pela equipe pelo Ministério Público e determinará a juntada do estudo
interprofissional encarregada de elaborar o estudo psicossocial, designando, conforme o caso, audiência de
técnico a que se refere o art. 197-C desta Lei; (Incluído instrução e julgamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 2009) Vigência

II - requerer a designação de audiência para oitiva dos Parágrafo único. Caso não sejam requeridas diligências,
postulantes em juízo e testemunhas; (Incluído pela Lei nº ou sendo essas indeferidas, a autoridade judiciária
12.010, de 2009) Vigência determinará a juntada do estudo psicossocial, abrindo a
seguir vista dos autos ao Ministério Público, por 5 (cinco)
III - requerer a juntada de documentos complementares dias, decidindo em igual prazo. (Incluído pela Lei nº
e a realização de outras diligências que entender 12.010, de 2009) Vigência
necessárias. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Vigência Art. 197-E. Deferida a habilitação, o postulante será
inscrito nos cadastros referidos no art. 50 desta Lei,
Art. 197-C. Intervirá no feito, obrigatoriamente, equipe sendo a sua convocação para a adoção feita de acordo
interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da com ordem cronológica de habilitação e conforme a
Juventude, que deverá elaborar estudo psicossocial, que disponibilidade de crianças ou adolescentes adotáveis.
conterá subsídios que permitam aferir a capacidade e o (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
preparo dos postulantes para o exercício de uma
§ 1 o A ordem cronológica das habilitações somente
poderá deixar de ser observada pela autoridade judiciária IV - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
nas hipóteses previstas no § 13 do art. 50 desta Lei,
quando comprovado ser essa a melhor solução no V - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
interesse do adotando. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência VI - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 2 o A habilitação à adoção deverá ser renovada no VII - antes de determinar a remessa dos autos à superior
mínimo trienalmente mediante avaliação por equipe instância, no caso de apelação, ou do instrumento, no
interprofissional. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de caso de agravo, a autoridade judiciária proferirá
2017) despacho fundamentado, mantendo ou reformando a
decisão, no prazo de cinco dias;
§ 3 o Quando o adotante candidatar-se a uma nova
adoção, será dispensável a renovação da habilitação, VIII - mantida a decisão apelada ou agravada, o escrivão
bastando a avaliação por equipe interprofissional. remeterá os autos ou o instrumento à superior instância
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) dentro de vinte e quatro horas, independentemente de
novo pedido do recorrente; se a reformar, a remessa dos
§ 4 o Após 3 (três) recusas injustificadas, pelo habilitado, autos dependerá de pedido expresso da parte
à adoção de crianças ou adolescentes indicados dentro interessada ou do Ministério Público, no prazo de cinco
do perfil escolhido, haverá reavaliação da habilitação dias, contados da intimação.
concedida. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
Art. 199. Contra as decisões proferidas com base no art.
§ 5 o A desistência do pretendente em relação à guarda 149 caberá recurso de apelação.
para fins de adoção ou a devolução da criança ou do
Art. 199-A. A sentença que deferir a adoção produz efeito
adolescente depois do trânsito em julgado da sentença
desde logo, embora sujeita a apelação, que será
de adoção importará na sua exclusão dos cadastros de
recebida exclusivamente no efeito devolutivo, salvo se se
adoção e na vedação de renovação da habilitação, salvo
tratar de adoção internacional ou se houver perigo de
decisão judicial fundamentada, sem prejuízo das demais
dano irreparável ou de difícil reparação ao adotando.
sanções previstas na legislação vigente. (Incluído pela
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Lei nº 13.509, de 2017)
Art. 199-B. A sentença que destituir ambos ou qualquer
Art. 197-F. O prazo máximo para conclusão da
dos genitores do poder familiar fica sujeita a apelação,
habilitação à adoção será de 120 (cento e vinte) dias,
que deverá ser recebida apenas no efeito devolutivo.
prorrogável por igual período, mediante decisão
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
fundamentada da autoridade judiciária. (Incluído pela Lei
nº 13.509, de 2017)
Art. 199-C. Os recursos nos procedimentos de adoção e
de destituição de poder familiar, em face da relevância
Capítulo IV
das questões, serão processados com prioridade
absoluta, devendo ser imediatamente distribuídos,
Dos Recursos
ficando vedado que aguardem, em qualquer situação,
oportuna distribuição, e serão colocados em mesa para
Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância
julgamento sem revisão e com parecer urgente do
e da Juventude, inclusive os relativos à execução das
medidas socioeducativas, adotar-se-á o sistema recursal Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
da Lei n o 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Vigência
Processo Civil) , com as seguintes adaptações:
(Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Art. 199-D. O relator deverá colocar o processo em mesa
para julgamento no prazo máximo de 60 (sessenta) dias,
I - os recursos serão interpostos independentemente de contado da sua conclusão. (Incluído pela Lei nº 12.010,
preparo; de 2009) Vigência

II - em todos os recursos, salvo nos embargos de Parágrafo único. O Ministério Público será intimado da
declaração, o prazo para o Ministério Público e para a data do julgamento e poderá na sessão, se entender
defesa será sempre de 10 (dez) dias; (Redação dada necessário, apresentar oralmente seu parecer. (Incluído
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

III - os recursos terão preferência de julgamento e Art. 199-E. O Ministério Público poderá requerer a
dispensarão revisor; instauração de procedimento para apuração de
responsabilidades se constatar o descumprimento das
providências e do prazo previstos nos artigos anteriores.
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência VIII - zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias
legais assegurados às crianças e adolescentes,
Capítulo V promovendo as medidas judiciais e extrajudiciais
cabíveis;
Do Ministério Público
IX - impetrar mandado de segurança, de injunção e
Art. 200. As funções do Ministério Público previstas nesta habeas corpus, em qualquer juízo, instância ou tribunal,
Lei serão exercidas nos termos da respectiva lei na defesa dos interesses sociais e individuais
orgânica. indisponíveis afetos à criança e ao adolescente;

Art. 201. Compete ao Ministério Público: X - representar ao juízo visando à aplicação de


penalidade por infrações cometidas contra as normas de
I - conceder a remissão como forma de exclusão do proteção à infância e à juventude, sem prejuízo da
processo; promoção da responsabilidade civil e penal do infrator,
quando cabível;
II - promover e acompanhar os procedimentos relativos
às infrações atribuídas a adolescentes; XI - inspecionar as entidades públicas e particulares de
atendimento e os programas de que trata esta Lei,
III - promover e acompanhar as ações de alimentos e os adotando de pronto as medidas administrativas ou
procedimentos de suspensão e destituição do pátrio judiciais necessárias à remoção de irregularidades
poder poder familiar , nomeação e remoção de tutores, porventura verificadas;
curadores e guardiães, bem como oficiar em todos os
demais procedimentos da competência da Justiça da XII - requisitar força policial, bem como a colaboração
Infância e da Juventude; (Expressão substituída pela Lei dos serviços médicos, hospitalares, educacionais e de
nº 12.010, de 2009) Vigência assistência social, públicos ou privados, para o
desempenho de suas atribuições.
IV - promover, de ofício ou por solicitação dos
interessados, a especialização e a inscrição de hipoteca XIII - intervir, quando não for parte, nas causas cíveis e
legal e a prestação de contas dos tutores, curadores e criminais decorrentes de violência doméstica e familiar
quaisquer administradores de bens de crianças e contra a criança e o adolescente. (Incluído pela Lei nº
adolescentes nas hipóteses do art. 98; 14.344, de 2022) Vigência

V - promover o inquérito civil e a ação civil pública para a § 1º A legitimação do Ministério Público para as ações
proteção dos interesses individuais, difusos ou coletivos cíveis previstas neste artigo não impede a de terceiros,
relativos à infância e à adolescência, inclusive os nas mesmas hipóteses, segundo dispuserem a
definidos no art. 220, § 3º inciso II, da Constituição Constituição e esta Lei.
Federal ;
§ 2º As atribuições constantes deste artigo não excluem
VI - instaurar procedimentos administrativos e, para outras, desde que compatíveis com a finalidade do
instruí-los: Ministério Público.

a) expedir notificações para colher depoimentos ou § 3º O representante do Ministério Público, no exercício


esclarecimentos e, em caso de não comparecimento de suas funções, terá livre acesso a todo local onde se
injustificado, requisitar condução coercitiva, inclusive encontre criança ou adolescente.
pela polícia civil ou militar;
§ 4º O representante do Ministério Público será
b) requisitar informações, exames, perícias e responsável pelo uso indevido das informações e
documentos de autoridades municipais, estaduais e documentos que requisitar, nas hipóteses legais de sigilo.
federais, da administração direta ou indireta, bem como
promover inspeções e diligências investigatórias; § 5º Para o exercício da atribuição de que trata o inciso
VIII deste artigo, poderá o representante do Ministério
c) requisitar informações e documentos a particulares e Público:
instituições privadas;
a) reduzir a termo as declarações do reclamante,
VII - instaurar sindicâncias, requisitar diligências instaurando o competente procedimento, sob sua
investigatórias e determinar a instauração de inquérito presidência;
policial, para apuração de ilícitos ou infrações às normas
de proteção à infância e à juventude;
b) entender-se diretamente com a pessoa ou autoridade Capítulo VII
reclamada, em dia, local e horário previamente
notificados ou acertados; Da Proteção Judicial dos Interesses Individuais, Difusos
e Coletivos
c) efetuar recomendações visando à melhoria dos
serviços públicos e de relevância pública afetos à criança Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações
e ao adolescente, fixando prazo razoável para sua de responsabilidade por ofensa aos direitos assegurados
perfeita adequação. à criança e ao adolescente, referentes ao não
oferecimento ou oferta irregular:
Art. 202. Nos processos e procedimentos em que não for
parte, atuará obrigatoriamente o Ministério Público na I - do ensino obrigatório;
defesa dos direitos e interesses de que cuida esta Lei,
hipótese em que terá vista dos autos depois das partes, II - de atendimento educacional especializado aos
podendo juntar documentos e requerer diligências, portadores de deficiência;
usando os recursos cabíveis.
III – de atendimento em creche e pré-escola às crianças
Art. 203. A intimação do Ministério Público, em qualquer de zero a cinco anos de idade; (Redação dada pela Lei
caso, será feita pessoalmente. nº 13.306, de 2016)

Art. 204. A falta de intervenção do Ministério Público IV - de ensino noturno regular, adequado às condições
acarreta a nulidade do feito, que será declarada de ofício do educando;
pelo juiz ou a requerimento de qualquer interessado.
V - de programas suplementares de oferta de material
Art. 205. As manifestações processuais do representante didático-escolar, transporte e assistência à saúde do
do Ministério Público deverão ser fundamentadas. educando do ensino fundamental;

Capítulo VI VI - de serviço de assistência social visando à proteção


à família, à maternidade, à infância e à adolescência,
Do Advogado bem como ao amparo às crianças e adolescentes que
dele necessitem;
Art. 206. A criança ou o adolescente, seus pais ou
responsável, e qualquer pessoa que tenha legítimo VII - de acesso às ações e serviços de saúde;
interesse na solução da lide poderão intervir nos
procedimentos de que trata esta Lei, através de VIII - de escolarização e profissionalização dos
advogado, o qual será intimado para todos os atos, adolescentes privados de liberdade.
pessoalmente ou por publicação oficial, respeitado o
segredo de justiça. IX - de ações, serviços e programas de orientação, apoio
e promoção social de famílias e destinados ao pleno
Parágrafo único. Será prestada assistência judiciária exercício do direito à convivência familiar por crianças e
integral e gratuita àqueles que dela necessitarem. adolescentes. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Vigência
Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a
prática de ato infracional, ainda que ausente ou foragido, X - de programas de atendimento para a execução das
será processado sem defensor. medidas socioeducativas e aplicação de medidas de
proteção. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
§ 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á
nomeado pelo juiz, ressalvado o direito de, a todo tempo, XI - de políticas e programas integrados de atendimento
constituir outro de sua preferência. à criança e ao adolescente vítima ou testemunha de
violência. (Incluído pela Lei nº 13.431, de 2017)
§ 2º A ausência do defensor não determinará o (Vigência)
adiamento de nenhum ato do processo, devendo o juiz
nomear substituto, ainda que provisoriamente, ou para o § 1 o As hipóteses previstas neste artigo não excluem da
só efeito do ato. proteção judicial outros interesses individuais, difusos ou
coletivos, próprios da infância e da adolescência,
§ 3º Será dispensada a outorga de mandato, quando se protegidos pela Constituição e pela Lei. (Renumerado do
tratar de defensor nomeado ou, sido constituído, tiver Parágrafo único pela Lei nº 11.259, de 2005)
sido indicado por ocasião de ato formal com a presença
da autoridade judiciária. § 2 o A investigação do desaparecimento de crianças ou
adolescentes será realizada imediatamente após
notificação aos órgãos competentes, que deverão certo previsto nesta Lei, caberá ação mandamental, que
comunicar o fato aos portos, aeroportos, Polícia se regerá pelas normas da lei do mandado de segurança.
Rodoviária e companhias de transporte interestaduais e
internacionais, fornecendo-lhes todos os dados Art. 213. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de
necessários à identificação do desaparecido. (Incluído obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela
pela Lei nº 11.259, de 2005) específica da obrigação ou determinará providências que
assegurem o resultado prático equivalente ao do
§ 3º A notificação a que se refere o § 2º deste artigo será adimplemento.
imediatamente comunicada ao Cadastro Nacional de
Pessoas Desaparecidas e ao Cadastro Nacional de § 1º Sendo relevante o fundamento da demanda e
Crianças e Adolescentes Desaparecidos, que deverão havendo justificado receio de ineficácia do provimento
ser prontamente atualizados a cada nova informação. final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou
(Incluído pela Lei nº 14.548, de 2023) após justificação prévia, citando o réu.

Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão § 2º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou
propostas no foro do local onde ocorreu ou deva ocorrer na sentença, impor multa diária ao réu,
a ação ou omissão, cujo juízo terá competência absoluta independentemente de pedido do autor, se for suficiente
para processar a causa, ressalvadas a competência da ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável
Justiça Federal e a competência originária dos tribunais para o cumprimento do preceito.
superiores.
§ 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em
Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em interesses julgado da sentença favorável ao autor, mas será devida
coletivos ou difusos, consideram-se legitimados desde o dia em que se houver configurado o
concorrentemente: descumprimento.

I - o Ministério Público; Art. 214. Os valores das multas reverterão ao fundo


gerido pelo Conselho dos Direitos da Criança e do
II - a União, os estados, os municípios, o Distrito Federal Adolescente do respectivo município.
e os territórios;
§ 1º As multas não recolhidas até trinta dias após o
III - as associações legalmente constituídas há pelo trânsito em julgado da decisão serão exigidas através de
menos um ano e que incluam entre seus fins execução promovida pelo Ministério Público, nos
institucionais a defesa dos interesses e direitos mesmos autos, facultada igual iniciativa aos demais
protegidos por esta Lei, dispensada a autorização da legitimados.
assembléia, se houver prévia autorização estatutária.
§ 2º Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinheiro
§ 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os ficará depositado em estabelecimento oficial de crédito,
Ministérios Públicos da União e dos estados na defesa em conta com correção monetária.
dos interesses e direitos de que cuida esta Lei.
Art. 215. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos
§ 2º Em caso de desistência ou abandono da ação por recursos, para evitar dano irreparável à parte.
associação legitimada, o Ministério Público ou outro
legitimado poderá assumir a titularidade ativa. Art. 216. Transitada em julgado a sentença que impuser
condenação ao poder público, o juiz determinará a
Art. 211. Os órgãos públicos legitimados poderão tomar remessa de peças à autoridade competente, para
dos interessados compromisso de ajustamento de sua apuração da responsabilidade civil e administrativa do
conduta às exigências legais, o qual terá eficácia de título agente a que se atribua a ação ou omissão.
executivo extrajudicial.
Art. 217. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado
Art. 212. Para defesa dos direitos e interesses protegidos da sentença condenatória sem que a associação autora
por esta Lei, são admissíveis todas as espécies de ações lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério
pertinentes. Público, facultada igual iniciativa aos demais legitimados.

§ 1º Aplicam-se às ações previstas neste Capítulo as Art. 218. O juiz condenará a associação autora a pagar
normas do Código de Processo Civil. ao réu os honorários advocatícios arbitrados na
conformidade do § 4º do art. 20 da Lei n.º 5.869, de 11
§ 2º Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil) , quando
pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de reconhecer que a pretensão é manifestamente
atribuições do poder público, que lesem direito líquido e infundada.
Art. 224. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as
Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a disposições da Lei n.º 7.347, de 24 de julho de 1985 .
associação autora e os diretores responsáveis pela
propositura da ação serão solidariamente condenados Título VII
ao décuplo das custas, sem prejuízo de responsabilidade
por perdas e danos. Dos Crimes e Das Infrações Administrativas

Art. 219. Nas ações de que trata este Capítulo, não Capítulo I
haverá adiantamento de custas, emolumentos,
honorários periciais e quaisquer outras despesas. Dos Crimes

Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o servidor público Seção I


deverá provocar a iniciativa do Ministério Público,
prestando-lhe informações sobre fatos que constituam Disposições Gerais
objeto de ação civil, e indicando-lhe os elementos de
convicção. Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados
contra a criança e o adolescente, por ação ou omissão,
Art. 221. Se, no exercício de suas funções, os juízos e sem prejuízo do disposto na legislação penal.
tribunais tiverem conhecimento de fatos que possam
ensejar a propositura de ação civil, remeterão peças ao Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as
Ministério Público para as providências cabíveis. normas da Parte Geral do Código Penal e, quanto ao
processo, as pertinentes ao Código de Processo Penal.
Art. 222. Para instruir a petição inicial, o interessado
poderá requerer às autoridades competentes as § 1º Aos crimes cometidos contra a criança e o
certidões e informações que julgar necessárias, que adolescente, independentemente da pena prevista, não
serão fornecidas no prazo de quinze dias. se aplica a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.
(Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência
Art. 223. O Ministério Público poderá instaurar, sob sua
presidência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer § 2º Nos casos de violência doméstica e familiar contra a
pessoa, organismo público ou particular, certidões, criança e o adolescente, é vedada a aplicação de penas
informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, de cesta básica ou de outras de prestação pecuniária,
o qual não poderá ser inferior a dez dias úteis. bem como a substituição de pena que implique o
pagamento isolado de multa. (Incluído pela Lei nº
§ 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas 14.344, de 2022) Vigência
as diligências, se convencer da inexistência de
fundamento para a propositura da ação cível, promoverá Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação
o arquivamento dos autos do inquérito civil ou das peças pública incondicionada.
informativas, fazendo-o fundamentadamente.
Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista no inciso I
§ 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de informação do caput do art. 92 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
arquivados serão remetidos, sob pena de se incorrer em dezembro de 1940 (Código Penal), para os crimes
falta grave, no prazo de três dias, ao Conselho Superior previstos nesta Lei, praticados por servidores públicos
do Ministério Público. com abuso de autoridade, são condicionados à
ocorrência de reincidência. (Incluído pela Lei nº
§ 3º Até que seja homologada ou rejeitada a promoção 13.869. de 2019)
de arquivamento, em sessão do Conselho Superior do
Ministério público, poderão as associações legitimadas Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou da
apresentar razões escritas ou documentos, que serão função, nesse caso, independerá da pena aplicada na
juntados aos autos do inquérito ou anexados às peças de reincidência. (Incluído pela Lei nº 13.869. de 2019)
informação.
Seção II
§ 4º A promoção de arquivamento será submetida a
exame e deliberação do Conselho Superior do Ministério Dos Crimes em Espécie
Público, conforme dispuser o seu regimento.
Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente
§ 5º Deixando o Conselho Superior de homologar a de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de
promoção de arquivamento, designará, desde logo, outro manter registro das atividades desenvolvidas, na forma e
órgão do Ministério Público para o ajuizamento da ação. prazo referidos no art. 10 desta Lei, bem como de
fornecer à parturiente ou a seu responsável, por ocasião
da alta médica, declaração de nascimento, onde constem Pena - detenção de seis meses a dois anos.
as intercorrências do parto e do desenvolvimento do
neonato: Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade
judiciária, membro do Conselho Tutelar ou representante
Pena - detenção de seis meses a dois anos. do Ministério Público no exercício de função prevista
nesta Lei:
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem
estabelecimento de atenção à saúde de gestante de judicial, com o fim de colocação em lar substituto:
identificar corretamente o neonato e a parturiente, por
ocasião do parto, bem como deixar de proceder aos Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa.
exames referidos no art. 10 desta Lei:
Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo
Pena - detenção de seis meses a dois anos. a terceiro, mediante paga ou recompensa:

Parágrafo único. Se o crime é culposo: Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa.

Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa. Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem
oferece ou efetiva a paga ou recompensa.
Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua
liberdade, procedendo à sua apreensão sem estar em Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato
flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita destinado ao envio de criança ou adolescente para o
da autoridade judiciária competente: exterior com inobservância das formalidades legais ou
com o fito de obter lucro:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que
procede à apreensão sem observância das formalidades Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave
legais. ameaça ou fraude: (Incluído pela Lei nº 10.764, de
12.11.2003)
Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela
apreensão de criança ou adolescente de fazer imediata Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena
comunicação à autoridade judiciária competente e à correspondente à violência.
família do apreendido ou à pessoa por ele indicada:
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou
Pena - detenção de seis meses a dois anos. registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou
pornográfica, envolvendo criança ou adolescente:
Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a
constrangimento: Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
(Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem: (Redação dada
Art. 233. (Revogado pela Lei nº 9.455, de 7.4.1997 : pela Lei nº 14.811, de 2024)

Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa I - agencia, facilita, recruta, coage ou de qualquer modo
causa, de ordenar a imediata liberação de criança ou intermedeia a participação de criança ou adolescente nas
adolescente, tão logo tenha conhecimento da ilegalidade cenas referidas no caput deste artigo, ou ainda quem
da apreensão: com esses contracena; (Incluído pela Lei nº 14.811, de
2024)
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
II - exibe, transmite, auxilia ou facilita a exibição ou
Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado transmissão, em tempo real, pela internet, por
nesta Lei em benefício de adolescente privado de aplicativos, por meio de dispositivo informático ou
liberdade: qualquer meio ou ambiente digital, de cena de sexo
explícito ou pornográfica com a participação de criança
ou adolescente. (Incluído pela Lei nº 14.811, de 2024) Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer
meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que
§ 2 o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente contenha cena de sexo explícito ou pornográfica
comete o crime: (Redação dada pela Lei nº 11.829, de envolvendo criança ou adolescente: (Incluído pela Lei nº
2008) 11.829, de 2008)

I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
de exercê-la; (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)

II – prevalecendo-se de relações domésticas, de § 1 o A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se


coabitação ou de hospitalidade; ou (Redação dada pela de pequena quantidade o material a que se refere o caput
Lei nº 11.829, de 2008) deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)

III – prevalecendo-se de relações de parentesco § 2 o Não há crime se a posse ou o armazenamento tem


consangüíneo ou afim até o terceiro grau, ou por adoção, a finalidade de comunicar às autoridades competentes a
de tutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou de ocorrência das condutas descritas nos arts. 240, 241,
quem, a qualquer outro título, tenha autoridade sobre ela, 241-A e 241-C desta Lei, quando a comunicação for feita
ou com seu consentimento. (Incluído pela Lei nº 11.829, por: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
de 2008)
I – agente público no exercício de suas funções; (Incluído
Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou pela Lei nº 11.829, de 2008)
outro registro que contenha cena de sexo explícito ou
pornográfica envolvendo criança ou adolescente: II – membro de entidade, legalmente constituída, que
(Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) inclua, entre suas finalidades institucionais, o
recebimento, o processamento e o encaminhamento de
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. notícia dos crimes referidos neste parágrafo; (Incluído
(Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) pela Lei nº 11.829, de 2008)

Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, III – representante legal e funcionários responsáveis de
distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, provedor de acesso ou serviço prestado por meio de rede
inclusive por meio de sistema de informática ou de computadores, até o recebimento do material relativo
telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que à notícia feita à autoridade policial, ao Ministério Público
contenha cena de sexo explícito ou pornográfica ou ao Poder Judiciário. (Incluído pela Lei nº 11.829, de
envolvendo criança ou adolescente: (Incluído pela Lei nº 2008)
11.829, de 2008)
§ 3 o As pessoas referidas no § 2 o deste artigo deverão
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. manter sob sigilo o material ilícito referido. (Incluído pela
(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) Lei nº 11.829, de 2008)

§ 1 o Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei Art. 241-C. Simular a participação de criança ou
nº 11.829, de 2008) adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica
por meio de adulteração, montagem ou modificação de
I – assegura os meios ou serviços para o fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de
armazenamento das fotografias, cenas ou imagens de representação visual: (Incluído pela Lei nº 11.829, de
que trata o caput deste artigo; (Incluído pela Lei nº 2008)
11.829, de 2008)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
computadores às fotografias, cenas ou imagens de que
trata o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem
2008) vende, expõe à venda, disponibiliza, distribui, publica ou
divulga por qualquer meio, adquire, possui ou armazena
§ 2 o As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1 o o material produzido na forma do caput deste artigo.
deste artigo são puníveis quando o responsável legal (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
pela prestação do serviço, oficialmente notificado, deixa
de desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de que trata o Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por
caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) qualquer meio de comunicação, criança, com o fim de
com ela praticar ato libidinoso: (Incluído pela Lei nº
11.829, de 2008) Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além da
perda de bens e valores utilizados na prática criminosa
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. em favor do Fundo dos Direitos da Criança e do
(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) Adolescente da unidade da Federação (Estado ou
Distrito Federal) em que foi cometido o crime, ressalvado
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: o direito de terceiro de boa-fé. (Redação dada pela Lei nº
(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 13.440, de 2017)

I – facilita ou induz o acesso à criança de material § 1 o Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o
contendo cena de sexo explícito ou pornográfica com o gerente ou o responsável pelo local em que se verifique
fim de com ela praticar ato libidinoso; (Incluído pela Lei a submissão de criança ou adolescente às práticas
nº 11.829, de 2008) referidas no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº
9.975, de 23.6.2000)
II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo
com o fim de induzir criança a se exibir de forma § 2 o Constitui efeito obrigatório da condenação a
pornográfica ou sexualmente explícita. (Incluído pela Lei cassação da licença de localização e de funcionamento
nº 11.829, de 2008) do estabelecimento. (Incluído pela Lei nº 9.975, de
23.6.2000)
Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a
expressão “cena de sexo explícito ou pornográfica” Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor
compreende qualquer situação que envolva criança ou de 18 (dezoito) anos, com ele praticando infração penal
adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou ou induzindo-o a praticá-la: (Incluído pela Lei nº 12.015,
simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma de 2009)
criança ou adolescente para fins primordialmente
sexuais. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído
pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou
entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente § 1 o Incorre nas penas previstas no caput deste artigo
arma, munição ou explosivo: quem pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se de
quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos. (Redação papo da internet. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
dada pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003)
§ 2 o As penas previstas no caput deste artigo são
Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, aumentadas de um terço no caso de a infração cometida
ainda que gratuitamente, de qualquer forma, a criança ou ou induzida estar incluída no rol do art. 1 o da Lei n o
a adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, 8.072, de 25 de julho de 1990 . (Incluído pela Lei nº
outros produtos cujos componentes possam causar 12.015, de 2009)
dependência física ou psíquica: (Redação dada pela Lei
nº 13.106, de 2015) Art. 244-C. Deixar o pai, a mãe ou o responsável legal,
de forma dolosa, de comunicar à autoridade pública o
Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, desaparecimento de criança ou adolescente: (Incluído
se o fato não constitui crime mais grave. (Redação dada pela Lei nº 14.811, de 2024)
pela Lei nº 13.106, de 2015)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou (Incluído pela Lei nº 14.811, de 2024)
entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente
fogos de estampido ou de artifício, exceto aqueles que, Capítulo II
pelo seu reduzido potencial, sejam incapazes de
provocar qualquer dano físico em caso de utilização Das Infrações Administrativas
indevida:
Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por
Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa. estabelecimento de atenção à saúde e de ensino
fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à
Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais autoridade competente os casos de que tenha
definidos no caput do art. 2 o desta Lei, à prostituição ou conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de
à exploração sexual: (Incluído pela Lei nº 9.975, de maus-tratos contra criança ou adolescente:
23.6.2000)
Pena - multa de três a vinte salários de referência, fechamento do estabelecimento por até 15 (quinze) dias.
aplicando-se o dobro em caso de reincidência. (Incluído pela Lei nº 12.038, de 2009).

Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de § 2 º Se comprovada a reincidência em período inferior a


entidade de atendimento o exercício dos direitos 30 (trinta) dias, o estabelecimento será definitivamente
constantes nos incisos II, III, VII, VIII e XI do art. 124 fechado e terá sua licença cassada. (Incluído pela Lei nº
desta Lei: 12.038, de 2009).

Pena - multa de três a vinte salários de referência, Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por
aplicando-se o dobro em caso de reincidência. qualquer meio, com inobservância do disposto nos arts.
83, 84 e 85 desta Lei:
Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização
devida, por qualquer meio de comunicação, nome, ato ou Pena - multa de três a vinte salários de referência,
documento de procedimento policial, administrativo ou aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
judicial relativo a criança ou adolescente a que se atribua
ato infracional: Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou
espetáculo público de afixar, em lugar visível e de fácil
Pena - multa de três a vinte salários de referência, acesso, à entrada do local de exibição, informação
aplicando-se o dobro em caso de reincidência. destacada sobre a natureza da diversão ou espetáculo e
a faixa etária especificada no certificado de classificação:
§ 1º Incorre na mesma pena quem exibe ou transmite
imagem, vídeo ou corrente de vídeo de criança ou Pena - multa de três a vinte salários de referência,
adolescente envolvido em ato infracional ou em outro ato aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
ilícito que lhe seja atribuído, de forma a permitir sua
identificação. (Redação dada pela Lei nº 14.811, de Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer
2024) representações ou espetáculos, sem indicar os limites de
idade a que não se recomendem:
§ 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou
emissora de rádio ou televisão, além da pena prevista Pena - multa de três a vinte salários de referência,
neste artigo, a autoridade judiciária poderá determinar a duplicada em caso de reincidência, aplicável,
apreensão da publicação ou a suspensão da separadamente, à casa de espetáculo e aos órgãos de
programação da emissora até por dois dias, bem como divulgação ou publicidade.
da publicação do periódico até por dois números.
(Expressão declarada inconstitucional pela ADIN 869). Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão,
espetáculo em horário diverso do autorizado ou sem
Art. 248. (Revogado pela Lei nº 13.431, de 2017) aviso de sua classificação: (Expressão declarada
(Vigência) inconstitucional pela ADI 2.404).

Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os Pena - multa de vinte a cem salários de referência;
deveres inerentes ao pátrio poder poder familiar ou duplicada em caso de reincidência a autoridade judiciária
decorrente de tutela ou guarda, bem assim determinação poderá determinar a suspensão da programação da
da autoridade judiciária ou Conselho Tutelar: (Expressão emissora por até dois dias.
substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congênere
Pena - multa de três a vinte salários de referência, classificado pelo órgão competente como inadequado às
aplicando-se o dobro em caso de reincidência. crianças ou adolescentes admitidos ao espetáculo:

Art. 250. Hospedar criança ou adolescente Pena - multa de vinte a cem salários de referência; na
desacompanhado dos pais ou responsável, ou sem reincidência, a autoridade poderá determinar a
autorização escrita desses ou da autoridade judiciária, suspensão do espetáculo ou o fechamento do
em hotel, pensão, motel ou congênere: (Redação dada estabelecimento por até quinze dias.
pela Lei nº 12.038, de 2009).
Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente fita de
Pena – multa. (Redação dada pela Lei nº 12.038, de programação em vídeo, em desacordo com a
2009). classificação atribuída pelo órgão competente:

§ 1 º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de Pena - multa de três a vinte salários de referência; em
multa, a autoridade judiciária poderá determinar o caso de reincidência, a autoridade judiciária poderá
determinar o fechamento do estabelecimento por até Pena - multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$
quinze dias. 10.000,00 (dez mil reais); (Redação dada pela Lei nº
13.106, de 2015)
Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts. 78 e
79 desta Lei: Medida Administrativa - interdição do estabelecimento
comercial até o recolhimento da multa aplicada.
Pena - multa de três a vinte salários de referência, (Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
duplicando-se a pena em caso de reincidência, sem
prejuízo de apreensão da revista ou publicação. Disposições Finais e Transitórias

Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento ou Art. 259. A União, no prazo de noventa dias contados da
o empresário de observar o que dispõe esta Lei sobre o publicação deste Estatuto, elaborará projeto de lei
acesso de criança ou adolescente aos locais de diversão, dispondo sobre a criação ou adaptação de seus órgãos
ou sobre sua participação no espetáculo: às diretrizes da política de atendimento fixadas no art. 88
e ao que estabelece o Título V do Livro II.
Pena - multa de três a vinte salários de referência; em
caso de reincidência, a autoridade judiciária poderá Parágrafo único. Compete aos estados e municípios
determinar o fechamento do estabelecimento por até promoverem a adaptação de seus órgãos e programas
quinze dias. às diretrizes e princípios estabelecidos nesta Lei.

Art. 258-A. Deixar a autoridade competente de Art. 260. Os contribuintes poderão efetuar doações aos
providenciar a instalação e operacionalização dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente
cadastros previstos no art. 50 e no § 11 do art. 101 desta nacional, distrital, estaduais ou municipais, devidamente
Lei: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência comprovadas, sendo essas integralmente deduzidas do
imposto de renda, obedecidos os seguintes limites:
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
(três mil reais). (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Vigência I - 1% (um por cento) do imposto sobre a renda devido
apurado pelas pessoas jurídicas tributadas com base no
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas a lucro real; e (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012)
autoridade que deixa de efetuar o cadastramento de (Vide)
crianças e de adolescentes em condições de serem
adotadas, de pessoas ou casais habilitados à adoção e II - 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apurado
de crianças e adolescentes em regime de acolhimento pelas pessoas físicas na Declaração de Ajuste Anual,
institucional ou familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de observado o disposto no art. 22 da Lei n o 9.532, de 10
2009) Vigência de dezembro de 1997 . (Redação dada pela Lei nº
12.594, de 2012) (Vide)
Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de
estabelecimento de atenção à saúde de gestante de § 1º - (Revogado pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção
efetuar imediato encaminhamento à autoridade judiciária de efeito)
de caso de que tenha conhecimento de mãe ou gestante
interessada em entregar seu filho para adoção: (Incluído § 1 o -A. Na definição das prioridades a serem atendidas
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência com os recursos captados pelos fundos nacional,
estaduais e municipais dos direitos da criança e do
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 adolescente, serão consideradas as disposições do
(três mil reais). (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do
Vigência Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência
Familiar e Comunitária e as do Plano Nacional pela
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o funcionário Primeira Infância. (Redação dada dada pela Lei nº
de programa oficial ou comunitário destinado à garantia 13.257, de 2016)
do direito à convivência familiar que deixa de efetuar a
comunicação referida no caput deste artigo. (Incluído § 2 o Os conselhos nacional, estaduais e municipais dos
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência direitos da criança e do adolescente fixarão critérios de
utilização, por meio de planos de aplicação, das dotações
Art. 258-C. Descumprir a proibição estabelecida no subsidiadas e demais receitas, aplicando
inciso II do art. 81: (Redação dada pela Lei nº 13.106, de necessariamente percentual para incentivo ao
2015) acolhimento, sob a forma de guarda, de crianças e
adolescentes e para programas de atenção integral à
primeira infância em áreas de maior carência
socioeconômica e em situações de calamidade. incentivos fiscais referidos neste artigo. (Incluído pela Lei
(Redação dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016) nº 8.242, de 12.10.1991)

§ 2º-A. O contribuinte poderá indicar o projeto que § 5 o Observado o disposto no § 4 o do art. 3 o da Lei n
receberá a destinação de recursos, entre os projetos o 9.249, de 26 de dezembro de 1995 , a dedução de que
aprovados por conselho dos direitos da criança e do trata o inciso I do caput : (Redação dada pela Lei nº
adolescente. (Incluído pela Lei nº 14.692, de 2023) 12.594, de 2012) (Vide)

§ 2º-B. É facultado aos conselhos chancelar projetos ou I - será considerada isoladamente, não se submetendo a
banco de projetos, por meio de regulamentação própria, limite em conjunto com outras deduções do imposto; e
observadas as seguintes regras: (Incluído pela Lei nº (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
14.692, de 2023)
II - não poderá ser computada como despesa operacional
I - a chancela deverá ser entendida como a autorização na apuração do lucro real. (Incluído pela Lei nº 12.594,
para captação de recursos por meio dos Fundos dos de 2012) (Vide)
Direitos da Criança e do Adolescente com a finalidade de
viabilizar a execução dos projetos aprovados pelos Art. 260-A. A partir do exercício de 2010, ano-calendário
conselhos; (Incluído pela Lei nº 14.692, de 2023) de 2009, a pessoa física poderá optar pela doação de
que trata o inciso II do caput do art. 260 diretamente em
II - os projetos deverão garantir os direitos fundamentais sua Declaração de Ajuste Anual. (Incluído pela Lei nº
e humanos das crianças e dos adolescentes; (Incluído 12.594, de 2012) (Vide)
pela Lei nº 14.692, de 2023)
§ 1 o A doação de que trata o caput poderá ser deduzida
III - a captação de recursos por meio do Fundo dos até os seguintes percentuais aplicados sobre o imposto
Direitos da Criança e do Adolescente deverá ser apurado na declaração: (Incluído pela Lei nº 12.594, de
realizada pela instituição proponente para o 2012) (Vide)
financiamento do respectivo projeto; (Incluído pela Lei
nº 14.692, de 2023) I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
(Vide)
IV - os recursos captados serão repassados para a
instituição proponente mediante formalização de II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
instrumento de repasse de recursos, conforme a (Vide)
legislação vigente; (Incluído pela Lei nº 14.692, de 2023)
III - 3% (três por cento) a partir do exercício de 2012.
V - os conselhos deverão fixar percentual de retenção (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
dos recursos captados, em cada chancela, que serão
destinados ao Fundo dos Direitos da Criança e do § 2 o A dedução de que trata o caput : (Incluído pela Lei
Adolescente; (Incluído pela Lei nº 14.692, de 2023) nº 12.594, de 2012) (Vide)

VI - o tempo de duração entre a aprovação do projeto e I - está sujeita ao limite de 6% (seis por cento) do imposto
a captação dos recursos deverá ser de 2 (dois) anos e sobre a renda apurado na declaração de que trata o
poderá ser prorrogado por igual período; (Incluído pela inciso II do caput do art. 260; (Incluído pela Lei nº 12.594,
Lei nº 14.692, de 2023) de 2012) (Vide)

VII - a chancela do projeto não deverá obrigar seu II - não se aplica à pessoa física que: (Incluído pela Lei
financiamento pelo Fundo dos Direitos da Criança e do nº 12.594, de 2012) (Vide)
Adolescente, caso não tenha sido captado valor
suficiente. (Incluído pela Lei nº 14.692, de 2023) a) utilizar o desconto simplificado; (Incluído pela Lei nº
12.594, de 2012) (Vide)
§ 3º O Departamento da Receita Federal, do Ministério
da Economia, Fazenda e Planejamento, regulamentará a b) apresentar declaração em formulário; ou (Incluído pela
comprovação das doações feitas aos fundos, nos termos Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
deste artigo. (Incluído pela Lei nº 8.242, de 12.10.1991)
c) entregar a declaração fora do prazo; (Incluído pela Lei
§ 4º O Ministério Público determinará em cada comarca nº 12.594, de 2012) (Vide)
a forma de fiscalização da aplicação, pelo Fundo
Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, dos III - só se aplica às doações em espécie; e (Incluído pela
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
correspondente, especificando: (Incluído pela Lei nº
IV - não exclui ou reduz outros benefícios ou deduções 12.594, de 2012) (Vide)
em vigor. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
I - número de ordem; (Incluído pela Lei nº 12.594, de
§ 3 o O pagamento da doação deve ser efetuado até a 2012) (Vide)
data de vencimento da primeira quota ou quota única do
imposto, observadas instruções específicas da II - nome, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ)
Secretaria da Receita Federal do Brasil. (Incluído pela Lei e endereço do emitente; (Incluído pela Lei nº 12.594, de
nº 12.594, de 2012) (Vide) 2012) (Vide)

§ 4 o O não pagamento da doação no prazo estabelecido III - nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas Físicas (CPF)
no § 3 o implica a glosa definitiva desta parcela de do doador; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
dedução, ficando a pessoa física obrigada ao
recolhimento da diferença de imposto devido apurado na IV - data da doação e valor efetivamente recebido; e
Declaração de Ajuste Anual com os acréscimos legais (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
previstos na legislação. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide) V - ano-calendário a que se refere a doação. (Incluído
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
§ 5 o A pessoa física poderá deduzir do imposto apurado
na Declaração de Ajuste Anual as doações feitas, no § 1 o O comprovante de que trata o caput deste artigo
respectivo ano-calendário, aos fundos controlados pelos pode ser emitido anualmente, desde que discrimine os
Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente valores doados mês a mês. (Incluído pela Lei nº 12.594,
municipais, distrital, estaduais e nacional de 2012) (Vide)
concomitantemente com a opção de que trata o caput ,
respeitado o limite previsto no inciso II do art. 260. § 2 o No caso de doação em bens, o comprovante deve
(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) conter a identificação dos bens, mediante descrição em
campo próprio ou em relação anexa ao comprovante,
Art. 260-B. A doação de que trata o inciso I do art. 260 informando também se houve avaliação, o nome, CPF ou
poderá ser deduzida: (Incluído pela Lei nº 12.594, de CNPJ e endereço dos avaliadores. (Incluído pela Lei nº
2012) (Vide) 12.594, de 2012) (Vide)

I - do imposto devido no trimestre, para as pessoas Art. 260-E. Na hipótese da doação em bens, o doador
jurídicas que apuram o imposto trimestralmente; e deverá: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
I - comprovar a propriedade dos bens, mediante
II - do imposto devido mensalmente e no ajuste anual, documentação hábil; (Incluído pela Lei nº 12.594, de
para as pessoas jurídicas que apuram o imposto 2012) (Vide)
anualmente. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
II - baixar os bens doados na declaração de bens e
Parágrafo único. A doação deverá ser efetuada dentro direitos, quando se tratar de pessoa física, e na
do período a que se refere a apuração do imposto. escrituração, no caso de pessoa jurídica; e (Incluído pela
(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

Art. 260-C. As doações de que trata o art. 260 desta Lei III - considerar como valor dos bens doados: (Incluído
podem ser efetuadas em espécie ou em bens. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
a) para as pessoas físicas, o valor constante da última
Parágrafo único. As doações efetuadas em espécie declaração do imposto de renda, desde que não exceda
devem ser depositadas em conta específica, em o valor de mercado; (Incluído pela Lei nº 12.594, de
instituição financeira pública, vinculadas aos respectivos 2012) (Vide)
fundos de que trata o art. 260. (Incluído pela Lei nº
12.594, de 2012) (Vide) b) para as pessoas jurídicas, o valor contábil dos bens.
(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-D. Os órgãos responsáveis pela administração
das contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do Parágrafo único. O preço obtido em caso de leilão não
Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais será considerado na determinação do valor dos bens
devem emitir recibo em favor do doador, assinado por doados, exceto se o leilão for determinado por autoridade
pessoa competente e pelo presidente do Conselho judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
V - o total dos recursos recebidos e a respectiva
Art. 260-F. Os documentos a que se referem os arts. 260- destinação, por projeto atendido, inclusive com
D e 260-E devem ser mantidos pelo contribuinte por um cadastramento na base de dados do Sistema de
prazo de 5 (cinco) anos para fins de comprovação da Informações sobre a Infância e a Adolescência; e
dedução perante a Receita Federal do Brasil. (Incluído (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
VI - a avaliação dos resultados dos projetos beneficiados
Art. 260-G. Os órgãos responsáveis pela administração com recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e do
das contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais.
Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
devem: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-J. O Ministério Público determinará, em cada
I - manter conta bancária específica destinada Comarca, a forma de fiscalização da aplicação dos
exclusivamente a gerir os recursos do Fundo; (Incluído incentivos fiscais referidos no art. 260 desta Lei. (Incluído
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

II - manter controle das doações recebidas; e (Incluído Parágrafo único. O descumprimento do disposto nos
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) arts. 260-G e 260-I sujeitará os infratores a responder por
ação judicial proposta pelo Ministério Público, que poderá
III - informar anualmente à Secretaria da Receita Federal atuar de ofício, a requerimento ou representação de
do Brasil as doações recebidas mês a mês, identificando qualquer cidadão. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
os seguintes dados por doador: (Incluído pela Lei nº (Vide)
12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-K. A Secretaria de Direitos Humanos da
a) nome, CNPJ ou CPF; (Incluído pela Lei nº 12.594, de Presidência da República (SDH/PR) encaminhará à
2012) (Vide) Secretaria da Receita Federal do Brasil, até 31 de
outubro de cada ano, arquivo eletrônico contendo a
b) valor doado, especificando se a doação foi em espécie relação atualizada dos Fundos dos Direitos da Criança e
ou em bens. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) do Adolescente nacional, distrital, estaduais e
municipais, com a indicação dos respectivos números de
Art. 260-H. Em caso de descumprimento das obrigações inscrição no CNPJ e das contas bancárias específicas
previstas no art. 260-G, a Secretaria da Receita Federal mantidas em instituições financeiras públicas, destinadas
do Brasil dará conhecimento do fato ao Ministério exclusivamente a gerir os recursos dos Fundos. (Incluído
Público. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

Art. 260-I. Os Conselhos dos Direitos da Criança e do Art. 260-L. A Secretaria da Receita Federal do Brasil
Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais expedirá as instruções necessárias à aplicação do
divulgarão amplamente à comunidade: (Incluído pela Lei disposto nos arts. 260 a 260-K. (Incluído pela Lei nº
nº 12.594, de 2012) (Vide) 12.594, de 2012) (Vide)

I - o calendário de suas reuniões; (Incluído pela Lei nº Art. 261. A falta dos conselhos municipais dos direitos da
12.594, de 2012) (Vide) criança e do adolescente, os registros, inscrições e
alterações a que se referem os arts. 90, parágrafo único,
II - as ações prioritárias para aplicação das políticas de e 91 desta Lei serão efetuados perante a autoridade
atendimento à criança e ao adolescente; (Incluído pela judiciária da comarca a que pertencer a entidade.
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Parágrafo único. A União fica autorizada a repassar aos
III - os requisitos para a apresentação de projetos a estados e municípios, e os estados aos municípios, os
serem beneficiados com recursos dos Fundos dos recursos referentes aos programas e atividades previstos
Direitos da Criança e do Adolescente nacional, estaduais, nesta Lei, tão logo estejam criados os conselhos dos
distrital ou municipais; (Incluído pela Lei nº 12.594, de direitos da criança e do adolescente nos seus respectivos
2012) (Vide) níveis.

IV - a relação dos projetos aprovados em cada ano- Art. 262. Enquanto não instalados os Conselhos
calendário e o valor dos recursos previstos para Tutelares, as atribuições a eles conferidas serão
implementação das ações, por projeto; (Incluído pela Lei exercidas pela autoridade judiciária.
nº 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 263. O Decreto-Lei n.º 2.848, de 7 de dezembro de
1940 (Código Penal), passa a vigorar com as seguintes Parágrafo único. A divulgação a que se refere o caput
alterações: será veiculada em linguagem clara, compreensível e
adequada a crianças e adolescentes, especialmente às
1) Art. 121 ............................................................ crianças com idade inferior a 6 (seis) anos. (Incluído pela
Lei nº 13.257, de 2016)
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de um
terço, se o crime resulta de inobservância de regra Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias após sua
técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa publicação.
de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir
as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão Parágrafo único. Durante o período de vacância deverão
em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é ser promovidas atividades e campanhas de divulgação e
aumentada de um terço, se o crime é praticado contra esclarecimentos acerca do disposto nesta Lei.
pessoa menor de catorze anos.
Art. 267. Revogam-se as Leis n.º 4.513, de 1964 , e
2) Art. 129 ............................................................... 6.697, de 10 de outubro de 1979 (Código de Menores), e
as demais disposições em contrário.
§ 7º Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer
das hipóteses do art. 121, § 4º.

§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art.


121.

3) Art. 136.................................................................

§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é


praticado contra pessoa menor de catorze anos.

4) Art. 213 ..................................................................

Parágrafo único. Se a ofendida é menor de catorze anos:

Pena - reclusão de quatro a dez anos.

5) Art. 214...................................................................

Parágrafo único. Se o ofendido é menor de catorze anos:

Pena - reclusão de três a nove anos.»

Art. 264. O art. 102 da Lei n.º 6.015, de 31 de dezembro


de 1973 , fica acrescido do seguinte item:

"Art. 102 ....................................................................

6º) a perda e a suspensão do pátrio poder. "

Art. 265. A Imprensa Nacional e demais gráficas da


União, da administração direta ou indireta, inclusive
fundações instituídas e mantidas pelo poder público
federal promoverão edição popular do texto integral
deste Estatuto, que será posto à disposição das escolas
e das entidades de atendimento e de defesa dos direitos
da criança e do adolescente.

Art. 265-A. O poder público fará periodicamente ampla


divulgação dos direitos da criança e do adolescente nos
meios de comunicação social. (Incluído pela Lei nº
13.257, de 2016)
Art. 2º O Sinase será coordenado pela União e integrado
pelos sistemas estaduais, distrital e municipais

SINASE responsáveis pela implementação dos seus respectivos


programas de atendimento a adolescente ao qual seja
aplicada medida socioeducativa, com liberdade de
TÍTULO I organização e funcionamento, respeitados os termos
desta Lei.
DO SISTEMA NACIONAL DE ATENDIMENTO
SOCIOEDUCATIVO (Sinase) CAPÍTULO II

CAPÍTULO I DAS COMPETÊNCIAS

DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 3º Compete à União:

Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Nacional de I - formular e coordenar a execução da política nacional
Atendimento Socioeducativo (Sinase) e regulamenta a de atendimento socioeducativo;
execução das medidas destinadas a adolescente que
pratique ato infracional. II - elaborar o Plano Nacional de Atendimento
Socioeducativo, em parceria com os Estados, o Distrito
§ 1º Entende-se por Sinase o conjunto ordenado de Federal e os Municípios;
princípios, regras e critérios que envolvem a execução de
medidas socioeducativas, incluindo-se nele, por adesão, III - prestar assistência técnica e suplementação
os sistemas estaduais, distrital e municipais, bem como financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos
todos os planos, políticas e programas específicos de Municípios para o desenvolvimento de seus sistemas;
atendimento a adolescente em conflito com a lei.
IV - instituir e manter o Sistema Nacional de Informações
§ 2º Entendem-se por medidas socioeducativas as sobre o Atendimento Socioeducativo, seu
previstas no art. 112 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de funcionamento, entidades, programas, incluindo dados
1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), as quais relativos a financiamento e população atendida;
têm por objetivos:
V - contribuir para a qualificação e ação em rede dos
I - a responsabilização do adolescente quanto às Sistemas de Atendimento Socioeducativo;
consequências lesivas do ato infracional, sempre que
possível incentivando a sua reparação; VI - estabelecer diretrizes sobre a organização e
funcionamento das unidades e programas de
II - a integração social do adolescente e a garantia de atendimento e as normas de referência destinadas ao
seus direitos individuais e sociais, por meio do cumprimento das medidas socioeducativas de
cumprimento de seu plano individual de atendimento; e internação e semiliberdade;

III - a desaprovação da conduta infracional, efetivando as VII - instituir e manter processo de avaliação dos
disposições da sentença como parâmetro máximo de Sistemas de Atendimento Socioeducativo, seus planos,
privação de liberdade ou restrição de direitos, entidades e programas;
observados os limites previstos em lei.
VIII - financiar, com os demais entes federados, a
§ 3º Entendem-se por programa de atendimento a execução de programas e serviços do Sinase; e
organização e o funcionamento, por unidade, das
condições necessárias para o cumprimento das medidas IX - garantir a publicidade de informações sobre repasses
socioeducativas. de recursos aos gestores estaduais, distrital e
municipais, para financiamento de programas de
§ 4º Entende-se por unidade a base física necessária atendimento socioeducativo.
para a organização e o funcionamento de programa de
atendimento. § 1º São vedados à União o desenvolvimento e a oferta
de programas próprios de atendimento.
§ 5º Entendem-se por entidade de atendimento a pessoa
jurídica de direito público ou privado que instala e § 2º Ao Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do
mantém a unidade e os recursos humanos e materiais Adolescente (Conanda) competem as funções
necessários ao desenvolvimento de programas de normativa, deliberativa, de avaliação e de fiscalização do
atendimento. Sinase, nos termos previstos na Lei nº 8.242, de 12 de
outubro de 1991, que cria o referido Conselho.
Criança e do Adolescente), bem como outras definidas
§ 3º O Plano de que trata o inciso II do caput deste artigo na legislação estadual ou distrital.
será submetido à deliberação do Conanda.
§ 2º O Plano de que trata o inciso II do caput deste artigo
§ 4º À Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da será submetido à deliberação do Conselho Estadual dos
República (SDH/PR) competem as funções executiva e Direitos da Criança e do Adolescente.
de gestão do Sinase.
§ 3º Competem ao órgão a ser designado no Plano de
Art. 4º Compete aos Estados: que trata o inciso II do caput deste artigo as funções
executiva e de gestão do Sistema Estadual de
I - formular, instituir, coordenar e manter Sistema Atendimento Socioeducativo.
Estadual de Atendimento Socioeducativo, respeitadas as
diretrizes fixadas pela União; Art. 5º Compete aos Municípios:

II - elaborar o Plano Estadual de Atendimento I - formular, instituir, coordenar e manter o Sistema


Socioeducativo em conformidade com o Plano Nacional; Municipal de Atendimento Socioeducativo, respeitadas
as diretrizes fixadas pela União e pelo respectivo Estado;
III - criar, desenvolver e manter programas para a
execução das medidas socioeducativas de II - elaborar o Plano Municipal de Atendimento
semiliberdade e internação; Socioeducativo, em conformidade com o Plano Nacional
e o respectivo Plano Estadual;
IV - editar normas complementares para a organização e
funcionamento do seu sistema de atendimento e dos III - criar e manter programas de atendimento para a
sistemas municipais; execução das medidas socioeducativas em meio aberto;

V - estabelecer com os Municípios formas de IV - editar normas complementares para a organização e


colaboração para o atendimento socioeducativo em meio funcionamento dos programas do seu Sistema de
aberto; Atendimento Socioeducativo;

VI - prestar assessoria técnica e suplementação V - cadastrar-se no Sistema Nacional de Informações


financeira aos Municípios para a oferta regular de sobre o Atendimento Socioeducativo e fornecer
programas de meio aberto; regularmente os dados necessários ao povoamento e à
atualização do Sistema; e
VII - garantir o pleno funcionamento do plantão
interinstitucional, nos termos previstos no inciso V do art. VI - cofinanciar, conjuntamente com os demais entes
88 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da federados, a execução de programas e ações destinados
Criança e do Adolescente) ; ao atendimento inicial de adolescente apreendido para
apuração de ato infracional, bem como aqueles
VIII - garantir defesa técnica do adolescente a quem se destinados a adolescente a quem foi aplicada medida
atribua prática de ato infracional; socioeducativa em meio aberto.

IX - cadastrar-se no Sistema Nacional de Informações § 1º Para garantir a oferta de programa de atendimento


sobre o Atendimento Socioeducativo e fornecer socioeducativo de meio aberto, os Municípios podem
regularmente os dados necessários ao povoamento e à instituir os consórcios dos quais trata a Lei nº 11.107, de
atualização do Sistema; e 6 de abril de 2005, que dispõe sobre normas gerais de
contratação de consórcios públicos e dá outras
X - cofinanciar, com os demais entes federados, a providências, ou qualquer outro instrumento jurídico
execução de programas e ações destinados ao adequado, como forma de compartilhar
atendimento inicial de adolescente apreendido para responsabilidades.
apuração de ato infracional, bem como aqueles
destinados a adolescente a quem foi aplicada medida § 2º Ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
socioeducativa privativa de liberdade. Adolescente competem as funções deliberativas e de
controle do Sistema Municipal de Atendimento
§ 1º Ao Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Socioeducativo, nos termos previstos no inciso II do art.
Adolescente competem as funções deliberativas e de 88 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da
controle do Sistema Estadual de Atendimento Criança e do Adolescente), bem como outras definidas
Socioeducativo, nos termos previstos no inciso II do art. na legislação municipal.
88 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da
§ 3º O Plano de que trata o inciso II do caput deste artigo Art. 9º Os Estados e o Distrito Federal inscreverão seus
será submetido à deliberação do Conselho Municipal dos programas de atendimento e alterações no Conselho
Direitos da Criança e do Adolescente. Estadual ou Distrital dos Direitos da Criança e do
Adolescente, conforme o caso.
§ 4º Competem ao órgão a ser designado no Plano de
que trata o inciso II do caput deste artigo as funções Art. 10. Os Municípios inscreverão seus programas e
executiva e de gestão do Sistema Municipal de alterações, bem como as entidades de atendimento
Atendimento Socioeducativo. executoras, no Conselho Municipal dos Direitos da
Criança e do Adolescente.
Art. 6º Ao Distrito Federal cabem, cumulativamente, as
competências dos Estados e dos Municípios. Art. 11. Além da especificação do regime, são requisitos
obrigatórios para a inscrição de programa de
CAPÍTULO III atendimento:

DOS PLANOS DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO I - a exposição das linhas gerais dos métodos e técnicas
pedagógicas, com a especificação das atividades de
Art. 7º O Plano de que trata o inciso II do art. 3º desta Lei natureza coletiva;
deverá incluir um diagnóstico da situação do Sinase, as
diretrizes, os objetivos, as metas, as prioridades e as II - a indicação da estrutura material, dos recursos
formas de financiamento e gestão das ações de humanos e das estratégias de segurança compatíveis
atendimento para os 10 (dez) anos seguintes, em com as necessidades da respectiva unidade;
sintonia com os princípios elencados na Lei nº 8.069, de
13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do III - regimento interno que regule o funcionamento da
Adolescente). entidade, no qual deverá constar, no mínimo:

§ 1º As normas nacionais de referência para o a) o detalhamento das atribuições e responsabilidades


atendimento socioeducativo devem constituir anexo ao do dirigente, de seus prepostos, dos membros da equipe
Plano de que trata o inciso II do art. 3º desta Lei. técnica e dos demais educadores;

§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios b) a previsão das condições do exercício da disciplina e


concessão de benefícios e o respectivo procedimento de
deverão, com base no Plano Nacional de Atendimento
aplicação; e
Socioeducativo, elaborar seus planos decenais
correspondentes, em até 360 (trezentos e sessenta) dias
c) a previsão da concessão de benefícios extraordinários
a partir da aprovação do Plano Nacional.
e enaltecimento, tendo em vista tornar público o
reconhecimento ao adolescente pelo esforço realizado
Art. 8º Os Planos de Atendimento Socioeducativo
na consecução dos objetivos do plano individual;
deverão, obrigatoriamente, prever ações articuladas nas
áreas de educação, saúde, assistência social, cultura,
IV - a política de formação dos recursos humanos;
capacitação para o trabalho e esporte, para os
adolescentes atendidos, em conformidade com os
V - a previsão das ações de acompanhamento do
princípios elencados na Lei nº 8.069, de 13 de julho de
adolescente após o cumprimento de medida
1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente).
socioeducativa;
Parágrafo único. Os Poderes Legislativos federal,
VI - a indicação da equipe técnica, cuja quantidade e
estaduais, distrital e municipais, por meio de suas
formação devem estar em conformidade com as normas
comissões temáticas pertinentes, acompanharão a
de referência do sistema e dos conselhos profissionais e
execução dos Planos de Atendimento Socioeducativo
com o atendimento socioeducativo a ser realizado; e
dos respectivos entes federados.
VII - a adesão ao Sistema de Informações sobre o
CAPÍTULO IV
Atendimento Socioeducativo, bem como sua operação
efetiva.
DOS PROGRAMAS DE ATENDIMENTO
Parágrafo único. O não cumprimento do previsto neste
Seção I
artigo sujeita as entidades de atendimento, os órgãos
gestores, seus dirigentes ou prepostos à aplicação das
Disposições Gerais
medidas previstas no art. 97 da Lei nº 8.069, de 13 de
julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente).
Art. 12. A composição da equipe técnica do programa de aplicação subsidiária do procedimento de apuração de
atendimento deverá ser interdisciplinar, compreendendo, irregularidade em entidade de atendimento
no mínimo, profissionais das áreas de saúde, educação regulamentado na Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990
e assistência social, de acordo com as normas de (Estatuto da Criança e do Adolescente), devendo citar o
referência. dirigente do programa e a direção da entidade ou órgão
credenciado.
§ 1º Outros profissionais podem ser acrescentados às
equipes para atender necessidades específicas do Seção III
programa.
Dos Programas de Privação da Liberdade
§ 2º Regimento interno deve discriminar as atribuições de
cada profissional, sendo proibida a sobreposição dessas Art. 15. São requisitos específicos para a inscrição de
atribuições na entidade de atendimento. programas de regime de semiliberdade ou internação:

§ 3º O não cumprimento do previsto neste artigo sujeita I - a comprovação da existência de estabelecimento


as entidades de atendimento, seus dirigentes ou educacional com instalações adequadas e em
prepostos à aplicação das medidas previstas no art. 97 conformidade com as normas de referência;
da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da
Criança e do Adolescente). II - a previsão do processo e dos requisitos para a
escolha do dirigente;
Seção II
III - a apresentação das atividades de natureza coletiva;
Dos Programas de Meio Aberto
IV - a definição das estratégias para a gestão de conflitos,
Art. 13. Compete à direção do programa de prestação de vedada a previsão de isolamento cautelar, exceto nos
serviços à comunidade ou de liberdade assistida: casos previstos no § 2º do art. 49 desta Lei; e

I - selecionar e credenciar orientadores, designando-os, V - a previsão de regime disciplinar nos termos do art. 72
caso a caso, para acompanhar e avaliar o cumprimento desta Lei.
da medida;
Art. 16. A estrutura física da unidade deverá ser
II - receber o adolescente e seus pais ou responsável e compatível com as normas de referência do Sinase.
orientá-los sobre a finalidade da medida e a organização
e funcionamento do programa; § 1º É vedada a edificação de unidades
socioeducacionais em espaços contíguos, anexos, ou de
III - encaminhar o adolescente para o orientador qualquer outra forma integrados a estabelecimentos
credenciado; penais.

IV - supervisionar o desenvolvimento da medida; e § 2º A direção da unidade adotará, em caráter


excepcional, medidas para proteção do interno em casos
V - avaliar, com o orientador, a evolução do cumprimento de risco à sua integridade física, à sua vida, ou à de
da medida e, se necessário, propor à autoridade outrem, comunicando, de imediato, seu defensor e o
judiciária sua substituição, suspensão ou extinção. Ministério Público.

Parágrafo único. O rol de orientadores credenciados Art. 17. Para o exercício da função de dirigente de
deverá ser comunicado, semestralmente, à autoridade programa de atendimento em regime de semiliberdade
judiciária e ao Ministério Público. ou de internação, além dos requisitos específicos
previstos no respectivo programa de atendimento, é
Art. 14. Incumbe ainda à direção do programa de medida necessário:
de prestação de serviços à comunidade selecionar e
credenciar entidades assistenciais, hospitais, escolas ou I - formação de nível superior compatível com a natureza
outros estabelecimentos congêneres, bem como os da função;
programas comunitários ou governamentais, de acordo
com o perfil do socioeducando e o ambiente no qual a II - comprovada experiência no trabalho com
medida será cumprida. adolescentes de, no mínimo, 2 (dois) anos; e

Parágrafo único. Se o Ministério Público impugnar o III - reputação ilibada.


credenciamento, ou a autoridade judiciária considerá-lo
inadequado, instaurará incidente de impugnação, com a CAPÍTULO V
suas instalações, à documentação e a todos os
DA AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DA GESTÃO elementos necessários ao seu efetivo cumprimento.
DO ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO
§ 5º O acompanhamento tem por objetivo verificar o
Art. 18. A União, em articulação com os Estados, o cumprimento das metas dos Planos de Atendimento
Distrito Federal e os Municípios, realizará avaliações Socioeducativo.
periódicas da implementação dos Planos de Atendimento
Socioeducativo em intervalos não superiores a 3 (três) Art. 20. O Sistema Nacional de Avaliação e
anos. Acompanhamento da Gestão do Atendimento
Socioeducativo assegurará, na metodologia a ser
§ 1º O objetivo da avaliação é verificar o cumprimento empregada:
das metas estabelecidas e elaborar recomendações aos
gestores e operadores dos Sistemas. I - a realização da autoavaliação dos gestores e das
instituições de atendimento;
§ 2º O processo de avaliação deverá contar com a
participação de representantes do Poder Judiciário, do II - a avaliação institucional externa, contemplando a
Ministério Público, da Defensoria Pública e dos análise global e integrada das instalações físicas,
Conselhos Tutelares, na forma a ser definida em relações institucionais, compromisso social, atividades e
regulamento. finalidades das instituições de atendimento e seus
programas;
§ 3º A primeira avaliação do Plano Nacional de
Atendimento Socioeducativo realizar-se-á no terceiro III - o respeito à identidade e à diversidade de entidades
ano de vigência desta Lei, cabendo ao Poder Legislativo e programas;
federal acompanhar o trabalho por meio de suas
comissões temáticas pertinentes. IV - a participação do corpo de funcionários das
entidades de atendimento e dos Conselhos Tutelares da
Art. 19. É instituído o Sistema Nacional de Avaliação e área de atuação da entidade avaliada; e
Acompanhamento do Atendimento Socioeducativo, com
os seguintes objetivos: V - o caráter público de todos os procedimentos, dados e
resultados dos processos avaliativos.
I - contribuir para a organização da rede de atendimento
socioeducativo; Art. 21. A avaliação será coordenada por uma comissão
permanente e realizada por comissões temporárias,
II - assegurar conhecimento rigoroso sobre as ações do essas compostas, no mínimo, por 3 (três) especialistas
atendimento socioeducativo e seus resultados; com reconhecida atuação na área temática e definidas
na forma do regulamento.
III - promover a melhora da qualidade da gestão e do
atendimento socioeducativo; e Parágrafo único. É vedado à comissão permanente
designar avaliadores:
IV - disponibilizar informações sobre o atendimento
socioeducativo. I - que sejam titulares ou servidores dos órgãos gestores
avaliados ou funcionários das entidades avaliadas;
§ 1º A avaliação abrangerá, no mínimo, a gestão, as
entidades de atendimento, os programas e os resultados II - que tenham relação de parentesco até o 3º grau com
da execução das medidas socioeducativas. titulares ou servidores dos órgãos gestores avaliados
e/ou funcionários das entidades avaliadas; e
§ 2º Ao final da avaliação, será elaborado relatório
contendo histórico e diagnóstico da situação, as III - que estejam respondendo a processos criminais.
recomendações e os prazos para que essas sejam
cumpridas, além de outros elementos a serem definidos Art. 22. A avaliação da gestão terá por objetivo:
em regulamento.
I - verificar se o planejamento orçamentário e sua
§ 3º O relatório da avaliação deverá ser encaminhado execução se processam de forma compatível com as
aos respectivos Conselhos de Direitos, Conselhos necessidades do respectivo Sistema de Atendimento
Tutelares e ao Ministério Público. Socioeducativo;

§ 4º Os gestores e entidades têm o dever de colaborar II - verificar a manutenção do fluxo financeiro,


com o processo de avaliação, facilitando o acesso às considerando as necessidades operacionais do
atendimento socioeducativo, as normas de referência e
as condições previstas nos instrumentos jurídicos
celebrados entre os órgãos gestores e as entidades de II - verificar reincidência de prática de ato infracional.
atendimento;
Art. 26. Os resultados da avaliação serão utilizados para:
III - verificar a implementação de todos os demais
compromissos assumidos por ocasião da celebração dos I - planejamento de metas e eleição de prioridades do
instrumentos jurídicos relativos ao atendimento Sistema de Atendimento Socioeducativo e seu
socioeducativo; e financiamento;

IV - a articulação interinstitucional e intersetorial das II - reestruturação e/ou ampliação da rede de


políticas. atendimento socioeducativo, de acordo com as
necessidades diagnosticadas;
Art. 23. A avaliação das entidades terá por objetivo
identificar o perfil e o impacto de sua atuação, por meio III - adequação dos objetivos e da natureza do
de suas atividades, programas e projetos, considerando atendimento socioeducativo prestado pelas entidades
as diferentes dimensões institucionais e, entre elas, avaliadas;
obrigatoriamente, as seguintes:
IV - celebração de instrumentos de cooperação com
I - o plano de desenvolvimento institucional; vistas à correção de problemas diagnosticados na
avaliação;
II - a responsabilidade social, considerada especialmente
sua contribuição para a inclusão social e o V - reforço de financiamento para fortalecer a rede de
desenvolvimento socioeconômico do adolescente e de atendimento socioeducativo;
sua família;
VI - melhorar e ampliar a capacitação dos operadores do
III - a comunicação e o intercâmbio com a sociedade; Sistema de Atendimento Socioeducativo; e

IV - as políticas de pessoal quanto à qualificação, VII - os efeitos do art. 95 da Lei nº 8.069, de 13 de julho
aperfeiçoamento, desenvolvimento profissional e de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente).
condições de trabalho;
Parágrafo único. As recomendações originadas da
V - a adequação da infraestrutura física às normas de avaliação deverão indicar prazo para seu cumprimento
referência; por parte das entidades de atendimento e dos gestores
avaliados, ao fim do qual estarão sujeitos às medidas
VI - o planejamento e a autoavaliação quanto aos previstas no art. 28 desta Lei.
processos, resultados, eficiência e eficácia do projeto
pedagógico e da proposta socioeducativa; Art. 27. As informações produzidas a partir do Sistema
Nacional de Informações sobre Atendimento
VII - as políticas de atendimento para os adolescentes e Socioeducativo serão utilizadas para subsidiar a
suas famílias; avaliação, o acompanhamento, a gestão e o
financiamento dos Sistemas Nacional, Distrital,
VIII - a atenção integral à saúde dos adolescentes em Estaduais e Municipais de Atendimento Socioeducativo.
conformidade com as diretrizes do art. 60 desta Lei; e
CAPÍTULO VI
IX - a sustentabilidade financeira.
DA RESPONSABILIZAÇÃO DOS GESTORES,
Art. 24. A avaliação dos programas terá por objetivo OPERADORES E ENTIDADES DE ATENDIMENTO
verificar, no mínimo, o atendimento ao que determinam
os arts. 94, 100, 117, 119, 120, 123 e 124 da Lei nº 8.069, Art. 28. No caso do desrespeito, mesmo que parcial, ou
de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do do não cumprimento integral às diretrizes e
Adolescente). determinações desta Lei, em todas as esferas, são
sujeitos:
Art. 25. A avaliação dos resultados da execução de
medida socioeducativa terá por objetivo, no mínimo: I - gestores, operadores e seus prepostos e entidades
governamentais às medidas previstas no inciso I e no §
I - verificar a situação do adolescente após cumprimento 1º do art. 97 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990
da medida socioeducativa, tomando por base suas (Estatuto da Criança e do Adolescente) ; e
perspectivas educacionais, sociais, profissionais e
familiares; e
II - entidades não governamentais, seus gestores, ações por meio do Sistema de Informações sobre
operadores e prepostos às medidas previstas no inciso II Atendimento Socioeducativo.
e no § 1º do art. 97 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de
1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente). Art. 32. A Lei nº 7.560, de 19 de dezembro de 1986,
passa a vigorar com as seguintes alterações:
Parágrafo único. A aplicação das medidas previstas
neste artigo dar-se-á a partir da análise de relatório “ Art. 5º Os recursos do Funad serão destinados:
circunstanciado elaborado após as avaliações, sem
prejuízo do que determinam os arts. 191 a 197, 225 a ..........................................................................................
227, 230 a 236, 243 e 245 a 247 da Lei nº 8.069, de 13 ...
de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente).
X - às entidades governamentais e não governamentais
Art. 29. Àqueles que, mesmo não sendo agentes integrantes do Sistema Nacional de Atendimento
públicos, induzam ou concorram, sob qualquer forma, Socioeducativo (Sinase).
direta ou indireta, para o não cumprimento desta Lei,
aplicam-se, no que couber, as penalidades dispostas na ...................................................................................”
Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, que dispõe sobre as (NR)
sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de
enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, “ Art. 5º-A. A Secretaria Nacional de Políticas sobre
emprego ou função na administração pública direta, Drogas (Senad), órgão gestor do Fundo Nacional
indireta ou fundacional e dá outras providências (Lei de Antidrogas (Funad), poderá financiar projetos das
Improbidade Administrativa). entidades do Sinase desde que:

CAPÍTULO VII I - o ente federado de vinculação da entidade que solicita


o recurso possua o respectivo Plano de Atendimento
DO FINANCIAMENTO E DAS PRIORIDADES Socioeducativo aprovado;

Art. 30. O Sinase será cofinanciado com recursos dos II - as entidades governamentais e não governamentais
orçamentos fiscal e da seguridade social, além de outras integrantes do Sinase que solicitem recursos tenham
fontes. participado da avaliação nacional do atendimento
socioeducativo;
§ 1º (VETADO).
III - o projeto apresentado esteja de acordo com os
§ 2º Os entes federados que tenham instituído seus pressupostos da Política Nacional sobre Drogas e
sistemas de atendimento socioeducativo terão acesso legislação específica.”
aos recursos na forma de transferência adotada pelos
órgãos integrantes do Sinase. Art. 33. A Lei nº 7.998, de 11 de janeiro de 1990, passa a
vigorar acrescida do seguinte art. 19-A:
§ 3º Os entes federados beneficiados com recursos dos
orçamentos dos órgãos responsáveis pelas políticas “ Art. 19-A. O Codefat poderá priorizar projetos das
integrantes do Sinase, ou de outras fontes, estão sujeitos entidades integrantes do Sistema Nacional de
às normas e procedimentos de monitoramento Atendimento Socioeducativo (Sinase) desde que:
estabelecidos pelas instâncias dos órgãos das políticas
setoriais envolvidas, sem prejuízo do disposto nos I - o ente federado de vinculação da entidade que solicita
incisos IX e X do art. 4º , nos incisos V e VI do art. 5º e o recurso possua o respectivo Plano de Atendimento
no art. 6º desta Lei. Socioeducativo aprovado;

Art. 31. Os Conselhos de Direitos, nas 3 (três) esferas de II - as entidades governamentais e não governamentais
governo, definirão, anualmente, o percentual de recursos integrantes do Sinase que solicitem recursos tenham se
dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente a submetido à avaliação nacional do atendimento
serem aplicados no financiamento das ações previstas socioeducativo.”
nesta Lei, em especial para capacitação, sistemas de
informação e de avaliação. Art. 34. O art. 2º da Lei nº 5.537, de 21 de novembro de
1968, passa a vigorar acrescido do seguinte § 3º :
Parágrafo único. Os entes federados beneficiados com
recursos do Fundo dos Direitos da Criança e do “Art. 2º .......................................................................
Adolescente para ações de atendimento socioeducativo
prestarão informações sobre o desempenho dessas ..........................................................................................
...
IX - fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários
§ 3º O fundo de que trata o art. 1º poderá financiar, na no processo socioeducativo.
forma das resoluções de seu conselho deliberativo,
programas e projetos de educação básica relativos ao CAPÍTULO II
Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo
(Sinase) desde que: DOS PROCEDIMENTOS

I - o ente federado que solicitar o recurso possua o Art. 36. A competência para jurisdicionar a execução das
respectivo Plano de Atendimento Socioeducativo medidas socioeducativas segue o determinado pelo art.
aprovado; 146 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da
Criança e do Adolescente).
II - as entidades de atendimento vinculadas ao ente
federado que solicitar o recurso tenham se submetido à Art. 37. A defesa e o Ministério Público intervirão, sob
avaliação nacional do atendimento socioeducativo; e pena de nulidade, no procedimento judicial de execução
de medida socioeducativa, asseguradas aos seus
III - o ente federado tenha assinado o Plano de Metas membros as prerrogativas previstas na Lei nº 8.069, de
Compromisso Todos pela Educação e elaborado o 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
respectivo Plano de Ações Articuladas (PAR).” (NR) Adolescente), podendo requerer as providências
necessárias para adequar a execução aos ditames legais
TÍTULO II e regulamentares.

DA EXECUÇÃO DAS MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS Art. 38. As medidas de proteção, de advertência e de


reparação do dano, quando aplicadas de forma isolada,
CAPÍTULO I serão executadas nos próprios autos do processo de
conhecimento, respeitado o disposto nos arts. 143 e 144
DISPOSIÇÕES GERAIS da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da
Criança e do Adolescente).
Art. 35. A execução das medidas socioeducativas reger-
se-á pelos seguintes princípios: Art. 39. Para aplicação das medidas socioeducativas de
prestação de serviços à comunidade, liberdade assistida,
I - legalidade, não podendo o adolescente receber semiliberdade ou internação, será constituído processo
tratamento mais gravoso do que o conferido ao adulto; de execução para cada adolescente, respeitado o
disposto nos arts. 143 e 144 da Lei nº 8.069, de 13 de
II - excepcionalidade da intervenção judicial e da julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), e
imposição de medidas, favorecendo-se meios de com autuação das seguintes peças:
autocomposição de conflitos;
I - documentos de caráter pessoal do adolescente
III - prioridade a práticas ou medidas que sejam existentes no processo de conhecimento, especialmente
restaurativas e, sempre que possível, atendam às os que comprovem sua idade; e
necessidades das vítimas;
II - as indicadas pela autoridade judiciária, sempre que
IV - proporcionalidade em relação à ofensa cometida; houver necessidade e, obrigatoriamente:

V - brevidade da medida em resposta ao ato cometido, a) cópia da representação;


em especial o respeito ao que dispõe o art. 122 da Lei nº
8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do b) cópia da certidão de antecedentes;
Adolescente) ;
c) cópia da sentença ou acórdão; e
VI - individualização, considerando-se a idade,
capacidades e circunstâncias pessoais do adolescente; d) cópia de estudos técnicos realizados durante a fase de
conhecimento.
VII - mínima intervenção, restrita ao necessário para a
realização dos objetivos da medida; Parágrafo único. Procedimento idêntico será observado
na hipótese de medida aplicada em sede de remissão,
VIII - não discriminação do adolescente, notadamente em como forma de suspensão do processo.
razão de etnia, gênero, nacionalidade, classe social,
orientação religiosa, política ou sexual, ou associação ou Art. 40. Autuadas as peças, a autoridade judiciária
pertencimento a qualquer minoria ou status ; e encaminhará, imediatamente, cópia integral do
expediente ao órgão gestor do atendimento
socioeducativo, solicitando designação do programa ou privação da liberdade e do respectivo plano individual
da unidade de cumprimento da medida. pode ser solicitada a qualquer tempo, a pedido da
direção do programa de atendimento, do defensor, do
Art. 41. A autoridade judiciária dará vistas da proposta de Ministério Público, do adolescente, de seus pais ou
plano individual de que trata o art. 53 desta Lei ao responsável.
defensor e ao Ministério Público pelo prazo sucessivo de
3 (três) dias, contados do recebimento da proposta § 1º Justifica o pedido de reavaliação, entre outros
encaminhada pela direção do programa de atendimento. motivos:

§ 1º O defensor e o Ministério Público poderão requerer, I - o desempenho adequado do adolescente com base no
e o Juiz da Execução poderá determinar, de ofício, a seu plano de atendimento individual, antes do prazo da
realização de qualquer avaliação ou perícia que reavaliação obrigatória;
entenderem necessárias para complementação do plano
individual. II - a inadaptação do adolescente ao programa e o
reiterado descumprimento das atividades do plano
§ 2º A impugnação ou complementação do plano individual; e
individual, requerida pelo defensor ou pelo Ministério
Público, deverá ser fundamentada, podendo a III - a necessidade de modificação das atividades do
autoridade judiciária indeferi-la, se entender insuficiente plano individual que importem em maior restrição da
a motivação. liberdade do adolescente.

§ 3º Admitida a impugnação, ou se entender que o plano § 2º A autoridade judiciária poderá indeferir o pedido, de
é inadequado, a autoridade judiciária designará, se pronto, se entender insuficiente a motivação.
necessário, audiência da qual cientificará o defensor, o
Ministério Público, a direção do programa de § 3º Admitido o processamento do pedido, a autoridade
atendimento, o adolescente e seus pais ou responsável. judiciária, se necessário, designará audiência,
observando o princípio do § 1º do art. 42 desta Lei.
§ 4º A impugnação não suspenderá a execução do plano
individual, salvo determinação judicial em contrário. § 4º A substituição por medida mais gravosa somente
ocorrerá em situações excepcionais, após o devido
§ 5º Findo o prazo sem impugnação, considerar-se-á o processo legal, inclusive na hipótese do inciso III do art.
plano individual homologado. 122 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da
Criança e do Adolescente), e deve ser:
Art. 42. As medidas socioeducativas de liberdade
assistida, de semiliberdade e de internação deverão ser I - fundamentada em parecer técnico;
reavaliadas no máximo a cada 6 (seis) meses, podendo
a autoridade judiciária, se necessário, designar II - precedida de prévia audiência, e nos termos do § 1º
audiência, no prazo máximo de 10 (dez) dias, do art. 42 desta Lei.
cientificando o defensor, o Ministério Público, a direção
do programa de atendimento, o adolescente e seus pais Art. 44. Na hipótese de substituição da medida ou
ou responsável. modificação das atividades do plano individual, a
autoridade judiciária remeterá o inteiro teor da decisão à
§ 1º A audiência será instruída com o relatório da equipe direção do programa de atendimento, assim como as
técnica do programa de atendimento sobre a evolução do peças que entender relevantes à nova situação jurídica
plano de que trata o art. 52 desta Lei e com qualquer do adolescente.
outro parecer técnico requerido pelas partes e deferido
pela autoridade judiciária. Parágrafo único. No caso de a substituição da medida
importar em vinculação do adolescente a outro programa
§ 2º A gravidade do ato infracional, os antecedentes e o de atendimento, o plano individual e o histórico do
tempo de duração da medida não são fatores que, por si, cumprimento da medida deverão acompanhar a
justifiquem a não substituição da medida por outra menos transferência.
grave.
Art. 45. Se, no transcurso da execução, sobrevier
§ 3º Considera-se mais grave a internação, em relação a sentença de aplicação de nova medida, a autoridade
todas as demais medidas, e mais grave a semiliberdade, judiciária procederá à unificação, ouvidos, previamente,
em relação às medidas de meio aberto. o Ministério Público e o defensor, no prazo de 3 (três) dias
sucessivos, decidindo-se em igual prazo.
Art. 43. A reavaliação da manutenção, da substituição ou
da suspensão das medidas de meio aberto ou de
§ 1º É vedado à autoridade judiciária determinar reinício
de cumprimento de medida socioeducativa, ou deixar de § 2º É vedada a aplicação de sanção disciplinar de
considerar os prazos máximos, e de liberação isolamento a adolescente interno, exceto seja essa
compulsória previstos na Lei nº 8.069, de 13 de julho de imprescindível para garantia da segurança de outros
1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), excetuada internos ou do próprio adolescente a quem seja imposta
a hipótese de medida aplicada por ato infracional a sanção, sendo necessária ainda comunicação ao
praticado durante a execução. defensor, ao Ministério Público e à autoridade judiciária
em até 24 (vinte e quatro) horas.
§ 2º É vedado à autoridade judiciária aplicar nova medida
de internação, por atos infracionais praticados CAPÍTULO III
anteriormente, a adolescente que já tenha concluído
cumprimento de medida socioeducativa dessa natureza, DOS DIREITOS INDIVIDUAIS
ou que tenha sido transferido para cumprimento de
medida menos rigorosa, sendo tais atos absorvidos por Art. 49. São direitos do adolescente submetido ao
aqueles aos quais se impôs a medida socioeducativa cumprimento de medida socioeducativa, sem prejuízo de
extrema. outros previstos em lei:

Art. 46. A medida socioeducativa será declarada extinta: I - ser acompanhado por seus pais ou responsável e por
seu defensor, em qualquer fase do procedimento
I - pela morte do adolescente; administrativo ou judicial;

II - pela realização de sua finalidade; II - ser incluído em programa de meio aberto quando
inexistir vaga para o cumprimento de medida de privação
III - pela aplicação de pena privativa de liberdade, a ser da liberdade, exceto nos casos de ato infracional
cumprida em regime fechado ou semiaberto, em cometido mediante grave ameaça ou violência à pessoa,
execução provisória ou definitiva; quando o adolescente deverá ser internado em Unidade
mais próxima de seu local de residência;
IV - pela condição de doença grave, que torne o
adolescente incapaz de submeter-se ao cumprimento da III - ser respeitado em sua personalidade, intimidade,
medida; e liberdade de pensamento e religião e em todos os direitos
não expressamente limitados na sentença;
V - nas demais hipóteses previstas em lei.
IV - peticionar, por escrito ou verbalmente, diretamente a
§ 1º No caso de o maior de 18 (dezoito) anos, em qualquer autoridade ou órgão público, devendo,
cumprimento de medida socioeducativa, responder a obrigatoriamente, ser respondido em até 15 (quinze)
processo-crime, caberá à autoridade judiciária decidir dias;
sobre eventual extinção da execução, cientificando da
decisão o juízo criminal competente. V - ser informado, inclusive por escrito, das normas de
organização e funcionamento do programa de
§ 2º Em qualquer caso, o tempo de prisão cautelar não atendimento e também das previsões de natureza
convertida em pena privativa de liberdade deve ser disciplinar;
descontado do prazo de cumprimento da medida
socioeducativa. VI - receber, sempre que solicitar, informações sobre a
evolução de seu plano individual, participando,
Art. 47. O mandado de busca e apreensão do obrigatoriamente, de sua elaboração e, se for o caso,
adolescente terá vigência máxima de 6 (seis) meses, a reavaliação;
contar da data da expedição, podendo, se necessário,
ser renovado, fundamentadamente. VII - receber assistência integral à sua saúde, conforme
o disposto no art. 60 desta Lei; e
Art. 48. O defensor, o Ministério Público, o adolescente e
seus pais ou responsável poderão postular revisão VIII - ter atendimento garantido em creche e pré-escola
judicial de qualquer sanção disciplinar aplicada, podendo aos filhos de 0 (zero) a 5 (cinco) anos.
a autoridade judiciária suspender a execução da sanção
até decisão final do incidente. § 1º As garantias processuais destinadas a adolescente
autor de ato infracional previstas na Lei nº 8.069, de 13
§ 1º Postulada a revisão após ouvida a autoridade de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente),
colegiada que aplicou a sanção e havendo provas a aplicam-se integralmente na execução das medidas
produzir em audiência, procederá o magistrado na forma socioeducativas, inclusive no âmbito administrativo.
do § 1º do art. 42 desta Lei.
§ 2º A oferta irregular de programas de atendimento Art. 55. Para o cumprimento das medidas de
socioeducativo em meio aberto não poderá ser invocada semiliberdade ou de internação, o plano individual
como motivo para aplicação ou manutenção de medida conterá, ainda:
de privação da liberdade.
I - a designação do programa de atendimento mais
Art. 50. Sem prejuízo do disposto no § 1º do art. 121 da adequado para o cumprimento da medida;
Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança
e do Adolescente), a direção do programa de execução II - a definição das atividades internas e externas,
de medida de privação da liberdade poderá autorizar a individuais ou coletivas, das quais o adolescente poderá
saída, monitorada, do adolescente nos casos de participar; e
tratamento médico, doença grave ou falecimento,
devidamente comprovados, de pai, mãe, filho, cônjuge, III - a fixação das metas para o alcance de
companheiro ou irmão, com imediata comunicação ao desenvolvimento de atividades externas.
juízo competente.
Parágrafo único. O PIA será elaborado no prazo de até
Art. 51. A decisão judicial relativa à execução de medida 45 (quarenta e cinco) dias da data do ingresso do
socioeducativa será proferida após manifestação do adolescente no programa de atendimento.
defensor e do Ministério Público.
Art. 56. Para o cumprimento das medidas de prestação
CAPÍTULO IV de serviços à comunidade e de liberdade assistida, o PIA
será elaborado no prazo de até 15 (quinze) dias do
DO PLANO INDIVIDUAL DE ATENDIMENTO (PIA) ingresso do adolescente no programa de atendimento.

Art. 52. O cumprimento das medidas socioeducativas, Art. 57. Para a elaboração do PIA, a direção do
em regime de prestação de serviços à comunidade, respectivo programa de atendimento, pessoalmente ou
liberdade assistida, semiliberdade ou internação, por meio de membro da equipe técnica, terá acesso aos
dependerá de Plano Individual de Atendimento (PIA), autos do procedimento de apuração do ato infracional e
instrumento de previsão, registro e gestão das atividades aos dos procedimentos de apuração de outros atos
a serem desenvolvidas com o adolescente. infracionais atribuídos ao mesmo adolescente.

Parágrafo único. O PIA deverá contemplar a participação § 1º O acesso aos documentos de que trata o caput
dos pais ou responsáveis, os quais têm o dever de deverá ser realizado por funcionário da entidade de
contribuir com o processo ressocializador do atendimento, devidamente credenciado para tal
adolescente, sendo esses passíveis de atividade, ou por membro da direção, em conformidade
responsabilização administrativa, nos termos do art. 249 com as normas a serem definidas pelo Poder Judiciário,
da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da de forma a preservar o que determinam os arts. 143 e
Criança e do Adolescente), civil e criminal. 144 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da
Criança e do Adolescente).
Art. 53. O PIA será elaborado sob a responsabilidade da
equipe técnica do respectivo programa de atendimento, § 2º A direção poderá requisitar, ainda:
com a participação efetiva do adolescente e de sua
família, representada por seus pais ou responsável. I - ao estabelecimento de ensino, o histórico escolar do
adolescente e as anotações sobre o seu aproveitamento;
Art. 54. Constarão do plano individual, no mínimo:
II - os dados sobre o resultado de medida anteriormente
I - os resultados da avaliação interdisciplinar; aplicada e cumprida em outro programa de atendimento;
e
II - os objetivos declarados pelo adolescente;
III - os resultados de acompanhamento especializado
III - a previsão de suas atividades de integração social anterior.
e/ou capacitação profissional;
Art. 58. Por ocasião da reavaliação da medida, é
IV - atividades de integração e apoio à família; obrigatória a apresentação pela direção do programa de
atendimento de relatório da equipe técnica sobre a
V - formas de participação da família para efetivo evolução do adolescente no cumprimento do plano
cumprimento do plano individual; e individual.

VI - as medidas específicas de atenção à sua saúde. Art. 59. O acesso ao plano individual será restrito aos
servidores do respectivo programa de atendimento, ao
adolescente e a seus pais ou responsável, ao Ministério Art. 61. As entidades que ofereçam programas de
Público e ao defensor, exceto expressa autorização atendimento socioeducativo em meio aberto e de
judicial. semiliberdade deverão prestar orientações aos
socioeducandos sobre o acesso aos serviços e às
CAPÍTULO V unidades do SUS.

DA ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DE Art. 62. As entidades que ofereçam programas de


ADOLESCENTE EM CUMPRIMENTO DE MEDIDA privação de liberdade deverão contar com uma equipe
SOCIOEDUCATIVA mínima de profissionais de saúde cuja composição esteja
em conformidade com as normas de referência do SUS.
Seção I
Art. 63. (VETADO).
Disposições Gerais
§ 1º O filho de adolescente nascido nos
Art. 60. A atenção integral à saúde do adolescente no estabelecimentos referidos no caput deste artigo não terá
Sistema de Atendimento Socioeducativo seguirá as tal informação lançada em seu registro de nascimento.
seguintes diretrizes:
§ 2º Serão asseguradas as condições necessárias para
I - previsão, nos planos de atendimento socioeducativo, que a adolescente submetida à execução de medida
em todas as esferas, da implantação de ações de socioeducativa de privação de liberdade permaneça com
promoção da saúde, com o objetivo de integrar as ações o seu filho durante o período de amamentação.
socioeducativas, estimulando a autonomia, a melhoria
das relações interpessoais e o fortalecimento de redes Seção II
de apoio aos adolescentes e suas famílias;
Do Atendimento a Adolescente com Transtorno Mental e
II - inclusão de ações e serviços para a promoção, com Dependência de Álcool e de Substância Psicoativa
proteção, prevenção de agravos e doenças e
recuperação da saúde; Art 64. O adolescente em cumprimento de medida
socioeducativa que apresente indícios de transtorno
III - cuidados especiais em saúde mental, incluindo os mental, de deficiência mental, ou associadas, deverá ser
relacionados ao uso de álcool e outras substâncias avaliado por equipe técnica multidisciplinar e
psicoativas, e atenção aos adolescentes com multissetorial.
deficiências;
§ 1º As competências, a composição e a atuação da
IV - disponibilização de ações de atenção à saúde sexual equipe técnica de que trata o caput deverão seguir,
e reprodutiva e à prevenção de doenças sexualmente conjuntamente, as normas de referência do SUS e do
transmissíveis; Sinase, na forma do regulamento.

V - garantia de acesso a todos os níveis de atenção à § 2º A avaliação de que trata o caput subsidiará a
saúde, por meio de referência e contrarreferência, de elaboração e execução da terapêutica a ser adotada, a
acordo com as normas do Sistema Único de Saúde qual será incluída no PIA do adolescente, prevendo, se
(SUS); necessário, ações voltadas para a família.

VI - capacitação das equipes de saúde e dos § 3º As informações produzidas na avaliação de que trata
profissionais das entidades de atendimento, bem como o caput são consideradas sigilosas.
daqueles que atuam nas unidades de saúde de
referência voltadas às especificidades de saúde dessa § 4º Excepcionalmente, o juiz poderá suspender a
população e de suas famílias; execução da medida socioeducativa, ouvidos o defensor
e o Ministério Público, com vistas a incluir o adolescente
VII - inclusão, nos Sistemas de Informação de Saúde do em programa de atenção integral à saúde mental que
SUS, bem como no Sistema de Informações sobre melhor atenda aos objetivos terapêuticos estabelecidos
Atendimento Socioeducativo, de dados e indicadores de para o seu caso específico.
saúde da população de adolescentes em atendimento
socioeducativo; e § 5º Suspensa a execução da medida socioeducativa, o
juiz designará o responsável por acompanhar e informar
VIII - estruturação das unidades de internação conforme
sobre a evolução do atendimento ao adolescente.
as normas de referência do SUS e do Sinase, visando ao
atendimento das necessidades de Atenção Básica.
§ 6º A suspensão da execução da medida socioeducativa
será avaliada, no mínimo, a cada 6 (seis) meses.
§ 7º O tratamento a que se submeterá o adolescente II - exigência da instauração formal de processo
deverá observar o previsto na Lei nº 10.216, de 6 de abril disciplinar para a aplicação de qualquer sanção,
de 2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das garantidos a ampla defesa e o contraditório;
pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona
o modelo assistencial em saúde mental. III - obrigatoriedade de audiência do socioeducando nos
casos em que seja necessária a instauração de processo
§ 8º (VETADO). disciplinar;

Art. 65. Enquanto não cessada a jurisdição da Infância e IV - sanção de duração determinada;
Juventude, a autoridade judiciária, nas hipóteses
tratadas no art. 64, poderá remeter cópia dos autos ao V - enumeração das causas ou circunstâncias que
Ministério Público para eventual propositura de interdição eximam, atenuem ou agravem a sanção a ser imposta ao
e outras providências pertinentes. socioeducando, bem como os requisitos para a extinção
dessa;
Art. 66. (VETADO).
VI - enumeração explícita das garantias de defesa;
CAPÍTULO VI
VII - garantia de solicitação e rito de apreciação dos
DAS VISITAS A ADOLESCENTE EM CUMPRIMENTO recursos cabíveis; e
DE MEDIDA DE
VIII - apuração da falta disciplinar por comissão
INTERNAÇÃO composta por, no mínimo, 3 (três) integrantes, sendo 1
(um), obrigatoriamente, oriundo da equipe técnica.
Art. 67. A visita do cônjuge, companheiro, pais ou
responsáveis, parentes e amigos a adolescente a quem Art. 72. O regime disciplinar é independente da
foi aplicada medida socioeducativa de internação responsabilidade civil ou penal que advenha do ato
observará dias e horários próprios definidos pela direção cometido.
do programa de atendimento.
Art. 73. Nenhum socioeducando poderá desempenhar
Art. 68. É assegurado ao adolescente casado ou que função ou tarefa de apuração disciplinar ou aplicação de
viva, comprovadamente, em união estável o direito à sanção nas entidades de atendimento socioeducativo.
visita íntima.
Art. 74. Não será aplicada sanção disciplinar sem
Parágrafo único. O visitante será identificado e registrado expressa e anterior previsão legal ou regulamentar e o
pela direção do programa de atendimento, que emitirá devido processo administrativo.
documento de identificação, pessoal e intransferível,
específico para a realização da visita íntima. Art. 75. Não será aplicada sanção disciplinar ao
socioeducando que tenha praticado a falta:
Art. 69. É garantido aos adolescentes em cumprimento
de medida socioeducativa de internação o direito de I - por coação irresistível ou por motivo de força maior;
receber visita dos filhos, independentemente da idade
desses. II - em legítima defesa, própria ou de outrem.

Art. 70. O regulamento interno estabelecerá as hipóteses CAPÍTULO VIII


de proibição da entrada de objetos na unidade de
internação, vedando o acesso aos seus portadores. DA CAPACITAÇÃO PARA O TRABALHO

CAPÍTULO VII Art. 76. O art. 2º do Decreto-Lei nº 4.048, de 22 de janeiro


de 1942, passa a vigorar acrescido do seguinte § 1º ,
DOS REGIMES DISCIPLINARES renumerando-se o atual parágrafo único para § 2º :

Art. 71. Todas as entidades de atendimento “Art. 2º .........................................................................


socioeducativo deverão, em seus respectivos
regimentos, realizar a previsão de regime disciplinar que § 1º As escolas do Senai poderão ofertar vagas aos
obedeça aos seguintes princípios: usuários do Sistema Nacional de Atendimento
Socioeducativo (Sinase) nas condições a serem
I - tipificação explícita das infrações como leves, médias dispostas em instrumentos de cooperação celebrados
e graves e determinação das correspondentes sanções;
entre os operadores do Senai e os gestores dos Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase) nas
Sistemas de Atendimento Socioeducativo locais. condições a serem dispostas em instrumentos de
cooperação celebrados entre os estabelecimentos e os
§ 2º ...................................................................... ” (NR) gestores dos Sistemas de Atendimento Socioeducativo
locais.” (NR)
Art. 77. O art. 3º do Decreto-Lei nº 8.621, de 10 de janeiro
de 1946, passa a vigorar acrescido do seguinte § 1º , TÍTULO III
renumerando-se o atual parágrafo único para § 2º :
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
“Art. 3º .........................................................................
Art. 81. As entidades que mantenham programas de
§ 1º As escolas do Senac poderão ofertar vagas aos atendimento têm o prazo de até 6 (seis) meses após a
usuários do Sistema Nacional de Atendimento publicação desta Lei para encaminhar ao respectivo
Socioeducativo (Sinase) nas condições a serem Conselho Estadual ou Municipal dos Direitos da Criança
dispostas em instrumentos de cooperação celebrados e do Adolescente proposta de adequação da sua
entre os operadores do Senac e os gestores dos inscrição, sob pena de interdição.
Sistemas de Atendimento Socioeducativo locais.
Art. 82. Os Conselhos dos Direitos da Criança e do
§ 2º . ..................................................................... ” (NR) Adolescente, em todos os níveis federados, com os
órgãos responsáveis pelo sistema de educação pública e
as entidades de atendimento, deverão, no prazo de 1
Art. 78. O art. 1º da Lei nº 8.315, de 23 de dezembro de
(um) ano a partir da publicação desta Lei, garantir a
1991, passa a vigorar acrescido do seguinte parágrafo
inserção de adolescentes em cumprimento de medida
único:
socioeducativa na rede pública de educação, em
qualquer fase do período letivo, contemplando as
“Art. 1º .........................................................................
diversas faixas etárias e níveis de instrução.
Parágrafo único. Os programas de formação profissional
Art. 83. Os programas de atendimento socioeducativo
rural do Senar poderão ofertar vagas aos usuários do
sob a responsabilidade do Poder Judiciário serão,
Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo
obrigatoriamente, transferidos ao Poder Executivo no
(Sinase) nas condições a serem dispostas em
prazo máximo de 1 (um) ano a partir da publicação desta
instrumentos de cooperação celebrados entre os
Lei e de acordo com a política de oferta dos programas
operadores do Senar e os gestores dos Sistemas de
aqui definidos.
Atendimento Socioeducativo locais.” (NR)
Art. 84. Os programas de internação e semiliberdade sob
Art. 79. O art. 3º da Lei nº 8.706, de 14 de setembro de
a responsabilidade dos Municípios serão,
1993, passa a vigorar acrescido do seguinte parágrafo obrigatoriamente, transferidos para o Poder Executivo do
único: respectivo Estado no prazo máximo de 1 (um) ano a partir
da publicação desta Lei e de acordo com a política de
“Art. 3º ......................................................................... oferta dos programas aqui definidos.

Parágrafo único. Os programas de formação profissional Art. 85. A não transferência de programas de
do Senat poderão ofertar vagas aos usuários do Sistema atendimento para os devidos entes responsáveis, no
Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase) nas prazo determinado nesta Lei, importará na interdição do
condições a serem dispostas em instrumentos de programa e caracterizará ato de improbidade
cooperação celebrados entre os operadores do Senat e administrativa do agente responsável, vedada, ademais,
os gestores dos Sistemas de Atendimento ao Poder Judiciário e ao Poder Executivo municipal, ao
Socioeducativo locais.” (NR) final do referido prazo, a realização de despesas para a
sua manutenção.
Art. 80. O art. 429 do Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio
de 1943, passa a vigorar acrescido do seguinte § 2º : Art. 86. Os arts. 90, 97, 121, 122, 198 e 208 da Lei nº
8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
“Art. 429. ..................................................................... Adolescente), passam a vigorar com a seguinte redação:

.......................................................................................... “Art. 90. ......................................................................


...
..........................................................................................
§ 2º Os estabelecimentos de que trata o caput ofertarão ...
vagas de aprendizes a adolescentes usuários do Sistema
V - prestação de serviços à comunidade;
...................................................................................”
VI - liberdade assistida; (NR)

VII - semiliberdade; e Art. 87. A Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto


da Criança e do Adolescente), passa a vigorar com as
VIII - internação. seguintes alterações:

. ...................................................................................” “ Art. 260. Os contribuintes poderão efetuar doações aos


(NR) Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente
nacional, distrital, estaduais ou municipais, devidamente
“Art. 97. (VETADO)” comprovadas, sendo essas integralmente deduzidas do
imposto de renda, obedecidos os seguintes limites:
“Art. 121. ................................. ............
I - 1% (um por cento) do imposto sobre a renda devido
.......................................................................................... apurado pelas pessoas jurídicas tributadas com base no
... lucro real; e

§ 7º A determinação judicial mencionada no § 1º poderá II - 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apurado
ser revista a qualquer tempo pela autoridade judiciária.” pelas pessoas físicas na Declaração de Ajuste Anual,
(NR) observado o disposto no art. 22 da Lei nº 9.532, de 10 de
dezembro de 1997.
“Art. 122. .....................................................................
..........................................................................................
.......................................................................................... ...
...
§ 5º Observado o disposto no § 4º do art. 3º da Lei nº
§ 1º O prazo de internação na hipótese do inciso III deste 9.249, de 26 de dezembro de 1995, a dedução de que
artigo não poderá ser superior a 3 (três) meses, devendo trata o inciso I do caput :
ser decretada judicialmente após o devido processo
legal. I - será considerada isoladamente, não se submetendo a
limite em conjunto com outras deduções do imposto; e
...................................................................................”
(NR) II - não poderá ser computada como despesa operacional
na apuração do lucro real.” (NR)
“ Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância
e da Juventude, inclusive os relativos à execução das “ Art. 260-A. A partir do exercício de 2010, ano-calendário
medidas socioeducativas, adotar-se-á o sistema recursal de 2009, a pessoa física poderá optar pela doação de
da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de que trata o inciso II do caput do art. 260 diretamente em
Processo Civil), com as seguintes adaptações: sua Declaração de Ajuste Anual.

.......................................................................................... § 1º A doação de que trata o caput poderá ser deduzida


... até os seguintes percentuais aplicados sobre o imposto
apurado na declaração:
II - em todos os recursos, salvo nos embargos de
declaração, o prazo para o Ministério Público e para a I - (VETADO);
defesa será sempre de 10 (dez) dias;
II - (VETADO);
...................................................................................”
(NR) III - 3% (três por cento) a partir do exercício de 2012.

“Art. 208. ..................................................................... § 2º A dedução de que trata o caput :

.......................................................................................... I - está sujeita ao limite de 6% (seis por cento) do imposto


... sobre a renda apurado na declaração de que trata o
inciso II do caput do art. 260;
X - de programas de atendimento para a execução das
medidas socioeducativas e aplicação de medidas de II - não se aplica à pessoa física que:
proteção.
a) utilizar o desconto simplificado; I - número de ordem;

b) apresentar declaração em formulário; ou II - nome, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ)


e endereço do emitente;
c) entregar a declaração fora do prazo;
III - nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas Físicas (CPF)
III - só se aplica às doações em espécie; e do doador;

IV - não exclui ou reduz outros benefícios ou deduções IV - data da doação e valor efetivamente recebido; e
em vigor.
V - ano-calendário a que se refere a doação.
§ 3º O pagamento da doação deve ser efetuado até a
data de vencimento da primeira quota ou quota única do § 1º O comprovante de que trata o caput deste artigo
imposto, observadas instruções específicas da pode ser emitido anualmente, desde que discrimine os
Secretaria da Receita Federal do Brasil. valores doados mês a mês.

§ 4º O não pagamento da doação no prazo estabelecido § 2º No caso de doação em bens, o comprovante deve
no § 3º implica a glosa definitiva desta parcela de conter a identificação dos bens, mediante descrição em
dedução, ficando a pessoa física obrigada ao campo próprio ou em relação anexa ao comprovante,
recolhimento da diferença de imposto devido apurado na informando também se houve avaliação, o nome, CPF ou
Declaração de Ajuste Anual com os acréscimos legais CNPJ e endereço dos avaliadores.”
previstos na legislação.
“ Art. 260-E. Na hipótese da doação em bens, o doador
§ 5º A pessoa física poderá deduzir do imposto apurado deverá:
na Declaração de Ajuste Anual as doações feitas, no
respectivo ano-calendário, aos fundos controlados pelos I - comprovar a propriedade dos bens, mediante
Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente documentação hábil;
municipais, distrital, estaduais e nacional
concomitantemente com a opção de que trata o caput, II - baixar os bens doados na declaração de bens e
respeitado o limite previsto no inciso II do art. 260.” direitos, quando se tratar de pessoa física, e na
escrituração, no caso de pessoa jurídica; e
“ Art. 260-B. A doação de que trata o inciso I do art. 260
poderá ser deduzida: III - considerar como valor dos bens doados:

I - do imposto devido no trimestre, para as pessoas a) para as pessoas físicas, o valor constante da última
jurídicas que apuram o imposto trimestralmente; e declaração do imposto de renda, desde que não exceda
o valor de mercado;
II - do imposto devido mensalmente e no ajuste anual,
para as pessoas jurídicas que apuram o imposto b) para as pessoas jurídicas, o valor contábil dos bens.
anualmente.
Parágrafo único. O preço obtido em caso de leilão não
Parágrafo único. A doação deverá ser efetuada dentro do será considerado na determinação do valor dos bens
período a que se refere a apuração do imposto.” doados, exceto se o leilão for determinado por autoridade
judiciária.”
“ Art. 260-C. As doações de que trata o art. 260 desta Lei
podem ser efetuadas em espécie ou em bens. “ Art. 260-F. Os documentos a que se referem os arts.
260-D e 260-E devem ser mantidos pelo contribuinte por
Parágrafo único. As doações efetuadas em espécie um prazo de 5 (cinco) anos para fins de comprovação da
devem ser depositadas em conta específica, em dedução perante a Receita Federal do Brasil.”
instituição financeira pública, vinculadas aos respectivos
fundos de que trata o art. 260.” “ Art. 260-G. Os órgãos responsáveis pela administração
das contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do
“ Art. 260-D. Os órgãos responsáveis pela administração Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais
das contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do devem:
Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais
devem emitir recibo em favor do doador, assinado por I - manter conta bancária específica destinada
pessoa competente e pelo presidente do Conselho exclusivamente a gerir os recursos do Fundo;
correspondente, especificando:
II - manter controle das doações recebidas; e
inscrição no CNPJ e das contas bancárias específicas
III - informar anualmente à Secretaria da Receita Federal mantidas em instituições financeiras públicas, destinadas
do Brasil as doações recebidas mês a mês, identificando exclusivamente a gerir os recursos dos Fundos.”
os seguintes dados por doador:
“ Art. 260-L. A Secretaria da Receita Federal do Brasil
a) nome, CNPJ ou CPF; expedirá as instruções necessárias à aplicação do
disposto nos arts. 260 a 260-K.”
b) valor doado, especificando se a doação foi em espécie
ou em bens.” Art. 88. O parágrafo único do art. 3º da Lei nº 12.213, de
20 de janeiro de 2010, passa a vigorar com a seguinte
“ Art. 260-H. Em caso de descumprimento das redação:
obrigações previstas no art. 260-G, a Secretaria da
Receita Federal do Brasil dará conhecimento do fato ao “Art. 3º ..........................................................................
Ministério Público.”
Parágrafo único. A dedução a que se refere o caput deste
“ Art. 260-I. Os Conselhos dos Direitos da Criança e do artigo não poderá ultrapassar 1% (um por cento) do
Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais imposto devido.” (NR)
divulgarão amplamente à comunidade:
Art. 89. (VETADO).
I - o calendário de suas reuniões;
Art. 90. Esta Lei entra em vigor após decorridos 90
II - as ações prioritárias para aplicação das políticas de (noventa) dias de sua publicação oficial.
atendimento à criança e ao adolescente;

III - os requisitos para a apresentação de projetos a


serem beneficiados com recursos dos Fundos dos
Direitos da Criança e do Adolescente nacional, estaduais,
distrital ou municipais;

IV - a relação dos projetos aprovados em cada ano-


calendário e o valor dos recursos previstos para
implementação das ações, por projeto;

V - o total dos recursos recebidos e a respectiva


destinação, por projeto atendido, inclusive com
cadastramento na base de dados do Sistema de
Informações sobre a Infância e a Adolescência; e

VI - a avaliação dos resultados dos projetos beneficiados


com recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e do
Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais.”

“ Art. 260-J. O Ministério Público determinará, em cada


Comarca, a forma de fiscalização da aplicação dos
incentivos fiscais referidos no art. 260 desta Lei.

Parágrafo único. O descumprimento do disposto nos arts.


260-G e 260-I sujeitará os infratores a responder por
ação judicial proposta pelo Ministério Público, que poderá
atuar de ofício, a requerimento ou representação de
qualquer cidadão.”

“ Art. 260-K. A Secretaria de Direitos Humanos da


Presidência da República (SDH/PR) encaminhará à
Secretaria da Receita Federal do Brasil, até 31 de
outubro de cada ano, arquivo eletrônico contendo a
relação atualizada dos Fundos dos Direitos da Criança e
do Adolescente nacional, distrital, estaduais e
municipais, com a indicação dos respectivos números de
III - se o crime é cometido mediante seqüestro.

LEI DE TORTURA § 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função


ou emprego público e a interdição para seu exercíciopelo
dobro do prazo da pena aplicada.
LEI Nº 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997.
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de
Define os crimes de tortura e dá outras providências. graça ou anistia.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA § 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a


hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu emregime fechado.
sanciono a seguinte Lei:
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o
Art. 1º Constitui crime de tortura: crime não tenha sido cometido em território
nacional,sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o
I - constranger alguém com emprego de violência ou agente em local sob jurisdição brasileira.
grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
a) com o fim de obter informação, declaração ou
confissão da vítima ou de terceira pessoa; Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069, de 13 de
julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente.
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;

c) em razão de discriminação racial ou religiosa;

II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou


autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça,
aintenso sofrimento físico ou mental, como forma de
aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.

Pena - reclusão, de dois a oito anos.

§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa


presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento
físicoou mental, por intermédio da prática de ato não
previsto em lei ou não resultante de medida legal.

§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas,


quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre
napena de detenção de um a quatro anos.

§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou


gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos;
seresulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.

§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:

I - se o crime é cometido por agente público;

II - se o crime é cometido contra criança, gestante,


deficiente e adolescente;

II – se o crime é cometido contra criança, gestante,


portador de deficiência, adolescente ou maior de 60
(sessenta)anos; '

(Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)


provimento de condições para atender contingências
LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA sociais e promovendo a universalização dos direitos
sociais. (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011)
SOCIAL
Art. 3o Consideram-se entidades e organizações de
CAPÍTULO I assistência social aquelas sem fins lucrativos que,
isolada ou cumulativamente, prestam atendimento e
Das Definições e dos Objetivos assessoramento aos beneficiários abrangidos por esta
Lei, bem como as que atuam na defesa e garantia de
Art. 1º A assistência social, direito do cidadão e dever do direitos. (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011)
Estado, é Política de Seguridade Social não contributiva,
que provê os mínimos sociais, realizada através de um § 1o São de atendimento aquelas entidades que, de
conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da forma continuada, permanente e planejada, prestam
sociedade, para garantir o atendimento às necessidades serviços, executam programas ou projetos e concedem
básicas. benefícios de prestação social básica ou especial,
dirigidos às famílias e indivíduos em situações de
Art. 2o A assistência social tem por objetivos: (Redação vulnerabilidade ou risco social e pessoal, nos termos
dada pela Lei nº 12.435, de 2011) desta Lei, e respeitadas as deliberações do Conselho
Nacional de Assistência Social (CNAS), de que tratam os
I - a proteção social, que visa à garantia da vida, à incisos I e II do art. 18. (Incluído pela Lei nº 12.435, de
redução de danos e à prevenção da incidência de riscos, 2011)
especialmente: (Redação dada pela Lei nº 12.435, de
2011) § 2o São de assessoramento aquelas que, de forma
continuada, permanente e planejada, prestam serviços e
a) a proteção à família, à maternidade, à infância, à executam programas ou projetos voltados
adolescência e à velhice; (Incluído pela Lei nº 12.435, prioritariamente para o fortalecimento dos movimentos
de 2011) sociais e das organizações de usuários, formação e
capacitação de lideranças, dirigidos ao público da política
b) o amparo às crianças e aos adolescentes carentes; de assistência social, nos termos desta Lei, e respeitadas
(Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) as deliberações do CNAS, de que tratam os incisos I e II
do art. 18. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
c) a promoção da integração ao mercado de trabalho;
(Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) § 3o São de defesa e garantia de direitos aquelas que,
de forma continuada, permanente e planejada, prestam
d) a habilitação e reabilitação das pessoas com serviços e executam programas e projetos voltados
deficiência e a promoção de sua integração à vida prioritariamente para a defesa e efetivação dos direitos
comunitária; e (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) socioassistenciais, construção de novos direitos,
promoção da cidadania, enfrentamento das
e) a garantia de 1 (um) salário-mínimo de benefício desigualdades sociais, articulação com órgãos públicos
mensal à pessoa com deficiência e ao idoso que de defesa de direitos, dirigidos ao público da política de
comprovem não possuir meios de prover a própria assistência social, nos termos desta Lei, e respeitadas as
manutenção ou de tê-la provida por sua família; deliberações do CNAS, de que tratam os incisos I e II do
(Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) art. 18. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)

II - a vigilância socioassistencial, que visa a analisar CAPÍTULO II


territorialmente a capacidade protetiva das famílias e
nela a ocorrência de vulnerabilidades, de ameaças, de Dos Princípios e das Diretrizes
vitimizações e danos; (Redação dada pela Lei nº
12.435, de 2011) SEÇÃO I

III - a defesa de direitos, que visa a garantir o pleno Dos Princípios


acesso aos direitos no conjunto das provisões
socioassistenciais. (Redação dada pela Lei nº 12.435, Art. 4º A assistência social rege-se pelos seguintes
de 2011) princípios:

Parágrafo único. Para o enfrentamento da pobreza, a I - supremacia do atendimento às necessidades sociais


assistência social realiza-se de forma integrada às sobre as exigências de rentabilidade econômica;
políticas setoriais, garantindo mínimos sociais e
II - universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o III - estabelecer as responsabilidades dos entes
destinatário da ação assistencial alcançável pelas federativos na organização, regulação, manutenção e
demais políticas públicas; expansão das ações de assistência social;

III - respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e IV - definir os níveis de gestão, respeitadas as
ao seu direito a benefícios e serviços de qualidade, bem diversidades regionais e municipais; (Incluído pela Lei
como à convivência familiar e comunitária, vedando-se nº 12.435, de 2011)
qualquer comprovação vexatória de necessidade;
V - implementar a gestão do trabalho e a educação
IV - igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem permanente na assistência social; (Incluído pela Lei nº
discriminação de qualquer natureza, garantindo-se 12.435, de 2011)
equivalência às populações urbanas e rurais;
VI - estabelecer a gestão integrada de serviços e
V - divulgação ampla dos benefícios, serviços, benefícios; e (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
programas e projetos assistenciais, bem como dos
recursos oferecidos pelo Poder Público e dos critérios VII - afiançar a vigilância socioassistencial e a garantia
para sua concessão. de direitos. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)

SEÇÃO II § 1o As ações ofertadas no âmbito do Suas têm por


objetivo a proteção à família, à maternidade, à infância,
Das Diretrizes à adolescência e à velhice e, como base de organização,
o território. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
Art. 5º A organização da assistência social tem como
base as seguintes diretrizes: § 2o O Suas é integrado pelos entes federativos, pelos
respectivos conselhos de assistência social e pelas
I - descentralização político-administrativa para os entidades e organizações de assistência social
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e comando abrangidas por esta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.435,
único das ações em cada esfera de governo;
de 2011)
II - participação da população, por meio de organizações
§ 3o A instância coordenadora da Política Nacional de
representativas, na formulação das políticas e no
Assistência Social é o Ministério do Desenvolvimento
controle das ações em todos os níveis;
Social e Combate à Fome. (Incluído pela Lei nº 12.435,
de 2011)
III - primazia da responsabilidade do Estado na condução
da política de assistência social em cada esfera de
§ 4º Cabe à instância coordenadora da Política Nacional
governo.
de Assistência Social normatizar e padronizar o emprego
CAPÍTULO III e a divulgação da identidade visual do Suas. (Incluído
pela Lei nº 13.714, de 2018)
Da Organização e da Gestão
§ 5º A identidade visual do Suas deverá prevalecer na
Art. 6o A gestão das ações na área de assistência social identificação de unidades públicas estatais, entidades e
fica organizada sob a forma de sistema descentralizado organizações de assistência social, serviços, programas,
e participativo, denominado Sistema Único de projetos e benefícios vinculados ao Suas. (Incluído
Assistência Social (Suas), com os seguintes objetivos: pela Lei nº 13.714, de 2018)
(Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011)
Art. 6o-A. A assistência social organiza-se pelos
I - consolidar a gestão compartilhada, o cofinanciamento seguintes tipos de proteção: (Incluído pela Lei nº
e a cooperação técnica entre os entes federativos que, 12.435, de 2011)
de modo articulado, operam a proteção social não
contributiva; (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) I - proteção social básica: conjunto de serviços,
programas, projetos e benefícios da assistência social
II - integrar a rede pública e privada de serviços, que visa a prevenir situações de vulnerabilidade e risco
programas, projetos e benefícios de assistência social, social por meio do desenvolvimento de potencialidades e
na forma do art. 6o-C; (Incluído pela Lei nº 12.435, de aquisições e do fortalecimento de vínculos familiares e
2011) comunitários; (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)

II - proteção social especial: conjunto de serviços,


programas e projetos que tem por objetivo contribuir para
a reconstrução de vínculos familiares e comunitários, a respectivamente, e pelas entidades sem fins lucrativos
defesa de direito, o fortalecimento das potencialidades e de assistência social de que trata o art. 3o desta Lei.
aquisições e a proteção de famílias e indivíduos para o (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
enfrentamento das situações de violação de direitos.
(Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) § 1o O Cras é a unidade pública municipal, de base
territorial, localizada em áreas com maiores índices de
Parágrafo único. A vigilância socioassistencial é um dos vulnerabilidade e risco social, destinada à articulação dos
instrumentos das proteções da assistência social que serviços socioassistenciais no seu território de
identifica e previne as situações de risco e abrangência e à prestação de serviços, programas e
vulnerabilidade social e seus agravos no território. projetos socioassistenciais de proteção social básica às
(Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) famílias. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)

Art. 6o-B. As proteções sociais básica e especial serão § 2o O Creas é a unidade pública de abrangência e
ofertadas pela rede socioassistencial, de forma gestão municipal, estadual ou regional, destinada à
integrada, diretamente pelos entes públicos e/ou pelas prestação de serviços a indivíduos e famílias que se
entidades e organizações de assistência social encontram em situação de risco pessoal ou social, por
vinculadas ao Suas, respeitadas as especificidades de violação de direitos ou contingência, que demandam
cada ação. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) intervenções especializadas da proteção social especial.
(Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
§ 1o A vinculação ao Suas é o reconhecimento pelo
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome § 3o Os Cras e os Creas são unidades públicas estatais
de que a entidade de assistência social integra a rede instituídas no âmbito do Suas, que possuem interface
socioassistencial. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) com as demais políticas públicas e articulam, coordenam
e ofertam os serviços, programas, projetos e benefícios
§ 2o Para o reconhecimento referido no § 1o, a entidade da assistência social. (Incluído pela Lei nº 12.435, de
deverá cumprir os seguintes requisitos: (Incluído pela 2011)
Lei nº 12.435, de 2011)
Art. 6o-D. As instalações dos Cras e dos Creas devem
I - constituir-se em conformidade com o disposto no art. ser compatíveis com os serviços neles ofertados, com
3o; (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) espaços para trabalhos em grupo e ambientes
específicos para recepção e atendimento reservado das
II - inscrever-se em Conselho Municipal ou do Distrito famílias e indivíduos, assegurada a acessibilidade às
Federal, na forma do art. 9o; (Incluído pela Lei nº pessoas idosas e com deficiência. (Incluído pela Lei nº
12.435, de 2011) 12.435, de 2011)

III - integrar o sistema de cadastro de entidades de que Art. 6o-E. Os recursos do cofinanciamento do Suas,
trata o inciso XI do art. 19. (Incluído pela Lei nº 12.435, destinados à execução das ações continuadas de
de 2011) assistência social, poderão ser aplicados no pagamento
dos profissionais que integrarem as equipes de
§ 3o As entidades e organizações de assistência social referência, responsáveis pela organização e oferta
vinculadas ao Suas celebrarão convênios, contratos, daquelas ações, conforme percentual apresentado pelo
acordos ou ajustes com o poder público para a execução, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
garantido financiamento integral, pelo Estado, de e aprovado pelo CNAS. (Incluído pela Lei nº 12.435,
serviços, programas, projetos e ações de assistência de 2011)
social, nos limites da capacidade instalada, aos
beneficiários abrangidos por esta Lei, observando-se as Parágrafo único. A formação das equipes de referência
disponibilidades orçamentárias. (Incluído pela Lei nº deverá considerar o número de famílias e indivíduos
12.435, de 2011) referenciados, os tipos e modalidades de atendimento e
as aquisições que devem ser garantidas aos usuários,
§ 4o O cumprimento do disposto no § 3o será informado conforme deliberações do CNAS. (Incluído pela Lei nº
ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à 12.435, de 2011)
Fome pelo órgão gestor local da assistência social.
(Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) Art. 6º-F Fica instituído o Cadastro Único para Programas
Sociais do Governo Federal (CadÚnico), registro público
Art. 6o-C. As proteções sociais, básica e especial, serão eletrônico com a finalidade de coletar, processar,
ofertadas precipuamente no Centro de Referência de sistematizar e disseminar informações para a
Assistência Social (Cras) e no Centro de Referência identificação e a caracterização socioeconômica das
Especializado de Assistência Social (Creas),
famílias de baixa renda, nos termos do regulamento.
(Redação dada pela Lei nº 14.601, de 2023) § 1º A regulamentação desta lei definirá os critérios de
inscrição e funcionamento das entidades com atuação
§ 1º As famílias de baixa renda poderão inscrever-se no em mais de um município no mesmo Estado, ou em mais
CadÚnico nas unidades públicas de que tratam os §§ 1º de um Estado ou Distrito Federal.
e 2º do art. 6º-C desta Lei ou, nos termos do
regulamento, por meio eletrônico. (Incluído pela Lei § 2º Cabe ao Conselho Municipal de Assistência Social e
nº 14.284, de 2021) ao Conselho de Assistência Social do Distrito Federal a
fiscalização das entidades referidas no caput na forma
§ 2º A inscrição no CadÚnico poderá ser obrigatória para prevista em lei ou regulamento.
acesso a programas sociais do governo federal, na forma
estabelecida em regulamento. (Redação dada pela Lei § 3º (Revogado pela Lei nº 12.101, de 2009)
nº 14.601, de 2023)
§ 4º As entidades e organizações de assistência social
§ 3º Para fins de cumprimento do disposto no art. 12 da podem, para defesa de seus direitos referentes à
Emenda Constitucional nº 103, de 12 de novembro de inscrição e ao funcionamento, recorrer aos Conselhos
2019, e de ampliação da fidedignidade das informações Nacional, Estaduais, Municipais e do Distrito Federal.
cadastrais, será garantida a interoperabilidade de dados
do CadÚnico com os dados constantes do Cadastro Art. 10. A União, os Estados, os Municípios e o Distrito
Nacional de Informações Sociais (CNIS), de que trata a Federal podem celebrar convênios com entidades e
Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. (Incluído pela Lei organizações de assistência social, em conformidade
nº 14.601, de 2023) com os Planos aprovados pelos respectivos Conselhos.

Art. 11. As ações das três esferas de governo na área de


§ 4º Os dados do CNIS incluídos no CadÚnico poderão
assistência social realizam-se de forma articulada,
ser acessados pelos órgãos gestores do CadÚnico, nas
cabendo a coordenação e as normas gerais à esfera
3 (três) esferas da Federação, conforme termo de
federal e a coordenação e execução dos programas, em
adesão do ente federativo ao CadÚnico, do qual constará
suas respectivas esferas, aos Estados, ao Distrito
cláusula de compromisso com o sigilo de dados.
Federal e aos Municípios.
(Incluído pela Lei nº 14.601, de 2023)
Art. 12. Compete à União:
§ 5º A sociedade civil poderá cooperar com a
identificação de pessoas que precisem ser inscritas no I - responder pela concessão e manutenção dos
CadÚnico, nos termos do regulamento. (Incluído pela benefícios de prestação continuada definidos no art. 203
Lei nº 14.601, de 2023) da Constituição Federal;

§ 6º O CadÚnico coletará informações que caracterizem II - cofinanciar, por meio de transferência automática, o
a condição socioeconômica e territorial das famílias, de aprimoramento da gestão, os serviços, os programas e
forma a reduzir sua invisibilidade social e com vistas a os projetos de assistência social em âmbito nacional;
identificar suas demandas por políticas públicas, na (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011)
forma do regulamento. (Incluído pela Lei nº 14.601, de
2023) III - atender, em conjunto com os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, às ações assistenciais de
Art. 7º As ações de assistência social, no âmbito das caráter de emergência.
entidades e organizações de assistência social,
observarão as normas expedidas pelo Conselho IV - realizar o monitoramento e a avaliação da política de
Nacional de Assistência Social (CNAS), de que trata o assistência social e assessorar Estados, Distrito Federal
art. 17 desta lei. e Municípios para seu desenvolvimento. (Incluído pela
Lei nº 12.435, de 2011)
Art. 8º A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios, observados os princípios e diretrizes Art. 12-A. A União apoiará financeiramente o
estabelecidos nesta lei, fixarão suas respectivas Políticas aprimoramento à gestão descentralizada dos serviços,
de Assistência Social. programas, projetos e benefícios de assistência social,
por meio do Índice de Gestão Descentralizada (IGD) do
Art. 9º O funcionamento das entidades e organizações Sistema Único de Assistência Social (Suas), para a
de assistência social depende de prévia inscrição no utilização no âmbito dos Estados, dos Municípios e do
respectivo Conselho Municipal de Assistência Social, ou Distrito Federal, destinado, sem prejuízo de outras ações
no Conselho de Assistência Social do Distrito Federal, a serem definidas em regulamento, a: (Incluído pela Lei
conforme o caso. nº 12.435, de 2011)
III - atender, em conjunto com os Municípios, às ações
I - medir os resultados da gestão descentralizada do assistenciais de caráter de emergência;
Suas, com base na atuação do gestor estadual,
municipal e do Distrito Federal na implementação, IV - estimular e apoiar técnica e financeiramente as
execução e monitoramento dos serviços, programas, associações e consórcios municipais na prestação de
projetos e benefícios de assistência social, bem como na serviços de assistência social;
articulação intersetorial; (Incluído pela Lei nº 12.435, de
2011) V - prestar os serviços assistenciais cujos custos ou
ausência de demanda municipal justifiquem uma rede
II - incentivar a obtenção de resultados qualitativos na regional de serviços, desconcentrada, no âmbito do
gestão estadual, municipal e do Distrito Federal do Suas; respectivo Estado.
e (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
VI - realizar o monitoramento e a avaliação da política de
III - calcular o montante de recursos a serem repassados assistência social e assessorar os Municípios para seu
aos entes federados a título de apoio financeiro à gestão desenvolvimento. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
do Suas. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
Art. 14. Compete ao Distrito Federal:
§ 1o Os resultados alcançados pelo ente federado na
gestão do Suas, aferidos na forma de regulamento, serão I - destinar recursos financeiros para custeio do
considerados como prestação de contas dos recursos a pagamento dos benefícios eventuais de que trata o art.
serem transferidos a título de apoio financeiro. (Incluído 22, mediante critérios estabelecidos pelos Conselhos de
pela Lei nº 12.435, de 2011) Assistência Social do Distrito Federal; (Redação dada
pela Lei nº 12.435, de 2011)
§ 2o As transferências para apoio à gestão
descentralizada do Suas adotarão a sistemática do II - efetuar o pagamento dos auxílios natalidade e funeral;
Índice de Gestão Descentralizada do Programa Bolsa
Família, previsto no art. 8o da Lei no 10.836, de 9 de III - executar os projetos de enfrentamento da pobreza,
janeiro de 2004, e serão efetivadas por meio de incluindo a parceria com organizações da sociedade civil;
procedimento integrado àquele índice. (Incluído pela Lei
nº 12.435, de 2011) IV - atender às ações assistenciais de caráter de
emergência;
§ 3o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
V - prestar os serviços assistenciais de que trata o art. 23
desta lei.
§ 4o Para fins de fortalecimento dos Conselhos de
Assistência Social dos Estados, Municípios e Distrito
VI - cofinanciar o aprimoramento da gestão, os serviços,
Federal, percentual dos recursos transferidos deverá ser
os programas e os projetos de assistência social em
gasto com atividades de apoio técnico e operacional
âmbito local; (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
àqueles colegiados, na forma fixada pelo Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, sendo
vedada a utilização dos recursos para pagamento de VII - realizar o monitoramento e a avaliação da política de
pessoal efetivo e de gratificações de qualquer natureza a assistência social em seu âmbito. (Incluído pela Lei nº
servidor público estadual, municipal ou do Distrito 12.435, de 2011)
Federal. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
Art. 15. Compete aos Municípios:
Art. 13. Compete aos Estados:
I - destinar recursos financeiros para custeio do
I - destinar recursos financeiros aos Municípios, a título pagamento dos benefícios eventuais de que trata o art.
de participação no custeio do pagamento dos benefícios 22, mediante critérios estabelecidos pelos Conselhos
eventuais de que trata o art. 22, mediante critérios Municipais de Assistência Social; (Redação dada pela
estabelecidos pelos Conselhos Estaduais de Assistência Lei nº 12.435, de 2011)
Social; (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011)
II - efetuar o pagamento dos auxílios natalidade e funeral;
II - cofinanciar, por meio de transferência automática, o
aprimoramento da gestão, os serviços, os programas e III - executar os projetos de enfrentamento da pobreza,
os projetos de assistência social em âmbito regional ou incluindo a parceria com organizações da sociedade civil;
local; (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011)
IV - atender às ações assistenciais de caráter de
emergência;
V - prestar os serviços assistenciais de que trata o art. 23 § 2º O Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS)
desta lei. é presidido por um de seus integrantes, eleito dentre
seus membros, para mandato de 1 (um) ano, permitida
VI - cofinanciar o aprimoramento da gestão, os serviços, uma única recondução por igual período.
os programas e os projetos de assistência social em
âmbito local; (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) § 3º O Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS)
contará com uma Secretaria Executiva, a qual terá sua
VII - realizar o monitoramento e a avaliação da política de estrutura disciplinada em ato do Poder Executivo.
assistência social em seu âmbito. (Incluído pela Lei nº
12.435, de 2011) § 4o Os Conselhos de que tratam os incisos II, III e IV do
art. 16, com competência para acompanhar a execução
Art. 16. As instâncias deliberativas do Suas, de caráter da política de assistência social, apreciar e aprovar a
permanente e composição paritária entre governo e proposta orçamentária, em consonância com as
sociedade civil, são: (Redação dada pela Lei nº 12.435, diretrizes das conferências nacionais, estaduais, distrital
de 2011) e municipais, de acordo com seu âmbito de atuação,
deverão ser instituídos, respectivamente, pelos Estados,
I - o Conselho Nacional de Assistência Social; pelo Distrito Federal e pelos Municípios, mediante lei
específica. (Redação dada pela Lei nº 12.435, de
II - os Conselhos Estaduais de Assistência Social; 2011)

III - o Conselho de Assistência Social do Distrito Federal; Art. 18. Compete ao Conselho Nacional de Assistência
Social:
IV - os Conselhos Municipais de Assistência Social.
I - aprovar a Política Nacional de Assistência Social;
Parágrafo único. Os Conselhos de Assistência Social
estão vinculados ao órgão gestor de assistência social, II - normatizar as ações e regular a prestação de serviços
que deve prover a infraestrutura necessária ao seu de natureza pública e privada no campo da assistência
funcionamento, garantindo recursos materiais, humanos social;
e financeiros, inclusive com despesas referentes a
passagens e diárias de conselheiros representantes do III - acompanhar e fiscalizar o processo de certificação
governo ou da sociedade civil, quando estiverem no das entidades e organizações de assistência social no
exercício de suas atribuições. (Incluído pela Lei nº Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à
12.435, de 2011) Fome; (Redação dada pela Lei nº 12.101, de 2009)

Art. 17. Fica instituído o Conselho Nacional de IV - apreciar relatório anual que conterá a relação de
Assistência Social (CNAS), órgão superior de entidades e organizações de assistência social
deliberação colegiada, vinculado à estrutura do órgão da certificadas como beneficentes e encaminhá-lo para
Administração Pública Federal responsável pela conhecimento dos Conselhos de Assistência Social dos
coordenação da Política Nacional de Assistência Social, Estados, Municípios e do Distrito Federal; (Redação
cujos membros, nomeados pelo Presidente da dada pela Lei nº 12.101, de 2009)
República, têm mandato de 2 (dois) anos, permitida uma
única recondução por igual período. V - zelar pela efetivação do sistema descentralizado e
participativo de assistência social;
§ 1º O Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS)
é composto por 18 (dezoito) membros e respectivos VI - a partir da realização da II Conferência Nacional de
suplentes, cujos nomes são indicados ao órgão da Assistência Social em 1997, convocar ordinariamente a
Administração Pública Federal responsável pela cada quatro anos a Conferência Nacional de Assistência
coordenação da Política Nacional de Assistência Social, Social, que terá a atribuição de avaliar a situação da
de acordo com os critérios seguintes: assistência social e propor diretrizes para o
aperfeiçoamento do sistema; (Redação dada pela Lei nº
I - 9 (nove) representantes governamentais, incluindo 1 9.720, de 26.4.1991)
(um) representante dos Estados e 1 (um) dos Municípios;
VII - (Vetado.)
II - 9 (nove) representantes da sociedade civil, dentre
representantes dos usuários ou de organizações de VIII - apreciar e aprovar a proposta orçamentária da
usuários, das entidades e organizações de assistência Assistência Social a ser encaminhada pelo órgão da
social e dos trabalhadores do setor, escolhidos em foro Administração Pública Federal responsável pela
próprio sob fiscalização do Ministério Público Federal. coordenação da Política Nacional de Assistência Social;
IX - aprovar critérios de transferência de recursos para os VII - encaminhar à apreciação do Conselho Nacional de
Estados, Municípios e Distrito Federal, considerando, Assistência Social (CNAS) relatórios trimestrais e anuais
para tanto, indicadores que informem sua regionalização de atividades e de realização financeira dos recursos;
mais eqüitativa, tais como: população, renda per capita,
mortalidade infantil e concentração de renda, além de VIII - prestar assessoramento técnico aos Estados, ao
disciplinar os procedimentos de repasse de recursos Distrito Federal, aos Municípios e às entidades e
para as entidades e organizações de assistência social, organizações de assistência social;
sem prejuízo das disposições da Lei de Diretrizes
Orçamentárias; IX - formular política para a qualificação sistemática e
continuada de recursos humanos no campo da
X - acompanhar e avaliar a gestão dos recursos, bem assistência social;
como os ganhos sociais e o desempenho dos programas
e projetos aprovados; X - desenvolver estudos e pesquisas para fundamentar
as análises de necessidades e formulação de
XI - estabelecer diretrizes, apreciar e aprovar os proposições para a área;
programas anuais e plurianuais do Fundo Nacional de
Assistência Social (FNAS); XI - coordenar e manter atualizado o sistema de cadastro
de entidades e organizações de assistência social, em
XII - indicar o representante do Conselho Nacional de articulação com os Estados, os Municípios e o Distrito
Assistência Social (CNAS) junto ao Conselho Nacional Federal;
da Seguridade Social;
XII - articular-se com os órgãos responsáveis pelas
XIII - elaborar e aprovar seu regimento interno; políticas de saúde e previdência social, bem como com
os demais responsáveis pelas políticas sócio-
XIV - divulgar, no Diário Oficial da União, todas as suas econômicas setoriais, visando à elevação do patamar
decisões, bem como as contas do Fundo Nacional de mínimo de atendimento às necessidades básicas;
Assistência Social (FNAS) e os respectivos pareceres
emitidos. XIII - expedir os atos normativos necessários à gestão do
Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS), de acordo
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 12.101, de com as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Nacional
2009) de Assistência Social (CNAS);

Art. 19. Compete ao órgão da Administração Pública XIV - elaborar e submeter ao Conselho Nacional de
Federal responsável pela coordenação da Política Assistência Social (CNAS) os programas anuais e
Nacional de Assistência Social: plurianuais de aplicação dos recursos do Fundo Nacional
de Assistência Social (FNAS).
I - coordenar e articular as ações no campo da
assistência social; Parágrafo único. A atenção integral à saúde, inclusive a
dispensação de medicamentos e produtos de interesse
II - propor ao Conselho Nacional de Assistência Social para a saúde, às famílias e indivíduos em situações de
(CNAS) a Política Nacional de Assistência Social, suas vulnerabilidade ou risco social e pessoal, nos termos
normas gerais, bem como os critérios de prioridade e de desta Lei, dar-se-á independentemente da apresentação
elegibilidade, além de padrões de qualidade na de documentos que comprovem domicílio ou inscrição no
prestação de benefícios, serviços, programas e projetos; cadastro no Sistema Único de Saúde (SUS), em
consonância com a diretriz de articulação das ações de
III - prover recursos para o pagamento dos benefícios de assistência social e de saúde a que se refere o inciso XII
prestação continuada definidos nesta lei; deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.714, de 2018)

IV - elaborar e encaminhar a proposta orçamentária da CAPÍTULO IV


assistência social, em conjunto com as demais da
Seguridade Social; Dos Benefícios, dos Serviços, dos Programas e dos
Projetos de Assistência Social
V - propor os critérios de transferência dos recursos de
que trata esta lei; SEÇÃO I

VI - proceder à transferência dos recursos destinados à Do Benefício de Prestação Continuada


assistência social, na forma prevista nesta lei;
Art. 20. O benefício de prestação continuada é a garantia
de um salário-mínimo mensal à pessoa com deficiência
e ao idoso com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais que § 6º-A. O INSS poderá celebrar parcerias para a
comprovem não possuir meios de prover a própria realização da avaliação social, sob a supervisão do
manutenção nem de tê-la provida por sua família. serviço social da autarquia. (Incluído pela Lei nº 14.441,
(Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011) (Vide de 2022)
Lei nº 13.985, de 2020)
§ 7o Na hipótese de não existirem serviços no município
§ 1o Para os efeitos do disposto no caput, a família é de residência do beneficiário, fica assegurado, na forma
composta pelo requerente, o cônjuge ou companheiro, os prevista em regulamento, o seu encaminhamento ao
pais e, na ausência de um deles, a madrasta ou o município mais próximo que contar com tal estrutura.
padrasto, os irmãos solteiros, os filhos e enteados (Incluído pela Lei nº 9.720, de 30.11.1998)
solteiros e os menores tutelados, desde que vivam sob o
mesmo teto. (Redação dada pela Lei nº 12.435, de § 8o A renda familiar mensal a que se refere o § 3o
2011) deverá ser declarada pelo requerente ou seu
representante legal, sujeitando-se aos demais
§ 2o Para efeito de concessão do benefício de prestação procedimentos previstos no regulamento para o
continuada, considera-se pessoa com deficiência aquela deferimento do pedido. (Incluído pela Lei nº 9.720, de
que tem impedimento de longo prazo de natureza física, 30.11.1998)
mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com
uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação § 9º Os valores recebidos a título de auxílio financeiro
plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições temporário ou de indenização por danos sofridos em
com as demais pessoas. (Redação dada pela Lei nº decorrência de rompimento e colapso de barragens, bem
13.146, de 2015) (Vigência) como os rendimentos decorrentes de estágio
supervisionado e de aprendizagem, não serão
§ 3º Observados os demais critérios de elegibilidade computados para fins de cálculo da renda familiar per
definidos nesta Lei, terão direito ao benefício financeiro capita a que se refere o § 3º deste artigo. (Redação
de que trata o caput deste artigo a pessoa com dada pela Lei nº 14.809, de 2024)
deficiência ou a pessoa idosa com renda familiar mensal
per capita igual ou inferior a 1/4 (um quarto) do salário- § 10. Considera-se impedimento de longo prazo, para os
mínimo. (Redação dada pela Lei nº 14.176, de 2021) fins do § 2o deste artigo, aquele que produza efeitos pelo
prazo mínimo de 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei
I – (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.176, de nº 12.470, de 2011)
2021)
§ 11. Para concessão do benefício de que trata o caput
II - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.982, de 2020) deste artigo, poderão ser utilizados outros elementos
probatórios da condição de miserabilidade do grupo
§ 4º O benefício de que trata este artigo não pode ser familiar e da situação de vulnerabilidade, conforme
acumulado pelo beneficiário com qualquer outro no regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)
âmbito da seguridade social ou de outro regime, salvo os (Vigência)
da assistência médica e da pensão especial de natureza
indenizatória, bem como as transferências de renda de § 11-A. O regulamento de que trata o § 11 deste artigo
que tratam o parágrafo único do art. 6º e o inciso VI do poderá ampliar o limite de renda mensal familiar per
caput do art. 203 da Constituição Federal e o caput e o § capita previsto no § 3º deste artigo para até 1/2 (meio)
1º do art. 1º da Lei nº 10.835, de 8 de janeiro de 2004. salário-mínimo, observado o disposto no art. 20-B desta
(Redação dada pela Lei nº 14.601, de 2023) Lei. (Incluído pela Lei nº 14.176, de 2021)
(Vigência)
§ 5o A condição de acolhimento em instituições de longa
permanência não prejudica o direito do idoso ou da § 12. São requisitos para a concessão, a manutenção e
pessoa com deficiência ao benefício de prestação a revisão do benefício as inscrições no Cadastro de
continuada. (Redação dada pela Lei nº 12.435, de Pessoas Físicas (CPF) e no Cadastro Único para
2011) Programas Sociais do Governo Federal - Cadastro
Único, conforme previsto em regulamento. (Incluído
§ 6º A concessão do benefício ficará sujeita à avaliação pela Lei nº 13.846, de 2019)
da deficiência e do grau de impedimento de que trata o §
2o, composta por avaliação médica e avaliação social § 13. (Vide medida Provisória nº 871, de 2019)
realizadas por médicos peritos e por assistentes sociais
do Instituto Nacional de Seguro Social - INSS. § 14. O benefício de prestação continuada ou o benefício
(Redação dada pela Lei nº 12.470, de 2011) previdenciário no valor de até 1 (um) salário-mínimo
concedido a idoso acima de 65 (sessenta e cinco) anos
de idade ou pessoa com deficiência não será computado, § 4º O valor referente ao comprometimento do
para fins de concessão do benefício de prestação orçamento do núcleo familiar com gastos de que trata o
continuada a outro idoso ou pessoa com deficiência da inciso III do caput deste artigo será definido em ato
mesma família, no cálculo da renda a que se refere o § conjunto do Ministério da Cidadania, da Secretaria
3º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.982, de 2020) Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da
Economia e do INSS, a partir de valores médios dos
§ 15. O benefício de prestação continuada será devido a gastos realizados pelas famílias exclusivamente com
mais de um membro da mesma família enquanto essas finalidades, facultada ao interessado a
atendidos os requisitos exigidos nesta Lei. (Incluído possibilidade de comprovação, conforme critérios
pela Lei nº 13.982, de 2020) definidos em regulamento, de que os gastos efetivos
ultrapassam os valores médios. (Incluído pela Lei nº
Art. 20-A. (Revogado pela Lei nº 14.176, de 2021) 14.176, de 2021) (Vigência)

Art. 20-B. Na avaliação de outros elementos probatórios Art. 21. O benefício de prestação continuada deve ser
da condição de miserabilidade e da situação de revisto a cada 2 (dois) anos para avaliação da
vulnerabilidade de que trata o § 11 do art. 20 desta Lei, continuidade das condições que lhe deram origem.
serão considerados os seguintes aspectos para (Vide Lei nº 9.720, de 30.11.1998)
ampliação do critério de aferição da renda familiar
mensal per capita de que trata o § 11-A do referido artigo:. § 1º O pagamento do benefício cessa no momento em
(Incluído pela Lei nº 14.176, de 2021) (Vigência) que forem superadas as condições referidas no caput, ou
em caso de morte do beneficiário.
I – o grau da deficiência;. (Incluído pela Lei nº 14.176,
de 2021) (Vigência) § 2º O benefício será cancelado quando se constatar
irregularidade na sua concessão ou utilização.
II – a dependência de terceiros para o desempenho de
atividades básicas da vida diária; e. (Incluído pela § 3o O desenvolvimento das capacidades cognitivas,
Lei nº 14.176, de 2021) (Vigência) motoras ou educacionais e a realização de atividades
não remuneradas de habilitação e reabilitação, entre
III – o comprometimento do orçamento do núcleo familiar outras, não constituem motivo de suspensão ou
de que trata o § 3º do art. 20 desta Lei exclusivamente cessação do benefício da pessoa com deficiência.
com gastos médicos, com tratamentos de saúde, com (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
fraldas, com alimentos especiais e com medicamentos
do idoso ou da pessoa com deficiência não § 4º A cessação do benefício de prestação continuada
disponibilizados gratuitamente pelo SUS, ou com concedido à pessoa com deficiência não impede nova
serviços não prestados pelo Suas, desde que concessão do benefício, desde que atendidos os
comprovadamente necessários à preservação da saúde requisitos definidos em regulamento. (Redação dada
e da vida. (Incluído pela Lei nº 14.176, de 2021) pela Lei nº 12.470, de 2011)
(Vigência)
§ 5º O beneficiário em gozo de benefício de prestação
§ 1º A ampliação de que trata o caput deste artigo continuada concedido judicial ou administrativamente
ocorrerá na forma de escalas graduais, definidas em poderá ser convocado para avaliação das condições que
regulamento. (Incluído pela Lei nº 14.176, de 2021) ensejaram sua concessão ou manutenção, sendo-lhe
(Vigência) exigida a presença dos requisitos previstos nesta Lei e
no regulamento. (Incluído pela Lei nº 14.176, de 2021)
§ 2º Aplicam-se à pessoa com deficiência os elementos
constantes dos incisos I e III do caput deste artigo, e à Art. 21-A. O benefício de prestação continuada será
pessoa idosa os constantes dos incisos II e III do caput suspenso pelo órgão concedente quando a pessoa com
deste artigo.. (Incluído pela Lei nº 14.176, de 2021) deficiência exercer atividade remunerada, inclusive na
(Vigência) condição de microempreendedor individual. (Incluído
pela Lei nº 12.470, de 2011)
§ 3º O grau da deficiência de que trata o inciso I do caput
deste artigo será aferido por meio de instrumento de § 1o Extinta a relação trabalhista ou a atividade
avaliação biopsicossocial, observados os termos dos §§ empreendedora de que trata o caput deste artigo e,
1º e 2º do art. 2º da Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015 quando for o caso, encerrado o prazo de pagamento do
(Estatuto da Pessoa com Deficiência), e do § 6º do art. seguro-desemprego e não tendo o beneficiário adquirido
direito a qualquer benefício previdenciário, poderá ser
20 e do art. 40-B desta Lei.. (Incluído pela Lei nº
requerida a continuidade do pagamento do benefício
14.176, de 2021) (Vigência)
suspenso, sem necessidade de realização de perícia
médica ou reavaliação da deficiência e do grau de
incapacidade para esse fim, respeitado o período de § 2o Na organização dos serviços da assistência social
revisão previsto no caput do art. 21. (Incluído pela Lei serão criados programas de amparo, entre outros:
nº 12.470, de 2011) (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)

§ 2o A contratação de pessoa com deficiência como I - às crianças e adolescentes em situação de risco


aprendiz não acarreta a suspensão do benefício de pessoal e social, em cumprimento ao disposto no art. 227
prestação continuada, limitado a 2 (dois) anos o da Constituição Federal e na Lei no 8.069, de 13 de julho
recebimento concomitante da remuneração e do de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente);
benefício. (Incluído pela Lei nº 12.470, de 2011) (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)

SEÇÃO II II - às pessoas que vivem em situação de rua. (Incluído


pela Lei nº 12.435, de 2011)
Dos Benefícios Eventuais
SEÇÃO IV
Art. 22. Entendem-se por benefícios eventuais as
provisões suplementares e provisórias que integram Dos Programas de Assistência Social
organicamente as garantias do Suas e são prestadas aos
cidadãos e às famílias em virtude de nascimento, morte, Art. 24. Os programas de assistência social
situações de vulnerabilidade temporária e de calamidade compreendem ações integradas e complementares com
pública. (Redação dada pela Lei nº 12.435, de objetivos, tempo e área de abrangência definidos para
2011) qualificar, incentivar e melhorar os benefícios e os
serviços assistenciais.
§ 1o A concessão e o valor dos benefícios de que trata
este artigo serão definidos pelos Estados, Distrito § 1º Os programas de que trata este artigo serão
Federal e Municípios e previstos nas respectivas leis definidos pelos respectivos Conselhos de Assistência
orçamentárias anuais, com base em critérios e prazos Social, obedecidos os objetivos e princípios que regem
definidos pelos respectivos Conselhos de Assistência esta lei, com prioridade para a inserção profissional e
Social. (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011) social.

§ 2o O CNAS, ouvidas as respectivas representações de § 2o Os programas voltados para o idoso e a integração


Estados e Municípios dele participantes, poderá propor, da pessoa com deficiência serão devidamente
na medida das disponibilidades orçamentárias das 3 articulados com o benefício de prestação continuada
(três) esferas de governo, a instituição de benefícios estabelecido no art. 20 desta Lei. (Redação dada pela
subsidiários no valor de até 25% (vinte e cinco por cento) Lei nº 12.435, de 2011)
do salário-mínimo para cada criança de até 6 (seis) anos
de idade. (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011) Art. 24-A. Fica instituído o Serviço de Proteção e
Atendimento Integral à Família (Paif), que integra a
§ 3o Os benefícios eventuais subsidiários não poderão proteção social básica e consiste na oferta de ações e
ser cumulados com aqueles instituídos pelas Leis no serviços socioassistenciais de prestação continuada, nos
10.954, de 29 de setembro de 2004, e no 10.458, de 14 Cras, por meio do trabalho social com famílias em
de maio de 2002. (Redação dada pela Lei nº 12.435, situação de vulnerabilidade social, com o objetivo de
de 2011) prevenir o rompimento dos vínculos familiares e a
violência no âmbito de suas relações, garantindo o direito
SEÇÃO III à convivência familiar e comunitária. (Incluído pela Lei
nº 12.435, de 2011)
Dos Serviços
Parágrafo único. Regulamento definirá as diretrizes e os
Art. 23. Entendem-se por serviços socioassistenciais as procedimentos do Paif. (Incluído pela Lei nº 12.435, de
atividades continuadas que visem à melhoria de vida da 2011)
população e cujas ações, voltadas para as necessidades
básicas, observem os objetivos, princípios e diretrizes Art. 24-B. Fica instituído o Serviço de Proteção e
estabelecidos nesta Lei. (Redação dada pela Lei nº Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos
12.435, de 2011) (Paefi), que integra a proteção social especial e consiste
no apoio, orientação e acompanhamento a famílias e
§ 1o O regulamento instituirá os serviços indivíduos em situação de ameaça ou violação de
socioassistenciais. (Incluído pela Lei nº 12.435, de direitos, articulando os serviços socioassistenciais com
2011) as diversas políticas públicas e com órgãos do sistema
de garantia de direitos. (Incluído pela Lei nº 12.435, de (Estatuto da Pessoa com Deficiência), a pessoa com
2011) deficiência moderada ou grave que, cumulativamente:
(Incluído pela Lei nº 14.176, de 2021) (Vigência)
Parágrafo único. Regulamento definirá as diretrizes e os
procedimentos do Paefi. (Incluído pela Lei nº 12.435, de I – receba o benefício de prestação continuada, de que
2011) trata o art. 20 desta Lei, e passe a exercer atividade:

Art. 24-C. Fica instituído o Programa de Erradicação do a) que tenha remuneração limitada a 2 (dois) salários-
Trabalho Infantil (Peti), de caráter intersetorial, integrante mínimos; e
da Política Nacional de Assistência Social, que, no
âmbito do Suas, compreende transferências de renda, b) que enquadre o beneficiário como segurado
trabalho social com famílias e oferta de serviços obrigatório do Regime Geral de Previdência Social ou
socioeducativos para crianças e adolescentes que se como filiado a regime próprio de previdência social da
encontrem em situação de trabalho. (Incluído pela Lei União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
nº 12.435, de 2011) Municípios;

§ 1o O Peti tem abrangência nacional e será II – tenha inscrição atualizada no CadÚnico no momento
desenvolvido de forma articulada pelos entes federados, do requerimento do auxílio-inclusão;
com a participação da sociedade civil, e tem como
objetivo contribuir para a retirada de crianças e III – tenha inscrição regular no CPF; e
adolescentes com idade inferior a 16 (dezesseis) anos
em situação de trabalho, ressalvada a condição de IV – atenda aos critérios de manutenção do benefício de
aprendiz, a partir de 14 (quatorze) anos. (Incluído pela prestação continuada, incluídos os critérios relativos à
Lei nº 12.435, de 2011) renda familiar mensal per capita exigida para o acesso
ao benefício, observado o disposto no § 4º deste artigo.
§ 2o As crianças e os adolescentes em situação de
trabalho deverão ser identificados e ter os seus dados § 1º O auxílio-inclusão poderá ainda ser concedido, nos
inseridos no Cadastro Único para Programas Sociais do termos do inciso I do caput deste artigo, mediante
Governo Federal (CadÚnico), com a devida identificação requerimento e sem retroatividade no pagamento, ao
das situações de trabalho infantil. (Incluído pela Lei nº beneficiário:
12.435, de 2011)
I – que tenha recebido o benefício de prestação
SEÇÃO V continuada nos 5 (cinco) anos imediatamente anteriores
ao exercício da atividade remunerada; e
Dos Projetos de Enfrentamento da Pobreza
II – que tenha tido o benefício suspenso nos termos do
Art. 25. Os projetos de enfrentamento da pobreza art. 21-A desta Lei.
compreendem a instituição de investimento econômico-
social nos grupos populares, buscando subsidiar, § 2º O valor do auxílio-inclusão percebido por um
financeira e tecnicamente, iniciativas que lhes garantam membro da família não será considerado no cálculo da
meios, capacidade produtiva e de gestão para melhoria renda familiar mensal per capita de que trata o inciso IV
das condições gerais de subsistência, elevação do do caput deste artigo, para fins de concessão e de
padrão da qualidade de vida, a preservação do meio- manutenção de outro auxílio-inclusão no âmbito do
ambiente e sua organização social. mesmo grupo familiar.

Art. 26. O incentivo a projetos de enfrentamento da § 3º O valor do auxílio-inclusão e o da remuneração do


pobreza assentar-se-á em mecanismos de articulação e beneficiário do auxílio-inclusão de que trata a alínea “a”
de participação de diferentes áreas governamentais e em do inciso I do caput deste artigo percebidos por um
sistema de cooperação entre organismos membro da família não serão considerados no cálculo da
governamentais, não governamentais e da sociedade renda familiar mensal per capita de que tratam os §§ 3º e
civil. 11-A do art. 20 desta Lei para fins de manutenção de
benefício de prestação continuada concedido
Seção VI anteriormente a outra pessoa do mesmo grupo familiar.
(Incluído pela Lei nº 14.176, de 2021) (Vigência)
§ 4º Para fins de cálculo da renda familiar per capita de
Do Auxílio-Inclusão que trata o inciso IV do caput deste artigo, serão
desconsideradas:
Art. 26-A. Terá direito à concessão do auxílio-inclusão de
que trata o art. 94 da Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015
I – as remunerações obtidas pelo requerente em Parágrafo único. Ato do Poder Executivo federal disporá
decorrência de exercício de atividade laboral, desde que sobre o procedimento de verificação dos critérios de
o total recebido no mês seja igual ou inferior a 2 (dois) manutenção e de revisão do auxílio-inclusão.
salários-mínimos; e
Art. 26-E. O auxílio-inclusão não está sujeito a desconto
II – as rendas oriundas dos rendimentos decorrentes de de qualquer contribuição e não gera direito a pagamento
estágio supervisionado e de aprendizagem. de abono anual. (Incluído pela Lei nº 14.176, de
2021) (Vigência)
Art. 26-B. O auxílio-inclusão será devido a partir da data
do requerimento, e o seu valor corresponderá a 50% Art. 26-F. Compete ao Ministério da Cidadania a gestão
(cinquenta por cento) do valor do benefício de prestação do auxílio-inclusão, e ao INSS a sua operacionalização e
continuada em vigor. (Incluído pela Lei nº 14.176, de pagamento. (Incluído pela Lei nº 14.176, de 2021)
2021) (Vigência) (Vigência)

§ 1º Ao requerer o auxílio-inclusão, o beneficiário Art. 26-G. As despesas decorrentes do pagamento do


autorizará a suspensão do benefício de prestação auxílio-inclusão correrão à conta do orçamento do
continuada, nos termos do art. 21-A desta Lei. Ministério da Cidadania. (Incluído pela Lei nº 14.176,
de 2021) (Vigência)
§ 2º O auxílio-inclusão será concedido automaticamente
pelo INSS, observado o preenchimento dos demais § 1º O Poder Executivo federal compatibilizará o
requisitos, mediante constatação, pela própria autarquia quantitativo de benefícios financeiros do auxílio-inclusão
ou pelo Ministério da Cidadania, de acumulação do de que trata o art. 26-A desta Lei com as dotações
benefício de prestação continuada com o exercício de orçamentárias existentes.
atividade remunerada. (Incluído pela Lei nº 14.441, de
2022) § 2º O regulamento indicará o órgão do Poder Executivo
responsável por avaliar os impactos da concessão do
§ 3º Na hipótese do § 2º deste artigo, o auxílio-inclusão auxílio-inclusão na participação no mercado de trabalho,
será devido a partir do primeiro dia da competência em na redução de desigualdades e no exercício dos direitos
que se identificou a ocorrência de acumulação do e liberdades fundamentais das pessoas com deficiência,
benefício de prestação continuada com o exercício de nos termos do § 16 do art. 37 da Constituição Federal.
atividade remunerada, e o titular deverá ser notificado
quanto à alteração do benefício e suas consequências Art. 26-H. No prazo de 10 (dez) anos, contado da data
administrativas. (Incluído pela Lei nº 14.441, de 2022) de publicação desta Seção, será promovida a revisão do
auxílio-inclusão, observado o disposto no § 2º do art. 26-
Art. 26-C. O pagamento do auxílio-inclusão não será G desta Lei, com vistas a seu aprimoramento e
acumulado com o pagamento de: (Incluído pela Lei ampliação. (Incluído pela Lei nº 14.176, de 2021)
nº 14.176, de 2021) (Vigência) (Vigência)

I – benefício de prestação continuada de que trata o art. CAPÍTULO V


20 desta Lei;
Do Financiamento da Assistência Social
II – prestações a título de aposentadoria, de pensões ou
de benefícios por incapacidade pagos por qualquer Art. 27. Fica o Fundo Nacional de Ação Comunitária
regime de previdência social; ou (Funac), instituído pelo Decreto nº 91.970, de 22 de
novembro de 1985, ratificado pelo Decreto Legislativo nº
III – seguro-desemprego. 66, de 18 de dezembro de 1990, transformado no Fundo
Nacional de Assistência Social (FNAS).
Art. 26-D. O pagamento do auxílio-inclusão cessará na
hipótese de o beneficiário: (Incluído pela Lei nº Art. 28. O financiamento dos benefícios, serviços,
14.176, de 2021) (Vigência) programas e projetos estabelecidos nesta lei far-se-á
com os recursos da União, dos Estados, do Distrito
I – deixar de atender aos critérios de manutenção do Federal e dos Municípios, das demais contribuições
benefício de prestação continuada; ou sociais previstas no art. 195 da Constituição Federal,
além daqueles que compõem o Fundo Nacional de
II – deixar de atender aos critérios de concessão do Assistência Social (FNAS).
auxílio-inclusão.
§ 1o Cabe ao órgão da Administração Pública
responsável pela coordenação da Política de Assistência
Social nas 3 (três) esferas de governo gerir o Fundo de mediante alocação de recursos próprios nesses fundos
Assistência Social, sob orientação e controle dos nas 3 (três) esferas de governo. (Incluído pela
respectivos Conselhos de Assistência Social. (Redação Lei nº 12.435, de 2011)
dada pela Lei nº 12.435, de 2011)
Parágrafo único. As transferências automáticas de
§ 2º O Poder Executivo disporá, no prazo de 180 (cento recursos entre os fundos de assistência social efetuadas
e oitenta) dias a contar da data de publicação desta lei, à conta do orçamento da seguridade social, conforme o
sobre o regulamento e funcionamento do Fundo Nacional art. 204 da Constituição Federal, caracterizam-se como
de Assistência Social (FNAS). despesa pública com a seguridade social, na forma do
art. 24 da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de
§ 3o O financiamento da assistência social no Suas deve 2000. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
ser efetuado mediante cofinanciamento dos 3 (três) entes
federados, devendo os recursos alocados nos fundos de Art. 30-B. Caberá ao ente federado responsável pela
assistência social ser voltados à operacionalização, utilização dos recursos do respectivo Fundo de
prestação, aprimoramento e viabilização dos serviços, Assistência Social o controle e o acompanhamento dos
programas, projetos e benefícios desta política. serviços, programas, projetos e benefícios, por meio dos
(Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) respectivos órgãos de controle, independentemente de
ações do órgão repassador dos recursos. (Incluído pela
Art. 28-A (Revogado pela Lei nº 13.813, de 2019) Lei nº 12.435, de 2011)

Art. 29. Os recursos de responsabilidade da União Art. 30-C. A utilização dos recursos federais
destinados à assistência social serão automaticamente descentralizados para os fundos de assistência social
repassados ao Fundo Nacional de Assistência Social dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal será
(FNAS), à medida que se forem realizando as receitas. declarada pelos entes recebedores ao ente transferidor,
anualmente, mediante relatório de gestão submetido à
Parágrafo único. Os recursos de responsabilidade da apreciação do respectivo Conselho de Assistência
União destinados ao financiamento dos benefícios de Social, que comprove a execução das ações na forma de
prestação continuada, previstos no art. 20, poderão ser regulamento. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
repassados pelo Ministério da Previdência e Assistência
Social diretamente ao INSS, órgão responsável pela sua Parágrafo único. Os entes transferidores poderão
execução e manutenção. (Incluído pela Lei nº 9.720, de requisitar informações referentes à aplicação dos
30.11.1998) recursos oriundos do seu fundo de assistência social,
para fins de análise e acompanhamento de sua boa e
Art. 30. É condição para os repasses, aos Municípios, regular utilização. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
aos Estados e ao Distrito Federal, dos recursos de que
trata esta lei, a efetiva instituição e funcionamento de: CAPÍTULO VI

I - Conselho de Assistência Social, de composição Das Disposições Gerais e Transitórias


paritária entre governo e sociedade civil;
Art. 31. Cabe ao Ministério Público zelar pelo efetivo
II - Fundo de Assistência Social, com orientação e respeito aos direitos estabelecidos nesta lei.
controle dos respectivos Conselhos de Assistência
Social; Art. 32. O Poder Executivo terá o prazo de 60 (sessenta)
dias, a partir da publicação desta lei, obedecidas as
III - Plano de Assistência Social. normas por ela instituídas, para elaborar e encaminhar
projeto de lei dispondo sobre a extinção e reordenamento
Parágrafo único. É, ainda, condição para transferência dos órgãos de assistência social do Ministério do Bem-
de recursos do FNAS aos Estados, ao Distrito Federal e Estar Social.
aos Municípios a comprovação orçamentária dos
recursos próprios destinados à Assistência Social, § 1º O projeto de que trata este artigo definirá formas de
alocados em seus respectivos Fundos de Assistência transferências de benefícios, serviços, programas,
Social, a partir do exercício de 1999. (Incluído pela Lei projetos, pessoal, bens móveis e imóveis para a esfera
nº 9.720, de 30.11.1998) municipal.

Art. 30-A. O cofinanciamento dos serviços, programas, § 2º O Ministro de Estado do Bem-Estar Social indicará
projetos e benefícios eventuais, no que couber, e o Comissão encarregada de elaborar o projeto de lei de
aprimoramento da gestão da política de assistência que trata este artigo, que contará com a participação das
social no Suas se efetuam por meio de transferências organizações dos usuários, de trabalhadores do setor e
automáticas entre os fundos de assistência social e de entidades e organizações de assistência social.
9.720, de 30.11.1998) (Vide Lei nº 9.720, de
Art. 33. Decorrido o prazo de 120 (cento e vinte) dias da 30.11.1998)
promulgação desta lei, fica extinto o Conselho Nacional
de Serviço Social (CNSS), revogando-se, em Parágrafo único. No caso de o primeiro pagamento ser
conseqüência, os Decretos-Lei nºs 525, de 1º de julho de feito após o prazo previsto no caput, aplicar-se-á na sua
1938, e 657, de 22 de julho de 1943. atualização o mesmo critério adotado pelo INSS na
atualização do primeiro pagamento de benefício
§ 1º O Poder Executivo tomará as providências previdenciário em atraso. (Incluído pela Lei nº 9.720,
necessárias para a instalação do Conselho Nacional de de 30.11.1998)
Assistência Social (CNAS) e a transferência das
atividades que passarão à sua competência dentro do Art. 38. (Revogado pela Lei nº 12.435, de 2011)
prazo estabelecido no caput, de forma a assegurar não
haja solução de continuidade. Art. 39. O Conselho Nacional de Assistência Social
(CNAS), por decisão da maioria absoluta de seus
§ 2º O acervo do órgão de que trata o caput será membros, respeitados o orçamento da seguridade social
transferido, no prazo de 60 (sessenta) dias, para o e a disponibilidade do Fundo Nacional de Assistência
Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), que Social (FNAS), poderá propor ao Poder Executivo a
promoverá, mediante critérios e prazos a serem fixados, alteração dos limites de renda mensal per capita
a revisão dos processos de registro e certificado de definidos no § 3º do art. 20 e caput do art. 22.
entidade de fins filantrópicos das entidades e
organização de assistência social, observado o disposto Art. 40. Com a implantação dos benefícios previstos nos
no art. 3º desta lei. arts. 20 e 22 desta lei, extinguem-se a renda mensal
vitalícia, o auxílio-natalidade e o auxílio-funeral
Art. 34. A União continuará exercendo papel supletivo existentes no âmbito da Previdência Social, conforme o
nas ações de assistência social, por ela atualmente disposto na Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991.
executadas diretamente no âmbito dos Estados, dos
Municípios e do Distrito Federal, visando à § 1º A transferência dos benefíciários do sistema
implementação do disposto nesta lei, por prazo máximo previdenciário para a assistência social deve ser
de 12 (doze) meses, contados a partir da data da estabelecida de forma que o atendimento à população
publicação desta lei. não sofra solução de continuidade. (Redação dada pela
Lei nº 9.711, de 20.11.1998
Art. 35. Cabe ao órgão da Administração Pública Federal
responsável pela coordenação da Política Nacional de § 2º É assegurado ao maior de setenta anos e ao
Assistência Social operar os benefícios de prestação inválido o direito de requerer a renda mensal vitalícia
continuada de que trata esta lei, podendo, para tanto, junto ao INSS até 31 de dezembro de 1995, desde que
contar com o concurso de outros órgãos do Governo atenda, alternativamente, aos requisitos estabelecidos
Federal, na forma a ser estabelecida em regulamento. nos incisos I, II ou III do § 1º do art. 139 da Lei nº 8.213,
de 24 de julho de 1991. (Redação dada pela Lei nº
Parágrafo único. O regulamento de que trata o caput 9.711, de 20.11.1998
definirá as formas de comprovação do direito ao
benefício, as condições de sua suspensão, os Art. 40-A. Os benefícios monetários decorrentes do
procedimentos em casos de curatela e tutela e o órgão disposto nos arts. 22, 24-C e 25 desta Lei serão pagos
de credenciamento, de pagamento e de fiscalização, preferencialmente à mulher responsável pela unidade
dentre outros aspectos. familiar, quando cabível. (Incluído pela Lei nº 13.014,
de 2014)
Art. 36. As entidades e organizações de assistência
social que incorrerem em irregularidades na aplicação
Art. 40-B. Enquanto não estiver regulamentado o
dos recursos que lhes foram repassados pelos poderes
instrumento de avaliação de que tratam os §§ 1º e 2º do
públicos terão a sua vinculação ao Suas cancelada, sem
art. 2º da Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015 (Estatuto
prejuízo de responsabilidade civil e penal. (Redação
da Pessoa com Deficiência), a concessão do benefício
dada pela Lei nº 12.435, de 2011)
de prestação continuada à pessoa com deficiência ficará
sujeita à avaliação do grau da deficiência e do
Art. 37. O benefício de prestação continuada será devido
impedimento de que trata o § 2º do art. 20 desta Lei,
após o cumprimento, pelo requerente, de todos os
composta por avaliação médica e avaliação social
requisitos legais e regulamentares exigidos para a sua
realizadas, respectivamente, pela Perícia Médica
concessão, inclusive apresentação da documentação
Federal e pelo serviço social do INSS, com a utilização
necessária, devendo o seu pagamento ser efetuado em
de instrumentos desenvolvidos especificamente para
até quarenta e cinco dias após cumpridas as exigências
esse fim. (Incluído pela Lei nº 14.176, de 2021)
de que trata este artigo. (Redação dada pela Lei nº
§ 1º O INSS poderá celebrar parcerias para a realização
da avaliação social, sob a supervisão do serviço social
da autarquia. (Incluído pela Lei nº 14.724, de 2023)

§ 2º A avaliação médica prevista no caput deste artigo


poderá ser realizada com o uso de tecnologia de
telemedicina ou por análise documental conforme
situações e requisitos definidos em regulamento.
(Incluído pela Lei nº 14.724, de 2023)

Art. 40-C. Os eventuais débitos do beneficiário


decorrentes de recebimento irregular do benefício de
prestação continuada ou do auxílio-inclusão poderão ser
consignados no valor mensal desses benefícios, nos
termos do regulamento. (Incluído pela Lei nº 14.176,
de 2021)

Art. 41. Esta lei entra em vigor na data da sua publicação.

Art. 42. Revogam-se as disposições em contrário.


DISPOSIÇÃO PRELIMINAR

LEI 8080 Art. 4º O conjunto de ações e serviços de saúde,


prestados por órgãos e instituições públicas federais,
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o estaduais e municipais, da Administração direta e indireta
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: e das fundações mantidas pelo Poder Público, constitui
o Sistema Único de Saúde (SUS).
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
§ 1º Estão incluídas no disposto neste artigo as
Art. 1º Esta lei regula, em todo o território nacional, as instituições públicas federais, estaduais e municipais de
ações e serviços de saúde, executados isolada ou controle de qualidade, pesquisa e produção de insumos,
conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por medicamentos, inclusive de sangue e hemoderivados, e
pessoas naturais ou jurídicas de direito Público ou de equipamentos para saúde.
privado.
§ 2º A iniciativa privada poderá participar do Sistema
TÍTULO I Único de Saúde (SUS), em caráter complementar.

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS CAPÍTULO I

Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, Dos Objetivos e Atribuições


devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao
seu pleno exercício. Art. 5º São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS:

§ 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na I - a identificação e divulgação dos fatores condicionantes
formulação e execução de políticas econômicas e sociais e determinantes da saúde;
que visem à redução de riscos de doenças e de outros
agravos e no estabelecimento de condições que II - a formulação de política de saúde destinada a
assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos promover, nos campos econômico e social, a
serviços para a sua promoção, proteção e recuperação. observância do disposto no § 1º do art. 2º desta lei;

§ 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da III - a assistência às pessoas por intermédio de ações de
família, das empresas e da sociedade. promoção, proteção e recuperação da saúde, com a
realização integrada das ações assistenciais e das
Art. 3º A saúde tem como fatores determinantes e atividades preventivas.
condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia,
o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do
renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos Sistema Único de Saúde (SUS):
bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da
população expressam a organização social e econômica I - a execução de ações:
do País.
a) de vigilância sanitária;
Art. 3o Os níveis de saúde expressam a organização
social e econômica do País, tendo a saúde como b) de vigilância epidemiológica;
determinantes e condicionantes, entre outros, a
alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio c) de saúde do trabalhador; e
ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade
física, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e c) de saúde do trabalhador; (Redação dada pela Lei nº
serviços essenciais. (Redação dada pela Lei nº 14.572, de 2023)
12.864, de 2013)
d) de assistência terapêutica integral, inclusive
Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as farmacêutica;
ações que, por força do disposto no artigo anterior, se
destinam a garantir às pessoas e à coletividade e) de saúde bucal; (Incluída pela Lei nº 14.572, de
condições de bem-estar físico, mental e social. 2023)

TÍTULO II II - a participação na formulação da política e na


execução de ações de saneamento básico;
DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
III - a ordenação da formação de recursos humanos na à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores,
área de saúde; assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde
dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos
IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar; advindos das condições de trabalho, abrangendo:

V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele I - assistência ao trabalhador vítima de acidentes de


compreendido o do trabalho; trabalho ou portador de doença profissional e do
trabalho;
VI - a formulação da política de medicamentos,
equipamentos, imunobiológicos e outros insumos de II - participação, no âmbito de competência do Sistema
interesse para a saúde e a participação na sua produção; Único de Saúde (SUS), em estudos, pesquisas,
avaliação e controle dos riscos e agravos potenciais à
VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e saúde existentes no processo de trabalho;
substâncias de interesse para a saúde;
III - participação, no âmbito de competência do Sistema
VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e Único de Saúde (SUS), da normatização, fiscalização e
bebidas para consumo humano; controle das condições de produção, extração,
armazenamento, transporte, distribuição e manuseio de
IX - a participação no controle e na fiscalização da substâncias, de produtos, de máquinas e de
produção, transporte, guarda e utilização de substâncias equipamentos que apresentam riscos à saúde do
e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; trabalhador;

X - o incremento, em sua área de atuação, do IV - avaliação do impacto que as tecnologias provocam à


desenvolvimento científico e tecnológico; saúde;

XI - a formulação e execução da política de sangue e V - informação ao trabalhador e à sua respectiva


seus derivados. entidade sindical e às empresas sobre os riscos de
acidentes de trabalho, doença profissional e do trabalho,
XII – a formulação e a execução da política de informação bem como os resultados de fiscalizações, avaliações
e assistência toxicológica e de logística de antídotos e ambientais e exames de saúde, de admissão, periódicos
medicamentos utilizados em intoxicações. (Incluído pela e de demissão, respeitados os preceitos da ética
Lei nº 14.715, de 2023) profissional;

§ 1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de VI - participação na normatização, fiscalização e controle


ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à dos serviços de saúde do trabalhador nas instituições e
saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes empresas públicas e privadas;
do meio ambiente, da produção e circulação de bens e
da prestação de serviços de interesse da saúde, VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças
abrangendo: originadas no processo de trabalho, tendo na sua
elaboração a colaboração das entidades sindicais; e
I - o controle de bens de consumo que, direta ou
indiretamente, se relacionem com a saúde, VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de
compreendidas todas as etapas e processos, da requerer ao órgão competente a interdição de máquina,
produção ao consumo; e de setor de serviço ou de todo ambiente de trabalho,
quando houver exposição a risco iminente para a vida ou
II - o controle da prestação de serviços que se relacionam saúde dos trabalhadores.
direta ou indiretamente com a saúde.
§ 4º Entende-se por saúde bucal o conjunto articulado de
§ 2º Entende-se por vigilância epidemiológica um ações, em todos os níveis de complexidade, que visem a
conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a garantir promoção, prevenção, recuperação e
detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores reabilitação odontológica, individual e coletiva, inseridas
determinantes e condicionantes de saúde individual ou no contexto da integralidade da atenção à saúde.
coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as (Incluído pela Lei nº 14.572, de 2023)
medidas de prevenção e controle das doenças ou
agravos. § 5º Entende-se por assistência toxicológica, a que se
refere o inciso XII do caput deste artigo, o conjunto de
§ 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta ações e serviços de prevenção, diagnóstico e tratamento
lei, um conjunto de atividades que se destina, através das das intoxicações agudas e crônicas decorrentes da
ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, exposição a substâncias químicas, medicamentos e
toxinas de animais peçonhentos e de plantas tóxicas.
(Incluído pela Lei nº 14.715, de 2023) XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos,
materiais e humanos da União, dos Estados, do Distrito
Art. 6ºA. As diferentes instâncias gestoras do Sistema Federal e dos Municípios na prestação de serviços de
Único de Saúde (SUS) ficam obrigadas a disponibilizar assistência à saúde da população;
nas respectivas páginas eletrônicas na internet os
estoques de medicamentos das farmácias públicas que XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os
estiverem sob sua gestão, com atualização quinzenal, de níveis de assistência; e
forma acessível ao cidadão comum. (Incluído pela Lei
nº 14.654, de 2023) Vigência XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar
duplicidade de meios para fins idênticos.
CAPÍTULO II
XIV – organização de atendimento público específico e
Dos Princípios e Diretrizes especializado para mulheres e vítimas de violência
doméstica em geral, que garanta, entre outros,
Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os atendimento, acompanhamento psicológico e cirurgias
serviços privados contratados ou conveniados que plásticas reparadoras, em conformidade com a Lei nº
integram o Sistema Único de Saúde (SUS), são 12.845, de 1º de agosto de 2013. (Redação dada
desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no pela Lei nº 13.427, de 2017)
art. 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos
seguintes princípios: XV – proteção integral dos direitos humanos de todos os
usuários e especial atenção à identificação de maus-
I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em tratos, de negligência e de violência sexual praticados
todos os níveis de assistência; contra crianças e adolescentes. (Incluído pela Lei nº
14.679, de 2023)
II - integralidade de assistência, entendida como conjunto
articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e CAPÍTULO III
curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso
em todos os níveis de complexidade do sistema; Da Organização, da Direção e da Gestão

III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de Art. 8º As ações e serviços de saúde, executados pelo
sua integridade física e moral; Sistema Único de Saúde (SUS), seja diretamente ou
mediante participação complementar da iniciativa
IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos privada, serão organizados de forma regionalizada e
ou privilégios de qualquer espécie; hierarquizada em níveis de complexidade crescente.

V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua Art. 9º A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é
saúde; única, de acordo com o inciso I do art. 198 da
Constituição Federal, sendo exercida em cada esfera de
VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos governo pelos seguintes órgãos:
serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário;
I - no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde;
VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento
de prioridades, a alocação de recursos e a orientação II - no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela
programática; respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente; e

VIII - participação da comunidade; III - no âmbito dos Municípios, pela respectiva Secretaria
de Saúde ou órgão equivalente.
IX - descentralização político-administrativa, com direção
única em cada esfera de governo: Art. 10. Os municípios poderão constituir consórcios para
desenvolver em conjunto as ações e os serviços de
a) ênfase na descentralização dos serviços para os saúde que lhes correspondam.
municípios;
§ 1º Aplica-se aos consórcios administrativos
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços intermunicipais o princípio da direção única, e os
de saúde; respectivos atos constitutivos disporão sobre sua
observância.
X - integração em nível executivo das ações de saúde,
meio ambiente e saneamento básico;
§ 2º No nível municipal, o Sistema Único de Saúde conselhos de saúde; (Incluído pela Lei nº 12.466,
(SUS), poderá organizar-se em distritos de forma a de 2011).
integrar e articular recursos, técnicas e práticas voltadas
para a cobertura total das ações de saúde. II - definir diretrizes, de âmbito nacional, regional e
intermunicipal, a respeito da organização das redes de
Art. 11. (Vetado). ações e serviços de saúde, principalmente no tocante à
sua governança institucional e à integração das ações e
Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais de âmbito serviços dos entes federados; (Incluído pela Lei nº
nacional, subordinadas ao Conselho Nacional de Saúde, 12.466, de 2011).
integradas pelos Ministérios e órgãos competentes e por
entidades representativas da sociedade civil. III - fixar diretrizes sobre as regiões de saúde, distrito
sanitário, integração de territórios, referência e
Parágrafo único. As comissões intersetoriais terão a contrarreferência e demais aspectos vinculados à
finalidade de articular políticas e programas de interesse integração das ações e serviços de saúde entre os entes
para a saúde, cuja execução envolva áreas não federados. (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
compreendidas no âmbito do Sistema Único de Saúde
(SUS). Art. 14-B. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde
(Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias
Art. 13. A articulação das políticas e programas, a cargo Municipais de Saúde (Conasems) são reconhecidos
das comissões intersetoriais, abrangerá, em especial, as como entidades representativas dos entes estaduais e
seguintes atividades: municipais para tratar de matérias referentes à saúde e
declarados de utilidade pública e de relevante função
I - alimentação e nutrição; social, na forma do regulamento. (Incluído pela Lei
nº 12.466, de 2011).
II - saneamento e meio ambiente;
§ 1o O Conass e o Conasems receberão recursos do
III - vigilância sanitária e farmacoepidemiologia; orçamento geral da União por meio do Fundo Nacional
de Saúde, para auxiliar no custeio de suas despesas
IV - recursos humanos; institucionais, podendo ainda celebrar convênios com a
União. (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
V - ciência e tecnologia; e
§ 2o Os Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde
VI - saúde do trabalhador. (Cosems) são reconhecidos como entidades que
representam os entes municipais, no âmbito estadual,
Art. 14. Deverão ser criadas Comissões Permanentes de para tratar de matérias referentes à saúde, desde que
integração entre os serviços de saúde e as instituições vinculados institucionalmente ao Conasems, na forma
de ensino profissional e superior. que dispuserem seus estatutos. (Incluído pela Lei
nº 12.466, de 2011).
Parágrafo único. Cada uma dessas comissões terá por
finalidade propor prioridades, métodos e estratégias para
CAPÍTULO IV
a formação e educação continuada dos recursos
humanos do Sistema Único de Saúde (SUS), na esfera
Da Competência e das Atribuições
correspondente, assim como em relação à pesquisa e à
cooperação técnica entre essas instituições.
Seção I
Art. 14-A. As Comissões Intergestores Bipartite e
Das Atribuições Comuns
Tripartite são reconhecidas como foros de negociação e
pactuação entre gestores, quanto aos aspectos
Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
operacionais do Sistema Único de Saúde (SUS).
Municípios exercerão, em seu âmbito administrativo, as
(Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
seguintes atribuições:
Parágrafo único. A atuação das Comissões Intergestores I - definição das instâncias e mecanismos de controle,
Bipartite e Tripartite terá por objetivo: (Incluído pela avaliação e de fiscalização das ações e serviços de
Lei nº 12.466, de 2011). saúde;

I - decidir sobre os aspectos operacionais, financeiros e II - administração dos recursos orçamentários e


administrativos da gestão compartilhada do SUS, em financeiros destinados, em cada ano, à saúde;
conformidade com a definição da política
consubstanciada em planos de saúde, aprovados pelos
III - acompanhamento, avaliação e divulgação do nível de representativas da sociedade civil para a definição e
saúde da população e das condições ambientais; controle dos padrões éticos para pesquisa, ações e
serviços de saúde;
IV - organização e coordenação do sistema de
informação de saúde; XVIII - promover a articulação da política e dos planos de
saúde;
V - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de
padrões de qualidade e parâmetros de custos que XIX - realizar pesquisas e estudos na área de saúde;
caracterizam a assistência à saúde;
XX - definir as instâncias e mecanismos de controle e
VI - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de fiscalização inerentes ao poder de polícia sanitária;
padrões de qualidade para promoção da saúde do
trabalhador; XXI - fomentar, coordenar e executar programas e
projetos estratégicos e de atendimento emergencial.
VII - participação de formulação da política e da
execução das ações de saneamento básico e Seção II
colaboração na proteção e recuperação do meio
ambiente; Da Competência

VIII - elaboração e atualização periódica do plano de Art. 16. A direção nacional do Sistema Único da Saúde
saúde; (SUS) compete:

IX - participação na formulação e na execução da política Art. 16. À direção nacional do SUS compete: (Redação
de formação e desenvolvimento de recursos humanos dada pela Lei nº 14.572, de 2023)
para a saúde;
I - formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e
X - elaboração da proposta orçamentária do Sistema nutrição;
Único de Saúde (SUS), de conformidade com o plano de
saúde; II - participar na formulação e na implementação das
políticas:
XI - elaboração de normas para regular as atividades de
serviços privados de saúde, tendo em vista a sua a) de controle das agressões ao meio ambiente;
relevância pública;
b) de saneamento básico; e
XII - realização de operações externas de natureza
financeira de interesse da saúde, autorizadas pelo c) relativas às condições e aos ambientes de trabalho;
Senado Federal;
III - definir e coordenar os sistemas:
XIII - para atendimento de necessidades coletivas,
urgentes e transitórias, decorrentes de situações de a) de redes integradas de assistência de alta
perigo iminente, de calamidade pública ou de irrupção de complexidade;
epidemias, a autoridade competente da esfera
administrativa correspondente poderá requisitar bens e b) de rede de laboratórios de saúde pública;
serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas,
sendo-lhes assegurada justa indenização; (Vide ADIN c) de vigilância epidemiológica; e
3454)
d) vigilância sanitária;
XIV - implementar o Sistema Nacional de Sangue,
Componentes e Derivados; IV - participar da definição de normas e mecanismos de
controle, com órgão afins, de agravo sobre o meio
XV - propor a celebração de convênios, acordos e ambiente ou dele decorrentes, que tenham repercussão
protocolos internacionais relativos à saúde, saneamento na saúde humana;
e meio ambiente;
V - participar da definição de normas, critérios e padrões
XVI - elaborar normas técnico-científicas de promoção, para o controle das condições e dos ambientes de
proteção e recuperação da saúde; trabalho e coordenar a política de saúde do trabalhador;

XVII - promover articulação com os órgãos de VI - coordenar e participar na execução das ações de
fiscalização do exercício profissional e outras entidades vigilância epidemiológica;
XX - definir as diretrizes e as normas para a estruturação
VII - estabelecer normas e executar a vigilância sanitária física e organizacional dos serviços de saúde bucal.
de portos, aeroportos e fronteiras, podendo a execução (Incluído pela Lei nº 14.572, de 2023)
ser complementada pelos Estados, Distrito Federal e
Municípios; Parágrafo único. A União poderá executar ações de
vigilância epidemiológica e sanitária em circunstâncias
VIII - estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o especiais, como na ocorrência de agravos inusitados à
controle da qualidade sanitária de produtos, substâncias saúde, que possam escapar do controle da direção
e serviços de consumo e uso humano; estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) ou que
representem risco de disseminação nacional.
IX - promover articulação com os órgãos educacionais e
de fiscalização do exercício profissional, bem como com § 1º A União poderá executar ações de vigilância
entidades representativas de formação de recursos epidemiológica e sanitária em circunstâncias especiais,
humanos na área de saúde; como na ocorrência de agravos inusitados à saúde, que
possam escapar do controle da direção estadual do
X - formular, avaliar, elaborar normas e participar na Sistema Único de Saúde (SUS) ou que representem risco
execução da política nacional e produção de insumos e de disseminação nacional. (Renumerado do parágrafo
equipamentos para a saúde, em articulação com os único pela Lei nº 14.141, de 2021)
demais órgãos governamentais;
§ 2º Em situações epidemiológicas que caracterizem
XI - identificar os serviços estaduais e municipais de emergência em saúde pública, poderá ser adotado
referência nacional para o estabelecimento de padrões procedimento simplificado para a remessa de patrimônio
técnicos de assistência à saúde; genético ao exterior, na forma do regulamento.
(Incluído pela Lei nº 14.141, de 2021)
XII - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e
substâncias de interesse para a saúde; § 3º Os benefícios resultantes da exploração econômica
de produto acabado ou material reprodutivo oriundo de
XIII - prestar cooperação técnica e financeira aos acesso ao patrimônio genético de que trata o § 2º deste
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para o
artigo serão repartidos nos termos da Lei nº 13.123, de
aperfeiçoamento da sua atuação institucional;
20 de maio de 2015. (Incluído pela Lei nº 14.141, de
2021)
XIV - elaborar normas para regular as relações entre o
Sistema Único de Saúde (SUS) e os serviços privados
Art. 17. À direção estadual do Sistema Único de Saúde
contratados de assistência à saúde;
(SUS) compete:
XV - promover a descentralização para as Unidades
I - promover a descentralização para os Municípios dos
Federadas e para os Municípios, dos serviços e ações de
serviços e das ações de saúde;.
saúde, respectivamente, de abrangência estadual e
municipal;
II - acompanhar, controlar e avaliar as redes
hierarquizadas do Sistema Único de Saúde (SUS);
XVI - normatizar e coordenar nacionalmente o Sistema
Nacional de Sangue, Componentes e Derivados;
III - prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios e
executar supletivamente ações e serviços de saúde;
XVII - acompanhar, controlar e avaliar as ações e os
serviços de saúde, respeitadas as competências
IV - coordenar e, em caráter complementar, executar
estaduais e municipais;
ações e serviços:
XVIII - elaborar o Planejamento Estratégico Nacional no
a) de vigilância epidemiológica;
âmbito do SUS, em cooperação técnica com os Estados,
Municípios e Distrito Federal;
b) de vigilância sanitária;
XIX - estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria e
c) de alimentação e nutrição; e
coordenar a avaliação técnica e financeira do SUS em
todo o Território Nacional em cooperação técnica com os
c) de alimentação e nutrição; (Redação dada pela Lei
Estados, Municípios e Distrito Federal. (Vide Decreto
nº 14.572, de 2023)
nº 1.651, de 1995)
d) de saúde do trabalhador;
e) de saúde bucal; (Incluída pela Lei nº 14.572, de
2023) a) de vigilância epidemiológica;

V - participar, junto com os órgãos afins, do controle dos b) vigilância sanitária;


agravos do meio ambiente que tenham repercussão na
saúde humana; c) de alimentação e nutrição;

VI - participar da formulação da política e da execução de d) de saneamento básico; e


ações de saneamento básico;
d) de saneamento básico; (Redação dada pela Lei nº
VII - participar das ações de controle e avaliação das 14.572, de 2023)
condições e dos ambientes de trabalho;
e) de saúde do trabalhador;
VIII - em caráter suplementar, formular, executar,
acompanhar e avaliar a política de insumos e f) de saúde bucal; (Incluída pela Lei nº 14.572, de 2023)
equipamentos para a saúde;
V - dar execução, no âmbito municipal, à política de
IX - identificar estabelecimentos hospitalares de insumos e equipamentos para a saúde;
referência e gerir sistemas públicos de alta
complexidade, de referência estadual e regional; VI - colaborar na fiscalização das agressões ao meio
ambiente que tenham repercussão sobre a saúde
X - coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde humana e atuar, junto aos órgãos municipais, estaduais
pública e hemocentros, e gerir as unidades que e federais competentes, para controlá-las;
permaneçam em sua organização administrativa;
VII - formar consórcios administrativos intermunicipais;
XI - estabelecer normas, em caráter suplementar, para o
controle e avaliação das ações e serviços de saúde; VIII - gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros;

XII - formular normas e estabelecer padrões, em caráter IX - colaborar com a União e os Estados na execução da
suplementar, de procedimentos de controle de qualidade vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras;
para produtos e substâncias de consumo humano;
X - observado o disposto no art. 26 desta Lei, celebrar
XIII - colaborar com a União na execução da vigilância contratos e convênios com entidades prestadoras de
sanitária de portos, aeroportos e fronteiras; serviços privados de saúde, bem como controlar e avaliar
sua execução;
XIV - o acompanhamento, a avaliação e divulgação dos
indicadores de morbidade e mortalidade no âmbito da XI - controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços
unidade federada. privados de saúde;

Art. 18. À direção municipal do Sistema de Saúde (SUS) XII - normatizar complementarmente as ações e serviços
compete: públicos de saúde no seu âmbito de atuação.

Art. 18. À direção municipal do SUS compete: (Redação Art. 19. Ao Distrito Federal competem as atribuições
dada pela Lei nº 14.572, de 2023) reservadas aos Estados e aos Municípios.

I - planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os CAPÍTULO V


serviços de saúde e gerir e executar os serviços públicos
de saúde; Do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena
(Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
II - participar do planejamento, programação e
organização da rede regionalizada e hierarquizada do Art. 19-A. As ações e serviços de saúde voltados para o
Sistema Único de Saúde (SUS), em articulação com sua atendimento das populações indígenas, em todo o
direção estadual; território nacional, coletiva ou individualmente,
obedecerão ao disposto nesta Lei. (Incluído pela Lei
III - participar da execução, controle e avaliação das nº 9.836, de 1999)
ações referentes às condições e aos ambientes de
trabalho; Art. 19-B. É instituído um Subsistema de Atenção à
Saúde Indígena, componente do Sistema Único de
IV - executar serviços: Saúde – SUS, criado e definido por esta Lei, e pela Lei
no 8.142, de 28 de dezembro de 1990, com o qual § 1º-A. A rede do SUS deverá obrigatoriamente fazer o
funcionará em perfeita integração. (Incluído pela Lei registro e a notificação da declaração de raça ou cor,
nº 9.836, de 1999) garantindo a identificação de todos os indígenas
atendidos nos sistemas públicos de saúde. (Incluído
Art. 19-C. Caberá à União, com seus recursos próprios, pela Lei nº 14.021, de 2020)
financiar o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena.
(Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) § 1º-B. A União deverá integrar os sistemas de
informação da rede do SUS com os dados do
Art. 19-D. O SUS promoverá a articulação do Subsistema Subsistema de Atenção à Saúde Indígena. (Incluído
instituído por esta Lei com os órgãos responsáveis pela pela Lei nº 14.021, de 2020)
Política Indígena do País. (Incluído pela Lei nº 9.836,
de 1999) § 2o O SUS servirá de retaguarda e referência ao
Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, devendo,
Art. 19-E. Os Estados, Municípios, outras instituições para isso, ocorrer adaptações na estrutura e organização
governamentais e não-governamentais poderão atuar do SUS nas regiões onde residem as populações
complementarmente no custeio e execução das ações. indígenas, para propiciar essa integração e o
(Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) atendimento necessário em todos os níveis, sem
discriminações. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
§ 1º A União instituirá mecanismo de financiamento
específico para os Estados, o Distrito Federal e os § 3o As populações indígenas devem ter acesso
Municípios, sempre que houver necessidade de atenção garantido ao SUS, em âmbito local, regional e de centros
secundária e terciária fora dos territórios indígenas. especializados, de acordo com suas necessidades,
(Incluído pela Lei nº 14.021, de 2020) compreendendo a atenção primária, secundária e
terciária à saúde. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
§ 2º Em situações emergenciais e de calamidade pública:
(Incluído pela Lei nº 14.021, de 2020) Art. 19-H. As populações indígenas terão direito a
participar dos organismos colegiados de formulação,
I - a União deverá assegurar aporte adicional de recursos acompanhamento e avaliação das políticas de saúde,
não previstos nos planos de saúde dos Distritos tais como o Conselho Nacional de Saúde e os Conselhos
Sanitários Especiais Indígenas (Dseis) ao Subsistema de Estaduais e Municipais de Saúde, quando for o caso.
Atenção à Saúde Indígena; (Incluído pela Lei nº (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
14.021, de 2020)
CAPÍTULO VI
II - deverá ser garantida a inclusão dos povos indígenas
nos planos emergenciais para atendimento dos DO SUBSISTEMA DE ATENDIMENTO E INTERNAÇÃO
pacientes graves das Secretarias Municipais e Estaduais DOMICILIAR
de Saúde, explicitados os fluxos e as referências para o (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
atendimento em tempo oportuno. (Incluído pela Lei
nº 14.021, de 2020) Art. 19-I. São estabelecidos, no âmbito do Sistema Único
de Saúde, o atendimento domiciliar e a internação
Art. 19-F. Dever-se-á obrigatoriamente levar em domiciliar. (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
consideração a realidade local e as especificidades da
cultura dos povos indígenas e o modelo a ser adotado § 1o Na modalidade de assistência de atendimento e
para a atenção à saúde indígena, que se deve pautar por internação domiciliares incluem-se, principalmente, os
uma abordagem diferenciada e global, contemplando os procedimentos médicos, de enfermagem,
aspectos de assistência à saúde, saneamento básico, fisioterapêuticos, psicológicos e de assistência social,
nutrição, habitação, meio ambiente, demarcação de entre outros necessários ao cuidado integral dos
terras, educação sanitária e integração institucional. pacientes em seu domicílio. (Incluído pela Lei nº
(Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) 10.424, de 2002)

Art. 19-G. O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena § 2o O atendimento e a internação domiciliares serão
deverá ser, como o SUS, descentralizado, hierarquizado realizados por equipes multidisciplinares que atuarão nos
e regionalizado. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) níveis da medicina preventiva, terapêutica e
reabilitadora. (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
§ 1o O Subsistema de que trata o caput deste artigo terá
como base os Distritos Sanitários Especiais Indígenas. § 3o O atendimento e a internação domiciliares só
(Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) poderão ser realizados por indicação médica, com
expressa concordância do paciente e de sua família. § 2º-A Em caso de atendimento com sedação, a eventual
(Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002) renúncia da paciente ao direito previsto neste artigo
deverá ser feita por escrito, após o esclarecimento dos
CAPÍTULO VII seus direitos, com no mínimo 24 (vinte e quatro) horas de
DO SUBSISTEMA DE ACOMPANHAMENTO DURANTE antecedência, assinada por ela e arquivada em seu
O TRABALHO DE PARTO, PARTO E PÓS-PARTO prontuário. (Incluído pela Lei nº 14.737, de 2023)
IMEDIATO
(Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005) § 3o Ficam os hospitais de todo o País obrigados a
manter, em local visível de suas dependências, aviso
CAPÍTULO VII informando sobre o direito estabelecido no caput deste
(Redação dada pela Lei nº 14.737, de 2023) artigo. (Incluído pela Lei nº 12.895, de 2013)
DO SUBSISTEMA DE ACOMPANHAMENTO À MULHER
NOS SERVIÇOS DE SAÚDE § 3º As unidades de saúde de todo o País ficam
obrigadas a manter, em local visível de suas
Art. 19-J. Os serviços de saúde do Sistema Único de dependências, aviso que informe sobre o direito
Saúde - SUS, da rede própria ou conveniada, ficam estabelecido neste artigo. (Redação dada pela Lei nº
obrigados a permitir a presença, junto à parturiente, de 1 14.737, de 2023)
(um) acompanhante durante todo o período de trabalho
de parto, parto e pós-parto imediato. (Incluído pela § 4º No caso de atendimento realizado em centro
Lei nº 11.108, de 2005) cirúrgico ou unidade de terapia intensiva com restrições
relacionadas à segurança ou à saúde dos pacientes,
Art. 19-J. Em consultas, exames e procedimentos devidamente justificadas pelo corpo clínico, somente
realizados em unidades de saúde públicas ou privadas, será admitido acompanhante que seja profissional de
toda mulher tem o direito de fazer-se acompanhar por saúde. (Incluído pela Lei nº 14.737, de 2023)
pessoa maior de idade, durante todo o período do
atendimento, independentemente de notificação prévia. § 5º Em casos de urgência e emergência, os profissionais
(Redação dada pela Lei nº 14.737, de 2023) de saúde ficam autorizados a agir na proteção e defesa
da saúde e da vida da paciente, ainda que na ausência
§ 1o O acompanhante de que trata o caput deste artigo do acompanhante requerido. (Incluído pela Lei nº
será indicado pela parturiente. (Incluído pela Lei nº 14.737, de 2023)
11.108, de 2005)
Art. 19-L. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.108,
§ 1º O acompanhante de que trata o caput deste artigo de 2005)
será de livre indicação da paciente ou, nos casos em que
ela esteja impossibilitada de manifestar sua vontade, de CAPÍTULO VIII
seu representante legal, e estará obrigado a preservar o
sigilo das informações de saúde de que tiver (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
conhecimento em razão do acompanhamento.
(Redação dada pela Lei nº 14.737, de 2023) DA ASSISTÊNCIA TERAPÊUTICA E DA
INCORPORAÇÃO DE TECNOLOGIA EM SAÚDE”
§ 2o As ações destinadas a viabilizar o pleno exercício
dos direitos de que trata este artigo constarão do Art. 19-M. A assistência terapêutica integral a que se
regulamento da lei, a ser elaborado pelo órgão refere a alínea d do inciso I do art. 6o consiste em:
competente do Poder Executivo. (Incluído pela Lei nº (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
11.108, de 2005)
I - dispensação de medicamentos e produtos de
§ 2º No caso de atendimento que envolva qualquer tipo interesse para a saúde, cuja prescrição esteja em
de sedação ou rebaixamento do nível de consciência, conformidade com as diretrizes terapêuticas definidas
caso a paciente não indique acompanhante, a unidade em protocolo clínico para a doença ou o agravo à saúde
de saúde responsável pelo atendimento indicará pessoa a ser tratado ou, na falta do protocolo, em conformidade
para acompanhá-la, preferencialmente profissional de com o disposto no art. 19-P; (Incluído pela Lei nº
saúde do sexo feminino, sem custo adicional para a 12.401, de 2011)
paciente, que poderá recusar o nome indicado e solicitar
a indicação de outro, independentemente de justificativa, II - oferta de procedimentos terapêuticos, em regime
registrando-se o nome escolhido no documento gerado domiciliar, ambulatorial e hospitalar, constantes de
durante o atendimento. (Redação dada pela Lei nº tabelas elaboradas pelo gestor federal do Sistema Único
14.737, de 2023) de Saúde - SUS, realizados no território nacional por
serviço próprio, conveniado ou contratado.
Art. 19-Q. A incorporação, a exclusão ou a alteração pelo
Art. 19-N. Para os efeitos do disposto no art. 19-M, são SUS de novos medicamentos, produtos e
adotadas as seguintes definições: (Incluído pela Lei procedimentos, bem como a constituição ou a alteração
nº 12.401, de 2011) de protocolo clínico ou de diretriz terapêutica, são
atribuições do Ministério da Saúde, assessorado pela
I - produtos de interesse para a saúde: órteses, próteses, Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no
bolsas coletoras e equipamentos médicos; (Incluído SUS. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
pela Lei nº 12.401, de 2011)
§ 1o A Comissão Nacional de Incorporação de
II - protocolo clínico e diretriz terapêutica: documento que Tecnologias no SUS, cuja composição e regimento são
estabelece critérios para o diagnóstico da doença ou do definidos em regulamento, contará com a participação de
agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os 1 (um) representante indicado pelo Conselho Nacional de
medicamentos e demais produtos apropriados, quando Saúde e de 1 (um) representante, especialista na área,
couber; as posologias recomendadas; os mecanismos de indicado pelo Conselho Federal de Medicina.
controle clínico; e o acompanhamento e a verificação dos (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
resultados terapêuticos, a serem seguidos pelos
gestores do SUS. (Incluído pela Lei nº 12.401, de § 1º A Comissão Nacional de Incorporação de
2011) Tecnologias no SUS, cuja composição e regimento são
definidos em regulamento, contará com a participação de
Art. 19-O. Os protocolos clínicos e as diretrizes 1 (um) representante indicado pelo Conselho Nacional de
terapêuticas deverão estabelecer os medicamentos ou Saúde, de 1 (um) representante, especialista na área,
produtos necessários nas diferentes fases evolutivas da indicado pelo Conselho Federal de Medicina e de 1 (um)
doença ou do agravo à saúde de que tratam, bem como representante, especialista na área, indicado pela
aqueles indicados em casos de perda de eficácia e de Associação Médica Brasileira. (Redação dada pela
surgimento de intolerância ou reação adversa relevante, Lei nº 14.655, de 2023)
provocadas pelo medicamento, produto ou procedimento
de primeira escolha. (Incluído pela Lei nº 12.401, de § 2o O relatório da Comissão Nacional de Incorporação
2011) de Tecnologias no SUS levará em consideração,
necessariamente: (Incluído pela Lei nº 12.401, de
Parágrafo único. Em qualquer caso, os medicamentos 2011)
ou produtos de que trata o caput deste artigo serão
aqueles avaliados quanto à sua eficácia, segurança, I - as evidências científicas sobre a eficácia, a acurácia,
efetividade e custo-efetividade para as diferentes fases a efetividade e a segurança do medicamento, produto ou
evolutivas da doença ou do agravo à saúde de que trata procedimento objeto do processo, acatadas pelo órgão
o protocolo. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) competente para o registro ou a autorização de uso;
(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
Art. 19-P. Na falta de protocolo clínico ou de diretriz
terapêutica, a dispensação será realizada: (Incluído II - a avaliação econômica comparativa dos benefícios e
pela Lei nº 12.401, de 2011) dos custos em relação às tecnologias já incorporadas,
inclusive no que se refere aos atendimentos domiciliar,
I - com base nas relações de medicamentos instituídas ambulatorial ou hospitalar, quando cabível. (Incluído
pelo gestor federal do SUS, observadas as competências pela Lei nº 12.401, de 2011)
estabelecidas nesta Lei, e a responsabilidade pelo
fornecimento será pactuada na Comissão Intergestores § 3º As metodologias empregadas na avaliação
Tripartite; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) econômica a que se refere o inciso II do § 2º deste artigo
serão dispostas em regulamento e amplamente
II - no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, de divulgadas, inclusive em relação aos indicadores e
forma suplementar, com base nas relações de parâmetros de custo-efetividade utilizados em
medicamentos instituídas pelos gestores estaduais do combinação com outros critérios. (Incluído pela Lei nº
SUS, e a responsabilidade pelo fornecimento será 14.313, de 2022)
pactuada na Comissão Intergestores Bipartite;
(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) Art. 19-R. A incorporação, a exclusão e a alteração a que
se refere o art. 19-Q serão efetuadas mediante a
III - no âmbito de cada Município, de forma suplementar, instauração de processo administrativo, a ser concluído
com base nas relações de medicamentos instituídas em prazo não superior a 180 (cento e oitenta) dias,
pelos gestores municipais do SUS, e a responsabilidade contado da data em que foi protocolado o pedido,
pelo fornecimento será pactuada no Conselho Municipal admitida a sua prorrogação por 90 (noventa) dias
de Saúde. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
corridos, quando as circunstâncias exigirem. Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no
(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) Sistema Único de Saúde (Conitec), demonstradas as
evidências científicas sobre a eficácia, a acurácia, a
§ 1o O processo de que trata o caput deste artigo efetividade e a segurança, e esteja padronizado em
observará, no que couber, o disposto na Lei no 9.784, de protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde;
29 de janeiro de 1999, e as seguintes determinações (Incluído pela Lei nº 14.313, de 2022)
especiais: (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
II - medicamento e produto recomendados pela Conitec
I - apresentação pelo interessado dos documentos e, se e adquiridos por intermédio de organismos multilaterais
cabível, das amostras de produtos, na forma do internacionais, para uso em programas de saúde pública
regulamento, com informações necessárias para o do Ministério da Saúde e suas entidades vinculadas, nos
atendimento do disposto no § 2o do art. 19-Q; (Incluído termos do § 5º do art. 8º da Lei nº 9.782, de 26 de janeiro
pela Lei nº 12.401, de 2011) de 1999. (Incluído pela Lei nº 14.313, de 2022)

II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) Art. 19-U. A responsabilidade financeira pelo
fornecimento de medicamentos, produtos de interesse
III - realização de consulta pública que inclua a para a saúde ou procedimentos de que trata este
divulgação do parecer emitido pela Comissão Nacional Capítulo será pactuada na Comissão Intergestores
de Incorporação de Tecnologias no SUS; (Incluído Tripartite. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
pela Lei nº 12.401, de 2011)
TÍTULO III
IV - realização de audiência pública, antes da tomada de
decisão, se a relevância da matéria justificar o evento. DOS SERVIÇOS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA À
(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) SAÙDE

V - distribuição aleatória, respeitadas a especialização e CAPÍTULO I


a competência técnica requeridas para a análise da
matéria; (Incluído pela Lei nº 14.313, de 2022) Do Funcionamento

VI - publicidade dos atos processuais. (Incluído pela Art. 20. Os serviços privados de assistência à saúde
Lei nº 14.313, de 2022) caracterizam-se pela atuação, por iniciativa própria, de
profissionais liberais, legalmente habilitados, e de
§ 2o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.401, de pessoas jurídicas de direito privado na promoção,
proteção e recuperação da saúde.
2011)
Art. 21. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
Art. 19-S. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.401,
de 2011)
Art. 22. Na prestação de serviços privados de assistência
à saúde, serão observados os princípios éticos e as
Art. 19-T. São vedados, em todas as esferas de gestão
normas expedidas pelo órgão de direção do Sistema
do SUS: (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
Único de Saúde (SUS) quanto às condições para seu
funcionamento.
I - o pagamento, o ressarcimento ou o reembolso de
medicamento, produto e procedimento clínico ou
Art. 23. É vedada a participação direta ou indireta de
cirúrgico experimental, ou de uso não autorizado pela
empresas ou de capitais estrangeiros na assistência à
Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA;
saúde, salvo através de doações de organismos
(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
internacionais vinculados à Organização das Nações
Unidas, de entidades de cooperação técnica e de
II - a dispensação, o pagamento, o ressarcimento ou o financiamento e empréstimos.
reembolso de medicamento e produto, nacional ou
importado, sem registro na Anvisa. (Incluído pela Lei
§ 1° Em qualquer caso é obrigatória a autorização do
nº 12.401, de 2011)
órgão de direção nacional do Sistema Único de Saúde
(SUS), submetendo-se a seu controle as atividades que
Parágrafo único. Excetuam-se do disposto neste artigo: forem desenvolvidas e os instrumentos que forem
(Incluído pela Lei nº 14.313, de 2022) firmados.

I - medicamento e produto em que a indicação de uso § 2° Excetuam-se do disposto neste artigo os serviços de
seja distinta daquela aprovada no registro na Anvisa, saúde mantidos, sem finalidade lucrativa, por empresas,
desde que seu uso tenha sido recomendado pela
para atendimento de seus empregados e dependentes, § 1° Na fixação dos critérios, valores, formas de reajuste
sem qualquer ônus para a seguridade social. e de pagamento da remuneração aludida neste artigo, a
direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS)
Art. 23. É permitida a participação direta ou indireta, deverá fundamentar seu ato em demonstrativo
inclusive controle, de empresas ou de capital estrangeiro econômico-financeiro que garanta a efetiva qualidade de
na assistência à saúde nos seguintes casos: execução dos serviços contratados.
(Redação dada pela Lei nº 13.097, de 2015)
§ 2° Os serviços contratados submeter-se-ão às normas
I - doações de organismos internacionais vinculados à técnicas e administrativas e aos princípios e diretrizes do
Organização das Nações Unidas, de entidades de Sistema Único de Saúde (SUS), mantido o equilíbrio
cooperação técnica e de financiamento e empréstimos; econômico e financeiro do contrato.
(Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)
§ 3° (Vetado).
II - pessoas jurídicas destinadas a instalar,
operacionalizar ou explorar: (Incluído pela Lei nº § 4° Aos proprietários, administradores e dirigentes de
13.097, de 2015) entidades ou serviços contratados é vedado exercer
cargo de chefia ou função de confiança no Sistema Único
a) hospital geral, inclusive filantrópico, hospital de Saúde (SUS).
especializado, policlínica, clínica geral e clínica
especializada; e (Incluído pela Lei nº 13.097, de § 5º Os valores a que se refere o caput deste artigo, para
2015) o conjunto das remunerações dos serviços de saúde,
serão definidos no mês de dezembro de cada ano, por
b) ações e pesquisas de planejamento familiar; meio de ato do Ministério da Saúde, devendo-se buscar
(Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015) a garantia da qualidade do atendimento, o equilíbrio
econômico-financeiro na prestação dos serviços e a
III - serviços de saúde mantidos, sem finalidade lucrativa, preservação do valor real destinado à remuneração de
por empresas, para atendimento de seus empregados e serviços, observada a disponibilidade orçamentária e
dependentes, sem qualquer ônus para a seguridade financeira. (Incluído pela Lei nº 14.820, de 2024)
social; e (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)
TÍTULO III-A
IV - demais casos previstos em legislação específica.
(Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015) (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)

CAPÍTULO II DA TELESSAÚDE

Da Participação Complementar Art. 26-A. A telessaúde abrange a prestação remota de


serviços relacionados a todas as profissões da área da
Art. 24. Quando as suas disponibilidades forem saúde regulamentadas pelos órgãos competentes do
insuficientes para garantir a cobertura assistencial à Poder Executivo federal e obedecerá aos seguintes
população de uma determinada área, o Sistema Único de princípios: (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
Saúde (SUS) poderá recorrer aos serviços ofertados pela
iniciativa privada. I - autonomia do profissional de saúde; (Incluído pela
Lei nº 14.510, de 2022)
Parágrafo único. A participação complementar dos
serviços privados será formalizada mediante contrato ou II - consentimento livre e informado do paciente;
convênio, observadas, a respeito, as normas de direito
público. III - direito de recusa ao atendimento na modalidade
telessaúde, com a garantia do atendimento presencial
Art. 25. Na hipótese do artigo anterior, as entidades sempre que solicitado; (Incluído pela Lei nº 14.510, de
filantrópicas e as sem fins lucrativos terão preferência 2022)
para participar do Sistema Único de Saúde (SUS).
IV - dignidade e valorização do profissional de saúde;
Art. 26. Os critérios e valores para a remuneração de (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
serviços e os parâmetros de cobertura assistencial serão
estabelecidos pela direção nacional do Sistema Único de V - assistência segura e com qualidade ao paciente;
Saúde (SUS), aprovados no Conselho Nacional de (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
Saúde.
VI - confidencialidade dos dados; (Incluído pela Lei nº
14.510, de 2022) I - ser realizada por consentimento livre e esclarecido do
paciente, ou de seu representante legal, e sob
VII - promoção da universalização do acesso dos responsabilidade do profissional de saúde; (Incluído
brasileiros às ações e aos serviços de saúde; (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
pela Lei nº 14.510, de 2022)
II - prestar obediência aos ditames das Leis nºs 12.965,
VIII - estrita observância das atribuições legais de cada de 23 de abril de 2014 (Marco Civil da Internet), 12.842,
profissão; (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022) de 10 de julho de 2013 (Lei do Ato Médico), 13.709, de
14 de agosto de 2018 (Lei Geral de Proteção de Dados),
IX - responsabilidade digital. (Incluído pela Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 (Código de Defesa do
14.510, de 2022) Consumidor) e, nas hipóteses cabíveis, aos ditames da
Lei nº 13.787, de 27 de dezembro de 2018 (Lei do
Art. 26-B. Para fins desta Lei, considera-se telessaúde a Prontuário Eletrônico). (Incluído pela Lei nº 14.510, de
modalidade de prestação de serviços de saúde a 2022)
distância, por meio da utilização das tecnologias da
informação e da comunicação, que envolve, entre outros, Art. 26-H. É dispensada a inscrição secundária ou
a transmissão segura de dados e informações de saúde, complementar do profissional de saúde que exercer a
por meio de textos, de sons, de imagens ou outras formas profissão em outra jurisdição exclusivamente por meio da
adequadas. (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022) modalidade telessaúde. (Incluído pela Lei nº 14.510, de
2022)
Parágrafo único. Os atos do profissional de saúde,
quando praticados na modalidade telessaúde, terão TÍTULO IV
validade em todo o território nacional. (Incluído pela Lei
nº 14.510, de 2022) DOS RECURSOS HUMANOS

Art. 26-C. Ao profissional de saúde são asseguradas a Art. 27. A política de recursos humanos na área da saúde
liberdade e a completa independência de decidir sobre a será formalizada e executada, articuladamente, pelas
utilização ou não da telessaúde, inclusive com relação à diferentes esferas de governo, em cumprimento dos
primeira consulta, atendimento ou procedimento, e seguintes objetivos:
poderá indicar a utilização de atendimento presencial ou
optar por ele, sempre que entender necessário. I - organização de um sistema de formação de recursos
(Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022) humanos em todos os níveis de ensino, inclusive de pós-
graduação, além da elaboração de programas de
Art. 26-D. Compete aos conselhos federais de permanente aperfeiçoamento de pessoal;
fiscalização do exercício profissional a normatização
ética relativa à prestação dos serviços previstos neste II - (Vetado)
Título, aplicando-se os padrões normativos adotados
para as modalidades de atendimento presencial, no que III - (Vetado)
não colidirem com os preceitos desta Lei. (Incluído pela
Lei nº 14.510, de 2022) IV - valorização da dedicação exclusiva aos serviços do
Sistema Único de Saúde (SUS).
Art. 26-E. Na prestação de serviços por telessaúde,
serão observadas as normas expedidas pelo órgão de Parágrafo único. Os serviços públicos que integram o
direção do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto às Sistema Único de Saúde (SUS) constituem campo de
condições para seu funcionamento, observada a prática para ensino e pesquisa, mediante normas
competência dos demais órgãos reguladores. (Incluído específicas, elaboradas conjuntamente com o sistema
pela Lei nº 14.510, de 2022) educacional.

Art. 26-F. O ato normativo que pretenda restringir a Art. 28. Os cargos e funções de chefia, direção e
prestação de serviço de telessaúde deverá demonstrar a assessoramento, no âmbito do Sistema Único de Saúde
imprescindibilidade da medida para que sejam evitados (SUS), só poderão ser exercidas em regime de tempo
danos à saúde dos pacientes. (Incluído pela Lei nº integral.
14.510, de 2022)
§ 1° Os servidores que legalmente acumulam dois cargos
Art. 26-G. A prática da telessaúde deve seguir as ou empregos poderão exercer suas atividades em mais
seguintes determinações: (Incluído pela Lei nº 14.510, de um estabelecimento do Sistema Único de Saúde
de 2022) (SUS).
§ 2° O disposto no parágrafo anterior aplica-se também § 3º As ações de saneamento que venham a ser
aos servidores em regime de tempo integral, com executadas supletivamente pelo Sistema Único de
exceção dos ocupantes de cargos ou função de chefia, Saúde (SUS), serão financiadas por recursos tarifários
direção ou assessoramento. específicos e outros da União, Estados, Distrito Federal,
Municípios e, em particular, do Sistema Financeiro da
Art. 29. (Vetado). Habitação (SFH).

Art. 30. As especializações na forma de treinamento em § 4º (Vetado).


serviço sob supervisão serão regulamentadas por
Comissão Nacional, instituída de acordo com o art. 12 § 5º As atividades de pesquisa e desenvolvimento
desta Lei, garantida a participação das entidades científico e tecnológico em saúde serão co-financiadas
profissionais correspondentes. pelo Sistema Único de Saúde (SUS), pelas universidades
e pelo orçamento fiscal, além de recursos de instituições
TÍTULO V de fomento e financiamento ou de origem externa e
receita própria das instituições executoras.
DO FINANCIAMENTO
§ 6º (Vetado).
CAPÍTULO I
CAPÍTULO II
Dos Recursos
Da Gestão Financeira
Art. 31. O orçamento da seguridade social destinará ao
Sistema Único de Saúde (SUS) de acordo com a receita Art. 33. Os recursos financeiros do Sistema Único de
estimada, os recursos necessários à realização de suas Saúde (SUS) serão depositados em conta especial, em
finalidades, previstos em proposta elaborada pela sua cada esfera de sua atuação, e movimentados sob
direção nacional, com a participação dos órgãos da fiscalização dos respectivos Conselhos de Saúde.
Previdência Social e da Assistência Social, tendo em
vista as metas e prioridades estabelecidas na Lei de § 1º Na esfera federal, os recursos financeiros,
Diretrizes Orçamentárias. originários do Orçamento da Seguridade Social, de
outros Orçamentos da União, além de outras fontes,
Art. 32. São considerados de outras fontes os recursos serão administrados pelo Ministério da Saúde, através do
provenientes de: Fundo Nacional de Saúde.

I - (Vetado) § 2º (Vetado).

II - Serviços que possam ser prestados sem prejuízo da § 3º (Vetado).


assistência à saúde;
§ 4º O Ministério da Saúde acompanhará, através de seu
III - ajuda, contribuições, doações e donativos;
sistema de auditoria, a conformidade à programação
aprovada da aplicação dos recursos repassados a
IV - alienações patrimoniais e rendimentos de capital;
Estados e Municípios. Constatada a malversação, desvio
ou não aplicação dos recursos, caberá ao Ministério da
V - taxas, multas, emolumentos e preços públicos
Saúde aplicar as medidas previstas em lei.
arrecadados no âmbito do Sistema Único de Saúde
(SUS); e
Art. 34. As autoridades responsáveis pela distribuição da
receita efetivamente arrecadada transferirão
VI - rendas eventuais, inclusive comerciais e industriais.
automaticamente ao Fundo Nacional de Saúde (FNS),
observado o critério do parágrafo único deste artigo, os
§ 1° Ao Sistema Único de Saúde (SUS) caberá metade recursos financeiros correspondentes às dotações
da receita de que trata o inciso I deste artigo, apurada consignadas no Orçamento da Seguridade Social, a
mensalmente, a qual será destinada à recuperação de projetos e atividades a serem executados no âmbito do
viciados. Sistema Único de Saúde (SUS).

§ 2° As receitas geradas no âmbito do Sistema Único de Parágrafo único. Na distribuição dos recursos financeiros
Saúde (SUS) serão creditadas diretamente em contas da Seguridade Social será observada a mesma
especiais, movimentadas pela sua direção, na esfera de proporção da despesa prevista de cada área, no
poder onde forem arrecadadas. Orçamento da Seguridade Social.
Art. 35. Para o estabelecimento de valores a serem planos de saúde dos Municípios, dos Estados, do Distrito
transferidos a Estados, Distrito Federal e Municípios, Federal e da União.
será utilizada a combinação dos seguintes critérios,
segundo análise técnica de programas e projetos: § 1º Os planos de saúde serão a base das atividades e
programações de cada nível de direção do Sistema
I - perfil demográfico da região; Único de Saúde (SUS), e seu financiamento será previsto
na respectiva proposta orçamentária.
II - perfil epidemiológico da população a ser coberta;
§ 2º É vedada a transferência de recursos para o
III - características quantitativas e qualitativas da rede de financiamento de ações não previstas nos planos de
saúde na área; saúde, exceto em situações emergenciais ou de
calamidade pública, na área de saúde.
IV - desempenho técnico, econômico e financeiro no
período anterior; Art. 37. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as
diretrizes a serem observadas na elaboração dos planos
V - níveis de participação do setor saúde nos orçamentos de saúde, em função das características epidemiológicas
estaduais e municipais; e da organização dos serviços em cada jurisdição
administrativa.
VI - previsão do plano qüinqüenal de investimentos da
rede; Art. 38. Não será permitida a destinação de subvenções
e auxílios a instituições prestadoras de serviços de saúde
VII - ressarcimento do atendimento a serviços prestados com finalidade lucrativa.
para outras esferas de governo.
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
§ 1º Metade dos recursos destinados a Estados e
Municípios será distribuída segundo o quociente de sua Art. 39. (Vetado).
divisão pelo número de habitantes, independentemente
de qualquer procedimento prévio. (Revogado pela § 1º (Vetado).
Lei Complementar nº 141, de 2012) (Vide Lei nº
8.142, de 1990) § 2º (Vetado).

§ 2º Nos casos de Estados e Municípios sujeitos a notório § 3º (Vetado).


processo de migração, os critérios demográficos
mencionados nesta lei serão ponderados por outros § 4º (Vetado).
indicadores de crescimento populacional, em especial o
número de eleitores registrados. § 5º A cessão de uso dos imóveis de propriedade do
Inamps para órgãos integrantes do Sistema Único de
§ 3º (Vetado). Saúde (SUS) será feita de modo a preservá-los como
patrimônio da Seguridade Social.
§ 4º (Vetado).
§ 6º Os imóveis de que trata o parágrafo anterior serão
§ 5º (Vetado). inventariados com todos os seus acessórios,
equipamentos e outros bens móveis e ficarão disponíveis
§ 6º O disposto no parágrafo anterior não prejudica a para utilização pelo órgão de direção municipal do
atuação dos órgãos de controle interno e externo e nem Sistema Único de Saúde - SUS ou, eventualmente, pelo
a aplicação de penalidades previstas em lei, em caso de estadual, em cuja circunscrição administrativa se
irregularidades verificadas na gestão dos recursos encontrem, mediante simples termo de recebimento.
transferidos.
§ 7º (Vetado).
CAPÍTULO III
§ 8º O acesso aos serviços de informática e bases de
Do Planejamento e do Orçamento dados, mantidos pelo Ministério da Saúde e pelo
Ministério do Trabalho e da Previdência Social, será
Art. 36. O processo de planejamento e orçamento do assegurado às Secretarias Estaduais e Municipais de
Sistema Único de Saúde (SUS) será ascendente, do Saúde ou órgãos congêneres, como suporte ao processo
nível local até o federal, ouvidos seus órgãos de gestão, de forma a permitir a gerencia informatizada
deliberativos, compatibilizando-se as necessidades da das contas e a disseminação de estatísticas sanitárias e
política de saúde com a disponibilidade de recursos em epidemiológicas médico-hospitalares.
Unificados e Descentralizados de Saúde, ficarão
Art. 40. (Vetado) rescindidos à proporção que seu objeto for sendo
absorvido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Art. 41. As ações desenvolvidas pela Fundação das
Pioneiras Sociais e pelo Instituto Nacional do Câncer, Art. 51. (Vetado).
supervisionadas pela direção nacional do Sistema Único
de Saúde (SUS), permanecerão como referencial de Art. 52. Sem prejuízo de outras sanções cabíveis,
prestação de serviços, formação de recursos humanos e constitui crime de emprego irregular de verbas ou rendas
para transferência de tecnologia. públicas (Código Penal, art. 315) a utilização de recursos
financeiros do Sistema Único de Saúde (SUS) em
Art. 42. (Vetado). finalidades diversas das previstas nesta lei.

Art. 43. A gratuidade das ações e serviços de saúde fica Art. 53. (Vetado).
preservada nos serviços públicos contratados,
ressalvando-se as cláusulas dos contratos ou convênios Art. 53-A. Na qualidade de ações e serviços de saúde,
estabelecidos com as entidades privadas. as atividades de apoio à assistência à saúde são aquelas
desenvolvidas pelos laboratórios de genética humana,
Art. 44. (Vetado). produção e fornecimento de medicamentos e produtos
para saúde, laboratórios de analises clínicas, anatomia
Art. 45. Os serviços de saúde dos hospitais universitários patológica e de diagnóstico por imagem e são livres à
e de ensino integram-se ao Sistema Único de Saúde participação direta ou indireta de empresas ou de capitais
(SUS), mediante convênio, preservada a sua autonomia estrangeiros. (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)
administrativa, em relação ao patrimônio, aos recursos
humanos e financeiros, ensino, pesquisa e extensão nos Art. 54. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
limites conferidos pelas instituições a que estejam
vinculados. Art. 55. São revogadas a Lei nº. 2.312, de 3 de setembro
de 1954, a Lei nº. 6.229, de 17 de julho de 1975, e demais
§ 1º Os serviços de saúde de sistemas estaduais e disposições em contrário.
municipais de previdência social deverão integrar-se à
direção correspondente do Sistema Único de Saúde
(SUS), conforme seu âmbito de atuação, bem como
quaisquer outros órgãos e serviços de saúde.

§ 2º Em tempo de paz e havendo interesse recíproco, os


serviços de saúde das Forças Armadas poderão integrar-
se ao Sistema Único de Saúde (SUS), conforme se
dispuser em convênio que, para esse fim, for firmado.

Art. 46. o Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecerá


mecanismos de incentivos à participação do setor
privado no investimento em ciência e tecnologia e
estimulará a transferência de tecnologia das
universidades e institutos de pesquisa aos serviços de
saúde nos Estados, Distrito Federal e Municípios, e às
empresas nacionais.

Art. 47. O Ministério da Saúde, em articulação com os


níveis estaduais e municipais do Sistema Único de
Saúde (SUS), organizará, no prazo de dois anos, um
sistema nacional de informações em saúde, integrado
em todo o território nacional, abrangendo questões
epidemiológicas e de prestação de serviços.

Art. 48. (Vetado).

Art. 49. (Vetado).

Art. 50. Os convênios entre a União, os Estados e os


Municípios, celebrados para implantação dos Sistemas
CONSIDERANDO o disposto no Sistema Nacional de
Resolução Nº 367 de Atendimento Socioeducativo, Lei nº 12.594, de 18 de
janeiro de 2012, que é direito do adolescente em
19/01/2021 cumprimento de medida socioeducativa ser incluído em
programa de meio aberto quando inexistir vaga para o
O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE cumprimento de medida de privação da liberdade (no art.
JUSTIÇA (CNJ), no uso de suas atribuições legais e 49, II);
regimentais,
CONSIDERANDO a decisão proferida pelo Supremo
CONSIDERANDO que a Constituição Federal de 1988 Tribunal Federal no Habeas Corpus nº 143.988, em 25
estabelece a prioridade absoluta na garantia dos direitos de agosto de 2020, que determinou que as unidades de
da criança e do adolescente e o princípio da convivência execução de medida socioeducativa não ultrapassem a
familiar e comunitária (art. 227), bem como a dignidade capacidade projetada e estabeleceu a adoção do
da pessoa humana (art. 1º , III) e a não submissão à princípio numerusclausus como estratégia de gestão
tortura ou tratamento desumano e degradante (art. 5º , para estas unidades, com a liberação de nova vaga na
III); hipótese de ingresso de adolescente;

CONSIDERANDO a Convenção sobre os Direitos das CONSIDERANDO os procedimentos para melhoria do


Crianças, de 20 de novembro de 1989, que dispõe que atendimento socioeducativo dispostos na Resolução
todas as crianças privadas de sua liberdade sejam CNJ nº 165/2012, que dispõe que nenhum adolescente
tratadas com a humanidade e com o respeito que merece poderá ingressar ou permanecer em unidade de
a dignidade inerente à pessoa humana, e levando em internação ou semiliberdade sem ordem escrita da
consideração as necessidades de uma pessoa de sua autoridade judiciária competente (art. 4);
idade (art. 37);
CONSIDERANDO as disposições da Resolução CNJ nº
CONSIDERANDO a Convenção Internacional de Todas 214/2015, que instituiu o Grupo de Monitoramento e
as Formas de Discriminação Racial, Decreto nº 65.810, Fiscalização (GMF) e delimitou que cabe ao GMF
de 08 de dezembro de 1969, especialmente no tocante à fiscalizar e monitorar a condição de cumprimento de
obrigação dos Estados Partes de proibir e eliminar a medidas de internação por adolescentes em conflito com
discriminação racial em todas as suas formas, a garantir a lei, adotando providências necessárias para assegurar
o direito de cada uma à igualdade perante a lei sem que o número de internados não exceda a capacidade de
distinção de raça, de cor ou de origem nacional ou étnica ocupação dos estabelecimentos (art. 6º, X);
e o direito a um tratamento igual perante os tribunais ou
qualquer outro órgão que administre a justiça (art. V, a); CONSIDERANDO a Resolução Conanda nº 119, de 11
de dezembro de 2006, que dispõe sobre o Sistema
CONSIDERANDO as Regras da Organização das Nacional de Atendimento Socioeducativo e dá outras
Nações Unidas para Administração da Justiça Juvenil providências;
(Regras de Beijing), de 29 de novembro de 1985;
CONSIDERANDO a decisão Plenária tomada no
CONSIDERANDO os princípios Orientadores da julgamento do Ato Normativo nº 0010268-
Organização das Nações Unidas para Prevenção da 45.2020.2.00.0000, na 79ª Sessão Virtual, realizada em
Delinquência Juvenil (Princípios de Riad), de 1990; 18 de dezembro de 2020;

CONSIDERANDO as Regras Mínimas da Organização


das Nações Unidas para Proteção de Jovens Privados
de Liberdade (Regras de Havana), de 14 de dezembro RESOLVE:
de 1990;

CONSIDERANDO o disposto no Estatuto da Criança e


do Adolescente (ECA), de 13 de julho de 1990, Art. 1º Estabelecer diretrizes e procedimentos a serem
estabelecendo que é direito da criança e do adolescente observados pelo Poder Judiciário e seus serviços
ser criado e educado no seio de sua família, assegurada auxiliares para a implementação e funcionamento da
a convivência familiar e comunitária, em ambiente que Central de Vagas no âmbito do sistema socioeducativo.
garanta seu desenvolvimento integral e que a medida
socioeducativa de internação deve ser aplicada Art. 2º Entende-se por Central de Vagas o serviço
considerando-se os princípios da excepcionalidade e da responsável pela gestão e coordenação das vagas em
brevidade da medida (arts. 19, 112, § 2º); unidades de internação, semiliberdade e internação
provisória do Sistema Estadual de Atendimento III – audiência concentrada socioeducativa:
Socioeducativo. acompanhamento processual periódico, presidido pelo
magistrado, para a reanálise da situação individual de
Parágrafo único. A Central de Vagas, de competência do adolescente que cumpre medida socioeducativa de
Poder Executivo, será responsável por receber e internação e semiliberdade, com a participação do
processar as solicitações de vagas formuladas pelo Ministério Público, da defesa técnica, do próprio
Poder Judiciário, cabendo-lhe indicar a disponibilidade adolescente ou jovem, bem como de seus pais ou
de alocação de adolescente em unidade de atendimento responsáveis e, eventualmente, de demais atores do
ou, em caso de indisponibilidade, sua inclusão em lista Sistema de Garantia de Direitos.
de espera até a liberação de vaga adequada à medida
aplicada. Art. 5º São princípios da Central de Vagas:

Art. 3º O Poder Judiciário atuará de forma cooperativa I – dignidade da pessoa humana;


com o Poder Executivo para garantir a criação, a
implementação e a execução da Central de Vagas nos II – brevidade e excepcionalidade da medida
Sistemas Estaduais de Atendimento Socioeducativo. socioeducativa;

§ 1º Nas unidades federativas em que a Central de Vagas III – prioridade absoluta à criança e ao adolescente;
já esteja regulamentada e implementada, caberá ao
Tribunal de Justiça garantir apoio institucional e IV – convivência familiar e comunitária; e
operacional à Central de Vagas, inclusive mediante a
expedição de atos normativos internos que V – temporalidade da medida socioeducativa.
regulamentem a atividade judicial junto a tal serviço, nos
termos desta Resolução. Art. 6º São objetivos gerais da Central de Vagas:

§ 2º Nas unidades federativas que ainda não disponham I – assegurar que a ocupação dos estabelecimentos
de Central de Vagas regulamentada e implementada, socioeducativos não ultrapasse o número de vagas
caberá ao Tribunal de Justiça provocar o Poder Executivo existentes;
local para a elaboração conjunta de ato normativo para a
criação, implementação e execução desse serviço, com II – prezar para que a definição da capacidade real de
participação do Ministério Público, da Defensoria Pública vagas dos Sistemas Estaduais de Atendimento
e de representante do Conselho Estadual dos Direitos da Socioeducativo observe a separação de vagas entre
Criança e do Adolescente. internação provisória, semiliberdade, internação e
internação-sanção, bem como a separação entre vagas
§ 3º O ato normativo de criação, de implementação e de femininas e masculinas, observados, ainda, os critérios
execução da Central de Vagas disciplinará os de idade, compleição física e gravidade da infração;
procedimentos administrativos e judiciais para ingresso e
transferência dos adolescentes em conflito com a lei em III – garantir que nenhum adolescente ingresse ou
unidades socioeducativas, nos termos desta Resolução. permaneça em unidade de atendimento socioeducativo
sem ordem escrita da autoridade judiciária competente;
§ 4º Caberá às instituições do Sistema de Garantia de
Direitos acompanhar e monitorar a execução das IV – registrar os dados dos pedidos de solicitação, a fim
Centrais de Vagas, conforme disposto no art. 4º do de permitir fluxo contínuo de produção de dados
Estatuto da Criança e do Adolescente. estatísticos e informações acerca da gestão de vagas,
lotação das unidades e lista de espera, resguardando o
Art. 4º Para fins desta Resolução, considera-se: sigilo e a proteção dos dados pessoais dos adolescentes
e seus familiares;
I – vaga: fração correspondente à capacidade de
acomodação de um adolescente dentro de uma unidade V – impedir a superlotação das unidades, evitando a
socioeducativa a partir dos parâmetros da norma do degradação do sistema socioeducativo; e
Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo;
VI – promover o fortalecimento da socioeducação.
II – lista de espera: relação de adolescentes que
aguardam a entrada em unidade de restrição e privação Art. 7º Proferida decisão de internação provisória ou de
de liberdade do Sistema Estadual de Atendimento internação-sanção ou sentença de medida
Socioeducativo, quando ultrapassado o percentual de socioeducativa de internação ou de semiliberdade,
100% de ocupação das unidades socioeducativas; e caberá ao magistrado solicitar ao Poder Executivo a
disponibilização de vaga em unidade socioeducativa.
§ 1º A solicitação deverá ser feita considerando os § 3º O magistrado deverá respeitar rigorosamente a
critérios de disponibilidade de vaga, proximidade familiar, ordem de classificação da lista de espera elaborada pela
local do ato infracional, idade, gravidade e reiteração do Central de Vagas, vedada a determinação de admissão
ato infracional. de adolescente em unidade socioeducativa sem prévia e
regular solicitação e consequente designação da vaga
§ 2º O Poder Judiciário deverá atuar, cooperativamente pelo órgão gestor.
com o Poder Executivo, com o Ministério Público, com a
Defensoria Pública e com o Conselho Estadual dos § 4º Transcorridos 150 dias desde a inclusão do
Direitos da Criança e do Adolescente, para criar critérios adolescente na lista de espera sem que haja
e pontuações para a análise da solicitação de vagas e disponibilidade de vaga, a Central de Vagas enviará
para fixar o prazo de resposta para as solicitações solicitação ao juiz competente, para que, ouvidos o
encaminhadas à Central de Vagas. Ministério Público e a Defesa, reavalie a pertinência da
manutenção ou revogação da medida socioeducativa
§ 3º Deverão ser formulados critérios e pontuações a fim imposta.
de que os atos infracionais praticados mediante grave
ameaça ou violência à pessoa tenham prioridade na § 5º Revogada a medida socioeducativa ou não
obtenção de vagas para o cumprimento de medidas sobrevindo decisão judicial determinando sua
socioeducativas em meio fechado previstas no caput manutenção no prazo de trinta dias, contados da
desse artigo. solicitação referida no parágrafo anterior, o adolescente
será excluído da lista de espera pela Central de Vagas.
Art 8º O juiz deverá encaminhar a solicitação à Central
de Vagas mediante expediente devidamente instruído Art. 10. Recebida a informação sobre a existência de
com a seguinte documentação: vaga, o magistrado deverá expedir mandado de busca e
apreensão ou requisitar a apresentação do adolescente
I – guia de execução; na unidade socioeducativa definida pela Central de
Vagas:
II – ópia da representação e da decisão judicial, em que
deverá constar expressamente a capitulação jurídica I – tratando-se de solicitação de vaga de internação
completa do ato infracional; provisória para adolescente que esteja sob a custódia do
Estado, deverá o magistrado requisitar ao órgão
III – tratando-se de adolescente apreendido, documento responsável por sua custódia sua imediata apresentação
comprobatório da data de apreensão; à unidade socioeducativa apontada pela Central de
Vagas, respeitado o prazo máximo de cinco dias fixado
IV – cópia da certidão de antecedentes infracionais; pelo art. 185, §2º , da Lei nº 8.069/90;

V – documentos de caráter pessoal do adolescente II – na hipótese de a vaga se referir a internação


existente no processo de conhecimento, especialmente provisória ou medida socioeducativa de adolescente que
os que comprovem sua idade; e esteja em liberdade, a autoridade judiciária expedirá
imediatamente mandado de busca e apreensão, que
VI – tratando-se de adolescente submetido a internação- deverá constar expressamente a unidade socioeducativa
sanção, cópia do Termo de Audiência em que foi indicada pela Central de Vagas, a qual deverá o
decretada a medida. adolescente ser apresentado;

Art. 9º Na hipótese de indisponibilidade de vaga, o III – na hipótese de a vaga se referir a internação


adolescente será incluído em lista de espera, respeitados provisória ou medida socioeducativa de adolescente que
os critérios previstos nos parágrafos do art. 7º desta esteja em liberdade e em desfavor do qual já exista
Resolução. mandado de busca e apreensão expedido, o magistrado
deverá requisitar à autoridade competente seu imediato
§ 1º Durante o período em que estiver em lista de espera cumprimento; e
de medida socioeducativa de internação ou de
semiliberdade, o adolescente poderá ser incluído em IV – quando a existência de vaga decorrer da
programa de meio aberto, mediante decisão judicial transferência interna ou externa de adolescentes ou da
fundamentada. decretação de alteração da medida cautelar ou
socioeducativa, deverá o magistrado requisitar ao órgão
§ 2º O magistrado deverá fiscalizar a posição do responsável por sua custódia sua imediata apresentação
adolescente na lista de espera, podendo, a qualquer à unidade socioeducativa apontada pela Central de
tempo, requisitar informações à Central de Vagas. Vagas.
Art. 11. Caso o adolescente não seja apresentado à domicílio ou outro motivo relevante, mediante decisão
unidade no prazo fixado em ato normativo estadual, a judicial, ouvidos o Ministério Público e a defesa; e
vaga deverá ser disponibilizada pela Central de Vagas
para o próximo adolescente da lista de espera. III – para adequação à capacidade de ocupação da
unidade, nos termos do inciso III do artigo anterior,
Art. 12. A fim de assegurar que a taxa de ocupação das mediante decisão judicial, ouvidos o Ministério Público e
unidades socioeducativas sob sua competência não a defesa.
ultrapasse o percentual de 100% da capacidade, caberá
ao magistrado com competência para execução de § 1º A transferência entre unidades não poderá ser
medidas socioeducativas: utilizada como sanção disciplinar, sempre que possível.

I – priorizar a apreciação dos pedidos de extinção, § 2º A transferência para fins de gerenciamento de crise
substituição ou suspensão de medidas cumpridas em ou emergência dar-se-á de forma excepcional e
unidades que estejam com ocupação máxima, subsidiária, quando todas as tentativas de adesão à
formulados pela direção das unidades, pela defesa, pelo medida socioeducativa tiverem sido esgotadas pela
Ministério Público, pelo adolescente ou por seus pais ou gestão do Sistema Estadual de Atendimento
responsável; Socioeducativo, e perdurará pelo tempo estritamente
necessário à superação da crise ou situação de
II – reavaliar, mediante designação de audiências emergência que a justificou.
concentradas socioeducativas para oitiva da equipe
técnica, as medidas socioeducativas aplicadas a § 3º Recebida a comunicação sobre transferência
adolescentes: realizada na hipótese do inciso I, o juiz intimará o
Ministério Público e a defesa para ciência e
a) internados exclusivamente em razão da reiteração em manifestação.
infrações cometidas sem violência ou grave ameaça à
pessoa; § 4º Em qualquer hipótese, a transferência entre
unidades socioeducativas deverá respeitar o percentual
b) gestantes, lactantes, mães ou responsáveis por de 100% da taxa de ocupação dos estabelecimentos
criança de até doze anos de idade ou por pessoa com socioeducativos envolvidos.
deficiência;
Art. 14. O Poder Judiciário envidará esforços para que,
c) com deficiência ou debilitados por motivo de doença no prazo de um ano contado a partir da publicação desta
grave; Resolução, todas as unidades federativas disponham de
Central de Vagas regulamentada, criada e implantada.
d) imprescindível aos cuidados especiais de pessoa
menor de seis anos de idade ou com deficiência; Art. 15. Caberá ao Tribunal de Justiça, por meio do Grupo
de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário
III – proceder-se à transferência do adolescente em vaga (GMF) ou da Coordenadoria da Infância e Juventude
excedente para outras unidades que não estejam com (CIJ), inspecionar e fiscalizar as unidades
capacidade de ocupação superior ao limite projetado do socioeducativas, a fim de apurar o quantitativo e a
estabelecimento, contanto que em localidade próxima à qualidade das vagas disponíveis, nos termos do artigo
residência dos seus familiares; e 6º, X, da Resolução CNJ nº 214/2015.

IV – adotar outras medidas aptas a reduzir a lotação das Art. 16. Caberá ao Poder Judiciário, cooperativamente
unidades socioeducativas. com o Poder Executivo, produzir e publicizar dados de
pesquisas, relatórios, estatísticas, informativos, entre
Art. 13. A transferência entre unidades socioeducativas outros documentos sobre a gestão de vagas dos
será excepcional e devidamente fundamentada no Plano Sistemas Socioeducativos, resguardando dados
Individual de Atendimento (PIA), podendo ocorrer nas pessoais dos adolescentes atendidos e seus familiares.
seguintes hipóteses:
Parágrafo único. O Departamento de Monitoramento e
I – gerenciamento de crises ou emergências identificadas Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de
pelas equipes da unidade, tais como risco iminente de Execução de Medidas Socioeducativas do CNJ
morte do adolescente ou à sua integridade física, motins sistematizará e disponibilizará os dados constantes dos
e rebeliões, mediante comunicação à autoridade cadastros e sistemas sob sua responsabilidade.
judiciária;
Art. 17. O CNJ realizará campanhas e cursos de
II – por solicitação do adolescente ou de seus familiares atualização para os juízes com competência para os
ou responsáveis, em decorrência de mudança de processos de apuração de ato infracional e de execução
de medidas socioeducativas sobre a importância da
Central de Vagas.

Art. 18. O Departamento de Monitoramento e


Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de
Execução de Medidas Socioeducativas do CNJ elaborará
e publicará, no prazo de até noventa dias após a
publicação desta Resolução, Manual de Implementação
da Central de Vagas, que versará sobre os
procedimentos administrativos e judiciais para ingresso e
transferência de adolescentes em conflito com a lei nas
unidades socioeducativas.

Art. 19. Esta Resolução entra em vigor no prazo de 120


dias, contados de sua publicação.
Art. 1º Esta resolução estabelece normas gerais para o

Resolução nº 165, de 16 de atendimento, pelo Poder Judiciário, do adolescente em


conflito com a lei, na internação provisória e no
cumprimento das medidas socioeducativas.
novembro de 2012
Art. 2º Para os fins desta Resolução, define-se que:
O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE (Redação dada pela Resolução nº 326, de 26.6.2020)
JUSTIÇA, no uso de suas atribuições constitucionais e I – guia de internação provisória é a que se refere ao
regimentais, decreto de internação cautelar (art. 183 da Lei nº
8.069/1990); (Redação dada pela
CONSIDERANDO que compete ao Sistema de Garantia Resolução nº 326, de 26.6.2020)
dos Direitos da Criança e do Adolescente, veiculado pelo
Estatuto da Criança e do Adolescente e no Sistema II – guia de execução provisória de medida
Nacional Socioeducativo, promover, defender e controlar socioeducativa internação/semiliberdade é a que se
a efetivação dos direitos, em sua integralidade, em favor refere à internação ou semiliberdade decorrente da
de adolescentes em conflito com a lei, em respeito ao aplicação da medida socioeducativa decretada por
princípio da proteção integral da criança e do sentença não transitada em julgado; (Redação dada pela
adolescente; Resolução nº 326, de 26.6.2020)

CONSIDERANDO que a Constituição Federal prioriza, III – guia de execução provisória de medida
de forma absoluta, a garantia dos direitos da criança e do socioeducativa em meio aberto é a que se refere à
adolescente; aplicação de prestação de serviço à comunidade ou de
liberdade assistida por sentença não transitada em
CONSIDERANDO que o processo de execução de julgado; (Redação dada pela Resolução nº 326, de
medida socioeducativa deve obedecer às garantias 26.6.2020)
constitucionais da ampla defesa e do contraditório;
CONSIDERANDO que o Programa Justiça ao Jovem, do IV – guia de execução definitiva de medida
Conselho Nacional de Justiça, após conhecer o sistema socioeducativa de internação ou semiliberdade é a que
de internação de todos os Estados do País, diagnosticou se refere à privação de liberdade decorrente de sentença
a necessidade de uniformização do procedimento de ou de acórdão transitado em julgado; (Redação dada
execução de medida socioeducativa; pela Resolução nº 326, de 26.6.2020)

CONSIDERANDO que compete ao Conselho Nacional V – guia de execução definitiva de medida


de Justiça zelar pela unicidade do Poder Judiciário, socioeducativa em meio aberto é a que se refere à
implementando diretrizes nacionais para nortear a aplicação de prestação de serviço à comunidade ou de
atuação de Magistrados com jurisdição na área da liberdade assistida por sentença ou acórdão transitado
infância e juventude; em julgado;
(Redação dada pela Resolução nº 326, de 26.6.2020)
CONSIDERANDO o disposto na Instrução Normativa nº
2, de 3 de novembro de 2009, da Egrégia Corregedoria VI – guia de execução de internação sanção é a que se
Nacional de Justiça;CONSIDERANDO o disposto, em refere ao decreto de internação previsto no art. 122,
especial, nos arts. 112, 175, parágrafos 2º, 108, 183 e inciso III, do Estatuto da Criança e do Adolescente;
185, do Estatuto da Criança e do Adolescente e a Lei nº (Redação dada pela Resolução nº 326, de 26.6.2020)
12.594, de 18 de janeiro de 2012, que instituiu o Sistema
Nacional de Atendimento Socioeducativo; VII – guia unificadora é aquela expedida pelo juiz da
execução para unificar duas ou mais guias de execução
CONSIDERANDO a deliberação do Plenário no em face do mesmo adolescente (art. 45 da Lei nº
julgamento do ATO 12.594/2012). (Redação dada pela Resolução nº 326, de
nº 0005240-14.2011.2.00.0000, na 158ª Sessão 26.6.2020)
Ordinária, realizada em 13 de novembro de 2012;
RESOLVE consolidar e editar normas gerais sobre a Art. 3º As guias de execução, para fins desta resolução,
execução das medidas socioeducativas no âmbito do
são aquelas incorporadas ao Cadastro Nacional de
Poder Judiciário.
Adolescentes em Conflito com a Lei, geradas
obrigatoramente por meio do referido sistema. (Alterado
CAPÍTULO I
pela Resolução nº 191, 25.04.2014)
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
(Redação dada pela Resolução nº 326, de 26.6.2020)
CAPÍTULO II
DO INGRESSO DO ADOLESCENTE EM PROGRAMA II – cópia da representação e/ou do pedido de internação
OU UNIDADE DE EXECUÇÃO DE MEDIDA provisória;
SOCIOEDUCATIVA OU EM UNIDADE III – cópia da certidão de antecedentes;
DEINTERNAÇÃO PROVISÓRIA IV – cópia da decisão que determinou a internação.
(Redação dada pela Resolução nº 326, de 26.6.2020)
Art. 8º Prolatada a sentença e mantida a medida
Art. 4° Nenhum adolescente poderá ingressar ou socioeducativa privativa de liberdade, deverá o juízo do
permanecer em unidade de internação ou semiliberdade processo de conhecimento comunicar, em 24 (vinte e
sem ordem escrita da autoridade quatro) horas, observado o art. 5º, § 3º, desta Resolução,
judiciária competente. e remeter cópia dos seguintes documentos ao órgão
gestor do atendimento socioeducativo e ao juízo da
Art. 5° O ingresso do adolescente em unidade de execução:
internação e semiliberdade, ou serviço de execução de I – sentença ou acórdão que decretou a medida;
medida socioeducativa em meio aberto (prestação de II – estudos técnicos realizados durante a fase de
serviço à comunidade ou liberdade assistida), só conhecimento;
ocorrerá mediante a apresentação de guia de execução, III – histórico escolar, caso existente.
devidamente instruída, expedida pelo juiz do processo de
conhecimento. Art. 9º Não tendo sido decretada a internação provisória
Parágrafo único. Independentemente do número de no curso do processo de conhecimento, prolatada a
adolescentes que são partes no processo de apuração sentença, deverá ser expedida a guia de execução
de ato infracional e do tipo de medida socioeducativa provisória de medida socioeducativa de internação,
aplicada a cada um deles, será expedida uma guia de semiliberdade ou em meio aberto (parágrafo único do art.
execução para cada adolescente. 39 da Lei nº 12.594, de 18 de janeiro de 2012), que
deverá ser instruída, obrigatoriamente, com os seguintes
Art. 6º A guia de execução - provisória ou definitiva - e a documentos, além de outros considerados pertinentes
guia de internação provisória deverão ser expedidas pelo pela autoridade judicial: (Alterado pela Resolução
juízo do processo de conhecimento. (Alterado pela nº 191, 25.04.2014)
Resolução nº 191, 25.04.2014) I – documentos de caráter pessoal do adolescente
existentes no processo de conhecimento, especialmente
§ 1º Extraída a guia de execução ou a de internação os que comprovem sua idade;
provisória, o juízo do processo de conhecimento II – cópia do termo que propõe a remissão como forma
encaminhará, imediatamente, cópia integral do de suspensão do processo cumulada com medida
expediente ao órgão gestor do atendimento socioeducativa em meio aberto; ou cópia da
socioeducativo, requisitando designação do programa ou representação;
da unidade de cumprimento da medida. (Alterado pela III – cópia da certidão de antecedentes;
Resolução nº 191, 25.04.2014) IV – cópia da sentença que aplicou a respectiva medida
§ 2º O órgão gestor do atendimento socioeducativo, no socioeducativa ou da sentença que homologou a
prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas, comunicará remissão cumulada com medida socioeducativa em meio
o programa ou a unidade de cumprimento da medida ao aberto;
juízo do processo de conhecimento e ao juízo V – cópia de estudos técnicos realizados durante a fase
responsável pela fiscalização da unidade indicada de conhecimento.
(Resolução do CNJ n.
77/2009). Art. 10. Transitada em julgado a decisão de que tratam
os artigos 7º e 8º, deverá o juízo do processo de
§ 3º Após definição do programa de atendimento ou da conhecimento expedir guia de execução definitiva, que
unidade, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, o juízo do conterá os documentos arrolados no art. 9º, acrescidos
processo de conhecimento deverá remeter a Guia de da certidão do trânsito em julgado e, se houver, de cópia
Execução, devidamente instruída, ao Juízo com do acórdão. (Redação dada pela Resolução nº 326, de
competência executória, a quem competirá formar o 26.6.2020)
devido processo de execução.
§ 1º A guia de execução provisória, quando existente,
Art. 7º A guia de internação provisória, devidamente será convertida em guia de execução definitiva, mediante
extraída do CNACL, será instruída, obrigatoriamente, simples comunicação do trânsito em julgado pelo juízo
com os seguintes documentos, além de outros do conhecimento, acompanhada dos documentos
considerados pertinentes pela autoridade judicial: supramencionados, devendo o juiz da execução atualizar
(Alterado pela Resolução nº 191, 25.04.2014) a informação no sistema CNACL, reimprimindo a guia.
I – documentos de caráter pessoal do adolescente (Alterado pela Resolução
existentes no processo de conhecimento, especialmente nº 191, 25.04.2014)
os que comprovem sua idade;
responsável, ao qual serão encaminhados os autos de
§ 2º Compete ao juízo da execução comunicar ao órgão execução da medida de que trata esta Resolução.
gestor da medida socioeducativa aplicada toda e § 4º Quando o adolescente em acolhimento institucional
qualquer alteração processual ocorrida em relação ao ou familiar encontrar-se em local diverso do domicílio dos
adolescente. pais ou responsáveis, as medidas socioeducativas em
meio aberto serão preferencialmente executadas perante
CAPÍTULO III o juízo onde ele estiver acolhido.
DA EXECUÇÃO DA MEDIDA SOCIOEDUCATIVA EM
MEIO ABERTO OU COM RESTRIÇÃO DE LIBERDADE Art. 14. Para efeito da reavaliação prevista no art. 42 da
(Redação dada pela Resolução nº 326, de 26.6.2020) Lei nº 12.594, de 18 de janeiro de 2012, a contagem do
prazo será feita a partir da data da apreensão do
Art. 11. A execução da medida socioeducativa deverá ser adolescente, considerando-se, ainda, eventual tempo de
processada em autos próprios, formados pela guia de prisão cautelar que não se tenha convertido em pena
execução e documentos que a acompanham, privativa de liberdade
obrigatoriamente, ainda que o juízo da execução seja o (§ 2º do art. 46 da Lei nº 12.594, de 18 de janeiro de
mesmo do processo de conhecimento. 2012).
§ 1º É vedado o processamento da execução por carta Parágrafo único. Independentemente do escoamento do
precatória. prazo previsto no caput, a reavaliação pode ser
§ 2º Cada adolescente, independentemente do número e processada imediatamente após a remessa do relatório
do tipo das medidas a serem executadas, deverá ter enviado pela unidade de internação ou semiliberdade, ou
reunidas as guias de execução definitivas, em autos serviço que execute a medida socioeducativa de
únicos, observado o disposto no art. 45 da Lei nº 12.594, liberdade assistida.
de 18 de janeiro de 2012.
§ 3º Unificados os processos de execução pelo juiz da Art. 15. A internação decorrente do descumprimento
execução, deverá ser expedida obrigatoriamente por reiterado e injustificável de medida anteriormente
meio do CNACL, nova Guia unificadora das medidas, imposta, conhecida como internação sanção, está sujeita
devendo ser arquivados definitivamente os autos aos princípios da brevidade e da excepcionalidade,
unificados. (Alterado pela Resolução nº 191, 25.04.2014) devendo ser avaliada a possibilidade de substituição da
§ 4º Quando da expedição da guia de execução medida originalmente aplicada por medida menos
definitiva, o processo de conhecimento deverá ser gravosa, nos limites do previsto no § 2º do art. 122 do
arquivado. Estatuto da Criança e da Juventude.

Art. 12. Em caso de transferência do adolescente ou de § 1º Sem prejuízo da intervenção da defesa técnica, nos
modificação do programa para outra comarca ou estado moldes do previsto no § 2º do art. 13 desta Resolução, e
da federação, deverão ser remetidos os autos da da realização de outras diligências que se fizerem
execução ao novo juízo responsável pela execução, no necessárias, a oitiva do adolescente é obrigatória,
prazo de 72 (setenta duas) horas. conforme o disposto pelo inciso II do § 4º do art. 43 da
Lei nº 12.594, de 18 de janeiro de 2012;
Art. 13. O acompanhamento da execução das medidas
socioeducativas e seus incidentes caberá ao juízo do § 2º É vedada a privação de liberdade do adolescente
local onde está sediada a unidade ou serviço de antes da decisão que aprecia a aplicação da medida
cumprimento, salvo se houver disposição em contrário prevista no inciso III do art. 122 da Lei 8.069/90, de 13 de
em lei de organização judiciária local. julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente),
§ 1º O juízo do processo de conhecimento informará ao caso em que deverá ser imediatamente conduzido à
juízo da execução, em 24 (vinte e quatro) horas, toda e audiência especial, com intimação do Ministério Público
qualquer decisão que interfira na privação de liberdade e da defesa técnica; na audiência se tomarão as
do adolescente, ou altere o cumprimento da medida declarações do adolescente e o juiz decidirá acerca do
aplicada provisória ou definitivamente. cabimento da internação-sanção e de seu prazo.
§ 2º O juízo do processo de conhecimento ou do local
onde residem os genitores ou responsável pelo CAPÍTULO IV
adolescente prestará ao juízo da execução todo auxílio DA INTERNAÇÃO PROVISÓRIA
necessário ao seu processo de reintegração familiar e (Renumerado pela Resolução nº 326, de 26.6.2020)
social.
§ 3º Após a liberação do adolescente, o Art. 16. No caso de internação provisória, o juízo
acompanhamento da execução de medida em meio responsável pela unidade deverá zelar pela estrita
aberto eventualmente aplicada em substituição à medida observância do prazo máximo de privação da liberdade
privativa de liberdade deve, preferencialmente, ficar a de 45 (quarenta e cinco) dias.
cargo do juízo do local do domicílio dos pais ou
§ 1º É de responsabilidade do juízo que decretou a aqueles correspondentes às medidas privativas de
internação provisória eventual excesso de prazo, nos liberdade, zelar pelo efetivo respeito às normas e
termos do que dispõe o § 1º do art. 45 da Lei nº 12.594, princípios aplicáveis à modalidade de atendimento
de 18 de janeiro de 2012, facultando aos Tribunais de prestado e pela qualidade e eficácia das atividades
Justiça editar regulamentação para as providências do desenvolvidas, observado o disposto nos arts. 90, § 3º,
caput. incisos I e II, e 95 da Lei Federal nº 8.069/90, de 13 de
julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente) e o
§ 2º O prazo referido no caput deste artigo deve ser disposto na Lei nº 12.594, de 18 de janeiro de 2012.
contado a partir da data em que for efetivada a
apreensão do adolescente, e não admite prorrogação. § 1º A fiscalização dos programas correspondentes às
medidas privativas de liberdade importa na realização de
§ 3º Liberado o jovem por qualquer motivo, antes de visitas às unidades de internação e semiliberdade, que
expirado o prazo referido no caput, a renovação da deverão ocorrer nos termos do que disciplinar este
internação provisória não poderá ultrapassar o período Conselho Nacional de Justiça.
que faltar ao alcance do prazo máximo legal.
§ 2º O juiz deverá verificar, na fiscalização, se os
CAPÍTULO V estabelecimentos de internação e semiliberdade
DA LIBERAÇÃO DO ADOLESCENTE OU possuem regimento disciplinar (art. 71 da Lei nº 12.594,
DESLIGAMENTO DOS PROGRAMAS de 18 de janeiro de 2012) e se este é de conhecimento
DE ATENDIMENTO dos internos, de seus pais ou responsáveis e do
(Renumerado pela Resolução nº 326, de 26.6.2020) defensor, e se garante ampla defesa ao adolescente.

Art. 17. Findo o prazo de 45 (quarenta e cinco) dias da § 3º A revisão prevista no art. 48 da Lei n. 12.594/12
internação provisória ou determinada a liberação, por deverá ser processada nos próprios autos da execução.
qualquer motivo, antes de expirado o prazo referido,
deverá ser imediatamente remetida cópia da decisão, § 4º A regulamentação da visita íntima, na forma do art.
preferencialmente por meio eletrônico ou oficial de 68 e parágrafo único da Lei nº 12.594, de 18 de janeiro
justiça, ao gestor da unidade de atendimento e ao juízo de 2012, é de responsabilidade do gestor do sistema
responsável pela fiscalização da unidade, socioeducativo que deverá zelar para que ocorra em
preferencialmente por meio eletrônico, devendo o ambiente sadio e separado dos demais internos,
magistrado do processo de conhecimento providenciar a garantida a privacidade, bem como seja precedida de
imediata baixa da Guia no sistema CNACL. (Alterado orientação quanto à paternidade/maternidade
pela Resolução nº 191, 25.04.2014) responsável e doenças sexualmente transmissíveis,
propiciando-se os meios contraceptivos necessários,
Art. 18. A decisão que extinguir a medida socioeducativa caso solicitados.
de internação ou semiliberdade deverá ser, na mesma
data, comunicada ao gestor da unidade para liberação Art. 22. Para o exercício das garantias individuais e
imediata do adolescente, devendo o magistrado do processuais dos adolescentes durante o processo de
processo de execução providenciar a imediata baixa da execução das medidas socioeducativas, mormente as
Guia no sistema CNACL. (Alterado pela Resolução nº privativas de liberdade, deverá ser assegurada a
191, 25.04.2014) realização de entrevista pessoal com os
socioeducandos, na forma prevista do § 11. do art.
Art. 19. A liberação quando completados os 21 (vinte e 4º da Lei Complementar nº 80/94, com a nova redação
um) anos independe de decisão judicial, nos termos do § implementada pela Lei Complementar nº 132/2009, sem
5º do art. 121 do Estatuto da Criança e do Adolescente. prejuízo do disposto nos arts. 1º e 2º da Resolução nº 77
do CNJ.
CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS Art. 23. Os Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito
(Redação dada pela Resolução nº 326, de 26.6.2020) Federal promoverão, no prazo máximo de um ano
Art. 20. O adolescente em cumprimento de medida contado da publicação desta Resolução, cursos de
socioeducativa não pode ser transferido para hospital de atualização e qualificação funcional para magistrados e
custódia, salvo se responder por infração penal praticada servidores com atuação em matéria socioeducativa,
após os 18 (dezoitos) anos e por decisão do juízo criminal devendo o currículo incluir os princípios e normas
competente. internacionais aplicáveis. (Redação dada pela Resolução
nº 326, de 26.6.2020)
Art. 21. Cabe ao Poder Judiciário, sem prejuízo das
competências do Ministério Público, fiscalizar a execução Parágrafo único. No prazo previsto no caput, os Tribunais
dos programas socioeducativos em meio aberto e de Justiça
dos Estados e do Distrito Federal realizarão estudos
relativos à necessidade da criação e/ou especialização
de varas de execução de medidas socioeducativas,
notadamente nas comarcas onde estiverem situadas as
unidades de internação, enviando o competente relatório
ao Conselho Nacional de Justiça. (Redação dada pela
Resolução nº 326, de 26.6.2020)

Art. 24. Os Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito


Federal editarão ato normativo definindo os mecanismos
de controle de prazos das medidas socioeducativas, bem
como de revisão, comunicando à Corregedoria Nacional
de Justiça o seu teor, no prazo de 180 (cento e oitenta)
dias.

Art. 25. Cada Tribunal de Justiça dos Estados e do


Distrito Federal regulamentará, no prazo de cento e
oitenta dias, comunicando à Corregedoria Nacional de
Justiça, a forma e prazo de remessa da guia de
execução, não podendo ultrapassar o prazo de dois dias
úteis. (Redação dada pela Resolução nº 326, de
26.6.2020)

Art. 26. Esta Resolução entra em vigor do prazo de 90


(noventa) dias, contados de sua publicação.
sujeitas a medidas socioeducativas em idêntica
situação, excetuados os casos de crimes praticados por

RESOLUÇÃO 369 elas mediante violência ou grave ameaça, contra seus


descendentes ou, ainda, em situações
excepcionalíssimas, devidamente fundamentadas;
CONSIDERANDO a absoluta prioridade para garantia
dos direitos fundamentais de crianças, adolescentes e CONSIDERANDO o acórdão proferido pela 2ª Turma do
jovens no Brasil, a teor do art. 227 da Constituição Supremo Tribunal Federal no HC no 165.704, Relator
Federal, da Lei no 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Ministro Gilmar Mendes, em que foi concedida ordem de
Adolescente), e da Lei no 13.257/2016, a qual prevê a habeas corpus coletivo para determinar a substituição da
atuação prioritária do poder público na construção de prisão cautelar dos pais e responsáveis por crianças e
políticas públicas voltadas aos direitos de convivência pessoas com deficiência, observadas as condicionantes
familiar e comunitária de crianças até seis anos de idade; nele apontadas, bem como a comunicação da ordem ao
DMF/CNJ para acompanhamento da execução;
CONSIDERANDO as atribuições do Conselho Nacional
de Justiça, previstas no art. 103-B, § 4o, da Constituição CONSIDERANDO a Resolução CNJ no 252/2018, que
Federal, especialmente no que concerne ao controle da estabelece princípios e diretrizes para o
atuação administrativa e financeira e à coordenação do acompanhamento das mulheres mães e gestantes
planejamento estratégico do Poder Judiciário, inclusive privadas de liberdade, bem como o disposto no art. 11 da
na área de tecnologia da informação; Resolução CNJ no 254/2018, que trata do Cadastro
Nacional de Presas Grávidas e Lactantes, e no art. 10 da
CONSIDERANDO o disposto nos arts. 318 e 318-A do Resolução CNJ no 348/2020, no sentido de que os
Código de Processo Penal, que dispõem sobre a direitos assegurados às mulheres deverão ser
substituição da prisão preventiva pela domiciliar às estendidos às mulheres lésbicas, travestis e transexuais
mulheres e aos homens que sejam mães, pais ou e aos homens transexuais, no que couber;
responsáveis por crianças ou pessoas com deficiência;
CONSIDERANDO a importância de que os sistemas
CONSIDERANDO as Regras das Nações Unidas que informatizados do Poder Judiciário forneçam suporte
estabelecem parâmetros e medidas de tratamento ativo à prestação jurisdicional, a fim de assegurar
humanitário para mulheres em privação de liberdade e objetividade e eficiência às análises processuais e ao
egressas das prisões (Regras de Bangkok), assim como planejamento das políticas judiciárias, nos termos da
a Convenção Internacional sobre os Direitos das Resolução CNJ no 335/2020;
Pessoas com Deficiência (art. 4o) e a Convenção sobre
Direitos da Criança de 1989 (art. 3o); CONSIDERANDO a Recomendação CNJ no 62/2020,
que orientou aos tribunais e magistrados a respeito da
CONSIDERANDO as disposições do art. 35, I, da Lei no adoção de medidas preventivas à propagação da
12.594/2012 e do item 54 das Diretrizes das Nações infecção pelo novo coronavírus – Covid-19 no âmbito dos
Unidas para Prevenção da Delinquência Juvenil – sistemas de justiça penal e socioeducativo.
Diretrizes de Riad, no sentido de que adolescentes e CONSIDERANDO a decisão plenária tomada no
jovens não podem receber tratamento infracional ou julgamento do Ato Normativo no 0010001-
socioeducativo mais gravoso que adultos; 73.2020.2.00.0000, na 79ª Sessão Virtual, realizada em
18 de dezembro de 2020;
CONSIDERANDO o enunciado da Súmula Vinculante
no56 do Supremo Tribunal Federal, no sentido de que a RESOLVE:
falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a
manutenção do condenado em regime prisional mais Art. 1º Estabelecer procedimentos e diretrizes para a
gravoso, devendo-se observar, nessa hipótese, os substituição da privação de liberdade de gestantes,
parâmetros fixados no RE no 641.320/RS; mães, pais e responsáveis por crianças e pessoas com
deficiência, nos termos dos arts. 318 e 318-A do Código
CONSIDERANDO o acórdão proferido pela 2ª Turma do de Processo Penal, e em cumprimento às ordens
Supremo Tribunal Federal no HC no 143.641, Relator coletivas de habeas corpus concedidas pela 2ª Turma do
Ministro Ricardo Lewandowski, em que foi concedida Supremo Tribunal Federal nos HCs no 143.641/SP e no
ordem de habeas corpus coletivo para determinar a 165.704/DF.
substituição da prisão preventiva pela domiciliar – sem
prejuízo da aplicação concomitante das medidas Parágrafo único. Esta Resolução aplica-se também aos
alternativas previstas no art. 319 do CPP – de todas as adolescentes e jovens apreendidos, processados por
mulheres presas, gestantes, puérperas, mães e cometimento de ato infracional ou em cumprimento de
responsáveis por crianças e deficientes, enquanto medida socioeducativa, observadas as disposições da
perdurar tal condição, bem como às adolescentes Lei no 8.069/90 e da Lei no 12.594/2012.
Art. 2º Os sistemas e cadastros utilizados na inspeção de antecipada do regime fechado ou semiaberto, conforme
estabelecimentos penais e socioeducativos na Súmula Vinculante no 56;
tramitação e gestão de dados dos processos, incluídas
as fases pré-processual e de execução, contemplarão II – custodiado que seja pai ou responsável por criança
informações ou pessoa com deficiência, a fim de indicar a
necessidade de analisar a possibilidade de substituição
quanto à: de prisão preventiva por prisão domiciliar, nos termos do
art. 318, III e VI, do Código de Processo Penal, ou de
I – eventual condição gravídica ou de lactação, com saída antecipada do regime fechado ou semiaberto,
indicação de data provável do parto, no primeiro caso; conforme Súmula Vinculante no 56.

II – circunstância de ser pai ou mãe, com especificação III – custodiada gestante, mãe ou responsável por
quanto à: crianças ou pessoas com deficiência que já tenha
cumprido um oitavo da pena no regime prisional,
a) quantidade de filhos; indicativo da necessidade de análise de progressão de
regime, nos termos do art.112, §3o, da Lei de Execução
b) data de nascimento de cada um deles; e Penal.

c) eventual condição de pessoa com deficiência. Parágrafo único. O alerta de que trata este artigo também
deverá ser acessível ao Ministério Público, à Defesa e à
III – eventual situação de responsável por pessoa, de pessoa custodiada, acusada, ré, condenada ou privada
quem não seja pai ou mãe, com a indicação de: de liberdade.

a) data de nascimento; e Art. 4º Incumbe à autoridade judicial, na análise do caso


concreto e em cumprimento às ordens coletivas de
b) eventual condição de pessoa com deficiência. habeas corpus concedidas pela 2ª Turma do Supremo
Tribunal Federal nos HCs no 143.641 e 165.704:
IV – prática de crime contra filho ou dependente.
I – averiguar, por perguntas e visualmente, hipóteses de
§ 1º Os sistemas e cadastros deverão assegurar a gravidez ou existência de filhos, dependentes ou outra
proteção dos dados pessoais e o respeito aos direitos e pessoa sob cuidados da pessoa custodiada, com
garantias individuais, notadamente à intimidade, informações referentes à idade e a eventual deficiência
privacidade, honra e imagem, nos termos da legislação destas;
aplicável.
II – consultar, se entender necessário, sistemas
§ 2º As adaptações necessárias nos sistemas e eletrônicos de registro civil, devendo conferir
cadastros observarão os conceitos previstos no art. 4º da credibilidade à palavra da pessoa custodiada em caso de
Resolução CNJ no 335/2020, que institui política pública indisponibilidade do sistema e em relação à guarda do
para a governança e a gestão de processo judicial filho, criança ou pessoa com deficiência que esteja sob
eletrônico e integra os tribunais do país com a criação da sua responsabilidade; e
Plataforma Digital do Poder Judiciário Brasileiro –
III – consultar a equipe multidisciplinar, a fim de colher
PDPJ-Br. subsídios para a decisão e para os encaminhamentos de
proteção social necessários à pessoa apresentada e aos
§ 3º Os tribunais manterão atualizadas as informações filhos, criança ou pessoa com deficiência que esteja sob
de que trata este artigo nos sistemas e cadastros sua responsabilidade.
eletrônicos.
§ 1º Na audiência de custódia, caso a prisão em flagrante
Art. 3º Os sistemas e cadastros relativos ao processo e tenha sido regular, e se entender necessária e adequada
à execução penais, ao procedimento de apuração de ato a segregação cautelar da pessoa que se encontre nas
infracional e à execução de medida socioeducativa hipóteses previstas no art. 1º desta Resolução, o juiz
deverão fornecer à autoridade judicial alerta automático poderá determinar sua prisão domiciliar, sem prejuízo da
em caso de: imposição de medida cautelar prevista no art. 319 do
Código de Processo Penal, nos casos em que haja estrita
I – custodiada gestante, mãe ou responsável por crianças necessidade.
ou pessoas com deficiência, indicativo da necessidade
de analisar a possibilidade de substituição de prisão § 2º Eventual imposição de prisão domiciliar ou de
preventiva por prisão domiciliar, e o cabimento de saída medida cautelar diversa da prisão deverá ser
fundamentada nos termos do art. 315 do Código de
Processo Penal, cabendo ainda examinar sua § 7º Na hipótese excepcional de manutenção da
compatibilidade com os cuidados necessários ao filho ou privação de liberdade, o acompanhamento das mulheres
dependente. mães e gestantes obedecerá aos princípios e diretrizes
previstos na Resolução CNJ no 252/2018.
§ 3º A aplicação de medidas cautelares diversas da
prisão compreenderá a estipulação de prazos para seu Art. 5º Até o trânsito em julgado de eventual decisão
cumprimento e para a reavaliação de sua manutenção, condenatória, a autoridade judicial poderá se valer das
conforme art. 9º da Resolução CNJ no 213/2015. providências previstas no art. 4º para reavaliar a
necessidade de manutenção da medida privativa de
§ 4º Na audiência de custódia, o juiz questionará a liberdade, ou designar audiência, em caso de dúvida
pessoa apresentada sobre a profissão declarada e os sobre a prova documental carreada aos autos acercados
vínculos de emprego, que deverão ser considerados na requisitos do art. 318 do CPP.
fundamentação sobre a prisão domiciliar e/ou na
imposição de medidas cautelares diversas. Art. 6º Incumbe à autoridade judicial responsável pela
execução penal analisar, em caráter emergencial, a
§ 5º Caso a presa mãe, gestante ou responsável por possibilidade de concessão de saída antecipada do
criança ou pessoa com deficiência não possua emprego, regime fechado ou semiaberto, nos casos elencados na
atividade lícita e nem condições imediatas de trabalho, o Recomendação CNJ no 62/2020.
magistrado deverá avaliar a possibilidade de inclusão em
projetos sociais e de geração de trabalho e renda Art. 7º Os tribunais, em colaboração com as escolas de
compatíveis com a sua situação particular. magistratura, deverão promover estudos, pesquisas e
cursos de formação continuada, divulgar estatísticas e
outras informações relevantes referentes ao tratamento
de pessoas custodiadas, acusadas, rés, condenadas ou
§ 6º A decretação da prisão preventiva de pessoa que se privadas de liberdade que sejam gestantes, lactantes,
encontre nas hipóteses previstas no art. 1º desta mães, pais ou responsáveis por crianças e pessoas com
Resolução deve ser considerada apenas nos casos deficiência, para qualificação permanente e atualização
previstos no rol taxativo decidido pelo STF nos Habeas funcional dos magistrados e serventuários em atuação
Corpus no 143.641 e165.704: nas varas criminais, juizados especiais criminais,
juizados de violência doméstica e familiar contra a
I – crimes praticados mediante violência ou grave mulher, varas de execução penal e varas da infância e da
ameaça; juventude.

II – crimes praticados contra seus descendentes; Art. 8º Os tribunais, por meio do Grupo de Monitoramento
e Fiscalização
III – suspensão ou destituição do poder familiar por
outros motivos que não a prisão; do Sistema Carcerário (GMF) e da Coordenadoria da
Infância e da Juventude (CIJ),
IV – situações excepcionalíssimas, as quais deverão ser
devidamente fundamentadas, considerando: deverão:

a) a absoluta excepcionalidade do encarceramento de I – estabelecer fluxo para rastreamento e


gestantes, mães, pais e responsáveis por crianças e acompanhamento das decisões que tratem da
pessoas com deficiência, em favor dos quais as ordens substituição de prisão preventiva, bem como da saída
de habeas corpus foram concedidas; antecipada dos regimes fechado e semiaberto;

b) a presunção legal de indispensabilidade dos cuidados II – sistematizar e divulgar os dados, decisões judiciais e
maternos; informações correlatas ao objeto dos Habeas Corpus no
143.641 e 165.704, remetendo relatório ao DMF,
c) a presunção de que a separação de mães, pais ou trimestralmente.
responsáveis, de seus filhos ou dependentes afronta o
melhor interesse dessas pessoas, titulares de direito à Parágrafo único. Os GMFs e as CIJs poderão designar
especial proteção; e servidores ou magistrados, sem prejuízo de suas
atribuições, para acompanhamento específico do
d) a desnecessidade de comprovação de que o ambiente cumprimento do disposto neste artigo.
carcerário é inadequado para gestantes, lactantes e seus
filhos. Art. 9º Fica instituída, no âmbito do Conselho Nacional
de Justiça, Comissão Permanente Interinstitucional para
acompanhamento e sistematização em nível nacional
dos dados referentes ao cumprimento das ordens Art. 13. Esta Resolução entra em vigor na data da sua
coletivas de habeas corpus concedidas pela 2ª Turma do publicação.
Supremo Tribunal Federal nos HCs no 143.641 e
165.704 e à implementação das demais medidas RESOLUÇÃO DO ÓRGÃO ESPECIAL Nº 28/2021
previstas nesta Resolução. Regulamenta as atividades judiciais junto à Central de
Vagas no Sistema Estadual de Atendimento
§ 1º A composição da Comissão Permanente Socioeducativo no âmbito do Poder Judiciário do Estado
Interinstitucional será definida por a toda Presidência do do Ceará. - Tribunal de Justiça do Ceará.
CNJ, a ser publicado no prazo de 30 dias, assegurada a
equidade de gênero nas indicações e a participação de
representantes da Ordem dos Advogados do Brasil, do
Ministério Público, da Defensoria Pública e de, no
mínimo, duas organizações ou instituições da sociedade
civil que se dediquem ao objeto desta

Resolução.

§ 2º Será criado painel público para monitoramento dos


dados referentes à implementação desta Resolução,
hospedado na página eletrônica do Conselho Nacional
de Justiça.

Art. 10. O acompanhamento do cumprimento desta


Resolução contará com o apoio técnico do Departamento
de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário
e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas
do Conselho Nacional de Justiça (DMF).

Parágrafo único. O DMF elaborará, no prazo de até 180


dias:

I – manual voltado à orientação dos tribunais e


magistrados quanto à implementação do disposto nesta
Resolução;

II – formulário eletrônico para monitoramento da


implementação desta

Resolução, a ser preenchido trimestralmente pelos


tribunais.

Art. 11. Os sistemas e cadastros utilizados na inspeção


de estabelecimentos penais e socioeducativas na
tramitação e gestão de dados dos processos penais
serão adequados ao disposto nesta Resolução no prazo
de noventa dias.

Parágrafo único. O Departamento de Tecnologia da


Informação do Conselho Nacional de Justiça fornecerá o
suporte técnico necessário à implementação da presente
Resolução.

Art. 12. O Conselho Nacional de Justiça e os tribunais


poderão realizar acordos e parcerias para viabilizar a
implementação dos dispositivos da presente Resolução,
notadamente para disponibilizar aos juízes acesso
eletrônico para consulta ao sistema de registro civil.
determina que, nas unidades federativas em que a
Central de Vagas já esteja implementada, caberá ao

RESOLUÇÃO DO ÓRGÃO Tribunal de Justiça garantir apoio institucional e


operacional à Central de Vagas, inclusive mediante a
expedição de atos normativos que regulamentem a
ESPECIAL Nº 28/2021 atividade judicial junto a tal serviço;

Regulamenta as atividades judiciais junto à Central de CONSIDERANDO a Portaria da Superintendência do


Vagas no Sistema Estadual de Atendimento Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo
Socioeducativo no âmbito do Poder Judiciário do Estado (SEAS) nº 67/2021, que regulamentou o funcionamento
do Ceará. da Central de Regulação de Vagas do Sistema
Socioeducativo do Estado do Ceará;
O ÓRGÃO ESPECIAL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO
ESTADO DO CEARÁ (TJCE), no uso de suas RESOLVE:
competências legais e regimentais, por decisão unânime
de seus componentes, em sessão realizada em 11 de Art. 1º Regulamentar as atividades judiciais junto à
novembro de 2021, Central de Vagas no Sistema Estadual de Atendimento
Socioeducativo no âmbito do Poder Judiciário do Estado
CONSIDERANDO que a Constituição Federal de 1988 do Ceará.
estabelece a prioridade absoluta na garantia dos direitos
da criança e do adolescente e o princípio da convivência CAPÍTULO I
familiar e comunitária (art. 227), bem como a dignidade
da pessoa humana (art. 1º, inciso III) e a não submissão DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
a tortura ou tratamento desumano e degradante (art. 5º,
inciso III); Art. 2º. A Central de Regulação de Vagas, unidade
administrativa da Superintendência do Sistema Estadual
CONSIDERANDO que o Estatuto da Criança e do de Atendimento Socioeducativo, cujas atividades são
Adolescente (ECA) estabelece que é direito da criança e regulamentadas pela Portaria nº 67/2021, é o órgão
do adolescente ser criado e educado no seio de sua responsável pela gestão e coordenação das vagas em
família, assegurada a convivência familiar e comunitária, unidades de internação, semiliberdade e internação
em ambiente que garanta seu desenvolvimento integral provisória do Sistema Estadual de Atendimento
(art. 19, caput), além de prever que a medida Socioeducativo do Estado do Ceará.
socioeducativa de internação deverá estar sujeita aos
princípios da excepcionalidade e da brevidade (art. 121, Art. 3º. O Poder Judiciário cearense atuará de forma
caput); cooperativa com o Poder Executivo para garantir a
execução da Central de Vagas no Sistema Estadual de
CONSIDERANDO que, conforme disposto no art. 49, Atendimento Socioeducativo.
inciso II, da Lei nº 12.594, de 18 de janeiro de 2012, é
direito do(a) adolescente submetido(a) ao cumprimento Parágrafo único. O(a) juiz(a), ao decretar uma das
de medida socioeducativa ser incluído(a) em programa medidas referidas no artigo anterior, solicitará a
de meio aberto quando inexistir vaga para o cumprimento disponibilização de vaga à Central para recebimento
de medida de privação da liberdade, exceto nos casos de do(a) adolescente, obedecendo ao disposto neste
ato infracional cometido mediante grave ameaça ou normativo.
violência à pessoa;
CAPÍTULO II
CONSIDERANDO a decisão proferida pelo Supremo
Tribunal Federal no Habeas Corpus nº 143.988, em 25 DA SOLICITAÇÃO DAS VAGAS
de agosto de 2020, a qual determinou que as unidades
de execução de medida socioeducativa não ultrapassem Art. 4º Proferida decisão de internação provisória ou de
a capacidade projetada e estabeleceu a adoção do internação-sanção ou, ainda, sentença de medida
princípio numerusclausus como estratégia da gestão socioeducativa de internação ou de semiliberdade,
para essas mesmas unidades, com a liberação de nova caberá ao(à) magistrado(a) solicitar à Central de
vaga na hipótese de ingresso de adolescente; Regulação a disponibilização de vaga em unidade
socioeducativa, por meio de sistema informatizado,
CONSIDERANDO a Resolução do Conselho Nacional de desenvolvido e mantido pela Superintendência do
Justiça (CNJ) nº 367, de 19 de janeiro de 2021, que Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo
dispõe sobre diretrizes e normas gerais para a criação da (SEAS).
Central de Vagas no Sistema Estadual de Atendimento
Socioeducativo, no âmbito do Poder Judiciário, e
§ 1º Todas as orientações para acesso ao sistema § 1º Durante o período em que estiver em lista de espera
deverão ocorrer através de correio eletrônico, no de medida socioeducativa de internação ou de
endereço central. semiliberdade, o(a) magistrado(a) que receber a
resposta de indisponibilidade de vaga, decidirá, ainda
vagas@seas.ce.gov.br. que mantenha a decretação da medida restritiva
aplicada, se o(a) adolescente deverá aguardar o
§ 2º Os atos infracionais praticados mediante grave surgimento da vaga em sua residência ou se será
ameaça ou violência à pessoa terão prioridade na incluído em programa de meio aberto, mediante decisão
obtenção de vagas para o cumprimento de medidas judicial fundamentada, no prazo de 24 (vinte e quatro)
socioeducativas em meio fechado, conforme critérios de horas.
pontuação especificados em normativo próprio da
Superintendência do Sistema Estadual de Atendimento § 2º O(A) magistrado(a) deverá fiscalizar a posição do(a)
Socioeducativo. adolescente na lista de espera, podendo, a qualquer
tempo, requisitar informações à Central de Regulação de
Art. 5º A solicitação deverá ser instruída com a seguinte Vagas.
documentação:
§ 3º O(A) magistrado(a) deverá respeitar, rigorosamente,
I - guia de execução; a ordem de classificação da lista de espera elaborada
pela Central de Regulação de Vagas, vedada a
II - cópia da representação e/ou pedido de internação determinação de admissão de adolescente em unidade
provisória, quando houver; socioeducativa sem prévia e regular solicitação e
consequente designação da vaga pelo órgão gestor.
III - decisão judicial, em que deverá constar
expressamente a capitulação jurídica completa do ato § 4º Transcorridos 150 (cento e cinquenta) dias desde a
infracional; inclusão do(a) adolescente na lista de espera sem que
haja disponibilidade de vaga, caberá ao juízo
IV - tratando-se de adolescente apreendido(a), competente, ouvidos o Ministério Público e a Defesa,
documento comprobatório da data de apreensão; reavaliar a pertinência da manutenção ou a revogação da
medida socioeducativa imposta.
V - cópia da certidão de antecedentes;
§ 5º Revogada a medida socioeducativa ou não
VI - documentos de caráter pessoal do(a) adolescente sobrevindo decisão judicial determinando sua
existente no processo de conhecimento, especialmente manutenção em 30 dias após o prazo do parágrafo
os que comprovem sua idade; e anterior, o(a) adolescente será excluído da lista de
espera pela Central de Regulação de Vagas.
VII - tratando-se de adolescente submetido(a) a
internação-sanção, cópia do termo de audiência em que Art. 7º Recebida a informação sobre a existência de
foi decretada a medida. vaga, o(a) magistrado(a) deverá proceder em
conformidade ao disposto a seguir:
§ 1º No caso de internação provisória decretada no
período de recesso e plantão judiciário, poderá ser I - tratando-se de solicitação de vaga de internação
dispensado o envio dos documentos previstos nos provisória para adolescente que esteja sob a custódia do
incisos I e V, tendo o juízo do processo de conhecimento Estado, deverá o(a) magistrado(a) requisitar ao órgão
o prazo de 48 (quarenta e oito) horas após o recebimento responsável pela custódia sua imediata apresentação à
dos autos para fazer esse envio. unidade socioeducativa apontada pela Central de
Regulação de Vagas, respeitado o prazo máximo de 5
§ 2º Não sendo conhecida a solicitação por ausência dos (cinco) dias fixado pelo art. 185, § 2º, do Estatuto da
documentos obrigatórios sem motivo justificado, caberá
ao juízo solicitante encaminhá-los no prazo de 24 (vinte Criança e do Adolescente (ECA);
e quatro) horas.
II - na hipótese de a vaga se referir a internação
§ 3º Não serão definidas ou reservadas quotas de vagas provisória ou medida socioeducativa de adolescente que
por comarca. esteja em liberdade, a autoridade judiciária expedirá,
imediatamente, mandado de busca e apreensão, em que
Art. 6º Na hipótese de indisponibilidade de vaga, o(a) deverá constar expressamente a unidade socioeducativa
adolescente será incluído(a) em lista de espera, indicada pela Central de Regulação de Vagas, à qual
respeitados os critérios previstos no § 2º do art. 4º, desta deverá o adolescente ser apresentado;
Resolução.
III - na hipótese de a vaga se referir a internação capacidade de ocupação superior ao limite projetado do
provisória ou medida socioeducativa de adolescente que estabelecimento, contanto que em localidade próxima à
esteja em liberdade e em desfavor do(a) qual já exista residência dos
mandado de busca e apreensão expedido, o(a)
magistrado(a) deverá requisitar à autoridade competente seus familiares; e
seu imediato cumprimento; ou
IV - adotar outras medidas aptas a reduzir a lotação das
IV - quando a existência de vaga decorrer da unidades socioeducativas.
transferência, interna ou externa, de adolescentes ou da
decretação de alteração da medida cautelar ou Art. 10. A transferência entre unidades socioeducativas
socioeducativa, deverá o(a) magistrado(a) requisitar ao será excepcional e devidamente fundamentada no Plano
órgão responsável pela custódia sua Individual de Atendimento (PIA), obedecendo-se ao
disposto no art. 13 da Resolução nº 367 do Conselho
imediata apresentação à unidade socioeducativa Nacional de Justiça.
apontada pela Central de Regulação de Vagas.
CAPÍTULO III
Art. 8º Caso o(a) adolescente não seja apresentado(a)
para ingresso no prazo de 5 (cinco) dias, a vaga poderá DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
ser disponibilizada para outra autoridade solicitante ou
para a mesma autoridade, desde que seja encaminhada Art. 11. O Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, por
nova solicitação de vaga. meio do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do
Sistema Carcerário (GMF) e da Coordenadoria da
Art. 9º A fim de assegurar que a taxa de ocupação das Infância e Juventude (CIJ), deverá inspecionar e
unidades socioeducativas sob sua competência não fiscalizar as unidades socioeducativas, a fim de apurar o
ultrapasse o percentual de 100% (cem por cento) da quantitativo e a qualidade das vagas disponíveis, nos
capacidade, caberá ao juízo com competência para termos do art. 6º, inciso X, da Resolução do Conselho
execução de medidas socioeducativas: Nacional de Justiça nº 214, de 15 de dezembro de 2015.

I - priorizar a apreciação dos pedidos de extinção,


substituição ou suspensão de medidas cumpridas em
unidades que estejam com ocupação máxima,
formulados pela direção das unidades, pela defesa, pelo
Ministério Público, pelo(a) adolescente ou por seus pais
ou responsáveis;

II - reavaliar, mediante designação de audiências


concentradas socioeducativas para oitiva da equipe
técnica, as medidas socioeducativas aplicadas a
adolescentes:

a) internados(as) exclusivamente em razão da reiteração


em infrações cometidas sem violência ou grave ameaça
à pessoa;

b) gestantes, lactantes, mães ou responsáveis por


criança de até 12 (doze) anos de idade ou por pessoa
com deficiência;

c) com deficiência ou debilitados(as) por motivo de


doença grave;

d) imprescindível aos cuidados especiais de pessoa


menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência;

III - proceder-se à transferência do(a) adolescente em


vaga excedente para outras unidades que não estejam
com
provas e títulos, de acordo com a Lei nº9.826, de 14 de
LEI Nº16.040, 28 de junho maio de 1974 (Estatuto dos Funcionários Públicos Civis
de 2016 - Criação da SEAS do ), e conterá, pelo menos, as seguintes fases:

I - provas;

LEI Nº16.178, 27 de dezembro de 2016. II - avaliação de capacidade física, salvo para o cargo de
Analista Socioeducativo;
DISPÕE SOBRE A CRIAÇÃO DOS
III - avaliação psicológica;
CARGOS EFETIVOS DE SOCIOEDUCADOR E
ANALISTA SOCIOEDUCATIVO, PARA ATENDER ÀS IV - exame toxicológico;
NECESSIDADES DA SUPERINTENDÊNCIA DO
V - investigação social;
SISTEMA ESTADUAL DE ATENDIMENTO
SOCIOEDUCATIVO - SEAS. VI - curso de formação profissional.
O GOVERNADOR DO . Faço saber que a Assembleia §1º As provas, de caráter eliminatório e classificatório,
Legislativa decretou e eu sanciono a seguinte Lei: visam revelar, teoricamente, os conhecimentos
indispensáveis ao exercício das atribuições ao cargo
Art.1º Ficam criados 964 (novecentos e sessenta e
pretendido, e versarão sobre o programa indicado no
quatro) cargos de provimento efetivo de Socioeducador
Edital.
e 116 (cento e dezesseis) cargos de provimento efetivo
de Analista Socioeducativo no quadro de pessoal da §2º A avaliação da capacidade física, de caráter
Administração Direta do Poder Executivo do , regidos eliminatório, verificará se o candidato tem condições para
pela Lei nº9.826, de 14 de maio de 1974 (Estatuto dos suportar o exercício permanente das atividades inerentes
Funcionários Públicos Civis do ). ao cargo.
Art.2º O quantitativo, o vencimento, as atribuições e a §3º A avaliação psicológica, de caráter eliminatório,
qualificação dos cargos criados por esta Lei são as verificará tecnicamente, de acordo com os parâmetros
constantes do anexo único desta Lei. em vigência e instrumentos autorizados pelo Conselho
Federal de Psicologia, os dados psicológicos dos
§1º Os servidores ocupantes do cargo de Socioeducador
candidatos abrangendo avaliações das funções
serão lotados na Superintendência do Sistema Estadual
psicológicas, a saber, capacidade mental, psicomotora,
de Atendimento Socioeducativo – SEAS, e atuarão nas
características de personalidade, entre outras que se
unidades de atendimento socioeducativo. fizerem necessárias para aferir as capacidades
§2º Os servidores ocupantes do cargo de Analista específicas para o exercício das atribuições do cargo a
Socioeducativo serão lotados na Superintendência do que estiver concorrendo.
Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo – §4º O exame toxicológico e a investigação social, de
SEAS, e atuarão na sede e nas unidades de atendimento
caráter eliminatório, obedecerão aos critérios fixados no
socioeducativo.
Edital.
§3º O Edital reservará quantitativo de vagas para §5º O curso de formação profissional, de caráter
pessoas do sexo feminino, de acordo com a necessidade eliminatório e classificatório, obedecerá aos critérios
das unidades de atendimento
fixados no Edital.
socioeducativo femininas e das atividades das demais
§6º Para participar da prova de avaliação de capacidade
unidades que comportem o exercício por pessoas do
física, o candidato deverá apresentar atestado médico
referido sexo, não podendo a reserva ser inferior a 5% do
que ateste a aptidão para se submeter aos exercícios
total de vagas.
discriminados no Edital do concurso.
§4º Serão reservadas 5% (cinco por cento) das vagas
§7º Poderá ser exigido exame de títulos, de caráter
para pessoas com deficiência.
classificatório, de acordo com critérios definidos no
§5º Os candidatos que concorrerem às vagas reservadas Edital.
às pessoas com deficiência passarão por exame médico
Art.4º O concurso público referido no artigo anterior
de compatibilidade com as atividades de internação,
deverá ser realizado conforme edital, o qual definirá de
internação provisória e semiliberdade.
forma clara e objetiva as características do concurso,
Art.3º O ingresso no cargo de Socioeducador e de identificação do cargo e suas atribuições, requisitos para
Analista Socioeducativo ocorrerá por meio de concurso investidura, bem como escolaridade e critérios
público de provas ou classificatórios e eliminatórios, o qual deverá estabelecer
a exigência de formação especializada e registro
profissional, quando for o caso.
Art.5º A jornada de trabalho dos cargos criados por esta
Lei fica estabelecida da seguinte forma:

I – 44 (quarenta e quatro) horas semanais, para o cargo


de Socioeducador, a ser cumprida em regime de plantão,
o qual será regulamentado por Portaria do
Superintendente do Sistema Estadual de Atendimento
Socioeducativo;

II - 40 (quarenta) horas semanais efetivamente


trabalhadas para o Cargo de Analista Socioeducativo, em
regime de escala, a ser definida por Portaria do
Superintendente do Sistema Estadual de Atendimento
Socioeducativo.

Art.6º As despesas decorrentes desta Lei correrão à


conta das dotações orçamentárias próprias da
Superintendência do Sistema Estadual de Atendimento
Socioeducativo.

Art.7º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art.8º Ficam revogadas as disposições em contrário, em


especial os §§4º e 5º do art.4º da Lei nº16.040, de 28 de
junho de 2016, bem como os anexos II e III da mesma
Lei.
destes Termos, sob pena de responsabilidade
DECRETO Nº31.988, de 12 administrativa.

de julho de 2016. Art.6º Os servidores efetivos ou titulares de funções de


carreira do quadro da Secretaria do Trabalho e
DISPÕE SOBRE A ESTRUTURA ORGANIZACIONAL, O Desenvolvimento Social que estejam, na data da
REGULAMENTO, A DISTRIBUIÇÃO E A publicação deste Decreto, em exercício nas unidades de
DENOMINAÇÃO DOS CARGOS DE PROVIMENTO EM atendimento socioeducativo, permanecerão em atividade
COMISSÃO DA SUPERINTENDÊNCIA DO SISTEMA nestas unidades até a realização da seleção prevista no
ESTADUAL DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO caput do art.5º da Lei nº16.040 de 28 de junho de 2016,
(SEAS) E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS sem prejuízo de suas remunerações, inclusive a
gratificação prevista na Lei nº15.293, de 8 de janeiro de
O GOVERNADOR DO , no uso das atribuições que lhe
2013, nos valores autorizados por esta Lei.
confere o art.88, incisos IV e VI, da Constituição
Estadual; Art.7º Este Decreto entra em vigor na data de sua
publicação.
CONSIDERANDO o que dispõe o Decreto nº21.325, de
15 de março de 1991, quanto à indispensável Art.8º Revogam-se as disposições em contrário.
transparência dos atos do Governo; e
ANEXO I A QUE SE REFERE O ART.1º DO DECRETO
CONSIDERANDO o disposto na Lei nº16.040 de 28 de Nº31.988, de 12 de julho de 2016
junho de 2016,
REGULAMENTO DA SUPERINTENDÊNCIA DO
DECRETA: SISTEMA ESTADUAL DE ATENDIMENTO
SOCIOEDUCATIVO (SEAS)
Art.1º Fica aprovada a estrutura organizacional e o
Regulamento da Superintendência do Sistema Estadual TÍTULO I DA SUPERINTENDÊNCIA DO SISTEMA
de Atendimento Socioeducativo (Seas), na forma que ESTADUAL DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO
integra o Anexo I do presente Decreto. (SEAS)
Art.2º Ficam distribuídos na estrutura organizacional da CAPÍTULO I
Superintendência do Sistema Estadual de Atendimento
Socioeducativo (Seas) 46 (quarenta e seis) cargos de DA CARACTERIZAÇÃO
provimento em comissão, sendo 1 (um) símbolo SS-1, 1 Art.1º A Superintendência do Sistema Estadual de
(um) símbolo SS-2, 4 (quatro) símbolo DNS-1, 6 (seis)
Atendimento Socioeducativo (Seas), criada pela Lei
símbolo DNS-2, 18 (dezoito) símbolo DNS-3 e 16
nº16.040, de 28 de junho de 2016, no âmbito da
(dezesseis)
Administração Direta do Poder Executivo do , vinculada
símbolo DAS-1. à Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social

Art.3º Os cargos de provimento em comissão integrantes (STDS), de natureza substantiva, com sede e foro na
da estrutura organizacional da Superintendência do capital do , reger-se-á pela sua Lei de criação e pelo
Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo (Seas) presente Regulamento, bem como pelas normas internas
são os constantes no Anexo II deste Decreto, com e a legislação pertinente em vigor.
denominações e quantificações ali previstas. CAPÍTULO II
Art.4º Os contratos e convênios firmados em data DA COMPETÊNCIA
anterior à publicação deste Decreto permanecerão na
responsabilidade das autoridades que os firmaram, até Art.2º Compete a Superintendência do Sistema Estadual
que sejam rescindidos ou, na forma de aditivo, tenham de Atendimento Socioeducativo (Seas):
suas execuções alteradas para a responsabilidade da
Superintendência. I - coordenar a gestão e a execução da política de
atendimento socioeducativo no , em conformidade com
Art.5º A Superintendência do Sistema Estadual de as diretrizes do Sistema Nacional de Atendimento
Atendimento Socioeducativo (Seas) e a Secretaria do Socioeducativo - Sinase, e com foco na gestão por
Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS) firmarão resultados;
Termos de Cooperação com o objetivo de viabilizar à
transferência de responsabilidade administrativa, II - coordenar a execução de programas e ações
financeira e orçamentária do Sistema Socioeducativo, destinados ao atendimento inicial integrado de
devendo os servidores da STDS dar tratamento adolescentes apreendidos para apuração de atos
prioritário às demandas e necessidades decorrentes infracionais;
III - realizar a execução das internações provisórias e a que objetivem a sua ressocialização, por meio de ações
execução dos programas socioeducativos de preventivas e de tratamento;
semiliberdade e internação, e estabelecer com os
municípios os requisitos e formas de colaboração para os XV - submeter ao Conselho Estadual dos Direitos da
programas de atendimento em meio aberto; Criança e do Adolescente (Cedca) políticas e planos que
se queira operar no Sistema Socioeducativo;
IV - estabelecer as diretrizes e o modelo de avaliação de
desempenho das equipes dos Centros Socioeducativos XVI - publicizar, mensalmente, por meios eletrônicos
e demais setores da Superintendência; dados e informações atualizadas sobre o Sistema
Socieducativo;
V - executar e contratar estudos e pesquisas que
contribuam para a formulação de programas e projetos XVII - emitir relatórios anuais com informações obtidas e
voltados para a excelência do atendimento aos condensadas a partir do Sistema de Avaliação e
adolescentes, bem como promover intercâmbio técnico- Monitoramento;
científico com instituições nacionais e internacionais; XVIII - fomentar a implementação dos programas de
VI - estabelecer parcerias com órgãos que compõem o atendimento em meio aberto nos municípios,
Sistema de Justiça, Conselhos Tutelares, Conselhos de estabelecendo requisitos, orientações metodológicas,
Direitos, Organizações não Governamentais – ONGs, e formas de colaboração e prestando consultoria técnica;
Organizações Governamentais - OGs, com o objetivo de XIX - exercer outras atividades correlatas.
assegurar a garantia dos direitos dos adolescentes em
atendimento socioeducativo; DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

VII - realizar, quando necessário, a captação de recursos Art.3º A estrutura organizacional básica da
junto a órgãos financiadores de programas e projetos Superintendência do Sistema Estadual de Atendimento
voltados para a sua área de atuação; Socioeducativo (Seas) é a seguinte:

VIII - promover a interlocução com ONGs, OGs, I - DIREÇÃO SUPERIOR


empresas privadas e sociedade civil, visando à
inserção/reinserção familiar e inclusão socioprodutiva • Superintendente do Sistema Estadual de Atendimento
dos egressos de medidas socioeducativas; Socioeducativo
IX - manter atualizado o sistema de informações • Superintendente Adjunto do Sistema Estadual de
gerenciais e monitorar, para efeito de avaliação e
controle de todo o Sistema Socioeducativo Estadual, Atendimento Socioeducativo
seus respectivos indicadores de desempenho;
II - ÓRGÃOS DE ASSESSORAMENTO
X - articular a elaboração de Termos de Cooperação com
1. Assessoria de Desenvolvimento Institucional
entidades públicas e privadas e contratos de gestão com
organização social potencializando a implementação da 2. Assessoria Jurídica
política de atendimento socioeducativo, vedada a
transferência de atividades de direção e gestão 3. Corregedoria

das unidades de atendimento; 4. Assessoria Especial de Gestão e Comunicação

XI - implantar e manter metodologias relacionadas à 5. Assessoria Especial de Diretrizes Socioeducativas


comunicação não violenta e práticas restaurativas em
6. Assessoria Especial de Infraestrutura e Logística
todas as instâncias e níveis organizacionais da
superintendência; III - ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO PROGRAMÁTICA
XII - estabelecer diretrizes para a regionalização das 7. Coordenadoria da Rede Socioeducativa
medidas socioeducativas e executar sua implantação
com vistas à ampliação dos programas de atendimento 7.1. Célula Centro Socioeducativo São Francisco
em Meio Aberto e Semiliberdade;
7.2. Célula Centro Socioeducativo São Miguel
XIII - estabelecer os indicadores de desempenho e os
7.3. Célula Centro Socioeducativo Passaré – Fortaleza
critérios necessários para a certificação da qualidade dos
processos e serviços prestados; 7.4. Célula Centro Socioeducativo José Bezerra de
Menezes de Juazeiro do Norte
XIV - possibilitar, por meio de tratamento adequado e
individualizado, a oportunidade aos internos, de 7.5. Célula Centro Socioeducativo Patativa do Assaré
reintegração ao convívio social, mediante o
desenvolvimento de programas, projetos e atividades 7.6. Célula Centro Socioeducativo Cardeal Aloísio
Lorscheider
7.7. Célula Centro Socioeducativo Dom Bosco III - interagir com os órgãos/entidades estaduais e com o
Poder Judiciário, buscando melhor desempenho e
7.8. Célula Centro Socioeducativo Dr. Zequinha Parente efetividade das atividades sob a sua responsabilidade;
7.9. Célula Centro Socioeducativo Aldaci Barbosa Mota IV - participar das reuniões de avaliação das ações
7.10. Célula do Centro Socioeducativo do Canindezinho desenvolvidas pelo Sistema Estadual de Atendimento
Socioeducativo;
7.11. Célula do Centro Socioeducativo Padre Cícero
V - promover parcerias com órgãos da Administração
7.12. Célula do Centro Socioeducativo de Sobral Pública na formulação de propostas e implementação de
programas na sua área de competência;
7.13. Célula Centro de Semiliberdade Mártir Francisca
VI - coordenar a elaboração do Plano Estadual de
7.14. Núcleo Centro de Semiliberdade de Sobral
Atendimento Socioeducativo, garantindo a uniformização
7.15. Núcleo Centro de Semiliberdade de Juazeiro do de ações e conteúdos pedagógicos, em observância ao
Norte Plano Nacional;

7.16. Núcleo Centro de Semiliberdade de Crateús VII - estabelecer as diretrizes e os requisitos para o
cofinanciamento ou complementação financeira aos
7.17. Núcleo Centro de Semiliberdade de Iguatu municípios que executam as medidas de Liberdade
Assistida (LA) e Prestação de Serviço à Comunidade
7.18. Núcleo Unidade de Recepção Luis Barros
(PSC);
Montenegro de Fortaleza
VIII - ordenar despesas, autorizando a emissão de
8. Coordenadoria de Monitoramento e Avaliação das
empenhos, pagamentos, suprimentos ou dispêndios no
Medidas Socioeducativas
âmbito da Superintendência;
9. Coordenadoria de Segurança e Prevenção de
IX - subscrever contratos, convênios e instrumentos
Conflitos
congêneres, em que a Superintendência seja parte ou
10. Célula de Regulação de Vagas interveniente, referente às suas competências, bem
como seus aditamentos e alterações, para a aquisição de
11. Núcleo Escola Estadual de Socioeducação bens, prestação de serviços ou realização de atividades;
IV - ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO INSTRUMENTAL X - instaurar sindicâncias e determinar abertura de
processo administrativo disciplinar;
12. Coordenadoria Administrativo-Financeira
XI - fiscalizar a execução dos contratos no âmbito da
12.1. Célula de Gestão de Pessoas
Superintendência, procedendo ao registro das
12.2. Célula de Gestão Financeira ocorrências e adotando providencias necessárias ao seu
fiel cumprimento, inclusive atestando os documentos
13. Célula de Tecnologia da Informação e Comunicação fiscais para pagamento e aplicando as penalidades
V - ÓRGÃO COLEGIADO previstas;

• Comissão Intersetorial do Sistema Estadual de XII - desempenhar outras tarefas que lhe forem
determinadas pelo Governador do Estado, nos limites de
Atendimento Socioeducativo sua competência constitucional e legal.

TÍTULO III CAPÍTULO II

DA DIREÇÃO SUPERIOR DO SUPERINTENDENTE ADJUNTO DO SISTEMA


ESTADUAL DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO
CAPÍTULO I
Art.5º Constituem atribuições básicas do
DO SUPERINTENDENTE DO SISTEMA ESTADUAL DE Superintendente Adjunto do Sistema Estadual de
ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO
Atendimento Socioeducativo:
Art.4º Constituem atribuições básicas do I - auxiliar o Superintendente na direção, organização,
Superintendente do Sistema Estadual de Atendimento orientação, controle e coordenação das atividades da
Socioeducativo: Superintendência;
I - coordenar o planejamento e a execução das atividades II - auxiliar o Superintendente nas atividades de
necessárias ao funcionamento da Rede Socioeducativa; articulação interinstitucional e com a sociedade civil nos
II - reportar-se diretamente ao Governador sobre os assuntos relativos à Superintendência;
assuntos pertinentes à Superintendência;
III - substituir o Superintendente nos seus afastamentos, VII - promover, periodicamente, em parceria com as
ausências e impedimentos, independentemente de demais unidades orgânicas da Superintendência, o
designação específica e de retribuição adicional, salvo se redesenho de processos, visando assegurar a melhoria
por prazo superior a 30 (trinta) dias; contínua dos serviços;

IV - submeter à consideração do Superintendente os VIII - consolidar informações para a produção de


assuntos que excedem à sua competência; relatórios gerenciais e emiti-los mensalmente ao
superintendente;
V - participar e, quando for o caso, promover reuniões de
coordenação no âmbito da Superintendência; IX - exercer outras atividades correlatas.

VI - estimular e propor planos de ação conjunta com SEÇÃO II


vistas à prática da intersetorialidade na gestão do
sistema socioeducativo; DA ASSESSORIA JURÍDICA

VII - promover a integração entre as diferentes políticas Art.7º Compete à Assessoria Jurídica:
sociais no contexto da garantia de direitos no sistema I - prestar assessoramento à Direção Superior e demais
socioeducativo; unidades orgânicas da Superintendência;
VIII - estabelecer diretrizes complementares para a II - monitorar as citações, notificações e intimações da
organização e funcionamento dos programas municipais justiça;
de Liberdade Assistida (LA) e Prestação de Serviço à
Comunidade (PSC); III - despachar com o Superintendente os processos
judiciais orientados pela Procuradoria-Geral do Estado
IX - desempenhar outras tarefas compatíveis com suas (PGE);
atribuições face à determinação do Superintendente.
IV - analisar e acompanhar a publicação no Diário Oficial
DOS ÓRGÃOS DE ASSESSORAMENTO do Estado (DOE), os atos e processos administrativos
SEÇÃO I submetidos a sua esfera, no que se refere aos aspectos
jurídicos e legais;
DA ASSESSORIA DE DESENVOLVIMENTO
INSTITUCIONAL V - compilar ementários de leis e decretos estaduais;

Art.6º Compete à Assessoria de Desenvolvimento VI - assessorar na elaboração, revisão e exame de


Institucional: projetos de lei, decretos, contratos, convênios, editais de
licitação, instruções normativas e demais instrumentos
I - prestar assessoramento técnico à Direção Superior e legais de interesse da Superintendência, bem como da
as demais unidades orgânicas; Administração Pública;

II - coordenar e consolidar a elaboração do Plano VII - analisar projetos, propostas e autógrafos de lei
Plurianual (PPA), da Lei Orçamentária Anual (LOA), da encaminhados pelos Poderes Executivo;
Mensagem Governamental, do Plano Operativo Anual
(POA) e demais instrumentos; VIII - acompanhar a publicação da legislação federal e
estadual pertinente à Administração Pública e de
III - coordenar a elaboração de programas, projetos e interesse da Superintendência;
planejamento estratégico institucional, definindo
indicadores de desempenho, acompanhando os IX - emitir pareceres, despachos e informações de
resultados e propondo ajustes, quando necessários; caráter jurídico nos assuntos que são submetidos a seu
exame;
IV - acompanhar a execução orçamentária da
Superintendência, X - articular com a PGE e demais serviços jurídicos do
Estado, com vistas á solucionar pendências jurídicas e
em parceria com a Coordenadoria Administrativo- acompanhar a tramitação;
Financeira e com os gerentes de programas;
XI - manter atualizadas as informações relacionadas a
V - acompanhar a execução dos projetos das unidades contratos e convênios da Superintendência no Sistema
orgânicas, visando o desempenho conjunto e integrado do Tribunal de Contas do Estado (TCE);
das metas estabelecidas;
XII - acompanhar e fiscalizar a execução dos contratos
VI - conhecer as experiências bem-sucedidas na área em sua área de atuação;
institucional, dentro e fora do Estado, compartilhando
informações, experiências e conhecimentos; XIII - coordenar a atuação dos advogados em todas as
instâncias de atuação na Superintendência;
XIV - consolidar informações para a produção de XI - organizar, regulamentar e coordenar as comissões
relatórios gerenciais mensais; de processo sindicantes e de processos administrativos
de acordo com a legislação vigentes;
XV - exercer outras atividades correlatas.
XII - realizar visitas correcionais junto às Unidades da
SEÇÃO III Seas, quando estas forem indispensáveis ao exercício de
DA CORREGEDORIA suas funções;

Art.8º Compete a Corregedoria: XIII - consolidar informações para a produção de


relatórios gerenciais mensais e elaborar relatório
I - inspecionar periodicamente o funcionamento dos conclusivo acerca das inspeções, sindicâncias e
órgãos da Superintendência; processos administrativos disciplinares, encaminhando-
o às autoridades competentes que, na forma da Lei
II - realizar correição geral ordinária, sem prejuízo das Estadual, incumbam a estes decidir;
extraordinárias, ressalvadas as competências da
Controladoria Geral do , estabelecida pela Lei nº13.875, XIV - exercer outras atividades correcionais que lhe
de 07 de fevereiro de 2007, alterada pela Lei nº15.360, venham a ser atribuídas ou delegadas pelo
de 04 de junho de 2013, e regulamentadas no Decreto Superintendente, observados os princípios da
nº31.238, de 25 de junho de 2013; legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e as garantias constitucionais do devido
III - verificar a regularidade dos serviços, a observância processo legal, do contraditório e da ampla defesa.
dos prazos estabelecidos e o cumprimento das normas;
SEÇÃO IV
IV - verificar os casos de ausência, desídia, abuso de
poder, abuso de confiança e incapacidade gestora no DA ASSESSORIA ESPECIAL DE GESTÃO E
âmbito administrativo que importem em atentado à COMUNICAÇÃO
legislação vigente que rege a política de execução de
Art.9º Compete a Assessoria Especial de Gestão e
medidas socioeducativas e outras legislações aplicáveis
Comunicação:
à entidade;
I - prestar assessoramento técnico à Direção Superior e
V - submeter à apreciação do Superintendente fatos que
as demais unidades orgânicas;
se mostrem relevantes à segurança e ao funcionamento
regular da Superintendência; II - submeter à apreciação do Superintendente fatos que
se mostrem relevantes à segurança e ao funcionamento
VI - conhecer das representações e reclamações
regular da Superintendência;
relativas aos serviços prestados no âmbito da
Superintendência do Sistema Estadual de Atendimento III - acompanhar a execução dos contratos e convênios
Socioeducativo, promovendo as diligências que se da superintendência, submetendo ao Superintendente,
fizerem necessárias; quando for o caso, a apreciação em função da
inadequação de obrigações contratuais e outras
VII - fiscalizar o cumprimento das diretrizes e planos de
irregularidades observadas;
ação definidas pela Superintendência e, se detectadas
irregularidades, determinar a apuração de IV - elaborar despachos e informações a serem
reponsabilidade administrativa, sem prejuízo das submetidos ao Superintendente;
responsabilidades civil e criminal, quando couber;
V - acompanhar as publicações no Diário Oficial do
VIII - planejar, organizar, coordenar, orientar, Estado (DOE), os atos administrativos relevantes à
supervisionar, fiscalizar e controlar ações necessárias à Superintendência;
abertura dos procedimentos administrativos e de
sindicância; VI - elaborar o planejamento de comunicação interna e
externa da Superintendência;
IX - instruir e tramitar processos de sindicância
administrativa e procedimentos administrativos, VII - articular a realização e divulgação de eventos;
estabelecendo e observando o
VIII - acompanhar o Superintendente e demais
cumprimento de metas e prioridades em conformidade colaboradores da Superintendência em entrevistas à
com a orientação de diretrizes da Seas; imprensa;

X - zelar e orientar quanto da emissão, tramitação, IX - gerenciar a Intranet no que diz respeito ao conteúdo
divulgação, guarda e arquivamento dos documentos e e a web design, alimentando-a de notícias e informações
processos da corregedoria, garantindo sua segurança, dirigidas à imprensa;
preservação e sigilo, consoante às normas previstas;
X - consolidar informações para a produção de relatórios
gerenciais;
XI - desempenhar outras tarefas compatíveis com suas XII - realizar outras atividades correlatas.
‘atribuições face às determinações do Superintendente.
SEÇÃO VI
SEÇÃO V
DA ASSESSORIA ESPECIAL DE INFRAESTRUTURA E
DA ASSESSORIA ESPECIAL DE DIRETRIZES
SOCIOEDUCATIVAS LOGÍSTICA

Art.10. Compete a Assessoria Especial de Medidas Art.11. Compete a Assessoria Especial de Infraestrutura
Socioeducativas: e Logística:

I - elaborar o Plano Pedagógico Estadual de Atendimento I - conservar e manter em perfeitas condições os prédios,
Socioeducativo, padronizando e uniformizando as ações os serviços de fornecimento de energia, água, esgoto e
e conteúdos programáticos a serem oferecidos durante a telefonia, instalações elétricas, hidráulicas e sanitárias,
execução das medidas socioeducativas e na internação equipamentos e mobiliários;
provisória; II - planejar e elaborar projeto básico para aquisição de
II - estabelecer as diretrizes e metodologias bens e serviços para manutenção e funcionamento da
concernentes à execução dos Planos Individuais de Superintendência por meio de cotação eletrônica,
Atendimento (PIA) nos Centros Socioeducativos de registro de preços ou processo licitatório;
Internação e Semiliberdade; III - realizar despesas eventuais e de pequeno vulto
III - coordenar a elaboração das Propostas Pedagógicas através de suprimento de fundos;
em cada Centro Socioeducativo, em consonância com o IV - inventariar, qualitativa e quantitativamente, o acervo
plano estadual e com os Protocolos de Segurança; documental corrente, intermediário e permanente da
IV - planejar em conjunto com os diretores nos centros Superintendência;
socioeducativos a execução de atividades pedagógicas, V - elaborar, implantar e acompanhar a Tabela de
culturais, esportivas, de saúde e profissionalizantes, Temporalidade de Documentos (TTD);
dentre outras;
VI - realizar tratamento técnico, organizar e indexar em
V - coordenar a elaboração do Regimento Interno do meio magnético a documentação, garantindo a
Núcleo Escola Estadual de Socioeducação; racionalização dos espaços físicos e a segurança das
VI - planejar em conjunto com o Núcleo Escola Estadual informações;
de Socioeducação, Coordenadoria Segurança e VII - guardar em local apropriado e higienizado o acervo
Prevenção de Conflitos, Coordenadoria da Rede documental, com vistas a garantir a segurança física;
Socioeducativa e Célula de Gestão de Pessoas os
processos formativos dos servidores e colaboradores da VIII - sistematizar metodologia que permita o acesso
Superintendência; rápido à pesquisa pelos usuários;

VII - propor e articular a realização de estudos e IX - controlar o patrimônio imóvel e móvel,


pesquisas que contribuam para a formulação de providenciando, quando couber, o tombamento, registro,
programas e projetos voltados para a excelência do termos de responsabilidade, movimentação, inventário e
atendimento ao adolescente em cumprimento de medida identificação de bens inservíveis;
socioeducativa;
X - receber, conferir, registrar e armazenar o material de
VIII - promover o intercâmbio de experiências consumo adquirido;
inovadoras, para o fortalecimento do trabalho
XI - providenciar a entrega do material requisitado pelas
desenvolvido;
unidades orgânicas da Superintendência;
IX - submeter ao Superintendente, quando for o caso, a
XII - manter controle sobre os produtos estocados,
apreciação em função da inadequação de obrigações
observando validade, limpeza, organização e instalações
contratuais e outras irregularidades observadas na sua
área de atuação; físicas apropriadas;

XIII - realizar inventário anual dos itens mantidos em


X - propor os instrumentos de avaliação dos serviço
estoque;
pedagógicos, psicossociais e de saúde concernentes aos
Centros de Medidas XIV - gerenciar e monitorar a frota de veículos e
motoristas a serviço da Superintendência;
Socioeducativas;
XV - controlar a entrada e saída de pessoas na
XI - consolidar informações para a produção de relatórios
Superintendência;
gerenciais mensais;
XVI - registrar o recebimento e expedição de documentos atuação;
e encomendas via correio, protocolo ou mensageiro;
IX - realizar outras atividades correlatas.
XVII - executar os serviços de cópias xerográficas
demandadas pela Superintendência; Art.13. Competem às Células Centro Socioeducativo São
Francisco, São Miguel, Passaré, Bezerra de Menezes,
XVIII - consolidar informações para a produção de Patativa do Assaré, Cardeal Aloisio Lorscheider, Dom
relatórios gerenciais; Bosco, Canindezinho, Aldaci Barbosa Mota, Dr. Zequinha
Parente: Célula do Centro Socioeducativo Padre Cícero
XIX - exercer outras atividades correlatas. e Célula do Centro Socioeducativo de Sobral:
CAPÍTULO II I - prestar assistência integral ao adolescente em conflito
DOS ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO PROGRAMÁTICA com a lei, sentenciado com medida socioeducativa de
privação de liberdade, em atendimento inicial, ou
SEÇÃO I internação provisória, assegurando-lhe os direitos
legalmente previstos nos arts.94 e de 121 a 125 do
DA COORDENADORIA DA REDE SOCIOEDUCATIVA
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e Lei federal
Art.12. Compete à Coordenadoria da Rede nº12.594/2012;
Socioeducativa:
II - assegurar a execução do Plano Pedagógico, por meio
I - prestar assistência integral ao adolescente em conflito de uma programação de atividades cotidianas,
com a lei, em cumprimento de medidas socioeducativas desenvolvidas a partir de diferentes eixos temáticos,
privativa/restritiva de liberdade, assegurando-lhe os como parte fundamental do processo de desligamento do
direitos legalmente previstos de acordo com o Estatuto adolescente e sua inclusão sociofamiliar e comunitária;
da Criança e do Adolescente (ECA) e Lei federal
III - garantir a participação do adolescente em atividades
nº12.594/ 2012;
externas, sempre que possível, na perspectiva de
II - coordenar a implementação do Plano Estadual de desconstrução de um modelo prisional, em atenção ao
Atendimento Socioeducativo nas Unidades que compõe §1º do art.121 do ECA;
o Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo;
IV - assegurar a participação das famílias e comunidade
III - supervisionar a implantação de práticas restaurativas nas atividades desenvolvidas pela unidade, fortalecendo
no atendimento socioeducativo; a responsabilidade e envolvimento destes no processo
socioeducativo;
IV - coordenar e supervisionar a gestão técnica e
administrativa nas Unidades de atendimento V - assegurar o desenvolvimento das atividades
socioeducativo com foco na gestão por Resultados; pedagógicas, em parceria com outras instâncias
governamentais e não governamentais, fortalecendo o
V - promover a inspeção mensal das instalações físicas, trabalho em rede e o compromisso mútuo entre os
dos estoques de suprimentos e dos equipamentos diferentes atores sociais na socio educação;
necessários ao pleno funcionamento dos Centros
Socioeducativos, solucionando as demandas VI - assegurar o cumprimento do Regimento Interno das
encontradas em cooperação com os diretores e Unidades, na perspectiva da construção de uma linha
coordenadores e reportando ao Superintendente a teórico metodológica de trabalho, assentada nos
recorrência das irregularidades encontradas; princípios dos direitos humanos.

VI - supervisionar o desempenho dos Centros VII - desenvolver ações pedagógicas com foco em
Socioeducativo, inclusive quanto à qualidade da oferta práticas restaurativas e administração de conflitos;
dos bens e serviços prestados, submetendo ao
VIII - manter o processo sistemático de avaliação do
Superintendente, quando for o caso, a apreciação em
desempenho profissional dos atores que executam a
função da inadequação de obrigações contratuais e
socioeducação nas unidades;
outras irregularidades observadas;
IX - realizar outras atividades correlatas.
VII - elaborar em conjunto com a Coordenadoria
Administrativafinanceira os termos de referência visando Art.14. Competem à Célula Centro de Semiliberdade
à aquisição de produtos e contratação de serviços para Mártir Francisca e aos Núcleos Centro de Semiliberdade
o Sistema Socioeducativo; de Sobral, Juazeiro do Norte, Crateús e Iguatu:
VIII - recomendar, quando for o caso, a aplicação de I - prestar assistência integral ao adolescente em conflito
sanções previstas em contratos e convênios, em função com a lei, sentenciado com medida socioeducativa de
da inadequação de obrigações contratuais e outras semiliberdade, assegurando-lhe os direitos legalmente
irregularidades observadas na sua área de previstos nos art.94 e 120 do
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e Lei federal DA COORDENADORIA DE MONITORAMENTO E
nº12.594/ 2012; AVALIAÇÃO

II - assegurar a execução do Plano Pedagógico, por meio DAS MEDIDAS SOCIEDUCATIVAS


de uma programação de atividades internas e externas,
como parte fundamental do processo de desligamento do Art.16. Compete à Coordenadoria de Monitoramento e
Avaliação das Medidas Socioeducativas:
adolescente e sua inclusão sociofamiliar e comunitária;
I - elaborar em conjunto com Assessoria Especial de
III - assegurar a participação das famílias e comunidade
Diretrizes Socioeducativas e a Coordenadoria de
nas atividades desenvolvidas pela unidade, fortalecendo
a responsabilidade e envolvimento destes no processo Segurança e Prevenção de Conflitos os Padrões de
Atendimento Socioeducativo, definindo metodologia e
socioeducativo;
indicadores, quantitativos e qualitativos;
IV - assegurar o desenvolvimento das atividades
II - planejar em conjunto com o Núcleo Escola Estadual
pedagógicas, em parceria com outras instâncias
governamentais e não governamentais, fortalecendo o de Socioeducação, Assessoria de Diretrizes
trabalho em rede e o compromisso mútuo entre os Socioeducativas, Coordenadoria Segurança e
Prevenção de Conflitos, Coordenadoria da Rede
diferentes atores sociais na socioeducação;
Socioeducativa e Célula de Gestão de Pessoas os
V - assegurar o cumprimento do Regimento Interno das processos formativos dos servidores e colaboradores da
Unidades, na perspectiva da construção de uma linha Superintendência;
teórico-metodológica de trabalho, assentada nos
III - elaborar proposta para padronização dos serviços
princípios dos direitos humanos;
inerentes ao atendimento socioeducativo, bem como
VI - desenvolver ações pedagógicas com foco em indicadores para a avaliação com foco em resultados;
práticas restaurativas e administração de conflitos;
IV - manter atualizado o cadastro nacional do
VII - manter o processo sistemático de avaliação do atendimento socioeducativo e o sistema de indicadores
desempenho profissional dos atores que executam a de resultados no âmbito do Sistema Estadual de
socioeducação nas unidades; Atendimento Socioeducativo;

VIII - realizar outras atividades correlatas. V - acompanhar a avaliação do desempenho dos


trabalhadores do Sistema Estadual de Atendimento
Art.15. Compete ao Núcleo Unidade de Recepção Luiz Socioeducativo;
Barros Montenegro:
VI - consolidar informações para a produção de relatórios
I - prestar assistência integral ao adolescente em conflito gerenciais mensais;
com a lei, encaminhado judicialmente, em atendimento
inicial, ou internação provisória, assegurando-lhe os VII - realizar outras atividades correlatas.
direitos legalmente previstos nos arts.94, 121 a 125 do
SEÇÃO III
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), observando
o disposto no art.88 do referido Estatuto e Lei federal DA COORDENADORIA DE SEGURANÇA E
nº12.594/2012, para efeito de agilização do atendimento PREVENÇÃO DE
inicial e sua possível reintegração sociofamiliar e
comunitária; CONFLITOS

II - garantir a participação da família ou responsáveis pelo Art.17. Compete à Coordenadoria de Segurança e


adolescente, no atendimento, a fim de que possam Prevenção de Conflitos:
acompanhar o procedimento legal no qual está
I - elaborar e coordenar a política de segurança
envolvido;
preventiva e interventiva inerente à implementação das
III - apresentar o adolescente ao representante do ações do Sistema Estadual Socioeducativo;
Ministério Público e à autoridade judiciária, para os
II - desenvolver protocolos de segurança, prevenção de
devidos encaminhamentos jurídicos;
distúrbios e conflitos no âmbito do Sistema;
IV - proceder à transferência do adolescente para as
III - recomendar, quando for o caso, a abertura de
unidades socioeducativas, bem como entregá-lo à família
processos de sindicância para apuração de possíveis
com assinatura de Termo de Compromisso e
irregularidades identificadas na sua área de atuação,
Responsabilidade, após decisão judicial;
inclusive em função de inadequação dos termos de
V - realizar outras atividades correlatas. convênio e obrigações contratuais não observados;

SEÇÃO II IV - gerenciar o sistema de vigilância eletrônica bem


como supervisionar o controle de entrada e saída de
pessoas e equipamentos nas unidades de atendimento VI - promover, mediante autorização da Autoridade
socioeducativo; Judiciária competente, a transferência externa do
adolescente para unidade socioeducativa de outra
V - identificar indícios geradores de conflitos antecipando comarca fora da Unidade da Federação, na forma do
ações que inibam a existência de motins, rebeliões e art.124, inciso VI, do Estatuto da Criança e do
outras formas de conflitos Adolescente;
contribuindo para a diminuição dos índices de violência VII - elaborar a relação de adolescentes internos e
nas Unidades de atendimento; encaminhar a Autoridade Judiciária responsável pela
VI - acompanhar os processos disciplinares fiscalização da unidade de internação;
concernentes ao sistema socioeducativo, realizados no VIII - consolidar informações para a produção de
âmbito das comissões disciplinares das Unidades de relatórios gerenciais mensais;
Atendimento;
IX - realizar outras atividades correlatas.
VII - articular e acompanhar a movimentação e
deslocamento de adolescentes dentro e fora dos Centros SEÇÃO V
Socioeducativos;
DO NÚCLEO ESCOLA ESTADUAL DE
VIII - articular parcerias com os órgãos de segurança com SOCIOEDUCAÇÃO
vistas à prevenção e resolução de conflitos internos nas
unidades de atendimento; Art.19. Compete ao Núcleo Escola Estadual de
Socioeducação: I - promover e garantir de forma
IX - manter a articulação permanente com a Corregedoria articulada, integrada e continuada a execução dos
do Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo; processos formativos dos operadores do sistema
socioeducativo;
X - consolidar informações para a produção de relatórios
gerenciais mensais; II - elaborar e viabilizar a execução de plano de formação
continuada e integrada dos operadores do Sistema
XI - realizar outras atividades correlatas. Socioeducativo;
SEÇÃO IV III - propor contratos, convênios e instrumentos afins com
DA CÉLULA DE REGULAÇÃO DE VAGAS órgãos e entidades congêneres, públicos ou privados,
nacionais ou internacionais, tendo em vista o
Art.18. Compete à Célula de Regulação de Vagas: assessoramento, o planejamento e a execução de
atividades de ensino, treinamento, desenvolvimento
I - centralizar, fiscalizar e gerir todas as informações
profissional ou as que ofereçam produtos e serviços de
relacionadas às vagas disponíveis nas unidades de
interesse do Sistema Socioeducativo;
atendimento de adolescentes autores de ato infracional,
onde são executadas as medidas socioeducativas de IV - certificar os cursos ministrados aos operadores do
Internação Provisória, Internação, inclusive de Sistema de Atendimento Socioeducativo;
Internação-Sanção, e de Semiliberdade;
V - elaborar o Regimento Interno do Núcleo Escola
II - receber e responder a solicitação de vaga Estadual de Socioeducação nos moldes da Escola
encaminhada pela autoridade competente, concomitante Nacional do Sinase;
com o cadastramento do Adolescente no sistema de
gerenciamento de informações; VI - consolidar informações para a produção de relatórios
gerenciais mensais;
III - indicar o local para onde o socioeducando será
encaminhado para cumprir a medida socioeducativa, VII - realizar outras atividades correlatas.
devendo, ainda, comunicar ao juízo responsável pela CAPÍTULO III
fiscalização da unidade indicada, nos termos do §2º do
art.6º da Resolução nº165 do Conselho Nacional de DOS ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO INSTRUMENTAL
Justiça (CNJ);
SEÇÃO I
IV - informar ao juízo competente, a ocorrência de
DA COORDENADORIA ADMINISTRATIVO-
desligamento ou evasão do socioeducando das unidades
FINANCEIRA
socioeducativas;
Art.20. Compete à Coordenadoria Administrativo-
V - comunicar ao Ministério Público, a Defensoria Pública
Financeira:
e ao Juízo competente a transferência de socioeducando
entre as unidades socioeducativas; I - planejar, orientar e acompanhar o desenvolvimento e
desempenho das atividades relacionadas à gestão de
pessoas, finanças e contabilidade, aquisição de bens e
serviços, e atividades gerais, no âmbito da X - exercer outras atividades correlatas.
Superintendência;
Art.22. Compete à Célula de Gestão Financeira:
II - assessorar as unidades administrativas da
Superintendência na elaboração do termo de referência I - acompanhar o desenvolvimento das atividades
para aquisição de bens e serviços; relacionadas às áreas de planejamento e orçamento,
finanças e contabilidade;
III - acompanhar, junto à Comissão Central de Licitações,
o andamento dos processos licitatórios de interesse da II - administrar os recursos orçamentários e financeiros
Superintendência; da Superintendência junto ao Comitê de Gestão por
Resultados e Gestão Fiscal (Cogerf);
IV - elaborar e gerenciar os contratos e convênios em que
a Superintendência seja parte, zelando pelo III - elaborar, executar e acompanhar os instrumentos de
cumprimento das obrigações previstas e pelos prazos planejamento relativos ao programa de Gestão e
estabelecidos; Manutenção;

V - acompanhar a elaboração e efetivação da proposta IV - realizar as solicitações de transposição,


orçamentária da Superintendência, e controlar sua transferências ou remanejamento de créditos
execução financeira, mantendo informada a Direção orçamentários, bem como descentralização
Superior; orçamentária, encaminhando posteriormente à
Secretaria de Planejamento e Gestão para providências;
VI - instituir instrumentos e mecanismos capazes de
assegurar interfaces e processos para a constante V - cadastrar a proposta e ajustes orçamentários;
capacidade inovativa da gestão e modernização do VI - realizar no Sistema de Gestão Governamental de
ordenamento institucional do setor, face às mudanças Resultados (S2GPR) execução orçamentária e
ambientais e normativas; financeira da Superintendência, incluindo
VII - coordenar e executar as atividades institucionais acompanhamento do saldo financeiro e orçamentário,
relacionadas à manutenção, à segurança e às reformas cadastro de credores, programação financeira, proposta
e benfeitorias; de empenho, empenho, liquidação e pagamento;

VIII - exercer outras atividades correlatas. VII - informar a Assessoria de Infraestrutura e Logística
as dotações orçamentárias para atender as solicitações
Art.21. Compete à Célula de Gestão de Pessoas: de despesas;

I - planejar, coordenar, orientar e executar as atividades VIII - providenciar o lançamento no Sistema de Gestão
de administração de pessoal; Governamental de Resultados (S2GPR) de Nota de
Movimentação Financeira (NMF);
II - executar as atividades referentes à concessão de
direitos e vantagens, aposentadoria, desligamento, entre IX - emitir relatórios gerenciais para subsidiar a
outros aspectos relacionados à pessoal; Assessoria de Desenvolvimento Institucional;

III - orientar os servidores sobre seus direitos e deveres, X - preparar as conciliações bancárias e conferir
bem como sobre outras questões pertinentes à diariamente os relatórios de pagamento dos Bancos
legislação e políticas de pessoal; credenciados;

IV - fornecer informações e participar dos processos de XI - reter e recolher os tributos aos órgãos públicos nas
avaliação de desempenho para fins de concessão de esferas municipal, estadual e federal, bem como informar
gratificações e ascensão funcional; aos órgãos competentes;

V - elaborar, providenciar e acompanhar as publicações XII - prestar informações e esclarecimentos necessários


de atos administrativos no DOE; às auditorias e tomadas de contas anuais;

VI - executar e controlar as atividades de alocação, XIII - subsidiar a Célula Gestão de Pessoas com
nomeação, exoneração, demissão, remoção, cessão, informações quanto ao preenchimento da Guia de
bem como redistribuição de pessoal disponível; Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência
Social (GFIP) e outras informações à Previdência Social;
VII - administrar e coordenar os processos seletivos,
conforme legislação vigente; XIV - verificar o atendimento das informações das
obrigações fiscais dos processos aptos para pagamento;
VIII - elaborar e executar as atividades relativas à folha
de pagamento; XV - recolher as cauções relativas a licitações;

IX - atualizar, acompanhar e controlar o cadastro pessoal, XVI - conferir e organizar a documentação dos processos
funcional e financeiro do servidor; pagos para arquivamento;
XVII - consolidar informações para a produção de II - estabelecimento de pauta e agenda de compromissos
relatórios gerenciais; conjuntos para implementação do Sistema Estadual de
Atendimento Socioeducativo, envolvendo no mínimo os
XVIII - exercer outras atividades correlatas. componentes da Comissão;
SEÇÃO II III - articulação com os órgãos das políticas setoriais para
DA CÉLULA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E a assunção de suas competências e atribuições no
Sistema Estadual de
COMUNICAÇÃO
Atendimento Socioeducativo, formalizando em
Art.23. Compete à Célula de Tecnologia da Informação e instrumentos de cooperação as responsabilidades
Comunicação: institucionais;
I - prestar assessoramento técnico aos dirigentes e IV - participação na elaboração de propostas dos
unidades orgânicas da Superintendência; documentos que deverão ser apresentados e aprovados
no Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do
II - implantar as políticas de Tecnologia da Informação e
Adolescente;
Comunicação definidas pelo órgão competente;
V - estabelecimento de mecanismos de
III - planejar, desenvolver, implantar e monitorar as
acompanhamento e avaliação das atividades
atividades de banco de dados, rede, correio eletrônico,
programadas e ações desenvolvidas no âmbito do
internet e intranet;
Sinase;
IV - elaborar e manter atualizada a documentação dos
VI - estímulo à criação e funcionamento das Comissões
serviços de suporte técnico;
Intersetoriais, no âmbito municipal, em especial em
V - garantir a segurança das informações armazenadas municípios que concentrem parcela significativa do
em meio digital; atendimento socioeducativo;

VI - prover treinamento e atendimento de suporte técnico VII - outras atribuições pertinentes e relevantes.
aos usuários;
Art.25. Compõem, em caráter permanente, a Comissão
VII - realizar a administração dos dados, com vistas à Intersetorial do Sistema Estadual de Atendimento
otimização e disponibilização dos sistemas de Socioeducativo um representante titular e um suplente
informações; dos seguintes órgãos:

VIII - coordenar as atividades referentes ás aquisições de a) Superintendência do Sistema Estadual de


tecnologia da informação e comunicação da Atendimento Socioeducativo, exercendo a coordenação;
Superintendência;
b) Secretaria Especial de Políticas sobre Drogas;
IX - acompanhar e fiscalizar a execução dos contratos
c) Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social;
em sua área de atuação;
d) Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social;
X - exercer outras atividades correlatas.
e) Secretaria da Educação;
TÍTULO V
f) Secretaria da Saúde;
DO ÓRGÃO COLEGIADO
g) Secretaria da Cultura;
CAPÍTULO ÚNICO
h) Secretaria do Esporte;
DA COMISSÃO INTERSETORIAL DO SISTEMA
ESTADUAL DE i) Secretaria do Planejamento e Gestão;
ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO j) Secretaria da Fazenda;
Art.24. A Comissão Intersetorial do Sistema Estadual de k) Coordenadorias Especiais de Políticas Públicas dos
Atendimento Socioeducativo, criada pela Lei nº16.040,de Direitos Humanos, da Juventude e para Mulheres,
28 de junho de 2016, com a finalidade de promover a integrantes da estrutura organizacional do Gabinete do
articulação interna do Poder Executivo na Governador.
implementação do Sistema Socioeducativo, tem as
seguintes atribuições: Art.26. Compõem, como convidados, a Comissão
Intersetorial do Sistema Estadual de Atendimento
I - pactuação de estratégias de implementação do Socioeducativo, um representante e um suplente, com
Sistema Nacional do Atendimento Socioeducativo atuação no âmbito da Infância e Adolescência, das
(Sinase), no âmbito do governo estadual; seguintes instituições:
a) Ministério Público; respectiva responsabilidade, com foco em resultados, e
de acordo com as diretrizes estabelecidas pela
b) Poder Judiciário;
Superintendência;
c) Defensoria Pública;
II - assessorar o Superintendente e o Superintendente
d) Assembléia Legislativa; Adjunto em assuntos técnicos;
e) Fórum das Organizações não Governamentais de III - orientar, acompanhar e fazer executar a programação
Defesa dos de trabalhos;
Direitos de Crianças e Adolescentes. IV - interagir com os órgãos e entidades estaduais,
Art.27. Para funcionamento da Comissão Intersetorial do buscando melhor desempenho e efetividade do trabalho
Sistema de Atendimento Socioeducativo, caberá à sob a sua coordenação;
Superintendência Estadual do Sistema Socioeducativo V - avaliar as atividades sob sua responsabilidade, com
prover o apoio administrativo e meios necessários à foco em resultado, e de acordo com as diretrizes
execução das atividades da Comissão Intersetorial do estabelecidas pela Direção Superior;
Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo.
VI - promover a racionalização das atividades e recursos,
Art.28. A Comissão Intersetorial do Sistema Estadual de a qualidade e a produtividade dos trabalhos sob a sua
Atendimento Socioeducativo poderá ainda: responsabilidade, de acordo com as diretrizes da
I - constituir grupos de trabalho e subcomissões sobre Administração;
temas específicos e relevantes na agenda do Sinase; VII - encaminhar assuntos pertinentes a sua área de
II - convidar profissionais com saber e experiência, responsabilidade para análise da Direção Superior;
especialistas, ou Entidades da Sociedade Civil para VIII - exercer outras atribuições que lhes forem
prestar assessoria às suas atividades. conferidas ou delegadas.
TÍTULO VI Art.31. São atribuições básicas dos Coordenadores:
DAS ATRIBUIÇÕES DOS CARGOS EM COMISSÃO I - assistir e assessorar ao Superintendente em assuntos
CAPÍTULO I relacionados à sua área de atuação, e submeter a sua
apreciação atos administrativos e regulamentares;
DOS CARGOS DE DIREÇÃO
II - auxiliar o Superintendente na definição de diretrizes e
Art.29. São atribuições básicas do Corregedor: na implementação das ações da respectiva área de
competência;
I - fiscalizar, controlar e orientar, disciplinarmente, as
atividades desenvolvidas pelos servidores da III - coordenar o planejamento anual de trabalho da
Superintendência; coordenadoria em consonância com o planejamento
estratégico da Superintendência;
II - realizar sindicância para investigar, identificar e apurar
as responsabilidades administrativas por transgressões IV - planejar, organizar, dirigir, coordenar, controlar,
funcionais praticadas por servidores da executar e avaliar, as atividades inerentes à área de sua
Superintendência; respectiva responsabilidade, com foco em resultados, e
de acordo com as diretrizes estabelecidas pela
III - acompanhar a realização de serviços de correição,
Superintedência;
em caráter permanente e extraordinário, nos processos
de natureza administrativo-disciplinar e demais V - coordenar, orientar e supervisionar as unidades que
processos de interesse da Seas; lhes são subordinadas promovendo a racionalização dos
métodos aplicados, a qualidade e a produtividade da
IV - receber e tomar por termo as reclamações e
equipe;
denúncias formuladas contra servidores da
Superintendência e apurar, preliminarmente, o VI - estimular e propor a capacitação adequada para o
fundamento das denúncias; aperfeiçoamento técnico da equipe;
V - exercer outras atividades correlatas. VII - encaminhar assuntos pertinentes de sua área de
responsabilidade para análise da Superintendência;
Art.30. São atribuições básicas dos Assessores
Especiais: VIII - exercer outras atribuições que lhes forem
conferidas ou delegadas.
I - planejar, organizar, dirigir, coordenar, controlar,
executar e avaliar, as atividades inerentes à área de sua Art.32. São atribuições básicas dos Orientadores de
Células:
I - assistir a chefia imediata em assuntos de sua área de II - propor ao superior imediato, medidas que possibilitem
atuação, e submeter os atos administrativos e maior eficiência e aperfeiçoamento na execução das
regulamentares a sua apreciação; atividades da respectiva unidade;

II - realizar estudos técnicos que subsidiem o processo III - exercer outras atribuições que lhes forem conferidas
de elaboração, implementação, execução, ou delegadas.
monitoramento e avaliação de seus programas e
projetos; TÍTULO VII

III - coordenar e controlar a execução das atividades DA GESTÃO PARTICIPATIVA


inerentes a sua área de competência e propor normas e CAPÍTULO I
rotinas que maximizem os resultados pretendidos;
DA ESTRUTURA DA GESTÃO PARTICIPATIVA
IV - orientar e supervisionar o desenvolvimento de ações
voltadas para a qualidade e produtividade na sua área de Art.36. A Gestão Participativa da Superintendência,
atuação; organizada por meio de Comitês, tem a seguinte
estrutura:
V - exercer outras atribuições que lhes forem conferidas
ou delegadas. I - Comitê Executivo;

Art.33. São atribuições básicas dos Supervisores de II - Comitê Coordenativo.


Núcleo:
CAPÍTULO II
I - assistir a chefia nos assuntos inerentes á sua área de
DA NATUREZA E FINALIDADE DOS COMITÊS
atuação;

II - distribuir e executar as atividades que lhes são Art.37. Os Comitês de Gestão Participativa, de natureza
consultiva e deliberativa, têm como finalidade precípua
pertinentes;
fazer avançar a missão da Superintendência,
III - propor, orientar e fiscalizar o cumprimento de normas competindo-lhes:
e procedimentos dentro de sua área de atuação;
I - manter alinhadas as ações da Superintendência às
IV - acompanhar e fiscalizar a execução dos contratos estratégias globais do Estado;
em sua área de atuação;
II - promover a integração entre as áreas, as pessoas e
V - exercer outras atribuições que lhes forem conferidas os processos de trabalho, para sincronizar as ações
ou delegadas. internas e externas da Superintendência;

CAPÍTULO II III - acompanhar o desenvolvimento e a implementação


de programas, projetos e atividades;
DOS CARGOS DE ASSESSORAMENTO
IV - fortalecer o processo de comunicação interna da
Art.34. São atribuições básicas do Articulador: Superintendência.
I - promover e subsidiar a definição das diretrizes do CAPÍTULO III
plano de trabalho, no âmbito da sua unidade de atuação;
DAS ATRIBUIÇÕES, COMPOSIÇÃO E
II - articular-se com servidores e organismos públicos ou FUNCIONAMENTO
privados para obtenção de informações necessárias ao
andamento de atividades de assessoramento; DOS COMITÊS

III - exercer outras atribuições que lhes forem conferidas SEÇÃO I


ou delegadas
DO COMITÊ EXECUTIVO
Art.35. São atribuições básicas dos Assessores
Art.38. O Comitê Executivo é composto pelos seguintes
Técnicos:
membros titulares:
I - assessorar as unidades, apresentando subsídios,
I - Superintendente;
analisando problemas, sugerindo e/ou aplicando
soluções, indicando procedimentos, orientando II - Superintendente Adjunto;
tecnicamente e elaborando pareceres sobre matérias
relativas à sua área de capacitação profissional ou III - Assessores Especiais;
atuação administrativa;
IV - Corregedor;

V - Coordenadores;
VI - Orientador da Célula de Regulação de Vagas; Art.41. São atribuições básicas dos membros do Comitê

VII - Orientador da Célula de Tecnologia da Informação e Executivo:


Comunicação;
I - comparecer às reuniões ordinárias e extraordinárias
VIII - Supervisor do Núcleo Escola Estadual de do Comitê;
Socioeducação.
II - propor ao Secretário do Comitê a inclusão de matérias
§1º O Comitê Executivo será presidido pelo na pauta das reuniões;
Superintendente.
III - analisar, discutir e propor melhorias relativas às
§2º O Coordenador da Assessoria de Desenvolvimento matérias apresentadas nas reuniões;
Institucional tem o encargo de secretariar o Comitê
IV - propor ao Secretário do Comitê, com a necessária
Executivo.
antecedência, a participação nas reuniões de convidados
§3º Os coordenadores, em suas ausências ou que possam prestar esclarecimentos e subsídios sobre
impedimentos legais, serão substituídos por servidores as matérias constantes da pauta;
por eles designados, mediante prévia comunicação à
V - solicitar ao Secretário do Comitê, informações e
Secretaria do Comitê Executivo.
documentos necessários ao desempenho de suas
§4º A participação como membro do Comitê Executivo atividades junto ao Comitê Executivo;
não fará jus a qualquer tipo de remuneração. VI - comunicar ao Secretário do Comitê, com
Art.39. O Comitê Executivo reunir-se-á, ordinariamente, antecedência mínima de 24 (vinte e quatro) horas, a
uma vez ao mês, preferencialmente na primeira semana impossibilidade de seu comparecimento à reunião.
de cada mês, por convocação do Presidente e, de forma Art.42. São atribuições básicas do Secretário do Comitê
extraordinária, quando necessário.
Executivo:
§1º As convocações e as pautas das reuniões, I - providenciar a composição das pautas das reuniões, a
previamente aprovadas pelo Presidente, serão partir das propostas de matérias encaminhadas pelos
providenciadas e encaminhadas aos membros pelo membros do Comitê e submetê-las a aprovação prévia
Secretário do Comitê Executivo, com antecedência do Presidente;
mínima de 48 (quarenta e oito) horas antes de cada
reunião. II - tomar as providências necessárias ao agendamento
e organização das reuniões, secretariando-as e
§2º A critério do Presidente ou da maioria dos membros elaborando as respectivas atas;
presentes às reuniões, poderão ser propostas matérias
relevantes e urgentes, não expressamente consignadas III - disponibilizar as atas das reuniões do Comitê, no
na pauta da reunião, cabendo ao proponente relatá-las prazo máximo de 72 (setenta e duas) horas após a
após a apreciação do último item da pauta. realização das mesmas;

§3º As atas das reuniões serão providenciadas pelo IV - monitorar o cumprimento das deliberações do Comitê
Secretário do Comitê Executivo e disponibilizadas na Executivo;
intranet, no prazo máximo de 72 (setenta e duas) horas
V - monitorar o recebimento das atas das reuniões dos
após a realização da reunião.
Comitês Coordenativos, disponibilizando-as na intranet.
§4º Poderão participar das reuniões do Comitê
SEÇÃO II
Executivo, a convite, consultores e servidores de outros
Órgãos/Entidades do Estado ou de unidades DO COMITÊ COORDENATIVO
organizacionais da Superintendência, quando
necessário, para discussão de temas específicos. Art.43. Os Comitês Coordenativos da Superintendência,
em número de 13 (treze), um em cada
Art.40. São atribuições básicas do Presidente do Comitê Assessoria/Coordenadoria, são compostos pelos
seguintes membros titulares:
Executivo:
I - Assessores Especiais;
I - coordenar, orientar e supervisionar as atividades do
Comitê, bem como expedir convites especiais; II - Corregedor;
II - convocar, abrir, presidir, suspender, prorrogar e III - Coordenadores;
encerrar as reuniões ordinárias e extraordinárias e
resolver questões de ordem; IV - Orientadores de Células;

III - promover o cumprimento das proposições do Comitê. V - Supervisor do Núcleo Escola Estadual de
Socioeducação;
VI - Outros servidores, a critério do Coordenador da área. II - convocar, abrir, presidir, suspender, prorrogar e
encerrar as reuniões ordinárias e extraordinárias e
§1º O Comitê Coordenativo será presidido pelo resolver questões de ordem;
Coordenador da área.
III - promover o cumprimento das proposições do Comitê.
§2º A Secretaria do Comitê Coordenativo será exercida
por um Orientador de Célula ou Colaborador indicado São atribuições básicas dos membros do Comitê
pelo Presidente. Coordenativo:

§3º O Orientador de Célula ou Colaborador indicado pelo I - comparecer às reuniões ordinárias e extraordinárias
Presidente, em suas ausências ou impedimentos legais, do Comitê;
serão substituídos por outros colaboradores por eles
II - propor ao Secretário do Comitê a inclusão de matérias
designados, mediante prévia comunicação à Secretaria
na pauta das reuniões;
do Comitê Coordenativo.
III - analisar, discutir e propor melhorias relativas às
§4º A participação como membro do Comitê
matérias apresentadas nas reuniões;
Coordenativo não fará jus a qualquer tipo de
remuneração. IV - desenvolver ações de sua competência, necessárias
ao cumprimento das deliberações do Comitê
Art.44. O Comitê Coordenativo reunir-se-á, Coordenativo;
ordinariamente, no prazo máximo de 5 (cinco) dias úteis
após a reunião do Comitê Executivo. V - propor ao Secretário do Comitê, com a necessária
§1º As convocações e as pautas das reuniões, antecedência, a participação nas reuniões de
previamente aprovadas pelo Presidente, serão convidados que possam prestar esclarecimentos e
providenciadas e encaminhadas aos membros pelo subsídios sobre as matérias constantes da pauta;
Secretário do Comitê Coordenativo, com antecedência
mínima de 48 (quarenta e oito) horas antes de cada VI - solicitar ao Secretário do Comitê, informações e
reunião. documentos necessários ao desempenho de suas
atividades junto ao Comitê Coordenativo;
§2º Na pauta das reuniões do Comitê Coordenativo
VII - comunicar ao Secretário do Comitê, com
constará, obrigatoriamente, o repasse das informações
antecedência mínima de 24 (vinte e quatro) horas, a
do Comitê Executivo.
impossibilidade de seu comparecimento à reunião.
§3º A critério do Presidente ou da maioria dos membros
Art.46. São atribuições básicas do Secretário do Comitê
presentes às reuniões, poderão ser propostas matérias
Coordenativo:
relevantes e urgentes, não expressamente consignadas
na pauta da reunião, cabendo ao proponente relatá-las I - providenciar a composição das pautas das reuniões, a
após a apreciação do último item da pauta. partir das propostas de matérias encaminhadas pelos
membros do Comitê e submetê-las a aprovação prévia
§4º As atas das reuniões serão providenciadas pelo
do Presidente;
Secretário do Comitê Coordenativo e encaminhadas à
Secretaria do Comitê Executivo, no prazo máximo de 72 II - tomar as providências necessárias ao agendamento
(setenta e duas) horas após a realização da reunião. e organização das reuniões, secretariando-as e
elaborando as respectivas atas;
§5º As atas das reuniões do Comitê Coordenativo serão
disponibilizadas na intranet pela Secretaria do Comitê III - disponibilizar as atas das reuniões do Comitê, no
Executivo. prazo máximo de 72 (setenta e duas) horas após a
realização das mesmas;
§6º Poderão participar das reuniões do Comitê
Coordenativo, a convite, consultores e servidores de IV - monitorar o cumprimento das deliberações do Comitê
outros Órgãos/Entidades do Estado ou de unidades
organizacionais da Superintendência, quando Coordenativo.
necessário, para discussão de temas específicos. TÍTULO VIII
Art.45. São atribuições básicas do Presidente do Comitê DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Coordenativo:
Art.47. Cabe ao Superintendente da Seas designar
I - coordenar, orientar e supervisionar as atividades do servidor, através de portaria, para desempenhar as
Comitê, bem como expedir convites especiais; atividades de Ouvidor, que terá as seguintes atribuições:

I - exercer a função de representante do cidadão junto à


instituição em que atua;
II - agilizar a remessa de informações de interesse do
usuário ao seu destinatário;

III - facilitar ao máximo o acesso do serviço à Ouvidoria,


simplificando seus procedimentos;

IV - encaminhar a questão ou sugestão apresentadas à


área competente, acompanhando a sua apreciação;

V - atuar na prevenção e solução de conflitos;

VI - estimular a participação do cidadão na fiscalização e


planejamento dos serviços públicos;

VII - manter a Controladoria e Ouvidoria Geral do Estado


(CGE), gestora do Sistema Estadual de Ouvidoria,
informada das atividades, programas e dificuldades;

VIII - exercer outras atribuições que lhe forem conferidas


ou delegadas pelo Secretário.

Art.48. Serão substituídos por motivos de férias, viagens


e outros impedimentos eventuais por indicação do
Superintendente:

I - o Superintendente Adjunto por um Assessor ou


Coordenador;

II - os demais dirigentes serão substituídos por servidores


das áreas específicas, respeitado o princípio hierárquico.
DECRETO Nº32.419, de 13
de novembro de 2017.
APROVA O REGULAMENTO E A ESTRUTURA
ORGANIZACIONAL, E DISPÕE SOBRE A
DISTRIBUIÇÃO E

A DENOMINAÇÃO DOS CARGOS DE PROVIMENTO


EM COMISSÃO DA SUPERINTENDÊNCIA DO
SISTEMA

ESTADUAL DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO


(SEAS) E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

O GOVERNADOR DO , no uso das atribuições que lhe


confere o art. 88, incisos IV e VI, da Constituição
Estadual; CONSIDERANDO o que dispõe o Decreto nº
21.325, de 15 de março de 1991, quanto à indispensável
transparência dos atos do Governo, e; CONSIDERANDO
o disposto na

Lei nº 16.040 de 28 de junho de 2016, DECRETA:

Art. 1º Ficam aprovados o Regulamento e a estrutura


organizacional da Superintendência do Sistema Estadual
de Atendimento Socioeducativo (Seas), na forma que
integra o Anexo I do presente Decreto.

Art. 2º Os cargos de provimento em comissão


integrantes da estrutura organizacional da
Superintendência do Sistema Estadual de Atendimento
Socioeducativo (Seas) são os constantes no Anexo II
deste Decreto, com denominações e quantificações ali
previstas.

Art. 3º Este Decreto entra em vigor na data de sua


publicação.

Art. 4º Revogam-se as disposições em contrário,


especialmente o Decreto nº 31.988, de 12
de julho de 2016.
6.7. Célula Centro Socioeducativo Patativa do Assaré
DECRETO Nº33.015, de 15
6.8. Célula Centro Socioeducativo Cardeal Aloísio
de março de 2019. Lorscheider

6.9. Célula Centro Socioeducativo Dom Bosco


A LT E RAAE S T R U T U RA
6.10. Célula Centro Socioeducativo Dr. Zequinha Parente
ORGANIZACIONAL E DISPÕE SOBRE OS CARGOS
DE PROVIMENTO EM COMISSÃO DA 6.11. Célula Centro Socioeducativo Aldaci Barbosa Mota
SUPERINTENDÊNCIA D O S I S T E M A E S T A D U A
L D E ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO 6.12. Célula Centro Socioeducativo Canindezinho

(SEAS). 6.13. Célula Centro Socioeducativo Padre Cícero

O GOVERNADOR DO , no uso das atribuições que lhe 6.14. Célula Centro Socioeducativo de Sobral
confere o art. 88, incisos IV e VI, da Constituição
6.15. Célula Centro Socioeducativo Antônio Bezerra
Estadual; CONSIDERANDO o disposto na Lei nº 16.710,
de 21 de dezembro de 2018; CONSIDERANDO o 6.16. Célula Centro de Semiliberdade Mártir Francisca
disposto no Decreto n° 32.938, de 31 de janeiro de 2019;
6.17. Núcleo Centro de Semiliberdade de Sobral
CONSIDERANDO, finalmente, o que dispõe o Decreto nº
21.325, de 15 de março de 1991, quanto à indispensável 6.18. Núcleo Centro de Semiliberdade de Juazeiro do
transparência dos atos do governo, Norte

DECRETA: 6.19. Núcleo Centro de Semiliberdade de Crateús

Art. 1º A estrutura organizacional básica e setorial da 6.20. Núcleo Centro de Semiliberdade de Iguatu
Superintendência do Sistema Estadual de Atendimento 7. Coordenadoria de Monitoramento e Avaliação das
Socioeducativo (Seas) passa a ser a seguinte: Medidas Socioeducativas
I - DIREÇÃO SUPERIOR 7.1. Núcleo Escola Estadual de Socioeducação
• Superintendente do Sistema Estadual de Atendimento 8. Coordenadoria de Segurança e Prevenção de
Socioeducativo Conflitos
• Superintendente Adjunto do Sistema Estadual de IV - ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO INSTRUMENTAL
Atendimento Socioeducativo
9. Coordenadoria de Desenvolvimento Institucional e
II - ÓRGÃOS DE ASSESSORAMENTO Planejamento
1. Assessoria Jurídica 10. Coordenadoria Administrativo-Financeira
2. Corregedoria 10.1. Célula de Gestão de Pessoas
3. Assessoria Especial de Gestão e Comunicação 10.2. Célula de Gestão Financeira
4. Assessoria Especial de Diretrizes Socioeducativas 10.3. Núcleo de Tecnologia da Informação e
Comunicação
5. Assessoria Especial de Infraestrutura e Logística
V - ÓRGÃO COLEGIADO
III - ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO PROGRAMÁTICA
• Comissão Intersetorial do Sistema Estadual de
6. Coordenadoria da Rede Socioeducativa
Atendimento Socioeducativo
6.1. Célula de Regulação de Vagas
Parágrafo único. Obedecida a legislação própria e os
6.2. Célula Unidade de Recepção Luis Barros parâmetros estabelecidos neste Decreto, as
Montenegro competências das unidades orgânicas integrantes da
estrutura organizacional da Superintendência do Sistema
6.3. Célula Centro Socioeducativo São Francisco Estadual de Atendimento Socioeducativo (Seas) serão
6.4. Célula Centro Socioeducativo São Miguel fixadas em Regulamento, a ser aprovado por Decreto do
Chefe do Poder Executivo Estadual, no prazo de 90
6.5. Célula Centro Socioeducativo Passaré (noventa) dias a partir da publicação deste instrumento.

6.6. Célula Centro Socioeducativo José Bezerra de


Menezes
Art. 2º Ficam distribuídos, na estrutura organizacional da
Seas, mais 8 (oito) cargos de provimento em comissão,
sendo 2 (dois) símbolo DAS-1 e 6 (seis) símbolo DAS-2.

Parágrafo único. Os cargos de provimento em comissão


da Superintendência do Sistema Estadual de
Atendimento Socioeducativo (Seas) são os constantes
no Anexo Único deste Decreto, considerando o caput
deste artigo e o Decreto n° 32.938, de 31 de janeiro de
2019.

Art. 3º Este Decreto entra em vigor na data de sua


publicação, com efeitos retroativos a 1º de fevereiro de
2019.

Art. 4º Revogam-se as disposições em contrário,


especialmente o Decreto n° 32.419, de 13 de
novembro de 2017.
6.7. Centro Socioeducativo Patativa do Assaré

6.8. Centro Socioeducativo Cardeal Aloísio Lorscheider


DECRETO Nº33.879, de 30 6.9. Centro Socioeducativo Dom Bosco
de dezembro de 2020. 6.10. Centro Socioeducativo Dr. Zequinha Parente
ALTERA A ESTRUTURA ORGANIZACIONAL E DISPÕE 6.11. Centro Socioeducativo Aldaci Barbosa Mota
SOBRE OS CARGOS DE PROVIMENTO EM
6.12. Centro Socioeducativo Canindezinho
COMISSÃO DA SUPERINTENDÊNCIA DO SISTEMA
ESTADUAL DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO 6.13. Centro Socioeducativo Padre Cícero

(SEAS). 6.14. Centro Socioeducativo de Sobral

O GOVERNADOR DO , no uso das atribuições que lhe 6.15. Centro Socioeducativo Antônio Bezerra
confere o art. 88, incisos IV e VI, da Constituição 6.16. Centro de Semiliberdade Mártir Francisca
Estadual;
6.17. Centro de Semiliberdade de Sobral
CONSIDERANDO o disposto nas Leis nº 16.040, de 28
de junho de 2016 e n° 16.710, de 21 de dezembro de 6.18. Centro de Semiliberdade de Juazeiro do Norte
2018; CONSIDERANDO o disposto no
6.19. Centro de Semiliberdade de Crateús
Decreto 33.015, de 15 de março de 2019;
6.20. Centro de Semiliberdade de Iguatu
CONSIDERANDO, finalmente, o que dispõe o Decreto nº
21.325, de 15 de março de 1991, quanto à indispensável 7. Coordenadoria de Monitoramento e Avaliação das
transparência dos atos do governo, DECRETA: Medidas Socioeducativas
Art. 1º A estrutura organizacional básica e setorial da 7.1. Núcleo Escola Estadual de Socioeducação
Superintendência do Sistema Estadual de Atendimento
Socioeducativo (Seas) passa a ser a seguinte: 8. Coordenadoria de Segurança e Prevenção de
Conflitos
I - DIREÇÃO SUPERIOR
IV - ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO INSTRUMENTAL
•Superintendente do Sistema Estadual de Atendimento
Socioeducativo 9. Coordenadoria de Desenvolvimento Institucional e
Planejamento
•Superintendente Adjunto do Sistema Estadual de
Atendimento Socioeducativo 10. Coordenadoria Administrativo-Financeira

II - ÓRGÃOS DE ASSESSORAMENTO 10.1. Célula de Gestão de Pessoas

1. Assessoria Jurídica 10.2. Célula de Gestão Financeira

2. Corregedoria 10.3. Núcleo de Tecnologia da Informação e


Comunicação
3. Assessoria Especial de Gestão e Comunicação
V - ÓRGÃO COLEGIADO
4. Assessoria Especial de Diretrizes Socioeducativas
•Comissão Intersetorial do Sistema Estadual de
5. Assessoria Especial de Infraestrutura e Logística Atendimento Socioeducativo
III - ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO PROGRAMÁTICA Parágrafo único. Obedecida a legislação própria e os
parâmetros estabelecidos neste Decreto, as
6. Coordenadoria da Rede Socioeducativa
competências das unidades orgânicas integrantes
6.1. Célula de Regulação de Vagas
da estrutura organizacional da Superintendência do
6.2. Centro Unidade de Recepção Luis Barros Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo (Seas)
Montenegro serão fixadas em Regulamento, a ser aprovado

6.3. Centro Socioeducativo São Francisco por Decreto do Chefe do Poder Executivo Estadual.

6.4. Centro Socioeducativo São Miguel Art. 2º Fica convertida a fundamentação dos atos de
nomeação e retificada a denominação dos ocupantes
6.5. Centro Socioeducativo Passaré dos cargos de provimento em comissão de
6.6. Centro Socioeducativo José Bezerra de Menezes
Orientador de Célula, com exercício do respectivo cargo
na Unidade de Recepção Luis Barros Montenegro, no
Centro Socioeducativo São Francisco, no Centro

Socioeducativo São Miguel, no Centro Socioeducativo


Passaré, no Centro Socioeducativo José Bezerra de
Menezes, no Centro Socioeducativo Patativa do

Assaré, no Centro Socioeducativo Cardeal Aloísio


Lorscheider, no Centro Socioeducativo Dom Bosco, no
Centro Socioeducativo Dr. Zequinha Parente, no

Centro Socioeducativo Aldaci Barbosa Mota, no Centro


Socioeducativo Canindezinho, no Centro Socioeducativo
Padre Cícero, no Centro Socioeducativo

de Sobral, no Centro Socioeducativo Antônio Bezerra e


no Centro de Semiliberdade Mártir Francisca, para
Diretor de Centro Socioeducativo I, dispensada

a exoneração, por ocasião da publicação deste Decreto.

§1º O disposto no caput deste artigo também se aplica


aos ocupantes de cargos de provimento em comissão de
Supervisor de Núcleo com exercício

do respectivo cargo no Centro de Semiliberdade de


Sobral, no Centro de Semiliberdade de Juazeiro do
Norte, no Centro de Semiliberdade de Crateús e no

Centro de Semiliberdade de Iguatu que passam a


denominar-se Diretor de Centro Socioeducativo II,
dispensada a exoneração, por ocasião da publicação

deste Decreto.

§2º Os Centros redenominados e listados no caput e no


§1º deste artigo, correspondem aos centros de
internação e internação provisória e de

Semiliberdade.

§3º Ficam convalidados os pagamentos da Gratificação


por Encargo de Gestão Socioeducativa – GGS, a que se
refere o art. 6º da Lei nº 16.040, de

28 de junho de 2016, concedidas aos ocupantes dos


cargos a que se refere o caput o §1º deste artigo, desde
a data de sua publicação.

Art. 3º Os cargos de provimento em comissão da


Superintendência do Sistema Estadual de Atendimento
Socioeducativo (Seas) são os constantes

no Anexo Único deste Decreto.

Art. 4º Este Decreto entra em vigor na data de sua


publicação.

Art. 5º Revogam-se as disposições em contrário, em


especial o Decreto n° 33.015, de 15 de março de 2019
trabalho, de modo que possibilite o acompanhamento
PORTARIA Nº63/2017, de das visitas familiares pelas referidas equipes.

02 de junho de 2017. Art.5º O Diretor da unidade poderá, em caráter


excepcional e desde quedevidamente fundamentado,
DISPÕE SOBRE AS NORMAS, autorizar visita em dia e hora diversos do estabelecido
nos arts.2º e 3º desta Portaria, por sugestão dos técnicos
ROTINAS E PROCEDIMENTOS de referência do adolescente, da equipe técnica da
PARA REALIZAÇÃO DE VISITAS unidade ou do Coordenador de Segurança.

NO CENTRO SOCIOEDUCATIVOS DO . CAPÍTULO II

O SUPERINTENDENTE DO SISTEMA ESTADUAL DE DO CADASTRAMENTO


ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO, no uso de suas Art.6º O visitante somente poderá adentrar ao Centro
atribuições legais, e CONSIDERANDO a necessidade de
Educacional após a realização do cadastrado e da devida
organizar e normatizar o fluxo de visitas ao adolescente autorização.
internado nas unidades geridas pela Superintendência
do Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo; §1º Em nenhum caso será permitida a
incomunicabilidade do adolescente, conforme vedação
CONSIDERANDO o que dispõe o Regimento Interno dos
contida no §1º, do art.124, do Estatuto da Criança e do
Centros Socioeducativos do ; CONSIDERANDO que o
Adolescente.
inciso VII, do art.124, da Lei Federal nº8.069/90 (Estatuto
da Criança e do Adolescente), estabelece o direito do §2º Compete ao Diretor da unidade autorizar a emissão
adolescente às visitas semanais; de carteira de visita, bem como autorizar a visita ao
adolescente.
CONSIDERANDO, ainda, o disposto nos artigos 67, 69 e
70 da Lei Federal nº12.594/12, que instituiu o Sistema §3º O prazo máximo para a realização do cadastro de
Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase), que que trata o caput deste artigo será de 07 (sete) dias, sob
disciplina as visitas ao adolescente em cumprimento de pena de responsabilidade doservidor que der causa ao
medida socioeducativa de internação. RESOLVE: atraso, na forma prevista pelo art.246 do Estatuto da
Criança e do Adolescente.
Art.1º O adolescente em cumprimento de medida
socioeducativa de internação terá direito a receber visita §4º O prazo a que alude o parágrafo anterior será
semanalmente, de acordo com as normas previstas contado a partir da solicitação do visitante.
nesta Portaria.
Art.7º Serão permitidos cadastros de até 05 (cinco)
CAPÍTULO I visitantes por adolescente, ressalvado o número máximo
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS de visitas permitidas por dia.

Art.2º A visita semanal ocorrerá, preferencialmente, aos §1º Serão permitidas visitas de até 02 (duas) pessoas,
sábados ou domingos e terá duração de até 03 (três) regularmente cadastradas, por dia de visita ao
horas. adolescente.

§1º A visita ao adolescente será realizada em local §2º Nos casos em que o adolescente já tenha constituído
apropriado para esse fim, definido pelo Diretor. família, o número máximo de pessoas permitidas na
visita será de no máximo 03 (três).
§2º O local definido para a realização de visitas e as
§3º Crianças com até 02 (dois) anos de idade não serão
normas internas deverão ser afixadas em local público
para ciência dos profissionais e visitantes. computadas no número máximo de visitas.

Art.3º A visita será realizada em dois turnos, manhã e Art.8º Poderão ser cadastrados como visitantes as
pessoas que compõem o núcleo familiar do adolescente,
tarde. §1º A visita pela manhã terá início às 8h (oito
bem como pessoas de referência que detenham a
horas) e findará às 11h (onze horas).
guarda, tutela ou figurem como responsáveis pelos
§2º A visita pela tarde terá início às 13h (treze horas) e mesmos.
findará às 16h (dezesseis horas).
§1º A visita de cônjuges, companheiros, parentes e
§3º Não será permitida a compensação de horários. amigos passarão pela avaliação da equipe técnica.

Art.4º O Diretor da unidade deverá organizar o horário §2º É garantida a visita dos filhos, independente da idade
das equipes técnicas de acordo com as escalas de desses.
Art.9º. No cadastramento de visitantes terão prioridade, período de visita e lhe será devolvido ao término da
preferencialmente, nesta ordem: mesma;

I – a mãe; IV – não será permitida a entrada de menor de 12 anos


desacompanhado dos pais ou responsável legal;
II – o pai;
V – o visitante deverá respeitar as normas e
III – o cônjuge; procedimentos de segurança vigentes no Centro
IV – o filho do adolescente; Socioeducativo;

V – os irmãos; VI – o visitante receberá o crachá de visitante e deverá


usá-lo durante todo o período de visita, devolvendo-o ao
VI – os avós; funcionário da Portaria ao final da mesma;

VII – demais visitantes. VII – o visitante será submetido à revista, que deverá ser
realizada em local reservado;
§1º A solicitação, realizada pelo adolescente, para
inclusão no rol de VIII – os pertences, alimentos ou quaisquer objetos que
eventualmente sejam admitidos durante a visita serão
visitantes de pessoa que não detenha parentesco com o submetidos aos procedimentos de
mesmo estará sujeita a estudo e análise da equipe
técnica de referência do adolescente, que emitirá parecer revista e segurança;
fundamentado e o submeterá à apreciação do Diretor do
IX – eventuais pertences que não forem admitidos pelo
Centro Socioeducativo para fins de aprovação.
responsável pela segurança e disciplina deverão ser
§2º O parágrafo anterior somente se aplica aos visitantes mantidos no guarda-volumes, localizado na portaria da
maiores de 18 anos de idade. unidade, e devolvidos ao visitante ao final da visita;

Art.10. São documentos necessários para o cadastro do X – o visitante, após os procedimentos de identificação e
visitante: revista, será encaminhado por funcionário da Unidade ao
local de visitação;
I – para pessoa maior de 12 anos, deverão ser
apresentadas cópias dos seguintes documentos: XI – encerrada a visita, o visitante deverá aguardar o
adolescente ser encaminhado para o seu alojamento
a) documento oficial de identificação com foto (cédula de para, em seguida, dirigir-se a saída da Unidade,
identidade, carteira profissional, carteira nacional de conforme orientação dos servidores e da equipe técnica
habilitação); do respectivo Centro.
b) comprovante de residência atualizado; Parágrafo único. Não será admitida a entrada de visitante
que não apresentar o documento de identificação nas
II – para pessoa menor de 12 anos, deverá ser
condições estabelecidas nos incisos I e II deste artigo.
apresentada cópia do documento oficial de identificação
com foto ou do registro de nascimento; Art.12. No primeiro contato, o técnico deve informar a
Parágrafo único. A direção da unidade poderá solicitar família sobre a documentação necessária, o dia e horário
documentos adicionais. da visita, bem como as informações referentes ao
número permitido de visitantes, tipo de vestuário,
CAPÍTULO III alimentos liberados, normas de segurança, dentre outras
informações pertinentes.
DOS PROCEDIMENTOS PARA VISITAS
Art.13. As visitas poderão ser suspensas a qualquer
Art.11. Nos dias de visita, o visitante deverá observar os momento pela Direção da unidade, após a devida
seguintes procedimentos: avaliação realizada pela equipe técnica e pelo
I – para o ingresso na unidade, será exigida a Coordenador de Segurança, desde que devidamente
apresentação, na portaria, de documento original de fundamentado.
identificação oficial com foto. §1º A suspensão de que trata o caput deste artigo tem
II – para o caso do visitante ser menor de 12 anos, poderá caráter cautelar e pontual, devendo ser solicitada
se dispensada a apresentação de documento original de autorização ao Poder Judiciário imediatamente após a
identificação com foto, mediante a apresentação do suspensão da visita do Socioeducando, para fins de
registro de nascimento; avaliação da pertinência e emissão da respectiva
autorização, nos termos do art.124 do Estatuto da
III – o documento apresentado pelo visitante ficará retido, Criança e do Adolescente.
sob a guarda da portaria da unidade durante todo o
§2º Nos casos em que o Assistente Social ou o Psicólogo §4º A referida suspensão tem caráter cautelar e pontual,
de referência do adolescente entender que a visita é devendo, nestes casos, ser adotado o mesmo
prejudicial ao mesmo, tal fato deverá ser comunicado ao procedimento previsto no art.13 desta Portaria.
Diretor, que, baseados em motivos relevantes e
fundamentando a sua decisão, solicitará à autoridade CAPÍTULO IV
judiciária a suspensãoda visita, nos termos do §2º, do DA ENTRADA E SAÍDA DE OBJETOS E ALIMENTOS
art.124, do Estatuto da Criança e do Adolescente.
Art.19. Poderão ser entregues aos visitantes objetos
Art.14. Os locais de visitação devem passar por revista produzidos emoficinas desde que o Socioeducando
estrutural antes e depois da realização das visitas. proprietário manifeste o desejo de fazê-lo.
Art.15. Os socioeducandos deverão passar por revista §1º Os objetos entregues aos visitantes deverão constar
minuciosa antes e depois da realização das visitas. em lista elaborada previamente pelo instrutor e entregue
Art.16. Os socioeducandos deverão ser encaminhados à equipe técnica que estará de plantão no dia da visita.
aos locais de visitas somente depois que seus §2º Os objetos devem estar identificados com o nome do
familiares/visitantes já estiverem a sua espera e deverão Socioeducando e o nome do destinatário.
ser encaminhados aos seus alojamentos antes da saída
de seus familiares/visitantes dos locais de visitação. Art.20. É permitida a retirada de pertences dos
Socioeducandos (roupas, livros, correspondências etc.)
Art.17. As pessoas autorizadas à visitação deverão ser pelos familiares, mediante solicitação do
previamente definidas pela Equipe Técnica mediante
cadastro e após realização de entrevista, quando for o adolescente, após a avaliação da equipe técnica e desde
caso. que devidamente autorizado pela Direção da unidade.

§1º Os socioeducandos têm direito de visita dos filhos, §1º No momento da entrega dos pertences, deverá ser
independentemente da idade da criança. preenchido o Recibo de Entrega de pertence, constando
o nome do destinatário e do Socioeducando,
§2º Os irmãos dos Socioeducandos que apresentam discriminação dos pertences, data e assinatura.
idade entre 12 (doze) e 17 (dezessete) anos podem
realizar visitas mediante o acompanhamento do §2º É proibida a troca de pertences entre os
responsável legal. Socioeducandos.

Art.18. É proibida a entrada de visitantes: Art.21. Somente será permitida a entrada de alimentos
previstos em lista fornecida pela unidade, constando tipo
I – que estejam sob aparente efeito de uso de e quantidade e desde que devidamente acondicionados
substâncias psicoativas (lícitas ou ilícitas) ou de outros em sacos plásticos transparentes.
materiais proibidos;
§1º Os alimentos liberados deverão ser consumidos no
II – que sejam surpreendidos portando drogas, armas ou horário e local da visita, sendo vedado aos adolescentes
similares, bem como em outras situações em que o
levar qualquer alimento para os dormitórios.
Coordenador de Segurança e/ou Equipe Técnica conclua
pela existência de risco à segurança da unidade, §2º As quantidades e tipos de alimentos permitidos serão
devendo, nestes casos, ser realizado o registro no livro definidos pela direção, corpo técnico e coordenadores de
de ocorrência da unidade. segurança e será comunicado à família no momento do
cadastro.
§1º Após a revista, se encontrados materiais proibidos
(fósforos,isqueiros, armas artesanais, instrumentos §3º Os alimentos não consumidos na visita não podem
pontiagudos, etc) ou substâncias psicoativas mesmo ficar de posse dos Socioeducandos, devendo ser
lícitas (cigarro, fumos de qualquer natureza, remédios, devolvidos aos familiares, salvo autorização expressa da
etc), o visitante e/ou o Socioeducando serão conduzidos Direção da unidade, após avaliação de pertinência.
para registro de boletim de ocorrência e apresentados à
autoridade policial competente. §4º Todos os alimentos devem ser abertos e vistoriados
no ato da revista.
§2º O visitante que estiver portando arma ou de posse de
substâncias psicoativas ilícitas receberá voz de prisão CAPÍTULO V
pelo servidor de plantão, oportunidade em que deverá DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
ser acionada a Polícia Militar para a condução do
visitante e apreciação do fato pela autoridade policial. Art.22. Os casos excepcionais serão submetidos à
apreciação do Diretor da unidade que, após ouvir a
§3º O visitante flagrado com substâncias psicoativas equipe técnica e, caso julgue necessário, o coordenador
ilícitas ou armas terá a visita suspensa na unidade. de disciplina, decidirá.
Art.22. Os casos omissos serão decididos pelo
Superintendente do Sistema Estadual de Atendimento
Socioeducativo.

Art.24. Essa portaria entra em vigor na data de sua


publicação.

Art.25. Ficam revogadas as disposições em contrário.


Art. 4º Caberá aos Diretores das Unidades a elaboração
PORTARIA Nº27/2018 das escalas mensais de serviço das equipes técnicas e
dos socioeducadores, obedecendo aos critérios
DISPÕE SOBRE A JORNADA DE TRABALHO, EM estabelecidos nesta Portaria, cabendo-lhes encaminhar
SISTEMA DE ESCALA DE SERVIÇOS, DOS a escala do mês subsequente até o dia 10 (dez) de cada
SOCIOEDUCADORES E EQUIPE TÉCNICA DAS mês à Célula de Gestão de Pessoas/ COAFI/SEAS para
UNIDADES SOCIOEDUCATIVAS DO . O fins de conferência.
SUPERINTENDENTE DO SISTEMA ESTADUAL DE
ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO, no uso de suas §1º O Diretor de cada Unidade deverá observar, para
atribuições legais e CONSIDERANDO o disposto nas elaboração das escalas, os cronogramas de trabalho dos
Leis Complementares Estaduais nos 163/2016 e integrantes da equipe técnica e dos socioeducadores,
169/2016, RESOLVE: observando a necessidade do serviço da unidade, o
funcionamento do centro, o atendimento aos familiares e
Art. 1º A jornada de trabalho das equipes técnicas é de o disposto nesta Portaria.
40 (quarenta) horas semanais e deverá ser cumprida de
domingo a domingo, em regime especial de escalas de 8 §2º As escalas mensais deverão ser afixadas em local
(oito) horas diárias, somente no período diurno. visível nos Centros Socioeducativos.

§1° A jornada será exercida das 8 (oito) às 17 (dezessete) Art. 5º Em caso de impedimento justificado de
horas, com intervalo para descanso e refeição de 1 (uma) cumprimento do plantão no dia previamente estipulado
hora. na escala de trabalho será autorizada,
excepcionalmente, a troca de escala, a qual deverá ser
§2° O horário do intervalo será determinado pelo Diretor solicitada em formulário próprio, conforme modelo
de cada Unidade, de acordo com a rotina da casa e constante do Anexo Único, limitada a no máximo 2 (duas)
mediante revezamento entre os integrantes da equipe. trocas mensais por profissional, vedada a substituição de
Art. 2° A jornada de trabalho dos socioeducadores é de mais de um plantão na mesma semana pelo mesmo
44 (quarenta e quatro) horas semanais e deverá ser profissional.
cumprida de domingo a domingo, em regime especial de §1º A solicitação deverá ser realizada com antecedência
escalas de 12 (doze) horas de trabalho por 36 (trinta e mínima de 72 (setenta e duas) horas, na qual deverá
seis) horas de descanso, nos períodos diurno e noturno. constar o motivo do pedido e a manifestação expressa
Parágrafo único. A jornada diurna será exercida das 7 da concordância de ambos os profissionais, ficando
(sete) às 19 (dezenove) horas e a noturna das 19 facultado ao Diretor da Unidade autorizar a permuta,
(dezenove) às 7 (sete) horas. desde que não haja prejuízo ao serviço, respeitada a
jornada de trabalho estabelecida nesta Portaria.
Art. 3° As jornadas de trabalhos diurnas e noturnas
seguem os princípios da continuidade e ininterrupção do §2º Autorizada a permuta, o substituto ficará responsável
serviço, haja vista a necessidade de monitoramento pela escala, sujeitando-se, em caso de descumprimento,
contínuo a fim de garantir o cumprimento das medidas às penalidades previstas na legislação aplicável.
socioeducativas, devendo ser assegurado o horário de
Art. 6º A falta injustificada ao trabalho enseja a perda da
repouso em regime de revezamento entre os admitidos.
remuneração correspondente.
§1° O intervalo a que se refere o parágrafo anterior será
§1º A ausência ao trabalho por motivo de doença e/ou
de no máximo 1 (uma) hora para refeições e descanso,
acidente deve ser comprovada mediante atestado
podendo ser fracionado, conforme necessidade
médico, o qual será entregue no RH da Unidade ou da
imperiosa do serviço, a critério do Diretor da Unidade.
SEAS no prazo máximo de 24hs após o afastamento.
§2° Por se tratar de serviço intermitente, não são
§2º No caso de impossibilidade de entrega pelo próprio
tolerados atrasos nas entradas dos plantões e ausências
admitido, o atestado poderá ser entregue por qualquer
da Unidade durante o intervalo, salvo autorização
pessoa, em nome daquele, ou encaminhado via e-mail
expressa do Diretor.
para o RH da Unidade ou da SEAS, no prazo fixado no
§3° Os atrasos e eventuais ausências da Unidade parágrafo anterior.
durante o intervalo, sem autorização, deverão ser
§3º A não observância do prazo estabelecido no §1º
anotados pelo respectivo Coordenador de Segurança ou
configura a falta como injustificada, ensejando o
pelo Auxiliar Administrativo responsável pelo RH no livro
desconto correspondente.
de registro de jornada de trabalho e os casos de
reincidência deverão ser informados à Corregedoria da §4º Os casos de reincidência de faltas injustificadas
SEAS, para as providências cabíveis. deverão ser informados à Corregedoria da SEAS, para
as providências cabíveis.
Art. 7º Para concessão do Adicional de Plantão Extra
previsto no artigo 13 da Lei Complementar n° 160, de 27
de dezembro de 2016, o Diretor da Unidade deverá
encaminhar ao RH da SEAS, até o dia 20 de cada mês,
a listagem com os nomes dos socioeducadores, a
quantidade de plantões extras trabalhados por cada um
e a justificativa, através de Comunicação Interna.

§1º Cada plantão extra equivale a uma carga horária de


trabalho de 12 (doze) horas, além da carga horária
semanal de trabalho normal realizada pelo admitido.

§2º Para o fim de recebimento do adicional de que trata


o caput deste artigo, somente poderão ser considerados
serviços realizados em regime de Plantão Extra aqueles
feitos além da carga horária normal de trabalho realizada
pelo admitido, conforme escala estabelecida pela direção
da unidade.

§3º Fica limitado à realização de, no máximo, um plantão


extrassemanal por admitido.

Art. 8º Qualquer indício de favorecimento, irregularidade


ou fraude quanto ao estabelecido nesta Portaria ensejará
abertura de Processo de Sindicância, podendo, ainda,
ser instaurado Processo Administrativo Disciplinar,
sujeitando o infrator às penalidades estabelecidas na
legislação vigente.

Art. 9º Os casos omissos desta Portaria serão analisados


e decididos pelo Superintendente do Sistema de
Atendimento Socioeducativo, com base na legislação
aplicável aos admitidos.

Art. 10° Esta Portaria entra em vigor na data de sua


publicação.

Art. 11º Ficam revogadas as disposições em contrário


IV – quaisquer itens ou adereços como broches,
adesivos, bijuterias, bonés, viseiras, óculos escuros,
PORTARIA Nº74/2018. entre outros.

Art. 3º O crachá de identificação funcional é de uso


REGULAMENTA O USO DE UNIFORME E DE CRACHÁ pessoal, intransferível e obrigatório quando do acesso,
DE IDENTIFICAÇÃO PELOS SOCIOEDUCADORES, circulação e permanência nas dependências dos Centros
ASSISTENTES SOCIAIS, PSICÓLOGOS E Socioeducativos, bem como na condução dos
PEDAGOGOS LOTADOS NOS CENTROS adolescentes a audiências, atendimentos médicos,
SOCIOEDUCATIVOS DO . eventos e outras atividades relacionadas ao cargo.
O SUPERINTENDENTE DO SISTEMA ESTADUAL DE §1º O crachá de identificação será emitido
ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO, no uso de suas exclusivamente pela SEAS.
atribuições legais e CONSIDERANDO a necessidade de
instituir e regulamentar o uso de uniforme funcional e de §2º Na hipótese de rescisão do contrato temporário, o
crachá de identificação pelos socioeducadores, crachá de identificação deverá ser imediatamente
assistentes sociais, psicólogos e pedagogos lotados nos devolvido à Célula de Recursos Humanos da SEAS,
Centros Socioeducativos do , RESOLVE: mediante recibo.
Art. 1º Fica instituído o uso obrigatório de uniforme Art. 4º A não utilização do crachá de identificação e do
funcional para os socioeducadores, assistentes sociais, uniforme funcional durante a jornada de trabalho e nas
psicólogos e pedagogos dos Centros Socioeducativas do atividades externas implicará na aplicação da penalidade
, no interior das Unidades, bem como no exercício de de advertência.
suas funções em atividades externas.
Parágrafo único. Em caso de reincidência, o admitido
§1º Para os profissionais com formação em nível será sancionado com a aplicação suspensão de até 10
superior, aqui referenciados como equipe técnica, é (dez) dias, sem percepção de vencimentos, e, caso
obrigatório ainda o uso de jalecos em sobreposição ao persista a situação, terá seu contrato rescindido.
uniforme, devendo os crachás serem apostos de forma
visível. Art. 5º Os casos omissos desta Portaria serão analisados
pela Corregedoria e decididos pelo Superintendente do
§2º É proibido alterar as características do uniforme, bem Sistema de Atendimento Socioeducativo, com base na
como sobrepor-lhes peças, artigos, insígnias ou legislação aplicável aos admitidos.
distintivos de qualquer natureza, ressalvada apenas a
exceção prevista acima. Art. 6° Esta Portaria entra em vigor na data de sua
publicação.
§3º Será fornecido anualmente pela SEAS, a todos os
profissionais elencados nesta portaria, 02 (duas) camisas Art. 7º Ficam revogadas as disposições em contrário.
polo, bem como 02 (dois) jalecos aos assistentes sociais,
psicólogos e pedagogos, integrantes da equipe técnica.

§4º O crachá será substituído somente em casos de


extravio ou dano, mediante ressarcimento ao erário
Estadual.

§5º Caso o profissional pretenda confeccionar, por conta


própria, mais uma peça do uniforme, deverá solicitar
autorização ao Diretor do Centro Socioeducativo, que
deverá fazê-lo por escrito, e observar exatamente os
mesmos padrões descritos no Anexo Único desta
portaria, sob pena de não poder usá-la.

Art. 2° Será vedado a entrada e permanência, na


Unidade, do admitido que estiver usando:

I – roupas muito coladas ao corpo e muito decotadas;

II – miniblusa, minissaia, bermuda ou short;

III – chinelos ou sandálias (salvo com dispensa do uso de


calçado emitido por profissional de saúde);
Parágrafo único. Para os fins desta Portaria,
compreendem medidas socioeducativas de meio
PORTARIA 23 / 2019 fechado ou outras que importem em privação de
liberdade as seguintes: internação; semiliberdade;
PORTARIA N° /2019 – SEAS internação provisória; internação sanção.

DISPÕE SOBRE A PADRONIZAÇÃO DE TERMOS, CAPÍTULO I


NORMAS, ROTINAS E PROCEDIMENTOS VOLTADOS DO MANUAL DE PREVENÇÃO DO SUICÍDIO NO
PARA A PREVENÇÃO DO SUICÍDIO, A SER SISTEMA SOCIOEDUCATIVO
IMPLEMENTADO NOS CENTROS
SOCIOEDUCATIVOS DO ESTADO DO CEARÁ. Art. 3° Para fins de prevenção do suicídio envolvendo
adolescentes em situação de privação de liberdade,
O SUPERINTENDENTE DO SISTEMA ESTADUAL DE deverá ser elaborado e amplamente divulgado um
ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO, no uso de suas Manual de Prevenção do Suicídio no Sistema
atribuições legais, e Socioeducativo, onde possam ser apresentados os
CONSIDERANDO o que dispõe as Regras das Nações conhecimentos e as informações necessários para os
Unidas para profissionais que atuam nos Centros Socioeducativos.

Proteção de Jovens Privados de Liberdade, de 14 de Art. 4° O Manual de Prevenção do Suicídio no Sistema


dezembro de 1990, da qual o Brasil é signatário; Socioeducativo representa um conjunto de normas,
rotinas e procedimentos voltados para a prevenção do
CONSIDERANDO o disposto no Estatuto da Criança e suicídio de adolescentes em cumprimento de medida
do Adolescente socioeducativa de meio
(ECA) – Lei Federal nº 8.069, de 13 de julho de 1990 –, fechado, devendo se orientar pelas regras estabelecidas
que estabelecem a saúde como direito fundamental da nesta Portaria, notadamente às seguintes diretrizes:
Criança e do Adolescente;
I – Importância da realização de discussões acerca da
CONSIDERANDO as normas do Sistema Nacional de temática de prevenção do suicídio no trabalho realizado
Atendimento Socioeducativo (Sinase), estabelecidas com adolescentes em cumprimento de medida
pela Lei Federal nº 12.594, de 18 de janeiro de 2012, socioeducativa de meio fechado;
bem como as recomendações do Conselho Nacional dos
II – Orientação da atuação dos profissionais do Sistema
Direitos da Criança e Adolescente (Conanda);
Socioeducativo do Estado do Ceará na prevenção do
CONSIDERANDO que a Portaria nº 1.082, de 23 de maio suicídio, através do compromisso na realização de um
de 2014, expedida pelo Ministério da Saúde, definiu as atendimento de qualidade aos adolescentes;
diretrizes da Política de Atenção Integral à Saúde do
III – Clareza quanto aos fatores de risco, considerando
Adolescente em Conflito com a Lei (PNAISARI);
as peculiaridades que envolvem o atendimento à
CONSIDERANDO que o direito à saúde abrange a adolescentes em cumprimento de medida
garantia de ações voltadas para a saúde mental dos socioeducativa de meio fechado;
adolescentes em cumprimento de medida
IV – Compreensão sobre as ações de prevenção do
socioeducativa de meio fechado;
suicídio envolvendo adolescentes em cumprimento de
CONSIDERANDO a necessidade de instituir diretrizes e medida socioeducativo de meio fechado;
procedimentos de prevenção do suicídio na
V – Propriedade dos profissionais sobre os fatores de
adolescência, em especial, os que envolvem
proteção dos adolescentes em cumprimento de medida
adolescentes em situação de privação de liberdade.
socioeducativa, considerados em situação de risco de
RESOLVE: suicídio;

Art. 1º Fica estabelecida, na forma desta Portaria, a VI – Conhecimento das orientações e procedimentos
padronização de termos, normas, rotinas e práticos a serem adotados em caso de tentativa ou
procedimentos voltados para a prevenção do suicídio nos consumação de suicídio por adolescentes em
Centros Socioeducativos do Governo do Ceará, que cumprimento de medida socioeducativa de meio
deverão observar as regras estabelecidas a seguir. fechado, mediante o estabelecimento do papel de cada
profissional.
Art. 2° A presente Portaria destina-se à prevenção do
suicídio envolvendo adolescentes em cumprimento de CAPÍTULO II
medida socioeducativa de meio fechado ou outra
DA IDENTIFICAÇÃO DOS FATORES DE RISCO
especificada no Estatuto da Criança e do Adolescente
que importe a privação de liberdade.
Art. 5º As situações que envolvem a saúde mental dos I – Envolvimento em atividades pedagógicas: o
adolescentes devem ser identificadas pela equipe de adolescente deve estar devidamente incluído nas
referência do Centro Socioeducativo. atividades pedagógicas, inclusive aqueles portadores de
transtornos mentais, para que não sejam confinados em
Parágrafo único. Para os fins desta Portaria, compõem a alas ou espaços diferenciados, garantindo a reinserção
equipe de referência a que alude o caput deste artigo o social;
Psicólogo, o Assistente Social, o Enfermeiro e o
Socioeducador que atuam nos Centros Socioeducativos II – Fortalecimento do vínculo familiar: realização de
sob a responsabilidade e coordenação direta de seus atividades nos Centros Socioeducativos que comportem
respectivos diretores. a participação da família, tais como a realização do
“Abraços em Família” e das visitas familiares, além da
Art. 6º No atendimento, a equipe de referência deverá realização de visitas domiciliares, dentre outras
identificar os fatores de risco que envolvem o contexto estratégias que possam contribuir para o robustecimento
histórico, social e familiar do adolescente, considerando das relações estabelecidas entre o adolescente e sua
tanto fatos pretéritos como presentes, identificados a família;
partir do relato do adolescente, da família, bem como de
informações coletadas junto à rede de Saúde Mental III – Acompanhamento e avaliação contínua do
(Centro de Atenção Psicossocial, Hospital Mental etc). adolescente: o jovem em situação de cumprimento de
medida socioeducativa de meio fechado deverá contar
Art. 7º A equipe de referência deverá observar, durante com acompanhamento contínuo, a fim de verificar a sua
os atendimentos, os seguintes aspectos: saúde mental.
I – Se o adolescente apresenta comportamentos de Art. 9º A avaliação das condições da saúde mental do
automutilação, ideação suicida, atos suicidas, adolescente em cumprimento de medida socioeducativa
transtornos mentais leves ou graves; de meio fechado e os devidos encaminhamentos
deverão se dar nas primeiras 24 h (vinte e quatro horas)
II – Sobre o histórico de uso abusivo de substâncias
do primeiro atendimento, nos atendimentos periódicos ou
psicoativas, crises de abstinência e transtornos
associados ao uso de substâncias psicoativas, coletado quando necessário.
a partir das declarações do adolescente e da família;

III – Atenção às relações sociais vivenciadas pelo Art. 10. A equipe de referência deverá observar, para fins
adolescente, tais como: isolamento, vínculos familiares de prevenção do suicídio nos Centros Socioeducativos,
rompidos, rejeição da família, términos de os seguintes procedimentos:
relacionamento, negligência e abuso sexual;
I – Ao realizar o atendimento inicial, de rotina, deverá
V – Fatores da personalidade do adolescente, tais como: haver uma triagem minuciosa visando identificar, já no
intolerância a frustração, humor depressivo, problemas primeiro atendimento, possíveis sintomas que possam
emocionais e comportamentais, dentre outros. revelar a predileção do adolescente ao suicídio;
VI – O nível do risco a que o adolescente está submetido, II – Nos casos em que forem identificados sinais de
devendo ser classificado em: automutilação, ideação suicida, atos suicidas e de surto
a) Leve: risco que requer reavaliações periódicas da psicótico, o adolescente deve receber os devidos
equipe de referência, atendimento psiquiátrico no Centro encaminhamentos para atendimento psiquiátrico de
emergência, urgência ou mesmo internação em hospital
Socioeducativo e encaminhamento para o Centro de
de saúde mental, de acordo com o nível do risco
Atenção Psicossocial (Caps);
estabelecido no inciso VI, art. 7º, desta Portaria;
b) Moderado: risco que requer avaliações recorrentes,
podendo resultar em uma possível internação; III – Manutenção do adolescente em observação pelos
profissionais do Centro Socioeducativo no período que
c) Grave: risco que requer intervenções imediatas de sucede a sua internação em estabelecimento hospitalar
internação na rede de saúde especializada. especializado.

CAPÍTULO III §1º Cada caso deve ser visto na sua particularidade,
considerando os detalhamentos do Manual de
DOS FATORES DE PREVENÇÃO DO SUICÍDIO NOS
Prevenção do Suicídio do Sistema Socioeducativo do
CENTROS SOCIOEDUCATIVOS
Estado do Ceará
Art. 8º São considerados fatores de prevenção do
§2º Nos casos em que seja necessário o isolamento do
suicídio de adolescentes em cumprimento de medida
adolescente que esteja em tratamento, este somente
socioeducativa de meio fechado:
poderá se dar mediante decisão tomada entre a equipe
técnica e a direção do Centro Socioeducativo, baseada I – Realojar o adolescente em um local mais próximo da
em justificativa fundamentada em critérios clínicos. equipe e de melhor visualização;

CAPÍTULO IV II – Manter as chaves do dormitório próximas;

DAS ABORDAGENS VERBAIS E NÃO VERBAIS AO III – Verificar os materiais que estão dentro do dormitório
ADOLESCENTE COM IDEAÇÃO ao alcance do adolescente, conforme os riscos
apresentados;
SUICIDA
IV – Retirar os materiais que apresentem risco ao
Art. 11. Para a identificação dos riscos de suicídio, faz-se adolescente;
necessário realizar o reconhecimento dos sentimentos e
pensamentos do adolescente, devendo os profissionais V – Registrar o caso em livro de ocorrência do Centro
que compõem a equipe técnica: Socioeducativo, para que toda a equipe tenha ciência
dos riscos;
I – Levar em consideração os sentimentos e
pensamentos do adolescente diante do desejo e VI – Observar o comportamento dos demais
comportamento suicida, observadas as suas fragilidades adolescentes, tendo em vista os riscos de suicídio
emocionais; coletivo;

II – Tomar todas as providências prontamente e afastar VII – Manter toda a equipe alerta;
do adolescente todos os materiais que apresentem risco,
tais como: lençóis, cadarço, perfurocortantes, VIII – Definir com a equipe um plano de horários,
medicamentos, dentre outros; principalmente para troca de plantões dos
socioeducadores, considerando que os riscos de suicídio
III – Demonstrar empatia e não menosprezar os aumentam nos plantões noturnos.
sentimentos e o discurso do adolescente diante do
momento de crise; Art. 15. O Socioeducador tem um papel muito importante
neste processo, devendo ter atenção redobrada e seguir
IV – Demonstrar tranquilidade nas situações de crise do as orientações desta Portaria e do Plano de Prevenção
adolescente; de Suicídio.

V – Atuar com comprometimento ético, sigilo e não CAPÍTULO V


constrangimento.
DOS FATORES DE PROTEÇÃO AO ADOLESCENTE
Art.12. A equipe de referência, ao realizar a escuta
qualificada, deve estar atenta a todos os sinais e Art. 16. No atendimento do adolescente deve ser
comportamentos de automutilação, ideação suicida, assegurado a ética, o
comportamentos suicidas, a partir da avaliação dos sigilo e o não constrangimento do mesmo, devendo o
riscos como leve, médio e grave. jovem ser atendido em um lugar privado, reservando a
Art.13. A equipe de referência deverá, na abordagem ao sua condição inicial, para que sejam feitos os devidos
adolescente com propensão ao suicídio, observar os atendimentos de emergência psiquiátrica.
seguintes procedimentos: Art. 17. A comunicação deve ser feita cuidadosamente,
I – Identificar o risco e assegurar o atendimento havendo empatia por parte do profissional, respeitando a
especializado ou de emergência, considerando a fala do outro, mantendo a calma, o cuidado e equilíbrio.
necessidade e a peculiaridade de cada caso; Art. 18. Em caso de adolescentes que sejam acometidos
II – Identificar se o adolescente tem alguma cometimento de transtornos psiquiátricos graves, a Central de
psiquiátrico, devendo, em caso positivo, requerer o Regulação de Vagas (CRV) deve ser comunicada
atendimento psiquiátrico adequado; através de relatório circunstanciado para que possa
articular junto com os órgãos do Sistema de Justiça, em
III – Verificar se o adolescente faz uso de medicamento especial a Defensoria Pública, quais as medidas judiciais
psiquiátrico podem ser adotadas.

IV – Solicitar ao Diretor do Centro Socioeducativo e/ou CAPÍTULO VI


ao Coordenador de Segurança que seja designado um
Socioeducador para realizar a vigilância diuturna do DAS ORIENTAÇÕES OPERACIONAIS
adolescente que demonstra riscos de suicídio. Art. 19. Ao ser realizado o atendimento e avaliação dos
Art. 14. Nos casos em que haja risco de cometimento de riscos do adolescente, deve se atentar para as
suicídio por parte do adolescente, a equipe de referência particularidades de cada caso, devendo ser
e a direção da unidade devem adotar os seguintes observado o seguinte:
procedimentos:
I – Nos casos de crise em que eventualmente seja §3º A equipe de referência deverá elaborar, diante do
necessário o uso de força ou utilização de equipamentos fato, um estudo de caso para acompanhamento da
de contenção – a exemplo de algemas –, o fato deve ser família e do adolescente.
relatado no livro de ocorrência do Centro Socioeducativo,
bem como no instrumental constante do Anexo Único §4º Caso a família não resida nos Municípios em que a
desta Portaria, o qual deverá conter a justificativa Superintendência do Sistema Estadual de Atendimento
Socioeducativo (Seas) possua Centros Socioeducativos,
para o uso de tal artifício; a equipe de referência deverá realizar uma programação
para a realização de visitas domiciliares para
II – Nos casos em que o adolescente se utilize da
acompanhamento da família, orientando-a sobre os
automutilação, a equipe deve estar atenta e realizar
encaminhamentos envolvendo o adolescente.
intervenções como o pronto atendimento do adolescente,
a conscientização e o encaminhamento para Art. 21. Nos casos de consumação de suicídio, a equipe
atendimento psiquiátrico, além de requer a realização de referência deverá:
dos atendimentos de enfermagem necessários para
atender as demandas de saúde física do adolescente. I – Providenciar que a equipe de saúde do Centro
Socioeducativo ateste a situação de óbito do
Art. 20. Nos casos de tentativas de suicídio, a equipe de adolescente;
referência deverá:
II – Acionar a Polícia competente para averiguar o caso;
I – Retirar o adolescente da situação de risco, chamar o
setor de saúde para prestar os primeiros atendimentos e III – Zelar pela preservação da cena do suicídio até a
avaliação, em conjunto com o profissional de psicologia, chegada da Polícia;
que deverá avaliar as condições de saúde mental do
IV – Realizar a comunicação da família do adolescente
adolescente;
sobre o ocorrido, pessoalmente no endereço indicado no
II – Comunicar ao Diretor do Centro Socioeducativo prontuário do adolescente ou, na impossibilidade, por
acerca do ocorrido; outro meio de comunicação hábil;

III – Encaminhar o adolescente, após a verificação das V – Informar à Superintendência do Sistema Estadual de
condições de saúde, para atendimento de emergência a Atendimento Socioeducativo (Seas) para que sejam
rede hospitalar especializada, com objetivo de se iniciados os procedimentos atinentes ao apoio ao funeral
proceder a uma avaliação médica emergencial, além da do adolescente;
medicação do adolescente e verificação das
VI – Acompanhar a família no reconhecimento do corpo
possibilidades de sua internação; junto ao Instituto Médico Legal (IML), bem como entregar
IV – Designar um Socioeducador para, nos casos de os pertences do adolescente à família, mediante
internação, acompanhar o adolescente durante todo o protocolo de recebimento.
período de internação, devendo o Psicólogo e o
§1º Nos casos de consumação de suicídio, compete ao
Assistente Social realizar a visita institucional, além de
Diretor do Centro Socioeducativo solicitar o Boletim de
solicitar relatório da equipe do hospital;
Ocorrência para a delegacia da área, bem como a Guia
V – Comunicar a família do adolescente acerca da Amarela do Instituto Médico Legal (IML).
internação, bem como orientar sobre os horários de
§2º Após a adoção das medidas de que tratam os incisos
visita, em conjunto com o setor de Serviço Social do
deste artigo, a equipe de referência deverá traçar um
Hospital;
plano de ação para atender os familiares do adolescente,
VI – Manter vigilância 24 h (vinte quatro horas) do bem como solicitar à equipe do Centro Socioeducativo
adolescente, enquanto não houver evolução do quadro, que intensifiquem as ações de prevenção de suicídio –
elaborando um Plano de Atendimento onde deverão ser por meio de atendimentos iniciais e grupais – e o reforço
abordadas estratégias de tratamento. de segurança nos dormitórios, tendo em vista os riscos
dos outros adolescentes adotarem ações de igual ou
§1º A equipe de referência deverá atender o adolescente similar natureza.
e procurar compreender o contexto do comportamento
suicida, atender sem julgamentos e utilizar a técnica de Art. 22. Em hipótese alguma devem ser feitos registros
aconselhamento. de imagens por parte de celulares particulares de
funcionários ou colaboradores.
§2º Após os cuidados de emergência, será necessário
realizar a avaliação psiquiátrica e providenciar o Parágrafo único. Caso alguma imagem seja divulgada
tratamento adequado, além da designação de um ilegalmente, os envolvidos serão responsabilizados
Psicólogo especificamente para acompanhar o caso. administrativamente e criminalmente.
Art. 23. Em todos os casos envolvendo situações de Art. 29. Ficam revogadas as disposições em contrário.
suicídio – tentado ou consumado –, o Diretor do Centro
Socioeducativo deverá realizar a comunicação imediata
à Corregedoria, à Assessoria Especial de Gestão e
Comunicação, à Assessoria Especial de Diretrizes
Socioeducativas e à Coordenadoria da Rede
Socioeducativa.

Parágrafo único. Não é permitido que sejam passadas


informações para Imprensa ou Terceiros, as quais
deverão ser realizadas exclusivamente pela Assessoria
Especial de Gestão e Comunicação.

Art. 24. A equipe de referência também deverá emitir


relatório ao Diretor do Centro Socioeducativo para
posterior encaminhamento aos órgãos do Sistema de
Justiça – Poder Judiciário, Ministério Público e
Defensoria Pública –, comunicando-os dos fatos
ocorridos.

Art. 25. Além das comunicações anteriormente


dispostas, a equipe de referência também deverá
encaminhar para o Superintendente da Seas, por meio
de instrumental constante do Anexo Único desta Portaria,
a narrativa detalhada dos fatos ocorridos.

Parágrafo único. Nos casos de tentativa de suicídio,


automutilações e consumação do suicídio, o instrumental
constante do Anexo Único desta Portaria deverá ser
preenchido e enviado no prazo de até 24 h (vinte e quatro
horas) após o fato.

CAPÍTULO VII

DA RELAÇÃO COM OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO


SOCIAL

Art. 26. O relacionamento com os meios de comunicação


compete à direção do Centro Socioeducativo ou a quem
for delegada essa função, mediante orientações da
Assessoria Especial de Gestão e Comunicação desta
Superintendência do Sistema Estadual de Atendimento
Socioeducativo.

CAPÍTULO VIII

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 27. A Assessoria Especial de Diretrizes


Socioeducativas e a Assessoria Especial de Gestão e
Comunicação desta Superintendência deverão elaborar
o Manual de Prevenção do Suicídio no Sistema
Socioeducativo do Estado do Ceará, no prazo de 30
(trinta) dias contados a partir da publicação desta
Portaria.

Parágrafo único. O Manual de Prevenção do Suicídio no


Sistema Socioeducativo do será disponibilizado no site
da Superintendência do Sistema Estadual de
Atendimento Socioeducativo (Seas).

Art. 28. Esta Portaria entra em vigor na data de sua


publicação.
laboram nos Centros de Atendimento Socioeducativo do
Estado; RESOLVE:
PORTARIA Nº50/2020 - Art. 1º Instituir o Plano de Contingência para Infecção do
Novo Coronavírus no âmbito dos Centros de
SEAS. Atendimento Socioeducativo do Estado do Ceará, a fim
de informar as recomendações técnicas para o
INSTITUI O PLANO DE CONTINGÊNCIA PARA desenvolvimento e a estruturação de uma vigilância que
INFECÇÃO DO NOVO CORONAVÍRUS NO ÂMBITO objetiva atualizar, informar e orientar os profissionais
DOS CENTROS DE ATENDIMENTO atuantes nos Centros de Atendimento Socioeducativos e
SOCIOEDUCATIVO DO ESTADO DO CEARÁ. os socioeducandos, quanto aos aspectos
O SUPERINTENDENTE DO SISTEMA ESTADUAL DE epidemiológicos e medidas de prevenção e controle do
ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO, no uso de suas novo Coronavírus (2019-nCoV), com vistas a alertar a
atribuições legais, CONSIDERANDO a prioridade das possível ocorrência de casos confirmados da doença no
políticas de atendimento à infância e juventude Estado do Ceará, nos termos do Anexo Único desta
preconizadas pelo Art. 227 da Constituição Federal de Portaria.
1988; Art. 2º Esta Superintendência do Sistema Estadual de
CONSIDERANDO as normas referentes aos Atendimento Socioeducativo realizará a divulgação e a
adolescentes e jovens contidas na Lei nº 8.690/90 correspondente atualização do Plano de Contingência
(Estatuto da Criança e do Adolescente), mormente a para Infecção do Novo Coronavírus.
obrigatoriedade de efetivação dos direitos à vida, à Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data da sua
saúde, ao respeito e à dignidade; assinatura.
CONSIDERANDO as competências do Poder Executivo
Estadual definidas no art. 4º da Lei nº 12.594/2012, em
especial as de formular, instituir, coordenar e manter o
Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo e criar,
desenvolver e manter programas para execução das
medidas socioeducativas de Semiliberdade e Internação;
CONSIDERANDO que a Superintendência do Sistema
Estadual de Atendimento Socioeducativo (Seas) é o
órgão gestor do Sistema de Atendimento Socioeducativo
do Estado do Ceará;

CONSIDERANDO que a Organização Mundial de Saúde


declarou a pandemia pelo Novo Coronavírus (COVID-
19), havendo uma rápida evolução do número de casos
no Brasil, sendo confirmado no Estado do Ceará, no dia
15 de março, com um considerável aumento de casos
desde então;

CONSIDERANDO as medidas que vem sendo adotadas,


nesse sentido, no âmbito dos

poderes públicos do Estado, em que diversos órgãos


estão suspendendo suas atividades, salvo as de caráter
essencial;

CONSIDERANDO a publicação do Decreto Estadual nº


33.510, de 16 de março de 2020, decretando situação de
emergência em saúde e dispondo sobre medidas para
enfrentamento e contenção da infecção humana pelo
Novo Coronavírus, no qual, em seu art. 3º, inciso V,
informa a suspensão, por 15 (quinze) dias, da “visitação
em unidades prisionais ou de internação do sistema
socioeducativo do Estado”;

CONSIDERANDO a necessidade iminente de preservar


a saúde dos socioeducandos e colaboradores que
Art. 1º Instituir o Plano de Retomada Gradual de Visitas
Familiares nos Centros Socioeducativos da
PORTARIA Nº123/2020 - Superintendência do Sistema Estadual de Atendimento
Socioeducativo do Estado do Ceará, nos termos do
SEAS. Anexo Único desta Portaria.

Art. 2º Esta Superintendência do Sistema Estadual de


INSTITUI O PLANO DE RETOMADA GRADUAL DE Atendimento Socioeducativo realizará a divulgação e a
VISITAS FAMILIARES NOS CENTROS correspondente atualização do Plano de Retomada
SOCIOEDUCATIVOS A SUPERINTENDÊNCIA DO Gradual de Visitas Familiares nos Centros
SISTEMA ESTADUAL DE ATENDIMENTO Socioeducativos.
SOCIOEDUCATIVO DO ESTADO DO CEARÁ.
Art. 3º O plano instituído pela presente portaria poderá
A SUPERINTENDENTE DO SISTEMA ESTADUAL DE
ser revisto ou suspenso a qualquer momento, a depender
ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO, respondendo, no
da situação de pandemia.
uso de suas atribuições legais,
Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data da sua
CONSIDERANDO a prioridade das políticas de
assinatura.
atendimento à infância e juventude preconizadas pelo
Art. 227 da Constituição Federal de 1988;

CONSIDERANDO as normas referentes aos


adolescentes e jovens contidas na Lei nº 8.690/90
(Estatuto da Criança e do Adolescente), mormente a
obrigatoriedade

de efetivação dos direitos à vida, à saúde, ao respeito e


à dignidade; CONSIDERANDO as competências do
Poder Executivo Estadual definidas no art. 4º da Lei nº
12.594/2012, em especial as de formular, instituir,
coordenar e manter o Sistema Estadual de Atendimento
Socioeducativo e criar, desenvolver e manter programas
para execução das medidas socioeducativas de
Semiliberdade e Internação;

CONSIDERANDO que a Superintendência do Sistema


Estadual de Atendimento Socioeducativo (Seas) é o
órgão gestor do Sistema de Atendimento Socioeducativo
do Estado do Ceará;

CONSIDERANDO que a Organização Mundial de Saúde


declarou a pandemia pelo novo coronavírus Covid-19,
havendo uma rápida evolução do número de casos no
Brasil, sendo confirmado no Estado do Ceará, no dia 15
de março, com um considerável aumento de casos desde
então;

CONSIDERANDO que o Governo do Estado do Ceará


vem avançado nas fases para retomada das atividades
em decorrência da diminuição de novos casos e de
números de óbitos diários em decorrência do Covid-19.

CONSIDERANDO a necessidade iminente de preservar


a saúde dos socioeducandos e colaboradores que
laboram nos Centros de Atendimento Socioeducativo do
Estado;

CONSIDERANDO a Portaria nº 39/2017-SEAS, que


institui e regulamenta as normas, rotinas e
procedimentos para realização de visitas nos centros
socioeducativos do estado do ceará; RESOLVE:
respeitando-se a laicidade estatal e o princípio do melhor
interesse do adolescente.
PORTARIA Nº133/2020 – Parágrafo Único. A liberdade de culto deve ser adequada
às especificidades do atendimento socioeducativo, à
SEAS. pluralidade do público existente e à condição peculiar de
desenvolvimento dos adolescentes, conforme critérios
REGULAMENTA A PRESTAÇÃO DE ASSISTÊNCIA de cadastramento definidos abaixo.
RELIGIOSA AOS ADOLESCENTES ATENDIDOS NOS
CENTROS SOCIOEDUCATIVOS DA Art. 2º. Será permitido ao adolescente a posse, em seu
SUPERINTENDÊNCIA DO SISTEMA ESTADUAL DE alojamento, de livro sagrado.
ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO DO ESTADO DO
CAPÍTULO II – DO CADASTRO DA INSTITUIÇÃO
CEARÁ.
RELIGIOSA
A SUPERINTENDENTE DO SISTEMA ESTADUAL DE
ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO, respondendo, no Art. 3º. Serão cadastradas no âmbito dos Centros
uso de suas atribuições legais, CONSIDERANDO o Socioeducativos as instituições religiosas
direito à assistência religiosa previsto na Constituição reconhecidamente idôneas para prestação de
Federal de 1988, em seu artigo 5º, e regulamentada pela assistência religiosa no Sistema Socioeducativo
Estadual.
Lei nº 9.982, de 14 de julho de 2000;
Parágrafo Único. Caberá à direção dos Centros
CONSIDERANDO o direito a ser respeitado em sua
Socioeducativos o recebimento dos cadastros e a
personalidade, intimidade, liberdade de pensamento e
decisão quanto à aceitação dos mesmos, sendo que, em
religião e em todos os direitos não expressamente
caso de negativa ao registro, a instituição religiosa
limitados na sentença, previsto no art. 49, inciso III do
poderá requerer à Assessoria Especial de Diretrizes
Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo –
Socioeducativas (ASDIS) a revisão da decisão que
SINASE, Lei nº 12.594, de 18 de janeiro de 2012;
denega o cadastramento, devendo a direção do Centro
CONSIDERANDO o direito do adolescente privado de remeter todo o processo à ASDIS para apreciação e
liberdade em receber e a obrigação das entidades que decisão final sobre a temática.
desenvolvem programas de internação em propiciar a
Art. 4º. São documentos necessários para o cadastro da
assistência religiosa, segundo a sua crença, e desde que
instituição religiosa:
assim o deseje, previstos no artigo 94, inciso XII e artigo
124, inciso XIV do Estatuto da Criança e do Adolescente I – requerimento subscrito pelo representante legal da
– ECA, Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990; instituição religiosa, na forma do anexo I;
CONSIDERANDO que a Assistência Religiosa deve ser II – cópia dos atos constitutivos da doutrina religiosa ou
uma opção para os adolescentes que desejarem, sendo documento equivalente e cartão do CNPJ;
vedado a obrigatoriedade de participação; e que as
crenças devem ser preservadas e garantidas, quaisquer III – apresentação de projeto de prestação de assistência
que sejam; religiosa compatível com o público alcançado.

CONSIDERANDO que a maneira de proporcionar o Art. 5º. O projeto de prestação de assistência religiosa
desenvolvimento espiritual aos adolescentes é a não compatível com o público alcançado terá como
interferência no conjunto de crenças, permitindo sua livre fundamento comum:
expressão e livre exercício do culto religioso;
I – o cuidado com a vida, o significado e o sentido da
CONSIDERANDO o relevante papel da assistência presença do adolescente no mundo, prezando-se pela
religiosa como ação provedora do respeito à dignidade e atenção à saúde física, mental e espiritual;
à vida em todas as suas manifestações e valores;
II – o cuidado com a vida que está no outro, respeitando-
CONSIDERANDO a importância de ofertar ao a em todos os seus aspectos, especialmente, a
adolescente a possibilidade do conhecimento e da integridade física, mental, moral e espiritual de cada ser
vivência espiritual por meio das instituições religiosas; humano;
RESOLVE:
III – o cuidado com a comunidade e o meio onde está
CAPÍTULO I – DO DIREITO À ASSISTÊNCIA inserido;
RELIGIOSA
IV – o cuidado com as crenças, os valores e os princípios
Art. 1º. É direito do adolescente em cumprimento de provedores de significado e sentido à vida de cada ser
medida socioeducativa receber assistência religiosa humano, sem fundamentar qualquer discriminação de
segundo a sua crença e desde que assim o deseje, origem, raça, opção sexual, cor, idade e quaisquer outras
formas de discriminação.
Art. 6º. Recebido o pedido de cadastramento pelo diretor Parágrafo Segundo. Para cada instituição religiosa,
da Unidade, este decidirá quanto ao deferimento ou não poderão ser cadastrados até 10 (dez) pessoas para
do cadastro em 10 (dez) dias úteis. exercício das atividades nos Centros Socioeducativos.

Art. 7º. Indeferido o pedido de cadastramento da Art. 11. São documentos necessários para o cadastro de
instituição religiosa, cabe recurso, no prazo de 5 (cinco) representantes das instituições religiosas:
dias úteis, para a Assessoria Especial de Diretrizes
I – requerimento subscrito pelo representante legal da
Socioeducativas (ASDIS).
instituição religiosa, na forma do anexo II;
Parágrafo Primeiro. Compete à ASDIS definir o fluxo de
II – cópia da cédula de identidade do requerente;
tramitação dos pedidos, conforme art. 10, inciso IV do
Decreto Estadual nº 31.988, de 12 de julho de 2016. III – ofício de apresentação emitido pelo responsável
legal pela instituição religiosa;
Parágrafo Segundo.
VI – documento que comprove o vínculo do cadastrado
Recebido o pedido de cadastramento pela
com a entidade;
ASDIS, esta poderá solicitar mais informações à
V – cópia da cédula de identidade do cadastrado.
instituição interessada para verificar o preenchimento
dos requisitos elencados acima, deferindo o prazo de 10 Art. 12. Não será admitido o cadastro de pessoa menor
(dez) dias úteis para resposta. de 18 (dezoito) anos de idade, salvo nos casos de grupos
de jovens, desde que acompanhado
Parágrafo Terceiro. As decisões quanto ao pedido de
revisão serão proferidas em 10 (dez) dias úteis pela por maiores de idade, com anuência dos pais ou
ASDIS, contados a partir do prazo final de que trata o responsável e a prévia ciência ao Juízo da Infância e
Parágrafo Segundo, se for o caso. Juventude.
Art. 8º. Aceito o cadastro, a SEAS, através das Direções Art. 13. Recebido o cadastro, os diretores dos Centros
dos Centros Socioeducativos, emitirá certificado de Socioeducativos verificarão se estão preenchidos os
cadastro da instituição religiosa. requisitos legais e, no prazo de 10 (dez) dias úteis, será
deferido ou não o cadastro mediante simples despacho.
Parágrafo Único. No caso de deferimento do pedido de
revisão formulado pela instituição pela ASDIS, esta Parágrafo Único. No caso de indeferimento, o despacho
comunicará ao Diretor do Centro Socioeducativo que a deverá ser fundamentado, indicando o motivo do
entidade está apta ao cadastro para que o respectivo indeferimento.
certificado de cadastro da instituição religiosa seja
emitido. Art. 14. Confirmado o cadastro, o representante da
instituição religiosa terá direito de acesso às
Art. 9º. O certificado de cadastro a que alude o artigo 8º dependências do Centro Socioeducativo para prestação
terá validade pelo período em que a instituição religiosa da assistência religiosa, observado o cronograma.
prestar assistência aos usuários do Sistema
Socioeducativo. CAPÍTULO IV – DO CRONOGRAMA DE PRESTAÇÃO
DE ASSISTÊNCIA RELIGIOSA
Parágrafo Único. Diante de alteração nos documentos
elencados no art. 4º, a instituição deverá apresentar Art. 15. Considera-se cronograma de prestação de
assistência religiosa o documento oficial, expedido pela
pedido de atualização do cadastramento.
Direção do Centro Socioeducativo e aprovado pela
CAPÍTULO III – DO CADASTRO DOS ASDIS, que contém as datas e os horários para
REPRESENTANTES DAS prestação da assistência religiosa pelas instituições
cadastradas.
INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS
Art. 16. O cronograma de prestação de assistência
Art. 10. Serão cadastradas, no âmbito do Centro religiosa será elaborado em comum acordo entre a
Socioeducativo, exclusivamente pessoas formalmente ASDIS, a direção do Centro Socioeducativo e os
indicadas pelas instituições religiosas e regularmente representantes das Instituições Religiosas cadastradas.
cadastradas naquelas, preenchidos os requisitos legais
estabelecidos abaixo. Art. 17. A Direção do Centro Socioeducativo e a ASDIS
agendará reuniões de planejamento com os
Parágrafo Primeiro. O vínculo da pessoa cadastrada com representantes das Instituições Religiosas cadastradas
a instituição religiosa deverá ser devidamente para o planejamento semestral do cronograma de
comprovado através de documentos hábeis. prestação de assistência religiosa.

Parágrafo Primeiro. Os Centros Socioeducativos,


sempre que possível, reservarão espaços próprios para
realização da assistência religiosa, evitando-se que seja Parágrafo Único. Incluem-se nesta previsão os
ministrada nas alas ou alojamentos. representantes de instituições religiosas que não
atendam aos fundamentos expostos no artigo 5º desta
Parágrafo Segundo. A lista de voluntários que vão
Portaria, ocasionando impacto negativo na convivência
participar das ações deverá ser encaminhada aos
entre os adolescentes e/ou no fortalecimento de vínculos
Centros Socioeducativos com pelo menos 24 (vinte e e valorização da vida.
quatro) horas de antecedência, dentre os já cadastrados,
nos termos do Capítulo III desta Portaria. CAPÍTULO VI – DA ADVERTÊNCIA, DA SUSPENSÃO E
DO
Art. 18. Na elaboração do cronograma de prestação de
assistência religiosa serão respeitados os princípios da CANCELAMENTO DO CADASTRO DO
igualdade e do revezamento entre as instituições, de REPRESENTANTE DA INSTITUIÇÃO RELIGIOSA
modo que todos possam realizar o seu trabalho,
respeitando a demanda dos adolescentes e a rotina do Art. 23. Ocorrendo as hipóteses previstas pelos artigos
Centro Socioeducativo, sobretudo as atividades 21 e 22 desta Portaria, a Direção do Centro
obrigatórias. Socioeducativo dará ciência à ASDIS, que notificará o
responsável legal da instituição religiosa sobre o fato, o
Parágrafo Único. As atividades realizadas/oferecidas aos nome do representante envolvido, a norma ou
adolescentes devem ser de caráter de assistência procedimento de segurança violado e juntará cópia de
espiritual, sendo atividade opcional aos adolescentes eventuais provas, se houver.
que compartilhem do mesmo credo.
Art. 24. O responsável pela instituição religiosa terá o
Art. 19. Eventualmente, poderão ser realizadas prazo de 5 (cinco) dias úteis para apresentar defesa,
atividades sociais, tais como esportes, cultura, cursos, contados da data do recebimento da notificação.
palestras, cinema e ação social.
Art. 25. Transcorrido o prazo acima, a ASDIS remeterá o
Parágrafo Primeiro. Para a realização das ações processo em 10 (dez) dias úteis à Corregedoria que, no
previstas no caput, deverá ser acionada a ASDIS que, em exercício da sua competência
conjunto com o Diretor do Centro Socioeducativo,
definirá datas e organizará a rotina do Centro prevista no artigo 8º, inciso VII do Decreto Estadual n°
Socioeducativo. 32.419, de 13 de novembro de 2017, analisará se os
fatos apontados configuram irregularidades.
Parágrafo Segundo. Consultada a ASDIS, os Diretores
dos Centros Socioeducativos poderão organizar e Parágrafo único. A Corregedoria poderá aplicar as
autorizar atividades externas para adolescentes que penalidades de advertência, suspensão por até 1 (um)
demonstrem adesão à proposta da entidade religiosa ano e cancelamento do cadastro da instituição religiosa
para participar de encontros nos locais em que as de acordo com a gravidade dos fatos apurados,
entidades funcionem, salvo restrição de atividade externa observada a proporcionalidade e a razoabilidade entre a
na sentença. sanção aplicada e os fatos.

Art. 20. Não é permitida a realização de rituais Art. 26. A decisão será fundamentada e remetida ao
eclesiásticos no interior dos Centros Socioeducativos. responsável pela instituição religiosa, que poderá, no
prazo de 10 (dez) dias úteis, interpor recurso ao
CAPÍTULO V – DOS PROCEDIMENTOS DE Superintendente.
SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA
CAPÍTULO VII – DA SUSPENSÃO E DO
Art. 21. Todos os representantes cadastrados pelas CANCELAMENTO DO
instituições religiosas ficam sujeitos às normas e
procedimentos de segurança vigentes no Centro CADASTRO DA INSTITUIÇÃO RELIGIOSA EM CASO
Socioeducativo, conforme Portaria de Segurança DE FALTAS AOS ENCONTROS AGENDADOS
Preventiva. Art. 27. A instituição religiosa que faltar, sem justificativa,
Parágrafo Único. Inclui-se, nesta disposição, a fiel a 03 (três) datas consecutivas ou 05 (cinco) datas
execução do projeto de assistência religiosa, conforme alternadas no período de 12 (doze) meses, agendadas
cadastro inicial, voltado ao fortalecimento de vínculos e no cronograma de prestação de assistência religiosa a
ao respeito do adolescente como sujeito de direitos em que alude o artigo 15 desta Portaria ficará sujeita à
condição peculiar de desenvolvimento. decretação da suspensão do seu cadastro.

Art. 22. O representante de instituição religiosa que se Art. 28. A instituição religiosa que faltar, sem justificativa,
negar a atender às normas e procedimentos de a 05 (cinco) datas consecutivas ou 10 (dez) datas
segurança vigentes no Centro Socioeducativo ficará alternadas, no período de 12 (doze) meses, agendadas
sujeito à suspensão ou ao cancelamento do cadastro. no cronograma de prestação de assistência religiosa a
que alude o artigo 15 deste documento ficará sujeita à
decretação do cancelamento do seu cadastro.

Art. 29. Ocorrendo as hipóteses previstas pelos artigos


27 e 28 desta Portaria, a Direção do Centro
Socioeducativo notificará a instituição religiosa, que terá
5 (cinco) dias úteis para apresentar defesa, contados da
data do recebimento da notificação.

Art. 30. Com ou sem defesa, transcorrido o prazo acima,


a Direção da Unidade proferirá decisão em 10 (dez) dias
úteis.

Art. 31. A decisão da Direção da Unidade será


fundamentada e remetida ao responsável pela instituição
religiosa, para ciência.

Parágrafo Primeiro. Da decisão caberá recurso, no prazo


de 5 (cinco) dias úteis, à ASDIS, que decidirá em 10 (dez)
dias úteis.

CAPÍTULO VIII – DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Art. 32. As instituições que atualmente prestam


assistência religiosa no sistema socioeducativo deverão,
no prazo de 30 (trinta) dias úteis, apresentar pedido de
cadastramento na forma prevista nos artigos 3º, 4º e 5º,
sem prejuízo da continuidade das suas atividades.

Art. 33. Enquanto perdurar o período de Pandemia de


Covid-19, somente será permitido acesso de 2 (dois)
representantes por entidade para atividades religiosas
nos Centros Socioeducativos.

Parágrafo Único. O acesso aos Centros Socioeducativos


deve atender aos protocolos de segurança sanitária
descritos na Portaria nº 123/2020, de 10 de setembro de
2020, que institui o Plano de Retomada Gradual de
Visitas Familiares nos Centros Socioeducativos e as
Normas de Ingresso para Adolescentes, Servidores e
Visitantes.

Art. 34. Esta Portaria entra em vigor na data de sua


publicação.
Art. 3° O conjunto de normas, rotinas e procedimentos
operacionais aqui estabelecidos, constituem o Plano de
PORTARIA N°004/2021 – Segurança Preventiva, que tem por finalidade:

I – a definição, normatização e padronização de termos,


SEAS. regras e rotinas nos procedimentos exigidos para a
atuação das atividades funcionais de todos os
INSTITUI AS REGRAS DE SEGURANÇA PREVENTIVA, profissionais que atuam nos Centros Socioeducativos;
DEFININDO NORMAS, ROTINAS E PROCEDIMENTOS
OPERACIONAIS NO ÂMBITO DOS CENTROS II – o estabelecimento das rotinas operacionais de
SOCIOEDUCATIVOS DO ESTADO DO CEARÁ. O segurança preventiva;
SUPERINTENDENTE DO SISTEMA ESTADUAL DE
ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO do Governo do III – o planejamento para a execução das rotinas
Estado do Ceará, no uso de suas operacionais de segurança preventiva;

atribuições legais e, CONSIDERANDO as Regras das IV – a previsão dos planos de emergência e contingência;
Nações Unidas para Proteção de Jovens Privados de V – a regulamentação do uso da força como
Liberdade, de 14 de dezembro de 1990, da qual excepcionalidade;
o Brasil é signatário; CONSIDERANDO a Constituição VI – a designação das atribuições e postos de serviço;
Federal de 1988, que no seu art. 6º. define a segurança
como um direito social; CONSIDERANDO VII – a caracterização de deveres;

o disposto no artigo 125 da Lei Federal n.° 8.069/90 – VIII – a especificação dos instrumentos oficiais de
Estatuto da Criança e do Adolescente; CONSIDERANDO registros;
o Sistema Nacional de Atendimento
IX – o atendimento aos meios de comunicação social.
Socioeducativo (Sinase), estabelecido pela Lei Federal
CAPÍTULO II
nº. 12.594/2012, e as recomendações do Conselho
Nacional dos Direitos da Criança e Adolescente DAS ROTINAS OPERACIONAIS DE SEGURANÇA
PREVENTIVA
(Conanda); CONSIDERANDO o conteúdo do Regimento
Interno dos Centros Socioeducativos do Ceará de 2015; Art. 4° Consideram-se rotinas operacionais de
CONSIDERANDO a necessidade de Segurança Preventiva para os efeitos desta Portaria:
garantir a ordem pública e concretizar o interesse público I – o Controle da circulação de pessoas pelas
no âmbito dos Centros Socioeducativos do Estado do dependências dos Centros Socioeducativos;
Ceará; CONSIDERANDO que a segurança
II – a Identificação e a revista de funcionários(as),
socioeducativa diz respeito à manutenção da integridade visitantes, prestadores de serviços, fornecedores,
física, emocional e ambiental de toda a comunidade familiares de adolescentes e de veículos;
socioeducativa; RESOLVE:
III – a Programação Pedagógica Prévia de todas as
Art. 1º Instituir a padronização de termos, normas, rotinas atividades regulares desenvolvidas nos Centros
e procedimentos de Segurança Preventiva para todos os Socioeducativos;
Centros Socioeducativos do Estado do Ceará, de acordo
com as regras abaixo descritas. IV – os Instrumentos Oficiais de Registro, que são:

CAPÍTULO I a) o Controle de Acesso de Pessoas – ANEXO I;

DA FINALIDADE DAS NORMAS, ROTINAS E b) o Controle de Entrada e de Saída de Material Utilizado


PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS DE SEGURANÇA pelo Professor – ANEXO II;
PREVENTIVA c) o Relatório de Ocorrência Individual – ANEXO III;
Art. 2° A Segurança Preventiva constitui atividade d) o Relatório de Revista – ANEXO IV;
dinâmica e tem por escopo preservar a integridade
dos(as) adolescentes, servidores(as) e visitantes, e) o Relatório de Tipos Eventos – ANEXO V;

considerando as normativas legais, em especial os f) o Relatório de Registro de Ocorrências Diárias –


preceitos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) ANEXO VI;
e do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo
(Sinase), bem como as recomendações do Conselho g) a Relação de Adolescentes Internados – ANEXO VII;
Nacional dos Direitos da Criança e Adolescente h) o Cronograma Diário – ANEXO VIII;
(Conanda), sobretudo a Resolução nº. 119/2006.
i) os Livros de Registros. de acesso às unidades, sendo responsabilidade do
Diretor do Centro garantir o cumprimento dos dispositivos
V – a Revista Estrutural; legais.
VI – a Revista Incerta; Art. 7° Os serviços de manutenção nas áreas de
VII – a Revista de Adolescentes; segurança serão executados após autorização da
Coordenação de Segurança, que realizará a liberação da
VIII – o Deslocamento de adolescentes pelas entrada de funcionários(as) e equipamentos, adotadas
dependências do Centro Socioeducativo; as devidas cautelas para o controle e conferência de
materiais na entrada e na saída do Centro
IX – o Controle de pertences permitidos nos alojamentos Socioeducativo.
dos(as) adolescentes;
Art. 8° Nos casos de visita institucional ou evento
X – o Controle de pertences permitidos aos
realizado pelo Centro Socioeducativo, será permitido o
funcionários(as) em serviço na área de segurança;
acesso e a circulação de pessoas devidamente
XI – a Distribuição e controle da alimentação e da água, autorizadas pela Direção, adotadas as devidas cautelas
destinados aos(às) adolescentes e funcionários(as); de segurança.

XII – a Conferência, o controle e a conservação das Parágrafo único. Os casos omissos que tratam da
chaves, cadeados, portões, portas e de todo o material e liberação e circulação de pessoas nos Centros
equipamentos inerentes ao regular exercício das Socioeducativos serão deliberados e autorizados pela
atividades de segurança; Direção do Centro.

XIII – a reunião para troca de turno dos(as) Seção II


socioeducadores(as);
Da Identificação e da Revista de Funcionários(as),
XIV – o posto de serviço; Visitantes, Prestadores de Serviços, Fornecedores,
Familiares de Adolescentes e de Veículos
XV – o plantão noturno;
Art. 9° Todas as pessoas serão previamente identificadas
XVI – outros que forem estabelecidos mediante Portaria antes de adentrarem nas dependências dos Centros
ou ordem de serviço, observada a competência legal Socioeducativos, por meio de identificação oficial com
para sua Instituição. foto pessoal e/ou funcional, conforme o caso.
Seção I Art. 10. Todos os(as) funcionários(as) dos Centros
Socioeducativos deverão passar pelo detector de metais
Do Controle da Circulação de Pessoas
e se submeteram à Revista de Busca Pessoal sempre
Art. 5° A circulação de pessoas pela área administrativa que adentrarem na Unidade.
dos Centros Socioeducativos será permitida aos(às)
Art. 11. Os pertences pessoais trazidos pelos(as)
funcionários(as) e visitantes, sendo restrita aos locais
funcionários(as) serão submetidos à revista por quem
onde tenham que desenvolver ou participar de
estiver escalado para esse serviço, na entrada
atividades, observadas as cautelas de segurança
estabelecidas neste Capítulo. do Centro Socioeducativo ou em local pré estabelecido
pela Direção da Unidade, sendo guardados em local
Parágrafo único. Para os Órgãos de controle e
reservado e fora do alcance dos(as) adolescentes.
monitoramento serão observadas as prerrogativas legais
quanto à autorização de acesso aos Centros Parágrafo único. Fica proibido o porte e o uso de armas
pelos(as) funcionários(as) dentro dos Centros
Socioeducativos, sendo responsabilidade da Direção de
Socioeducativos, conforme dispõe o artigo 65 das
cada Centro garantir o cumprimento dos dispositivos
Regras das Nações Unidas para a Proteção de Menores
legais.
Privados de Liberdade.
Art. 6º A circulação de pessoas pela área de segurança
Art. 12. Os visitantes, prestadores de serviço,
dos Centros Socioeducativos é restrita ao pessoal
fornecedores e familiares de adolescentes, serão
escalado para trabalhar nessa área e a permanência terá
identificados mediante a apresentação da cédula de
a duração necessária à execução do trabalho.
identidade ou de outro documento oficial de identificação
§ 1º Ao(À) funcionário(a) que não está em serviço, é com foto, devendo o(a) funcionário(a) responsável anotar
vedada a circulação pela área de segurança dos Centros em livro ou formulário próprio o nome completo, número
Socioeducativos. do documento apresentado, órgão emissor, horário de
§ 2º Para os Órgãos de controle e monitoramento serão entrada e horário de saída, devendo constar da anotação
observadas as prerrogativas legais quanto à autorização
o nome por escrito, de forma legível, de quem realizou o Da Programação Pedagógica Prévia
atendimento.
Art. 15. A Programação Pedagógica Prévia do Centro
Parágrafo único. Objetos pessoais como aparelhos Socioeducativo constará do Cronograma Diário –
celulares, smartphones, relógios, bolsas, cigarros, ANEXO VIII.
isqueiros, armas e demais itens não permitidos, não
poderão ser levados para o interior dos Centros Art. 16. Considera-se Cronograma Diário o documento
Socioeducativos. oficial produzido pela Coordenação Técnica e
Coordenação de Segurança que conterá:
Art. 13. Os visitantes, os prestadores de serviço e
fornecedores passarão pelo procedimento de revista I – todas as atividades e os atendimentos programados
meio de Scanner Corporal e/ou Detector de Metais, diariamente;
operados pelo(a) funcionário(a) responsável, sendo II – os nomes completos dos(as) adolescentes
respeitada a identidade de gênero. participantes de cada atividade;
§1º A utilização do Scanner Corporal e/ou Detector de III – o local onde será realizada cada uma das atividades
Metais poderá ser substituída pela Revista de Busca programadas;
Pessoal nos casos de ausência ou mal funcionamento
dos aparelhos. IV – o nome completo dos(as) funcionários(as)
responsáveis pela aplicação de cada uma das atividades
§2º Para realizar a Revista de Busca Pessoal, o(a) programadas;
profissional deverá realizar busca corporal mediante
olhar cuidadoso, verificando se o visitante não está em V – o horário de início e encerramento de cada uma das
posse de nenhum material não autorizado. atividades programadas;

§3º Fica proibido, na Revista de Busca Pessoal, qualquer VI – demais informações necessárias ao bom andamento
tipo de revista íntima, qual seja, todo procedimento que dos serviços.
obrigue o visitante, prestador de serviços e fornecedor a
Art. 17. A elaboração do Cronograma Diário compete
despir-se, fazer agachamentos ou dar saltos e submeter-
ao(a) Coordenador(a) Técnico(a) ou o(a) profissional
se a exames clínicos invasivos. indicado(a) pela Direção do Centro Socioeducativo,
Art. 14. Ficam dispensadas dos procedimentos de ouvido(a) o(a) Coordenador(a) de Segurança.
Revista de Busca Pessoal nas seguintes autoridades, Art. 18. A Direção, após ouvir a Coordenação Técnica,
devidamente identificadas:
indicará um(uma) servidor(a) para a execução do fluxo
I – Juízes; do Cronograma Diário.

II – Promotores de Justiça; Art. 19. O(A) servidor(a) indicado(a) para coordenar a


elaboração e o fluxo do Cronograma Diário deverá ser
III – Defensores Públicos; um(a) Socioeducador(a) que ficará subordinado(a)
diretamente à Coordenação de Segurança e à
IV – autoridades administrativas municipais, estaduais e
Coordenação Técnica.
federais.
Art. 20. O(A) servidor(a) indicado(a) deverá apresentar à
V – demais representantes dos Órgãos de Controle e
Coordenação Técnica o Cronograma Diário até as 16
Monitoramento, conforme prerrogativas legais.
horas do dia anterior à execução das atividades
§ 1º Para fins do inciso IV acima, consideram-se: planejadas.

I – autoridades federais: Presidente, Vice-Presidente da Art. 21. Recebido o Cronograma Diário, a Coordenação
República e Ministros; Técnica o examinará e, não havendo retificações,
encaminhará cópias do documento para as seguintes
II – autoridades estaduais: Governadores, Vice- áreas:
Governadores e, Secretários Estaduais;
I – Direção;
III – autoridades municipais: Prefeitos, Vice-Prefeitos e
Secretários. II – Coordenação de Segurança;

§ 2º Quando solicitado, a Direção da Centro III – Coordenação de Plantão;


Socioeducativo poderá autorizar a entrada com IV – Equipe Técnica;
equipamentos de registro audiovisual, conforme
prerrogativas legais. V – Coordenação Administrativa.

Seção III Art. 22. Eventuais alterações das atividades previstas


pelo Cronograma Diário somente poderão ocorrer após
autorização da Direção do Centro Socioeducativo, ouvida Parágrafo único. Os Instrumentos Oficiais de Registro
a Coordenação Técnica. não poderão ser rasurados e eventuais correções
deverão constar no próprio instrumento.
Art. 23. Na hipótese de cancelamento de atividades, a
Coordenação de Segurança levará a decisão para Art. 30. O conteúdo dos Instrumentos Oficiais de Registro
apreciação da Direção, conforme art. 22. constitui informação de segurança e não poderá ser
revelado ao(a) adolescente ou a terceiros, salvo em
Art. 24. Não será realizada atividade ou atendimento de procedimento judicial ou administrativo e por ordem
qualquer natureza que não esteja previsto no expressa da Direção ou autoridade superior.
Cronograma Diário, exceto em situação de emergência,
devidamente justificada, mediante autorização da Parágrafo único. A Direção deverá observar as
Coordenação Técnica e da Coordenação de Segurança prerrogativas legais de acesso aos documentos por
ou da Direção, se necessário. Órgãos de monitoramento e controle.

Art. 25. A Coordenação de Segurança manterá arquivo Art. 31. Os Instrumentos Oficiais de Registro não
dos Cronogramas Diários e os encaminhará à Direção no poderão ser reproduzidos nem disponibilizados a
último dia útil de cada mês. terceiros, exceto por ordem expressa da Direção ou da
autoridade superior.
Art. 26. A Direção mandará encadernar os Cronogramas
Diários na forma de livro mensal e os manterá Seção V
arquivados.
Da Revista Estrutural
Art. 27. O conteúdo do Cronograma Diário constitui
informação de segurança e não poderá ser noticiado a Art. 32. Considera-se Revista Estrutural, para os efeitos
terceiros não autorizados pela Direção ou ao(à) desta Portaria, a verificação das condições gerais de
adolescente. conservação, limpeza e segurança das dependências
dos Centros Socioeducativos, especialmente paredes,
Parágrafo único. A Direção do Centro Socioeducativo banheiros, lajes, beliches, grades, camas, alojamentos,
deverá observar as prerrogativas legais de acesso aos corredores de alas, arredores das casas, quadrantes,
documentos por Órgãos de monitoramento e controle. salas de aula, salas de atividade, ginásio de esportes e
equipamentos no intuito de averiguar a existência de
Seção IV eventuais irregularidades que possam causar prejuízo às
Dos Instrumentos Oficiais de Registros rotinas e procedimentos de segurança.

Art. 28. Consideram-se instrumentos oficiais de registro Parágrafo único. A Direção do Centro Socioeducativo
para os efeitos desta Portaria: será responsável por observar as prerrogativas legais
vigentes quanto à periodicidade das inspeções da
I – o Controle de Acesso de Pessoas – Anexo I; Vigilância Sanitária, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil,
Dedetização e Desratização, entre outros.
II – o Controle de Entrada e de Saída de Material
Utilizado pelo(a) Professor(a) – Anexo II; Art. 33. A Revista Estrutural tem natureza preventiva,
devendo ser realizada pelo menos 01 (uma) vez por
III – o Relato de Ocorrência Individual – Anexo III; semana, sendo intensificada sempre que necessário por
IV – o Relatório de Revista – Anexo IV; determinação da Direção ou do(a) Coordenador(a) de
Segurança.
V – o Relatório de Tipos de Eventos – Anexo V.
Art. 34. Compete ao(a) Coordenador(a) de Segurança
VI – o Relatório de Registro de Ocorrências Diárias – assegurar a realização da Revista Estrutural
Anexo VI; semanalmente.
VII – a Relação de Adolescentes Internados(as) – Anexo Art. 35. Os alojamentos dos(as) adolescentes deverão
VII; ser revistados, diariamente, no horário em que os(as)
adolescentes estiverem em atividades.
VIII – o Cronograma Diário – Anexo VIII;
Art. 36. Compete aos(as) Socioeducadores(as)
IX – os Livros de Registros.
escalados para as alas a realização da revista diária dos
Art. 29. Os Instrumentos Oficiais de Registro somente alojamentos, devendo o(a) Socioeducador de Fluxo
poderão ser adequados ou substituídos quando assegurar a realização do procedimento, comunicando
verificada a necessidade, por solicitação da Direção e ao(a) Coordenador(a) de Segurança, eventuais
prévia autorização do Superintendente, observado, em irregularidades encontradas.
todos os casos, os trâmites administrativos.
Parágrafo único. Qualquer situação de irregularidade,
dano ou mau uso dos utensílios deve ser devidamente
registrada no Livro de Ocorrências e notificada à Art. 40. O(A) adolescente será submetido a Revista de
Comissão Disciplinar para avaliação das infrações Busca Corporal sempre que sair e retornar para o
cometidas. alojamento e na saída das atividades.

Seção VI §1º Obrigatoriamente, será observada e respeitada a


identidade de gênero por parte de quem acompanha as
Da Revista Incerta
revistas pessoais, devendo ser realizadas por
Art. 37. Considera-se Revista Incerta para os efeitos profissional do mesmo gênero.
desta Portaria, a revista realizada em dia e hora de
§2º A Revista de Busca Pessoal poderá ser substituída
conhecimento restrito, mediante determinação da
pela revista realizada por Scanner Corporal.
Direção do Centro Socioeducativo.
Art. 41. Para realizar a Revista de Busca Pessoal após
§1º A Revista Incerta tem caráter preventivo e deverá ser
as visitas, o(a) Socioeducador(a) deverá realizar a busca
realizada sempre que houver denúncias de posse de
corporal, mediante olhar cuidadoso, verificando se o(a)
objetos não permitidos por adolescentes,
adolescente não está em posse de nenhum material não
de acordo com avaliação prévia da Coordenação de autorizado.
Segurança, ouvida a Coordenação Técnica e Parágrafo único. A Revista de Busca Pessoal de rotina
devidamente autorizada pela Direção do Centro
não inclui o desnudamento do(a) adolescente.
Socioeducativo.
Art. 42. Poderá ser realizada nos(as) adolescentes a
§2º Nos casos em que for necessário o apoio da Polícia Revista Corporal Minuciosa que se procederá da
Militar, sem Cronograma Prévio, a Direção do Centro seguinte forma:
Socioeducativo deverá comunicar à Corregedoria da
Seas e ao Sistema de Justiça. I – deverá ser realizada em local adequado e apropriado,
respeitando e preservando ao máximo a intimidade do(a)
Art. 38. A Revista Incerta tem por objetivos: adolescente;
I – averiguar minuciosamente as condições de segurança II – o(a) Socioeducador(a) deverá orientar o(a)
de todas as dependências dos Centros Socioeducativos; adolescente a retirar e lhe entregar a roupa;
II – apreender objetos e materiais cuja circulação seja III – o(a) Socioeducador(a) deverá realizar a busca
proibida; minuciosa nos pertences pessoais do(a) adolescente;
III – retomar ou estabelecer normas, rotinas e IV – após a revista cuidadosa de todas as peças do
procedimentos de segurança; vestuário do(a) adolescente, o(a) Socioeducador(a)
IV – prevenir situações de crise. deverá devolvê-las para que o(a) mesmo(a) se vista.

Art. 39. A Revista Incerta poderá ser realizada com o §1º A realização de Revista Corporal Minuciosa ocorrerá
apoio da Polícia Militar, desde que presentes motivos nas seguintes situações:
sérios e fundamentados, mediante solicitação expressa
I – Após a realização das visitas;
da Direção do Centro Socioeducativo, que deverá
comunicar à Corregedoria da Seas e ao Sistema de II – Após a realização de atividades externas ao Centro
Justiça. Socioeducativo;
§1º A Direção do Centro Socioeducativo deverá elaborar III – Em caso de suspeitas de irregularidades
relatório circunstanciado e encaminhar à Corregedoria da
Seas em, no máximo, no 1º (primeiro) dia útil IV – Em situações de ocorrência.
subsequente, após a realização da Revista Incerta. §2° Excepcionalmente, o(a) adolescente poderá ser
§2º A Revista Incerta deverá respeitar os mesmos submetido(a) ao procedimento de agachamento.
procedimentos da Revista Estrutural. Seção VIII
§3º A excepcionalidade será justificada mediante Do Deslocamento dos Adolescentes
apresentação de argumentos quando da possibilidade de
evento de crise, conforme constante no Art. 43. O deslocamento dos(as) adolescentes consiste
no ato de ir e vir pelas dependências do Centro
CAPÍTULO IV, Seção I, desta Portaria. Socioeducativo e será monitorado pelo(a)
Socioeducador(a), que deverá conduzi-lo(á) lado a lado.
Seção VII
Parágrafo Único – O deslocamento poderá ser realizado
Da Revista de Adolescentes
com a utilização de algemas, nos casos de resistência ou
de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade
física dos(as) adolescentes ou de terceiros, devendo tal observadas as regras para abertura e encerramento de
procedimento ser justificado no Livro de Registro Próprio, Livros.
seguindo as orientações da Súmula Vinculante 11 do
Supremo Tribunal Federal (STF). Art. 50. Poderá ser implantado sistema de
monitoramento por câmeras nos Centros
Art. 44. Todo deslocamento será precedido de Revista de Socioeducativos, onde deverá conter o livro de
Busca Corporal, conforme previsto no art. 40. ocorrências no referido posto de monitoramento.

Art. 45. O deslocamento dos(as) adolescentes deverá ser Parágrafo único. Para os Centros Socioeducativos onde
realizado de forma organizada, preferencialmente, em o monitoramento já exista, é necessário manter um Livro
fila, não sendo permitido ao(a) adolescente se desviar da de Ocorrências para o posto de
rota proposta pelo(a) Socioeducador(a) ou se dirigir a
espaço que não seja o previsto no deslocamento. monitoramento por câmera.

Seção IX Art. 51. São livros obrigatórios:

Dos Pertences Permitidos nos Alojamentos I – Relatório Diário da Área de Segurança;

Art. 46. São pertences permitidos nos alojamentos II – Livro de Registro de Atendimento Técnico;
dos(as) adolescentes: III – Livro de Carga – Secretaria Técnica;
I – colchão, cobertor, lençol, toalha, chinelo e vestuário IV – Livro da Família – Programa Famílias;
padronizado fornecidos pelo Centro Socioeducativo;
V – Livro de Registro de Parecer Técnico;
II – material de higiene pessoal fornecido pelo Centro
Socioeducativo; VI – Livro de Registro de Ocorrências do Monitoramento
por Câmeras;
III – 01 (um) livro sagrado por adolescente de acordo com
credo individual, respeitando o direito à crença de cada VII – Livro de Controle de Entrega de Materiais de
adolescente; Limpeza e Higiene;

IV – até 05 (cinco) cartas e até 05 (cinco) fotos, tamanho VIII – Livro de Registro e Controle de Estoque de
10x15, de familiares acondicionadas em envelope com o Medicação Psicotrópica;
nome completo do(a) adolescente fornecido pelo Centro
Socioeducativo; IX – Livro de Registro de Ocorrências da Enfermaria;

V – jogos e materiais pedagógicos fornecidos pelo Centro X – Livro de Registro de Prescrição Médica;
Socioeducativo; XI – Livro de Registro de Ocorrências da Odontologia;
VI – livros fornecidos pelo Centro Socioeducativo ou XII – Livro de Registro de Atendimentos Médicos, sendo
fornecidos por familiares com a apreciação técnica. livro individualizado por profissional;
Art. 47. Todos os pertences serão devidamente XIII – Livro de Registro de Rotinas da Ala, sendo livro
numerados para controle interno. individualizado por ala;
§1º Será garantido ao (a) adolescente os pertences XIV – Livro de Registro de Ocorrências de Escolarização;
referidos nesta seção.
Art. 52. Todos os livros, após o encerramento, serão
§2º No caso de danificação desses pertences por arquivados pelo(a) Coordenador(a) Técnico(a) do Centro
outros(as) adolescentes, a Comissão Disciplinar será Socioeducativo.
comunicada para realizar avaliação.
Seção XI
§3º No caso de dano realizado por agentes públicos, será
elaborado relatório circunstanciado e encaminhado à Da Relação de Adolescentes Internados
Corregedoria da Seas para as providências de apuração Art. 53. Considera-se relação de adolescentes
e responsabilização. internados(as), para os efeitos desta Portaria, o
Art. 48. Fica proibido aos(as) adolescentes trocarem documento onde constará o nome completo do(a)
entre si os objetos relacionados no art. 46 desta Portaria. adolescente, a ala e o alojamento onde está
localizado(a).
Seção X
Art. 54. A relação de adolescentes será atualizada
Do Registro de Ocorrências Diárias sempre que ocorrer:
Art. 49. Todas as ocorrências diárias deverão ser I – a transferência de adolescente de ala ou de
lançadas em livro próprio, por área de atuação, alojamento;
II – a internação de novo(a) adolescente; Socioeducativo, respeitadas as especificidades de cada
setor.
III – a desinternação de adolescente;
Art. 62. O planejamento a que se refere o art. 60 será
IV – a transferência de adolescente para outro Centro elaborado mensalmente, preferencialmente, na última
Socioeducativo. semana de cada mês, devendo conter, no mínimo, as
Art. 55. A atualização da relação de adolescentes seguintes ações:
internados(as) compete ao(a) Coordenador(a) de I – alocação nominal dos postos de serviços e escalas de
Plantão e ao(a) Relatorista e deverá conter, também, a plantão;
data e horário da atualização, na forma do Relatório de
Registro de Ocorrências Diárias – ANEXO VI. II – previsão, aquisição e disponibilização dos insumos e
recursos necessários no período;
Art. 56. A transferência do(a) adolescente de ala ou de
alojamento somente ocorrerá após a realização de III – avaliação de cenários potencialmente críticos para o
estudo de caso, que será dirigido pela Coordenação período;
Técnica e terá a participação do Técnico Social de
referência e do(a) Socioeducador(a) de Referência, com IV – avaliação das principais falhas e potencialidades
validação pela Comissão Disciplinar. encontradas.

Art. 57. A Coordenação de Segurança, mediante motivos Parágrafo único. Deverão ser providenciadas junto à
sérios e fundados, poderá, excepcionalmente, autorizar sede administrativa da Seas as adequações necessárias
a transferência do(a) adolescente de alojamento ou ala, ao regular cumprimento operacional das normas
devendo comunicar o fato imediatamente à Direção. estabelecidas, quando necessário.

Art. 58. A hipótese a que alude o art. 57 desta Portaria CAPÍTULO IV


será provisória, devendo a decisão definitiva ser DA PREVISÃO DOS PLANOS DE EMERGÊNCIA E DE
ratificada mediante novo estudo de caso que será
agendado pela Coordenação Técnica. CONTINGÊNCIA

Art. 59. A relação de adolescentes internados(as) será Art. 63. O plano de emergência faz referência a toda
disponibilizada para: situação, fato ou ocorrência que afete mediata ou
imediatamente a regularidade das rotinas
I – a Direção; operacionalmente instituídas e que causem danos
II – a Coordenação Técnica; prediais, materiais e/ou envolvam vítimas, requerendo,
portanto, a adoção de ações emergenciais que visam
III – a Coordenação de Segurança; interromper ou minimizar os danos causados pela
situação ocorrida.
IV – a Coordenação Administrativa;
Art. 64. O plano de contingência tem o objetivo de
V – a Coordenação de Plantão; descrever as medidas a serem tomadas pelos Centros
VI – a Gerência Administrativa; Socioeducativos para fazer com que os seus processos
e rotinas habituais voltem a funcionar plenamente, ou
VII – os Técnicos Sociais; num estado minimamente aceitável, o mais rápido
possível, após uma ocorrência de excepcionalidade,
VIII – ao Sistema de Justiça, ao menos semanalmente.
evitando uma paralisação prolongada que possa gerar
CAPÍTULO III maiores prejuízos à instituição e às pessoas envolvidas.

DO PLANEJAMENTO PARA A EXECUÇÃO DAS Art. 65. Os planos de ação a que se refere o presente
ROTINAS capítulo serão definidos e especificados em Protocolo
Interinstitucional estabelecido entre a Superintendência
OPERACIONAIS DE SEGURANÇA PREVENTIVA do Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo
(Seas), o Sistema de Justiça, o Sistema de Segurança
Art. 60. O planejamento da execução da segurança
Pública, a Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa) e a
preventiva dos Centros Socioeducativos compete ao(à)
Secretaria de Proteção Social, Justiça, Cidadania,
Diretor(a), ao(à) Coordenador(a) de Segurança e aos(às)
Mulheres e Direitos Humanos (SPS).
Socioeducadores(as) de fluxo, ouvidos(as) os(as)
coordenadores(as) das áreas que compõem todo o corpo Seção I
funcional.
Da Definição de Termos Relativos à Gestão da Ameaça
Art. 61. A execução do planejamento estabelecido no à Segurança
artigo anterior, sob a coordenação do(a) Diretor(a),
compete a todos os profissionais do Centro
Art. 66. Para os fins desta Portaria, definem-se os Art. 70. Evento Simples é aquele cuja ameaça à
seguintes termos e conceitos relativos à gestão de segurança é inferior à capacidade de resposta do(a)
ameaças à segurança dos Centros Socioeducativos. Coordenador(a) de Segurança e dos
Socioeducadores(as) presentes no plantão.
Art. 67. Evento é qualquer ocorrência interna que obstrua
o desenvolvimento regular da rotina de funcionamento do Parágrafo único. Os elementos que compõem um evento
Centro Socioeducativo, comprometendo, mediata ou simples são: ameaças verbais; desacatos; agressões
imediatamente, a sua segurança. indiretas (atirar comida, chinelo, urina,

Parágrafo único. Os elementos que compõem um evento fezes, água); danos ou destruição de materiais
são: pedagógicos ou de consumo; tentativa ou destruição de
patrimônio, pequeno dano estrutural; destruição pontual,
I – Ameaça à integridade física do(s) adolescente(s) sem prejuízos no funcionamento do estabelecimento;
interno(s); atentado contra a própria integridade física resultando
II – Ameaça à integridade física dos(as) servidores (as), em escoriações ou lesões leves; agressão a terceiro sem
contratados (as), funcionários(as), colaboradores ou resultar em lesão; inexistência de armas brancas,
terceiros; artefatos cortantes, perfurantes ou impactantes; ação
protagonizada por um a três adolescentes.
III – Ameaça ao patrimônio público.
Art. 71. Evento Complexo é aquele cuja ameaça à
Art. 68. A avaliação de um evento é composta pelos segurança é superior à capacidade de resposta do(a)
seguintes elementos, assim constituídos: coordenador(a) e dos socioeducadores(as) presentes na
Unidade, cuja resolução é possível pela coordenação
I – Cenário: são os elementos objetivos constituintes de
dos setores do Centro Socioeducativo e/ou pela atuação
um evento, destacando-se: os fatos desencadeadores, o
da Direção.
grau de articulação e organização dos insurgentes, o
perfil da(s) liderança(s), a motivação e o intento, o grau Parágrafo único. Os elementos que compõem um Evento
de adesão dos demais internos, a existência ou não de Complexo são: todos os elementos do evento simples
reféns, as facções existentes, os que não tenham resolução mediante mera presença ou
aplicação de advertência verbal; agressão resultando em
objetos que possam ser usados como arma, o vigor e a
lesão corporal média ou grave, sem ameaça à vida;
agressividade, a intensidade com que os rebelados
existência de armas brancas; destruição extensa do
dominam os espaços físicos da Unidade, a existência ou
patrimônio público, consideráveis danos à estrutura física
não de articulação da insurgência com grupos criminosos
do Centro Socioeducativo, prejudicando o funcionamento
externos à Unidade;
de um setor; evento restrito a um setor específico,
II – Capacidade de Resposta: é o limiar de resolução de alojamento, ala, setor, quadra, campo, pátio ou solário;
eventos de cada Centro e é determinada pelo ação protagonizada por um grupo restrito de internos,
conhecimento e domínio da estrutura física da Unidade, evento não generalizado; existência de refém, sem
pela capacidade de comando, pela capacidade analítica flagrante ameaça à vida, sem sevícias, sem uso de
em situações de tensão, pelo equilíbrio em situações de violência física, com possibilidade de negociação não
alta exigência emocional, pela resistência e prontidão especializada; incêndio de pequena proporção passível
física, pelo treinamento em negociação e táticas de ser extinto com recursos do Centro Socioeducativo.
interventivas, pelos equipamentos de segurança
Art. 72. Evento Crítico é aquele cuja ameaça à segurança
disponibilizados, pela articulação
é superior à capacidade de resposta de todos os setores
intersetorial da Unidade e pela existência ou não de do Centro Socioeducativo, cuja resolução só é alcançada
planos de contingência, bem como outros fatores que com a cooperação do Sistema de Segurança Pública e
venham influenciar a qualidade e velocidade da resposta de Justiça.
da organização;
Parágrafo único. Os elementos que compõem um Evento
III – Escalonamento da Força: é a medida de força Crítico são: os elementos do Evento Complexo que não
necessária para a resolução de um evento no qual se puderam ser solucionados pela equipe
esgotaram os demais meios de dissuasão,
da Unidade; existência de armas de fogo; destruição
sendo mensurado pela comparação entre a Capacidade extensa do patrimônio público, inutilização de uma área
de Resposta da Instituição responsável pela utilização de do Centro Socioeducativo; evento disseminado em
força naquele evento e a força necessária para diversos setores; número de insurgentes duas vezes
superação de seu cenário gerador. superior ao número de socioeducadores(as) presentes
no estabelecimento; existência de refém(ns), com
Art. 69. Os eventos podem ser classificados como flagrante ameaça à vida; sevícias contra outros
simples, complexo e crítico. adolescentes ou funcionários(as); incêndio em grande
área, não controlável pelos funcionários; perda de
controle de 50% ou mais do estabelecimento; morte. XI – designar e garantir a participação dos(as)
Socioeducadores (as) nas reuniões de estudo de caso,
CAPÍTULO V reuniões e execução de agenda do Plano Individual de
DA DESIGNAÇÃO DAS ATRIBUIÇÕES, DOS POSTOS Atendimento (PIA), visitas agendadas e demais
DE SERVIÇO E DOS PLANTÕES atividades educativas que exijam a participação desse
profissional;
Seção I
XII – comunicar, por escrito, à Direção do Centro
Do Coordenador de Segurança Socioeducativo, os casos de quebra de procedimentos
ou normas de segurança.
Art. 73. O(A) Coordenador de Segurança será
designado(a) pela Superintendência do Sistema Seção II
Estadual de Atendimento Socioeducativo (Seas) por
meio de Portaria, ouvida a Direção do Centro Do Socioeducador de Fluxo
Socioeducativo e a Corregedoria da Seas. Art. 75. Os Socioeducadores de Fluxo e seus substitutos
Art. 74. Compete ao Coordenador de Segurança: serão indicados pela Direção do Centro Socioeducativo,
ouvidos o(a) Coordenador(a)
I – comunicar a Direção do Centro a ocorrência de falta
disciplinar de adolescentes ou colaboradores(as); Técnica e o(a) Coordenador(a) de Segurança.

II – atuar como apoio e suporte à Direção do Centro Art. 76. Compete aos (as) Socioeducadores(as) de Fluxo:
Socioeducativo por meio do planejamento, supervisão e I – comunicar ao(a) Coordenador(a) de Segurança a
execução das rotinas, visando à segurança dos ocorrência de falta disciplinar de adolescentes e
adolescentes, servidores(as) e visitantes; colaboradores(as);
III – zelar pela garantia da execução dos procedimentos II – atuar como apoio e suporte ao(a) Coordenador(a) de
de segurança e o cumprimento das normas Segurança e à Direção do Centro Socioeducativo,
estabelecidas pela Instituição; participando do planejamento, supervisão e execução
IV – organizar a execução das atividades diárias das rotinas, visando à segurança dos(as) adolescentes,
destinadas aos adolescentes, delegando tarefas aos (as) servidores(as), colaboradores(as), funcionários(as) e
coordenadores(as) de turno e Socioeducadores(as), visitantes;
observando as condições de recursos humanos, III – garantir a execução dos procedimentos de
materiais e estruturais para a execução de tais segurança e o cumprimento das normas estabelecidas
atividades; pela Instituição;
V – acompanhar e registrar a saída de adolescentes para IV – organizar a execução das atividades diárias
atividades externas, audiências, necessidades médicas estabelecidas no Cronograma Diário, delegando tarefa
e recâmbios; aos(as) Socioeducadores(as), observando as condições
VI – solicitar à Coordenação Administrativa consertos e de recursos humanos, materiais e estruturais para a
reparos das instalações e equipamentos relacionados execução de tais atividades;
com a segurança, comunicando sempre à Direção as V – acompanhar e registrar a saída de adolescentes para
solicitações efetuadas; atividades externas e outros motivos, como audiências,
VII – manter arquivo de registro de ocorrências e necessidades médicas e recâmbios;
informações relativas às rotinas para subsidiar a Direção VI – solicitar ao(a) Coordenador(a) de Segurança a
e demais áreas profissionais; realização de consertos e reparos das instalações e
VIII – repassar informações entre as equipes de trabalho equipamentos relacionados com a segurança;
para preservar as rotinas de segurança, transmitir e zelar VII – repassar informações entre as equipes de trabalho
pela efetivação das determinações da Direção do Centro para preservar as rotinas de segurança, transmitir e zelar
Socioeducativo; pela efetivação das determinações do(a) Coordenador(a)
IX – convocar e dirigir reuniões com os(as) de Segurança e da Direção do Centro Socioeducativo;
Socioeducadores(as) para orientar, retomar e adequar VIII – garantir a execução das atividades previstas no
rotinas de segurança; Cronograma Diário;
X – garantir a execução das atividades previstas no IX – comunicar, por escrito, os casos de quebra de
Cronograma Diário e nunca alterá-las sem prévia procedimentos ou normas de segurança ao Coordenador
autorização da Direção do Centro Socioeducativo, ouvido de Segurança e na ausência deste à Direção do Centro
a Coordenação Técnica; Socioeducativo.
Seção III XV – demais materiais e equipamentos relacionados ao
bom funcionamento da Unidade.
Dos Relatoristas
Art. 82. Na hipótese de qualquer alteração considerada
Art. 77. Cada uma das equipes de Socioeducadores(as) prejudicial ao bom funcionamento do serviço, o(a)
contará com 01 (um/uma) Relatorista, escolhido(a) entre Socioeducador(a) deverá solicitar a presença do(a)
os(as) Socioeducadores(as) da respectiva equipe e Coordenador(a) de Segurança e do Socioeducador(a) de
indicado(a) pela Direção. fluxo para ciência e resolução do problema.
Art. 78. Compete ao(a) Socioeducador(a) Relatorista: Seção V
I – redigir o Relatório de Registro de Ocorrências Diárias, Do Plantão Noturno
observado o Anexo VI desta Portaria;
Art. 83. O plantão noturno funcionará em regime de
II – redigir e atualizar a Relação de Adolescentes revezamento entre os (as) Socioeducadores(as).
Internados, observado o Anexo VII desta Portaria;
Art. 84. O(A) Socioeducador(a) poderá permanecer por
III – participar das atividades diárias conforme orientação até 06 (seis) meses sucessivos no plantão noturno,
e escala estabelecida pelo(a) Coordenador(a) de prorrogável uma vez por igual período, a critério da
Segurança. Direção do Centro Socioeducativo, mediante decisão
Art. 79. O Relatório de Registro de Ocorrências Diárias é fundamentada.
documento técnico e não deve conter opiniões pessoais, Art. 85. É prerrogativa da Direção transferir, a qualquer
ou anotações desrespeitosas em relação aos tempo, o(a) Socioeducador(a) para o turno diurno,
profissionais, adolescentes, visitantes ou autoridades. atendendo aos interesses da Administração Pública.
Seção IV Art. 86. Compete ao plantão noturno, sob a supervisão
Do Posto de Serviço e da Conferência de Materiais e do(a) Coordenador(a) de Segurança e do
Equipamentos Socioeducador(a) de fluxo:

Art. 80. Considera-se posto de serviço, para os efeitos I – servir o lanche noturno e o café da manhã aos(as)
desta Portaria, o local onde o(a) Socioeducador(a) foi adolescentes;
escalado(a) para trabalhar. II – recolher as marmitas e as sobras de alimentação,
Art. 81. Ao assumir o posto de serviço, o(a) retirá-las das alas e colocá-las no local adequado para o
Socioeducador(a), deverá conferir os seguintes materiais descarte;
e equipamentos, bem como as suas condições de uso: III – desligar as televisões e rádios nos horários
I – chaves; programados no Cronograma Diário;

II – livro de ocorrências; IV – realizar rondas a cada 30 (trinta) minutos pelas


dependências da área de segurança do Centro
III – rádio comunicador; Socioeducativo:
IV – algemas e chaves (Socioeducador(a) de fluxo); a) nas alas e nos alojamentos dos adolescentes;
V – parafusos e cadeados; b) ao redor e por trás das alas;
VI – aparelho de telefone; c) na quadra poliesportiva.
VII – lanterna (Socioeducador(a) de fluxo); V – apagar os refletores às 6hs da manhã;
VIII – portas das alas e dos quadrantes; VI – despertar os(as) adolescentes a partir das 6hs da
manhã;
IX – portas dos alojamentos;
VII – preparar os adolescentes que tenham saída
X – material esportivo;
prevista pela manhã, providenciando-lhes o café, o
XI – material recreativo; banho, a troca de roupas e encaminhando-os ao(a)
Coordenador(a) de Segurança e do(a) Socioeducador(a)
XII – material de limpeza e higiene; de Fluxo Diurno, observado o estabelecido no
Cronograma Diário;
XIII – kits e o seu conteúdo;
VIII – realizar a entrega e o recolhimento de uniformes e
XIV – os uniformes dos adolescentes;
roupas de cama dos(as) adolescentes;
IX – realizar a Revista Estrutural, todas as noites, nas h) nos demais postos escalados pelo(a) Coordenador(a)
salas de aula da escola, nas salas de atividades da área de Segurança e do(a) Socioeducador(a) de Fluxo.
de segurança, no ginásio e comunicar ao(a)
Coordenador(a) de Segurança e do(a) Socioeducador(a) V – acender os refletores às 18 horas;
de Fluxo as eventuais irregularidades verificadas; VI – orientar os(as) adolescentes na limpeza e asseio das
X – encaminhar objetos apreendidos mediante alas e alojamentos, observadas as escalas de
comunicado elaborado e assinado pelo(a) revezamento;
Coordenador(a) de Segurança e do(a) Socioeducador(a) VII – preparar os(as) adolescentes que tenham saída
de Fluxo; programada no período diurno, providenciando-lhes
XI – realizar a conferência de grades para descobrir alimentação, banho, troca de roupas e encaminhando-
irregularidades; os(as) Coordenador(a) de Segurança e do(a)
Socioeducador(a) de Fluxo, observado o estabelecido no
XII – em caso de situações de emergência, realizar Cronograma Diário;
abertura de alojamento, mediante comunicação ao(à)
Coordenador(a) de Segurança e do(a) VIII – realizar a revista estrutural nas dependências da
área de segurança, informando ao(à) Coordenador(a) de
Socioeducador(a) de Fluxo e a Direção do Centro Segurança e do(a) Socioeducador(a) de Fluxo eventuais
Socioeducativo, observando a presença de um número irregularidades verificadas ou encaminhando objetos
de Socioeducadores(as) equivalente ao número de apreendidos mediante comunicado elaborado e assinado
pelo(a) Coordenador(a) de
adolescentes no alojamento;
Segurança e do(a) Socioeducador(a) de Fluxo;
XIII – organizar o plantão para que permaneça, no
mínimo, 01 (um/uma) Socioeducador(a) em cada ala IX – não se ausentar do posto de serviço para o qual foi
durante o turno. escalado sem expressa autorização do(a)
Coordenador(a) de Segurança e do(a) Socioeducador(a)
Art. 87. É proibido a todos os profissionais escalados de Fluxo;
dormir durante os plantões.
X – atender aos chamados do(a) Coordenador(a) de
Seção VI Segurança para compor o grupo de apoio.
Do Plantão Diurno Seção VII
Art. 88. Compete ao plantão diurno, sob a supervisão Da Reunião de Troca de Turno
do(a) Coordenador(a) de Segurança e do(a)
Socioeducador(a) de Fluxo: Art. 89. Toda troca de turno será precedida de reunião
entre os(as) Socioeducadores(as) que estão finalizando
I – servir o almoço, lanche da tarde e o jantar aos (às) o plantão e os(as) Socioeducadores(as) que estão
adolescentes; iniciando o plantão.
II – recolher as marmitas e as sobras de alimentação, Art. 90. A reunião de troca de turno será realizada no
retirá-las das alas e colocá-las no local adequado para o próprio posto de serviço indicado para o(a)
descarte; Socioeducador(a) escalado e terá como pauta o
III – ligar e desligar as televisões e rádios nos horários fornecimento de informações a respeito das condições
programados no Cronograma Diário; de segurança, ocorrências relevantes, tais como a
conferência de adolescentes, cadeados e
IV – realizar a vigilância e a segurança nos locais onde operacionalidade do serviço.
ocorrem as atividades programadas para os
adolescentes, especialmente: Art. 91. Os(As) Coordenadores(as) de Segurança e
os(as) Socioeducadores(as) de Fluxo cuidarão para que
a) na escola; permaneça 01 (um/uma) Socioeducador(a) por ala
durante a reunião de troca de turno.
b) no ginásio esportivo;
Art. 92. Os(As) Socioeducadores(as) deverão realizar a
c) nas salas de atividades situadas nas alas;
leitura do Relatório de Registro de Ocorrência e do Livro
d) nas salas de atendimento técnico; da Ala antes de assumir seus postos de serviço.

e) nas oficinas de produção; CAPÍTULO VI

f) nos eventos realizados pelo Centro Socioeducativo; DOS DEVERES

g) nos locais onde se desenvolvam cursos Seção I


profissionalizantes;
Dos Deveres dos Servidores XIV – tratar com urbanidade os(as) adolescentes, demais
servidores(as) e visitantes;
Art. 93. Constituem deveres dos(as) servidores(as) e
colaboradores(as) da Seas ou que nela prestem XV – eximir-se de acordos, negociações ou troca de
serviços: favores com adolescente, familiares de adolescentes,
visitantes e prestadores de serviço, comunicando
I – cumprir a proposta de atendimento do Projeto Político- imediatamente ao seu superior o nome da pessoa que
pedagógico dos Centros Socioeducativos; propôs mencionada situação;
II – obedecer às determinações previstas na Constituição XVI – não trocar nem vender objetos de qualquer
Federal, no Estatuto da Criança e do Adolescente, no natureza com adolescentes e familiares dos(as)
Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo, nesta adolescentes;
Portaria e nas demais normas disciplinares e de rotina
dos Centros Socioeducativos; XVII – não servir de meio para circulação, entrada ou
saída de cartas, bilhetes, objetos ou informações entre
III – zelar pela segurança dos(as) adolescentes, evitando os(as) adolescentes, ainda que seja para com seus
situações que ponham em risco sua integridade física, familiares ou terceiros, salvo quando a comunicação ou
moral e psicológica; o objeto seguir o fluxo institucional estabelecido pela
IV – guardar sigilo sobre o histórico de vida e situação Seas;
processual dos adolescentes, salvo em procedimentos XVIII – não fumar nas dependências dos Centros
judiciais ou correcionais administrativos, exclusivamente Socioeducativos;
quando inquiridos;
XIX – não usar, não denominar e não permitir o uso de
V – cumprir o planejamento de segurança em sua alcunhas;
integralidade e guardar sigilo sobre o todas as
informações de segurança de que tenha conhecimento; XX – não infligir sofrimentos físicos ou psíquicos aos(às)
adolescentes como meio de intimidação, castigo pessoal,
VI – comunicar imediatamente ao superior imediato medida preventiva ou qualquer outro fim;
qualquer situação ou irregularidade que ameace ou
possa ameaçar a segurança pessoal ou coletiva, ou XXI – demonstrar respeito às diversidades étnicas,
ainda que configure a quebra dos procedimentos culturais, de gênero, credo e orientação sexual dos(as)
vigentes; adolescentes, colegas de trabalhos e outros;

VII – comparecer e cumprir integralmente a jornada de XXII – não realizar pregações políticas ou religiosas
trabalho ordinária, para execução das atividades que lhe dentro do Centro Socioeducativo;
competem, respeitando os horários
XXIII – não retirar documentos do Centro Socioeducativo,
de comparecimento ao trabalho e intervalos estipulados salvo mediante expressa autorização da Direção;
para a refeição;
XXIV – prestar esclarecimentos em sindicâncias ou
VIII – atender às convocações extraordinárias para outros processos administrativos sobre fatos de que tiver
trabalho ou capacitação, assegurados os direitos ciência;
previstos em Lei;
XXV – não realizar registro ou divulgação de imagem, em
IX – apresentar-se para o trabalho com vestuário nenhuma circunstância, dos(as) adolescentes, mesmo
apropriado ou uniformizado, quando exigido, e em atividades e procedimentos externos.
identificação nominal em local visível;
Parágrafo único. Os deveres estabelecidos nesta
X – registrar sua frequência em livro de ponto específico Portaria não eximem o(a) servidor (a) do cumprimento de
ou outro instrumento regular que comprove a jornada de outros deveres previstos na legislação vigente ou em
trabalho; outras Portarias que igualmente são aplicáveis aos
mesmos, podendo os descumprimentos ensejar o
XI – não se ausentar de seu posto de trabalho, salvo afastamento cautelar do(a) servidor(a) ou admitido(a),
mediante expressa autorização do seu superior imediato; até a finalização do Procedimento Administrativo ou
XII – em casos de faltas ao trabalho, apresentar Sindicância instaurados pela Corregedoria da Seas,
atestados médicos no Centro Socioeducativo de lotação resguardado o devido processo legal e o direito da ampla
no prazo máximo de 24 horas após o início do defesa e do contraditório do (a) servidor (a) e ou
afastamento; colaborador(a).

XIII – submeter-se à revista pessoal realizada pelas Seção II


equipes de controle de entrada e saída de pessoas e Dos Deveres dos Adolescentes
materiais quando adentrar nos Centros Socioeducativos;
Art. 94. Constituem deveres do(a) adolescente Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo
internado(a) no Centro Socioeducativo: (Seas).

I – submeter-se às rotinas e procedimentos de segurança Art. 96. Esta Portaria entra em vigor na data de sua
e cooperar para o ambiente de paz social no interior do publicação.
Centro Socioeducativo;
Art. 97. Ficam revogadas as disposições em contrário.
II – cumprir os compromissos e obrigações decorrentes
do Cronograma Diário;

III – participar de forma colaborativa de todas as


atividades e atendimentos programados;

IV – colaborar com o silêncio dentro das salas de


atividades e nos deslocamentos;

V – respeitar o horário de silêncio e descanso que se


inicia às 22 horas e se encerra às 06 horas;

VI – durante os deslocamentos, dirigir-se ao local


indicado pelo (a) Socioeducador (a) sem paradas
desnecessárias pelo caminho;

VII – tratar adolescentes, funcionários(as) e visitantes


com respeito e não chamar pessoas por alcunha;

VIII – manter-se uniformizado e zelar pelas roupas,


calçados e demais objetos fornecidos;

IX – no ato da desinternação, restituir todos os objetos


que lhe foram fornecidos para uso pessoal;

X – zelar pela limpeza e asseio do alojamento, ala e


locais onde participar de atividades;

XI – participar das escalas de limpeza de alojamento,


alas e locais de atividades;

XII – cuidar da higiene pessoal e do ambiente;

XIII – entregar ao (à) Socioeducador(a) roupa ou objeto


que não lhe pertença ou que não tenha autorização para
possuir;

XIV – comunicar ao (à) Socioeducador (a) ou Técnico(a)


de referência, informações sobre movimentos que
possam colocar em risco a sua segurança pessoal ou a
integridade das pessoas;

XV – cumprir as metas estabelecidas no seu Plano


Individual de Atendimento (PIA);

XVI – esforçar-se para obter o melhor aproveitamento


possível da medida socioeducativa imposta por sentença
judicial.

CAPÍTULO VII

DA RELAÇÃO COM OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO


SOCIAL

Art. 95. O relacionamento com os meios de comunicação


compete à Direção do Centro Socioeducativo ou a quem
for indicada essa função, mediante orientações da
Assessoria de Comunicação da Superintendência do
Internação Sanção e do cumprimento das medidas
socioeducativas;
PORTARIA Nº067/2021 – CONSIDERANDO o inteiro teor do Acórdão proferido nos
autos do Habeas Corpus Nº 143.988/ES, que determina:
SEAS. “[…] Que as unidades de execução de medida
socioeducativa de internação de adolescentes não
DISPÕE SOBRE A APLICAÇÃO DO INCISO II, ART. 49, ultrapassem a capacidade projetada de internação
DA LEI Nº12.594, DE 18 DE JANEIRO DE 2012, NO prevista para cada unidade, nos termos da impetração e
ÂMBITO DO SISTEMA ESTADUAL DE ATENDIMENTO extensões”;
SOCIOEDUCATIVO DO ESTADO DO CEARÁ, E
REGULAMENTA O FUNCIONAMENTO DA CENTRAL CONSIDERANDO o inteiro teor da Resolução nº
DE REGULAÇÃO DE VAGAS DO SISTEMA 367/2021 do Conselho Nacional de Justiça, que legitima
SOCIOEDUCATIVO DO ESTADO DO CEARÁ E DÁ a atuação da Central de Vagas estabelecendo
OUTRAS PROVIDÊNCIAS. procedimentos e critérios a serem observados pelo
Poder Judiciário e seus serviços auxiliares no âmbito do
O SUPERINTENDENTE DO SISTEMA ESTADUAL DE sistema socioeducativo;
ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO, no uso de suas
atribuições legais e com fundamento no inciso IV, art. 4º CONSIDERANDO a imperiosa decisão do Supremo
da Lei nº 12.594/2012, e CONSIDERANDO a prioridade Tribunal Federal, Acórdão proferido nos autos do Habeas
das políticas de atendimento à infância e juventude Corpus Nº 143.988/ES, e da previsão legal contida no
preconizadas pelo Art. 227 da Constituição Federal de Art. 12. da Resolução 367/2021 do Conselho Nacional de
1988; Justiça, em que estabelecem que os Centros
Socioeducativos não poderão ultrapassar 100% da
CONSIDERANDO as normas referentes aos capacidade projetada de vagas, bem como, a
adolescentes e jovens contidas na Lei nº 8.690/90 importância de tempo mínimo para avaliação quanto a
(Estatuto da Criança e do Adolescente), mormente a necessidade de manutenção da medida socioeducativa
obrigatoriedade de efetivação dos direitos à vida, ao por parte do Sistema Justiça, frente ao fluxo intenso de
respeito e à dignidade, que se concretizam na ingresso de adolescentes ou jovens no sistema
inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral, socioeducativo, e necessidade de uma margem que
bem como na proibição de tratamento desumano; possibilite ao Magistrado a proferir decisões em tempo
hábil;
CONSIDERANDO as competências do Poder Executivo
Estadual CONSIDERANDO que o inciso II do Art. 6º da Resolução
367/2021 do Conselho Nacional de Justiça estabelece
definidas no art. 4º da Lei nº 12.594/2012, em especial
que são objetivos da Central de Vagas: “prezar para que
as de formular, instituir, coordenar e manter o Sistema
a definição da capacidade real de vagas dos Sistemas
Estadual de Atendimento Socioeducativo e criar,
Estaduais de Atendimento Socioeducativos observe a
desenvolver e manter programas para execução das
separação de vagas entre internação provisória,
medidas socioeducativas de Semiliberdade e Internação;
semiliberdade, internação e internação sanção, bem
CONSIDERANDO que a Superintendência do Sistema como a separação entre vagas femininas e masculinas,
Estadual de Atendimento Socioeducativo (Seas) é o observados, ainda, os critérios de idade, compleição
órgão gestor do Sistema de Atendimento Socioeducativo física e gravidade da infração”;
do Estado do Ceará;
CONSIDERANDO, por fim, a necessidade de
CONSIDERANDO a previsão contida no art. 49, inciso II estabelecer critérios objetivos e transparentes para o
da Lei nº 12.594/2012, que estabelece como direito do ingresso dos adolescentes e jovens nas Unidades
adolescente submetido ao cumprimento de medida Socioeducativas do Estado do Ceará. RESOLVE:
socioeducativa ser incluído em programa de meio aberto
Art. 1º A regulação das vagas do Sistema de Atendimento
quando inexistir vaga para o cumprimento de medida de
Socioeducativo do Estado do Ceará, bem como o fluxo
privação da liberdade, exceto nos casos de ato
de atendimento das decisões judiciais que determinem a
infracional cometido mediante grave ameaça ou violência
aplicação de medidas socioeducativas de meio fechado
à pessoa, quando o adolescente deverá ser internado em
(internação e semiliberdade), de internação provisória e
Unidade mais próxima de seu local de residência;
internação sanção ficam disciplinados na forma desta
CONSIDERANDO as disposições contidas na Resolução Portaria.
nº 165, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que
CAPÍTULO I
estabelecem normas gerais para o atendimento, pelo
Poder Judiciário, ao jovem e ao adolescente em situação DA CENTRAL DE REGULAÇÃO DE VAGAS
de cumprimento de medida de Internação Provisória,
Art. 2º A Central de Regulação de Vagas (CRV), unidade CAPÍTULO II
administrativa da Superintendência do Sistema Estadual
de Atendimento Socioeducativo (Seas), é o órgão DAS VAGAS DO SISTEMA ESTADUAL DE
ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO
responsável pela gestão das vagas do Sistema de
Atendimento Socioeducativo do Estado do Ceará, Art. 3º As vagas do Sistema Estadual de Atendimento
competindo-lhe: Socioeducativo são definidas por Centro Socioeducativo,
I – gerir todas as informações relacionadas às vagas nos termos do Anexo I desta Portaria.
disponíveis nos Centros Socioeducativos do Estado do §1º Para fins de recebimento de adolescentes nos
Ceará, nos quais são executadas as medidas Centros Socioeducativos do Estado do Ceará deverá ser
socioeducativas de Internação e Semiliberdade e as respeitada a capacidade de vagas instalada de cada
medidas de Internação Provisória e Internação Sanção; Centro.
II – Definir a capacidade de vagas dos Centros §2º Não serão definidas quotas de vagas por Comarca.
Socioeducativos, observando a normativa legal contida
no inciso II do Art. 6º da Resolução 367/2021 do §3º O Anexo II desta Portaria estabelece a regionalização
Conselho Nacional de Justiça, estabelecendo a do atendimento socioeducativo de acordo com os
capacidade de vaga por medida em cumprimento; Municípios do Estado do Ceará.
III – A capacidade de vagas deverá ser respeitada §4º O Anexo I desta Portaria estabelece as vagas de
rigorosamente observando-se o perfil da Unidade quanto acordo com o tipo de medida em cumprimento;
ao tipo de medida, em conformidade com o Anexo I desta
Portaria. Art. 4º Para fins de recebimento de adolescentes nos
Centros Socioeducativos do Estado do Ceará, aos quais
IV – elaborar e gerenciar, por meio de sistema tenha sido imposta medida socioeducativa de meio
informatizado, os dados relativos à lista de espera de fechado, bem como as medidas de internação provisória
adolescentes e jovens que aguardam vaga para ingresso e internação sanção, deverá ser respeitada a capacidade
em algum dos Centros Socioeducativos do Estado do máxima de vagas de cada Centro.
Ceará;
§1º A vaga deverá ser solicitada de acordo com a medida
V – disponibilizar aos membros indicados pelas aplicada:
Coordenadorias da Infância e Juventude do Poder
Judiciário do Estado do Ceará, do Ministério Público do I – Ainda que o jovem esteja em cumprimento de
Estado do Ceará, Defensoria Pública do Estado do Ceará Internação Provisória e sobrevenha sentença, aplicando
e Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema medida socioeducativa de Internação ou Semiliberdade,
Carcerário e de Execução de Medidas Socioeducativas deverá ser solicitada nova vaga;
(GMF), acesso ao sistema informatizado e às
II – Ainda que o jovem esteja em cumprimento de
informações relativas às vagas do Sistema Estadual de
Internação Provisória ou Semiliberdade e sobrevenha
Atendimento Socioeducativo;
decisão aplicando Internação Sanção, deverá ser
VI – receber e cadastrar as requisições judiciais sobre solicitada nova vaga;
vagas para atendimento de adolescente em conflito com
§2º Em nenhuma hipótese, a ocupação das Unidades
a Lei nos Centros Socioeducativos do Estado do Ceará
responsáveis pela execução das medidas excederá 100% da capacidade projetada.
socioeducativas de Internação, Semiliberdade, §3º Na iminência do descumprimento do HC nº 143.988,
Internação Provisória e Internação Sanção; julgado pelo Supremo Tribunal Federal, em 25 de agosto
VII – informar sobre a existência ou expectativa de vaga de 2020, alcançados 90% da capacidade de Internação,
nos Centros Socioeducativos do Estado do Ceará à a Central de Regulamentação de Vagas poderá deixar de
autoridade judiciária competente, no prazo de até 24 conceder vaga, visando a garantia de vaga para
horas, contados do recebimento da solicitação de vaga; adolescentes ou jovens aos quais se imputam autoria de
atos infracionais de natureza grave.
VIII – priorizar a manutenção do adolescente na
localidade onde reside ou na região do domicílio de seus §4º Ultrapassado 90% da capacidade das vagas de
pais, e, na inexistência de vaga na sua região, informar Internação, a Central de Regulamentação de Vagas
sobre a possibilidade de encaminhamento para deverá informar à autoridade judiciária competente e
cumprimento de medida socioeducativa em outra região; apresentar lista de jovens que já se encontram em
cumprimento de medidas socioeducativas de meio
IV – manter atualizados os dados dos adolescentes em fechado, cujos atos não configurem violência ou grave
atendimento, apreendidos ou que aguardam ameaça, considerando o ranking de pontuação elencada
disponibilização de vagas para iniciar ou continuar o pelo sistema de gestão de informação.
cumprimento de medidas socioeducativas.
§5º A lista referida no parágrafo anterior servirá como a apuração de ato infracional praticado por adolescentes
parâmetro à autoridade judiciária, que entendendo e de execução de medida socioeducativa, amplo acesso
pertinente, promoverá a reavaliação prevista no Art. 43 aos dados sobre as vagas do sistema socioeducativo do
da Lei 12.594/2012. Estado do Ceará, visando subsidiá-los na tomada de
suas decisões.
Art. 5º No caso de inexistência de vagas e não se
enquadrando a situação em alguma das hipóteses dos CAPÍTULO III
parágrafos do artigo anterior, o adolescente a quem
DA SOLICITAÇÃO DE VAGAS NO ÂMBITO DO
tenha sido imposta o cumprimento de medida
SISTEMA ESTADUAL DE ATENDIMENTO
socioeducativa, ficará aguardando a disponibilização da
SOCIOEDUCATIVO
vaga em lista de espera, elaborada de acordo com a
pontuação definida no Anexo III desta Portaria, de acordo Art. 7º As solicitações de vagas para o ingresso de
com Art. 9º da Resolução 367/2021 do Conselho adolescentes e jovens a quem lhe tenha sido imputado,
Nacional de Justiça; por decisão judicial, medida socioeducativa de meio
fechado (internação e semiliberdade) ou medida de
§1º A Lista de Espera deverá obedecer os critérios de
internação provisória e internação sanção, será realizada
pontuação e prazos estabelecidos na Resolução
por meio de sistema informatizado, desenvolvido e
367/2021 do Conselho Nacional de Justiça.
mantido pela Superintendência do Sistema Estadual de
§2º Na hipótese do parágrafo anterior, é de competência Atendimento Socioeducativo (Seas).
da autoridade judiciária decidir se o adolescente deverá §1º Somente serão aceitas solicitações de vagas
aguardar o surgimento de vaga em sua residência ou em
realizadas pelas autoridades judiciárias.
programa de medida socioeducativa de meio aberto.
§2º Toda a documentação correspondente a cada
§3º A Central de Regulação de Vagas deverá comunicar
solicitação deverá ser encaminhada para a Central de
à autoridade judicial solicitante, a informação, para fins
Regulação de Vagas (CRV) por meio do sistema
de aplicação do inciso II, art. 49, da Lei nº 12.594/2012,
informatizado.
que estabelece que, o adolescente deverá ser incluído
em programa de meio aberto quando inexistir vaga para §3º Todas as orientações para acesso ao sistema
o cumprimento de medida de privação da liberdade, deverão ocorrer via correio eletrônico, através do
exceto nos casos de ato infracional cometido mediante endereço central.vagas@seas.ce.gov.br. Caso
grave ameaça ou violência à pessoa, quando o necessário, documentos físicos deverão ser
adolescente deverá ser internado em Unidade mais encaminhados ao endereço da Central de Regulação de
próxima de seu local de residência. Vagas (CRV), situada na Rua Tabelião Fabião, nº 114,
Bairro Presidente Kennedy, Fortaleza/CE, CEP 60320-
§4º Em conformidade com §3º do Art. 9º da Resolução
010.
367/2021 do Conselho Nacional de Justiça, o magistrado
deverá respeitar rigorosamente a ordem de classificação Art. 8º O ingresso dos adolescentes e jovens nos Centros
da lista de espera elaborada pela Central de Vagas, Socioeducativos do Estado do Ceará, deverá observar as
vedada a determinação de admissão de adolescente em seguintes etapas:
unidade socioeducativa sem prévia e regular solicitação
e consequente designação da vaga pelo órgão gestor. I – Solicitação de vaga, mediante ofício expedido pela
autoridade competente, via sistema informatizado on-
§5º Transcorridos 150 dias desde a inclusão do line, anexando os documentos pertinentes:
adolescente na lista de espera sem que haja
disponibilidade de vaga, a Central de Regulação de II – A vaga deverá ser solicitada de acordo com a medida
Vagas enviará solicitação ao Juiz competente, para que, aplicada:
ouvidos o Ministério Público e a Defesa, reavalie a a) Ainda que o jovem esteja em cumprimento de
pertinência da manutenção ou revogação da medida Internação Provisória, e, sobrevenha sentença,
socioeducativa imposta. aplicando medida socioeducativa de Internação ou
§6º Revogada ou substituída a medida socioeducativa ou Semiliberdade, deverá ser solicitada nova vaga;
não sobrevindo decisão judicial determinando sua b) Ainda que o jovem esteja em cumprimento de
manutenção no prazo de 30 (trinta) dias, contados da Internação Provisória ou Semiliberdade e sobrevenha
solicitação referida no parágrafo anterior, o adolescente decisão aplicando Internação Sanção, deverá ser
será excluído da lista de espera pela Central de solicitada nova vaga;
Regulação de Vagas.
III – Análise administrativa realizada pela Central de
Art. 6º Será disponibilizado para todos os Magistrados Regulação Vagas, observando os requisitos contidos na
que integram o Poder Judiciário do Estado do Ceará, que Resolução nº 165 e na Resolução nº 367, ambas do
possuam competência para julgar os processos relativos
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e os definidos nesta deverá ser informado para fins de análise da incidência
Portaria; do inciso III do Art. 46 da Lei 12.594/2012.

IV – Resposta da Central de Regulação de Vagas à CAPÍTULO IV


solicitação, informando da existência ou não da vaga,
observando os critérios específicos constantes do Anexo DOS DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA
I desta Portaria, bem como o inciso II, art. 49, da Lei nº INGRESSO EM CENTRO SOCIOEDUCATIVO
12.594/2012 e Resolução nº 367/2021 do Conselho Art. 12. O ingresso do adolescente em unidade de
Nacional de Justiça; internação e semiliberdade, só ocorrerá mediante a
apresentação de guia de execução, devidamente
V – Realização do ingresso do adolescente ou jovem no
instruída, expedida pelo juiz do processo de
Centro Socioeducativo indicado pela Central de
conhecimento.
Regulação de Vagas.
Art. 13. A guia de internação provisória será instruída,
Art. 9º Todas as solicitações recebidas, independente do
obrigatoriamente, com os seguintes documentos, além
mérito, serão respondidas ao juízo solicitante, no prazo
de outros considerados pertinentes pela autoridade
de 24 horas, sempre respeitando a ordem cronológica
judicial:
das solicitações.
I – cópias de documentos de caráter pessoal do
§1º Havendo disponibilidade de vaga, a Central de
adolescente, existentes no processo de conhecimento,
Regulação de Vagas (CRV) indicará o Centro especialmente os que comprovem sua idade;
Socioeducativo para o cumprimento da medida,
devendo, no prazo de 24 horas, comunicar ao juízo II – cópias da Representação e/ou pedido de Internação
responsável pela fiscalização da unidade indicada, nos Provisória;
termos do §2º do art. 6º da Resolução nº 165 do
Conselho Nacional de Justiça (CNJ). III – cópias da Certidão de Antecedentes;

§2º Não havendo disponibilidade de vaga, a Central de IV – cópias da decisão que determinou a Internação ou
Internação Sanção.
Regulação de Vagas (CRV) deverá proceder nos termos
do art. 4º desta Portaria. Parágrafo Único. Quando a medida cautelar for
decretada durante Plantão Judiciário, a Guia de
§3º As informações referentes ao jovem ou adolescente
Internação Provisória será expedida e enviada pelo Juiz
objeto da solicitação de vaga serão registradas em
de conhecimento, no prazo de 48h.
sistema próprio, para inclusão em fila de espera,
conforme critérios estabelecidos nesta Portaria e Art. 14. Prolatada a sentença e mantida a medida
Resolução 367/2021 do Conselho Nacional de Justiça. socioeducativa privativa de liberdade, seja de Internação
ou Semiliberdade, deverá o juízo do processo de
Art. 10. Nos casos de solicitação de vaga para maior de
conhecimento comunicar, em 24 (vinte e quatro) horas e
18 anos, que além do ato infracional/medida
remeter cópia dos seguintes documentos ao órgão gestor
socioeducativa, responder em liberdade a processo-
do atendimento socioeducativo e ao juízo da execução:
crime, a Central de Regulação de Vagas providenciará,
junto a Vara de Execução da medida socioeducativa, a I – sentença ou acórdão que decretou a medida;
apresentação do jovem, visando a análise prevista no §1º
do Art. 46 da Lei nº 12.594/2012. II – estudos técnicos realizados durante a fase de
conhecimento;
Parágrafo Único. Nos casos de encaminhamento de
maior de 18 anos, que tenha sido beneficiado por alvará III – histórico escolar, caso existente.
de soltura em virtude de processo-crime, Art. 15. Tratando-se de adolescente submetido a
deverá ser realizada a apresentação do jovem à Vara de internação sanção, deverá ser encaminhado cópia do
Termo de Audiência em que foi decretada a
Execução da medida socioeducativa, pela Unidade do
Sistema Prisional na qual se encontrava preso, e, medida.
somente após análise judicial, deverá ser realizado o
encaminhamento do mesmo ao Sistema Socioeducativo, Parágrafo Único. Havendo decisão judicial de internação
ante a indispensável necessidade de solicitação de vaga sanção, imposta a adolescente que não está privado de
ao Poder Executivo e a possível aplicabilidade do §1º do liberdade em Centro Socioeducativo, é necessário
Art. 46 da Lei 12.594/2012. encaminhamento do termo de audiência que decretou a
Internação Sanção e os documentos contidos no Art. 13
Art. 11. Em quaisquer casos previstos no artigo 8º desta e incisos, desta Portaria.
Portaria, havendo sentença penal condenatória em
regime semiaberto ou fechado, o Juízo competente CAPÍTULO V

DA EFETIVAÇÃO DAS VAGAS


Art. 16. O ingresso de adolescentes e jovens nos Centros apreensão, documento de identificação pessoal e exame
Socioeducativos deve ocorrer, obrigatoriamente, entre 8 de corpo de delito.
(oito) e 16 (dezesseis) horas, devendo sua apresentação
ser efetuada mediante apresentação dos documentos §3º Na hipótese prevista no parágrafo anterior, a Unidade
elencados no Art. 6º desta Resolução. de Recepção deverá realizar a apresentação do jovem à
autoridade judiciária competente no primeiro dia útil
Parágrafo Único. Nas Unidades de Recepção, o ingresso subsequente a data da apreensão.
de adolescentes ou jovens poderá ocorrer a qualquer
hora, devendo ser priorizado o ingresso de 8h às 17h, §4º Em nenhuma hipótese os Centros Socioeducativos e
para realização de atendimento técnicoadequado. Unidades de Recepção, receberão adolescentes ou
jovens encaminhados com a apresentação de mandado
Art. 17. É obrigatória a realização de exame corpo de de busca e apreensão fora do prazo estabelecido no Art.
delito no adolescente ou jovem antes de seu ingresso 47 da Lei nº 12.594/2012.
nos Centros Socioeducativos e Unidade de Recepção.
CAPÍTULO VIII
Art. 18. Em conformidade com inciso I da Resolução
367/2021 do Conselho Nacional de Justiça, fica DA TRANSFERÊNCIA INTERNA
estipulado o prazo máximo de 05 (cinco) dias, contados Art. 21. Compreende-se como transferências internas, as
a partir da data em que for comunicada à autoridade
transferências realizadas entre Centros Socioeducativos
judiciária a existência de vaga, para o ingresso do
geridos pela Superintendência do Sistema Estadual de
adolescente ou jovem na unidade indicada.
Atendimento Socioeducativo (Seas), ou seja, entre os
Parágrafo Único. Caso o ingresso não seja realizado no Centros Socioeducativos do Estado do Ceará.
prazo previsto no caput deste artigo, a vaga poderá ser Art. 22. É de competência da Central de Regulação de
disponibilizada pela Central de Regulação de Vagas para
Vagas e da Coordenação da Rede Socioeducativa a
outra autoridade solicitante, ou para a mesma deliberação sobre transferências de jovens entre os
autoridade, desde que seja encaminhada nova Centros Socioeducativos do Estado do Ceará.
solicitação de vaga.
§1º Cabe à Central de Regulação de Vagas comunicar a
CAPÍTULO VI
autoridade judiciária responsável pela execução da
DOS CRITÉRIOS PARA DEFINIÇÃO DO CENTRO medida socioeducativa, em até 02 (dois) dias úteis, sobre
SOCIOEDUCATIVO a transferência do socioeducando.

Art. 19. Para a definição do Centro Socioeducativo no §2º Em caráter excepcional, visando resguardar a
qual se dará o ingresso do adolescente, a Central de incolumidade do socioeducando, poderá ser realizada a
Regulação de Vagas (CRV) observará o que dispõe o transferência entre Centros Socioeducativos de cidades
inciso VI, Art. 124 c/c Art. 125 da Lei nº 8.069/90. distintas, devendo a Central de Regulação de Vagas, no
prazo de 01 (um) dia útil, justificar, por meio de ofício à
CAPÍTULO VII autoridade judiciária responsável pela execução da
medida socioeducativa, bem como realizar a articulação
DO CUMPRIMENTO DE MANDADO DE BUSCA E
necessária para regularizar a situação processual do
APREENSÃO
socioeducando, no prazo máximo de 05 (cinco) dias
Art. 20. O mandado de busca e apreensão deverá ser úteis.
cumprido pela autoridade policial na forma estabelecida
§3º As transferências internas que alteram o local do
no respectivo mandado pela autoridade judiciária
competente. cumprimento da medida quanto ao município, e que,
portanto, alteram necessariamente a Vara Judiciária
§1º Os jovens e adolescentes apreendidos por força de competente pela execução da medida socioeducativa,
mandado de busca e apreensão, oriundos das Varas da deverão ser articuladas com o Poder Judiciário.
Infância de Fortaleza, deverão ser apresentados pela
Art. 23. A transferência entre unidades socioeducativas
autoridade policial à autoridade judiciária competente, na
será excepcional e devidamente fundamentada no Plano
forma estabelecida no caput deste artigo, salvo se seu
Individual de Atendimento (PIA),
cumprimento se der fora do expediente forense.
podendo ocorrer nas seguintes hipóteses:
§2º Na capital cearense, nos casos em que o
cumprimento de mandado de busca e apreensão se der I – gerenciamento de crises ou emergências identificadas
fora do expediente forense, deverá a autoridade= policial pelas equipes da unidade, tais como risco iminente de
encaminhar o jovem ou adolescente à Unidade de morte do adolescente ou à sua integridade física, motins
Recepção, mediante apresentação de, pelos menos, e rebeliões, mediante comunicação à autoridade
ofício de encaminhamento assinado pelo Delegado de judiciária;
Polícia competente, cópias do mandado de busca e
II – por solicitação do adolescente ou responsável legal, §1º A comunicação prevista no caput deste artigo não
decorrente de mudança de domicílio que implique exclui a obrigatoriedade de comunicação à autoridade
alteração de competência, comunicando- se judiciária competente, que também deverá ser realizada
imediatamente, o sistema de justiça, nos autos do pela Direção do Centro Socioeducativo.
processo de conhecimento ou de execução para que se
promova avaliação da necessidade de eventual §2º Não sendo possível a realização da comunicação
delegação de execução da medida imposta. mediante imediata, deverá ser observado o prazo máximo de 1
decisão judicial, ouvidos o Ministério Público, defesa e a (um) dia útil.
Seas;
CAPÍTULO XI
III – para adequação à capacidade de ocupação da
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
unidade, nos termos do inciso III do artigo anterior,
mediante decisão judicial, ouvidos o Ministério Público e Art. 27. Os Centros Socioeducativos devem encaminhar
a defesa. para a Central de Regulação de Vagas (CRV),
diariamente e preferencialmente até as 9 (nove) horas,
§ 1º. A transferência entre unidades não poderá ser através de correio eletrônico, a relação nominal e
utilizada como sanção disciplinar. atualizada dos socioeducandos, inclusive relacionando
§ 2º. A transferência para fins de gerenciamento de crise todos os socioeducandos desligados, seja por evasão,
ou emergência dar-se-á de forma excepcional e transferência, decisão judicial, falecidos ou outras
subsidiária, quando todas as tentativas de adesão à hipóteses de desligamento.
medida socioeducativa tiverem sido esgotadas pela Art. 23. A inobservância das normas constantes desta
gestão do Sistema Estadual de Atendimento Portaria poderá implicar aos servidores ou colaboradores
Socioeducativo, e perdurará pelo tempo estritamente deste órgão a responsabilização nas esferas cível,
necessário à superação da crise ou situação de administrativa e penal pelo exercício irregular de suas
emergência que a justificou. atribuições, quando resultar em prejuízo ao erário ou a
§ 3º. Recebida a comunicação sobre transferência terceiros.
realizada na hipótese do inciso I, o juiz intimará o Art. 24. Esta Portaria entra em vigor na data de sua
Ministério Público e a defesa para ciência e publicação.
manifestação.
Art. 25. Revogam-se as disposições em contrário.
§ 4º. Em qualquer hipótese, a transferência entre
unidades socioeducativas deverá respeitar o percentual
de 100% da taxa de ocupação dos estabelecimentos
socioeducativos envolvidos.

CAPÍTULO IX

DA TRANSFERÊNCIA EXTERNA

Art. 24. Compreende-se como Transferências Externas


as transferências entre Centros Socioeducativos
administrados por órgãos diferentes, que envolvem,
portanto, unidades federativas distintas.

Art. 25. É indispensável a autorização prévia do Poder


Judiciário para realização de transferências externas.

CAPÍTULO X

DO DESLIGAMENTO FUGA E EVASÃO

Art. 26. Nos casos de desligamento, fuga ou evasão de


jovens e adolescentes, em quaisquer programas de
medidas socioeducativas mantidos pela

Superintendência do Sistema Estadual de Atendimento


Socioeducativo (Seas), a Direção do Centro
Socioeducativo que se encontrava com a guarda do
adolescente deverá comunicar imediatamente a Central
de Regulação de Vagas.
com o sexo atribuído no nascimento, como Homens
Trans e as Mulheres Transexuais/Travestis;
PORTARIA Nº021/2022. CONSIDERANDO o nome social como a designação
pela qual mulheres transexuais/travestis e homens trans
ESTABELECE PARÂMETROS DE ACOLHIMENTO E se identificam e são socialmente reconhecidas/os;
ATENDIMENTO A LÉSBICAS, GAYS, BISSEXUAIS,
TRAVESTIS, TRANSEXUAIS, QUEER, INTERSEXO, CONSIDERANDO a orientação sexual como a maneira
ASSEXUAL, PANSEXUAL E OUTROS GRUPOS DE como uma pessoa sente atração e/ou se relaciona
VARIAÇÕES (LGBTQIAP+) NO ÂMBITO DA emocional, afetiva ou sexualmente com o outro, que a
SUPERINTENDÊNCIA DO SISTEMA ESTADUAL DE orientação sexual é para onde o nosso desejo está
ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO DO CEARÁ. direcionado e que não é estática e pode se modificar ao
longo da vida, e que a homossexualidade, a
O SUPERINTENDENTE DO SISTEMA ESTADUAL DE heterossexualidade e a bissexualidade são exemplos de
ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO, no uso de suas orientação sexual;
atribuições legais e
CONSIDERANDO a LGBTfobia como a rejeição, o medo,
CONSIDERANDO o disposto na Constituição Federal, o preconceito, a discriminação, a aversão ou o ódio, e a
em especial no artigo 5º, incisos III, XLI, XLVII, XLVIII e violência de conteúdo individual ou coletivo contra
XLIX; CONSIDERANDO a Declaração Universal dos lésbicas, gays, bissexuais, mulheres
Direitos Humanos, a Convenção Americana de Direitos transexuais/travestis e homens trans. Atuando, ainda,
Humanos (Pacto de San José da Costa Rica), a como uma forma específica de sexismo, o
Convenção contra a Tortura e Outras Penas ou comportamento LGBTfóbico, hostiliza e rejeita todas(os)
Tratamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes e seu aquelas(es) que não se conformam com o papel de
Protocolo Facultativo, as Regras Mínimas das Nações gênero predeterminado socioculturalmente para o seu
Unidas para o tratamento de presos, as dito sexo biológico. Trata-se, portanto, de uma
construção social que consiste numa permanente
Regras das Nações Unidas para o tratamento de
promoção de apenas uma forma de sexualidade
mulheres presas e medidas não privativas de liberdade
(heterossexual) e de uma única forma de identidade de
para mulheres infratoras (Regras de Bangkok), e todos
gênero (cisgênero) em detrimento de outras formas de
os outros instrumentos internacionais aplicáveis à
desejo, como o desejo homoafetivo e de outras
matéria, bem como os Princípios de Yogyakarta
construções identitárias de gênero;
(Princípios sobre a aplicação da legislação internacional
de direitos humanos em relação à orientação sexual e CONSIDERANDO o julgamento do STF (Supremo
identidade de gênero); Tribunal Federal) sobre a Ação Direta de
Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) 26 e do
CONSIDERANDO os princípios de direitos humanos
Mandado de Injunção (MI) 4733, de 13 de junho de 2019,
consagrados em documentos e tratados internacionais,
que equipara a homofobia e a transfobia como tipo penal
em especial a Declaração Universal dos Direitos
definido na Lei do Racismo (Lei 7.716/1989);
Humanos (1948), o Pacto Internacional dos Direitos Civis
e Políticos (1966), o Pacto Internacional dos Direitos CONSIDERANDO o Decreto Estadual nº 32.226 de 17
Econômicos, Sociais e Culturais (1966), o Protocolo de de maio de 2017, que dispõe sobre o uso do nome social
São Salvador (1988), a Declaração da Conferência e o reconhecimento da identidade de gênero de pessoas
Mundial contra o Racismo, Discriminação Racial, travestis e transexuais no âmbito da Administração
Xenofobia e Intolerância Correlata (Durban, 2001) e os Pública Estadual Direta e Indireta e dá outras
Princípios de Yogyakarta (2006); providências, e a Lei nº 16.946, de 29 de julho de 2019,
CONSIDERANDO as Conferências Nacionais LGBT que que assegura o direito ao nome social nos serviços
demandam politicas públicas para a população LGBT no públicos e privados no Estado do Ceará, na forma que
âmbito da justiça e segurança pública; define.

CONSIDERANDO o Decreto no 8.727 de 28 de abril de CONSIDERANDO a articulação das ações


2016 que dispõe sobre o uso do nome social e o governamentais para o fortalecimento da proteção e
reconhecimento da identidade de gênero de mulheres promoção dos Direitos Humanos de LGBTQIAP+,
transexuais/travestis e homens trans no âmbito da monitorando e preservando os direitos dos adolescentes
administração pública federal; em cumprimento de medida de privação de liberdade nos
Centros Socioeducativos do Estado do Ceará de acordo
CONSIDERANDO a Identidade de Gênero como a com os parâmetros do SINASE e em conjunto com a
dimensão da identidade de uma pessoa que diz respeito Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para a
à forma como esta se relaciona com as representações Promoção LGBT da Secretaria da Proteção Social,
de masculinidade e feminilidade e como isso se traduz Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS).
em sua prática social, sem guardar relação necessária RESOLVE:
Art. 1º Estabelecer os parâmetros de acolhimento de VIII – Assexual: Pessoa que não sente atração sexual por
indivíduos LGBTQIAP+ em cumprimento de medida pessoa de qualquer gênero.
socioeducativa no Sistema Estadual de Atendimento
IX – Pansexual: Pessoa que desenvolve atração física,
Socioeducativo.
amor e desejo sexual por outras pessoas, independente
Parágrafo único. Para efeitos desta Portaria, entende-se de sua identidade de gênero ou sexo biológico.
por LGBTQIAP+ a população composta por lésbicas,
gays, bissexuais, travestis, queer, intersexo, assexuais, Art. 2º A pessoa travesti ou transexual em cumprimento
pansexuais e outros grupos de variações, considerando- de medida socioeducativa tem o direito de ser chamada
se: pelo seu nome social, de acordo com o seu gênero.

I – Lésbica: Mulher (cis ou trans) que é atraída afetiva Parágrafo único. O registro de admissão no Sistema
e/ou sexualmente por pessoas do mesmo sexo/gênero Estadual de Atendimento Socioeducativo deverá conter o
(cis ou trans); nome social.

II – Gay: Homem (cis ou trans) que é atraído afetivo e/ou Art. 3º Deverão ser oferecidos espaços de convivência
sexualmente por pessoas do mesmo sexo/gênero (cis ou aos indivíduos gays em cumprimento de medida
trans); socioeducativa nos Centros Socioeducativos
masculinos, considerando a sua segurança e especial
III – Bissexual: É a pessoa que se relaciona afetiva e vulnerabilidade.
sexualmente com pessoas de ambos os gêneros em
algum período da vida; Parágrafo único. Os espaços para essa população não
devem se destinar à aplicação de medida disciplinar ou
IV - Mulher Travesti: é a pessoa do gênero feminino que, de qualquer método coercitivo, devendo ir ao convívio
embora tenha sido biologicamente designada como comum aos adolescentes.
pertencente ao sexo masculino ao nascer, ao longo da
vida reivindica o reconhecimento social e legal como Art. 4º As pessoas travestis e transexuais masculinas e
mulher pelo princípio da autodeclaração. É também uma femininas devem ser encaminhadas para os Centros
identidade política, haja vista que afirmar-se travesti tem Socioeducativos femininos.
como propósito a ressignificação da identidade de uma
Parágrafo único. Às mulheres travestis e transexuais
população que no passado foi estigmatizada.
deverá ser garantido tratamento isonômico ao das
V- Transexuais: Pessoas que possuem uma identidade demais mulheres do Sistema Estadual de Atendimento
de gênero diferente do sexo/gênero designado no Socioeducativo.
nascimento. As pessoas transexuais podem
Art. 5º Às pessoas travestis ou transexuais em
ou não desejar terapias hormonais ou cirurgias de cumprimento de medida socioeducativa serão facultados
afirmação de gênero, podendo identificar-se como: o uso de roupas femininas ou masculinas, conforme o
gênero, e a manutenção de cabelos compridos, se o tiver,
Mulher transexual: É a pessoa do gênero feminino que garantindo seus caracteres secundários de acordo com
embora tenha sido biologicamente designada como sua identidade de gênero.
pertencente ao sexo/gênero masculino ao nascer,
reivindica o reconhecimento social e legal como mulher Art. 6º É garantida à população LGBTQIAP+ em
pelo princípio da autodeclaração. cumprimento de medida socioeducativa a atenção
integral à saúde, atendidos os parâmetros daPolítica
Homem transexual: É a pessoa do gênero masculino que Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays,
embora tenha sido biologicamente designada como Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT) e da Política
pertencente ao sexo/gênero feminino ao nascer, de Atenção Integral à Saúde dos Adolescentes em
reivindica o reconhecimento social e legal homem pelo Conflito com a Lei, em Regime de Internação e
princípio da autodeclaração. Internação Provisória (PNAISARI).
VI – Queer: Termo ainda não consensual, mas utilizado Parágrafo único. Às Mulheres travestis, transexuais ou
para denominar a pessoa que não se enquadra em homem transexual no Sistema Estadual de Atendimento
nenhuma identidade ou expressão de gênero, Socioeducativo, serão garantidos a manutenção do seu
considerado-se um termo guarda-chuva. A palavra tratamento hormonal e o acompanhamento de saúde
originalmente tem o significado de “estranho” ou específico, sendo necessário estar nos conformes da
“peculiar”, mas nos últimos anos o termo foi resignificado, resolução nº 2.265, de 20 de setembro de 2019, sobre o
passando a ser utilizado na forma de afirmação política cuidado específico com a pessoa transgênero.
das pessoas que reivindicam essa identidade.
Art. 7º A transferência compulsória entre dormitórios e
VII - Intersexo: As pessoas intersexo são aquelas cujo alas ou quaisquer outros castigos ou sanções em razão
corpo varia do padrão de masculino ou feminino da condição de pessoa LGBTQIAP+ são considerados
culturalmente estabelecido. tratamentos desumanos e degradantes.
Art. 8º Será garantido à pessoa LGBTQIAP+, em
igualdade de condições, o acesso e a continuidade da
sua formação educacional e profissional sob a
responsabilidade do Estado.

Art. 9º A SEAS deverá garantir a capacitação continuada


aos profissionais dos Centros Socioeducativos
considerando a perspectiva dos direitos humanos e os
princípios de igualdade e não-discriminação, inclusive
em relação à orientação sexual e identidade de gênero.

Art. 10. O fluxo do atendimento de adolescentes


LGBTQIAP+ no Sistema Socioeducativo do Estado do
Ceará será definido em manual específico a ser
publicado pela SEAS.

Art. 11. Esta Portaria entrará em vigor na data de sua


publicação.
III - Transferências de ala ou casa atividades especiais
PORTARIA N°093/2022 na Unidade;

INSTITUI O REGIME DISCIPLINAR NO SISTEMA IV - Mudança ou criação de procedimentos;


SOCIOEDUCATIVO, DEFININDO NORMAS, ROTINAS
E PROCEDIMENTOS PARA CONSOLIDAÇÃO E V - Transferências e recepção de adolescentes;
PADRONIZAÇÃO DAS AÇÕES DOS CONSELHOS VI - Assuntos relacionados à conduta de
DISCIPLINARES NO ÂMBITO DOS CENTROS funcionários/colaboradores dentro do contexto da
SOCIOEDUCATIVOS DO ESTADO DO CEARÁ. ocorrência, sendo nesses casos, encaminhadas as
O SUPERINTENDENTE DO SISTEMA ESTADUAL DE informações a Corregedoria para apuração de eventuais
ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO do Governo do irregularidades.
Estado do Ceará, no uso de suas competências legais: Art. 3º. O Conselho Disciplinar deve ter a seguinte
CONSIDERANDO as Regras das Nações Unidas para composição, levando-se em conta o Programa
Proteção de Jovens Privados de Liberdade, de 14 de Socioeducativo aplicado:
dezembro de 1990,
I – Diretor e/ou Representante que exerce a função de
da qual o Brasil é signatário; CONSIDERANDO o presidência;
disposto no artigo 125 da Lei Federal n.° 8.069, de 13 de
julho de 1990, Estatuto da Criança e do Adolescente II – Coordenador de Segurança e Coordenador Técnico;
(ECA); CONSIDERANDO o Sistema Nacional de
Atendimento Socioeducativo (Sinase), instituído pela Lei II – 01 (um) representante da equipe de
nº 12.594, de 18 de janeiro de 2012 e as recomendações socioeducadores;
do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e III – Equipe interdisciplinar (demais setores da unidade);
Adolescente (Conanda); CONSIDERANDO em especial
o que preceitua os arts. 71 a 75 da Lei nº 12.594/2012 - IV – 02 (dois) representantes da equipe técnica.
Sinase; CONSIDERANDO a necessidade de garantir a
§ 1º Na impossibilidade de participação dos membros
ordem pública e concretizar o interesse público no âmbito
citados, o Conselho pode deliberar sobre apuração da
dos Centros
falta disciplinar por comissão composta por, no mínimo,
Socioeducativos do Estado do Ceará; CONSIDERANDO 03 (três) integrantes, sendo 01 (um), obrigatoriamente,
que é dever do Estado zelar pela integridade física e oriundo da Equipe Técnica.
mental dos internos, cabendo-lhe adotar as medidas
§ 2º Nenhum socioeducando/adolescente poderá
adequadas de contenção e segurança, RESOLVE:
desempenhar função ou tarefa de apuração de falta
Art. 1º. Instituir o Regime Disciplinar e a regulamentação disciplinar ou aplicação de medida disciplinar.
dos Conselhos Disciplinares nos Centros
§ 3º Deliberações pertinentes à análise de ocorrências
Socioeducativos, considerando que o Sistema Nacional
disciplinares e aplicação de sanções deverão ser
de Atendimento Socioeducativo (Sinase), em seu art. 71,
tratadas em momento apartado dos demais assuntos,
estabelece que as entidades de atendimento
devendo participar apenas os membros previamente
socioeducativo deverão, em seus respectivos
regimentos, realizar a previsão de regime disciplinar. designados, respeitando-se o disposto no artigo 6º deste
Regimento.
CAPÍTULO I
§ 4º O Conselho Disciplinar não comporta limite máximo
DO CONSELHO DISCIPLINAR de participantes, devendo ser um espaço democrático
com a participação do maior número de profissionais
Art. 2º. O Conselho Disciplinar do Centro Socioeducativo
possível, devendo haver rodízio na participação dos
é a instância deliberativa, de caráter administrativo, profissionais, em especial dos socioeducadores, para
responsável pela análise de ocorrências, sugestão de que todos possam participar.
sanções, orientações relativas ao comportamento do
adolescente e resolução de questões pertinentes à Art. 4º. O Conselho Disciplinar possibilitará ao
dinâmica institucional. adolescente o direito ao contraditório e ampla defesa, em
qualquer fase do procedimento administrativo, podendo
Parágrafo único. Cabe ainda ao Conselho Disciplinar
ser acompanhado por advogado designado pela família,
analisar questões pertinentes a: ou advogado nomeado.
I - Medidas disciplinares;
§1º No caso de transgressão disciplinar de natureza
II - Integração dos adolescentes em recepção para a grave, para garantia do direito à ampla defesa e ao
escolha da ala ou casa de convivência; contraditório, a Direção da Unidade comunicará, no
prazo de 24 (vinte e quatro) horas, o procedimento
disciplinar, enviando cópia integral, ao defensor público
ou ao advogado constituído pela família, para ciência e III. Pós-Círculo: Objetiva acompanhar as ações
adoção das medidas cabíveis. pactuadas durante o círculo. Ao final deve ser informado
ao Conselho Disciplinar sobre a conclusão para o
§ 2º O adolescente será acompanhado por 01 (um) arquivamento do caso.
socioeducador e 01 (um) profissional da equipe técnica,
que levarão em consideração as circunstâncias Parágrafo único: as práticas restaurativas são
atenuantes e/ou agravantes dispostas nesse Regimento, metodologias de autocomposição de conflitos próprias da
e que farão o papel de Defesa Técnica administrativa na Justiça Restaurativa que contribuem para o cumprimento
garantia do contraditório e ampla defesa. dos objetivos das medidas socioeducativas, fortalecendo
práticas de responsabilização, que favoreçam a
§3º Para apuração e elucidação dos fatos, o Conselho reprovação da conduta infracional, promovam atenção às
Disciplinar poderá arrolar testemunhas, seja por iniciativa necessidades das vítimas, à reparação de danos e à
de membro do conselho e/ou por solicitação do reintegração social do adolescente.
socioeducando ou responsável legal.
CAPÍTULO III
Art. 5º. O profissional que encaminhar adolescente ao
Conselho Disciplinar ou estiver envolvido na ocorrência DAS FALTAS DISCIPLINARES
não poderá participar da reunião referente ao caso.
Art. 10. Falta disciplinar é a conduta que coloca em risco
Art. 6º. A participação como membro do Conselho a segurança, a disciplina e a ordem no Centro
Disciplinar é parte integrante das atribuições dos Socioeducativo, assim reconhecida e tipificada conforme
profissionais da unidade e não gerará nenhum este Regimento.

benefício pecuniário, financeiro ou complementar. §1º As faltas disciplinares são de natureza leve, média ou
grave.
Art. 7º. O Conselho Disciplinar será organizado de
acordo com as peculiaridades de cada unidade, devendo Art. 11. São faltas disciplinares de natureza leve:
ter regularidade de reuniões ao menos semanais ou
I - Possuir, portar ou utilizar objetos e/ou valores não
quando solicitado pela direção da unidade.
concedidos ou não autorizados pela unidade;
CAPÍTULO II
II - Desperdiçar ou usar indevidamente materiais
DAS PRÁTICAS RESTAURATIVAS fornecidos pelo Estado;

Art. 8º. O Conselho Disciplinar é responsável por III - Entregar correspondência, bilhete ou similar, sem o
encaminhar os casos de faltas disciplinares à prática conhecimento e autorização dos profissionais da
restaurativa, verificando sua aplicabilidade. unidade;

§1°. Será utilizada preferencialmente a prática de IV - Descumprir, injustificadamente, os horários


Círculos Restaurativos como resolução de conflitos para estabelecidos para o funcionamento interno da unidade;
os casos de faltas disciplinares leves e médias. V - Recusar-se, sem justificativa cabível e autorização, a
§2°. Ao priorizar as práticas restaurativas diante das participar ou se ausentar de atividades de escolarização
e profissionalização já iniciadas;
faltas disciplinares de natureza leve e média o Conselho
Disciplinar deverá suspender o procedimento de VI - Recusar-se a se deslocar de uma atividade a outra
apuração e encaminhar aos facilitadores responsáveis. para atender ao previsto no agendamento das atividades
Quando a prática restaurativa não obtiver êxito deverá da unidade;
retornar ao procedimento ordinário.
VII - Obstruir a visão do alojamento;
Art. 9°. Quando a prática restaurativa envolver resolução
de conflitos, o programa restaurativo será realizado em VIII - Desobedecer às normas de circulação e trânsito
03 (três) etapas, com a definição do facilitador e sempre interno;
que possível do co-facilitador, conforme a seguir:
IX - Deixar de trocar as roupas de cama e toalhas ou não
I. Pré-Círculo: são procedimentos restaurativos devolvê-las, no prazo estabelecido pelo cronograma da
realizados individualmente com os participantes. Tem unidade;
como objetivo, preparar os envolvidos para o encontro no
X - Manusear equipamentos e materiais sem
círculo, verificar a voluntariedade e a segurança para a
autorização;
realização da prática restaurativa;
XI - Trocar ou doar dentro da unidade, objeto lícito que
II. Círculos Restaurativos: Trata-se do encontro entre
lhe pertença;
todos os participantes em círculo, a fim de construir os
acordos restaurativos voltados para a responsabilização
e reparação de danos;
XII - Furtar objetos que não ofereçam risco a integridade §4º Devem ser avaliadas as atas anteriores para verificar
física de outrem; a reiteração de faltas leves/médias/graves.
XIV - Induzir ou instigar pessoa a praticar falta disciplinar Art. 13. São faltas disciplinares de natureza média:
de natureza leve.
I - Adentrar em dormitório alheio e causar tumulto;
XV - Comunicar-se com visitantes de outros
adolescentes sem a devida autorização; II - Impedir ou perturbar a realização de atividades
socioeducativas dentro ou fora da unidade, bem como o
XVI - Comunicar-se com adolescentes ou entregar aos repouso;
mesmos quaisquer objetos que não ofereça riscos a
integridade física de outrem, sem autorização; III - Vender, dentro da unidade, objeto lícito que lhe
pertença;
XVII - Entrar em dormitório/alojamento alheio sem
autorização; IV - Trocar de dormitório sem autorização;

XVIII - Recusar a entrar ou sair de dormitório/alojamento V - Danificar roupas ou objetos de outrem, fornecidos
quando solicitado; pela unidade ou familiares;

XIX - Ter a posse de papéis, lápis, canetas, pincéis, VI - Atrasar-se, sem justa causa, no retorno à unidade,
pendrive, fitas adesivas, documentos, objetos, valores ou no caso de saída autorizada;
qualquer outro material pedagógico não concedido ou VII - Dificultar ou recusar-se a submeter-se à revista
não autorizado pela Unidade; pessoal, de seu dormitório, bens ou pertences;
XX - Estar indevidamente trajado; VIII - Fazer uso de medicação prescrita para outro
XXI - Recusar-se a ingerir medicamento prescrito, de uso adolescente, socioeducando ou fornecer sua medicação
controlado, sem justificativa. para outro adolescente;

XXII - Ficar nos portões e janelas durante as atividades IX - Sair para qualquer atividade externa e desviar-se de
pedagógicas, interrompendo o prosseguimento da seu percurso ou separar-se sem autorização, quando
atividade; acompanhado ou não de um funcionário da unidade;

XXIII - Trocar ou doar refeição entre os adolescentes XI - Tentar fugir ou facilitar fuga sem êxito de outrem da
após ela ser servida. unidade sem ameaça ou violência;

Art. 12. São medidas disciplinares aplicáveis em caso de XII - Danificar bens e materiais fornecidos pelo Estado;
transgressões leves: XIV - Tentar provocar incêndio;
I - Advertência verbal; XV - Praticar lesão corporal leve;
II - Advertência escrita, assinada pelo adolescente e/ou XVI - Induzir ou instigar pessoa a praticar falta disciplinar
02 (duas) testemunhas, e arquivada ao seu prontuário; de natureza média;
III - Suspensão da prática recreativa e de lazer pelo prazo XVII - Cometimento reiterado de infrações de natureza
de até 02 (dois) dias; leve;
IV - Suspensão da prática esportiva pelo prazo de até 03 XVIII - Atuar de maneira inconveniente, apresentando
(três) dias; comportamentos inadequados, frente às autoridades,
V - Privação de produtos autorizados a entrar em dias de funcionários e internos;
visita. XIX - Portar material cuja posse seja proibida pela
§ 1º Caso necessária a aplicação conjunta de mais de unidade e que não ofereça riscos para os demais (ex:
um inciso, deve ser obedecido o limite de 03 (três) incisos pavio, lixa de fósforo, fumo);
e ser respeitada a particularidade da transgressão. XX - Desviar, ocultar ou utilizar indevidamente objetos
§ 2º As medidas previstas neste artigo podem ser cuja guarda lhe tenha sido confiada;
cumulativas ou substituídas por outras de natureza XXI - Simular doença para eximir-se de seus deveres ou
pedagógica e/ou educativas, devendo ser avaliadas pelo para obtenção de vantagem;
Conselho Disciplinar.
XXII - Provocar perturbações com batidas de grades,
§3º Todas as medidas disciplinares devem ser aplicadas ruídos, vozeirão ou vaias;
por escrito, assinadas e arquivadas no prontuário do
socioeducando, afixadas em local visível para XXIII - Riscar paredes dos alojamentos, dormitórios,
conhecimento dos socioeducadores. salas de aula e/ou qualquer outro espaço;
XXIV - Produzir, com material permitido ou não, objetos VII - Fabricar, guardar, portar ou fornecer objeto
que referenciem armas ou organizações criminosas. destinado à fuga;

Art. 14. São Medidas Disciplinares aplicáveis ao VIII - Fabricar, guardar, portar ou fornecer objetos que
adolescente que comete transgressões médias: possam ser utilizados para intimidar ou ferir pessoas;

I - Advertência escrita, assinada pelo adolescente e/ou IX - Induzir ou instigar pessoa a praticar falta disciplinar
duas testemunhas, e arquivada ao seu prontuário; de natureza grave;

II - Suspensão da prática recreativa e de lazer pelo prazo X - Provocar autolesão para imputar responsabilidade à
de até 03 (três) dias; outra pessoa, com o intuito de induzir as autoridades a
erro;
III - Suspensão da prática esportiva pelo prazo de até
cinco dias; XII - Estabelecer relação de exploração física ou de
trabalho com outro adolescente, mediante violência ou
IV - Privação de produtos autorizados a entrar em dias grave ameaça;
de visita;
XIII - Evadir-se durante atividades externas e saídas
V - Retratação verbal à pessoa ofendida; temporárias;
VI - Restrição do adolescente ao dormitório por no XIV - Roubar/furtar ou extorquir qualquer objeto;
máximo 05 (cinco) dias;
XV - Receber objetos ilícitos;
VII - Reparação do dano.
XVI - Cometimento reiterado de infrações de natureza
§ 1º Caso necessária a aplicação conjunta de mais de média;
um inciso, deve ser obedecido o limite de 03 (três) incisos
e ser respeitada a particularidade da transgressão. XVII - Cometer homicídios;

§ 2º As medidas previstas neste artigo podem ser XVIII - Provocar incêndio;


cumulativas ou substituídas por outras de natureza
XIX - Praticar lesão corporal média e grave;
pedagógica e/ou educativas, devendo ser avaliadas pelo
Conselho Disciplinar. XX - Facilitar fuga de outrem da unidade, utilizando-se de
ameaça ou violência;
§ 3º Todas as medidas disciplinares devem ser aplicadas
por escrito, assinadas e arquivadas no prontuário do XXI - Estabelecer relação sexual com outro adolescente,
socioeducando, afixadas em local visível para mediante violência ou grave ameaça.
conhecimento dos socioeducadores.
XXII - Riscar blusas, paredes, teto, quadros, cadernos,
§4º Devem ser avaliadas as atas anteriores para verificar e/ou qualquer outro objeto com escritos e/ou autolesão,
a reiteração de faltas leves/médias/graves. cabelo ou sobrancelhas e outras menções referenciando
Organizações Criminosas;
Art. 15. São faltas disciplinares de natureza grave:
XXIII - Injuriar, difamar, caluniar, agredir verbalmente ou
I - Incitar ou participar de movimento para subverter a proferir ameaças a adolescentes, funcionários ou
ordem ou a disciplina;
visitantes;
II - Criar e divulgar notícia que perturbem a ordem ou a XXIV - Cantar músicas e/ou fazer orações de
disciplina na unidade; Organizações Criminosas;
III - Furtar objetos utilizados nas atividades ou XXV - Efetuar movimentação para a divisão de
atendimentos de qualquer natureza que possa oferecer adolescentes por Organização Criminosa;
risco para si ou para outrem;
XXVI - Arremessar líquidos ou sólidos (urina, água, fezes,
IV - Retornar à unidade com sintomas de uso de drogas cuspe, etc) em funcionários ou demais adolescentes;
ou álcool e/ou apresentar sinais e/ou sintomas do
consumo da droga ou álcool; XXVII - Fazer reféns;
V - Receber, fabricar, portar, ter, consumir, fornecer ou XXVIII - Praticar ato obsceno com a exposição das partes
concorrer para que haja na unidade bebida alcoólica ou íntimas quando estiver em áreas coletivas, junto a outros
substâncias que possam causar reações adversas às adolescentes ou qualquer membro da equipe técnica e
normas de conduta, dependência física ou psíquica; socioeducadores na unidade;
VI - Portar, usar, possuir ou fornecer aparelho telefônico XXX - Ter comportamento de natureza ofensiva que
celular ou outros meios de comunicação não autorizados; importune ou perturbe profissionais ou outros
socioeducandos de forma repetitiva (bullying,
piadas, trocadilhos, sons, assobios, atitudes de cunho II - A medida disciplinar não pode interromper a
sexual, convites, insinuações, etc); escolarização, atendimento técnico, atendimento à
saúde, visita familiar, direito de peticionar, direito de
XXXI - Praticar ato infracional não previsto no regimento, avistar-se com o defensor e de corresponder-se com
sem prejuízo do processo judicial. familiares;
Art. 16. São medidas disciplinares aplicadas a quem III - Em caso de falta grave, com encaminhamento à ala
comete transgressões graves: de medida disciplinar, devidamente fundamentado pelo
I - Suspensão da prática recreativa e de lazer pelo prazo Conselho Disciplinar, poderá, excepcionalmente, haver a
de até 07 (sete) dias; restrição das atividades de escolarização;

II - Suspensão da prática esportiva pelo prazo de até 07 III - O ato de indisciplina de natureza leve pode ter a
(sete) dias; medida substituída pela advertência escrita e a
realização de círculos restaurativos;
III - Privação de produtos autorizados a entrar em dias de
visita; IV - A medida disciplinar é independente da
responsabilidade civil ou penal que advenha o ato
IV - Restrição do Tempo de Visita e Visita Monitorada; cometido;
V - Restrição do adolescente ao dormitório por no V - Nenhum adolescente poderá receber tratamento mais
máximo 07 (sete) dias, com possibilidade de gravoso do que o conferido ao adulto;
encaminhamento a ala de medida disciplinar;
VI - Aplicam-se à medida disciplinar os princípios da
V - Comunicação ao Poder Judiciário com pedido de brevidade, proporcionalidade, excepcionalidade,
audiência de advertência; condição peculiar de pessoa em desenvolvimento e
fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários no
VI - Reparação do dano.
processo socioeducativo;
§ 1º Caso necessária a aplicação conjunta de mais de VII - A medida disciplinar será individualizada
um inciso, deve ser obedecido o limite de 03 (três) incisos considerando-se a idade, a capacidade e as
e ser respeitada a particularidade da transgressão. circunstâncias pessoais do adolescente para cumpri-la;
§ 2º As medidas previstas neste artigo podem ser VIII - Não se aplicará medida disciplinar ao adolescente
cumulativas ou substituídas por outras de natureza que tenha praticado a falta por coação irresistível,
pedagógica e/ou educativas, devendo ser avaliadas pelo legítima defesa própria ou de terceiros;
Conselho Disciplinar.
IX - É vedada a aplicação de isolamento como medida
§ 3º Todas as medidas disciplinares devem ser aplicadas disciplinar, podendo ser aplicado de forma cautelar
por escrito, assinadas e arquivadas no prontuário do quando imprescindível para a garantia da segurança de
socioeducando, afixadas em local visível para outros internos ou do próprio adolescente, sendo
conhecimento dos socioeducadores. necessária ainda comunicação ao defensor, ao Ministério
Público e à autoridade judiciária em até 24 (vinte e
§ 4º Devem ser avaliadas as atas anteriores para verificar
quatro) horas;
a reiteração de faltas leves/médias/graves.
X - É vedada a aplicação de medida disciplinar coletiva,
CAPÍTULO IV
ainda que a infração seja em grupo, devendo-se sempre
DOS PROCEDIMENTOS avaliar de forma individualizada, responsabilizando cada
integrante segundo o seu grau de participação e de forma
Art. 17. No curso da execução da medida socioeducativa, proporcional ao aspecto pedagógico da medida
o adolescente que cometer falta disciplinar, assim socioeducativa de responsabilização pelo ato praticado;
reconhecida e tipificada conforme este Regimento
Disciplinar, sujeitar-se-á ao Conselho Disciplinar, XI - A toda medida disciplinar deverá corresponder uma
observadas as seguintes diretrizes: ou mais intervenções técnicas com o adolescente e sua
família, devendo atender:
I - Todas as medidas e procedimentos disciplinares
devem contribuir para a segurança e bom andamento da a) a compatibilidade com a capacidade de entendimento
vida institucional, ser compatíveis com o respeito à do adolescente, promovendo a sua reflexão a partir da
dignidade humana, objetivos e fundamentos análise das consequências do seu ato para o
pedagógicos da medida socioeducativa, além de infundir desenvolvimento do Plano Individual de Atendimento -
no adolescente o sentimento de justiça e de respeito por PIA, salvaguardando o bom andamento de toda a
si mesmo e pelos direitos fundamentais de toda pessoa; Unidade;
b) a ata de registro da intervenção técnica com o I - A reincidência em falta disciplinar;
adolescente e seu representante familiar deverá conter
as orientações técnicas, compromissos que foram II - A prática da falta com abuso de confiança ou mediante
estabelecidos para cada uma das partes, prazos, nomes dissimulação, traição ou emboscada;
completos e as respectivas assinaturas, dentre outras III - A participação de 02 (dois) ou mais adolescentes no
informações pertinentes. fato;
XII - Os documentos relativos à intervenção técnica são IV - O emprego de arma de fogo, material perfurante,
parte integrante do processo administrativo, podendo ser cortante, contundente ou inflamável, ou outro meio
acessado pelas partes legalmente interessadas, insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo
devendo ser resguardada a ética profissional de cada comum;
área de atuação e o sigilo das informações.
V - A condição de fazer pessoa de refém;
Art. 18. Sempre que possível, utilizar-se-á, como forma
de responsabilização pela falta disciplinar, a prática de VI - A identificação como líder da ação indisciplinar,
justiça restaurativa, círculos restaurativos e círculos de mediante promoção, organização ou cooperação no
paz com a coparticipação do adolescente no processo de cometimento de falta disciplinar ou quando dirige,
aplicação, da família e representantes da comunidade comanda ou por qualquer forma lidera a atividade dos
socioeducativa. Nesses casos, a prática restaurativa não demais participantes;
deve ser cumulada com a medida disciplinar ou
VII - A percepção de motivo fútil ou torpe ou para facilitar
associada à restrição de atividades.
ou assegurar a execução, ocultação, impunidade, ou
Art. 19. Na aplicação da medida disciplinar devem-se vantagem em outa falta disciplinar;
observar os seguintes critérios:
VIII - A apresentação de estar sob o efeito de substância
I – Aplicação inicial de medida mínima em relação à psicoativa;
natureza da falta disciplinar;
IX - A instigação ou determinação de cometimento de
II - Havendo motivo fundado, aplica-se agravante; falta a pessoa não punível em virtude da condição ou
qualidade pessoal;
III - Existindo motivo que reduza a duração da medida,
deve-se aplicar a causa atenuante; X - A execução de falta disciplinar, ou participação,
mediante pagamento ou promessa de recompensa;
IV - Comunicação ao socioeducando da deliberação do
Conselho Disciplinar. XI - A continuidade na execução da falta, após ter o
adolescente sido advertido;
Art. 20. É assegurado ao adolescente o direito ao
contraditório e à ampla defesa. XII - A coação ou indução de outros adolescentes à
execução de falta.
§ 1º No caso de transgressão disciplinar de natureza
grave, a Direção da Unidade comunicará, no prazo de 24 Parágrafo Único. O rol de causas agravantes é taxativo
(vinte e quatro) horas, o procedimento disciplinar, e a aplicação de qualquer delas deve ser fundamentada.
enviando cópia integral, ao defensor público ou ao
Art. 24. As causas atenuantes, quando existentes, devem
advogado constituído pela família, para ciência e adoção
ser valoradas de forma a mitigar a gravidade abstrata da
das medidas cabíveis
falta atribuída ao adolescente.
§ 2º Haverá Defesa Técnica administrativa que será
Parágrafo único. As atenuantes podem ser aplicadas até
realizada por 01 (um) membro da equipe técnica e 01
a medida mínima em relação à natureza da falta
(um) socioeducador.
disciplinar.
§ 3º O socioeducando e/ou responsável legal poderá
Art. 25. Consideram-se causas atenuantes da falta
ainda constituir advogado, caso haja interesse. disciplinar:
Art. 21. Não será aplicada medida disciplinar sem I - A primariedade em falta disciplinar;
expressa e anterior previsão legal ou regulamentar, e o
devido processo administrativo. II - O baixo grau de participação no cometimento da falta;
Art. 22. As causas agravantes podem ser valoradas de III - A assiduidade e o bom aproveitamento nas atividades
forma a exasperar a medida concreta da falta atribuída pedagógicas;
ao adolescente.
IV - A efetiva diminuição das consequências de sua
Art. 23. Consideram-se causas agravantes da falta conduta;
disciplinar:
V - Ter confessado, espontaneamente, a autoria da falta Art. 32. O Conselho Disciplinar se reunirá semanalmente,
ou de ato ignorado ou imputado a outrem; em dia e horário pré definidos pela direção do Centro
Socioeducativo, podendo ocorrer mais de uma vez por
VI – As atitudes que possam vir a minimizar os impactos semana, caso necessário, e decidirá:
negativos de sua ação, incluindo-se o desconhecimento
comprovado das normas da unidade; I – Se os fatos narrados no processo configuram falta e
se ensejam a aplicação de medida disciplinar;
VII - A desistência de prosseguir na execução da
transgressão disciplinar; II – A natureza da falta disciplinar;

VIII - O cumprimento das nas metas do Plano Individual III – Existência de causas agravantes;
de Atendimento (PIA);
IV – Existência de causas atenuantes;
IX - Ter cometido a falta disciplinar sob coação, ou em
cumprimento de ordem, ou sob influência de violenta V – Determinar a duração da medida disciplinar;
emoção provocada por ato injusto de terceira pessoa. VI – Especificar o que será atingido pela medida
Parágrafo único. A aplicação das causas atenuantes disciplinar;
deve ser fundamentada. VII – Determinar quais as intervenções a serem
Art. 26. O servidor que presenciar ou souber, por realizadas pela equipe técnica com o adolescente e sua
qualquer forma ou meio, de fato que possa configurar família;
falta disciplinar, deve elaborar comunicado que conterá o VIII – Marcar o prazo para que a equipe técnica devolva
seguinte: os autos ao presidente do Conselho Disciplinar com
I – o nome do adolescente; relatório técnico da execução da sanção disciplinar.

II – o local e a hora do fato; Parágrafo único. Em sendo deliberado pelo Conselho


Disciplinar a permanência do adolescente em dormitório,
III – a descrição do fato; com a observância à manutenção das atividades
obrigatórias, bem como às demais medidas regimentais
IV – o nome completo e assinatura do servidor que o previstas, na execução da aplicação, deverá a equipe
elaborou; multiprofissional:
V – caso haja testemunhas, poderá ser convocado o rol a) descrever todas as intervenções realizadas com o
máximo de 03 (três). adolescente e sua família, os serviços utilizados e as
Art. 27. O comunicado deve ser entregue à Direção que ações realizadas, os nomes de todos os servidores que
decidirá junto ao Conselho Disciplinar, em acordo com a contribuíram para a execução da medida disciplinar, e
equipe técnica e coordenadores de outras informações reputadas relevantes;

segurança, de imediato e fundamentadamente quanto à b) elaborar relatório técnico multiprofissional conclusivo


transferência para ala de medida disciplinar, como em relação ao atingimento total ou parcial dos objetivos
Medida Cautelar para garantir a integridade física dos da medida disciplinar;
internos, preservando-se todos os seus direitos. c) o relatório técnico multiprofissional deve ser
Art. 28. Verificando que o caso se configura como falta obrigatoriamente datado e assinado pelo técnico
disciplinar, deve-se instaurar procedimento para responsável pela condução das intervenções e pelos
apuração do Conselho Disciplinar. demais servidores que participaram dos trabalhos.
Art. 29. As deliberações das oitivas para apuração e Art. 33. É vedado ao Conselho Disciplinar o registro
eventual aplicação de medida disciplinar não devem ser coletivo de processos disciplinares, sendo obrigatória a
superiores a 07 (sete) dias, respondendo os membros do individualização de cada um dos processos e das
Conselho Disciplinar por eventual extrapolação desse respectivas decisões.
prazo.
Art. 34. No caso em que mais de um adolescente
Art. 30. Encerrada a instrução do processo disciplinar, os participar do mesmo fato, o processo administrativo será
autos serão enviados à Direção que os submeterá a único, porém, as decisões serão individualizadas em
apreciação e decisão pelo Conselho Disciplinar. relação a cada um dos adolescentes envolvidos.
Art. 31. O Conselho Disciplinar, após a apuração dos Art. 35. Todos os processos disciplinares correrão em
fatos e, portanto, da mensuração do dano causado pelo sigilo, sendo vedada a divulgação parcial ou total de
adolescente, deverá priorizar a adoção de medidas quaisquer peças que os compõem, excetuando-se o
restaurativas, quando cabíveis, deliberando-se sobre a adolescente, seus familiares, Judiciário, Ministério
melhor resposta para o caso. Público e Defensor Público.
Parágrafo único. As informações obtidas durante todos Art. 40. Na hipótese de necessidade de transferência do
os procedimentos restaurativos serão sigilosas, ficando adolescente antes de concluído o processo disciplinar,
seu conhecimento restrito às pessoas diretamente qualquer que seja o motivo, caberá à unidade de origem
envolvidas em cada etapa do processo. Da mesma realizar a oitiva do adolescente antes de transferi-lo.
forma, não podem ser usadas como prova no
procedimento disciplinar. A única informação a ser § 1º Ocorrendo a hipótese prevista no caput, o processo
compartilhada com o Conselho Disciplinar será o acordo disciplinar será concluído pela unidade onde aconteceu
elaborado em resposta a falta disciplinar. a falta disciplinar.

Art. 36. Eventuais documentos de controle, § 2º Concluído o processo disciplinar, o Diretor da


especialmente aqueles que contenham os nomes dos unidade encaminhará cópia dos autos para o Diretor da
adolescentes e os prazos de duração da medida unidade onde o adolescente estiver internado, a fim de
disciplinar devem ser mantidos pelo Diretor, e seu acesso que seja executada a medida imposta.
será restrito às partes, Judiciário, Ministério Público,
§ 3º A inobservância dos procedimentos estabelecidos no
Defensor Público e aos servidores diretamente
caput e §§ 1º e 2º acarretarão nulidade do processo
envolvidos no trabalho de execução, devendo ser
administrativo e o impedimento de aplicação ou
registrado em livro específico.
execução de qualquer medida contra o adolescente.
Parágrafo único. A Deliberação do Conselho Disciplinar
Art. 41. Na hipótese de ocorrência de falta durante o
será anexada em pasta específica para acesso do
trânsito do adolescente de uma unidade para outra, o
coordenador de segurança e divulgação aos setores da
processo administrativo para apuração dos fatos será
unidade.
realizado pela unidade de destino.
Art. 37. Recebido o relatório, o Diretor o disponibilizará
Parágrafo único. Ocorrendo a hipótese do caput, o
para apreciação, e na primeira reunião do Conselho
comunicado será elaborado pelos servidores e
Disciplinar decidirá:
encaminhado ao Diretor da unidade para a qual o
I – Pela aprovação do relatório, e nesse caso pela adolescente deverá ser transferido, que adotará os
extinção do processo; procedimentos estabelecidos.

II – Pela necessidade de novas intervenções técnicas Art. 42. Da decisão que impôs a medida disciplinar
com o adolescente e sua família, caso em que serão caberá recurso apresentado ao Diretor, obedecendo-se
especificadas individualmente, marcando-se novo prazo ao seguinte:
para que o processo retorne ao Conselho Disciplinar;
I - O adolescente, seu representante familiar ou defensor
III – Na hipótese de novas intervenções técnicas apresentará recurso escrito, no prazo de até 24 (vinte e
referidas no inciso II, não poderá o adolescente ter a quatro) horas após a decisão do Conselho Disciplinar;
medida disciplinar prolongada.
II - A Direção apreciará o recurso, devendo manifestar
Art. 38. Tendo o Conselho Disciplinar considerado parecer fundamentado, no prazo de até 24 (vinte e
satisfatórios os resultados obtidos pela execução da quatro) horas, notificando o adolescente, seu
medida disciplinar, redigirá ata fundamentando representante familiar e seu defensor.

a decisão e mandará arquivar o processo, dando-o por Art. 43. É vedada a aplicação de medida disciplinar de
encerrado, em livro de registro específico para comissão; isolamento a adolescente em cumprimento de medida
socioeducativa de internação e semiliberdade.
Art. 39. Na hipótese de o adolescente ser transferido de
unidade no curso da medida disciplinar, a cópia de todos Parágrafo único. Em caráter excepcional, poderá ser
os documentos produzidos pelo Conselho Disciplinar separado dos demais, pelo prazo estritamente
deve ser enviada à unidade que receberá o adolescente, necessário, imprescindível para a garantia da proteção
e o mesmo deverá continuar cumprindo a medida do interno em caso de risco à sua integridade física, à
disciplinar prevista. sua vida ou à de outrem.

§ 1.º Além dos documentos previstos no caput, uma Art. 44. O adolescente poderá, em caráter excepcional,
declaração firmada pelo Diretor da unidade de origem, ser incluído em medida de convivência protetora, em
que conste expressamente quanto já foi cumprido e local apropriado, sem prejuízo das atividades
quanto ainda falta para o encerramento da medida, deve obrigatórias, quando existir situação de risco à sua
ser juntada aos documentos. integridade física e psicológica ou à vida, que impeça a
permanência com os demais adolescentes, recebendo, o
§ 2.º À falta de quaisquer das peças suprarreferidas, fica mais breve possível, atenção especial da equipe
automaticamente suspensa a continuidade da execução interdisciplinar.
da medida disciplinar imposta.
§ 1º A inclusão poderá ser realizada a requerimento do
adolescente, que expressará os motivos que tornam
necessária a medida, ou por determinação formal do
Diretor da unidade, mediante fundadas informações nos
termos do caput deste artigo.

§ 2º O Diretor, ouvida a equipe técnica, fixará o prazo de


convivência protetora, que não poderá ultrapassar 30
(trinta) dias, e providenciará, de imediato, as medidas
necessárias para a proteção do adolescente, cabendo a
equipe técnica a elaboração de um plano de reinclusão
do adolescente no convívio da unidade de atendimento.

§ 3º Caso não seja possível a transferência ou não exista


solução mais adequada para a proteção do adolescente,
o Diretor poderá, condicionado ao parecer da equipe
técnica, prorrogar o prazo de permanência, enquanto
persistir o risco.

§ 4º O Diretor ou equipe técnica deverá comunicar,


imediatamente, os pais ou responsáveis legais quando
da inclusão do adolescente em medida de convivência
protetora, seu período de duração e eventuais
prorrogações.

§ 5º O Diretor deverá comunicar, em até 24 (vinte e


quatro) horas, por escrito, ao juízo competente, inclusive
para fins de comunicação ao ministério público e ao
defensor do adolescente, a decretação de convivência
protetora, seu período de duração e eventuais
prorrogações.

§ 6º Em casos excepcionais, feriados ou finais de


semana, as comunicações previstas nos § 4º e § 5º serão
realizadas, impreterivelmente, no primeiro dia útil
seguinte.

§ 7º No mesmo prazo do parágrafo 5º, deverá o Diretor


da unidade de atendimento enviar cópia da comunicação
à Central de Regulação de Vagas - CRV e à
Coordenadoria da Rede Socioeducativa, bem como a
Coordenadoria de Diretrizes à Célula de Atenção as
Medidas Socioeducativas da Coordenadoria de Proteção
Social Especial.

Art. 45. Em se tratando de ocorrência de alguma situação


excepcional, que envolva risco para a segurança do
adolescente, a direção da Unidade poderá determinar
medida cautelar, em caráter provisório e protetivo, sem
prejuízo para as atividades socioeducativas, sendo em
todos os casos garantido o direito à visita.

Art. 46. Não haverá recurso administrativo com efeito


suspensivo.

Art. 47. Esta Portaria entra em vigor a partir da data de


sua assinatura
V - Protetores de Canela;

VI - Algemas;
PORTARIA N°136/2022
VII - Lanternas;
INSTITUI A REGULAMENTAÇÃO DOS CRITÉRIOS E
CONDIÇÕES DE USO DE EQUIPAMENTOS DE VIII - Alicate corta cadeado;
PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPIS) PARA PREVENÇÃO IX - Extintor.
DE SITUAÇÕES DE CRISE E CONTROLE DE
DISTÚRBIOS CIVIS NO ÂMBITO DOS CENTROS Art.3º. Os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)
SOCIOEDUCATIVOS DO ESTADO DO CEARÁ. não poderão ficar expostos e deverão ser recolhidos em
sala própria, a qual permanecerá trancada e as chaves
O SUPERINTENDENTE DO SISTEMA ESTADUAL DE confiadas à Direção e ao coordenador de segurança.
ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO do Governo do
Estado do Ceará, no uso de suas competências legais: Art.4º. Os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)
só podem ser usados mediante expressa autorização da
CONSIDERANDO as Regras das Nações Unidas para Direção dentro dos padrões e orientações técnicas,
Proteção de Jovens Privados de Liberdade, de 14 de
sendo restrito às pessoas aptas ao adequado uso do
dezembro de 1990, da qual o Brasil é signatário; equipamento, sendo excepcionalmente autorizado o uso
CONSIDERANDO que é dever do Estado zelar pela pelos Coordenadores de Segurança.
integridade física e mental dos internos, cabendo-lhe
Parágrafo único. Consideram-se pessoas aptas para o
adotar as medidas adequadas de contenção e
uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), os
segurança, conforme disposto no artigo 125 da Lei profissionais devidamente capacitados pelo Núcleo
Federal n.° 8.069/90, Estatuto da Criança e do
Escola de Socioeducação – NUESO da
Adolescente (ECA);
Superintendência do Sistema Estadual de Atendimento
CONSIDERANDO o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo – SEAS, escalados a compor o posto de
Socioeducativo (Sinase), estabelecido pela Lei serviço de Ações de Pronta Resposta – APR.
12.594/2012 e as recomendações do Conselho Nacional
Art.5º. Após uso do Equipamento de Proteção Individual
dos Direitos da Criança e Adolescente (Conanda);
(EPIs), a Direção da Unidade deverá comunicar a
CONSIDERANDO a Portaria n°004/2021-SEAS, que Corregedoria encaminhando relatório das Ações de
institui as regras de segurança preventiva, definindo Pronta Resposta, além de registro em livro de Ocorrência
normas, rotinas e procedimentos operacionais no âmbito do Centro Socioeducativo.
dos Centros Socioeducativos do Estado do Ceará;
Art.6º. Diariamente devem ser escalados 07 (sete)
e CONSIDERANDO a necessidade de garantir a ordem socioeducadores a compor o posto de serviço de Ações
pública e concretizar o interesse público no âmbito dos de Pronta Resposta, na forma que segue:
Centros Socioeducativos do Estado do Ceará;
I - Coordenador;
RESOLVE:
II - Escudeiro;
Art.1º. Instituir a regulamentação dos critérios e
condições de uso de Equipamentos de Proteção III - Escudeiro;
Individual (EPIs), para prevenção de situações de crise e
controle de distúrbios civis no âmbito dos Centros IV - Imobilizador e chaveiro;
Socioeducativos do Estado do Ceará. V - Imobilizador;
CAPÍTULO I – DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO VI - Imobilizador;
INDIVIDUAL (EPIs)
VII - Imobilizador e operador de extintor.
Art.2º. Constituem Equipamentos de Proteção Individual
(EPIs), para prevenção de situações de crise no âmbito §1º. O coordenador de segurança coordenará ou
dos Centros Socioeducativos do designará socioeducador para coordenar as Ações de
Pronta Resposta – APR e designará as funções de cada
Estado do Ceará:
integrante.
I - Capacete;
§2°. O Coordenador de Segurança deverá registrar as
II - Luvas; funções de cada integrante no Livro de Coordenadores
e/ou no documento da escala de posto de serviço.
III - Protetores de Cotovelo;

IV - Escudo;
Art.7°. O coordenador de segurança deverá todos os dias força naquele evento e a força necessária para
conferir o material e repassá-lo a seu substituto que tem superação de seu cenário gerador.
por obrigação conferir, guardar e zelar o equipamento.
Art. 11. Os eventos podem ser classificados como
CAPÍTULO II – DA DEFINIÇÃO DE TERMOS simples, complexo e crítico.
RELATIVOS À GESTÃO DA AMEAÇA À SEGURANÇA
Art. 12. Evento Simples é aquele cuja ameaça à
Art.8°. Para os fins desta Portaria, definem-se os segurança é inferior à capacidade de resposta do(a)
seguintes termos e conceitos relativos à gestão de Coordenador(a) de Segurança e dos Socioeducadores(
ameaças à segurança dos Centros Socioeducativos, as) presentes no plantão.
previstas na Portaria nº004/2021-SEAS.
Parágrafo único. Os elementos que compõem um Evento
Art. 9º. Evento é qualquer ocorrência interna que obstrua Simples são: ameaças verbais; desacatos; agressões
o desenvolvimento regular da rotina de funcionamento do indiretas (atirar comida, chinelo, urina, fezes, água);
Centro Socioeducativo, comprometendo, mediata ou danos ou destruição de materiais pedagógicos ou de
imediatamente, a sua segurança. consumo; tentativa ou destruição de patrimônio, pequeno
dano estrutural; destruição pontual, sem prejuízos no
Parágrafo único. Os elementos que compõem um evento funcionamento do estabelecimento; atentado contra a
são: própria integridade física resultando em escoriações ou
lesões leves; agressão a terceiro sem resultar em lesão;
I - ameaça à integridade física do(s) adolescente(s)
interno(s); inexistência de armas brancas, artefatos cortantes,
perfurantes ou impactantes; ação protagonizada por um
II- ameaça à integridade física dos(as) servidores(as), a três adolescentes.
contratados(as), funcionários(as), colaboradores ou
Art. 13. Evento Complexo é aquele cuja ameaça à
terceiros;
segurança é superior à capacidade de resposta do(a)
III- ameaça ao patrimônio público. coordenador(a) e dos socioeducadores(as) presentes na
Unidade, cuja resolução é possível pela coordenação
Art. 10. A avaliação de um evento é composta pelos dos setores do Centro Socioeducativo e/ou pela atuação
seguintes elementos, assim constituídos: da Direção.
I - Cenário: são os elementos objetivos constituintes de Parágrafo único. Os elementos que compõem um Evento
um evento, destacando-se: os fatos desencadeadores, o Complexo são: todos os elementos do evento simples
grau de articulação e organização dos insurgentes, o que não tenham resolução mediante mera presença ou
perfil da(s) liderança(s), a motivação e o intento, o grau aplicação de advertência verbal; agressão resultando em
de adesão dos demais internos, a existência ou não de lesão corporal média ou grave, sem ameaça à vida;
reféns, as facções existentes, os objetos que possam ser existência de armas brancas; destruição extensa do
usados como arma, o vigor e a agressividade, a patrimônio público, consideráveis danos à estrutura física
intensidade com que os rebelados dominam os espaços do Centro Socioeducativo, prejudicando o funcionamento
físicos da Unidade, a existência ou não de articulação da de um setor; evento restrito a um setor específico,
insurgência com grupos criminosos externos à Unidade; alojamento, ala, setor, quadra, campo, pátio ou solário;
II - Capacidade de Resposta: é o limiar de resolução de ação protagonizada por um grupo restrito de internos,
eventos de cada Centro e é determinada pelo evento não generalizado; existência de refém, sem
conhecimento e domínio da estrutura física da Unidade, flagrante ameaça à vida, sem sevícias, sem uso de
pela capacidade de comando, pela capacidade analítica violência física, com possibilidade de negociação não
em situações de tensão, pelo equilíbrio em situações de especializada; incêndio de pequena proporção passível
alta exigência emocional, pela resistência e prontidão de ser extinto com recursos do Centro Socioeducativo.
física, pelo treinamento em negociação e táticas Art. 14. Evento Crítico é aquele cuja ameaça à segurança
interventivas, pelos equipamentos de segurança é superior à capacidade de resposta de todos os setores
disponibilizados, pela articulação intersetorial da do Centro Socioeducativo, cuja resolução só é alcançada
Unidade e pela existência ou não de planos de com a cooperação do Sistema de Segurança Pública e
contingência, bem como outros fatores que venham de Justiça.
influenciar a qualidade e velocidade da
Parágrafo único. Os elementos que compõem um Evento
resposta da organização; Crítico são: os elementos do Evento Complexo que não
III - Escalonamento da Força: é a medida de força puderam ser solucionados pela
necessária para a resolução de um evento no qual se equipe da Unidade; existência de armas de fogo;
esgotaram os demais meios de dissuasão, sendo destruição extensa do patrimônio público, inutilização de
mensurado pela comparação entre a Capacidade de uma área do Centro Socioeducativo; evento
Resposta da Instituição responsável pela utilização de
disseminado em diversos setores; número de posturas, condutas ou atitudes que objetivem humilhar
insurgentes duas vezes superior ao número de ou degradar os adolescentes;
socioeducadores(as) presentes no estabelecimento;
existência de refém(ns), com flagrante ameaça à vida; II- escalonamento no uso excepcional da força e dos
sevícias contra outros adolescentes ou funcionários(as); instrumentos de coação.
incêndio em grande área, não controlável pelos Art.19. O emprego excepcional da força dentro dos
funcionários; perda de controle de 50% ou mais do Centros Socioeducativos e Centros de Semiliberdade
estabelecimento; morte. deve ser realizada de forma progressiva, respondendo a
Art. 15. A avaliação de cenário e a definição pela cada situação específica com a força equivalente
Coordenação de Segurança, para o acionamento do necessária à resolução do evento.
Grupo de Intervenções Táticas – GIT, é de Art.20. O uso excepcional da força dentro da unidade
responsabilidade do Diretor e excepcionalmente pelo deverá ser autorizada somente pelo Diretor e na
Coordenador de Segurança. ausência deste, pelo coordenador de segurança, sempre
§ 1.º Avaliando ser necessário acionar o Grupo de em ato devidamente fundamentado.
Intervenções Táticas – GIT para atuar no interior da Art.21. Para efeito de uso excepcional de força dentro da
unidade, o Diretor deve contatar o gestor estadual para Unidade de Atendimento Socioeducativo, são
informar a situação e ponderar a decisão. considerados casos excepcionais:
§ 2.º Decidindo-se pelo acionamento da força policial I- quando o recurso a outros métodos de controle menos
deverá o Diretor comunicar o Poder Judiciário, o coercitivos se revelar ineficaz;
Ministério Público e a Defensoria Pública.
II- os casos de legítima defesa e de resistência quando o
CAPÍTULO III – DOS REQUISITOS PARA O USO DOS adolescente oferecer grave ameaça a sua integridade
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL(EPIs) física, à integridade física de terceiros ou ao patrimônio
público;
Art.16. Constituem requisitos para o socioeducador
compor o posto de serviço de Ações de Pronta Resposta III- de tentativa de fuga das unidades de internação;
– APR, para o uso dos Equipamentos de Proteção
Individual (EPIs): IV- caracterização de evento simples ou complexo,
esgotadas todas as possibilidades de diálogo.
I- ter concluído o Curso de Formação para o uso de
Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), ofertado CAPÍTULO V - DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E
pelo Núcleo Escola de Socioeducação - NUESO; TRANSITÓRIAS

II- não possuir processo na Corregedoria; Art. 22. Continuam em vigor as Resoluções e Portarias
expedidas pela SEAS que não conflitem ou que
III- designação do Coordenador de Segurança; complementem as disposições deste instrumento
normativo, em especial a Portaria nº 004/2021-SEAS.
IV- ocorrência de Evento Simples ou Complexo.
Art. 23. O Núcleo Escola de Socioeducação - NUESO,
Art.17. Para o uso dos Equipamentos de Proteção
promoverá capacitações continuadas, debates e cursos
Individual (EPIs), os socioeducadores da Unidade devem
adotar as seguintes providências: aos profissionais para a correta e integral aplicação desta
Portaria.
I- esgotar todas as possibilidades de diálogo;
Art. 24. Constitui anexo desta Portaria, dela fazendo
II- usar os equipamentos excepcionalmente, e somente parte, a Ementa do Curso de Formação para o uso de
durante o tempo estritamente necessário; Equipamentos de Proteção Individual (ANEXO I).

III- o acesso ao local do equipamento deve ser restrito e Art. 25. Os casos omissos neste instrumento normativo
apenas autorizado àqueles que no momento da serão resolvidos pelo Gabinete do Superintendente do
intervenção farão uso do mencionado equipamento. Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo.

CAPÍTULO IV – DOS REQUISITOS PARA O USO


EXCEPCIONAL DA FORÇA

Art.18. Para o uso excepcional da força, quando


esgotadas todas as possibilidades de diálogo, os
socioeducadores da unidade devem adotar as seguintes
providências:

I- usar excepcionalmente a força durante o tempo


estritamente necessário, vedadas em qualquer caso
Considerando os relatórios de inspeção enviados pelo
Sistema de Garantia de Direitos;
Instrução Normativa - IN Considerando as recomendações do Ministério Público

SEAS / 2023 - do Estado do Ceará, notadamente a 78ª Promotoria da


Infância e Juventude de Fortaleza/CE.

Regulamenta o uso de 2

algemas no âmbito do R E S O L V E:

Sistema Socioeducativo 1. Não será admitido o uso de algemas em adolescentes,


salvo quando expedida justificativa escrita e assinada
pelo(a) profissional que efetuou, em excepcionalidade, o
do Estado do Ceará. procedimento de algemação com anuência do(a)
Coordenador(a) de Segurança e/ou pelo(a) Diretor(a) do
A SUPERINTENDÊNCIA DO SISTEMA ESTADUAL DE Centro Socioeducativo.
ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO, no uso de suas
atribuições, considerando a necessidade do contínuo 2. A justificativa do uso de algema deverá conter os
aprimoramento dos procedimentos de segurança nos seguintes dados:
Centros Socioeducativos do Estado do Ceará;
a. Nome e identificação documental do(a) adolescente;
Considerando a Súmula Vinculante n°. 11 do Supremo
Tribunal Federal, aprovada na Sessão Plenária de b. Justificativa pela opção para utilização da algema,
13/08/2008 - Debate de aprovação publicado no DJE 214 sendo:
de 12/11/2008, que estabeleceu os parâmetros para a . 1. Casos de resistência;
utilização de algemas, bem como as hipóteses de sua
utilização conforme o referido precedente obrigatório; .2. Fundado receio de fuga;

Considerando o Decreto nº 8.858, de 26 de setembro de . 3. Perigo à integridade física própria ou alheia;


2016, que regulamentou o disposto no art. 199 da Lei nº
.4. Determinação judicial devidamente
7.210, de 11 de julho de 1984;
fundamentada;
Considerando a necessidade de complementação do
c. Local de permanência/destino do(a) adolescente
procedimento de segurança, utilizado de forma
durante a algemação;
excepcional e proporcional na Portaria nº 004/21, que
institui as regras de Segurança Preventiva, definindo d. Período em que o(a) adolescente permaneceu
normas, rotinas e procedimentos operacionais no âmbito algemado(a);
dos Centro Socioeducativos do Estado do Ceará,
notadamente no Parágrafo Único do Art. 43; e. Histórico de ocorrências de tentativas de fugas e fugas
consumadas, histórico de violência para com
Considerando a necessidade de respeito à integridade servidores(as), resistência, danos ao patrimônio e outras
física, moral e à dignidade da pessoa humana, previstas observações pertinentes.
no inciso III do caput do art. 1º e o inciso III do caput do
3. Procedimentos a serem observados quando do uso de
art. 5º da Constituição, que dispõem sobre a proteção e
algemas, pelo(a) Socioeducador(a) ou Coordenador(a)
a promoção da dignidade da pessoa humana e sobre a
de Segurança;
proibição de submissão ao tratamento cruel, desumano
e degradante; a. A algemação será realizada, exclusivamente,
por Socioeducador(a) ou Coordenador(a) de Segurança
Considerando a Resolução nº. 2010/16, de 22 de julho
que tenha concluído a Formação Inicial para
de 2010, das Nações Unidas sobre o tratamento de
Socioeducadores e Equipes Técnicas e/ou o Curso de
mulheres presas e medidas não privativas de liberdade
Respeito à Dignidade e Integridade de acordo com a
para mulheres infratoras (Regras de Bangkok);
Súmula 11 do STF, conforme Ementa da Capacitação em
Considerando o Pacto de San José da Costa Rica, que Anexo;
determina o tratamento humanitário dos presos e, em
b. A algemação se dará preferencialmente com
especial, das mulheres em condição de vulnerabilidade.
os braços do(a) adolescente para frente;
Considerando as deliberações realizadas na audiência
c. Somente em situações extremas, como nos
pública realizada no dia 31/10/23 na Assembleia
casos de resistência por parte do(a) adolescente e/ou
Legislativa do Estado do Ceará;
durante a contenção física, o(a) adolescente poderá ser
algemado(a) com os braços para trás.
4. A algemação com os braços para frente se dará na Art. 66. Para os fins desta Portaria, definem-se os
seguinte forma: seguintes termos e conceitos relativos à gestão de
ameaças à segurança dos Centros Socioeducativos.
a. Explicar ao adolescente o motivo da
algemação; Art. 67. Evento é qualquer ocorrência interna que obstrua
o desenvolvimento regular da rotina de funcionamento do
b. Solicitar ao adolescente que coloque as mãos Centro Socioeducativo, comprometendo, mediata ou
para frente do corpo; imediatamente, a sua segurança. Parágrafo único. Os
c. Segurar a mão de ação do(a) adolescente e elementos que compõem um evento são:
algemá-la colocando encaixe da fechadura sempre I – Ameaça à integridade física do(s) adolescente(s)
virado para cima; interno(s);
d. Algemar a outra mão do(a) adolescente, de II – Ameaça à integridade física dos(as) servidores (as),
modo que as palmas das mãos fiquem unidas; contratados (as), funcionários(as), colaboradores ou
e. Ajustar as algemas para que não fiquem terceiros;
folgadas nem apertadas; III – Ameaça ao patrimônio público.
f. Travar as algemas com o pino da chave de algemas. Art. 68. A avaliação de um evento é composta pelos
5. A algemação de adolescente, havendo resistência seguintes elementos, assim constituídos:
e/ou na necessidade justificada de contenção física, se I – Cenário: são os elementos objetivos constituintes de
dará da seguinte forma: um evento, destacando-se: os fatos desencadeadores, o
a. Segurar a mão do(a) adolescente, visando colocar as grau de articulação e organização dos insurgentes, o
mãos para trás do corpo; perfil da(s) liderança(s), a motivação e o intento, o grau
de adesão dos demais internos, a existência ou não de
b. Observar a mão de ação do(a) adolescente e algemá- reféns, as facções existentes, os objetos que possam ser
la; usados como arma, o
c. Algemar a outra mão do(a) adolescente, de modo que 4
as costas das mãos do mesmo fiquem unidas;
vigor e a agressividade, a intensidade com que os
d. Ajustar as algemas para que não fiquem folgadas nem rebelados dominam os espaços físicos da Unidade, a
apertadas; existência ou não de articulação da insurgência com
grupos criminosos externos à Unidade;
e. Travar as algemas com o pino da chave de algemas.
II – Capacidade de Resposta: é o limiar de resolução de
6. A utilização de algemas, em caso de contenção ao
eventos de cada Centro e é determinada pelo
adolescente, somente será admitida como último
conhecimento e domínio da estrutura física da Unidade,
recurso, devendo estar registradas, em instrumental
pela capacidade de comando, pela capacidade analítica
próprio (modelo anexo), bem como, no Livro de
em situações de tensão, pelo equilíbrio em situações de
Ocorrências, e discriminação de todas as ações menos
alta exigência emocional, pela resistência e prontidão
invasivas realizadas anteriormente;
física, pelo treinamento em negociação e táticas
7. O uso de algemas durante translado fora do espaço interventivas, pelos equipamentos de segurança
socioeducativo deverá ser justificado, com disponibilizados, pela articulação intersetorial da
esclarecimentos sobre os riscos externos e ambientais, Unidade e pela existência ou não de planos de
considerando a individualização de cada adolescente. contingência, bem como outros fatores que venham
influenciar a qualidade e velocidade da resposta da
8. Não será admitido o uso de algemas em adolescentes organização;
gestantes no trajeto entre o Centro e unidade hospitalar,
durante a internação antes ou após o parto, bem como III – Escalonamento da Força: é a medida de força
na amamentação. necessária para a resolução de um evento no qual se
esgotaram os demais meios de dissuasão, sendo
9. O uso de algemas deve primar pelo menor intervalo de mensurado pela comparação entre a Capacidade de
tempo necessário, em todas as situações em que houver Resposta da Instituição responsável pela utilização de
necessidade desse tipo de procedimento, devendo a força naquele evento e a força necessária para
Direção do Centro Socioeducativo e sua equipe realizar superação de seu cenário gerador.
análise da situação com base na Portaria nº. 004/2021,
especificamente em seus Art. 66 a 72 que trata da Art. 69. Os eventos podem ser classificados como
definição de termos relativos à gestão da ameaça a simples, complexo e crítico.
segurança, in verbis:
Art. 70. Evento Simples é aquele cuja ameaça à 10. Deverá ser utilizado o modelo anexo para as devidas
segurança é inferior à capacidade de resposta do(a) justificativas, assinado pelo(a) profissional que efetuou o
Coordenador(a) de Segurança e dos procedimento de algemação com anuência do(a)
Socioeducadores(as) presentes no plantão. Coordenador(a) de Segurança e/ou pelo(a) Diretor(a) do
Centro Socioeducativo ou por gestor(a) por esta indicado
Parágrafo único. Os elementos que compõem um evento
simples são: ameaças verbais; desacatos; agressões Este regulamento entra em vigor na data de sua
indiretas (atirar comida, chinelo, urina, fezes, água); publicação.
danos ou destruição de materiais pedagógicos ou de
consumo; tentativa ou destruição de patrimônio, pequeno Dê-se ciência.
dano estrutural; destruição pontual, sem prejuízos no Cumpra-se.
funcionamento do estabelecimento; atentado contra a
própria integridade física resultando em escoriações ou
lesões leves; agressão a terceiro sem resultar em lesão;
inexistência de armas brancas, artefatos cortantes,
perfurantes ou impactantes; ação protagonizada por um
a três adolescentes.

Art. 71. Evento Complexo é aquele cuja ameaça à


segurança é superior à capacidade de resposta do(a)
coordenador(a) e dos socioeducadores(as) presentes na
Unidade, cuja resolução é possível pela coordenação
dos setores do Centro Socioeducativo e/ou pela atuação
da Direção. Parágrafo único. Os elementos que
compõem um Evento Complexo são: todos os elementos
do evento simples que não tenham resolução mediante
mera presença ou aplicação de advertência verbal;
agressão resultando em lesão corporal média ou grave,
sem ameaça à vida; existência de armas brancas;
destruição extensa do patrimônio público, consideráveis
danos à estrutura física do

Centro Socioeducativo, prejudicando o funcionamento de


um setor; evento restrito a um setor específico,
alojamento, ala, setor, quadra, campo, pátio ou solário;
ação protagonizada por um grupo restrito de internos,
evento não generalizado; existência de refém, sem
flagrante ameaça à vida, sem sevícias, sem uso de
violência física, com possibilidade de negociação não
especializada; incêndio de pequena proporção passível
de ser extinto com recursos do Centro Socioeducativo.

Art. 72. Evento Crítico é aquele cuja ameaça à segurança


é superior à capacidade de resposta de todos os setores
do Centro Socioeducativo, cuja resolução só é alcançada
com a cooperação do Sistema de Segurança Pública e
de Justiça. Parágrafo único. Os elementos que compõem
um Evento Crítico são: os elementos do Evento
Complexo que não puderam ser solucionados pela
equipe da Unidade; existência de armas de fogo;
destruição extensa do patrimônio público, inutilização de
uma área do Centro Socioeducativo; evento disseminado
em diversos setores; número de insurgentes duas vezes
superior ao número de socioeducadores(as) presentes
no estabelecimento; existência de refém(ns), com
flagrante ameaça à vida; sevícias contra outros
adolescentes ou funcionários(as); incêndio em grande
área, não controlável pelos funcionários; perda de
controle de 50% ou mais do estabelecimento; morte.

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