Você está na página 1de 8

Jos Saramago e os Cadernos de Lanzarote

A memria do intelectual

O que um intelectual?
O que diferencia o trabalho intelectual do trabalho manual?
Ele o cultor do mito da neutralidade cientfica Separao consciente entre meios e fins O servo vaidoso Degradao do pensamento filosfico

O trabalho do intelectual, hoje, estaria em xeque?

O que pensa o intelectual contemporneo?


Segundo o filsofo alemo Peter Sloterdijk, pensando a revoluo, o intelectual contemporneo errou de alvo. Ela (a revoluo) estava sendo conduzida no pelo proletariado, mas pela tcnica. Ao abandonar o espao das revolues polticas e adentrar o universo das revolues tcnicas e mentais, o intelectual ps fim ao que constitua seu papel clssico, a saber, lutar contra a injustia imposta pelo stablishment.

A primeira e segunda traio dos clrigos


Os que se dedicam verdade e ao exerccio do juzo moral so os que no tergiversam sobre os fatos, seguindo-os atentamente, e, se for o caso, se dispem a revisar as suas posies. Seu alvo central o "universal", ou seja, discursos, regras e aes que tenham uma validade universal e no sejam instrumentos de causas particulares, tornadas, pela f poltica, absolutas. Por exemplo, se intelectuais defendiam acertadamente a "tica na poltica" como um princpio devendo reger a vida pblica, porque esse princpio era tomado em sua universalidade, independentemente das pessoas ou dos partidos a que se aplicava. Quando, no entanto, o "mutismo" toma o lugar da "loquacidade" de outrora nos assuntos de moralidade pblica, porque houve aquilo que Julien Benda chamava de "traio": o abandono dos princpios morais em nome de uma causa que se traveste, ento, de religiosa.

A segunda traio
Consistiria essa segunda traio na relao que os intelectuais tm mantido com os novos meios de comunicao, em particular os audiovisuais, aos quais costumam atribuir equivocadamente sua prpria crise e a do pensamento. Talvez essa relao no constitua o problema central dessa crise, mas nele se transforma quando o intelectual se submete lgica dos meios, traindo os princpios universais de luta da razo, da liberdade, da justia e da felicidade.

No Tratado da Natureza Humana, do filsofo ingls David Hume, encontramos uma passagem que pode apontar para essa questo: As discusses muliplicam-se, como se houvesse apenas incerteza. Em toda essa agitao no a razo que vence, a eloquncia; encontram-se defensores do proselitismo para as mais extravagantes hipteses se forem bastante hbeis para pint-las com cores favorveis. A vitria no garantida pelos soldados em armas mas pelas trombetas, tambores e msicos do exrcito []

Trs pensadores para se compreender o Papel do Intelectual

Michel Foucault Jean-Paul Sartre Edward Said

Uma breve biografia de Saramago

Você também pode gostar