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O Malmequer -Infantário e Centro de Estudos, Lda.

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Projecto Curricular de Escola

Amar e Respeitar a Natureza

2008/2009
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Projecto Curricular de Escola: Aprender a Respeitar a Natureza

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1. Quem Somos?

1.1 Caracterização do Meio Envolvente

. Enquadramento Geográfico

. Localização na cidade

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Fig.1 Mapa do Distrito do Porto

O Concelho de Marco de Canaveses é uma cidade portuguesa situada no


Distrito do Porto, região do norte e sub-região do Tâmega, nasceu em 1852, por
decreto de D. Maria II.
Aglutinando os antigos concelhos de Benviver, Canaveses, Soalhães,
Portocarreiro, parte dos Gouveia e Santa Cruz de Riba Tâmega, é banhado pelo rio
Tâmega, que o atravessa de nordeste a sudoeste e pelo rio Douro, que limita o
concelho a sul.
É Sede de um Município com 202,02 km² de área e 53961 habitantes (2004),
esta subdividido em 31 freguesias de entre as quais destacamos a freguesia de Fornos
com uma área de 3.40 km2, tem vindo a registar um relativo crescimento
demográfico(3100 habitantes),e consequentemente uma densidade populacional
superior à média do concelho(911 hab/km2). A Santa Padroeira é a Sta. Marinha e a
festa em sua honra realiza-se tradicionalmente no 3º Domingo de Julho.
A nível de Património cultural na freguesia edificado temos:
Casa da Capela Velha, Solar de Mourões, Casa do Casal, Casa do Souto e
Cruzeiro.
É uma freguesia que sobrevive através das actividades económicas da região,
exemplo disso são a Indústria têxtil e a Agricultura. A sua história está relacionada

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com uma "villa " que aparece documentada já em 1066 e teria propriedades
demarcadas (com marcos de delimitação donde advirá o nome de Marco) entre as
paróquias de Tuías e S. Nicolau. No século XVI é chamada de Santa Marinha de
Fornos e andava anexa a São Nicolau de Canavezes. Pertenceu sucessivamente ao
Couto de Tuías, aos concelhos de Soalhães e Canavezes.
Serviços administrativos e económicos e no âmbito comercial quase 56% dos
empregados pertencem ao sector terciário. O secundário responsabiliza-se por cerca
de 38% do emprego gerado e o sector primário quase desapareceu, embora em 1991
ainda representasse 3% dos activos. Como freguesia da sede do concelho, não é de
estranhar que tenha repartições públicas e serviços especializados de apoio,
instalados área. Mas para além destes, funcionam também oficinas e outros ofícios
apoio às actividades económicas, pelo que não é necessário fazer grandes deslocações
para os obter. Essa realidade que naturalmente traz conforto a quem vive em Fornos,
é extensiva ao comércio no qual é possível encontrar de tudo, com diversidade e
qualidade. Fornos usufrui de rede de distribuição de água ao domicílio com cobertura
a 100% e ainda de uma rede praticamente completa de saneamento básico.

A freguesia é bem servida de vias de comunicação e a situação de relativo


afastamento que tinha no passado, foi alterada para melhor nos últimos anos com a
proximidade da A4. Tem bons acessos viários e regulares carreiras de transporte. Os
acessos por caminho de ferro são igualmente acessíveis e próximos.
Na área do ensino, funcionam diversos estabelecimentos para o ensino pré – escolar,
duas escolas para o ciclo do ensino básico, uma escola E.B. 2-3 e uma escola
secundária. A saúde tem ao serviço da população um Hospital pertencente à Santa
Casa da Misericórdia e um Centro de Saúde com várias especialidades e a população
pode também recorrer aos serviços médicos particulares.
O Apoio e a Solidariedade Social é prestada por um lar da terceira idade.
Os equipamentos disponíveis para a prática desportiva são vários, tendo quatro
piscinas (duas para crianças e duas para adultos), um pavilhão Gimnodesportivo, um
Parque de Jogos, dois Campos de Ténis e um Campo de Tiro. No capítulo da Cultura e
Lazer funciona uma Biblioteca Pública, uma Unidade Museológica, várias Salas de
Espectáculos, Exposições e Conferências, um Grupo Musical e existe ainda Imprensa e
Rádio locais a funcionar.
Como motivação fundamental para uma visita a Fornos, é obrigatório mencionar
não só a bela paisagem que se desfruta sobre o concelho do Marco de Canaveses, com
o Marão por cenário de fundo, como também a praia fluvial no rio Ovelha, no lugar da
Pontinha. Vem depois o agradável ambiente urbano e moderno que tem na sua nova
Igreja Matriz, da autoria de Siza Vieira, uma das obras mais visitadas por nacionais e
estrangeiros.
Não obstante esta modernidade procurada, ainda se não perderam por completo
os vestígios do meio rural de que Fornos é uma freguesia herdeira. O próprio nome de

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Fornos lembra o amassar e cozer tradicional do pão em fornos dos que já D. Mafalda
deixou em testamento, alguns deles, à Albergaria de Canaveses.
Mas é principalmente ao nível do património edificado que esse passado ainda se
torna presente.
O Solar dos Mourões em pleno centro da cidade, também conhecido por Casa da
Cancela Velha, foi construído no final do séc. XVIII e tem uma bela pedra de armas, a
Casa do Casal, igualmente brasonada e a Casa de Santo António, antigo solar dos
Sanhudos, onde havia uma capela e ainda existe um importante espólio heráldico.
Finalmente a capela que existe no Lar da Terceira Idade em Murteirados, é também
brasonada, mas veio para aqui trazida de Penhalonga.
Com este património, a paisagem do Marão, as águas da barragem em seu redor,
Fornos e Marco de Canaveses merecem que aqui se detenham os amantes do lazer e do
repouso. E tem um futuro assegurado no sector terciário, sempre que souber investir
nesta área e ao mesmo tempo respeitar o meio ambiente natural em que se insere e
que há-de ser o seu maior e principal capital.

A freguesia de Fornos em conjunto com as restantes 30 freguesias


(Alpendurada e Matos, Ariz, Avessadas, Banho e Carvalhosa, Constance, Favões,
Folhada, Freixo, Magrelos, Manhuncelos, Maureles, Paços de Gaiolo, Paredes de
Viadores, Penha Longa, Rio de Galinhas, Rosem, São Lourenço do Douro, São Nicolau,
Sande, Santo Isidoro, Soalhães, Sobretâmega, Tabuado, Torrão, Toutosa, Tuias,
Várzea do Douro, Várzea da Ovelha e Aliviada, Vila Boa do Bispo e Vila Boa de
Quires) constituem o concelho do Marco de Canaveses.

População do concelho de Marco de Canaveses (1864 – 2004)

1864 1900 1930 1960 1981 1991 2001 2004

23820 28188 32354 39270 46131 48133 52419 53961

O Município fica localizado na margem esquerda do rio Tâmega, é limitado a


Norte pelo município de Amarante, a Leste por Baião, a Sul por Cinfães, a Sudoeste
por Castelo de Paiva e a Oeste por Penafiel.

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A sede de concelho esteve em Canaveses até passar para Marco, assim


designado por se ter desenvolvido no lugar onde se juntavam os limites de três
freguesias; possui o seu perímetro circunscrito à freguesia de Fornos.
Está administrativamente ligado ao Douro Litoral e integrado na Região de Turismo da
Serra do Marão. Mas as afinidades anímicas das suas gentes são preferencialmente com as de
Entre-Douro-e-Minho: em ambos os lugares, o homem é realizador, criativo, empreendedor e
pluri profissional, tanto quanto laborioso e persistente.

Um relativo afastamento da principal via de comunicação entre o Porto e o interior


Transmontano, não constitui impedimento para que o concelho de Marco de Canaveses não
tivesse progredido notavelmente no plano económico, sem com isso perder o seu interesse
turístico - cultural. De facto, são essas duas valências: a prosperidade económica e a riqueza
turístico – cultural, que mais mobilizam a atenção de quem passa pelo concelho.

Concelho de inúmeros recursos naturais, tem nas indústrias extractiva e têxtil, as


principais fontes de riqueza.

Com um destino e uma vocação marcados pelos dois rios que o delimitam: o Douro e o
Tâmega, daí a expressão: "Entre o Douro e o Tâmega, onde começa o Marão". Esta condição
fluvial é favorável ao turismo baseado nos desportos e passatempos náuticos: a pesca
desportiva, a vela, o windsurf, a canoagem...

As albufeiras artificiais de Carrapatelo (no Douro) e do Torrão (no Tâmega) prestam-


se à maravilha para essas saudáveis actividades. O rio Douro é, além disso, uma ampla estrada

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líquida por onde circulam barcos turísticos, percorrendo um dos mais impressionantes
itinerários fluviais que é possível encontrar seja onde for.

Paisagisticamente, os rios complementam-se com a montanha, numa simbiose quase


perfeita. Quem, um dia, desceu uma das muitas estradas secundárias que levam ao Douro,
dificilmente esquece o momento em que, no desfazer de uma curva, o rio surgiu finalmente lá
no fundo - uma superfície preguiçosa, repousada, em vivo contraste com o ritmo agitado dos
acidentes da orografia. As serras da Aboboreira e de Montedeiras são uma sequência quase
ininterrupta de pontos de vista de pungente grandiosidade esmagadora. Além disso, a primeira
interessa no plano arqueológico: ali se encontram importantes vestígios pré – históricos,
nomeadamente antas e mamoas. Também no plano Cinegético ali foi recentemente criada uma
zona de caça turística, repartida pelos concelhos de Marco de Canaveses e Baião, fazendo
justiça á abundância de espécies.

A economia municipal assenta na agro-pecuária, silvicultura, indústria alimentar


e no turismo (restauração e hotelaria), destacando-se ainda o papel da administração
local e as actividades de prestação de serviços sociais, privados e públicos, fica
situado numa das zonas mais férteis da região do Douro litoral, onde os solos
favorecem a produção de vinhos verdes, azeite, fruta, castanhas e milho,
manifestando também um considerável desenvolvimento industrial, baseado na
transformação da madeira, mas também em alguma indústria extractiva e têxtil.
A cidade não é povoação muito antiga, mas perto fica o assento da antiquíssima
Canaveses, a que ainda se chama por vezes a "vila velha". O nome Canaveses evoca a cultura do
cânhamo (cannabis), para produção de uma fibra têxtil, sendo ainda bastante abundantes e
evidentes os vestígios de ocupação na época castreja e de romanização.

Terá sido D. Múmio Viegas, um dos ascendentes de Egas Moniz, quem expulsou
os mouros da região, a qual terá tido foral — de que não se conhecem nem o texto nem
a data — durante o reinado de Afonso Henriques. Certo é que estas terras pertenciam
ao mestre da ordem de Santiago e aqui se assinou a paz entre D. Pedro e o seu pai, D.
Afonso IV, em 1356.
O património edificado mais importante inclui o convento beneditino de
Alpendurada (fundado no século XII, foi reconstruído no século XVIII), De tempos
medievais, é de notar a apreciável coerência do românico. As igrejas de Tabúado,
Soalhães, Vila Boa de Quires e São Nicolau, bem como o seu pelourinho, são bons
exemplos destas edificações robustas e agarradas à terra, que tanto eram templos
como num aperto serviam de fortalezas. O bom granito que se explora na região foi
certamente factor de relevo na sua proliferação.
O rio Tâmega e a serra do Marão constituem os elementos mais significativos
ao nível do património natural.

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Existem vários dólmenes na área da Serra da Aboboreira que entra pelo


concelho, que podem ter até 3 ou 4 mil anos. A cultura castreja, mais recente, está
também documentada. Mas o mais relevante é a ocupação romana. Um local que merece
a nossa atenção e uma visita detalhada são as ruínas de Tongóbriga ( importantíssima
povoação romana, de que restam as termas, o forum, as zonas habitacionais e uma
necrópole), objectos de cuidadoso estudo e preservação, e que se encontram situadas
na estação arqueológica do Freixo, a sul de Marco de Canaveses, é uma das mais
importantes do país.

Pelo seu imprevisto e pelo seu excesso barroco, não podemos deixar de
mencionar um solar inacabado em Vila Boa de Quires, do séc. XVIII, a que o povo dá o
nome de Obras do Fidalgo. Mas uma das jóias arquitectónicas de Marco de Canaveses
é já - inesperadamente - do séc. XX: a Igreja de Santa Maria, com desenho de Siza
Vieira.
No concelho existem ainda as Caldas de Canaveses, com certo poder de
atracção pelas suas virtudes medicinais e pelo ambiente de sossego que proporcionam.
A gastronomia local assenta em dois pilares: o anho e, no seu tempo, a lampreia.
Ambos pedem o bom vinho verde da região. E o conjunto pede por sua vez um remate
com pão-de-ló ou cavacas.

1.2 Caracterização da População Escolar

1.2.1 Corpo Discente

O corpo discente, no início deste ano lectivo de 2007/2008, tem um total de 46


crianças. De seguida, poderemos observar como se encontram distribuídas as crianças
dos 3 grupos existentes.

Creche
Berçário: 2 crianças
Sala de 1 ano: 8 crianças Total: 17 crianças
Sala de 2 anos: 7 crianças

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Jardim de Infância/ Pré – escolar

Sala dos 3/4 e 5 anos: 20 crianças

Sala de Estudo: 9 crianças

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1.2.2 Corpo Docente e Não Docente

Seguidamente poderemos verificar como se encontram distribuídos os recursos


humanos pelos diferentes sectores

Creche

Berçário: 1 Auxiliar de Acção Educativa e um Enfermeiro

Sala de 1 ano/ Sala de 2 anos: 1 Educadora de Infância e 3 Auxiliares


de Acção Educativa

Jardim de Infância

• Sala dos 3anos: 1 Educadora de Infância e 1 Auxiliar de acção Educativa


• Sala dos 4 e 5 anos: 1 Educadora de Infância e 1 Auxiliar de acção Educativa

Sala de Estudo

• 1 Professora de Ensino Básico

Pessoal de Apoio

• 1 cozinheira ;
• 1 Auxiliar de Acção Educativa/ Cozinha

1.2.3 Órgãos de Gestão

Direcção Administrativa e Direcção Pedagógica

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1.3 Organização e Funcionamento

1.3.1 Horários Lectivos

Creche
Berçário Sala 1 e 2 anos
Acolhimento das Crianças 08h00 08h00

Lanche da Manhã 09h30

Tempo Lectivo 10h00

Almoço 11h30

Descanso 12h30

Lanche 15h30

Tempo Não Lectivo 16h00

Jardim de Infância

3 / 4 e 5 anos

Tempo Não Lectivo 07h30

1º Tempo Lectivo 09h00

Almoço 12h00

Descanso 13h00 ( 3 anos)

2º Tempo Lectivo 14h30 ( 4 e 5 anos)

Lanche 16h00

Tempo Não Lectivo 16h30

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Sala de Estudo
1º Tempo de Acompanhamento 09H00 - 12H00

Almoço 12H00 - 13h00

2º Tempo de Acompanhamento 14h00-16h00

Lanche 16h00

3º Tempo de Acompanhamento 16h00 – 19h00

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2. Justificação da nossa escolha

“Com os seus mistérios, a natureza atrai fortemente todas as crianças,


principalmente no momento, entre os 4 e os 6 anos, em que elas estão prontas para
descobrir o mundo e procurar uma curiosidade insaciável as respostas às suas
perguntas (…).

Ao conviver com os elementos da natureza as crianças enriquecem os seus


conhecimentos através da experimentação directa e da aprendizagem real. É por este
caminho que elas descobrem o mundo e formam conceitos.

Os ciclos da vida animal e vegetal, a relatividade dos conceitos de tamanho,


tempo e espaço; a íntima relação e dependência homem/natureza; os cuidados
necessários para que o ser humano usufrua dos benefícios que a natureza lhe
proporciona sem ser prejudicado por ele –eis alguns conhecimentos adquiridos através
da vivência prática” (FIGUEIREDO, M.: 63).

A criança sente curiosidade em descobrir e conhecer tudo o que lhe rodeia,

construindo assim o seu pensamento, a partir de uma aprendizagem significativa., ou

seja, relacionar o que já sabe com as novas informações. É este o tipo de

aprendizagem que pretendemos oferecer, permitindo que ela conheça, interprete,

utilize e essencialmente que valorize a realidade.

É sabido que o modelo de crescimento económico actual agudizou a problemática

do meio ambiente. Isto significa uma mudança de concepção do modelo de

desenvolvimento e da escala de valores que o sustentam e exige uma intervenção

educativa estruturada a partir da educação ambiental.

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Segundo De Bono “Num projecto tem-se como objectivo criar qualquer coisa que

tem uma função precisa. Neste sentido, o projecto dá-nos mais liberdade que a
resolução de um problema, porque, desde que o objectivo seja atingido, somos livres
para adoptar caminhos diferentes, estilos diferentes” (CASTRO, Lisete; RICARDO,
Maria, 1994:11).

Esta intervenção implica uma série de objectivos e conteúdos, cujos iremos

desenvolver através do nosso projecto ”Aprender a Respeitar a Natureza”. Importa

salientar que os conteúdos que intervêm na construção do conhecimento ambiental,

serão do tipo conceptual, comportamental e de atitude; e as estratégias

metodológicas das actividades, fundamentalmente de carácter interactivo, o que

significa dar à criança a disposição de sujeito exclusivamente activo no processo de

ensino/aprendizagem.

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2.1. Desenvolvendo um projecto…

A educação é parte fundamental de um projecto global em desenvolvimento,

visto que dela depende a formação dos indivíduos e consequentemente a preparação

de novas sociedades. Sendo assim, promover o desenvolvimento é acima de tudo uma

intenção. Segundo BRU e NOT (1987) o projecto concretiza precisamente essa

intenção, além disso “define um fim e prevê um certo número de meios para o atingir”.

Neste discurso, a educação, frequentemente identificada com o Sistema

Educativo, contribui para projectar e acrescentar as capacidades e qualidades das

crianças para um desenvolvimento que incida no respeito pelo outro, pelas relações

com o seu meio e os demais que partilham o seu “projecto de vida”, capacitando-as

para melhorar as suas condições de vida e participar autónoma e responsavelmente na

vida da sua comunidade e no mundo.

“Aprender a Respeitar a Natureza” tem assim uma função primordial na


consciencialização e compreensão dos problemas que afectam o meio ambiente, e no

nosso entender, tem como intenção instaurar uma nova ética de desenvolvimento, mas

também o objectivo de fomentar atitudes positivas em relação ao mesmo. Por

conseguinte, “a educação ambiental deveria desenvolver os conhecimentos teóricos e

práticos, os valores e atitudes que pudessem melhorar a qualidade de vida de todos os


habitantes, respeitando o equilíbrio do sistema com uma perspectiva de futuro”.

Pretendemos assim desenvolver a nossa acção para formar crianças civicamente

responsáveis e participativas na criação de uma ordem não só ambiental, mas também

social e económica. De uma forma geral, “Aprender a Respeitar a Natureza” será

uma experiência pedagógica que considera o ambiente como contexto socializador,

recurso didáctico facilitador e objecto de estudo e interesse. Significa melhorar o

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desenvolvimento de cada criança nos domínios do saber (no que diz respeito à tomada

de consciência e conhecimentos adquiridos), saber fazer (competências e atitudes

perante os factos a desenvolver) e saber ser (referentes a valores assimilados e à

ética).

Assim sendo, passamos a descrever uma série de objectivos gerais que

perspectivam o sucesso escolar e pessoal.

2.1.1 Objectivos Gerais

Fazer da Instituição um espaço onde as crianças se sintam felizes, com

oportunidade de experiências e vivências diversificadas

Aguçar o prazer por observar, conhecer e descobrir o mundo que nos rodeia;

Desenvolver a expressão e a comunicação através de linguagens múltiplas como

meios de relação, de informação, de sensibilização estética e de compreensão do

mundo;

Desenvolver atitudes de respeito a outras formas de vida;

Sensibilizar para a importância de proteger a natureza;

Desenvolver valores de cidadania e sentido ecológico;

Aprender por dedução fazendo descobertas através da investigação;

Despertar a curiosidade pelos outros e pelo meio ambiente;

Consciencializar as crianças acerca das agressões ao meio ambiente;

Envolver as crianças na problemática da sua qualidade de vida actual e futura;

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Proporcionar aprendizagens relevantes sobre o mundo animal, vegetal e mineral;

Proporcionar o contacto directo com a natureza;

 Desenvolver a capacidade de atenção e observação;

Criar uma sensibilização às ciências que desperte a curiosidade e o desejo de

aprender;

Sensibilizar para o respeito, organização e cuidado com a sala;

Enriquecer o vocabulário;

Estimular o trabalho em grupo e as atitudes de cooperação e liderança;

Relacionar-se com os outros e respeitá-los;

Alcançar um auto-conceito positivo, através do reconhecimento das suas

capacidades e da aceitação das suas limitações;

Adquirir progressivamente a autonomia;

Despertar a curiosidade e o pensamento crítico;

Promover a relação Escola/Família/Comunidade.

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2.2. O que vamos explorar?

Aprender a Respeitar a Natureza

A Brincar eu Descubro a Natureza … Bebés, 1 e 2anos

Vamos Preservar a Natureza… 3, 4 e 5 anos

2.2.1. Exploração do projecto

As diferentes actividades ligadas ao projecto irão acontecer de forma

oportuna e intencional nos diferentes momentos do dia e ao longo do ano lectivo. Estas

actividades serão individuais ou de grupo (s) e podem ser livres, semi-livres ou

dirigidas e passarão pela proposta das actividades mais comuns, tais como jogos,

canções, advinhas, histórias, poesias, composições, filmes e slides, bem como a

organização de:

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Registos gráficos - elaboração conjunta do grupo e do educador/professor, de um

quadro que ilustre uma determinada situação passada, presente ou futura. Estes

registos assentam em determinados critérios, servindo a oralidade e a escrita;

Colecção de fotografias e imagens - recolha de materiais tendo em vista uma

classificação de acordo com a proposta de grupo e/ou educador/professor, permitindo

ir ao encontro de diversos assuntos e da exploração de diversos vocábulos;

Visitas de estudo - a preparação, a visita e o relatório de visitas;

Construção de pequenos ateliers - construção de materiais didácticos, relacionados

com o projecto;

Sessões temáticas para pais - informação sobre o projecto.

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3. Áreas de Conteúdo:

Áreas de conteúdo:

 Formação Pessoal e Social

 Expressão e Comunicação

 Conhecimento do Mundo

Apoiam cada criança para que atinja níveis a que não chegaria por si só, facilitando uma
aprendizagem cooperada, que dá oportunidade a que as crianças colaborem no processo de
aprendizagem uma das outras.

• São consideradas de uma forma articulada - perspectiva globalizante - há uma


interligação entre as diferentes áreas de conteúdo.

• Contextualizadas num determinado ambiente educativo.

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• Perspectivam que o desenvolvimento e a aprendizagem, são vertentes


indissociáveis do processo educativo.

• Supõem a realização de actividades, dado que a criança aprende a partir da


exploração do mundo que a rodeia.

• Partem do nível de desenvolvimento da criança e da sua actividade espontânea e


lúdica, estimulando o seu desejo de criar, explorar e transformar, para
incentivar formas de acção reflectida e progressivamente mais complexa.

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3.1. Área de Formação Pessoal e Social

“A Formação Pessoal e Social integra todas as outras áreas, pois tem a ver com
a forma como a criança se relaciona consigo própria, com os outros e com o mundo,
num processo que implica o desenvolvimento de atitudes e valores, atravessando a
área de expressão e comunicação com os seus diferentes domínios e a área de
expressão e a área do conhecimento do mundo que também se articulam entre si. “
(Silva, 1997:49)

Procedimentos metodológicos:

 Exploração de histórias relacionadas com o meio ambiente, através das quais


as crianças vão aprendendo a tomar consciência de si e do outro;

 Visualização e recolha de imagens, símbolos entre outros, que permitam à


criança ver e compreender o que esta certo e o que está errado;

 Proporcionar um ambiente relacional e securizante, de modo a que o


contacto com a natureza, contribua para o seu bem estar e auto-estima;

 Envolver as crianças na aquisição de estratégias de descoberta de alguns


aspectos da natureza, de forma a estimular tanto a responsabilidade como a
cooperação;

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 Realização de algumas visitas de estudo no campo, pois constituem uma


oportunidade para despertar nas crianças o respeito pelos espaços
colectivos e pelos seres vivos;
 Distribuição de algumas tarefas pelas crianças, de modo a estimular tanto a
autonomia como a responsabilidade;

 Revisão de trabalhos realizados durante um período de tempo e observação


das diferenças e a sua evolução.

Competências

• Adquirir uma imagem ajustada e positiva de si próprio do meio natural


em que está inserida, identificando as suas características e
qualidades pessoais;

• Regular a participação nas diferentes situações comunicativas


(aguardar a sua vez de falar, ouvir e respeitar os outros…);

• Identificar o que está certo e errado, expressando ideias e opiniões


como justificação;

• Resolver conflitos afectivos;

• Cumprir as tarefas distribuídas;

• Cooperar nas actividades de grupo;

• Cuidar do meio ambiente;

• Apresentar e emitir opiniões sobre os trabalhos individuais ou de


grupo;

• Exprimir sentimentos de aprovação e reprovação dos trabalhos.

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Conteúdos:

• Auto-conhecimento;
• Respeito pelos outros;
• Cooperação;
• Amizade;
• Responsabilização;
• Autonomia;
• Educação ambiental;
• A natureza;
• Auto-revisão, auto-avaliação e auto-reflexão dos trabalhos.

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3.2. Área de Expressão e Comunicação

“A área de Expressão e Comunicação engloba aprendizagens relacionadas com


o desenvolvimentos psicomotor e simbólico que determinam a compreensão e o
progressivo domínio das diferentes formas de linguagem.” (Silva, 1997:56)
Esta é a única área em que se distinguiram vários domínios. Domínios que se
consideram dever estar intimamente relacionados porque todos eles se referem à
aquisição e à aprendizagem de códigos que são meio de relação com os outros, de
recolha de informação e de sensibilização estética, indispensáveis para a criança
representar o seu mundo interior e o que a rodeia.

3.2.1. Expressão motora

“O corpo que a criança vai progressivamente dominando desde o nascimento e


cujas potencialidades vai tomando consciência, constitui o instrumento de relação
com o mundo e o fundamento de todo o processo de desenvolvimento e
aprendizagem.” (Silva, 1997:58)

Procedimentos metodológicos:

• Realização de jogos que proporcionem ocasiões de exercício da motricidade


global;
• Diversificação de formas de utilizar e de sentir o corpo em contacto com a
natureza (trepar, correr e outras formas de locomoção);
• Manipulação de diferentes recursos naturais, dando ocasiões para que as
crianças possam receber e projectar, atirar e apanhar diferentes materiais,
utilizando as mãos e os pés;

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• Apresentação de histórias relacionadas com os seres vivos e não seres vivos


em que as crianças os imitarão realizando gestos e posturas
correspondentes;
• Realização de jogos de movimento com regras progressivamente mais
complexas, proporcionando ocasiões de controlo motor e de socialização, de
compreensão e aceitação de regras e de alargamento de linguagem;
• Realização de actividades físicas através de jogos, dramatizações e
brincadeiras, com o objectivo de proporcionar momentos agradáveis.

Competências:

• Utilizar e dominar melhor o corpo, de modo a sentir que há um controle


voluntário do movimento;
• Interiorizar o esquema corporal;
• Manipular diferentes objectos, utilizando os pés e as mãos;
• Realizar gestos e posturas correspondentes às histórias apresentadas;
• Interiorizar noções espaciais básicas;
• Compreender e aceitar as regras de jogo;
• Tomar consciência de condições essenciais para uma vida saudável.

Conteúdos

• Esquema corporal;
• Posturas;
• Noções espaciais básicas;
• Coordenação motora viso manual;
• Deslocamentos;
• Posições de equilíbrio;
• Lançamentos;
• Combinações de apoios variados.
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3.2.2. Expressão Dramática

“ A Expressão Dramática é um meio de descoberta de si e do outro, de


afirmação de si próprio na relação com o (s) outro(s) que corresponde a uma forma
de se apropriar de situações sociais. Na interacção com outra ou outras crianças,
em actividades de jogo simbólico, os diferentes parceiros tomam consciência das
suas reacções, do seu poder sobre a realidade, criando situações de comunicação
verbal e não verbal.” (Silva, 1997: 59)

Procedimentos metodológicos:

• Criar situações de expressão e comunicação que incluam diferentes formas


de dramatização, vivencias e experiencias das crianças adquiridas no
contacto delas como meio ambiente;
• Dramatização de histórias conhecidas ou inventadas que constituem ocasiões
de desenvolvimento da imaginação e da linguagem verbal e não verbal;
• Utilização de fantoches, de vários tipos e formas, que facilitem a expressão
e a comunicação, servindo também de suporte para a criação de pequenos
diálogos, histórias, etc.;
• Exploração de diferentes formas de deslocamento de alguns seres vivos;
• Experimentação de maneiras diferentes de produzir sons da natureza.

Competências:

• Exprimir situações da vida quotidiana através do corpo/voz;


• Inventar histórias e utilizar os recursos expressivos do corpo para
caracterizar as personagens;

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• Improvisar diálogos ou histórias com a ajuda de fantoches;


• Explorar diferentes formas de deslocamento;
• Reproduzir sons do meio ambiente.

Conteúdos:

• O jogo do faz de conta;


• Comunicação verbal e não verbal;
• Dramatização de histórias acções e situações;
• Caracterização das personagens;
• Fantoches;
• Histórias inventadas ou adaptadas;
• Sons do meio ambiente;
• Deslocamentos.

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3.2.3. Expressão Plástica

“As crianças exploram espontaneamente diversos materiais e instrumentos de


expressão plástica, mas há que ter em conta que, se algumas crianças chegam à
educação Pré-Escolar com uma grande experiência na sua utilização, outras não
tiveram essa oportunidade. Todas terão de progredir a partir da situação em que
se encontram.” (Silva, 1997:61)

Procedimentos metodológicos:

• Proporcionar às crianças a utilização de diferentes técnicas de expressão


plástica (desenho, pintura, colagem, rasgagem recorte, modelagem,
estampagem…);
• Recriar momentos de uma actividade, aspectos de uma história…, permitindo
uma retrospectiva do processo desenvolvido e de evolução das crianças e do
grupo através do seu contacto com o meio ambiente;
• Desenho e pintura de expressão livre;
• Exploração de diferentes materiais: elementos naturais, lãs, cortiças, barro,
vimes, tecidos, papel, jornal, etc., rasgando, desfiando, amassando,
modelando, dobrando…;
• Elaboração de composições através da colagem de diferentes materiais
rasgados, desfiados, cortados;
• Estampagem de elementos naturais entre outros;
• Modelagem de diferentes elementos naturais (terra, barro, areia…), tirando
partido da sua resistência e plasticidade.

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Competências:

• Utilizar diferentes técnicas de expressão plástica enquanto meios de


representação e comunicação;
• Passar para o papel momentos de uma actividade, aspectos de uma visita ou
de uma história;
• Desenhar e pintar livremente;
• Explorar espontaneamente diversos materiais e instrumentos de expressão
plástica;
• Desenvolver a imaginação e as possibilidades de expressão, utilizando
diferentes técnicas de expressão plástica.

Conteúdos:

• Modelagem;
• Pintura;
• Recorte;
• Colagem;
• Rasgagem;
• Estampagem;
• Desenho e pintura de expressão livre;
• Registos gráficos.

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3.2.4. Expressão Musical

“A Expressão Musical assenta num trabalho de exploração de sons e ritmos, que


a criança produz e explora espontaneamente e que vai aprendendo a identificar e a
produzir, com base num trabalho sobre os diversos aspectos que caracterizam os
sons: intensidade (forte e fraco), altura (grave e agudo), timbre (modo de
produção), duração (sons longos e curtos), chegando depois à audição interior, ou
seja, à capacidade de reproduzir mentalmente fragmentos sonoros.” (Silva, 1997:
63)

Procedimentos metodológicos:

• Exploração das características dos sons, seguindo as várias etapas: escutar,


identificar e reproduzir sons e ruídos da Natureza, entre outros;
• Trabalhar as letras das canções de forma a explorar o carácter lúdico das
palavras e criar variações da letra original;
• Utilização de instrumentos musicais para um melhor conhecimento do seu
funcionamento e dos seus sons e relacioná-los com sons do meio ambiente;
• Participação em coreografias elementares, inventando e reproduzindo
gestos, movimentos e passos, ao som e ritmo da música;
• Actividades que apelem ao acompanhamento musical do canto e dança;
• Audição de contos infantis gravados;

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Competências:

• Executar, identificar e reproduzir sons e ruídos da Natureza;


• Realizar jogos com canções, inventando novas letras e introduzindo novos
elementos;
• Utilizar diferentes instrumentos musicais, reconhecendo o som
característico de cada um e o modo de funcionamento;
• Dançar inventando e reproduzindo gestos, movimentos e passos ao ritmo da
música;
• Acompanhar canções com gestos e percussão corporal;
• Saber fazer silencio, permitindo ouvir e identificar o fundo sonoro que nos
rodeia.

Conteúdos:

• Sons e ruídos da Natureza;


• Canções;
• Jogos de palavras;
• Instrumentos musicais;
• Dança;
• Ritmo;
• Contos infantis gravados;
• Silencio.

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3.2.5. Domínio da Linguagem Oral e Abordagem à Escrita

“A aquisição de um maior domínio da linguagem é um objectivo fundamental


da Educação Pré-Escolar, cabendo ao Educador criar as condições para que as
crianças aprendam.
A capacidade do Educador escutar cada criança, de valorizar a sua contribuição
para o grupo, de comunicar com cada criança e com o grupo, de modo a dar espaço a
que cada um fale, fomentando o diálogo entre crianças e o seu desejo de
comunicar.” (Silva, 1997:66)
“Vivendo num meio em que contactam com a linguagem escrita, as crianças desde
muito pequenas, por volta dos três anos, sabem distinguir a escrita do desenho e
mais tarde, sabem também que uma série de letras iguais não formam uma palavra,
começando a tentar imitar a escrita e a reproduzir o formato do texto escrito.”
(Silva, 199:69)

Procedimento metodológico:

• Exploração do carácter lúdico da linguagem, brincar com as palavras,


inventar sons e descobrir relações (rimas, lengalengas, trava-línguas,
advinhas, etc.);
• Diálogo com as crianças, pois constitui ocasiões de comunicação diferentes:
narrar acontecimentos, reproduzir ou inventar histórias, debater em comum
as regras do grupo, negociar a distribuição de tarefas, planear oralmente o
que se pretende fazer e contar o que se realizou;
• Transmissão de mensagens em cadeia;
• Descrição e interpretação de imagens ou gravuras de um livro ou de qualquer
outro elemento;
• Registo do que as crianças dizem e respectiva análise;
• Contacto com diversos registos de escrita (livros, jornais, revistas,
calendários, quadros de presenças…).

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Competências:

• Participar em jogos de reprodução da literatura oral (reproduzir


lengalengas, trava-línguas, rimas…);
• Exprimir-se por iniciativa própria;
• Relatar acontecimentos, vividos ou imaginados, sonhos…;
• Participar, em grupo, na elaboração de histórias ou relatos;
• Contar histórias conhecidas ou inventadas;
• Completar história;
• Aperfeiçoar a capacidade de atenção e de transmissão de mensagens;
• Participar no registo escrito de experiências vividas ou imaginadas;
• Contactar com diversos registos de escrito.

Conteúdos:

• Lengalengas;
• Trava-línguas;
• Rimas;
• Provérbios;
• Advinhas;
• Diálogo;
• Mensagem;
• Leitura de imagens;
• Diferentes registos de escrita;
• Histórias inventadas;

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3.2.6. Domínio da Matemática

“As crianças vão espontaneamente construindo noções de matemática a partir


das vivências do dia-a-dia. O papel da matemática na estruturação do pensamento, as
suas funções na vida corrente e a sua importância para aprendizagens futuras,
determina a atenção que lhe deve ser dada na Educação Pré-Escolar, cujo quotidiano
oferece múltiplas possibilidades de aprendizagens matemáticas.” (Silva, 1997:73)

Procedimentos metodológicos:

• Formação de conjuntos de acordo com critérios previamente estabelecidos


(cores, formas, seres vivos e seres não vivos, animais selvagens, domésticos,
plantas etc.), reconhecer semelhanças e diferenças que permitam distinguir o
que pertence a um e o que pertence a outros conjunto;

• Reconhecimento de propriedades que permitam estabelecer uma classificação


ordenada de gradações que podem relacionar-se com diferentes qualidades dos
seres vivos (altura, tamanho, espessura, velocidade, etc.);

• Medições de peso, altura, tamanho do pé das próprias crianças, de plantas,


alimentos, etc.;

• Experiências com água de modo a introduzir as medidas de capacidade;

• Construção de composições com figuras geométricas;

• Descoberta progressiva dos números com base numa quantificação de


elementos pertencentes à Natureza;

• Actividades que permitam estabelecerem relações, entre factos e acções que


levem á distinção de noções temporais.

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Competências:

• Agrupar objectos de acordo com um critério previamente estabelecido;

• Seriar, ordenar e classificar objectos;

• Conhecer e utilizar o vocabulário corrente, utilizado nas relações entre


objectos (alto/baixo; compridos/curto; largo/estreito; pesados leve;…);

• Apropriar-se das diferentes variações físicas do nosso corpo;

• Fazer experiências que conduzam a noção de grandeza; capacidade;

• Efectuar medições com unidades de medida, de escolha livre (pau, corda, fita…);

• Reconhecer e representar diferentes figuras geométricas;

• Efectuar contagens;

• Ordenar números;

• Distinguir noções temporais através da vivência do tempo.

Conteúdos:

• Conjuntos;

• Seriação;

• Ordenação;

• Classificação;

• Peso;

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• Tamanho;

• Volume;

• Figuras geométricas;

• Conceito de número;

• Noções temporais.

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3.3. Área do Conhecimento do Mundo

As crianças desenvolvem-se e aprendem em contacto com o meio que as rodeia.


Cabe às Creches, Jardins de Infância valorizar, reforçar e ampliar experiências e
saberes de modo a permitir às crianças a realização de aprendizagens posteriores
mais complexas.

Procedimentos Metodológicos:

• Realização de algumas visitas de estudo no campo, pois constituem uma


oportunidade para despertar nas crianças o respeito pelos espaços colectivos e
pelos seres vivos;

• Actividades em que as crianças descrevam as ruas percorridas (existência de


animais, plantas, água, etc.); para chegarem à Instituição;

• Realização de alguns passeios nas proximidades da Instituição para um melhor


conhecimento dos aspectos da natureza e do meio onde este se insere;

• Estudo de ecossistemas na área da Instituição;

• Criação de sementeiras e plantações na sala e no recinto da Instituição;

• Observação do tempo atmosférico

• Actividades de protecção da Natureza;

• Conhecimento de alguns seres vivos e do seu habitat;

• Exploração de alguns seres não vivos;

• Identificação de cores, sons e cheiros da Natureza;

• Exploração das estações do ano;

• Realização de algumas experiências científicas simples.


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Competências:

• Reconhecer e identificar o meio envolvente onde estão inseridos;


• Cuidar do meio ambiente;
• Identificar as etapas do ciclo vital das plantas;
• Observar e identificar diferentes fenómenos atmosféricos;
• Observar e identificar os diferentes frutos, tendo em conta as suas
diferenças (cor, textura, tamanho, sabor, …)
• Avaliar a importância dos animais para os seres humanos, manifestando
atitudes de respeito e cuidado;
• Caracterizar as diferentes estações do ano;
• Identificar cores, sons e cheiros da Natureza;
• Investigar através de experiências simples, a explicação de fenómenos
ocorridos na natureza;
• Formulação de hipóteses.

Conteúdos:

• Meio envolvente;
• Plantas vegetais;
• Animais selvagens;
• Animais domésticos;
• Peixes;
• Aves;
• Cadeia alimentar;
• Frutos e legumes;
• Rochas;
• Ar;
• Água;
• Ciclo da água;
• Fenómenos atmosféricos;
• Estações do ano;
• Experiências simples;
• Regras e atitudes.
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4. Recursos

Sempre imprescindíveis para a realização de qualquer projecto, são os


recursos, sejam eles humanos, materiais ou institucionais. De seguida
apresentamos uma lista dos que pensamos serem necessários utilizar para o
decorrer deste projecto:

Recursos humanos:

 Crianças;
 Pessoal Docente;
 Pessoal Não Docente;
 Famílias
 Comunidade local.

Recursos materiais:

 Materiais escolares;
 Materiais didácticos;
 Materiais não didácticos;
 Materiais de desperdício;
 Meios audiovisuais.

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5. Como vamos avaliar

A avaliação é um instrumento necessário e primordial para o sucesso do projecto

curricular e vai de encontro ao desenvolvimento global e harmonioso da criança.

Inerente à Educação vem sempre a avaliação, um processo indispensável, uma vez

que para o sucesso educativo é fundamental a observação, análise e reflexão do

trabalho realizado e a realizar, fazendo as devidas remodelações, sempre que

necessário, pois todo o projecto curricular deve ser flexível. A avaliação permite-nos

reconhecer a pertinência das oportunidades educativas por nós proporcionadas. Se

estimulam a curiosidade, o desejo de aprender e o desenvolvimento das crianças.

As perspectivas acerca do projecto, são imensas, esperando colocá-lo em prática

da melhor forma possível, ajudando as crianças a criar graus de competências mais

elevadas, sobretudo proporcionar-lhes interesse, curiosidade, um bom ambiente de

trabalho e acolhimento para assim proporcionar uma boa integração/interacção. Assim

pretendemos através da observação e registo de alguns comportamentos, avaliar

resultados de aprendizagens individuais e de grupo. Sempre que se trate de

actividades de âmbito mais geral, pretendemos criar momentos de reflexão em

reunião de docentes.

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Conclusão

Nós os seres humanos vivemos imersos numa realidade física e natural, que a

maioria das vezes nos passa despercebida. A intenção educacional é que a partir do

trabalho nesta área, as crianças comecem a conhecer os diferentes elementos do seu

meio natural e a compreenderem as suas inter-relações, evidenciando a presença e a

actividade humanas como configuradoras desse meio.

As observações e manipulações sobre o meio, permitem aprofundar na

compreensão da matéria viva, das suas características diferenciadas, das suas

funções, processo vital e fases, etc., que significam aprofundamentos tanto nos

conteúdos como nos processos de desenvolvimento e que finalmente, desembocam em

atitudes e comportamentos estáveis (hábitos) de utilização correcta, de cuidados e

protecção dos seres vivos.

Através deste projecto esperamos que a criança valorize mais o mundo que a

rodeia e vá construindo a sua personalidade da forma mais adequada, respeitando

todos os seres e todas as formas de vida existentes no nosso planeta.

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Bibliografia

• FIGUEIREDO, M. Projecto Curricular no Jardim de Infància, Colecçäo Pré

• CASTRO, Lisete; RICARDO, Maria (1994), Educação de hoje: Gerir o Trabalho


de ProjectoTrabalho – um Manual para Professores. Texto Editora: 4ª edição

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