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SANTA CRUZ
2021
DINORAH DE FRANÇA LIMA
SANTA CRUZ
2021
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi - FACISA
- Santa Cruz
Lima, Dinorah de Franca.
Cuidados Populares em Saúde: Uso das ervas e de rezas em
Santa Cruz/RN / Dinorah de Franca Lima. - 2021.
71f.: il.
BANCA EXAMINADORA
Aos meus pais Jailton Mata de Lima, Claudineide de França Lima e ao meu
irmão Jordan de França Lima por todo amor, cuidado, zelo e fortaleza ao longo da
minha existência.
Ao meu parceiro, Bruno de Souza Rodrigues, pelo amor, afeto e compreensão
da minha vida corrida durante esse período e por ter me apoiado tanto.
À minha orientadora, Mercês Fátima, por ter me acompanhado ao longo dessa
trajetória do mestrado.
À minha coorientadora, Raquel Littério, pelas contribuições e sugestões para
enriquecer o trabalho.
À professora Janete Lima de Castro pelo incentivo e motivação para
potencializar a minha carreira acadêmica e profissional.
Aos participantes do estudo que mesmo diante da pandemia me acolheram em
suas casas, minha eterna gratidão!
RESUMO
The use of nature articulated to the sociodiversity of peoples and communities, with
their worldviews, knowledge and unique cultural practices, provide the therapeutic
bases for variable culturais systems of care and healing in societies. That is why
popular therapies, with their knowledge and practices, are intrinsically related to health
territories and as an integral part of the sociocultural and economic reproduction of
their communities. Reflecting on this social stage, this study aimed to map popular
health care practices using medicinal herbs in a remote area of Northeastern Brazil.
Therefore, we conducted semi-structured interviews with popular health care
therapists in Santa Cruz-RN. From the thematic analysis of the narratives produced by
our interlocutors, the following analytical categories emerged: 1) “Herbs and prayer
practices”: the transmission of care; 2) “Health as the production of meaning in life”
and 3) Meetings and disagreements of cultural health systems: SUS and the popular.
Popular therapists, with their practices of cultivating herbs and praying, constitute a
cultural resistance in health, as we find in dialogue with the scientific literature, and
their practices and knowledge are promoters and protectors of health and healthy living
spaces.
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12
1.1 A cidade da Santa: Santa Cruz do Inharé ........................................................ 16
1.2 Território de Saúde............................................................................................ 19
1.3 Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares ...................... 23
2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 26
2.1 Objetivo geral .................................................................................................... 26
2.2 Objetivos específicos ....................................................................................... 26
3 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 27
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 30
4.1 “Ervas e Práticas de rezas”: a transmissão do cuidar ................................... 31
4.2 Saúde como produção de sentido de vida ...................................................... 45
4.3 Encontros e desencontros dos sistemas culturais de saúde: O SUS e o
popular ..................................................................................................................... 49
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 58
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 59
ANEXO I – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE ..... 65
ANEXO II – TERMO DE AUTORIZAÇÃO PARA GRAVAÇÃO DE VOZ ................. 67
ANEXO III – TERMO DE AUTORIZAÇÃO PARA USO DE IMAGENS (FOTOS E
VÍDEOS).................................................................................................................... 68
ANEXO IV – ROTEIRO NORTEADOR DE ENTREVISTA........................................ 69
12
1 INTRODUÇÃO
de cuidado de ervas medicinais realizado pelos agentes culturais de saúde por ser
uma prática comum na cidade e, sobretudo, no bairro Maracujá, mesmo com a
existência do sistema oficial de saúde com seus serviços e redes de saúde, o que se
revelam como práticas complementares de saúde.
Esta complexidade insere-se como uma das facetas analíticas deste estudo,
que toma a perspectiva da área remota como um marcador social da diferença, que
modela as experiências e vivências das pessoas que vivem e trabalham nessas
regiões18. Tal modelagem refletem as relações sociais, as moralidades e as formas
de pensar, ser e de operacionalizar a cultura política local a partir de códigos sociais
próprios de contextos interioranos, o que não significa afirmar que esses aspectos
socioculturais inexistam nos centros urbanos, mas são singulares dessa área.
Embora seja uma área remota, Santa Cruz possui características de Centro de
Zona, segundo as definições estabelecidas pelas Regiões de Influências das
Cidades(REGIC), que compreende cidades de menor porte e com atuação restrita à
sua área imediata, exercendo funções de gestão elementares. No caso de Santa
Cruz, a centralidade abrange sete municípios (Campo Redondo, Lajes Pintadas,
Japi, São Bento do Trairi, Coronel Ezequiel, Tangará e Sítio Novo) que contemplam
a dinâmica dos fluxos de serviços que articulam a rede urbana, dentre elas,
destacamos a presença de duas instituições públicas de ensino19, sendo a UFRN e
o Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), que potencializam o ensino, a
pesquisa e a extensão na região do Trairi, o comércio e imobiliárias locais.
De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), a população de 2017 é de 37.142 habitantes, 51% constituem-se da
população feminina. Do total da população 85% são residentes na zona urbana. A
origem da cidade, de acordo com a fontes historiográficas apresenta duas versões, a
primeira refere-se às narrativas da oralidade dos moradores e outra versão baseado
nos registros históricos oficiais19.
A primeira versão assume um caráter mítico-religioso, vinculada à. narrativa
daexistência de Inharé, árvore abundante na região, considerada sagrada e que ao
aparecer com galhos quebrados, anunciava secas, epidemias e outros males14.
Conta-se ao tomar conhecimento do fato, um missionário católico dirigiu-se a árvore
e fez uma cruz com galhos de Inharé e os males cessaram, a água jorrou em
abundância, os animais tornaram-se mansos e as aves entoaram cânticos, quase que
por encanto. Assim, a localidade foi chamada de Santa Cruz do Inharé. Anos depois,
esse nome foi trocado por Santa Cruz do Trairi, nome indígena dado à importância do
curso d’água que banha o território e depois a cidade passou a chamar simplesmente
Santa Cruz19.
A segunda versão, dos registros oficiais, aponta que a cidade era habitada
18
Por isso, não se apresenta tão simples neste estudo, discutir religiosidades das
agentes culturais de saúde, que ao serem perguntadas sobre suas religiões, todas
responderam ser católicas. As imagens dos Santos Católicos em suas residências, na
sala principal, locais que costumam receber pessoas, estão por toda parte e são
exibidas com muita devoção e sempre a imagem de Santa Rita faz-se presente, mas
19
Conjunto Cônego Monte e Centro) e uma na zona rural (Bairro Bonsucesso), não
oferecendo cobertura total à população.
No território em Saúde do Maracujá (figura 5), bairro onde residem nossos
informantes, tem apenas uma ESF formada por um médico generalista20, uma
enfermeira, uma auxiliar de enfermagem, uma dentista, uma assistente de saúde
bucal, um auxiliar de farmácia e 11 Agentes Comunitários de saúde, para uma
população de 6.000 habitantes e 1.624 imóveis. O Programa de Estratégia da Família
preconiza que o máximo, 4.000 pessoas, sendo a média recomendada de 3.000
pessoas, respeitando critérios de equidade para essa definição21. Como bairro
apresenta-se ainda em expansão, há uma população descoberta no bairro, como
percebido na vivência no território.
Para além da ESF, o bairro possui equipamentos sociais como igreja católica e
igrejas evangélicas, um Centro dos Idosos, onde antes da pandemia, ocorria o Forró
dos Idosos e ações de educação em saúde; quadras esportivas, dois cemitérios,
supermercados e vários salões de beleza; não possui associação de
1Assim, como outros interiores das áreas remotas do Brasil, no Bairro Maracujá, como em todo território
de Santa Cruz-RN, há problemas de fixação de profissionais médicos nos serviços de saúde, ocorrendo
grande rotatividade desses profissionais nos serviços.
22
Resgatar o uso das ervas medicinais, como uma forma de cuidado que
promove o alívio do sofrimento, faz pensar na importância que esse cuidado tem para
as pessoas, bem como a necessidade de integrar esses conhecimentos com a
comunidade científica para valorizar o conhecimento popular30.
Neste sentido, o processo de saúde-cuidado é resultante da historicidade dos
sujeitos, dos significados compartilhados, entre o passado e o presente, resultando
em algo adaptado, diferente, influenciado pela espiritualidade, ambiente físico e
natural onde os grupos sociais convivem. A saúde é vista não pela ausência de
doença, é “direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação”4.
É necessário, portanto, que no currículo de formação dos profissionais de
saúde sejam inseridas disciplinas contemplando as diversas formas de cuidado,
diferentes do cuidado da biomedicina, e que não se detenham tão somente às
questões biológicas, mas incluam também: a antropologia, a sociologia, a medicina
tradicional chinesa, a medicina homeopática; uma vez que as suas presenças nas
graduações da área da saúde é incipiente, promovendo relativo desconhecimento na
maioria dos profissionais31. Para realização de experiências exitosas é fundamental a
articulação entre a gestão municipal e a Atenção Primária à Saúde, em parceria com
as Instituições de Ensino32.
Para isso, deve ser garantido investimento por parte do Ministério da Educação
e da Saúde para o desenvolvimento de pesquisa, ensino e ações de extensão na
graduação e pós-graduação voltadas aos profissionais de saúde em formação, mais
uma vez contando com parceria das Instituições de Ensino.
Na Atenção Primária à Saúde, as Práticas Integrativas e Complementares
devem ser vistas como um grande potencial de recursos interpretativos, terapêuticos
e de promoção da saúde como um campo a ser investigado33.
A forma como o sistema de saúde se relaciona com os usuários deve ser
pautada numa escuta qualificada que leve em consideração os saberes de saúde
praticados pelos grupos sociais33, ou seja, a diversidade das práticas de cuidado que
envolvem as crenças, religiosidade, hábitos alimentares, apoio social e prevenção de
doenças.
Sob a ótica da educação popular em saúde, Paulo Freire34 propõe a valorização
dos saberes populares, ou saberes socialmente construídos na prática comunitária,
25
2 OBJETIVOS
3 MATERIAL E MÉTODOS
2O contato com os moradores ocorreu a partir da inserção da Profa. Mercês, coordenadora do Projeto
maior, ao qual este estudo faz parte, na disciplina “Saúde e Cidadania”, SACI. SACI é um componente
curricular prático, interdisciplinar, que ocorre semestralmente nos territórios de saúde de Santa Cruz-
RN.
3 Consultar anexo I.
4 Consultar anexo II e III.
29
A pesquisa ocorreu no cenário pandêmico dado a isto que cabe ressaltar
algumas ressalvas, a primeira que não realizamos o processo de validação das
entrevistas, tendo em vista que, só foi possível realizar um encontro com cada
informante. Segunda ressalva, seguimos os protocolos sanitários devido à pandemia
de COVID-19, mantendo os cuidados para proteger as informantes da pesquisa e
diminuir o risco de infecção no momento da coleta de dados, incluindo o uso de
máscaras, utilização de álcool, distanciamento social e ligação prévia questionando
sobre a existência de algum sintoma suspeito.
Embora que em alguns registros fotográficos as informantes apareçam sem
máscara, enfatizamos que foi respeitado o distanciamento social e a pesquisadora no
momento do registro estava utilizando máscara.
Das entrevistas emergiram narrativas que foram analisadas a partir da técnica
de codificação temática, a partir dos núcleos gerais de sentido pré-estabelecido no
roteiro de entrevista: 1) Como se deu a transmissão de saberes; 2) De que forma o
aprendizado estabelecido influencia sua vida; 3) Qual a concepção de saúde
apreendida com as práticas de cuidado; 4) Quando ou em que situações procuram-
se os serviços de saúde e; 5) Os profissionais da saúde são informados sobre os
saberes de sua prática de cuidado.
Após leitura exaustiva das narrativas foram estabelecidos os núcleos de
sentidos e significados comuns das narrativas relatadas42. A partir dos agrupamentos
dos sentidos e significados emergiram sete categorias analíticas, que foram
sintetizadas em três temáticas 1) “Ervas e Práticas de rezas”: a transmissão do cuidar;
2) “Saúde como produção de sentido de vida” e 3) “Encontros e desencontros dos
sistemas culturais de saúde: O SUS e o popular”, que apresentaremos na seção a
seguir. Já os dados quantitativos para caracterização do perfil foram organizados com
o auxílio do programa Excel versão 2010.
Quanto aos aspectos éticos, destaca-se que foi seguida a Resolução n° 510/16
do Conselho Nacional de Saúde (CNS) onde se estabelecem as normas que
regulamentam as pesquisas com seres humanos no âmbito das Ciências Humanas e
Sociais. O projeto da pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP)
da FACISA - UFRN, sob o parecer 3.737.675.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
6 Oscasos da fé e crença de Capim Santo e Manjericão precisaria ser mais explorada, mas como não
foi possível, estes casos serão aprofundados no desenvolvimento do projeto de pesquisa
“Determinantes Socioculturais de saúde”.
31
Fundamental
Completo
Manjericão Feminino Parda 68 Solteira Ensino Católica
Fundamental
Completo
Hortelã Masculino Pardo 84 Viúvo Analfabeto Católico
45
enraizado na população estudada .
Com mamãe… Ela passava muita coisa pra mim… Chá disso é bom
para isso… A gente começa a pegar, né. (Babosa)
Foi da genética, certo. A minha tia ela cuidava muito de ervas e sempre
dizia: “isso serve para isso… Isso serve para isso…” Tá entendendo?
Aí, eu fui me interessando, então, graças a Deus, até hoje é o que eu
uso… Como meio de me cuidar... Da minha saúde e a saúde do
próximo. (Crajiru)
Como fui criada pela minha avó, né. Aí a gente tende a crescer vendo
elas praticando… E você involuntariamente fica adquirindo esse
conhecimento, desde então, desde criança, eu assim...Tudo é com
remédios da natureza, as plantas... Tipo uma gripe… Toma chá de
casca de limão, mel...né. Chá de Camomila, Erva-Doce e daí por
diante... Uma coisa maior… Se tivesse uma bronquite: lambedor de
cebola branca, com casca de cumaru… Enfim... É tanto que hoje eu
tenho 40 anos e nunca tive contato com antibióticos. (Cidreira)
Lá nós plantava, o meu pai plantava. Ele... ele ia pro campo mais outro
irmão, e dizia: “olhe, menino, vocês, tá aqui os pés de fruta. Aí ele
dizia: “Lá vamos pro campo. Vocês pegue essas plantas que têm aí;
cajueiro, laranja, limão, manga, coqueiro”. É tudo.
Observa-se, ainda, que o uso das plantas está associado com a crença e fé
dos sujeitos, como se não bastasse somente o uso da planta em si mesmo, mas
também a crença de que a cura será atingida.
[...] Peço. Ave Maria. Eu uso a fé demais. Eu tenho muita fé. Boto as
mãos pro céu. Faço aquelas oração bem bonita, tanto pra mim quanto
pra todos... o pessoal, né? Eu não quero só pra mim não, eu quero pra
todos.(Mastruz)
33
Foi. Da minha tia, foi. Julia Pedro. (Crajiru) Aproximação foi através da
família. (Capim Santo) Eu sozinha... Desde os 13 anos de idade.
(Manjericão)
Nunca outro que me ensinou não. Até hoje, eu chego, pego um pé, um
pé de pau desse, encosto aí... É... Cajueiro, eu enterro a castanhinha;
quando tá pronto de mudar [...]. Quando chove, eu vou, boto um
bocado de mato, com os pauzinho. Enquanto ele tá dessa cor assim,
eu vou... Ali, por trás da parede, tem uns pés, anão. (Hortelã)
Meu amor, faz muito tempo… Há uns 30 anos, faz tempo demais…
(Babosa)
Faz mais de trinta anos que eu tô nessa luta, eu comecei cedo… Fui
pegando as coisas da minha tia e fui praticando... (Crajiru)
Mulher, minha fia, tô dizendo... fui pra Cerro Corá, de Patu. Dormi em
seis cantos, de Patu a Cerro Corá. Com 12 anos. (Hortelã)
Ela sempre dizia… Isso, isso e isso é bom para isso, isso e isso… Aí,
eu ia fazendo, isso é bom para inflamação. Esse é bom para osso… E
assim, foi sendo… Tomava as ervas e ficava boa… (Babosa)
Não, a cada dia que surge uma novidade eu vou no Google, pesquiso,
e vejo o que realmente dá certo.. E vou lá, faço e dá certo… (Crajiru)
ficou evidente essas práticas como promotoras de saúde. Foi ressaltada a questão
financeira também pelo baixo custo do tratamento, e a relação com as ervas foi
colocada como propulsora de bem estar e até mesmo o fato de não fazer uso das
práticas, mas de ensinar para as pessoas. Fazer uso dos chás ao invés de
medicamento sintético.
Ah, mudou... É aquele negócio assim... Para melhor! Ah, eu vou tomar
isso... Não é só remédio de farmácia... E às vezes as condições, né...
Você nem sabe quanto eu gastei naqueles... Suspiro. Ai, Jesus... E a
coisa natural, já tá dizendo: é coisa de Deus! Uma coisa santa! Eu sei
que tem gente... Diz... Demora para fazer efeito... Mas, a gente não
passa nove meses para nascer, né? (Babosa)
É muito bom! Foi muito bom para mim! Porque ainda hoje eu levo…
Eu tenho essa vontade de plantar, quanto mais eu pego, mais dá
vontade… Olhe, isso aqui tudo é eu que arrumo, planto [...]
(Manjericão)
É... a gente acredita muito nas coisas, porque minha avó também era
rezadeira. É. Minha vó, mãe de mamãe, ela era muito curandeira. E
mamãe ainda também é. Mamãe, só não tá curando mais porque ela
não tá mais sabendo. Que ela tá com 96 anos, vai fazer agora em
março 96 anos, ela não tem mais como. Ela não atina muito bem. Tem
hora que ela tá rezando, aí atrapalha, não sabe mais. Mas mamãe
rezava que o dente caía. Isso não é uma fé pra gente? É fé. A gente
fica com fé numa reza dessa, viu? Reza forte. Aí a gente tem, né... Aí
41
Não… Sempre tenho… [...] Agora eu acredito mais ainda! Cada vez
mais... Porque eu tomo! E me sinto... Cada vez mais forte! Pra mim a
planta... Não tem... O Manjericão... O Arruda.. O Manjericão é bom
para um monte de coisa... Ele é antibacteriano. [...] Eu lavei muito a
minha perna com ele, tomei muito... Água, chá dele... Tomei muito chá
dele... Capim Santo, outro coisa boa... Capim Santo. Erva Cidreira...
Relaxante natural... (Babosa)
Permanece… (Manjericão)
A maioria dos familiares faz uso das ervas e da reza e acreditam nessa prática
de cuidado, mas alguns familiares, como os da Babosa, não acreditam.
Eu tenho duas filhas, né... Que diz... Ah, mãe... Isso não serve, não!
Não... Mas, eu acredito! Esse negócio de só viver tomando remédio
de farmácia... Mulher, eu já tomei tanto... Não, mulher... É... Um
paliativo, né... Que sabe que lá... Lá é que depois... É que junta as
coisas... E o natural, não vai atingir em nada, não... Se não servir...
Mal é o que não vai fazer... É natural. Agora o de farmácia é fogo, né
[...] Chá de arruda é muito bom para cólica, elas até hoje lembra desse
negócio… Mastruz com leite? Mãe, eu não quero não… Meu Deus do
céu… Mãe, isso não serve não… É uma coisa negativa, que acaba
não servindo, não [...] (Babosa)
quer passar por cima dela… Ela passa, e às vezes vai tão longe que
demora a voltar! Aqui é incrível, se chegar uma pessoa com dor…
(Capim Santo)
A religião é como diz o outro: só foi a que meu pai me ensinou. E minha
mãe. (Hortelã)
Que sem a fé ninguém faz viagem nenhuma, não vai a lugar nenhum…
E que a saúde está acima de tudo. Primeiro a fé e depois vem os
cuidados. Está interligada porque se eu tenho um conhecimento de
uma coisa boa… Eu vou repassar aquilo para alguém, né. (Crajiru)
A tradição de você voltar para você e saber o que você quer… Né.
Consumir as coisas que você vai consumir, selecionar a forma de você
fazer, tipo eu vou fazer um chá… Porque entre o veneno e o remédio,
né. É a dose, né… Não pelo fato de um chá… Ah, Um camomilinha…
Você tem que saber como fazer, como tomar, a dose… Que hora
toma… E, é isso… A tradição é essa de ter o contato com a natureza
e sempre que for possível, fazer…(Capim Santo)
Muita. Nós sem Deus e Nossa senhora, não somos nada. Nada, nada,
viu! Nós tem que pedir... se deitar, rezar, tomar bênção à pai do céu
e mãe do céu, que é nosso pai, nossa mãe. Não é os burro que hoje
se deita, não se benze. (Hortelã)
Aí, meu Deus do seu! Saúde é tudo, Jesus! Diante do senhor meu
pai... A gente com saúde oh... Palminhas... Doente? Não faz nada,
não... Saúde para mim é tudo... Não tem nem o que comparar... É viver
bem! (Babosa)
Minha filha, saúde para mim é tudo na minha vida! Ninguém sem
46
Trabalhar. (Hortelã)
Sim, sim! Sempre que preciso uso, mas quase não preciso… Nunca
vou porque, né. Para ir precisa tá sentindo alguma, né. Assim, faço
exames… Como, por exemplo, em seis e seis meses… Taxa,
colesterol, glicose, sempre tô fazendo… Exame preventivo, exame da
mama, sempre a gente tem que tá indo… Né. Porque tem doenças
que é silenciosa, ah… Tá tudo bem. Mas, aí não tá… Assim… Na
FACISA… A gente sempre tem esse contato… De ter os cuidados…
De ter conhecimentos… Sempre estão lá… Vamos fazer aqui uma
glicose, para ver se tá OK. Eu já tive até com a glicose alta, né. Uma
vez… Eu tive uma glicose muito alta. O estresse do dia a dia… Na
correria e tal… Enfim, outros fatores. E eu baixei a minha glicose com
uso do chá! O chá de moringa! Que é esse pé que tem aqui na frente
da minha casa. É, o Moringa baixa a glicose e ele tem ene
propriedades… Porque essa Moringa… Ela é original da África e ela é
um suplemento. Então, quando você consome ela, você tira aquela
ansiedade de tá comendo, porque ela tá te suprindo… E você
involuntariamente, baixa a glicose… Você tem energia para caminhar,
você tem energia para fazer suas coisas… Então, eu não tomo
remédio de farmácia… Até fui a uma nutricionista, e ela disse: olhe…
Você toma um remedinho para lhe ajudar. Eu disse, olhe deixe pela
minha conta que eu volto e faço os exames e se ela continuar alta eu
tomo o seu remédio. E ela disse: mas por quê? Eu disse: deixe
comigo. Então, se passaram 15 dias… Ela passou a dietinha, e eu?
Meu Moringa na salada, Moringa moída no suco e tal? E com 15 dias
eu voltei e fiz dois tipos de exames, fiz um em jejum, né. E… Aí tomei
café… Meio e 40 minutos depois fiz outro exame e deu paridade.
(Capim Santo)
Graças a Deus fui muito bem arrecebida. A menina cuidou muito bem
d’eu. A doutora J. fez a punção... fez a cirurgia e ela... a menina... a
enfermeira ficou tomando conta de mim. Graças a Deus fui muito bem
arrecebida. Umas pessoas muito boas. Tanto num canto como no
outro, onde eu chego é muito bom. Graças a Deus. (Mastruz)
de cuidado50.
Os aspectos culturais, sociais, emocionais, espirituais, patológicos, são
essenciais para efetivamente fazer uma atividade de saúde transformadora, e por isso
a importância da empatia e da escuta qualificada no cuidado em saúde51.
Não... Não… Nem todos eu conto… Tem uns que diz… Não, não
serve não.. Porque o chá de Quebra Pedra é para os rins… Eu fui
dizer issoao Doutor F. e você nem sabe o que ele disse… Ele disse
que não funciona. Mas, ele quebra as pedras dos rins da gente... E a
gente coloca, bota ela para fora em pedacinhos… E ele diz que não
funciona… Aí, eu já parei… Eu tomo chá de quebra pedra… (Babosa)
Falo. Quando eles vêm aqui, eu falo. Mas não; é difícil eles passar
aqui. É, quando, quando eu vou... Eu conto do mesmo jeito que eu tô
contando a você. (Mastruz)
Mas, tem casos como esse meu que quase não resolvia… Porque
tomei benzetacil demais. Das feridas que eu tenho… Úlcera venosa.
Sarou lavando e tomando… O crajiru (Babosa)
Uma tosse, uma gripe… Não vou, não… Uso banho, lambedor…
Inalação... Banho de Cumaru… Banho de Cumaru. Às vezes eu boto
até um pouquinho de Vick porque eu inalo… Para dormir. Para dar
aquele cheirinho… Casca de alho, uso remédio caseiro! E… Fico bem,
graças a Deus! Eu tenho uma saquinha ali, cheia de casca de alho…
Que eu nem jogo, nem no mato… (Babosa)
Olha, eu sempre indico, eu acho que é sempre bom ter uma plantinha,
um chazinho, e que não deixe de ir ao médico. Né, eu não vou me
sentir segura 100% e vá sim, porque uma mão lava a outra, né? O
médico tá lá, estudou, tem todo um conhecimento… Sabe até um
pouco mais do que você… E você sabe, você sabe da sua rotina e o
médico sabe, então vocês podem trabalhar juntos, com o médico, com
a enfermeira, com qualquer profissional… É uma ajuda! É uma troca
de conhecimento, porque, né? A gente tem essa troca de
conhecimento do profissional com o paciente, e eu super indico de
55
As plantas para mim é tudo! Porque para mim, graças a Deus. Eu jogo
dentro da comida várias coisas, escondido das meninas… Às vezes
comem e nem sabe… A farinha da linhaça, ninguém quer… Pros
ossos! Principalmente para elas que são novas… O meu já tá mais
sambado… Mas, os delas? Que estão novas? Jogo as sementes junto
com o feijão… Todo mundo come o feijão e fica bom todo… Gengibre
57
Eu acho que tem que ter fé para dar certo e disciplina. Porque se você
faz uma coisa desorganizadamente não vai dar certo. Isso acontece
com remédio natural, e com remédio que a gente conhece da
farmácia… Cuidado e disciplina… Sempre! (Capim Santo).
58
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Esclarecimentos
Os dados que você irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados
apenas em congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de
nenhum dado que possa lhe identificar.
Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa
pesquisa em local seguro e por um período de 5 anos.
Se você tiver algum gasto pela sua participação nessa pesquisa, ele será
assumido pelo pesquisador e reembolsado para você.
Se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, você
será indenizado.
Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê
de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi (FACISA), telefone
3291-2411.
Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com
o pesquisador responsável Prof. Merces de Fatima dos Santos Silva.
Consentimento Livre e Esclarecido
Impressão
Assinatura do pesquisador responsável datiloscópica do
67
Eu,
, depois de entender os riscos
e benefícios que a pesquisa intitulada “DETERMINANTES CULTURAIS E SAÚDE:
OS DESAFIOS PARA ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE EM DIVERSIDADE
SOCIOCULTURAL NAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE”, poderá trazer e, entender
especialmente os métodos que serão usados para a coleta de dados, assim como, estar ciente
da necessidade da gravação de minha entrevista, AUTORIZO, por meio deste termo, os
pesquisadores Dinorah de França Lima, Layse Naele Melo da Silva, Joelson Pereira da Silva,
Joismene Gíulio Reinaldo, Leonardo Azevedo de Medeiros, a gravação de minha entrevista
sem custos financeiros a nenhuma parte.
Esta AUTORIZAÇÃO foi concedida mediante o compromisso dos pesquisadores
acima citados em garantir-me os seguintes direitos:
1. Poderei ler a transcrição de minha gravação;
2. Os dados coletados serão usados exclusivamente para gerar informações para a
pesquisa aqui relatada e outras publicações dela decorrentes, quais sejam: revistas
científicas, congressos e jornais;
3. Minha identificação não será revelada em nenhuma das vias de publicação das
informações geradas;
4. Qualquer outra forma de utilização dessas informações somente poderá ser feita
mediante minha autorização;
5. Os dados coletados serão guardados por 5 anos, sob a responsabilidade da
pesquisadora coordenadora da pesquisa Merces de Fatima dos Santos Silva de, e
após esse período, serão destruídos e,
6. Serei livre para interromper minha participação na pesquisa a qualquer momento e/ou
solicitar a posse da gravação e transcrição de minha entrevista.
Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com a
pesquisadora responsável Mercês de Fatima dos Santos Silva.
Impressão
Assinatura do pesquisador responsável datiloscópica do
68
Eu,
, AUTORIZO a Profa. Mercês de Fátima dos
Santos Silva, coordendora da pesquisa intitulada: “ DETERMINANTES CULTURAIS
E SAÚDE: OS DESAFIOS PARA ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE EM
DIVERSIDADE SOCIOCULTURAL NAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE” a fixar,
armazenar e exibir a minha imagem por meio de foto ou vídeo com o fim específico
de inseri- la nas informações que serão geradas na pesquisa, aqui citada, e em outras
publicações dela decorrentes, quais sejam: revistas científicas, congressos e jornais.
A presente autorização abrange, exclusivamente, o uso de minha imagem para
os fins aqui estabelecidos e deverá sempre preservar o meu anonimato. Qualquer
outra forma de utilização e/ou reprodução deverá ser por mim autorizada.
O pesquisador responsável Mercês de Fátima dos Santos Silva, assegurou-me
que os dados serão armazenados em meio digital, sob sua responsabilidade, por 5
anos, e após esse período, serão destruídas.
Assegurou-me, também, que serei livre para interromper minha participação na
pesquisa a qualquer momento e/ou solicitar a posse de minhas imagens.
Impressão
Assinatura do pesquisador responsável datiloscópica do
69
I – Caracterização do perfil
1 - Nome
2 - Idade
3 - Gênero
4 - Cor/Raça/Etnia
5 - Estado Civil
6 - Local De Nascimento 7- Endereço
7 - Contato
8 - Escolaridade
II – Práticas de Cuidado em Saúde
1- Como se aproximou dessa prática de cuidado em saúde?
2- Foi uma aproximação que fez sozinho ou por intermédio de alguém (família)?
3- O que o motivou, alguma experiência ou acontecimento em sua vida, procura por
algo?
4- Como foi o processo de inserção, até se tornar um conhecedor dessa prática?
5- Há quanto tempo aconteceu isso? Quantos anos você tinha?
6- Existem tempos diferentes para o acesso a esses conhecimentos?
7- Quais plantas o Sr(a) utiliza como forma de cuidado/tratamento em saúde?
8- Você percebe momentos de mudança na sua vida a partir do acesso de alguns
destes conhecimentos?
9- De que forma este aprendizado influencia sua vida?
10- A sua percepção da prática mudou ao longo da sua experiência?
11- O que é a saúde no entendimento do Sr(a)?
12- Esse entendimento está baseado na religião que o Sr(a) prática?
13 - Que práticas de cuidado em saúde o Sr(a) gostaria de destacar?
14- Como o Sr(a) e os membros de sua casa/comunidade lidam com esses
cuidados?
15- Os cuidados praticados pelo Sr(a) mudam ao longo do tempo ou permanecem
sempre os mesmos?
16 - Como esses cuidados influenciam a sua vida cotidiana?
17- O Sr(a) utiliza os serviços de saúde, não é?
18- Quando ou em que situações o Sr(a) procura os serviços de saúde?
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