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Hidráulica – Engenharia Civil

Prof. MSc. Tiago da Silva Pinto


APRESENTAÇÃO

• Engenheiro Ambiental pela Universidade


Camilo Castelo Branco (UNICASTELO).
• Mestre em Ciências da Engenharia
Ambiental pela Escola de Engenharia de
São Carlos – Universidade de São Paulo
(EESC/USP).
• Ex-Docente da FAAL
• Experiência – Loteamentos, Projetos
Construtivos e de Saneamento, entre
outros.
• Consultoria e Assessoria Ambiental 
elaboração de Laudos Técnicos
REVISÃO

DEFINIÇÕES E CONCEITOS
IMPORTANTES EM FENÔMENOS DE
TRANSPORTE
INTRODUÇÃO
Definição:
• Hidráulica  ramo da hidrodinâmica
que investiga de forma simplificada o
escoamento dos fluidos,
especialmente a água, e as
aplicações tecnológicas de alguns
tipos de escoamento, visando a
solução de problemas práticos.

• Foco: fluxos de líquidos limitados por


paredes resistentes (tubos e canais
naturais ou artificiais).
INTRODUÇÃO
Abordagens em FT/Mec. Flu:
• Teórica  análises matemáticas
baseadas nas leis da mecânica  Nem
sempre aplicável a problemas práticos.
• Prática  experimentações e
acumulações de dados para utilização
em problemas empíricos. Não explica a
causa dos fenômenos.
Solução?
• Hidráulica contemporânea: modelação
física e matemática dos fenômenos;
associação a soluções numéricas
(algoritmos) , comparações entre
INTRODUÇÃO
• Problemas complexos  grande
quantidade de variáveis
simultâneas(problemas ambientais)
e/ou comportamento caótico  difícil
resolução por via analítica/teórica;
• Utilização de estudos puramente
experimentais, desenvolvimento de
fórmulas empíricas para explicar um
determinado fenômeno e posterior uso
na solução de problemas;
• Exemplos: Dimensionamento de
tubulações em redes de
TIPOS DE TRANSPORTE
TIPOS DE TRANSPORTE
• Advectivo
• Difusivo
• Dispersivo
margem do rio

rio

margem do rio

(vista superior)
DEFINIÇÕES E CONCEITOS
1. Definição de Fluido
2. Massa específica e Volume específico
3. Peso específico
4. Densidade
5. Pressão(referencial relativo e absoluto)
6. Temperatura
7. Vazão
8. Concentração
9. Viscosidade dinâmica e cinemática
10.Sistema
11.Volume de controle e superfície de
controle
DEFINIÇÕES E CONCEITOS
1. Fluido – substância que se deforma
continuamente sob a ação de uma
força tangencial, por menor que seja
esta força.
2. Massa específica e volume
específico – razão entre a massa de
um fluido e o volume ocupado por
ela. O volume específico é o inverso
da massa específica.
3. Peso específico – é o seu peso por
unidade de volume. Em outras
DEFINIÇÕES E CONCEITOS
4. Densidade – densidade de uma
substância é a relação entre a sua
massa específica e a massa
específica da água. Observe que a
densidade também pode ser definida
como a relação entre o peso
específico de uma substância e o
peso específico da água.
5. Pressão – a força normal agindo
sobre uma superfície plana, dividida
pela área da superfície, é a pressão
média. A pressão num ponto é a
DEFINIÇÕES E CONCEITOS
6. Temperatura – é uma medida do
nível de energia interna de um fluido.
(Atenção, não se trata de uma forma
de energia e não é medida em Joule
ou outra unidade qualquer de
energia). No SI é medida em Kelvin.
A relação entre a escala Kelvin e
Celsius é dada por:
T(Kelvin)=T(graus Celsius)+273,16
7. Vazão – a grandeza que mede a
taxa(velocidade) de transporte de
volume. Sua unidade no SI é o m³/s.
DEFINIÇÕES E CONCEITOS
9. Viscosidade dinâmica e cinemática – a
viscosidade pode ser entendida como
a resistência oferecida pelo fluido a
um escoamento. P. ex., o mel é mais
viscoso do que a água. A viscosidade
dinâmica é definida a partir da lei da
viscosidade de Newton. A viscosidade
cinemática é a relação entre a
viscosidade dinâmica e a massa
específica do fluido.
10.Sistema – termo usado para designar
uma quantidade específica e bem
DEFINIÇÕES E CONCEITOS
11.Volume de Controle – região do
espaço delimitada por um invólucro
chamado de “superfície de controle”.
Dentro do volume de controle
ocorrem fatos físicos de interesse. A
superfície de controle é permeável ao
intercâmbio de massa entre o interior
do volume de controle e o seu
exterior.
CLASSIFICAÇÃO DOS
ESCOAMENTOS
1. Variações no tempo: 4. Rotações:
− Permanente − Rotacional
− Não-Permanente (ou − Irrotacional
Transiente): 5. Geometria:
− Transitório
− Variável
− Unidimensional (Linhas
de corrente)
2. Variações no − Bidimensional
espaço: − Tridimensional
− Uniforme 6. Reologia:
− Não-uniforme ou − Compressível;
variado − Incompressivel;
3. Estrutura interna do − Viscoso (Fluido real)
escoamento: − Não-Viscoso (Fluido
ideal)
− Regime Laminar
− Regime de Transição
CLASSIFICAÇÃO DOS
ESCOAMENTOS
• Permanente
CLASSIFICAÇÃO DOS
ESCOAMENTOS
• Não-permanente

t1 t2

t3
CLASSIFICAÇÃO DOS
ESCOAMENTOS
• Regime Laminar
CLASSIFICAÇÃO DOS
ESCOAMENTOS
• Regime de transição
CLASSIFICAÇÃO DOS
ESCOAMENTOS
• Regime Turbulento

(Mostrar vídeo)
TEOREMA DO TRANSPORTE DE
REYNOLDS (TTR)* *válido para um volume de controle
(VC) fixo e não deformável

Fenômenos de Transporte... (transporte


de quê?)
Taxa de variação de Taxa líquida do fluxo de η
η em função de t em através da SC (elemento
N um VC de área dA)

N = propriedade η = propriedade
extensiva intensiva 𝑵
Lei N η Equação 𝜼=
𝒎
Conservação da
M 1 Continuidade
massa
Quantidade de
2ª lei de Newton P V
movimento
IMPORTANTE LEMBRAR
• Produto escalar
NÚMEROS ADIMENSIONAIS
Uma ferramenta essencial para avaliações em
Mecânica de Fluidos é a Análise Dimensional. Uma
das principais vantagens desta análise é a
possibilidade de obter-se números adimensionais.
Basicamente, eles são definidos como produtos ou
quocientes de quantidades cujas unidades se
cancelam. Por meio da análise dimensional, é
possível realizar manipulações algébricas para
explicitar propriedades antes extensivas, em
propriedades intensivas (independente da massa),
sistematizando e otimizando o processo de análise.
Os principais sistemas para análise dimensional de
grandezas são:
• MLT: Massa (F, force)
− Comprimento (L, length)
• Quadro de Grandezas e suas formas
dimensionais em MLT
EXEMPLO
Pelo
𝐹𝐿−1 𝑇 2
𝑚 FLT
𝜌= = = 𝐹𝐿−4 𝑇 2 [kgf.m-4.s²
𝑣 𝐿3
(MKS)
Pelo
𝑚 MLT
𝑀
𝜌 = = = 𝑀𝐿−3 [kg.m-3]
𝑣 𝐿3
(S.I)

Redução de parâmetros para


análise através da obtenção de
números adimensionais (π)
PRÁTICA
O escoamento no interior de tubulações,
assim como em canais, não acontece
sem que uma parcela de energia seja
dissipada pelos efeitos viscosos. Na
prática da engenharia hidráulica, a
equação mais empregada para calcular
tal perda de energia é a equação de
Darcy-Weisbach, apresentada a seguir.
Com base nas informações sobre as
variáveis desta equação,
𝑳 𝑽²identifique por
meio de 𝚫𝑯 =𝒇 +
manipulações algébricas
𝑫 𝟐𝒈
simples, qual é a unidade de “f” (adote o
NUMEROS ADIMENSIONAIS
IMPORTANTES
E você?
É capaz de citar outros números adimensionais
conhecidos?
SITUAÇÃO HIPOTÉTICA
• Simplificação em problemas com fluidos:
− Escoamento permanente (Qtde que entra =
Qtde que sai)
− Escoamento uniforme em cada seção
(igualmente distribuído nas seções)
− Fluido incompressível (ρ = cte)

𝑉1 1 2
𝑉2
𝑛1 𝑛2
SITUAÇÃO HIPOTÉTICA
y 𝑉1 1 2
𝑉2 𝑛 unitário
- Vetor

x 𝑛1 𝑛2 normal à SC
(dA)
𝑛 ∙ 𝑑𝐴 = 𝑑 𝐴 Ԧ
Conservação da Produto
Massa escalar em Rx
Conservação da
Quantidade de
𝜌2 𝑉22 𝐴2 − 𝜌1 𝑉12 𝐴1 =
න 𝜌𝑉²𝛿𝐴 =Movimento
𝑆𝐶

න 𝜌𝑉²𝛿𝐴 = 𝜌𝑄(𝑉2 − 𝑉1 )
𝑄 = 𝑉1 𝐴1 = 𝑉2 𝐴2 𝑆𝐶
Incompressível e 𝑅𝑥 = 𝜌𝑄(𝑉2 − 𝑉1 )
uniforme
Conservação da Energia Incompressível e Incompressível e uniforme, Ry
uniforme e Rz nulas

𝒑𝟏 𝑽𝟐𝟏 𝒑𝟐 𝑽𝟐𝟐
+ + 𝒛𝟏 = + + 𝒛𝟐 + 𝚫𝑯𝟏𝟐
𝜸 𝟐𝒈 𝜸 𝟐𝒈
EQUAÇÃO DE BERNOULLI:
CONSERVAÇÃO DA ENERGIA
• A Equação de Bernoulli: Primeira Lei da
Termodinâmica, que se define:
“A energia não pode ser criada nem
destruída apenas transformada”.
Fluido Perfeito /Ideal:
• Abstração física
• Sem viscosidade
𝒑 𝑽𝟐e incompressível
𝒑 𝑽𝟐 (ρ = cte)
𝟏 𝟏 𝟐 𝟐
+ + 𝒛𝟏 = + + 𝒛𝟐
𝜸 𝟐𝒈 𝜸 𝟐𝒈

Fluido Real:
• Perdas de energia
𝒑𝟏 𝑽𝟐𝟏 𝒑𝟐 𝑽𝟐𝟐
+ + 𝒛𝟏 = + + 𝒛𝟐 + 𝚫𝑯𝟏𝟐
𝜸 𝟐𝒈 𝜸 𝟐𝒈
PROBLEMA
Pressupostos: Escoamento permanente e
uniforme, fluido incompressível

V = 8,86 m/s
Q= 0,00435 m3/s
PROBLEMA
• O valor de V obtido no problema exposto é
teórico (Vt), pois não leva em consideração
as perdas existentes e a contração do jato
na saída do orifício. Dessa forma, Vt < V2 e
assim, introduz-se um fator de correção
(coeficiente de redução de velocidade),
𝑉2
dado por 𝐶𝑣 =
𝑉𝑡
• E também o coeficiente de contração dado
𝐴2
por 𝐶𝑐 = , sendo A2 a área contraída. O
𝐴
produto desses coeficientes, é designado
coeficiente de Q descarga
= 𝐶𝑑 𝐴 2𝑔ℎ (ou de vazão),
dado por 𝐶𝑑 = 𝐶𝑐 𝐶𝑣 , sendo assim, a vazão
será dada por
EQUAÇÃO DE BERNOULLI:
CONSERVAÇÃO DA ENERGIA

𝒑𝟏 𝑽𝟐𝟏 𝒑𝟐 𝑽𝟐𝟐 𝒑𝟏 𝑽𝟐𝟏 𝒑𝟐 𝑽𝟐𝟐


+ + 𝒛𝟏 = + + 𝒛𝟐 + 𝚫𝑯𝟏𝟐 𝚫𝑯 = + + 𝒛𝟏 − + + 𝒛𝟐
𝜸 𝟐𝒈 𝜸 𝟐𝒈 𝜸 𝟐𝒈 𝜸 𝟐𝒈

Perda = Em - Ej

Em Ej

Conduto Forçado OBS: LCE não está paralela à LPE, por que? Conduto Livre
PCE = Plano de Carga Efetivo (Ideal)= Z + P / γ + U12 / 2g + Dh São paralelas
LCE = Linha de Carga Efetiva (Real) = Z + P / γ + U12 / 2g
LPE = Linha Piezométrica = Z + P / γ
EQUAÇÃO DE BERNOULLI:
CONSERVAÇÃO DA ENERGIA
• Para análise em sala de aula
EQUAÇÃO DE BERNOULLI:
CONSERVAÇÃO DA ENERGIA
• APLICAÇÕES
PROBLEMA
• Em um ensaio em uma adutora de 6” de
diâmetro na qual a vazão era de 26,5 L/s foi
medido a pressão em dois pontos A e B
onde obteve-se valores de 68,6.104 N/m2 e
20,6.104 N/m2 respectivamente.
Considerando que a diferença de cota entre
A e B era de 30m e sendo a cota de A mais
baixa em relação a B.
− Determine: a velocidade da água na tubulação,
a cota piezométrica em A e B, o sentido de B
escoamento, o regime desse escoamento
quanto a trajetória e a perda de carga no trecho 30 m
A A para B. Plano de ref.
PROBLEMA
Determine a pressão e velocidade média com
a qual a água escoa nos pontos 1, 2, 3 e 4 no
diagrama mostrado a seguir. Considere fluido
perfeito (sem perda de carga). Determine
também a vazão em cada um dos pontos.
Considere o diâmetro igual a 100 mm em
toda a tubulação.
O NÚMERO DE REYNOLDS
• Após consecutivos experimentos utilizando fluidos
em diferentes tubos, estudando sua relação entre
o regime laminar e turbulento. Reynolds obteve
um número adimensional que reflete a razão entre
as forças
𝜌𝑉𝐿inerciais (v,ρ) e forças viscosas (μ,D) em
Em que:
um
𝑅𝑒fluido.
= V = velocidade
𝜇 L = comprimento
D = diâmetro
ρ = massa específica
𝜌𝑉𝐷
• Para tubulações 𝑉𝐷 μ = viscosidade
𝑅𝑒 = ou 𝑅𝑒 = dinâmica
𝜇 𝜐 ν = viscosidade
Re ≤ 2300  Regime Re > 4000  Regime
cinemática

Laminar | Re ≤ 4000Turbulento
2300< 
Escoamento de Transição
CAMADA LIMITE
• Camada estreita em que as forças de atrito se
fazem determinantes, retardando o fluido de sua
velocidade externa (à camada) para um completo
repouso na parede (aderência). Esta região
estreita é chamada de camada limite e foi
introduzido pela primeira vez por Ludwig Prandtl.
Fora da camada limite, o gradiente de velocidade é
nulo e, por conseguinte, as tensões de
cisalhamento são nulas. Nesta região pode-se
pensar o escoamento como não viscoso.
EXERCÍCIO
Determinar o tipo de escoamento para as
seguintes situações:

• Óleoduto: possui as seguintes


características: D=150mm, V=2,5m/s e
ν=734.10-6 m²/s.
• Encanamento para uma central
hidroelétrica: D=600mm, V=4,0m/s e ν =10-
6 m²/s

• Tubulação de uma bomba hidráulica:


D=100mm, V=1,0m/s e ν=10-6 m²/s
• Experimento em laboratório de Mecânica
de Fluidos: D=12mm, V=0,27m/s e ν =10-6
m²/s
EXERCÍCIO
• Preencher a tabela e determinar o tipo
de escoamento para as seguintes
situações:
TABELA – PROPRIEDADES DA ÁGUA
CONTINUA...

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