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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE


FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DO TRAIRI
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
MESTRADO EM SAÚDE COLETIVA

ROSA SÁ DE OLIVEIRA NETA

ESTADO NUTRICIONAL, SARCOPENIA E FUNCIONALIDADE EM IDOSAS


RESIDENTES NA COMUNIDADE

SANTA CRUZ/RN
2017
1

ROSA SÁ DE OLIVEIRA NETA

ESTADO NUTRICIONAL, SARCOPENIA E FUNCIONALIDADE EM IDOSAS


RESIDENTES NA COMUNIDADE

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-


Graduação em Saúde Coletiva da Faculdade de
Ciências da Saúde do Trairi da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, como
requisito parcial para obtenção do título de
Mestre em Saúde Coletiva.
Área de Concentração: Epidemiologia e
condições de vida e saúde da população
Orientador: Prof. Dr. Marcelo Cardoso de
Souza

SANTA CRUZ/RN
2017
2

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN


Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi - FACISA

Oliveira Neta, Rosa Sá de.


Estado nutricional, sarcopenia e funcionalidade em idosas
residentes na comunidade / Rosa Sá de Oliveira Neta. - 2017.
67f.: il.

Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do


Norte, Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi, Programa de Pós-
Graduação em Saúde Coletiva. Santa Cruz, RN, 2017.
Orientador: Marcelo Cardoso de Souza.

1. Envelhecimento - Dissertação. 2. Idosas - Dissertação. 3.


Estado Nutricional - Dissertação. 4. Funcionalidade -
Dissertação. 5. Sarcopenia - Dissertação. I. Souza, Marcelo
Cardoso de. II. Título.

RN/UF/FACISA CDU 613.98


3

ROSA SÁ DE OLIVEIRA NETA

ESTADO NUTRICIONAL, SARCOPENIA E FUNCIONALIDADE EM IDOSAS


RESIDENTES NA COMUNIDADE

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-


Graduação em Saúde Coletiva da Faculdade de
Ciências da Saúde do Trairi da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, como
requisito parcial para obtenção do título de
Mestre em Saúde Coletiva.
Área de Concentração: Epidemiologia e
condições de vida e saúde da população
Orientador: Prof. Dr. Marcelo Cardoso de
Souza

Aprovada em: ___/___/___

Presidente da banca (orientador): Prof. Dr. Marcelo Cardoso de Souza


Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Prof. Dra. Saionara Maria Aires da Câmara


Examinador Interno – Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Prof. Dra. Larissa Praça de Oliveira


Examinador Externo – Instituição: Universidade Potiguar
4

Dedico este trabalho aos que se esforçaram para que ele se concretizasse. Em especial,
a todas as idosas, cujas falas e sabedoria me fizeram aprender com suas experiências que
jamais pude vivenciar. Ao longo destes dois anos, que em alguns momentos pareceram
intermináveis, elas me fizeram percorrer caminhos que pensei nunca existirem; fizeram-me,
ainda, encontrar forças que pensei não tê-las e dar o próximo passo adiante, um de cada vez,
quando pensei em retroceder.
5

AGRADECIMENTOS

Inicialmente, gostaria de agradecer a Deus, representante da plenitude e majestade, pelo


dom da vida. Que me dotou de capacidades somente conhecidas por Ele.
À minha mãe e irmãos que sempre estiveram dispostos a ajudar. Sem o apoio de vocês,
não seria quem sou hoje. Sem vocês não teríamos conseguido.
Ao meu pai [in memorian], mesmo com a dor da perda, sua ausência foi fundamental à
minha educação e formação do meu caráter.
Ao meu amado esposo, Thiago, que esteve sempre presente, compreendendo minha
ausência ou falta de tempo em virtude dos meus deslocamentos diários para Santa Cruz-RN,
ajudando-me com seu sorriso, seu beijo ou palavra amiga e sempre me incentivando a
concretizar nossos sonhos. Acima de tudo, pelo amor que fez com que nos encontrássemos.
Ao meu orientador e amigo, Prof. Dr. Marcelo Cardoso, profissional e ser humano
fantástico, pelo seu “sim” ao me aceitar como sua orientanda que, no momento oportuno,
tomou-me por suas mãos e guiou-me até aqui. Quando tudo parecia estar perdido seu cuidado
me fez prosseguir. Por sua conduta transparente e pelos ensinamentos adquiridos por
intermédio da solidez do seu conhecimento.
À Isabelle, não só minha dupla de mestrado, mas também amiga por sua compreensão,
paciência, orientação e verdadeira amizade.
Ao Prof. Ms. Glauko Dantas pelo apoio nas análises estatísticas, sem você não
chegaríamos até aqui.
À Profa. Dr. Saionara por todos os ensinamentos, questionamentos e por todos os
momentos de discussão compartilhados.
Às idosas, razões do meu trilhar por este caminho; às suas memórias... Muitas palavras
ainda seriam poucas para agradecer-lhes pelo convívio e vínculos estabelecidos.
Aos amigos que fiz em Santa Cruz-RN. Obrigada pelo apoio nas horas difíceis, pela
alegria nos momentos de tristeza e pela ternura nos momentos complicados. Espero um dia
poder retribuir toda a felicidade que vocês me proporcionaram.
Enfim, a todos aqueles que de alguma forma ajudaram para que esse estudo fosse
realizado, e que por ventura eu tenha omitido a citação, minha sincera gratidão!
6

RESUMO

Introdução: Uma das alterações corporais típicas do envelhecimento é a perda da massa e da


função do muscular (sarcopenia), que contribui para a limitação funcional assim como a
obesidade que também é um dos fatores de risco relacionados ao desenvolvimento de doenças
que limitam a funcionalidade. Objetivo: Avaliar a relação entre a capacidade funcional, a
sarcopenia e o estado nutricional de idosas da comunidade. Métodos: Estudo observacional
analítico de caráter transversal realizado com 100 idosas acima de 60 anos que frequentaram a
clínica-escola de fisioterapia da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi (FACISA-UFRN).
Para a coleta de dados, aplicou-se um questionário, contendo informações de identificação,
dados socioeconômicos, prática de atividade física, dados antropométricos e de composição
corporal através da aplicação da bioimpedância e dados de funcionalidade através do teste de
caminhada de seis minutos. Resultados: A média de idade da amostra foi de 67±8,0 anos, A
maioria das idosas não praticava atividade física (59%), possuíam pelo menos o ensino
fundamental (38%), recebiam até dois salários mínimos (48%) e eram obesas. As taxas de
prevalência quanto à presença de sarcopenia foram: obesidade sarcopênica (5%), sarcopenia
(14%), obesidade (63%) e normais (18%). Idosas ativas, que estudaram mais que o ensino
fundamental até o ensino médio, com renda entre dois e quatro salários, e não obesas tiveram
melhor desempenho no teste de caminhada que as demais. Não houve diferenças
estatisticamente significativas no teste de caminhada de acordo com a renda ou IMC (p>0,05).
As idosas não obesas e não sarcopênicas caminharam mais no teste de funcionalidade que as
demais (p=0,021). Conclusões: As idosas com baixa escolaridade, sedentárias e com baixo
nível socioeconômico apresentaram piores desempenhos no teste de caminhada. A obesidade
classificada apenas pelo IMC não mostrou significância quando comparada ao teste de
caminhada, já as outras formas de mensuração da obesidade foram significantes. A obesidade,
sarcopenia e obesidade sarcopênica foram prevalentes nas idosas e tiveram relação com os
piores desempenhos físicos, gerando novas demandas para os sistemas de saúde e seguridade
social.

Palavras-chave: Envelhecimento. Idosas. Estado Nutricional. Funcionalidade. Sarcopenia.


7

ABSTRACT

Introduction: One of the typical body changes of aging is the loss of muscle mass and
function (sarcopenia), which contributes to functional limitation as well as obesity, which is
also one of the risk factors related to the development of diseases that limit functionality.
Objective: To evaluate the relationship between functional capacity, sarcopenia and the
nutritional status of the elderly in the community. Methods: Cross-sectional observational
study performed with 100 elderly women over 60 years of age attending the physical therapy
clinic of the Faculty of Health Sciences of Trairi (FACISA-UFRN). To collect data, a
questionnaire containing identification information, socioeconomic data, physical activity
practice, anthropometric data and body composition were applied. waist circumference, waist-
height ratio, and muscle mass measured by bioimpedance) and functional data (six-minute
walk test). Results: The mean age of the sample was 67 ± 8.0 years. Most of the elderly
women did not practice physical activity (59%), had at least elementary school (38%),
received up to two minimum wages (48%), and were obese. Prevalence rates for sarcopenia
were: sarcopenia (5%), sarcopenia (14%), obesity (63%) and normal (18%). Active elderly,
who studied more than elementary school through high school, with income between two and
four salaries, and not obese had better performance in the walking test than the others. There
were no statistically significant differences in the walk test according to income (p> 0.05).
Non-obese and non-sarcopenic women walked more on the functional test than the others (p =
0.021).
Conclusions: The elderly with low education, sedentary and with low socioeconomic level
presented worse performance in the walking test. Obesity classified only by BMI showed no
significance when compared to the walking test, while other forms of obesity measurement
were significant. Obesity, sarcopenia and sarcopenic obesity were prevalent in the elderly and
related to the worst physical performance, generating new demands for the health and social
security systems.

Key words: Aging. Elderly. Nutritional Status. Functionality. Sarcopenia.


8

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Pirâmides etárias da população brasileira por sexo – 1980, 2000, 2020 e
2050.................................................................................................................... 16
Figura 2 - Mapa da localização do município de Santa Cruz/RN no mapa do Rio
Grande do Norte, Brasil.............................................................................................. 26
Quadro 1 – Variáveis categóricas e quantitativas do estudo......................................... 28
Figura 3 - Avaliação da composição corpórea pelo aparelho Omron® HBF-514c 32
Figura 4 - Local de medição da circunferência do pescoço........................................ 34
Figura 5 - Ilustração da execução do Teste de Caminhada de 6 minutos. ................. 35
Figura 6 - Desempenho no TC6min de acordo com a prática de atividade física de
idosas da comunidade em Santa Cruz/RN, 2017........................................................ 39
Figura 7 - Desempenho no TC6min de acordo com a escolaridade de idosas da
comunidade em Santa Cruz/RN, 2017.................................................................... 40
Figura 8 - Desempenho no TC6min de acordo com a renda de idosas da
comunidade em Santa Cruz/RN, 2017. .................................................................. 40
9

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Caracterização geral da amostra............................................................ 38


Tabela 2 – Classificação das idosas quanto à presença de sarcopenia, obesidade e
obesidade sarcopênica de acordo com a obesidade central (CC)............................... 39
Tabela 3 – Teste de Caminhada de 6 minutos (TC6min) de acordo com as
variáveis de composição corporal............................................................................... 41
Tabela 4 - Teste de Caminhada de 6 minutos (TC6min) de acordo com a
classificação de sarcopenia........................................................................................ 41
Tabela 5 – Análise de regressão linear múltipla para o Teste de Caminhada de seis
minutos (TC6min) em relação as medidas de composição corporal.......................... 42
Tabela 6 – Análise de regressão linear múltipla para o Teste de Caminhada de seis
minutos (TC6min) em relação aos grupos normal, sarcopênicas, obesas e obesas-
sarcopênicas................................................................................................................ 42
10

LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

%GC – Percentual de Gordura Corporal


BIA – Impedância bioelétrica
CC – Circunferência da Cintura
CF – Capacidade Funcional
CP – Circunferência do pescoço
DCNT – Doenças Crônicas Não-transmissíveis
DP – Distância Prevista
ENDEF – Estudo Nacional de Despesa Familiar
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IE – Índice de Envelhecimento
IMC – Índice de Massa Corpórea
MLG – Massa Livre de Gordura
MM – Massa Muscular
OMS – Organização Mundial de Saúde
PNSI – Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa
RCQ – Razão Cintura Quadril
TC6min – Teste de Caminhada de 6 Minutos
11

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...................................................................................................... 12
2 OBJETIVOS.......................................................................................................... 14
2.1 Objetivo Geral.................................................................................................... 14
2.2 Objetivos Específicos........................................................................................... 14
3 REVISÃO DA LITERATURA............................................................................. 15
3.1 Envelhecimento.................................................................................................... 15
3.2 Alterações funcionais do envelhecimento............................................................ 18
3.3 Estado nutricional dos idosos.............................................................................. 21
4 MÉTODOS........................................................................................................... 26
4.1 Natureza do Estudo............................................................................................... 26
4.2 Local e população do estudo................................................................................. 26
4.3 Aspectos éticos..................................................................................................... 27
4.4 Critérios de inclusão e exclusão............................................................................. 27
4.5 Variáveis do estudo............................................................................................. 28
4.6 Instrumentos e procedimentos............................................................................... 29
4.6.1 Dados demográficos e socioeconômicos............................................................. 29
4.6.2 Variável atividade física .................................................................................. 30
4.6.3Levantamento de dados para avaliação do Estado
Nutricional...................................................................................................... 30
4.6.4 Avaliação da funcionalidade ........................................................................ 35
4.6.5 Classificação da obesidade, sarcopenia e obesidade sarcopênica ......... 36
4.7 Análise estatística................................................................................................. 37
5 RESULTADOS...................................................................................................... 38
6 DISCUSSÃO....................................................................................................... 43
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................ 48
REFERÊNCIAS........................................................................................................ 49
ANEXO A - Parecer Comitê de Ética em
Pesquisa..................................................................................................................... 60
Apêndice A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)........................ 64
Apêndice B - Questionário padronizado utilizado na coleta de dados........................ 66
12

1 INTRODUÇÃO

A população mundial encontra-se em um processo de reestruturação demográfica que


se caracteriza pela redução das taxas de fecundidade, diminuição da mortalidade e
consequente aumento da expectativa de vida e envelhecimento populacional (CLOSS;
SCHWANKE, 2012). A transição demográfica vem acontecendo de forma heterogênea na
população e encontra-se em fases distintas por todo o mundo (NASRI, 2008).
Esse envelhecimento populacional traz consigo desafios para o Estado, sobretudo no
que diz respeito às demandas para os sistemas de saúde e de seguridade social. O
envelhecimento pode ser saudável se, concomitantes a ele, forem realizadas ações preventivas
e de promoção da saúde. Essas intervenções são fundamentais para reduzir os desafios que
não são só presentes, mas também futuros (KALACHE, 2008).
A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI) afirma que o principal
problema que pode afetar aos idosos é a perda da funcionalidade diante da progressão das
enfermidades diante da maior probabilidade de se expor as doenças crônicas não-
transmissíveis (DCNT) (BRASIL, 2006).
Neste sentido, parte das condições crônicas relacionadas ao processo do
envelhecimento está atrelada a diversas alterações físicas e de composição corporal,
fisiológicas, metabólicas e psicológicas. Existindo heterogeneidade em cada indivíduo
(genética e ambiental), ou seja, ocorre de forma peculiar e diferenciada, sendo determinado
por hábitos cotidianos adotados ao longo da vida, assim como, pela herança genética
individual (SCHNEIDER; IRIGARAY, 2008).
A alimentação exerce função primordial na promoção, manutenção e recuperação da
saúde, sendo um dos principais fatores de risco modificáveis para as DCNT. Sabe-se, ainda,
que existem alterações na composição corporal do idoso, como a diminuição da massa
muscular e o acúmulo de gordura abdominal, que podem acarretar um grande impacto no
estado nutricional desses indivíduos (BRASIL, 2006; LEITE-CAVALCANTI et al., 2009).
Uma das alterações corporais característica do envelhecimento é a perda bem descrita
da massa e da função do músculo esquelético, que mostra contribuir para a limitação
funcional, incapacidade e mortalidade. Essa atrofia muscular associada à idade, é denominada
"sarcopenia", implica um distúrbio do equilíbrio entre a síntese de proteínas musculares e a
destruição de proteínas musculares como principal contribuinte para a etiologia da sarcopenia
13

que é multifatorial, incluindo fatores nutricionais, metabólicos e hormonais (SHLISKY et al.,


2017).
Cabe ressaltar, que o estado nutricional alterado através da obesidade é um dos
principais fatores de risco relacionados ao desenvolvimento de doenças que limitam a
funcionalidade e que a associação do excesso de peso no desenvolvimento dessas doenças vai
muito além da sobrecarga mecânica (SARTORI-CINTRA; AIKAWA; CINTRA, 2014;
GOMES-NETO et al., 2016).
Deve-se salientar a importância da investigação de condições que ocasionam o
prejuízo na funcionalidade, pois se sabe que o déficit funcional está atrelado à mortalidade e
que as alterações na composição corporal podem ocasionar limitações nas condições físicas e
menor desempenho funcional (STENHOLM et al., 2009). Porém, existem lacunas na
literatura no que se refere a estudos que avaliem o estado nutricional, a presença de
sarcopenia e o déficit funcional de idosas da comunidade.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (INSTITUTO
BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2011), a expectativa de vida feminina
superou em 7,3 anos a masculina em 2010, sendo 71,3 anos para eles e 78,6 anos para elas.
Daí a relevância de verificar essas condições em mulheres idosas do município de Santa
Cruz/RN, já que seguindo tendência nacional, há um aumento progressivo de mulheres acima
dos 60 anos nesse município (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E
ESTATÍSTICA, 2010b). Sendo necessário realizar estudos que envolvam o estado nutricional
e a funcionalidade de idosas sob a ótica da pluralidade do envelhecimento e dos fatores a ele
associados como forma de fomentar as propostas de políticas de saúde que causem impacto na
qualidade de vida desta população.
14

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Avaliar a relação entre a capacidade funcional, a sarcopenia e o estado nutricional de idosas


da comunidade.

2.2 Objetivos Específicos

- Conhecer a caracterização socioeconômica e antropométrica das idosas residentes na


comunidade em Santa Cruz/RN;

- Avaliar a capacidade funcional e o estado nutricional destas idosas;

- Identificar a presença de sarcopenia, obesidade e obesidade sarcopênica no grupo estudado;

- Verificar a relação entre a capacidade funcional e o estado nutricional das idosas;

- Relacionar a funcionalidade e a presença de sarcopenia e obesidade sarcopênica.


15

3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Envelhecimento

Segundo estimativas estatísticas da Organização Mundial da Saúde (OMS) a


população global de idosos vai passar dos atuais 841 milhões para 2 bilhões até 2050
(WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2017). O crescimento no número de idosos é uma
realidade mundial, e no Brasil acontece de forma acelerada e radical (VERAS, 2009). De
acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), profundas mudanças
ocorreram na estrutura etária da população brasileira, a proporção de idosos brasileiros passou
de 8,6% em 2000 para 11% em 2010 (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E
ESTATÍSTICA, 2010a).
Tal fenômeno ocorreu a partir da década de 60, período em que o Brasil vivenciou
uma queda generalizada da taxa de fecundidade, antes identificada apenas em alguns
segmentos sociais mais desenvolvidos (CARVALHO; WONG, 2008). O envelhecimento dos
brasileiros trouxe importante impacto para a sociedade, especialmente sobre os cuidados de
saúde, não só relacionado ao aumento da morbidade entre idosos, mas também se estende à
redução da função física e independência dessas pessoas no desenvolvimento de suas
atividades diárias. Projeta-se que para 2025 o Brasil ocupe o 6º lugar mundial, com cerca de
32 milhões de idosos (KALACHE; VERAS; RAMOS, 1987; BRASIL, 2010).
A Figura 1 mostra a pirâmide etária da população brasileira em conformidade com o
IBGE (2010a). É perceptível o estreitamento da base da pirâmide e ao longo das décadas, ou
seja, está ocorrendo uma diminuição das faixas etárias mais jovens e um aumento
significativo das mais velhas.
16

Figura 1 – Pirâmides etárias da população brasileira por sexo – 1980, 2000, 2020 e
2050.

Fonte: IBGE, 2010a.


Observa-se ainda na figura 1 maior proporção de mulheres em faixas etárias mais
altas, como no topo da pirâmide. Do ponto de vista sociodemográfico, o termo feminização da
velhice é associado a maior proporção de mulheres na população idosa, maior longevidade
das mulheres em relação aos homens, crescimento do número de mulheres que fazem parte da
população economicamente ativa (PEA) e crescimento no número relativo de mulheres que
são chefes de família. Porém no sentido médico-social significa mais risco do que vantagens,
pois as mulheres são mais frágeis sócio e fisicamente do que os homens (SILVA, 2011).
Não diferente da tendência de envelhecimento nacional, no município de Santa
Cruz/RN, 4.183 pessoas se encontram na faixa etária acima dos 60 anos de idade, o que
representa aproximadamente 11,7% da população total do município (IBGE, 2010b). Desta
forma, o acelerado envelhecimento da população exige preparação para as consequências
sociais e econômicas que dele advêm, assim, é indispensável repensar conhecimentos, como
também, intervenções que promovam a saúde atual da população (OLIVEIRA et al., 2014).
Sob o olhar demográfico, a velhice está focalizada, prioritariamente, pelos limites
numéricos. A medicina, as instituições assistenciais, culturais e burocráticas, públicas e
privadas estabelecem números, que variam de 60 a 65 anos, para caracterizar a velhice. De
acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a idade em que se chega à velhice é
fixada em 60 anos para países em desenvolvimento e no terceiro mundo e 65 anos em países
desenvolvidos, classificação que busca vislumbrar a situação econômica e social de cada país
(BRASIL, 2006).
Já na visão econômica, o envelhecimento populacional resulta em um aumento da
população não produtiva, que sobrecarrega a população economicamente ativa, sendo oneroso
17

para o sistema previdenciário. Socialmente, vem crescendo o papel familiar dentro da rede de
suporte social a esses idosos, podendo gerar conflitos intergeracionais (SILVA, 2011).
Dentre as várias alternativas para a observação do envelhecimento de uma
determinada população, tem-se o Índice de Envelhecimento (IE) que representa o número de
pessoas de 60 e mais anos de idade, para cada 100 pessoas menores de 15 anos de idade, na
população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado (RIPSA, 2009).
Assim, o IE avalia o processo de ampliação do segmento idoso na população total em
relação à variação relativa no grupo etário jovem. Quando há um aumento do grupo jovem
maior do que o aumento dos idosos, o índice acusa o rejuvenescimento da população, já
quando há uma ampliada participação dos idosos, sugere o envelhecimento da população. Por
outro lado, se os dois grupos etários observarem variações de mesmo sentido e intensidade, o
IE não varia, apresentando estabilidade no envelhecimento (MOREIRA, 1997).
Desde a década de 70 até o ano de 2010, observou-se uma evolução do IE brasileiro,
passando de 12,2% para 44,8%, representando um aumento de 268%. O IE juntamente com
outros indicadores demográficos afirma um perfil de mudanças que mostram o
envelhecimento populacional brasileiro como um processo irreversível (CLOSS;
SCHWANKE, 2012).
A velhice já foi sinônima de doença, decadência, solidão, repouso, entre outros
estigmas que retratam o envelhecer como um processo contínuo de perdas de valores sociais,
de autonomia do corpo e do controle sobre si, em que as suas condições precárias de saúde
limitariam a sua autonomia e os tornariam dependentes de cuidados de terceiros, seja pelas
dificuldades de deslocamento ou pelas necessidades de cuidados nas tarefas diárias cada vez
maiores (KUWAE et al., 2015).
Diferentemente das sociedades que envelheceram em ritmo mais lento e se adaptaram
paulatinamente a essa situação, o Brasil enfrenta a exigência de, com certa urgência, ampliar o
entendimento das implicações de ordem demográfica, econômica e social do processo de
envelhecimento e organizar políticas para enfrentá-las. Essa transição demográfica não é
neutra, e pode potencializar as possibilidades demográficas, e favorecer o desenvolvimento do
país, ou, por outro lado, ampliar as desigualdades que marcam a história da sociedade
brasileira (MIRANDA; MENDES; SILVA, 2017).
Concomitante ao envelhecimento brasileiro também houve a mudança no perfil de
morbidade, caracterizado pela transição epidemiológica e engloba três mudanças básicas: 1)
substituição das doenças transmissíveis por doenças não transmissíveis; 2) deslocamento da
18

maior carga de adoecimento dos grupos mais jovens aos grupos mais idosos; e 3)
transformação de uma situação em que predomina a mortalidade para outra em que a
morbidade é dominante (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA,
2004). Nesse contexto, as doenças inerentes ao envelhecimento tornam-se mais expressivas na
sociedade, gerando novas demandas para os serviços de saúde, uma vez que tais doenças
exigem acompanhamento e cuidados constantes e permanentes (LIMA-COSTA; VERAS,
2003).
Assim, os estudos epidemiológicos são indispensáveis para identificação dos
problemas prioritários entre os grupos mais vulneráveis, além dos fatores de risco e proteção a
que estão associados, como forma de orientar as ações para distribuição de recursos e elencar
as prioridades na elaboração de políticas públicas (UCHÔA; FIRMO; LIMA-COSTA, 2002).

3.2 Alterações funcionais do envelhecimento

A funcionalidade no processo de envelhecimento está relacionada com a interação de


várias funções, entre elas, a capacidade física e psicocognitiva, que irão sustentar a realização
das atividades cotidianas e a participação social e comunitária, sendo apontada como um
indicador de saúde (LOPES; SANTOS, 2015). Deste modo, a capacidade funcional (CF)
surge como um novo componente no modelo de saúde dos idosos porque envelhecer
mantendo todas as funções não significa problema para o indivíduo ou sociedade. O problema
se inicia quando essas funções começam a deteriorar (ALVES et al., 2007).
A CF é considerada, como base de uma avaliação geriátrica eficiente, dando uma
abordagem ampla e interdisciplinar ao estado de saúde. Assim, as várias dimensões que
afetam a vida dos idosos estão incluídas, como seu estado de saúde, relações sociais, ambiente
físico e as condições demográficas, socioeconômicas, culturais e psicológicas (FREITAS et
al., 2012).
O aumento na vulnerabilidade fisiológica dos idosos contribui para o aumento nas
taxas de mortalidade, por combinar as dificuldades no campo da percepção e equilíbrio com o
declínio do sistema músculoesquelético, redução da capacidade visual, entre outras. Isso não
justifica que traumas ou lesões sejam consequentes da idade, pois a premissa fundamental da
saúde pública é de que acidentes podem ser previsíveis e evitáveis em todas as idades
(SILVA, 2011).
19

Paula et al. (2013) apontam que além dos fatores fisiológicos do envelhecimento, a
funcionalidade e a incapacidade de idosos recebem influência do gênero, renda, escolaridade,
ambiente físico e social, condições de saúde, história de vida, personalidade e cognição,
podendo, portanto, apresentar heterogeneamente no território brasileiro e mesmo na a
população idosa residente em um mesmo local.
Estudo epidemiológico mostrou que, em pessoas idosas, os fatores associados à pior
CF estão relacionados a ser do sexo feminino, baixo nível educacional e idade
avançada (NOGUEIRA, 2010; D'ORSI; XAVIER; RAMOS, 2011). Do mesmo modo, há
relação entre o avanço da idade e a diminuição do nível de atividade física (MALTA et al.,
2014).
As Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) afetam diretamente a CF,
tornando-se um importante meio de avaliar a autonomia do idoso e maioria deles apresenta
mais de uma doença (LOPES; SANTOS, 2015). Neste contexto, as DCNT e suas causas
externas apresentam uma crescente preocupação quanto à funcionalidade dos idosos, uma vez
que geralmente estão associados ao aumento da morbidade, hospitalização, readmissão em
departamentos de emergência, institucionalização e mortalidade (ACOSTA; LIMA, 2013).
Outro fator associado ao comprometimento da funcionalidade é o sobrepeso e a
obesidade, que ocorre com o envelhecimento e em decorrência de perda de massa e força
muscular, além de disfunção articular. Como consequência, há perda progressiva de
autonomia, dor crônica, diminuição de qualidade de vida e dependência progressiva
(PAJECKI et al., 2014).
De acordo Christensen, Astrup e Bliddal (2005), a deficiência na funcionalidade em
pacientes obesos melhorou significativamente quando o peso foi reduzido em mais de 5% a
uma taxa de> 0,25% por semana, consequentemente, uma perda de 11% de peso ao longo de
um período de 8 semanas resultou em uma diminuição de 3 vezes na funcionalidade auto-
relatada em relação a um grupo controle. Portanto, recomenda-se que os pacientes com
excesso de peso sejam encorajados a perder peso.
Sendo assim, investigar a funcionalidade dos membros inferiores é de grande valia
para identificar pacientes com risco de quedas. Tais quedas são responsáveis pela maior parte
de danos não fatais a essa população, e suas complicações representam importante causa de
morte em pessoas com mais de 65 anos (SCHNEIDER; MARCOLIN; DALACORTE, 2008).
Outras limitações com repercussões no estilo de vida são a dor ao subir e descer
escadas e ao deambular associadas à rigidez matinal. Embora muitas pesquisas focalizem a
20

dor e a incapacidade física, há um crescente interesse em mensurar o impacto da dor na


qualidade de vida, principalmente na população idosa (ALEXANDRE; CORDEIRO;
RAMOS, 2008).
Tendo em vista que o desempenho nas atividades do cotidiano é determinado pela
integração de diversas capacidades e habilidades físicas, os testes físicos são utilizados como
ferramentas importantes para determinação do perfil funcional do idoso, pois, permitem a
predição de possíveis alterações longitudinais da capacidade funcional (CAMARA et al.,
2008).
Dentre as alternativas dos testes de caminhada, pode-se destacar o teste de caminhada
de 6 minutos (TC6min), padronizado pela American Thoracic Society (AMERICAN
THORACIC SOCIETY, 2002). Dourado (2011) em extensa revisão literária pode apontar o
TC6min, como a proposta mais estudada e estabelecida em testes de campo de caminhada,
apresentando 31 estudos de validação, sendo considerado o mais viável dentre os testes de
dois e 12 minutos.
No caso da capacidade funcional dos idosos, o TC6min tem sido relacionado com
atributos funcionais importantes. A redução na distância percorrida no teste correlaciona-se
com dificuldades de realização das atividades instrumentais da vida diária, como trabalhos
domésticos leves ou intensos, fazer compras, cozinhar, lidar com dinheiro e utilizar o telefone
(ENRIGHT et al., 2003). O desempenho no TC6min também se correlaciona
significativamente com a força e potência dos músculos das articulações do joelho e
tornozelo, que podem indicar melhor desempenho em subir degraus (DOURADO, 2011).
Daí a importância da identificação das limitações funcionais dos idosos como forma
de criar medidas para melhorar a qualidade de vida dos mesmos. Já que qualidade de vida na
velhice tem sido definida como a percepção de bem-estar de uma pessoa, que deriva de sua
avaliação do quanto realizou daquilo que idealiza como importante para uma boa vida e de
seu grau de satisfação com o que foi possível concretizar até o momento. Além disso, à
medida que um indivíduo envelhece, sua qualidade de vida é fortemente determinada por sua
habilidade de manter autonomia e independência e, portanto, dependente do controle das
prováveis doenças crônicas já presentes (OLIVEIRA et al., 2010).
Deve-se salientar que a promoção da qualidade de vida em idosos exige a organização
da oferta de serviços e de atendimentos especiais no âmbito dos serviços de saúde e da
proteção social, diferentes dos prestados tradicionalmente pela previdência social e pela
assistência. Tais serviços incluem o apoio para a realização de atividades da vida diária, a
21

promoção da autonomia e o desenvolvimento de atividades preventivas no âmbito da saúde


(BATISTA et al., 2008).
O envelhecimento da população gera assim repercussões em diversas áreas,
encontrando-se a nível coletivo associado ao aumento da despesa pública, aos riscos inerentes
à sustentabilidade da segurança social e à incapacidade do sistema de saúde de dar resposta às
necessidades específicas dos idosos e principalmente dos mais envelhecidos (80 anos ou
mais) (CABRAL et al., 2013; POCINHO, 2014).
A necessidade de promoção de um envelhecimento saudável e com qualidade, ou seja,
com saúde, autonomia e independência durante o maior período de tempo possível, traduz-se
num desafio individual e coletivo para a prevenção e promoção da saúde. Assim, para evitar
que o envelhecimento da população e a velhice sejam encarados como um problema é
necessário unificar esforços no sentido de promover um envelhecimento ativo.

3.3 Estado nutricional dos idosos

A condição nutricional é aspecto importante para os idosos, uma vez que o


envelhecimento afeta o estado nutricional por razões senis (patológicas) ou senescentes
(fisiológicas). Redução da eficiência dos órgãos do sentido, edentulismo, falha na mastigação,
constipação intestinal e deficiência nos processos de absorção e eliminação levam a essas
alterações (SPEROTTO; SPINELLI, 2010; WACHHOLZ; RODRIGUES; YAMANE, 2011).
Alguns desses condicionantes ocorrem devido às alterações fisiológicas do próprio
envelhecimento, enquanto outros são acarretados pelas enfermidades presentes, pelas práticas
ao longo da vida (fumo, dieta, atividade física) e situação socioeconômica (LEITE-
CAVALCANTI et al., 2009).
As mudanças atuais no ambiente e no estilo de vida tornam difíceis atingir as
recomendações dietéticas para muitos idosos. Eles têm menos apoio da estrutura familiar, ao
mesmo tempo em que enfrentam desafios substanciais na obtenção adequada de nutrientes,
porque muitos sofrem com alterações no sabor e no cheiro dos alimentos, perda de apetite e
limitações na mobilidade e acesso a alimentos frescos de alta qualidade (HUANG et al.,
2012). Isso é particularmente preocupante porque indivíduos mais velhos exigem ainda mais
alimentos com alta densidade nutritiva para atender suas necessidades
nutricionais. Ineficiências relacionadas com o envelhecimento em relação a absorção e
22

utilização dos nutrientes significam que há o aumento das necessidades de alguns nutrientes
essenciais, apesar de serem menores as necessidades de energia (SHLISKY et al., 2017).
Nos idosos ocorre uma série de mudanças corporais, como a redução da massa livre de
gordura, principalmente devido às alterações da densidade mineral óssea e da redução da
massa muscular, ocasionando diminuição da força muscular, dificuldade de realizar atividades
cotidianas e, consequentemente, perda da independência do idoso (PÍCOLI; FIGUEIREDO;
PATRIZZI, 2011). O termo "fragilidade nutricional" tem sido usado para descrever um estado
comumente observado em idosos vulneráveis, caracterizados por perda súbita significativa de
peso e perda de massa muscular e força ou perda essencial de reservas fisiológicas, tornando o
indivíduo suscetível a redução da CF. Mais recentemente, reconheceu-se que um número
crescente de idosos são frágeis, porém também são obesos, contribuindo para a fragilidade
através do ponto culminante de questões sociológicas, biológicas e cognitivas (PORTER
STARR; MCDONALD; BALES, 2014; SHLISKY et al., 2017).
A prevalência de sobrepeso e obesidade está aumentando em todo o mundo. Dados
epidemiológicos identificaram o Índice de Massa Corporal (IMC) elevado como fator de risco
para um conjunto expansivo de DCNT. Estudo feito pelos colaboradores do Global Burden of
Disease - GBD (2017) avaliou sistematicamente as tendências na prevalência de sobrepeso e
em 195 países durante 25 anos (1980-2015) e verificaram que a obesidade era maior entre
mulheres em todas as faixas etárias. Sendo que o pico da prevalência de obesidade foi
observado entre as idades entre 60 e 64 anos (GDB, 2017).
De acordo com grandes pesquisas como a Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição -
PNSN (1989), o cenário nutricional da saúde de adultos e idosos brasileiros se modificou em
15 anos quando comparada ao Estudo Nacional de Despesa Familiar - ENDEF (1977), não
havendo perspectiva de melhorias, pois os dados mostraram diminuição no número de
indivíduos eutróficos, havendo aumento muito maior de casos de excesso de peso
concomitante à diminuição de 36% nos casos de desnutrição tanto na zona urbana quanto na
zona rural (INAN, 1991). Além disso, segundo estudo realizado na região nordeste do Brasil,
com uma amostra de 265 indivíduos acima de 60 anos de idade, aproximadamente, 53% da
população estudada apresentou excesso de peso (TRIBESS; JUNIOR; PETROSKI, 2010).
Cabe ressaltar, que a obesidade é um dos principais fatores de risco associados ao
desenvolvimento de doenças osteoarticulares, do mesmo modo, idosos obesos apresentam
maior risco para o desenvolvimento de dor nos joelhos e de algumas dificuldades funcionais
(GOMES-NETO et al., 2016). Um estudo conduzido por Muramato et al. (2014) com 217
23

mulheres, entre 60 e 79 anos, demonstraram que a obesidade central está substancialmente


associada a alterações no sistema do locomotor e que a circunferência da cintura pode
apresentar um parâmetro benéfico para o risco avaliação com relação a danos no sistema
locomotor em mulheres idosas.
Além da obesidade, outra condição frequente no envelhecimento em seres humanos é
a sarcopenia, caracterizada pela perda bem descrita da massa e da função do músculo
esquelético, que mostra contribuir para a limitação funcional, incapacidade e mortalidade
(MARTINEZ et al., 2016) que associada à idade, implica em um distúrbio do equilíbrio entre
a síntese de proteínas musculares, havendo também a destruição de proteínas musculares
(SHLISKY et al., 2017).
A etiologia e progressão da sarcopenia envolvem múltiplos fatores, incluindo
alterações na síntese de protéica, proteólise, função neuromuscular reduzida, inflamação,
estresse oxidativo, alterações de hormônios e anormalidades nutricionais e metabólicas. Além
disso, fatores de risco, tais como sexo, hábitos de vida, comorbidades e fatores genéticos
também podem predispor ao aparecimento dessa síndrome (KIM; CHOI, 2013).
O processo de redução da massa muscular se inicia a partir dos 40 anos com redução
de 5% a cada década e aos 65 anos esse processo se acelera, pois com o envelhecimento
ocorre modificação das fibras musculares, principalmente das fibras tipo II, de contração
rápida, que chegam a reduzir de 20 a 50%. Esta diminuição da massa muscular, é mais
acentuada em membros inferiores e, desencadeia uma redução no metabolismo basal,
refletindo nos ossos (SILVA et al., 2006; SANTOS et al., 2013).
A sarcopenia está associada a uma série de disfunções e doenças sistêmicas
prevalentes no idoso, como é o caso da osteoporose, resistência insulínica, obesidade e
osteoartrite, além de causar complicações com o avanço da idade. O potencial impacto da
sarcopenia é grande, considerando que o tecido muscular é o mais abundante do corpo
humano (LEITE et al., 2012).
O diagnóstico da sarcopenia pode ser feito através da mensuração da massa muscular
que é a quantidade ou o volume de músculo esquelético, enquanto a força muscular está
relacionada à capacidade de contração do músculo (MARTINEZ et al, 2016). Pode-se utilizar
a antropometria para obtenção do índice de massa livre de gordura e a análise pela
bioimpedância elétrica (BIA) para mensuração da massa muscular, pelo cálculo: massa
muscular/peso corporal x 100, obtém-se o índice de massa muscular esquelética (JANSSEN;
HEYMSFIELD; ROSS, 2002).
24

Outra condição comum no envelhecimento resulta da combinação entre a obesidade e


sarcopenia, denominada obesidade sarcopênica. Baumgartner (2000) relatou que a obesidade
sarcopênica estava associada a piores funções físicas do que em situações somente de
obesidade ou somente de sarcopenia. Os estudos mostram que o aumento de gordura corporal
associado à sarcopenia representa uma condição negativa para a saúde do idoso, devido ao
aumento do risco de quedas e fraturas, diminuição da capacidade de realizar atividades de
vida diária, perda de independência, além de estar associada ao aumento da mortalidade
(VOLPINI; FRANGELLA, 2013).
Devido às mudanças corporais nos idosos é importante realizar a avaliação nutricional
nesta fase da vida. A avaliação do estado nutricional envolve o uso de métodos
antropométricos, exames laboratoriais e físicos, avaliação do consumo alimentar e dietético,
dentre outros, para que se possa chegar a um diagnóstico com segurança (FERNANDES,
2008). A antropometria consiste em um método não invasivo, de baixo custo, aplicável e
disponível para avaliar o tamanho, proporções e composição do corpo humano (BARBOSA et
al., 2015).
Os indicadores antropométricos também são frequentemente utilizados em pesquisas
epidemiológicas, sendo mais conhecido e utilizado em diferentes faixas etárias o IMC.
Contudo, seu uso independente em idosos é questionável, em função das alterações corporais
que acontecem nessa fase da vida (SASS; MARCON, 2015).
Diante disso são utilizados outros indicadores que atuam de forma complementar no
diagnóstico do estado nutricional de idosos, como a Circunferência da Cintura (CC),
Circunferência do Pescoço (CP) e razão cintura-quadril (RCQ) e razão cintura-altura (RCA).
Em uma revisão sobre os critérios diagnósticos acerca da obesidade e síndrome metabólica
(OLIVEIRA et al., 2017) relatou que a maioria dos trabalhos (LIANG et al., 2013; ZENG et
al., 2014) que avaliou indicadores antropométricos destacam a CC e RCA como os melhores
preditores da síndrome metabólica em idosos, quando comparados com o IMC e RCQ.
Entretanto, a avaliação do estado nutricional de idosos, através da antropometria, ainda
precisa de padrões de referência específico (LEBRÃO; DUARTE, 2003).
Ainda existem lacunas na literatura acerca da importância dos estudos acerca do
diagnóstico da sarcopenia e obesidade sarcopênica em idosas e o impacto que estas condições
podem causar em termos de funcionalidade em idosas. O aumento da gordura corporal, assim
como a redução da massa e da força muscular em idosos são considerados preditores de
25

mortalidade e por isso merecem a atenção dos gestores como forma de fomentar as propostas
de políticas de saúde que causem impacto na qualidade de vida desta população.
26

4 MÉTODOS

4.1 Natureza do estudo

O referido estudo caracteriza-se por ser de natureza epidemiológica, do tipo


observacional analítico, de caráter transversal.

4.2 Local e população do estudo

Este estudo teve como área de investigação o município de Santa Cruz-RN (Figura 01)
em que 4.183 pessoas se encontram na faixa etária acima dos 60 anos de idade, o que segundo
IBGE representa aproximadamente 11,7% da população total do município (INSTITUTO
BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2010b), percentual que condiz com a
média brasileira de idosos no mesmo período que era de 11% em 2010 (INSTITUTO
BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2010a).

Figura 2 - Mapa da localização do município de Santa Cruz/RN no mapa do Rio Grande do


Norte, Brasil.

Fonte:https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Santa_Cruz_(RN)_e_munic%C3%ADpios_lim%C3%ADtrofes.svg

Participaram do estudo idosas acima de 60 anos de idade que frequentaram a clínica-


escola de fisioterapia da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi (FACISA-UFRN) entre
setembro e dezembro de 2016. Esta clínica foi selecionada por se tratar de um serviço de
referência no tratamento fisioterápico para doenças osteoarticulares na região. Foi utilizada a
27

amostragem por conveniência e o recrutamento das participantes ocorreu através do contato


direto com as mesmas nesta clínica.

4.3 Aspectos éticos

O presente estudo segue os preceitos da Resolução n° 466/2016 do Conselho Nacional


de Ética que regulamenta a pesquisa com seres humanos. O mesmo está inserido em um
projeto maior intitulado “Avaliação do estado nutricional e do perfil alimentar de idosas com
e sem osteoartrite de joelhos”, submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa (Comitê da
Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
sendo o número do Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE)
56087716.4.0000.5568, aprovado sob o parecer de número 1.707.598/2016 (Anexo 1).
Participaram do estudo as idosas que concordaram e assinaram o Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido – TCLE (Apêndice 1).
No momento da aplicação dos instrumentos, as participantes da pesquisa foram
informadas previamente a respeito dos procedimentos e dos objetivos dessa, assim como do
seu anonimato e da confidencialidade das suas respostas.

4.4 Critérios de inclusão e exclusão

Os critérios de inclusão para o estudo foram: mulheres com idade igual ou maior que 60
anos que aceitassem participar do estudo, compreendessem as orientações sobre os
procedimentos que foram realizados e que deambulassem de forma independente, com ou sem
dispositivo de auxílio à marcha durante a realização do teste de caminhada.
As mulheres não podiam apresentar artroplastia, amputação em membros inferiores,
doenças de ordem reumatológica (chicugunya, por exemplo) e utilizarem marcapasso em
virtude de possíveis alterações ao realizarem a bioimpedância bielétrica. A desistência ou
qualquer impossibilidade de realizar algum dos procedimentos do protocolo de pesquisa
foram considerados como critério de exclusão.
28

4.5 Variáveis do estudo


Quadro 1 – Variáveis categóricas e quantitativas do estudo.

Nome Descrição Tipo


Idade Idade da voluntária em anos Quantitativa contínua
Categorizada em: analfabeto,
entre analfabeto e ensino
Escolaridade fundamental, entre ensino Categórica ordinal
fundamental e médio e entre
ensino médio e superior.
Categorizada em: até 2 salários
mínimos, >2 e ≤ 4 salários
Renda familiar Categórica ordinal
mínimos e > 4 salários
mínimos.
Atividade física Pratica: sim ou não Categórica nominal
Medida padronizada do peso
Peso Quantitativa contínua
em quilogramas (kg)
Medida padronizada da
Altura Quantitativa contínua
altura em metros (m)
Quociente do peso pela altura
elevado a segunda potência,
em quilogramas por metro
IMC Categórica ordinal
quadrado (kg/m²)
categorizado em: 22 a 27
(normal) e ≥ 27 (obeso)
Medida padronizada da
cintura em centímetros (cm)
Circunferência da cintura Categórica ordinal
categorizado em: <80
(normal) e ≥ 80 (obeso)
Medida padronizada do
pescoço em centímetros (cm)
Circunferência do pescoço Categórica ordinal
categorizado em: <35
(normal) e ≥ 35 (obeso)
Quociente da cintura pela
Razão cintura-altura altura, categorizado em: <0,5 Categórica ordinal
(normal) e ≥ 0,5 (obeso)
Teste de caminhada de 6 Medida realizada em metros
Quantitativa contínua
minutos (m)
Fonte : Dados da pesquisa.
29

4.6 Instrumentos e procedimentos

Realizou-se um treinamento dos principais pesquisadores deste estudo anterior à coleta


de dados como forma de padronizar todos os procedimentos realizados e avaliar o tempo
despendido na aplicação dos instrumentos que serão descritos a seguir.
A realização da coleta dos dados ocorreu através da aplicação de um questionário
padronizado (Apêndice 2), contendo informações de identificação, aspectos de saúde,
qualidade de vida, dados socioeconômicos, histórico familiar, dados antropométricos e de
composição corporal e funcionalidade.
Cientes da importância da função social da universidade com a comunidade, os
pesquisadores deste projeto retornaram as informações coletadas e analisadas a todas as
participantes na forma de atendimento nutricional com conduta individualizada.

4.6.1 Dados demográficos e socioeconômicos

As idosas foram avaliadas quanto aos dados demográficos e socioeconômicos como


idade, escolaridade e renda familiar. A idade foi avaliada em anos. A escolaridade foi avaliada
em anos de estudo e categorizada da seguinte forma: analfabeto, entre analfabeto e ensino
fundamental, entre ensino fundamental e médio e entre ensino médio e superior. A renda
familiar foi coletada em valores brutos e categorizada considerando o valor do salário mínimo
(SM) no período da entrevista (R$880,00). Assim, essas mulheres foram categorizadas em
três grupos: as que a renda era de até 2 salários mínimos, as que eram entre 2 e 4 salários
mínimos e as que eram superiores a 4 salários mínimos. A escolha do ponto de corte superior
como sendo de quatro SM se deu como forma de separas as idosas que tinham condições de
atender as necessidades de uma família das demais idosas, pois segundo o DIEESE
(Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos) o valor do salário mínimo
deveria ser, pelo menos quatro vezes maior para poder atender as necessidades básicas de uma
família no Brasil em relação à alimentação, moradia, higiene e transporte (BRASIL, 2014).
30

4.6.2 Variável atividade física

A prática de atividade física foi autorrelatada e definida como a prática de exercício


físico por, no mínimo, três vezes na semana, sendo, pelo menos, trinta minutos por vez (DA
CAMARA et al., 2015).

4.6.3 Levantamento de dados para avaliação do Estado Nutricional

a) Avaliação antropométrica

O peso e altura foram mensurados através das técnicas recomendadas pela


Organização Mundial de Saúde – OMS (1995). Tais medidas foram aferidas em duplicata,
utilizando a média entre elas para as análises. O peso corporal foi medido com o indivíduo
sem sapatos e usando roupas leves, utilizando-se balança eletrônica WELMY®, (capacidade
de 150kg e precisão de 100 gramas). A altura foi mensurada com um estadiômetro WELMY®
(precisão da escala de 0,5cm) com o indivíduo descalço e em posição ortostática.
Tais dados foram obtidos para o cálculo do Índice de Massa Corporal ou Índice de
Quetelet (IMC) que é um índice definido pela medida do peso expresso em Kg, dividida pela
estatura expressa metros elevada ao quadrado (IMC = Peso/Estatura²). Não há consenso
quanto ao ponto de corte de IMC mais adequado para avaliar o estado nutricional de idosos, e não há
no Brasil algum estudo de base populacional que avalie a adequação do IMC como marcador de
adiposidade em idosos (SOUZA et al, 2013). Desta forma, calculou-se o IMC utilizando-se os
seguintes pontos de corte para a classificação: desnutrição (IMC < 22 kg/m²); eutrofia (IMC ≥
22 kg/m² e < 27 kg/m²); e obesidade ou com excesso de peso (IMC ≥ 27 kg/m²), pontos de
corte aceitos pelo Ministério da Saúde (ABESO, 2016).
Foram mensuradas medidas de perímetros corporais com o auxílio de uma trena
antropométrica flexível e inelástica SANNY® de 150 cm. Para obter a Circunferência da
Cintura (CC), no qual o avaliador deverá aferir o ponto médio entre a última costela e a crista
ilíaca, a voluntária era posicionada com pés unidos, braços posicionados sobre o tórax e
instruída a relaxar. A medida foi realizada acima da crista ilíaca e abaixo das costelas, ao final
de uma expiração normal (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2017). Todas as medidas
foram feitas em duplicatas e considerada suas médias para análise no estudo. Todos os
31

equipamentos foram aferidos previamente à calibração dos antropometristas, com a finalidade


de assegurar a precisão das medidas.
b) Avaliação de composição corporal

- Impedância Bioelétrica

A avaliação da composição corporal foi feita pela análise de impedância bioelétrica


(BIA) através do analisador portátil de massa corporal de modelo HBF-514c (GUEDES,
2013). É um método de fácil aplicação, reprodutível, não invasivo, relativamente de baixo
custo e com validade confirmada por alguns estudos (PIETROBELLI, 2004; SOUSA et al.,
2013).
A BIA é capaz de identificar a água corporal total (ACT), massa muscular (MM),
gordura corporal relativa (%GC) e massa gorda (MG) através de uma corrente elétrica que
percorre a superfície da pele e atravessa vários compartimentos do corpo, podendo estes
oferecer resistência ou não, variando pela quantidade de água ou eletrólitos dos mesmos e
pela frequência utilizada (PIETROBELLI, 2004).
A corrente gerada sempre passa preferencialmente pelo meio que oferece menor
resistência, o que no corpo humano é representado por fluídos extracelulares, sangue, músculo
e outros tecidos condutores que formam a maior parte de massa livre de gordura. Assim o
valor de resistência pode ser utilizado para estimar o volume desses compartimentos (SALMI,
2003).
Os sujeitos da pesquisa foram orientados a seguir o seguinte protocolo: estar em jejum
por 4 horas; não ingerir café e bebidas alcoólicas 24 horas antes do exame; não realizar
atividade física extenuante e não fazer uso de nenhum diurético; esvaziar bexiga e intestinos
antes da mensuração (LUKASKI, 2009). A medida foi realizada conforme o manual que
acompanha o aparelho. O sujeito permaneceu em pé, com os cotovelos estendidos a frente do
corpo, segurando o aparelho até este fazer a estimativa da impedância bioelétrica (BIA)
calculada baseada nas equações de predição do fabricante do equipamento que fornece dados
acerca do percentual de gordura corporal (%GC) e massa muscular (MM).
A avaliação por impedância bioelétrica (BIA) apresenta boa relação com as predições
apresentadas pelo padrão ouro na análise da composição corporal que as realizadas por meio
da absortometria radiológica de dupla energia (DXA) (EICKEMBERG et al., 2011),
considerando-se, assim, uma alternativa confiável e útil na avaliação da composição corporal
32

de idosas e que tem como vantagem de ser portátil e não expô-las à radiação (EICKEMBERG
et al., 2013).
As idosas foram posicionadas sobre a plataforma tipo balança com eletrodos para os
pés e instruídas a segurar a haste horizontal com os demais eletrodos acoplados e segurar o
aparelho com os braços estendidos à frente, formando um ângulo de 90º com o tronco, com
ambas as mãos sobre os eletrodos, para que a corrente elétrica pudesse percorrer os membros
superiores e a região superior do tronco, conforme figura 3. Durante o teste, que tem duração
média de 30 segundos, a idosa foi orientada a não se movimentar ou conversar e manter a
postura ereta.
Figura 3 - Avaliação da composição corpórea pelo aparelho Omron® HBF-514c

Fonte:http://www.omronbrasil.com/media/cache/product_gallery_multiple/uploads/products/6b853ba4fb688551
a942a2d754957a3b74e2eb-jpg.jpg

A literatura disponibiliza inúmeras equações para avaliar a composição corporal


especificamente para crianças, adultos e idosos (KYLE et al., 2001; HOUTKOOPER et al.,
2012). Porém, a priori, não se aconselha utilizar essas equações em sujeitos que possam
apresentar características biológicas diferentes das que as equações foram derivadas. Os
pontos de corte foram utilizados de acordo com o recomendado por Lohman et al. (1992).
33

- Circunferência da cintura

A circunferência da cintura (CC) é considerada como a medida que melhor representa


a distribuição de gordura visceral e esse tipo de gordura tem maior relação com alterações
metabólicas como a hipertensão arterial, a dislipidemia e com a síndrome metabólica (LI et
al., 2013).
A CC pode variar com fatores como a posição corporal, respiração, forma do
abdômen, presença de ascite e hérnia. Além disso, quando não há possibilidade em se
encontrar o ponto médio, a CC é medida em diversos pontos anatômicos sem uma
padronização. Diversos locais de medição são relatados (menor perímetro, sobre a cicatriz
umbilical, no ponto médio entre a última costela e a crista ilíaca, entre outros) e o local exato
escolhido influencia os resultados obtidos (STABE et al., 2013).
Neste estudo, a CC foi mensurada no ponto médio entre a última costela e a crista
ilíaca, para classificação quanto ao risco de complicações metabólicas associadas à obesidade,
foram utilizados os pontos de corte da OMS (1995) que considera como pontos de corte para
mulheres com CC entre 80cm e 88cm como risco moderado e ≥88cm como alto.

- Circunferência do Pescoço

A circunferência do pescoço (CP) é um marcador de distribuição do tecido adiposo


subcutâneo na parte superior do corpo. Esta medida é influenciada pelo gênero, altura, idade e
IMC e tem sido utilizada como um bom método para diagnosticar a obesidade e está
associada a fatores de risco cardiovascular, síndrome metabólica e doença hepática gordurosa
(SAKA et al., 2014; AOI et al., 2014; LIMPAWATTAWA et al., 2016).
Bloch et al. (2016) têm sugerido a utilização da CP como uma alternativa à
circunferência abdominal por ser uma medida mais simples, prática, padronizada, não
influenciada pela distensão abdominal pós-prandial ou por movimentos respiratórios, e que
fornece resultados consistentes para indicar o acúmulo de gordura subcutânea na parte
superior do corpo.
A medida da CP é considerada um melhor parâmetro de avaliação do risco
cardiometabólico quando comparada à gordura abdominal, possivelmente, pelo fato da
gordura visceral não ser a principal fonte das concentrações circulantes de ácidos graxos
34

livres, sendo a região superior do corpo responsável por uma maior liberação desse tipo de
gordura, principalmente em indivíduos obesos (SANTOS et al., 2015).
Aferiu-se a circunferência do pescoço das idosas orientando-as a ficarem sentadas em
uma cadeira com a cabeça em posição neutra, olhando para frente, conforme figura 4. Foi
utilizada uma fita métrica graduada e inelástica que foi passada ao redor do pescoço, sobre a
cartilagem da tireoide e no ponto médio da altura do pescoço. O ponto de corte utilizado foi
de 35cm, como recomendado por Yan et al. (2014).
Figura 4 - Local de medição da circunferência do pescoço

Fonte: http://www.onlineijcs.org/sumario/26/img/v26n6a03-fig01.jpg

- Razão cintura-altura

A relação cintura-estatura (RCA) é facilmente obtida pelo quociente entre a


circunferência da cintura (cm) e a da altura (cm), é uma medida simples para avaliação do
risco associado ao estilo de vida e excesso de peso em adultos e idosos, mas não confirmado
em crianças e adolescentes (PEREIRA et al., 2011).
Evidências estatísticas robustas de 24 estudos transversais e 10 estudos prospectivos
em adultos com um número total de 512.809 participantes em uma metanálise e de 31 estudos
envolvendo mais de 300.000 adultos de vários grupos étnicos demonstraram a superioridade
da relação cintura-estatura sobre a circunferência abdominal e o IMC para a detecção de
fatores de risco cardiometabólicos em ambos os sexos (ABESO, 2016).
Utilizou-se como ponto de corte de 0,5 (a cintura sendo menor que a metade da altura)
para identificar o excesso de peso (CORRÊA et al., 2016).
35

4.6.4 Avaliação da funcionalidade

O Teste de caminhada de 6 minutos (TC6min) é um teste de campo, que consiste em


instruir o avaliado a caminhar a maior distância possível durante seis minutos em um espaço
de 30 metros com marcação no solo a cada 3 metros, ao final do percurso, o paciente deve
contornar um cone que delimita o espaço e mudar o sentido da caminhada, conforme pode ser
observado na Figura 5 (HILL et al., 2012).
O comprimento do corredor foi marcado a cada metro, e as voluntárias foram
informadas a cada 60 segundos em relação ao tempo de teste restante, sendo instruídas a
caminhar a um ritmo regular. Foram permitidos, se necessário, desaceleração e parada para
descansar. No final de cada minuto, as participantes receberam feedback sobre o tempo
decorrido e incentivo padronizado sob a forma de declarações como "você está indo bem". O
teste foi realizado pelo menos duas horas após as refeições. As idosas foram instruídas a usar
roupas e calçados confortáveis, além de manter a medicação usual.

Figura 5 - Ilustração da execução do Teste de Caminhada de 6 minutos. Os cones ou as


marcações no solo indicam os pontos nos quais devem ocorrer as mudanças de sentido na
caminhada.

Fonte: Hill et al., 2012.

Além de avaliar a capacidade cardiopulmonar, o TC6min é um indicador da


capacidade física global em idosos, uma vez que avalia as respostas dos sistemas
cardiovascular, respiratório e muscular periférico. Ele apresenta boa confiabilidade e
reprodutibilidade, sendo uma opção de baixo custo, fácil realização e bem tolerado pelos
pacientes, além de ser simples, seguro e simular uma atividade habitual do dia a dia.
Possibilitando ao paciente determinar a própria velocidade e a necessidade de realizar pausas,
o que é uma vantagem adicional aos idosos (SANTOS et al., 2013).
36

Segundo Enright e Sherrill (1998) os fatores como sexo, idade, peso, altura, IMC,
presença de patologias musculoesqueléticas, bem como outras patologias limitantes são
variáveis independentes que quando associadas podem influenciar o resultado do TC6min.
Seu resultado pode ser avaliado através de equações propostas por esses autores que levam
em consideração o gênero, idade (anos), peso (kg), estatura (cm) e distância percorrida (m). A
predição da distância, assim como a interpretação dos resultados foi feita através do
estabelecido por Enright e Sherrill (1998), como pode ser visto no quadro 01.

4.6.5 Classificação da obesidade, sarcopenia e obesidade sarcopênica

As idosas com circunferência da cintura ≥80cm foram consideradas obesas, conforme


proposto pelas diretrizes brasileiras de obesidade definidas pela Associação Brasileira para o
Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA O
ESTUDO DA OBESIDADE E DA SÍNDROME METABÓLICA, 2016). Essas diretrizes
sugerem que a circunferência da cintura tem maior sensibilidade do que o IMC no
rastreamento da obesidade, já que o IMC é um bom indicador, mas não totalmente
correlacionado com a gordura corporal não definindo a sua distribuição. O IMC não distingue
massa gordurosa de massa magra, podendo ser menos preciso em indivíduos mais idosos, em
decorrência da perda de massa magra e diminuição do peso, e superestimado em indivíduos
com grande quantidade de massa magra.
As idosas foram classificadas como sarcopênicas ao verificar que a massa muscular
(MM) fornecida pela BIA se encontrava abaixo do percentil 20 da amostra estudada
(<6,22kg/m²) (MOREIRA, 2016; PAGOTTO; SILVEIRA, 2014). A obesidade sarcopênica
foi classificada com a presença concomitante entre obesidade e sarcopenia. Posteriormente, as
idosas foram classificadas em quatro grupos: como sarcopênicas, obesas, obesas sarcopênicas
e o grupo com idosas não-obesas e não-sarcopênicas que foi denominado como grupo normal.
37

4.7 Análise Estatística

Para análise dos dados, utilizou-se o software Statistical Package for the Social
Sciences (SPSS) versão 20.0.
Realizou-se a análise estatística descritiva dos dados da população, utilizando as
médias e o desvio padrão para as variáveis quantitativas e frequência absoluta para as
variáveis categóricas. A normalidade dos dados foi verificada pelo teste de Kolmogorov-
Smirnov.
Logo após foram realizados os testes t independente para variáveis quantitativas.
Análises de variância (ANOVA) foram utilizadas para comparar médias das variáveis de
atividade física, escolaridade, renda, IMC, CC, CP, RCA e os quatro grupos (normal, obesas,
sarcopênicas e obesas-sarcopênicas) com o desempenho físico através do teste de caminhada
de 6 minutos (TC6min).
Por fim, foram realizadas análises de regressão linear múltipla para estimar as médias
do TC6min para cada uma das variáveis estudadas, ajustando-se os potenciais fatores de
confusão ou covariáveis, como a prática de atividade física, a idade e a escolaridade. Os
fatores de confusão foram identificados de acordo com a literatura e pela análise bivariada.
38

5 RESULTADOS

As características gerais da amostra podem ser visualizadas na Tabela 1. A amostra


consistiu em 100 idosas com média de idade de 67(±8,0) anos que frequentavam a clínica-
escola de fisioterapia da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi (FACISA-UFRN) entre
setembro e dezembro de 2016. Foram excluídas as idosas que não tiveram interesse na
pesquisa ou não conseguiram realizar o teste de caminhada de 6 minutos.
A maioria das idosas não praticava atividade física (59%), possuíam pelo menos o
ensino fundamental (38%) e recebiam até 2 salários mínimos (48%). Com relação às
características de composição corporal, a maioria era obesa de acordo com o IMC (74%) e
com a CC (91%) e apresentavam alto risco para doenças cardiometabólicas conforme a CP
(63%) e a RCA (99%).

Tabela 1 – Caracterização geral da amostra.


Variável n (%) ou média±DP
Idade 67,0±8,0

Atividade Física
Sim 41 (41%)
Não 59 (59%)
Escolaridade
Analfabeto 20 (20%)
Ensino fundamental 38 (38%)
Ensino médio 32 (32%)
Ensino superior 10 (10%)
Renda
Até 2 S.M. 48 (48%)
>2 S.M. ≤ 4 S.M. 22 (22%)
> 4 S.M. 30 (30%)
IMC (kg/m²)
< 27kg/m2 (Sem obesidade) 26 (26%)
≥ 27Kg/m2 (Com obesidade) 74 (74%)
CC (cm)
< 80cm (Sem obesidade) 9 (9%)
≥ 80cm (Com obesidade) 91 (91%)
CP (cm)
< 35cm (Sem obesidade) 37 (37%)
≥ 35cm (Com obesidade) 63 (63%)
RCA
<0,5 (Sem obesidade) 1 (1%)
≥0,5 (Com obesidade) 99 (99%)
S.M. = Salário mínimo; IMC = Índice de Massa Corporal; CC = Circunferência da Cintura; CP = Circunferência
do Pescoço; RCA = Razão Cintura-Altura.
Fonte: Dados da pesquisa, 2017.
39

A distribuição das idosas nos quatro grupos (normal, sarcopênicas, obesas e obesas-
sarcopênicas) pode ser visualizada através da Tabela 2 em que se verifica que há a prevalência
de idosas obesas na amostra.

Tabela 2 – Classificação das idosas quanto à presença de sarcopenia, obesidade e obesidade


sarcopênica de acordo com a obesidade central (CC).
Classificação n (%)
Normal 18 (18%)
Sarcopenia 14 (14%)
Obesidade 63 (63%)
Obesidade sarcopênica 5 (5%)
Fonte: Dados da pesquisa, 2017.

Nas figuras 6, 7 e 8 é possível visualizar o desempenho das idosas no TC6min em


relação às variáveis categóricas prática de atividade física, escolaridade e renda. Verifica-se
que as idosas sedentárias caminharam menos (p=0,007), assim como as analfabetas (p=0,045)
e as que tinham menor renda (p=0,101).

Figura 6 - Desempenho no TC6min de acordo com a prática de atividade física de idosas da


comunidade em Santa Cruz/RN, 2017

Fonte: Dados da pesquisa, 2017.


40

Figura 7 - Desempenho no TC6min de acordo com a escolaridade de idosas da comunidade


em Santa Cruz/RN, 2017

Fonte: Dados da pesquisa, 2017.

Figura 8 - Desempenho no TC6min de acordo com a renda de idosas da comunidade em Santa


Cruz/RN, 2017. *S.M. = Salário mínimo

Fonte: Dados da pesquisa, 2017.


41

A tabela 3 mostra o desempenho no Teste de Caminhada de 6 minutos nas idosas de


acordo com as variáveis de composição corporal. Observa-se que houve diferenças
estatisticamente significativas no TC6min de acordo com o IMC (p<0,05). Ao contrário do
que foi observado nas demais medidas.

Tabela 3 – Teste de Caminhada de 6 minutos (TC6min) de acordo com as variáveis de


composição corporal.
Variável Média ± DP p-valor
IMC (kg/m²)
< 27kg/m2 (Sem obesidade) 363,71±96,03
0,081
≥ 27Kg/m2 (Com obesidade) 321,5±105,53
CC (cm)
< 80cm (Sem obesidade) 399,33±63,82
0,041
≥ 80cm (Com obesidade) 336,39±104,33
CP (cm)
< 35cm (Sem obesidade) 375,89±85,98
0,012
≥ 35cm (Com obesidade) 321,72±102,69
RCA
<0,5 (Sem obesidade) 360,00±0,00 0,031
≥0,5 (Com obesidade) 341,99±103,20
IMC = Índice de Massa Corporal; CC = Circunferência da Cintura; CP = Circunferência do Pescoço; RCA =
Razão Cintura-Altura.
Fonte: Dados da pesquisa, 2017.

Na Tabela 4, é possível visualizar o desempenho no Teste de Caminhada de 6 minutos


nas idosas de acordo com a distribuição nos quatro grupos (normal, sarcopênicas, obesas e
obesas-sarcopênicas). Verifica-se que não houve diferenças estatisticamente significativas no
TC6min entre os grupos (p>0,05).

Tabela 4 - Teste de Caminhada de 6 minutos (TC6min) de acordo com a classificação de


sarcopenia.
Classificação Média ± DP p-valor
Normal 376,28±78,73
Sarcopenia 351,14±110,04
0,021
Obesidade 333,40±107,70
Obesidade sarcopênica 280,00±34,64
Fonte: Dados da pesquisa, 2017.

A análise de regressão linear múltipla para o TC6min em relação às variáveis de


composição corporal ajustada pelas covariáveis idade, atividade física e escolaridade pode ser
42

visualizada na Tabela 5. Constata-se que apenas a CP e a RCA apresentaram diferenças


estatisticamente significativas no TC6min entre os grupos (p<0,05).

Tabela 5 – Análise de regressão linear múltipla para o Teste de Caminhada de seis minutos
(TC6min) em relação as medidas de composição corporal.
Variável TC6min (m)
Modelo 1* β IC 95% p valor
IMC
< 27kg/m2 (Sem obesidade) 28,10 -18,74 : 74,96 0,236
2
≥ 27Kg/m (Com obesidade) 0 0,173
Modelo 2*
CC
< 80cm (Sem obesidade) 56,74 -10,25 : 123,74 0,096
≥ 80cm (Com obesidade) 0 0,171
Modelo 3*
CP
< 35cm (Sem obesidade) 44,33 4,75 : 83,92 0,029
≥ 35cm (Com obesidade) 0 0,055
Modelo 4*
RCA
<0,5 (Sem obesidade) 59,74 -135,90: 255,40 0,003
≥0,5 (Com obesidade) 0 0,002
IMC = Índice de Massa Corporal; CC = Circunferência da Cintura; CP = Circunferência do Pescoço; RCA =
Razão Cintura-Altura. *Modelos ajustados pelas variáveis idade, escolaridade e atividade física.
Fonte: Dados da pesquisa, 2017.

Também realizou-se a análise de regressão linear múltipla para o TC6min em relação


aos grupos (normal, sarcopênicas, obesas e obesas-sarcopênicas) ajustada pelas covariáveis
idade, atividade física e escolaridade, apresentada na Tabela 6. Pode-se observar que houve
diferenças estatisticamente significativas no TC6min entre os grupos (p<0,05).

Tabela 6 – Análise de regressão linear múltipla para o Teste de Caminhada de seis minutos
(TC6min) em relação aos grupos normal, sarcopênicas, obesas e obesas-sarcopênicas.

Variável TC6min (m)


Modelo 1* β IC 95% p valor
Normal 59,64 -62,61 : 181,89 0,031
Sarcopenia 37,34 -87,83 : 162,52 0,019
Obesidade 24,63 -89,54 : 138,813 0,071
Obesidade sarcopênica 0 0,006
*Modelo ajustado pelas variáveis idade, escolaridade e atividade física.
Fonte: Dados da pesquisa, 2017.
43

6 DISCUSSÃO

A sarcopenia e a obesidade sarcopênica (OS) são referidas como desafios para saúde
pública por serem importantes causas de fragilidade entre idosos, porém pouco se conhece
sobre sua relação com a capacidade funcional dessa população (JAROSZ; BELLAR, 2009).
Em nosso estudo, o desempenho de idosas sarcopênicas no teste de caminhada foi inferior ao
das idosas não-obesas e não-sarcopênicas (p=0,021), diferindo dos achados de Gadelha et al.
(2014) e Lima et al. (2016) que verificaram que o desempenho das idosas com sarcopenia
apesar de menores, não apresentaram associação significativa com os testes de
funcionalidade. Estes resultados indicam que a massa muscular reduzida de indivíduos idosos
merece atenção e deve ser mantida em níveis adequados, consequentemente, conduzindo a
uma melhor capacidade funcional e auxiliando na promoção da autonomia desta população.
Houve prevalência de 14% da amostra acometida com sarcopenia, sendo difícil
comparar as prevalências entre populações, pois não existem pontos de corte bem definidos.
Em nosso estudo, considerou-se como sarcopenia os valores de massa muscular menores que
6,22kg/m², corroborando com os pontos de corte encontrados na literatura por Santos et al.
(2014) e Hofmann et al. (2015) que foram de <5,45kg/m² e ≤6,75 kg/m2, respectivamente em
populações semelhante a em discussão.
A ausência de uniformidade na identificação destas condições dificulta a compreensão
da sua relação com a funcionalidade. O consenso europeu em definição e diagnóstico para a
sarcopenia (CRUZ-JENTOFT et al., 2010) reconhece também a importância da qualidade
muscular no diagnóstico da sarcopenia e da OS, pois a infiltração de gordura no tecido
muscular pode provocar uma diminuição na performance funcional. Portanto, é importante
considerar variáveis como a massa corporal, a força muscular e a performance física neste
diagnóstico, porém os métodos de identificação ainda requerem estudos futuros para
contemplar tais fatores (CRUZ-JENTOFT et al., 2010).
A prevalência de sarcopenia em nosso estudo foi similar a de Santos et al. (2014) que
obteve resultado de 16,8% em seu estudo com 149 idosas com média de idade de 67,17±6,12
anos. Corroborando com tais achados, outros autores encontraram prevalência de 13,9% em
137 idosas com 67,76±5,67 anos (GADELHA et al., 2014). Du et al. (2017) avaliaram a
prevalência de sarcopenia em 2.458 voluntários acima de 65 anos de diferentes grupos
raciais/etnias e obtiveram resultado semelhante ao nosso em mulheres brancas, com
44

prevalência de 15,1% de sarcopenia, porém em idosas negras a prevalência foi de apenas de


1,6%.
A quantidade de massa muscular pode ser influenciada por fatores como idade, altura,
peso corporal etnia, raça, e também pela nutrição e tempo de vida em exposição às
adversidades socioeconômicas. Etnia e exposição às adversidades socioeconômicas são
difíceis de serem isoladas e controladas nos estudos. Encontramos que a maioria da população
em questão possuía até o ensino fundamental (38%) e recebiam até dois salários mínimos
(48%), tendo os piores desempenhos no teste de caminhada em relação às que tinham mais
instrução e melhor condição socioeconômica.
É coerente especular que a pior condição socioeconômica, o menor grau de
escolaridade e a miscigenação, comumente encontrados na população brasileira, podem
explicar em parte o pior desempenho no TC6min, o que pode ser justificado pela aplicação de
forma inadequada das equações estrangeiras para estimar em metros a distância percorrida no
TC6min em nossa população. Em estudo com noruegueses, a distância percorrida no TC6min
foi de 132m e 30m superior em indivíduos com alta escolaridade e com melhor condição
socioeconômica, respectivamente (SAAD et al., 2009).
A OS foi relativamente frequente e associada com o baixo desempenho no teste de
caminhada. A prevalência de OS em nosso estudo foi de 5%, encontramos outros estudos com
prevalências maiores, como o de Moreira et al. (2016) que obteve uma prevalência de 7,1%
em seu estudo com mulheres de meia-idade do nordeste do Brasil e o de Monteiro et al.
(2010) realizado com mulheres europeias em estado pós-menopausal com prevalência de
9,2%. Oliveira et al. (2011) encontraram uma prevalência de OS de 19,8% em mulheres
idosas com idade média de 66,8 ± 5,6 anos que foi associada com força muscular reduzida e
déficit funcional. O mesmo foi relatado por Gadelha et al. (2014), com uma prevalência de
23,4%. Provavelmente, a prevalência de OS no estudo em discussão foi menor em virtude de
trabalharmos com um n-amostral pequeno.
A prática de atividade física atua como um efeito protetor quanto ao desenvolvimento
da sarcopenia e OS, visto que ajuda a manter ou mesmo aumentar a massa muscular e a força;
reduzir a gordura corporal e a obesidade e consequentemente, melhorar o desempenho motor
(ATKINS et al., 2014; BANN et al., 2014), porém 59% da nossa amostra eram idosas
sedentárias, tendo um pior desempenho no teste de caminhada (p<0,05). Resultado
semelhante foi encontrado por Santos et al. (2017) que constatou que a prática insuficiente de
45

atividade física estava associada a sarcopenia ou a OS em 770 indivíduos com idade maior ou
igual a 50 anos no Sudeste do país.
Outros autores não encontraram correlações significativas entre o TC6min e os escores
de um questionário de atividade diária (POH et al., 2006; CAMARRI et al., 2006)
e atividades físicas auto-relatadas, incluindo caminhada habitual e atividade física regular
(SAAD et al., 2009). Embora a atividade física esteja associada positivamente com a
manutenção da funcionalidade, reduzindo os efeitos deletérios ocasionados pelo
envelhecimento (OMS, 2005), estudos específicos sobre a influência de atividades físicas no
TC6min ainda são necessários.
As estimativas de excesso de peso que detectam possíveis riscos à saúde, são
frequentemente reportadas com base no IMC que retrata apenas uma alteração no balanço
energético do indivíduo. Entretanto, não permite que outros fatores, como distúrbios
metabólicos e inflamatórios e de massa muscular/massa corporal, sejam considerados
(LEONE et al., 2014).
No presente estudo, encontramos uma prevalência de obesidade de acordo com o IMC
de 74%. Na Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição (PNSN), de 1989, aproximadamente
metade (50,2%) das mulheres idosas avaliadas apresentou excesso de peso baseado no IMC
(INAN, 1991). O Sistema de Vigilância Telefônica para Riscos e Fatores Preventivos para
Doenças Crônicas (VIGITEL), abrangendo as 26 capitais brasileiras e o Distrito Federal,
mostrou variação anual média de 1,08% na prevalência de excesso de peso em idosos,
avaliada pelos critérios da OMS para IMC (OMS, 1998), com taxas de prevalência de 53,4%
em 2006 e 58,5% em 2012 (MALTA et al., 2014).
Verificou-se através da análise de regressão linear na Tabela 6 que o fato das idosas
serem apenas obesas de acordo com a classificação pelo IMC, implicava em execução de um
pior teste de caminhada quando comparadas às idosas com sarcopenia ou não-obesas e não-
sarcopênicas (β:24,63; IC: -89,54:138,81; p=0,006). Acredita-se que o IMC elevado seria
limitante no TC6min, pois o excesso de peso pode influenciar a marcha e aumentar a carga de
trabalho (GOMES-NETO et al. 2016). Em nosso estudo, não houve diferença significativa
entre os indivíduos obesos e não-obesos de acordo com o IMC no teste de caminhada
(p=0,081). Camarri et al. (2006) corroboraram com tais resultados ao avaliar o TC6min em 70
idosos caucasianos sugerindo que, opcionalmente, fossem utilizadas outras variáveis
antropométricas, como a circunferência da cintura (CC).
46

Como alternativa à classificação da obesidade, em nosso estudo aferiu-se a CC e as


idosas que apresentaram obesidade central (CC≥80cm) também tiveram pior desempenho
funcional, tendo percorrido distância significativamente menor que as sem obesidade central.
Uma das hipóteses explicativas propostas por Campanha-Versiani et al. (2010) que avaliou o
desempenho de 48 idosas com CA>80cm e constatou resultado semelhante ao estudo em
discussão seria que a deposição da gordura visceral poderia influenciar o gasto energético no
exercício considerando que também existe maiores obstáculos na deambulação na existência
da obesidade.
O acúmulo de gordura na região abdominal aumenta a necessidade de energia para
atividades funcionais como a caminhada. Indivíduos não obesos alcançam melhores
resultados com maior velocidade e menor tempo para testes de caminhada, o que pode causar
aumento do estresse na articulação do joelho e contribuir para a má execução de indivíduos
obesos ao realizarem os mesmos testes, uma vez que eles utilizam estratégia de menor
velocidade de marcha para reduzir a dor e o impacto. Além disso, alterações biomecânicas
como redução da fase de balanço com consequente ampliação da fase de apoio, diminuição do
comprimento do passo e da constância das passadas são fatores que predispõem o obeso a
caminhar menos e a uma velocidade mais lenta (GOMES-NETO et al. 2016).
Outra opção bastante utilizada como forma de complementar o diagnóstico da
obesidade em idosos é a CP. A CP apresenta significante correlação entre circunferência da
cintura e IMC, sendo um bom indicador de adiposidade subcutânea (HINGORJO; QURESHI;
MEHDI, 2012; STABE et al., 2013; SOUZA et al., 2016). Assim como nos demais
indicadores de obesidade, os indivíduos com CP alterada também tiveram pior desempenho
funcional que as sem alteração (p=0,012).
A Razão cintura-altura tem sido reconhecida como marcador antropométrico de
adiposidade central em idosos brasileiros e uma alternativa na classificação da obesidade
(CORRÊA et al., 2016). No presente estudo, 99% das idosas apresentaram excesso de peso de
acordo com esta classificação e em comparação com as idosas com RCA adequado,
caminharam 59,74m a menos (IC: -135,90:255,40; p=0,003). Segundo revisão sistemática
(CORRÊA et al., 2016), a RCA é um índice antropométrico válido para o diagnóstico de
obesidade em idosos, tendo sido avaliado também como um bom indicador na predição de
fatores de risco e doenças cardiovasculares, síndrome metabólica e diabetes, em comparação
com IMC, CC, e RCQ, entre outros parâmetros.
47

Uma limitação deste estudo refere-se ao desenho transversal que não permitiu
estabelecer uma relação temporal de causa e efeito entre as variáveis. Outro ponto é a
projeção amostral que além de termos trabalhado com um n-amostral pequeno para
determinar prevalência, investigou a inadequação da capacidade funcional apenas em idosas
que frequentaram a clínica-escola da UFRN, não havendo uma amostra heterogênea, ideal
para esse tipo de análise para retratar, de fato, a população daquela região.
Os resultados aqui obtidos mostram a importância de no diagnóstico da sarcopenia e
da obesidade sarcopênica, assim como de se utilizar distintas formas de diagnóstico da
obesidade (IMC, CC, CP e RCA) de forma complementar como ferramentas importantes para
identificar o excesso de peso nos idosos em avaliações individuais e coletivas, visando melhor
prognóstico de problemas de saúde por estes parâmetros de adiposidade. Os profissionais de
saúde devem, portanto, olhar para além do IMC, o que não é suficiente por si só para avaliar o
risco prematuro, não classificando uma parcela considerável da população em risco
cardiometabólico iminente.
Sugere-se a execução de mais estudos acerca da funcionalidade de idosas com
obesidade, sarcopenia e obesidade sarcopênica, assim como intervenções que promovam a
manutenção da massa muscular e melhora da força em idosas. Iniciativas desta natureza são
essenciais para que os órgãos competentes reconheçam o seu papel enquanto provedores dos
recursos e da assistência para esse grupo populacional muitas vezes negligenciado pelas
políticas públicas de saúde.
48

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A obesidade, sarcopenia e obesidade sarcopênica foram presentes nas idosas e tiveram


relação com os piores desempenhos físicos, gerando novas demandas para os sistemas de
saúde e seguridade social.
As idosas com baixa escolaridade, sedentárias e com baixo nível socioeconômico
apresentaram piores desempenhos no teste de caminhada. Verificou-se, ainda, que a
obesidade classificada apenas pelo IMC não mostrou significância quando comparada ao
TC6min, já as outras formas de mensuração da obesidade como através da circunferência da
cintura, do pescoço e do quadril foram significantes e melhores parâmetros no rastreio do
excesso da adiposidade.

REFERENCIAS
49

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ANEXO A - Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa/FACISA-UFRN


61
62
63
64

APÊNDICE A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE


FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DO TRAIRI
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Esclarecimentos

Este é um convite para você participar da pesquisa: “Avaliação do estado nutricional e do


perfil alimentar de idosas com e sem osteoartrite de joelhos”, que tem como pesquisadores
responsáveis as alunas do mestrado em Saúde Coletiva da FACISA-UFRN: Rosa Sá de
Oliveira Neta e Isabelle Ferreira da Silva, orientadas pelo Professor Dr. Marcelo Cardoso de
Souza.
Esta pesquisa pretende avaliar e comparar o estado nutricional, funcionalidade e
qualidade de vida de idosas com e sem osteoartrite (OA) de joelhos através de questionários.
O motivo que nos leva a fazer este estudo é analisar possíveis medidas para melhoria
da qualidade da assistência nutricional prestada à esses pacientes.
Caso você decida participar, caberá a autorização do presente termo para responder a
quatro questionários que serão aplicados em forma de entrevista. Esses questionários tem a
intenção de avaliar o seu estado nutricional e perfil alimentar, qualidade de vida e de sono e
funcionalidade no dia-a-dia, sendo gasto em torno de 30 minutos para respondê-los. Durante a
realização da medição das circunferências corporais, de dobras da pele e de testes de
caminhada a previsão de riscos é mínima, ou seja, o risco que você corre é semelhante àquele
sentido num exame físico ou psicológico de rotina. Pode acontecer um mínimo risco ou
desconforto ao voluntário, como irritabilidade ou falta de paciência do participante ao
responder os questionários e dor leve durante o ato de mensuração das dobras cutâneas, o que
deve ser informado ao pesquisador que imediatamente suspenderá a avaliação. Caso ocorra
alguma intercorrência os cuidados serão providenciados pelos pesquisadores e os mesmos se
comprometem com a realização deste atendimento. Você terá como benefício à avaliação do
seu estado nutricional, para que em estudo futuro, haja uma opção de tratamento nutricional
para você.
Além disso, você será informada quanto a sua avaliação nutricional e fisioterápica, e
receberá uma cópia da usa avaliação. Ao mesmo tempo, caso você seja diagnosticada com
desvio nutricional e/ou alteração na qualidade de vida, será encaminhada aos profissionais
específicos, nutricionista e/ou fisioterapeuta da clínica escola da FACISA, para atendimento e
acompanhamento individualizado.
Em caso de algum problema que você possa ter, relacionado com a pesquisa, você terá
direito a assistência gratuita que será prestada pelos pesquisadores envolvidos. Durante todo o
período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando para os pesquisadores Prof. Dr.
Marcelo Cardoso de Souza (98190-1919) ou com as mestrandas Rosa Sá de Oliveira Neta
(99910-5004) e Isabelle Ferreira da Silva (99993-4425).
65

Você tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em qualquer


fase da pesquisa, sem nenhum prejuízo para você. Os dados que você irá nos fornecer serão
confidenciais e serão divulgados apenas em congressos ou publicações científicas, não
havendo divulgação de nenhum dado que possa lhe identificar.
Esses dados serão guardados pelos pesquisadores responsáveis por essa pesquisa em
local seguro e por um período de 5 anos. Se você tiver algum gasto pela sua participação
nessa pesquisa, ele será assumido pelos pesquisadores e reembolsado para você. Se você
sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, você será indenizado.
Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê de Ética
em Pesquisa da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi (FACISA), telefone 3291-2411.
Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com o
pesquisador responsável prof. Dr. Marcelo Cardoso de Souza.

Consentimento Livre e Esclarecido


Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os dados
serão coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e benefícios que ela
trará para mim e ter ficado ciente de todos os meus direitos, concordo em participar da
pesquisa “Avaliação do estado nutricional e do perfil alimentar de idosas com e sem
osteoartrite de joelhos”, e autorizo a divulgação das informações por mim fornecidas em
congressos e/ou publicações científicas desde que nenhum dado possa me identificar.
Santa Cruz / /

Assinatura do participante da pesquisa

Impressão
datiloscópica do
participante

Assinatura do pesquisador responsável


66

APÊNDICE B - Questionário padronizado utilizado na coleta de dados

FORMULÁRIO DE ENTREVISTA
PARTE I – IDENTIFICAÇÃO E HÁBITOS DE VIDA
1) N° de ordem: 2) Nome:
3) D.N: ___/___/___ 4) Data: ___/___/___ 5) Idade:
6) Diagnóstico:
7) Doenças na família? Quais?

8) Usa medicamentos? Quais?

9) Atividade física: ( )SIM . Qual:________________Qto tempo?_______ ( )NÃO


10) Estado civil:
A( ) Solteira B( ) Casada/Vive com companheira C( ) Separada/ divorciada
D( )Viúva
11) Nível de instrução/ escolaridade
A( ) Sabe ler e escrever ou tem ensino fundamental (1º grau)
B( ) Tem ensino médio (2º grau)
C( ) Possui ensino superior (3º grau/faculdade)
D( ) Não sabe / Não quer informar / Não é possível determinar
12) Qual sua renda familiar? R$ ________________( ) Não sabe / Não quer informar
13) Qual o número de pessoas que mora em seu domicílio? ________ pessoas
14) Profissão:

PARTE II – AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA


Peso (kg) CP (cm)
Altura (m) CPA (cm)
IMC kg/m² PB (cm)
PC (cm) DAS (cm)
PQ (cm) DCT (mm)
RCQ PA (cm)
MM (kg) %GC (mm)
PARTE III – AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR
REFEIÇÃO/HORA/
ALIMENTO QUANTIDADE
LUGAR

Desjejum

Lanche

Almoço
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Lanche

Jantar

Ceia

15) Ingestão de água: ( ) copos ( ) litros


PARTE IV – AVALIAÇÃO DA FUNCIONALIDADE
Força de Preensão Palmar
Time Up and Go
Teste de Caminhada de 6 minutos
WOMAC total
Womac Dor
Womac rigidez
Womac função

Usa alguma órtese? (1- joelheira, 2- bengala, 3- muleta, 4- andador)____


Perna dominante 1- D ___________ 2-E___________________
Joelho mais dolorido: EVA (0 a 10) joelho D_______ E______
Joelhos: 1- varos ______ 2- valgos ______
Perimetria quadríceps D_______ E__________
Perimetria da articulação do joelho D_________ E_________

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