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Realização:

Breaking
A dança que também
é esporte
Este conteúdo está relacionado à BNCC!
➢Competências Gerais:
✓ Conhecimento
✓ Repertório cultural
✓ Cultura digital
✓ Autoconhecimento e autocuidado
✓ Empatia e cooperação

➢Educação Física:
✓ Unidade temática de esportes e de danças

Objetivos
1. Origem e evolução do breaking
2. Principais movimentos da dança
3. Formato das competições
4. Propostas de atividades para levar o
breaking para a escola
Pontapé Inicial

Breaking é o nome dado a um estilo de dança


urbana que saiu das periferias dos Estados Unidos
para os Jogos Olímpicos de Paris, 2024. A nova
modalidade olímpica mistura dança, esporte e estilo
de vida numa única atividade.
O breaking surgiu na periferia dos Estados Unidos em
1973 e chegou ao Brasil em 1980. Estudar a origem e
a evolução dessa dança é abrir as portas para tratar
de temas como preconceito, racismo e respeito pela
cultura da periferia. Vem dançar com a gente!
1. Como tudo começou
Breaking
Aula 1 Capítulo 1 Como tudo começou
A dança que também é esporte

O breaking está diretamente ligado ao hip


hop, corrente musical que surgiu nos
Estados Unidos na década de 1970.
Os primeiros registros desse estilo de
dança datam de 1973 e era muito comum
entre jovens afrodescendentes e latinos
que frequentavam as festas promovidas
pelo DJ Kool Herc.
Isso mesmo! Diferente do que muitos
acreditam, o breaking não surgiu nas ruas!
Breaking
Aula 1 Capítulo 1 Como tudo começou
A dança que também é esporte

Origem do nome

O repertório básico usado pelo DJ Kool Herc


(foto) era funk e música latina. Nestas
músicas, havia sempre um trecho curto,
mixado pelo DJ, que levantava o público por
ser mais forte que o restante da música.
Esse trecho era conhecido como “break”.
O DJ Kool Herc percebeu que os breaks
faziam muito sucesso com o público e
decidiu aumentar sua duração.
Usando dois toca discos simultaneamente,
passou a repetir a parte do break várias
vezes, passando sua duração de 30 segundo
para 3 minutos ou mais.
Breaking
Aula 1 Capítulo 1 Como tudo começou
A dança que também é esporte

As rodas

Nos momentos de break, as pessoas se


soltavam mais, criando movimentos diferentes,
fortes e que demonstravam as habilidades de
cada um. Inspirados em movimentos de outras
danças, os irmãos gêmeos Kevin e Keith Smith
fizeram uma mistura de passos e criaram uma
nova forma de expressão corporal. Eles também
foram os primeiros a fazer movimentos no chão.
Surgiram rodas abertas para que cada um
pudesse mostrar suas habilidades. As disputas
entre dançarinos eram um reflexo da rivalidade
existente entre as gangues de rua. Daí nasceu a
essência do breaking, as batalhas de dança.
Breaking
Aula 1 Capítulo 1 Como tudo começou
A dança que também é esporte

• Os rapazes que dançam breaking são chamados de Break-


Boys ou B.Boys. E as moças, são chamadas de Break-
Girls ou B.Girls.
• Nas décadas de 1970 e 1980 surgiram outras danças
urbanas, também derivadas do funk: locking, popping e
boogaloo. Estas danças são originárias da Califórnia, Estados
Unidos. O sucesso dessas danças e do breaking foi tanto que
todas elas foram chamadas de breakdance pela mídia.
• É preciso esclarecer que, apesar de terem origem no mesmo
estilo musical, são danças diferentes. Existem diversos
filmes e documentários que ensinam a terminologia e
contam a história de cada uma dessas danças. “Beat Street”,
“Breakdance”, “Flash Dance”e “Delivery Boys” são exemplos
de filmes de sucesso baseados no breaking.
Breaking
Aula 1 Capítulo 1 Como tudo começou
A dança que também é esporte

No final dos anos 1980, surgiram as primeiras


competições de breaking.
Com a evolução, passaram a ser organizados
eventos locais, nacionais e mundiais, como o
IBE (International Breaking Event), cuja última
edição foi realizada na Holanda em 2019.
A exemplo do que aconteceu com o skate e o
surfe nos Jogos de Tóquio 2020, o Comitê
Olímpico Internacional tomou a iniciativa de
incluir o breaking nos Jogos de Paris 2024 com
o intuito de se aproximar do público jovem.
Breaking
Aula 1 Capítulo 1 Como tudo começou
A dança que também é esporte

! A inclusão do breaking nos Jogos Olímpicos é um


importante marco para a cultura urbana e para o
movimento hip hop. Representa um saldo positivo
para a dança, ampliando a visibilidade do breaking e
de sua comunidade. Além disso, também representa
um reconhecimento no meio esportivo, já que, para
muitos, dança não é esporte.
Nesta matéria do Jornal da Record, você confere
como estão sendo planejadas as provas nos Jogos
de Paris e como a comunidade breaking está
enxergando a inclusão da dança no evento de 2024.
2. O breaking no Brasil
Breaking
Aula 1 Capítulo 2 O breaking no Brasil
A dança que também é esporte

O breaking chegou ao Brasil na década de


1980, junto com a cultura hip hop.
Assim como aconteceu nos Estados
Unidos, o movimento hip hop e o breaking
foram rapidamente absorvidos pelas
periferias das grandes cidades.
Incialmente, os B.Boys e as B.Girls
brasileiras consumiam muito material
vindo dos Estados Unidos e seguiam os
mesmos ideais. Mas, com o passar do
tempo, o breaking brasileiro desenvolveu
algumas características próprias.

Back Spin Crew, grupo mais antigo de breaking do Brasil,


no Metrô São Bento
Breaking
Aula 1 Capítulo 2 O breaking no Brasil
A dança que também é esporte

São Paulo foi a primeira cidade brasileira a


testemunhar a explosão do breaking. E o
pernambucano Nelson Triunfo (foto),
considerado o Mestre do Hip Hop no Brasil, é
um dos responsáveis pela difusão do breaking
em solo brasileiro.
Ele se mudou para São Paulo no final da
década de 1970, com o intuito de viver da sua
dança, da sua arte. Nelson dançava na Rua 24
de Maio e, com o tempo, começou a ser
reconhecido pelas pessoas. Muitos se
juntaram a ele, contribuindo para difundir a
cultura do hip hop e o breaking.
Breaking
Aula 1 Capítulo 2 O breaking no Brasil
A dança que também é esporte

• O breaking e toda a cultura que o sustentava eram alvos de


Insira o texto aqui
preconceitos por parte das elites brasileiras. As festas eram
comumente interrompidas e suspensas por policiais, que
alegavam restabelecimento da ordem para suas abordagens.
• Assim como aconteceu nos Estados Unidos, a explosão
midiática da dança urbana mudou um pouco a forma como os
B.Boys e as B.Girls eram vistos na sociedade. O estilo de vida
foi reconhecido como cultura e não mais subcultura e as roupas
passaram a representar tendências de moda.
• Daí, o breaking evoluiu para a produção de grandes eventos,
festas e campeonatos. Um marco para o reconhecimento do
breaking como arte foi sua aparição na abertura da novela
Partido Alto, exibida na Globo em 1984.
Breaking
Aula 1 Capítulo 2 O breaking no Brasil
A dança que também é esporte

Atividade para o Ensino Médio

Aproveite a oportunidade para, junto com os professores de História e de Artes, estimular os alunos
do Ensino Médio a pesquisar sobre a origem do breaking e sua correlação com o movimento de
afirmação das periferias e de combate ao racismo.

Oriente a leitura dos seguintes textos para iniciar a conversa: “Breaking: a dança fundamental
da cultura hip-hop”, “Foi assim que aconteceu: a história do breaking no Brasil” e “Falamos
com Nelson Triunfo, o pai do hip-hop nacional”. As matérias e seus vídeos foram produzidos
pela Red Bull, um dos grandes patrocinadores mundiais do breaking.

Em seguida, junto com os professores de História trace uma linha do tempo, detalhando os
eventos históricos e o clima mundial das décadas de 1970 e 1980 tanto no Brasil como no
mundo. Peça que os alunos reflitam sobre como o breaking se integra nesse universo.

Por fim, oriente que os alunos, junto com os professores de Artes, expressem suas reflexões
sobre as periferias, os preconceitos sofridos por esta parcela da população, o racismo e o que
o breaking representa para estas pessoas. Os alunos podem produzir grafites, músicas,
poesias, cartazes, coreografias de breaking, vídeos ou podcasts.
Breaking
Aula 1 Capítulo 2 O breaking no Brasil
A dança que também é esporte

Você pode passar alguns dos filmes citados


ao longo desta aula para que seus alunos
compreendam o breaking como estilo de
vida.
Em “6 filmes e séries pra entender tudo
sobre breaking”, o time da Red Bull lista
mais algumas opções para que você e seus
alunos mergulhem neste universo e tenham
uma ampla visão do movimento hip hop e
da evolução do breaking.
Se não for possível passar estes filmes e
séries na escola, oriente que os alunos
assistam em casa e façam resenhas para
trocar com os colegas de turma.
3. Como funcionam as
competições?
Breaking Como funcionam as
Aula 1 Capítulo 3
A dança que também é esporte competições?

Os confrontos são realizados por meio da dança.


Existem disputas individuais, em duplas, em
trios ou em grupo (também chamado de crew).
Cada evento de breaking define seus próprios
critérios de avaliação. Entretanto, os seguintes
itens costumam aparecer como padrão no
sistema de avaliação:
✓ Musicalidade;
✓ Criatividade;
✓ Dificuldade dos movimentos;
✓ Sincronia com a batida;
✓ Limpeza dos movimentos;
✓ Mínimo de erros possíveis.
A lógica da avaliação é semelhante a utilizada
na ginástica rítmica.
Breaking Como funcionam as
Aula 1 Capítulo 3
A dança que também é esporte competições?

• Estipula-se um tempo para as apresentações e nem


sempre o atleta escolhe a sua música.
• É muito comum que o DJ seja o responsável por tocar
músicas relacionadas ao universo do hip hop, do rap e dos
breakbeats.
• As competições costumam acontecer em formato
pirâmide, com eliminatórias desde a primeira rodada. Em
alguns formatos, é considerado vencedor aquele que
ganha 7 batalhas consecutivas.
• Em Paris 2024, haverá apenas competições individuais
masculinas e femininas. O DJ fará parte das regras, sendo
o responsável por escolher a música de cada batalha.
Haverá um número pré-determinado de rounds, variando
de acordo com a fase da competição.
4. Movimentos clássicos
Breaking
Aula 1 Capítulo 4 Movimentos clássicos
A dança que também é esporte

O breaking é composto por alguns movimentos básicos:

Top Rock Footwork


Normalmente usados na São os movimentos que os dançarinos fazem com o pé,
introdução da dança. É a parte normalmente no chão, alternando o apoio de mãos e a
em pé do breaking, também movimentação de pernas. É um movimento exclusivo do
chamado de passos no alto. breaking e bem característico do esporte. Os dançarinos
costumam dizer que, se não tem chão, não é breaking.
Breaking
Aula 1 Capítulo 4 Movimentos clássicos
A dança que também é esporte

Power Moves ou Spin Moves Freezes


São os giros contínuos do breaking, São os movimentos congelados,
movimentos bastante atrativos para o geralmente utilizados para finalizar a
público, que requerem bastante treino para dança ou pausar num momento onde a
sua execução. música é mais marcante.
Breaking
Aula 1 Capítulo 4 Movimentos clássicos
A dança que também é esporte

Os movimentos do breaking estão passando


por uma padronização para que os sistemas
de avaliação e de pontuação das
competições sejam semelhantes entre si.
Por conta disso, alguns movimentos ainda
não foram categorizados, como por exemplo
flips, tricks e transitions.
Outro ponto importante é que o dançarino
pode incluir movimentos inéditos ou de
outras danças em sua performance, como
parte da criatividade.
Breaking
Aula 1 Capítulo 4 Movimentos clássicos
A dança que também é esporte

“Os passos fundamentais do breaking são Top Rock,


Footwork e Freezes. Além disso, em uma
competição de breaking, a regra principal é o
respeito ao adversário: não se pode tocar no
oponente, devendo-se respeitar o tempo estipulado
para a batalha acontecer. Portanto, para além da
parte física, a aprendizagem é sobre disciplina e
respeito ao próximo.”
Luís Frabetti (foto), também conhecido como Major,
competidor brasileiro de breaking há mais de 15 anos.
5. Breaking na escola
Breaking
Aula 1 Capítulo 5 Breaking na escola
A dança que também é esporte

Primeiros passos

Você pode levar para todas as suas turmas do Ensino Fundamental e do Ensino Médio os movimentos
básicos do breaking. Como se trata de uma dança, vamos indicar uma sequência de vídeos com passos,
movimentos e dicas para você orientar seus alunos a incluir seus estilos em cada performance:

A Schook Dance é uma escola de dança e publicou uma sequência com mais de 15
vídeos com os principais movimentos do breaking. Vale a pena conferir, os vídeos
são curtos e bem detalhados.

Brown Andrade e Dany Brown são professores de dança e ensinam breaking para
iniciantes numa sequência de três vídeos contendo passos de top rock, footwork e
baby freeze.

Em 2021, o B.Boy Maykiing promoveu uma Oficina de Breaking na Escola Estadual


Cacilda Braule Pinto, em Manaus. No vídeo, você confere algumas sequências de
passos que podem ser utilizados para compor uma coreografia.
6. Benefícios do breaking
Breaking
Aula 1 Capítulo 6 Benefícios do breaking
A dança que também é esporte

O breaking é uma atividade aeróbica de alta intensidade, podendo ser comparado com um treino
de HIIT. Além disso, é capaz de proporcionar maior consciência corporal, desenvolvendo equilíbrio,
coordenação motora, percepção espacial e o gosto por desafios.
Outros benefícios do breaking são:

Como gasta mais de 300 calorias O dançarino mexe com A dança promove a
em 1h de prática, o breaking todo o corpo durante a interação social e a sensação
colabora para a manutenção de dança, melhorando sua de bem-estar, aumentando a
um peso saudável e o força, flexibilidade e autoestima, autoconfiança e
fortalecimento cardiovascular. linguagem corporal. favorecendo a saúde mental.
Breaking
Aula 1 Capítulo 6 Benefícios do breaking
A dança que também é esporte

O trabalho com o breaking favorece o desenvolvimento


das seguintes competências socioemocionais previstas
na BNCC:
➢ Conhecimento: correlação do breaking com
períodos históricos.
➢ Repertório cultural: conhecimento do breaking
como expressão cultural e estilo de vida.
➢ Cultura digital: uso de mídias para aquisição de
conhecimento e fonte de pesquisa.
➢ Autoconhecimento e autocuidado + Empatia e
cooperação: reconhecimento das potencialidades e
dificuldades de cada um, respeito ao adversário
durante as batalhas.
Conclusão

O breaking traz diversos benefícios físicos e mentais


para os B.boys e B.girls que o praticam. Sem contar
com o conhecimento, a cultura e as possibilidades de
identificação que o movimento hip hop e o próprio
breaking representam.
Que tal preparar algumas aulas misturando dança,
batalha e bate-papo? Você pode se surpreender com a
performance de alguns alunos e, quem sabe, descobrir
novos talentos!
Título: Breaking: A dança que também é esporte
Ficha catalográfica
Assunto: Origem e evolução do breaking, como levar o breaking para a escola
Palavras-chave: breaking, breakdance, Paris 2024, cultura
Imagens: Globo Esporte / Breaking World / Red Bull / Exame / FlatIcon
Versão: Dezembro/2022
Produção: Impulsiona / Instituto Península

www.impulsiona.org.br

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Créditos

Instituto Península: Equipe Impulsiona:

Vanderson Berbat
Heloisa Morel (Diretora Executiva)
Eduardo Butter
Felipe Belo
institutopeninsula.org.br
Rita Galdino
Sirlene Alves
Verônica Fonseca

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