Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
William Gilbert
William Gilbert
Gilbert e os ímãs
Mas voltemos a Gilbert. Uma de suas referências parece ter sido uma
carta de Petrus Peregrinus, datada de 1269, conhecida como Epistola de
Magnete . Sobre esse personagem, pouco se sabe, além do fato de que
provavelmente se chamava Pedro e que deveria ser uma espécie de
peregrino. Acredita-se que ele tenha sido uma espécie de engenheiro militar
do exército da Sicília. Nesta carta, Pedro descreve as propriedades da
magnetita, fala pela primeira vez em pólos magnéticos e mostra conhecer o
fato de que um ímã dividido em duas partes conserva os dois pólos. Isso é
um fato curioso que você provavelmente já deve ter ouvido falar. Se alguém
quebra um ímã ao meio, cada pedaço resultante terá ele mesmo um pólo
norte e um pólo sul.Em outras palavras, é impossível separar os pólos de
um ímã. E você me pergunta: por quê? E eu lhe respondo: calma,
chegaremos lá.
Mas não se apresse em fazer coro a Gilbert, Asterix e Obelix: "são loucos estes romanos
...". As idéias das partículas de Lucrécio, abandonadas desde o século XVI e
definitivamente enterradas no século XIX por Faraday e seus amigos vão ressurgir em
um contexto totalmente novo, no século XX, pelas mãos do genial Feynman, no que
chamamos de eletrodinâmica quântica, mas isso é outra história ... O importante é que
Gilbert não se contentou com o plano das idéias: tudo teria que ser baseado na
experimentação e, vale dizer, a moderna eletrodinâmica quântica é tão importante
porque é baseada na experimentação, ao contrário das idéias de Lucrécio.
E quais foram as experiências de Gilbert?
Uma das coisas que Gilbert fez foi utilizar agulhas magnetizadas para mapear a atração
de ímãs de diversos formatos. As ilustrações abaixo, que se encontram em seu livro,
mostram alguns resultados por ele obtidos.
Os modernos pilotos de aeronave utilizam pelo menos duas de
suas descobertas: Mergulho Magnético e Variação Magnética de
uma bússola.