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Vade Mecum 2024 - Seasce
Vade Mecum 2024 - Seasce
4. Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e 1. Todo ser humano tem deveres para com a
a neles ingressar para proteção de seus interesses. comunidade, na qual o livre e pleno desenvolvimento de
sua personalidade é possível.
Artigo 24
2. No exercício de seus direitos e liberdades, todo ser
Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, inclusive humano estará sujeito apenas às limitações
a limitação razoável das horas de trabalho e a férias determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de
remuneradas periódicas. assegurar o devido reconhecimento e respeito dos
direitos e liberdades de outrem e de satisfazer as justas
Artigo 25 exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar de
1. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida uma sociedade democrática.
capaz de assegurar a si e à sua família saúde, bem-estar, 3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese
inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados alguma, ser exercidos contrariamente aos objetivos e
médicos e os serviços sociais indispensáveis e direito à princípios das Nações Unidas.
segurança em caso de desemprego, doença invalidez,
viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de Artigo 30
subsistência em circunstâncias fora de seu controle.
Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser
2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e interpretada como o reconhecimento a qualquer Estado,
assistência especiais. Todas as crianças, nascidas grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade
dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma ou praticar qualquer ato destinado à destruição de
proteção social. quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos.
Artigo 26
3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero Tendo em consideração a Declaração Universal dos
de instrução que será ministrada a seus filhos. Direitos do Homem, O Pacto Internacional sobre Direitos
Civis e Políticos, a Convenção Contra a Tortura e outras
Artigo 27 Penas ou Tratamentos Cruéis, Desumanos ou
1. Todo ser humano tem o direito de participar livremente Degradantes, a Convenção sobre os Direitos da Criança,
da vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de assim como outros instrumentos internacionais relativos
participar do progresso científico e de seus benefícios. à proteção dos direitos e ao bem-estar dos jovens.
2. Todo ser humano tem direito à proteção dos interesses Tendo também em consideração as Regras Mínimas
morais e materiais decorrentes de qualquer produção para o Tratamento de Reclusos adotadas pelo Primeiro
científica literária ou artística da qual seja autor. Congresso das Nações Unidas para a Prevenção do
Crime e o Tratamento dos Delinqüentes.
Tendo ainda em consideração o Conjunto de Princípios 4. Adota as Regras das Nações Unidas para a Proteção
para a Proteção de Todas as Pessoas Sujeitas a dos Menores Privados de Liberdade contida em anexo à
Qualquer Forma de Detenção ou Prisão, aprovado pela presente resolução:
Assembléia Geral na sua Resolução 43/173, de 9 de
Dezembro de 1988, e anexa a esta última. 5. Pede ao Comitê para a Prevenção do Crime e a Luta
contra a Delinqüência que formule medidas para
Lembrando as Regras Mínimas das Nações Unidas para aplicação eficaz das Regras, com a assistência dos
a Administração da Justiça de Menores (Regras de Institutos das Nações Unidas para a prevenção do Crime
Beijing). e Tratamento dos Delinqüentes.
Consciente de que os jovens privados de liberdade são 9. Encarrega o Secretário-Geral de proceder a uma
altamente vulneráveis aos maus tratos, vitimização e investigação comparativa, de promover a colaboração
violação dos seus direitos. necessária e de traçar estratégias para lidar com as
diferentes categorias de jovens delinqüentes graves e
Preocupada com o fato de muitos sistemas não reincidentes e de preparar, com essa base, um relatório
diferenciarem adultos e jovens nos vários estágios da orientado para a formulação de políticas a apresentar ao
administração da justiça e com o fato de os jovens serem Nono Congresso das Nações Unidas para a Prevenção
assim detidos em prisões e outros estabelecimentos com do Crime e o Tratamento dos Delinqüentes.
adultos:
10. Encarrega o Secretário-Geral e pede veementemente
1. Declara que a colocação de um jovem numa instituição aos Estados Membros que forneçam os recursos
deve ser sempre uma decisão do último recurso e pelo necessários para assegurar uma bem sucedida
mínimo período de tempo necessário. aplicação e implementação das Regras, em especial nas
2. Reconhece que, dada a sua alta vulnerabilidade, os áreas do recrutamento, da formação profissional e
jovens privados de liberdade requerem uma atenção e permuta de todas as categorias de pessoal dos Serviços
proteção especiais e que os seus direitos e bem-estar de Justiça de menores.
devem ser garantidos durante e depois do período em 11. Incita todos os organismos competentes do sistema
questão privados de liberdade. das Nações Unidas, em especial o Fundo das Nações
3. Nota com apreço o trabalho valioso do Secretariado Unidas para a Infância, as comissões regionais e
das Nações Unidas e a colaboração que se estabeleceu entidades especializadas, os Institutos das Nações
na preparação do projeto das Regras das Nações Unidas Unidas para a Prevenção do Crime e o Tratamento dos
para a Proteção dos Menores Privados de Liberdade Delinqüentes e todas as organizações
entre o Secretariado e os peritos, os práticos, as intergovernamentais e não-governamentais
organizações intergovernamentais, o conjunto de interessadas, a colaborarem com o Secretário-Geral e a
organizações não governamentais, em especial a Anistia tomarem as medidas necessárias para assegurar um
Internacional, a Defesa Internacional das Crianças, e esforço concentrado e apoiado, dentro de seus
Rädda Barnen Internacional (Federação Sueca de respectivos campos de competência técnica, para
Proteção da Juventude) e as instituições científicas promoverem a aplicação das Regras.
preocupadas com os direitos das crianças e a justiça de
menores.
12. Convida a Subcomissão para a Prevenção da que necessário, em especial durante os exames médicos
Discriminação e a Proteção das Minorias da Comissão e processos disciplinares.
dos Direitos do Homem a considerar este novo
instrumento internacional, tendo em vista promover a
aplicação das suas disposições. 7. Quando apropriado, os Estados devem incorporar as
13. Pede ao Nono Congresso que examine os Regras na sua legislação, ou modificá-la em
progressos efetuados na promoção e aplicação das conformidade, e prever recursos eficazes em caso de
Regras e das recomendações contidas na presente não cumprimento, incluindo a indenização quando são
resolução, num ponto distinto dos trabalhos, relativos à infligidos maus tratos aos jovens. Os Estados devem
justiça de menores. também supervisionar a aplicação das Regras.
3. As Regras têm como objetivo estabelecer um conjunto 11. Para efeitos das Regras, são aplicáveis as seguintes
de regras mínimas aceitáveis pelas Nações Unidas para definições:
a proteção dos jovens privados de liberdade sob a) Menor é qualquer pessoa que tenha menos de 18
qualquer forma, compatíveis com os direitos humanos e anos. A idade limite abaixo da qual não deve ser
liberdades, tendo em vista combater os efeitos nocivos permitido privar uma criança de liberdade deve ser fixada
de qualquer tipo de detenção e promover a integração na em lei.
sociedade.
b) Privação de liberdade significa qualquer forma de
4. As Regras devem ser aplicadas com imparcialidade, detenção , de prisão ou a colocação de uma pessoa, por
sem discriminação de qualquer espécie quanto à raça, decisão de qualquer autoridade judicial, administrativa ou
cor, sexo, idade, língua, religião, nacionalidade, opiniões outra autoridade pública, num estabelecimento público
políticas ou outras, crenças ou práticas culturais, ou privado do qual essa pessoa não pode sair por sua
situação econômica, nascimento ou situação familiar, própria vontade.
origem étnica ou social e incapacidade. As crenças
religiosa, as práticas culturais e os conceitos morais dos 12. A privação da liberdade deve ser efetuada em
jovens devem ser respeitados. condições e circunstâncias que assegurem o respeito
pelos direitos humanos dos menores. Os menores
5. As Regras têm por fim servir como padrões de fácil detidos devem poder exercer uma atividade útil e seguir
referência e encorajar e guiar os profissionais envolvidos programas que mantenham e reforcem a sua saúde e o
na gestão do sistema da justiça juvenil. respeito por si próprios, favorecendo o seu sentido de
6. As Regras devem ser postas rapidamente à disposição responsabilidade e encorajando-os a adotar atitudes e
do pessoal da justiça de menores na sua língua nacional. adquirir conhecimentos que os auxiliarão no
Os jovens que não são fluentes na língua falada pelo desenvolvimento do seu potencial como membros da
pessoal do estabelecimento de detenção devem ter sociedade.
direito aos serviços gratuitos de um intérprete, sempre
13. Os menores privados de liberdade não devem, por comunicar regularmente com os seus conselheiros
força do seu estatuto de detidos, ser privados dos direitos legais. A privacidade e confidencialidade de tais
civis, econômicos, políticos, sociais ou culturais de que comunicações deve ser assegurada.
gozem por força da lei nacional ou do direito
internacional, e que sejam compatíveis com a privação b) Sempre que possível, os menores devem dispor de
de liberdade. oportunidades de efetuar um trabalho remunerado, e de
continuar a sua educação e formação profissional, mas
não lhes deve ser exigido que o façam. O trabalho, os
estudos ou a formação profissional não devem causar a
14. A proteção dos direitos individuais dos menores, com continuação da detenção.
especial relevância para a legalidade da execução das
medidas de detenção, deve ser assegurada pela
autoridade competente, enquanto os objetivos da
integração social devem ser assegurados mediante c) Os menores podem receber e guardar materiais para
inspeções regulares e outros meios de controle levados os seu tempos livres e recreio, na medida em que isso
a cabo, de acordo com as normas internacionais, leis e for compatível com os interesses da administração da
regulamentos nacionais, por uma entidade devidamente justiça.
constituída, autorizada a visitar os menores e
independente da administração do estabelecimento.
IV - A ADMINISTRAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS
15. As presentes Regras aplicam-se a todos os tipos e DE MENORES
formas de instituições de detenção nas quais os menores
estão privados de liberdade. As partes "I, II, IV e V "das A. REGISTROS
Regras aplicam-se a todos os estabelecimentos e
19. Todos os relatórios, incluindo os autos processuais,
instituições em que os menores são detidos e a Parte "III"
registros médicos e registros de processos disciplinares
aplica-se especificamente aos menores sob detenção ou
e outros documentos relativos à forma, conteúdo e
que aguardem julgamento.
pormenores do tratamento devem ser arquivados num
16. As Regras serão aplicadas no contexto das processo individual e confidencial, que deve ser mantido
condições econômicas, sociais e culturais existentes em atualizado, ser acessível unicamente a pessoas
cada Estado Membro. autorizadas e ser classificado de tal modo que possa ser
facilmente compreendido. Sempre que possível, os
menores devem ter o direito de contestar qualquer fato
III - MENORES SOB DETENÇÃO OU QUE AGUARDAM ou opinião contida no seu processo, de modo a permitir
JULGAMENTO a retificação de declarações inadequadas, infundadas ou
injustas. Com vista ao exercício deste direito, devem
17. Os menores que estão detidos preventivamente ou estabelecer-se procedimentos que autorizem uma
que aguardam julgamento (não julgados) presumem-se terceira parte a ter acesso ao processo ou a consultá-lo
inocentes e serão tratados como tal. A detenção antes do quando requerido. Depois de sua libertação, os
julgamento deve ser evitada, na medida do possível, e processos dos menores serão selados e, em tempo
limitada a circunstâncias excepcionais. Devem, por isso, apropriado, distribuídos.
ser feitos todos os esforços para se aplicarem medidas
alternativas. No entanto, quando se recorrer à detenção 20. Nenhum menor deve ser admitido num
preventiva, os tribunais de menores e os órgãos de estabelecimento sem uma ordem de detenção válida
investigação tratarão tais casos com a maior urgência, a emanada de uma autoridade judicial, administrativa ou
fim de assegurar a mínima duração possível da outra autoridade pública. Os pormenores desta decisão
detenção. Os detidos sem julgamento devem estar devem dar imediatamente entrada no registro. Nenhum
separados dos menores condenados. menor deve ser detido em qualquer estabelecimento
quando tal registro não exista.
18. As condições em que um menor não julgado se
encontra detido devem estar de acordo com as regras
abaixo estabelecidas, sob reserva de disposições B. ADMISSÃO, REGISTRO E TRANSFERÊNCIA
especiais, julgadas necessárias e apropriadas em razão
da presunção da inocência, da duração da detenção e do 21. Em qualquer local em que se encontrem menores
estatuto legal e circunstâncias do menor. Estas detidos, deve ser mantido um registro completo e seguro
disposições devem incluir, mas não necessariamente das seguintes informações relativas a cada menor
restringir-se, ao seguinte: admitido:
a) Os menores devem ter direito aos serviços de um a) Informação sobre a identidade do menor.
advogado e podem requerer assistência judiciária
gratuita, quando essa assistência esteja disponível, e b) Os fatos e os motivos da detenção e a autoridade que
a ordenou.
c) O dia e hora da admissão, transferência ou libertação. estabelecimento o permite, o pessoal especializado do
estabelecimento deve preparar, por escrito, um plano de
d) Pormenores dos problemas conhecidos de saúde tratamento individualizado, especificando os objetivos do
física ou mental, incluindo o abuso de droga e álcool. tratamento, a sua duração e os meios, etapas e prazos
com que os objetivos deverão ser prosseguidos.
22. As informações relativas à admissão, lugar e 28. A detenção de menores só deve ter lugar em
detenção, transferência e libertação devem ser condições que tenham em consideração as suas
fornecidas sem demora aos pais e tutores ou ao parente necessidades particulares, estatuto e requisitos
mais próximo do menor. especiais, exigidos pela sua idade, personalidade, sexo
e tipo de crime, assim como sua saúde física e mental, e
que assegurem a sua proteção contra influências
perniciosas e situações de risco. O principal critério de
23.Tão depressa quanto possível após a admissão,
classificação das diferentes categorias de menores
devem ser elaborados relatórios contendo informações
privados de liberdade deve basear-se no tipo de
relevantes sobre a situação pessoal e o caso de cada
tratamento que melhor se adapte às necessidades
menor e submetidos à administração.
especiais dos indivíduos a que dizem respeito, e à
24. Na admissão, deve ser dada a todos os menores uma proteção da sua integridade física, mental e moral e do
cópia das regras que regem o estabelecimento de seu bem-estar.
detenção e uma descrição escrita dos seus direitos e
29. Em todos os estabelecimentos de detenção os
obrigações numa linguagem que ele possam perceber,
menores devem estar separados dos adultos, a menos
assim como o endereço das autoridades competentes
que sejam membros da mesma família. Sob condições
para receberem queixas e das entidades e organizações
controladas, os menores podem juntar-se com adultos,
públicas e privadas que fornecem assistência legal. Para
cuidadosamente selecionados, como parte de um
os menores analfabetos e para os menores que não
programa especial que se tenha demonstrado ser
compreendam o idioma em que as informações são
benéfico para os menores a que diz respeito.
fornecidas, deverá assegurar-se a sua transmissão de
modo a tornar possível a sua completa compreensão. 30. Devem ser criados estabelecimentos de detenção
abertos para os menores. Os estabelecimentos abertos
25. Todos os menores devem ser ajudados a
são aqueles em não existem ou em que existem um
compreender os regulamentos que regem a organização
mínimo de medidas de segurança, A população desses
interna do estabelecimento, os fins e a metodologia do
estabelecimentos de detenção deve ser tão pequena
tratamento dispensado, as regras disciplinares, os meios
quanto possível. O número de menores detidos em
autorizados de obtenção de informação e de elaboração
estabelecimentos fechados deve ser suficientemente
de queixas, e todos e quaisquer pontos que sejam
pequeno para permitir um tratamento individualizado. Os
necessários para conseguir a percepção completa dos
estabelecimentos de detenção para menores devem ser
seus direitos e obrigações durante a detenção.
descentralizados e de um tamanho que facilite o acesso
26. O transporte dos menores processar-se-á a e o contato entre os menores e as suas famílias. Devem
expensas da administração, em transporte com ser criados estabelecimentos de detenção de pequena
ventilação e luz adequadas, em condições que não os escala e integrados no ambiente social, econômico e
submetam, de qualquer modo, a situações duras ou cultural da comunidade.
indignas. Os menores não devem ser transferidos
arbitrariamente de um estabelecimento para outro.
D. AMBIENTE FÍSICO E ALOJAMENTO
36. Na medida do possível, os menores devem ter o 43. Nos limites compatíveis com uma seleção
direito a usar as suas próprias roupas. Os profissional adequada com as exigências da
estabelecimentos devem assegurar que cada menor administração e da disciplina da instituição, os menores
tenha roupa pessoal adequada ao clima e suficiente para devem poder escolher o tipo de trabalho que desejam
manter em bom estado de saúde e que, de modo algum, executar.
seja degradante ou humilhante. Os menores que saiam
44. Todos os padrões nacionais e internacionais de
do estabelecimento ou que, por qualquer razão sejam
proteção aplicáveis ao trabalho das crianças e dos jovens
autorizados a abandoná-lo, devem ser autorizados a usar
trabalhadores devem aplicar-se aos menores privados de
as suas próprias roupas.
liberdade.
37. Cada estabelecimento assegurará que todos os
menores recebam alimentação convenientemente 45. Sempre que possível, deve dar-se aos menores a
oportunidade de realizarem trabalho remunerado, se
preparada e servida às horas normais das refeições e de
possível na comunidade local, como complemento da
qualidade e quantidade que satisfaça as normas
formação profissional que lhes é ministrada com o fim de
dietéticas, de higiene e de saúde e, tanto quanto
lhes proporcionar a possibilidade de encontrarem um
possível, requisitos religiosos e culturais. Água potável
trabalho conveniente quando regressam às suas
deve estar à disposição de todos os menores em
comunidades. O tipo de trabalho deve ser de molde a
qualquer momento.
fornecer formação apropriada que beneficie os menores
após a libertação. A organização e métodos oferecidos
nos estabelecimentos de detenção devem assemelhar-
se, tanto quanto possível, aos trabalhos similares na H. CUIDADOS MÉDICOS
comunidade, de modo a preparar os menores para as 49. Todos os jovens deverão receber cuidados médicos
condições de uma vida de trabalho normal. adequados, tanto preventivos como terapêuticos,
46. Todos os menores que trabalham devem ter direito a incluindo cuidados de estomatologia, oftalmologia e de
uma remuneração eqüitativa. Os interesses dos menores saúde mental, assim como produtos farmacêuticos e
e da sua formação profissional não devem estar dietas especiais, de acordo com a prescrição médica.
subordinados a fins lucrativos da instituição ou de Todos estes cuidados médicos devem, sempre que
terceiros. Parte dos ganhos do menor deve normalmente possível, se proporcionado aos menores detidos através
ser posta de lado, a fim de constituir um fundo de das instituições e serviços de saúde apropriados da
poupança a ser entregue ao menor quando da sua comunidade na qual o estabelecimento de detenção
libertação. O menor deve ter o direito de usar o encontra-se situado, de modo a prevenir a
remanescente desses ganhos na compra de artigos para estigmatização do menor e a promover o respeito próprio
seu uso pessoal ou para indenizar a vítima prejudicada e a integração na comunidade.
pelo seu crime ou para o enviar à família ou outras
pessoas que se encontram fora do estabelecimento.
50. Todos os jovens têm o direito de ser examinados por
um médico imediatamente após sua admissão no
F. RECREIO estabelecimento de detenção, com o fim de se registrar
qualquer prova de mais tratos anteriores e identificar
47. Todos os jovens devem ter direito diariamente a um qualquer problema físico ou mental que requeira atenção
período de tempo adequado para exercício ao ar livre, médica.
quando o tempo o permita durante o qual lhe devem ser
normalmente proporcionados atividades físicas e 51. Os serviços médicos fornecidos aos menores devem
recreativas adequadas. Para estas atividades devem ser- procurar detectar e tratar qualquer doença física e mental
lhes fornecidos espaços, instalações e equipamento ou outra, e o abuso de substâncias que possam constituir
adequados. Todos os jovens devem ter tempo adicional obstáculo à inserção do menor na sociedade. Todos os
para atividades diárias de tempos livres, parte das quais estabelecimentos de detenção de menores deverão ter
devem ser dedicadas, se o jovem o desejar, ao acesso imediato a meios e equipamentos médicos
desenvolvimento de aptidões para artes e ofícios. O apropriados ao número e necessidades dos seus
estabelecimento deve assegurar que cada menor esteja residentes e estar dotados de pessoal formado em
fisicamente apto para participar nos programas cuidados preventivos de saúde e em emergências
existentes de educação física. Deve ser proporcionada médicas. Qualquer jovem que esteja doente, que se
educação física e terapia corretiva, sob supervisão queixe de doença ou demonstre sintomas de dificuldades
médica, aos menores que delas necessitem. físicas ou mentais, deve ser prontamente examinado por
um médico.
a) jovem é toda a criança ou adolescente que, de acordo 6.1 Tendo-se em conta as diversas necessidades
com o sistema jurídico respectivo, pode responder por especiais dos jovens, assim como a diversidade de
uma infração de forma diferente do adulto; medidas disponíveis, facultar-se-á uma margem
suficiente para o exercício de faculdades discricionárias
b) infração é todo comportamento (ação ou omissão) nas diferentes etapas dos processos e nos distintos
penalizado com a lei, de acordo com o respectivo sistema níveis da administração da Justiça da Infância e da
jurídico; Juventude, incluídos os de investigação,processamento,
sentença e das medidas complementares das decisões.
c)jovem infrator é aquele a quem se tenha imputado o
cometimento de uma infração ou que seja considerado 6.2 Procurar-se-á, não obstante, garantir a devida
culpado do cometimento de uma infração. competência em todas as fases e níveis no exercício de
quaisquer dessas faculdades discricionárias.
2.3 Em cada jurisdição nacional procurar-se-á promulgar
um conjunto de leis, normas e disposições aplicáveis 6.3 Quem exercer tais faculdades deverá estar
especificamente aos jovens infratores, assim como aos especialmente preparado ou capacitado para fazê-lo
órgãos e instituições encarregados das funções de judiciosamente e em consonância com suas respectivas
administração da Justiça da Infância e da Juventude, funções e mandatos.
com a finalidade de:
7 - DIREITOS DOS JOVENS
a) satisfazer as diversas necessidades dos jovens
infratores, e ao mesmo tempo proteger seus direitos 7.1 Respeitar-se-ão as garantias processuais básicas em
básicos; todas as etapas do processo, como a presunção de
inocência, o direito de ser informado das acusações, o
b) satisfazer as necessidades da sociedade; direito de não responder, o direito à assistência judiciária,
o direito à presença dos pais ou tutores, o direito à
c) aplicar cabalmente e com justiça as regras que se confrontação com testemunhas e a interrogá-las e o
enunciam a seguir. direito de apelação ante uma autoridade superior.
3 - AMPLIAÇÃO DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO DAS 8 - PROTEÇÃO DA INTIMIDADE
REGRAS
8.1 Para evitar que a publicidade indevida ou o processo
3.1 As disposições pertinentes das regras não só se de difamação prejudiquem os jovens, respeitar-se-á, em
aplicarão aos jovens infratores, mas também àqueles todas as etapas, seu direito à intimidade.
que possam ser processados por realizar qualquer ato
concreto que não seria punível se fosse praticado por 8.2 Em princípio, não se publicará nenhuma informação
adultos. que possa dar lugar à identificação de um jovem infrator.
26.1 A capacitação e o tratamento dos jovens colocados 29.1 Procurar-se-á estabelecer sistemas semi-
em instituições têm por objetivo assegurar seu cuidado, institucionais, como casas de semi-liberdade, lares
proteção, educação e formação profissional para educativos, centros de capacitação diurnos e outros
permitir-lhes que desempenhem um papel construtivo e sistemas apropriados que possam facilitar a adequada
produtivo na sociedade. reintegração dos jovens na sociedade.
26.4 A jovem infratora institucionalizada merece especial 30.1 Procurar-se-á organizar e fomentar as pesquisas
atenção no que diz respeito às suas necessidades e necessárias como base do efetivo planejamento e
problemas pessoais. Em nenhum caso receberá menos formulação de políticas.
cuidado, proteção, assistência, tratamento e capacitação
que o jovem do sexo masculino. Será garantido seu 30.2 Procurar-se-á revisar e avaliar periodicamente as
tendências, os problemas e as causas da delinqüência e
tratamento eqüitativo.
da criminalidade de jovens, assim como as diversas
26.5 No interesse e para o bem-estar do jovem necessidades particulares do jovem sob custódia.
institucionalizado, os pais e tutores terão direito de
30.3 Procurar-se-á estabelecer regularmente um
acesso às instituições.
mecanismo de avaliação e pesquisa no sistema de
26.6 Será estimulada a cooperação interministerial e administração da Justiça da Infância e da Juventude, e
interdepartamental para proporcionar adequada coletar e analisar os dados e a informação pertinentes
formação educacional ou, se for o caso, profissional ao com vistas à devida avaliação e ao aperfeiçoamento do
jovem institucionalizado, para garantir que, ao sair, não sistema.
esteja em desvantagem no plano da educação.
30.4 A prestação de serviços na administração da Justiça
27 - APLICAÇÃO DAS REGRAS MÍNIMAS PARA O da Infância e da Juventude será sistematicamente
TRATAMENTO DOS PRISIONEIROS, APROVADAS planejada e executada como parte integrante dos
PELAS NAÇÕES UNIDAS esforços de desenvolvimento nacional.
27.1 Em princípio, as Regras Mínimas para o Tratamento Declaração sobre o Direito ao Desenvolvimento
dos Prisioneiros e as recomendações conexas serão
aplicáveis, sempre que for pertinente, ao tratamento dos Adotada pela Resolução 41/128 da Assembléia Geral da
ONU, em 04 de dezembro de 1986.
jovens infratores institucionalizados, inclusive os que
estiverem em prisão preventiva. A Assembléia Geral,
27.2 Deverão ser feitos esforços para implementar os Tendo em mente os propósitos e os princípios da Carta
princípios relevantes das mencionadas Regras Mínimas das Nações Unidas relativas à realização da cooperação
na maior medida possível, para satisfazer as internacional para resolver os problemas internacionais
necessidades específicas do jovem quanto à sua idade, de caráter econômico, social, cultural ou humanitário, e
sexo e personalidade. para promover e encorajar o respeito aos Direitos
Humanos e às liberdades fundamentais para todos, sem
28 - USO FREQÜENTE E IMEDIATO DA LIBERDADE
CONDICIONAL distinção de raça, sexo, língua ou religião;
28.1 A liberdade condicional da instituição será utilizada Reconhecendo que o desenvolvimento é um processo
econômico, social, cultural e político abrangente, que
pela autoridade pertinente na maior medida possível e
visa ao constante incremento do bem-estar de toda a
será concedida o mais cedo possível.
população e de todos os indivíduos com base em sua
28.2 O jovem liberado condicionalmente de uma participação ativa, livre e significativa no
instituição será assistido e supervisionado por desenvolvimento e na distribuição justa dos benefícios
funcionário designado e receberá total apoio da daí resultantes;
comunidade.
Considerando que sob as disposições da Declaração consideração urgente à implementação, promoção e
Universal dos Direitos Humanos todos têm direito a uma proteção dos direitos civis, políticos, econômicos, sociais
ordem social e internacional em que os direitos e as e culturais, e que, por conseguinte, a promoção, o
liberdades consagrados nesta Declaração possam ser respeito e o gozo de certos direitos humanos e liberdades
plenamente realizados; fundamentais não podem justificar a negação de outros
direitos humanos e liberdades fundamentais;
Recordando os dispositivos do Pacto Internacional sobre
Direitos Econômicos, Sociais e Culturais e do Pacto Considerando que a paz e a segurança internacionais
são elementos essenciais à realização do direito ao
Internacional sobre Direitos Civis e Políticos; desenvolvimento;
Recordando ainda os importantes Acordos, Convenções, Reafirmando que existe uma relação íntima entre
Resoluções, Recomendações e outros instrumentos desarmamento e desenvolvimento, que o progresso no
das Nações Unidas e de suas agências especializadas campo do desarmamento promoveria consideravelmente
relativos ao desenvolvimento integral do ser humano, ao o progresso no campo do desenvolvimento, e que os
progresso econômico e social e desenvolvimento de recursos liberados pelas medidas de desarmamento
todos os povos, inclusive os instrumentos relativos à deveriam dedicar-se ao desenvolvimento econômico e
descolonização, à prevenção de discriminação, ao social e ao bem-estar de todos os povos e, em particular,
respeito e observância dos direitos humanos e das daqueles dos países em desenvolvimento;
liberdades fundamentais, à manutenção da paz e
segurança internacionais e maior promoção das relações Reconhecendo que a pessoa humana é o sujeito central
amistosas e cooperação entre os Estados de acordo com do processo de desenvolvimento e que essa política de
a Carta; desenvolvimento deveria assim fazer do ser humano o
principal participante e beneficiário do desenvolvimento;
Recordando o direito dos povos à autodeterminação, em
virtude do qual eles têm o direito de determinar Reconhecendo que a criação de condições favoráveis ao
livremente seus status político e de buscar seu desenvolvimento dos povos e indivíduos é a
desenvolvimento econômico, social e cultural; responsabilidade primária de seus Estados;
Recordando também o direito dos povos de exercer, Ciente de que os esforços em nível internacional para
sujeitos aos dispositivos relevantes de ambos os Pactos promover e proteger os direitos humanos devem ser
Internacionais sobre Direitos Humanos, soberania plena acompanhados de esforços para estabelecer uma nova
e completa sobre todas as suas riquezas e recursos ordem econômica internacional;
naturais;
Confirmando que o direito ao desenvolvimento é um
Atenta à obrigação dos Estados sob a Carta de promover direito humano inalienável e que a igualdade de
o respeito e a observância universais aos direitos oportunidade para o desenvolvimento é uma prerrogativa
humanos e às liberdades fundamentais para todos, sem tanto das nações quanto dos indivíduos que compõem as
distinção de qualquer natureza, tal como de raça, cor, nações;
sexo, língua, religião, política ou outra opinião nacional
ou social, propriedade, nascimento ou outro status; Proclama a seguinte Declaração sobre o Direito ao
Desenvolvimento:
Considerando que a eliminação das violações maciças e
flagrantes dos direitos humanos dos povos e indivíduos ARTIGO 1º
afetados por situações tais como as resultantes do §1. O direito ao desenvolvimento é um direito humano
colonialismo, neocolonialismo, apartheid, de todas as
inalienável, em virtude do qual toda pessoa e todos os
formas de racismo e discriminação racial, dominação
povos estão habilitados a participar do desenvolvimento
estrangeira e ocupação, agressão e ameaças contra a econômico, social, cultural e político, para ele contribuir e
soberania nacional, unidade nacional e integridade
dele desfrutar, no qual todos os direitos humanos e
territorial, e ameaças de guerra, contribuiria para o
liberdades fundamentais possam ser plenamente
estabelecimento de circunstâncias propícias para o
realizados.
desenvolvimento de grande parte da humanidade;
§2. O direito humano ao desenvolvimento também
Preocupada com a existência de sérios obstáculos ao
implica a plena realização do direito dos povos à
desenvolvimento, assim como à completa realização dos
autodeterminação que inclui, sujeito às disposições
seres humanos e dos povos, constituídos, inter alia, pela
relevantes de ambos os Pactos Internacionais sobre
negação dos direitos civis, políticos, econômicos, sociais
Direitos Humanos, o exercício de seu direito inalienável
e culturais, e considerando que todos os direitos
à soberania plena sobre todas as sua riquezas e recursos
humanos e as liberdades fundamentais são indivisíveis e
naturais.
interdependentes, e que, para promover o
desenvolvimento, devem ser dadas atenção igual e ARTIGO 2º
§1. A pessoa humana é o sujeito central do Os Estados tomarão medidas firmes para eliminar as
desenvolvimento e deveria ser participante ativo e violações maciças e flagrantes dos direitos humanos dos
beneficiário do direito ao desenvolvimento. povos e dos seres humanos afetados por situações tais
como as resultantes do apartheid, de todas as formas de
§2. Todos os seres humanos têm responsabilidade pelo racismo e discriminação racial, colonialismo, dominação
desenvolvimento, individual e coletivamente, levando-se estrangeira e ocupação, agressão, interferência
em conta a necessidade de pleno respeito aos seus estrangeira e ameaças contra a soberania nacional,
direitos humanos e liberdades fundamentais, bem como unidade nacional e integridade territorial, ameaças de
seus deveres para com a comunidade, que sozinhos guerra e recusas de reconhecimento do direito
podem assegurar a realização livre e completa do ser fundamental dos povos à autodeterminação.
humano e deveriam por isso promover e proteger uma
ordem política, social e econômica apropriada para o ARTIGO 6º
desenvolvimento.
§1. Todos os Estados devem cooperar, com vistas a
§3. Os Estados têm o direito e o dever de formular promover, encorajar e fortalecer o respeito universal à
políticas nacionais adequadas para o desenvolvimento, observância de todos os direitos humanos e liberdades
que visem ao constante aprimoramento do bem-estar de fundamentais para todos, sem distinção de raça,
toda a população e de todos os indivíduos, com base em sexo,língua ou religião.
sua participação ativa, livre e significativa, e no
§2. Todos os direitos humanos e liberdades fundamentais
desenvolvimento e na distribuição eqüitativa dos
benefícios daí resultantes. são indivisíveis e interdependentes; atenção igual e
consideração urgente devem ser dadas à
ARTIGO 3º implementação, promoção e proteção dos direitos civis,
políticos, econômicos, sociais e culturais.
§1. Os Estados têm a responsabilidade primária pela
criação das condições nacionais e internacionais §3. Os Estados devem tomar providências para eliminar
favoráveis à realização do direito ao desenvolvimento. os obstáculos ao desenvolvimento resultantes da falha
na observância dos direitos civis e políticos, assim como
§2. A realização do direito ao desenvolvimento requer dos direitos econômicos, sociais e culturais.
pleno respeito aos princípios do direito internacional,
relativos às relações amistosas de cooperação entre os ARTIGO 7º
Estados, em conformidade com a Carta das Nações
Todos os Estados devem promover o estabelecimento, a
Unidas.
manutenção e o fortalecimento da paz e segurança
§3. Os Estados têm o dever de cooperar uns com os internacionais e, para este fim, deveriam fazer o máximo
outros para assegurar o desenvolvimento e eliminar os para alcançar o desarmamento geral e completo do
obstáculos ao desenvolvimento. Os Estados deveriam efetivo controle internacional, assim como assegurar que
realizar seus direitos e cumprir suas obrigações, de modo os recursos liberados por medidas efetivas de
tal a promover uma nova ordem econômica internacional, desarmamento sejam usados para o desenvolvimento
baseada na igualdade soberana, interdependência, amplo, em particular o dos países em via de
interesse mútuo e cooperação entre todos os Estados, desenvolvimento.
assim como a encorajar a observância e a realização dos
ARTIGO 8º
direitos humanos.
1. De acordo com a obrigação dos Estados Partes 2. O exercício de tal direito poderá estar sujeito a
estipulada no parágrafo 1 do Artigo 9, toda solicitação determinadas restrições, que serão unicamente as
apresentada por uma criança, ou por seus pais, para previstas pela lei e consideradas necessárias:
ingressar ou sair de um Estado Parte com vistas à a) para o respeito dos direitos ou da reputação dos
reunião da família, deverá ser atendida pelos Estados demais, ou
Partes de forma positiva, humanitária e rápida. Os
Estados Partes assegurarão, ainda, que a apresentação b) para a proteção da segurança nacional ou da ordem
de tal solicitação não acarretará conseqüências adversas pública, ou para proteger a saúde e a moral públicas.
para os solicitantes ou para seus familiares.
Artigo 14
2. A criança cujos pais residam em Estados diferentes
1. Os Estados Partes respeitarão o direito da criança à
terá o direito de manter, periodicamente, relações
liberdade de pensamento, de consciência e de crença.
pessoais e contato direto com ambos, exceto em
circunstâncias especiais. Para tanto, e de acordo com a 2. Os Estados Partes respeitarão os direitos e deveres
obrigação assumida pelos Estados Partes em virtude do dos pais e, se for o caso, dos representantes legais, de
parágrafo 2 do Artigo 9, os Estados Partes respeitarão o orientar a criança com relação ao exercício de seus
direito da criança e de seus pais de sair de qualquer país, direitos de maneira acorde com a evolução de sua
inclusive do próprio, e de ingressar no seu próprio país. capacidade.
O direito de sair de qualquer país estará sujeito, apenas,
às restrições determinadas pela lei que sejam 3. A liberdade de professar a própria religião ou as
necessárias para proteger a segurança nacional, a próprias crenças estará sujeita, unicamente, às
ordem pública, a saúde ou a moral públicas ou os direitos limitações prescritas pela lei e necessárias para proteger
e as liberdades de outras pessoas e que estejam acordes a segurança, a ordem, a moral, a saúde pública ou os
com os demais direitos reconhecidos pela presente direitos e liberdades fundamentais dos demais.
convenção.
Artigo 15
Artigo 11
1 Os Estados Partes reconhecem os direitos da criança
1. Os Estados Partes adotarão medidas a fim de lutar à liberdade de associação e à liberdade de realizar
contra a transferência ilegal de crianças para o exterior e reuniões pacíficas.
a retenção ilícita das mesmas fora do país.
2. Não serão impostas restrições ao exercício desses
2. Para tanto, aos Estados Partes promoverão a direitos, a não ser as estabelecidas em conformidade
conclusão de acordos bilaterais ou multilaterais ou a com alei e que sejam necessárias numa sociedade
adesão a acordos já existentes. democrática, no interesse da segurança nacional ou
pública, da ordem pública, da proteção à saúde e à moral
Artigo 12 públicas ou da proteção aos direitos e liberdades dos
demais.
Artigo 16 3. Os Estados Partes adotarão todas as medidas
apropriadas a fim de que as crianças cujos pais
1. Nenhuma criança será objeto de interferências trabalhem tenham direito a beneficiar-se dos serviços de
arbitrárias ou ilegais em sua vida particular, sua família, assistência social e creches a que fazem jus.
seu domicílio ou sua correspondência, nem de atentados
ilegais a sua honra e a sua reputação. Artigo 19
2. A criança tem direito à proteção da lei contra essas 1. Os Estados Partes adotarão todas as medidas
interferências ou atentados. legislativas, administrativas, sociais e educacionais
apropriada spara proteger a criança contra todas as
Artigo 17 formas de violência física ou mental, abuso ou tratamento
Os Estados Partes reconhecem a função importante negligente, maus tratos ou exploração, inclusive abuso
desempenhada pelos meios de comunicação e zelarão sexual, enquanto a criança estiver sob a custódia dos
para que a criança tenha acesso a informações e pais, do representante legal ou de qualquer outra pessoa
materiais procedentes de diversas fontes nacionais e responsável por ela.
internacionais, especialmente informações e materiais 2. Essas medidas de proteção deveriam incluir, conforme
que visem a promover seu bem-estar social, espiritual e apropriado, procedimentos eficazes para a elaboração
moral e sua saúde física e mental. Para tanto, os Estados de programas sociais capazes de proporcionar uma
Partes: assistência adequada à criança e às pessoas
a) incentivarão os meios de comunicação a difundir encarregadas de seu cuidado, bem como para outras
informações e materiais de interesse social e cultural formas de prevenção, para a identificação, notificação,
para acriança, de acordo com o espírito do artigo 29; transferência a uma instituição,investigação, tratamento
e acompanhamento posterior dos casos acima
b) promoverão a cooperação internacional na produção, mencionados de maus tratos à criança e,conforme o
no intercâmbio e na divulgação dessas informações e caso, para a intervenção judiciária.
desses materiais procedentes de diversas fontes
culturais, nacionais e internacionais; Artigo 20
e) promoverão a elaboração de diretrizes apropriadas a 3. Esses cuidados poderiam incluir, inter alia, a colocação
fim de proteger a criança contra toda informação e em lares de adoção, a kafalah do direito islâmico, a
material prejudiciais ao seu bem-estar, tendo em conta adoção ou, caso necessário, a colocação em instituições
as disposições dos artigos 13 e 18. adequadas de proteção para as crianças. Ao serem
consideradas as soluções, deve-se dar especial atenção
Artigo 18 à origem étnica, religiosa, cultural e lingüística da criança,
bem como à conveniência da continuidade de sua
1. Os Estados Partes envidarão os seus melhores
educação.
esforços a fim de assegurar o reconhecimento do
princípio deque ambos os pais têm obrigações comuns Artigo 21
com relação à educação e ao desenvolvimento da
criança. Caberá aos paisou, quando for o caso, aos Os Estados Partes que reconhecem ou permitem o
representantes legais, a responsabilidade primordial pela sistema de adoção atentarão para o fato de que a
educação e pelo desenvolvimento da criança. Sua consideração primordial seja o interesse maior da
preocupação fundamental visará ao interesse maior da criança. Dessa forma, atentarão para que:
criança. a) a adoção da criança seja autorizada apenas pelas
2. A fim de garantir e promover os direitos enunciados na autoridades competentes, as quais determinarão,
presente convenção, os Estados Partes prestarão consoante as leis e os procedimentos cabíveis e com
assistência adequada aos pais e aos representantes base em todas as informações pertinentes e fidedignas,
legais para o desempenho de suas funções no que tange que a adoção é admissível em vista da situação jurídica
à educação da criança e assegurarão a criação de da criança com relação a seus pais, parentes e
instituições, instalações e serviços para o cuidado das representantes legais e que, caso solicitado, as pessoas
crianças. interessadas tenham dado, com conhecimento de causa,
seu consentimento à adoção, com base no
assessoramento que possa ser necessário;
b) a adoção efetuada em outro país possa ser com os recursos disponíveis e sempre que a criança ou
considerada como outro meio de cuidar da criança, no seus responsáveis reúnam as condições requeridas,
caso em que a mesma não possa ser colocada em um estimularão e assegurarão a prestação da assistência
lar de adoção ou entregue a uma família adotiva ou não solicitada, que seja adequada ao estado da criança e às
logre atendimento adequado em seu país de origem; circunstâncias de seus pais ou das pessoas
encarregadas de seus cuidados.
c) a criança adotada em outro país goze de salvaguardas
e normas equivalentes às existentes em seu país 3. Atendendo às necessidades especiais da criança
deorigem com relação à adoção; deficiente, a assistência prestada, conforme disposto no
parágrafo 2 do presente artigo, será gratuita sempre que
d) todas as medidas apropriadas sejam adotadas, a fim possível, levando-se em consideração a situação
de garantir que, em caso de adoção em outro país, econômica dos pais ou das pessoas que cuidem da
acolocação não permita benefícios financeiros indevidos criança, e visará a assegurar à criança deficiente o
aos que dela participarem; acesso efetivo à educação, à capacitação, aos serviços
e) quando necessário, promover os objetivos do presente de saúde, aos serviços de reabilitação, à preparação
artigo mediante ajustes ou acordos bilaterais para o emprego e às oportunidades de lazer, de maneira
oumultilaterais, e envidarão esforços, nesse contexto, que a criança atinja a mais completa integração social
com vistas a assegurar que a colocação da criança em possível e o maior desenvolvimento individual factível,
outro paísseja levada a cabo por intermédio das inclusive seu desenvolvimento cultural e espiritual.
autoridades ou organismos competentes. 4. Os Estados Partes promoverão, com espírito de
Artigo 22 cooperação internacional, um intercâmbio adequado de
informações nos campos da assistência médica
1. Os Estados Partes adotarão medidas pertinentes para preventiva e do tratamento médico, psicológico e
assegurar que a criança que tente obter a condição funcional das crianças deficientes, inclusive a divulgação
derefugiada, ou que seja considerada como refugiada de de informações a respeito dos métodos de reabilitação e
acordo com o direito e os procedimentos internacionais dos serviços de ensino formação profissional, bem como
ouinternos aplicáveis, receba, tanto no caso de estar o acesso a essa informação, a fim de que os Estados
sozinha como acompanhada por seus pais ou por Partes possam aprimorar sua capacidade e seus
qualquer outrapessoa, a proteção e a assistência conhecimentos e ampliar sua experiência nesses
humanitária adequadas a fim de que possa usufruir dos campos. Nesse sentido, serão levadas especialmente
direitos enunciados napresente convenção e em outros em conta as necessidades dos países em
instrumentos internacionais de direitos humanos ou de desenvolvimento.
caráter humanitário dos quais oscitados Estados sejam
parte. Artigo 24
2. Para tanto, os Estados Partes cooperarão, da maneira 1. Os Estados Partes reconhecem o direito da criança de
como julgarem apropriada, com todos os esforços das gozar do melhor padrão possível de saúde e dos serviços
Nações Unidas e demais organizações destinados ao tratamento das doenças e à recuperação
intergovernamentais competentes, ou organizações não- da saúde. Os Estados Partes envidarão esforços no
governamentais que cooperem com as Nações Unidas, sentido de assegurar que nenhuma criança se veja
no sentido de proteger e ajudar a criança refugiada, e de privada de seu direito de usufruir desses serviços
localizar seus pais ou outros membros de sua família a sanitários.
fim de obter informações necessárias que permitam sua 2. Os Estados Partes garantirão a plena aplicação desse
reunião com a família. Quando não for possível localizar direito e, em especial, adotarão as medidas apropriadas
nenhum dos pais ou membros da família, será concedida com vistas a:
à criança a mesma proteção outorgada qualquer outra
criança privada permanente ou temporariamente de seu a) reduzir a mortalidade infantil;
ambiente familiar, seja qual for o motivo, conforme o
estabelecido na presente convenção. b) assegurar a prestação de assistência médica e
cuidados sanitários necessários a todas as crianças,
Artigo 23 dando ênfase aos cuidados básicos de saúde;
2. Os Estados Partes reconhecem o direito da criança d) assegurar às mães adequada assistência pré-natal e
deficiente de receber cuidados especiais e, de acordo pós-natal;
e) assegurar que todos os setores da sociedade, e em direito e, caso necessário, proporcionarão assistência
especial os pais e as crianças, conheçam os princípios material e programas de apoio, especialmente no que diz
básicos de saúde e nutrição das crianças, as vantagens respeito à nutrição, ao vestuário e à habitação.
da amamentação, da higiene e do saneamento ambiental
e das medidas de prevenção de acidentes, e tenham 4. Os Estados Partes tomarão todas as medidas
acesso à educação pertinente e recebam apoio para a adequadas para assegurar o pagamento da pensão
aplicação desses conhecimentos; alimentícia por parte dos pais ou de outras pessoas
financeiramente responsáveis pela criança, quer residam
f) desenvolver a assistência médica preventiva, a no Estado Parte quer no exterior. Nesse sentido, quando
orientação aos pais e a educação e serviços de a pessoa que detém a responsabilidade financeira pela
planejamento familiar. criança residir em Estado diferente daquele onde mora a
criança, os Estados Partes promoverão a adesão a
3. Os Estados Partes adotarão todas as medidas acordos internacionais ou a conclusão de tais acordos,
eficazes e adequadas para abolir práticas tradicionais bem como a adoção de outras medidas apropriadas.
que sejam prejudicais à saúde da criança.
Artigo 28
4. Os Estados Partes se comprometem a promover e
incentivar a cooperação internacional com vistas a lograr, 1. Os Estados Partes reconhecem o direito da criança à
progressivamente, a plena efetivação do direito educação e, a fim de que ela possa exercer
reconhecido no presente artigo. Nesse sentido, será progressivamente e em igualdade de condições esse
dada atenção especial às necessidades dos países em direito, deverão especialmente:
desenvolvimento.
a) tornar o ensino primário obrigatório e disponível
Artigo 25 gratuitamente para todos;
Os Estados Partes reconhecem o direito de uma criança b) estimular o desenvolvimento do ensino secundário em
que tenha sido internada em um estabelecimento pelas suas diferentes formas, inclusive o ensino geral e
autoridades competentes para fins de atendimento, profissionalizante, tornando-o disponível e acessível a
proteção ou tratamento de saúde física ou mental a um todas as crianças, e adotar medidas apropriadas tais
exame periódico de avaliação do tratamento ao qual está como a implantação do ensino gratuito e a concessão de
sendo submetida e de todos os demais aspectos assistência financeira em caso de necessidade;
relativos à sua internação.
c) tornar o ensino superior acessível a todos com base
Artigo 26 na capacidade e por todos os meios adequados;
3. Os Estados Partes, de acordo com as condições 1. Os Estados Partes reconhecem que a educação da
nacionais e dentro de suas possibilidades, adotarão criança deverá estar orientada no sentido de:
medidas apropriadas a fim de ajudar os pais e outras
pessoas responsáveis pela criança a tornar efetivo esse
a) desenvolver a personalidade, as aptidões e a assegurara aplicação do presente artigo. Com tal
capacidade mental e física da criança em todo o seu propósito, e levando em consideração as disposições
potencial; pertinentes de outros instrumentos internacionais, os
Estados Partes, deverão, em particular:
b) imbuir na criança o respeito aos direitos humanos e às
liberdades fundamentais, bem como aos princípios a) estabelecer uma idade ou idades mínimas para a
consagrados na Carta das Nações Unidas; admissão em empregos;
c) imbuir na criança o respeito aos seus pais, à sua b) estabelecer regulamentação apropriada relativa a
própria identidade cultural, ao seu idioma e seus valores, horários e condições de emprego;
aos valores nacionais do país em que reside, aos do
eventual país de origem, e aos das civilizações diferentes c) estabelecer penalidades ou outras sanções
da sua; apropriadas a fim de assegurar o cumprimento efetivo do
presente artigo.
d) preparar a criança para assumir uma vida responsável
numa sociedade livre, com espírito de compreensão, Artigo 33
paz, tolerância, igualdade de sexos e amizade entre Os Estados Partes adotarão todas as medidas
todos os povos, grupos étnicos, nacionais e religiosos e apropriadas, inclusive medidas legislativas,
pessoas de origem indígena; administrativas, sociais e educacionais, para proteger a
e) imbuir na criança o respeito ao meio ambiente. criança contra o uso ilícito de drogas e substâncias
psicotrópicas descritas nos tratados
2. Nada do disposto no presente artigo ou no Artigo 28
será interpretado de modo a restringir a liberdade dos internacionais pertinentes e para impedir que crianças
indivíduos ou das entidades de criar e dirigir instituições sejam utilizadas na produção e no tráfico ilícito dessas
de ensino, desde que sejam respeitados os princípios substâncias.
enunciados no parágrafo 1 do presente artigo e que a Artigo 34
educação ministrada em tais instituições esteja acorde
com os padrões mínimos estabelecidos pelo Estado. Os Estados Partes se comprometem a proteger a criança
contra todas as formas de exploração e abuso sexual.
Artigo 30 Nesse sentido, os Estados Partes tomarão, em especial,
Nos Estados Partes onde existam minorias étnicas, todas as medidas de caráter nacional, bilateral e
religiosas ou linguísticas, ou pessoas de origem multilateral que sejam necessárias para impedir:
indígena, não será negado a uma criança que pertença a) o incentivo ou a coação para que uma criança se
a tais minorias ou que seja indígena o direito de, em dedique a qualquer atividade sexual ilegal;
comunidade com os demais membros de seu grupo, ter
sua própria cultura, professar e praticar sua própria b) a exploração da criança na prostituição ou outras
religião ou utilizar seu próprio idioma. práticas sexuais ilegais;
d) toda criança privada de sua liberdade tenha direito a a) que não se alegue que nenhuma criança tenha
rápido acesso a assistência jurídica e a qualquer outra infringido as leis penais, nem se acuse ou declare
assistência adequada, bem como direito a impugnar a culpada nenhuma criança de ter infringido essas leis, por
legalidade da privação de sua liberdade perante um atos ou omissões que não eram proibidos pela legislação
tribunal ou outra autoridade competente, independente e nacional ou pelo direito internacional no momento em
imparcial e a uma rápida decisão a respeito de tal ação. que foram cometidos;
2. Os Estados Partes adotarão todas as medidas II) ser informada sem demora e diretamente ou, quando
possíveis a fim de assegurar que todas as pessoas que for o caso, por intermédio de seus pais ou de seus
ainda não tenham completado quinze anos de idade não representantes legais, das acusações que pesam contra
participem diretamente de hostilidades. ela, e dispor de assistência jurídica ou outro tipo de
assistência apropriada para a preparação e
3. Os Estados Partes abster-se-ão de recrutar pessoas apresentação de sua defesa;
que não tenham completado quinze anos de idade para
servir em suas forças armadas. Caso recrutem pessoas III) ter a causa decidida sem demora por autoridade ou
que tenham completado quinze anos, mas que tenham órgão judicial competente, independente e imparcial, em
menos de dezoito anos, deverão procurar dar prioridade audiência justa conforme a lei, com assistência jurídica
aos de mais idade. ou outra assistência e, a não ser que seja considerado
contrário aos melhores interesses da criança, levando
4. Em conformidade com suas obrigações de acordo com em consideração especialmente sua idade ou situação e
o direito humanitário internacional para proteção da a de seus pais ou representantes legais;
população civil durante os conflitos armados, os Estados
Partes adotarão todas as medidas necessárias a fim de IV) não ser obrigada a testemunhar ou a se declarar
assegurar a proteção e o cuidado das crianças afetadas culpada, e poder interrogar ou fazer com que sejam
por um conflito armado. interrogadas as testemunhas de acusação bem como
poder obter a participação e o interrogatório de
Artigo 39 testemunhas em sua defesa, em igualdade de condições;
Os Estados Partes adotarão todas as medidas V) se for decidido que infringiu as leis penais, ter essa
apropriadas para estimular a recuperação física e decisão e qualquer medida imposta em decorrência da
psicológica e reintegração social de toda criança vítima mesma submetidas a revisão por autoridade ou órgão
de qualquer forma de abandono, exploração ou abuso; judicial superior competente, independente e imparcial,
tortura ou outros de acordo com a lei;
tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou VI) contar com a assistência gratuita de um intérprete
degradantes; ou conflitos armados. Essa recuperação e caso a criança não compreenda ou fale o idioma
reintegração serão efetuadas em ambiente que estimule utilizado;
a saúde, o respeito próprio e a dignidade da criança.
VII) ter plenamente respeitada sua vida privada durante 3. Os membros do comitê serão escolhidos, em votação
todas as fases do processo. secreta, de uma lista de pessoas indicadas pelos
Estados Partes. Cada Estado Parte poderá indicar uma
3. Os Estados Partes buscarão promover o pessoa dentre os cidadãos de seu país.
estabelecimento de leis, procedimentos, autoridades e
instituições específicas para as crianças de quem se 4. A eleição inicial para o comitê será realizada, no mais
alegue ter infringido as leis penais ou que sejam tardar, seis meses após a entrada em vigor da presente
acusadas ou declaradas culpadas de tê-las infringido, e convenção e, posteriormente, a cada dois anos. No
em particular: mínimo quatro meses antes da data marcada para cada
eleição, o Secretário-geral das Nações Unidas enviará
a) o estabelecimento de uma idade mínima antes da qual uma carta aos Estados Partes convidando-os a
se presumirá que a criança não tem capacidade para apresentar suas candidaturas num prazo de dois meses.
infringir as leis penais; O Secretário-Geral elaborará posteriormente uma lista da
b) a adoção sempre que conveniente e desejável, de qual farão parte, em ordem alfabética, todos os
medidas para tratar dessas crianças sem recorrer candidatos indicados e os Estados Partes que os
procedimentos judiciais, contando que sejam respeitados designaram, e submeterá a mesma aos Estados Partes
plenamente os direitos humanos e as garantias legais. presentes à Convenção.
4. Diversas medidas, tais como ordens de guarda, 5. As eleições serão realizadas em reuniões dos Estados
orientação e supervisão, aconselhamento, liberdade Partes convocadas pelo Secretário-Geral na Sede das
vigiada, colocação em lares de adoção, programas de Nações Unidas. Nessas reuniões, para as quais o
educação e formação profissional, bem como outras quórum será de dois terços dos Estados Partes, os
alternativas internação em instituições, deverão estar candidatos eleitos para o comitê serão aqueles que
disponíveis para garantir que as crianças sejam tratadas obtiverem o maior número de votos e a maioria absoluta
de modo apropriado ao seu bem-estar e de forma de votos dos representantes dos Estados Partes
proporcional às circunstâncias e ao tipo do delito. presentes e votantes.
2. Os relatórios preparados em função do presente artigo d) o comitê poderá formular sugestões e recomendações
deverão indicar as circunstâncias e as dificuldades, caso gerais com base nas informações recebidas nos termos
existam, que afetam o grau de cumprimento das dos Artigos 44 e 45 da presente convenção. Essas
obrigações derivadas da presente convenção. Deverão, sugestões e recomendações gerais deverão ser
também, conter informações suficientes para que o transmitidas aos Estados Partes e encaminhadas à
comitê compreenda, com exatidão, a implementação da Assembleia geral, juntamente com os comentários
convenção no país em questão. eventualmente apresentados pelos Estados Partes.
Artigo 51
Artigo 52
Artigo 53
Artigo 54
LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990. d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas
Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e relacionadas com a proteção à infância e à juventude.
dá outras providências.
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o qualquer forma de negligência, discriminação,
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte exploração, violência, crueldade e opressão, punido na
Lei: forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos
Título I seus direitos fundamentais.
§ 8 o A gestante tem direito a acompanhamento saudável I - manter registro das atividades desenvolvidas, através
durante toda a gestação e a parto natural cuidadoso, de prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos;
estabelecendo-se a aplicação de cesariana e outras
intervenções cirúrgicas por motivos médicos. (Incluído II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua
pela Lei nº 13.257, de 2016) impressão plantar e digital e da impressão digital da mãe,
sem prejuízo de outras formas normatizadas pela
§ 9 o A atenção primária à saúde fará a busca ativa da autoridade administrativa competente;
gestante que não iniciar ou que abandonar as consultas
de pré-natal, bem como da puérpera que não III - proceder a exames visando ao diagnóstico e
comparecer às consultas pós-parto. (Incluído pela Lei nº terapêutica de anormalidades no metabolismo do recém-
nascido, bem como prestar orientação aos pais;
13.257, de 2016)
IV - fornecer declaração de nascimento onde constem
§ 10. Incumbe ao poder público garantir, à gestante e à
necessariamente as intercorrências do parto e do
mulher com filho na primeira infância que se encontrem
desenvolvimento do neonato;
sob custódia em unidade de privação de liberdade,
ambiência que atenda às normas sanitárias e
V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao
assistenciais do Sistema Único de Saúde para o
neonato a permanência junto à mãe.
acolhimento do filho, em articulação com o sistema de
ensino competente, visando ao desenvolvimento integral
VI - acompanhar a prática do processo de amamentação,
da criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
prestando orientações quanto à técnica adequada,
enquanto a mãe permanecer na unidade hospitalar,
Art. 8º-A. Fica instituída a Semana Nacional de
utilizando o corpo técnico já existente. (Incluído pela Lei
Prevenção da Gravidez na Adolescência, a ser realizada
nº 13.436, de 2017) (Vigência)
anualmente na semana que incluir o dia 1º de fevereiro,
com o objetivo de disseminar informações sobre medidas § 1º Os testes para o rastreamento de doenças no recém-
preventivas e educativas que contribuam para a redução
nascido serão disponibilizados pelo Sistema Único de
da incidência da gravidez na adolescência. (Incluído pela
Saúde, no âmbito do Programa Nacional de Triagem
Lei nº 13.798, de 2019)
Neonatal (PNTN), na forma da regulamentação
elaborada pelo Ministério da Saúde, com implementação
de forma escalonada, de acordo com a seguinte ordem
de progressão: (Incluído pela Lei nº 14.154, de 2021) no Sistema Único de Saúde. (Incluído pela Lei nº
Vigência 14.154, de 2021) Vigência
I – etapa 1: (Incluído pela Lei nº 14.154, de 2021) § 3º O rol de doenças constante do § 1º deste artigo
Vigência poderá ser expandido pelo poder público com base nos
a) fenilcetonúria e outras hiperfenilalaninemias; critérios estabelecidos no § 2º deste artigo. (Incluído
(Incluída pela Lei nº 14.154, de 2021) Vigência pela Lei nº 14.154, de 2021) Vigência
g) toxoplasmose congênita; (Incluída pela Lei nº § 1 o A criança e o adolescente com deficiência serão
14.154, de 2021) Vigência atendidos, sem discriminação ou segregação, em suas
necessidades gerais de saúde e específicas de
II – etapa 2: (Incluído pela Lei nº 14.154, de 2021) habilitação e reabilitação. (Redação dada pela Lei nº
Vigência 13.257, de 2016)
a) galactosemias; (Incluída pela Lei nº 14.154, de 2021) § 2 o Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente,
Vigência àqueles que necessitarem, medicamentos, órteses,
próteses e outras tecnologias assistivas relativas ao
b) aminoacidopatias; (Incluída pela Lei nº 14.154, de tratamento, habilitação ou reabilitação para crianças e
2021) Vigência adolescentes, de acordo com as linhas de cuidado
voltadas às suas necessidades específicas. (Redação
c) distúrbios do ciclo da ureia; (Incluída pela Lei nº dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
14.154, de 2021) Vigência
§ 3 o Os profissionais que atuam no cuidado diário ou
d) distúrbios da betaoxidação dos ácidos graxos; frequente de crianças na primeira infância receberão
(Incluída pela Lei nº 14.154, de 2021) Vigência formação específica e permanente para a detecção de
sinais de risco para o desenvolvimento psíquico, bem
III – etapa 3: doenças lisossômicas; (Incluído pela Lei como para o acompanhamento que se fizer necessário.
nº 14.154, de 2021) Vigência (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
IV – etapa 4: imunodeficiências primárias; (Incluído pela Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde,
Lei nº 14.154, de 2021) Vigência inclusive as unidades neonatais, de terapia intensiva e de
cuidados intermediários, deverão proporcionar
V – etapa 5: atrofia muscular espinhal. (Incluído pela Lei condições para a permanência em tempo integral de um
nº 14.154, de 2021) Vigência dos pais ou responsável, nos casos de internação de
criança ou adolescente. (Redação dada pela Lei nº
§ 2º A delimitação de doenças a serem rastreadas pelo 13.257, de 2016)
teste do pezinho, no âmbito do PNTN, será revisada
periodicamente, com base em evidências científicas, Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo
considerados os benefícios do rastreamento, do físico, de tratamento cruel ou degradante e de maus-
diagnóstico e do tratamento precoce, priorizando as tratos contra criança ou adolescente serão
doenças com maior prevalência no País, com protocolo obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da
de tratamento aprovado e com tratamento incorporado respectiva localidade, sem prejuízo de outras
providências legais. (Redação dada pela Lei nº 13.010, Capítulo II
de 2014)
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade
§ 1 o As gestantes ou mães que manifestem interesse em
entregar seus filhos para adoção serão obrigatoriamente Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade,
encaminhadas, sem constrangimento, à Justiça da ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em
Infância e da Juventude. (Incluído pela Lei nº 13.257, de processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos
2016) civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas
leis.
§ 2 o Os serviços de saúde em suas diferentes portas de
entrada, os serviços de assistência social em seu Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes
componente especializado, o Centro de Referência aspectos:
Especializado de Assistência Social (Creas) e os demais
órgãos do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços
do Adolescente deverão conferir máxima prioridade ao comunitários, ressalvadas as restrições legais;
atendimento das crianças na faixa etária da primeira
infância com suspeita ou confirmação de violência de II - opinião e expressão;
qualquer natureza, formulando projeto terapêutico
singular que inclua intervenção em rede e, se necessário, III - crença e culto religioso;
acompanhamento domiciliar. (Incluído pela Lei nº 13.257,
de 2016) IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;
Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá V - participar da vida familiar e comunitária, sem
programas de assistência médica e odontológica para a discriminação;
prevenção das enfermidades que ordinariamente afetam
a população infantil, e campanhas de educação sanitária VI - participar da vida política, na forma da lei;
para pais, educadores e alunos.
VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.
§ 1 o É obrigatória a vacinação das crianças nos casos
recomendados pelas autoridades sanitárias. Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade
(Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 13.257, de da integridade física, psíquica e moral da criança e do
adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da
2016)
identidade, da autonomia, dos valores, idéias e crenças,
dos espaços e objetos pessoais.
§ 2 o O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção à
saúde bucal das crianças e das gestantes, de forma
Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança
transversal, integral e intersetorial com as demais linhas
e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer
de cuidado direcionadas à mulher e à criança. (Incluído
tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório
pela Lei nº 13.257, de 2016)
ou constrangedor.
§ 3 o A atenção odontológica à criança terá função
Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser
educativa protetiva e será prestada, inicialmente, antes educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de
de o bebê nascer, por meio de aconselhamento pré-natal, tratamento cruel ou degradante, como formas de
e, posteriormente, no sexto e no décimo segundo anos correção, disciplina, educação ou qualquer outro
de vida, com orientações sobre saúde bucal. (Incluído pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família
pela Lei nº 13.257, de 2016) ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos
executores de medidas socioeducativas ou por qualquer
§ 4 o A criança com necessidade de cuidados pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los
odontológicos especiais será atendida pelo Sistema ou protegê-los. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Único de Saúde. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se:
§ 5 º É obrigatória a aplicação a todas as crianças, nos (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
seus primeiros dezoito meses de vida, de protocolo ou
outro instrumento construído com a finalidade de facilitar I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva
a detecção, em consulta pediátrica de acompanhamento aplicada com o uso da força física sobre a criança ou o
da criança, de risco para o seu desenvolvimento adolescente que resulte em: (Incluído pela Lei nº 13.010,
psíquico. (Incluído pela Lei nº 13.438, de 2017) de 2014)
(Vigência)
a) sofrimento físico; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de
2014) Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado
e educado no seio de sua família e, excepcionalmente,
b) lesão; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) em família substituta, assegurada a convivência familiar
e comunitária, em ambiente que garanta seu
II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma desenvolvimento integral. (Redação dada pela Lei nº
cruel de tratamento em relação à criança ou ao 13.257, de 2016)
adolescente que: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
§ 1 o Toda criança ou adolescente que estiver inserido
a) humilhe; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) em programa de acolhimento familiar ou institucional terá
sua situação reavaliada, no máximo, a cada 3 (três)
b) ameace gravemente; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, meses, devendo a autoridade judiciária competente, com
de 2014) base em relatório elaborado por equipe interprofissional
ou multidisciplinar, decidir de forma fundamentada pela
c) ridicularize. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) possibilidade de reintegração familiar ou pela colocação
em família substituta, em quaisquer das modalidades
Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os previstas no art. 28 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº
responsáveis, os agentes públicos executores de 13.509, de 2017)
medidas socioeducativas ou qualquer pessoa
encarregada de cuidar de crianças e de adolescentes, § 2 o A permanência da criança e do adolescente em
tratá-los, educá-los ou protegê-los que utilizarem castigo programa de acolhimento institucional não se prolongará
físico ou tratamento cruel ou degradante como formas de por mais de 18 (dezoito meses), salvo comprovada
correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto necessidade que atenda ao seu superior interesse,
estarão sujeitos, sem prejuízo de outras sanções devidamente fundamentada pela autoridade judiciária.
cabíveis, às seguintes medidas, que serão aplicadas de (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
acordo com a gravidade do caso: (Incluído pela Lei nº
13.010, de 2014) § 3 o A manutenção ou a reintegração de criança ou
adolescente à sua família terá preferência em relação a
I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de qualquer outra providência, caso em que será esta
proteção à família; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) incluída em serviços e programas de proteção, apoio e
promoção, nos termos do § 1 o do art. 23, dos incisos I e
II - encaminhamento a tratamento psicológico ou IV do caput do art. 101 e dos incisos I a IV do caput do
psiquiátrico; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) art. 129 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de
2016)
III - encaminhamento a cursos ou programas de
orientação; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) § 4 o Será garantida a convivência da criança e do
adolescente com a mãe ou o pai privado de liberdade,
IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento por meio de visitas periódicas promovidas pelo
especializado; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) responsável ou, nas hipóteses de acolhimento
institucional, pela entidade responsável,
V - advertência. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) independentemente de autorização judicial. (Incluído
pela Lei nº 12.962, de 2014)
VI - garantia de tratamento de saúde especializado à
vítima. (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) § 5 o Será garantida a convivência integral da criança
Vigência com a mãe adolescente que estiver em acolhimento
institucional. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo serão
aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras § 6 o A mãe adolescente será assistida por equipe
providências legais. (Incluído pela Lei nº 13.010, de especializada multidisciplinar. (Incluído pela Lei nº
2014) 13.509, de 2017)
§ 8 o Na hipótese de desistência pelos genitores - Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do
manifestada em audiência ou perante a equipe casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e
interprofissional - da entrega da criança após o qualificações, proibidas quaisquer designações
nascimento, a criança será mantida com os genitores, e discriminatórias relativas à filiação.
será determinado pela Justiça da Infância e da Juventude
o acompanhamento familiar pelo prazo de 180 (cento e Art. 21. O pátrio poder poder familiar será exercido, em
oitenta) dias. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) igualdade de condições, pelo pai e pela mãe, na forma
do que dispuser a legislação civil, assegurado a qualquer
§ 9 o É garantido à mãe o direito ao sigilo sobre o deles o direito de, em caso de discordância, recorrer à
nascimento, respeitado o disposto no art. 48 desta Lei. autoridade judiciária competente para a solução da
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) divergência. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência
§ 10. Serão cadastrados para adoção recém-nascidos e
crianças acolhidas não procuradas por suas famílias no
Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e escritura ou outro documento público, qualquer que seja
educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no a origem da filiação.
interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir
as determinações judiciais. Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o
nascimento do filho ou suceder-lhe ao falecimento, se
Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm deixar descendentes.
direitos iguais e deveres e responsabilidades
compartilhados no cuidado e na educação da criança, Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito
devendo ser resguardado o direito de transmissão personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo
familiar de suas crenças e culturas, assegurados os ser exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem
direitos da criança estabelecidos nesta Lei. (Incluído pela qualquer restrição, observado o segredo de Justiça.
Lei nº 13.257, de 2016)
Seção III
Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não
constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão Da Família Substituta
do pátrio poder poder familiar . (Expressão substituída
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Subseção I
§ 2º A condenação criminal do pai ou da mãe não § 1 o Sempre que possível, a criança ou o adolescente
implicará a destituição do poder familiar, exceto na será previamente ouvido por equipe interprofissional,
hipótese de condenação por crime doloso sujeito à pena respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de
de reclusão contra outrem igualmente titular do mesmo compreensão sobre as implicações da medida, e terá sua
poder familiar ou contra filho, filha ou outro descendente. opinião devidamente considerada. (Redação dada pela
(Redação dada pela Lei nº 13.715, de 2018) Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 24. A perda e a suspensão do pátrio poder poder § 2 o Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade,
familiar serão decretadas judicialmente, em será necessário seu consentimento, colhido em
procedimento contraditório, nos casos previstos na audiência. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
legislação civil, bem como na hipótese de Vigência
descumprimento injustificado dos deveres e obrigações
a que alude o art. 22. (Expressão substituída pela Lei nº § 3 o Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau
12.010, de 2009) Vigência de parentesco e a relação de afinidade ou de afetividade,
a fim de evitar ou minorar as consequências decorrentes
Seção II da medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Vigência
Da Família Natural
§ 4 o Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção,
Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade tutela ou guarda da mesma família substituta, ressalvada
formada pelos pais ou qualquer deles e seus a comprovada existência de risco de abuso ou outra
descendentes. situação que justifique plenamente a excepcionalidade
de solução diversa, procurando-se, em qualquer caso,
Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou evitar o rompimento definitivo dos vínculos fraternais.
ampliada aquela que se estende para além da unidade (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
pais e filhos ou da unidade do casal, formada por
parentes próximos com os quais a criança ou § 5 o A colocação da criança ou adolescente em família
adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e substituta será precedida de sua preparação gradativa e
afetividade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) acompanhamento posterior, realizados pela equipe
Vigência interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da
Juventude, preferencialmente com o apoio dos técnicos
Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão ser responsáveis pela execução da política municipal de
reconhecidos pelos pais, conjunta ou separadamente, no
próprio termo de nascimento, por testamento, mediante
garantia do direito à convivência familiar. (Incluído pela § 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência casos de tutela e adoção, para atender a situações
peculiares ou suprir a falta eventual dos pais ou
§ 6 o Em se tratando de criança ou adolescente indígena responsável, podendo ser deferido o direito de
ou proveniente de comunidade remanescente de representação para a prática de atos determinados.
quilombo, é ainda obrigatório: (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência § 3º A guarda confere à criança ou adolescente a
condição de dependente, para todos os fins e efeitos de
I - que sejam consideradas e respeitadas sua identidade direito, inclusive previdenciários.
social e cultural, os seus costumes e tradições, bem
como suas instituições, desde que não sejam § 4 o Salvo expressa e fundamentada determinação em
incompatíveis com os direitos fundamentais contrário, da autoridade judiciária competente, ou
reconhecidos por esta Lei e pela Constituição Federal; quando a medida for aplicada em preparação para
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência adoção, o deferimento da guarda de criança ou
adolescente a terceiros não impede o exercício do direito
II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente no de visitas pelos pais, assim como o dever de prestar
seio de sua comunidade ou junto a membros da mesma alimentos, que serão objeto de regulamentação
etnia; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência específica, a pedido do interessado ou do Ministério
Público. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
III - a intervenção e oitiva de representantes do órgão
federal responsável pela política indigenista, no caso de Art. 34. O poder público estimulará, por meio de
crianças e adolescentes indígenas, e de antropólogos, assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, o
perante a equipe interprofissional ou multidisciplinar que acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou
irá acompanhar o caso. (Incluído pela Lei nº 12.010, de adolescente afastado do convívio familiar. (Redação
2009) Vigência dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 29. Não se deferirá colocação em família substituta § 1 o A inclusão da criança ou adolescente em programas
a pessoa que revele, por qualquer modo, de acolhimento familiar terá preferência a seu
incompatibilidade com a natureza da medida ou não acolhimento institucional, observado, em qualquer caso,
ofereça ambiente familiar adequado. o caráter temporário e excepcional da medida, nos
termos desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Art. 30. A colocação em família substituta não admitirá
transferência da criança ou adolescente a terceiros ou a § 2 o Na hipótese do § 1 o deste artigo a pessoa ou casal
entidades governamentais ou não-governamentais, sem cadastrado no programa de acolhimento familiar poderá
autorização judicial. receber a criança ou adolescente mediante guarda,
observado o disposto nos arts. 28 a 33 desta Lei.
Art. 31. A colocação em família substituta estrangeira (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
constitui medida excepcional, somente admissível na
modalidade de adoção. § 3 o A União apoiará a implementação de serviços de
acolhimento em família acolhedora como política pública,
Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável os quais deverão dispor de equipe que organize o
prestará compromisso de bem e fielmente desempenhar acolhimento temporário de crianças e de adolescentes
o encargo, mediante termo nos autos. em residências de famílias selecionadas, capacitadas e
acompanhadas que não estejam no cadastro de adoção.
Subseção II (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe a § 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do
prévia decretação da perda ou suspensão do pátrio outro, mantêm-se os vínculos de filiação entre o adotado
poder poder familiar e implica necessariamente o dever e o cônjuge ou concubino do adotante e os respectivos
de guarda. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de parentes.
2009) Vigência
§ 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado,
Art. 37. O tutor nomeado por testamento ou qualquer seus descendentes, o adotante, seus ascendentes,
documento autêntico, conforme previsto no parágrafo descendentes e colaterais até o 4º grau, observada a
único do art. 1.729 da Lei n o 10.406, de 10 de janeiro de ordem de vocação hereditária.
2002 - Código Civil , deverá, no prazo de 30 (trinta) dias
após a abertura da sucessão, ingressar com pedido Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos,
destinado ao controle judicial do ato, observando o independentemente do estado civil. (Redação dada pela
procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei. Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do
Parágrafo único. Na apreciação do pedido, serão adotando.
observados os requisitos previstos nos arts. 28 e 29
desta Lei, somente sendo deferida a tutela à pessoa § 2 o Para adoção conjunta, é indispensável que os
indicada na disposição de última vontade, se restar adotantes sejam casados civilmente ou mantenham
comprovado que a medida é vantajosa ao tutelando e união estável, comprovada a estabilidade da família.
que não existe outra pessoa em melhores condições de (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
assumi-la. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
Vigência § 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos
mais velho do que o adotando.
Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto no art.
24. § 4 o Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-
companheiros podem adotar conjuntamente, contanto
Subseção IV que acordem sobre a guarda e o regime de visitas e
desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado
Da Adoção na constância do período de convivência e que seja
comprovada a existência de vínculos de afinidade e
Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se- afetividade com aquele não detentor da guarda, que
á segundo o disposto nesta Lei. justifiquem a excepcionalidade da concessão. (Redação
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 1 o A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual
se deve recorrer apenas quando esgotados os recursos § 5 o Nos casos do § 4 o deste artigo, desde que
de manutenção da criança ou adolescente na família demonstrado efetivo benefício ao adotando, será
natural ou extensa, na forma do parágrafo único do art. assegurada a guarda compartilhada, conforme previsto
25 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) no art. 1.584 da Lei n o 10.406, de 10 de janeiro de 2002
Vigência - Código Civil . (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
§ 2 o É vedada a adoção por procuração. (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 6 o A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após
inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no
§ 3 o Em caso de conflito entre direitos e interesses do curso do procedimento, antes de prolatada a sentença.
adotando e de outras pessoas, inclusive seus pais (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
biológicos, devem prevalecer os direitos e os interesses
do adotando. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais
vantagens para o adotando e fundar-se em motivos
Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, dezoito legítimos.
anos à data do pedido, salvo se já estiver sob a guarda
ou tutela dos adotantes.
Art. 44. Enquanto não der conta de sua administração e
saldar o seu alcance, não pode o tutor ou o curador § 5 o O estágio de convivência será cumprido no território
adotar o pupilo ou o curatelado. nacional, preferencialmente na comarca de residência da
criança ou adolescente, ou, a critério do juiz, em cidade
Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou limítrofe, respeitada, em qualquer hipótese, a
do representante legal do adotando. competência do juízo da comarca de residência da
criança. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 1º. O consentimento será dispensado em relação à
criança ou adolescente cujos pais sejam desconhecidos Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença
ou tenham sido destituídos do pátrio poder poder familiar judicial, que será inscrita no registro civil mediante
. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) mandado do qual não se fornecerá certidão.
Vigência
§ 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes como
§ 2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos de pais, bem como o nome de seus ascendentes.
idade, será também necessário o seu consentimento.
§ 2º O mandado judicial, que será arquivado, cancelará
Art. 46. A adoção será precedida de estágio de o registro original do adotado.
convivência com a criança ou adolescente, pelo prazo
máximo de 90 (noventa) dias, observadas a idade da § 3 o A pedido do adotante, o novo registro poderá ser
criança ou adolescente e as peculiaridades do caso. lavrado no Cartório do Registro Civil do Município de sua
(Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) residência. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
Vigência
§ 1 o O estágio de convivência poderá ser dispensado se
o adotando já estiver sob a tutela ou guarda legal do § 4 o Nenhuma observação sobre a origem do ato poderá
adotante durante tempo suficiente para que seja possível constar nas certidões do registro. (Redação dada pela
avaliar a conveniência da constituição do vínculo. Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 5 o A sentença conferirá ao adotado o nome do
§ 2 o A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a adotante e, a pedido de qualquer deles, poderá
dispensa da realização do estágio de convivência. determinar a modificação do prenome. (Redação dada
(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 2 o -A. O prazo máximo estabelecido no caput deste § 6 o Caso a modificação de prenome seja requerida pelo
artigo pode ser prorrogado por até igual período, adotante, é obrigatória a oitiva do adotando, observado o
mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária. disposto nos §§ 1 o e 2 o do art. 28 desta Lei. (Redação
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 3 o Em caso de adoção por pessoa ou casal residente § 7 o A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito em
ou domiciliado fora do País, o estágio de convivência julgado da sentença constitutiva, exceto na hipótese
será de, no mínimo, 30 (trinta) dias e, no máximo, 45 prevista no § 6 o do art. 42 desta Lei, caso em que terá
(quarenta e cinco) dias, prorrogável por até igual período, força retroativa à data do óbito. (Incluído pela Lei nº
uma única vez, mediante decisão fundamentada da 12.010, de 2009) Vigência
autoridade judiciária. (Redação dada pela Lei nº 13.509,
de 2017) § 8 o O processo relativo à adoção assim como outros a
ele relacionados serão mantidos em arquivo, admitindo-
§ 3 o -A. Ao final do prazo previsto no § 3 o deste artigo, se seu armazenamento em microfilme ou por outros
deverá ser apresentado laudo fundamentado pela equipe meios, garantida a sua conservação para consulta a
mencionada no § 4 o deste artigo, que recomendará ou qualquer tempo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
não o deferimento da adoção à autoridade judiciária. Vigência
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 9º Terão prioridade de tramitação os processos de
§ 4 o O estágio de convivência será acompanhado pela adoção em que o adotando for criança ou adolescente
equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e com deficiência ou com doença crônica. (Incluído pela
da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos Lei nº 12.955, de 2014)
responsáveis pela execução da política de garantia do
direito à convivência familiar, que apresentarão relatório § 10. O prazo máximo para conclusão da ação de
minucioso acerca da conveniência do deferimento da adoção será de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável uma
medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência única vez por igual período, mediante decisão
fundamentada da autoridade judiciária. (Incluído pela Lei § 6 o Haverá cadastros distintos para pessoas ou casais
nº 13.509, de 2017) residentes fora do País, que somente serão consultados
na inexistência de postulantes nacionais habilitados nos
Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua origem cadastros mencionados no § 5 o deste artigo. (Incluído
biológica, bem como de obter acesso irrestrito ao pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
processo no qual a medida foi aplicada e seus eventuais
incidentes, após completar 18 (dezoito) anos. (Redação § 7 o As autoridades estaduais e federais em matéria de
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência adoção terão acesso integral aos cadastros, incumbindo-
lhes a troca de informações e a cooperação mútua, para
Parágrafo único. O acesso ao processo de adoção melhoria do sistema. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
poderá ser também deferido ao adotado menor de 18 2009) Vigência
(dezoito) anos, a seu pedido, assegurada orientação e
assistência jurídica e psicológica. (Incluído pela Lei nº § 8 o A autoridade judiciária providenciará, no prazo de
12.010, de 2009) Vigência 48 (quarenta e oito) horas, a inscrição das crianças e
adolescentes em condições de serem adotados que não
Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o pátrio tiveram colocação familiar na comarca de origem, e das
poder poder familiar dos pais naturais. (Expressão pessoas ou casais que tiveram deferida sua habilitação
substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência à adoção nos cadastros estadual e nacional referidos no
§ 5 o deste artigo, sob pena de responsabilidade.
Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
comarca ou foro regional, um registro de crianças e
adolescentes em condições de serem adotados e outro § 9 o Compete à Autoridade Central Estadual zelar pela
de pessoas interessadas na adoção. (Vide Lei nº 12.010, manutenção e correta alimentação dos cadastros, com
de 2009) Vigência posterior comunicação à Autoridade Central Federal
Brasileira. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após prévia
consulta aos órgãos técnicos do juizado, ouvido o § 10. Consultados os cadastros e verificada a ausência
Ministério Público. de pretendentes habilitados residentes no País com perfil
compatível e interesse manifesto pela adoção de criança
§ 2º Não será deferida a inscrição se o interessado não ou adolescente inscrito nos cadastros existentes, será
satisfizer os requisitos legais, ou verificada qualquer das realizado o encaminhamento da criança ou adolescente
hipóteses previstas no art. 29. à adoção internacional. (Redação dada pela Lei nº
13.509, de 2017)
§ 3 o A inscrição de postulantes à adoção será precedida
de um período de preparação psicossocial e jurídica, § 11. Enquanto não localizada pessoa ou casal
orientado pela equipe técnica da Justiça da Infância e da interessado em sua adoção, a criança ou o adolescente,
Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos sempre que possível e recomendável, será colocado sob
responsáveis pela execução da política municipal de guarda de família cadastrada em programa de
garantia do direito à convivência familiar. (Incluído pela acolhimento familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 2009) Vigência
§ 15. Será assegurada prioridade no cadastro a pessoas I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em adotar
interessadas em adotar criança ou adolescente com criança ou adolescente brasileiro, deverá formular pedido
deficiência, com doença crônica ou com necessidades de habilitação à adoção perante a Autoridade Central em
específicas de saúde, além de grupo de irmãos. (Incluído matéria de adoção internacional no país de acolhida,
pela Lei nº 13.509, de 2017) assim entendido aquele onde está situada sua residência
habitual; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela na
qual o pretendente possui residência habitual em país- II - se a Autoridade Central do país de acolhida
parte da Convenção de Haia, de 29 de maio de 1993, considerar que os solicitantes estão habilitados e aptos
Relativa à Proteção das Crianças e à Cooperação em para adotar, emitirá um relatório que contenha
Matéria de Adoção Internacional, promulgada pelo informações sobre a identidade, a capacidade jurídica e
Decreto n o 3.087, de 21 junho de 1999 , e deseja adotar adequação dos solicitantes para adotar, sua situação
criança em outro país-parte da Convenção. (Redação pessoal, familiar e médica, seu meio social, os motivos
dada pela Lei nº 13.509, de 2017) que os animam e sua aptidão para assumir uma adoção
internacional; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009)
§ 1 o A adoção internacional de criança ou adolescente Vigência
brasileiro ou domiciliado no Brasil somente terá lugar
quando restar comprovado: (Redação dada pela Lei nº III - a Autoridade Central do país de acolhida enviará o
12.010, de 2009) Vigência relatório à Autoridade Central Estadual, com cópia para a
Autoridade Central Federal Brasileira; (Incluída pela Lei
I - que a colocação em família adotiva é a solução nº 12.010, de 2009) Vigência
adequada ao caso concreto; (Redação dada pela Lei nº
13.509, de 2017) IV - o relatório será instruído com toda a documentação
necessária, incluindo estudo psicossocial elaborado por
II - que foram esgotadas todas as possibilidades de equipe interprofissional habilitada e cópia autenticada da
colocação da criança ou adolescente em família adotiva legislação pertinente, acompanhada da respectiva prova
brasileira, com a comprovação, certificada nos autos, da de vigência; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009)
inexistência de adotantes habilitados residentes no Brasil Vigência
com perfil compatível com a criança ou adolescente,
após consulta aos cadastros mencionados nesta Lei; V - os documentos em língua estrangeira serão
(Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) devidamente autenticados pela autoridade consular,
observados os tratados e convenções internacionais, e
III - que, em se tratando de adoção de adolescente, este acompanhados da respectiva tradução, por tradutor
foi consultado, por meios adequados ao seu estágio de público juramentado; (Incluída pela Lei nº 12.010, de
desenvolvimento, e que se encontra preparado para a 2009) Vigência
medida, mediante parecer elaborado por equipe
interprofissional, observado o disposto nos §§ 1 o e 2 o VI - a Autoridade Central Estadual poderá fazer
do art. 28 desta Lei. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) exigências e solicitar complementação sobre o estudo
Vigência psicossocial do postulante estrangeiro à adoção, já
realizado no país de acolhida; (Incluída pela Lei nº
§ 2 o Os brasileiros residentes no exterior terão 12.010, de 2009) Vigência
preferência aos estrangeiros, nos casos de adoção
VII - verificada, após estudo realizado pela Autoridade § 4 o Os organismos credenciados deverão ainda:
Central Estadual, a compatibilidade da legislação (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
estrangeira com a nacional, além do preenchimento por
parte dos postulantes à medida dos requisitos objetivos I - perseguir unicamente fins não lucrativos, nas
e subjetivos necessários ao seu deferimento, tanto à luz condições e dentro dos limites fixados pelas autoridades
do que dispõe esta Lei como da legislação do país de competentes do país onde estiverem sediados, do país
acolhida, será expedido laudo de habilitação à adoção de acolhida e pela Autoridade Central Federal Brasileira;
internacional, que terá validade por, no máximo, 1 (um) (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
ano; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
II - ser dirigidos e administrados por pessoas qualificadas
VIII - de posse do laudo de habilitação, o interessado será e de reconhecida idoneidade moral, com comprovada
autorizado a formalizar pedido de adoção perante o Juízo formação ou experiência para atuar na área de adoção
da Infância e da Juventude do local em que se encontra internacional, cadastradas pelo Departamento de Polícia
a criança ou adolescente, conforme indicação efetuada Federal e aprovadas pela Autoridade Central Federal
pela Autoridade Central Estadual. (Incluída pela Lei nº Brasileira, mediante publicação de portaria do órgão
12.010, de 2009) Vigência federal competente; (Incluída pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
§ 1 o Se a legislação do país de acolhida assim o
autorizar, admite-se que os pedidos de habilitação à III - estar submetidos à supervisão das autoridades
adoção internacional sejam intermediados por competentes do país onde estiverem sediados e no país
organismos credenciados. (Incluída pela Lei nº 12.010, de acolhida, inclusive quanto à sua composição,
de 2009) Vigência funcionamento e situação financeira; (Incluída pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
§ 2 o Incumbe à Autoridade Central Federal Brasileira o
credenciamento de organismos nacionais e estrangeiros IV - apresentar à Autoridade Central Federal Brasileira, a
encarregados de intermediar pedidos de habilitação à cada ano, relatório geral das atividades desenvolvidas,
adoção internacional, com posterior comunicação às bem como relatório de acompanhamento das adoções
Autoridades Centrais Estaduais e publicação nos órgãos internacionais efetuadas no período, cuja cópia será
oficiais de imprensa e em sítio próprio da internet. encaminhada ao Departamento de Polícia Federal;
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 12. Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não podem Art. 52-C. Nas adoções internacionais, quando o Brasil
ser representados por mais de uma entidade for o país de acolhida, a decisão da autoridade
credenciada para atuar na cooperação em adoção competente do país de origem da criança ou do
internacional. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) adolescente será conhecida pela Autoridade Central
Vigência Estadual que tiver processado o pedido de habilitação
dos pais adotivos, que comunicará o fato à Autoridade
§ 13. A habilitação de postulante estrangeiro ou Central Federal e determinará as providências
domiciliado fora do Brasil terá validade máxima de 1 (um) necessárias à expedição do Certificado de Naturalização
ano, podendo ser renovada. (Incluído pela Lei nº 12.010, Provisório. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
de 2009) Vigência Vigência
§ 14. É vedado o contato direto de representantes de § 1 o A Autoridade Central Estadual, ouvido o Ministério
organismos de adoção, nacionais ou estrangeiros, com Público, somente deixará de reconhecer os efeitos
dirigentes de programas de acolhimento institucional ou daquela decisão se restar demonstrado que a adoção é
familiar, assim como com crianças e adolescentes em manifestamente contrária à ordem pública ou não atende
condições de serem adotados, sem a devida autorização ao interesse superior da criança ou do adolescente.
judicial. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 15. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá § 2 o Na hipótese de não reconhecimento da adoção,
limitar ou suspender a concessão de novos prevista no § 1 o deste artigo, o Ministério Público deverá
credenciamentos sempre que julgar necessário, imediatamente requerer o que for de direito para
mediante ato administrativo fundamentado. (Incluído resguardar os interesses da criança ou do adolescente,
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência comunicando-se as providências à Autoridade Central
Estadual, que fará a comunicação à Autoridade Central
Federal Brasileira e à Autoridade Central do país de III - atendimento educacional especializado aos
origem. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência portadores de deficiência, preferencialmente na rede
regular de ensino;
Art. 52-D. Nas adoções internacionais, quando o Brasil
for o país de acolhida e a adoção não tenha sido deferida IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças de
no país de origem porque a sua legislação a delega ao zero a cinco anos de idade; (Redação dada pela Lei nº
país de acolhida, ou, ainda, na hipótese de, mesmo com 13.306, de 2016)
decisão, a criança ou o adolescente ser oriundo de país
que não tenha aderido à Convenção referida, o processo V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da
de adoção seguirá as regras da adoção nacional. pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência cada um;
III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo § 3º Compete ao poder público recensear os educandos
recorrer às instâncias escolares superiores; no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar,
junto aos pais ou responsável, pela freqüência à escola.
IV - direito de organização e participação em entidades
estudantis; Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de
matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de
V - acesso à escola pública e gratuita, próxima de sua ensino.
residência, garantindo-se vagas no mesmo
estabelecimento a irmãos que frequentem a mesma Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino
etapa ou ciclo de ensino da educação básica. (Redação fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos
dada pela Lei nº 13.845, de 2019) de:
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter I - maus-tratos envolvendo seus alunos;
ciência do processo pedagógico, bem como participar da
definição das propostas educacionais. II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar,
esgotados os recursos escolares;
Art. 53-A. É dever da instituição de ensino, clubes e
agremiações recreativas e de estabelecimentos III - elevados níveis de repetência.
congêneres assegurar medidas de conscientização,
prevenção e enfrentamento ao uso ou dependência de Art. 57. O poder público estimulará pesquisas,
drogas ilícitas. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) experiências e novas propostas relativas a calendário,
seriação, currículo, metodologia, didática e avaliação,
Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao com vistas à inserção de crianças e adolescentes
adolescente: excluídos do ensino fundamental obrigatório.
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os
para os que a ele não tiveram acesso na idade própria; valores culturais, artísticos e históricos próprios do
contexto social da criança e do adolescente, garantindo-
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade se a estes a liberdade da criação e o acesso às fontes de
ao ensino médio; cultura.
Da informação, Cultura, Lazer, Esportes, Diversões e Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que
Espetáculos explorem comercialmente bilhar, sinuca ou congênere ou
por casas de jogos, assim entendidas as que realizem
Art. 74. O poder público, através do órgão competente, apostas, ainda que eventualmente, cuidarão para que
regulará as diversões e espetáculos públicos, informando não seja permitida a entrada e a permanência de
sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se crianças e adolescentes no local, afixando aviso para
recomendem, locais e horários em que sua apresentação orientação do público.
se mostre inadequada.
Seção II
Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e
espetáculos públicos deverão afixar, em lugar visível e de Dos Produtos e Serviços
fácil acesso, à entrada do local de exibição, informação
destacada sobre a natureza do espetáculo e a faixa Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao adolescente
etária especificada no certificado de classificação. de:
Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às I - armas, munições e explosivos;
diversões e espetáculos públicos classificados como
adequados à sua faixa etária. II - bebidas alcoólicas;
Parágrafo único. As crianças menores de dez anos III - produtos cujos componentes possam causar
somente poderão ingressar e permanecer nos locais de dependência física ou psíquica ainda que por utilização
apresentação ou exibição quando acompanhadas dos indevida;
pais ou responsável.
IV - fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que
Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente pelo seu reduzido potencial sejam incapazes de provocar
exibirão, no horário recomendado para o público infanto qualquer dano físico em caso de utilização indevida;
juvenil, programas com finalidades educativas, artísticas,
culturais e informativas. V - revistas e publicações a que alude o art. 78;
II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado Parágrafo único. A linha de ação da política de
expressamente pelo outro através de documento com atendimento a que se refere o inciso IV do caput deste
firma reconhecida. artigo será executada em cooperação com o Cadastro
Nacional de Pessoas Desaparecidas, criado pela Lei nº
Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, 13.812, de 16 de março de 2019, com o Cadastro
nenhuma criança ou adolescente nascido em território Nacional de Crianças e Adolescentes Desaparecidos,
nacional poderá sair do País em companhia de criado pela Lei nº 12.127, de 17 de dezembro de 2009, e
estrangeiro residente ou domiciliado no exterior. com os demais cadastros, sejam eles nacionais,
estaduais ou municipais. (Incluído pela Lei nº 14.548,
Parte Especial de 2023)
Art. 91. As entidades não-governamentais somente VIII - preparação gradativa para o desligamento;
poderão funcionar depois de registradas no Conselho
Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o IX - participação de pessoas da comunidade no processo
qual comunicará o registro ao Conselho Tutelar e à educativo.
autoridade judiciária da respectiva localidade.
§ 1 o O dirigente de entidade que desenvolve programa
§ 1 o Será negado o registro à entidade que: (Incluído de acolhimento institucional é equiparado ao guardião,
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência para todos os efeitos de direito. (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
a) não ofereça instalações físicas em condições
adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade e § 2 o Os dirigentes de entidades que desenvolvem
segurança; programas de acolhimento familiar ou institucional
remeterão à autoridade judiciária, no máximo a cada 6
b) não apresente plano de trabalho compatível com os (seis) meses, relatório circunstanciado acerca da
princípios desta Lei; situação de cada criança ou adolescente acolhido e sua
família, para fins da reavaliação prevista no § 1 o do art.
c) esteja irregularmente constituída; 19 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Vigência
d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas.
§ 3 o Os entes federados, por intermédio dos Poderes
e) não se adequar ou deixar de cumprir as resoluções e Executivo e Judiciário, promoverão conjuntamente a
deliberações relativas à modalidade de atendimento permanente qualificação dos profissionais que atuam
prestado expedidas pelos Conselhos de Direitos da direta ou indiretamente em programas de acolhimento
Criança e do Adolescente, em todos os níveis. (Incluída institucional e destinados à colocação familiar de
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência crianças e adolescentes, incluindo membros do Poder
Judiciário, Ministério Público e Conselho Tutelar.
§ 2 o O registro terá validade máxima de 4 (quatro) anos, (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
cabendo ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança
e do Adolescente, periodicamente, reavaliar o cabimento § 4 o Salvo determinação em contrário da autoridade
de sua renovação, observado o disposto no § 1 o deste judiciária competente, as entidades que desenvolvem
artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência programas de acolhimento familiar ou institucional, se
necessário com o auxílio do Conselho Tutelar e dos
Art. 92. As entidades que desenvolvam programas de órgãos de assistência social, estimularão o contato da
acolhimento familiar ou institucional deverão adotar os criança ou adolescente com seus pais e parentes, em
seguintes princípios: (Redação dada pela Lei nº 12.010, cumprimento ao disposto nos incisos I e VIII do caput
de 2009) Vigência deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Vigência
I - preservação dos vínculos familiares e promoção da
reintegração familiar; (Redação dada pela Lei nº 12.010, § 5 o As entidades que desenvolvem programas de
de 2009) Vigência acolhimento familiar ou institucional somente poderão
receber recursos públicos se comprovado o atendimento
II - integração em família substituta, quando esgotados dos princípios, exigências e finalidades desta Lei.
os recursos de manutenção na família natural ou (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
VII - oferecer instalações físicas em condições
§ 6 o O descumprimento das disposições desta Lei pelo adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade e
dirigente de entidade que desenvolva programas de segurança e os objetos necessários à higiene pessoal;
acolhimento familiar ou institucional é causa de sua
destituição, sem prejuízo da apuração de sua VIII - oferecer vestuário e alimentação suficientes e
responsabilidade administrativa, civil e criminal. (Incluído adequados à faixa etária dos adolescentes atendidos;
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos,
§ 7 o Quando se tratar de criança de 0 (zero) a 3 (três) odontológicos e farmacêuticos;
anos em acolhimento institucional, dar-se-á especial
atenção à atuação de educadores de referência estáveis X - propiciar escolarização e profissionalização;
e qualitativamente significativos, às rotinas específicas e
ao atendimento das necessidades básicas, incluindo as XI - propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer;
de afeto como prioritárias. (Incluído pela Lei nº 13.257,
de 2016) XII - propiciar assistência religiosa àqueles que
desejarem, de acordo com suas crenças;
Art. 93. As entidades que mantenham programa de
acolhimento institucional poderão, em caráter XIII - proceder a estudo social e pessoal de cada caso;
excepcional e de urgência, acolher crianças e
adolescentes sem prévia determinação da autoridade XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo
competente, fazendo comunicação do fato em até 24 máximo de seis meses, dando ciência dos resultados à
(vinte e quatro) horas ao Juiz da Infância e da Juventude, autoridade competente;
sob pena de responsabilidade. (Redação dada pela Lei
nº 12.010, de 2009) Vigência XV - informar, periodicamente, o adolescente internado
sobre sua situação processual;
Parágrafo único. Recebida a comunicação, a autoridade
judiciária, ouvido o Ministério Público e se necessário XVI - comunicar às autoridades competentes todos os
com o apoio do Conselho Tutelar local, tomará as casos de adolescentes portadores de moléstias infecto-
medidas necessárias para promover a imediata contagiosas;
reintegração familiar da criança ou do adolescente ou, se
por qualquer razão não for isso possível ou XVII - fornecer comprovante de depósito dos pertences
recomendável, para seu encaminhamento a programa de dos adolescentes;
acolhimento familiar, institucional ou a família substituta,
observado o disposto no § 2 o do art. 101 desta Lei. XVIII - manter programas destinados ao apoio e
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência acompanhamento de egressos;
Art. 96. Os planos de aplicação e as prestações de I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
contas serão apresentados ao estado ou ao município,
conforme a origem das dotações orçamentárias. II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades de III - em razão de sua conduta.
atendimento que descumprirem obrigação constante do
art. 94, sem prejuízo da responsabilidade civil e criminal Capítulo II
de seus dirigentes ou prepostos:
Das Medidas Específicas de Proteção
I - às entidades governamentais:
Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão ser
a) advertência; aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como
substituídas a qualquer tempo.
b) afastamento provisório de seus dirigentes;
Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta
c) afastamento definitivo de seus dirigentes; as necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas
que visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e
d) fechamento de unidade ou interdição de programa. comunitários.
b) suspensão total ou parcial do repasse de verbas I - condição da criança e do adolescente como sujeitos
públicas; de direitos: crianças e adolescentes são os titulares dos
direitos previstos nesta e em outras Leis, bem como na
c) interdição de unidades ou suspensão de programa; Constituição Federal; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
d) cassação do registro.
II - proteção integral e prioritária: a interpretação e
§ 1 o Em caso de reiteradas infrações cometidas por aplicação de toda e qualquer norma contida nesta Lei
entidades de atendimento, que coloquem em risco os deve ser voltada à proteção integral e prioritária dos
direitos assegurados nesta Lei, deverá ser o fato direitos de que crianças e adolescentes são titulares;
comunicado ao Ministério Público ou representado (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
perante autoridade judiciária competente para as
providências cabíveis, inclusive suspensão das III - responsabilidade primária e solidária do poder
atividades ou dissolução da entidade. (Redação dada público: a plena efetivação dos direitos assegurados a
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência crianças e a adolescentes por esta Lei e pela
Constituição Federal, salvo nos casos por esta
§ 2 o As pessoas jurídicas de direito público e as expressamente ressalvados, é de responsabilidade
organizações não governamentais responderão pelos primária e solidária das 3 (três) esferas de governo, sem
danos que seus agentes causarem às crianças e aos prejuízo da municipalização do atendimento e da
adolescentes, caracterizado o descumprimento dos possibilidade da execução de programas por entidades
princípios norteadores das atividades de proteção não governamentais; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
específica. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) 2009) Vigência
Vigência
IV - interesse superior da criança e do adolescente: a art. 28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
intervenção deve atender prioritariamente aos interesses Vigência
e direitos da criança e do adolescente, sem prejuízo da
consideração que for devida a outros interesses legítimos Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no
no âmbito da pluralidade dos interesses presentes no art. 98, a autoridade competente poderá determinar,
caso concreto; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) dentre outras, as seguintes medidas:
Vigência
I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante
V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção da termo de responsabilidade;
criança e do adolescente deve ser efetuada no respeito
pela intimidade, direito à imagem e reserva da sua vida II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;
privada; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
III - matrícula e freqüência obrigatórias em
VI - intervenção precoce: a intervenção das autoridades estabelecimento oficial de ensino fundamental;
competentes deve ser efetuada logo que a situação de
perigo seja conhecida; (Incluído pela Lei nº 12.010, de IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou
2009) Vigência comunitários de proteção, apoio e promoção da família,
da criança e do adolescente; (Redação dada pela Lei nº
VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida 13.257, de 2016)
exclusivamente pelas autoridades e instituições cuja
ação seja indispensável à efetiva promoção dos direitos V - requisição de tratamento médico, psicológico ou
e à proteção da criança e do adolescente; (Incluído pela psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial;
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de
VIII - proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e
ser a necessária e adequada à situação de perigo em toxicômanos;
que a criança ou o adolescente se encontram no
momento em que a decisão é tomada; (Incluído pela Lei VII - acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei nº
nº 12.010, de 2009) Vigência 12.010, de 2009) Vigência
IX - responsabilidade parental: a intervenção deve ser VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar;
efetuada de modo que os pais assumam os seus deveres (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
para com a criança e o adolescente; (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência IX - colocação em família substituta. (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
X - prevalência da família: na promoção de direitos e na
proteção da criança e do adolescente deve ser dada § 1 o O acolhimento institucional e o acolhimento familiar
prevalência às medidas que os mantenham ou são medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis como
reintegrem na sua família natural ou extensa ou, se isso forma de transição para reintegração familiar ou, não
não for possível, que promovam a sua integração em sendo esta possível, para colocação em família
família adotiva; (Redação dada pela Lei nº 13.509, de substituta, não implicando privação de liberdade.
2017) (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 1º Verificada a inexistência de registro anterior, o Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua
assento de nascimento da criança ou adolescente será liberdade senão em flagrante de ato infracional ou por
feito à vista dos elementos disponíveis, mediante ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária
requisição da autoridade judiciária. competente.
§ 3 o Caso ainda não definida a paternidade, será Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local
deflagrado procedimento específico destinado à sua onde se encontra recolhido serão incontinenti
averiguação, conforme previsto pela Lei n o 8.560, de 29 comunicados à autoridade judiciária competente e à
de dezembro de 1992. (Incluído pela Lei nº 12.010, de família do apreendido ou à pessoa por ele indicada.
2009) Vigência
Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena
§ 4 o Nas hipóteses previstas no § 3 o deste artigo, é de responsabilidade, a possibilidade de liberação
dispensável o ajuizamento de ação de investigação de imediata.
paternidade pelo Ministério Público se, após o não
comparecimento ou a recusa do suposto pai em assumir Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser
a paternidade a ele atribuída, a criança for encaminhada determinada pelo prazo máximo de quarenta e cinco
para adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) dias.
Vigência
Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e
basear-se em indícios suficientes de autoria e
§ 5 o Os registros e certidões necessários à inclusão, a
materialidade, demonstrada a necessidade imperiosa da
qualquer tempo, do nome do pai no assento de
medida.
nascimento são isentos de multas, custas e
emolumentos, gozando de absoluta prioridade. (Incluído
Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será
dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
submetido a identificação compulsória pelos órgãos
policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de
§ 6 o São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação
confrontação, havendo dúvida fundada.
requerida do reconhecimento de paternidade no assento
de nascimento e a certidão correspondente. (Incluído Capítulo III
dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
Das Garantias Processuais
Título III
Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua
Da Prática de Ato Infracional liberdade sem o devido processo legal.
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser III - defesa técnica por advogado;
considerada a idade do adolescente à data do fato.
IV - assistência judiciária gratuita e integral aos
Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança necessitados, na forma da lei;
corresponderão as medidas previstas no art. 101.
V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade
competente; Art. 115. A advertência consistirá em admoestação
verbal, que será reduzida a termo e assinada.
VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou
responsável em qualquer fase do procedimento. Seção III
Das Medidas Sócio-Educativas Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos
patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o
Seção I caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o
ressarcimento do dano, ou, por outra forma, compense o
Disposições Gerais prejuízo da vítima.
Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a
autoridade competente poderá aplicar ao adolescente as medida poderá ser substituída por outra adequada.
seguintes medidas:
Seção IV
I - advertência;
Da Prestação de Serviços à Comunidade
II - obrigação de reparar o dano;
Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste
III - prestação de serviços à comunidade; na realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por
período não excedente a seis meses, junto a entidades
IV - liberdade assistida; assistenciais, hospitais, escolas e outros
estabelecimentos congêneres, bem como em programas
V - inserção em regime de semi-liberdade; comunitários ou governamentais.
§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que
deficiência mental receberão tratamento individual e se afigurar a medida mais adequada para o fim de
especializado, em local adequado às suas condições. acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente.
Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts. 99 § 1º A autoridade designará pessoa capacitada para
e 100. acompanhar o caso, a qual poderá ser recomendada por
entidade ou programa de atendimento.
Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos
II a VI do art. 112 pressupõe a existência de provas § 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo
suficientes da autoria e da materialidade da infração, de seis meses, podendo a qualquer tempo ser
ressalvada a hipótese de remissão, nos termos do art. prorrogada, revogada ou substituída por outra medida,
127. ouvido o orientador, o Ministério Público e o defensor.
Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a
sempre que houver prova da materialidade e indícios supervisão da autoridade competente, a realização dos
suficientes da autoria. seguintes encargos, entre outros:
§ 2º A medida não comporta prazo determinado Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade
aplicando-se, no que couber, as disposições relativas à exclusiva para adolescentes, em local distinto daquele
internação. destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por
critérios de idade, compleição física e gravidade da
Seção VII infração.
§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos;
precedida de autorização judicial, ouvido o Ministério
Público.
IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio pedido expresso do adolescente ou de seu representante
pessoal; legal, ou do Ministério Público.
XIII - ter acesso aos meios de comunicação social; I - encaminhamento a serviços e programas oficiais ou
comunitários de proteção, apoio e promoção da família;
XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua (Redação dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
crença, e desde que assim o deseje;
II - inclusão em programa oficial ou comunitário de
XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e
de local seguro para guardá-los, recebendo comprovante toxicômanos;
daqueles porventura depositados em poder da entidade;
III - encaminhamento a tratamento psicológico ou
XVI - receber, quando de sua desinternação, os psiquiátrico;
documentos pessoais indispensáveis à vida em
sociedade. IV - encaminhamento a cursos ou programas de
orientação;
§ 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.
V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e
§ 2º A autoridade judiciária poderá suspender acompanhar sua freqüência e aproveitamento escolar;
temporariamente a visita, inclusive de pais ou
responsável, se existirem motivos sérios e fundados de VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a
sua prejudicialidade aos interesses do adolescente. tratamento especializado;
Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física VII - advertência;
e mental dos internos, cabendo-lhe adotar as medidas
adequadas de contenção e segurança. VIII - perda da guarda;
III - licença-maternidade; (Incluído pela Lei nº 12.696, de IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração da
2012) proposta orçamentária para planos e programas de
atendimento dos direitos da criança e do adolescente;
IV - licença-paternidade; (Incluído pela Lei nº 12.696, de
2012) X - representar, em nome da pessoa e da família, contra
a violação dos direitos previstos no art. 220, § 3º, inciso
V - gratificação natalina. (Incluído pela Lei nº 12.696, de II, da Constituição Federal ;
2012)
XI - representar ao Ministério Público para efeito das
Parágrafo único. Constará da lei orçamentária municipal ações de perda ou suspensão do poder familiar, após
e da do Distrito Federal previsão dos recursos esgotadas as possibilidades de manutenção da criança
necessários ao funcionamento do Conselho Tutelar e à ou do adolescente junto à família natural. (Redação dada
remuneração e formação continuada dos conselheiros pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
tutelares. (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
XII - promover e incentivar, na comunidade e nos grupos
Art. 135. O exercício efetivo da função de conselheiro profissionais, ações de divulgação e treinamento para o
constituirá serviço público relevante e estabelecerá reconhecimento de sintomas de maus-tratos em crianças
presunção de idoneidade moral. (Redação dada pela Lei e adolescentes. (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)
nº 12.696, de 2012)
XIII - adotar, na esfera de sua competência, ações Parágrafo único. Se, no exercício de suas atribuições, o
articuladas e efetivas direcionadas à identificação da Conselho Tutelar entender necessário o afastamento do
agressão, à agilidade no atendimento da criança e do convívio familiar, comunicará incontinenti o fato ao
adolescente vítima de violência doméstica e familiar e à Ministério Público, prestando-lhe informações sobre os
responsabilização do agressor; (Incluído pela Lei nº motivos de tal entendimento e as providências tomadas
14.344, de 2022) Vigência para a orientação, o apoio e a promoção social da família.
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
XIV - atender à criança e ao adolescente vítima ou
testemunha de violência doméstica e familiar, ou Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente
submetido a tratamento cruel ou degradante ou a formas poderão ser revistas pela autoridade judiciária a pedido
violentas de educação, correção ou disciplina, a seus de quem tenha legítimo interesse.
familiares e a testemunhas, de forma a prover orientação
e aconselhamento acerca de seus direitos e dos Capítulo III
encaminhamentos necessários; (Incluído pela Lei nº
14.344, de 2022) Vigência Da Competência
XV - representar à autoridade judicial ou policial para Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra de
requerer o afastamento do agressor do lar, do domicílio competência constante do art. 147.
ou do local de convivência com a vítima nos casos de
violência doméstica e familiar contra a criança e o Capítulo IV
adolescente; (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022)
Vigência Da Escolha dos Conselheiros
XVI - representar à autoridade judicial para requerer a Art. 139. O processo para a escolha dos membros do
concessão de medida protetiva de urgência à criança ou Conselho Tutelar será estabelecido em lei municipal e
ao adolescente vítima ou testemunha de violência realizado sob a responsabilidade do Conselho Municipal
doméstica e familiar, bem como a revisão daquelas já dos Direitos da Criança e do Adolescente, e a
concedidas; (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) fiscalização do Ministério Público. (Redação dada pela
Vigência Lei nº 8.242, de 12.10.1991)
XVII - representar ao Ministério Público para requerer a § 1 o O processo de escolha dos membros do Conselho
propositura de ação cautelar de antecipação de produção Tutelar ocorrerá em data unificada em todo o território
de prova nas causas que envolvam violência contra a nacional a cada 4 (quatro) anos, no primeiro domingo do
criança e o adolescente; (Incluído pela Lei nº 14.344, de mês de outubro do ano subsequente ao da eleição
2022) Vigência presidencial. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
XVIII - tomar as providências cabíveis, na esfera de sua § 2 o A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no dia
competência, ao receber comunicação da ocorrência de 10 de janeiro do ano subsequente ao processo de
ação ou omissão, praticada em local público ou privado, escolha. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
que constitua violência doméstica e familiar contra a
criança e o adolescente; (Incluído pela Lei nº 14.344, § 3 o No processo de escolha dos membros do Conselho
de 2022) Vigência Tutelar, é vedado ao candidato doar, oferecer, prometer
ou entregar ao eleitor bem ou vantagem pessoal de
XIX - receber e encaminhar, quando for o caso, as qualquer natureza, inclusive brindes de pequeno valor.
informações reveladas por noticiantes ou denunciantes (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
relativas à prática de violência, ao uso de tratamento
cruel ou degradante ou de formas violentas de educação, Capítulo V
correção ou disciplina contra a criança e o adolescente;
(Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência Dos Impedimentos
XX - representar à autoridade judicial ou ao Ministério Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Conselho
Público para requerer a concessão de medidas marido e mulher, ascendentes e descendentes, sogro e
cautelares direta ou indiretamente relacionada à eficácia genro ou nora, irmãos, cunhados, durante o cunhadio, tio
da proteção de noticiante ou denunciante de informações e sobrinho, padrasto ou madrasta e enteado.
de crimes que envolvam violência doméstica e familiar
contra a criança e o adolescente. (Incluído pela Lei nº Parágrafo único. Estende-se o impedimento do
14.344, de 2022) Vigência conselheiro, na forma deste artigo, em relação à
autoridade judiciária e ao representante do Ministério
Público com atuação na Justiça da Infância e da
Juventude, em exercício na comarca, foro regional ou Art. 145. Os estados e o Distrito Federal poderão criar
distrital. varas especializadas e exclusivas da infância e da
juventude, cabendo ao Poder Judiciário estabelecer sua
Título VI proporcionalidade por número de habitantes, dotá-las de
infra-estrutura e dispor sobre o atendimento, inclusive em
Do Acesso à Justiça plantões.
Capítulo I Seção II
Art. 141. É garantido o acesso de toda criança ou Art. 146. A autoridade a que se refere esta Lei é o Juiz da
adolescente à Defensoria Pública, ao Ministério Público Infância e da Juventude, ou o juiz que exerce essa
e ao Poder Judiciário, por qualquer de seus órgãos. função, na forma da lei de organização judiciária local.
§ 1º. A assistência judiciária gratuita será prestada aos Art. 147. A competência será determinada:
que dela necessitarem, através de defensor público ou
advogado nomeado. I - pelo domicílio dos pais ou responsável;
§ 2º As ações judiciais da competência da Justiça da II - pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente,
Infância e da Juventude são isentas de custas e à falta dos pais ou responsável.
emolumentos, ressalvada a hipótese de litigância de má-
fé. § 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a
autoridade do lugar da ação ou omissão, observadas as
Art. 142. Os menores de dezesseis anos serão regras de conexão, continência e prevenção.
representados e os maiores de dezesseis e menores de
vinte e um anos assistidos por seus pais, tutores ou § 2º A execução das medidas poderá ser delegada à
curadores, na forma da legislação civil ou processual. autoridade competente da residência dos pais ou
responsável, ou do local onde sediar-se a entidade que
Parágrafo único. A autoridade judiciária dará curador abrigar a criança ou adolescente.
especial à criança ou adolescente, sempre que os
interesses destes colidirem com os de seus pais ou § 3º Em caso de infração cometida através de
responsável, ou quando carecer de representação ou transmissão simultânea de rádio ou televisão, que atinja
assistência legal ainda que eventual. mais de uma comarca, será competente, para aplicação
da penalidade, a autoridade judiciária do local da sede
Art. 143. E vedada a divulgação de atos judiciais, policiais estadual da emissora ou rede, tendo a sentença eficácia
e administrativos que digam respeito a crianças e para todas as transmissoras ou retransmissoras do
adolescentes a que se atribua autoria de ato infracional. respectivo estado.
Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do fato não Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é
poderá identificar a criança ou adolescente, vedando-se competente para:
fotografia, referência a nome, apelido, filiação,
parentesco, residência e, inclusive, iniciais do nome e I - conhecer de representações promovidas pelo
sobrenome. (Redação dada pela Lei nº 10.764, de Ministério Público, para apuração de ato infracional
12.11.2003) atribuído a adolescente, aplicando as medidas cabíveis;
Art. 144. A expedição de cópia ou certidão de atos a que II - conceder a remissão, como forma de suspensão ou
se refere o artigo anterior somente será deferida pela extinção do processo;
autoridade judiciária competente, se demonstrado o
interesse e justificada a finalidade. III - conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes;
VII - conhecer de casos encaminhados pelo Conselho § 1º Para os fins do disposto neste artigo, a autoridade
Tutelar, aplicando as medidas cabíveis. judiciária levará em conta, dentre outros fatores:
Art. 161. Se não for contestado o pedido e tiver sido § 4 o Quando o procedimento de destituição de poder
concluído o estudo social ou a perícia realizada por familiar for iniciado pelo Ministério Público, não haverá
equipe interprofissional ou multidisciplinar, a autoridade necessidade de nomeação de curador especial em favor
judiciária dará vista dos autos ao Ministério Público, por da criança ou adolescente. (Incluído pela Lei nº 13.509,
5 (cinco) dias, salvo quando este for o requerente, e de 2017)
decidirá em igual prazo. (Redação dada pela Lei nº
13.509, de 2017) Art. 163. O prazo máximo para conclusão do
procedimento será de 120 (cento e vinte) dias, e caberá
§ 1º A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento ao juiz, no caso de notória inviabilidade de manutenção
das partes ou do Ministério Público, determinará a oitiva do poder familiar, dirigir esforços para preparar a criança
de testemunhas que comprovem a presença de uma das ou o adolescente com vistas à colocação em família
causas de suspensão ou destituição do poder familiar substituta. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
previstas nos arts. 1.637 e 1.638 da Lei n o 10.406, de 10
de janeiro de 2002 (Código Civil) , ou no art. 24 desta Lei. Parágrafo único. A sentença que decretar a perda ou a
(Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) suspensão do poder familiar será averbada à margem do
registro de nascimento da criança ou do adolescente.
§ 2 o (Revogado) . (Redação dada pela Lei nº 13.509, de (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
2017)
Seção III
§ 3 o Se o pedido importar em modificação de guarda,
será obrigatória, desde que possível e razoável, a oitiva Da Destituição da Tutela
da criança ou adolescente, respeitado seu estágio de
desenvolvimento e grau de compreensão sobre as Art. 164. Na destituição da tutela, observar-se-á o
implicações da medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de procedimento para a remoção de tutor previsto na lei
2009) Vigência processual civil e, no que couber, o disposto na seção
anterior.
§ 4º É obrigatória a oitiva dos pais sempre que eles
forem identificados e estiverem em local conhecido, Seção IV
ressalvados os casos de não comparecimento perante a
Justiça quando devidamente citados. (Redação dada Da Colocação em Família Substituta
pela Lei nº 13.509, de 2017)
Art. 165. São requisitos para a concessão de pedidos de o § 1 o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.509,
colocação em família substituta: de 2017)
III - qualificação completa da criança ou adolescente e de § 6 o O consentimento somente terá valor se for dado
seus pais, se conhecidos; após o nascimento da criança. (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
IV - indicação do cartório onde foi inscrito nascimento,
anexando, se possível, uma cópia da respectiva certidão; § 7 o A família natural e a família substituta receberão a
devida orientação por intermédio de equipe técnica
V - declaração sobre a existência de bens, direitos ou
interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da
rendimentos relativos à criança ou ao adolescente.
Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos
responsáveis pela execução da política municipal de
Parágrafo único. Em se tratando de adoção, observar-se-
garantia do direito à convivência familiar. (Redação dada
ão também os requisitos específicos.
pela Lei nº 13.509, de 2017)
Art. 166. Se os pais forem falecidos, tiverem sido
Art. 167. A autoridade judiciária, de ofício ou a
destituídos ou suspensos do poder familiar, ou houverem
requerimento das partes ou do Ministério Público,
aderido expressamente ao pedido de colocação em
determinará a realização de estudo social ou, se
família substituta, este poderá ser formulado diretamente
possível, perícia por equipe interprofissional, decidindo
em cartório, em petição assinada pelos próprios
sobre a concessão de guarda provisória, bem como, no
requerentes, dispensada a assistência de advogado.
caso de adoção, sobre o estágio de convivência.
(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. Deferida a concessão da guarda
§ 1 o Na hipótese de concordância dos pais, o juiz:
provisória ou do estágio de convivência, a criança ou o
(Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) adolescente será entregue ao interessado, mediante
termo de responsabilidade. (Incluído pela Lei nº 12.010,
I - na presença do Ministério Público, ouvirá as partes, de 2009) Vigência
devidamente assistidas por advogado ou por defensor
público, para verificar sua concordância com a adoção, Art. 168. Apresentado o relatório social ou o laudo
no prazo máximo de 10 (dez) dias, contado da data do pericial, e ouvida, sempre que possível, a criança ou o
protocolo da petição ou da entrega da criança em juízo, adolescente, dar-se-á vista dos autos ao Ministério
tomando por termo as declarações; e (Incluído pela Lei Público, pelo prazo de cinco dias, decidindo a autoridade
nº 13.509, de 2017) judiciária em igual prazo.
II - declarará a extinção do poder familiar. (Incluído pela Art. 169. Nas hipóteses em que a destituição da tutela, a
Lei nº 13.509, de 2017) perda ou a suspensão do pátrio poder poder familiar
constituir pressuposto lógico da medida principal de
§ 2 o O consentimento dos titulares do poder familiar será colocação em família substituta, será observado o
precedido de orientações e esclarecimentos prestados procedimento contraditório previsto nas Seções II e III
pela equipe interprofissional da Justiça da Infância e da deste Capítulo. (Expressão substituída pela Lei nº
Juventude, em especial, no caso de adoção, sobre a 12.010, de 2009) Vigência
irrevogabilidade da medida. (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência Parágrafo único. A perda ou a modificação da guarda
poderá ser decretada nos mesmos autos do
§ 3 o São garantidos a livre manifestação de vontade dos procedimento, observado o disposto no art. 35.
detentores do poder familiar e o direito ao sigilo das
informações. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de Art. 170. Concedida a guarda ou a tutela, observar-se-á
2017) o disposto no art. 32, e, quanto à adoção, o contido no
art. 47.
§ 4 o O consentimento prestado por escrito não terá
validade se não for ratificado na audiência a que se refere
Parágrafo único. A colocação de criança ou adolescente
sob a guarda de pessoa inscrita em programa de § 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a
acolhimento familiar será comunicada pela autoridade autoridade policial encaminhará o adolescente à
judiciária à entidade por este responsável no prazo entidade de atendimento, que fará a apresentação ao
máximo de 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei nº 12.010, de representante do Ministério Público no prazo de vinte e
2009) Vigência quatro horas.
Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a autoridade
infracional será, desde logo, encaminhado à autoridade policial encaminhará imediatamente ao representante do
policial competente. Ministério Público cópia do auto de apreensão ou boletim
de ocorrência.
Parágrafo único. Havendo repartição policial
especializada para atendimento de adolescente e em se Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, houver
tratando de ato infracional praticado em co-autoria com indícios de participação de adolescente na prática de ato
maior, prevalecerá a atribuição da repartição infracional, a autoridade policial encaminhará ao
especializada, que, após as providências necessárias e representante do Ministério Público relatório das
conforme o caso, encaminhará o adulto à repartição investigações e demais documentos.
policial própria.
Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de ato
Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional infracional não poderá ser conduzido ou transportado em
cometido mediante violência ou grave ameaça a pessoa, compartimento fechado de veículo policial, em condições
a autoridade policial, sem prejuízo do disposto nos arts. atentatórias à sua dignidade, ou que impliquem risco à
106, parágrafo único, e 107, deverá: sua integridade física ou mental, sob pena de
responsabilidade.
I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o
adolescente; Art. 179. Apresentado o adolescente, o representante do
Ministério Público, no mesmo dia e à vista do auto de
II - apreender o produto e os instrumentos da infração; apreensão, boletim de ocorrência ou relatório policial,
devidamente autuados pelo cartório judicial e com
III - requisitar os exames ou perícias necessários à informação sobre os antecedentes do adolescente,
comprovação da materialidade e autoria da infração. procederá imediata e informalmente à sua oitiva e, em
sendo possível, de seus pais ou responsável, vítima e
Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante, a testemunhas.
lavratura do auto poderá ser substituída por boletim de
ocorrência circunstanciada. Parágrafo único. Em caso de não apresentação, o
representante do Ministério Público notificará os pais ou
Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou responsável para apresentação do adolescente,
responsável, o adolescente será prontamente liberado podendo requisitar o concurso das polícias civil e militar.
pela autoridade policial, sob termo de compromisso e
responsabilidade de sua apresentação ao representante Art. 180. Adotadas as providências a que alude o artigo
do Ministério Público, no mesmo dia ou, sendo anterior, o representante do Ministério Público poderá:
impossível, no primeiro dia útil imediato, exceto quando,
pela gravidade do ato infracional e sua repercussão I - promover o arquivamento dos autos;
social, deva o adolescente permanecer sob internação
para garantia de sua segurança pessoal ou manutenção II - conceder a remissão;
da ordem pública.
III - representar à autoridade judiciária para aplicação de
Art. 175. Em caso de não liberação, a autoridade policial medida sócio-educativa.
encaminhará, desde logo, o adolescente ao
representante do Ministério Público, juntamente com Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos ou
cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência. concedida a remissão pelo representante do Ministério
Público, mediante termo fundamentado, que conterá o Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela
resumo dos fatos, os autos serão conclusos à autoridade autoridade judiciária, não poderá ser cumprida em
judiciária para homologação. estabelecimento prisional.
Art. 182. Se, por qualquer razão, o representante do Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais ou
Ministério Público não promover o arquivamento ou responsável, a autoridade judiciária procederá à oitiva
conceder a remissão, oferecerá representação à dos mesmos, podendo solicitar opinião de profissional
autoridade judiciária, propondo a instauração de qualificado.
procedimento para aplicação da medida sócio-educativa
que se afigurar a mais adequada. § 1º Se a autoridade judiciária entender adequada a
remissão, ouvirá o representante do Ministério Público,
§ 1º A representação será oferecida por petição, que proferindo decisão.
conterá o breve resumo dos fatos e a classificação do ato
infracional e, quando necessário, o rol de testemunhas, § 2º Sendo o fato grave, passível de aplicação de medida
podendo ser deduzida oralmente, em sessão diária de internação ou colocação em regime de semi-
instalada pela autoridade judiciária. liberdade, a autoridade judiciária, verificando que o
adolescente não possui advogado constituído, nomeará
§ 2º A representação independe de prova pré-constituída defensor, designando, desde logo, audiência em
da autoria e materialidade. continuação, podendo determinar a realização de
diligências e estudo do caso.
Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a
conclusão do procedimento, estando o adolescente § 3º O advogado constituído ou o defensor nomeado, no
internado provisoriamente, será de quarenta e cinco dias. prazo de três dias contado da audiência de
apresentação, oferecerá defesa prévia e rol de
Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade testemunhas.
judiciária designará audiência de apresentação do
adolescente, decidindo, desde logo, sobre a decretação § 4º Na audiência em continuação, ouvidas as
ou manutenção da internação, observado o disposto no testemunhas arroladas na representação e na defesa
art. 108 e parágrafo. prévia, cumpridas as diligências e juntado o relatório da
equipe interprofissional, será dada a palavra ao
§ 1º O adolescente e seus pais ou responsável serão representante do Ministério Público e ao defensor,
cientificados do teor da representação, e notificados a sucessivamente, pelo tempo de vinte minutos para cada
comparecer à audiência, acompanhados de advogado. um, prorrogável por mais dez, a critério da autoridade
judiciária, que em seguida proferirá decisão.
§ 2º Se os pais ou responsável não forem localizados, a
autoridade judiciária dará curador especial ao Art. 187. Se o adolescente, devidamente notificado, não
adolescente. comparecer, injustificadamente à audiência de
apresentação, a autoridade judiciária designará nova
§ 3º Não sendo localizado o adolescente, a autoridade data, determinando sua condução coercitiva.
judiciária expedirá mandado de busca e apreensão,
determinando o sobrestamento do feito, até a efetiva Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou
apresentação. suspensão do processo, poderá ser aplicada em
qualquer fase do procedimento, antes da sentença.
§ 4º Estando o adolescente internado, será requisitada a
sua apresentação, sem prejuízo da notificação dos pais Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará qualquer
ou responsável. medida, desde que reconheça na sentença:
I - estar provada a inexistência do fato; demonstrada sua efetiva necessidade, a critério da
autoridade judicial. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
II - não haver prova da existência do fato;
§ 1 º A autoridade judicial e o Ministério Público poderão
III - não constituir o fato ato infracional; requisitar relatórios parciais da operação de infiltração
antes do término do prazo de que trata o inciso II do § 1
IV - não existir prova de ter o adolescente concorrido para º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
o ato infracional.
§ 2 º Para efeitos do disposto no inciso I do § 1 º deste
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, estando o artigo, consideram-se: (Incluído pela Lei nº 13.441, de
adolescente internado, será imediatamente colocado em 2017)
liberdade.
I – dados de conexão: informações referentes a hora,
Art. 190. A intimação da sentença que aplicar medida de data, início, término, duração, endereço de Protocolo de
internação ou regime de semi-liberdade será feita: Internet (IP) utilizado e terminal de origem da conexão;
(Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
I - ao adolescente e ao seu defensor;
II – dados cadastrais: informações referentes a nome e
II - quando não for encontrado o adolescente, a seus pais
endereço de assinante ou de usuário registrado ou
ou responsável, sem prejuízo do defensor.
autenticado para a conexão a quem endereço de IP,
identificação de usuário ou código de acesso tenha sido
§ 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação far-se-á atribuído no momento da conexão.
unicamente na pessoa do defensor.
§ 3 º A infiltração de agentes de polícia na internet não
§ 2º Recaindo a intimação na pessoa do adolescente,
será admitida se a prova puder ser obtida por outros
deverá este manifestar se deseja ou não recorrer da meios. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
sentença.
Art. 190-B. As informações da operação de infiltração
Seção V-A
serão encaminhadas diretamente ao juiz responsável
(Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
pela autorização da medida, que zelará por seu sigilo.
(Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
Da Infiltração de Agentes de Polícia para a Investigação
de Crimes contra a Dignidade Sexual de Criança e de
Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o
Adolescente”
acesso aos autos será reservado ao juiz, ao Ministério
Público e ao delegado de polícia responsável pela
Art. 190-A. A infiltração de agentes de polícia na internet
operação, com o objetivo de garantir o sigilo das
com o fim de investigar os crimes previstos nos arts. 240
investigações. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
, 241 , 241-A , 241-B , 241-C e 241-D desta Lei e nos arts.
154-A , 217-A , 218 , 218-A e 218-B do Decreto-Lei nº
Art. 190-C. Não comete crime o policial que oculta a sua
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal) ,
identidade para, por meio da internet, colher indícios de
obedecerá às seguintes regras: (Incluído pela Lei nº
autoria e materialidade dos crimes previstos nos arts. 240
13.441, de 2017) , 241 , 241-A , 241-B , 241-C e 241-D desta Lei e nos arts.
154-A , 217-A , 218 , 218-A e 218-B do Decreto-Lei nº
I – será precedida de autorização judicial devidamente
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal) .
circunstanciada e fundamentada, que estabelecerá os
(Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
limites da infiltração para obtenção de prova, ouvido o
Ministério Público; (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
Parágrafo único. O agente policial infiltrado que deixar de
observar a estrita finalidade da investigação responderá
II – dar-se-á mediante requerimento do Ministério Público
pelos excessos praticados. (Incluído pela Lei nº 13.441,
ou representação de delegado de polícia e conterá a
de 2017)
demonstração de sua necessidade, o alcance das tarefas
dos policiais, os nomes ou apelidos das pessoas
Art. 190-D. Os órgãos de registro e cadastro público
investigadas e, quando possível, os dados de conexão
poderão incluir nos bancos de dados próprios, mediante
ou cadastrais que permitam a identificação dessas
procedimento sigiloso e requisição da autoridade judicial,
pessoas; (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
as informações necessárias à efetividade da identidade
fictícia criada. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
III – não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) dias,
sem prejuízo de eventuais renovações, desde que o total
não exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja
Parágrafo único. O procedimento sigiloso de que trata § 4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigente
esta Seção será numerado e tombado em livro da entidade ou programa de atendimento.
específico. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
Seção VII
Art. 190-E. Concluída a investigação, todos os atos
eletrônicos praticados durante a operação deverão ser Da Apuração de Infração Administrativa às Normas de
registrados, gravados, armazenados e encaminhados ao Proteção à Criança e ao Adolescente
juiz e ao Ministério Público, juntamente com relatório
circunstanciado. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) Art. 194. O procedimento para imposição de penalidade
administrativa por infração às normas de proteção à
Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados citados criança e ao adolescente terá início por representação do
no caput deste artigo serão reunidos em autos apartados Ministério Público, ou do Conselho Tutelar, ou auto de
e apensados ao processo criminal juntamente com o infração elaborado por servidor efetivo ou voluntário
inquérito policial, assegurando-se a preservação da credenciado, e assinado por duas testemunhas, se
identidade do agente policial infiltrado e a intimidade das possível.
crianças e dos adolescentes envolvidos. (Incluído pela
Lei nº 13.441, de 2017) § 1º No procedimento iniciado com o auto de infração,
poderão ser usadas fórmulas impressas, especificando-
Seção VI se a natureza e as circunstâncias da infração.
Art. 193. Apresentada ou não a resposta, e sendo IV - por edital, com prazo de trinta dias, se incerto ou não
necessário, a autoridade judiciária designará audiência sabido o paradeiro do requerido ou de seu representante
de instrução e julgamento, intimando as partes. legal.
§ 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o Art. 196. Não sendo apresentada a defesa no prazo legal,
Ministério Público terão cinco dias para oferecer a autoridade judiciária dará vista dos autos do Ministério
alegações finais, decidindo a autoridade judiciária em Público, por cinco dias, decidindo em igual prazo.
igual prazo.
Art. 197. Apresentada a defesa, a autoridade judiciária
§ 2º Em se tratando de afastamento provisório ou procederá na conformidade do artigo anterior, ou, sendo
definitivo de dirigente de entidade governamental, a necessário, designará audiência de instrução e
autoridade judiciária oficiará à autoridade administrativa julgamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
imediatamente superior ao afastado, marcando prazo Vigência
para a substituição.
Parágrafo único. Colhida a prova oral, manifestar-se-ão
§ 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade sucessivamente o Ministério Público e o procurador do
judiciária poderá fixar prazo para a remoção das requerido, pelo tempo de vinte minutos para cada um,
irregularidades verificadas. Satisfeitas as exigências, o prorrogável por mais dez, a critério da autoridade
processo será extinto, sem julgamento de mérito. judiciária, que em seguida proferirá sentença.
Seção VIII paternidade ou maternidade responsável, à luz dos
(Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência requisitos e princípios desta Lei. (Incluído pela Lei nº
Da Habilitação de Pretendentes à Adoção 12.010, de 2009) Vigência
II - requerer a designação de audiência para oitiva dos Parágrafo único. Caso não sejam requeridas diligências,
postulantes em juízo e testemunhas; (Incluído pela Lei nº ou sendo essas indeferidas, a autoridade judiciária
12.010, de 2009) Vigência determinará a juntada do estudo psicossocial, abrindo a
seguir vista dos autos ao Ministério Público, por 5 (cinco)
III - requerer a juntada de documentos complementares dias, decidindo em igual prazo. (Incluído pela Lei nº
e a realização de outras diligências que entender 12.010, de 2009) Vigência
necessárias. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Vigência Art. 197-E. Deferida a habilitação, o postulante será
inscrito nos cadastros referidos no art. 50 desta Lei,
Art. 197-C. Intervirá no feito, obrigatoriamente, equipe sendo a sua convocação para a adoção feita de acordo
interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da com ordem cronológica de habilitação e conforme a
Juventude, que deverá elaborar estudo psicossocial, que disponibilidade de crianças ou adolescentes adotáveis.
conterá subsídios que permitam aferir a capacidade e o (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
preparo dos postulantes para o exercício de uma
§ 1 o A ordem cronológica das habilitações somente
poderá deixar de ser observada pela autoridade judiciária IV - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
nas hipóteses previstas no § 13 do art. 50 desta Lei,
quando comprovado ser essa a melhor solução no V - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
interesse do adotando. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência VI - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 2 o A habilitação à adoção deverá ser renovada no VII - antes de determinar a remessa dos autos à superior
mínimo trienalmente mediante avaliação por equipe instância, no caso de apelação, ou do instrumento, no
interprofissional. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de caso de agravo, a autoridade judiciária proferirá
2017) despacho fundamentado, mantendo ou reformando a
decisão, no prazo de cinco dias;
§ 3 o Quando o adotante candidatar-se a uma nova
adoção, será dispensável a renovação da habilitação, VIII - mantida a decisão apelada ou agravada, o escrivão
bastando a avaliação por equipe interprofissional. remeterá os autos ou o instrumento à superior instância
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) dentro de vinte e quatro horas, independentemente de
novo pedido do recorrente; se a reformar, a remessa dos
§ 4 o Após 3 (três) recusas injustificadas, pelo habilitado, autos dependerá de pedido expresso da parte
à adoção de crianças ou adolescentes indicados dentro interessada ou do Ministério Público, no prazo de cinco
do perfil escolhido, haverá reavaliação da habilitação dias, contados da intimação.
concedida. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
Art. 199. Contra as decisões proferidas com base no art.
§ 5 o A desistência do pretendente em relação à guarda 149 caberá recurso de apelação.
para fins de adoção ou a devolução da criança ou do
Art. 199-A. A sentença que deferir a adoção produz efeito
adolescente depois do trânsito em julgado da sentença
desde logo, embora sujeita a apelação, que será
de adoção importará na sua exclusão dos cadastros de
recebida exclusivamente no efeito devolutivo, salvo se se
adoção e na vedação de renovação da habilitação, salvo
tratar de adoção internacional ou se houver perigo de
decisão judicial fundamentada, sem prejuízo das demais
dano irreparável ou de difícil reparação ao adotando.
sanções previstas na legislação vigente. (Incluído pela
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Lei nº 13.509, de 2017)
Art. 199-B. A sentença que destituir ambos ou qualquer
Art. 197-F. O prazo máximo para conclusão da
dos genitores do poder familiar fica sujeita a apelação,
habilitação à adoção será de 120 (cento e vinte) dias,
que deverá ser recebida apenas no efeito devolutivo.
prorrogável por igual período, mediante decisão
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
fundamentada da autoridade judiciária. (Incluído pela Lei
nº 13.509, de 2017)
Art. 199-C. Os recursos nos procedimentos de adoção e
de destituição de poder familiar, em face da relevância
Capítulo IV
das questões, serão processados com prioridade
absoluta, devendo ser imediatamente distribuídos,
Dos Recursos
ficando vedado que aguardem, em qualquer situação,
oportuna distribuição, e serão colocados em mesa para
Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância
julgamento sem revisão e com parecer urgente do
e da Juventude, inclusive os relativos à execução das
medidas socioeducativas, adotar-se-á o sistema recursal Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
da Lei n o 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Vigência
Processo Civil) , com as seguintes adaptações:
(Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Art. 199-D. O relator deverá colocar o processo em mesa
para julgamento no prazo máximo de 60 (sessenta) dias,
I - os recursos serão interpostos independentemente de contado da sua conclusão. (Incluído pela Lei nº 12.010,
preparo; de 2009) Vigência
II - em todos os recursos, salvo nos embargos de Parágrafo único. O Ministério Público será intimado da
declaração, o prazo para o Ministério Público e para a data do julgamento e poderá na sessão, se entender
defesa será sempre de 10 (dez) dias; (Redação dada necessário, apresentar oralmente seu parecer. (Incluído
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
III - os recursos terão preferência de julgamento e Art. 199-E. O Ministério Público poderá requerer a
dispensarão revisor; instauração de procedimento para apuração de
responsabilidades se constatar o descumprimento das
providências e do prazo previstos nos artigos anteriores.
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência VIII - zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias
legais assegurados às crianças e adolescentes,
Capítulo V promovendo as medidas judiciais e extrajudiciais
cabíveis;
Do Ministério Público
IX - impetrar mandado de segurança, de injunção e
Art. 200. As funções do Ministério Público previstas nesta habeas corpus, em qualquer juízo, instância ou tribunal,
Lei serão exercidas nos termos da respectiva lei na defesa dos interesses sociais e individuais
orgânica. indisponíveis afetos à criança e ao adolescente;
V - promover o inquérito civil e a ação civil pública para a § 1º A legitimação do Ministério Público para as ações
proteção dos interesses individuais, difusos ou coletivos cíveis previstas neste artigo não impede a de terceiros,
relativos à infância e à adolescência, inclusive os nas mesmas hipóteses, segundo dispuserem a
definidos no art. 220, § 3º inciso II, da Constituição Constituição e esta Lei.
Federal ;
§ 2º As atribuições constantes deste artigo não excluem
VI - instaurar procedimentos administrativos e, para outras, desde que compatíveis com a finalidade do
instruí-los: Ministério Público.
Art. 204. A falta de intervenção do Ministério Público IV - de ensino noturno regular, adequado às condições
acarreta a nulidade do feito, que será declarada de ofício do educando;
pelo juiz ou a requerimento de qualquer interessado.
V - de programas suplementares de oferta de material
Art. 205. As manifestações processuais do representante didático-escolar, transporte e assistência à saúde do
do Ministério Público deverão ser fundamentadas. educando do ensino fundamental;
Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão § 2º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou
propostas no foro do local onde ocorreu ou deva ocorrer na sentença, impor multa diária ao réu,
a ação ou omissão, cujo juízo terá competência absoluta independentemente de pedido do autor, se for suficiente
para processar a causa, ressalvadas a competência da ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável
Justiça Federal e a competência originária dos tribunais para o cumprimento do preceito.
superiores.
§ 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em
Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em interesses julgado da sentença favorável ao autor, mas será devida
coletivos ou difusos, consideram-se legitimados desde o dia em que se houver configurado o
concorrentemente: descumprimento.
§ 1º Aplicam-se às ações previstas neste Capítulo as Art. 218. O juiz condenará a associação autora a pagar
normas do Código de Processo Civil. ao réu os honorários advocatícios arbitrados na
conformidade do § 4º do art. 20 da Lei n.º 5.869, de 11
§ 2º Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil) , quando
pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de reconhecer que a pretensão é manifestamente
atribuições do poder público, que lesem direito líquido e infundada.
Art. 224. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as
Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a disposições da Lei n.º 7.347, de 24 de julho de 1985 .
associação autora e os diretores responsáveis pela
propositura da ação serão solidariamente condenados Título VII
ao décuplo das custas, sem prejuízo de responsabilidade
por perdas e danos. Dos Crimes e Das Infrações Administrativas
Art. 219. Nas ações de que trata este Capítulo, não Capítulo I
haverá adiantamento de custas, emolumentos,
honorários periciais e quaisquer outras despesas. Dos Crimes
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa. Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem
oferece ou efetiva a paga ou recompensa.
Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua
liberdade, procedendo à sua apreensão sem estar em Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato
flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita destinado ao envio de criança ou adolescente para o
da autoridade judiciária competente: exterior com inobservância das formalidades legais ou
com o fito de obter lucro:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que
procede à apreensão sem observância das formalidades Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave
legais. ameaça ou fraude: (Incluído pela Lei nº 10.764, de
12.11.2003)
Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela
apreensão de criança ou adolescente de fazer imediata Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena
comunicação à autoridade judiciária competente e à correspondente à violência.
família do apreendido ou à pessoa por ele indicada:
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou
Pena - detenção de seis meses a dois anos. registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou
pornográfica, envolvendo criança ou adolescente:
Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a
constrangimento: Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
(Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem: (Redação dada
Art. 233. (Revogado pela Lei nº 9.455, de 7.4.1997 : pela Lei nº 14.811, de 2024)
Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa I - agencia, facilita, recruta, coage ou de qualquer modo
causa, de ordenar a imediata liberação de criança ou intermedeia a participação de criança ou adolescente nas
adolescente, tão logo tenha conhecimento da ilegalidade cenas referidas no caput deste artigo, ou ainda quem
da apreensão: com esses contracena; (Incluído pela Lei nº 14.811, de
2024)
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
II - exibe, transmite, auxilia ou facilita a exibição ou
Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado transmissão, em tempo real, pela internet, por
nesta Lei em benefício de adolescente privado de aplicativos, por meio de dispositivo informático ou
liberdade: qualquer meio ou ambiente digital, de cena de sexo
explícito ou pornográfica com a participação de criança
ou adolescente. (Incluído pela Lei nº 14.811, de 2024) Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer
meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que
§ 2 o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente contenha cena de sexo explícito ou pornográfica
comete o crime: (Redação dada pela Lei nº 11.829, de envolvendo criança ou adolescente: (Incluído pela Lei nº
2008) 11.829, de 2008)
I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
de exercê-la; (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, III – representante legal e funcionários responsáveis de
distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, provedor de acesso ou serviço prestado por meio de rede
inclusive por meio de sistema de informática ou de computadores, até o recebimento do material relativo
telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que à notícia feita à autoridade policial, ao Ministério Público
contenha cena de sexo explícito ou pornográfica ou ao Poder Judiciário. (Incluído pela Lei nº 11.829, de
envolvendo criança ou adolescente: (Incluído pela Lei nº 2008)
11.829, de 2008)
§ 3 o As pessoas referidas no § 2 o deste artigo deverão
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. manter sob sigilo o material ilícito referido. (Incluído pela
(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) Lei nº 11.829, de 2008)
§ 1 o Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei Art. 241-C. Simular a participação de criança ou
nº 11.829, de 2008) adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica
por meio de adulteração, montagem ou modificação de
I – assegura os meios ou serviços para o fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de
armazenamento das fotografias, cenas ou imagens de representação visual: (Incluído pela Lei nº 11.829, de
que trata o caput deste artigo; (Incluído pela Lei nº 2008)
11.829, de 2008)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
computadores às fotografias, cenas ou imagens de que
trata o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem
2008) vende, expõe à venda, disponibiliza, distribui, publica ou
divulga por qualquer meio, adquire, possui ou armazena
§ 2 o As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1 o o material produzido na forma do caput deste artigo.
deste artigo são puníveis quando o responsável legal (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
pela prestação do serviço, oficialmente notificado, deixa
de desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de que trata o Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por
caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) qualquer meio de comunicação, criança, com o fim de
com ela praticar ato libidinoso: (Incluído pela Lei nº
11.829, de 2008) Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além da
perda de bens e valores utilizados na prática criminosa
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. em favor do Fundo dos Direitos da Criança e do
(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) Adolescente da unidade da Federação (Estado ou
Distrito Federal) em que foi cometido o crime, ressalvado
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: o direito de terceiro de boa-fé. (Redação dada pela Lei nº
(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 13.440, de 2017)
I – facilita ou induz o acesso à criança de material § 1 o Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o
contendo cena de sexo explícito ou pornográfica com o gerente ou o responsável pelo local em que se verifique
fim de com ela praticar ato libidinoso; (Incluído pela Lei a submissão de criança ou adolescente às práticas
nº 11.829, de 2008) referidas no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº
9.975, de 23.6.2000)
II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo
com o fim de induzir criança a se exibir de forma § 2 o Constitui efeito obrigatório da condenação a
pornográfica ou sexualmente explícita. (Incluído pela Lei cassação da licença de localização e de funcionamento
nº 11.829, de 2008) do estabelecimento. (Incluído pela Lei nº 9.975, de
23.6.2000)
Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a
expressão “cena de sexo explícito ou pornográfica” Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor
compreende qualquer situação que envolva criança ou de 18 (dezoito) anos, com ele praticando infração penal
adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou ou induzindo-o a praticá-la: (Incluído pela Lei nº 12.015,
simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma de 2009)
criança ou adolescente para fins primordialmente
sexuais. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído
pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou
entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente § 1 o Incorre nas penas previstas no caput deste artigo
arma, munição ou explosivo: quem pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se de
quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos. (Redação papo da internet. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
dada pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003)
§ 2 o As penas previstas no caput deste artigo são
Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, aumentadas de um terço no caso de a infração cometida
ainda que gratuitamente, de qualquer forma, a criança ou ou induzida estar incluída no rol do art. 1 o da Lei n o
a adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, 8.072, de 25 de julho de 1990 . (Incluído pela Lei nº
outros produtos cujos componentes possam causar 12.015, de 2009)
dependência física ou psíquica: (Redação dada pela Lei
nº 13.106, de 2015) Art. 244-C. Deixar o pai, a mãe ou o responsável legal,
de forma dolosa, de comunicar à autoridade pública o
Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, desaparecimento de criança ou adolescente: (Incluído
se o fato não constitui crime mais grave. (Redação dada pela Lei nº 14.811, de 2024)
pela Lei nº 13.106, de 2015)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou (Incluído pela Lei nº 14.811, de 2024)
entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente
fogos de estampido ou de artifício, exceto aqueles que, Capítulo II
pelo seu reduzido potencial, sejam incapazes de
provocar qualquer dano físico em caso de utilização Das Infrações Administrativas
indevida:
Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por
Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa. estabelecimento de atenção à saúde e de ensino
fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à
Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais autoridade competente os casos de que tenha
definidos no caput do art. 2 o desta Lei, à prostituição ou conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de
à exploração sexual: (Incluído pela Lei nº 9.975, de maus-tratos contra criança ou adolescente:
23.6.2000)
Pena - multa de três a vinte salários de referência, fechamento do estabelecimento por até 15 (quinze) dias.
aplicando-se o dobro em caso de reincidência. (Incluído pela Lei nº 12.038, de 2009).
Pena - multa de três a vinte salários de referência, Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por
aplicando-se o dobro em caso de reincidência. qualquer meio, com inobservância do disposto nos arts.
83, 84 e 85 desta Lei:
Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização
devida, por qualquer meio de comunicação, nome, ato ou Pena - multa de três a vinte salários de referência,
documento de procedimento policial, administrativo ou aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
judicial relativo a criança ou adolescente a que se atribua
ato infracional: Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou
espetáculo público de afixar, em lugar visível e de fácil
Pena - multa de três a vinte salários de referência, acesso, à entrada do local de exibição, informação
aplicando-se o dobro em caso de reincidência. destacada sobre a natureza da diversão ou espetáculo e
a faixa etária especificada no certificado de classificação:
§ 1º Incorre na mesma pena quem exibe ou transmite
imagem, vídeo ou corrente de vídeo de criança ou Pena - multa de três a vinte salários de referência,
adolescente envolvido em ato infracional ou em outro ato aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
ilícito que lhe seja atribuído, de forma a permitir sua
identificação. (Redação dada pela Lei nº 14.811, de Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer
2024) representações ou espetáculos, sem indicar os limites de
idade a que não se recomendem:
§ 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou
emissora de rádio ou televisão, além da pena prevista Pena - multa de três a vinte salários de referência,
neste artigo, a autoridade judiciária poderá determinar a duplicada em caso de reincidência, aplicável,
apreensão da publicação ou a suspensão da separadamente, à casa de espetáculo e aos órgãos de
programação da emissora até por dois dias, bem como divulgação ou publicidade.
da publicação do periódico até por dois números.
(Expressão declarada inconstitucional pela ADIN 869). Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão,
espetáculo em horário diverso do autorizado ou sem
Art. 248. (Revogado pela Lei nº 13.431, de 2017) aviso de sua classificação: (Expressão declarada
(Vigência) inconstitucional pela ADI 2.404).
Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os Pena - multa de vinte a cem salários de referência;
deveres inerentes ao pátrio poder poder familiar ou duplicada em caso de reincidência a autoridade judiciária
decorrente de tutela ou guarda, bem assim determinação poderá determinar a suspensão da programação da
da autoridade judiciária ou Conselho Tutelar: (Expressão emissora por até dois dias.
substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congênere
Pena - multa de três a vinte salários de referência, classificado pelo órgão competente como inadequado às
aplicando-se o dobro em caso de reincidência. crianças ou adolescentes admitidos ao espetáculo:
Art. 250. Hospedar criança ou adolescente Pena - multa de vinte a cem salários de referência; na
desacompanhado dos pais ou responsável, ou sem reincidência, a autoridade poderá determinar a
autorização escrita desses ou da autoridade judiciária, suspensão do espetáculo ou o fechamento do
em hotel, pensão, motel ou congênere: (Redação dada estabelecimento por até quinze dias.
pela Lei nº 12.038, de 2009).
Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente fita de
Pena – multa. (Redação dada pela Lei nº 12.038, de programação em vídeo, em desacordo com a
2009). classificação atribuída pelo órgão competente:
§ 1 º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de Pena - multa de três a vinte salários de referência; em
multa, a autoridade judiciária poderá determinar o caso de reincidência, a autoridade judiciária poderá
determinar o fechamento do estabelecimento por até Pena - multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$
quinze dias. 10.000,00 (dez mil reais); (Redação dada pela Lei nº
13.106, de 2015)
Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts. 78 e
79 desta Lei: Medida Administrativa - interdição do estabelecimento
comercial até o recolhimento da multa aplicada.
Pena - multa de três a vinte salários de referência, (Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
duplicando-se a pena em caso de reincidência, sem
prejuízo de apreensão da revista ou publicação. Disposições Finais e Transitórias
Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento ou Art. 259. A União, no prazo de noventa dias contados da
o empresário de observar o que dispõe esta Lei sobre o publicação deste Estatuto, elaborará projeto de lei
acesso de criança ou adolescente aos locais de diversão, dispondo sobre a criação ou adaptação de seus órgãos
ou sobre sua participação no espetáculo: às diretrizes da política de atendimento fixadas no art. 88
e ao que estabelece o Título V do Livro II.
Pena - multa de três a vinte salários de referência; em
caso de reincidência, a autoridade judiciária poderá Parágrafo único. Compete aos estados e municípios
determinar o fechamento do estabelecimento por até promoverem a adaptação de seus órgãos e programas
quinze dias. às diretrizes e princípios estabelecidos nesta Lei.
Art. 258-A. Deixar a autoridade competente de Art. 260. Os contribuintes poderão efetuar doações aos
providenciar a instalação e operacionalização dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente
cadastros previstos no art. 50 e no § 11 do art. 101 desta nacional, distrital, estaduais ou municipais, devidamente
Lei: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência comprovadas, sendo essas integralmente deduzidas do
imposto de renda, obedecidos os seguintes limites:
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
(três mil reais). (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Vigência I - 1% (um por cento) do imposto sobre a renda devido
apurado pelas pessoas jurídicas tributadas com base no
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas a lucro real; e (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012)
autoridade que deixa de efetuar o cadastramento de (Vide)
crianças e de adolescentes em condições de serem
adotadas, de pessoas ou casais habilitados à adoção e II - 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apurado
de crianças e adolescentes em regime de acolhimento pelas pessoas físicas na Declaração de Ajuste Anual,
institucional ou familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de observado o disposto no art. 22 da Lei n o 9.532, de 10
2009) Vigência de dezembro de 1997 . (Redação dada pela Lei nº
12.594, de 2012) (Vide)
Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de
estabelecimento de atenção à saúde de gestante de § 1º - (Revogado pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção
efetuar imediato encaminhamento à autoridade judiciária de efeito)
de caso de que tenha conhecimento de mãe ou gestante
interessada em entregar seu filho para adoção: (Incluído § 1 o -A. Na definição das prioridades a serem atendidas
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência com os recursos captados pelos fundos nacional,
estaduais e municipais dos direitos da criança e do
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 adolescente, serão consideradas as disposições do
(três mil reais). (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do
Vigência Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência
Familiar e Comunitária e as do Plano Nacional pela
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o funcionário Primeira Infância. (Redação dada dada pela Lei nº
de programa oficial ou comunitário destinado à garantia 13.257, de 2016)
do direito à convivência familiar que deixa de efetuar a
comunicação referida no caput deste artigo. (Incluído § 2 o Os conselhos nacional, estaduais e municipais dos
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência direitos da criança e do adolescente fixarão critérios de
utilização, por meio de planos de aplicação, das dotações
Art. 258-C. Descumprir a proibição estabelecida no subsidiadas e demais receitas, aplicando
inciso II do art. 81: (Redação dada pela Lei nº 13.106, de necessariamente percentual para incentivo ao
2015) acolhimento, sob a forma de guarda, de crianças e
adolescentes e para programas de atenção integral à
primeira infância em áreas de maior carência
socioeconômica e em situações de calamidade. incentivos fiscais referidos neste artigo. (Incluído pela Lei
(Redação dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016) nº 8.242, de 12.10.1991)
§ 2º-A. O contribuinte poderá indicar o projeto que § 5 o Observado o disposto no § 4 o do art. 3 o da Lei n
receberá a destinação de recursos, entre os projetos o 9.249, de 26 de dezembro de 1995 , a dedução de que
aprovados por conselho dos direitos da criança e do trata o inciso I do caput : (Redação dada pela Lei nº
adolescente. (Incluído pela Lei nº 14.692, de 2023) 12.594, de 2012) (Vide)
§ 2º-B. É facultado aos conselhos chancelar projetos ou I - será considerada isoladamente, não se submetendo a
banco de projetos, por meio de regulamentação própria, limite em conjunto com outras deduções do imposto; e
observadas as seguintes regras: (Incluído pela Lei nº (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
14.692, de 2023)
II - não poderá ser computada como despesa operacional
I - a chancela deverá ser entendida como a autorização na apuração do lucro real. (Incluído pela Lei nº 12.594,
para captação de recursos por meio dos Fundos dos de 2012) (Vide)
Direitos da Criança e do Adolescente com a finalidade de
viabilizar a execução dos projetos aprovados pelos Art. 260-A. A partir do exercício de 2010, ano-calendário
conselhos; (Incluído pela Lei nº 14.692, de 2023) de 2009, a pessoa física poderá optar pela doação de
que trata o inciso II do caput do art. 260 diretamente em
II - os projetos deverão garantir os direitos fundamentais sua Declaração de Ajuste Anual. (Incluído pela Lei nº
e humanos das crianças e dos adolescentes; (Incluído 12.594, de 2012) (Vide)
pela Lei nº 14.692, de 2023)
§ 1 o A doação de que trata o caput poderá ser deduzida
III - a captação de recursos por meio do Fundo dos até os seguintes percentuais aplicados sobre o imposto
Direitos da Criança e do Adolescente deverá ser apurado na declaração: (Incluído pela Lei nº 12.594, de
realizada pela instituição proponente para o 2012) (Vide)
financiamento do respectivo projeto; (Incluído pela Lei
nº 14.692, de 2023) I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
(Vide)
IV - os recursos captados serão repassados para a
instituição proponente mediante formalização de II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
instrumento de repasse de recursos, conforme a (Vide)
legislação vigente; (Incluído pela Lei nº 14.692, de 2023)
III - 3% (três por cento) a partir do exercício de 2012.
V - os conselhos deverão fixar percentual de retenção (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
dos recursos captados, em cada chancela, que serão
destinados ao Fundo dos Direitos da Criança e do § 2 o A dedução de que trata o caput : (Incluído pela Lei
Adolescente; (Incluído pela Lei nº 14.692, de 2023) nº 12.594, de 2012) (Vide)
VI - o tempo de duração entre a aprovação do projeto e I - está sujeita ao limite de 6% (seis por cento) do imposto
a captação dos recursos deverá ser de 2 (dois) anos e sobre a renda apurado na declaração de que trata o
poderá ser prorrogado por igual período; (Incluído pela inciso II do caput do art. 260; (Incluído pela Lei nº 12.594,
Lei nº 14.692, de 2023) de 2012) (Vide)
VII - a chancela do projeto não deverá obrigar seu II - não se aplica à pessoa física que: (Incluído pela Lei
financiamento pelo Fundo dos Direitos da Criança e do nº 12.594, de 2012) (Vide)
Adolescente, caso não tenha sido captado valor
suficiente. (Incluído pela Lei nº 14.692, de 2023) a) utilizar o desconto simplificado; (Incluído pela Lei nº
12.594, de 2012) (Vide)
§ 3º O Departamento da Receita Federal, do Ministério
da Economia, Fazenda e Planejamento, regulamentará a b) apresentar declaração em formulário; ou (Incluído pela
comprovação das doações feitas aos fundos, nos termos Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
deste artigo. (Incluído pela Lei nº 8.242, de 12.10.1991)
c) entregar a declaração fora do prazo; (Incluído pela Lei
§ 4º O Ministério Público determinará em cada comarca nº 12.594, de 2012) (Vide)
a forma de fiscalização da aplicação, pelo Fundo
Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, dos III - só se aplica às doações em espécie; e (Incluído pela
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
correspondente, especificando: (Incluído pela Lei nº
IV - não exclui ou reduz outros benefícios ou deduções 12.594, de 2012) (Vide)
em vigor. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
I - número de ordem; (Incluído pela Lei nº 12.594, de
§ 3 o O pagamento da doação deve ser efetuado até a 2012) (Vide)
data de vencimento da primeira quota ou quota única do
imposto, observadas instruções específicas da II - nome, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ)
Secretaria da Receita Federal do Brasil. (Incluído pela Lei e endereço do emitente; (Incluído pela Lei nº 12.594, de
nº 12.594, de 2012) (Vide) 2012) (Vide)
§ 4 o O não pagamento da doação no prazo estabelecido III - nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas Físicas (CPF)
no § 3 o implica a glosa definitiva desta parcela de do doador; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
dedução, ficando a pessoa física obrigada ao
recolhimento da diferença de imposto devido apurado na IV - data da doação e valor efetivamente recebido; e
Declaração de Ajuste Anual com os acréscimos legais (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
previstos na legislação. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide) V - ano-calendário a que se refere a doação. (Incluído
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
§ 5 o A pessoa física poderá deduzir do imposto apurado
na Declaração de Ajuste Anual as doações feitas, no § 1 o O comprovante de que trata o caput deste artigo
respectivo ano-calendário, aos fundos controlados pelos pode ser emitido anualmente, desde que discrimine os
Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente valores doados mês a mês. (Incluído pela Lei nº 12.594,
municipais, distrital, estaduais e nacional de 2012) (Vide)
concomitantemente com a opção de que trata o caput ,
respeitado o limite previsto no inciso II do art. 260. § 2 o No caso de doação em bens, o comprovante deve
(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) conter a identificação dos bens, mediante descrição em
campo próprio ou em relação anexa ao comprovante,
Art. 260-B. A doação de que trata o inciso I do art. 260 informando também se houve avaliação, o nome, CPF ou
poderá ser deduzida: (Incluído pela Lei nº 12.594, de CNPJ e endereço dos avaliadores. (Incluído pela Lei nº
2012) (Vide) 12.594, de 2012) (Vide)
I - do imposto devido no trimestre, para as pessoas Art. 260-E. Na hipótese da doação em bens, o doador
jurídicas que apuram o imposto trimestralmente; e deverá: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
I - comprovar a propriedade dos bens, mediante
II - do imposto devido mensalmente e no ajuste anual, documentação hábil; (Incluído pela Lei nº 12.594, de
para as pessoas jurídicas que apuram o imposto 2012) (Vide)
anualmente. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
II - baixar os bens doados na declaração de bens e
Parágrafo único. A doação deverá ser efetuada dentro direitos, quando se tratar de pessoa física, e na
do período a que se refere a apuração do imposto. escrituração, no caso de pessoa jurídica; e (Incluído pela
(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-C. As doações de que trata o art. 260 desta Lei III - considerar como valor dos bens doados: (Incluído
podem ser efetuadas em espécie ou em bens. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
a) para as pessoas físicas, o valor constante da última
Parágrafo único. As doações efetuadas em espécie declaração do imposto de renda, desde que não exceda
devem ser depositadas em conta específica, em o valor de mercado; (Incluído pela Lei nº 12.594, de
instituição financeira pública, vinculadas aos respectivos 2012) (Vide)
fundos de que trata o art. 260. (Incluído pela Lei nº
12.594, de 2012) (Vide) b) para as pessoas jurídicas, o valor contábil dos bens.
(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-D. Os órgãos responsáveis pela administração
das contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do Parágrafo único. O preço obtido em caso de leilão não
Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais será considerado na determinação do valor dos bens
devem emitir recibo em favor do doador, assinado por doados, exceto se o leilão for determinado por autoridade
pessoa competente e pelo presidente do Conselho judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
V - o total dos recursos recebidos e a respectiva
Art. 260-F. Os documentos a que se referem os arts. 260- destinação, por projeto atendido, inclusive com
D e 260-E devem ser mantidos pelo contribuinte por um cadastramento na base de dados do Sistema de
prazo de 5 (cinco) anos para fins de comprovação da Informações sobre a Infância e a Adolescência; e
dedução perante a Receita Federal do Brasil. (Incluído (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
VI - a avaliação dos resultados dos projetos beneficiados
Art. 260-G. Os órgãos responsáveis pela administração com recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e do
das contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais.
Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
devem: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-J. O Ministério Público determinará, em cada
I - manter conta bancária específica destinada Comarca, a forma de fiscalização da aplicação dos
exclusivamente a gerir os recursos do Fundo; (Incluído incentivos fiscais referidos no art. 260 desta Lei. (Incluído
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
II - manter controle das doações recebidas; e (Incluído Parágrafo único. O descumprimento do disposto nos
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) arts. 260-G e 260-I sujeitará os infratores a responder por
ação judicial proposta pelo Ministério Público, que poderá
III - informar anualmente à Secretaria da Receita Federal atuar de ofício, a requerimento ou representação de
do Brasil as doações recebidas mês a mês, identificando qualquer cidadão. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
os seguintes dados por doador: (Incluído pela Lei nº (Vide)
12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-K. A Secretaria de Direitos Humanos da
a) nome, CNPJ ou CPF; (Incluído pela Lei nº 12.594, de Presidência da República (SDH/PR) encaminhará à
2012) (Vide) Secretaria da Receita Federal do Brasil, até 31 de
outubro de cada ano, arquivo eletrônico contendo a
b) valor doado, especificando se a doação foi em espécie relação atualizada dos Fundos dos Direitos da Criança e
ou em bens. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) do Adolescente nacional, distrital, estaduais e
municipais, com a indicação dos respectivos números de
Art. 260-H. Em caso de descumprimento das obrigações inscrição no CNPJ e das contas bancárias específicas
previstas no art. 260-G, a Secretaria da Receita Federal mantidas em instituições financeiras públicas, destinadas
do Brasil dará conhecimento do fato ao Ministério exclusivamente a gerir os recursos dos Fundos. (Incluído
Público. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-I. Os Conselhos dos Direitos da Criança e do Art. 260-L. A Secretaria da Receita Federal do Brasil
Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais expedirá as instruções necessárias à aplicação do
divulgarão amplamente à comunidade: (Incluído pela Lei disposto nos arts. 260 a 260-K. (Incluído pela Lei nº
nº 12.594, de 2012) (Vide) 12.594, de 2012) (Vide)
I - o calendário de suas reuniões; (Incluído pela Lei nº Art. 261. A falta dos conselhos municipais dos direitos da
12.594, de 2012) (Vide) criança e do adolescente, os registros, inscrições e
alterações a que se referem os arts. 90, parágrafo único,
II - as ações prioritárias para aplicação das políticas de e 91 desta Lei serão efetuados perante a autoridade
atendimento à criança e ao adolescente; (Incluído pela judiciária da comarca a que pertencer a entidade.
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Parágrafo único. A União fica autorizada a repassar aos
III - os requisitos para a apresentação de projetos a estados e municípios, e os estados aos municípios, os
serem beneficiados com recursos dos Fundos dos recursos referentes aos programas e atividades previstos
Direitos da Criança e do Adolescente nacional, estaduais, nesta Lei, tão logo estejam criados os conselhos dos
distrital ou municipais; (Incluído pela Lei nº 12.594, de direitos da criança e do adolescente nos seus respectivos
2012) (Vide) níveis.
IV - a relação dos projetos aprovados em cada ano- Art. 262. Enquanto não instalados os Conselhos
calendário e o valor dos recursos previstos para Tutelares, as atribuições a eles conferidas serão
implementação das ações, por projeto; (Incluído pela Lei exercidas pela autoridade judiciária.
nº 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 263. O Decreto-Lei n.º 2.848, de 7 de dezembro de
1940 (Código Penal), passa a vigorar com as seguintes Parágrafo único. A divulgação a que se refere o caput
alterações: será veiculada em linguagem clara, compreensível e
adequada a crianças e adolescentes, especialmente às
1) Art. 121 ............................................................ crianças com idade inferior a 6 (seis) anos. (Incluído pela
Lei nº 13.257, de 2016)
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de um
terço, se o crime resulta de inobservância de regra Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias após sua
técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa publicação.
de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir
as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão Parágrafo único. Durante o período de vacância deverão
em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é ser promovidas atividades e campanhas de divulgação e
aumentada de um terço, se o crime é praticado contra esclarecimentos acerca do disposto nesta Lei.
pessoa menor de catorze anos.
Art. 267. Revogam-se as Leis n.º 4.513, de 1964 , e
2) Art. 129 ............................................................... 6.697, de 10 de outubro de 1979 (Código de Menores), e
as demais disposições em contrário.
§ 7º Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer
das hipóteses do art. 121, § 4º.
3) Art. 136.................................................................
5) Art. 214...................................................................
Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Nacional de I - formular e coordenar a execução da política nacional
Atendimento Socioeducativo (Sinase) e regulamenta a de atendimento socioeducativo;
execução das medidas destinadas a adolescente que
pratique ato infracional. II - elaborar o Plano Nacional de Atendimento
Socioeducativo, em parceria com os Estados, o Distrito
§ 1º Entende-se por Sinase o conjunto ordenado de Federal e os Municípios;
princípios, regras e critérios que envolvem a execução de
medidas socioeducativas, incluindo-se nele, por adesão, III - prestar assistência técnica e suplementação
os sistemas estaduais, distrital e municipais, bem como financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos
todos os planos, políticas e programas específicos de Municípios para o desenvolvimento de seus sistemas;
atendimento a adolescente em conflito com a lei.
IV - instituir e manter o Sistema Nacional de Informações
§ 2º Entendem-se por medidas socioeducativas as sobre o Atendimento Socioeducativo, seu
previstas no art. 112 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de funcionamento, entidades, programas, incluindo dados
1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), as quais relativos a financiamento e população atendida;
têm por objetivos:
V - contribuir para a qualificação e ação em rede dos
I - a responsabilização do adolescente quanto às Sistemas de Atendimento Socioeducativo;
consequências lesivas do ato infracional, sempre que
possível incentivando a sua reparação; VI - estabelecer diretrizes sobre a organização e
funcionamento das unidades e programas de
II - a integração social do adolescente e a garantia de atendimento e as normas de referência destinadas ao
seus direitos individuais e sociais, por meio do cumprimento das medidas socioeducativas de
cumprimento de seu plano individual de atendimento; e internação e semiliberdade;
III - a desaprovação da conduta infracional, efetivando as VII - instituir e manter processo de avaliação dos
disposições da sentença como parâmetro máximo de Sistemas de Atendimento Socioeducativo, seus planos,
privação de liberdade ou restrição de direitos, entidades e programas;
observados os limites previstos em lei.
VIII - financiar, com os demais entes federados, a
§ 3º Entendem-se por programa de atendimento a execução de programas e serviços do Sinase; e
organização e o funcionamento, por unidade, das
condições necessárias para o cumprimento das medidas IX - garantir a publicidade de informações sobre repasses
socioeducativas. de recursos aos gestores estaduais, distrital e
municipais, para financiamento de programas de
§ 4º Entende-se por unidade a base física necessária atendimento socioeducativo.
para a organização e o funcionamento de programa de
atendimento. § 1º São vedados à União o desenvolvimento e a oferta
de programas próprios de atendimento.
§ 5º Entendem-se por entidade de atendimento a pessoa
jurídica de direito público ou privado que instala e § 2º Ao Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do
mantém a unidade e os recursos humanos e materiais Adolescente (Conanda) competem as funções
necessários ao desenvolvimento de programas de normativa, deliberativa, de avaliação e de fiscalização do
atendimento. Sinase, nos termos previstos na Lei nº 8.242, de 12 de
outubro de 1991, que cria o referido Conselho.
Criança e do Adolescente), bem como outras definidas
§ 3º O Plano de que trata o inciso II do caput deste artigo na legislação estadual ou distrital.
será submetido à deliberação do Conanda.
§ 2º O Plano de que trata o inciso II do caput deste artigo
§ 4º À Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da será submetido à deliberação do Conselho Estadual dos
República (SDH/PR) competem as funções executiva e Direitos da Criança e do Adolescente.
de gestão do Sinase.
§ 3º Competem ao órgão a ser designado no Plano de
Art. 4º Compete aos Estados: que trata o inciso II do caput deste artigo as funções
executiva e de gestão do Sistema Estadual de
I - formular, instituir, coordenar e manter Sistema Atendimento Socioeducativo.
Estadual de Atendimento Socioeducativo, respeitadas as
diretrizes fixadas pela União; Art. 5º Compete aos Municípios:
DOS PLANOS DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO I - a exposição das linhas gerais dos métodos e técnicas
pedagógicas, com a especificação das atividades de
Art. 7º O Plano de que trata o inciso II do art. 3º desta Lei natureza coletiva;
deverá incluir um diagnóstico da situação do Sinase, as
diretrizes, os objetivos, as metas, as prioridades e as II - a indicação da estrutura material, dos recursos
formas de financiamento e gestão das ações de humanos e das estratégias de segurança compatíveis
atendimento para os 10 (dez) anos seguintes, em com as necessidades da respectiva unidade;
sintonia com os princípios elencados na Lei nº 8.069, de
13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do III - regimento interno que regule o funcionamento da
Adolescente). entidade, no qual deverá constar, no mínimo:
I - selecionar e credenciar orientadores, designando-os, V - a previsão de regime disciplinar nos termos do art. 72
caso a caso, para acompanhar e avaliar o cumprimento desta Lei.
da medida;
Art. 16. A estrutura física da unidade deverá ser
II - receber o adolescente e seus pais ou responsável e compatível com as normas de referência do Sinase.
orientá-los sobre a finalidade da medida e a organização
e funcionamento do programa; § 1º É vedada a edificação de unidades
socioeducacionais em espaços contíguos, anexos, ou de
III - encaminhar o adolescente para o orientador qualquer outra forma integrados a estabelecimentos
credenciado; penais.
Parágrafo único. O rol de orientadores credenciados Art. 17. Para o exercício da função de dirigente de
deverá ser comunicado, semestralmente, à autoridade programa de atendimento em regime de semiliberdade
judiciária e ao Ministério Público. ou de internação, além dos requisitos específicos
previstos no respectivo programa de atendimento, é
Art. 14. Incumbe ainda à direção do programa de medida necessário:
de prestação de serviços à comunidade selecionar e
credenciar entidades assistenciais, hospitais, escolas ou I - formação de nível superior compatível com a natureza
outros estabelecimentos congêneres, bem como os da função;
programas comunitários ou governamentais, de acordo
com o perfil do socioeducando e o ambiente no qual a II - comprovada experiência no trabalho com
medida será cumprida. adolescentes de, no mínimo, 2 (dois) anos; e
IV - as políticas de pessoal quanto à qualificação, VII - os efeitos do art. 95 da Lei nº 8.069, de 13 de julho
aperfeiçoamento, desenvolvimento profissional e de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente).
condições de trabalho;
Parágrafo único. As recomendações originadas da
V - a adequação da infraestrutura física às normas de avaliação deverão indicar prazo para seu cumprimento
referência; por parte das entidades de atendimento e dos gestores
avaliados, ao fim do qual estarão sujeitos às medidas
VI - o planejamento e a autoavaliação quanto aos previstas no art. 28 desta Lei.
processos, resultados, eficiência e eficácia do projeto
pedagógico e da proposta socioeducativa; Art. 27. As informações produzidas a partir do Sistema
Nacional de Informações sobre Atendimento
VII - as políticas de atendimento para os adolescentes e Socioeducativo serão utilizadas para subsidiar a
suas famílias; avaliação, o acompanhamento, a gestão e o
financiamento dos Sistemas Nacional, Distrital,
VIII - a atenção integral à saúde dos adolescentes em Estaduais e Municipais de Atendimento Socioeducativo.
conformidade com as diretrizes do art. 60 desta Lei; e
CAPÍTULO VI
IX - a sustentabilidade financeira.
DA RESPONSABILIZAÇÃO DOS GESTORES,
Art. 24. A avaliação dos programas terá por objetivo OPERADORES E ENTIDADES DE ATENDIMENTO
verificar, no mínimo, o atendimento ao que determinam
os arts. 94, 100, 117, 119, 120, 123 e 124 da Lei nº 8.069, Art. 28. No caso do desrespeito, mesmo que parcial, ou
de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do do não cumprimento integral às diretrizes e
Adolescente). determinações desta Lei, em todas as esferas, são
sujeitos:
Art. 25. A avaliação dos resultados da execução de
medida socioeducativa terá por objetivo, no mínimo: I - gestores, operadores e seus prepostos e entidades
governamentais às medidas previstas no inciso I e no §
I - verificar a situação do adolescente após cumprimento 1º do art. 97 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990
da medida socioeducativa, tomando por base suas (Estatuto da Criança e do Adolescente) ; e
perspectivas educacionais, sociais, profissionais e
familiares; e
II - entidades não governamentais, seus gestores, ações por meio do Sistema de Informações sobre
operadores e prepostos às medidas previstas no inciso II Atendimento Socioeducativo.
e no § 1º do art. 97 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de
1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente). Art. 32. A Lei nº 7.560, de 19 de dezembro de 1986,
passa a vigorar com as seguintes alterações:
Parágrafo único. A aplicação das medidas previstas
neste artigo dar-se-á a partir da análise de relatório “ Art. 5º Os recursos do Funad serão destinados:
circunstanciado elaborado após as avaliações, sem
prejuízo do que determinam os arts. 191 a 197, 225 a ..........................................................................................
227, 230 a 236, 243 e 245 a 247 da Lei nº 8.069, de 13 ...
de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente).
X - às entidades governamentais e não governamentais
Art. 29. Àqueles que, mesmo não sendo agentes integrantes do Sistema Nacional de Atendimento
públicos, induzam ou concorram, sob qualquer forma, Socioeducativo (Sinase).
direta ou indireta, para o não cumprimento desta Lei,
aplicam-se, no que couber, as penalidades dispostas na ...................................................................................”
Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, que dispõe sobre as (NR)
sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de
enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, “ Art. 5º-A. A Secretaria Nacional de Políticas sobre
emprego ou função na administração pública direta, Drogas (Senad), órgão gestor do Fundo Nacional
indireta ou fundacional e dá outras providências (Lei de Antidrogas (Funad), poderá financiar projetos das
Improbidade Administrativa). entidades do Sinase desde que:
Art. 30. O Sinase será cofinanciado com recursos dos II - as entidades governamentais e não governamentais
orçamentos fiscal e da seguridade social, além de outras integrantes do Sinase que solicitem recursos tenham
fontes. participado da avaliação nacional do atendimento
socioeducativo;
§ 1º (VETADO).
III - o projeto apresentado esteja de acordo com os
§ 2º Os entes federados que tenham instituído seus pressupostos da Política Nacional sobre Drogas e
sistemas de atendimento socioeducativo terão acesso legislação específica.”
aos recursos na forma de transferência adotada pelos
órgãos integrantes do Sinase. Art. 33. A Lei nº 7.998, de 11 de janeiro de 1990, passa a
vigorar acrescida do seguinte art. 19-A:
§ 3º Os entes federados beneficiados com recursos dos
orçamentos dos órgãos responsáveis pelas políticas “ Art. 19-A. O Codefat poderá priorizar projetos das
integrantes do Sinase, ou de outras fontes, estão sujeitos entidades integrantes do Sistema Nacional de
às normas e procedimentos de monitoramento Atendimento Socioeducativo (Sinase) desde que:
estabelecidos pelas instâncias dos órgãos das políticas
setoriais envolvidas, sem prejuízo do disposto nos I - o ente federado de vinculação da entidade que solicita
incisos IX e X do art. 4º , nos incisos V e VI do art. 5º e o recurso possua o respectivo Plano de Atendimento
no art. 6º desta Lei. Socioeducativo aprovado;
Art. 31. Os Conselhos de Direitos, nas 3 (três) esferas de II - as entidades governamentais e não governamentais
governo, definirão, anualmente, o percentual de recursos integrantes do Sinase que solicitem recursos tenham se
dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente a submetido à avaliação nacional do atendimento
serem aplicados no financiamento das ações previstas socioeducativo.”
nesta Lei, em especial para capacitação, sistemas de
informação e de avaliação. Art. 34. O art. 2º da Lei nº 5.537, de 21 de novembro de
1968, passa a vigorar acrescido do seguinte § 3º :
Parágrafo único. Os entes federados beneficiados com
recursos do Fundo dos Direitos da Criança e do “Art. 2º .......................................................................
Adolescente para ações de atendimento socioeducativo
prestarão informações sobre o desempenho dessas ..........................................................................................
...
IX - fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários
§ 3º O fundo de que trata o art. 1º poderá financiar, na no processo socioeducativo.
forma das resoluções de seu conselho deliberativo,
programas e projetos de educação básica relativos ao CAPÍTULO II
Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo
(Sinase) desde que: DOS PROCEDIMENTOS
I - o ente federado que solicitar o recurso possua o Art. 36. A competência para jurisdicionar a execução das
respectivo Plano de Atendimento Socioeducativo medidas socioeducativas segue o determinado pelo art.
aprovado; 146 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da
Criança e do Adolescente).
II - as entidades de atendimento vinculadas ao ente
federado que solicitar o recurso tenham se submetido à Art. 37. A defesa e o Ministério Público intervirão, sob
avaliação nacional do atendimento socioeducativo; e pena de nulidade, no procedimento judicial de execução
de medida socioeducativa, asseguradas aos seus
III - o ente federado tenha assinado o Plano de Metas membros as prerrogativas previstas na Lei nº 8.069, de
Compromisso Todos pela Educação e elaborado o 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
respectivo Plano de Ações Articuladas (PAR).” (NR) Adolescente), podendo requerer as providências
necessárias para adequar a execução aos ditames legais
TÍTULO II e regulamentares.
§ 1º O defensor e o Ministério Público poderão requerer, I - o desempenho adequado do adolescente com base no
e o Juiz da Execução poderá determinar, de ofício, a seu plano de atendimento individual, antes do prazo da
realização de qualquer avaliação ou perícia que reavaliação obrigatória;
entenderem necessárias para complementação do plano
individual. II - a inadaptação do adolescente ao programa e o
reiterado descumprimento das atividades do plano
§ 2º A impugnação ou complementação do plano individual; e
individual, requerida pelo defensor ou pelo Ministério
Público, deverá ser fundamentada, podendo a III - a necessidade de modificação das atividades do
autoridade judiciária indeferi-la, se entender insuficiente plano individual que importem em maior restrição da
a motivação. liberdade do adolescente.
§ 3º Admitida a impugnação, ou se entender que o plano § 2º A autoridade judiciária poderá indeferir o pedido, de
é inadequado, a autoridade judiciária designará, se pronto, se entender insuficiente a motivação.
necessário, audiência da qual cientificará o defensor, o
Ministério Público, a direção do programa de § 3º Admitido o processamento do pedido, a autoridade
atendimento, o adolescente e seus pais ou responsável. judiciária, se necessário, designará audiência,
observando o princípio do § 1º do art. 42 desta Lei.
§ 4º A impugnação não suspenderá a execução do plano
individual, salvo determinação judicial em contrário. § 4º A substituição por medida mais gravosa somente
ocorrerá em situações excepcionais, após o devido
§ 5º Findo o prazo sem impugnação, considerar-se-á o processo legal, inclusive na hipótese do inciso III do art.
plano individual homologado. 122 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da
Criança e do Adolescente), e deve ser:
Art. 42. As medidas socioeducativas de liberdade
assistida, de semiliberdade e de internação deverão ser I - fundamentada em parecer técnico;
reavaliadas no máximo a cada 6 (seis) meses, podendo
a autoridade judiciária, se necessário, designar II - precedida de prévia audiência, e nos termos do § 1º
audiência, no prazo máximo de 10 (dez) dias, do art. 42 desta Lei.
cientificando o defensor, o Ministério Público, a direção
do programa de atendimento, o adolescente e seus pais Art. 44. Na hipótese de substituição da medida ou
ou responsável. modificação das atividades do plano individual, a
autoridade judiciária remeterá o inteiro teor da decisão à
§ 1º A audiência será instruída com o relatório da equipe direção do programa de atendimento, assim como as
técnica do programa de atendimento sobre a evolução do peças que entender relevantes à nova situação jurídica
plano de que trata o art. 52 desta Lei e com qualquer do adolescente.
outro parecer técnico requerido pelas partes e deferido
pela autoridade judiciária. Parágrafo único. No caso de a substituição da medida
importar em vinculação do adolescente a outro programa
§ 2º A gravidade do ato infracional, os antecedentes e o de atendimento, o plano individual e o histórico do
tempo de duração da medida não são fatores que, por si, cumprimento da medida deverão acompanhar a
justifiquem a não substituição da medida por outra menos transferência.
grave.
Art. 45. Se, no transcurso da execução, sobrevier
§ 3º Considera-se mais grave a internação, em relação a sentença de aplicação de nova medida, a autoridade
todas as demais medidas, e mais grave a semiliberdade, judiciária procederá à unificação, ouvidos, previamente,
em relação às medidas de meio aberto. o Ministério Público e o defensor, no prazo de 3 (três) dias
sucessivos, decidindo-se em igual prazo.
Art. 43. A reavaliação da manutenção, da substituição ou
da suspensão das medidas de meio aberto ou de
§ 1º É vedado à autoridade judiciária determinar reinício
de cumprimento de medida socioeducativa, ou deixar de § 2º É vedada a aplicação de sanção disciplinar de
considerar os prazos máximos, e de liberação isolamento a adolescente interno, exceto seja essa
compulsória previstos na Lei nº 8.069, de 13 de julho de imprescindível para garantia da segurança de outros
1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), excetuada internos ou do próprio adolescente a quem seja imposta
a hipótese de medida aplicada por ato infracional a sanção, sendo necessária ainda comunicação ao
praticado durante a execução. defensor, ao Ministério Público e à autoridade judiciária
em até 24 (vinte e quatro) horas.
§ 2º É vedado à autoridade judiciária aplicar nova medida
de internação, por atos infracionais praticados CAPÍTULO III
anteriormente, a adolescente que já tenha concluído
cumprimento de medida socioeducativa dessa natureza, DOS DIREITOS INDIVIDUAIS
ou que tenha sido transferido para cumprimento de
medida menos rigorosa, sendo tais atos absorvidos por Art. 49. São direitos do adolescente submetido ao
aqueles aos quais se impôs a medida socioeducativa cumprimento de medida socioeducativa, sem prejuízo de
extrema. outros previstos em lei:
Art. 46. A medida socioeducativa será declarada extinta: I - ser acompanhado por seus pais ou responsável e por
seu defensor, em qualquer fase do procedimento
I - pela morte do adolescente; administrativo ou judicial;
II - pela realização de sua finalidade; II - ser incluído em programa de meio aberto quando
inexistir vaga para o cumprimento de medida de privação
III - pela aplicação de pena privativa de liberdade, a ser da liberdade, exceto nos casos de ato infracional
cumprida em regime fechado ou semiaberto, em cometido mediante grave ameaça ou violência à pessoa,
execução provisória ou definitiva; quando o adolescente deverá ser internado em Unidade
mais próxima de seu local de residência;
IV - pela condição de doença grave, que torne o
adolescente incapaz de submeter-se ao cumprimento da III - ser respeitado em sua personalidade, intimidade,
medida; e liberdade de pensamento e religião e em todos os direitos
não expressamente limitados na sentença;
V - nas demais hipóteses previstas em lei.
IV - peticionar, por escrito ou verbalmente, diretamente a
§ 1º No caso de o maior de 18 (dezoito) anos, em qualquer autoridade ou órgão público, devendo,
cumprimento de medida socioeducativa, responder a obrigatoriamente, ser respondido em até 15 (quinze)
processo-crime, caberá à autoridade judiciária decidir dias;
sobre eventual extinção da execução, cientificando da
decisão o juízo criminal competente. V - ser informado, inclusive por escrito, das normas de
organização e funcionamento do programa de
§ 2º Em qualquer caso, o tempo de prisão cautelar não atendimento e também das previsões de natureza
convertida em pena privativa de liberdade deve ser disciplinar;
descontado do prazo de cumprimento da medida
socioeducativa. VI - receber, sempre que solicitar, informações sobre a
evolução de seu plano individual, participando,
Art. 47. O mandado de busca e apreensão do obrigatoriamente, de sua elaboração e, se for o caso,
adolescente terá vigência máxima de 6 (seis) meses, a reavaliação;
contar da data da expedição, podendo, se necessário,
ser renovado, fundamentadamente. VII - receber assistência integral à sua saúde, conforme
o disposto no art. 60 desta Lei; e
Art. 48. O defensor, o Ministério Público, o adolescente e
seus pais ou responsável poderão postular revisão VIII - ter atendimento garantido em creche e pré-escola
judicial de qualquer sanção disciplinar aplicada, podendo aos filhos de 0 (zero) a 5 (cinco) anos.
a autoridade judiciária suspender a execução da sanção
até decisão final do incidente. § 1º As garantias processuais destinadas a adolescente
autor de ato infracional previstas na Lei nº 8.069, de 13
§ 1º Postulada a revisão após ouvida a autoridade de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente),
colegiada que aplicou a sanção e havendo provas a aplicam-se integralmente na execução das medidas
produzir em audiência, procederá o magistrado na forma socioeducativas, inclusive no âmbito administrativo.
do § 1º do art. 42 desta Lei.
§ 2º A oferta irregular de programas de atendimento Art. 55. Para o cumprimento das medidas de
socioeducativo em meio aberto não poderá ser invocada semiliberdade ou de internação, o plano individual
como motivo para aplicação ou manutenção de medida conterá, ainda:
de privação da liberdade.
I - a designação do programa de atendimento mais
Art. 50. Sem prejuízo do disposto no § 1º do art. 121 da adequado para o cumprimento da medida;
Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança
e do Adolescente), a direção do programa de execução II - a definição das atividades internas e externas,
de medida de privação da liberdade poderá autorizar a individuais ou coletivas, das quais o adolescente poderá
saída, monitorada, do adolescente nos casos de participar; e
tratamento médico, doença grave ou falecimento,
devidamente comprovados, de pai, mãe, filho, cônjuge, III - a fixação das metas para o alcance de
companheiro ou irmão, com imediata comunicação ao desenvolvimento de atividades externas.
juízo competente.
Parágrafo único. O PIA será elaborado no prazo de até
Art. 51. A decisão judicial relativa à execução de medida 45 (quarenta e cinco) dias da data do ingresso do
socioeducativa será proferida após manifestação do adolescente no programa de atendimento.
defensor e do Ministério Público.
Art. 56. Para o cumprimento das medidas de prestação
CAPÍTULO IV de serviços à comunidade e de liberdade assistida, o PIA
será elaborado no prazo de até 15 (quinze) dias do
DO PLANO INDIVIDUAL DE ATENDIMENTO (PIA) ingresso do adolescente no programa de atendimento.
Art. 52. O cumprimento das medidas socioeducativas, Art. 57. Para a elaboração do PIA, a direção do
em regime de prestação de serviços à comunidade, respectivo programa de atendimento, pessoalmente ou
liberdade assistida, semiliberdade ou internação, por meio de membro da equipe técnica, terá acesso aos
dependerá de Plano Individual de Atendimento (PIA), autos do procedimento de apuração do ato infracional e
instrumento de previsão, registro e gestão das atividades aos dos procedimentos de apuração de outros atos
a serem desenvolvidas com o adolescente. infracionais atribuídos ao mesmo adolescente.
Parágrafo único. O PIA deverá contemplar a participação § 1º O acesso aos documentos de que trata o caput
dos pais ou responsáveis, os quais têm o dever de deverá ser realizado por funcionário da entidade de
contribuir com o processo ressocializador do atendimento, devidamente credenciado para tal
adolescente, sendo esses passíveis de atividade, ou por membro da direção, em conformidade
responsabilização administrativa, nos termos do art. 249 com as normas a serem definidas pelo Poder Judiciário,
da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da de forma a preservar o que determinam os arts. 143 e
Criança e do Adolescente), civil e criminal. 144 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da
Criança e do Adolescente).
Art. 53. O PIA será elaborado sob a responsabilidade da
equipe técnica do respectivo programa de atendimento, § 2º A direção poderá requisitar, ainda:
com a participação efetiva do adolescente e de sua
família, representada por seus pais ou responsável. I - ao estabelecimento de ensino, o histórico escolar do
adolescente e as anotações sobre o seu aproveitamento;
Art. 54. Constarão do plano individual, no mínimo:
II - os dados sobre o resultado de medida anteriormente
I - os resultados da avaliação interdisciplinar; aplicada e cumprida em outro programa de atendimento;
e
II - os objetivos declarados pelo adolescente;
III - os resultados de acompanhamento especializado
III - a previsão de suas atividades de integração social anterior.
e/ou capacitação profissional;
Art. 58. Por ocasião da reavaliação da medida, é
IV - atividades de integração e apoio à família; obrigatória a apresentação pela direção do programa de
atendimento de relatório da equipe técnica sobre a
V - formas de participação da família para efetivo evolução do adolescente no cumprimento do plano
cumprimento do plano individual; e individual.
VI - as medidas específicas de atenção à sua saúde. Art. 59. O acesso ao plano individual será restrito aos
servidores do respectivo programa de atendimento, ao
adolescente e a seus pais ou responsável, ao Ministério Art. 61. As entidades que ofereçam programas de
Público e ao defensor, exceto expressa autorização atendimento socioeducativo em meio aberto e de
judicial. semiliberdade deverão prestar orientações aos
socioeducandos sobre o acesso aos serviços e às
CAPÍTULO V unidades do SUS.
V - garantia de acesso a todos os níveis de atenção à § 2º A avaliação de que trata o caput subsidiará a
saúde, por meio de referência e contrarreferência, de elaboração e execução da terapêutica a ser adotada, a
acordo com as normas do Sistema Único de Saúde qual será incluída no PIA do adolescente, prevendo, se
(SUS); necessário, ações voltadas para a família.
VI - capacitação das equipes de saúde e dos § 3º As informações produzidas na avaliação de que trata
profissionais das entidades de atendimento, bem como o caput são consideradas sigilosas.
daqueles que atuam nas unidades de saúde de
referência voltadas às especificidades de saúde dessa § 4º Excepcionalmente, o juiz poderá suspender a
população e de suas famílias; execução da medida socioeducativa, ouvidos o defensor
e o Ministério Público, com vistas a incluir o adolescente
VII - inclusão, nos Sistemas de Informação de Saúde do em programa de atenção integral à saúde mental que
SUS, bem como no Sistema de Informações sobre melhor atenda aos objetivos terapêuticos estabelecidos
Atendimento Socioeducativo, de dados e indicadores de para o seu caso específico.
saúde da população de adolescentes em atendimento
socioeducativo; e § 5º Suspensa a execução da medida socioeducativa, o
juiz designará o responsável por acompanhar e informar
VIII - estruturação das unidades de internação conforme
sobre a evolução do atendimento ao adolescente.
as normas de referência do SUS e do Sinase, visando ao
atendimento das necessidades de Atenção Básica.
§ 6º A suspensão da execução da medida socioeducativa
será avaliada, no mínimo, a cada 6 (seis) meses.
§ 7º O tratamento a que se submeterá o adolescente II - exigência da instauração formal de processo
deverá observar o previsto na Lei nº 10.216, de 6 de abril disciplinar para a aplicação de qualquer sanção,
de 2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das garantidos a ampla defesa e o contraditório;
pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona
o modelo assistencial em saúde mental. III - obrigatoriedade de audiência do socioeducando nos
casos em que seja necessária a instauração de processo
§ 8º (VETADO). disciplinar;
Art. 65. Enquanto não cessada a jurisdição da Infância e IV - sanção de duração determinada;
Juventude, a autoridade judiciária, nas hipóteses
tratadas no art. 64, poderá remeter cópia dos autos ao V - enumeração das causas ou circunstâncias que
Ministério Público para eventual propositura de interdição eximam, atenuem ou agravem a sanção a ser imposta ao
e outras providências pertinentes. socioeducando, bem como os requisitos para a extinção
dessa;
Art. 66. (VETADO).
VI - enumeração explícita das garantias de defesa;
CAPÍTULO VI
VII - garantia de solicitação e rito de apreciação dos
DAS VISITAS A ADOLESCENTE EM CUMPRIMENTO recursos cabíveis; e
DE MEDIDA DE
VIII - apuração da falta disciplinar por comissão
INTERNAÇÃO composta por, no mínimo, 3 (três) integrantes, sendo 1
(um), obrigatoriamente, oriundo da equipe técnica.
Art. 67. A visita do cônjuge, companheiro, pais ou
responsáveis, parentes e amigos a adolescente a quem Art. 72. O regime disciplinar é independente da
foi aplicada medida socioeducativa de internação responsabilidade civil ou penal que advenha do ato
observará dias e horários próprios definidos pela direção cometido.
do programa de atendimento.
Art. 73. Nenhum socioeducando poderá desempenhar
Art. 68. É assegurado ao adolescente casado ou que função ou tarefa de apuração disciplinar ou aplicação de
viva, comprovadamente, em união estável o direito à sanção nas entidades de atendimento socioeducativo.
visita íntima.
Art. 74. Não será aplicada sanção disciplinar sem
Parágrafo único. O visitante será identificado e registrado expressa e anterior previsão legal ou regulamentar e o
pela direção do programa de atendimento, que emitirá devido processo administrativo.
documento de identificação, pessoal e intransferível,
específico para a realização da visita íntima. Art. 75. Não será aplicada sanção disciplinar ao
socioeducando que tenha praticado a falta:
Art. 69. É garantido aos adolescentes em cumprimento
de medida socioeducativa de internação o direito de I - por coação irresistível ou por motivo de força maior;
receber visita dos filhos, independentemente da idade
desses. II - em legítima defesa, própria ou de outrem.
Parágrafo único. Os programas de formação profissional Art. 85. A não transferência de programas de
do Senat poderão ofertar vagas aos usuários do Sistema atendimento para os devidos entes responsáveis, no
Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase) nas prazo determinado nesta Lei, importará na interdição do
condições a serem dispostas em instrumentos de programa e caracterizará ato de improbidade
cooperação celebrados entre os operadores do Senat e administrativa do agente responsável, vedada, ademais,
os gestores dos Sistemas de Atendimento ao Poder Judiciário e ao Poder Executivo municipal, ao
Socioeducativo locais.” (NR) final do referido prazo, a realização de despesas para a
sua manutenção.
Art. 80. O art. 429 do Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio
de 1943, passa a vigorar acrescido do seguinte § 2º : Art. 86. Os arts. 90, 97, 121, 122, 198 e 208 da Lei nº
8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
“Art. 429. ..................................................................... Adolescente), passam a vigorar com a seguinte redação:
§ 7º A determinação judicial mencionada no § 1º poderá II - 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apurado
ser revista a qualquer tempo pela autoridade judiciária.” pelas pessoas físicas na Declaração de Ajuste Anual,
(NR) observado o disposto no art. 22 da Lei nº 9.532, de 10 de
dezembro de 1997.
“Art. 122. .....................................................................
..........................................................................................
.......................................................................................... ...
...
§ 5º Observado o disposto no § 4º do art. 3º da Lei nº
§ 1º O prazo de internação na hipótese do inciso III deste 9.249, de 26 de dezembro de 1995, a dedução de que
artigo não poderá ser superior a 3 (três) meses, devendo trata o inciso I do caput :
ser decretada judicialmente após o devido processo
legal. I - será considerada isoladamente, não se submetendo a
limite em conjunto com outras deduções do imposto; e
...................................................................................”
(NR) II - não poderá ser computada como despesa operacional
na apuração do lucro real.” (NR)
“ Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância
e da Juventude, inclusive os relativos à execução das “ Art. 260-A. A partir do exercício de 2010, ano-calendário
medidas socioeducativas, adotar-se-á o sistema recursal de 2009, a pessoa física poderá optar pela doação de
da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de que trata o inciso II do caput do art. 260 diretamente em
Processo Civil), com as seguintes adaptações: sua Declaração de Ajuste Anual.
IV - não exclui ou reduz outros benefícios ou deduções IV - data da doação e valor efetivamente recebido; e
em vigor.
V - ano-calendário a que se refere a doação.
§ 3º O pagamento da doação deve ser efetuado até a
data de vencimento da primeira quota ou quota única do § 1º O comprovante de que trata o caput deste artigo
imposto, observadas instruções específicas da pode ser emitido anualmente, desde que discrimine os
Secretaria da Receita Federal do Brasil. valores doados mês a mês.
§ 4º O não pagamento da doação no prazo estabelecido § 2º No caso de doação em bens, o comprovante deve
no § 3º implica a glosa definitiva desta parcela de conter a identificação dos bens, mediante descrição em
dedução, ficando a pessoa física obrigada ao campo próprio ou em relação anexa ao comprovante,
recolhimento da diferença de imposto devido apurado na informando também se houve avaliação, o nome, CPF ou
Declaração de Ajuste Anual com os acréscimos legais CNPJ e endereço dos avaliadores.”
previstos na legislação.
“ Art. 260-E. Na hipótese da doação em bens, o doador
§ 5º A pessoa física poderá deduzir do imposto apurado deverá:
na Declaração de Ajuste Anual as doações feitas, no
respectivo ano-calendário, aos fundos controlados pelos I - comprovar a propriedade dos bens, mediante
Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente documentação hábil;
municipais, distrital, estaduais e nacional
concomitantemente com a opção de que trata o caput, II - baixar os bens doados na declaração de bens e
respeitado o limite previsto no inciso II do art. 260.” direitos, quando se tratar de pessoa física, e na
escrituração, no caso de pessoa jurídica; e
“ Art. 260-B. A doação de que trata o inciso I do art. 260
poderá ser deduzida: III - considerar como valor dos bens doados:
I - do imposto devido no trimestre, para as pessoas a) para as pessoas físicas, o valor constante da última
jurídicas que apuram o imposto trimestralmente; e declaração do imposto de renda, desde que não exceda
o valor de mercado;
II - do imposto devido mensalmente e no ajuste anual,
para as pessoas jurídicas que apuram o imposto b) para as pessoas jurídicas, o valor contábil dos bens.
anualmente.
Parágrafo único. O preço obtido em caso de leilão não
Parágrafo único. A doação deverá ser efetuada dentro do será considerado na determinação do valor dos bens
período a que se refere a apuração do imposto.” doados, exceto se o leilão for determinado por autoridade
judiciária.”
“ Art. 260-C. As doações de que trata o art. 260 desta Lei
podem ser efetuadas em espécie ou em bens. “ Art. 260-F. Os documentos a que se referem os arts.
260-D e 260-E devem ser mantidos pelo contribuinte por
Parágrafo único. As doações efetuadas em espécie um prazo de 5 (cinco) anos para fins de comprovação da
devem ser depositadas em conta específica, em dedução perante a Receita Federal do Brasil.”
instituição financeira pública, vinculadas aos respectivos
fundos de que trata o art. 260.” “ Art. 260-G. Os órgãos responsáveis pela administração
das contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do
“ Art. 260-D. Os órgãos responsáveis pela administração Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais
das contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do devem:
Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais
devem emitir recibo em favor do doador, assinado por I - manter conta bancária específica destinada
pessoa competente e pelo presidente do Conselho exclusivamente a gerir os recursos do Fundo;
correspondente, especificando:
II - manter controle das doações recebidas; e
inscrição no CNPJ e das contas bancárias específicas
III - informar anualmente à Secretaria da Receita Federal mantidas em instituições financeiras públicas, destinadas
do Brasil as doações recebidas mês a mês, identificando exclusivamente a gerir os recursos dos Fundos.”
os seguintes dados por doador:
“ Art. 260-L. A Secretaria da Receita Federal do Brasil
a) nome, CNPJ ou CPF; expedirá as instruções necessárias à aplicação do
disposto nos arts. 260 a 260-K.”
b) valor doado, especificando se a doação foi em espécie
ou em bens.” Art. 88. O parágrafo único do art. 3º da Lei nº 12.213, de
20 de janeiro de 2010, passa a vigorar com a seguinte
“ Art. 260-H. Em caso de descumprimento das redação:
obrigações previstas no art. 260-G, a Secretaria da
Receita Federal do Brasil dará conhecimento do fato ao “Art. 3º ..........................................................................
Ministério Público.”
Parágrafo único. A dedução a que se refere o caput deste
“ Art. 260-I. Os Conselhos dos Direitos da Criança e do artigo não poderá ultrapassar 1% (um por cento) do
Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais imposto devido.” (NR)
divulgarão amplamente à comunidade:
Art. 89. (VETADO).
I - o calendário de suas reuniões;
Art. 90. Esta Lei entra em vigor após decorridos 90
II - as ações prioritárias para aplicação das políticas de (noventa) dias de sua publicação oficial.
atendimento à criança e ao adolescente;
III - respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e IV - definir os níveis de gestão, respeitadas as
ao seu direito a benefícios e serviços de qualidade, bem diversidades regionais e municipais; (Incluído pela Lei
como à convivência familiar e comunitária, vedando-se nº 12.435, de 2011)
qualquer comprovação vexatória de necessidade;
V - implementar a gestão do trabalho e a educação
IV - igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem permanente na assistência social; (Incluído pela Lei nº
discriminação de qualquer natureza, garantindo-se 12.435, de 2011)
equivalência às populações urbanas e rurais;
VI - estabelecer a gestão integrada de serviços e
V - divulgação ampla dos benefícios, serviços, benefícios; e (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
programas e projetos assistenciais, bem como dos
recursos oferecidos pelo Poder Público e dos critérios VII - afiançar a vigilância socioassistencial e a garantia
para sua concessão. de direitos. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
Art. 6o-B. As proteções sociais básica e especial serão § 2o O Creas é a unidade pública de abrangência e
ofertadas pela rede socioassistencial, de forma gestão municipal, estadual ou regional, destinada à
integrada, diretamente pelos entes públicos e/ou pelas prestação de serviços a indivíduos e famílias que se
entidades e organizações de assistência social encontram em situação de risco pessoal ou social, por
vinculadas ao Suas, respeitadas as especificidades de violação de direitos ou contingência, que demandam
cada ação. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) intervenções especializadas da proteção social especial.
(Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
§ 1o A vinculação ao Suas é o reconhecimento pelo
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome § 3o Os Cras e os Creas são unidades públicas estatais
de que a entidade de assistência social integra a rede instituídas no âmbito do Suas, que possuem interface
socioassistencial. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) com as demais políticas públicas e articulam, coordenam
e ofertam os serviços, programas, projetos e benefícios
§ 2o Para o reconhecimento referido no § 1o, a entidade da assistência social. (Incluído pela Lei nº 12.435, de
deverá cumprir os seguintes requisitos: (Incluído pela 2011)
Lei nº 12.435, de 2011)
Art. 6o-D. As instalações dos Cras e dos Creas devem
I - constituir-se em conformidade com o disposto no art. ser compatíveis com os serviços neles ofertados, com
3o; (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) espaços para trabalhos em grupo e ambientes
específicos para recepção e atendimento reservado das
II - inscrever-se em Conselho Municipal ou do Distrito famílias e indivíduos, assegurada a acessibilidade às
Federal, na forma do art. 9o; (Incluído pela Lei nº pessoas idosas e com deficiência. (Incluído pela Lei nº
12.435, de 2011) 12.435, de 2011)
III - integrar o sistema de cadastro de entidades de que Art. 6o-E. Os recursos do cofinanciamento do Suas,
trata o inciso XI do art. 19. (Incluído pela Lei nº 12.435, destinados à execução das ações continuadas de
de 2011) assistência social, poderão ser aplicados no pagamento
dos profissionais que integrarem as equipes de
§ 3o As entidades e organizações de assistência social referência, responsáveis pela organização e oferta
vinculadas ao Suas celebrarão convênios, contratos, daquelas ações, conforme percentual apresentado pelo
acordos ou ajustes com o poder público para a execução, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
garantido financiamento integral, pelo Estado, de e aprovado pelo CNAS. (Incluído pela Lei nº 12.435,
serviços, programas, projetos e ações de assistência de 2011)
social, nos limites da capacidade instalada, aos
beneficiários abrangidos por esta Lei, observando-se as Parágrafo único. A formação das equipes de referência
disponibilidades orçamentárias. (Incluído pela Lei nº deverá considerar o número de famílias e indivíduos
12.435, de 2011) referenciados, os tipos e modalidades de atendimento e
as aquisições que devem ser garantidas aos usuários,
§ 4o O cumprimento do disposto no § 3o será informado conforme deliberações do CNAS. (Incluído pela Lei nº
ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à 12.435, de 2011)
Fome pelo órgão gestor local da assistência social.
(Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) Art. 6º-F Fica instituído o Cadastro Único para Programas
Sociais do Governo Federal (CadÚnico), registro público
Art. 6o-C. As proteções sociais, básica e especial, serão eletrônico com a finalidade de coletar, processar,
ofertadas precipuamente no Centro de Referência de sistematizar e disseminar informações para a
Assistência Social (Cras) e no Centro de Referência identificação e a caracterização socioeconômica das
Especializado de Assistência Social (Creas),
famílias de baixa renda, nos termos do regulamento.
(Redação dada pela Lei nº 14.601, de 2023) § 1º A regulamentação desta lei definirá os critérios de
inscrição e funcionamento das entidades com atuação
§ 1º As famílias de baixa renda poderão inscrever-se no em mais de um município no mesmo Estado, ou em mais
CadÚnico nas unidades públicas de que tratam os §§ 1º de um Estado ou Distrito Federal.
e 2º do art. 6º-C desta Lei ou, nos termos do
regulamento, por meio eletrônico. (Incluído pela Lei § 2º Cabe ao Conselho Municipal de Assistência Social e
nº 14.284, de 2021) ao Conselho de Assistência Social do Distrito Federal a
fiscalização das entidades referidas no caput na forma
§ 2º A inscrição no CadÚnico poderá ser obrigatória para prevista em lei ou regulamento.
acesso a programas sociais do governo federal, na forma
estabelecida em regulamento. (Redação dada pela Lei § 3º (Revogado pela Lei nº 12.101, de 2009)
nº 14.601, de 2023)
§ 4º As entidades e organizações de assistência social
§ 3º Para fins de cumprimento do disposto no art. 12 da podem, para defesa de seus direitos referentes à
Emenda Constitucional nº 103, de 12 de novembro de inscrição e ao funcionamento, recorrer aos Conselhos
2019, e de ampliação da fidedignidade das informações Nacional, Estaduais, Municipais e do Distrito Federal.
cadastrais, será garantida a interoperabilidade de dados
do CadÚnico com os dados constantes do Cadastro Art. 10. A União, os Estados, os Municípios e o Distrito
Nacional de Informações Sociais (CNIS), de que trata a Federal podem celebrar convênios com entidades e
Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. (Incluído pela Lei organizações de assistência social, em conformidade
nº 14.601, de 2023) com os Planos aprovados pelos respectivos Conselhos.
§ 6º O CadÚnico coletará informações que caracterizem II - cofinanciar, por meio de transferência automática, o
a condição socioeconômica e territorial das famílias, de aprimoramento da gestão, os serviços, os programas e
forma a reduzir sua invisibilidade social e com vistas a os projetos de assistência social em âmbito nacional;
identificar suas demandas por políticas públicas, na (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011)
forma do regulamento. (Incluído pela Lei nº 14.601, de
2023) III - atender, em conjunto com os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, às ações assistenciais de
Art. 7º As ações de assistência social, no âmbito das caráter de emergência.
entidades e organizações de assistência social,
observarão as normas expedidas pelo Conselho IV - realizar o monitoramento e a avaliação da política de
Nacional de Assistência Social (CNAS), de que trata o assistência social e assessorar Estados, Distrito Federal
art. 17 desta lei. e Municípios para seu desenvolvimento. (Incluído pela
Lei nº 12.435, de 2011)
Art. 8º A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios, observados os princípios e diretrizes Art. 12-A. A União apoiará financeiramente o
estabelecidos nesta lei, fixarão suas respectivas Políticas aprimoramento à gestão descentralizada dos serviços,
de Assistência Social. programas, projetos e benefícios de assistência social,
por meio do Índice de Gestão Descentralizada (IGD) do
Art. 9º O funcionamento das entidades e organizações Sistema Único de Assistência Social (Suas), para a
de assistência social depende de prévia inscrição no utilização no âmbito dos Estados, dos Municípios e do
respectivo Conselho Municipal de Assistência Social, ou Distrito Federal, destinado, sem prejuízo de outras ações
no Conselho de Assistência Social do Distrito Federal, a serem definidas em regulamento, a: (Incluído pela Lei
conforme o caso. nº 12.435, de 2011)
III - atender, em conjunto com os Municípios, às ações
I - medir os resultados da gestão descentralizada do assistenciais de caráter de emergência;
Suas, com base na atuação do gestor estadual,
municipal e do Distrito Federal na implementação, IV - estimular e apoiar técnica e financeiramente as
execução e monitoramento dos serviços, programas, associações e consórcios municipais na prestação de
projetos e benefícios de assistência social, bem como na serviços de assistência social;
articulação intersetorial; (Incluído pela Lei nº 12.435, de
2011) V - prestar os serviços assistenciais cujos custos ou
ausência de demanda municipal justifiquem uma rede
II - incentivar a obtenção de resultados qualitativos na regional de serviços, desconcentrada, no âmbito do
gestão estadual, municipal e do Distrito Federal do Suas; respectivo Estado.
e (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
VI - realizar o monitoramento e a avaliação da política de
III - calcular o montante de recursos a serem repassados assistência social e assessorar os Municípios para seu
aos entes federados a título de apoio financeiro à gestão desenvolvimento. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
do Suas. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
Art. 14. Compete ao Distrito Federal:
§ 1o Os resultados alcançados pelo ente federado na
gestão do Suas, aferidos na forma de regulamento, serão I - destinar recursos financeiros para custeio do
considerados como prestação de contas dos recursos a pagamento dos benefícios eventuais de que trata o art.
serem transferidos a título de apoio financeiro. (Incluído 22, mediante critérios estabelecidos pelos Conselhos de
pela Lei nº 12.435, de 2011) Assistência Social do Distrito Federal; (Redação dada
pela Lei nº 12.435, de 2011)
§ 2o As transferências para apoio à gestão
descentralizada do Suas adotarão a sistemática do II - efetuar o pagamento dos auxílios natalidade e funeral;
Índice de Gestão Descentralizada do Programa Bolsa
Família, previsto no art. 8o da Lei no 10.836, de 9 de III - executar os projetos de enfrentamento da pobreza,
janeiro de 2004, e serão efetivadas por meio de incluindo a parceria com organizações da sociedade civil;
procedimento integrado àquele índice. (Incluído pela Lei
nº 12.435, de 2011) IV - atender às ações assistenciais de caráter de
emergência;
§ 3o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
V - prestar os serviços assistenciais de que trata o art. 23
desta lei.
§ 4o Para fins de fortalecimento dos Conselhos de
Assistência Social dos Estados, Municípios e Distrito
VI - cofinanciar o aprimoramento da gestão, os serviços,
Federal, percentual dos recursos transferidos deverá ser
os programas e os projetos de assistência social em
gasto com atividades de apoio técnico e operacional
âmbito local; (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
àqueles colegiados, na forma fixada pelo Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, sendo
vedada a utilização dos recursos para pagamento de VII - realizar o monitoramento e a avaliação da política de
pessoal efetivo e de gratificações de qualquer natureza a assistência social em seu âmbito. (Incluído pela Lei nº
servidor público estadual, municipal ou do Distrito 12.435, de 2011)
Federal. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
Art. 15. Compete aos Municípios:
Art. 13. Compete aos Estados:
I - destinar recursos financeiros para custeio do
I - destinar recursos financeiros aos Municípios, a título pagamento dos benefícios eventuais de que trata o art.
de participação no custeio do pagamento dos benefícios 22, mediante critérios estabelecidos pelos Conselhos
eventuais de que trata o art. 22, mediante critérios Municipais de Assistência Social; (Redação dada pela
estabelecidos pelos Conselhos Estaduais de Assistência Lei nº 12.435, de 2011)
Social; (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011)
II - efetuar o pagamento dos auxílios natalidade e funeral;
II - cofinanciar, por meio de transferência automática, o
aprimoramento da gestão, os serviços, os programas e III - executar os projetos de enfrentamento da pobreza,
os projetos de assistência social em âmbito regional ou incluindo a parceria com organizações da sociedade civil;
local; (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011)
IV - atender às ações assistenciais de caráter de
emergência;
V - prestar os serviços assistenciais de que trata o art. 23 § 2º O Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS)
desta lei. é presidido por um de seus integrantes, eleito dentre
seus membros, para mandato de 1 (um) ano, permitida
VI - cofinanciar o aprimoramento da gestão, os serviços, uma única recondução por igual período.
os programas e os projetos de assistência social em
âmbito local; (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) § 3º O Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS)
contará com uma Secretaria Executiva, a qual terá sua
VII - realizar o monitoramento e a avaliação da política de estrutura disciplinada em ato do Poder Executivo.
assistência social em seu âmbito. (Incluído pela Lei nº
12.435, de 2011) § 4o Os Conselhos de que tratam os incisos II, III e IV do
art. 16, com competência para acompanhar a execução
Art. 16. As instâncias deliberativas do Suas, de caráter da política de assistência social, apreciar e aprovar a
permanente e composição paritária entre governo e proposta orçamentária, em consonância com as
sociedade civil, são: (Redação dada pela Lei nº 12.435, diretrizes das conferências nacionais, estaduais, distrital
de 2011) e municipais, de acordo com seu âmbito de atuação,
deverão ser instituídos, respectivamente, pelos Estados,
I - o Conselho Nacional de Assistência Social; pelo Distrito Federal e pelos Municípios, mediante lei
específica. (Redação dada pela Lei nº 12.435, de
II - os Conselhos Estaduais de Assistência Social; 2011)
III - o Conselho de Assistência Social do Distrito Federal; Art. 18. Compete ao Conselho Nacional de Assistência
Social:
IV - os Conselhos Municipais de Assistência Social.
I - aprovar a Política Nacional de Assistência Social;
Parágrafo único. Os Conselhos de Assistência Social
estão vinculados ao órgão gestor de assistência social, II - normatizar as ações e regular a prestação de serviços
que deve prover a infraestrutura necessária ao seu de natureza pública e privada no campo da assistência
funcionamento, garantindo recursos materiais, humanos social;
e financeiros, inclusive com despesas referentes a
passagens e diárias de conselheiros representantes do III - acompanhar e fiscalizar o processo de certificação
governo ou da sociedade civil, quando estiverem no das entidades e organizações de assistência social no
exercício de suas atribuições. (Incluído pela Lei nº Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à
12.435, de 2011) Fome; (Redação dada pela Lei nº 12.101, de 2009)
Art. 17. Fica instituído o Conselho Nacional de IV - apreciar relatório anual que conterá a relação de
Assistência Social (CNAS), órgão superior de entidades e organizações de assistência social
deliberação colegiada, vinculado à estrutura do órgão da certificadas como beneficentes e encaminhá-lo para
Administração Pública Federal responsável pela conhecimento dos Conselhos de Assistência Social dos
coordenação da Política Nacional de Assistência Social, Estados, Municípios e do Distrito Federal; (Redação
cujos membros, nomeados pelo Presidente da dada pela Lei nº 12.101, de 2009)
República, têm mandato de 2 (dois) anos, permitida uma
única recondução por igual período. V - zelar pela efetivação do sistema descentralizado e
participativo de assistência social;
§ 1º O Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS)
é composto por 18 (dezoito) membros e respectivos VI - a partir da realização da II Conferência Nacional de
suplentes, cujos nomes são indicados ao órgão da Assistência Social em 1997, convocar ordinariamente a
Administração Pública Federal responsável pela cada quatro anos a Conferência Nacional de Assistência
coordenação da Política Nacional de Assistência Social, Social, que terá a atribuição de avaliar a situação da
de acordo com os critérios seguintes: assistência social e propor diretrizes para o
aperfeiçoamento do sistema; (Redação dada pela Lei nº
I - 9 (nove) representantes governamentais, incluindo 1 9.720, de 26.4.1991)
(um) representante dos Estados e 1 (um) dos Municípios;
VII - (Vetado.)
II - 9 (nove) representantes da sociedade civil, dentre
representantes dos usuários ou de organizações de VIII - apreciar e aprovar a proposta orçamentária da
usuários, das entidades e organizações de assistência Assistência Social a ser encaminhada pelo órgão da
social e dos trabalhadores do setor, escolhidos em foro Administração Pública Federal responsável pela
próprio sob fiscalização do Ministério Público Federal. coordenação da Política Nacional de Assistência Social;
IX - aprovar critérios de transferência de recursos para os VII - encaminhar à apreciação do Conselho Nacional de
Estados, Municípios e Distrito Federal, considerando, Assistência Social (CNAS) relatórios trimestrais e anuais
para tanto, indicadores que informem sua regionalização de atividades e de realização financeira dos recursos;
mais eqüitativa, tais como: população, renda per capita,
mortalidade infantil e concentração de renda, além de VIII - prestar assessoramento técnico aos Estados, ao
disciplinar os procedimentos de repasse de recursos Distrito Federal, aos Municípios e às entidades e
para as entidades e organizações de assistência social, organizações de assistência social;
sem prejuízo das disposições da Lei de Diretrizes
Orçamentárias; IX - formular política para a qualificação sistemática e
continuada de recursos humanos no campo da
X - acompanhar e avaliar a gestão dos recursos, bem assistência social;
como os ganhos sociais e o desempenho dos programas
e projetos aprovados; X - desenvolver estudos e pesquisas para fundamentar
as análises de necessidades e formulação de
XI - estabelecer diretrizes, apreciar e aprovar os proposições para a área;
programas anuais e plurianuais do Fundo Nacional de
Assistência Social (FNAS); XI - coordenar e manter atualizado o sistema de cadastro
de entidades e organizações de assistência social, em
XII - indicar o representante do Conselho Nacional de articulação com os Estados, os Municípios e o Distrito
Assistência Social (CNAS) junto ao Conselho Nacional Federal;
da Seguridade Social;
XII - articular-se com os órgãos responsáveis pelas
XIII - elaborar e aprovar seu regimento interno; políticas de saúde e previdência social, bem como com
os demais responsáveis pelas políticas sócio-
XIV - divulgar, no Diário Oficial da União, todas as suas econômicas setoriais, visando à elevação do patamar
decisões, bem como as contas do Fundo Nacional de mínimo de atendimento às necessidades básicas;
Assistência Social (FNAS) e os respectivos pareceres
emitidos. XIII - expedir os atos normativos necessários à gestão do
Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS), de acordo
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 12.101, de com as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Nacional
2009) de Assistência Social (CNAS);
Art. 19. Compete ao órgão da Administração Pública XIV - elaborar e submeter ao Conselho Nacional de
Federal responsável pela coordenação da Política Assistência Social (CNAS) os programas anuais e
Nacional de Assistência Social: plurianuais de aplicação dos recursos do Fundo Nacional
de Assistência Social (FNAS).
I - coordenar e articular as ações no campo da
assistência social; Parágrafo único. A atenção integral à saúde, inclusive a
dispensação de medicamentos e produtos de interesse
II - propor ao Conselho Nacional de Assistência Social para a saúde, às famílias e indivíduos em situações de
(CNAS) a Política Nacional de Assistência Social, suas vulnerabilidade ou risco social e pessoal, nos termos
normas gerais, bem como os critérios de prioridade e de desta Lei, dar-se-á independentemente da apresentação
elegibilidade, além de padrões de qualidade na de documentos que comprovem domicílio ou inscrição no
prestação de benefícios, serviços, programas e projetos; cadastro no Sistema Único de Saúde (SUS), em
consonância com a diretriz de articulação das ações de
III - prover recursos para o pagamento dos benefícios de assistência social e de saúde a que se refere o inciso XII
prestação continuada definidos nesta lei; deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.714, de 2018)
Art. 20-B. Na avaliação de outros elementos probatórios Art. 21. O benefício de prestação continuada deve ser
da condição de miserabilidade e da situação de revisto a cada 2 (dois) anos para avaliação da
vulnerabilidade de que trata o § 11 do art. 20 desta Lei, continuidade das condições que lhe deram origem.
serão considerados os seguintes aspectos para (Vide Lei nº 9.720, de 30.11.1998)
ampliação do critério de aferição da renda familiar
mensal per capita de que trata o § 11-A do referido artigo:. § 1º O pagamento do benefício cessa no momento em
(Incluído pela Lei nº 14.176, de 2021) (Vigência) que forem superadas as condições referidas no caput, ou
em caso de morte do beneficiário.
I – o grau da deficiência;. (Incluído pela Lei nº 14.176,
de 2021) (Vigência) § 2º O benefício será cancelado quando se constatar
irregularidade na sua concessão ou utilização.
II – a dependência de terceiros para o desempenho de
atividades básicas da vida diária; e. (Incluído pela § 3o O desenvolvimento das capacidades cognitivas,
Lei nº 14.176, de 2021) (Vigência) motoras ou educacionais e a realização de atividades
não remuneradas de habilitação e reabilitação, entre
III – o comprometimento do orçamento do núcleo familiar outras, não constituem motivo de suspensão ou
de que trata o § 3º do art. 20 desta Lei exclusivamente cessação do benefício da pessoa com deficiência.
com gastos médicos, com tratamentos de saúde, com (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
fraldas, com alimentos especiais e com medicamentos
do idoso ou da pessoa com deficiência não § 4º A cessação do benefício de prestação continuada
disponibilizados gratuitamente pelo SUS, ou com concedido à pessoa com deficiência não impede nova
serviços não prestados pelo Suas, desde que concessão do benefício, desde que atendidos os
comprovadamente necessários à preservação da saúde requisitos definidos em regulamento. (Redação dada
e da vida. (Incluído pela Lei nº 14.176, de 2021) pela Lei nº 12.470, de 2011)
(Vigência)
§ 5º O beneficiário em gozo de benefício de prestação
§ 1º A ampliação de que trata o caput deste artigo continuada concedido judicial ou administrativamente
ocorrerá na forma de escalas graduais, definidas em poderá ser convocado para avaliação das condições que
regulamento. (Incluído pela Lei nº 14.176, de 2021) ensejaram sua concessão ou manutenção, sendo-lhe
(Vigência) exigida a presença dos requisitos previstos nesta Lei e
no regulamento. (Incluído pela Lei nº 14.176, de 2021)
§ 2º Aplicam-se à pessoa com deficiência os elementos
constantes dos incisos I e III do caput deste artigo, e à Art. 21-A. O benefício de prestação continuada será
pessoa idosa os constantes dos incisos II e III do caput suspenso pelo órgão concedente quando a pessoa com
deste artigo.. (Incluído pela Lei nº 14.176, de 2021) deficiência exercer atividade remunerada, inclusive na
(Vigência) condição de microempreendedor individual. (Incluído
pela Lei nº 12.470, de 2011)
§ 3º O grau da deficiência de que trata o inciso I do caput
deste artigo será aferido por meio de instrumento de § 1o Extinta a relação trabalhista ou a atividade
avaliação biopsicossocial, observados os termos dos §§ empreendedora de que trata o caput deste artigo e,
1º e 2º do art. 2º da Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015 quando for o caso, encerrado o prazo de pagamento do
(Estatuto da Pessoa com Deficiência), e do § 6º do art. seguro-desemprego e não tendo o beneficiário adquirido
direito a qualquer benefício previdenciário, poderá ser
20 e do art. 40-B desta Lei.. (Incluído pela Lei nº
requerida a continuidade do pagamento do benefício
14.176, de 2021) (Vigência)
suspenso, sem necessidade de realização de perícia
médica ou reavaliação da deficiência e do grau de
incapacidade para esse fim, respeitado o período de § 2o Na organização dos serviços da assistência social
revisão previsto no caput do art. 21. (Incluído pela Lei serão criados programas de amparo, entre outros:
nº 12.470, de 2011) (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
Art. 24-C. Fica instituído o Programa de Erradicação do a) que tenha remuneração limitada a 2 (dois) salários-
Trabalho Infantil (Peti), de caráter intersetorial, integrante mínimos; e
da Política Nacional de Assistência Social, que, no
âmbito do Suas, compreende transferências de renda, b) que enquadre o beneficiário como segurado
trabalho social com famílias e oferta de serviços obrigatório do Regime Geral de Previdência Social ou
socioeducativos para crianças e adolescentes que se como filiado a regime próprio de previdência social da
encontrem em situação de trabalho. (Incluído pela Lei União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
nº 12.435, de 2011) Municípios;
§ 1o O Peti tem abrangência nacional e será II – tenha inscrição atualizada no CadÚnico no momento
desenvolvido de forma articulada pelos entes federados, do requerimento do auxílio-inclusão;
com a participação da sociedade civil, e tem como
objetivo contribuir para a retirada de crianças e III – tenha inscrição regular no CPF; e
adolescentes com idade inferior a 16 (dezesseis) anos
em situação de trabalho, ressalvada a condição de IV – atenda aos critérios de manutenção do benefício de
aprendiz, a partir de 14 (quatorze) anos. (Incluído pela prestação continuada, incluídos os critérios relativos à
Lei nº 12.435, de 2011) renda familiar mensal per capita exigida para o acesso
ao benefício, observado o disposto no § 4º deste artigo.
§ 2o As crianças e os adolescentes em situação de
trabalho deverão ser identificados e ter os seus dados § 1º O auxílio-inclusão poderá ainda ser concedido, nos
inseridos no Cadastro Único para Programas Sociais do termos do inciso I do caput deste artigo, mediante
Governo Federal (CadÚnico), com a devida identificação requerimento e sem retroatividade no pagamento, ao
das situações de trabalho infantil. (Incluído pela Lei nº beneficiário:
12.435, de 2011)
I – que tenha recebido o benefício de prestação
SEÇÃO V continuada nos 5 (cinco) anos imediatamente anteriores
ao exercício da atividade remunerada; e
Dos Projetos de Enfrentamento da Pobreza
II – que tenha tido o benefício suspenso nos termos do
Art. 25. Os projetos de enfrentamento da pobreza art. 21-A desta Lei.
compreendem a instituição de investimento econômico-
social nos grupos populares, buscando subsidiar, § 2º O valor do auxílio-inclusão percebido por um
financeira e tecnicamente, iniciativas que lhes garantam membro da família não será considerado no cálculo da
meios, capacidade produtiva e de gestão para melhoria renda familiar mensal per capita de que trata o inciso IV
das condições gerais de subsistência, elevação do do caput deste artigo, para fins de concessão e de
padrão da qualidade de vida, a preservação do meio- manutenção de outro auxílio-inclusão no âmbito do
ambiente e sua organização social. mesmo grupo familiar.
Art. 29. Os recursos de responsabilidade da União Art. 30-C. A utilização dos recursos federais
destinados à assistência social serão automaticamente descentralizados para os fundos de assistência social
repassados ao Fundo Nacional de Assistência Social dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal será
(FNAS), à medida que se forem realizando as receitas. declarada pelos entes recebedores ao ente transferidor,
anualmente, mediante relatório de gestão submetido à
Parágrafo único. Os recursos de responsabilidade da apreciação do respectivo Conselho de Assistência
União destinados ao financiamento dos benefícios de Social, que comprove a execução das ações na forma de
prestação continuada, previstos no art. 20, poderão ser regulamento. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
repassados pelo Ministério da Previdência e Assistência
Social diretamente ao INSS, órgão responsável pela sua Parágrafo único. Os entes transferidores poderão
execução e manutenção. (Incluído pela Lei nº 9.720, de requisitar informações referentes à aplicação dos
30.11.1998) recursos oriundos do seu fundo de assistência social,
para fins de análise e acompanhamento de sua boa e
Art. 30. É condição para os repasses, aos Municípios, regular utilização. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
aos Estados e ao Distrito Federal, dos recursos de que
trata esta lei, a efetiva instituição e funcionamento de: CAPÍTULO VI
Art. 30-A. O cofinanciamento dos serviços, programas, § 2º O Ministro de Estado do Bem-Estar Social indicará
projetos e benefícios eventuais, no que couber, e o Comissão encarregada de elaborar o projeto de lei de
aprimoramento da gestão da política de assistência que trata este artigo, que contará com a participação das
social no Suas se efetuam por meio de transferências organizações dos usuários, de trabalhadores do setor e
automáticas entre os fundos de assistência social e de entidades e organizações de assistência social.
9.720, de 30.11.1998) (Vide Lei nº 9.720, de
Art. 33. Decorrido o prazo de 120 (cento e vinte) dias da 30.11.1998)
promulgação desta lei, fica extinto o Conselho Nacional
de Serviço Social (CNSS), revogando-se, em Parágrafo único. No caso de o primeiro pagamento ser
conseqüência, os Decretos-Lei nºs 525, de 1º de julho de feito após o prazo previsto no caput, aplicar-se-á na sua
1938, e 657, de 22 de julho de 1943. atualização o mesmo critério adotado pelo INSS na
atualização do primeiro pagamento de benefício
§ 1º O Poder Executivo tomará as providências previdenciário em atraso. (Incluído pela Lei nº 9.720,
necessárias para a instalação do Conselho Nacional de de 30.11.1998)
Assistência Social (CNAS) e a transferência das
atividades que passarão à sua competência dentro do Art. 38. (Revogado pela Lei nº 12.435, de 2011)
prazo estabelecido no caput, de forma a assegurar não
haja solução de continuidade. Art. 39. O Conselho Nacional de Assistência Social
(CNAS), por decisão da maioria absoluta de seus
§ 2º O acervo do órgão de que trata o caput será membros, respeitados o orçamento da seguridade social
transferido, no prazo de 60 (sessenta) dias, para o e a disponibilidade do Fundo Nacional de Assistência
Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), que Social (FNAS), poderá propor ao Poder Executivo a
promoverá, mediante critérios e prazos a serem fixados, alteração dos limites de renda mensal per capita
a revisão dos processos de registro e certificado de definidos no § 3º do art. 20 e caput do art. 22.
entidade de fins filantrópicos das entidades e
organização de assistência social, observado o disposto Art. 40. Com a implantação dos benefícios previstos nos
no art. 3º desta lei. arts. 20 e 22 desta lei, extinguem-se a renda mensal
vitalícia, o auxílio-natalidade e o auxílio-funeral
Art. 34. A União continuará exercendo papel supletivo existentes no âmbito da Previdência Social, conforme o
nas ações de assistência social, por ela atualmente disposto na Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991.
executadas diretamente no âmbito dos Estados, dos
Municípios e do Distrito Federal, visando à § 1º A transferência dos benefíciários do sistema
implementação do disposto nesta lei, por prazo máximo previdenciário para a assistência social deve ser
de 12 (doze) meses, contados a partir da data da estabelecida de forma que o atendimento à população
publicação desta lei. não sofra solução de continuidade. (Redação dada pela
Lei nº 9.711, de 20.11.1998
Art. 35. Cabe ao órgão da Administração Pública Federal
responsável pela coordenação da Política Nacional de § 2º É assegurado ao maior de setenta anos e ao
Assistência Social operar os benefícios de prestação inválido o direito de requerer a renda mensal vitalícia
continuada de que trata esta lei, podendo, para tanto, junto ao INSS até 31 de dezembro de 1995, desde que
contar com o concurso de outros órgãos do Governo atenda, alternativamente, aos requisitos estabelecidos
Federal, na forma a ser estabelecida em regulamento. nos incisos I, II ou III do § 1º do art. 139 da Lei nº 8.213,
de 24 de julho de 1991. (Redação dada pela Lei nº
Parágrafo único. O regulamento de que trata o caput 9.711, de 20.11.1998
definirá as formas de comprovação do direito ao
benefício, as condições de sua suspensão, os Art. 40-A. Os benefícios monetários decorrentes do
procedimentos em casos de curatela e tutela e o órgão disposto nos arts. 22, 24-C e 25 desta Lei serão pagos
de credenciamento, de pagamento e de fiscalização, preferencialmente à mulher responsável pela unidade
dentre outros aspectos. familiar, quando cabível. (Incluído pela Lei nº 13.014,
de 2014)
Art. 36. As entidades e organizações de assistência
social que incorrerem em irregularidades na aplicação
Art. 40-B. Enquanto não estiver regulamentado o
dos recursos que lhes foram repassados pelos poderes
instrumento de avaliação de que tratam os §§ 1º e 2º do
públicos terão a sua vinculação ao Suas cancelada, sem
art. 2º da Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015 (Estatuto
prejuízo de responsabilidade civil e penal. (Redação
da Pessoa com Deficiência), a concessão do benefício
dada pela Lei nº 12.435, de 2011)
de prestação continuada à pessoa com deficiência ficará
sujeita à avaliação do grau da deficiência e do
Art. 37. O benefício de prestação continuada será devido
impedimento de que trata o § 2º do art. 20 desta Lei,
após o cumprimento, pelo requerente, de todos os
composta por avaliação médica e avaliação social
requisitos legais e regulamentares exigidos para a sua
realizadas, respectivamente, pela Perícia Médica
concessão, inclusive apresentação da documentação
Federal e pelo serviço social do INSS, com a utilização
necessária, devendo o seu pagamento ser efetuado em
de instrumentos desenvolvidos especificamente para
até quarenta e cinco dias após cumpridas as exigências
esse fim. (Incluído pela Lei nº 14.176, de 2021)
de que trata este artigo. (Redação dada pela Lei nº
§ 1º O INSS poderá celebrar parcerias para a realização
da avaliação social, sob a supervisão do serviço social
da autarquia. (Incluído pela Lei nº 14.724, de 2023)
§ 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na I - a identificação e divulgação dos fatores condicionantes
formulação e execução de políticas econômicas e sociais e determinantes da saúde;
que visem à redução de riscos de doenças e de outros
agravos e no estabelecimento de condições que II - a formulação de política de saúde destinada a
assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos promover, nos campos econômico e social, a
serviços para a sua promoção, proteção e recuperação. observância do disposto no § 1º do art. 2º desta lei;
§ 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da III - a assistência às pessoas por intermédio de ações de
família, das empresas e da sociedade. promoção, proteção e recuperação da saúde, com a
realização integrada das ações assistenciais e das
Art. 3º A saúde tem como fatores determinantes e atividades preventivas.
condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia,
o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do
renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos Sistema Único de Saúde (SUS):
bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da
população expressam a organização social e econômica I - a execução de ações:
do País.
a) de vigilância sanitária;
Art. 3o Os níveis de saúde expressam a organização
social e econômica do País, tendo a saúde como b) de vigilância epidemiológica;
determinantes e condicionantes, entre outros, a
alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio c) de saúde do trabalhador; e
ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade
física, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e c) de saúde do trabalhador; (Redação dada pela Lei nº
serviços essenciais. (Redação dada pela Lei nº 14.572, de 2023)
12.864, de 2013)
d) de assistência terapêutica integral, inclusive
Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as farmacêutica;
ações que, por força do disposto no artigo anterior, se
destinam a garantir às pessoas e à coletividade e) de saúde bucal; (Incluída pela Lei nº 14.572, de
condições de bem-estar físico, mental e social. 2023)
III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de Art. 8º As ações e serviços de saúde, executados pelo
sua integridade física e moral; Sistema Único de Saúde (SUS), seja diretamente ou
mediante participação complementar da iniciativa
IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos privada, serão organizados de forma regionalizada e
ou privilégios de qualquer espécie; hierarquizada em níveis de complexidade crescente.
V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua Art. 9º A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é
saúde; única, de acordo com o inciso I do art. 198 da
Constituição Federal, sendo exercida em cada esfera de
VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos governo pelos seguintes órgãos:
serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário;
I - no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde;
VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento
de prioridades, a alocação de recursos e a orientação II - no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela
programática; respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente; e
VIII - participação da comunidade; III - no âmbito dos Municípios, pela respectiva Secretaria
de Saúde ou órgão equivalente.
IX - descentralização político-administrativa, com direção
única em cada esfera de governo: Art. 10. Os municípios poderão constituir consórcios para
desenvolver em conjunto as ações e os serviços de
a) ênfase na descentralização dos serviços para os saúde que lhes correspondam.
municípios;
§ 1º Aplica-se aos consórcios administrativos
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços intermunicipais o princípio da direção única, e os
de saúde; respectivos atos constitutivos disporão sobre sua
observância.
X - integração em nível executivo das ações de saúde,
meio ambiente e saneamento básico;
§ 2º No nível municipal, o Sistema Único de Saúde conselhos de saúde; (Incluído pela Lei nº 12.466,
(SUS), poderá organizar-se em distritos de forma a de 2011).
integrar e articular recursos, técnicas e práticas voltadas
para a cobertura total das ações de saúde. II - definir diretrizes, de âmbito nacional, regional e
intermunicipal, a respeito da organização das redes de
Art. 11. (Vetado). ações e serviços de saúde, principalmente no tocante à
sua governança institucional e à integração das ações e
Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais de âmbito serviços dos entes federados; (Incluído pela Lei nº
nacional, subordinadas ao Conselho Nacional de Saúde, 12.466, de 2011).
integradas pelos Ministérios e órgãos competentes e por
entidades representativas da sociedade civil. III - fixar diretrizes sobre as regiões de saúde, distrito
sanitário, integração de territórios, referência e
Parágrafo único. As comissões intersetoriais terão a contrarreferência e demais aspectos vinculados à
finalidade de articular políticas e programas de interesse integração das ações e serviços de saúde entre os entes
para a saúde, cuja execução envolva áreas não federados. (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
compreendidas no âmbito do Sistema Único de Saúde
(SUS). Art. 14-B. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde
(Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias
Art. 13. A articulação das políticas e programas, a cargo Municipais de Saúde (Conasems) são reconhecidos
das comissões intersetoriais, abrangerá, em especial, as como entidades representativas dos entes estaduais e
seguintes atividades: municipais para tratar de matérias referentes à saúde e
declarados de utilidade pública e de relevante função
I - alimentação e nutrição; social, na forma do regulamento. (Incluído pela Lei
nº 12.466, de 2011).
II - saneamento e meio ambiente;
§ 1o O Conass e o Conasems receberão recursos do
III - vigilância sanitária e farmacoepidemiologia; orçamento geral da União por meio do Fundo Nacional
de Saúde, para auxiliar no custeio de suas despesas
IV - recursos humanos; institucionais, podendo ainda celebrar convênios com a
União. (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
V - ciência e tecnologia; e
§ 2o Os Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde
VI - saúde do trabalhador. (Cosems) são reconhecidos como entidades que
representam os entes municipais, no âmbito estadual,
Art. 14. Deverão ser criadas Comissões Permanentes de para tratar de matérias referentes à saúde, desde que
integração entre os serviços de saúde e as instituições vinculados institucionalmente ao Conasems, na forma
de ensino profissional e superior. que dispuserem seus estatutos. (Incluído pela Lei
nº 12.466, de 2011).
Parágrafo único. Cada uma dessas comissões terá por
finalidade propor prioridades, métodos e estratégias para
CAPÍTULO IV
a formação e educação continuada dos recursos
humanos do Sistema Único de Saúde (SUS), na esfera
Da Competência e das Atribuições
correspondente, assim como em relação à pesquisa e à
cooperação técnica entre essas instituições.
Seção I
Art. 14-A. As Comissões Intergestores Bipartite e
Das Atribuições Comuns
Tripartite são reconhecidas como foros de negociação e
pactuação entre gestores, quanto aos aspectos
Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
operacionais do Sistema Único de Saúde (SUS).
Municípios exercerão, em seu âmbito administrativo, as
(Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
seguintes atribuições:
Parágrafo único. A atuação das Comissões Intergestores I - definição das instâncias e mecanismos de controle,
Bipartite e Tripartite terá por objetivo: (Incluído pela avaliação e de fiscalização das ações e serviços de
Lei nº 12.466, de 2011). saúde;
VIII - elaboração e atualização periódica do plano de Art. 16. A direção nacional do Sistema Único da Saúde
saúde; (SUS) compete:
IX - participação na formulação e na execução da política Art. 16. À direção nacional do SUS compete: (Redação
de formação e desenvolvimento de recursos humanos dada pela Lei nº 14.572, de 2023)
para a saúde;
I - formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e
X - elaboração da proposta orçamentária do Sistema nutrição;
Único de Saúde (SUS), de conformidade com o plano de
saúde; II - participar na formulação e na implementação das
políticas:
XI - elaboração de normas para regular as atividades de
serviços privados de saúde, tendo em vista a sua a) de controle das agressões ao meio ambiente;
relevância pública;
b) de saneamento básico; e
XII - realização de operações externas de natureza
financeira de interesse da saúde, autorizadas pelo c) relativas às condições e aos ambientes de trabalho;
Senado Federal;
III - definir e coordenar os sistemas:
XIII - para atendimento de necessidades coletivas,
urgentes e transitórias, decorrentes de situações de a) de redes integradas de assistência de alta
perigo iminente, de calamidade pública ou de irrupção de complexidade;
epidemias, a autoridade competente da esfera
administrativa correspondente poderá requisitar bens e b) de rede de laboratórios de saúde pública;
serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas,
sendo-lhes assegurada justa indenização; (Vide ADIN c) de vigilância epidemiológica; e
3454)
d) vigilância sanitária;
XIV - implementar o Sistema Nacional de Sangue,
Componentes e Derivados; IV - participar da definição de normas e mecanismos de
controle, com órgão afins, de agravo sobre o meio
XV - propor a celebração de convênios, acordos e ambiente ou dele decorrentes, que tenham repercussão
protocolos internacionais relativos à saúde, saneamento na saúde humana;
e meio ambiente;
V - participar da definição de normas, critérios e padrões
XVI - elaborar normas técnico-científicas de promoção, para o controle das condições e dos ambientes de
proteção e recuperação da saúde; trabalho e coordenar a política de saúde do trabalhador;
XVII - promover articulação com os órgãos de VI - coordenar e participar na execução das ações de
fiscalização do exercício profissional e outras entidades vigilância epidemiológica;
XX - definir as diretrizes e as normas para a estruturação
VII - estabelecer normas e executar a vigilância sanitária física e organizacional dos serviços de saúde bucal.
de portos, aeroportos e fronteiras, podendo a execução (Incluído pela Lei nº 14.572, de 2023)
ser complementada pelos Estados, Distrito Federal e
Municípios; Parágrafo único. A União poderá executar ações de
vigilância epidemiológica e sanitária em circunstâncias
VIII - estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o especiais, como na ocorrência de agravos inusitados à
controle da qualidade sanitária de produtos, substâncias saúde, que possam escapar do controle da direção
e serviços de consumo e uso humano; estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) ou que
representem risco de disseminação nacional.
IX - promover articulação com os órgãos educacionais e
de fiscalização do exercício profissional, bem como com § 1º A União poderá executar ações de vigilância
entidades representativas de formação de recursos epidemiológica e sanitária em circunstâncias especiais,
humanos na área de saúde; como na ocorrência de agravos inusitados à saúde, que
possam escapar do controle da direção estadual do
X - formular, avaliar, elaborar normas e participar na Sistema Único de Saúde (SUS) ou que representem risco
execução da política nacional e produção de insumos e de disseminação nacional. (Renumerado do parágrafo
equipamentos para a saúde, em articulação com os único pela Lei nº 14.141, de 2021)
demais órgãos governamentais;
§ 2º Em situações epidemiológicas que caracterizem
XI - identificar os serviços estaduais e municipais de emergência em saúde pública, poderá ser adotado
referência nacional para o estabelecimento de padrões procedimento simplificado para a remessa de patrimônio
técnicos de assistência à saúde; genético ao exterior, na forma do regulamento.
(Incluído pela Lei nº 14.141, de 2021)
XII - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e
substâncias de interesse para a saúde; § 3º Os benefícios resultantes da exploração econômica
de produto acabado ou material reprodutivo oriundo de
XIII - prestar cooperação técnica e financeira aos acesso ao patrimônio genético de que trata o § 2º deste
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para o
artigo serão repartidos nos termos da Lei nº 13.123, de
aperfeiçoamento da sua atuação institucional;
20 de maio de 2015. (Incluído pela Lei nº 14.141, de
2021)
XIV - elaborar normas para regular as relações entre o
Sistema Único de Saúde (SUS) e os serviços privados
Art. 17. À direção estadual do Sistema Único de Saúde
contratados de assistência à saúde;
(SUS) compete:
XV - promover a descentralização para as Unidades
I - promover a descentralização para os Municípios dos
Federadas e para os Municípios, dos serviços e ações de
serviços e das ações de saúde;.
saúde, respectivamente, de abrangência estadual e
municipal;
II - acompanhar, controlar e avaliar as redes
hierarquizadas do Sistema Único de Saúde (SUS);
XVI - normatizar e coordenar nacionalmente o Sistema
Nacional de Sangue, Componentes e Derivados;
III - prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios e
executar supletivamente ações e serviços de saúde;
XVII - acompanhar, controlar e avaliar as ações e os
serviços de saúde, respeitadas as competências
IV - coordenar e, em caráter complementar, executar
estaduais e municipais;
ações e serviços:
XVIII - elaborar o Planejamento Estratégico Nacional no
a) de vigilância epidemiológica;
âmbito do SUS, em cooperação técnica com os Estados,
Municípios e Distrito Federal;
b) de vigilância sanitária;
XIX - estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria e
c) de alimentação e nutrição; e
coordenar a avaliação técnica e financeira do SUS em
todo o Território Nacional em cooperação técnica com os
c) de alimentação e nutrição; (Redação dada pela Lei
Estados, Municípios e Distrito Federal. (Vide Decreto
nº 14.572, de 2023)
nº 1.651, de 1995)
d) de saúde do trabalhador;
e) de saúde bucal; (Incluída pela Lei nº 14.572, de
2023) a) de vigilância epidemiológica;
XII - formular normas e estabelecer padrões, em caráter IX - colaborar com a União e os Estados na execução da
suplementar, de procedimentos de controle de qualidade vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras;
para produtos e substâncias de consumo humano;
X - observado o disposto no art. 26 desta Lei, celebrar
XIII - colaborar com a União na execução da vigilância contratos e convênios com entidades prestadoras de
sanitária de portos, aeroportos e fronteiras; serviços privados de saúde, bem como controlar e avaliar
sua execução;
XIV - o acompanhamento, a avaliação e divulgação dos
indicadores de morbidade e mortalidade no âmbito da XI - controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços
unidade federada. privados de saúde;
Art. 18. À direção municipal do Sistema de Saúde (SUS) XII - normatizar complementarmente as ações e serviços
compete: públicos de saúde no seu âmbito de atuação.
Art. 18. À direção municipal do SUS compete: (Redação Art. 19. Ao Distrito Federal competem as atribuições
dada pela Lei nº 14.572, de 2023) reservadas aos Estados e aos Municípios.
Art. 19-G. O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena § 2o O atendimento e a internação domiciliares serão
deverá ser, como o SUS, descentralizado, hierarquizado realizados por equipes multidisciplinares que atuarão nos
e regionalizado. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) níveis da medicina preventiva, terapêutica e
reabilitadora. (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
§ 1o O Subsistema de que trata o caput deste artigo terá
como base os Distritos Sanitários Especiais Indígenas. § 3o O atendimento e a internação domiciliares só
(Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) poderão ser realizados por indicação médica, com
expressa concordância do paciente e de sua família. § 2º-A Em caso de atendimento com sedação, a eventual
(Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002) renúncia da paciente ao direito previsto neste artigo
deverá ser feita por escrito, após o esclarecimento dos
CAPÍTULO VII seus direitos, com no mínimo 24 (vinte e quatro) horas de
DO SUBSISTEMA DE ACOMPANHAMENTO DURANTE antecedência, assinada por ela e arquivada em seu
O TRABALHO DE PARTO, PARTO E PÓS-PARTO prontuário. (Incluído pela Lei nº 14.737, de 2023)
IMEDIATO
(Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005) § 3o Ficam os hospitais de todo o País obrigados a
manter, em local visível de suas dependências, aviso
CAPÍTULO VII informando sobre o direito estabelecido no caput deste
(Redação dada pela Lei nº 14.737, de 2023) artigo. (Incluído pela Lei nº 12.895, de 2013)
DO SUBSISTEMA DE ACOMPANHAMENTO À MULHER
NOS SERVIÇOS DE SAÚDE § 3º As unidades de saúde de todo o País ficam
obrigadas a manter, em local visível de suas
Art. 19-J. Os serviços de saúde do Sistema Único de dependências, aviso que informe sobre o direito
Saúde - SUS, da rede própria ou conveniada, ficam estabelecido neste artigo. (Redação dada pela Lei nº
obrigados a permitir a presença, junto à parturiente, de 1 14.737, de 2023)
(um) acompanhante durante todo o período de trabalho
de parto, parto e pós-parto imediato. (Incluído pela § 4º No caso de atendimento realizado em centro
Lei nº 11.108, de 2005) cirúrgico ou unidade de terapia intensiva com restrições
relacionadas à segurança ou à saúde dos pacientes,
Art. 19-J. Em consultas, exames e procedimentos devidamente justificadas pelo corpo clínico, somente
realizados em unidades de saúde públicas ou privadas, será admitido acompanhante que seja profissional de
toda mulher tem o direito de fazer-se acompanhar por saúde. (Incluído pela Lei nº 14.737, de 2023)
pessoa maior de idade, durante todo o período do
atendimento, independentemente de notificação prévia. § 5º Em casos de urgência e emergência, os profissionais
(Redação dada pela Lei nº 14.737, de 2023) de saúde ficam autorizados a agir na proteção e defesa
da saúde e da vida da paciente, ainda que na ausência
§ 1o O acompanhante de que trata o caput deste artigo do acompanhante requerido. (Incluído pela Lei nº
será indicado pela parturiente. (Incluído pela Lei nº 14.737, de 2023)
11.108, de 2005)
Art. 19-L. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.108,
§ 1º O acompanhante de que trata o caput deste artigo de 2005)
será de livre indicação da paciente ou, nos casos em que
ela esteja impossibilitada de manifestar sua vontade, de CAPÍTULO VIII
seu representante legal, e estará obrigado a preservar o
sigilo das informações de saúde de que tiver (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
conhecimento em razão do acompanhamento.
(Redação dada pela Lei nº 14.737, de 2023) DA ASSISTÊNCIA TERAPÊUTICA E DA
INCORPORAÇÃO DE TECNOLOGIA EM SAÚDE”
§ 2o As ações destinadas a viabilizar o pleno exercício
dos direitos de que trata este artigo constarão do Art. 19-M. A assistência terapêutica integral a que se
regulamento da lei, a ser elaborado pelo órgão refere a alínea d do inciso I do art. 6o consiste em:
competente do Poder Executivo. (Incluído pela Lei nº (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
11.108, de 2005)
I - dispensação de medicamentos e produtos de
§ 2º No caso de atendimento que envolva qualquer tipo interesse para a saúde, cuja prescrição esteja em
de sedação ou rebaixamento do nível de consciência, conformidade com as diretrizes terapêuticas definidas
caso a paciente não indique acompanhante, a unidade em protocolo clínico para a doença ou o agravo à saúde
de saúde responsável pelo atendimento indicará pessoa a ser tratado ou, na falta do protocolo, em conformidade
para acompanhá-la, preferencialmente profissional de com o disposto no art. 19-P; (Incluído pela Lei nº
saúde do sexo feminino, sem custo adicional para a 12.401, de 2011)
paciente, que poderá recusar o nome indicado e solicitar
a indicação de outro, independentemente de justificativa, II - oferta de procedimentos terapêuticos, em regime
registrando-se o nome escolhido no documento gerado domiciliar, ambulatorial e hospitalar, constantes de
durante o atendimento. (Redação dada pela Lei nº tabelas elaboradas pelo gestor federal do Sistema Único
14.737, de 2023) de Saúde - SUS, realizados no território nacional por
serviço próprio, conveniado ou contratado.
Art. 19-Q. A incorporação, a exclusão ou a alteração pelo
Art. 19-N. Para os efeitos do disposto no art. 19-M, são SUS de novos medicamentos, produtos e
adotadas as seguintes definições: (Incluído pela Lei procedimentos, bem como a constituição ou a alteração
nº 12.401, de 2011) de protocolo clínico ou de diretriz terapêutica, são
atribuições do Ministério da Saúde, assessorado pela
I - produtos de interesse para a saúde: órteses, próteses, Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no
bolsas coletoras e equipamentos médicos; (Incluído SUS. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
pela Lei nº 12.401, de 2011)
§ 1o A Comissão Nacional de Incorporação de
II - protocolo clínico e diretriz terapêutica: documento que Tecnologias no SUS, cuja composição e regimento são
estabelece critérios para o diagnóstico da doença ou do definidos em regulamento, contará com a participação de
agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os 1 (um) representante indicado pelo Conselho Nacional de
medicamentos e demais produtos apropriados, quando Saúde e de 1 (um) representante, especialista na área,
couber; as posologias recomendadas; os mecanismos de indicado pelo Conselho Federal de Medicina.
controle clínico; e o acompanhamento e a verificação dos (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
resultados terapêuticos, a serem seguidos pelos
gestores do SUS. (Incluído pela Lei nº 12.401, de § 1º A Comissão Nacional de Incorporação de
2011) Tecnologias no SUS, cuja composição e regimento são
definidos em regulamento, contará com a participação de
Art. 19-O. Os protocolos clínicos e as diretrizes 1 (um) representante indicado pelo Conselho Nacional de
terapêuticas deverão estabelecer os medicamentos ou Saúde, de 1 (um) representante, especialista na área,
produtos necessários nas diferentes fases evolutivas da indicado pelo Conselho Federal de Medicina e de 1 (um)
doença ou do agravo à saúde de que tratam, bem como representante, especialista na área, indicado pela
aqueles indicados em casos de perda de eficácia e de Associação Médica Brasileira. (Redação dada pela
surgimento de intolerância ou reação adversa relevante, Lei nº 14.655, de 2023)
provocadas pelo medicamento, produto ou procedimento
de primeira escolha. (Incluído pela Lei nº 12.401, de § 2o O relatório da Comissão Nacional de Incorporação
2011) de Tecnologias no SUS levará em consideração,
necessariamente: (Incluído pela Lei nº 12.401, de
Parágrafo único. Em qualquer caso, os medicamentos 2011)
ou produtos de que trata o caput deste artigo serão
aqueles avaliados quanto à sua eficácia, segurança, I - as evidências científicas sobre a eficácia, a acurácia,
efetividade e custo-efetividade para as diferentes fases a efetividade e a segurança do medicamento, produto ou
evolutivas da doença ou do agravo à saúde de que trata procedimento objeto do processo, acatadas pelo órgão
o protocolo. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) competente para o registro ou a autorização de uso;
(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
Art. 19-P. Na falta de protocolo clínico ou de diretriz
terapêutica, a dispensação será realizada: (Incluído II - a avaliação econômica comparativa dos benefícios e
pela Lei nº 12.401, de 2011) dos custos em relação às tecnologias já incorporadas,
inclusive no que se refere aos atendimentos domiciliar,
I - com base nas relações de medicamentos instituídas ambulatorial ou hospitalar, quando cabível. (Incluído
pelo gestor federal do SUS, observadas as competências pela Lei nº 12.401, de 2011)
estabelecidas nesta Lei, e a responsabilidade pelo
fornecimento será pactuada na Comissão Intergestores § 3º As metodologias empregadas na avaliação
Tripartite; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) econômica a que se refere o inciso II do § 2º deste artigo
serão dispostas em regulamento e amplamente
II - no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, de divulgadas, inclusive em relação aos indicadores e
forma suplementar, com base nas relações de parâmetros de custo-efetividade utilizados em
medicamentos instituídas pelos gestores estaduais do combinação com outros critérios. (Incluído pela Lei nº
SUS, e a responsabilidade pelo fornecimento será 14.313, de 2022)
pactuada na Comissão Intergestores Bipartite;
(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) Art. 19-R. A incorporação, a exclusão e a alteração a que
se refere o art. 19-Q serão efetuadas mediante a
III - no âmbito de cada Município, de forma suplementar, instauração de processo administrativo, a ser concluído
com base nas relações de medicamentos instituídas em prazo não superior a 180 (cento e oitenta) dias,
pelos gestores municipais do SUS, e a responsabilidade contado da data em que foi protocolado o pedido,
pelo fornecimento será pactuada no Conselho Municipal admitida a sua prorrogação por 90 (noventa) dias
de Saúde. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
corridos, quando as circunstâncias exigirem. Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no
(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) Sistema Único de Saúde (Conitec), demonstradas as
evidências científicas sobre a eficácia, a acurácia, a
§ 1o O processo de que trata o caput deste artigo efetividade e a segurança, e esteja padronizado em
observará, no que couber, o disposto na Lei no 9.784, de protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde;
29 de janeiro de 1999, e as seguintes determinações (Incluído pela Lei nº 14.313, de 2022)
especiais: (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
II - medicamento e produto recomendados pela Conitec
I - apresentação pelo interessado dos documentos e, se e adquiridos por intermédio de organismos multilaterais
cabível, das amostras de produtos, na forma do internacionais, para uso em programas de saúde pública
regulamento, com informações necessárias para o do Ministério da Saúde e suas entidades vinculadas, nos
atendimento do disposto no § 2o do art. 19-Q; (Incluído termos do § 5º do art. 8º da Lei nº 9.782, de 26 de janeiro
pela Lei nº 12.401, de 2011) de 1999. (Incluído pela Lei nº 14.313, de 2022)
II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) Art. 19-U. A responsabilidade financeira pelo
fornecimento de medicamentos, produtos de interesse
III - realização de consulta pública que inclua a para a saúde ou procedimentos de que trata este
divulgação do parecer emitido pela Comissão Nacional Capítulo será pactuada na Comissão Intergestores
de Incorporação de Tecnologias no SUS; (Incluído Tripartite. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
pela Lei nº 12.401, de 2011)
TÍTULO III
IV - realização de audiência pública, antes da tomada de
decisão, se a relevância da matéria justificar o evento. DOS SERVIÇOS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA À
(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) SAÙDE
VI - publicidade dos atos processuais. (Incluído pela Art. 20. Os serviços privados de assistência à saúde
Lei nº 14.313, de 2022) caracterizam-se pela atuação, por iniciativa própria, de
profissionais liberais, legalmente habilitados, e de
§ 2o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.401, de pessoas jurídicas de direito privado na promoção,
proteção e recuperação da saúde.
2011)
Art. 21. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
Art. 19-S. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.401,
de 2011)
Art. 22. Na prestação de serviços privados de assistência
à saúde, serão observados os princípios éticos e as
Art. 19-T. São vedados, em todas as esferas de gestão
normas expedidas pelo órgão de direção do Sistema
do SUS: (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
Único de Saúde (SUS) quanto às condições para seu
funcionamento.
I - o pagamento, o ressarcimento ou o reembolso de
medicamento, produto e procedimento clínico ou
Art. 23. É vedada a participação direta ou indireta de
cirúrgico experimental, ou de uso não autorizado pela
empresas ou de capitais estrangeiros na assistência à
Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA;
saúde, salvo através de doações de organismos
(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
internacionais vinculados à Organização das Nações
Unidas, de entidades de cooperação técnica e de
II - a dispensação, o pagamento, o ressarcimento ou o financiamento e empréstimos.
reembolso de medicamento e produto, nacional ou
importado, sem registro na Anvisa. (Incluído pela Lei
§ 1° Em qualquer caso é obrigatória a autorização do
nº 12.401, de 2011)
órgão de direção nacional do Sistema Único de Saúde
(SUS), submetendo-se a seu controle as atividades que
Parágrafo único. Excetuam-se do disposto neste artigo: forem desenvolvidas e os instrumentos que forem
(Incluído pela Lei nº 14.313, de 2022) firmados.
I - medicamento e produto em que a indicação de uso § 2° Excetuam-se do disposto neste artigo os serviços de
seja distinta daquela aprovada no registro na Anvisa, saúde mantidos, sem finalidade lucrativa, por empresas,
desde que seu uso tenha sido recomendado pela
para atendimento de seus empregados e dependentes, § 1° Na fixação dos critérios, valores, formas de reajuste
sem qualquer ônus para a seguridade social. e de pagamento da remuneração aludida neste artigo, a
direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS)
Art. 23. É permitida a participação direta ou indireta, deverá fundamentar seu ato em demonstrativo
inclusive controle, de empresas ou de capital estrangeiro econômico-financeiro que garanta a efetiva qualidade de
na assistência à saúde nos seguintes casos: execução dos serviços contratados.
(Redação dada pela Lei nº 13.097, de 2015)
§ 2° Os serviços contratados submeter-se-ão às normas
I - doações de organismos internacionais vinculados à técnicas e administrativas e aos princípios e diretrizes do
Organização das Nações Unidas, de entidades de Sistema Único de Saúde (SUS), mantido o equilíbrio
cooperação técnica e de financiamento e empréstimos; econômico e financeiro do contrato.
(Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)
§ 3° (Vetado).
II - pessoas jurídicas destinadas a instalar,
operacionalizar ou explorar: (Incluído pela Lei nº § 4° Aos proprietários, administradores e dirigentes de
13.097, de 2015) entidades ou serviços contratados é vedado exercer
cargo de chefia ou função de confiança no Sistema Único
a) hospital geral, inclusive filantrópico, hospital de Saúde (SUS).
especializado, policlínica, clínica geral e clínica
especializada; e (Incluído pela Lei nº 13.097, de § 5º Os valores a que se refere o caput deste artigo, para
2015) o conjunto das remunerações dos serviços de saúde,
serão definidos no mês de dezembro de cada ano, por
b) ações e pesquisas de planejamento familiar; meio de ato do Ministério da Saúde, devendo-se buscar
(Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015) a garantia da qualidade do atendimento, o equilíbrio
econômico-financeiro na prestação dos serviços e a
III - serviços de saúde mantidos, sem finalidade lucrativa, preservação do valor real destinado à remuneração de
por empresas, para atendimento de seus empregados e serviços, observada a disponibilidade orçamentária e
dependentes, sem qualquer ônus para a seguridade financeira. (Incluído pela Lei nº 14.820, de 2024)
social; e (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)
TÍTULO III-A
IV - demais casos previstos em legislação específica.
(Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015) (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
CAPÍTULO II DA TELESSAÚDE
Art. 26-C. Ao profissional de saúde são asseguradas a Art. 27. A política de recursos humanos na área da saúde
liberdade e a completa independência de decidir sobre a será formalizada e executada, articuladamente, pelas
utilização ou não da telessaúde, inclusive com relação à diferentes esferas de governo, em cumprimento dos
primeira consulta, atendimento ou procedimento, e seguintes objetivos:
poderá indicar a utilização de atendimento presencial ou
optar por ele, sempre que entender necessário. I - organização de um sistema de formação de recursos
(Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022) humanos em todos os níveis de ensino, inclusive de pós-
graduação, além da elaboração de programas de
Art. 26-D. Compete aos conselhos federais de permanente aperfeiçoamento de pessoal;
fiscalização do exercício profissional a normatização
ética relativa à prestação dos serviços previstos neste II - (Vetado)
Título, aplicando-se os padrões normativos adotados
para as modalidades de atendimento presencial, no que III - (Vetado)
não colidirem com os preceitos desta Lei. (Incluído pela
Lei nº 14.510, de 2022) IV - valorização da dedicação exclusiva aos serviços do
Sistema Único de Saúde (SUS).
Art. 26-E. Na prestação de serviços por telessaúde,
serão observadas as normas expedidas pelo órgão de Parágrafo único. Os serviços públicos que integram o
direção do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto às Sistema Único de Saúde (SUS) constituem campo de
condições para seu funcionamento, observada a prática para ensino e pesquisa, mediante normas
competência dos demais órgãos reguladores. (Incluído específicas, elaboradas conjuntamente com o sistema
pela Lei nº 14.510, de 2022) educacional.
Art. 26-F. O ato normativo que pretenda restringir a Art. 28. Os cargos e funções de chefia, direção e
prestação de serviço de telessaúde deverá demonstrar a assessoramento, no âmbito do Sistema Único de Saúde
imprescindibilidade da medida para que sejam evitados (SUS), só poderão ser exercidas em regime de tempo
danos à saúde dos pacientes. (Incluído pela Lei nº integral.
14.510, de 2022)
§ 1° Os servidores que legalmente acumulam dois cargos
Art. 26-G. A prática da telessaúde deve seguir as ou empregos poderão exercer suas atividades em mais
seguintes determinações: (Incluído pela Lei nº 14.510, de um estabelecimento do Sistema Único de Saúde
de 2022) (SUS).
§ 2° O disposto no parágrafo anterior aplica-se também § 3º As ações de saneamento que venham a ser
aos servidores em regime de tempo integral, com executadas supletivamente pelo Sistema Único de
exceção dos ocupantes de cargos ou função de chefia, Saúde (SUS), serão financiadas por recursos tarifários
direção ou assessoramento. específicos e outros da União, Estados, Distrito Federal,
Municípios e, em particular, do Sistema Financeiro da
Art. 29. (Vetado). Habitação (SFH).
I - (Vetado) § 2º (Vetado).
§ 2° As receitas geradas no âmbito do Sistema Único de Parágrafo único. Na distribuição dos recursos financeiros
Saúde (SUS) serão creditadas diretamente em contas da Seguridade Social será observada a mesma
especiais, movimentadas pela sua direção, na esfera de proporção da despesa prevista de cada área, no
poder onde forem arrecadadas. Orçamento da Seguridade Social.
Art. 35. Para o estabelecimento de valores a serem planos de saúde dos Municípios, dos Estados, do Distrito
transferidos a Estados, Distrito Federal e Municípios, Federal e da União.
será utilizada a combinação dos seguintes critérios,
segundo análise técnica de programas e projetos: § 1º Os planos de saúde serão a base das atividades e
programações de cada nível de direção do Sistema
I - perfil demográfico da região; Único de Saúde (SUS), e seu financiamento será previsto
na respectiva proposta orçamentária.
II - perfil epidemiológico da população a ser coberta;
§ 2º É vedada a transferência de recursos para o
III - características quantitativas e qualitativas da rede de financiamento de ações não previstas nos planos de
saúde na área; saúde, exceto em situações emergenciais ou de
calamidade pública, na área de saúde.
IV - desempenho técnico, econômico e financeiro no
período anterior; Art. 37. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as
diretrizes a serem observadas na elaboração dos planos
V - níveis de participação do setor saúde nos orçamentos de saúde, em função das características epidemiológicas
estaduais e municipais; e da organização dos serviços em cada jurisdição
administrativa.
VI - previsão do plano qüinqüenal de investimentos da
rede; Art. 38. Não será permitida a destinação de subvenções
e auxílios a instituições prestadoras de serviços de saúde
VII - ressarcimento do atendimento a serviços prestados com finalidade lucrativa.
para outras esferas de governo.
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
§ 1º Metade dos recursos destinados a Estados e
Municípios será distribuída segundo o quociente de sua Art. 39. (Vetado).
divisão pelo número de habitantes, independentemente
de qualquer procedimento prévio. (Revogado pela § 1º (Vetado).
Lei Complementar nº 141, de 2012) (Vide Lei nº
8.142, de 1990) § 2º (Vetado).
Art. 43. A gratuidade das ações e serviços de saúde fica Art. 53. (Vetado).
preservada nos serviços públicos contratados,
ressalvando-se as cláusulas dos contratos ou convênios Art. 53-A. Na qualidade de ações e serviços de saúde,
estabelecidos com as entidades privadas. as atividades de apoio à assistência à saúde são aquelas
desenvolvidas pelos laboratórios de genética humana,
Art. 44. (Vetado). produção e fornecimento de medicamentos e produtos
para saúde, laboratórios de analises clínicas, anatomia
Art. 45. Os serviços de saúde dos hospitais universitários patológica e de diagnóstico por imagem e são livres à
e de ensino integram-se ao Sistema Único de Saúde participação direta ou indireta de empresas ou de capitais
(SUS), mediante convênio, preservada a sua autonomia estrangeiros. (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)
administrativa, em relação ao patrimônio, aos recursos
humanos e financeiros, ensino, pesquisa e extensão nos Art. 54. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
limites conferidos pelas instituições a que estejam
vinculados. Art. 55. São revogadas a Lei nº. 2.312, de 3 de setembro
de 1954, a Lei nº. 6.229, de 17 de julho de 1975, e demais
§ 1º Os serviços de saúde de sistemas estaduais e disposições em contrário.
municipais de previdência social deverão integrar-se à
direção correspondente do Sistema Único de Saúde
(SUS), conforme seu âmbito de atuação, bem como
quaisquer outros órgãos e serviços de saúde.
§ 1º Nas unidades federativas em que a Central de Vagas III – prioridade absoluta à criança e ao adolescente;
já esteja regulamentada e implementada, caberá ao
Tribunal de Justiça garantir apoio institucional e IV – convivência familiar e comunitária; e
operacional à Central de Vagas, inclusive mediante a
expedição de atos normativos internos que V – temporalidade da medida socioeducativa.
regulamentem a atividade judicial junto a tal serviço, nos
termos desta Resolução. Art. 6º São objetivos gerais da Central de Vagas:
§ 2º Nas unidades federativas que ainda não disponham I – assegurar que a ocupação dos estabelecimentos
de Central de Vagas regulamentada e implementada, socioeducativos não ultrapasse o número de vagas
caberá ao Tribunal de Justiça provocar o Poder Executivo existentes;
local para a elaboração conjunta de ato normativo para a
criação, implementação e execução desse serviço, com II – prezar para que a definição da capacidade real de
participação do Ministério Público, da Defensoria Pública vagas dos Sistemas Estaduais de Atendimento
e de representante do Conselho Estadual dos Direitos da Socioeducativo observe a separação de vagas entre
Criança e do Adolescente. internação provisória, semiliberdade, internação e
internação-sanção, bem como a separação entre vagas
§ 3º O ato normativo de criação, de implementação e de femininas e masculinas, observados, ainda, os critérios
execução da Central de Vagas disciplinará os de idade, compleição física e gravidade da infração;
procedimentos administrativos e judiciais para ingresso e
transferência dos adolescentes em conflito com a lei em III – garantir que nenhum adolescente ingresse ou
unidades socioeducativas, nos termos desta Resolução. permaneça em unidade de atendimento socioeducativo
sem ordem escrita da autoridade judiciária competente;
§ 4º Caberá às instituições do Sistema de Garantia de
Direitos acompanhar e monitorar a execução das IV – registrar os dados dos pedidos de solicitação, a fim
Centrais de Vagas, conforme disposto no art. 4º do de permitir fluxo contínuo de produção de dados
Estatuto da Criança e do Adolescente. estatísticos e informações acerca da gestão de vagas,
lotação das unidades e lista de espera, resguardando o
Art. 4º Para fins desta Resolução, considera-se: sigilo e a proteção dos dados pessoais dos adolescentes
e seus familiares;
I – vaga: fração correspondente à capacidade de
acomodação de um adolescente dentro de uma unidade V – impedir a superlotação das unidades, evitando a
socioeducativa a partir dos parâmetros da norma do degradação do sistema socioeducativo; e
Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo;
VI – promover o fortalecimento da socioeducação.
II – lista de espera: relação de adolescentes que
aguardam a entrada em unidade de restrição e privação Art. 7º Proferida decisão de internação provisória ou de
de liberdade do Sistema Estadual de Atendimento internação-sanção ou sentença de medida
Socioeducativo, quando ultrapassado o percentual de socioeducativa de internação ou de semiliberdade,
100% de ocupação das unidades socioeducativas; e caberá ao magistrado solicitar ao Poder Executivo a
disponibilização de vaga em unidade socioeducativa.
§ 1º A solicitação deverá ser feita considerando os § 3º O magistrado deverá respeitar rigorosamente a
critérios de disponibilidade de vaga, proximidade familiar, ordem de classificação da lista de espera elaborada pela
local do ato infracional, idade, gravidade e reiteração do Central de Vagas, vedada a determinação de admissão
ato infracional. de adolescente em unidade socioeducativa sem prévia e
regular solicitação e consequente designação da vaga
§ 2º O Poder Judiciário deverá atuar, cooperativamente pelo órgão gestor.
com o Poder Executivo, com o Ministério Público, com a
Defensoria Pública e com o Conselho Estadual dos § 4º Transcorridos 150 dias desde a inclusão do
Direitos da Criança e do Adolescente, para criar critérios adolescente na lista de espera sem que haja
e pontuações para a análise da solicitação de vagas e disponibilidade de vaga, a Central de Vagas enviará
para fixar o prazo de resposta para as solicitações solicitação ao juiz competente, para que, ouvidos o
encaminhadas à Central de Vagas. Ministério Público e a Defesa, reavalie a pertinência da
manutenção ou revogação da medida socioeducativa
§ 3º Deverão ser formulados critérios e pontuações a fim imposta.
de que os atos infracionais praticados mediante grave
ameaça ou violência à pessoa tenham prioridade na § 5º Revogada a medida socioeducativa ou não
obtenção de vagas para o cumprimento de medidas sobrevindo decisão judicial determinando sua
socioeducativas em meio fechado previstas no caput manutenção no prazo de trinta dias, contados da
desse artigo. solicitação referida no parágrafo anterior, o adolescente
será excluído da lista de espera pela Central de Vagas.
Art 8º O juiz deverá encaminhar a solicitação à Central
de Vagas mediante expediente devidamente instruído Art. 10. Recebida a informação sobre a existência de
com a seguinte documentação: vaga, o magistrado deverá expedir mandado de busca e
apreensão ou requisitar a apresentação do adolescente
I – guia de execução; na unidade socioeducativa definida pela Central de
Vagas:
II – ópia da representação e da decisão judicial, em que
deverá constar expressamente a capitulação jurídica I – tratando-se de solicitação de vaga de internação
completa do ato infracional; provisória para adolescente que esteja sob a custódia do
Estado, deverá o magistrado requisitar ao órgão
III – tratando-se de adolescente apreendido, documento responsável por sua custódia sua imediata apresentação
comprobatório da data de apreensão; à unidade socioeducativa apontada pela Central de
Vagas, respeitado o prazo máximo de cinco dias fixado
IV – cópia da certidão de antecedentes infracionais; pelo art. 185, §2º , da Lei nº 8.069/90;
I – priorizar a apreciação dos pedidos de extinção, § 2º A transferência para fins de gerenciamento de crise
substituição ou suspensão de medidas cumpridas em ou emergência dar-se-á de forma excepcional e
unidades que estejam com ocupação máxima, subsidiária, quando todas as tentativas de adesão à
formulados pela direção das unidades, pela defesa, pelo medida socioeducativa tiverem sido esgotadas pela
Ministério Público, pelo adolescente ou por seus pais ou gestão do Sistema Estadual de Atendimento
responsável; Socioeducativo, e perdurará pelo tempo estritamente
necessário à superação da crise ou situação de
II – reavaliar, mediante designação de audiências emergência que a justificou.
concentradas socioeducativas para oitiva da equipe
técnica, as medidas socioeducativas aplicadas a § 3º Recebida a comunicação sobre transferência
adolescentes: realizada na hipótese do inciso I, o juiz intimará o
Ministério Público e a defesa para ciência e
a) internados exclusivamente em razão da reiteração em manifestação.
infrações cometidas sem violência ou grave ameaça à
pessoa; § 4º Em qualquer hipótese, a transferência entre
unidades socioeducativas deverá respeitar o percentual
b) gestantes, lactantes, mães ou responsáveis por de 100% da taxa de ocupação dos estabelecimentos
criança de até doze anos de idade ou por pessoa com socioeducativos envolvidos.
deficiência;
Art. 14. O Poder Judiciário envidará esforços para que,
c) com deficiência ou debilitados por motivo de doença no prazo de um ano contado a partir da publicação desta
grave; Resolução, todas as unidades federativas disponham de
Central de Vagas regulamentada, criada e implantada.
d) imprescindível aos cuidados especiais de pessoa
menor de seis anos de idade ou com deficiência; Art. 15. Caberá ao Tribunal de Justiça, por meio do Grupo
de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário
III – proceder-se à transferência do adolescente em vaga (GMF) ou da Coordenadoria da Infância e Juventude
excedente para outras unidades que não estejam com (CIJ), inspecionar e fiscalizar as unidades
capacidade de ocupação superior ao limite projetado do socioeducativas, a fim de apurar o quantitativo e a
estabelecimento, contanto que em localidade próxima à qualidade das vagas disponíveis, nos termos do artigo
residência dos seus familiares; e 6º, X, da Resolução CNJ nº 214/2015.
IV – adotar outras medidas aptas a reduzir a lotação das Art. 16. Caberá ao Poder Judiciário, cooperativamente
unidades socioeducativas. com o Poder Executivo, produzir e publicizar dados de
pesquisas, relatórios, estatísticas, informativos, entre
Art. 13. A transferência entre unidades socioeducativas outros documentos sobre a gestão de vagas dos
será excepcional e devidamente fundamentada no Plano Sistemas Socioeducativos, resguardando dados
Individual de Atendimento (PIA), podendo ocorrer nas pessoais dos adolescentes atendidos e seus familiares.
seguintes hipóteses:
Parágrafo único. O Departamento de Monitoramento e
I – gerenciamento de crises ou emergências identificadas Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de
pelas equipes da unidade, tais como risco iminente de Execução de Medidas Socioeducativas do CNJ
morte do adolescente ou à sua integridade física, motins sistematizará e disponibilizará os dados constantes dos
e rebeliões, mediante comunicação à autoridade cadastros e sistemas sob sua responsabilidade.
judiciária;
Art. 17. O CNJ realizará campanhas e cursos de
II – por solicitação do adolescente ou de seus familiares atualização para os juízes com competência para os
ou responsáveis, em decorrência de mudança de processos de apuração de ato infracional e de execução
de medidas socioeducativas sobre a importância da
Central de Vagas.
CONSIDERANDO que a Constituição Federal prioriza, III – guia de execução provisória de medida
de forma absoluta, a garantia dos direitos da criança e do socioeducativa em meio aberto é a que se refere à
adolescente; aplicação de prestação de serviço à comunidade ou de
liberdade assistida por sentença não transitada em
CONSIDERANDO que o processo de execução de julgado; (Redação dada pela Resolução nº 326, de
medida socioeducativa deve obedecer às garantias 26.6.2020)
constitucionais da ampla defesa e do contraditório;
CONSIDERANDO que o Programa Justiça ao Jovem, do IV – guia de execução definitiva de medida
Conselho Nacional de Justiça, após conhecer o sistema socioeducativa de internação ou semiliberdade é a que
de internação de todos os Estados do País, diagnosticou se refere à privação de liberdade decorrente de sentença
a necessidade de uniformização do procedimento de ou de acórdão transitado em julgado; (Redação dada
execução de medida socioeducativa; pela Resolução nº 326, de 26.6.2020)
Art. 12. Em caso de transferência do adolescente ou de § 1º Sem prejuízo da intervenção da defesa técnica, nos
modificação do programa para outra comarca ou estado moldes do previsto no § 2º do art. 13 desta Resolução, e
da federação, deverão ser remetidos os autos da da realização de outras diligências que se fizerem
execução ao novo juízo responsável pela execução, no necessárias, a oitiva do adolescente é obrigatória,
prazo de 72 (setenta duas) horas. conforme o disposto pelo inciso II do § 4º do art. 43 da
Lei nº 12.594, de 18 de janeiro de 2012;
Art. 13. O acompanhamento da execução das medidas
socioeducativas e seus incidentes caberá ao juízo do § 2º É vedada a privação de liberdade do adolescente
local onde está sediada a unidade ou serviço de antes da decisão que aprecia a aplicação da medida
cumprimento, salvo se houver disposição em contrário prevista no inciso III do art. 122 da Lei 8.069/90, de 13 de
em lei de organização judiciária local. julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente),
§ 1º O juízo do processo de conhecimento informará ao caso em que deverá ser imediatamente conduzido à
juízo da execução, em 24 (vinte e quatro) horas, toda e audiência especial, com intimação do Ministério Público
qualquer decisão que interfira na privação de liberdade e da defesa técnica; na audiência se tomarão as
do adolescente, ou altere o cumprimento da medida declarações do adolescente e o juiz decidirá acerca do
aplicada provisória ou definitivamente. cabimento da internação-sanção e de seu prazo.
§ 2º O juízo do processo de conhecimento ou do local
onde residem os genitores ou responsável pelo CAPÍTULO IV
adolescente prestará ao juízo da execução todo auxílio DA INTERNAÇÃO PROVISÓRIA
necessário ao seu processo de reintegração familiar e (Renumerado pela Resolução nº 326, de 26.6.2020)
social.
§ 3º Após a liberação do adolescente, o Art. 16. No caso de internação provisória, o juízo
acompanhamento da execução de medida em meio responsável pela unidade deverá zelar pela estrita
aberto eventualmente aplicada em substituição à medida observância do prazo máximo de privação da liberdade
privativa de liberdade deve, preferencialmente, ficar a de 45 (quarenta e cinco) dias.
cargo do juízo do local do domicílio dos pais ou
§ 1º É de responsabilidade do juízo que decretou a aqueles correspondentes às medidas privativas de
internação provisória eventual excesso de prazo, nos liberdade, zelar pelo efetivo respeito às normas e
termos do que dispõe o § 1º do art. 45 da Lei nº 12.594, princípios aplicáveis à modalidade de atendimento
de 18 de janeiro de 2012, facultando aos Tribunais de prestado e pela qualidade e eficácia das atividades
Justiça editar regulamentação para as providências do desenvolvidas, observado o disposto nos arts. 90, § 3º,
caput. incisos I e II, e 95 da Lei Federal nº 8.069/90, de 13 de
julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente) e o
§ 2º O prazo referido no caput deste artigo deve ser disposto na Lei nº 12.594, de 18 de janeiro de 2012.
contado a partir da data em que for efetivada a
apreensão do adolescente, e não admite prorrogação. § 1º A fiscalização dos programas correspondentes às
medidas privativas de liberdade importa na realização de
§ 3º Liberado o jovem por qualquer motivo, antes de visitas às unidades de internação e semiliberdade, que
expirado o prazo referido no caput, a renovação da deverão ocorrer nos termos do que disciplinar este
internação provisória não poderá ultrapassar o período Conselho Nacional de Justiça.
que faltar ao alcance do prazo máximo legal.
§ 2º O juiz deverá verificar, na fiscalização, se os
CAPÍTULO V estabelecimentos de internação e semiliberdade
DA LIBERAÇÃO DO ADOLESCENTE OU possuem regimento disciplinar (art. 71 da Lei nº 12.594,
DESLIGAMENTO DOS PROGRAMAS de 18 de janeiro de 2012) e se este é de conhecimento
DE ATENDIMENTO dos internos, de seus pais ou responsáveis e do
(Renumerado pela Resolução nº 326, de 26.6.2020) defensor, e se garante ampla defesa ao adolescente.
Art. 17. Findo o prazo de 45 (quarenta e cinco) dias da § 3º A revisão prevista no art. 48 da Lei n. 12.594/12
internação provisória ou determinada a liberação, por deverá ser processada nos próprios autos da execução.
qualquer motivo, antes de expirado o prazo referido,
deverá ser imediatamente remetida cópia da decisão, § 4º A regulamentação da visita íntima, na forma do art.
preferencialmente por meio eletrônico ou oficial de 68 e parágrafo único da Lei nº 12.594, de 18 de janeiro
justiça, ao gestor da unidade de atendimento e ao juízo de 2012, é de responsabilidade do gestor do sistema
responsável pela fiscalização da unidade, socioeducativo que deverá zelar para que ocorra em
preferencialmente por meio eletrônico, devendo o ambiente sadio e separado dos demais internos,
magistrado do processo de conhecimento providenciar a garantida a privacidade, bem como seja precedida de
imediata baixa da Guia no sistema CNACL. (Alterado orientação quanto à paternidade/maternidade
pela Resolução nº 191, 25.04.2014) responsável e doenças sexualmente transmissíveis,
propiciando-se os meios contraceptivos necessários,
Art. 18. A decisão que extinguir a medida socioeducativa caso solicitados.
de internação ou semiliberdade deverá ser, na mesma
data, comunicada ao gestor da unidade para liberação Art. 22. Para o exercício das garantias individuais e
imediata do adolescente, devendo o magistrado do processuais dos adolescentes durante o processo de
processo de execução providenciar a imediata baixa da execução das medidas socioeducativas, mormente as
Guia no sistema CNACL. (Alterado pela Resolução nº privativas de liberdade, deverá ser assegurada a
191, 25.04.2014) realização de entrevista pessoal com os
socioeducandos, na forma prevista do § 11. do art.
Art. 19. A liberação quando completados os 21 (vinte e 4º da Lei Complementar nº 80/94, com a nova redação
um) anos independe de decisão judicial, nos termos do § implementada pela Lei Complementar nº 132/2009, sem
5º do art. 121 do Estatuto da Criança e do Adolescente. prejuízo do disposto nos arts. 1º e 2º da Resolução nº 77
do CNJ.
CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS Art. 23. Os Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito
(Redação dada pela Resolução nº 326, de 26.6.2020) Federal promoverão, no prazo máximo de um ano
Art. 20. O adolescente em cumprimento de medida contado da publicação desta Resolução, cursos de
socioeducativa não pode ser transferido para hospital de atualização e qualificação funcional para magistrados e
custódia, salvo se responder por infração penal praticada servidores com atuação em matéria socioeducativa,
após os 18 (dezoitos) anos e por decisão do juízo criminal devendo o currículo incluir os princípios e normas
competente. internacionais aplicáveis. (Redação dada pela Resolução
nº 326, de 26.6.2020)
Art. 21. Cabe ao Poder Judiciário, sem prejuízo das
competências do Ministério Público, fiscalizar a execução Parágrafo único. No prazo previsto no caput, os Tribunais
dos programas socioeducativos em meio aberto e de Justiça
dos Estados e do Distrito Federal realizarão estudos
relativos à necessidade da criação e/ou especialização
de varas de execução de medidas socioeducativas,
notadamente nas comarcas onde estiverem situadas as
unidades de internação, enviando o competente relatório
ao Conselho Nacional de Justiça. (Redação dada pela
Resolução nº 326, de 26.6.2020)
II – circunstância de ser pai ou mãe, com especificação III – custodiada gestante, mãe ou responsável por
quanto à: crianças ou pessoas com deficiência que já tenha
cumprido um oitavo da pena no regime prisional,
a) quantidade de filhos; indicativo da necessidade de análise de progressão de
regime, nos termos do art.112, §3o, da Lei de Execução
b) data de nascimento de cada um deles; e Penal.
c) eventual condição de pessoa com deficiência. Parágrafo único. O alerta de que trata este artigo também
deverá ser acessível ao Ministério Público, à Defesa e à
III – eventual situação de responsável por pessoa, de pessoa custodiada, acusada, ré, condenada ou privada
quem não seja pai ou mãe, com a indicação de: de liberdade.
II – crimes praticados contra seus descendentes; Art. 8º Os tribunais, por meio do Grupo de Monitoramento
e Fiscalização
III – suspensão ou destituição do poder familiar por
outros motivos que não a prisão; do Sistema Carcerário (GMF) e da Coordenadoria da
Infância e da Juventude (CIJ),
IV – situações excepcionalíssimas, as quais deverão ser
devidamente fundamentadas, considerando: deverão:
b) a presunção legal de indispensabilidade dos cuidados II – sistematizar e divulgar os dados, decisões judiciais e
maternos; informações correlatas ao objeto dos Habeas Corpus no
143.641 e 165.704, remetendo relatório ao DMF,
c) a presunção de que a separação de mães, pais ou trimestralmente.
responsáveis, de seus filhos ou dependentes afronta o
melhor interesse dessas pessoas, titulares de direito à Parágrafo único. Os GMFs e as CIJs poderão designar
especial proteção; e servidores ou magistrados, sem prejuízo de suas
atribuições, para acompanhamento específico do
d) a desnecessidade de comprovação de que o ambiente cumprimento do disposto neste artigo.
carcerário é inadequado para gestantes, lactantes e seus
filhos. Art. 9º Fica instituída, no âmbito do Conselho Nacional
de Justiça, Comissão Permanente Interinstitucional para
acompanhamento e sistematização em nível nacional
dos dados referentes ao cumprimento das ordens Art. 13. Esta Resolução entra em vigor na data da sua
coletivas de habeas corpus concedidas pela 2ª Turma do publicação.
Supremo Tribunal Federal nos HCs no 143.641 e
165.704 e à implementação das demais medidas RESOLUÇÃO DO ÓRGÃO ESPECIAL Nº 28/2021
previstas nesta Resolução. Regulamenta as atividades judiciais junto à Central de
Vagas no Sistema Estadual de Atendimento
§ 1º A composição da Comissão Permanente Socioeducativo no âmbito do Poder Judiciário do Estado
Interinstitucional será definida por a toda Presidência do do Ceará. - Tribunal de Justiça do Ceará.
CNJ, a ser publicado no prazo de 30 dias, assegurada a
equidade de gênero nas indicações e a participação de
representantes da Ordem dos Advogados do Brasil, do
Ministério Público, da Defensoria Pública e de, no
mínimo, duas organizações ou instituições da sociedade
civil que se dediquem ao objeto desta
Resolução.
I - provas;
LEI Nº16.178, 27 de dezembro de 2016. II - avaliação de capacidade física, salvo para o cargo de
Analista Socioeducativo;
DISPÕE SOBRE A CRIAÇÃO DOS
III - avaliação psicológica;
CARGOS EFETIVOS DE SOCIOEDUCADOR E
ANALISTA SOCIOEDUCATIVO, PARA ATENDER ÀS IV - exame toxicológico;
NECESSIDADES DA SUPERINTENDÊNCIA DO
V - investigação social;
SISTEMA ESTADUAL DE ATENDIMENTO
SOCIOEDUCATIVO - SEAS. VI - curso de formação profissional.
O GOVERNADOR DO . Faço saber que a Assembleia §1º As provas, de caráter eliminatório e classificatório,
Legislativa decretou e eu sanciono a seguinte Lei: visam revelar, teoricamente, os conhecimentos
indispensáveis ao exercício das atribuições ao cargo
Art.1º Ficam criados 964 (novecentos e sessenta e
pretendido, e versarão sobre o programa indicado no
quatro) cargos de provimento efetivo de Socioeducador
Edital.
e 116 (cento e dezesseis) cargos de provimento efetivo
de Analista Socioeducativo no quadro de pessoal da §2º A avaliação da capacidade física, de caráter
Administração Direta do Poder Executivo do , regidos eliminatório, verificará se o candidato tem condições para
pela Lei nº9.826, de 14 de maio de 1974 (Estatuto dos suportar o exercício permanente das atividades inerentes
Funcionários Públicos Civis do ). ao cargo.
Art.2º O quantitativo, o vencimento, as atribuições e a §3º A avaliação psicológica, de caráter eliminatório,
qualificação dos cargos criados por esta Lei são as verificará tecnicamente, de acordo com os parâmetros
constantes do anexo único desta Lei. em vigência e instrumentos autorizados pelo Conselho
Federal de Psicologia, os dados psicológicos dos
§1º Os servidores ocupantes do cargo de Socioeducador
candidatos abrangendo avaliações das funções
serão lotados na Superintendência do Sistema Estadual
psicológicas, a saber, capacidade mental, psicomotora,
de Atendimento Socioeducativo – SEAS, e atuarão nas
características de personalidade, entre outras que se
unidades de atendimento socioeducativo. fizerem necessárias para aferir as capacidades
§2º Os servidores ocupantes do cargo de Analista específicas para o exercício das atribuições do cargo a
Socioeducativo serão lotados na Superintendência do que estiver concorrendo.
Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo – §4º O exame toxicológico e a investigação social, de
SEAS, e atuarão na sede e nas unidades de atendimento
caráter eliminatório, obedecerão aos critérios fixados no
socioeducativo.
Edital.
§3º O Edital reservará quantitativo de vagas para §5º O curso de formação profissional, de caráter
pessoas do sexo feminino, de acordo com a necessidade eliminatório e classificatório, obedecerá aos critérios
das unidades de atendimento
fixados no Edital.
socioeducativo femininas e das atividades das demais
§6º Para participar da prova de avaliação de capacidade
unidades que comportem o exercício por pessoas do
física, o candidato deverá apresentar atestado médico
referido sexo, não podendo a reserva ser inferior a 5% do
que ateste a aptidão para se submeter aos exercícios
total de vagas.
discriminados no Edital do concurso.
§4º Serão reservadas 5% (cinco por cento) das vagas
§7º Poderá ser exigido exame de títulos, de caráter
para pessoas com deficiência.
classificatório, de acordo com critérios definidos no
§5º Os candidatos que concorrerem às vagas reservadas Edital.
às pessoas com deficiência passarão por exame médico
Art.4º O concurso público referido no artigo anterior
de compatibilidade com as atividades de internação,
deverá ser realizado conforme edital, o qual definirá de
internação provisória e semiliberdade.
forma clara e objetiva as características do concurso,
Art.3º O ingresso no cargo de Socioeducador e de identificação do cargo e suas atribuições, requisitos para
Analista Socioeducativo ocorrerá por meio de concurso investidura, bem como escolaridade e critérios
público de provas ou classificatórios e eliminatórios, o qual deverá estabelecer
a exigência de formação especializada e registro
profissional, quando for o caso.
Art.5º A jornada de trabalho dos cargos criados por esta
Lei fica estabelecida da seguinte forma:
Art.3º Os cargos de provimento em comissão integrantes (STDS), de natureza substantiva, com sede e foro na
da estrutura organizacional da Superintendência do capital do , reger-se-á pela sua Lei de criação e pelo
Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo (Seas) presente Regulamento, bem como pelas normas internas
são os constantes no Anexo II deste Decreto, com e a legislação pertinente em vigor.
denominações e quantificações ali previstas. CAPÍTULO II
Art.4º Os contratos e convênios firmados em data DA COMPETÊNCIA
anterior à publicação deste Decreto permanecerão na
responsabilidade das autoridades que os firmaram, até Art.2º Compete a Superintendência do Sistema Estadual
que sejam rescindidos ou, na forma de aditivo, tenham de Atendimento Socioeducativo (Seas):
suas execuções alteradas para a responsabilidade da
Superintendência. I - coordenar a gestão e a execução da política de
atendimento socioeducativo no , em conformidade com
Art.5º A Superintendência do Sistema Estadual de as diretrizes do Sistema Nacional de Atendimento
Atendimento Socioeducativo (Seas) e a Secretaria do Socioeducativo - Sinase, e com foco na gestão por
Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS) firmarão resultados;
Termos de Cooperação com o objetivo de viabilizar à
transferência de responsabilidade administrativa, II - coordenar a execução de programas e ações
financeira e orçamentária do Sistema Socioeducativo, destinados ao atendimento inicial integrado de
devendo os servidores da STDS dar tratamento adolescentes apreendidos para apuração de atos
prioritário às demandas e necessidades decorrentes infracionais;
III - realizar a execução das internações provisórias e a que objetivem a sua ressocialização, por meio de ações
execução dos programas socioeducativos de preventivas e de tratamento;
semiliberdade e internação, e estabelecer com os
municípios os requisitos e formas de colaboração para os XV - submeter ao Conselho Estadual dos Direitos da
programas de atendimento em meio aberto; Criança e do Adolescente (Cedca) políticas e planos que
se queira operar no Sistema Socioeducativo;
IV - estabelecer as diretrizes e o modelo de avaliação de
desempenho das equipes dos Centros Socioeducativos XVI - publicizar, mensalmente, por meios eletrônicos
e demais setores da Superintendência; dados e informações atualizadas sobre o Sistema
Socieducativo;
V - executar e contratar estudos e pesquisas que
contribuam para a formulação de programas e projetos XVII - emitir relatórios anuais com informações obtidas e
voltados para a excelência do atendimento aos condensadas a partir do Sistema de Avaliação e
adolescentes, bem como promover intercâmbio técnico- Monitoramento;
científico com instituições nacionais e internacionais; XVIII - fomentar a implementação dos programas de
VI - estabelecer parcerias com órgãos que compõem o atendimento em meio aberto nos municípios,
Sistema de Justiça, Conselhos Tutelares, Conselhos de estabelecendo requisitos, orientações metodológicas,
Direitos, Organizações não Governamentais – ONGs, e formas de colaboração e prestando consultoria técnica;
Organizações Governamentais - OGs, com o objetivo de XIX - exercer outras atividades correlatas.
assegurar a garantia dos direitos dos adolescentes em
atendimento socioeducativo; DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
VII - realizar, quando necessário, a captação de recursos Art.3º A estrutura organizacional básica da
junto a órgãos financiadores de programas e projetos Superintendência do Sistema Estadual de Atendimento
voltados para a sua área de atuação; Socioeducativo (Seas) é a seguinte:
7.16. Núcleo Centro de Semiliberdade de Crateús VII - estabelecer as diretrizes e os requisitos para o
cofinanciamento ou complementação financeira aos
7.17. Núcleo Centro de Semiliberdade de Iguatu municípios que executam as medidas de Liberdade
Assistida (LA) e Prestação de Serviço à Comunidade
7.18. Núcleo Unidade de Recepção Luis Barros
(PSC);
Montenegro de Fortaleza
VIII - ordenar despesas, autorizando a emissão de
8. Coordenadoria de Monitoramento e Avaliação das
empenhos, pagamentos, suprimentos ou dispêndios no
Medidas Socioeducativas
âmbito da Superintendência;
9. Coordenadoria de Segurança e Prevenção de
IX - subscrever contratos, convênios e instrumentos
Conflitos
congêneres, em que a Superintendência seja parte ou
10. Célula de Regulação de Vagas interveniente, referente às suas competências, bem
como seus aditamentos e alterações, para a aquisição de
11. Núcleo Escola Estadual de Socioeducação bens, prestação de serviços ou realização de atividades;
IV - ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO INSTRUMENTAL X - instaurar sindicâncias e determinar abertura de
processo administrativo disciplinar;
12. Coordenadoria Administrativo-Financeira
XI - fiscalizar a execução dos contratos no âmbito da
12.1. Célula de Gestão de Pessoas
Superintendência, procedendo ao registro das
12.2. Célula de Gestão Financeira ocorrências e adotando providencias necessárias ao seu
fiel cumprimento, inclusive atestando os documentos
13. Célula de Tecnologia da Informação e Comunicação fiscais para pagamento e aplicando as penalidades
V - ÓRGÃO COLEGIADO previstas;
• Comissão Intersetorial do Sistema Estadual de XII - desempenhar outras tarefas que lhe forem
determinadas pelo Governador do Estado, nos limites de
Atendimento Socioeducativo sua competência constitucional e legal.
VII - promover a integração entre as diferentes políticas Art.7º Compete à Assessoria Jurídica:
sociais no contexto da garantia de direitos no sistema I - prestar assessoramento à Direção Superior e demais
socioeducativo; unidades orgânicas da Superintendência;
VIII - estabelecer diretrizes complementares para a II - monitorar as citações, notificações e intimações da
organização e funcionamento dos programas municipais justiça;
de Liberdade Assistida (LA) e Prestação de Serviço à
Comunidade (PSC); III - despachar com o Superintendente os processos
judiciais orientados pela Procuradoria-Geral do Estado
IX - desempenhar outras tarefas compatíveis com suas (PGE);
atribuições face à determinação do Superintendente.
IV - analisar e acompanhar a publicação no Diário Oficial
DOS ÓRGÃOS DE ASSESSORAMENTO do Estado (DOE), os atos e processos administrativos
SEÇÃO I submetidos a sua esfera, no que se refere aos aspectos
jurídicos e legais;
DA ASSESSORIA DE DESENVOLVIMENTO
INSTITUCIONAL V - compilar ementários de leis e decretos estaduais;
II - coordenar e consolidar a elaboração do Plano VII - analisar projetos, propostas e autógrafos de lei
Plurianual (PPA), da Lei Orçamentária Anual (LOA), da encaminhados pelos Poderes Executivo;
Mensagem Governamental, do Plano Operativo Anual
(POA) e demais instrumentos; VIII - acompanhar a publicação da legislação federal e
estadual pertinente à Administração Pública e de
III - coordenar a elaboração de programas, projetos e interesse da Superintendência;
planejamento estratégico institucional, definindo
indicadores de desempenho, acompanhando os IX - emitir pareceres, despachos e informações de
resultados e propondo ajustes, quando necessários; caráter jurídico nos assuntos que são submetidos a seu
exame;
IV - acompanhar a execução orçamentária da
Superintendência, X - articular com a PGE e demais serviços jurídicos do
Estado, com vistas á solucionar pendências jurídicas e
em parceria com a Coordenadoria Administrativo- acompanhar a tramitação;
Financeira e com os gerentes de programas;
XI - manter atualizadas as informações relacionadas a
V - acompanhar a execução dos projetos das unidades contratos e convênios da Superintendência no Sistema
orgânicas, visando o desempenho conjunto e integrado do Tribunal de Contas do Estado (TCE);
das metas estabelecidas;
XII - acompanhar e fiscalizar a execução dos contratos
VI - conhecer as experiências bem-sucedidas na área em sua área de atuação;
institucional, dentro e fora do Estado, compartilhando
informações, experiências e conhecimentos; XIII - coordenar a atuação dos advogados em todas as
instâncias de atuação na Superintendência;
XIV - consolidar informações para a produção de XI - organizar, regulamentar e coordenar as comissões
relatórios gerenciais mensais; de processo sindicantes e de processos administrativos
de acordo com a legislação vigentes;
XV - exercer outras atividades correlatas.
XII - realizar visitas correcionais junto às Unidades da
SEÇÃO III Seas, quando estas forem indispensáveis ao exercício de
DA CORREGEDORIA suas funções;
X - zelar e orientar quanto da emissão, tramitação, IX - gerenciar a Intranet no que diz respeito ao conteúdo
divulgação, guarda e arquivamento dos documentos e e a web design, alimentando-a de notícias e informações
processos da corregedoria, garantindo sua segurança, dirigidas à imprensa;
preservação e sigilo, consoante às normas previstas;
X - consolidar informações para a produção de relatórios
gerenciais;
XI - desempenhar outras tarefas compatíveis com suas XII - realizar outras atividades correlatas.
‘atribuições face às determinações do Superintendente.
SEÇÃO VI
SEÇÃO V
DA ASSESSORIA ESPECIAL DE INFRAESTRUTURA E
DA ASSESSORIA ESPECIAL DE DIRETRIZES
SOCIOEDUCATIVAS LOGÍSTICA
Art.10. Compete a Assessoria Especial de Medidas Art.11. Compete a Assessoria Especial de Infraestrutura
Socioeducativas: e Logística:
I - elaborar o Plano Pedagógico Estadual de Atendimento I - conservar e manter em perfeitas condições os prédios,
Socioeducativo, padronizando e uniformizando as ações os serviços de fornecimento de energia, água, esgoto e
e conteúdos programáticos a serem oferecidos durante a telefonia, instalações elétricas, hidráulicas e sanitárias,
execução das medidas socioeducativas e na internação equipamentos e mobiliários;
provisória; II - planejar e elaborar projeto básico para aquisição de
II - estabelecer as diretrizes e metodologias bens e serviços para manutenção e funcionamento da
concernentes à execução dos Planos Individuais de Superintendência por meio de cotação eletrônica,
Atendimento (PIA) nos Centros Socioeducativos de registro de preços ou processo licitatório;
Internação e Semiliberdade; III - realizar despesas eventuais e de pequeno vulto
III - coordenar a elaboração das Propostas Pedagógicas através de suprimento de fundos;
em cada Centro Socioeducativo, em consonância com o IV - inventariar, qualitativa e quantitativamente, o acervo
plano estadual e com os Protocolos de Segurança; documental corrente, intermediário e permanente da
IV - planejar em conjunto com os diretores nos centros Superintendência;
socioeducativos a execução de atividades pedagógicas, V - elaborar, implantar e acompanhar a Tabela de
culturais, esportivas, de saúde e profissionalizantes, Temporalidade de Documentos (TTD);
dentre outras;
VI - realizar tratamento técnico, organizar e indexar em
V - coordenar a elaboração do Regimento Interno do meio magnético a documentação, garantindo a
Núcleo Escola Estadual de Socioeducação; racionalização dos espaços físicos e a segurança das
VI - planejar em conjunto com o Núcleo Escola Estadual informações;
de Socioeducação, Coordenadoria Segurança e VII - guardar em local apropriado e higienizado o acervo
Prevenção de Conflitos, Coordenadoria da Rede documental, com vistas a garantir a segurança física;
Socioeducativa e Célula de Gestão de Pessoas os
processos formativos dos servidores e colaboradores da VIII - sistematizar metodologia que permita o acesso
Superintendência; rápido à pesquisa pelos usuários;
VI - supervisionar o desempenho dos Centros VII - desenvolver ações pedagógicas com foco em
Socioeducativo, inclusive quanto à qualidade da oferta práticas restaurativas e administração de conflitos;
dos bens e serviços prestados, submetendo ao
VIII - manter o processo sistemático de avaliação do
Superintendente, quando for o caso, a apreciação em
desempenho profissional dos atores que executam a
função da inadequação de obrigações contratuais e
socioeducação nas unidades;
outras irregularidades observadas;
IX - realizar outras atividades correlatas.
VII - elaborar em conjunto com a Coordenadoria
Administrativafinanceira os termos de referência visando Art.14. Competem à Célula Centro de Semiliberdade
à aquisição de produtos e contratação de serviços para Mártir Francisca e aos Núcleos Centro de Semiliberdade
o Sistema Socioeducativo; de Sobral, Juazeiro do Norte, Crateús e Iguatu:
VIII - recomendar, quando for o caso, a aplicação de I - prestar assistência integral ao adolescente em conflito
sanções previstas em contratos e convênios, em função com a lei, sentenciado com medida socioeducativa de
da inadequação de obrigações contratuais e outras semiliberdade, assegurando-lhe os direitos legalmente
irregularidades observadas na sua área de previstos nos art.94 e 120 do
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e Lei federal DA COORDENADORIA DE MONITORAMENTO E
nº12.594/ 2012; AVALIAÇÃO
VIII - exercer outras atividades correlatas. VII - informar a Assessoria de Infraestrutura e Logística
as dotações orçamentárias para atender as solicitações
Art.21. Compete à Célula de Gestão de Pessoas: de despesas;
I - planejar, coordenar, orientar e executar as atividades VIII - providenciar o lançamento no Sistema de Gestão
de administração de pessoal; Governamental de Resultados (S2GPR) de Nota de
Movimentação Financeira (NMF);
II - executar as atividades referentes à concessão de
direitos e vantagens, aposentadoria, desligamento, entre IX - emitir relatórios gerenciais para subsidiar a
outros aspectos relacionados à pessoal; Assessoria de Desenvolvimento Institucional;
III - orientar os servidores sobre seus direitos e deveres, X - preparar as conciliações bancárias e conferir
bem como sobre outras questões pertinentes à diariamente os relatórios de pagamento dos Bancos
legislação e políticas de pessoal; credenciados;
IV - fornecer informações e participar dos processos de XI - reter e recolher os tributos aos órgãos públicos nas
avaliação de desempenho para fins de concessão de esferas municipal, estadual e federal, bem como informar
gratificações e ascensão funcional; aos órgãos competentes;
VI - executar e controlar as atividades de alocação, XIII - subsidiar a Célula Gestão de Pessoas com
nomeação, exoneração, demissão, remoção, cessão, informações quanto ao preenchimento da Guia de
bem como redistribuição de pessoal disponível; Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência
Social (GFIP) e outras informações à Previdência Social;
VII - administrar e coordenar os processos seletivos,
conforme legislação vigente; XIV - verificar o atendimento das informações das
obrigações fiscais dos processos aptos para pagamento;
VIII - elaborar e executar as atividades relativas à folha
de pagamento; XV - recolher as cauções relativas a licitações;
IX - atualizar, acompanhar e controlar o cadastro pessoal, XVI - conferir e organizar a documentação dos processos
funcional e financeiro do servidor; pagos para arquivamento;
XVII - consolidar informações para a produção de II - estabelecimento de pauta e agenda de compromissos
relatórios gerenciais; conjuntos para implementação do Sistema Estadual de
Atendimento Socioeducativo, envolvendo no mínimo os
XVIII - exercer outras atividades correlatas. componentes da Comissão;
SEÇÃO II III - articulação com os órgãos das políticas setoriais para
DA CÉLULA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E a assunção de suas competências e atribuições no
Sistema Estadual de
COMUNICAÇÃO
Atendimento Socioeducativo, formalizando em
Art.23. Compete à Célula de Tecnologia da Informação e instrumentos de cooperação as responsabilidades
Comunicação: institucionais;
I - prestar assessoramento técnico aos dirigentes e IV - participação na elaboração de propostas dos
unidades orgânicas da Superintendência; documentos que deverão ser apresentados e aprovados
no Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do
II - implantar as políticas de Tecnologia da Informação e
Adolescente;
Comunicação definidas pelo órgão competente;
V - estabelecimento de mecanismos de
III - planejar, desenvolver, implantar e monitorar as
acompanhamento e avaliação das atividades
atividades de banco de dados, rede, correio eletrônico,
programadas e ações desenvolvidas no âmbito do
internet e intranet;
Sinase;
IV - elaborar e manter atualizada a documentação dos
VI - estímulo à criação e funcionamento das Comissões
serviços de suporte técnico;
Intersetoriais, no âmbito municipal, em especial em
V - garantir a segurança das informações armazenadas municípios que concentrem parcela significativa do
em meio digital; atendimento socioeducativo;
VI - prover treinamento e atendimento de suporte técnico VII - outras atribuições pertinentes e relevantes.
aos usuários;
Art.25. Compõem, em caráter permanente, a Comissão
VII - realizar a administração dos dados, com vistas à Intersetorial do Sistema Estadual de Atendimento
otimização e disponibilização dos sistemas de Socioeducativo um representante titular e um suplente
informações; dos seguintes órgãos:
II - realizar estudos técnicos que subsidiem o processo III - exercer outras atribuições que lhes forem conferidas
de elaboração, implementação, execução, ou delegadas.
monitoramento e avaliação de seus programas e
projetos; TÍTULO VII
II - distribuir e executar as atividades que lhes são Art.37. Os Comitês de Gestão Participativa, de natureza
consultiva e deliberativa, têm como finalidade precípua
pertinentes;
fazer avançar a missão da Superintendência,
III - propor, orientar e fiscalizar o cumprimento de normas competindo-lhes:
e procedimentos dentro de sua área de atuação;
I - manter alinhadas as ações da Superintendência às
IV - acompanhar e fiscalizar a execução dos contratos estratégias globais do Estado;
em sua área de atuação;
II - promover a integração entre as áreas, as pessoas e
V - exercer outras atribuições que lhes forem conferidas os processos de trabalho, para sincronizar as ações
ou delegadas. internas e externas da Superintendência;
V - Coordenadores;
VI - Orientador da Célula de Regulação de Vagas; Art.41. São atribuições básicas dos membros do Comitê
§3º As atas das reuniões serão providenciadas pelo IV - monitorar o cumprimento das deliberações do Comitê
Secretário do Comitê Executivo e disponibilizadas na Executivo;
intranet, no prazo máximo de 72 (setenta e duas) horas
V - monitorar o recebimento das atas das reuniões dos
após a realização da reunião.
Comitês Coordenativos, disponibilizando-as na intranet.
§4º Poderão participar das reuniões do Comitê
SEÇÃO II
Executivo, a convite, consultores e servidores de outros
Órgãos/Entidades do Estado ou de unidades DO COMITÊ COORDENATIVO
organizacionais da Superintendência, quando
necessário, para discussão de temas específicos. Art.43. Os Comitês Coordenativos da Superintendência,
em número de 13 (treze), um em cada
Art.40. São atribuições básicas do Presidente do Comitê Assessoria/Coordenadoria, são compostos pelos
seguintes membros titulares:
Executivo:
I - Assessores Especiais;
I - coordenar, orientar e supervisionar as atividades do
Comitê, bem como expedir convites especiais; II - Corregedor;
II - convocar, abrir, presidir, suspender, prorrogar e III - Coordenadores;
encerrar as reuniões ordinárias e extraordinárias e
resolver questões de ordem; IV - Orientadores de Células;
III - promover o cumprimento das proposições do Comitê. V - Supervisor do Núcleo Escola Estadual de
Socioeducação;
VI - Outros servidores, a critério do Coordenador da área. II - convocar, abrir, presidir, suspender, prorrogar e
encerrar as reuniões ordinárias e extraordinárias e
§1º O Comitê Coordenativo será presidido pelo resolver questões de ordem;
Coordenador da área.
III - promover o cumprimento das proposições do Comitê.
§2º A Secretaria do Comitê Coordenativo será exercida
por um Orientador de Célula ou Colaborador indicado São atribuições básicas dos membros do Comitê
pelo Presidente. Coordenativo:
§3º O Orientador de Célula ou Colaborador indicado pelo I - comparecer às reuniões ordinárias e extraordinárias
Presidente, em suas ausências ou impedimentos legais, do Comitê;
serão substituídos por outros colaboradores por eles
II - propor ao Secretário do Comitê a inclusão de matérias
designados, mediante prévia comunicação à Secretaria
na pauta das reuniões;
do Comitê Coordenativo.
III - analisar, discutir e propor melhorias relativas às
§4º A participação como membro do Comitê
matérias apresentadas nas reuniões;
Coordenativo não fará jus a qualquer tipo de
remuneração. IV - desenvolver ações de sua competência, necessárias
ao cumprimento das deliberações do Comitê
Art.44. O Comitê Coordenativo reunir-se-á, Coordenativo;
ordinariamente, no prazo máximo de 5 (cinco) dias úteis
após a reunião do Comitê Executivo. V - propor ao Secretário do Comitê, com a necessária
§1º As convocações e as pautas das reuniões, antecedência, a participação nas reuniões de
previamente aprovadas pelo Presidente, serão convidados que possam prestar esclarecimentos e
providenciadas e encaminhadas aos membros pelo subsídios sobre as matérias constantes da pauta;
Secretário do Comitê Coordenativo, com antecedência
mínima de 48 (quarenta e oito) horas antes de cada VI - solicitar ao Secretário do Comitê, informações e
reunião. documentos necessários ao desempenho de suas
atividades junto ao Comitê Coordenativo;
§2º Na pauta das reuniões do Comitê Coordenativo
VII - comunicar ao Secretário do Comitê, com
constará, obrigatoriamente, o repasse das informações
antecedência mínima de 24 (vinte e quatro) horas, a
do Comitê Executivo.
impossibilidade de seu comparecimento à reunião.
§3º A critério do Presidente ou da maioria dos membros
Art.46. São atribuições básicas do Secretário do Comitê
presentes às reuniões, poderão ser propostas matérias
Coordenativo:
relevantes e urgentes, não expressamente consignadas
na pauta da reunião, cabendo ao proponente relatá-las I - providenciar a composição das pautas das reuniões, a
após a apreciação do último item da pauta. partir das propostas de matérias encaminhadas pelos
membros do Comitê e submetê-las a aprovação prévia
§4º As atas das reuniões serão providenciadas pelo
do Presidente;
Secretário do Comitê Coordenativo e encaminhadas à
Secretaria do Comitê Executivo, no prazo máximo de 72 II - tomar as providências necessárias ao agendamento
(setenta e duas) horas após a realização da reunião. e organização das reuniões, secretariando-as e
elaborando as respectivas atas;
§5º As atas das reuniões do Comitê Coordenativo serão
disponibilizadas na intranet pela Secretaria do Comitê III - disponibilizar as atas das reuniões do Comitê, no
Executivo. prazo máximo de 72 (setenta e duas) horas após a
realização das mesmas;
§6º Poderão participar das reuniões do Comitê
Coordenativo, a convite, consultores e servidores de IV - monitorar o cumprimento das deliberações do Comitê
outros Órgãos/Entidades do Estado ou de unidades
organizacionais da Superintendência, quando Coordenativo.
necessário, para discussão de temas específicos. TÍTULO VIII
Art.45. São atribuições básicas do Presidente do Comitê DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Coordenativo:
Art.47. Cabe ao Superintendente da Seas designar
I - coordenar, orientar e supervisionar as atividades do servidor, através de portaria, para desempenhar as
Comitê, bem como expedir convites especiais; atividades de Ouvidor, que terá as seguintes atribuições:
O GOVERNADOR DO , no uso das atribuições que lhe 6.14. Célula Centro Socioeducativo de Sobral
confere o art. 88, incisos IV e VI, da Constituição
6.15. Célula Centro Socioeducativo Antônio Bezerra
Estadual; CONSIDERANDO o disposto na Lei nº 16.710,
de 21 de dezembro de 2018; CONSIDERANDO o 6.16. Célula Centro de Semiliberdade Mártir Francisca
disposto no Decreto n° 32.938, de 31 de janeiro de 2019;
6.17. Núcleo Centro de Semiliberdade de Sobral
CONSIDERANDO, finalmente, o que dispõe o Decreto nº
21.325, de 15 de março de 1991, quanto à indispensável 6.18. Núcleo Centro de Semiliberdade de Juazeiro do
transparência dos atos do governo, Norte
Art. 1º A estrutura organizacional básica e setorial da 6.20. Núcleo Centro de Semiliberdade de Iguatu
Superintendência do Sistema Estadual de Atendimento 7. Coordenadoria de Monitoramento e Avaliação das
Socioeducativo (Seas) passa a ser a seguinte: Medidas Socioeducativas
I - DIREÇÃO SUPERIOR 7.1. Núcleo Escola Estadual de Socioeducação
• Superintendente do Sistema Estadual de Atendimento 8. Coordenadoria de Segurança e Prevenção de
Socioeducativo Conflitos
• Superintendente Adjunto do Sistema Estadual de IV - ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO INSTRUMENTAL
Atendimento Socioeducativo
9. Coordenadoria de Desenvolvimento Institucional e
II - ÓRGÃOS DE ASSESSORAMENTO Planejamento
1. Assessoria Jurídica 10. Coordenadoria Administrativo-Financeira
2. Corregedoria 10.1. Célula de Gestão de Pessoas
3. Assessoria Especial de Gestão e Comunicação 10.2. Célula de Gestão Financeira
4. Assessoria Especial de Diretrizes Socioeducativas 10.3. Núcleo de Tecnologia da Informação e
Comunicação
5. Assessoria Especial de Infraestrutura e Logística
V - ÓRGÃO COLEGIADO
III - ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO PROGRAMÁTICA
• Comissão Intersetorial do Sistema Estadual de
6. Coordenadoria da Rede Socioeducativa
Atendimento Socioeducativo
6.1. Célula de Regulação de Vagas
Parágrafo único. Obedecida a legislação própria e os
6.2. Célula Unidade de Recepção Luis Barros parâmetros estabelecidos neste Decreto, as
Montenegro competências das unidades orgânicas integrantes da
estrutura organizacional da Superintendência do Sistema
6.3. Célula Centro Socioeducativo São Francisco Estadual de Atendimento Socioeducativo (Seas) serão
6.4. Célula Centro Socioeducativo São Miguel fixadas em Regulamento, a ser aprovado por Decreto do
Chefe do Poder Executivo Estadual, no prazo de 90
6.5. Célula Centro Socioeducativo Passaré (noventa) dias a partir da publicação deste instrumento.
O GOVERNADOR DO , no uso das atribuições que lhe 6.15. Centro Socioeducativo Antônio Bezerra
confere o art. 88, incisos IV e VI, da Constituição 6.16. Centro de Semiliberdade Mártir Francisca
Estadual;
6.17. Centro de Semiliberdade de Sobral
CONSIDERANDO o disposto nas Leis nº 16.040, de 28
de junho de 2016 e n° 16.710, de 21 de dezembro de 6.18. Centro de Semiliberdade de Juazeiro do Norte
2018; CONSIDERANDO o disposto no
6.19. Centro de Semiliberdade de Crateús
Decreto 33.015, de 15 de março de 2019;
6.20. Centro de Semiliberdade de Iguatu
CONSIDERANDO, finalmente, o que dispõe o Decreto nº
21.325, de 15 de março de 1991, quanto à indispensável 7. Coordenadoria de Monitoramento e Avaliação das
transparência dos atos do governo, DECRETA: Medidas Socioeducativas
Art. 1º A estrutura organizacional básica e setorial da 7.1. Núcleo Escola Estadual de Socioeducação
Superintendência do Sistema Estadual de Atendimento
Socioeducativo (Seas) passa a ser a seguinte: 8. Coordenadoria de Segurança e Prevenção de
Conflitos
I - DIREÇÃO SUPERIOR
IV - ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO INSTRUMENTAL
•Superintendente do Sistema Estadual de Atendimento
Socioeducativo 9. Coordenadoria de Desenvolvimento Institucional e
Planejamento
•Superintendente Adjunto do Sistema Estadual de
Atendimento Socioeducativo 10. Coordenadoria Administrativo-Financeira
6.3. Centro Socioeducativo São Francisco por Decreto do Chefe do Poder Executivo Estadual.
6.4. Centro Socioeducativo São Miguel Art. 2º Fica convertida a fundamentação dos atos de
nomeação e retificada a denominação dos ocupantes
6.5. Centro Socioeducativo Passaré dos cargos de provimento em comissão de
6.6. Centro Socioeducativo José Bezerra de Menezes
Orientador de Célula, com exercício do respectivo cargo
na Unidade de Recepção Luis Barros Montenegro, no
Centro Socioeducativo São Francisco, no Centro
deste Decreto.
Semiliberdade.
Art.2º A visita semanal ocorrerá, preferencialmente, aos §1º Serão permitidas visitas de até 02 (duas) pessoas,
sábados ou domingos e terá duração de até 03 (três) regularmente cadastradas, por dia de visita ao
horas. adolescente.
§1º A visita ao adolescente será realizada em local §2º Nos casos em que o adolescente já tenha constituído
apropriado para esse fim, definido pelo Diretor. família, o número máximo de pessoas permitidas na
visita será de no máximo 03 (três).
§2º O local definido para a realização de visitas e as
§3º Crianças com até 02 (dois) anos de idade não serão
normas internas deverão ser afixadas em local público
para ciência dos profissionais e visitantes. computadas no número máximo de visitas.
Art.3º A visita será realizada em dois turnos, manhã e Art.8º Poderão ser cadastrados como visitantes as
pessoas que compõem o núcleo familiar do adolescente,
tarde. §1º A visita pela manhã terá início às 8h (oito
bem como pessoas de referência que detenham a
horas) e findará às 11h (onze horas).
guarda, tutela ou figurem como responsáveis pelos
§2º A visita pela tarde terá início às 13h (treze horas) e mesmos.
findará às 16h (dezesseis horas).
§1º A visita de cônjuges, companheiros, parentes e
§3º Não será permitida a compensação de horários. amigos passarão pela avaliação da equipe técnica.
Art.4º O Diretor da unidade deverá organizar o horário §2º É garantida a visita dos filhos, independente da idade
das equipes técnicas de acordo com as escalas de desses.
Art.9º. No cadastramento de visitantes terão prioridade, período de visita e lhe será devolvido ao término da
preferencialmente, nesta ordem: mesma;
VII – demais visitantes. VII – o visitante será submetido à revista, que deverá ser
realizada em local reservado;
§1º A solicitação, realizada pelo adolescente, para
inclusão no rol de VIII – os pertences, alimentos ou quaisquer objetos que
eventualmente sejam admitidos durante a visita serão
visitantes de pessoa que não detenha parentesco com o submetidos aos procedimentos de
mesmo estará sujeita a estudo e análise da equipe
técnica de referência do adolescente, que emitirá parecer revista e segurança;
fundamentado e o submeterá à apreciação do Diretor do
IX – eventuais pertences que não forem admitidos pelo
Centro Socioeducativo para fins de aprovação.
responsável pela segurança e disciplina deverão ser
§2º O parágrafo anterior somente se aplica aos visitantes mantidos no guarda-volumes, localizado na portaria da
maiores de 18 anos de idade. unidade, e devolvidos ao visitante ao final da visita;
Art.10. São documentos necessários para o cadastro do X – o visitante, após os procedimentos de identificação e
visitante: revista, será encaminhado por funcionário da Unidade ao
local de visitação;
I – para pessoa maior de 12 anos, deverão ser
apresentadas cópias dos seguintes documentos: XI – encerrada a visita, o visitante deverá aguardar o
adolescente ser encaminhado para o seu alojamento
a) documento oficial de identificação com foto (cédula de para, em seguida, dirigir-se a saída da Unidade,
identidade, carteira profissional, carteira nacional de conforme orientação dos servidores e da equipe técnica
habilitação); do respectivo Centro.
b) comprovante de residência atualizado; Parágrafo único. Não será admitida a entrada de visitante
que não apresentar o documento de identificação nas
II – para pessoa menor de 12 anos, deverá ser
condições estabelecidas nos incisos I e II deste artigo.
apresentada cópia do documento oficial de identificação
com foto ou do registro de nascimento; Art.12. No primeiro contato, o técnico deve informar a
Parágrafo único. A direção da unidade poderá solicitar família sobre a documentação necessária, o dia e horário
documentos adicionais. da visita, bem como as informações referentes ao
número permitido de visitantes, tipo de vestuário,
CAPÍTULO III alimentos liberados, normas de segurança, dentre outras
informações pertinentes.
DOS PROCEDIMENTOS PARA VISITAS
Art.13. As visitas poderão ser suspensas a qualquer
Art.11. Nos dias de visita, o visitante deverá observar os momento pela Direção da unidade, após a devida
seguintes procedimentos: avaliação realizada pela equipe técnica e pelo
I – para o ingresso na unidade, será exigida a Coordenador de Segurança, desde que devidamente
apresentação, na portaria, de documento original de fundamentado.
identificação oficial com foto. §1º A suspensão de que trata o caput deste artigo tem
II – para o caso do visitante ser menor de 12 anos, poderá caráter cautelar e pontual, devendo ser solicitada
se dispensada a apresentação de documento original de autorização ao Poder Judiciário imediatamente após a
identificação com foto, mediante a apresentação do suspensão da visita do Socioeducando, para fins de
registro de nascimento; avaliação da pertinência e emissão da respectiva
autorização, nos termos do art.124 do Estatuto da
III – o documento apresentado pelo visitante ficará retido, Criança e do Adolescente.
sob a guarda da portaria da unidade durante todo o
§2º Nos casos em que o Assistente Social ou o Psicólogo §4º A referida suspensão tem caráter cautelar e pontual,
de referência do adolescente entender que a visita é devendo, nestes casos, ser adotado o mesmo
prejudicial ao mesmo, tal fato deverá ser comunicado ao procedimento previsto no art.13 desta Portaria.
Diretor, que, baseados em motivos relevantes e
fundamentando a sua decisão, solicitará à autoridade CAPÍTULO IV
judiciária a suspensãoda visita, nos termos do §2º, do DA ENTRADA E SAÍDA DE OBJETOS E ALIMENTOS
art.124, do Estatuto da Criança e do Adolescente.
Art.19. Poderão ser entregues aos visitantes objetos
Art.14. Os locais de visitação devem passar por revista produzidos emoficinas desde que o Socioeducando
estrutural antes e depois da realização das visitas. proprietário manifeste o desejo de fazê-lo.
Art.15. Os socioeducandos deverão passar por revista §1º Os objetos entregues aos visitantes deverão constar
minuciosa antes e depois da realização das visitas. em lista elaborada previamente pelo instrutor e entregue
Art.16. Os socioeducandos deverão ser encaminhados à equipe técnica que estará de plantão no dia da visita.
aos locais de visitas somente depois que seus §2º Os objetos devem estar identificados com o nome do
familiares/visitantes já estiverem a sua espera e deverão Socioeducando e o nome do destinatário.
ser encaminhados aos seus alojamentos antes da saída
de seus familiares/visitantes dos locais de visitação. Art.20. É permitida a retirada de pertences dos
Socioeducandos (roupas, livros, correspondências etc.)
Art.17. As pessoas autorizadas à visitação deverão ser pelos familiares, mediante solicitação do
previamente definidas pela Equipe Técnica mediante
cadastro e após realização de entrevista, quando for o adolescente, após a avaliação da equipe técnica e desde
caso. que devidamente autorizado pela Direção da unidade.
§1º Os socioeducandos têm direito de visita dos filhos, §1º No momento da entrega dos pertences, deverá ser
independentemente da idade da criança. preenchido o Recibo de Entrega de pertence, constando
o nome do destinatário e do Socioeducando,
§2º Os irmãos dos Socioeducandos que apresentam discriminação dos pertences, data e assinatura.
idade entre 12 (doze) e 17 (dezessete) anos podem
realizar visitas mediante o acompanhamento do §2º É proibida a troca de pertences entre os
responsável legal. Socioeducandos.
Art.18. É proibida a entrada de visitantes: Art.21. Somente será permitida a entrada de alimentos
previstos em lista fornecida pela unidade, constando tipo
I – que estejam sob aparente efeito de uso de e quantidade e desde que devidamente acondicionados
substâncias psicoativas (lícitas ou ilícitas) ou de outros em sacos plásticos transparentes.
materiais proibidos;
§1º Os alimentos liberados deverão ser consumidos no
II – que sejam surpreendidos portando drogas, armas ou horário e local da visita, sendo vedado aos adolescentes
similares, bem como em outras situações em que o
levar qualquer alimento para os dormitórios.
Coordenador de Segurança e/ou Equipe Técnica conclua
pela existência de risco à segurança da unidade, §2º As quantidades e tipos de alimentos permitidos serão
devendo, nestes casos, ser realizado o registro no livro definidos pela direção, corpo técnico e coordenadores de
de ocorrência da unidade. segurança e será comunicado à família no momento do
cadastro.
§1º Após a revista, se encontrados materiais proibidos
(fósforos,isqueiros, armas artesanais, instrumentos §3º Os alimentos não consumidos na visita não podem
pontiagudos, etc) ou substâncias psicoativas mesmo ficar de posse dos Socioeducandos, devendo ser
lícitas (cigarro, fumos de qualquer natureza, remédios, devolvidos aos familiares, salvo autorização expressa da
etc), o visitante e/ou o Socioeducando serão conduzidos Direção da unidade, após avaliação de pertinência.
para registro de boletim de ocorrência e apresentados à
autoridade policial competente. §4º Todos os alimentos devem ser abertos e vistoriados
no ato da revista.
§2º O visitante que estiver portando arma ou de posse de
substâncias psicoativas ilícitas receberá voz de prisão CAPÍTULO V
pelo servidor de plantão, oportunidade em que deverá DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
ser acionada a Polícia Militar para a condução do
visitante e apreciação do fato pela autoridade policial. Art.22. Os casos excepcionais serão submetidos à
apreciação do Diretor da unidade que, após ouvir a
§3º O visitante flagrado com substâncias psicoativas equipe técnica e, caso julgue necessário, o coordenador
ilícitas ou armas terá a visita suspensa na unidade. de disciplina, decidirá.
Art.22. Os casos omissos serão decididos pelo
Superintendente do Sistema Estadual de Atendimento
Socioeducativo.
§1° A jornada será exercida das 8 (oito) às 17 (dezessete) Art. 5º Em caso de impedimento justificado de
horas, com intervalo para descanso e refeição de 1 (uma) cumprimento do plantão no dia previamente estipulado
hora. na escala de trabalho será autorizada,
excepcionalmente, a troca de escala, a qual deverá ser
§2° O horário do intervalo será determinado pelo Diretor solicitada em formulário próprio, conforme modelo
de cada Unidade, de acordo com a rotina da casa e constante do Anexo Único, limitada a no máximo 2 (duas)
mediante revezamento entre os integrantes da equipe. trocas mensais por profissional, vedada a substituição de
Art. 2° A jornada de trabalho dos socioeducadores é de mais de um plantão na mesma semana pelo mesmo
44 (quarenta e quatro) horas semanais e deverá ser profissional.
cumprida de domingo a domingo, em regime especial de §1º A solicitação deverá ser realizada com antecedência
escalas de 12 (doze) horas de trabalho por 36 (trinta e mínima de 72 (setenta e duas) horas, na qual deverá
seis) horas de descanso, nos períodos diurno e noturno. constar o motivo do pedido e a manifestação expressa
Parágrafo único. A jornada diurna será exercida das 7 da concordância de ambos os profissionais, ficando
(sete) às 19 (dezenove) horas e a noturna das 19 facultado ao Diretor da Unidade autorizar a permuta,
(dezenove) às 7 (sete) horas. desde que não haja prejuízo ao serviço, respeitada a
jornada de trabalho estabelecida nesta Portaria.
Art. 3° As jornadas de trabalhos diurnas e noturnas
seguem os princípios da continuidade e ininterrupção do §2º Autorizada a permuta, o substituto ficará responsável
serviço, haja vista a necessidade de monitoramento pela escala, sujeitando-se, em caso de descumprimento,
contínuo a fim de garantir o cumprimento das medidas às penalidades previstas na legislação aplicável.
socioeducativas, devendo ser assegurado o horário de
Art. 6º A falta injustificada ao trabalho enseja a perda da
repouso em regime de revezamento entre os admitidos.
remuneração correspondente.
§1° O intervalo a que se refere o parágrafo anterior será
§1º A ausência ao trabalho por motivo de doença e/ou
de no máximo 1 (uma) hora para refeições e descanso,
acidente deve ser comprovada mediante atestado
podendo ser fracionado, conforme necessidade
médico, o qual será entregue no RH da Unidade ou da
imperiosa do serviço, a critério do Diretor da Unidade.
SEAS no prazo máximo de 24hs após o afastamento.
§2° Por se tratar de serviço intermitente, não são
§2º No caso de impossibilidade de entrega pelo próprio
tolerados atrasos nas entradas dos plantões e ausências
admitido, o atestado poderá ser entregue por qualquer
da Unidade durante o intervalo, salvo autorização
pessoa, em nome daquele, ou encaminhado via e-mail
expressa do Diretor.
para o RH da Unidade ou da SEAS, no prazo fixado no
§3° Os atrasos e eventuais ausências da Unidade parágrafo anterior.
durante o intervalo, sem autorização, deverão ser
§3º A não observância do prazo estabelecido no §1º
anotados pelo respectivo Coordenador de Segurança ou
configura a falta como injustificada, ensejando o
pelo Auxiliar Administrativo responsável pelo RH no livro
desconto correspondente.
de registro de jornada de trabalho e os casos de
reincidência deverão ser informados à Corregedoria da §4º Os casos de reincidência de faltas injustificadas
SEAS, para as providências cabíveis. deverão ser informados à Corregedoria da SEAS, para
as providências cabíveis.
Art. 7º Para concessão do Adicional de Plantão Extra
previsto no artigo 13 da Lei Complementar n° 160, de 27
de dezembro de 2016, o Diretor da Unidade deverá
encaminhar ao RH da SEAS, até o dia 20 de cada mês,
a listagem com os nomes dos socioeducadores, a
quantidade de plantões extras trabalhados por cada um
e a justificativa, através de Comunicação Interna.
Art. 1º Fica estabelecida, na forma desta Portaria, a VI – Conhecimento das orientações e procedimentos
padronização de termos, normas, rotinas e práticos a serem adotados em caso de tentativa ou
procedimentos voltados para a prevenção do suicídio nos consumação de suicídio por adolescentes em
Centros Socioeducativos do Governo do Ceará, que cumprimento de medida socioeducativa de meio
deverão observar as regras estabelecidas a seguir. fechado, mediante o estabelecimento do papel de cada
profissional.
Art. 2° A presente Portaria destina-se à prevenção do
suicídio envolvendo adolescentes em cumprimento de CAPÍTULO II
medida socioeducativa de meio fechado ou outra
DA IDENTIFICAÇÃO DOS FATORES DE RISCO
especificada no Estatuto da Criança e do Adolescente
que importe a privação de liberdade.
Art. 5º As situações que envolvem a saúde mental dos I – Envolvimento em atividades pedagógicas: o
adolescentes devem ser identificadas pela equipe de adolescente deve estar devidamente incluído nas
referência do Centro Socioeducativo. atividades pedagógicas, inclusive aqueles portadores de
transtornos mentais, para que não sejam confinados em
Parágrafo único. Para os fins desta Portaria, compõem a alas ou espaços diferenciados, garantindo a reinserção
equipe de referência a que alude o caput deste artigo o social;
Psicólogo, o Assistente Social, o Enfermeiro e o
Socioeducador que atuam nos Centros Socioeducativos II – Fortalecimento do vínculo familiar: realização de
sob a responsabilidade e coordenação direta de seus atividades nos Centros Socioeducativos que comportem
respectivos diretores. a participação da família, tais como a realização do
“Abraços em Família” e das visitas familiares, além da
Art. 6º No atendimento, a equipe de referência deverá realização de visitas domiciliares, dentre outras
identificar os fatores de risco que envolvem o contexto estratégias que possam contribuir para o robustecimento
histórico, social e familiar do adolescente, considerando das relações estabelecidas entre o adolescente e sua
tanto fatos pretéritos como presentes, identificados a família;
partir do relato do adolescente, da família, bem como de
informações coletadas junto à rede de Saúde Mental III – Acompanhamento e avaliação contínua do
(Centro de Atenção Psicossocial, Hospital Mental etc). adolescente: o jovem em situação de cumprimento de
medida socioeducativa de meio fechado deverá contar
Art. 7º A equipe de referência deverá observar, durante com acompanhamento contínuo, a fim de verificar a sua
os atendimentos, os seguintes aspectos: saúde mental.
I – Se o adolescente apresenta comportamentos de Art. 9º A avaliação das condições da saúde mental do
automutilação, ideação suicida, atos suicidas, adolescente em cumprimento de medida socioeducativa
transtornos mentais leves ou graves; de meio fechado e os devidos encaminhamentos
deverão se dar nas primeiras 24 h (vinte e quatro horas)
II – Sobre o histórico de uso abusivo de substâncias
do primeiro atendimento, nos atendimentos periódicos ou
psicoativas, crises de abstinência e transtornos
associados ao uso de substâncias psicoativas, coletado quando necessário.
a partir das declarações do adolescente e da família;
III – Atenção às relações sociais vivenciadas pelo Art. 10. A equipe de referência deverá observar, para fins
adolescente, tais como: isolamento, vínculos familiares de prevenção do suicídio nos Centros Socioeducativos,
rompidos, rejeição da família, términos de os seguintes procedimentos:
relacionamento, negligência e abuso sexual;
I – Ao realizar o atendimento inicial, de rotina, deverá
V – Fatores da personalidade do adolescente, tais como: haver uma triagem minuciosa visando identificar, já no
intolerância a frustração, humor depressivo, problemas primeiro atendimento, possíveis sintomas que possam
emocionais e comportamentais, dentre outros. revelar a predileção do adolescente ao suicídio;
VI – O nível do risco a que o adolescente está submetido, II – Nos casos em que forem identificados sinais de
devendo ser classificado em: automutilação, ideação suicida, atos suicidas e de surto
a) Leve: risco que requer reavaliações periódicas da psicótico, o adolescente deve receber os devidos
equipe de referência, atendimento psiquiátrico no Centro encaminhamentos para atendimento psiquiátrico de
emergência, urgência ou mesmo internação em hospital
Socioeducativo e encaminhamento para o Centro de
de saúde mental, de acordo com o nível do risco
Atenção Psicossocial (Caps);
estabelecido no inciso VI, art. 7º, desta Portaria;
b) Moderado: risco que requer avaliações recorrentes,
podendo resultar em uma possível internação; III – Manutenção do adolescente em observação pelos
profissionais do Centro Socioeducativo no período que
c) Grave: risco que requer intervenções imediatas de sucede a sua internação em estabelecimento hospitalar
internação na rede de saúde especializada. especializado.
CAPÍTULO III §1º Cada caso deve ser visto na sua particularidade,
considerando os detalhamentos do Manual de
DOS FATORES DE PREVENÇÃO DO SUICÍDIO NOS
Prevenção do Suicídio do Sistema Socioeducativo do
CENTROS SOCIOEDUCATIVOS
Estado do Ceará
Art. 8º São considerados fatores de prevenção do
§2º Nos casos em que seja necessário o isolamento do
suicídio de adolescentes em cumprimento de medida
adolescente que esteja em tratamento, este somente
socioeducativa de meio fechado:
poderá se dar mediante decisão tomada entre a equipe
técnica e a direção do Centro Socioeducativo, baseada I – Realojar o adolescente em um local mais próximo da
em justificativa fundamentada em critérios clínicos. equipe e de melhor visualização;
DAS ABORDAGENS VERBAIS E NÃO VERBAIS AO III – Verificar os materiais que estão dentro do dormitório
ADOLESCENTE COM IDEAÇÃO ao alcance do adolescente, conforme os riscos
apresentados;
SUICIDA
IV – Retirar os materiais que apresentem risco ao
Art. 11. Para a identificação dos riscos de suicídio, faz-se adolescente;
necessário realizar o reconhecimento dos sentimentos e
pensamentos do adolescente, devendo os profissionais V – Registrar o caso em livro de ocorrência do Centro
que compõem a equipe técnica: Socioeducativo, para que toda a equipe tenha ciência
dos riscos;
I – Levar em consideração os sentimentos e
pensamentos do adolescente diante do desejo e VI – Observar o comportamento dos demais
comportamento suicida, observadas as suas fragilidades adolescentes, tendo em vista os riscos de suicídio
emocionais; coletivo;
II – Tomar todas as providências prontamente e afastar VII – Manter toda a equipe alerta;
do adolescente todos os materiais que apresentem risco,
tais como: lençóis, cadarço, perfurocortantes, VIII – Definir com a equipe um plano de horários,
medicamentos, dentre outros; principalmente para troca de plantões dos
socioeducadores, considerando que os riscos de suicídio
III – Demonstrar empatia e não menosprezar os aumentam nos plantões noturnos.
sentimentos e o discurso do adolescente diante do
momento de crise; Art. 15. O Socioeducador tem um papel muito importante
neste processo, devendo ter atenção redobrada e seguir
IV – Demonstrar tranquilidade nas situações de crise do as orientações desta Portaria e do Plano de Prevenção
adolescente; de Suicídio.
III – Encaminhar o adolescente, após a verificação das V – Informar à Superintendência do Sistema Estadual de
condições de saúde, para atendimento de emergência a Atendimento Socioeducativo (Seas) para que sejam
rede hospitalar especializada, com objetivo de se iniciados os procedimentos atinentes ao apoio ao funeral
proceder a uma avaliação médica emergencial, além da do adolescente;
medicação do adolescente e verificação das
VI – Acompanhar a família no reconhecimento do corpo
possibilidades de sua internação; junto ao Instituto Médico Legal (IML), bem como entregar
IV – Designar um Socioeducador para, nos casos de os pertences do adolescente à família, mediante
internação, acompanhar o adolescente durante todo o protocolo de recebimento.
período de internação, devendo o Psicólogo e o
§1º Nos casos de consumação de suicídio, compete ao
Assistente Social realizar a visita institucional, além de
Diretor do Centro Socioeducativo solicitar o Boletim de
solicitar relatório da equipe do hospital;
Ocorrência para a delegacia da área, bem como a Guia
V – Comunicar a família do adolescente acerca da Amarela do Instituto Médico Legal (IML).
internação, bem como orientar sobre os horários de
§2º Após a adoção das medidas de que tratam os incisos
visita, em conjunto com o setor de Serviço Social do
deste artigo, a equipe de referência deverá traçar um
Hospital;
plano de ação para atender os familiares do adolescente,
VI – Manter vigilância 24 h (vinte quatro horas) do bem como solicitar à equipe do Centro Socioeducativo
adolescente, enquanto não houver evolução do quadro, que intensifiquem as ações de prevenção de suicídio –
elaborando um Plano de Atendimento onde deverão ser por meio de atendimentos iniciais e grupais – e o reforço
abordadas estratégias de tratamento. de segurança nos dormitórios, tendo em vista os riscos
dos outros adolescentes adotarem ações de igual ou
§1º A equipe de referência deverá atender o adolescente similar natureza.
e procurar compreender o contexto do comportamento
suicida, atender sem julgamentos e utilizar a técnica de Art. 22. Em hipótese alguma devem ser feitos registros
aconselhamento. de imagens por parte de celulares particulares de
funcionários ou colaboradores.
§2º Após os cuidados de emergência, será necessário
realizar a avaliação psiquiátrica e providenciar o Parágrafo único. Caso alguma imagem seja divulgada
tratamento adequado, além da designação de um ilegalmente, os envolvidos serão responsabilizados
Psicólogo especificamente para acompanhar o caso. administrativamente e criminalmente.
Art. 23. Em todos os casos envolvendo situações de Art. 29. Ficam revogadas as disposições em contrário.
suicídio – tentado ou consumado –, o Diretor do Centro
Socioeducativo deverá realizar a comunicação imediata
à Corregedoria, à Assessoria Especial de Gestão e
Comunicação, à Assessoria Especial de Diretrizes
Socioeducativas e à Coordenadoria da Rede
Socioeducativa.
CAPÍTULO VII
CAPÍTULO VIII
CONSIDERANDO que a maneira de proporcionar o Art. 5º. O projeto de prestação de assistência religiosa
desenvolvimento espiritual aos adolescentes é a não compatível com o público alcançado terá como
interferência no conjunto de crenças, permitindo sua livre fundamento comum:
expressão e livre exercício do culto religioso;
I – o cuidado com a vida, o significado e o sentido da
CONSIDERANDO o relevante papel da assistência presença do adolescente no mundo, prezando-se pela
religiosa como ação provedora do respeito à dignidade e atenção à saúde física, mental e espiritual;
à vida em todas as suas manifestações e valores;
II – o cuidado com a vida que está no outro, respeitando-
CONSIDERANDO a importância de ofertar ao a em todos os seus aspectos, especialmente, a
adolescente a possibilidade do conhecimento e da integridade física, mental, moral e espiritual de cada ser
vivência espiritual por meio das instituições religiosas; humano;
RESOLVE:
III – o cuidado com a comunidade e o meio onde está
CAPÍTULO I – DO DIREITO À ASSISTÊNCIA inserido;
RELIGIOSA
IV – o cuidado com as crenças, os valores e os princípios
Art. 1º. É direito do adolescente em cumprimento de provedores de significado e sentido à vida de cada ser
medida socioeducativa receber assistência religiosa humano, sem fundamentar qualquer discriminação de
segundo a sua crença e desde que assim o deseje, origem, raça, opção sexual, cor, idade e quaisquer outras
formas de discriminação.
Art. 6º. Recebido o pedido de cadastramento pelo diretor Parágrafo Segundo. Para cada instituição religiosa,
da Unidade, este decidirá quanto ao deferimento ou não poderão ser cadastrados até 10 (dez) pessoas para
do cadastro em 10 (dez) dias úteis. exercício das atividades nos Centros Socioeducativos.
Art. 7º. Indeferido o pedido de cadastramento da Art. 11. São documentos necessários para o cadastro de
instituição religiosa, cabe recurso, no prazo de 5 (cinco) representantes das instituições religiosas:
dias úteis, para a Assessoria Especial de Diretrizes
I – requerimento subscrito pelo representante legal da
Socioeducativas (ASDIS).
instituição religiosa, na forma do anexo II;
Parágrafo Primeiro. Compete à ASDIS definir o fluxo de
II – cópia da cédula de identidade do requerente;
tramitação dos pedidos, conforme art. 10, inciso IV do
Decreto Estadual nº 31.988, de 12 de julho de 2016. III – ofício de apresentação emitido pelo responsável
legal pela instituição religiosa;
Parágrafo Segundo.
VI – documento que comprove o vínculo do cadastrado
Recebido o pedido de cadastramento pela
com a entidade;
ASDIS, esta poderá solicitar mais informações à
V – cópia da cédula de identidade do cadastrado.
instituição interessada para verificar o preenchimento
dos requisitos elencados acima, deferindo o prazo de 10 Art. 12. Não será admitido o cadastro de pessoa menor
(dez) dias úteis para resposta. de 18 (dezoito) anos de idade, salvo nos casos de grupos
de jovens, desde que acompanhado
Parágrafo Terceiro. As decisões quanto ao pedido de
revisão serão proferidas em 10 (dez) dias úteis pela por maiores de idade, com anuência dos pais ou
ASDIS, contados a partir do prazo final de que trata o responsável e a prévia ciência ao Juízo da Infância e
Parágrafo Segundo, se for o caso. Juventude.
Art. 8º. Aceito o cadastro, a SEAS, através das Direções Art. 13. Recebido o cadastro, os diretores dos Centros
dos Centros Socioeducativos, emitirá certificado de Socioeducativos verificarão se estão preenchidos os
cadastro da instituição religiosa. requisitos legais e, no prazo de 10 (dez) dias úteis, será
deferido ou não o cadastro mediante simples despacho.
Parágrafo Único. No caso de deferimento do pedido de
revisão formulado pela instituição pela ASDIS, esta Parágrafo Único. No caso de indeferimento, o despacho
comunicará ao Diretor do Centro Socioeducativo que a deverá ser fundamentado, indicando o motivo do
entidade está apta ao cadastro para que o respectivo indeferimento.
certificado de cadastro da instituição religiosa seja
emitido. Art. 14. Confirmado o cadastro, o representante da
instituição religiosa terá direito de acesso às
Art. 9º. O certificado de cadastro a que alude o artigo 8º dependências do Centro Socioeducativo para prestação
terá validade pelo período em que a instituição religiosa da assistência religiosa, observado o cronograma.
prestar assistência aos usuários do Sistema
Socioeducativo. CAPÍTULO IV – DO CRONOGRAMA DE PRESTAÇÃO
DE ASSISTÊNCIA RELIGIOSA
Parágrafo Único. Diante de alteração nos documentos
elencados no art. 4º, a instituição deverá apresentar Art. 15. Considera-se cronograma de prestação de
assistência religiosa o documento oficial, expedido pela
pedido de atualização do cadastramento.
Direção do Centro Socioeducativo e aprovado pela
CAPÍTULO III – DO CADASTRO DOS ASDIS, que contém as datas e os horários para
REPRESENTANTES DAS prestação da assistência religiosa pelas instituições
cadastradas.
INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS
Art. 16. O cronograma de prestação de assistência
Art. 10. Serão cadastradas, no âmbito do Centro religiosa será elaborado em comum acordo entre a
Socioeducativo, exclusivamente pessoas formalmente ASDIS, a direção do Centro Socioeducativo e os
indicadas pelas instituições religiosas e regularmente representantes das Instituições Religiosas cadastradas.
cadastradas naquelas, preenchidos os requisitos legais
estabelecidos abaixo. Art. 17. A Direção do Centro Socioeducativo e a ASDIS
agendará reuniões de planejamento com os
Parágrafo Primeiro. O vínculo da pessoa cadastrada com representantes das Instituições Religiosas cadastradas
a instituição religiosa deverá ser devidamente para o planejamento semestral do cronograma de
comprovado através de documentos hábeis. prestação de assistência religiosa.
Art. 20. Não é permitida a realização de rituais Art. 26. A decisão será fundamentada e remetida ao
eclesiásticos no interior dos Centros Socioeducativos. responsável pela instituição religiosa, que poderá, no
prazo de 10 (dez) dias úteis, interpor recurso ao
CAPÍTULO V – DOS PROCEDIMENTOS DE Superintendente.
SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA
CAPÍTULO VII – DA SUSPENSÃO E DO
Art. 21. Todos os representantes cadastrados pelas CANCELAMENTO DO
instituições religiosas ficam sujeitos às normas e
procedimentos de segurança vigentes no Centro CADASTRO DA INSTITUIÇÃO RELIGIOSA EM CASO
Socioeducativo, conforme Portaria de Segurança DE FALTAS AOS ENCONTROS AGENDADOS
Preventiva. Art. 27. A instituição religiosa que faltar, sem justificativa,
Parágrafo Único. Inclui-se, nesta disposição, a fiel a 03 (três) datas consecutivas ou 05 (cinco) datas
execução do projeto de assistência religiosa, conforme alternadas no período de 12 (doze) meses, agendadas
cadastro inicial, voltado ao fortalecimento de vínculos e no cronograma de prestação de assistência religiosa a
ao respeito do adolescente como sujeito de direitos em que alude o artigo 15 desta Portaria ficará sujeita à
condição peculiar de desenvolvimento. decretação da suspensão do seu cadastro.
Art. 22. O representante de instituição religiosa que se Art. 28. A instituição religiosa que faltar, sem justificativa,
negar a atender às normas e procedimentos de a 05 (cinco) datas consecutivas ou 10 (dez) datas
segurança vigentes no Centro Socioeducativo ficará alternadas, no período de 12 (doze) meses, agendadas
sujeito à suspensão ou ao cancelamento do cadastro. no cronograma de prestação de assistência religiosa a
que alude o artigo 15 deste documento ficará sujeita à
decretação do cancelamento do seu cadastro.
atribuições legais e, CONSIDERANDO as Regras das IV – a previsão dos planos de emergência e contingência;
Nações Unidas para Proteção de Jovens Privados de V – a regulamentação do uso da força como
Liberdade, de 14 de dezembro de 1990, da qual excepcionalidade;
o Brasil é signatário; CONSIDERANDO a Constituição VI – a designação das atribuições e postos de serviço;
Federal de 1988, que no seu art. 6º. define a segurança
como um direito social; CONSIDERANDO VII – a caracterização de deveres;
o disposto no artigo 125 da Lei Federal n.° 8.069/90 – VIII – a especificação dos instrumentos oficiais de
Estatuto da Criança e do Adolescente; CONSIDERANDO registros;
o Sistema Nacional de Atendimento
IX – o atendimento aos meios de comunicação social.
Socioeducativo (Sinase), estabelecido pela Lei Federal
CAPÍTULO II
nº. 12.594/2012, e as recomendações do Conselho
Nacional dos Direitos da Criança e Adolescente DAS ROTINAS OPERACIONAIS DE SEGURANÇA
PREVENTIVA
(Conanda); CONSIDERANDO o conteúdo do Regimento
Interno dos Centros Socioeducativos do Ceará de 2015; Art. 4° Consideram-se rotinas operacionais de
CONSIDERANDO a necessidade de Segurança Preventiva para os efeitos desta Portaria:
garantir a ordem pública e concretizar o interesse público I – o Controle da circulação de pessoas pelas
no âmbito dos Centros Socioeducativos do Estado do dependências dos Centros Socioeducativos;
Ceará; CONSIDERANDO que a segurança
II – a Identificação e a revista de funcionários(as),
socioeducativa diz respeito à manutenção da integridade visitantes, prestadores de serviços, fornecedores,
física, emocional e ambiental de toda a comunidade familiares de adolescentes e de veículos;
socioeducativa; RESOLVE:
III – a Programação Pedagógica Prévia de todas as
Art. 1º Instituir a padronização de termos, normas, rotinas atividades regulares desenvolvidas nos Centros
e procedimentos de Segurança Preventiva para todos os Socioeducativos;
Centros Socioeducativos do Estado do Ceará, de acordo
com as regras abaixo descritas. IV – os Instrumentos Oficiais de Registro, que são:
XII – a Conferência, o controle e a conservação das Parágrafo único. Os casos omissos que tratam da
chaves, cadeados, portões, portas e de todo o material e liberação e circulação de pessoas nos Centros
equipamentos inerentes ao regular exercício das Socioeducativos serão deliberados e autorizados pela
atividades de segurança; Direção do Centro.
§3º Fica proibido, na Revista de Busca Pessoal, qualquer VI – demais informações necessárias ao bom andamento
tipo de revista íntima, qual seja, todo procedimento que dos serviços.
obrigue o visitante, prestador de serviços e fornecedor a
Art. 17. A elaboração do Cronograma Diário compete
despir-se, fazer agachamentos ou dar saltos e submeter-
ao(a) Coordenador(a) Técnico(a) ou o(a) profissional
se a exames clínicos invasivos. indicado(a) pela Direção do Centro Socioeducativo,
Art. 14. Ficam dispensadas dos procedimentos de ouvido(a) o(a) Coordenador(a) de Segurança.
Revista de Busca Pessoal nas seguintes autoridades, Art. 18. A Direção, após ouvir a Coordenação Técnica,
devidamente identificadas:
indicará um(uma) servidor(a) para a execução do fluxo
I – Juízes; do Cronograma Diário.
I – autoridades federais: Presidente, Vice-Presidente da Art. 21. Recebido o Cronograma Diário, a Coordenação
República e Ministros; Técnica o examinará e, não havendo retificações,
encaminhará cópias do documento para as seguintes
II – autoridades estaduais: Governadores, Vice- áreas:
Governadores e, Secretários Estaduais;
I – Direção;
III – autoridades municipais: Prefeitos, Vice-Prefeitos e
Secretários. II – Coordenação de Segurança;
Art. 25. A Coordenação de Segurança manterá arquivo Art. 31. Os Instrumentos Oficiais de Registro não
dos Cronogramas Diários e os encaminhará à Direção no poderão ser reproduzidos nem disponibilizados a
último dia útil de cada mês. terceiros, exceto por ordem expressa da Direção ou da
autoridade superior.
Art. 26. A Direção mandará encadernar os Cronogramas
Diários na forma de livro mensal e os manterá Seção V
arquivados.
Da Revista Estrutural
Art. 27. O conteúdo do Cronograma Diário constitui
informação de segurança e não poderá ser noticiado a Art. 32. Considera-se Revista Estrutural, para os efeitos
terceiros não autorizados pela Direção ou ao(à) desta Portaria, a verificação das condições gerais de
adolescente. conservação, limpeza e segurança das dependências
dos Centros Socioeducativos, especialmente paredes,
Parágrafo único. A Direção do Centro Socioeducativo banheiros, lajes, beliches, grades, camas, alojamentos,
deverá observar as prerrogativas legais de acesso aos corredores de alas, arredores das casas, quadrantes,
documentos por Órgãos de monitoramento e controle. salas de aula, salas de atividade, ginásio de esportes e
equipamentos no intuito de averiguar a existência de
Seção IV eventuais irregularidades que possam causar prejuízo às
Dos Instrumentos Oficiais de Registros rotinas e procedimentos de segurança.
Art. 28. Consideram-se instrumentos oficiais de registro Parágrafo único. A Direção do Centro Socioeducativo
para os efeitos desta Portaria: será responsável por observar as prerrogativas legais
vigentes quanto à periodicidade das inspeções da
I – o Controle de Acesso de Pessoas – Anexo I; Vigilância Sanitária, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil,
Dedetização e Desratização, entre outros.
II – o Controle de Entrada e de Saída de Material
Utilizado pelo(a) Professor(a) – Anexo II; Art. 33. A Revista Estrutural tem natureza preventiva,
devendo ser realizada pelo menos 01 (uma) vez por
III – o Relato de Ocorrência Individual – Anexo III; semana, sendo intensificada sempre que necessário por
IV – o Relatório de Revista – Anexo IV; determinação da Direção ou do(a) Coordenador(a) de
Segurança.
V – o Relatório de Tipos de Eventos – Anexo V.
Art. 34. Compete ao(a) Coordenador(a) de Segurança
VI – o Relatório de Registro de Ocorrências Diárias – assegurar a realização da Revista Estrutural
Anexo VI; semanalmente.
VII – a Relação de Adolescentes Internados(as) – Anexo Art. 35. Os alojamentos dos(as) adolescentes deverão
VII; ser revistados, diariamente, no horário em que os(as)
adolescentes estiverem em atividades.
VIII – o Cronograma Diário – Anexo VIII;
Art. 36. Compete aos(as) Socioeducadores(as)
IX – os Livros de Registros.
escalados para as alas a realização da revista diária dos
Art. 29. Os Instrumentos Oficiais de Registro somente alojamentos, devendo o(a) Socioeducador de Fluxo
poderão ser adequados ou substituídos quando assegurar a realização do procedimento, comunicando
verificada a necessidade, por solicitação da Direção e ao(a) Coordenador(a) de Segurança, eventuais
prévia autorização do Superintendente, observado, em irregularidades encontradas.
todos os casos, os trâmites administrativos.
Parágrafo único. Qualquer situação de irregularidade,
dano ou mau uso dos utensílios deve ser devidamente
registrada no Livro de Ocorrências e notificada à Art. 40. O(A) adolescente será submetido a Revista de
Comissão Disciplinar para avaliação das infrações Busca Corporal sempre que sair e retornar para o
cometidas. alojamento e na saída das atividades.
Art. 39. A Revista Incerta poderá ser realizada com o §1º A realização de Revista Corporal Minuciosa ocorrerá
apoio da Polícia Militar, desde que presentes motivos nas seguintes situações:
sérios e fundamentados, mediante solicitação expressa
I – Após a realização das visitas;
da Direção do Centro Socioeducativo, que deverá
comunicar à Corregedoria da Seas e ao Sistema de II – Após a realização de atividades externas ao Centro
Justiça. Socioeducativo;
§1º A Direção do Centro Socioeducativo deverá elaborar III – Em caso de suspeitas de irregularidades
relatório circunstanciado e encaminhar à Corregedoria da
Seas em, no máximo, no 1º (primeiro) dia útil IV – Em situações de ocorrência.
subsequente, após a realização da Revista Incerta. §2° Excepcionalmente, o(a) adolescente poderá ser
§2º A Revista Incerta deverá respeitar os mesmos submetido(a) ao procedimento de agachamento.
procedimentos da Revista Estrutural. Seção VIII
§3º A excepcionalidade será justificada mediante Do Deslocamento dos Adolescentes
apresentação de argumentos quando da possibilidade de
evento de crise, conforme constante no Art. 43. O deslocamento dos(as) adolescentes consiste
no ato de ir e vir pelas dependências do Centro
CAPÍTULO IV, Seção I, desta Portaria. Socioeducativo e será monitorado pelo(a)
Socioeducador(a), que deverá conduzi-lo(á) lado a lado.
Seção VII
Parágrafo Único – O deslocamento poderá ser realizado
Da Revista de Adolescentes
com a utilização de algemas, nos casos de resistência ou
de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade
física dos(as) adolescentes ou de terceiros, devendo tal observadas as regras para abertura e encerramento de
procedimento ser justificado no Livro de Registro Próprio, Livros.
seguindo as orientações da Súmula Vinculante 11 do
Supremo Tribunal Federal (STF). Art. 50. Poderá ser implantado sistema de
monitoramento por câmeras nos Centros
Art. 44. Todo deslocamento será precedido de Revista de Socioeducativos, onde deverá conter o livro de
Busca Corporal, conforme previsto no art. 40. ocorrências no referido posto de monitoramento.
Art. 45. O deslocamento dos(as) adolescentes deverá ser Parágrafo único. Para os Centros Socioeducativos onde
realizado de forma organizada, preferencialmente, em o monitoramento já exista, é necessário manter um Livro
fila, não sendo permitido ao(a) adolescente se desviar da de Ocorrências para o posto de
rota proposta pelo(a) Socioeducador(a) ou se dirigir a
espaço que não seja o previsto no deslocamento. monitoramento por câmera.
Art. 46. São pertences permitidos nos alojamentos II – Livro de Registro de Atendimento Técnico;
dos(as) adolescentes: III – Livro de Carga – Secretaria Técnica;
I – colchão, cobertor, lençol, toalha, chinelo e vestuário IV – Livro da Família – Programa Famílias;
padronizado fornecidos pelo Centro Socioeducativo;
V – Livro de Registro de Parecer Técnico;
II – material de higiene pessoal fornecido pelo Centro
Socioeducativo; VI – Livro de Registro de Ocorrências do Monitoramento
por Câmeras;
III – 01 (um) livro sagrado por adolescente de acordo com
credo individual, respeitando o direito à crença de cada VII – Livro de Controle de Entrega de Materiais de
adolescente; Limpeza e Higiene;
IV – até 05 (cinco) cartas e até 05 (cinco) fotos, tamanho VIII – Livro de Registro e Controle de Estoque de
10x15, de familiares acondicionadas em envelope com o Medicação Psicotrópica;
nome completo do(a) adolescente fornecido pelo Centro
Socioeducativo; IX – Livro de Registro de Ocorrências da Enfermaria;
V – jogos e materiais pedagógicos fornecidos pelo Centro X – Livro de Registro de Prescrição Médica;
Socioeducativo; XI – Livro de Registro de Ocorrências da Odontologia;
VI – livros fornecidos pelo Centro Socioeducativo ou XII – Livro de Registro de Atendimentos Médicos, sendo
fornecidos por familiares com a apreciação técnica. livro individualizado por profissional;
Art. 47. Todos os pertences serão devidamente XIII – Livro de Registro de Rotinas da Ala, sendo livro
numerados para controle interno. individualizado por ala;
§1º Será garantido ao (a) adolescente os pertences XIV – Livro de Registro de Ocorrências de Escolarização;
referidos nesta seção.
Art. 52. Todos os livros, após o encerramento, serão
§2º No caso de danificação desses pertences por arquivados pelo(a) Coordenador(a) Técnico(a) do Centro
outros(as) adolescentes, a Comissão Disciplinar será Socioeducativo.
comunicada para realizar avaliação.
Seção XI
§3º No caso de dano realizado por agentes públicos, será
elaborado relatório circunstanciado e encaminhado à Da Relação de Adolescentes Internados
Corregedoria da Seas para as providências de apuração Art. 53. Considera-se relação de adolescentes
e responsabilização. internados(as), para os efeitos desta Portaria, o
Art. 48. Fica proibido aos(as) adolescentes trocarem documento onde constará o nome completo do(a)
entre si os objetos relacionados no art. 46 desta Portaria. adolescente, a ala e o alojamento onde está
localizado(a).
Seção X
Art. 54. A relação de adolescentes será atualizada
Do Registro de Ocorrências Diárias sempre que ocorrer:
Art. 49. Todas as ocorrências diárias deverão ser I – a transferência de adolescente de ala ou de
lançadas em livro próprio, por área de atuação, alojamento;
II – a internação de novo(a) adolescente; Socioeducativo, respeitadas as especificidades de cada
setor.
III – a desinternação de adolescente;
Art. 62. O planejamento a que se refere o art. 60 será
IV – a transferência de adolescente para outro Centro elaborado mensalmente, preferencialmente, na última
Socioeducativo. semana de cada mês, devendo conter, no mínimo, as
Art. 55. A atualização da relação de adolescentes seguintes ações:
internados(as) compete ao(a) Coordenador(a) de I – alocação nominal dos postos de serviços e escalas de
Plantão e ao(a) Relatorista e deverá conter, também, a plantão;
data e horário da atualização, na forma do Relatório de
Registro de Ocorrências Diárias – ANEXO VI. II – previsão, aquisição e disponibilização dos insumos e
recursos necessários no período;
Art. 56. A transferência do(a) adolescente de ala ou de
alojamento somente ocorrerá após a realização de III – avaliação de cenários potencialmente críticos para o
estudo de caso, que será dirigido pela Coordenação período;
Técnica e terá a participação do Técnico Social de
referência e do(a) Socioeducador(a) de Referência, com IV – avaliação das principais falhas e potencialidades
validação pela Comissão Disciplinar. encontradas.
Art. 57. A Coordenação de Segurança, mediante motivos Parágrafo único. Deverão ser providenciadas junto à
sérios e fundados, poderá, excepcionalmente, autorizar sede administrativa da Seas as adequações necessárias
a transferência do(a) adolescente de alojamento ou ala, ao regular cumprimento operacional das normas
devendo comunicar o fato imediatamente à Direção. estabelecidas, quando necessário.
Art. 59. A relação de adolescentes internados(as) será Art. 63. O plano de emergência faz referência a toda
disponibilizada para: situação, fato ou ocorrência que afete mediata ou
imediatamente a regularidade das rotinas
I – a Direção; operacionalmente instituídas e que causem danos
II – a Coordenação Técnica; prediais, materiais e/ou envolvam vítimas, requerendo,
portanto, a adoção de ações emergenciais que visam
III – a Coordenação de Segurança; interromper ou minimizar os danos causados pela
situação ocorrida.
IV – a Coordenação Administrativa;
Art. 64. O plano de contingência tem o objetivo de
V – a Coordenação de Plantão; descrever as medidas a serem tomadas pelos Centros
VI – a Gerência Administrativa; Socioeducativos para fazer com que os seus processos
e rotinas habituais voltem a funcionar plenamente, ou
VII – os Técnicos Sociais; num estado minimamente aceitável, o mais rápido
possível, após uma ocorrência de excepcionalidade,
VIII – ao Sistema de Justiça, ao menos semanalmente.
evitando uma paralisação prolongada que possa gerar
CAPÍTULO III maiores prejuízos à instituição e às pessoas envolvidas.
DO PLANEJAMENTO PARA A EXECUÇÃO DAS Art. 65. Os planos de ação a que se refere o presente
ROTINAS capítulo serão definidos e especificados em Protocolo
Interinstitucional estabelecido entre a Superintendência
OPERACIONAIS DE SEGURANÇA PREVENTIVA do Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo
(Seas), o Sistema de Justiça, o Sistema de Segurança
Art. 60. O planejamento da execução da segurança
Pública, a Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa) e a
preventiva dos Centros Socioeducativos compete ao(à)
Secretaria de Proteção Social, Justiça, Cidadania,
Diretor(a), ao(à) Coordenador(a) de Segurança e aos(às)
Mulheres e Direitos Humanos (SPS).
Socioeducadores(as) de fluxo, ouvidos(as) os(as)
coordenadores(as) das áreas que compõem todo o corpo Seção I
funcional.
Da Definição de Termos Relativos à Gestão da Ameaça
Art. 61. A execução do planejamento estabelecido no à Segurança
artigo anterior, sob a coordenação do(a) Diretor(a),
compete a todos os profissionais do Centro
Art. 66. Para os fins desta Portaria, definem-se os Art. 70. Evento Simples é aquele cuja ameaça à
seguintes termos e conceitos relativos à gestão de segurança é inferior à capacidade de resposta do(a)
ameaças à segurança dos Centros Socioeducativos. Coordenador(a) de Segurança e dos
Socioeducadores(as) presentes no plantão.
Art. 67. Evento é qualquer ocorrência interna que obstrua
o desenvolvimento regular da rotina de funcionamento do Parágrafo único. Os elementos que compõem um evento
Centro Socioeducativo, comprometendo, mediata ou simples são: ameaças verbais; desacatos; agressões
imediatamente, a sua segurança. indiretas (atirar comida, chinelo, urina,
Parágrafo único. Os elementos que compõem um evento fezes, água); danos ou destruição de materiais
são: pedagógicos ou de consumo; tentativa ou destruição de
patrimônio, pequeno dano estrutural; destruição pontual,
I – Ameaça à integridade física do(s) adolescente(s) sem prejuízos no funcionamento do estabelecimento;
interno(s); atentado contra a própria integridade física resultando
II – Ameaça à integridade física dos(as) servidores (as), em escoriações ou lesões leves; agressão a terceiro sem
contratados (as), funcionários(as), colaboradores ou resultar em lesão; inexistência de armas brancas,
terceiros; artefatos cortantes, perfurantes ou impactantes; ação
protagonizada por um a três adolescentes.
III – Ameaça ao patrimônio público.
Art. 71. Evento Complexo é aquele cuja ameaça à
Art. 68. A avaliação de um evento é composta pelos segurança é superior à capacidade de resposta do(a)
seguintes elementos, assim constituídos: coordenador(a) e dos socioeducadores(as) presentes na
Unidade, cuja resolução é possível pela coordenação
I – Cenário: são os elementos objetivos constituintes de
dos setores do Centro Socioeducativo e/ou pela atuação
um evento, destacando-se: os fatos desencadeadores, o
da Direção.
grau de articulação e organização dos insurgentes, o
perfil da(s) liderança(s), a motivação e o intento, o grau Parágrafo único. Os elementos que compõem um Evento
de adesão dos demais internos, a existência ou não de Complexo são: todos os elementos do evento simples
reféns, as facções existentes, os que não tenham resolução mediante mera presença ou
aplicação de advertência verbal; agressão resultando em
objetos que possam ser usados como arma, o vigor e a
lesão corporal média ou grave, sem ameaça à vida;
agressividade, a intensidade com que os rebelados
existência de armas brancas; destruição extensa do
dominam os espaços físicos da Unidade, a existência ou
patrimônio público, consideráveis danos à estrutura física
não de articulação da insurgência com grupos criminosos
do Centro Socioeducativo, prejudicando o funcionamento
externos à Unidade;
de um setor; evento restrito a um setor específico,
II – Capacidade de Resposta: é o limiar de resolução de alojamento, ala, setor, quadra, campo, pátio ou solário;
eventos de cada Centro e é determinada pelo ação protagonizada por um grupo restrito de internos,
conhecimento e domínio da estrutura física da Unidade, evento não generalizado; existência de refém, sem
pela capacidade de comando, pela capacidade analítica flagrante ameaça à vida, sem sevícias, sem uso de
em situações de tensão, pelo equilíbrio em situações de violência física, com possibilidade de negociação não
alta exigência emocional, pela resistência e prontidão especializada; incêndio de pequena proporção passível
física, pelo treinamento em negociação e táticas de ser extinto com recursos do Centro Socioeducativo.
interventivas, pelos equipamentos de segurança
Art. 72. Evento Crítico é aquele cuja ameaça à segurança
disponibilizados, pela articulação
é superior à capacidade de resposta de todos os setores
intersetorial da Unidade e pela existência ou não de do Centro Socioeducativo, cuja resolução só é alcançada
planos de contingência, bem como outros fatores que com a cooperação do Sistema de Segurança Pública e
venham influenciar a qualidade e velocidade da resposta de Justiça.
da organização;
Parágrafo único. Os elementos que compõem um Evento
III – Escalonamento da Força: é a medida de força Crítico são: os elementos do Evento Complexo que não
necessária para a resolução de um evento no qual se puderam ser solucionados pela equipe
esgotaram os demais meios de dissuasão,
da Unidade; existência de armas de fogo; destruição
sendo mensurado pela comparação entre a Capacidade extensa do patrimônio público, inutilização de uma área
de Resposta da Instituição responsável pela utilização de do Centro Socioeducativo; evento disseminado em
força naquele evento e a força necessária para diversos setores; número de insurgentes duas vezes
superação de seu cenário gerador. superior ao número de socioeducadores(as) presentes
no estabelecimento; existência de refém(ns), com
Art. 69. Os eventos podem ser classificados como flagrante ameaça à vida; sevícias contra outros
simples, complexo e crítico. adolescentes ou funcionários(as); incêndio em grande
área, não controlável pelos funcionários; perda de
controle de 50% ou mais do estabelecimento; morte. XI – designar e garantir a participação dos(as)
Socioeducadores (as) nas reuniões de estudo de caso,
CAPÍTULO V reuniões e execução de agenda do Plano Individual de
DA DESIGNAÇÃO DAS ATRIBUIÇÕES, DOS POSTOS Atendimento (PIA), visitas agendadas e demais
DE SERVIÇO E DOS PLANTÕES atividades educativas que exijam a participação desse
profissional;
Seção I
XII – comunicar, por escrito, à Direção do Centro
Do Coordenador de Segurança Socioeducativo, os casos de quebra de procedimentos
ou normas de segurança.
Art. 73. O(A) Coordenador de Segurança será
designado(a) pela Superintendência do Sistema Seção II
Estadual de Atendimento Socioeducativo (Seas) por
meio de Portaria, ouvida a Direção do Centro Do Socioeducador de Fluxo
Socioeducativo e a Corregedoria da Seas. Art. 75. Os Socioeducadores de Fluxo e seus substitutos
Art. 74. Compete ao Coordenador de Segurança: serão indicados pela Direção do Centro Socioeducativo,
ouvidos o(a) Coordenador(a)
I – comunicar a Direção do Centro a ocorrência de falta
disciplinar de adolescentes ou colaboradores(as); Técnica e o(a) Coordenador(a) de Segurança.
II – atuar como apoio e suporte à Direção do Centro Art. 76. Compete aos (as) Socioeducadores(as) de Fluxo:
Socioeducativo por meio do planejamento, supervisão e I – comunicar ao(a) Coordenador(a) de Segurança a
execução das rotinas, visando à segurança dos ocorrência de falta disciplinar de adolescentes e
adolescentes, servidores(as) e visitantes; colaboradores(as);
III – zelar pela garantia da execução dos procedimentos II – atuar como apoio e suporte ao(a) Coordenador(a) de
de segurança e o cumprimento das normas Segurança e à Direção do Centro Socioeducativo,
estabelecidas pela Instituição; participando do planejamento, supervisão e execução
IV – organizar a execução das atividades diárias das rotinas, visando à segurança dos(as) adolescentes,
destinadas aos adolescentes, delegando tarefas aos (as) servidores(as), colaboradores(as), funcionários(as) e
coordenadores(as) de turno e Socioeducadores(as), visitantes;
observando as condições de recursos humanos, III – garantir a execução dos procedimentos de
materiais e estruturais para a execução de tais segurança e o cumprimento das normas estabelecidas
atividades; pela Instituição;
V – acompanhar e registrar a saída de adolescentes para IV – organizar a execução das atividades diárias
atividades externas, audiências, necessidades médicas estabelecidas no Cronograma Diário, delegando tarefa
e recâmbios; aos(as) Socioeducadores(as), observando as condições
VI – solicitar à Coordenação Administrativa consertos e de recursos humanos, materiais e estruturais para a
reparos das instalações e equipamentos relacionados execução de tais atividades;
com a segurança, comunicando sempre à Direção as V – acompanhar e registrar a saída de adolescentes para
solicitações efetuadas; atividades externas e outros motivos, como audiências,
VII – manter arquivo de registro de ocorrências e necessidades médicas e recâmbios;
informações relativas às rotinas para subsidiar a Direção VI – solicitar ao(a) Coordenador(a) de Segurança a
e demais áreas profissionais; realização de consertos e reparos das instalações e
VIII – repassar informações entre as equipes de trabalho equipamentos relacionados com a segurança;
para preservar as rotinas de segurança, transmitir e zelar VII – repassar informações entre as equipes de trabalho
pela efetivação das determinações da Direção do Centro para preservar as rotinas de segurança, transmitir e zelar
Socioeducativo; pela efetivação das determinações do(a) Coordenador(a)
IX – convocar e dirigir reuniões com os(as) de Segurança e da Direção do Centro Socioeducativo;
Socioeducadores(as) para orientar, retomar e adequar VIII – garantir a execução das atividades previstas no
rotinas de segurança; Cronograma Diário;
X – garantir a execução das atividades previstas no IX – comunicar, por escrito, os casos de quebra de
Cronograma Diário e nunca alterá-las sem prévia procedimentos ou normas de segurança ao Coordenador
autorização da Direção do Centro Socioeducativo, ouvido de Segurança e na ausência deste à Direção do Centro
a Coordenação Técnica; Socioeducativo.
Seção III XV – demais materiais e equipamentos relacionados ao
bom funcionamento da Unidade.
Dos Relatoristas
Art. 82. Na hipótese de qualquer alteração considerada
Art. 77. Cada uma das equipes de Socioeducadores(as) prejudicial ao bom funcionamento do serviço, o(a)
contará com 01 (um/uma) Relatorista, escolhido(a) entre Socioeducador(a) deverá solicitar a presença do(a)
os(as) Socioeducadores(as) da respectiva equipe e Coordenador(a) de Segurança e do Socioeducador(a) de
indicado(a) pela Direção. fluxo para ciência e resolução do problema.
Art. 78. Compete ao(a) Socioeducador(a) Relatorista: Seção V
I – redigir o Relatório de Registro de Ocorrências Diárias, Do Plantão Noturno
observado o Anexo VI desta Portaria;
Art. 83. O plantão noturno funcionará em regime de
II – redigir e atualizar a Relação de Adolescentes revezamento entre os (as) Socioeducadores(as).
Internados, observado o Anexo VII desta Portaria;
Art. 84. O(A) Socioeducador(a) poderá permanecer por
III – participar das atividades diárias conforme orientação até 06 (seis) meses sucessivos no plantão noturno,
e escala estabelecida pelo(a) Coordenador(a) de prorrogável uma vez por igual período, a critério da
Segurança. Direção do Centro Socioeducativo, mediante decisão
Art. 79. O Relatório de Registro de Ocorrências Diárias é fundamentada.
documento técnico e não deve conter opiniões pessoais, Art. 85. É prerrogativa da Direção transferir, a qualquer
ou anotações desrespeitosas em relação aos tempo, o(a) Socioeducador(a) para o turno diurno,
profissionais, adolescentes, visitantes ou autoridades. atendendo aos interesses da Administração Pública.
Seção IV Art. 86. Compete ao plantão noturno, sob a supervisão
Do Posto de Serviço e da Conferência de Materiais e do(a) Coordenador(a) de Segurança e do
Equipamentos Socioeducador(a) de fluxo:
Art. 80. Considera-se posto de serviço, para os efeitos I – servir o lanche noturno e o café da manhã aos(as)
desta Portaria, o local onde o(a) Socioeducador(a) foi adolescentes;
escalado(a) para trabalhar. II – recolher as marmitas e as sobras de alimentação,
Art. 81. Ao assumir o posto de serviço, o(a) retirá-las das alas e colocá-las no local adequado para o
Socioeducador(a), deverá conferir os seguintes materiais descarte;
e equipamentos, bem como as suas condições de uso: III – desligar as televisões e rádios nos horários
I – chaves; programados no Cronograma Diário;
VII – comparecer e cumprir integralmente a jornada de XXII – não realizar pregações políticas ou religiosas
trabalho ordinária, para execução das atividades que lhe dentro do Centro Socioeducativo;
competem, respeitando os horários
XXIII – não retirar documentos do Centro Socioeducativo,
de comparecimento ao trabalho e intervalos estipulados salvo mediante expressa autorização da Direção;
para a refeição;
XXIV – prestar esclarecimentos em sindicâncias ou
VIII – atender às convocações extraordinárias para outros processos administrativos sobre fatos de que tiver
trabalho ou capacitação, assegurados os direitos ciência;
previstos em Lei;
XXV – não realizar registro ou divulgação de imagem, em
IX – apresentar-se para o trabalho com vestuário nenhuma circunstância, dos(as) adolescentes, mesmo
apropriado ou uniformizado, quando exigido, e em atividades e procedimentos externos.
identificação nominal em local visível;
Parágrafo único. Os deveres estabelecidos nesta
X – registrar sua frequência em livro de ponto específico Portaria não eximem o(a) servidor (a) do cumprimento de
ou outro instrumento regular que comprove a jornada de outros deveres previstos na legislação vigente ou em
trabalho; outras Portarias que igualmente são aplicáveis aos
mesmos, podendo os descumprimentos ensejar o
XI – não se ausentar de seu posto de trabalho, salvo afastamento cautelar do(a) servidor(a) ou admitido(a),
mediante expressa autorização do seu superior imediato; até a finalização do Procedimento Administrativo ou
XII – em casos de faltas ao trabalho, apresentar Sindicância instaurados pela Corregedoria da Seas,
atestados médicos no Centro Socioeducativo de lotação resguardado o devido processo legal e o direito da ampla
no prazo máximo de 24 horas após o início do defesa e do contraditório do (a) servidor (a) e ou
afastamento; colaborador(a).
I – submeter-se às rotinas e procedimentos de segurança Art. 96. Esta Portaria entra em vigor na data de sua
e cooperar para o ambiente de paz social no interior do publicação.
Centro Socioeducativo;
Art. 97. Ficam revogadas as disposições em contrário.
II – cumprir os compromissos e obrigações decorrentes
do Cronograma Diário;
CAPÍTULO VII
§2º Não havendo disponibilidade de vaga, a Central de IV – cópias da decisão que determinou a Internação ou
Internação Sanção.
Regulação de Vagas (CRV) deverá proceder nos termos
do art. 4º desta Portaria. Parágrafo Único. Quando a medida cautelar for
decretada durante Plantão Judiciário, a Guia de
§3º As informações referentes ao jovem ou adolescente
Internação Provisória será expedida e enviada pelo Juiz
objeto da solicitação de vaga serão registradas em
de conhecimento, no prazo de 48h.
sistema próprio, para inclusão em fila de espera,
conforme critérios estabelecidos nesta Portaria e Art. 14. Prolatada a sentença e mantida a medida
Resolução 367/2021 do Conselho Nacional de Justiça. socioeducativa privativa de liberdade, seja de Internação
ou Semiliberdade, deverá o juízo do processo de
Art. 10. Nos casos de solicitação de vaga para maior de
conhecimento comunicar, em 24 (vinte e quatro) horas e
18 anos, que além do ato infracional/medida
remeter cópia dos seguintes documentos ao órgão gestor
socioeducativa, responder em liberdade a processo-
do atendimento socioeducativo e ao juízo da execução:
crime, a Central de Regulação de Vagas providenciará,
junto a Vara de Execução da medida socioeducativa, a I – sentença ou acórdão que decretou a medida;
apresentação do jovem, visando a análise prevista no §1º
do Art. 46 da Lei nº 12.594/2012. II – estudos técnicos realizados durante a fase de
conhecimento;
Parágrafo Único. Nos casos de encaminhamento de
maior de 18 anos, que tenha sido beneficiado por alvará III – histórico escolar, caso existente.
de soltura em virtude de processo-crime, Art. 15. Tratando-se de adolescente submetido a
deverá ser realizada a apresentação do jovem à Vara de internação sanção, deverá ser encaminhado cópia do
Termo de Audiência em que foi decretada a
Execução da medida socioeducativa, pela Unidade do
Sistema Prisional na qual se encontrava preso, e, medida.
somente após análise judicial, deverá ser realizado o
encaminhamento do mesmo ao Sistema Socioeducativo, Parágrafo Único. Havendo decisão judicial de internação
ante a indispensável necessidade de solicitação de vaga sanção, imposta a adolescente que não está privado de
ao Poder Executivo e a possível aplicabilidade do §1º do liberdade em Centro Socioeducativo, é necessário
Art. 46 da Lei 12.594/2012. encaminhamento do termo de audiência que decretou a
Internação Sanção e os documentos contidos no Art. 13
Art. 11. Em quaisquer casos previstos no artigo 8º desta e incisos, desta Portaria.
Portaria, havendo sentença penal condenatória em
regime semiaberto ou fechado, o Juízo competente CAPÍTULO V
Art. 19. Para a definição do Centro Socioeducativo no §2º Em caráter excepcional, visando resguardar a
qual se dará o ingresso do adolescente, a Central de incolumidade do socioeducando, poderá ser realizada a
Regulação de Vagas (CRV) observará o que dispõe o transferência entre Centros Socioeducativos de cidades
inciso VI, Art. 124 c/c Art. 125 da Lei nº 8.069/90. distintas, devendo a Central de Regulação de Vagas, no
prazo de 01 (um) dia útil, justificar, por meio de ofício à
CAPÍTULO VII autoridade judiciária responsável pela execução da
medida socioeducativa, bem como realizar a articulação
DO CUMPRIMENTO DE MANDADO DE BUSCA E
necessária para regularizar a situação processual do
APREENSÃO
socioeducando, no prazo máximo de 05 (cinco) dias
Art. 20. O mandado de busca e apreensão deverá ser úteis.
cumprido pela autoridade policial na forma estabelecida
§3º As transferências internas que alteram o local do
no respectivo mandado pela autoridade judiciária
competente. cumprimento da medida quanto ao município, e que,
portanto, alteram necessariamente a Vara Judiciária
§1º Os jovens e adolescentes apreendidos por força de competente pela execução da medida socioeducativa,
mandado de busca e apreensão, oriundos das Varas da deverão ser articuladas com o Poder Judiciário.
Infância de Fortaleza, deverão ser apresentados pela
Art. 23. A transferência entre unidades socioeducativas
autoridade policial à autoridade judiciária competente, na
será excepcional e devidamente fundamentada no Plano
forma estabelecida no caput deste artigo, salvo se seu
Individual de Atendimento (PIA),
cumprimento se der fora do expediente forense.
podendo ocorrer nas seguintes hipóteses:
§2º Na capital cearense, nos casos em que o
cumprimento de mandado de busca e apreensão se der I – gerenciamento de crises ou emergências identificadas
fora do expediente forense, deverá a autoridade= policial pelas equipes da unidade, tais como risco iminente de
encaminhar o jovem ou adolescente à Unidade de morte do adolescente ou à sua integridade física, motins
Recepção, mediante apresentação de, pelos menos, e rebeliões, mediante comunicação à autoridade
ofício de encaminhamento assinado pelo Delegado de judiciária;
Polícia competente, cópias do mandado de busca e
II – por solicitação do adolescente ou responsável legal, §1º A comunicação prevista no caput deste artigo não
decorrente de mudança de domicílio que implique exclui a obrigatoriedade de comunicação à autoridade
alteração de competência, comunicando- se judiciária competente, que também deverá ser realizada
imediatamente, o sistema de justiça, nos autos do pela Direção do Centro Socioeducativo.
processo de conhecimento ou de execução para que se
promova avaliação da necessidade de eventual §2º Não sendo possível a realização da comunicação
delegação de execução da medida imposta. mediante imediata, deverá ser observado o prazo máximo de 1
decisão judicial, ouvidos o Ministério Público, defesa e a (um) dia útil.
Seas;
CAPÍTULO XI
III – para adequação à capacidade de ocupação da
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
unidade, nos termos do inciso III do artigo anterior,
mediante decisão judicial, ouvidos o Ministério Público e Art. 27. Os Centros Socioeducativos devem encaminhar
a defesa. para a Central de Regulação de Vagas (CRV),
diariamente e preferencialmente até as 9 (nove) horas,
§ 1º. A transferência entre unidades não poderá ser através de correio eletrônico, a relação nominal e
utilizada como sanção disciplinar. atualizada dos socioeducandos, inclusive relacionando
§ 2º. A transferência para fins de gerenciamento de crise todos os socioeducandos desligados, seja por evasão,
ou emergência dar-se-á de forma excepcional e transferência, decisão judicial, falecidos ou outras
subsidiária, quando todas as tentativas de adesão à hipóteses de desligamento.
medida socioeducativa tiverem sido esgotadas pela Art. 23. A inobservância das normas constantes desta
gestão do Sistema Estadual de Atendimento Portaria poderá implicar aos servidores ou colaboradores
Socioeducativo, e perdurará pelo tempo estritamente deste órgão a responsabilização nas esferas cível,
necessário à superação da crise ou situação de administrativa e penal pelo exercício irregular de suas
emergência que a justificou. atribuições, quando resultar em prejuízo ao erário ou a
§ 3º. Recebida a comunicação sobre transferência terceiros.
realizada na hipótese do inciso I, o juiz intimará o Art. 24. Esta Portaria entra em vigor na data de sua
Ministério Público e a defesa para ciência e publicação.
manifestação.
Art. 25. Revogam-se as disposições em contrário.
§ 4º. Em qualquer hipótese, a transferência entre
unidades socioeducativas deverá respeitar o percentual
de 100% da taxa de ocupação dos estabelecimentos
socioeducativos envolvidos.
CAPÍTULO IX
DA TRANSFERÊNCIA EXTERNA
CAPÍTULO X
I – Lésbica: Mulher (cis ou trans) que é atraída afetiva Parágrafo único. O registro de admissão no Sistema
e/ou sexualmente por pessoas do mesmo sexo/gênero Estadual de Atendimento Socioeducativo deverá conter o
(cis ou trans); nome social.
II – Gay: Homem (cis ou trans) que é atraído afetivo e/ou Art. 3º Deverão ser oferecidos espaços de convivência
sexualmente por pessoas do mesmo sexo/gênero (cis ou aos indivíduos gays em cumprimento de medida
trans); socioeducativa nos Centros Socioeducativos
masculinos, considerando a sua segurança e especial
III – Bissexual: É a pessoa que se relaciona afetiva e vulnerabilidade.
sexualmente com pessoas de ambos os gêneros em
algum período da vida; Parágrafo único. Os espaços para essa população não
devem se destinar à aplicação de medida disciplinar ou
IV - Mulher Travesti: é a pessoa do gênero feminino que, de qualquer método coercitivo, devendo ir ao convívio
embora tenha sido biologicamente designada como comum aos adolescentes.
pertencente ao sexo masculino ao nascer, ao longo da
vida reivindica o reconhecimento social e legal como Art. 4º As pessoas travestis e transexuais masculinas e
mulher pelo princípio da autodeclaração. É também uma femininas devem ser encaminhadas para os Centros
identidade política, haja vista que afirmar-se travesti tem Socioeducativos femininos.
como propósito a ressignificação da identidade de uma
Parágrafo único. Às mulheres travestis e transexuais
população que no passado foi estigmatizada.
deverá ser garantido tratamento isonômico ao das
V- Transexuais: Pessoas que possuem uma identidade demais mulheres do Sistema Estadual de Atendimento
de gênero diferente do sexo/gênero designado no Socioeducativo.
nascimento. As pessoas transexuais podem
Art. 5º Às pessoas travestis ou transexuais em
ou não desejar terapias hormonais ou cirurgias de cumprimento de medida socioeducativa serão facultados
afirmação de gênero, podendo identificar-se como: o uso de roupas femininas ou masculinas, conforme o
gênero, e a manutenção de cabelos compridos, se o tiver,
Mulher transexual: É a pessoa do gênero feminino que garantindo seus caracteres secundários de acordo com
embora tenha sido biologicamente designada como sua identidade de gênero.
pertencente ao sexo/gênero masculino ao nascer,
reivindica o reconhecimento social e legal como mulher Art. 6º É garantida à população LGBTQIAP+ em
pelo princípio da autodeclaração. cumprimento de medida socioeducativa a atenção
integral à saúde, atendidos os parâmetros daPolítica
Homem transexual: É a pessoa do gênero masculino que Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays,
embora tenha sido biologicamente designada como Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT) e da Política
pertencente ao sexo/gênero feminino ao nascer, de Atenção Integral à Saúde dos Adolescentes em
reivindica o reconhecimento social e legal homem pelo Conflito com a Lei, em Regime de Internação e
princípio da autodeclaração. Internação Provisória (PNAISARI).
VI – Queer: Termo ainda não consensual, mas utilizado Parágrafo único. Às Mulheres travestis, transexuais ou
para denominar a pessoa que não se enquadra em homem transexual no Sistema Estadual de Atendimento
nenhuma identidade ou expressão de gênero, Socioeducativo, serão garantidos a manutenção do seu
considerado-se um termo guarda-chuva. A palavra tratamento hormonal e o acompanhamento de saúde
originalmente tem o significado de “estranho” ou específico, sendo necessário estar nos conformes da
“peculiar”, mas nos últimos anos o termo foi resignificado, resolução nº 2.265, de 20 de setembro de 2019, sobre o
passando a ser utilizado na forma de afirmação política cuidado específico com a pessoa transgênero.
das pessoas que reivindicam essa identidade.
Art. 7º A transferência compulsória entre dormitórios e
VII - Intersexo: As pessoas intersexo são aquelas cujo alas ou quaisquer outros castigos ou sanções em razão
corpo varia do padrão de masculino ou feminino da condição de pessoa LGBTQIAP+ são considerados
culturalmente estabelecido. tratamentos desumanos e degradantes.
Art. 8º Será garantido à pessoa LGBTQIAP+, em
igualdade de condições, o acesso e a continuidade da
sua formação educacional e profissional sob a
responsabilidade do Estado.
benefício pecuniário, financeiro ou complementar. §1º As faltas disciplinares são de natureza leve, média ou
grave.
Art. 7º. O Conselho Disciplinar será organizado de
acordo com as peculiaridades de cada unidade, devendo Art. 11. São faltas disciplinares de natureza leve:
ter regularidade de reuniões ao menos semanais ou
I - Possuir, portar ou utilizar objetos e/ou valores não
quando solicitado pela direção da unidade.
concedidos ou não autorizados pela unidade;
CAPÍTULO II
II - Desperdiçar ou usar indevidamente materiais
DAS PRÁTICAS RESTAURATIVAS fornecidos pelo Estado;
Art. 8º. O Conselho Disciplinar é responsável por III - Entregar correspondência, bilhete ou similar, sem o
encaminhar os casos de faltas disciplinares à prática conhecimento e autorização dos profissionais da
restaurativa, verificando sua aplicabilidade. unidade;
XVIII - Recusar a entrar ou sair de dormitório/alojamento V - Danificar roupas ou objetos de outrem, fornecidos
quando solicitado; pela unidade ou familiares;
XIX - Ter a posse de papéis, lápis, canetas, pincéis, VI - Atrasar-se, sem justa causa, no retorno à unidade,
pendrive, fitas adesivas, documentos, objetos, valores ou no caso de saída autorizada;
qualquer outro material pedagógico não concedido ou VII - Dificultar ou recusar-se a submeter-se à revista
não autorizado pela Unidade; pessoal, de seu dormitório, bens ou pertences;
XX - Estar indevidamente trajado; VIII - Fazer uso de medicação prescrita para outro
XXI - Recusar-se a ingerir medicamento prescrito, de uso adolescente, socioeducando ou fornecer sua medicação
controlado, sem justificativa. para outro adolescente;
XXII - Ficar nos portões e janelas durante as atividades IX - Sair para qualquer atividade externa e desviar-se de
pedagógicas, interrompendo o prosseguimento da seu percurso ou separar-se sem autorização, quando
atividade; acompanhado ou não de um funcionário da unidade;
XXIII - Trocar ou doar refeição entre os adolescentes XI - Tentar fugir ou facilitar fuga sem êxito de outrem da
após ela ser servida. unidade sem ameaça ou violência;
Art. 12. São medidas disciplinares aplicáveis em caso de XII - Danificar bens e materiais fornecidos pelo Estado;
transgressões leves: XIV - Tentar provocar incêndio;
I - Advertência verbal; XV - Praticar lesão corporal leve;
II - Advertência escrita, assinada pelo adolescente e/ou XVI - Induzir ou instigar pessoa a praticar falta disciplinar
02 (duas) testemunhas, e arquivada ao seu prontuário; de natureza média;
III - Suspensão da prática recreativa e de lazer pelo prazo XVII - Cometimento reiterado de infrações de natureza
de até 02 (dois) dias; leve;
IV - Suspensão da prática esportiva pelo prazo de até 03 XVIII - Atuar de maneira inconveniente, apresentando
(três) dias; comportamentos inadequados, frente às autoridades,
V - Privação de produtos autorizados a entrar em dias de funcionários e internos;
visita. XIX - Portar material cuja posse seja proibida pela
§ 1º Caso necessária a aplicação conjunta de mais de unidade e que não ofereça riscos para os demais (ex:
um inciso, deve ser obedecido o limite de 03 (três) incisos pavio, lixa de fósforo, fumo);
e ser respeitada a particularidade da transgressão. XX - Desviar, ocultar ou utilizar indevidamente objetos
§ 2º As medidas previstas neste artigo podem ser cuja guarda lhe tenha sido confiada;
cumulativas ou substituídas por outras de natureza XXI - Simular doença para eximir-se de seus deveres ou
pedagógica e/ou educativas, devendo ser avaliadas pelo para obtenção de vantagem;
Conselho Disciplinar.
XXII - Provocar perturbações com batidas de grades,
§3º Todas as medidas disciplinares devem ser aplicadas ruídos, vozeirão ou vaias;
por escrito, assinadas e arquivadas no prontuário do
socioeducando, afixadas em local visível para XXIII - Riscar paredes dos alojamentos, dormitórios,
conhecimento dos socioeducadores. salas de aula e/ou qualquer outro espaço;
XXIV - Produzir, com material permitido ou não, objetos VII - Fabricar, guardar, portar ou fornecer objeto
que referenciem armas ou organizações criminosas. destinado à fuga;
Art. 14. São Medidas Disciplinares aplicáveis ao VIII - Fabricar, guardar, portar ou fornecer objetos que
adolescente que comete transgressões médias: possam ser utilizados para intimidar ou ferir pessoas;
I - Advertência escrita, assinada pelo adolescente e/ou IX - Induzir ou instigar pessoa a praticar falta disciplinar
duas testemunhas, e arquivada ao seu prontuário; de natureza grave;
II - Suspensão da prática recreativa e de lazer pelo prazo X - Provocar autolesão para imputar responsabilidade à
de até 03 (três) dias; outra pessoa, com o intuito de induzir as autoridades a
erro;
III - Suspensão da prática esportiva pelo prazo de até
cinco dias; XII - Estabelecer relação de exploração física ou de
trabalho com outro adolescente, mediante violência ou
IV - Privação de produtos autorizados a entrar em dias grave ameaça;
de visita;
XIII - Evadir-se durante atividades externas e saídas
V - Retratação verbal à pessoa ofendida; temporárias;
VI - Restrição do adolescente ao dormitório por no XIV - Roubar/furtar ou extorquir qualquer objeto;
máximo 05 (cinco) dias;
XV - Receber objetos ilícitos;
VII - Reparação do dano.
XVI - Cometimento reiterado de infrações de natureza
§ 1º Caso necessária a aplicação conjunta de mais de média;
um inciso, deve ser obedecido o limite de 03 (três) incisos
e ser respeitada a particularidade da transgressão. XVII - Cometer homicídios;
II - Suspensão da prática esportiva pelo prazo de até 07 III - O ato de indisciplina de natureza leve pode ter a
(sete) dias; medida substituída pela advertência escrita e a
realização de círculos restaurativos;
III - Privação de produtos autorizados a entrar em dias de
visita; IV - A medida disciplinar é independente da
responsabilidade civil ou penal que advenha o ato
IV - Restrição do Tempo de Visita e Visita Monitorada; cometido;
V - Restrição do adolescente ao dormitório por no V - Nenhum adolescente poderá receber tratamento mais
máximo 07 (sete) dias, com possibilidade de gravoso do que o conferido ao adulto;
encaminhamento a ala de medida disciplinar;
VI - Aplicam-se à medida disciplinar os princípios da
V - Comunicação ao Poder Judiciário com pedido de brevidade, proporcionalidade, excepcionalidade,
audiência de advertência; condição peculiar de pessoa em desenvolvimento e
fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários no
VI - Reparação do dano.
processo socioeducativo;
§ 1º Caso necessária a aplicação conjunta de mais de VII - A medida disciplinar será individualizada
um inciso, deve ser obedecido o limite de 03 (três) incisos considerando-se a idade, a capacidade e as
e ser respeitada a particularidade da transgressão. circunstâncias pessoais do adolescente para cumpri-la;
§ 2º As medidas previstas neste artigo podem ser VIII - Não se aplicará medida disciplinar ao adolescente
cumulativas ou substituídas por outras de natureza que tenha praticado a falta por coação irresistível,
pedagógica e/ou educativas, devendo ser avaliadas pelo legítima defesa própria ou de terceiros;
Conselho Disciplinar.
IX - É vedada a aplicação de isolamento como medida
§ 3º Todas as medidas disciplinares devem ser aplicadas disciplinar, podendo ser aplicado de forma cautelar
por escrito, assinadas e arquivadas no prontuário do quando imprescindível para a garantia da segurança de
socioeducando, afixadas em local visível para outros internos ou do próprio adolescente, sendo
conhecimento dos socioeducadores. necessária ainda comunicação ao defensor, ao Ministério
Público e à autoridade judiciária em até 24 (vinte e
§ 4º Devem ser avaliadas as atas anteriores para verificar
quatro) horas;
a reiteração de faltas leves/médias/graves.
X - É vedada a aplicação de medida disciplinar coletiva,
CAPÍTULO IV
ainda que a infração seja em grupo, devendo-se sempre
DOS PROCEDIMENTOS avaliar de forma individualizada, responsabilizando cada
integrante segundo o seu grau de participação e de forma
Art. 17. No curso da execução da medida socioeducativa, proporcional ao aspecto pedagógico da medida
o adolescente que cometer falta disciplinar, assim socioeducativa de responsabilização pelo ato praticado;
reconhecida e tipificada conforme este Regimento
Disciplinar, sujeitar-se-á ao Conselho Disciplinar, XI - A toda medida disciplinar deverá corresponder uma
observadas as seguintes diretrizes: ou mais intervenções técnicas com o adolescente e sua
família, devendo atender:
I - Todas as medidas e procedimentos disciplinares
devem contribuir para a segurança e bom andamento da a) a compatibilidade com a capacidade de entendimento
vida institucional, ser compatíveis com o respeito à do adolescente, promovendo a sua reflexão a partir da
dignidade humana, objetivos e fundamentos análise das consequências do seu ato para o
pedagógicos da medida socioeducativa, além de infundir desenvolvimento do Plano Individual de Atendimento -
no adolescente o sentimento de justiça e de respeito por PIA, salvaguardando o bom andamento de toda a
si mesmo e pelos direitos fundamentais de toda pessoa; Unidade;
b) a ata de registro da intervenção técnica com o I - A reincidência em falta disciplinar;
adolescente e seu representante familiar deverá conter
as orientações técnicas, compromissos que foram II - A prática da falta com abuso de confiança ou mediante
estabelecidos para cada uma das partes, prazos, nomes dissimulação, traição ou emboscada;
completos e as respectivas assinaturas, dentre outras III - A participação de 02 (dois) ou mais adolescentes no
informações pertinentes. fato;
XII - Os documentos relativos à intervenção técnica são IV - O emprego de arma de fogo, material perfurante,
parte integrante do processo administrativo, podendo ser cortante, contundente ou inflamável, ou outro meio
acessado pelas partes legalmente interessadas, insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo
devendo ser resguardada a ética profissional de cada comum;
área de atuação e o sigilo das informações.
V - A condição de fazer pessoa de refém;
Art. 18. Sempre que possível, utilizar-se-á, como forma
de responsabilização pela falta disciplinar, a prática de VI - A identificação como líder da ação indisciplinar,
justiça restaurativa, círculos restaurativos e círculos de mediante promoção, organização ou cooperação no
paz com a coparticipação do adolescente no processo de cometimento de falta disciplinar ou quando dirige,
aplicação, da família e representantes da comunidade comanda ou por qualquer forma lidera a atividade dos
socioeducativa. Nesses casos, a prática restaurativa não demais participantes;
deve ser cumulada com a medida disciplinar ou
VII - A percepção de motivo fútil ou torpe ou para facilitar
associada à restrição de atividades.
ou assegurar a execução, ocultação, impunidade, ou
Art. 19. Na aplicação da medida disciplinar devem-se vantagem em outa falta disciplinar;
observar os seguintes critérios:
VIII - A apresentação de estar sob o efeito de substância
I – Aplicação inicial de medida mínima em relação à psicoativa;
natureza da falta disciplinar;
IX - A instigação ou determinação de cometimento de
II - Havendo motivo fundado, aplica-se agravante; falta a pessoa não punível em virtude da condição ou
qualidade pessoal;
III - Existindo motivo que reduza a duração da medida,
deve-se aplicar a causa atenuante; X - A execução de falta disciplinar, ou participação,
mediante pagamento ou promessa de recompensa;
IV - Comunicação ao socioeducando da deliberação do
Conselho Disciplinar. XI - A continuidade na execução da falta, após ter o
adolescente sido advertido;
Art. 20. É assegurado ao adolescente o direito ao
contraditório e à ampla defesa. XII - A coação ou indução de outros adolescentes à
execução de falta.
§ 1º No caso de transgressão disciplinar de natureza
grave, a Direção da Unidade comunicará, no prazo de 24 Parágrafo Único. O rol de causas agravantes é taxativo
(vinte e quatro) horas, o procedimento disciplinar, e a aplicação de qualquer delas deve ser fundamentada.
enviando cópia integral, ao defensor público ou ao
Art. 24. As causas atenuantes, quando existentes, devem
advogado constituído pela família, para ciência e adoção
ser valoradas de forma a mitigar a gravidade abstrata da
das medidas cabíveis
falta atribuída ao adolescente.
§ 2º Haverá Defesa Técnica administrativa que será
Parágrafo único. As atenuantes podem ser aplicadas até
realizada por 01 (um) membro da equipe técnica e 01
a medida mínima em relação à natureza da falta
(um) socioeducador.
disciplinar.
§ 3º O socioeducando e/ou responsável legal poderá
Art. 25. Consideram-se causas atenuantes da falta
ainda constituir advogado, caso haja interesse. disciplinar:
Art. 21. Não será aplicada medida disciplinar sem I - A primariedade em falta disciplinar;
expressa e anterior previsão legal ou regulamentar, e o
devido processo administrativo. II - O baixo grau de participação no cometimento da falta;
Art. 22. As causas agravantes podem ser valoradas de III - A assiduidade e o bom aproveitamento nas atividades
forma a exasperar a medida concreta da falta atribuída pedagógicas;
ao adolescente.
IV - A efetiva diminuição das consequências de sua
Art. 23. Consideram-se causas agravantes da falta conduta;
disciplinar:
V - Ter confessado, espontaneamente, a autoria da falta Art. 32. O Conselho Disciplinar se reunirá semanalmente,
ou de ato ignorado ou imputado a outrem; em dia e horário pré definidos pela direção do Centro
Socioeducativo, podendo ocorrer mais de uma vez por
VI – As atitudes que possam vir a minimizar os impactos semana, caso necessário, e decidirá:
negativos de sua ação, incluindo-se o desconhecimento
comprovado das normas da unidade; I – Se os fatos narrados no processo configuram falta e
se ensejam a aplicação de medida disciplinar;
VII - A desistência de prosseguir na execução da
transgressão disciplinar; II – A natureza da falta disciplinar;
VIII - O cumprimento das nas metas do Plano Individual III – Existência de causas agravantes;
de Atendimento (PIA);
IV – Existência de causas atenuantes;
IX - Ter cometido a falta disciplinar sob coação, ou em
cumprimento de ordem, ou sob influência de violenta V – Determinar a duração da medida disciplinar;
emoção provocada por ato injusto de terceira pessoa. VI – Especificar o que será atingido pela medida
Parágrafo único. A aplicação das causas atenuantes disciplinar;
deve ser fundamentada. VII – Determinar quais as intervenções a serem
Art. 26. O servidor que presenciar ou souber, por realizadas pela equipe técnica com o adolescente e sua
qualquer forma ou meio, de fato que possa configurar família;
falta disciplinar, deve elaborar comunicado que conterá o VIII – Marcar o prazo para que a equipe técnica devolva
seguinte: os autos ao presidente do Conselho Disciplinar com
I – o nome do adolescente; relatório técnico da execução da sanção disciplinar.
II – Pela necessidade de novas intervenções técnicas Art. 42. Da decisão que impôs a medida disciplinar
com o adolescente e sua família, caso em que serão caberá recurso apresentado ao Diretor, obedecendo-se
especificadas individualmente, marcando-se novo prazo ao seguinte:
para que o processo retorne ao Conselho Disciplinar;
I - O adolescente, seu representante familiar ou defensor
III – Na hipótese de novas intervenções técnicas apresentará recurso escrito, no prazo de até 24 (vinte e
referidas no inciso II, não poderá o adolescente ter a quatro) horas após a decisão do Conselho Disciplinar;
medida disciplinar prolongada.
II - A Direção apreciará o recurso, devendo manifestar
Art. 38. Tendo o Conselho Disciplinar considerado parecer fundamentado, no prazo de até 24 (vinte e
satisfatórios os resultados obtidos pela execução da quatro) horas, notificando o adolescente, seu
medida disciplinar, redigirá ata fundamentando representante familiar e seu defensor.
a decisão e mandará arquivar o processo, dando-o por Art. 43. É vedada a aplicação de medida disciplinar de
encerrado, em livro de registro específico para comissão; isolamento a adolescente em cumprimento de medida
socioeducativa de internação e semiliberdade.
Art. 39. Na hipótese de o adolescente ser transferido de
unidade no curso da medida disciplinar, a cópia de todos Parágrafo único. Em caráter excepcional, poderá ser
os documentos produzidos pelo Conselho Disciplinar separado dos demais, pelo prazo estritamente
deve ser enviada à unidade que receberá o adolescente, necessário, imprescindível para a garantia da proteção
e o mesmo deverá continuar cumprindo a medida do interno em caso de risco à sua integridade física, à
disciplinar prevista. sua vida ou à de outrem.
§ 1.º Além dos documentos previstos no caput, uma Art. 44. O adolescente poderá, em caráter excepcional,
declaração firmada pelo Diretor da unidade de origem, ser incluído em medida de convivência protetora, em
que conste expressamente quanto já foi cumprido e local apropriado, sem prejuízo das atividades
quanto ainda falta para o encerramento da medida, deve obrigatórias, quando existir situação de risco à sua
ser juntada aos documentos. integridade física e psicológica ou à vida, que impeça a
permanência com os demais adolescentes, recebendo, o
§ 2.º À falta de quaisquer das peças suprarreferidas, fica mais breve possível, atenção especial da equipe
automaticamente suspensa a continuidade da execução interdisciplinar.
da medida disciplinar imposta.
§ 1º A inclusão poderá ser realizada a requerimento do
adolescente, que expressará os motivos que tornam
necessária a medida, ou por determinação formal do
Diretor da unidade, mediante fundadas informações nos
termos do caput deste artigo.
VI - Algemas;
PORTARIA N°136/2022
VII - Lanternas;
INSTITUI A REGULAMENTAÇÃO DOS CRITÉRIOS E
CONDIÇÕES DE USO DE EQUIPAMENTOS DE VIII - Alicate corta cadeado;
PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPIS) PARA PREVENÇÃO IX - Extintor.
DE SITUAÇÕES DE CRISE E CONTROLE DE
DISTÚRBIOS CIVIS NO ÂMBITO DOS CENTROS Art.3º. Os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)
SOCIOEDUCATIVOS DO ESTADO DO CEARÁ. não poderão ficar expostos e deverão ser recolhidos em
sala própria, a qual permanecerá trancada e as chaves
O SUPERINTENDENTE DO SISTEMA ESTADUAL DE confiadas à Direção e ao coordenador de segurança.
ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO do Governo do
Estado do Ceará, no uso de suas competências legais: Art.4º. Os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)
só podem ser usados mediante expressa autorização da
CONSIDERANDO as Regras das Nações Unidas para Direção dentro dos padrões e orientações técnicas,
Proteção de Jovens Privados de Liberdade, de 14 de
sendo restrito às pessoas aptas ao adequado uso do
dezembro de 1990, da qual o Brasil é signatário; equipamento, sendo excepcionalmente autorizado o uso
CONSIDERANDO que é dever do Estado zelar pela pelos Coordenadores de Segurança.
integridade física e mental dos internos, cabendo-lhe
Parágrafo único. Consideram-se pessoas aptas para o
adotar as medidas adequadas de contenção e
uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), os
segurança, conforme disposto no artigo 125 da Lei profissionais devidamente capacitados pelo Núcleo
Federal n.° 8.069/90, Estatuto da Criança e do
Escola de Socioeducação – NUESO da
Adolescente (ECA);
Superintendência do Sistema Estadual de Atendimento
CONSIDERANDO o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo – SEAS, escalados a compor o posto de
Socioeducativo (Sinase), estabelecido pela Lei serviço de Ações de Pronta Resposta – APR.
12.594/2012 e as recomendações do Conselho Nacional
Art.5º. Após uso do Equipamento de Proteção Individual
dos Direitos da Criança e Adolescente (Conanda);
(EPIs), a Direção da Unidade deverá comunicar a
CONSIDERANDO a Portaria n°004/2021-SEAS, que Corregedoria encaminhando relatório das Ações de
institui as regras de segurança preventiva, definindo Pronta Resposta, além de registro em livro de Ocorrência
normas, rotinas e procedimentos operacionais no âmbito do Centro Socioeducativo.
dos Centros Socioeducativos do Estado do Ceará;
Art.6º. Diariamente devem ser escalados 07 (sete)
e CONSIDERANDO a necessidade de garantir a ordem socioeducadores a compor o posto de serviço de Ações
pública e concretizar o interesse público no âmbito dos de Pronta Resposta, na forma que segue:
Centros Socioeducativos do Estado do Ceará;
I - Coordenador;
RESOLVE:
II - Escudeiro;
Art.1º. Instituir a regulamentação dos critérios e
condições de uso de Equipamentos de Proteção III - Escudeiro;
Individual (EPIs), para prevenção de situações de crise e
controle de distúrbios civis no âmbito dos Centros IV - Imobilizador e chaveiro;
Socioeducativos do Estado do Ceará. V - Imobilizador;
CAPÍTULO I – DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO VI - Imobilizador;
INDIVIDUAL (EPIs)
VII - Imobilizador e operador de extintor.
Art.2º. Constituem Equipamentos de Proteção Individual
(EPIs), para prevenção de situações de crise no âmbito §1º. O coordenador de segurança coordenará ou
dos Centros Socioeducativos do designará socioeducador para coordenar as Ações de
Pronta Resposta – APR e designará as funções de cada
Estado do Ceará:
integrante.
I - Capacete;
§2°. O Coordenador de Segurança deverá registrar as
II - Luvas; funções de cada integrante no Livro de Coordenadores
e/ou no documento da escala de posto de serviço.
III - Protetores de Cotovelo;
IV - Escudo;
Art.7°. O coordenador de segurança deverá todos os dias força naquele evento e a força necessária para
conferir o material e repassá-lo a seu substituto que tem superação de seu cenário gerador.
por obrigação conferir, guardar e zelar o equipamento.
Art. 11. Os eventos podem ser classificados como
CAPÍTULO II – DA DEFINIÇÃO DE TERMOS simples, complexo e crítico.
RELATIVOS À GESTÃO DA AMEAÇA À SEGURANÇA
Art. 12. Evento Simples é aquele cuja ameaça à
Art.8°. Para os fins desta Portaria, definem-se os segurança é inferior à capacidade de resposta do(a)
seguintes termos e conceitos relativos à gestão de Coordenador(a) de Segurança e dos Socioeducadores(
ameaças à segurança dos Centros Socioeducativos, as) presentes no plantão.
previstas na Portaria nº004/2021-SEAS.
Parágrafo único. Os elementos que compõem um Evento
Art. 9º. Evento é qualquer ocorrência interna que obstrua Simples são: ameaças verbais; desacatos; agressões
o desenvolvimento regular da rotina de funcionamento do indiretas (atirar comida, chinelo, urina, fezes, água);
Centro Socioeducativo, comprometendo, mediata ou danos ou destruição de materiais pedagógicos ou de
imediatamente, a sua segurança. consumo; tentativa ou destruição de patrimônio, pequeno
dano estrutural; destruição pontual, sem prejuízos no
Parágrafo único. Os elementos que compõem um evento funcionamento do estabelecimento; atentado contra a
são: própria integridade física resultando em escoriações ou
lesões leves; agressão a terceiro sem resultar em lesão;
I - ameaça à integridade física do(s) adolescente(s)
interno(s); inexistência de armas brancas, artefatos cortantes,
perfurantes ou impactantes; ação protagonizada por um
II- ameaça à integridade física dos(as) servidores(as), a três adolescentes.
contratados(as), funcionários(as), colaboradores ou
Art. 13. Evento Complexo é aquele cuja ameaça à
terceiros;
segurança é superior à capacidade de resposta do(a)
III- ameaça ao patrimônio público. coordenador(a) e dos socioeducadores(as) presentes na
Unidade, cuja resolução é possível pela coordenação
Art. 10. A avaliação de um evento é composta pelos dos setores do Centro Socioeducativo e/ou pela atuação
seguintes elementos, assim constituídos: da Direção.
I - Cenário: são os elementos objetivos constituintes de Parágrafo único. Os elementos que compõem um Evento
um evento, destacando-se: os fatos desencadeadores, o Complexo são: todos os elementos do evento simples
grau de articulação e organização dos insurgentes, o que não tenham resolução mediante mera presença ou
perfil da(s) liderança(s), a motivação e o intento, o grau aplicação de advertência verbal; agressão resultando em
de adesão dos demais internos, a existência ou não de lesão corporal média ou grave, sem ameaça à vida;
reféns, as facções existentes, os objetos que possam ser existência de armas brancas; destruição extensa do
usados como arma, o vigor e a agressividade, a patrimônio público, consideráveis danos à estrutura física
intensidade com que os rebelados dominam os espaços do Centro Socioeducativo, prejudicando o funcionamento
físicos da Unidade, a existência ou não de articulação da de um setor; evento restrito a um setor específico,
insurgência com grupos criminosos externos à Unidade; alojamento, ala, setor, quadra, campo, pátio ou solário;
II - Capacidade de Resposta: é o limiar de resolução de ação protagonizada por um grupo restrito de internos,
eventos de cada Centro e é determinada pelo evento não generalizado; existência de refém, sem
conhecimento e domínio da estrutura física da Unidade, flagrante ameaça à vida, sem sevícias, sem uso de
pela capacidade de comando, pela capacidade analítica violência física, com possibilidade de negociação não
em situações de tensão, pelo equilíbrio em situações de especializada; incêndio de pequena proporção passível
alta exigência emocional, pela resistência e prontidão de ser extinto com recursos do Centro Socioeducativo.
física, pelo treinamento em negociação e táticas Art. 14. Evento Crítico é aquele cuja ameaça à segurança
interventivas, pelos equipamentos de segurança é superior à capacidade de resposta de todos os setores
disponibilizados, pela articulação intersetorial da do Centro Socioeducativo, cuja resolução só é alcançada
Unidade e pela existência ou não de planos de com a cooperação do Sistema de Segurança Pública e
contingência, bem como outros fatores que venham de Justiça.
influenciar a qualidade e velocidade da
Parágrafo único. Os elementos que compõem um Evento
resposta da organização; Crítico são: os elementos do Evento Complexo que não
III - Escalonamento da Força: é a medida de força puderam ser solucionados pela
necessária para a resolução de um evento no qual se equipe da Unidade; existência de armas de fogo;
esgotaram os demais meios de dissuasão, sendo destruição extensa do patrimônio público, inutilização de
mensurado pela comparação entre a Capacidade de uma área do Centro Socioeducativo; evento
Resposta da Instituição responsável pela utilização de
disseminado em diversos setores; número de posturas, condutas ou atitudes que objetivem humilhar
insurgentes duas vezes superior ao número de ou degradar os adolescentes;
socioeducadores(as) presentes no estabelecimento;
existência de refém(ns), com flagrante ameaça à vida; II- escalonamento no uso excepcional da força e dos
sevícias contra outros adolescentes ou funcionários(as); instrumentos de coação.
incêndio em grande área, não controlável pelos Art.19. O emprego excepcional da força dentro dos
funcionários; perda de controle de 50% ou mais do Centros Socioeducativos e Centros de Semiliberdade
estabelecimento; morte. deve ser realizada de forma progressiva, respondendo a
Art. 15. A avaliação de cenário e a definição pela cada situação específica com a força equivalente
Coordenação de Segurança, para o acionamento do necessária à resolução do evento.
Grupo de Intervenções Táticas – GIT, é de Art.20. O uso excepcional da força dentro da unidade
responsabilidade do Diretor e excepcionalmente pelo deverá ser autorizada somente pelo Diretor e na
Coordenador de Segurança. ausência deste, pelo coordenador de segurança, sempre
§ 1.º Avaliando ser necessário acionar o Grupo de em ato devidamente fundamentado.
Intervenções Táticas – GIT para atuar no interior da Art.21. Para efeito de uso excepcional de força dentro da
unidade, o Diretor deve contatar o gestor estadual para Unidade de Atendimento Socioeducativo, são
informar a situação e ponderar a decisão. considerados casos excepcionais:
§ 2.º Decidindo-se pelo acionamento da força policial I- quando o recurso a outros métodos de controle menos
deverá o Diretor comunicar o Poder Judiciário, o coercitivos se revelar ineficaz;
Ministério Público e a Defensoria Pública.
II- os casos de legítima defesa e de resistência quando o
CAPÍTULO III – DOS REQUISITOS PARA O USO DOS adolescente oferecer grave ameaça a sua integridade
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL(EPIs) física, à integridade física de terceiros ou ao patrimônio
público;
Art.16. Constituem requisitos para o socioeducador
compor o posto de serviço de Ações de Pronta Resposta III- de tentativa de fuga das unidades de internação;
– APR, para o uso dos Equipamentos de Proteção
Individual (EPIs): IV- caracterização de evento simples ou complexo,
esgotadas todas as possibilidades de diálogo.
I- ter concluído o Curso de Formação para o uso de
Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), ofertado CAPÍTULO V - DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E
pelo Núcleo Escola de Socioeducação - NUESO; TRANSITÓRIAS
II- não possuir processo na Corregedoria; Art. 22. Continuam em vigor as Resoluções e Portarias
expedidas pela SEAS que não conflitem ou que
III- designação do Coordenador de Segurança; complementem as disposições deste instrumento
normativo, em especial a Portaria nº 004/2021-SEAS.
IV- ocorrência de Evento Simples ou Complexo.
Art. 23. O Núcleo Escola de Socioeducação - NUESO,
Art.17. Para o uso dos Equipamentos de Proteção
promoverá capacitações continuadas, debates e cursos
Individual (EPIs), os socioeducadores da Unidade devem
adotar as seguintes providências: aos profissionais para a correta e integral aplicação desta
Portaria.
I- esgotar todas as possibilidades de diálogo;
Art. 24. Constitui anexo desta Portaria, dela fazendo
II- usar os equipamentos excepcionalmente, e somente parte, a Ementa do Curso de Formação para o uso de
durante o tempo estritamente necessário; Equipamentos de Proteção Individual (ANEXO I).
III- o acesso ao local do equipamento deve ser restrito e Art. 25. Os casos omissos neste instrumento normativo
apenas autorizado àqueles que no momento da serão resolvidos pelo Gabinete do Superintendente do
intervenção farão uso do mencionado equipamento. Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo.
Regulamenta o uso de 2
algemas no âmbito do R E S O L V E: