Você está na página 1de 7

ISTO

Dizem que finjo ou minto Tudo que escrevo. No. Eu simplesmente sinto Com a imaginao. No uso o corao. Tudo o que sonho ou passo, O que me falha ou finda, como que um terrao Sobre outra coisa ainda. Essa coisa que linda. Por isso escrevo em meio Do que no est ao p, Livre do meu enleio, Srio do que no . Sentir? Sinta quem l!

Boato

que finjo ou minto Tudo que escrevo. No. Eu simplesmente sinto Com a imaginao. No uso o corao.

Advrbio de negao. Frase declarativa negativa

Revela convico

Palavras-chave da dicotomia pessoana

TESE

o fingimento potico a sntese da sensao com a imaginao, destacando-se esta, porque intelectual.

razo/corao pensar/sentir

Fundamentao da sua TESE:

Tudo o que sonho ou passo, O que me falha ou finda,


como que um terrao
Sobre outra ainda. Essa coisa que linda.

Palavras-chave da dicotomia pessoana

coisa

tudo/nada falhar findar


algo indefinido, desconhecido as ideias, a obra potica

terrao comparao tudo/nada

fronteira

coisa

real

concluso

Escreve entre a

Por isso escrevo em meio


Do que no est ao p,

realidade e o sonho
no se deixa seduzir, porque busca o mundo intelectual as sensaes (sentir) ficam com os leitores

Livre do meu enleio,


Srio do que no .

Sentir? Sinta quem l!

Concluses: O poema surge na sequncia do Autopsicografia e parece ser uma resposta a possveis ms interpretaes daquele. Notar o tom depreciativo do incio do poema e o tom de convico total com o uso do advrbio NO, seguido de ponto final. Os versos 3-5 so como que a tese deste poema: o fingimento potico a sntese da sensao com a imaginao, destacando-se esta, porque intelectual. Notar a subjectividade manifestada pelo uso da 1 pessoa verbal, ausente de Autopsicografia.

A 2 estrofe apresenta a fundamentao do uso da imaginao: a realidade onde mergulha o poeta apenas a aparncia ou o terrao (fronteira) que encobre outra coisa: as ideias, a obra potica; volta a acentuar-se o processo do fingimento potico, mas neste texto sensao e imaginao processam-se num nico momento. Na 3 estrofe, conclusiva, o poeta reafirma o que j referiu: escreve no meio da realidade que o cerca, sabe que essa realidade o seduz, no se deixa seduzir porque busca o mundo intelectual. Significado dos 2 primeiros versos da segunda estrofe: sonho =anseios; passo = vivncias; falha = insucesso; finda = fugacidade. O ltimo verso uma resposta irnica ao 1 verso: remete as sensaes para os leitores. A grande poesia no est nas sensaes mas no seu fingimento. Necessidade de distinguir entre sinceridade convencional e sinceridade intelectual ou artstica.

Sntese

Ao escrever o poeta coloca-se ao nvel do fingimento, do pensamento, da racionalidade, livre da confuso dos sentidos, acreditando sincero, na esfera do que no o que parece, do inteligvel. Usa a ironia ao rematar o texto remetendo o sentimento para a pessoa do leitor. Parte 1-1. e 2. estrofes: o poeta justifica porque no mente ao escrever: sente com a imaginao e possui o condo de procurar sempre. Parte 2 - 3. estrofe: o poeta conclui que da sua competncia a racionalizao, ficando o sentimento a cargo de quem l.

Você também pode gostar