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Hell Bent Um Romance Leigh Bardugo

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Índice

Folha de rosto
Aviso de direitos autorais
Dedicaçã o
Epígrafes
Mapa
Parte I. Como Acima
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Parte II. tã o abaixo
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Agradecimentos
Também por Leigh Bardugo
Sobre o autor
Inscriçã o na newsletter
direito autoral
Comece a ler

Índice

Sobre o autor

Página de direitos autorais

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Para Miriam Pastan, que leu minha sorte em uma xícara
de café
Ignorando eles de todas as coisas até que eu vim
E contou-lhes sobre o surgimento das estrelas
E suas configurações escuras, ensinaram-lhes números,
também,
A rainha do conhecimento. eu os instruí
Como juntar cartas, tornando-as suas escravas
Para servir a memória, mãe da musa.
Ésquilo, Prometheus Bound
Inscrito acima da entrada da
Sterling Memorial Library, Yale University

Culebra que no mir morde, que viva mil anos.


Que a cobra que não me morde viva mil anos.
provérbio sefardita
PARTE I

Como acima
novembro
Alex se aproximou de Black Elm como se estivesse se aproximando de
um animal selvagem, cautelosa em sua caminhada pela longa e curva
entrada de carros, tomando cuidado para nã o demonstrar seu medo.
Quantas vezes ela fez essa caminhada? Mas hoje foi diferente. A casa
surgiu entre os galhos nus das á rvores, como se esperasse por ela, como
se tivesse ouvido seus passos e antecipado sua chegada. Nã o se agachou
como uma presa. Ergueu-se, dois andares de pedra cinza e telhados
pontiagudos, um lobo com patas plantadas e dentes à mostra. Black
Elm tinha sido manso uma vez, brilhante e arrumado. Mas foi deixado
sozinho por muito tempo.
As janelas fechadas com tá buas no segundo andar tornavam tudo
muito pior, uma ferida no flanco do lobo que, se nã o fosse tratada,
poderia enlouquecê-lo.
Ela enfiou a chave na velha porta dos fundos e entrou na cozinha.
Estava mais frio por dentro do que por fora - eles nã o podiam manter o
lugar aquecido, e nã o havia razã o para isso. Mas apesar do frio e da
missã o que ela veio cumprir, a sala ainda parecia acolhedora. Panelas
de cobre penduradas em fileiras organizadas acima do grande fogã o
vintage, brilhantes e prontas, ansiosas para serem usadas. O piso de
ardó sia estava impecável, os balcõ es limpos e arrumados com uma
garrafa de leite cheia de galhos de azevinho que Dawes havia arrumado
da maneira certa. A cozinha era o cô modo mais funcional de Black Elm,
vivo com cuidados regulares, um templo de luz organizado. Era assim
que Dawes lidava com tudo o que eles haviam feito, com a coisa à
espreita no salã o de baile.
Alex tinha uma rotina. Bem, Dawes tinha uma rotina e Alex tentava
segui-la, e agora parecia uma rocha para se agarrar enquanto o medo
tentava arrastá -la para baixo. Destranque a porta, separe a
correspondência e coloque-a no balcã o, encha as tigelas de Cosmo com
comida fresca e á gua.
Eles geralmente estavam vazios, mas hoje Cosmo derrubou a
comida de lado, espalhando bolinhas em forma de peixe no chã o, como
se estivesse protestando. O gato de Darlington estava bravo por ser
deixado sozinho. Ou assustado por nã o estar mais tã o sozinho.
“Ou talvez você seja apenas um merdinha exigente,” Alex
murmurou, limpando a comida. “Vou passar seus comentá rios ao chef.”
Ela nã o gostou do som de sua voz, quebradiça no silêncio, mas se
obrigou a terminar devagar, metodicamente. Ela encheu as tigelas de
á gua e comida, jogou fora o lixo eletrô nico endereçado a Daniel
Arlington e enfiou uma conta de á gua na bolsa que levaria de volta para
Il Bastone. Passos de um ritual, executados com cuidado, mas nã o
ofereciam proteçã o. Ela pensou em fazer café. Ela poderia se sentar do
lado de fora sob o sol de inverno e esperar que Cosmo viesse procurá -
la, quando ele achasse por bem deixar de rondar o emaranhado confuso
do labirinto de sebes em busca de ratos. Ela poderia fazer isso. Empurre
sua preocupaçã o e raiva de lado e tente resolver esse quebra-cabeça,
mesmo que ela nã o queira completar a imagem que surge com cada
peça nova e desagradável.
Alex olhou para o teto como se pudesse ver através das tá buas do
assoalho. Nã o, ela nã o podia simplesmente sentar na varanda e fingir
que tudo estava como deveria ser, nã o quando seus pés queriam subir
aquelas escadas, nã o quando ela sabia que deveria correr para o outro
lado, trancar a porta da cozinha atrá s de si, fingir que 'nunca tinha
ouvido falar desse lugar. Alex tinha vindo aqui por um motivo, mas
agora ela se perguntava sobre sua estupidez. Ela nã o estava à altura
desta tarefa. Ela falaria com Dawes, talvez até com Turner. Pela
primeira vez ela faria um plano em vez de correr de cabeça para o
desastre.
Ela lavou as mã os na pia e foi só quando se virou para pegar uma
toalha que viu a porta aberta.
Alex secou as mã os, tentando ignorar a maneira como seu coraçã o
disparou. Ela nunca tinha notado aquela porta na despensa do
mordomo, um vã o entre os lindos armá rios de vidro e as prateleiras.
Ela nunca a tinha visto aberta antes. Nã o deveria estar aberto agora.
Dawes pode ter deixado assim. Mas Dawes estava lambendo as
feridas do ritual e se escondendo atrá s de suas fileiras de fichas. Ela nã o
vinha aqui há dias, nã o desde que ela colocou aqueles galhos de
azevinho no balcã o da cozinha, fazendo uma imagem de como a vida
deveria ser. Limpo e fá cil. Um antídoto para o resto de seus dias e
noites, para o segredo acima.
Ela e Dawes nunca se preocupavam com a despensa do mordomo,
suas fileiras de pratos e copos empoeirados, sua terrina de sopa do
tamanho de uma pequena banheira. Era um dos muitos membros
vestigiais da velha casa, em desuso e esquecido, deixado para atrofiar
desde o desaparecimento de Darlington. E eles certamente nunca se
preocuparam com o porã o. Alex nunca tinha pensado nisso. Nã o até
agora, de pé na pia da cozinha, cercado por azulejos azuis bem cuidados
pintados com moinhos de vento e navios altos, olhando para aquele vã o
negro, um retâ ngulo perfeito, um vazio repentino. Parecia que alguém
simplesmente havia arrancado parte da cozinha. Parecia a boca de uma
sepultura.
Ligue para Dawes.
Alex encostou-se ao balcã o.
Saia da cozinha e ligue para Turner.
Ela largou a toalha e tirou uma faca do bloco ao lado da pia. Ela
desejou que houvesse um Gray por perto, mas ela nã o queria arriscar
chamar um para ela.
O tamanho da casa, seu silêncio profundo, pesava ao seu redor. Ela
olhou para cima novamente, pensou no brilho dourado do círculo, o
calor que emitia. Eu tenho apetite. Aquelas palavras a excitaram quando
deveriam apenas deixá -la com medo?
Alex caminhou silenciosamente em direçã o à porta aberta, a
ausência de uma porta. Quã o fundo eles cavaram quando construíram
esta casa? Ela podia contar três, quatro, cinco degraus de pedra que
levavam ao porã o, e entã o eles desapareceram na escuridã o. Talvez nã o
houvesse mais escadas. Talvez ela desse um passo, caísse, continuasse
caindo no frio.
Ela tateou a parede em busca de um interruptor de luz, entã o olhou
para cima e viu um pedaço de barbante surrado pendurado em uma
lâ mpada exposta. Ela o puxou e as escadas foram inundadas com uma
luz amarela quente. A lâ mpada produziu um zumbido reconfortante.
“Merda,” Alex disse em uma respiraçã o. Seu terror se dissolveu,
deixando nada além de constrangimento em seu lugar. Apenas escadas,
um corrimã o de madeira, prateleiras cheias de trapos, latas de tinta,
ferramentas alinhadas na parede. Um leve cheiro de mofo subia da
escuridã o lá embaixo, um fedor de vegetais, um indício de podridã o. Ela
ouviu o gotejamento de á gua e o arrastar do que poderia ser um rato.
Ela nã o conseguia distinguir bem a base da escada, mas devia haver
outro interruptor ou lâ mpada embaixo. Ela poderia descer até lá ,
certificar-se de que ninguém estava revirando, ver se ela e Dawes
precisavam armar armadilhas.
Mas por que a porta estava aberta?
Cosmo poderia tê-lo cutucado em uma de suas expediçõ es de ratos.
Ou talvez Dawes realmente tivesse aparecido e descido ao porã o para
comprar algo comum — herbicida, toalhas de papel. Ela tinha
esquecido de fechar corretamente.
Entã o Alex fecharia a porta. Tranque-o bem. E se por acaso
houvesse algo lá embaixo que nã o era para estar lá embaixo, poderia
ficar onde estava até que ela chamasse reforços.
Ela pegou o barbante e parou ali, a mã o segurando o barbante,
escutando. Ela pensou ter ouvido - lá , novamente, um silvo suave.
O som do nome dela. Galáxia.
"Foda-se isso." Ela sabia como esse filme em particular terminava, e
de jeito nenhum ela iria para lá .
Ela puxou o barbante e ouviu o estouro da lâ mpada, entã o sentiu
um forte empurrã o entre as omoplatas.
Alex caiu. A faca caiu de suas mã os. Ela lutou contra o desejo de
estender a mã o para amortecer a queda e, em vez disso, cobriu a
cabeça, deixando o ombro sofrer o impacto. Ela meio que escorregou,
meio que caiu na base da escada, e bateu no chã o com força, sua
respiraçã o saindo dela como uma corrente de ar através de uma janela.
A porta acima dela bateu. Ela ouviu o clique da fechadura. Ela estava no
escuro.
Seu coraçã o estava disparado agora. O que havia aqui com ela?
Quem a havia trancado com ele? Levante-se, Stern. Junte sua merda.
Prepare-se para lutar.
Era a voz dela que ela estava ouvindo? Darlington?
A dela, claro. Darlington nunca diria palavrõ es.
Ela se levantou, apoiando as costas contra a parede. Pelo menos
nada poderia vir para ela daquela direçã o. Era difícil respirar. Depois
que os ossos quebraram, eles aprenderam o há bito. Blake Keely
quebrou duas costelas há menos de um ano. Ela pensou que eles pode
ser quebrado novamente. Suas mã os estavam escorregadias. O chã o
estava molhado por causa de algum vazamento antigo nas paredes, e o
ar cheirava mal e fétido. Ela limpou as palmas das mã os na calça jeans e
esperou, sua respiraçã o saindo em suspiros irregulares. De algum lugar
no escuro, ela ouviu o que poderia ser um gemido.
"Quem está aí?" ela murmurou, odiando o medo em sua voz. "Venha
para mim, seu filho da puta covarde."
Nada.
Ela tateou em busca de seu telefone, em busca de luz, o brilho azul
vibrante e surpreendente. Ela direcionou o feixe de luz para prateleiras
com removedor de tinta velho, ferramentas, caixas rotuladas com uma
caligrafia irregular que ela sabia ser de Darlington, caixotes
empoeirados com um logotipo circular estampado: Arlington & Co.
Botas de borracha. Entã o a luz brilhou em dois pares de olhos.
Alex engasgou com um grito, quase deixando cair o telefone. Nã o
pessoas, Grays, um homem e uma mulher, agarrados um ao outro,
tremendo de medo. Mas nã o era de Alex que eles tinham medo.
Ela entendeu errado. O chã o nã o estava molhado de um vazamento
ou á gua da chuva ou algum cano velho estourado. O chã o estava
escorregadio de sangue. Suas mã os estavam cobertas por ele. Ela o
havia manchado em seu jeans.
Dois corpos jaziam amontoados no velho tijolo. Pareciam roupas
descartadas, pilhas de trapos. Ela conhecia aqueles rostos. O céu, para
manter sua beleza, os expulsou.
Havia tanto sangue. Sangue novo. Fresco.
Os Grays nã o abandonaram seus corpos. Mesmo em seu pâ nico, ela
sabia que era estranho.
"Quem fez isto?" ela perguntou e a mulher gemeu.
O homem pressionou um dedo nos lá bios, os olhos cheios de medo
enquanto disparavam pelo porã o. Seu sussurro vagou pela escuridã o.
“Nã o estamos sozinhos.”
1
Outubro, um mês antes

Alex nã o estava longe do apartamento de Tara. Ela dirigiu por essas


ruas com Darlington no início de seu primeiro ano, caminhou por elas
quando estava caçando o assassino de Tara. Era inverno entã o, os
galhos nus, os pequenos quintais incrustados com montes sujos de
neve. Este bairro parecia melhor nos dias ainda quentes do início de
outubro, nuvens de folhas verdes suavizando as bordas dos telhados,
hera subindo pelas cercas de arame, tudo isso tornado suave e
sonhador pelo brilho dos postes de luz esculpindo círculos dourados
em as horas suaves do crepú sculo.
Ela estava parada na sombra entre duas casas geminadas,
observando a rua que dava para o Café Taurus, um bloco de tijolos sem
janelas decorado com placas prometendo keno, lotto e Corona. Alex
podia ouvir a batida da mú sica em algum lugar lá dentro. Pequenos
círculos de pessoas fumavam e conversavam sob as luzes, apesar da
placa ao lado da porta que dizia Proibido vadiagem da polícia. Ela ficou
feliz com o barulho, mas menos feliz com a perspectiva de tantas
testemunhas vendo-a ir e vir. Melhor voltar durante o dia, quando a rua
estaria deserta, mas ela nã o tinha esse luxo.
Ela sabia que o bar estaria lotado de Greys, atraídos pelo suor,
corpos pressionados, o tilintar ú mido de garrafas de cerveja; ela queria
alguém mais pró ximo.
Ali - um Gray em um parka e um gorro, pairando por um discutindo
casal, imperturbável pelo forte calor de um verã o muito longo. Ela fez
contato visual com ele, seu rosto de bebê uma sacudida desconfortável.
Ele morreu jovem.
“ Venha ,” ela cantou baixinho, entã o deu um bufo de nojo. Ela tinha
aquela mú sica boba na cabeça. Algum grupo a cappella estava
praticando no pá tio quando Alex se preparava para sair do dormitó rio.
“Como eles já estã o começando essa merda?” Lauren reclamou,
mexendo em suas caixas de vinil, seu cabelo loiro ainda mais brilhante
depois de um verã o passado como salva-vidas.
“É Irving Berlin”, observou Mercy.
"Eu nã o ligo."
“Também é racista.”
“Essa merda é racista!” Lauren gritou da janela e colocou o AC/DC
no toca-discos, aumentando o volume.
Alex adorou cada minuto disso. Ela ficou surpresa com o quanto
sentiu falta de Lauren e Mercy durante o verã o, suas conversas fá ceis e
fofocas, a preocupaçã o compartilhada sobre as aulas, as discussõ es
sobre mú sica e roupas, tudo isso como uma corda que ela poderia
agarrar para trazê-la de volta ao mundo comum. Esta é a minha vida ,
ela disse a si mesma, encolhida no sofá na frente de um ventilador
barulhento, observando Mercy pendurar uma guirlanda de estrelas
sobre a lareira em sua nova sala comunal, uma grande mudança em
relaçã o aos quartos apertados no Old Campus. O sofá e a poltrona
reclinável foram transformados em sua nova suíte, a mesa de centro
que todos montaram juntos no início do primeiro ano, a torradeira e
seu suprimento aparentemente inesgotável de Pop-Tarts enviados por
cortesia da mã e de Lauren. Alex havia pedido a Lethe uma bicicleta,
uma impressora e um novo tutor no final do ano passado. Eles ficaram
felizes em concordar, e ela desejou ter pedido mais.
O dormitó rio dos calouros no Old Campus era o lugar mais bonito
que Alex já havia morado, mas a faculdade residencial — JE
propriamente dita — parecia real, só lida e elegante, permanente. Ela
gostava dos vitrais, dos rostos de pedra em cada canto do pá tio, dos
pisos de madeira desgastados, da lareira fortemente esculpida que nã o
funcionava, mas que eles decoraram com velas e um globo antigo. ela
até gostava da pequena Gray com um vestido antiquado, uma criança
com cabelos presos em cachos crespos que gostava de ficar nos galhos
acima do balanço da á rvore.
Ela e Mercy estavam dividindo um duplo porque Lauren havia
vencido o single em seu sorteio. Alex tinha certeza de que ela havia
trapaceado, mas nã o se importava muito. Teria sido mais fá cil ir e vir se
ela tivesse um quarto só para ela, mas também havia algo reconfortante
em deitar na cama à noite e ouvir Mercy roncar do outro lado do
quarto. E pelo menos eles nã o estavam mais presos em beliches.
Alex tinha planejado sair com Mercy e Lauren por algumas horas
antes que ela tivesse que sair para supervisionar um ritual no Book and
Snake, ouvindo discos e tentando ignorar o irritante mmmm ooh de um
grupo cantando punindo “Alexander's Ragtime Band”.
Venha junto. Venha junto. Deixe-me levá-lo pela mão.
Mas entã o o texto de Eitan apareceu.
Entã o agora ela estava de olho no Café Taurus. Ela estava prestes a
sair das sombras quando um preto e branco passou, um novo cruzador,
elegante e silencioso como um predador do fundo do mar. Ele piscou as
luzes e deu um breve arroto da sirene, um aviso de que o DP de New
Haven realmente percebeu.
"Sim, foda-se", alguém rosnou, mas a multidã o se dispersou,
entrando no clube ou serpenteando pela calçada para encontrar seus
carros. Ainda nã o era bem tarde. Ainda havia muito tempo para
encontrar outra festa, outra chance de algo bom.
Alex nã o queria pensar nos policiais ou em ser pego ou no que
Turner poderia dizer se ela fosse arrastada para uma B&E ou, pior, uma
acusaçã o de agressã o. Ela nã o tinha notícias do detetive desde o final de
seu primeiro ano e duvidava que ele ficaria feliz em vê-la nas melhores
circunstâ ncias.
Depois que a viatura se foi, Alex se certificou de que a calçada estava
livre de possíveis testemunhas e atravessou a rua até um feio duplex
branco, apenas algumas portas abaixo do bar. Engraçado como todos os
lugares tristes pareciam iguais. Latas de lixo transbordando. Quintais
sufocados por ervas daninhas e varandas destruídas. Vou resolver isso
ou não. Mas havia um caminhã o novo na garagem desta casa em
particular, completo com placa personalizada: ODMNOUT. Pelo menos
ela sabia que tinha o lugar certo.
Alex tirou um compacto espelhado do bolso de sua calça jeans.
Quando nã o estava mapeando as infinitas igrejas de New Haven para
Dawes, ela passava o verã o vasculhando as gavetas do arsenal de Il
Bastone. Ela disse a si mesma que era uma boa maneira de perder
tempo, familiarizar-se com Lethe, talvez descobrir o que valeria a pena
roubar se fosse necessá rio, mas a verdade era que, enquanto ela
vasculhava os armá rios do arsenal, lendo os pequenos cartõ es escritos
à mã o — o Tapete de Ozymandias ; Anéis de monção para chamar chuva,
conjunto incompleto ; Palillos del Dios — ela podia sentir Darlington
com ela, espiando por cima do ombro. Essas castanholas banirão um
poltergeist, Stern, se tocarmos o ritmo correto. Mas você ainda vai sair
com os dedos queimados de preto.
Era reconfortante e preocupante ao mesmo tempo. Invariavelmente,
a voz firme do estudioso se tornava acusadora. Onde você está, Stern?
Por que você não veio?
Alex revirou os ombros, tentando se livrar de sua culpa. Ela
precisava manter o foco. Naquela manhã , ela segurou o espelho de
bolso na frente da TV para ver se conseguia captar um pouco de
glamour da tela. Ela nã o tinha certeza se funcionaria, mas funcionou.
Agora ela o abriu e deixou a ilusã o cair sobre ela. Ela subiu os degraus
até a varanda e bateu.
O homem que atendeu a porta era enorme e musculoso, seu pescoço
grosso e rosa como um presunto de desenho animado. Ela nã o precisou
consultar a imagem em seu telefone. Este foi Chris Owens, também
conhecido como Oddman, recorde tã o longo quanto ele e duas vezes
mais largo.
“Puta merda,” ele disse quando viu Alex na porta, seus olhos fixos no
espaço a trinta centímetros acima da cabeça dela. O glamour tinha
acrescentado trinta centímetros à sua altura.
Ela levantou a mã o e acenou.
"Eu... Posso ajudar você?" perguntou Oddman.
Alex apontou com o queixo para o interior do apartamento.
Oddman balançou a cabeça como se acordasse de um sonho. “Sim,
de curso." Ele deu um passo para o lado, estendendo o braço em um
grande gesto de boas-vindas.
A sala de estar era surpreendentemente organizada: uma lâ mpada
haló gena enfiada no canto, um grande sofá de couro com uma poltrona
reclinável combinando com uma enorme tela plana sintonizada na
ESPN. “Você quer algo para beber ou...” Ele hesitou, e Alex sabia o
cá lculo que ele estava fazendo. Só havia uma razã o para uma
celebridade aparecer em sua porta em uma noite de quinta-feira -
qualquer noite, na verdade. "Você quer marcar?"
Alex realmente nã o precisava de confirmaçã o, mas agora ela tinha.
"Você deve doze grandes."
Oddman deu um passo cambaleante para trá s, como se de repente
tivesse perdido o equilíbrio. Porque ele estava ouvindo a voz de Alex.
Ela nã o se preocupou em tentar disfarçar, e a dissonâ ncia entre sua voz
e o glamour de Tom Brady criado pelo espelho fez com que a ilusã o
vacilasse. Nã o importava. Alex só precisava da magia para entrar no
apartamento de Oddman sem problemas.
"Que porra-"
“Doze grandes,” Alex repetiu.
Agora ele a via como ela era, uma garotinha parada em sua sala de
estar, cabelo preto repartido ao meio, tã o magra que poderia escorregar
direto pelas tá buas do assoalho.
“Eu nã o sei quem diabos você é,” ele berrou, “mas você está na
maldita casa errada.”
Ele já estava caminhando em direçã o a ela, seu volume fazendo o
quarto tremer.
O braço de Alex disparou, alcançando a janela, em direçã o à calçada
em frente ao Café Taurus. Ela sentiu o cinza no gorro correr para ela,
provou maçã verde Jolly Ranchers, cheirou a fumaça de erva daninha.
Seu espírito parecia inacabado e frenético, como um pá ssaro batendo
contra a vidraça de novo e de novo. Mas sua força era pura e feroz. Ela
ergueu as mã os e suas palmas atingiram Oddman bem no peito.
O grande homem saiu voando. Seu corpo se chocou contra a TV,
quebrando a tela e derrubando-a no chã o. Alex nã o podia fingir que nã o
era bom roubar a força do Cinza, ser perigoso apenas por um momento.
Ela atravessou a sala e parou ao lado de Oddman, esperando que
seus olhos aturdidos clareassem.
“Doze grandes,” ela disse novamente. “Você tem uma semana para
pegá -lo ou eu volto e quebro ossos.” Embora fosse possível que ela já
tivesse quebrado o esterno dele.
“Eu nã o tenho,” Oddman disse com um gemido, sua mã o esfregando
o peito. “O filho da minha irmã ...”
Alex conhecia as desculpas; ela mesma os tinha feito. Minha mãe
está no hospital. Meu cheque está atrasado. Meu carro precisa de uma
nova transmissão e não posso pagar se não puder trabalhar. Realmente
nã o importava se eles eram verdadeiros ou nã o.
Ela se agachou. "Sinto por você. Eu realmente faço. Mas eu tenho
meu trabalho, você tem o seu. Doze mil dó lares até a pró xima sexta-
feira ou ele vai me fazer voltar e transformar você em um exemplo para
cada bajulador da vizinhança. E eu nã o quero fazer isso.”
Ela realmente nã o.
Oddman pareceu acreditar nela. "Ele... tem algo em você?"
“O suficiente para me trazer aqui esta noite e me trazer de volta.” As
têmporas de Alex latejaram repentinamente, e o sabor doce demais de
doce de maçã explodiu em sua boca. “Merda, cara. Você parece mal."
Alex levou um segundo para perceber que era ela quem estava
falando — com a voz de outra pessoa.
Os olhos de Oddman se arregalaram. —Derrik?
"Sim!" Essa nã o era a voz dela, nã o era a risada dela.
Oddman estendeu a mã o para tocar seu ombro, algo entre
admiraçã o e medo fazendo sua mã o tremer. "Você... eu fui ao seu
veló rio."
Alex se levantou, quase perdendo o equilíbrio. Ela teve um
vislumbre de si mesma no reflexo da TV quebrada, mas a pessoa
olhando para ela nã o era uma garota magricela em um top e jeans. Era
um menino de gorro e parka.
Ela empurrou o cinza para fora dela. Por um momento, eles se
olharam outro - Derrik, aparentemente. Ela nã o sabia o que o havia
matado e nã o queria saber. Ele de alguma forma empurrou para a
frente de sua consciência, assumiu seu rosto, sua voz. E ela nã o queria
nada disso.
“ Bela Lugosi está morto ,” ela rosnou para ele. Elas se tornaram suas
palavras de morte favoritas durante o verã o. Ele desapareceu.
Oddman havia se pressionado contra a parede como se pudesse
desaparecer nela. Seus olhos estavam cheios de lá grimas. "Que porra
está acontecendo?"
“Nã o se preocupe com isso,” ela disse. “Apenas pegue o dinheiro e
tudo isso vai embora.”
Alex só desejava que ela fosse assim tã o fá cil.
Rete Mirabile
Proveniência: Galway, Irlanda; século 18
Doador: Book and Snake, 1962
A “rede maravilhosa” foi adquirida pelos Lettermen c. 1922. A data
específica de origem e criador são desconhecidos, mas as histórias
orais sugerem que foi criado através da magia da música celta ou
possivelmente seidh (veja a gigante nórdica do mar Rán). A análise
indica que a própria rede é de algodão comum, trançada com
tendão humano. Depois que um ente querido se perde no mar, a
rede pode ser jogada no oceano enquanto está presa a uma estaca
na praia. Na manhã seguinte, o corpo seria devolvido, o que alguns
acharam reconfortante e outros angustiante, dado o possível
estado dos restos mortais.
Presenteado por Book e Snake quando suas tentativas de
recuperar cadáveres específicos falharam.
— do Lethe Armory Catalog revisado e editado por
Pamela Dawes, Oculus

Por que os garotos da Book and Snake parecem não ser capazes de
inventar nada que funcione da maneira que deveria? Primeiro,
eles ressuscitam um bando de marinheiros que só falam irlandês.
Em seguida, eles esvaziam seus cofres nada insubstanciais para
colocar as mãos em uma carta autenticada do Reino do Meio
Egípcio antes que Cabeça de Lobo possa juntar o dinheiro. Uma
carta para a ressurreição de um rei. Mas quem eles pegam quando
acendem aquela coisa em seu túmulo? Não Amenhotep ou o bom e
velho Tutancâmon, nem mesmo um Charles I sem cabeça em sua
porta, mas Elvis Presley - cansado, inchado e faminto por um
sanduíche de manteiga de amendoim e banana. Eles tiveram um
trabalho infernal para trazê-lo de volta para Memphis sem que
ninguém soubesse.
— Lethe Days Diário de Dez Carghill (Faculdade de
Branford '62)
2

A caminhada de volta ao campus foi longa, e o calor parecia um animal


perseguindo seus passos, sua respiraçã o ú mida contra sua nuca. Mas
Alex nã o diminuiu o passo. Ela queria distâ ncia entre ela e aquele Gray.
O que aconteceu lá atrá s? E como ela deveria impedir que isso
acontecesse novamente? O suor escorria por suas costas. Ela desejou
ter usado shorts, mas nã o parecia certo usar shorts para uma surra.
Ela acompanhou a trilha do canal, contando seus longos passos,
tentando colocar a cabeça no lugar antes de voltar ao campus. Ela
caminhou parte dessa trilha no ano passado, com Mercy, para ver as
folhas virarem, uma inundaçã o de vermelho e dourado, fogos de
artifício capturados em sua plenitude. Ela pensou em como era
diferente do rio LA com suas margens de concreto e se lembrou de
como havia flutuado naquelas á guas sujas, inundada com a força de
Hellie, desejando que ambos pudessem flutuar para o mar aberto,
tornarem-se seus. ilha. Ela se perguntou onde Hellie estava enterrada e
esperava que fosse em algum lugar bonito, em algum lugar nada
parecido com aquele rio triste e rastejante, aquela veia colapsada.
A trilha do canal seria verde agora, sufocada com o crescimento do
verã o, mas os Grays adoravam e Alex nã o queria estar perto deles neste
minuto, entã o ela se manteve nos estacionamentos monó tonos e
prédios de escritó rios sem rosto do Science Park, passou apressado os
lofts industriais e para o Prospect. Apenas o fantasma de Darlington a
perseguiu até aqui. Sua voz contando histó rias da família Winchester e
como seus descendentes se misturaram e se casaram com a elite de
Yale, ou a enorme massa de O tú mulo de Sarah Winchester do outro
lado da cidade — um pedaço de rocha tosca de 2,5 metros, com uma
cruz pressionada como um projeto escolar infantil. Alex se perguntou
se a Sra. Winchester havia escolhido ser enterrada em Evergreen em
vez de Grove Street porque sabia que nã o ficaria tranquila no final da
rua da fá brica onde seu marido produzira cano apó s cano, arma apó s
arma.
Alex nã o diminuiu a velocidade até passar pelas novas faculdades e
cruzar Trumbull. Era reconfortante estar de volta perto do campus,
p p
onde as á rvores cresciam sobre as ruas em copas sombreadas. Como
ela se tornou alguém que se sentia mais em casa aqui do que nas ruas
fora do Taurus? O conforto era a droga que ela nã o havia entendido até
que fosse tarde demais e ela estivesse viciada em xícaras de chá e
prateleiras forradas de livros, noites ininterruptas pelo uivo de sirenes
e o barulho incessante de helicó pteros no alto. Seu glamour de Tom
Brady havia se soltado completamente quando ela deixou o Grey entrar
nela, entã o pelo menos ela nã o precisava se preocupar em causar um
rebuliço no campus.
Os alunos estavam aproveitando a noite quente, gingando com sofá s
espremidos entre eles, distribuindo panfletos para festas. Uma menina
de patins descia no meio da rua, destemida, de biquíni e shortinho, a
pele brilhando contra o azul da noite. Este era o tempo dos sonhos
deles, os primeiros dias má gicos do semestre de outono, a névoa feliz
de se encontrarem mais uma vez, velhas amizades reacendendo em
faíscas de vaga-lume antes que o verdadeiro trabalho do ano
começasse. Alex queria chafurdar nisso também, para lembrar que ela
estava segura, ela estava bem. Mas nã o havia tempo.
O Hutch ficava a apenas alguns quarteirõ es de distâ ncia, e ela parou
para tentar colocar a cabeça no lugar, encostada na parede baixa em
frente à Biblioteca Sterling. Como aquele Gray a alcançou? Ela sabia que
sua conexã o com os mortos havia se aprofundado pelo que ela teve que
fazer em sua luta com Belbalm. Ela os chamou e ofereceu seu nome.
Eles responderam. Eles a salvaram. E, claro, o resgate teve um preço.
Durante toda a sua vida, ela foi capaz de ver Grays; agora ela podia
ouvi-los também. Eles estavam muito mais pró ximos, muito mais
difíceis de ignorar.
Mas talvez ela realmente nã o tivesse entendido o que a salvaçã o
custaria ela em tudo. Algo muito ruim havia acontecido na casa de
Oddman, algo que ela nã o sabia explicar. Ela deveria controlar os
mortos, para usá -los. Nã o o contrá rio.
Ela pegou o telefone e viu duas mensagens de Dawes, ambas com
exatamente quinze minutos de intervalo e em caixa alta. CHAMADA
URGENTE.
Alex ignorou as mensagens e rolou para baixo, entã o digitou um
rá pido Está feito.
A resposta foi imediata: Quando eu tiver meu dinheiro
Ela realmente esperava que Oddman colocasse sua casa em ordem.
Ela apagou as mensagens de Eitan e ligou para Dawes.
"Onde você está ?" Dawes respondeu sem fô lego.
Algo grande deve estar acontecendo se Dawes estava ignorando o
protocolo. Alex podia imaginá -la andando de um lado para o outro no
salã o do Black Elm, o coque de cabelo ruivo jogado para o lado, os fones
de ouvido presos ao pescoço.
“Liberal. No caminho de volta para o Hutch.
“Você vai se atrasar para...”
“Se eu ficar aqui falando com você, eu estarei. E aí?"
“Eles selecionaram um novo Praetor.”
"Droga. Já ?" O Praetor era o contato do corpo docente de Lethe, que
servia como intermediá rio com a administraçã o da universidade.
Apenas o presidente e o reitor de Yale sabiam sobre as atividades reais
das sociedades secretas, e era trabalho de Lethe garantir que
continuasse assim. A Praetor era uma espécie de mã e de den. O adulto
responsável na sala. Pelo menos ele deveria ser. Dean Sandow acabou
por ser um assassino.
Alex sabia que um Lethe Praetor tinha que ser um ex-deputado do
Lethe e um membro do corpo docente de Yale ou pelo menos residir em
New Haven. Isso nã o poderia ser fá cil de encontrar. Alex e Dawes
presumiram que o conselho levaria pelo menos mais um semestre para
encontrar alguém para substituir o falecido Dean Sandow. Eles
contavam com isso.
"Quem é ele?" Alex perguntou.
“Pode ser uma mulher.”
"É isso?"
"Nã o. Mas Anselmo nã o me deu um nome.
"Você perguntou?" Alex empurrou.
Uma longa pausa. "Nã o exatamente."
Nã o fazia sentido alfinetar Dawes. Assim como Alex, ela nã o gostava
de pessoas, mas ao contrá rio de Alex, evitava confrontos. E realmente,
nã o era o trabalho dela. Oculus manteve Lethe funcionando sem
problemas - geladeira e arsenal estocados, rituais agendados,
propriedades mantidas em ordem. Ela era o braço de pesquisa do
Lethe, nã o o braço de assédio dos membros do conselho.
Alex suspirou. “Quando eles vã o trazê-lo?”
"Sá bado. Anselm quer marcar uma reuniã o, talvez um chá .
"Nã o. Sem chance. Preciso de mais do que alguns dias para me
preparar. Alex se afastou dos alunos que passavam, olhando para os
escribas de pedra que guardavam as portas da Biblioteca Sterling.
Darlington estava com ela aqui, investigando os mistérios de Yale.
“Egípcio, maia, hebraico, chinês, á rabe, gravuras de pinturas rupestres
de Les Combarelles. Eles cobriram todas as suas bases.”
"O que eles querem dizer?" Alex perguntou.
“Citaçõ es de bibliotecas, textos sagrados. A citaçã o chinesa é do
mausoléu de um juiz morto. O maia vem do Templo da Cruz, mas eles o
escolheram ao acaso porque ninguém soube traduzi-lo até vinte anos
depois”.
Alex riu. “Como um cara bêbado fazendo uma tatuagem de kanji.”
“Para usar uma de suas frases, eles a usaram pela metade. Mas
certamente parece impressionante, nã o é, Stern?
Tinha. Ainda assim.
Agora Alex se debruçava sobre o telefone e sussurrava para Dawes,
sabendo que ela provavelmente parecia uma garota no meio de um
rompimento. “Precisamos de um atraso.”
“Que bem isso vai nos trazer?”
Alex nã o tinha uma resposta para isso. Eles estiveram procurando
pelo Gauntlet durante todo o verã o e nã o encontraram nada. “Fui para a
Primeira Presbiteriana.”
"E?"
"Nada. Pelo menos tanto quanto eu posso dizer. Vou te enviar as
fotos.”
“Portais para o inferno nã o estã o apenas espalhados para as pessoas
passarem”, advertira Michelle Alameddine quando todos se sentaram
juntos no Blue State apó s o funeral de Dean Sandow. “Isso seria muito
perigoso. Pense no Gauntlet como uma passagem secreta que aparece
quando você diz as palavras má gicas. Mas, neste caso, as palavras
má gicas sã o uma série de passos, um caminho que você deve percorrer.
Você dá os primeiros passos no labirinto e só entã o o caminho fica
claro.”
“Entã o estamos caçando algo que nem conseguimos ver?” Alex
perguntou.
“Haveria sinais, símbolos.” Michelle deu de ombros. “Ou pelo menos
essa é uma teoria. Isso é tudo o que o inferno e a vida apó s a morte sã o.
Teorias. Porque as pessoas que conseguem ver o outro lado nã o voltam
para contar.”
Ela estava certa. Alex só tinha estado na fronteira quando ela fez seu
acordo com o Noivo, e ela mal sobreviveu a isso. As pessoas nã o foram
feitas para se mover entre esta vida e a pró xima e vice-versa. Mas isso
era exatamente o que eles teriam que fazer para levar Darlington para
casa.
“Há rumores de um Gauntlet em Station Island em Lough Derg”,
continuou Michelle. “Pode ter havido um na Biblioteca Imperial de
Constantinopla antes de ser destruído. E de acordo com Darlington, um
bando de garotos da sociedade construiu um bem aqui.
Dawes quase cuspiu o chá . "Darlington disse isso?"
Michelle deu a ela um olhar confuso. “Seu pequeno projeto de
estimaçã o estava criando um mapa má gico de New Haven, de todos os
lugares onde o poder refluía e fluía. Ele disse que alguns membros da
sociedade fizeram isso em um desafio e que ele pretendia encontrá -lo.
"E?"
“Eu disse a ele que ele era um idiota e que deveria passar mais
tempo se preocupando com seu futuro e menos tempo investigando o
passado de Lethe.”
Alex se viu sorrindo. "Como foi isso?"
"Como você pensa?"
“Eu realmente nã o sei,” ela disse na época, muito cansada e muito
crua para fingir. “Darlington amava Lethe, mas também gostaria de
ouvir seu Virgílio. Ele levou isso a sério.”
Michelle estudou as sobras de seu bolinho. “Gostei disso nele. Ele
me levou a sério. Mesmo quando nã o o fiz.
“Sim,” Dawes disse calmamente.
Mas Michelle só voltou a New Haven uma vez durante o verã o.
Durante todo o mês de junho e julho, Dawes pesquisou na casa de sua
irmã em Westport, enviando Alex à biblioteca da Lethe House com
pedidos de livros e tratados. Eles tentaram encontrar a série certa de
palavras para enquadrar seus pedidos no Livro Albemarle, mas tudo o
que voltou foram antigos relatos de místicos e má rtires tendo visõ es do
inferno - Carlos, o Gordo, as duas torres de Dante em Bolonha, cavernas
na Guatemala e Belize disse para levar a Xibalba.
Dawes pegou o trem de Westport algumas vezes para que pudessem
se sentar juntos e tentar encontrar um lugar para começar. Eles sempre
convidavam Michelle, mas ela só aceitou uma vez, em um fim de
semana em que estava de folga do trabalho de presentes e aquisiçõ es
na Butler Library. Passaram o dia inteiro examinando registros da
sociedade e livros sobre o monge de Evesham, depois almoçaram no
salã o. Dawes preparou salada de frango e barras de limã o embrulhadas
em guardanapos xadrez, mas Michelle apenas bisbilhotou a comida e
ficou checando o telefone, ansiosa para ir embora.
“Ela nã o quer ajudar”, dissera Dawes quando Michelle saiu e a porta
de Il Bastone foi fechada atrá s dela.
"Ela tem", disse Alex. “Mas ela tem medo.”
Alex realmente nã o podia culpá -la. O conselho do Lethe havia
deixado claro que acreditava que Darlington estava morto e nã o estava
interessado em saber o contrá rio. Houve muita bagunça no ano
anterior, muito barulho. Eles queriam esse capítulo encerrado. Mas
duas semanas apó s a visita de Michelle, Alex e Dawes tiveram sua
grande chance: um ú nico pará grafo solitá rio em um Diá rio de Lethe
Days de 1938.
Agora Alex se afastou da parede do lado de fora de Sterling e subiu
Elm para York. “Diga a eles que nã o posso me encontrar no sá bado. Diga
a eles que tenho... orientaçã o ou algo assim.
Dawes gemeu. “Você sabe que sou uma péssima mentirosa.”
“Como você vai melhorar se nã o praticar?”
Alex desviou pelo beco e entrou no Hutch, acolhendo a escuridã o
fresca da escada dos fundos, aquele doce cheiro de outono de cravo e
groselha. Os quartos eram imaculados, mas solitá rios, o xadrez surrado
sofá s e cenas de pastores cuidando de seus rebanhos presos na
escuridã o. Ela nã o gostava de passar muito tempo no Hutch. Ela nã o
queria ser lembrada dos dias perdidos quando se escondia nessas salas
secretas, ferida e sem esperança. Patético. Ela nã o ia deixar isso
acontecer com ela este ano. Ela iria encontrar uma maneira de manter o
controle. Ela pegou a mochila que havia carregado com suprimentos
mais cedo - terra de cemitério, giz de pó de osso e algo rotulado como
Phantom Loop, uma espécie de bastã o de lacrosse chique que ela furtou
do arsenal de Lethe.
Pela primeira vez, ela tinha feito o dever de casa.

Alex adorava a tumba do Livro e da Cobra porque ficava do outro lado


do Cemitério de Grove Street e isso significava que ela nã o teria que ver
muitos Grays, principalmente à noite. À s vezes, eles eram atraídos para
lá por funerais se o falecido tivesse sido especialmente amado ou
odiado, e Alex uma vez foi presenteado com a visã o sombria de um Gray
tentando lamber a bochecha de uma mulher chorando. Mas à noite o
cemitério nã o passava de pedras frias e decadência - o ú ltimo lugar que
os Grays queriam estar quando havia um campus logo ao lado, cheio de
estudantes flertando e suando, bebendo muita cerveja ou muito café,
cheio de nervos e ego. .
A tumba em si parecia algo entre um templo grego e um mausoléu
de grandes dimensõ es - sem janelas ou portas, toda em má rmore
branco com colunas altas. “É para se parecer com o Erechtheion”,
Darlington disse a ela. “Na Acró pole. Ou algumas pessoas dizem que o
Templo da Nike.
“Entã o, qual é?” Alex perguntou. Ela sentiu como se estivesse em
territó rio moderadamente seguro. Ela se lembrava de ter aprendido
sobre a Acró pole e a Á gora e o quanto ela amava as histó rias dos deuses
gregos.
"Nenhum. Foi construído como um necromanteion, uma casa para
receber e comungar com os mortos.”
E Alex riu porque até entã o ela sabia o quanto os Grays odiavam
qualquer lembrança da morte. “Entã o eles construíram um grande
mausoléu? Eles deveriam ter construído um cassino e colocado uma
placa na frente dizendo que as senhoras bebem de graça .
“Total, Stern. Mas você nã o está errado.
Isso foi há quase um ano exatamente. Esta noite ela estava sozinha.
Alex subiu os degraus e bateu nas grandes portas de bronze. Este era o
segundo ritual que ela observava neste semestre. O primeiro — um rito
de renovaçã o na Manuscrito — fora bastante fá cil. A nova delegaçã o se
despiu e jogou uma â ncora de jornal grisalha em uma vala forrada de
alecrim e brasas. Ele emergiu duas horas depois com o rosto vermelho,
suado e cerca de dez anos mais jovem.
A porta se abriu para uma garota com uma tú nica preta, o rosto
coberto por um véu transparente bordado com cobras negras. Ela
puxou-o sobre a cabeça.
“Virgílio?”
Alex assentiu. As sociedades nunca mais perguntaram sobre
Darlington. Para os novos delegados, ela era Virgil, uma especialista,
uma autoridade. Eles nunca conheceram o cavalheiro de Lethe. Eles nã o
sabiam que estavam contratando um pretendente meio treinado. No
que lhes dizia respeito, Alex era Lethe e sempre fora. — Você é Calista?
A garota sorriu. “O presidente da delegaçã o.” Ela era uma veterana,
provavelmente apenas um ano mais velha do que Alex, mas parecia
uma espécie diferente – pele lisa, olhos brilhantes, seu cabelo uma
suave auréola de cachos. “Estamos quase prontos para começar. Estou
tã o nervoso!"
"Nã o fique", disse Alex. Porque era isso que ela deveria dizer. Virgil
era calmo, experiente; ela já tinha visto tudo isso antes.
Passaram por baixo de uma pedra esculpida onde se lia: Omnia
mutantur, nihil interit. Tudo muda, nada perece.
Darlington revirou os olhos ao dar a traduçã o em uma de suas
visitas. “Nã o me pergunte por que uma sociedade construída em torno
da necromancia grega acha apropriado citar um poeta romano. Omnia
dicta fortiori si dicta Latina. ”
"Eu sei que você quer que eu pergunte, entã o nã o vou."
Ele realmente sorriu. “Tudo soa mais impressionante em latim.”
Eles estavam se dando bem na época, e Alex sentiu alguma algo
como esperança, uma espécie de tranqü ilidade entre eles que poderia
ter se transformado em confiança.
Se ela nã o o tivesse deixado morrer.
Lá dentro, a tumba era fria e iluminada por tochas, a fumaça sendo
expelida por pequenas aberturas no alto. A maioria dos cô modos era
comum, mas o templo central era perfeitamente redondo e pintado com
afrescos de cores vivas de homens nus com coroas de louros.
“Por que eles estã o subindo escadas?” Alex perguntou quando ela
viu os murais pela primeira vez.
“Nã o Por que eles estão todos nus? Simbolismo, Stern. Eles estã o
ascendendo a um conhecimento maior. Nas costas dos mortos. Olhe
para as bases.
As escadas estavam apoiadas nas costas arqueadas de esqueletos
ajoelhados.
No centro da sala havia duas está tuas imponentes de mulheres com
véus, cobras de pedra a seus pés. Uma lamparina pendia de suas mã os
entrelaçadas, o fogo queimando em um azul suave. Abaixo dele, dois
homens mais velhos conversavam. Um usava tú nicas pretas e douradas,
um alume que serviria como sumo sacerdote. O outro parecia o pai de
alguém muito rígido, o cabelo grisalho cortado à escovinha, a camisa de
botã o bem enfiada dentro da calça cá qui bem passada.
Mais duas figuras de tú nica entraram, carregando um grande
caixote. Alex duvidou que fosse um sofá da Ikea. Eles o colocaram entre
dois símbolos de latã o no chã o — letras gregas que se espalhavam em
espiral sobre as placas de má rmore.
“Por que você fez tanto lobby para que um ritual fosse sancionado
esta semana?” Alex perguntou a Calista, olhando para a caixa enquanto
os Lettermen usavam um pé de cabra para abrir a tampa. Na maioria
das vezes, as sociedades ocupavam as noites que lhes eram atribuídas
no calendá rio ou, ocasionalmente, solicitavam uma dispensa de
emergência que invariavelmente lançava toda a programaçã o em
convulsã o. Mas os Lettermen haviam deixado bem claro que Book e
Snake precisavam desta noite de quinta-feira para seu ritual.
"Foi o ú nico dia..." Calista hesitou, dividida entre o orgulho e a
exigência de discriçã o. “Um certo general de quatro estrelas tem uma
agenda muito apertada.”
"Entendi", disse Alex, olhando para o homem de rosto severo com a
tripulaçã o corte. Ela pegou seu giz e suas anotaçõ es e começou a
desenhar o círculo de proteçã o - com cuidado, precisã o. Ela nã o
percebeu o quã o forte ela estava segurando o giz até que ele se partiu
em dois e ela teve que trabalhar com um dos tocos. Ela estava nervosa,
mas nã o tinha aquele sentimento de pâ nico, de nunca ter estudado para
o teste. Ela revisou suas anotaçõ es, desenhou os símbolos repetidas
vezes no conforto sombrio da sala de estar de Il Bastone, New Order no
minú sculo sistema de som. Ela sentiu como se a casa aprovasse sua
recém-descoberta diligência, suas portas trancadas e seguras, suas
pesadas cortinas fechadas para proteger do sol.
"Estamos prontos?" O sumo sacerdote se aproximava, esfregando as
mã os. “Temos um cronograma a cumprir.”
Alex nã o conseguia lembrar o nome dele, algum ex-aluno que ela
conheceu no ano anterior. Ele supervisionaria o ritual com a nova
delegaçã o. Atrá s dele, ela viu os Lettermen tirando um cadáver da caixa.
Eles o deitaram no chã o, nu e branco. O cheiro de rosas enchia o ar, e o
padre deve ter notado a surpresa de Alex porque disse: “É assim que
preparamos o corpo”.
Alex nã o se considerava melindrosa; ela esteve muito perto da
morte toda a sua vida para fugir de membros decepados ou ferimentos
à bala, pelo menos quando se tratava de Grays. Mas era sempre
diferente com um corpo real, rígido e silencioso, mais estranho em sua
imobilidade do que um fantasma jamais poderia ser. Era como se ela
pudesse sentir o vazio onde a pessoa deveria estar.
"Quem é ele?" ela perguntou.
“Ninguém mais. Ele era Jacob Yeshevsky, o queridinho do Vale do
Silício e amigo dos hackers russos de todos os lugares. Morreu em um
iate há menos de vinte e quatro horas.
“Vinte e quatro horas,” Alex repetiu. Book e Snake solicitaram esta
noite para seu ritual em agosto.
“Temos nossas fontes.” Ele balançou a cabeça em direçã o ao
cemitério. “Os mortos sabiam que sua hora estava chegando.”
“E previu isso para o dia. Atencioso com eles.
Jacob Yeshevsky foi assassinado. Ela tinha certeza disso. E mesmo
que Book e Snake nã o tivessem planejado, eles sabiam que iria
acontecer. acontecer. Mas ela nã o estava ali para causar problemas, e
Jacob Yeshevsky estava além de sua ajuda.
“O círculo está pronto”, disse Alex. O ritual tinha que ser protegido
pelo círculo, mas ela colocou um portã o em cada ponto cardeal, e um
seria mantido aberto para permitir que a magia fluísse. a festa,
arrastada pela saudade, pela ganâ ncia, por qualquer emoçã o forte.
Embora, a menos que as coisas ficassem realmente emocionantes, ela
duvidava que Grays quisesse estar tã o perto de um cadáver fresco e de
toda essa grande melancolia fú nebre.
“Você é muito mais bonita do que aquela garota com quem
Darlington costumava andar por aí”, disse o padre.
Alex nã o retribuiu o sorriso. “Michelle Alameddine está fora do seu
alcance.”
Seu sorriso só se aprofundou. “Absolutamente ninguém está fora do
meu alcance.”
“Pare de tentar foder a ajuda e vamos embora”, latiu o general.
O padre partiu com outro sorriso.
Alex nã o tinha certeza se era ousado ou assustador bater em alguém
a uma curta distâ ncia de um cadáver, mas ela pretendia ficar bem longe
de Book e Snake assim que pudesse. Ela tinha que permanecer a boa
menina. Faça o trabalho. Faça certo. Ela e Dawes nã o queriam
problemas, nã o queriam dar a Lethe nenhum motivo para separá -los ou
interferir no que haviam planejado. Um novo Praetor entrando em seu
caminho seria confuso o suficiente.
Um gongo profundo soou. Os Lettermen ficaram fora do perímetro
do círculo, seus véus cobrindo seus rostos, enlutados de preto,
deixando apenas o general, o sumo sacerdote e o homem morto no
centro do círculo.
“ Ali, estudioso, deixe-me sentar ”, entoou o padre, sua voz ecoando
pela câ mara, “ e manter uma conversa elevada com os poderosos mortos.

“Pelo que vale, essa citaçã o é sobre bibliotecas, nã o necromancia,”
Darlington sussurrou para ela uma vez. Marcava o início de cada ritual
do Livro e da Serpente. “Está escrito em pedra em Sterling.”
Alex nã o queria confessar que passava a maior parte do tempo na
Biblioteca Sterling cochilando em uma das salas de leitura com as botas
apoiadas em uma saída de aquecimento.
O padre jogou algo na lamparina acima deles, e uma fumaça azulada
subiu das chamas, depois pareceu se acomodar, afundando nos pés
descalços das está tuas. Uma das cobras de pedra começou a se mover,
suas escamas brancas iridescentes à luz do fogo. Ele deslizou em
direçã o ao cadáver, ondulando pelo chã o de má rmore, entã o parou,
como se farejasse o corpo. Alex sufocou um suspiro quando ele investiu,
com as mandíbulas abertas, e agarrou a panturrilha do cadáver.
O cadáver começou a se contorcer, os mú sculos tendo espasmos,
ricocheteando no chã o de ferro como grã os quentes em uma panela. A
cobra afrouxou o aperto e o corpo de Yeshevsky se agachou
profundamente, pés largos, mã os em concha nos joelhos, gingando
como um caranguejo, mas com uma velocidade que fez a pele de Alex se
arrepiar. Seu rosto - seu rosto - estava esticado em uma careta, olhos
arregalados e em pâ nico, boca puxada para baixo como uma má scara
teatral de tragédia.
“Preciso de senhas”, disse o general enquanto o cadáver saltitava ao
redor do templo, “informaçõ es só lidas, nã o…” um ú nico gesto.
“Adivinhaçã o.”
“Vamos conseguir o que você precisa,” o padre respondeu
suavemente. “Mas se você for solicitado a revelar suas fontes...”
“Você acha que eu quero supervisã o farejando essa merda dos
Illuminati?”
Alex nã o podia ver o rosto do padre sob o véu, mas seu desprezo era
claro. “ Não somos os Illuminati.”
“Posers,” murmurou um dos Lettermen parado perto de Alex.
“Basta fazê-lo falar”, disse o general.
É uma fachada , pensou Alex. Aquele ato brusco, grunhido e só de
negó cios era um disfarce. O general nã o sabia no que estava se metendo
quando fez seu acordo com Book and Snake, conectado por algum ex-
aluno poderoso. O que ele imaginou? Algumas palavras murmuradas,
uma voz do além? Ele pensou que haveria dignidade nisso? Mas era
assim que a verdadeira magia parecia - indecente, decadente, perversa.
Bem-vindo a Yale. Senhor sim senhor.
Um fio de baba pendia da boca de Jacob Yeshevsky enquanto ele
esperava naquele agachamento profundo e antinatural, balançando-se
lentamente de um lado para o outro, os dedos dos pés balançando
levemente, os olhos revirando a cabeça, um grotesco, uma gá rgula.
“O escriba está pronto?” perguntou o padre.
"Eu sou", respondeu um dos Lettermen, velado e empoleirado em
uma pequena varanda acima.
“Fale entã o”, explodiu o padre, “enquanto pode. Responda à s nossas
perguntas e volte para o seu descanso.
Ele acenou com a cabeça para o general, que limpou a garganta.
“Quem era seu contato principal no FSB?”
O corpo de Yeshevsky andava como um caranguejo para a esquerda,
direita, esquerda, com aquela velocidade enervante. Alex tinha feito
algumas pesquisas sobre golems e glumae no ano passado, mas ela nã o
tinha ideia de como ela iria lutar contra aquela coisa se ela viesse
correndo para ela. Estava se movendo de letra de latã o para letra de
latã o no chã o, como se toda a sala fosse um tabuleiro Ouija, o cadáver
deslizando sobre ele como uma prancheta, o escriba documentando
cada pausa de cima.
De vez em quando, o corpo desacelerava e o padre acrescentava
algo ao fogo, produzindo aquela mesma fumaça azul. A cobra se
levantava, deslizava pelo chã o e voltava a morder Yeshevsky, sugando-o
com qualquer estranho veneno que possuísse em suas presas.
É apenas um corpo , Alex lembrou a si mesma. Mas isso nã o era
totalmente verdade. Alguma parte da consciência de Yeshevsky foi
atraída de volta para responder à s perguntas do general fanfarrã o.
Desapareceria além do Véu quando esse negó cio doentio terminasse?
Estaria inteiro ou retornaria à vida apó s a morte danificado pelo horror
de ser amontoado de volta em um cadáver sem vida?
Foi por isso que Grays evitou Livro e Serpente. Nã o porque seu
tú mulo parecia um mausoléu, mas porque os mortos nã o deveriam ser
tratados dessa maneira.
Alex considerou as cabeças curvadas e veladas dos Lettermen, o
escriba. Vocês estão certos em esconder seus rostos , ela pensou. Quando
chegar a sua hora, alguém estará esperando a vingança do outro lado.
3

Descobriu-se que tomar ditado letra por letra de um cadáver


reanimado demorava muito, e eram 2 da manhã quando eles finalmente
terminaram o ritual.
Alex limpou o círculo de giz e fez questã o de ficar longe da linha de
visã o do sumo sacerdote. Ela nã o achava que seria bom para sua nova e
aprimorada política de nã o fazer ondas se ela desse uma joelhada nas
bolas de algum alume estimado.
“Calista”, ela disse baixinho, sinalizando para o presidente da
delegaçã o.
Muito obrigado Alex! Refiro-me a Virgílio. Ela riu. “Tudo correu tão
bem.”
“Jacob Yeshevsky pode discordar.”
Ela riu novamente. "Verdadeiro."
“O que acontece com ele agora?”
“A família acha que ele está sendo cremado, entã o eles ainda vã o
pegar suas cinzas. Sem danos causados."
Alex deu uma olhada no caixote onde o corpo de Yeshevsky havia
sido guardado. Quando o general obteve suas respostas e o ritual foi
concluído com uma batida final do gongo, o corpo nã o simplesmente
desmoronou. Eles tiveram que esperar que se cansassem, escalando as
cartas. Fosse o que fosse, ninguém se preocupava em transcrevê-lo, e a
visã o daquele cadáver dançando freneticamente pelo chã o, construindo
palavra apó s palavra, talvez um jargã o ou um grito do além-tú mulo ou a
receita do pã o de banana de sua avó , de alguma forma sido pior do que
qualquer coisa que tinha acontecido antes.
“Nenhum dano feito,” Alex ecoou. “O que ele estava soletrando lá , no
final?”
“Algo sobre o leite materno ou a Via Lá ctea.”
“Isso nã o significa nada”, disse o sumo sacerdote. Ele tirou o véu e as
vestes e estava vestido com uma camisa de linho branco e calças como
se tivesse acabado de sair de uma praia em Santorini. “Apenas uma
falha. Acontece. Pior quando o cadáver nã o está fresco.
Alex pendurou a mochila no ombro, ansiosa para ir embora. "Claro."
p p
“Talvez fosse uma referência ao programa espacial”, disse Calista,
olhando para o ex-aluno como se pedisse aprovaçã o.
“Estamos bebendo no...” começou o sumo sacerdote.
Mas Alex já estava abrindo caminho para fora da sala do templo e
pelo corredor. Ela nã o diminuiu os passos até se livrar da tumba do
Livro e da Serpente e do fedor das rosas, o ar ainda quente com o
ú ltimo sopro do verã o, sob o céu sem estrelas de New Haven.

Alex ficou surpreso ao encontrar Dawes esperando no Hutch, sentada


de pernas cruzadas e descalça no tapete em shorts cargo e uma
camiseta branca, suas fichas organizadas em pilhas organizadas ao seu
redor, seu cabelo preso em um coque torto. Ela havia colocado seu
Tevas cuidadosamente perto da porta.
"Bem?" ela perguntou. "Como foi?"
“O corpo se soltou e tive que derrubá -lo com o Phantom Loop.”
"Oh Deus."
“Sim,” Alex disse enquanto ela se dirigia para o banheiro. “Laçou
aquela coisa e montou até Stamford.”
“Alex,” Dawes repreendeu.
“Correu bem. Mas... Alex tirou a roupa, ansiosa para se livrar do
cheiro do estranho. "Nã o sei. O cadáver meio que escorregou no final.
Começou sobre a Via Lá ctea ou leite materno ou leite para seu cereal
morto-vivo. Foi sombrio pra caralho. Ela ligou o chuveiro. “Você disse a
Anselm que nã o podemos nos encontrar com o novo Praetor em
Sá bado?" Quando Dawes nã o respondeu, Alex repetiu a pergunta. “Nã o
posso me encontrar com o novo Praetor no sá bado, ok?”
Um longo momento depois, Dawes disse: “Eu disse a Anselm. Mas
isso só nos dá uma semana. Talvez... Talvez o Praetor tenha uma mente
aberta.
Alex duvidava. Houve muitos bandidos na histó ria de Lethe - Lee De
Forest, que causou um blecaute em todo o campus e foi suspenso como
resultado; inferno, um dos fundadores, Hiram Bingham III, nã o sabia
nada sobre arqueologia e ainda assim fugiu para o Peru para roubar
alguns artefatos - mas nã o havia chance de Lethe ter escolhido algum
tipo de dissidente para servir como Praetor agora, nã o depois do que
aconteceu no ano passado. E nã o com Alex na mistura. Ela era muito
desconhecida, um experimento que eles ainda estavam esperando para
ver acontecer.
“Dawes, confie em mim. Quem quer que seja esse cara, ele nã o vai
sancionar uma viagem de campo para o inferno.
Ela acendeu o incensá rio cheio de cedro e palo santo e entrou na
á gua, usando verbena para lavar o fedor do estranho.
Em seus meses de busca, ela e Dawes encontraram exatamente uma
pista para a localizaçã o do Gauntlet, um pequeno trecho de texto no
Diário Lethe Days de Nelson Hartwell , DC '38.
Bunchy ficou bêbado e tentou nos convencer de que alguns dos
amigos de Johnny e Punter construíram um Gauntlet para que
pudessem abrir uma porta para a fornalha ardente, por favor.
Naturalmente exigi provas. “Não, não”, diz Bunch. “Muito
arriscado para deixar qualquer registro.” Eles juraram segredo
um ao outro e tudo o que deixaram escapar foi que foi construído
em solo sagrado. Um pouco conveniente demais, eu digo. Aposto
que todos eles simplesmente pularam a capela e acabaram bem
escondidos em uma cripta em algum lugar.
Solo Sagrado. Isso era tudo que ela e Dawes tinham para continuar,
um ú nico pará grafo sobre um bêbado chamado Bunchy. Mas isso nã o os
impediu de tentar visitar todos os cemitérios, cemitérios, sinagogas e
igrejas construídas antes de 1938 em New Haven, em busca de sinais.
Eles saíram vazios, e agora eles teriam o novo Praetor olhando por cima
do ombro.
“E se dissermos foda-se o Gauntlet e tentarmos o elenco de cã o de
caça de Sandow?” ela gritou sobre o barulho da á gua.
“Isso nã o foi muito bem da ú ltima vez.”
Nã o, nã o tinha. Eles quase foram comidos por uma besta infernal
por causa do problema.
“Mas Sandow nã o estava realmente tentando, estava?” Alex disse,
enxaguando o sabã o de seu cabelo. “Ele pensou que Darlington tinha
ido embora para sempre, que nã o havia como sobreviver a uma viagem
ao inferno. Ele pensou que o elenco apenas provaria que Darlington
estava morto.
Tinha sido uma noite horrível, mas o ritual trouxe de volta
Darlington, ou pelo menos sua voz, para acusar Sandow.
Alex desligou a á gua e pegou uma toalha da prateleira. O
apartamento parecia impossivelmente silencioso.
Ela quase pensou que tinha imaginado quando ouviu um leve "Ok".
Alex fez uma pausa, torcendo a á gua de seu cabelo. "O que?"
"OK."
Alex esperava que Dawes protestasse, começasse a criar obstá culos
- nã o era o momento certo, eles precisavam planejar, era muito
perigoso. Ela tinha espalhado suas cartas de tarô na frente dela na sala
de estar? Ela estava lendo algo diferente de calamidade?
Alex vestiu um short limpo e uma regata. Dawes estava no mesmo
lugar no chã o, mas ela puxou os joelhos até o peito e passou os braços
em volta deles.
"O que você quer dizer com 'tudo bem'?" Alex perguntou.
“Você sabe como os gregos chamavam a Via Lá ctea?”
“Você sabe que nã o.”
“ Galáxias. ”
Alex se sentou na beirada do sofá , tentando ignorar o frio que
sentia.
Galáxias. Galá xia. Era essa a palavra que o cadáver vinha soletrando
repetidas vezes?
“Ele estava tentando entrar em contato com você”, disse Dawes.
“Para chegar até nó s.”
“Você nã o sabe disso.” Mas isso já havia acontecido antes. Durante o
ritual de prognó stico na noite em que Tara foi assassinada, e novamente
durante o ritual da lua nova, quando Darlington tentou avisá -los sobre
Sandow. Era isso que ele estava tentando fazer agora? Avisá -la? Culpe
ela? Ou ele estava clamando por ela do outro lado do Véu, implorando
por sua ajuda?
"Há ... algo... que poderíamos tentar." As palavras de Dawes vieram
em gagueira, có digo Morse, um sinal de socorro. "Eu tenho uma ideia."
Alex se perguntou quantas catá strofes teriam começado com essas
palavras. “Espero que seja bom.”
“Mas se o conselho do Lethe descobrir...”
"Eles nã o vã o."
“Nã o posso perder este emprego. E você também nã o.
Alex nã o pretendia pensar nisso agora. “Vamos para Black Elm?”
"Nã o. Precisamos da tabela em Scroll and Key. Precisamos abrir um
portal.”
"Para o inferno."
“Nã o consigo pensar em mais nada.” Dawes parecia desesperado.
Eles tentaram durante todo o verã o e nã o tinham nada para mostrar.
Mas Alex realmente estava tentando? Ou ela se sentiu segura escondida
com sua pesquisa em Il Bastone? Andando pelas ruas de New Haven,
procurando por igrejas e lugares sagrados, procurando sinais do
Gauntlet e nã o encontrando nada? Ela se permitiu esquecer que em
algum lugar Darlington estava perdido e sofrendo?
"Bom", disse Alex. “Entã o abrimos um portal.”
“Como entramos em Scroll and Key?”
"Eu vou nos colocar dentro."
Dawes mordeu o lá bio inferior.
“Nã o vou bater em ninguém, Dawes.”
Dawes puxou uma mecha de seu cabelo ruivo, cacheado por causa
do calor.
Alex revirou os olhos. “Ou ameaçar alguém. Vou ser muito educado.
E ela seria. Ela tinha que encontrar um caminho de volta para o jogo
de faz de conta que jogara no ano anterior, tinha que encontrar um
novo nível do mar. Eles iriam trazer Darlington de volta. Eles fariam
tudo certo novamente. Pelo que o conselho do Lethe sabia, ela era
apenas uma aluna que teve um péssimo ano de caloura. Eles nã o
sabiam sobre o aumento de nota que Sandow havia concedido a ela, ou
o papel que ela desempenhou na morte dele, ou as mortes que ela
acumulou em uma noite terrível em Van Nuys.
Mas Darlington sim. E se ele quisesse abrir um processo contra ela,
seria o fim. O que ela faria entã o? O que ela sempre fez. Localize as
saídas. Saia antes que o verdadeiro problema aconteça. Pegue alguns
artefatos caros na saída. Aquela ladainha havia se tornado uma espécie
de conforto, um canto para afastar seu medo do futuro. Mas agora era
tudo mais complicado. Suas opçõ es tinham sido sombrias antes, mas
agora eram completamente feias, e ela nã o tinha para onde correr. Por
causa de Eitan. Porque fosse Gauntlet, portã o ou ô nibus para o além,
sempre havia um inferno a pagar.
4
Verã o passado

Ela teria ficado em New Haven durante o verã o. Se nã o fosse por Eitan.
Alex disse à mã e que conseguiu um emprego no campus, e isso foi o
suficiente para Mira. Ela achava que Los Angeles era uma tentaçã o para
Alex, que ela sairia de um aviã o e voltaria para sua antiga vida com seus
velhos amigos.
Nã o havia chance disso acontecer, mas eles estão todos mortos,
mamãe nã o ia acalmar a mente de Mira, e a verdade é que Alex nã o
queria ir para casa. Ela nã o queria dormir em seu antigo quarto com os
sons do 101 como um oceano furioso à distâ ncia. Ela nã o queria ouvir
sobre a ú ltima obsessã o de sua mã e: massagem com pedras preciosas,
limpeza de aura, ó leos essenciais, uma busca interminável por milagres
fá ceis. Deixar Yale parecia perigoso, um pouco demais como um conto
de fadas, um conto cruel onde, uma vez que ela deixasse o castelo
encantado, ela nã o teria como voltar.
Ela pensou em passar o verã o com Dawes e Michelle Alameddine,
tramando um plano para resgatar Darlington. Mas Dawes tinha que ser
babá de sua irmã em Westport, e Michelle era difícil de alcançar, entã o
Alex foi deixado sozinho em Il Bastone. Ela se perguntou se a casa iria
rejeitá -la depois de todo o derramamento de sangue do semestre
anterior, o vitral que nunca seria tã o perfeito quanto antes, o chã o ainda
manchado com o sangue de Blake Keely e agora escondido por um
tapete novo. . E se ela aparecesse na porta da frente e a maçaneta
simplesmente nã o girasse para ela?
Mas naquele dia de primavera, quando Alex arrumou a sala comunal
mó veis no porã o de Jonathan Edwards e disse adeus a Mercy e Lauren,
a maçaneta de Il Bastone sacudiu alegremente sob sua mã o, a porta se
abrindo como um par de braços acolhedores.
Ela realmente pretendia encontrar um emprego para o verã o, mas
os negó cios no campus diminuíram muito. Entã o, eventualmente, ela
simplesmente parou de procurar. Ela recebia um pequeno estipêndio de
verã o do Lethe e o gastava em junk food, rolinhos de ovos congelados e
porcos em um cobertor que ela poderia aquecer na torradeira. Ela nem
perguntou se poderia ficar em Il Bastone. Ela acabou de fazer. Quem
mais sangrou por este lugar?
Alex passava os dias examinando o catá logo de cursos e
conversando com Mercy. Eles organizaram o má ximo possível da
agenda de Alex para que ela pudesse adiantar a leitura. Ela também lia
livros de bolso, um apó s o outro, como se estivesse fumando um cigarro
atrá s do outro — romance, ficçã o científica, velha fantasia popular.
Tudo o que ela queria fazer era sentar, despreocupada em um círculo de
luz e viver a vida de outra pessoa. Mas todas as noites eram passadas na
biblioteca. Ela escreveria as sugestõ es de Dawes no Albemarle Book ou
criaria algumas pró prias, depois esperaria para ver o que a biblioteca
forneceria. Um livro tinha uma espinha de vértebras de verdade, outro
soltava uma nuvem de névoa macia toda vez que ela o abria, e outro era
tã o quente ao toque que ela teve que vasculhar a cozinha e voltar com
luvas de forno.
Apenas o arsenal era climatizado, para proteger os artefatos, entã o,
quando o tempo ficava muito quente, ela pegava uma pilha de
cobertores e travesseiros do quarto de Dante e fazia um ninho para si
mesma no fundo do Crisol de Hiram. Darlington teria ficado
escandalizado, mas o ar-condicionado valeu a pena. À s vezes, quando
ela dormia lá , ela sonhava com o topo de uma montanha coberta de
verde. Ela já estivera lá antes, sabia como subir escadas e passar por
passagens apertadas que cheiravam a pedra ú mida. Havia uma sala com
três janelas e uma bacia redonda para observar as estrelas. Ela viu seu
pró prio rosto refletido na á gua. Mas quando ela acordou, ela sabia que
nunca tinha estado no Peru, apenas visto em livros.
Alex estava deitado de lado em um dos sofá s de veludo na sala de Il
Bastone, lendo uma có pia surrada de The Illustrated Man que ela havia
encontrada na biblioteca do Young Men's Institute, quando seu telefone
tocou. Ela nã o reconheceu o nú mero, entã o nã o se preocupou em
atender. Ela limpou todos os seus antigos contatos quando saiu de Los
Angeles. Mas na segunda vez que o telefone tocou, ela atendeu.
Ela reconheceu a voz de Eitan instantaneamente, aquele forte
sotaque. “Alex Stern. Precisamos conversar. Você entende?"
"Nã o", disse ela, com o coraçã o batendo forte no peito. Chovera
naquele dia e ela abrira todas as cortinas para poder observar a
tempestade, os clarõ es dos relâ mpagos estalando no céu cinzento. Ela
se sentou, marcando seu lugar em seu livro com um recibo. Ela teve a
sensaçã o incô moda de que nunca conseguiria terminar aquela histó ria
em particular.
“Nã o quero discutir por telefone. Venha me ver em casa.
Ele pensou que ela estava em LA. Isso é bom , disse Alex a si mesma.
Ele nã o sabia que nã o poderia colocar as mã os nela facilmente. Mas por
que ele estava ligando? Eitan tinha sido o fornecedor de Len, um
gâ ngster israelense que operava em uma elegante mansã o que flutuava
no topo de uma colina de Encino acima da 405. Ela achava que ele havia
se esquecido dela há muito tempo.
“Nã o vou para Mulholland”, disse ela. “Nã o tenho carro.” Mesmo que
ela estivesse em LA, nã o havia como ela dirigir pelas colinas até a casa
de Eitan só para que ele pudesse colocar uma bala em seu cérebro sem
ninguém para vigiar.
“Sua mã e tem carro. Velho Jetta. Nã o confiável." Claro que Eitan
sabia onde encontrar sua mã e. Homens como Eitan sabiam tudo sobre
onde procurar alavancagem. “Shlomo vigia sua casa por tanto tempo,
mas apenas sua mã e vem e vai. Nunca voce. Onde você está , Alex?
"Agora mesmo?" Alex olhou ao redor da sala, para os tapetes
empoeirados, a luz do verã o suavizada pelas vidraças salpicadas de
chuva. Ela ouviu o barulho da má quina de fazer gelo na geladeira da
cozinha. Mais tarde, ela iria fazer um sanduíche com o pã o e a carne do
almoço que Dawes havia pedido quando descobriu que grande parte da
dieta de Alex consistia em frango empanado, e que chegava toda
semana como que por má gica. “Bater com amigos em Topanga Canyon.
Eu irei neste fim de semana.
“Sá bado nã o. Venha amanhã . Sexta antes das cinco.
Eitan manteve kosher e manteve o sá bado sagrado. Assassinatos e
extorsõ es aconteciam nos outros seis dias da semana.
"Eu tenho trabalho", disse ela. “Posso ir no domingo.”
“Boa menina.”
Ela desligou e apertou o telefone contra o peito, olhando para o teto
em caixotõ es. As luzes piscaram e ela sabia que a casa estava captando
seu medo. Ela se abaixou e pressionou a palma contra as tá buas polidas
do piso. Na noite em que Alex quase morreu sangrando no corredor
acima, Il Bastone também foi ferido, uma de suas lindas janelas
quebradas, seus tapetes arruinados com sangue. Alex ajudou a limpar
tudo. Ela pairou ao lado do homem que Dawes contratou para restaurar
a janela. Ela vaporizou e esfregou o sangue do chã o e dos tapetes do
corredor. O sangue dela, o de Dean Sandow, o de Blake Keely. Ambos
mortos, mas nã o Alex. Alex havia sobrevivido, assim como Il Bastone.
Ela nã o sabia dizer se a vibraçã o no chã o era real ou imaginá ria, mas
se sentiu mais calma por isso. Este tinha sido seu lugar seguro quando o
campus se esvaziou - protegido, escuro e fresco. Ela se aventurava a sair
apenas ocasionalmente, subia a colina e saía para a ponte coberta do
Museu Eli Whitney, seu celeiro vermelho atravessando o rio como algo
saído de uma pintura da qual Mercy riria. Ela levou sua nova bicicleta
até Edgerton Park, cavalgou pelos canteiros de flores e olhou para a
velha guarita e, todas as manhã s, ela cavalgou até Black Elm, alimentou
Cosmo, vagou pelo labirinto de sebes coberto de mato. Mas ela sempre
voltava para a casa em Orange, para Il Bastone. Ela pensou que se
sentiria sozinha aqui, sem Dawes ou Darlington, mas em vez disso ela
bebeu refrigerantes direto da geladeira antiquada, cochilou no quarto
chique com seus vitrais de lua e sol, bisbilhotando o arsenal. A casa
sempre tinha novidades para mostrar a ela.
Alex nã o queria ir embora. Ela nã o queria voltar para o miserável
apartamento de sua mã e em Van Nuys. E ela nã o queria falar com Eitan.
Ele tinha negó cios inacabados com Len que foram colocados em espera
por um ano? Ou ele de alguma forma sabia o que Alex tinha feito? Ele a
tinha conectado com a morte de seu primo?
Nã o importava muito. Ela teve que ir. Ela alternou entre os nú meros
de seu telefone e encontrou Michael Anselm. Ele era o membro do
conselho do Lethe que havia entrado no buraco em forma de
autoridade deixado por Dean Sandow. Ele havia se formado quinze
anos antes, e Alex e Dawes procuraram em seu diá rio Lethe Days, mas o
acharam particularmente chato. Nomes e datas de rituais e pouco mais.
Era assim que ele parecia ao telefone também. Seco, monó tono, ansioso
para voltar ao seu emprego nas finanças ou no banco ou o que quer que
se passasse por imprimir dinheiro. Mas ele comprou uma bicicleta e um
laptop para Alex, entã o ela nã o iria reclamar.
Anselm atendeu no segundo toque. "Alex?" Ele parecia preocupado e
ela nã o podia culpá -lo. Ela poderia muito bem estar ligando para dizer a
ele que a biblioteca da faculdade de direito pegou fogo ou que um
exército de mortos-vivos estava se reunindo em Commons. Ela nã o
sabia muito sobre Anselm, mas o imaginou usando gravatas listradas e
indo para casa, para um labrador amarelo, duas crianças envolvidas
com a Habitat for Humanity e uma esposa que se mantinha em forma.
“Oi, Michael, desculpe incomodá -lo no meio do dia...”
"Está tudo bem?"
"Tudo está bem. Mas preciso ir para casa no fim de semana. Para ver
minha mã e.
“Oh, sinto muito por ouvir isso,” ele disse, como se ela tivesse dito a
ele que sua mã e estava doente. O que Alex estava perfeitamente
preparado para fazer.
— Você pode, quero dizer, Lethe pode me ajudar com a passagem?
Alex sabia que ela deveria estar envergonhada, mas desde que quase
morreu nesta casa, ela nã o hesitou em pedir a Lethe tudo e qualquer
coisa que ela pudesse precisar. Eles deviam a ela, Dawes e Darlington.
Dawes nã o estava pedindo e Darlington com certeza nã o iria cobrar,
entã o cabia a Alex limpar o livro.
"Claro!" Michael disse. "O que você precisar. Vou colocá -lo em
contato com meu assistente.
E foi isso. O assistente de Anselm providenciou um carro para o
aeroporto e o voo de volta. Alex se perguntou se ela estaria nele ou se
morreria no topo da Mulholland Drive. Ela guardou roupas íntimas e
uma escova de dentes na mochila e fez uma parada no arsenal, mas
entã o percebeu que nã o tinha ideia do que levar com ela. Ela sentiu
como se ela estivesse entrando em uma armadilha, mas Lethe nã o
trafegava nos tipos de objetos que poderiam parar homens como Eitan.
Pelo menos nã o qualquer coisa que ela pudesse trazer em um aviã o.
“Eu estarei de volta,” ela murmurou para a casa enquanto a porta da
frente se fechava atrá s dela. Ela parou para ouvir o lamento suave dos
chacais sob a varanda e esperou que fosse verdade.
Alex tinha cumprido essa promessa. Ela até terminou aquele livro
de bolso de Ray Bradbury. Ela só nã o sabia que voltaria com sangue
fresco nas mã os.
O Casaco de Muitas Raposas
Proveniência: Goslar, Alemanha; Século 15
Doador: Pergaminho e Chave, 1993
Acredita-se que seja obra de Alaric Förstner, que posteriormente
foi queimado na fogueira por dizimar a população local de
raposas. O casaco mudou de mãos várias vezes, e há registros que
indicam que ele pertencia a um professor de Oxford na mesma
época em que CS Lewis lecionava lá, mas isso nunca foi totalmente
comprovado. Há especulações de que, ao mesmo tempo, pendurar
o casaco em um armário, armário ou guarda-roupa criaria um
portal, mas qualquer magia que o casaco possa ou não possuir já
se foi há muito tempo. Mais um exemplo da instabilidade da magia
do portal. Veja Tayyaara para uma rara exceção.
—do Lethe Armory Catalog revisado e editado por
Pamela Dawes, Oculus
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The Project Gutenberg eBook of Harper's indoor
book for boys
This ebook is for the use of anyone anywhere in the United States
and most other parts of the world at no cost and with almost no
restrictions whatsoever. You may copy it, give it away or re-use it
under the terms of the Project Gutenberg License included with this
ebook or online at www.gutenberg.org. If you are not located in the
United States, you will have to check the laws of the country where
you are located before using this eBook.

Title: Harper's indoor book for boys

Author: Joseph H. Adams

Release date: July 30, 2022 [eBook #68650]

Language: English

Original publication: United States: Harper & Brothers Publishers,


1908

Credits: Richard Hulse and the Online Distributed Proofreading


Team at https://www.pgdp.net (This file was produced from
images generously made available by The Internet
Archive/American Libraries.)

*** START OF THE PROJECT GUTENBERG EBOOK HARPER'S


INDOOR BOOK FOR BOYS ***
HARPER’S INDOOR BOOK FOR
BOYS
WOOD-WORKING

HARPER’S
INDOOR BOOK
FOR BOYS

BY
JOSEPH H. ADAMS
AUTHOR OF
“HARPER’S ELECTRICITY BOOK FOR BOYS”
AND JOINT AUTHOR OF
“HARPER’S OUTDOOR BOOK FOR BOYS”

WITH MANY ILLUSTRATIONS


HARPER & BROTHERS PUBLISHERS
NEW YORK AND LONDON
MCMVIII

Copyright, 1908, by Harper & Brothers.


All rights reserved.
Published April, 1908.
CONTENTS
PAGE
INTRODUCTION xi

Part I
WOOD-WORKING
CHAPTER I—CARPENTRY 3
Tools: How to use them—The Work-bench—A Tool-rack—
A Tool-chest—Joints—A Low Bench—A High Bench—A
Step-bench—A Shoe-box—A Shoe-blacking-box—A Shoe-
blacking-ledge—An Easel—A Clothes-tree—Hanging
Book-shelves—A Corner Cabinet—A Chair—A Table—A
Settle—A Suspended Settle—A Coal and Wood Box—A
Flat-iron Holder—An Umbrella-stand—A Plant-box—A
Final Word
CHAPTER II—WOOD-CARVING 38
Method and Material—Tools—A Carver’s Bench—Chip-
carving—A Frame for a Small Clock—Other Designs—
Relief-carving—Mouldings
CHAPTER III.—FRETWORK AND WOOD-TURNING 56
The Tools—The Practice of the Art—The Preparation of
the Work—A Match-safe—A Wall-bracket—A Fretwork-
box—Other Designs—Wood-turning
CHAPTER IV—PICTURE MOUNTING AND FRAMING 71
A Dutch Head Mounting—A Dark Card Mounting—A Triple
Mounting—Plain Framing—A Sporting Mount—A Round-
robin Mounting

Part II
METAL-WORKING
CHAPTER V.—VENETIAN AND FLORENTINE METAL- 81
WORK
Tools and Material—A Lamp-screen—Pattern-making—A
Standard Screen—A Candlestick—A Candelabra—A Fairy
Lamp—A Burned-match Holder—A Photograph-frame—A
Handkerchief-box—A Sign-board—Double Doorway Grille
—A Moorish Lantern
CHAPTER VI.—METAL-BOUND WORK 103
A Metal-bound Box—A Wood-holder—A Plant-box—A
Coal-box—A Table-lamp—A Hanging-lamp—A Hanging-
plant Box
CHAPTER VII.—DECORATIVE HARDWARE 115
Materials and Tools—Escutcheons—Short Hinge-straps
—Long Hinge-straps—Drawer-pulls and Handle-plates—
Door-plates—Large Lock-plates—Door-knockers and
Miscellaneous Ornaments
CHAPTER VIII.—WIRE-WORK 125
A Bird-cage Bracket—A Photograph Easel—A Match-box
—A Fairy Lamp—A Picture-frame—A Glove-box—A
Window-grille
CHAPTER IX.—GAS AND ELECTRIC SHADES 133
A Simple Gas-shade—Another Gas-shade—A Metal Shade
—An Electric-light Screen—A Bell-shaped Shade—A
Pear-shaped Shade—A Dome-shaped Shade—Another
Dining-room Shade—A Canopy—A Panel Shade
CHAPTER X.—RELIEF ETCHING 139
Equipment—The Technique of the Process—The Acid
Solution—Some Typical Designs

Part III
HOUSEHOLD ARTS
CHAPTER XI.—CLAY-MODELLING AND PLASTER-
CASTING 151
Tools and Methods—The Technique of the Art—Glue and
Gelatine Moulds—Hollow Casting—Modelling a Foot—
Bas-relief Modelling—A Medallion Head—Coin and Metal
Casts—Plaster-casting in General—How to Find and
Mount Signets
CHAPTER XII.—PYROGRAPHY 170
Fire-etching on Wood and Leather—Explanation of
Methods—A Platinum-point Outfit—A Variety of Work on
Wood—Suggestive Designs—Leather-work
CHAPTER XIII.—BOOKBINDING AND EXTRA-
ILLUSTRATION 186
Sheets and Signatures—The Tools—The Practice of the
Art—Rebinding Books—How to Extra-illustrate a Book—
A Circulating Library
CHAPTER XIV.—MAGIC LANTERNS AND
STEREOPTICONS 203
A Home-made Magic Lantern—A Stereopticon—Lantern
Slides by Contact-printing—Lantern Slides by Reduction
CHAPTER XV.—PRINTING, STAMPING, AND EMBOSSING 222
A Simple Flat-bed Press—An Upright Press—A Lever-
press—Stamping—Embossing

Part IV
ROUND ABOUT THE HOUSE
CHAPTER XVI.—A HOUSE GYMNASIUM 237
Indoor Physical Development—Dumb-bells—Indian Clubs
—Calisthenic Wands and Ball-bars—Swinging-rings—
Trapeze Bars—Parallel Bars—A Floor Horizontal Bar—
Striking-bags—A Medicine-ball—Pulley-weights and
Exercisers—An Attic Gymnasium
CHAPTER XVII.—A MINIATURE THEATRE 259
Arrangement and Lighting—Scenery and Equipment—The
Puppets
CHAPTER XVIII.—FITTING UP A BOY’S ROOM 267
Simple Methods and Materials—A Plain Chair—An Odd
Chair—A Morris Chair—A Settle—A Box-desk—A Writing-
table—A Whatnot—A Treasure-chest—Studying-table and
Stool
CHAPTER XIX.—PAINTING, DECORATING, AND
STENCILLING 283
How to Mix and Use Paints—Schemes of Decoration—
Decorating a Bedroom—A Boy’s Room—Another Plan for
a Room—A Nursery—Stencilling
CHAPTER XX.—NOOKS FOR BOOKS 302
A Variety of Practical Designs—A Wall-rack—A Book-
nest—Another Book-rack—A Corner-nook—A Book-
tower—Hanging-shelves—A Book-castle—A Book-chair—
A Book-table—A Magazine-rack—A Box Book-case—A
Nursery Book-rack—Another Book-rack—A Handy Piece
of Furniture—A Book-ledge and Stool
CHAPTER XXI.—CLOCKS AND TIMEPIECES 321
Designs and Materials—A Bracket-clock—A Mantel-clock
—A Wall-clock—A High Wall-clock—An Odd Mantel-
clock—A Shelf-clock—An Old-style Timepiece
CHAPTER XXII.—SCREENS, SHOE-BOXES, AND
WINDOW SEATS 331
A Light-screen—A Fire-screen—A Shoe-screen—A
Bedroom-door Screen—A Heavy Fire-screen—A Window-
seat with Under Ledge—A Shoe-box Seat—A Dressing-
room Settle—A Short Settle—A Foot-rest—A
Combination Shoe-box and Seat—A Double Shoe-box and
Seat—A Curved-back Window-seat—A Window-seat and
Shoe-box
CHAPTER XXIII.—HOUSEHOLD CONVENIENCES 347
A Plate-rail—A Cup and Plate Rack—A Cup and Plate
Pyramid—A Butler’s Tray—Cup-pins and Brush-rack—
Lock-shelves—A Vegetable-bin—A Spoon-bar and
Saucepan-rack—A Medicine-chest—A Convenient Plant-
tray—An Indispensable Clothes-press—A Divan—A
Corner Dressing-table
INTRODUCTION
The success of Harper’s Outdoor Book for Boys seems to insure a
welcome for an indoor handy book, equally practical and
comprehensive, which shall show how leisure time indoors can be
spent most pleasantly and profitably. When stress of weather, or the
coming of long winter evenings, or any other reason gives the indoor
part of life a larger importance, this indoor handy book will be found
an invaluable companion. Good books and good games have their
value always, but there is also a large place for the joy of actual
accomplishment. It is good to do things. It is worth while to learn to
use hands and eyes in the production of working results. And when,
as in the case of the explanation of this book, achievement goes
hand in hand with amusement, it is clear that Mr. Adams and his
associates are the best of companions for an indoor day or evening.
Expensive tools and apparatus are not called for. A boy should
have good but not necessarily costly tools, and he should take
proper care of them. Furthermore, whether his working-place is in his
room or elsewhere, he should feel that he is put upon his honor to
remove any rubbish and to avoid injury to floor or walls. Let us
understand at the outset that the explanation in these pages can be
followed at very little expense, but in this work, as in everything else,
common-sense is necessary. To use one tool for work to which
another is adapted, or to neglect one’s implements, or allow them to
get wet and to rust or to become hopelessly dulled or nicked, is a
sign of shiftlessness. A good workman always takes care of his
tools, and he also keeps his work-bench in order. The very mention
of work in a boy’s room, or even indoors, may excite fears of
disorder on the part of the mother; but experience has shown that
with care on the part of the boy, and some concessions from the
mother, these fears are groundless.
It is desirable that a boy should have a place, whether it be in the
cellar or attic, or a corner of his room, definitely devoted to his own
work. It is also a useful training for him to feel that he is put upon
honor both to confine his work to his own bounds, and also to “tidy
up” whenever he leaves his task. With a little patience and oversight
all this can be adjusted to the mutual satisfaction of the household
and the boy.
In addition to the training in various directions which we have
indicated, the suggestions in these pages will help the boy to make
things which are useful—to become a contributor to his home. A
glance at the Table of Contents shows, under “Wood-working,” an
introduction to the use of carpenters’ tools, and instructions in
making picture-frames and ornamented wood-carving. Of late years
ornamental work for lamps, sconces, hinges, and a variety of
purposes has steadily grown in favor, and the second division of the
book tells how a great variety of decorative and useful objects in
metal may be made. When so much experience has been gained,
the boy can readily take up more advanced work, such as modelling
in clay, and plaster casting; bookbinding, and the kindred craft of
extra-illustration; pyrography, or decorative work in burnt wood;
printing, stamping, and embossing; and the construction and use of
the stereopticon. In Part IV. the young craftsman is shown how he
may employ the technical knowledge he has acquired in the fitting up
and decoration of his room; in the building and operating of a
miniature theatre; in the installation of a home gymnasium; and in
the making of various objects of ornament and utility for the
household. Amateur photography has been purposely omitted, since
there are many excellent and practical manuals on the subject that
have been published by the various camera manufacturers for
gratuitous distribution. It is easy to see the possibilities for
usefulness, for beauty, and for amusement in the home, which are
brought within reach in these pages; and these instructions also
represent possibilities for earning money. In, schools where manual
training receives attention, and, indeed, in any school library, this
book will prove peculiarly useful.
Here, as in the Outdoor Handy Book, it has been kept in mind that
there will be neither fun nor profit in doing these things unless the
way is made clear, and it is certain that the desired results will follow
if the directions are carried out. Everything, therefore, has been
tested, and all the instructions are put in simple, practical form. It is a
friendly, well-tried, and reliable household companion that comes to
young Americans in Harper’s Indoor Book for Boys.
Part I
WOOD-WORKING
Chapter I
CARPENTRY

Carpentry, or the science of making things out of wood, is the


oldest and comes the closest to us of any of the applied arts and
crafts. The earliest men made clubs at least. Later they began to
build, to construct, and it is interesting to remember that this ability to
construct is a faculty shared with man by the animals. There are
many species of birds that build well-designed nests; the spider is a
weaver; the bee is a geometrician; the ant is a tunnel builder; the
beaver, in the construction of his dams and breakwaters, displays
engineering ability of a high order. The vital difference between the
animal and the human intelligence lies in the fact that the latter is
progressive. The spider weaves just the same pattern to-day that he
did when the Pyramids were young; the mathematical section of the
bee cell is invariable; the mud-swallows build the same kind of
houses as their remotest ancestors. The common explanation is that
instinct and not reason guides the animal in his work, and instinct is
a reproductive faculty, not an inventive one. It is for man alone to
progress from the crude beginnings of an art to its highest and most
perfect development.
Perhaps the first and most urgent need of all living creatures is for
shelter. The oriole weaves his hanging nest; the beaver constructs
his wonderfully domed house; primitive man builds his hut of
interlaced boughs. But it is man alone who is not content with the
first crude efforts; he is constantly aiming after something more
substantial and better adapted to his increasing needs. So man
becomes the true builder, and as wood is the simple and almost
universally obtainable material, carpentry, or the art of working in
wood, stands at the head of the applied sciences upon which the
civilization of the race depends.
The average boy takes to carpentry as naturally as ducks take to
water, and beginning with the tacks a baby boy will hammer in a
board, the young builder goes on from the simple to the more
complex forms until he attains the full mastery of his material and his
tools. He has now obtained the dignity of manhood; he is a maker of
things.
Once proficient in the art of cutting, joining, and fastening wood-
work, and in the use and care of tools, a boy may begin to call
himself a carpenter. But he must learn to work systematically and
accurately if he is ever to become a genuine craftsman. In the first
place, he should understand the possibilities and limitations of his
tools. He should never use a chisel for a screw-driver, nor drive nails
with the butt end of a plane. Good tools should have good care.
Inanimate things that they are, they yet resent ill-usage, and
retaliate, in their own way, by becoming dull and otherwise unfit for
their work. Indeed, a good carpenter may be known by the condition
of his tool-chest and work-bench. Carpentry, when properly carried
on, is a most fascinating occupation for out-of-school hours,
especially in the winter season, when bad weather keeps one
indoors. Needless to say, it may be made a profitable way of passing
time as well as an amusing one.

Tools

The tools that a boy will need in order to do good joiner-work


should be the same as carpenters use, but they may be smaller and
not so cumbersome to handle. The set of tools in a chest, put up for
the use of children and sold at toyshops, are not the sort that can be
relied upon for good carpentry work, since they are usually dull and
made of soft steel that will not hold an edge. Possibly the
manufacturer thinks that he is justified in turning out this kind of
rubbish, bearing in mind the old saying, “Children should not play
with edged tools.” But the boy who is old enough to take up
carpentry in earnest is entitled to the use of good and serviceable
implements, and without them it is hardly worth while starting at the
business.
Competition has brought down the cost of good tools to a point
where they are not beyond the means of the average boy who is
prepared to save his pocket-money. It is better to purchase only a
small kit at first, and then to add to it from time to time, until the
complete outfit is obtained.
Good tools may be purchased at nearly every hardware shop or
general store throughout the country. For ordinary work you will
require a good rip and cross-cut saw, with twenty and twenty-four
inch blades, respectively; a claw-hammer, and a smaller one; a
wooden mallet for chisels, and to knock together the lap joints of
wood; a jack and a smoothing plane; a compass-saw; a brace and
several sizes of bitts, ranging from a quarter to one inch in diameter;
a draw-knife; a square; awls; pliers; a rule; several firmer-chisels,
and a screw-driver. There are many other useful tools, but they may
be added as they are required.
It is a difficult matter to instruct a boy, by written description, how
to handle tools; and rather than attempt it, I should advise the young
workman to watch a carpenter at his work. Most carpenters are quite
willing to have you follow their movements, and many of them will
even offer advice, if they see that you are really interested. But
remember that a good workman never likes to have a boy meddle
with his tools, and you should not ask foolish or unnecessary
questions.
Perhaps there is a carpenter’s shop near your home in which the
owner may let you work occasionally (if you keep out of his way),
and where, in the atmosphere of the craft, you will make faster
progress than you can possibly do at home with no one to tell or
show you how things should be done.

The Work-bench

One of the indispensable pieces of equipment for the boy


carpenter is a good work-bench. The bench must be substantially
made, and provided with a planing-stop, a vise, and a drawer in
which to keep small tools, nails, screws, and the various odds and
ends that are employed in carpentry.
To begin with, obtain four spruce or white-wood sticks, three
inches square and thirty-six inches long, planed on all sides. These
are for the legs. You will also need two pieces of clear pine, or white-
wood, three feet long and six inches wide, and two more the same
length and three inches wide. These pieces should be one and an
eighth inches thick, and planed on all sides and edges.

Fig. 1. Fig. 2. Fig. 3. Fig. 4. Fig. 5.

Lay two of the legs on the floor, three feet apart, and join the ends
with one of the six-inch strips. Six inches up from the free ends
fasten a narrow strip, as shown in Fig. 2 A. This finishes one of the
end supports. Flat-headed iron screws, two and a half inches long,
should be used for the unions, and a tighter joint may be secured by
also using glue.
Prepare, in similar fashion, the other pair of legs, and, with two
pieces of clear pine, or white-wood, five feet long, eight inches wide,
and seven-eighths of an inch thick, bind the four legs together, as
shown in Fig. 3. You should allow the boards to project six inches
beyond the legs at both ends. These pieces are the side-rails, or
aprons, and they should be securely fastened with glue and screws
to the upper end of each leg.
At the back of the bench arrange two braces of wood, three inches
wide and seven-eighths of an inch thick, as shown in Fig. 3. Bevelled
laps are to be cut in the side of two legs, as shown in Fig. 2 B, into
which the ends of the strips will fit flush. The upper ends of the strips
are to be mitred (cut at an angle), and attached to the inside of the
apron, as shown in Fig. 3.
For the top of the bench use clear pine planking not less than one
inch in thickness. This should be fitted closely together, and fastened
to the cross-pieces with stout screws.
From hard-wood a piece should be shaped for a vise-jaw thirty-two
inches long, three inches wide at the bottom, and seven inches wide
at the top. Near the bottom of the jaw an oblong hole should be cut
to receive the end of a sliding piece, which in turn is provided with
several holes for a peg to fit into. A corresponding oblong hole is cut
near the foot of one leg, through which the piece containing the
holes will pass. This last regulates the spread of the jaw. This
construction may be seen in Fig. 4, and its final position is shown in
the illustration of the finished bench (Fig. 1).
Near the top of the jaw a hole is cut to receive the screw that is
turned with the lever-stick to tighten the jaw. A bench-screw may be
purchased at any hardware store, and fitted to the work-bench. If it
should prove too much of an undertaking for the youthful workman, a
carpenter will put it in place at a trifling cost. The wood screws are
the cheapest, but the steel ones are the most satisfactory, and will
cost about one dollar for a small one.
From the apron (at the front of the bench) a piece should be cut
fifteen inches long and six inches wide. This opening will admit a

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