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Civil II
(Terceiro Período)
Primeira Avaliação
2007
Elementos:
1. Sujeito Ativo: a pessoa a quem deve ser fornecida ou que tem o direito de
exigir a prestação. Em resumo: o beneficiário da obrigação, ou seja, o credor;
2. Sujeito Passivo: nada mais é do que o devedor, isto é, aquele de quem o credor
pode exigir o cumprimento da obrigação;
3. Objeto: elemento material que o devedor tem de fornecer ao credor, e que este
pode exigir daquele;
4. Vínculo Jurídico: une os dois sujeitos por causa da prestação, compreende,
portanto, de um lado o dever da pessoa obrigada, e, de outro, a
responsabilidade em caso de inadimplemento. O devedor obriga-se, o
patrimônio responde.
• Sujeito Ativo = credor
• Sujeito Passivo = devedor
• Objeto = elemento material
• Vínculo Jurídico une o sujeito ativo ao sujeito passivo
07/08/07
Classificação Antiga
• Contratos: acordos de vontade geradores de obrigações. Exemplo: compra em
loja, compra de passagem de ônibus, etc;
• Quase-contratos: são atos voluntários e lícitos que, embora sem o acordo da
outra parte, geram obrigações para esta. Exemplo: JR e Pedro possuem
fazendas vizinhas e JR abandona a fazenda, deixando o gado e tudo mais
abandonado. O Pedro, vizinho, com medo de ser afetado, vacina o gado, cuida
da propriedade, sem se apropriar. Passam dois anos, Pedro começa a usufruir e
utilizar a propriedade, mas então JR volta, e encontra a fazenda melhor do que
tinha deixado. Pedro, então, procura JR e faz a prestação de contas do que
gastou e do que recebeu, e pede que seja ressarcido, mas JR não quer pagar.
Pergunta: JR está certo ou errado. A propriedade tem função social, e
propriedade abandonada não é produtiva;
• Delito: é a ação intencional que prejudica a outrem, gerando, como
conseqüência, a obrigação de indenizar. Delito = dolo (vontade de alguém
prejudicar a outrem), gera direito de indenização correspondente ao dano
causado;
• Quase-delito: é a ação ou omissão não intencional que, pela negligência,
imprudência e imperícia causa prejuízo a outrem acarretando a obrigação de
indenizar. O quase-delito pressupõe a culpa, imprudência ou imperícia.
Exemplo: indivíduo manuseando arma de fogo, mas de forma imprudente
limpa a arma e atinge o indivíduo causando paraplegia. A exemplo do delito é
necessário indenização. No âmbito do direito penal, se existe culpa a pena é
reduzida, se existe dolo a pena é majorada. No DC, avalia-se o dano objetivo e
não o dolo ou a culpa;
Art. 861. Aquele que, sem autorização do interessado, intervém na gestão de negócio
alheio, dirigi-lo-á segundo o interesse e a vontade presumível de seu dono, ficando
responsável a este e às pessoas com que tratar.
Classificação Nova
• Contratos: acordos de vontade geradores de obrigações. Exemplo: compra em
loja, compra de passagem de ônibus, etc;
• Declaração unilateral de vontade: são atos voluntários e lícitos que, embora
sem a manifestação de vontade da outra parte, geram obrigações. Corresponde
ao quase-contrato;
• Atos ilícitos: surgem de uma ação ou omissão culposa ou dolosa do agente,
causando prejuízo à vítima, gerando, como conseqüência, obrigações.
Corresponde o delito e o quase-delito na classificação antiga;
Modalidades de Obrigação
Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não
mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso.
Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor,
antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para
ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente
e mais perdas e danos.
• Dia 09/08 assinatura de compromisso de compra e venda, mas escritura vai ser
passada em 12/12. Se cair um raio na casa e ela for queimada, a obrigação fica
resolvida. Se a perda ocorrer por culpa do devedor, ele responderá pela
obrigação.
O vocábulo culpa no DC é usado no sentido genérico, ou seja, incluindo também o
dolo;
09/08/07
Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a
obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu.
Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a
coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso,
indenização das perdas e danos.
Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e
acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o
devedor resolver a obrigação.
Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se
perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados
os seus direitos até o dia da perda.
Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente,
mais perdas e danos.
Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor,
tal qual se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á o
disposto no art. 239.
• A tem que restituir a casa para B, mas esta se deteriorou sem culpa de A, quem
deve responder pela perda é o credor;
Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem
despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização.
• Frutos industriais: são aqueles que a coisa produz com a intervenção humana
(exemplo: café);
• Frutos civis: são os decorrentes do rendimento da coisa (ex: aluguel, valor de
arrendamento);
14/08/07
3) Obrigação de Dar Coisa Incerta:
• A coisa incerta poderá constituir objeto da obrigação de dar, mas deverá
revestir-se de certas indicações que possibilitem a sua determinação;
• Uma coisa indeterminada e indeterminável, não pode ser exigida, haverá
impossibilidade jurídica na obrigação;
• Dessa forma, para que a coisa possa ser objeto da obrigação de dar, deverá ser
indicada ao menos, pelo gênero e quantidade.
Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade.
Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence
ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa
pior, nem será obrigado a prestar a melhor.
Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da
coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito.
• Se a escolha não foi feita, o devedor não pode alegar que não tem o arroz X, Y
ou Z. O gênero não perece, e, portanto não pode alegar que não tem o arroz de
segunda qualidade, ou seja, o meio termo. Se necessário for, precisa comprar o
arroz;
4) Obrigação de Fazer:
• A obrigação de fazer é aquela, cuja prestação consiste em um ato do devedor,
seja um ato material ou imaterial, seja um ato jurídico;
• Assim, por exemplo, a construção de um muro, de uma casa; a confecção de
um quadro, de um projeto; a prestação de fiança;
• Dela resulta para o devedor a necessidade de realizar um trabalho, um serviço,
uma determinada ação em benefício do credor;
• O essencial na obrigação de fazer é que o fato prometido seja executado
fielmente como foi ajustado. Pouco importa, por isso, que a execução seja feita
pelo próprio devedor, em pessoa, ou por outrem em seu nome ou como seu
representante;
• Poderá acontecer, no entanto, que a pessoa do devedor seja tomada em
consideração especial, e de tal modo que o fiel cumprimento da obrigação só
se dará quando executado por ele próprio, o devedor nunca por outrem;
• Cláusula penal compensatória: A é dono de um famoso buffet, e B contrata o
buffet por 200.000 reais. A festa está marcada para daqui a 7 dias (dia 18). No
dia o buffet não comparece. Como será calculado o valor das perdas e danos?
Deve existir no contrato a cláusula penal compensatória å pré-fixação de
perdas e danos;
• Quando o contrato envolve algo pronto, é de dar coisa certa, quando a coisa
não está pronta ainda, é de fazer coisa certa. Assim, quando se contrata um
pintor, é de fazer o quadro, mesmo que ele já tenha feito e não entregue será
acionado por ter deixado de fazer e não de dar coisa certa;
Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a
prestação a ele só imposta, ou só por ele exeqüível.
• Existem obrigações que podem ser cumpridas por várias pessoas, mas outras
são de execução específica a um determinado indivíduo (“intuito personae”),
estas obrigações somente podem ser cumpridas pelo indivíduo em pessoa
(obrigações infungíveis, personalíssimas). Por exemplo: contrato com o
Roberto Carlos para cantar no Minas Tênis Clube;
• Caso a obrigação não seja cumprida, cabe ao credor solicitar perdas e danos;
• A obrigação por força de contrato pode passar a ser personalíssima por força
de contrato, mas não será natural;
Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-
se-á a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos.
Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo
executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização
cabível.
• Mandar terceiro executar pelo outro somente com ordem judicial (exceto, em
urgência). No caso do buffet que não entregou, contrata-se outro e o buffet
devedor terá que pagar;
Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se
lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar.
Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode
exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado
perdas e danos.
16/08/07
6) Obrigações Alternativas:
• É aquela em que há mais de uma prestação a cumprir, e o devedor se exonera
satisfazendo uma delas;
• Duas são as características das obrigações alternativas:
1. A pluralidade de prestações não conjuntas;
2. Direito de o devedor liberar-se uma delas.
Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se
estipulou.
§ 1o Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em
outra.
§ 2o Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser
exercida em cada período.
§ 3o No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles,
decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação.
§ 4o Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la,
caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes.
• A (devedor) -----B (credor) – deve relógio ou caneta X;
• A (devedor) -----B (credor) – deve relógio X ou construir muro;
• A (devedor) -----B (credor) – deve 70 sacos de arroz ou 10 sacos de arroz
(§1º);
• A (devedor) -----B (credor) – deve 70 sacos de arroz ou 10 sacos de arroz
durante 5 anos(§2º);
• A, B, C (devedores) -----B (credor) – devem relógio ou caneta. O juiz vai dar
um prazo para eles escolherem (§3º);
• A (devedor) -----B (credor) – deve relógio ou caneta X, mas quem vai escolher
é um terceiro, que não escolhe. O juiz dá um prazo para o acordo, que se não
houver, o juiz decide;
Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada
inexeqüível, subsistirá o débito quanto à outra.
Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não
competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último se
impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar.
• Se a caneta foi a última que se possibilitou o devedor deve pagar o seu valor,
mais perdas e danos;
Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se
impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o
valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se
tornarem inexeqüíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da
indenização por perdas e danos.
Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um
fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a
razão determinante do negócio jurídico.
Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um
será obrigado pela dívida toda.
Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida
inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando:
I - a todos conjuntamente;
Art. 261. Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros
assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total.
Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com
os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente.
§ 1o Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores,
responderão todos por partes iguais.
21/08/07
8) Obrigações Solidárias
• O CC define a solidariedade no artigo 264;
• Não se pode confundir a indivisibilidade com a solidariedade. Elas possuem
ponto de semelhança, mas destacam-se por vários diferenças.
• A semelhança é que, tanto nas obrigações indivisíveis, como nas solidárias o
credor tem o direito de exigir a dívida inteira;
• Diferem, contudo, uma da outra: a indivisibilidade resulta da natureza da
prestação; a solidariedade resulta do título da obrigação ou da lei;
• Daí as conseqüências que as tornam mais distantes uma da outra: a
solidariedade cessa pela morte do credor e, portanto, o crédito fraciona-se
entre seus herdeiros; a indivisibilidade, porém, em tal situação, não perde o
seu caráter de indivisível, em face da natureza da prestação;
• O devedor solidário deve o todo e é obrigado ao todo; o devedor da obrigação
indivisível é obrigado ao todo, mas só deve a sua parte;
• A obrigação solidária convertendo-se em perdas e danos, conserva a sua
qualidade de solidária; o mesmo não ocorre com a obrigação indivisível, que
se transforma em divisível;
• A solidariedade pode ser ativa e passiva. Ativa é aquela em que concorrendo
na mesma obrigação diversos credores, qualquer um deles terá o direito de
receber a dívida toda. Passiva é aquela em que concorrendo na mesma
obrigação, diversos devedores, qualquer um deles está obrigado a dívida toda,
como se fosse o único devedor;
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.
Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-
devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro.
Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o
cumprimento da prestação por inteiro.
Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum,
a qualquer daqueles poderá este pagar.
Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o
montante do que foi pago.
Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só
terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário,
salvo se a obrigação for indivisível.
• Quando uma pessoa falece, por exemplo, X falece, naquele exato momento
tudo o que X possui é transmitido aos seus herdeiros. Se X possuía 900.000
reais, vai 300.000 reais para cada um dos 3 herdeiros (X1, X2 e X3).
• X é o devedor, e A, B e C são os credores solidários. X deve para A, B e C
900.000 reais. Se A receber os 900.000 passa a dever 300.000 a B e C.
Considerando que o C faleceu, a herança é transmitida para seus 3 herdeiros
(C1, C2 e C3), ou seja, o quinhão hereditário de cada herdeiro é 100.000 reais,
cada um isoladamente não pode cobrar os 300.000 reais. Enquanto existir o
espólio, os três reunidos (C1, C2 e C3) podem representando o espólio cobrar
os 900.000 reais å isso somente não acontece se a obrigação for indivisível
(exceção do art. 270), pois se a dívida fosse um carro, não seria necessário
caução de justificação;
Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos
outros pela parte que lhes caiba.
23/08/07
Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais
oponíveis aos outros.
Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais; o
julgamento favorável aproveita-lhes, a menos que se funde em exceção pessoal ao credor
que o obteve.
• A entrou com ação para cobrar os 90.000 reais, e o juiz não aceitou pois estava
prescrito, mas se o prazo da prescrição era só para o A, isso não se estende ao
B e C;
Solidariedade Passiva
Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores,
parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais
devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.
Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes
será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se
a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor
solidário em relação aos demais devedores.
Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida
não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou
relevada.
Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos
devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem
consentimento destes.
• Art. 278, referente ao art. 266, pode haver condições diferentes para cada um
dos devedores solidários;
Art. 585. Se duas ou mais pessoas forem simultaneamente comodatárias de uma coisa,
ficarão solidariamente responsáveis para com o comodante.
• Mas, antes da casa ser devolvida, a casa pegou fogo. A, B e C fizeram uma
festa a luz de vela, e ocorreu o incêndio, os três são responsáveis pela casa e
pelas perdas e danos. Se só o A for responsável pelo incêndio, os três são
responsáveis pela casa, mas somente o A é responsável por perdas e danos.
28/08/07
Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha
sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação
acrescida.
Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem
pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro co-
devedor.
Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos
co-devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver,
presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores.
Art. 1.297. O proprietário tem direito a cercar, murar, valar ou tapar de qualquer modo o
seu prédio, urbano ou rural, e pode constranger o seu confinante a proceder com ele à
demarcação entre os dois prédios, a aviventar rumos apagados e a renovar marcos
destruídos ou arruinados, repartindo-se proporcionalmente entre os interessados as
respectivas despesas.
30/08/07
Obrigações Conexas
• Há vários devedores, cada um deles com a obrigação de satisfazer ao credor
prestação distinta, porém, conectada a dos demais, e delas dependente pela
mesma origem e pelo menos objetivo;
• O credor só pode acionar um deles, se antes acionar os demais;
• Exemplo: A tem uma casa e contrata um pintor e um pedreiro para reformar a
casa. A obrigação que o pintor assume é conexa com a do pedreiro. Somente
pode-se solicitar a obrigação do pintor, depois da obrigação do pedreiro;
Obrigações Cumulativas
• São as que comportam diversas prestações somadas;
• Exemplo: o devedor se obriga a entregar seu carro, seu telefone, e determinada
soma em dinheiro por 200 bois;
Obrigações Disjuntivas
• Há vários devedores que se obrigam, cada um deles, por toda a obrigação;
• O credor pode escolher qual deles fará a obrigação. Uma vez escolhido o
devedor, os outros ficam liberados da obrigação;
• Exemplo: contratos administrativos para compra de quadros-negros. O Estado
tem que fazer licitação. Compareceram as empresas A, B, C, D, E e F, que
apresentam envelopes fechados. Por cada quadro, A (50), B(52), C(50,5)
D(49), E(47), F(55). A empresa E passa a ser devedora e as outras estão
liberadas;
Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório,
aquele cuja existência supõe a do principal.
Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta
garantia ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública.
Cessão de Crédito
Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da
obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá
ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento da obrigação.
Art. 520. O direito de preferência não se pode ceder nem passa aos herdeiros.
Art. 1.749. Ainda com a autorização judicial, não pode o tutor, sob pena de nulidade:
• Hipoteca: direito real sobre coisa alheia que incide sobre bens imóveis;
• Penhor: direito real sobre coisa alheia que incide sobre bens móveis;
• Penhora: ato de apreensão judicial, determinado pelo juiz no processo de
execução.
• O credor que tem como garantia um bem imóvel é chamado de credor
hipotecário. Quando alguém dá bem imóvel em garantia, o indivíduo não
perde a posse, mas se for vender vai verificar a margem do registro, a
averbação da hipoteca;
• O credor hipotecário tem o direito de seqüela, ou seja, de perseguir o bem,
aonde quer que ele esteja;
• O credor que tem como garantia um bem móvel é chamado de credor
pignoratício (exemplo: jóia penhorada na CEF);
• A deve para B, 1 milhão de reais e deu como garantia uma fazenda;
• Salvo disposição em contrário a cessão abrange todos os acessórios, pois o
acessório segue o principal;
• A deve para B 2 milhões e a dívida vence em 02/08. Esta cessão não pode ser
verbal, tem que ser expressa por instrumento público ou particular. Terceiro
neste artigo significa credor do credor cedente. B (cedente) cede para C
(cessionário) o seu crédito. A lei diz que ineficaz em relação a terceiro.
Supondo que em outra relação B deva para X, 2 milhões que está vencendo
hoje (30/08). X tem conhecimento do crédito que B tem, o juiz pode emitir
mandado de penhora do crédito com A. A é comunicado para não pagar B, e B
diz que isso não pode ser feito, pois o crédito já foi cedido para C. Para valer
para terceiro (o credor do credor, ou seja, X) é necessário que as observações
do art. 288;
Art. 654. Todas as pessoas capazes são aptas para dar procuração mediante
instrumento particular, que valerá desde que tenha a assinatura do outorgante.
Art. 289. O cessionário de crédito hipotecário tem o direito de fazer averbar a cessão no
registro do imóvel.
• A deve para B (credor hipotecário), 100 mil reais. A deu como garantia uma
fazenda. O B cede o crédito para o C por 80 mil reais. O acessório segue o
principal. A hipoteca é acessória. O cessionário C, vai se tornar o novo credor
hipotecário. C pode fazer o registro da hipoteca para o seu nome;
Art. 290. A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a
este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito público ou particular, se
declarou ciente da cessão feita.
• A deve para o B, 500 mil reais. B cedeu o crédito para C. Uma coisa é a
eficácia da notificação em relação ao devedor. Diferenciar eficácia de
concordância. B não precisa da autorização do A, para ceder o crédito, mas a
cessão somente terá eficácia se o devedor A for notificado;
Art. 291. Ocorrendo várias cessões do mesmo crédito, prevalece a que se completar
com a tradição do título do crédito cedido.
• A deve para B, 1 milhão de reais. B cede para C o crédito, mas também cedeu
o mesmo crédito para D. Qual das duas cessões é a válida? O instrumento da
cessão pode ser público ou particular. Supondo que o título da obrigação é a
promissória. Quem estiver com a promissória é o credor, além do instrumento
de cessão. O outro tem que se entender com B.
Art. 292. Fica desobrigado o devedor que, antes de ter conhecimento da cessão, paga
ao credor primitivo, ou que, no caso de mais de uma cessão notificada, paga ao cessionário
que lhe apresenta, com o título de cessão, o da obrigação cedida; quando o crédito constar
de escritura pública, prevalecerá a prioridade da notificação.
• A deve para B que cede para C. A não foi comunicado e paga para B å o
pagamento é válido. No exemplo anterior suponde que D e C notifiquem A. A
deve pagar aquele que tiver o título de crédito e o instrumento de cessão. Se o
título for uma escritura pública, prevalece aquele que notificar primeiro, pois
nesse caso o título está no cartório;
Art. 294. O devedor pode opor ao cessionário as exceções que lhe competirem, bem
como as que, no momento em que veio a ter conhecimento da cessão, tinha contra o
cedente.
Art. 295. Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não se responsabilize, fica
responsável ao cessionário pela existência do crédito ao tempo em que lhe cedeu; a mesma
responsabilidade lhe cabe nas cessões por título gratuito, se tiver procedido de má-fé.
• A deve para B, 1 milhão de reais. B (cedente) cedeu 800 mil reais para C
(cessionário). Uma coisa é a existência do crédito, ou seja, 1 milhão de reais,
outra coisa é a solvência de A. Em princípio B só é responsável pela solvência
de A quando estiver explicitado essa responsabilidade;
Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência do
devedor.
• Cessão “Pro Soluto”: o cedente responde pela existência do crédito, mas não
responde pela solvência do devedor. C assume o prejuízo;
Art. 298. O crédito, uma vez penhorado, não pode mais ser transferido pelo credor que
tiver conhecimento da penhora; mas o devedor que o pagar, não tendo notificação dela, fica
exonerado, subsistindo somente contra o credor os direitos de terceiro.