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2008
UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
2008
FRANCINE BEZERRA DOS SANTOS
BANCA EXAMINADORA
1 INTRODUÇÃO
2 A TELEVISÃO
3 O QUE É JORNALISMO
formada por um artigo somente, escrito na primeira pessoa e na forma de uma carta
ao imperador. Seu objetivo era intervir no debate político e propor medidas
constitucionais. A malagueta se tornou o jornal mais popular do Rio, com cerca de
500 assinaturas – à época, equivalente a milhões. Mesmo sendo um jornal
extremamente crítico ao governo, pois era independência total de Portugal, A
Malagueta usava o bom senso.
Com artigos um tanto “quentes”, o Malagueta foi o primeiro jornal a
sofrer censura. Como conseqüência de uma publicação no dia 5 de junho de 1823,
em que fez diversos ataques a José Bonifacio, May foi vítima de espancamento.
Puseram uma pimenta em sua boca e o obrigaram a mastigar. May levou alguns
meses para se recuperar quando voltou a trabalhar tinha uma visão política
renovada. É o que todos pensavam...e queriam.
Ao terminar esse texto quero informar que esse texto foi retirado de um
artigo na internet chamado Canal da Imprensa, com o titulo de Imprensa Apimentada
escrito por Vanessa Candia, no qual tirou os seus dados históricos nos livros Insultos
Impressos – A guerra dos Jornalistas na Independência, de Isabel Lustosa, e
História da Imprensa no Brasil, de Nelson Werneck Sodré.
O próprio apresentador do programa CQC já fazia um jornalismo
diferente, Marcelo Tas é muito conhecido pelo seu personagem Ernesto Varela. Um
repórter fictício que ironizava personalidades políticas da época. Ficou célebre e
entrou para a história com a sua pergunta direta a Paulo Maluf que, surpreso, virou
as costas e deixou a sala em que estavam:" Muitas pessoas não gostam do senhor,
dizem que o senhor é corrupto. É verdade isso, deputado?".
Também ficou famosa a briga que teve com o então dirigente da
Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e deputado Nabi Abi Chedid, nos
bastidores da Copa do Mundo de 1986. “Qual vai ser a sua próxima jogada?
O personagem é considerado o "pai" do Repórter Vesgo (Rodrigo Scarpa),
personagem do programa Pânico na TV que também faz sucesso ao abordar
celebridades e anônimos em festas e eventos com perguntas politicamente
incorretas (mas sem o mesmo viés político de Varela).
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4 HISTÓRIA DO CQC
Sigla do programa
Logotipo do programa
A “trupe” do CQC
GÊNERO
brasileiro, no quadro Proteste já, que é o nosso objeto de estudo, é sim demonstrado
um jornalismo sério, preocupado, não há humor, existe no caso, perguntas
desafiadoras, que tentam realmente “cutucar” , a pessoa que está sendo
entrevistada, que realmente quer escancarar. No meio da analise podemos notar,
que existe muita propaganda de seus patrocinadores, pois a cada chamada de um
novo quadro era mostrada antes alguma propaganda como Pepsi, Skol, etc. Vale
lembrar que nenhum programa sobrevive sem os patrocinadores, vendo pela forma
mais critica, existe uma coisa chamada programação, há muitas redes que planejam
o horário de seus programas, como planejam os seus quadros, para que publico
alvo quer alcançar, e é claro a preocupação com o Ibope.
Walter Clark, executivo da televisão brasileira definiu bem isso, em uma frase:
“TV não é programa, é programação”.
Aronchi também definiu que estavam surgindo gêneros novos, e que para
definir um programa era necessário achar a sua essência, da produção ao publico –
alvo e também que estão surgindo novos gêneros que se misturam, entre eles
então entretenimento e jornalismo e humor. Na analise feita do programa CQC do
dia 22 de setembro de 2008 podemos também perceber que como eu já havia
falado, o programa contem quadros de entretenimento, jornalismo, humor e que no
entanto todos os quadros, até mesmo aqueles mais fúteis, tem uma coisa em
comum, a linguagem que todos usam, o modo como falam, e o que sempre tentam
esperar que aconteça, ou seja, em todos os quadros, o modo como eles falam, e eu
estou incluindo os apresentadores também, é uma linguagem ao mesmo tempo
ácida, incomoda para quem está recebendo a pergunta. É como se a todo momento
eles tivessem fazendo piadas “tirando sarro” as vezes mais sério e as vezes só por
diversão. O pai da psicanálise Freud disse uma vez que: “ Ninguém se contenta em
fazer um chiste para si”. Ou seja, segundo Marcelo Tas, uma piada precisa,
minimamente de dois interlocutores: o que fala e o que escuta.
John Deely diz: “A linguagem como rede objetiva é parte de um todo maior de
relações objetivas. A rede lingüística se alimenta da estrutura da experiência como
um todo e é transformado por ela em sua irredutibilidade ao ambiente físico” (p. 38).
Encerro minha análise do programa com uma frase do próprio Marcelo Tas ao falar
do CQC e com uma doutora em lingüística chamada Helena, ao falar do CQC , a
citarei pelo fato dela definir exatamente o que é o humor: “O homem público existe
para o humorista com metáfora, como símbolo. Essa lógica vai ao encontro da
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proposta do CQC. Isso fica bem claro quando ao final de cada programa, Tas se
despede do público com a frase “eles estão a solta, mas nós estamos atrás”. Afirma
Helena para um artigo – Humor Eficiente, entrevista fornecida ao portal Imprensa.
Tas diz que “[...] é um gênero muito dificil, porque se pode cair no engraçadinho, no
fútil. É um fio de navalha”. Marcelo Tas em entrevista fornecida ao portal Imprensa.
José Marques de Melo, grande jornalista, tem uma coleção de livros que leva
o seu nome, dentre eles A opinião no jornalismo brasileiro, obra bastante
reconhecida no campo jornalístico brasileiro. O estudo dessa obra nos foi importante
para reconhecer o CQC também como uma categoria do jornalismo.
Segundo Melo, “[...] o jornalismo se articula necessariamente com os veículos
que tornam públicas suas mensagens, sem que isso signifique dizer que todas as
mensagens ali contidas são de natureza jornalística” (p.12). Para ele, “[...] o
jornalismo atém-se ao real, exercendo um papel da orientação racional” (p. 13).
“A chave para apreender a identidade de seu objeto ele a encontrou na
conjugação das quatro características exigidas como parâmetros da “totalidade
jornalística”: periodicidade, universalidade, atualidade e difusão” (p.14).
Quatro elementos que o CQC dispõe, principalmente no quadro Proteste já,
entendendo que, para Melo, universalidade é “[...]uma sintonia com os desejos e as
reações da coletividade” (p. 16). Melo cita também Fraser Bondque dá outras quatro
características principais para o jornalismo ao dizer que “O jornalismo tem quatro
razões de ser fundamentais: informar, interpretar, orientar, entreter [...]” (p. 27). E
entreter é a principal característica do CQC, mas não deixa a desejar nas outras.
O CQC é diferente de outros tipos de jornalismo, mas Melo afirma que:
“[...]cada processo jornalístico tem suas próprias peculiaridades, variando de acordo
com a estrutura sócio-cultural em que se localiza[..]” (p. 15).
O autor conta que “ [...] fica evidente a natureza eminentemente política que
o jornalismo assume desde o seu nascimento como processo social” (p. 20). Nessa
situação, o Proteste já se enquadra como jornalismo pois, tem um processo social e
político muito forte, independente da narrativa humorística que ele utiliza. “Cada
processo jornalístico tem sua dimensão ideológica própria, independente do artifício
narrativo utilizado” ( p. 24). [...] predominam essas duas características no jornalismo
– o informativo e o opinativo – contemporaneamente elas convivem com categorias
novas que correspondem às mutações experimentadas pelos processos jornalísticos
[...]” (p. 26).
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inteligente, que fala o que pensa, que tem liberdade para se expressar. Em uma
entrevista concedida para nós, em que o entrevistado era o Rafinha Bastos, eu lhe
fiz uma pergunta sobre como ele via o programa CQC nisso, pois a industria cultural
imbeciliza, aliena as pessoas e o programa ao mesmo tempo que trás o
entretenimento também esclarece, e ele me respondeu que existem coisas que
imbecilizam e outras que não, e aos olhos dele, ele acha que a televisão tem um
papel muito importante, esclarecendo a população através da comédia, através do
jornalismo e é isso que ele diz estar fazendo com o CQC.
E enquanto a industria cultural, tomarei emprestada a frase de Teixeira
Coelho “Encontrar o caminho e o passo certo nesse fio de navalha é tarefa tão árdua
quanto, parece, necessária” (p.97).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1998.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u389402.shtml. Acesso em :
20/08/2008.
ANEXOS
Patrícia: Então, o Adorno fala da Indústria cultural, ele acredita que a Indústria
cultural imbeciliza, aliena as pessoas, como você vê o CQC nisso, pois o CQC
mostra o entretenimento mas também esclarece?
Rafinha: Olha eu acredito que o Adorno não diga exatamente isso, ele não
pode ser tão geral assim, existem certas coisas da cultura de massa que realmente
imbeciliza e outras coisas que não imbecilizam. Acho que em qualquer lugar existem
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livros que imbecilizam também e existem livros que trazem cultura. Acho que não dá
pra ser tão radical assim, que a televisão tem um papel muito importante,
esclarecendo a população, através do jornalismo, através da comédia, através do
quer que seja, eu acho que é isso que a gente faz na Band, e é isso que a gente “tá”
fazendo com o CQC.
Patrícia: No quadro Proteste já, tem algum quadro que você gostou mais, que
você achou que aquilo era mesmo o que significava o Proteste já?
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Rafinha: Acho que todos aqueles Proteste que já tiveram a resposta positiva,
que no final tiveram suas resoluções e que a gente mostrou que o problema foi
resolvido, são sempre muito bacanas.