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Apostila Ceja.
Apostila Ceja.
Desde a fecundação do óvulo pelo espermatozóide estamos em contato com vários tipos de matéria
como o ar que respiramos e até o nosso próprio corpo. Em toda matéria existe energia, seja através do calor, frio, luz e
eletricidade.
A matéria e a energia caminham juntas, pois se não existisse matéria não existiria energia e, não existindo
energia não teríamos a matéria.
A matéria é formada por pequeníssimas partículas que chamamos de átomos; essas partículas podem se
unir e formar o que chamamos de moléculas.
A maioria da matéria pode se transformar em outras matérias, e até mesmo em energia cinética (energia de
movimento). Pense no seu corpo, em que a energia gerada através dos alimentos, é transformada em movimentos, que por
sua vez recarrega a nossa “bateria”.
2.11. Matéria
2.1.2. Corpo
2.1.3. Objeto
Objeto é uma porção limitada de matéria, quer por sua forma especial ou por sua utilidade.
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Mesa de Madeira Estátua de mármore
2.1.4. Energia
Entende-se por trabalho o movimento da matéria contra uma força que se opõe ao seu movimento.
Assim, tudo que tem capacidade de movimentar a matéria possui energia.
Algumas formas de energia são calor, luz, som, energia mecânica, elétrica e química. Todas as formas
podem converter-se umas nas outras, no entanto, a energia total do sistema permanece sempre constante. Veja alguns
exemplos desses fenômenos, onde ocorre transformação de energia: a queima de um combustível (transformação de energia
química em energia térmica, luminosa e mecânica), funcionamento de uma pilha ou bateria (transformação de energia
química em energia elétrica) e utilização de ferro elétrico (transformação de energia elétrica em energia térmica).
Os materiais que nos cercam, como por exemplo, a terra, o mar, as rochas, e os que utilizamos
diariamente, como o alumínio, o vidro, os medicamentos, as bebidas, etc., não são substâncias, mas misturas de
substâncias.
Surge agora, uma pergunta muito importante: havendo cerca de uma centena de elementos químicos
diferentes na Natureza, porque encontramos uma variedade tão grande de materiais?
Porque temos diferentes tipos de átomos, os quais podem se reunir formando uma infinidade de
agrupamentos diferentes.
Antes de mergulharmos mais a fundo no universo das substâncias, você terá que compreender melhor
alguns conceitos usados mundialmente em Química.
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Elemento Químico é um tipo de átomo caracterizado por um determinado número atômico. Veja a seguir
alguns exemplos de elementos e dos símbolos para identificar estes elementos.
Molécula é o conjunto de dois ou mais átomos, sendo a menor parte da substância que mantém as suas
características. As moléculas são representadas por fórmulas (conjuntos de número e símbolos).
Gás Oxigênio O2 O
Ferro Fe Fe
Enxofre S2 SeS
Flúor F2 FeF
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2.2.1. Tipos de Substâncias Químicas
Substância pura é qualquer tipo de matéria formada por unidades químicas iguais, sejam átomos,
moléculas, e que por esse motivo, apresentam propriedades químicas e físicas próprias.
De acordo com a constituição de suas unidades, as substâncias (puras) podem ser classificadas como
substâncias simples ou compostas.
Substância composta é formada por dois ou mais tipos de elementos químicos. Como mostram as figuras abaixo.
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Exercícios
1. (FAAP-SP) No texto: “Um escultor recebe um bloco retangular de mármore e, habilmente, o transforma na estátua de
uma celebridade do cinema”, podemos identificar matéria, corpo e objeto e, a partir daí, definir esses três conceitos.
I. Matéria (mármore): tudo aquilo que tem massa e ocupa lugar no espaço.
II. Corpo (bloco retangular de mármore): porção limitada de matéria que, por sua forma especial, se presta a um
determinado uso.
2. Assinale (C) para corpo, (O) para objeto e (M) para matéria
3. Esta questão apresenta três afirmativas, que podem estar corretas ou incorretas.
(C) somente a afirmativa III é correta. (D) somente as afirmativas I e II são corretas.
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2.3. Estados físicos da matéria
A matéria pode ser encontrada em três estados físicos: sólido, líquido e gasoso.
Na natureza, a maior parte da matéria encontra-se em três estados físicos: sólido, líquido e gasoso. O
que determina o estado físico de um material é a intensidade das forças de interação entre as partículas que o formam.
Estado sólido
As forças de interação entre as partículas (átomos, moléculas ou íons) é muito intensa, e por esse
motivo o espaço entre elas é mínimo.
Devido a essa união, os sólidos apresentam grande resistência à fragmentação, além de possuírem
forma e volume definidos.
Estado líquido
As forças de interação entre as partículas são menos intensas que no estado sólido; por isso o espaço entre elas é
maior. As partículas apresentam-se relativamente distantes entre si. Os líquidos não apresentam forma e volume definidos.
Exemplo: um litro de água em uma garrafa terá o formato da garrafa. Se transferirmos essa água para uma jarra, seu
formato mudará, porém continuará sendo um litro.
Estado gasoso
Nesse estado, as forças de interação entre as partículas são muito pequenas, por isso elas estão relativamente
afastadas umas das outras. Os gases não apresentam forma e volume definidos. O gás apresenta a forma do recipiente que o
contém e, devido à pequena força de atração entre as moléculas, tende a se expandir e ocupar todo o volume do recipiente,
independentemente de sua capacidade.
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2.4. Mudanças de estado físico
Mudando-se a temperatura e/ou pressão podemos fazer com que os corpos passem de um estado para outro.
Em nosso estudo, no momento, estudaremos apenas as passagens que se dão sem se modificar a pressão, ou seja,
estudaremos as mudanças de estado ocasionadas pelas mudanças na temperatura.
FUSÃO: é a passagem do estado sólido para o estado líquido. Isto se verifica quando o corpo sólido recebe calor, o que
provoca uma elevação na sua temperatura até o ponto em que a agitação dos átomos passa a ser tanta que a estrutura deixa
de ser cristalina e passam a ter uma movimentação maior, caracterizando o líquido.
Durante a fusão, a temperatura permanece constante, conforme podemos constatar ao retirarmos um bloco
de gelo do congelador e colocar em um prato.
Supondo que o gelo esteja à –8°C, ele irá receber calor do ambiente até chegar à temperatura de 0°C, nesse
ponto irá começar a passar do estado sólido para o líquido. Enquanto esse processo estiver se desenvolvendo, a temperatura
tanto do bloco de gelo restante quanto da água que foi aparecendo, estará em 0°C. Quando todo o gelo estiver derretido
novamente, a temperatura da água começará a subir, até atingir o equilíbrio térmico com o meio ambiente.
TEMPERATURA DE FUSÃO: É a temperatura na qual ocorre a passagem do estado sólido para o líquido (0° C)
SOLIDIFICAÇÃO: É a passagem do estado líquido para o sólido. Isto se verifica quando se retira calor do corpo líquido,
o que provoca uma diminuição na sua temperatura até o ponto em que a agitação dos átomos diminui tanto que passam a
vibrar segundo uma estrutura cristalina. Ex.: água se transformando em gelo.
TEMPERATURA DE SOLIDIFICAÇÃO: É a temperatura na qual ocorre a passagem do estado líquido para o sólido.
Durante a solidificação a temperatura permanece constante (0° C).
VAPORIZAÇÃO: É a passagem do estado líquido para o gasoso e pode ocorrer de duas maneiras: EVAPORAÇÃO,
EBULIÇÃO e CALEFAÇÃO.
EVAPORAÇÃO: ocorre a qualquer temperatura e seu processo se dá de maneira lenta. Um exemplo, são as roupas que
secam no varal. Este processo se dá através de algumas das moléculas do líquido, que estão em movimento, as quais
conseguem escapar da superfície do líquido. A velocidade de evaporação depende de três fatores:
1-quanto maior for à temperatura do líquido, maior será a energia das moléculas que se encontram próximas a superfície,
portanto maior velocidade de evaporação. Ex: Água a 80 graus evapora mais rápido do que a 20 graus.
2-quanto maior for à superfície do liquido em contato com o ar, maior será a velocidade de evaporação. Ex.: um líquido
num prato evapora mais rápido do que se estivesse em uma garrafa.
3-quanto maior a umidade próxima à superfície do líquido, menor a velocidade de evaporação, porque as moléculas que
iriam se desprender da superfície encontrarão já o espaço ocupado por outras moléculas. Ex: em dias úmidos, as roupas
custam mais a secar.
EBULIÇÃO: ocorre à uma determinada temperatura, característica de cada líquido, chamada TEMPERATURA DE
EBULIÇÃO.
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Cada substância possui uma determinada temperatura de ebulição e a mesma permanece constante enquanto
se verifica o processo. Ex: a água entra em ebulição a 100°C e permanece nessa temperatura enquanto estiver fervendo.
CALEFAÇÃO: ocorre de uma maneira mais rápida que na ebulição, quase que instantaneamente. Ex.: Gotas de
água sobre uma chapa quente.
CONDENSAÇÃO: É a passagem do estado gasoso para o líquido. Isto se verifica quando se retira calor de uma substância
que está em ebulição. Ex.: água que sai do ar-condicionado, gotas de água na tampa da panela que está fervendo e etc.
SUBLIMAÇÃO: É a passagem do estado sólido direto para o estado gasoso, sem passar pelo estado líquido. Ex: naftalina
diminuindo de tamanho dentro de uma gaveta.
3. MISTURAS
Você já ouviu a palavra mistura diversas vezes e de diversas formas, como por exemplo, a mistura de
cores, raças e outras.
Na Química também falamos, ou melhor, usamos a mistura. Vamos agora definir quimicamente:
mistura é a união entre duas ou mais substâncias puras.
OBS.: As letras entre parênteses ao lado da molécula que podem ser (s), (l), e (g) são sólido, líquido e gasoso,
respectivamente.
Toda mistura é dividida em mistura homogênea e mistura heterogênea em função do número de fases
que apresentam. Entende-se por fase, cada uma das diferentes partes da matéria que se pode observar no sistema em estudo.
Como exemplo de mistura homogênea, podemos citar o soro caseiro, uma mistura de água, açúcar e sal.
To d a s as mi s t u r a s homogêneas são chamadas de soluções.
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Acompanhe alguns exemplos de soluções (mistura homogênea): água de torneira, vinagre, ar, gasolina,
álcool, soro fisiológico, ligas metálicas e outros.
Solução é toda mistura homogênea, que é dividida em solvente e soluto. Solvente é o que dissolve. Soluto é
o que é dissolvido.
A água é chamada de solvente universal, pois ela dissolve a maioria das substâncias.
Acompanhe comigo alguns exemplos de misturas heterogêneas: sangue, leite, água com bolhas de gás.
Você deve estar se perguntando!!! Sangue e leite, misturas heterogêneas? Como isso? Isso se deve ao fato de
que misturas heterogêneas não se restringem apenas a simples percepção a olho nu, mas também a utilização de aparelhos
ópticos comuns é o caso do microscópio. No caso do sangue, existem glóbulos vermelhos que podem ser vistos de um
microscópio. Isso revela que o sangue não é uma mistura homogênea, mas sim um colóide (estão presentes em várias
situações de nosso cotidiano, como em produtos industrializados, e estão incluídos em processos importantes para a vida,
que ocorrem na natureza e em nosso organismo. Além disso, são partículas que ficam dispersas e que apresentam o
tamanho muito menor do que aquelas que podem ser vistas a olho nu, mas também muito maiores que moléculas
individuais). No caso do leite, são visíveis os glóbulos de gordura (cinzento) e micelas de caseína (preto), as quais são
responsáveis pela estabilidade do leite, que podem ser vistos na estrutura microscópica do leite abaixo.
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Exercícios
2. Numa dose de uísque com gelo há água sólida, solução aquosa de etanol, outras substâncias dissolvidas e vapor de água.
Esse sistema é:
I. água / gasolina. II. água / sal. III. água / areia. IV. gasolina / sal. V. gasolina /areia.
4. Indique o estado físico que é sugerido por cada um dos seguintes esquemas:
5. (UFMG) Com relação ao número de fases, os sistemas podem ser classificados como homogêneos ou heterogêneos.
Todas as alternativas correlacionam adequadamente, o sistema e sua classificação, exceto:
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4. TRANSFORMAÇÕES DA MATÉRIA
Fenômeno: qualquer mudança que ocorra com a matéria, alterando seu estado físico ou transformando sua
estrutura interna (composição química).
Fenômeno físico: ocorre sem que haja transformação na composição do material. As alterações de estado
físico são consideradas fenômenos físicos. Exemplo: solidificação da água. As moléculas de água no estado sólido (gelo)
apenas se organizam de forma diferente da água no estado líquido, mas o material não deixa de ser água.
Outros exemplos: Um papel que é rasgado quando submetido a uma força, um ímã que atrai a limalha de ferro
devido à força magnética, o gelo que derrete se transformando em água liquida ao absorver calor do meio, um bloco de cobre
que é transformado em tubos, chapas e fios, a reflexão da luz, a solidificação da água, e etc.
Fenômeno químico: é a transformação que altera a estrutura química da matéria, isto é, sua constituição.
Normalmente, as transformações químicas apresentam caráter irreversível. Exemplo: queima de uma folha de papel;
mesmo apagando-se o fogo, a porção de papel queimada não se recompõe. Os fenômenos químicos, também são chamados
de reações químicas, como a queima ou combustão, formação da ferrugem, corrosão e escurecimento de metais, oxidação
(escurecimento) de alimentos pelo ar, apodrecimento de matéria orgânica, respiração, digestão, etc.
5. TABELA PERIÓDICA
Apesar dos parcos conhecimentos de Química que cada um possa ter, com certeza que já ouviu falar da
Tabela Periódica, uma disposição sistemática de elementos químicos em função das suas propriedades. Como surgiu a
Tabela Periódica atual? É a esta pergunta que se procura responder nas linhas seguintes onde se pretende fazer uma breve
História da Tabela Periódica.
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Um pré-requisito necessário para construção da Tabela Periódica foi a descoberta individual dos elementos
químicos. Embora vários elementos fossem conhecidos desde a antiguidade, nomeadamente o ouro, a prata, o estanho, o
ferro e o cobre, a primeira descoberta dita científica de um elemento ocorreu em 1669 quando o alquimista Henning Brand
descobriu o fósforo. A partir daí, muitos outros elementos foram sendo descobertos e o conhecimento relativo às suas
propriedades físicas e químicas foi aumentando. Antes de 1800 eram conhecidos 34% dos elementos atualmente existentes,
no século XIX a percentagem aumentou para cerca de 75% e no século XX descobriram-se os seguintes. Através da
percepção da existência de algumas regularidades no comportamento dos elementos até então descobertos, os cientistas
começaram a procurar modelos para reconhecer as suas propriedades e desenvolver esquemas para a sua classificação e
ordenação.
No início do séc. XIX, John Dalton, um químico e físico inglês, listou os elementos, cujas massas atômicas
eram conhecidas, por ordem crescente de massa atômica, cada um com as suas propriedades e seus compostos. Não houve
uma tentativa de efetuar qualquer arranjo ou modelo periódico dos elementos. Facilmente se constatou que a lista não era
esclarecedora: vários elementos que tinham propriedades semelhantes (halogênios, por exemplo) tinham as suas massas
atômicas muito separadas.
O primeiro esboço de periodicidade dos elementos deve-se provavelmente ao geólogo francês Alexander
Emile Beguyer de Chancourtois. Em 1862, Chancourtois propõe uma classificação dos elementos pela sua disposição na
superfície de um cilindro. Os elementos dispunham-se sobre uma linha diagonal formando um ângulo de 45° com a
horizontal, desenhando uma espiral e estavam ordenados por ordem crescente de massa atômica (em números inteiros) de
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forma que os que tinham propriedades semelhantes se situavam na mesma linha vertical. Assim, deu-se conta que as
propriedades dos elementos eram uma função da sua massa atômica o que o levou a propor que "as propriedades dos
elementos são as propriedades dos números." De Chancourtois foi o primeiro a reconhecer que propriedades semelhantes
reaparecem a cada sete elementos e usando este esquema, foi capaz de prever a estequiometria de vários óxidos metálicos.
Infelizmente, o sistema era complexo, pois incluía também compostos.
Em 1863, John Alexander Reina Newlands, químico industrial inglês e professor de química no City College
em Londres, ordenou os elementos por ordem crescente de massa atômica e constatou que um dado elemento apresentava
propriedades semelhantes ao oitavo elemento a contar a partir dele. A esta relação, Newlands chamou a “Lei das Oitavas”,
que dizia ser uma espécie de repetição por analogia com as oitavas da escala musical (Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si,…Dó,…).
O principal problema com que Newlands se deparou, foi o de que a sua lei apenas funcionava corretamente para as duas
primeiras oitavas, na terceira e nas seguintes não se verificava. Apesar de ter sido ridicularizado pela Sociedade de Química
de Londres, Newlands sugere, com a Lei das Oitavas, uma classificação sistemática onde começa a surgir o princípio
envolvido na atual classificação dos elementos.
Em 1864 Julius Lothar Meyer, químico alemão, estudou a relação existente entre o volume atômico dos
elementos e as respectivas massas atômicas. Representou graficamente o volume atômico em função da massa atômica
relativa e, através da curva obtida, conseguiu agrupar vários elementos em famílias. Chegou assim, a uma classificação
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periódica dos elementos que tinham propriedades semelhantes, um esboço da tabela periódica atual. Mais ou menos por
essa altura, Dimitri Ivanovitch Mendeleev, químico russo, enquanto escrevia um livro de química inorgânica, também
procurou organizar os elementos de acordo com as suas propriedades. Mendeleev criou uma carta para cada um dos
elementos conhecidos. Cada carta continha o símbolo do elemento, a massa atômica e as suas propriedades químicas e
físicas. Colocando as cartas numa mesa, organizou-as por ordem crescente das suas massas atômicas, agrupando-as em
elementos com propriedades semelhantes, ou seja, listou os elementos de uma linha ou coluna por ordem de massa atômica,
iniciando uma nova linha ou coluna quando as propriedades dos elementos se começavam a repetir. Formou-se assim, tal
como obtido por Lothar Meyer, o esboço da tabela periódica atual. A vantagem da tabela periódica de Mendeleev sobre as
outras, é que esta exibia semelhanças, não apenas em pequenos conjuntos, como as tríades. Mostravam semelhanças numa
rede de relações vertical, horizontal e diagonal. Uma das razões para o sucesso da tabela, foi o de deixar lacunas quando
parecia que o elemento correspondente ainda não tinha sido descoberto. A partir daí, Mendeleev conseguiu prever algumas
propriedades de elementos químicos que ainda não haviam sido descobertos na sua época. Outra razão, foi ocasionalmente
ignorar a ordem sugerida pelas massas atômicas e alternar alguns elementos adjacentes para melhor classificá-los em
famílias químicas. Com o desenvolvimento das teorias da estrutura atômica, verificou-se posteriormente que Mendeleev
tinha inadvertidamente, ordenado os elementos por ordem crescente de número atômico. O trabalho de Mendeleev foi
amplamente aceito, sendo assim considerado o “pai” da tabela periódica atual. No entanto, de forma justa, tanto ele quanto
Lothar Meyer deveriam ser considerados os verdadeiros “pais” da atual classificação periódica. O azar de Meyer, foi que
em 1868 construiu uma tabela alargada dos elementos e entregou a um colega para avaliação. Enquanto isso, Mendeleev
divulgou a sua tabela à comunidade científica através de publicação em 1869, enquanto que a de Meyer veio a
conhecimento apenas em 1870.
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Dimitri Ivanovitch Mendeleev (1834- 1907)
Embora a tabela de Mendeleev/Meyer tenha demonstrado a natureza periódica dos elementos, apenas no séc.
XX foram encontradas explicações para as razões das propriedades dos elementos variarem periodicamente.
As linhas horizontais são dispostas de modo que os elementos com propriedades semelhantes fiquem nas
mesmas colunas (grupos ou famílias). O grupo é considerado o mais importante método de classificar os elementos. Em
alguns grupos, os elementos têm propriedades muito semelhantes e exibem uma tendência clara nas propriedades ao longo
do grupo. A estes grupos foram dados nomes triviais, por exemplo, os metais alcalinos, metais alcalinos terrosos,
halogênios, gases nobres, etc.. Alguns outros grupos na tabela periódica, mostram menor grau de semelhanças/tendências
verticais e são referidos simplesmente pelo seu número de grupo. Embora os grupos sejam a forma mais comum de
classificação de elementos, existem zonas da tabela periódica onde as tendências horizontais e semelhanças nas
propriedades são mais significativas do que as tendências verticais. Na Tabela Periódica, cada elemento é apresentado,
nomeadamente, com o seu símbolo e número atômico. Muitas versões da tabela apresentam também outras propriedades
atômicas e propriedades físicas.
Ao longo do séc. XX foram aparecendo representações alternativas da Tabela Periódica, principalmente por
razões didáticas. No entanto, a Tabela Periódica “tradicional” a qual conhecemos, mantém-se como a representação aceita
da disposição sistemática dos elementos químicos em função das suas propriedades.
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5.1.7. Estrutura da Tabela Periódica
A tabela periódica relaciona os elementos em linhas chamadas períodos e colunas chamadas grupos ou
famílias, em ordem crescente de seus números atômicos.
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5.1.7.1. Grupos
Antigamente, chamavam-se "famílias". Os elementos do mesmo grupo têm o mesmo número de elétrons
na camada de valência (camada mais externa). Assim, os elementos do mesmo grupo possuem comportamento
químico semelhante. Existem 18 grupos sendo que o elemento químico hidrogênio é o único que não se enquadra
em nenhuma família e está localizado em sua posição apenas por ter número atômico igual a 1, isto é, como tem
apenas um elétron na última camada, foi colocado no Grupo 1, mesmo sem ser um metal.
5.1.7.2. Períodos
Os elementos de um mesmo período têm o mesmo número de camadas eletrônicas, que corresponde ao
número do período. Existem sete períodos, cada um correspondendo a uma das camadas eletrônicas da eletrosfera
ou nuvem eletrônica.
Os períodos são:
Dentro da tabela os elementos químicos também podem ser classificados em conjuntos, chamados de séries
químicas, de acordo com sua configuração eletrônica:
Além disso, podem ser classificados de acordo com suas propriedades físicas nos grupos a seguir:
Metais;
Ametais (ou não-metais);
Gases nobres.
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Representativos
1 metais alcalinos
2 metais alcalino-terrrosos
13 família do boro
14 família do carbono
15 família do nitrogênio
Metais alcalinos: são metais leves, brilhantes como a prata, e apresentam ponto de fusão baixo. Reagem com água
formando bases ou álcalis, daí sua denominação. Em condições ambiente, 20°C e 1 atm, todos são sólidos, com exceção do
frâncio que, apesar de ter sido isolado em pequenas quantidades, supõe-se que seja líquido.
Apesar de constar do grupo 1 na tabela periódica, o hidrogênio não é um metal. Ele foi colocado
nessa posição, pois possui um elétron na camada de valência, como os demais dessa família.
Metais alcalino-terrosos: são encontrados na composição de rochas como o calcário e o basalto. São bastante reativos,
porém menos que os metais alcalinos.
Famílias do boro e do carbono: encontramos nessas famílias metais e um não- metal, o carbono. No grupo 13, em
particular, encontra-se o elemento básico à vida, o próprio carbono. Há um ramo específico da Química que estuda os
compostos de carbono, a Química Orgânica.
Família do nitrogênio e calcogênios: são compostas por metais e não- metais. O oxigênio é o elemento mais abundante na
crosta, pois faz parte da composição da parte sólida (SiO2), líquida (H2O) e gasosa (O2) da Terra.
Halogênios: são não- metais. São corrosivos e venenosos. Podem ser usados como bactericidas. Flúor e cloro são gases. O
bromo é líquido e o iodo é sólido na temperatura ambiente.
Gases nobres: são chamados nobres ou inertes porque, em condições ambiente, não formam compostos com outros
elementos, uma vez que já estão estabilizados com 2 (He) ou 8 elétrons na última camada eletrônica. Nem mesmo os
átomos de um mesmo gás nobre se unem, como acontece com os demais gases, que só existem na forma de moléculas,
como por exemplo: o gás oxigênio (O 2), o gás hidrogênio (H2), entre outros. Os gases nobres também são considerados
raros, pois compreendem menos de 1% da atmosfera. São obtidos pelo fracionamento do ar líquido.
Elementos de transição
Fazem parte os elementos do grupo de 3 a 12, não apresentam nomes especiais e compreendem os
elementos conhecidos como elementos de transição. Há dois tipos de elementos de transição: os de transição interna, que
correspondem às séries dos lantanídios e actinídios e os de transição externa, situados no corpo principal da tabela. Os
elementos dos subgrupos 3 até 10 têm apenas 1 ou 2 elétrons na camada mais externa, exceto o Pd (Paládio, Z=46) que
apresenta 18 elétrons na última camada.
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Família dos primeiros metais de transição: são metais utilizados na composição de ligas metálicas por
oferecerem dureza e tenacidade a outros metais (Sc, Y, Ti, Zr, Hf, V, Nb, Ta, Cr, Mo, W, Mn, Tc e Re).
Família dos segundos metais de transição: apresenta-se dividida em 3 grupos, cada qual com 3 elementos
(tríade):
• Ferro, cobalto e níquel: muito magnéticos, misturam-se facilmente com outros elementos. São encontrados em forma
pura quando provenientes de meteoritos ou em mistura com outros metais nos minérios.
• Rutênio, ródio e paládio: são encontrados como catalisadores de algumas reações de oxidação, em ligas metálicas muito
utilizadas em espectroscopia e revestimentos galvânicos e na fabricação de instrumentos de alta precisão e peças delicadas,
como as guarnições de balanças e ferramentas cirúrgicas, bem como a elaboração de objetos de ornamentação.
• Platina, ósmio e irídio: utilizados em ligas de jóias e aparelhos de precisão.
Família dos terceiros metais de transição: cobre, ouro e prata são muito usados na fabricação de moedas
e jóias. Esses elementos são considerados metais nobres por serem pouco reativos.
Os demais metais são usados para os mais diversos fins: o cádmio, em ligas para a fabricação de
rolamentos de automóveis; o zinco, para confecção de peças domésticas, e o mercúrio, na iluminação pública, em
termômetros etc. Todos os elementos apresentam-se no estado sólido, exceto o mercúrio, que se apresenta no estado
líquido em condição ambiente.
Séries
Nome que recebem os dois apêndices sob a tabela. Os elementos situados nessas séries são chamados de
lantanídios e actinídios. Pertencem ao sexto e sétimo períodos, respectivamente. O número de elementos em cada série é
variável: as séries dos lantanídios e dos actinídios pertencem ao grupo 3 e são chamados de elementos de transição
interna, exceto o La e o Ac.
Série dos lantanídios : são metais maleáveis e abundantes, utilizados na forma de misturas e ligas na
fabricação de ferro e aço.
Série dos actinídios: possuem alguns dos átomos mais pesados. Apresentam elementos radioativos. Alguns
são naturais, outros são artificiais.
Por meio de métodos experimentais, os químicos concluíram que o número máximo de elétrons que cabe em
cada camada ou nível de energia é:
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Nível de energia Camada Número máximo de elétrons
1º K 2
2º L 8
3º M 18
4º N 32
5º O 32
6º P 18
7º Q 2
O número máximo de elétrons que cabe em cada subcamada, ou subnível de energia, também foi determinado
experimentalmente:
energia crescente
Subnível s p d f
O número de subníveis que constituem cada nível de energia depende do número máximo de elétrons que
cabe em cada nível. Assim, como no 1º nível cabem no máximo 2 elétrons, esse nível apresenta apenas um subnível s, no
qual cabem os 2 elétrons. O subnível s do 1º nível de energia é representado por 1s.
Como no 2º nível cabem no máximo 8 elétrons, o 2º nível é constituído de um subnível s, no qual cabem no
máximo 2 elétrons, e um subnível p, no qual cabem no máximo 6 elétrons. Desse modo, o 2º nível é formado de dois
subníveis, representados por 2s e 2p, e assim por diante.
Resumindo:
1º K 2 1s
2º L 8 2s e 2p
3º M 18 3s, 3p e 3d
4º N 32 4s, 4p, 4d e 4f
5º O 32 5s, 5p, 5d e 5f
6º P 18 6s, 6p e 6d
7º Q 8 7s
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Linus Gari Pauling (1901-1994), químico americano, elaborou um dispositivo prático que permite colocar
todos os subníveis de energia conhecidos em ordem crescente de energia. É o processo das diagonais, denominado diagrama de
Pauling, representado a seguir. A ordem crescente de energia dos subníveis é a ordem na seqüência das diagonais
De um modo simplificado, podemos classificar os elementos na tabela periódica, e acordo com suas
configurações eletrônicas, em:
a) Elemento representativo.
Exemplo: 11Na – 1s² 2s² 2p6 3s¹ 3° período (3° camada) - grupo 1
Exemplo: 26Fe – 1 s² 2s² 2p6 3s2 3p6 4s² 3d6 4° período (4° camada) - grupo VIII B
Exemplo: 58Ce – 1 s² 2s² 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d10 5p6 6s2 4f2 6° período (6° camada) - grupo III B
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Exercícios
(A) Número de massa. (B) Massa atômica. (C) Número atômico. (D) Raio atômico. (E) Eletroafinidade.
2. (PUCCAMP-SP) O subnível de maior energia do átomo de certo elemento químico é 4d5. Esse elemento é um metal:
3. (UF-PR) Os elementos representados pelas configurações eletrônicas I, II, III e IV pertencem, respectivamente, aos grupos
da tabela periódica:
(A) 1A, 1B, 7A, 3B. (B) 1A, 1A, 7A, 5A. (C) 1A, 1B, 5A, 3B. (D) 1A, 1B, 5A, 2A. (E) 1A, 1A, 7A, 3A.
I - gotas de limão adicionadas a um copo com leite II - fotografia amarelada pelo tempo ou pela exposição ao sol
(A) queima de uma folha de papel. (B) dissolução de um comprimido efervescente em água.
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